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INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
DEPARTAMENTO DE ENSINO
Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
MONOGRAFIA
Água purificada: teste físico-químico e a viabilidade de análise em uma farmácia de pequeno porte.
Cybele Patti Silveira Marluz Aurélio Domingos
Sávio Miller Vaz
Rio de Janeiro 2011
INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
DEPARTAMENTE DE ENSINO
Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
MONOGRAFIA
Água purificada: teste físico-químico e a viabilidade de análise em uma farmácia de pequeno porte.
Cybele Patti Silveira Marluz Aurélio Domingos
Sávio Miller Vaz
Rio de Janeiro 2011
Monografia submetida como requisito parcial para obtenção do certificado de conclusão do curso de Pós Graduação lato sensu em Homeopatia área Farmácia.
Silveira, Cybele Patti; Aurélio, Marluz Domingos; Vaz, Sávio Miller
Água purificada: teste físico-químico e viabilidade de análise em
uma farmácia de pequeno porte / Cybele Patti Silveira; Marluz
Domingos Aurélio; Sávio Miller Vaz. - Rio de Janeiro, RJ Instituto
Hahnemanniano do Brasil, 2011.
n° f: il. 28
Orientadora: Carmelinda Monteiro Costa Afonso
1. Água purificada 2. Controle de qualidade 3. Testes físico-químicos. I. Título
INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
MONOGRAFIA
Água purificada: teste físico-químico e a viabilidade de análise em uma farmácia de pequeno porte.
Cybele Patti Silveira Marluz Aurélio Domingos
Sávio Miller Vaz
MONOGRAFIA APROVADA EM: 03/12/2011
Instituto Hahnemanniano do Brasil
Carmelinda Monteiro Costa Afonso, MSc
Orieantadora/Coordenadora
AGRADECIMENTOS:
Agradecemos a Professora Carmem não somente pelo exemplo de
farmacêutica, de profissional da saúde e homeopata, mas, também por toda a
ajuda que nos deu por ter tido paciência e acreditado no nosso potencial até os
44 minutos do segundo tempo e pelo carinho.
Agradecemos também a Dimitília e Manoela que com seus
conhecimentos, presteza, carinho e paciência nos ajudaram a terminar essa
monografia.
Aos Nossos colegas da 18ª Turma de Farmácia Homeopática do Instituto
Hahnemanniano do Brasil, que se tornaram nossos amigos e que tornaram
nossos finais de semana mais proveitosos e agradáveis.
Aos Nossos Professores, que nos passaram parte de seus
conhecimentos, técnicos ou não, sobre a homeopatia, a farmácia e a vida.
Aos nossos cônjuges, filhos, pais, irmãos e amigos que não puderam
contar com a nossa presença nos finais de semana de aula, e mesmo assim
nos apoiaram e nos impulsionaram rumo ao crescimento profissional.
Agradecemos a Deus, pois sem ele nada seria possível. Ele nos colocou
no rumo certo, mesmo que às vezes não tenhamos entendido o caminho.
RESUMO
Este trabalho discute a viabilidade da realização do controle físico-químico
da água purificada em uma farmácia homeopática de pequeno porte,
considerando suas limitações e custos de forma que atenda às exigências
legais, garantindo assim um insumo inerte de qualidade para os devidos fins.
Foram descritos os tipos de água purificada, métodos de obtenção e análise.
Foram levantados valores, estes convertidos em salários mínimos atuais, dos
testes terceirizados, cotação dos reagentes para as soluções testes,
equipamentos e vidrarias, como também avaliadas as exigências quanto à
compra de alguns reagentes. A existência de um Kit de análise físico-química
para água purificada reúne características que vem de encontro à necessidade
das farmácias, não só as de pequeno porte, para a realização dos testes dentro
do próprio estabelecimento a custo baixo, com qualidade, dentro das
exigências legais e sem desperdícios de tempo e de reagentes.
Palavras-chave: água purificada; controle de qualidade.
