instituto federal de educaÇÃo, ciÊncia e tecnologia de...

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS CÂMPUS GOIÂNIA BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA AVALIAÇÃO DA SUPERFÍCIE E DA PERDA DE MASSA DE STENTS CORONÁRIOS ELETROPOLIDOS UTILIZANDO PLANEJAMENTO FATORIAL LARA INÁCIO DE MORAIS PROF. DR. ILDEU LÚCIO SIQUEIRA ORIENTADOR PROF. DR. LUIZ CARLOS DA SILVA CO-ORIENTADOR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Goiânia, JULHO/2015

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

GOIÁS

CÂMPUS GOIÂNIA

BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

AVALIAÇÃO DA SUPERFÍCIE E DA PERDA DE MASSA DE

STENTS CORONÁRIOS ELETROPOLIDOS UTILIZANDO

PLANEJAMENTO FATORIAL

LARA INÁCIO DE MORAIS

PROF. DR. ILDEU LÚCIO SIQUEIRA – ORIENTADOR

PROF. DR. LUIZ CARLOS DA SILVA – CO-ORIENTADOR

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Goiânia, JULHO/2015

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS

CÂMPUS GOIÂNIA

DEPARTAMENTO DAS ÁREAS ACADÊMICAS IV

COORDENAÇÃO DE MECÂNICA

AVALIAÇÃO DA SUPERFÍCIE E DA PERDA DE MASSA DE STENTS

CORONÁRIOS ELETROPOLIDOS UTILIZANDO PLANEJAMENTO FATORIAL

LARA INÁCIO DE MORAIS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SUBMETIDO AO DEPARTAMENTO IV,

COORDENAÇÃO DE MECÂNICA DO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS,

COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

MECÂNICA.

APROVADA POR:

_______________________________________

ILDEU LÚCIO SIQUEIRA, Prof. Dr., IFG.

(ORIENTADOR).

________________________________________

LUIZ CARLOS DA SILVA, Prof. Dr., IFG.

(CO-ORIENTADOR).

________________________________________

SEBASTIÃO GONÇALVES LIMA JUNIOR, Prof. Me., IFG.

(EXAMINADOR INTERNO).

GOIÂNIA, 08 de julho de 2015.

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iii

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MORAIS, L. I., Análise da superfície e da perda de massa de stents coronários

eletropolidos utilizando planejamento fatorial. Trabalho de Conclusão de Curso,

Departamento de Engenharia Mecânica, Instituto Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, 60p.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR:

Lara Inácio de Morais

TÍTULO DA MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO: Análise da superfície e da

perda de massa de stents coronários eletropolidos utilizando planejamento fatorial.

GRADUAÇÃO/2015.

É concedida ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnológica de Goiás permissão

para reproduzir cópias deste Trabalho de Conclusão de Curso e para emprestar ou vender

tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros

direitos de publicação e nenhuma parte deste trabalho pode ser reproduzida sem a

autorização por escrito do autor.

________________________________________

Lara Inácio de Morais

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iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e ao Universo, que conspiram para o

acontecimento de eventos extraordinários na vida dos que se empenham em um ideal.

Agradeço ao IFG e a Coordenação de Mecânica pela excelente oportunidade de

ensino e pelas estruturas cedidas para reuniões e estudos.

Aos professores e mestres incentivadores Ildeu e Luiz Carlos pelo apoio e

orientação.

Em especial à Scitech Produtos Médicos e aos engenheiros Luciano e Hugo pela

disponibilização de tempo, material e processos cedidos na empresa.

Agradeço a minha querida mãe Aparecida e amada avó Margarida pelo carinho e

esforço que dedicaram em todas as horas, além da compreensão e apoio quando mais

precisei.

Por fim, agradeço a todos que direta e indiretamente influenciaram no

desenvolvimento deste trabalho.

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v

“O mais comum é ver pessoas tentando

mudar o passado, mas na verdade temos

todos os dias chances para mudar o futuro. A

grandeza das nossas ações refletem as mais

simples pequenas grandes atitudes que temos

ao nos depararmos com casualidades”.

Lara Inácio de Morais.

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vi

RESUMO

Hoje são conhecidas várias doenças cardiovasculares e algumas são tratadas com

base na desobstrução de artérias e outras vias periféricas por meio da aplicação de um

balão acompanhado de um stent na região obstruída. Stents são pequenos cilindros de tela

metálica capazes de se alinhar às paredes dos vasos sanguíneos assim que são expandidos

pelo balão. O uso dessas próteses coronárias vem se expandindo em uso clínico, uma vez

que a cirurgia desempenhada para tratamento de tais doenças é minimamente invasiva e

garante menos risco de restenose (fechamento do vaso após implantação do stent). Durante

a produção de stents ocorre uma etapa muito importante para dar o acabamento adequado à

superfície do mesmo, que deve ser lisa e espelhada para garantir sua estabilidade e

biocompatibilidade, chamada eletropolimento. Esse processo possui vários parâmetros de

controle que influenciam na superfície e massa finais do stent. O conhecimento dessa

influência promove melhor entendimento de cada parâmetro na qualidade superficial e na

perda de massa do stent durante o eletropolimento. Uma ferramenta para analisar

adequadamente a capacidade de influência de cada parâmetro em um processo é o

planejamento fatorial que facilita a obtenção da composição de testes para posterior

verificação de seus resultados. Esse trabalho foi desenvolvido em parceria com a empresa

Scitech Produtos Médicos e visou analisar a superfície externa de stents e sua perda de

massa após serem eletropolidos utilizando a variação de quatro parâmetros desse processo,

com base em planejamento fatorial para montagem dos testes e verificação da influência de

cada variável durante sua reprodução. Os resultados mostraram que a corrente, tempo de

ciclo e número de ciclos influenciam de maneira a melhorar o acabamento e aumentar a

perda de massa do stent quando seus níveis são alterados do mínimo para o máximo. Tais

resultados também servem para abranger conhecimentos nos níveis acadêmico e industrial

sobre processo não convencional de acabamento superficial aliado à análise estatística de

variáveis de um processo.

Palavras chave: Stent; Eletropolimento; Planejamento Fatorial; Co-Cr (L605).

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vii

ABSTRACT

Nowadays are known many cardiovascular diseases and some of them are treated

based on unblocking arteries and other peripheral routes through the application of a

balloon together with a stent in the occluded region. Stents are small cylinders of “woven

metal wire” able to align itself to the walls of blood vessels are expanded so that the

balloon. The use of these coronary prostheses has been expanding in clinical use, once the

surgery performed to treat diseases such as minimally invasive and ensures less risk of

restenosis. During the production of stents is a very important step to give the appropriate

finish to the surface thereof, which should be smooth and mirror to ensure its stability and

biocompatibility, called electropolishing. This process has a number of control parameters

that influence the final surface and mass of the stent. The knowledge of this influence

promotes better understanding of each parameter in the surface quality and the mass loss of

the stent during electropolishing. A tool to properly analyze the ability of influence of each

parameter in the process is the factorial design that facilitates obtaining the composition of

tests for further verification results. This work was developed in partnership with Scitech

Medical Devices and analyzes the outer surface of stents and their weight loss after being

electropolished using a four-parameter variation of this process, based on factorial design

for mounting the testing and verification of the influence of each variable. The results

show that the current, cycle time and number of cycles improves the outer surface and

mass loss when its levels are changed to the minimal level for the maximum level. These

results also serve to cover knowledge in the academic and industrial levels on

unconventional process of surface finish combined with statistical analysis of variables of a

process.

Keywords: Stent, Electropolishing, Factorial Design; Co-Cr (L605).

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………. 1

1.1 Visão Geral……………………………………………………………………….. 1

1.2 Definição do problema e objetivos……………………………………………….. 3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA…………………………………………………….. 6

2.1 Biomateriais………………………………………………………………………. 6

2.2 Biomateriais metálicos …………………………………………………………... 7

2.3 Aço Inoxidável……………………………………………………………………. 7

2.4 Liga Co-Cr (L605)………………………………………………….…………….. 8

2.5 Angioplastia e Stents Coronários…………………………………………………. 9

2.6 Eletropolimento…………………………………………………………………... 11

2.7 Planejamento fatorial……………………………………………………………... 12

2.8 Planejamento Fatorial 2k………………………………………………………… 14

2.9 Análise de resultados……………………………………………………………... 15

3. METODOLOGIA....……………………………………………………………….. 17

3.1 Testes preliminares……………………………………………………………….. 17

3.2 Preparação dos corpos de prova…………………………………………………. 21

3.3 Medições preliminares..................………………………………………………… 24

3.4 Testes finais de eletropolimento............................................................................... 26

3.5 Tratamento dos dados no Scilab............................................................................... 27

3.6 Estruturação da matriz de contraste para planejamento 24...................................... 28

3.7 Realização dos ensaios de eletropolimento..............................................................

29

4. RESULTADOS 31

4.1 Resultados da análise visual, dimensional e de perda de massa.......………...…… 31

4.2 Resultados dos dados no Scilab.....................................………………………….. 35

5. CONCLUSÕES……………………………………………………………………. 46

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA………………………………………………........ 49

APÊNDICE......................................................................................................................... 53

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 – Procedimento de Angioplastia Coronariana ilustrado de forma simplificada 9

Figura 2.2 – Stent de NiTi e forma como o stent deixa o cateter se expandindo à medida

que é liberado....................................................................................................................... 10

Figura 2.3 – Stent expansível por balão e posicionamento no interior da artéria

bloqueada por gordura ........................................................................................ 11

Figura 2.4 – Processo de eletropolimento.......................................................................... 12

Figura 2.5– Modelo geral de um sistema de transformação............................................... 13

Figura 3.1 – Máquina de eletropolimento............................................................................ 18