LISTA DE ABREVIATURAS
ABFH Associação Brasileira de Farmacêuticos
Homeopatas
RDC Resolução de Diretoria Colegiada
F.H.B. Farmacopéia Homeopática Brasileira
S.M. Salário Mínimo
TOC Carbono orgânico total
SUMÁRIO
1.0 Introdução 10
2.0 Revisão Bibliográfica 11
2.1 Água Potável 11
2.2 Água purificada 12
2.3 Principais sistemas de purificação de água 12
2.3.1 Osmose reversa 12
2.3.2 Destilação 13
2.3.3 Troca Iônica 14
2.4 Testes físico-químicos necessários para obtenção de água
purificada
14
3.0 Metodologia 15
4.0 Resultados e discussão 16
5.0 Conclusão 20
10
1. Introdução
A água purifica utilizada em farmácias homeopáticas, é caracterizada
como um dos insumos inertes mais utilizados no preparo de medicamentos.
Esses insumos são descritos como veículos ou excipientes sem propriedades
farmacológicas ou terapêuticas, que serão incorporadas ao produto final, a fim
de obter o medicamento homeopático, para ser dispensado ao consumidor.
Serve também para ser utilizada na limpeza de vidrarias, preparo de soluções
reagentes, entre outras diversas aplicações (ABFH, 2007; BRASIL, 2007;
BRASIL, 2010; BRASIL, 2011).
A escolha de um método para purificação da água utilizada por farmácias
magistrais e homeopáticas é de extrema importância, visto que a água de
abastecimento (água potável) apresenta contaminantes orgânicos e
inorgânicos, além do custo agregado com o consumo de energia e de água
potável. Portanto, o monitoramento da água potável deve ser rotineiro, devendo
ser realizados testes físico-químicos e microbiológicos, a fim de garantir sua
qualidade. Tais análises são imprescindíveis, pois a água que será utilizada no
preparo das alcoolaturas e na manipulação das diversas formas farmacêuticas
é proveniente de água potável, tratada por um método que comprove sua
obtenção com as especificações farmacopéicas para água purificada (BRASIL,
2007; GIL, 2007).
Muitos fatores influenciam em sua qualidade, sendo o principal a
avaliação permanente do sistema purificador, que engloba procedimentos de
monitoramento, manutenção, limpeza, calibração entre outros procedimentos
(MACHADO 1992; OLIVEIRA e PELEGRINI, 2011), como orienta a norma
sanitária RDC 67/07, no capítulo especifico para obtenção de água purificada
(BRASIL, 2007).
Com a aprovação da RDC 33/2000, foi instituído um rígido controle de
qualidade nas farmácias magistrais com manipulação homeopática. Essa
norma, fixou que esses estabelecimentos implementassem o controle de
qualidade e a garantia da qualidade, exigindo pela primeira vez, que fosse
realizado o controle de qualidade da matéria-prima, incluindo também a água
purificada e potável (BRASIL, 2000). Esta resolução já foi revogada e
atualizada na RDC 67/2007. No critério da exigência de análise dos parâmetros
11
físico-químicos e microbiológicos para água purificada e potável, não houve
nenhuma mudança da primeira resolução para a atual (BRASIL, 2000; BRASIL,
2007).
Portanto, este trabalho pretende discutir a viabilidade da realização do
controle de qualidade da água purificada, considerando as limitações de uma
farmácia de pequeno porte. Não será discutido o controle microbiológico.
Como a escolha do tipo de água purificada é fator importante na
preparação de medicamentos homeopáticos, devemos aprofundar nosso
conhecimento à cerca dos métodos e aparelhos purificadores disponíveis, para
escolhermos de maneira correta, qual o método mais seguro, econômico, de
fácil manutenção e instalação, a fim de assegurar que a água purificada atenda
plenamente aos requisitos técnicos e científicos estabelecido pelo órgão
normativo competente.
2. Revisão Bibliográfica
2.1 Água Potável
É o ponto de partida para qualquer mecanismo de purificação de água,
para que possa ser utilizada como insumo inerte. É obtida de mananciais e
tratada por empresas públicas ou privadas de distribuição, devendo obedecer
às especificações de potabilidade (BRASIL, 2004; BRASIL, 2010).
Seu uso não é permitido para a manipulação de produtos farmacêuticos,
sendo utilizada na formulação de soluções sanitizantes, para ser empregada na
limpeza de pisos, paredes e outras estruturas físicas da farmácia (MORENO et
al, 2011).
Para ser considerada apropriada em farmácias homeopáticas, deve
apresentar resultados dentro das especificações dos seguintes testes: pH, cor
aparente, turbidez, cloro residual livre, sólidos totais dissolvidos, contagem total
de bactérias, coliformes totais, presença de Escherichia coli e coliformes
termorresistentes (BRASIL, 2007).
As análises microbiológicas e físico-químicas da água potável devem ser
realizadas, no mínimo a cada seis meses, para monitorar e garantir sua
qualidade (BRASIL, 2007).
12
2.2 Água Purificada
Objeto principal de nossa discussão, a água purificada é definida como
aquela obtida por destilação, bi destilação, desionização, osmose reversa ou
por outro procedimento que ateste as especificações contidas na monografia.
(ANSEL et al, 2000; BRASIL, 2010; BRASIL, 2011, ABFH, 2011).
A F.H.B. 3°ed. amplia esta definição incluindo que ela deve estar livre de
substâncias dissolvidas e que geralmente é usada na preparação de
medicamentos que não exijam esterilidade e nem apirogenia (BRASIL, 2011).
Para que seja garantida a obtenção de água purificada de qualidade, a
farmácia deve realizar o monitoramento, através de controle físico-químico e
microbiológico, no mínimo mensalmente, podendo terceirizar tal procedimento,
ou realizar sua própria análise, através de funcionário devidamente qualificado
e treinado (BRASIL, 2007).
2.3 Principais Sistemas de Purificação da Água
2.3.1 Osmose Reversa
Consiste em uma bomba que exerce uma pressão sobre a água, que
passa margeando a face interna de um núcleo que contém uma membrana
semipermeável. Uma parte da água que atravessa o sistema não é filtrada,
sendo denominada de concentrado (ANSEL, et al 2000; BRASIL, 2010). A
parte purificada apresenta eficiência na remoção de material particulado,
microbiológico, orgânico, material inorgânico dissolvido, material insolúvel e na
remoção de íons (FERREIRA, 2008; BRASIL, 2010).
Alguns parâmetros são importantes para que haja a obtenção de uma
água de qualidade por osmose reversa: pressão exercida ao longo da
membrana, pH, temperatura e o tipo de polímero da membrana, são fatores
que devem ser observados (VARGAS, 2003; BRASIL, 2010).
A denominação de osmose reversa é porque nesse sistema, a água de
abastecimento parte de uma solução mais concentrada para uma menos
concentrada em relação aos solutos (impurezas) dissolvidos na água potável
ou de rede (ANSEL et al, 2000).
13
É recomendável, a instalação de um sistema preliminar de purificação,
composto de carvão ativado que irá proteger o sistema de osmose reversa,
isso por que as membranas do aparelho podem sofrer danos devido a
presença de sais de cálcio, magnésio, cloro livre, ou outros agentes oxidantes
(BRASIL, 2010; FERREIRA, ?).
2.3.2 Destilação
É um método em que a água potável fica em contato com uma caldeira,
para ser evaporada, e depois retorna ao estado líquido por condensação
(FERREIRA, ?).
O processo de destilação é o método mais utilizado e indicado para
obtenção de água purificada, embora consuma uma quantidade elevada de
água potável e energia elétrica. Para cada litro de água destilada produzida,
são gastos 15 litros de água potável para o resfriamento, e 0,7 Kw de energia
elétrica. Outra característica do destilador, é que precisa de um monitoramento
constante de funcionários para sua adequada manutenção (MACHADO, 1992;
NEVES et al, 1998; TAVARES et al, 2004).
Outro fator relevante para a obtenção de água destilada de qualidade, é
que seja descartado os 20 primeiros minutos de destilado, após o aparelho ter
ficado sem uso por um certo período de tempo, como por exemplo um final de
semana, visto que a água que fica retida no destilador propicia a proliferação
microbiológica (MACHADO, 1992).
A qualidade da água potável de alimentação do destilador deve ser
sempre monitorada, pois elevadas concentrações de silicatos é fator
determinante quando se utiliza um sistema com evaporação. O destilador
elimina quase que totalmente sólidos inorgânicos, compostos orgânicos com
ponto de ebulição superior a 100°C, bactérias e pirogênios. Porém, pode
carregar durante a evaporação impurezas orgânicas, especialmente
trihalometanos; gases dissolvidos na água, como dióxido de carbono e amônia;
e não retira íons sólidos dissolvidos (MACHADO, 1992; BRASIL, 2010;
FERREIRA, ?).