Figura 3.2 – Representação do sistema de transformação realizado neste trabalho ........... 18

Figura 3.3 – Torre do eletrodo que sustenta o stent.......…................................................. 20

Figura 3.4 – Corte a laser dos stents...................…............................................................. 21

Figura 3.5 – Stent após processo de corte a laser................................................................ 22

Figura 3.6 – Banho ultrassônico utilizado para processo de decapagem ácida.................. 22

Figura 3.7 – Stent após processo de decapagem ácida........................................................ 23

Figura 3.8 – Forno para tratamento térmico de stent.......................................................... 24

Figura 3.9 – Stent no projetor de perfil............…................................................................ 25

Figura 3.10 – Balança de precisão utilizada para aferição do peso dos stents.................... 26

Figura 4.1 – Superfície com polimento ruim (ponderação 1)……………………….......... 32

Figura 4.2 – Superfície com polimento intermediário (ponderação 3)……………........... 32

Figura 4.3 – Superfície com polimento adequado (ponderação 5)…………………......... 33

Figura 4.4 – Influência da corrente, tempo de ciclo, número de ciclos e velocidade de

translação na análise visual………………………………………………………............. 42

Figura 4.5 – Influência da corrente, tempo de ciclo, número de ciclos e velocidade de

translação na análise dimensional……………………………………………….. ............ 43

Figura 4.6 – Influência da corrente, tempo de ciclo, número de ciclos e velocidade de

translação na análise da perda de massa…………………………………………............. 44

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1 – Matriz de testes para um planejamento 2³............................................... 15

Tabela 2.2 – Interação entre três fatores de um experimento 2³.................................. 16

Tabela 3.1 – Codificação para a matriz de planejamento …....................................... 19

Tabela 3.2 – Matriz de planejamento………………………………………………... 27

Tabela 3.3 – Matriz contraste com efeitos principais e interações entre os

parâmetros…………………………………………………………............................ 28

Tabela 3.4 – Ordem dos ensaios……………………………………………………... 30

Tabela 4.1 – Resultado da análise visual…………………………………………….. 34

Tabela 4.2 – Resultados de diminuição de espessura e perda de massa dos stents

eletropolidos………………………………………………………………………..... 35

Tabela 4.3 – Significância dos efeitos……………………………………………….. 37

Tabela 4.2 – Índices para estimativa do modelo matemático para cada saída

analisada ……………………………………………………………………………... 40

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LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAÇÕES

ACTP – Angioplastia Coronária Transluminal Percutânea

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

bn – Índices do modelo matemático para análise visual

C – Corrente elétrica

dn – Índices do modelo matemático para análise dimensional

pn – Índices do modelo matemático para análise de perda de massa

TC – Tempo de ciclo

NC – Número de ciclos

VT – Velocidade de translação

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta uma breve introdução ao cenário geral do objeto em estudo,

suas características mais relevantes e algumas considerações importantes para investigação

e desenvolvimento de suas aplicações.

1.1 – Visão Geral

As doenças cardiovasculares constituem-se na principal causa de morte em países

como Estados Unidos e Brasil, com taxas de 27% e 32%, respectivamente. No início da

década de 90, as doenças do coração eram tratadas somente através de um método

altamente invasivo. Este método consistia na execução de uma cirurgia para implantação

de uma ponte de safena, ou seja, este vaso sanguíneo obstruído era substituído por outro

saudável. Este procedimento oferece ao paciente um elevado risco na própria prática da

cirurgia e no período pós-operatório, levando em conta ainda a alta probabilidade de

rejeição do vaso implantado (ABELIN, 2009; ARAÚJO, 2007).

Há mais de um século atrás, um dentista inglês chamado Charles Stent idealizou um

material dentário para moldagem, que mais tarde foi utilizado como suporte para tecidos

vivos em cicatrização. Em 1964, Dotter e Judkins descreveram o primeiro procedimento de

angioplastia com o uso de um cateter de dilatação em circulação periférica, antevendo sua

utilização em circulação coronária. Em 1977, na Suíça, Andréas Gruentzig, um jovem

médico alemão, que trabalhava em um hospital universitário em Zurique, desenvolveu um

cateter de dilatação com dupla luz (cateter de duas vias) e um balão composto de uma

material não-elástico, utilizando-os com sucesso em artérias femorais. Ainda neste ano,

Gruentzig realizou a primeira Angioplastia Coronária Transluminal Percutânea (ACTP) em

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um homem, expandindo sua utilização para artérias coronárias, o que deu um grande

estímulo à cardiologia invasiva e ao intervencionismo (ARAÚJO, 2007).

O implante de stents para tratamento da obstrução coronariana aumentou a

segurança dessa intervenção cirúrgica, mostrando-se eficiente para a resolução do

problema a médio prazo. A maior aceitação do uso de stents como modalidade primária

para o tratamento percutâneo da doença aterosclerótica coronária ampliou suas aplicações

para lesões de maior complexidade. Associado ao crescimento tecnológico promoveu

resposta imediata da indústria, levando ao desenvolvimento de uma grande variedade de

modelos de stents vasculares, com desenhos e características inovadoras, tornando-se a

modalidade dominante de intervenção coronária percutânea em todo o mundo (CHAMIÉ,

2009; COSTELLA, 2010).

A maioria dos stents coronários testados clinicamente é confeccionada a partir de

ligas metálicas, sendo o aço inoxidável a mais frequentemente utilizada. O aço é

predominantemente composto de ferro, que é biologicamente inerte, mas também contém

cerca de 12% de níquel e 2% de molibdênio, substâncias que, em indivíduos alérgicos,

podem contribuir para aumento do risco de reestenose intrastent. Ligas de cromo-cobalto

permitiram a confecção de stents com hastes mais finas sem ocasionar prejuízo a sua

radiopacidade e força radial. Características da superfície do stent também podem ter

influência no desempenho dessas próteses (CHAMIÉ, 2009).

No Brasil, até meados de 2009, estavam registrados na Agencia Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) cerca de 108 stents para modelo de uso clínico, nenhum

preenchendo os critérios de “stent ideal” mas muitos em constante evolução. Entre as

características desejáveis para stents estão alta flexibilidade longitudinal, elasticidade

radial, radiopacidade, mínimo encruamento após a implantação, fácil resgate para o caso

de falha na implantação, entre outros. Além disso, a existência de uma superfície pouco

trombogênica, que retarde o crescimento do tecido arterial ao redor do implante, é

fundamental para o desempenho adequado dessas endoproteses. Nesse sentido, a realização

de um bom tratamento de superfície, que resulte em baixa rugosidade, é fundamental para

redução dos riscos inerentes a essa intervenção. A bioestabilidade dos stents é obtida por

processos de acabamento de superfície apropriados, tais como, eletropolimento e

passivação ácida (COSTELLA, 2010).

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3

O acabamento final de uma superfície metálica submetida a um processo de

eletropolimento depende das condições predominantes de distribuição de corrente e,

portanto, de parâmetros geométricos, elétricos e hidrodinâmicos (VEROLI, 2011). Os

parâmetros empregados no processo de eletropolimento devem ser otimizados de forma a

se obter os melhores resultados possíveis.

A otimização do processo depende de um bom planejamento de testes para

investigação do mesmo. Para tal investigação, o procedimento geral é formular hipóteses e

verificá-las diretamente ou por suas consequências. Para isto é preciso um conjunto de

observações e o planejamento de experimentos é então essencial para indicar o esquema

sob o qual as hipóteses possam ser verificadas. As hipóteses são verificadas com a

utilização de métodos de análise estatística que dependem da maneira sob a qual as

observações foram obtidas. Portanto, planejamento de experimentos e análise dos

resultados estão intimamente ligados e devem ser utilizadas em sequência nas pesquisas

científicas das diversas áreas do conhecimento (MARINHO, 2005).

Diante da importância dos stents, faz-se necessária a investigação dos processos

envolvidos em sua fabricação, como é o caso do eletropolimento. Seu estudo depende de

um bom planejamento de testes para que os parâmetros do processo sejam analisados e as

hipóteses sob suas influências sejam compreendidas. Os resultados obtidos nos ensaios

direcionados pelo planejamento fatorial servem de base para melhor entendimento do

processo de eletropolimento para aplicação em stents de Co-Cr e também em posteriores

estudos sobre o assunto.

1.2 – Definição do problema e objetivos

Nos processos de fabricação das indústrias existem vários fatores e níveis de

regulagens que influenciam as características de qualidade dos produtos e um problema

comum encontrado pelas empresas ao realizar experimentos é a necessidade de estudar

simultaneamente o efeito desses fatores com diferentes níveis de regulagem.

O processo de eletropolimento de stents, por exemplo, depende de múltiplas

variáveis que influenciam direta ou indiretamente no acabamento final da superfície. O

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ajuste dessas variáveis (parâmetros) deve ser definido de forma a se compreender o efeito

de cada uma durante o processo, tendo em vista que disposições geométricas do

equipamento também influenciam no resultado. A melhor combinação dos parâmetros

deve ser aquela que adeque o material (stent) às especificações de integridade superficial e

tolerância dimensional.

Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é:

Avaliar a superfície externa de stents, visualmente e dimensionalmente, e sua

consequente perda de massa após o processo de eletropolimento, utilizando

planejamento fatorial como ferramenta para determinação da influência dos

parâmetros dos testes.

Os objetivos específicos são:

Preparar os stents de Co-Cr para realização dos testes;

Realizar medição da espessura dos stents e aferição de peso dos mesmos;

Montar o planejamento fatorial para realização dos testes;

Ajustar o equipamento de eletropolimento (corrente tempo, n° ciclos e velocidade);

Efetuar testes com as diferentes combinações de parâmetros obtidos pelo

planejamento fatorial;

Realizar análise visual da superfície externa dos stents;

Realizar medição da espessura dos stents;

Realizar aferição de peso dos stents eletropolidos;

Avaliar a influência dos parâmetros nas análises visual, dimensional e de perda de

massa.