14
2.3.3 Troca Iônica (Deionização ou Desmineralização)
É um método que utiliza resinas sintéticas, fenólicas polimerizadas,
carboxílicas, aminas ou sulfonadas, não hidrossolúveis e de alto peso
molecular, por onde há a passagem da água potável por colunas trocadoras de
cátions e ânions. As resinas utilizadas nesse método, são de dois tipos: (1)
catiônicas, trocadoras de cátions ou também chamadas de ácidas; (2)
aniônicas, básicas ou trocadoras de ânions. As catiônicas retêem os cátions
(Ca++, Mg++, Na+, etc.) da água potável e liberam o íon H+ da resina. Já as
aniônicas retiram ânions (Cl-, SO4, CO3, HCO3, sílica e NO3) e liberam OH-
(ANSEL et al, 2000; FERREIRA, 2008; BRASIL, 2010).
Para que haja obtenção de água de alta pureza, os dois sistemas de
resinas devem funcionar simultaneamente e com a utilização de membranas
semipermeáveis. Deve haver também, a aplicação de um campo elétrico, para
que os íons sejam eliminados de forma contínua (BRASIL, 2010).
Esse processo elimina da água de abastecimento sais inorgânicos
dissolvidos e gases ionizados dissolvidos. Porém, não é efetivo para a
eliminação de material orgânico dissolvido, material particulado, bactérias e
pirogênios. Para a correção da pureza é necessário o uso de pré-filtros de
carvão ativado para a eliminação das partículas e lâmpada U.V. (ultravioleta)
para os microorganismos (FERREIRA, 2008; BRASIL, 2010).
2.4 Testes físico-químicos necessários para obtenção de água purificada.
I) Características físicas: teste simples e direto, que detecta visualmente
possíveis contaminantes e se a amostra é inodora (BRASIL, 2011).
II) Acidez ou alcalinidade: teste colorimétrico indicativo da faixa de acidez ou
alcalinidade que a amostra se encontra. O dióxido de carbono da atmosfera se
dissolve na água, resultando em uma amostra ácida, daí obrigatoriedade da
água purificada ser utilizada em um período de 24 horas (BRASIL, 2007;
MORENO et al, 2011).
III) Substâncias oxidáveis: indicativo de presença de matéria orgânica, podendo
ser de produtos utilizados na agricultura, como pesticidas organoclorados,
15
herbicidas e solventes halogenados ou presença de microorganismos,
formando um biofilme (MORENO et al, 2011).
IV) Condutividade da água: utilizada para a detecção da presença de íons na
água, podendo comprometer sua utilização (BRASIL, 2011).
V) Carbono orgânico total: teste de medição indireta das moléculas orgânicas
presentes na água farmacêutica medida através de carbono. As moléculas
orgânicas são intr
sistema de purificação e distribuição, crescimento de biofilme no sistema,
comprometendo a pureza da água (ANFARMAG, 2009).
VI) Amônia, cloretos e sulfato: presença de sais dissolvidos, demonstrado uma
ineficaz remoção dessas substâncias pelos sistemas de purificação de água
potável (MORENO et al, 2011).
VII) Cálcio e magnésio: ensaio mostra de forma indireta a dureza da água, que
é a denominação genérica da soma das concentrações dos íons de metais
polivalentes presentes na água, como: cálcio (Ca+2), magnésio (Mg+2),ferro
(Fe+2/Fe+3), alumínio (Al+3), manganês (Mn+2) . P “ ”
tem significado restrito, referindo-se apenas à presença dos íons Ca+2 e Mg+2.
D “ l” c p à c lc c
magnesiana. A presença além do permitido destes íons acarreta a formação de
micro crostas no sistema de purificação devido à dureza da água potável
(ANFARMAG, 2009).
VIII) Nitratos: amostra de água com nitratos acima da concentração permitida
(0,2 ppm) indica possivelmente presença de resíduo de produto de limpeza ou
contaminação microbiana (ANFARMAG, 2009).
3. Metodologia
Foram consultados valores cobrados por 3 laboratórios que realizam as
análises físico-químicas, porém, o que apresentou menor valor não foi
considerado, pois fica situado em outro estado. Então, ficou estabelecido que a
escolha do laboratório seria o que ficasse situado na região do grande Rio e
que apresentasse o valor mais acessível.
Cotação de 1 empresa fornecedora de vidrarias localizada na cidade de
São Paulo, 2 de reagentes situadas no Rio de Janeiro, e 2 de equipamentos
16
com representantes no Rio de Janeiro, para a realização dos testes, sendo a
escolha, sempre o de valor mais baixo, e exigindo o mínimo necessário para
que sejam realizados todos os testes (ANEXO B e ANEXO C).
Não foi realizada a qualificação dos fornecedores de vidrarias e
reagentes, conforme estabelece a RDC 67/2007, porém, as escolhas dos
reagentes foram feitas obedecendo ao grau de pureza (P.A.) especificado pelo
fornecedor.
A discussão baseou-se nos ensaios propostos na última e penúltima
edição da Farmacopéia Brasileira, sendo utilizado como padrão de análise de
comparação os laudos recentes de duas farmácias homeopáticas, que
terceirizam suas análises em diferentes laboratórios (ANEXO D e ANEXO E).
Os preços dos equipamentos, reagentes, vidrarias e das análises
realizadas pelos laboratórios, foram convertidos em valores de salário mínimo
(S.M.) nacional atual, parâmetro também aplicado nos cálculos dos valores de
produtos e serviços.
Equipamentos comuns a mais de um ensaio terão seu valor dividido entre
eles. São utilizados para os testes de acidez ou alcalinidade e substâncias
oxidáveis.
- pipeta automática variável de 20µl-200µl
- ponteira das pipetas
- fogareiro elétrico
Foi analisada a viabilidade na utilização de um Kit de análise físico-
química para água purificada existente no mercado, que tem como objetivo
facilitar as farmácias quanto à aquisição dos reagentes com volumes
fracionados e já diluídos para um número pré-determinado de análises,
evitando assim desperdícios e despesas com descarte.
4. Resultados e discussão
Durante os estudos para a elaboração dessa monografia, foi utilizada
como referência a Farmacopéia Homeopática Brasileira 3ª edição, que nos
ensaios de pureza para água purificada, não descreveu de forma clara, se o
teste para identificação de substâncias oxidáveis, era válido para a eliminação
do teste de carbono orgânico total (TOC), assim como se os testes de amônio,
17
cálcio e magnésio, cloretos, nitratos e sulfatos são válidos como alternativa ao
teste de condutividade.
Então, foi consultada a Farmacopéia Brasileira 5ª edição, que estabelece
que a água purificada deve ser caracterizada no mínimo, pelo ensaio de
condutividade e TOC para testes físico-químicos. Neste mesmo capítulo do
texto diz que este tema não se esgota e ele não tem o propósito de substituir
monografias, legislação ou outro documento oficial e que a maior preocupação
é quanto à obtenção e uso de uma água purificada de qualidade (BRASIL,
2010).
Porém, a ABFH lançou uma nota, afirmando que o teste de substâncias
oxidáveis, seria um método alternativo ao TOC (ABFH, 2011), e foi observado
através de relatórios de ensaio de 2 laboratórios distintos, que nenhum
apresenta o teste de TOC nos laudos (ANEXO D e ANEXO E).
Tabela 1: custos dos reagentes e aparelhos, conforme ensaios F.H.B. 3°edição
TESTES CUSTOS REAGENTES E/OU
EQUIPAMENTOS
Características físicas -
Acidez ou alcalinidade 0,192 S.M. (Reagentes + acessórios)
Carbono orgânico total 84,7 (Aparelho)
Substâncias oxidáveis 2,78 S.M. (Reagentes + acessórios)
Condutividade 3,08 S.M. (Condutivímetro de
bancada)
Amônio, cálcio e magnésio, cloretos,
nitratos e sulfatos
2,5 S.M. (Reagentes) + 2,98 S.M.
(banho Maria)
Quadro 1: custos vidrarias
TESTES CUSTOS VIDRARIAS
Características físicas, acidez ou alcalinidade,
substâncias oxidáveis e condutividade.
0,172 S.M.
18
A tabela 1 nos mostra, que o aparelho utilizado para a realização do teste
de Carbono Orgânico Total, é muito caro, e tem que ser destacado que a
manutenção que envolve sua calibração anual, através de contrato com uma
empresa especializada, está em torno de 11 salários mínimos, o que torna a
compra desse equipamento inviável e desnecessária para uma farmácia
homeopática de pequeno porte.
O teste alternativo de substâncias oxidáveis mostra-se muito viável, para
valores de reagentes e vidrarias. Observar, que esse teste utiliza chapa
aquecedora, sendo nessa monografia, substituída por um fogareiro elétrico,
que é um equipamento constituído por um sistema de resistência, que
apresenta valor mais barato e não influencia no resultado final do teste. Porém
é necessário capela de exaustão para a manipulação do ácido sulfúrico, que é
um equipamento de custo maior e responsável por elevar o valor do teste.