O trabalho está dividido da seguinte forma: o capítulo 2 apresenta uma breve

revisão bibliográfica necessária para compreender e fundamentar teoricamente o trabalho

como biomateriais, biomateriais metálicos, ligas utilizadas na fabricação de stents, o

processo de eletropolimento e planejamento fatorial. No capítulo 3 são apresentadas as

metodologias desenvolvidas para testar e avaliar os ensaios de eletropolimento e a

influência de suas variáveis. O capítulo 4 apresenta os resultados obtidos através das

análises visual, dimensional e de perda de massa dos stents eletropolidos, bem como o

resultado dos cálculos realizados no Scilab para verificação da influência dos parâmetros

de eltropolimento e uma discussão sobre seus aspectos. No capítulo 5 são mostradas as

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5

conclusões e, por último, são apresentadas as referências bibliográficas que contribuíram

para estruturação e desenvolvimento deste trabalho.

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CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo é apresentada uma revisão dos trabalhos científicos estudados com

respeito à origem dos biomateriais, a fabricação de stents e seu processo de finalização de

acabamento da superfície, também conhecido como eletropolimento, da utilização de

planejamento de experimentos e a análise de seus resultados. Todas essas informações

contribuem para fundamentar o estudo e desenvolvimento do trabalho proposto.

2.1 – Biomateriais

A definição de biomateriais mais aceita atualmente conceitua biomaterial como

qualquer substância ou combinação destas, com exceção de drogas ou fármacos, de origem

natural ou sintética, que pode ser usado por qualquer que seja o intervalo de tempo,

aumentando ou substituindo parcial ou totalmente qualquer tecido, órgão ou função do

organismo (COSTELLA, 2010).

Segundo Costella (2010), a aceitação clínica de um material para implante deve

atender alguns requisitos fundamentais:

• O material deve ser biocompatível, ou seja, sua presença não deve causar efeitos

nocivos no local do implante ou no sistema biológico;

• Os tecidos não devem causar degradação do material, como por exemplo, corrosão

em metais, ou pelo menos de forma tolerável;

• O material deve ser biofuncional, ou seja, deve ter as características mecânicas

adequadas para cumprir a função desejada, pelo tempo desejado;

• O material deve ser esterilizável.

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Os principais avanços no ramo de biomateriais ocorrem devido ao aumento

populacional e da expectativa de vida. Atualmente, biomaterial é a substância que foi

projetada para ter uma forma que, de maneira independente ou como parte de um sistema

complexo, é usada para direcionar, pelo controle de interações com componentes do

sistema vivo, o andamento de qualquer procedimento terapêutico ou de diagnóstico, na

medicina humana ou veterinária.

2.2 – Biomateriais metálicos

O aço é utilizado desde o século XIX como placas e parafusos para fixação de

fraturas. Os problemas relacionados com corrosão e toxidade levaram ao desenvolvimento

de novas ligas, com maior resistência à corrosão. Consequentemente, aço inoxidável, ligas

Co-Cr, Titânio e ligas de Titânio gradualmente passaram a ser os materiais mais utilizados

em implantes (COSTELLA, 2010).

A bioestabilidade do material é obtida por processos de acabamento de superfície

apropriados, tais como, eletropolimento e passivação ácida. Esses tratamentos de

superfícies são bastante utilizados como finalização do processo de manufatura de stents e

melhoram significativamente a estabilidade dos materiais, reduzindo os riscos associados à

implantação. O processo de eletropolimento remove a camada original de óxido formada

naturalmente, substituindo-a por uma camada mais suave e homogênea, com rugosidade na

escala nanométrica (AIHARA, 2009).

2.3 – Aço Inoxidável

O aço inoxidável mais utilizado como biomateiral é o aço inoxidável 316L,

austenítico e endurecível por encruamento. Esse tipo de aço inoxidável tem baixo teor de

carbono (0,03% máx.), o que confere maior resistência à corrosão em meios salinos e ricos

em cloreto (características do meio fisiológico). O níquel em sua composição é responsável

pela estabilização da austenita e resistência à corrosão. Sua alta resistência à corrosão é

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conferida pelo alto teor de cromo. Teores deste elemento acima de 28% possibilitam a

precipitação de Cr23C6 nos contornos de grão, que seriam sítios preferenciais para

corrosão intergranular (COSTELLA, 2010).

As principais limitações da utilização de implantes de aço inóx são corrosão e troca

íônica. Os aços inoxidáveis sofrem corrosão in vivo e liberam íons do tipo Ni2+, Cr3+ e

Cr6+, que podem causar efeitos locais (irritação, inflamação nas áreas adjacentes à

interface implante-tecido) e sistêmicos (COSTELLA, 2010).

2.4 – Liga Co-Cr (L605)

Ligas a base de cobalto foram inicialmente investigadas por Elwood Haynes em

meados de 1900. Durante a Primeira Guerra Mundial, ferramentas feitas em cobalto eram

comumente usadas e em 1922 ligas de cobalto com alta resistência ao desgaste eram

usadas para arado, brocas de perfuração de poços de petróleo e em motores de combustão

interna. No inicio da década de 1940 ligas a base cobalto com resistência a corrosão e alta

temperatura foram introduzidas, assim, muitas das aplicações para a liga L605 foram para

turbinas a gás em usinas de energia. Outras ligas a base de cobalto tem uma longa história

em aplicações ortopédicas, cardíacas e dentarias (AIHARA, 2009).

A liga L605 apresenta elevada ductilidade, resistência à corrosão e maior

estabilidade estrutural que as ligas forjadas resistentes ao desgaste. O elevado módulo

elástico da liga, associado à elevada densidade são fatores que estimulam a sua aplicação

em stents. A presença de precipitados nessa liga, devido à metalurgia física do sistema,

torna complicado prever o comportamento do material implantado. A real influencia desses

precipitados ainda é desconhecida em baixa temperatura, sendo considerados indesejáveis.

Os precipitados presentes na L605 têm efeito direto no acabamento da superfície, podendo

afetar a adesão de revestimento, a interface balão/stent, liberação de partículas no fluxo

sanguíneo, etc. (AIHARA, 2009).

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2.4 – Angioplastia e Stents Coronários

A angioplastia pode ser definida de forma simplificada, como o processo de

desbloqueio de placas de gordura acumuladas no interior das artérias (estenose), através da

introdução de um tubo flexível denominado cateter com um pequeno balão na sua

extremidade. Este procedimento é feito por uma secção na região da virilha. O conjunto é

conduzido até a região da artéria antes bloqueada pela gordura. A Figura 2.1 mostra de

forma simplificada a definição citada anteriormente (ARAÚJO, 2007).

FIGURA 2.1 – Procedimento de Angioplastia Coronariana ilustrado de forma simplificada

(modificado de ARAÚJO, 2007).

Os stents consistem em estruturas tubulares metálicas, em forma de malha,

inseridas no canal vascular para mantê-lo aberto por meio de pressão mecânica,

normalizando o fluxo sanguíneo e de oxigênio nesse canal (COSTELLA, 2010).

Existem hoje no mercado dois tipos de stents, os auto-expansíveis e os expansíveis

por balão. Os auto-expansíveis, como o próprio nome sugere, não necessitam de um balão

para sua expansão. Estes stents são geralmente fabricados com uma liga metálica a base de

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Ni-Ti, também chamada de Nitinol. Esta liga com memória de forma apresenta uma ótima

recuperação após a deformação, podendo chegar até 8% a mais que outras ligas metálicas,

como por exemplo, ligas a base de Cu (cobre – 4% a 5%), oferecendo também um elevado

nível de ductilidade e uma excelente resistência à corrosão. A Figura 2.2 ilustra um stent

auto-expansível e a forma como ele sai do cateter (ARAÚJO, 2007).

(a) (b)

FIGURA 2.2 – Stent de NiTi (a) e forma como o stent deixa o cateter (b) se expandindo à

medida que é liberado (NORMAN NOBLE, 2013; MEDINTPRO, 2014).

Os stents expansíveis por balão são comumente fabricados com aço inoxidável

316L, mas recentemente estudos indicam a substituição deste material por uma liga

metálica à base de Cobalto-Cromo, esta nova liga dispõe de uma maior resistência e

melhor resposta a biocompatibilidade (ARAÚJO, 2007).

Estes stents são colocados com maior precisão e apresentam boa resistência à

compressão radial, entretanto possuem pouca elasticidade e flexibilidade longitudinal. São

indicados para locais com propensão à calcificação e à compressão externa, sendo

contraindicados para locais próximos às articulações, em volta de ossos e ligamentos e

junto a pontos de flexão. Esses stents se abrem normalmente das pontas para o centro, de

maneira a se fixarem na parede da via sanguínea. A Figura 2.3 ilustra um stent expansível

por balão e como ele é posicionado na artéria (COSTELLA, 2010).

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(a) (b)

FIGURA 2.3 – Stent expansível por balão (a) e posicionamento no interior da artéria

bloqueada por gordura (b) (COSTELLA, 2010; OLIVEIRA, 2010).

2.5 – Eletropolimento

De acordo com a norma ASTM B374-06 (2011) apud Verolli (2011), o processo de

eletropolimento é definido como o melhoramento do acabamento da superfície de um

metal realizado pela imposição de um potencial/corrente positiva (anódica) em uma

solução apropriada. A Figura 2.4 ilustra o processo de eletropolimento. Esse autor afirma

ainda que o processo de eletropolimento pode ser utilizado para os seguintes propósitos:

Remoção de deformações na superfície metálica como, por exemplo, inclusões não

metálicas, sendo uma importante ferramenta na fabricação de equipamentos

nucleares, recipientes de alta pressão e de palhetas de motores a jato;

Eletropolimento de reatores, tubos, instalações, válvulas, trocadores de calor,

tornando estes materiais mais resistentes à corrosão e com superfície mais plana e

facilmente limpáveis;

Remoção de rebarbas de máquinas metálicas após processos de corte ou

fresamento, afinamento de ferramentas, controle das dimensões de instrumentos de

medida e aplainamento de partes de peças sujeitas à fricção.

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Figura 2.4 – Processo de elretropolimento (modificado de AIHARA, 2009).

No processo de eletropolimento, realizado usualmente em soluções ácidas, correntes ou

potenciais anódicos induzem a dissolução ou passivação do metal, promovendo o

nivelamento, brilho e refletividade especular da superfície metálica devido ao decréscimo

da rugosidade da mesma a nível micrométrico. As características eletroquímicas do

eletropolimento são tais que o metal não pode passivar, mas também que não pode sofrer

acelerada dissolução. O acabamento final de uma superfície metálica submetida a um

processo de dissolução anódica depende das condições predominantes de corrente e,

portanto, de parâmetros geométricos, elétricos e hidrodinâmicos (VEROLI, 2011).

2.6 – Planejamento Fatorial

O experimento projetado ou planejado é um teste ou uma série de testes nos quais

se induzem mudanças deliberadas ou estímulos nas variáveis de entrada (inputs) do

processo ou sistema, de tal forma que seja possível observar e identificar os efeitos nas

respostas ou nas variáveis de saída (outputs). O processo ou sistema de transformação é

representado pela combinação de máquinas, métodos, pessoas e outros recursos que

transformam uma entrada em produtos acabados ou semiacabados, com características ou

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parâmetros específicos (GALDAMEZ, 2002). A simplificação do sistema de

transformação é exemplificado na Figura 2.5.

FIGURA 2.5 – Modelo geral de um sistema de transformação (GALDAMEZ, 2002).

Aplicação dos Planejamentos Experimentais na Indústria são fundamentais para

desenvolvimento de novos produtos e para o controle de processos. Nesta área é comum

aparecer problemas em que se precisam estudar várias propriedades ao mesmo tempo e

estas, por sua vez, são afetadas por um grande número de fatores experimentais. É papel de

técnicas de planejamento de experimentos, auxiliar na fabricação de produtos com

melhores características, na diminuição do seu tempo de desenvolvimento, aumentar a

produtividade de processos e minimizar a sensibilidade a fatores externos (POMPEU,

2013).

Para melhor entendimento dos fundamentos do planejamento fatorial é necessário

ter um bom domínio de alguns conhecimentos básicos (CUNICO et al, 2008), descritos a

seguir:

Fator: cada variável do sistema em estudo.

Nível: condições de operação dos fatores de controle investigadas nos

experimentos. Geralmente são identificados por nível baixo (-1), nível alto (+1) e

nível médio (0).

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Modelo estatístico: modelo do tipo y = b0+b1x1+b2x2+...+bnxn+ 𝜀, sendo b0 o efeito

independente da média global, b1,b2, ...., bn efeitos de cada fator na resposta e 𝜀 o

erro associado à resposta.

Efeito: mudança ocorrida na resposta quando se muda do nível baixo (-1) para o

nível alto (+1).

Para executar um planejamento fatorial é necessário, em primeiro lugar, especificar os

níveis em que cada fator será estudado, isto é, os valores dos fatores que serão empregados

nos experimentos. Cada um desses experimentos, em que o sistema é submetido a um

conjunto de níveis definido, é um ensaio experimental. Em geral, se houver n1 níveis do

fator 1, n2 do fator 2, ..., e nk do fator k, o planejamento será um fatorial n1x Isto não

significa obrigatoriamente que serão realizados apenas n1 x n2 x... x nk experimentos. Este

é o número mínimo, para se ter um planejamento fatorial completo. O experimentador

pode querer repetir ensaios, para ter uma estimativa do erro experimental, e nesse caso o

número de experimentos será maior (MARINHO, 2005).

2.7 – Planejamento Fatorial 2k

O planejamento fatorial completo de dois níveis ou fatorial 2k é o tipo de

planejamento no qual se define para cada fator dois níveis de valores, nível alto e nível

baixo, e testa-se cada combinação de fatores. Um aspecto a ser considerado neste tipo de

planejamento é que, como há somente dois níveis de cada fator, tem-se que supor que a

resposta é aproximadamente linear na faixa dos níveis dos fatores escolhidos. Outro

aspecto importante é que para experimentos com um grande número de fatores sendo

considerado, o fatorial completo resulta em um número extremamente grande de

combinações para serem testadas (AGUIAR FILHO, 2006).

Para ilustrar o procedimento dessa técnica considera-se com exemplo um

experimento com três fatores (x1, x2 e x3), cada um desses parâmetros foi testado com dois

níveis (-1, +1). Assim a matriz de planejamento para o experimento fatorial 2³ é

representada pela Tabela 2.1. É importante ressaltar que a ordem de realização do teste é

definida aleatoriamente (GALDAMEZ, 2002).

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Tabela 2.1 – Matriz de testes para um planejamento 2³ (modificado de GALDAMEZ,

2002).

Nº Teste Fatores de controle Ordem do

Teste

Resposta

(yi) x1 x2 x3

1 -1 -1 -1 6 y1

2 +1 -1 -1 8 y2

3 -1 +1 -1 1 y3

4 +1 +1 -1 2 y4

5 -1 -1 +1 5 y5

6 +1 -1 +1 3 y6

7 -1 +1 +1 4 y7

8 +1 +1 +1 7 y8

2.8 – Análise de resultados

Nesta etapa podem ser utilizados softwares estatísticos (Statistica, Scilab, Excel),

que ajudam a usar as técnicas de planejamento e análise de experimentos, os gráficos

lineares e os gráficos de probabilidade normal. Os conceitos estatísticos são aplicados nos

resultados de um experimento, para descrever o comportamento das variáveis de controle,

a relação entre elas e para estimar os efeitos produzidos nas respostas observadas

(GALDAMEZ, 2002).

Segue então a análise dos efeitos de cada variável no processo. Os efeitos podem

ser classificados em duas categorias: efeito principal (efeito relativo à alteração de nível de

um único fator) e efeito de interação (efeito relativo à alteração de nível entre dois ou mais

fatores ao mesmo tempo). Então para o cálculo dos efeitos, além da codificação relativa

aos efeitos isolados é necessário também o mesmo para os efeitos de interação. O sinal do

efeito de uma interação entre fatores é obtido pela multiplicação de sinais dos fatores

envolvidos na interação (MOREIRA, 2009). A Tabela 2.2 apresenta a interação de três

fatores.

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Tabela 2.2 – Interação entre três fatores de um experimento 2³ (modificado de MOREIRA,

2009).

Experimentos Efeitos

Nº Teste Fatores de controle Interações

x1 x2 x3 x1.x2 x1.x3 x2.x3 x1.x2.x3

1 -1 -1 -1 +1 +1 +1 -1

2 +1 -1 -1 -1 -1 +1 +1

3 -1 +1 -1 -1 +1 -1 +1

4 +1 +1 -1 +1 -1 -1 -1

5 -1 -1 +1 +1 -1 -1 +1

6 +1 -1 +1 -1 +1 -1 -1

7 -1 +1 +1 -1 -1 +1 -1

8 +1 +1 +1 +1 +1 +1 +1

A partir da análise dos dados, os efeitos e suas significâncias, é feita então uma

análise estatística detalhada para obter os respectivos desvios e variânicas durante a

realização dos testes. Esses cálculos permitem ao pesquisador entender a variação na saída

do sistema quando alguma variável de entrada (sendo ela direta ou indiretamente

significante) é mudada. Este trabalho compreende um planejamento fatorial 24, ou seja,

quatro variáveis foram estudadas em dois níveis (máximo e mínimo) para compreender sua

influência no acabamento superficial externo e na perda de massa após eletropolimento de

stents de 19mm de comprimento.

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CAPÍTULO 3

METODOLOGIA

A metodologia consistiu-se na realização de ensaios de eletropolimento em stents

expansíveis em balão de Co-Cr, utilizando ferramenta para planejamento estatístico e

tratamento de dados (Scilab), corte a laser, decapagem química, tratamento térmico,

eletropolimento, projetor de perfil para medição da espessura dos stents (antes e depois de

serem eletropolidos), microscópio ótico para análise visual dos stents e balança de precisão

para aferição do peso dos stents (antes e depois de serem eletropolidos). Os ensaios foram

realizados em laboratório localizado na empresa Scitech Produtos Médicos.

Os manuais dos equipamentos foram lidos e uma revisão bibliográfica do assunto

foi feita com base nas características do processo de eletropolimento e nas formas de se

executar um planejamento fatorial 2k. Na operação do processo de eletropolimento foram

tomados os cuidados referentes a9s experimentos e as normas de Higiene e Segurança do

Trabalho.

3.1 – Testes preliminares

Testes preliminares de eletropolimento foram feitos a fim de se obter as variáveis

significantes do processo, bem como os níveis máximo e mínimo das mesmas. A Figura

3.1 mostra a máquina utilizada para o processo de eletropolimento. A faixa de valores dos

parâmetros foi escolhida de modo que os níveis mínimo e máximo garantiam a ocorrência

de polimento independente do resultado estar ou não dentro dos padrões de tolerância

aceitáveis.

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FIGURA 3.1 – Máquina de eletropolimento.