No quadro 1, decidiu-se agrupar os valores das vidrarias em uma única
cotação para os testes mais viáveis, visto que os valores são muito baixos.
Não foi realizada a cotação das vidrarias dos testes que podem ser
substituídos pelo condutivímetro, pois esses ensaios já se mostraram inviáveis
somente pela cotação e dificuldade de encontrar e adquirir alguns dos
reagentes necessários, e também devido à obrigatoriedade de licenças
especiais, como Polícia Federal e Ministério do Exército para aquisição de
alguns reagentes.
O somatório do valor dos reagentes necessários para a realização dos
testes de amônio, cálcio e magnésio, cloretos, sulfatos e nitratos é muito
elevado e, além disso, não foi encontrado ácido sulfúrico livre de nitrogênio
para compra, que é utilizado no teste para nitratos. Nesse mesmo teste, há a
necessidade de banho maria em temperatura controlada a 50°C, e o preço
desse aparelho é muito alto. No teste para amônio, também não foi encontrado
um padrão de água isenta de amônia.
Então, nesse caso, é mais indicada a compra de um condutivímetro, que é
o teste alternativo que substitui todos os citados no parágrafo anterior, visto
que não necessita da aquisição de reagentes, e a vidraria utilizada é de baixo
custo.
19
Tabela 2: custo anual das análises em laboratórios terceirizados
Laboratórios Custo anual em salário mínimo
Laboratório 1 (laboratório escolhido) 1,01 S.M. (Rio de Janeiro)
Laboratório 2 0,08 S.M. (Juiz de Fora)
Laboratório 3 0,138 S.M. (Rio de Janeiro)
Como pode ser observado na tabela 2, o custo anual das análises feitas
por laboratórios terceirizados não são altos, visto que o pagamento a essas
empresas é feito mensalmente, e vale ressaltar que nessa opção não há
necessidade por parte da farmácia da realização de compra de reagentes e
vidrarias.
Quadro 2: Custo total de vidrarias, condutivímetro, acessórios e reagentes necessários
para os testes de características físicas, acidez ou alcalinidade, substâncias oxidáveis e
condutividade da água.
Custo total Valor em salário mínimo = 6,0 S.M.
Observando o quadro 2, percebe-se que o custo para se equipar um
laboratório de controle de qualidade na farmácia é expressivo, visto que o valor
descrito inclui vidrarias, equipamentos que exigem gasto com calibração e
manutenção, reagentes onde há a despesa com a reposição do estoque,
preocupação com a qualificação dos fornecedores e o descarte de prováveis
resíduos.
Quadro 3: Custo do Kit em salário mínimo atual + condutividade para 24 análises
Custo do Kit Teste de análise de condutividade Total
0,48 S.M. 0,44 S.M. 0,92 S.M.
A utilização do Kit de análise físico-química para água purificada, testado
e aprovado pela ABFH e aceito pela ANVISA conforme consta nas orientações
impressas pelo fabricante, oferece o teste de acidez ou alcalinidade e
substâncias oxidáveis, ficando à cargo da farmácia terceirizar o teste da
condutividade. A decisão da comercialização destes dois testes
especificamente foi acordada entre o laboratório que se propôs a criar o Kit,
20
com orientação da ANVISA e com aval da Comissão da Farmacopéia
Homeopática Brasileira 3ª edição dando assim segurança aos usuários do Kit.
Como vantagens verifica-se a economia quanto à compra dos reagentes,
que chegam no kit já diluídos nas soluções reagentes em quantidade exata
para 24 análises, sem desperdícios, sem necessidade de descarte de resíduos
quando há sobras, da qualificação de fornecedores de reagentes químicos e de
capela exaustora necessária no momento do preparo das soluções com
reagentes tóxicos e corrosivos. Isso demonstra ser viável financeiramente e
qualitativamente (tabela 5) ainda com bula informativa do passo-a-passo, com
toda a descrição das soluções reagentes, com prazo de validade adequado ao
tempo de uso e com suporte técnico à disposição da farmácia.