A partir desses testes foi feito o planejamento fatorial 24, onde os fatores utilizados

foram: corrente, tempo de ciclo, número de ciclos e velocidade de translação. A Figura 3.2

ilustra o sistema de transformação desse planejamento e a Tabela 3.1 apresenta a

codificação da matriz de planejamento.

FIGURA 3.2 – Representação do sistema de transformação realizado neste trabalho.

O sistema de transformação em questão (Figura 3.2) é o processo de

eletropolimento. As variáveis de entrada são os parâmetros que foram modificados ao

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longo dos testes seguindo o planejamento fatorial. A saída, ou seja, a resposta através da

qual analisou-se as influências de cada parâmetro são a análise visual do stent, a análise

dimensional (diminuição da espessura) e a perda de massa.

Tabela 3.1 – Codificação para a matriz de planejamento.

Nível

Fatores

Corrente

[A]

Tempo de

ciclo

[s]

Número

de ciclos

Veloc. de

translação

[mm/min]

Máximo 1 2 1 60 1 10 1 100

Mínimo -1 0,6 -1 10 -1 2 -1 0

Mantendo a integridade e sigilo industrial da empresa na qual o trabalho foi

desenvolvido, os valores dos parâmetros utilizados nos ensaios não serão especificados,

mas sim uma faixa na qual foram realizados. A corrente elétrica da máquina trabalha em

uma faixa de 0,1A até 10A, o tempo de ciclo pode ser escolhido de 1s até 3600s, o número

de ciclos não possui um limite específico e a velocidade de translação do eletrodo que

sustenta o stent (Figura 3.3) em meio à solução ácida varia de 0mm/min a 800mm/min.

Diante disso e dos testes preliminares pode-se escolher a faixa de valores que será usada

para o desenvolvimento do trabalho: corrente elétrica variando de 0,6A a 2A, tempo de

ciclo variando de 10s a 60s, velocidade de translação de 0mm/min a 100mm/min e número

de ciclo entre 2 e 10 ciclos. Vale ressaltar novamente que esses valores não são

necessariamente os que foram utilizados para os testes, pois se trata de um detalhe muito

específico dentro de um processo produtivo desenvolvido dentro da empresa.

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Torre do eletrodo

Fixador do stent

Estabilizador de corrente

Detalhe A (Stent)

FIGURA 3.3 – Torre do eletrodo que sustenta o stent.

A torre do eletrodo (Figura 3.3) é o pólo positivo do processo de eletropolimento e

segura o stent ao ser mergulhado na solução ácida contida na máquina (ver Figura 3.1).

Neste recipiente existem duas placas metálicas situadas a uma distância tal que a torre fica

exatamente no meio entre elas durante o eletropolimento. As placas são o pólo negativo do

processo e estabilizam o campo elétrico gerado durante a passagem de corrente elétrica

pelo stent em meio à solução ácida. A torre pode se movimentar na direção vertical durante

o processo e sua velocidade de translação pode ser 0mm/min (parada) ou qualquer outro

valor até 800mm/min, como citado anteriormente.

A

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3.2 – Preparação dos corpos de prova

Foi realizado o corte do tubo de Co-Cr de 1,8mm de diâmetro para produção dos

stents para teste (Figura 3.4). Em seguida os stents passaram por um processo de lavagem

em meio ácido (decapagem) para retirada de todo óxido e rebarba oriundos do corte.

Posteriormente foi realizado tratamento térmico dos stents para alívio de tensões.

FIGURA 3.4 – Corte a laser dos stents (ENGENHARIA BIOMÉDICA, 2010).

O processo de corte a laser (Figura 3.4) segue um desenho desenvolvido do projeto

do stent planificado. Tendo em vista os processos subsequentes como a decapagem e

eletropolimento, realiza-se uma compensação das dimensões do corte a fim de se atingir as

dimensões especificadas pela tolerância ao final da produção dos stents. O equipamento a

laser normalmente utilizado é do tipo Nd:YAG, combinado com um sistema CNC de corte

e um gás que neste caso é o oxigênio. A Figura 3.5 ilustra um stent após processo de corte

a laser.

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Figura 3.5 – Stent após processo de corte a laser.

Pode-se notar pela Figura 3.5 a quantidade de rebarba oriunda do processo de corte,

bem como uma camada oxida na superfície do stent. O processo de decapagem ácida tem

como propósito retirar essa camada óxida formada durante o corte, além das rebarbas na

estrutura do stent. Para realização deste processo utiliza-se uma solução ácida na qual os

stents são mergulhados dentro de um béquer que em seguida é colocado em um banho

ultrassônico na temperatura e tempo adequados. A Figura 3.6 ilustra o equipamento de

banho ultrassônico utilizado para decapagem dos stents.

FIGURA 3.6 – Banho ultrassônico utilizado para processo de decapagem.

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Após a decapagem os stents estão isentos de sujidades, óxidos e rebarbas, além de

terem suas dimensões levemente reduzidas devido ao banho ácido. A Figura 3.7 ilustra a

superfície do stent após passar pelo processo de decapagem.

FIGURA 3.7 – Stent após processo de decapagem ácida.

O último processo anterior ao eletropolimento é o tratamento térmico. Esse

processo é realizado à vácuo para que não haja formação de óxidos na superfície do stent.

O controle do processo se dá através de um termopar inserido dentro da câmara de vácuo

juntamente com o recipiente que aloca os stents. A Figura 3.8 ilustra o forno utilizado no

processo de tratamento térmico.

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FIGURA 3.8 – Forno para tratamento térmico de stents (SOUZA NETO, 2014).

3.3 – Medições preliminares

Após passarem por todos os processos citados no item 3.3, os stents tiveram suas

espessuras medidas através de projetor de perfil (Figura 3.9) por um inspetor de qualidade

responsável pelo setor dentro da empresa, além de terem seus pesos aferidos em balança de

alta precisão (Figura 3.10). Esses dados serviram de base para comparar com os resultados

após eletropolimento.

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FIGURA 3.9 – Stent no projetor de perfil.

A utilização da balança de alta precisão (Figura 3.10) foi feita por um funcionário

da área de produção responsável por este setor na empresa. A balança está localizada

dentro de uma sala limpa com pressão, corrente de ar e umidade devidamente controlados

para não interferir na aferição do peso dos stents.

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FIGURA 3.10 – Balança de precisão utilizada para aferição do peso dos stents.

3.4 – Testes finais de eletropolimento

Os testes finais de eletropolimento foram realizados tento por base as faixas de

trabalho dos parâmetros mais significativos encontrados nos testes preliminares. A matriz

de planejamento (Tabela 3.2) foi desenvolvida a partir da codificação da matriz da Tabela

3.1. Essa matriz de planejamento é necessária para reprodução dos ensaios de acordo com

a combinação dos níveis gerada a partir da estruturação do planejamento fatorial.

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27

Tabela 3.2 – Matriz de planejamento.

Ensaio Efeitos principais

C TC NC VT

1 -1 -1 -1 -1

2 1 -1 -1 -1

3 -1 1 -1 -1

4 1 1 -1 -1

5 -1 -1 1 -1

6 1 -1 1 -1

7 -1 1 1 -1

8 1 1 1 -1

9 -1 -1 -1 1

10 1 -1 -1 1

11 -1 1 -1 1

12 1 1 -1 1

13 -1 -1 1 1

14 1 -1 1 1

15 -1 1 1 1

16 1 1 1 1

Legenda: C – corrente, TC – tempo de ciclo, NC – número de ciclos e

VT – velocidade de translação.

A Tabela 3.2 demonstra os níveis máximo (1) e mínimo (-1) de cada um dos 16

ensaios, estabelecidos pelo planejamento fatorial 24, para cada parâmetro. A partir dessa

tabela puderam-se desenvolver os demais cálculos intrínsecos ao planejamento fatorial.

Estabeleceram-se os efeitos relativos às respostas (saídas) obtidas após os ensaios e suas

réplicas. Cada ensaio foi feito uma vez e replicado duas vezes (3 ensaios) totalizando 48

(quarenta e oito) ensaios no total, tendo sua realização aleatorizada.

3.5 – Tratamento dos dados no Scilab

A partir dos ensaios e réplicas realizados, foi elaborado um script para cálculos

inerentes ao planejamento fatorial completo (24) para criar um modelo matemático capaz

de predizer o comportamento dimensional (espessura), de perda de massa e de polimento

(análise visual ponderada), considerando o intervalo da faixa das variáveis proposto neste

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28

trabalho. Também foi analisada a significância de cada parâmetro envolvido, juntamente

com a interação entre eles.

3.6 – Estruturação da matriz de contraste para planejamento 24

A partir dos testes preliminares pôde-se observar os parâmetros mais relevantes do

processo, bem como os níveis máximo e mínimo de cada parâmetro. A estruturação da

matriz de contraste para o planejamento 24 é apresentada na Tabela 3.3.

Tabela 3.3 – Matriz contraste com efeitos principais e interações entre os parâmetros.

Legenda: C – corrente, TC – tempo de ciclo, NC – número de ciclos e

VT – velocidade de translação.

A Tabela 3.3 apresenta os níveis máximo (1) e mínimo (-1) dos parâmetros

utilizados para o processo de eletropolimento, sendo eles corrente (C), tempo de ciclo

(TC), número de ciclos (NC) e velocidade de translação (VT). As interações dos

parâmetros são:

Int. 4° ordem

C TC NC VT C.TC C.NC C.VT TC.NC TC.VT NC.VT C.TC.NC C.TC.VT C.NC.VT TC.NC.VT C.TC.NC.VT

1 -1 -1 -1 -1 1 1 1 1 1 1 -1 -1 -1 -1 1

2 1 -1 -1 -1 -1 -1 -1 1 1 1 1 1 1 -1 -1

3 -1 1 -1 -1 -1 1 1 -1 -1 1 1 1 -1 1 -1

4 1 1 -1 -1 1 -1 -1 -1 -1 1 -1 -1 1 1 1

5 -1 -1 1 -1 1 -1 1 -1 1 -1 1 -1 1 1 -1

6 1 -1 1 -1 -1 1 -1 -1 1 -1 -1 1 -1 1 1

7 -1 1 1 -1 -1 -1 1 1 -1 -1 -1 1 1 -1 1

8 1 1 1 -1 1 1 -1 1 -1 -1 1 -1 -1 -1 -1

9 -1 -1 -1 1 1 1 -1 1 -1 -1 -1 1 1 1 -1

10 1 -1 -1 1 -1 -1 1 1 -1 -1 1 -1 -1 1 1

11 -1 1 -1 1 -1 1 -1 -1 1 -1 1 -1 1 -1 1

12 1 1 -1 1 1 -1 1 -1 1 -1 -1 1 -1 -1 -1

13 -1 -1 1 1 1 -1 -1 -1 -1 1 1 1 -1 -1 1

14 1 -1 1 1 -1 1 1 -1 -1 1 -1 -1 1 -1 -1

15 -1 1 1 1 -1 -1 -1 1 1 1 -1 -1 -1 1 -1

16 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Int. 3º ordemInt. 2º ordemEfeitos principais

Ensaio

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29

a) De segunda ordem, ou seja, interação de dois parâmetros:

Corrente e tempo de ciclo (CTC);

Corrente e número de ciclos (CNC);

Corrente e velocidade de translação (CVT);

Tempo de ciclo e número de ciclos (TCNC);

Tempo de ciclo e velocidade de translação (TCVT);

Número de ciclos e velocidade de translação (NCVT);

b) De terceira ordem, ou seja, interação de três parâmetros:

Corrente, tempo de ciclo e número de ciclos (CTCNC);

Corrente, tempo de ciclo e velocidade de translação (CTCVT);

Corrente, número de ciclos e velocidade de translação (CNCVT);

Tempo de ciclo, número de ciclos e velocidade de translação (TCNCVT);

c) De quarta ordem,ou seja, interação entre todos os quatro parâmetros:

Corrente, tempo de ciclo, número de ciclos e velocidade de translação

(CTCNCVT).

3.7 – Realização dos ensaios de eletropolimento

Os ensaios de eletropolimento foram realizados seguindo a esquematização dos

níveis máximo e mínimo conforme a matriz de planejamento (Tabela 3.2). A ordem na

qual foram feitos os ensaios foi aleatorizada e é ilustrada na Tabela 3.4.

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30

Tabela 3.4 – Ordem dos ensaios.

Ordem do Ensaio

(planejamento)

Ordem corrida

(aleatória)

1 10

2 14

3 8

4 16

5 7

6 3

7 5

8 13

9 11

10 4

11 6

12 12

13 15

14 1

15 9

16 2

A aleatorização dos ensaios conforme é ilustrado na Tabela 3.4 permite que os

efeitos de fatores não-controlados, que afetam a variável de resposta e que podem estar

presentes durante a realização do experimento, sejam balanceados entre todas as possíveis

medidas. Este balanceamento evita possíveis equívocos na avaliação dos resultados devido

à atuação destes fatores.

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31

CAPÍTULO 4

RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos a partir do eletropolimento de

48 (quarenta e oito) stents utilizando planejamento fatorial como ferramenta para

montagem dos experimentos e software Scilab para análise dos dados gerados ao final do

processo.

4.1 – Resultado das análises visual, dimensional e de perda de massa

Após passarem pelo processo de eletropolimento, os stents tiveram suas espessuras

mensuradas novamente através de projetor de perfil (Figura 3.9) por um inspetor de

qualidade responsável pelo setor, seus pesos aferidos por um operador de produção

responsável pelo setor em balança de alta precisão localizada em sala limpa com pressão

controlada e tiveram sua superfície externa analisada pelo nível de polimento por duas

pessoas diferentes e responsáveis pelo processo na empresa. Esse nível de polimento foi

ponderado (Tabela 4.1) de forma que o numeral 1 representa um nível de polimento ruim,

ou seja com pouca ou nenhuma mudança em seu brilho (Figura 4.1), o numeral 3

representa um nível intermediário de polimento em que a superfície apresenta-se com

brilho mas não totalmente polida (Figura 4.2) e o numeral 5 representa um nível ideal de

brilho com polimento adequado (Figura 4.3). Essa ponderação foi escolhida com base na

prática de análise visual do processo dentro da empresa.

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32

Figura 4.1 – Superfície com polimento ruim (ponderação 1).

A Figura 4.1 ilustra uma superfície externa de um stent com polimento ruim. É

possível ver os arranhões e contornos que se apresentam como rugosidade superficial no

stent. Os stents analisados em microscópio que apresentaram o mesmo nível de integridade

superficial que o stent da Figura 4.1 foram considerados com polimento ruim e com o

numeral 1 para a ponderação da análise visual.

Figura 4.2 – Superfície com polimento intermediário (ponderação 3).

A Figura 4.2 ilustra uma superfície externa de um stent com polimento

intermediário. É possível ver alguns riscos pouco profundos que apresentam-se como uma

leve rugosidade superficial no stent. Os stents analisados em microscópio que

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33

apresentaram o mesmo nível de integridade superficial que o stent da Figura 4.2 foram

considerados com polimento intermediário e com o numeral 3 para a ponderação da análise

visual.

Figura 4.3 – Superfície com polimento adequado (ponderação 5).

A Figura 4.3 ilustra uma superfície externa de um stent com polimento bom

(adequado). É possível ver que os riscos, arranhões ou contornos não se apresentam mais

na superfície do stent. Os stents analisados em microscópio que apresentaram o mesmo

nível de integridade superficial que o stent da Figura 4.3 foram considerados com

polimento adequado e com o numeral 5 para a ponderação da análise visual.

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34

Tabela 4.1 – Resultado da análise visual.

Ensaio

Ponderação da análise

visual

1 3 1 1

2 3 3 1

3 1 3 1

4 3 3 3

5 1 1 1

6 3 3 3

7 5 5 5

8 5 5 5

9 1 1 3

10 3 3 1

11 3 1 1

12 3 5 5

13 1 1 1

14 3 3 3

15 5 5 5

16 5 5 5

A Tabela 4.1 apresenta o resultado da análise visual segundo a ponderação descrita

anteriormente. A coluna ensaio se refere à ordem do planejamento fatorial (Tabela 3.2) e

cada ensaio foi realizado três vezes (sendo 2 réplicas), tendo então três resultados a serem

observados.

Os resultados obtidos da análise dimensional (diminuição da espessura) e da perda

de massa dos 48 stents eletropolidos são apresentados na Tabela 4.2. Como o stent é um

objeto muito pequeno (19mm de comprimento) suas dimensões estão em µm e sua massa

está em µg.

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35

Tabela 4.2 – Resultados de diminuição de espessura e perda de massa dos stents

eletropolidos.

Ensaio Diminuição de espessura

[µm]

Perda de massa

[µg]

1 3,7 2,7 2,0 2174 2281 2308

2 2,0 3,3 2,0 3173 3260 3347

3 4,3 3,3 8,0 4674 4290 5194

4 10,0 11,0 6,3 7051 7503 6940

5 6,7 5,3 5,3 5220 3825 4516

6 8,7 9,0 5,7 6633 6029 6922

7 10,0 7,3 12,7 9127 9153 9217

8 18,0 16,7 13,7 14898 13921 14007

9 3,7 4,0 2,3 2232 2337 2400

10 6,0 3,7 10,0 3688 3248 3060

11 6,0 4,3 6,3 5031 4249 4483

12 7,3 6,0 8,3 6941 6963 7009

13 4,0 6,7 4,7 4392 4387 4530

14 11,0 4,3 7,0 6399 6545 6592

15 9,3 11,3 7,0 8722 9055 8288

16 12,0 17,0 15,0 11108 13663 13895

A Tabela 4.2 apresenta a diferença entre as medidas de espessura e massa medidas

antes e depois do processo de eletropolimento. A coluna Ensaio representa a ordem dos

ensaios do planejamento fatorial (Tabela 3.2). Como foram feitos três ensaios (sendo 2

réplicas), cada ensaio possui três resultados para a diminuição da espessura e para a perda

de massa.

4.2 – Resultados dos dados no Scilab

Para realização dos cálculos do planejamento fatorial foi utilizado o software

Scilab. Foi desenvolvido um script utilizando-se de algumas ferramentas estatísticas do

Scilab para montagem do modelo matemático e a representação gráfica da influência de

cada parâmetro na resposta (saída) analisada.

O desenvolvimento dos cálculos se iniciou com a montagem da matriz contraste

(Tabela 3.3), que contém todos os níveis das interações e efeitos principais, acrescida de

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36

uma coluna que representa a média global do experimento (deve ser a primeira coluna,

necessariamente). A matriz contraste é necessária para calcular os efeitos de cada

parâmetro e suas interações. Em seguida foram inseridas as matrizes de resposta visual

(Tabela 4.3), dimensional (Tabela 4.2 – Diminuição da espessura) e mássica (Tabela 4.2 –

Perda de massa), todas incluindo as respectivas réplicas dos ensaios. Os valores reais ou

originais dos parâmetros foram inseridos no script para a base de cálculos.

A análise da significância dos efeitos principais e das interações (Tabela 4.3) foi

determinada pela equação matricial 1. Após a obtenção do valor numérico dos efeitos, os

mesmos foram divididos por um fator que depende do planejamento, nesse caso o divisor

será 24 para a média global e 24-1 para os demais efeitos (principais e de interação).