5. Conclusão
Concluímos com este estudo não ser vantajoso fazer a análise da água
purificada no laboratório da farmácia de pequeno porte adquirindo os
equipamentos, reagentes e aparelhos. Economicamente sugere-se o uso do kit
de análise para água purificada, terceirizando somente o teste da
condutividade. Este procedimento atende à legislação vigente com segurança e
economia, garantindo uma água purificada de qualidade e própria para uso na
farmácia homeopática.
21
REFERÊNCIAS
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dos aspectos técnicos e práticos das preparações homeopáticas, 4° ed.
Curitiba, 2007.
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29/11/2011.
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http://www.anfarmag.org.br/documentos/Informe_tecnico_agua_purificada.pdf
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ANVISA. Resolução de Diretoria Colegiada nº 33, de 19 de abril de 2000.
Aprova o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de
Medicamentos.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria n°
518, 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades
relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e
seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução de
Diretoria Colegiada (RDC) 67, de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre as Boas
Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso
Humano em Farmácias.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Farmacopéia
Brasileira, 5° ed. Brasília 2010.
22
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopéia Homeopática
Brasileira, 3° ed. Brasília 2011.
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pt.scribd.com/doc/53587074/Água-na-Farmacia. Acesso em: 02 de novembro
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FERREIRA, A.O. Guia Prático da Farmácia Magistral. São Paulo:
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farmacêutica. Revista Saúde e Biologia, v. 6, n. 1, p. 36-42, jan./abr. 2011.
TAVARES, G. A. et al Implantação de uma estação de produção de água
desionizada para uso nos laboratórios do CENA/USP empregando resinas de
troca-iônica. Revista Analytica, n° 10, abr./mai 2004.
23
VARGAS, G. M. R. Investigação de Alguns Parâmetros Operacionais e de
Rejuvenescimento na Performance do Processo de Osmose Reversa.
2003. 141 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Departamento
de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre. 2003.
24
ANEXO A – reagentes necessários conforme F.H.B. 3 °ed.
Características físicas: não necessita de reagentes
Acidez ou alcalinidade: vermelho de metila SI e azul de bromotimol SI
Substâncias oxidáveis: ácido sulfúrico M e permanganato de potássio 0,02 M
Condutividade: aparelho denominado condutivímetro
Carbono orgânico total: aparelho específico
Amônio: iodeto de potássio mercúrio alcalino SR1, solução padrão de amônio
(1ppm NH4) e água isenta de amônia
Cálcio e magnésio: tampão de cloreto de amônio pH 10,0, negro de eriocromo
T SI e edetato dissódico 0,05 M
Cloretos: ácido nítrico SR e nitrato de prata 0,1 M
Nitratos: Cloreto de potássio 10% (p/v), solução de difenilanina 0,1% (p/v),
ácido sulfúrico livre de nitrogênio, solução padrão de nitrato (2 ppm NO3) e
água livre de nitrato
Sulfatos: Ácido clorídrico 2 M e cloreto de bário 6,1% (p/v)
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ANEXO B – produtos cotados para fazer todas as soluções reagentes e
indicadoras dos testes físico-químicos
vermelho de metila P.A. ACS 25g
hidróxido de sódio P.A. 250g
azul de bromotimol P.A. ACS 5g
ácido sulfúrico P.A. 1L
permanganato de potássio 0,02 M
iodeto de potássio P.A. 100g
iodeto de mercúrio (II) P.A. 25g
solução padrão de amônio (1ppm NH4) 500 mL
água isenta de amônia (não foi achado)
solução tampão de amônio pH 10,0 1L
preto de eriocromo T P.A. 25g
cloridrato de hidroxilamina P.A. 250g
metanol P.A. 1L
edetado dissódico 0,05 M 1L
ácido nítrico 65% P.A.
nitrato de prata P.A. 25g
solução de difenilamina 0,1% (p/v) 1L
solução padrão de nitrato (2 ppm NO3) 500 mL
ácido sulfúrico livre de nitrogênio (não foi achado)
água livre de nitrato (não foi achado)
cloreto de potássio P.A. 500g
ácido clorídrico 2 M 1L
cloreto de bário 6,1% (p/v) 1L
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ANEXO C – vidrarias e acessórios cotados
tubo de ensaio de vidro neutro 10X100 mm
beckers graduados 20ml, 100mL, 150ml
micropipeta automática volume variável 20-200 µl
ponteiras da micropipeta
provetas graduadas 5ml, 10ml, 50ml
fogareiro elétrico
banho maria
capela de exaustão