Yn = Xty Eq.(1)

Em que:

Yn é o índice do valor numérico do efeito, ou seja, o valor da significância.

X é a matriz do coeficiente de contraste, sempre com a dimensão de k x k.

y é a matriz de resultados.

Xt é a matriz transposta de X.

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37

Tabela 4.3 – Significância dos efeitos.

Parâmetro ao

qual se refere

Significância para

análise visual

Significância para

análise

dimensional

Significância para

análise de perda de

massa

Média global 46,0 118,3 101633,3

C 10,0 24,4 202236,7

TC 15,3 35,8 35301,3

NC 10,0 33,9 32396,0

VT 0,7 -0,2 -2142,0

C.TC -2,0 9,9 8040,7

C.NC -2,0 7,5 6550,0

C.VT 2,0 0,9 -900,0

TC.NC 8,7 11,9 10741,3

TC.VT 2,0 -7,5 -2223,3

NC.VT -0,7 -6,4 -1786,0

C.TC.NC -6,0 4,6 2412,7

C.TC.VT 0,7 -6,8 -1042,7

C.NC.VT -2,0 -1,8 -782,7

TC.NC.VT -2,0 4,9 -1304,7

C.TC.NC.VT -0,7 4,9 -912,0

Legenda: C – corrente, TC – tempo de ciclo, NC – número de ciclos e

VT – velocidade de translação.

A Tabela 4.3 apresenta a significância de cada parâmetro e suas interações com

respeito a cada análise de saída, contabilizando o erro para cada análise. Cada linha

apresenta os parâmetros ao qual cada significância se refere, sendo que a segunda linha

apresenta a média global dos ensaios.

Para a análise visual, ou seja, o comportamento do polimento em nível visual pode-

se observar através da Tabela 4.3 que a corrente, o tempo de ciclo e a interação entre

tempo de ciclo e número de ciclos somam a maior parte da significância, sendo 44 seu

total. Para a análise dimensional, ou seja, da diminuição da espessura dos stents antes e

após serem eletropolidos, pode- se observar pela Tabela 4.3 que a corrente, o tempo de

ciclo, o número de ciclos, a interação entre corrente e tempo de ciclo e a interação entre

tempo de ciclo e número de ciclos exercem a maior influência no resultado dimensional é

notável que a corrente, o tempo de ciclo, a interação entre corrente e tempo de ciclo e a

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38

interação entre tempo de ciclo e número de ciclos são os efeitos mais influentes, somando

uma significância de 74320 no total.

O erro padrão dos efeitos (Sefeito) deve ser determinado a partir da raiz quadrada da

estimativa da variância conjunta (s2) e da metade do número de ensaios (nn), conforme Eq.

2. A estimativa da variância conjunta será dada pela média da variância (s12, s2

2, s3

2.....sn

2 )

para os 2k ensaios e pelo número de graus de liberdade da variância (n1, n2, n3 ..... nn),

considerando o mesmo número de réplicas. A estimativa da variância conjunta é dada pela

Eq. 3.

Sefeito = √(s²/ nn ) Eq. (2)

s² = (ν1s12+ν2s2

2+...+νnsn

2)/(ν1+ν2+...+νn) Eq. (3)

Sendo:

Sefeito o erro padrão dos efeito.

s² a variância. Sendo s1², s2², s3², ....sn a de cada ensaio, com suas réplicas.

nn é a metade do número de ensaios, sem levar em consideração as réplicas.

ν é o número de grau de liberdade da variância.

O erro padrão dos efeitos de cada experimento foi de 0,353 para a análise visual,

1,027 para a análise dimensional (diminuição da espessura) e 253,791 para a perda de

massa, conforme cálculos realizados no Scilab seguindo as equações Eq.1, Eq.2 e Eq.3.

Por último foi estimado o modelo matemático para cada resposta com base nos

resultados dos efeitos calculados para cada parâmetro e interação de parâmetros. O modelo

empírico que descreve o valor da resposta em função das variáveis em estudo é dado por

Resposta = f (C, TC, NC, VT) e pode ser estimado por:

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39

Rest=b0+(b1.C)+(b2.TC)+(b3.NC)+(b4.VT)+(b5.C.TC)+(b6.C.NC)+(b7.C.VT)+(b8.TC.NC)+(

b9.TC.VT)+(b10.NC.VT)+(b11.C.TC.NC)+(b12.C.TC.VT)+(b13.C.NC.VT)+(b14.TC.NC.VT)

+(b15.C.TC.NC.VT) Eq. (4)

Sendo:

Rest é a estimativa da resposta

O índice b0 é o estimador da média global

Os índices b1, b2...b15 são as estimativas respectivas aos efeitos principais e de

interação. Tais índices podem ser fornecidos pela equação matricial 5.

bn=(Xt.X)

-1X

tR Eq. (5)

Sendo:

Xt é a matriz transposta de X.

R é a matriz de resposta.

A análise da saída do planejamento deste trabalho opera com três parâmetros de

saída: visual, dimensional e mássico. Com isso, obtiveram-se três modelos matemáticos

para analisar a influência dos quatro parâmetros de entrada. Optou-se por utilizar os

índices:

bn – para o modelo que descreve a análise visual;

dn – para o modelo que descreve a análise dimensional;

pn – para o modelo que descreve a análise de perda de massa.

A Tabela 4.4 apresenta os valores dos índices juntamente com o erro padrão para cada

análise da saída. Os valores aqui expostos foram gerados através dos cálculos no Scilab.

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40

Tabela 4.4 – Índices para estimativa do modelo matemático para cada saída analisada.

Parâmetro ao

qual se refere

Índices bn

(análise visual)

Índices dn

(análise dimensional)

Índices pn (análise de

perda de massa)

Média global 2,85 (±0,353) 7,39 (±1,027) 6352,08 (±253,791)

C 0,63 (±0,353) 1,52 (±1,027) 1264,79 (±253,791)

TC 0,96 (±0,353) 2,24 (±1,027) 2206,33 (±253,791)

NC 0,63 (±0,353) 2,12 (±1,027) 2024,75 (±253,791)

VT 0,04 (±0,353) -0,01 (±1,027) -133,88 (±253,791)

C.TC -0,13 (±0,353) 0,62 (±1,027) 502,54 (±253,791)

C.NC -0,13 (±0,353) 0,47 (±1,027) 409,38 (±253,791)

C.VT 0,13 (±0,353) 0,06 (±1,027) -56,25 (±253,791)

TC.NC 0,54 (±0,353) 0,75 (±1,027) 671,33 (±253,791)

TC.VT 0,13 (±0,353) -0,47 (±1,027) -138,96 (±253,791)

NC.VT -0,04 (±0,353) -0,40 (±1,027) -111,63 (±253,791)

C.TC.NC -0,38 (±0,353) 0,29 (±1,027) 150,79 (±253,791)

C.TC.VT 0,04 (±0,353) -0,42 (±1,027) -65,17 (±253,791)

C.NC.VT -0,13 (±0,353) -0,11 (±1,027) -48,92 (±253,791)

TC.NC.VT -0,13 (±0,353) 0,31 (±1,027) -81,54 (±253,791)

C.TC.NC.VT -0,04 (±0,353) 0,31 (±1,027) -57,00 (±253,791)

Legenda: C – corrente, TC – tempo de ciclo, NC – número de ciclos e

VT – velocidade de translação.

A Tabela 4.4 apresenta os índices (acrescidos do erro padrão) para os modelos

matemáticos que descrevem a estimativa da resposta visual, dimensional e de perda de

massa após o processo de eletropolimento. Cada linha representa os parâmetros e

interações ao qual cada índice é relacionado, sendo que a segunda linha da Tabela 4.4

representa a média global dos ensaios e as demais os efeitos principais e suas interações.

Utilizando-se dos índices calculados e levando em consideração apenas os

efeitos principais, puderam-se gerar os modelos matemáticos para cada análise de saída, ou

seja, a estimativa visual (Rvisual), a estimativa dimensional (Rdimensional) e a estimativa de

perda de massa (Rmassa). Os modelos matemáticos são apresentados nas Equações Eq.6,

Eq.7 e Eq.8 a seguir:

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41

a) Modelo para análise visual

Rvisual = 2,85 + 0,63.C + 0,96.TC + 0,63.NC +0,04.VT Eq. (6)

b) Modelo para análise dimensional

Rdimensional = 7,39 + 1,52.C + 2,24.TC + 2,12.NC – 0,01.VT Eq. (7)

c) Modelo para análise de perda de massa

Rmassa = 6352,8 + 1264,79.C + 2206,33.TC + 2024,75.NC -133,88.VT Eq. (8)

Foram gerados também os gráficos desses modelos matemáticos para cada um dos

parâmetros analisados durante o processo de eletropolimento. Foram analisados somente

os efeitos principais, ou seja, apenas dos parâmetros de entrada e não suas interações, uma

vez que apenas os efeitos principais geraram 12 gráficos. A análise das interações tornaria

muito extensa suas interpretações, já que geraria um número maior de gráficos sendo 11

análises de interações das variáveis para cada análise de saída (sendo 33 no total).

As Figuras 4.4, 4.5 e 4.6 a seguir apresentam os gráficos gerados a partir dos

modelos matemáticos criados para a análise das respostas do planejamento fatorial. São

mostrados os quatro gráficos dos efeitos principais em seus níveis máximo (1) e mínimo (-

1) no eixo das abscissas e a estimativa gerada pelo modelo matemático no eixo das

ordenadas.

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42

Figura 4.4 – Influência da corrente (a), tempo de ciclo (b), número de ciclos (c) e

velocidade de translação (d) na análise visual.

Na Figura 4.4 é ilustrada a influência da corrente, do tempo de ciclo, do número de

ciclos e da velocidade de translação para a análise da superfície externa (análise visual) dos

stents eletropolidos. Esses gráficos foram gerados a parir dos dados de entrada no script e

da análise de regressão linear para modelagem do modelo matemático. É notável que os

parâmetros corrente (significância=10), tempo de ciclo (significância=15,3) e número de

ciclos (significância=10) exercem a maior influência na análise visual, visto que os

gráficos (a), (b) e (c) da Figura 4.4 apresentam-se com uma inclinação maior que a do

gráfico (d), que representa a velocidade de translação (significância=0,7). Isso demonstra

que o aumento do nível mínimo para o nível máximo dos parâmetros corrente, tempo de

ciclo e número de ciclos melhoram a qualidade superficial do stent após eletropolimento.

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43

Figura 4.5 – Influência da corrente (a), tempo de ciclo (b), número de ciclos (c) e

velocidade de translação (d) na análise dimensional.

Na Figura 4.5 é ilustrada a influência da corrente (significância=24,4), do tempo de

ciclo (significância=35,8), do número de ciclos (significância=33,9) e da velocidade de

translação (significância=-02) para a análise da diminuição da espessura dos stents

eletropolidos em relação aos stents antes de passarem por esse processo. Analisando a

Figura 4.5 observa-se mais uma vez a inclinação dos três primeiros gráficos (a, b e c –

corrente, tempo de ciclo e número de ciclos, respectivamente) demonstrando a influência

desses parâmetros também na análise dimensional. O gráfico da velocidade de translação

(d) mostra-se com uma leve inclinação (decrescente por causa do sinal negativo de sua

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44

significância), representando que este parâmetro pouco influencia na espessura final do

stent eletropolido. Pode-se notar que a mudança do nível mínimo para o nível máximo da

corrente, tempo de ciclo e do número de ciclos contribuem para a diminuição da espessura

dos stents eletropolidos.

Figura 4.6 – Influência da corrente (a), tempo de ciclo (b), número de ciclos (c) e

velocidade de translação (d) na análise de perda de massa.

Na Figura 4.6 é ilustrada a influência da corrente (significância=202236,7), do

tempo de ciclo (significância=35301,3), do número de ciclos (significância=32396,0) e da

velocidade de translação (significância=-2142,0) para a análise de perda de massa dos

stents eletropolidos em relação aos stents antes de passarem por esse processo. Observa-se

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mais uma vez a influência da corrente, tempo de ciclo e número de ciclos para a

contribuição de perda de massa dos stents,ou seja, a mudança dessas variáveis do nível

mínimo para o nível máximo contribuem para um aumento da perda de massa dos stents

eletropolidos. A velocidade de translação (Figura 4.6d) apresenta-se mais uma vez com

uma pequena inclinação, desta vez decrescente devido ao sinal (-) mostrado pela

significância. Isso mostra que o aumento da velocidade contribui para diminuir a perda de

massa.

A análise da significância (Tabela 4.3) e dos gráficos gerados a partir dos modelos

matemáticos (Figura 4.4, 4.5 e 4.6) mostram que o tempo de ciclo é a variável mais

influente no processo de eletropolimento. O número de ciclos vem em segundo lugar como

variável mais influente e a corrente em terceiro.

Os gráficos gerados a partir do Scilab após análise foram comparados com gráficos

gerados a partir de um software específico de estatística que desenvolve a análise do

planejamento fatorial. Verificou-se a similaridade entre os mesmos para comprovar o

correto desenvolvimento dos cálculos no Scilab.

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46

CAPÍTULO 5

CONCLUSÕES

Através da análise do planejamento fatorial 24 realizado pode-se entender a

influência dos parâmetros escolhidos (corrente, tempo de ciclo, número de ciclos e

velocidade de translação) na mudança do brilho da superfície externa de stents

eletropolidos, a diminuição da espessura dos mesmos e a perda de massa gerada pelo

processo. Tanto a significância de cada parâmetro e suas interações foram observadas

quanto a estimativa de resposta, através do script e dos gráficos gerados no Scilab.

Para a análise visual, ou seja, o comportamento do polimento em nível visual

(sendo considerado ruim – 1, intermediário – 3 e adequado – 5) pode-se observar a partir

da Tabela 4.3 (significância) e da Figura 4.4 (resultados da análise visual) que a corrente, o

tempo de ciclo e o número de ciclos tem maior influência sobre a integridade superficial

externa dos stents eletropolidos. Um aumento desses parâmetros gera um aumento do nível

de polimento.

Para a análise dimensional, ou seja, a diminuição da espessura dos stents antes e

depois de serem eletropolidos, pode-se observar através Tabela 4.3 (significância) e da

Figura 4.4 (resultados da análise dimensional) que novamente a corrente, o tempo de ciclo

e o número de ciclos exercem maior influência na análise. É possível constatar que a

velocidade de translação pouco influenciou na análise dimensional, assim como na visual.

Por fim, para a análise de perda de massa é possível ver (na Tabela 4.3 –

significância – e na Figura 4.6 – resultados da análise de perda de massa) a corrente e o

tempo de ciclo exercem maior influência. O aumento desses parâmetros proporcionam um

aumento na perda de massa dos stents eletropolidos. A velocidade de translação mostrou-

se com inclinação decrescente (Figura 4.6d), demonstrando que o aumento da mesma gera

uma tendência de diminuir a perda de massa durante o processo.

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Segundo Aihara (2009), o aumento da corrente e do tempo de eletropolimento

proporcionam uma diminuição da camada rugosa da superfície eletropolida. Isso porque a

corrente é responsável pela retirada de íons do metal a ser polido, que são depositados no

pólo negativo do processo, e quanto maior o tempo no qual ocorre eletropolimento, menor

também será a camada rugosa. Através dos ensaios realizados pode-se comprovar a

influência desses dois parâmetros durante o processo de eletropolimento. Mesmo que a

rugosidade em si não tenha sido medida, a diminuição da espessura e o melhor nível de

polimento serviram de base para tal comprovação.

O número de ciclos nesse caso influencia no tempo total do eletropolimento.

Segundo o funcionamento da máquina de eletropolimento é possível realizar um ciclo, por

exemplo, de 10 segundo e repeti-lo quantas vezes for necessário. Como o número de ciclos

está ligado ao tempo, mais uma vez vemos a comprovação de sua influência no

eletropolimento. Uma questão a se ressaltar é que o parâmetro de número de ciclos

juntamente com o tempo de ciclo, ou seja, sua interação, deve ser melhor investigado já

que pode-se obter um mesmo tempo total com valores de número de ciclos e tempo de

ciclos em diferentes combinações.

A velocidade de translação da torre do eletrodo (Figura 3.3) mostrou-se com

pouquíssima influência sobre as análises de resposta, tanto na análise da significância com

valores de 0,7 para análise visual, -0,2 para análise dimensional e -2142,0 para análise de

perda de massa, quanto na análise gráfica (menores inclinações). Esse parâmetro em si não

parece gerar nenhuma influência significativa direta nas respostas analisadas, nem quando

observamos suas interações com os demais parâmetros. Porém, a prática do processo de

eletropolimento mostrou diferenças sutis na integridade superficial externa dos stents

quando mudou-se a velocidade de translação.

Pode-se concluir que o aumento da corrente, tempo de ciclo e número de ciclos

proporcionam uma melhora na qualidade superficial dos stents, bem como um aumento de

perda de massa e perda da espessura após eletropolimento. Viu-se também que a

ferramenta de planejamento fatorial se mostrou muito eficaz para o tratamento dos dados e

estudo da influência dos parâmetros no processo de eletropolimento estudado neste

trabalho. A aleatorização dos ensaios, sua análise estatística e a possibilidade de gerar um

modelo empírico que descreve o comportamento de uma variável de saída a qual se queira

analisar com base em variáveis controláveis de entrada, proporcionam um

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desenvolvimento em relativo curto prazo quando se trata de pesquisa, sendo ela em meio

acadêmico ou industrial. Através da montagem e realização do planejamento fatorial foi

possível entender o comportamento da superfície externa de stents coronários após serem

eletropolidos e a influência da corrente, tempo de ciclo, número de ciclos e velocidade de

translação (variáveis controladas de entrada) nas respostas analisada. A qualidade

superficial, a espessura e o peso final de um stent eletropolido dependem diretamente da

corrente, tempo de ciclo e número de ciclos. A influência das interações entre essas

variáveis pode ser estudada mais a fundo em trabalhos futuros.

O software Scilab também se mostrou uma ferramenta apropriada para realizar os

cálculos intrínsecos do planejamento fatorial, uma vez que seria muito trabalhoso realizar

cálculos de matrizes com dimensões 16x16, por exemplo, como foi o caso dos cálculos

realizados no decorrer do desenvolvimento deste trabalho.

O desenvolvimento deste trabalho para a empresa (Scitech) contribuiu para o

melhor entendimento e manipulação do processo produtivo. Os resultados e análises

serviram de base para a parametrização do processo na produção de stents coronários

fabricados em Co-Cr para outros comprimentos de stents vendidos no mercado.

Proposta de trabalhos futuros

A partir do desenvolvimento deste trabalho pode-se considerar ainda um estudo

mais detalhado das interações mais significativas entre as variáveis utilizadas para

planejamento dos ensaios de eletropolimento. Pode-se também analisar outras variáveis do

processo como a temperatura da solução de eletropolimento, o tamanho da peça de

trabalho (comprimento), a geometria do eletrodo, entre outros.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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SOUZA NETO, D. C., Caracterização microestrutural e mecânica de uma liga Co-Cr

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APÊNDICE

Scripit desenvolvido no Scilab para cálculos do planejamento fatorial

//Planejamento Fatorial 2^4

//Autora: Lara Morais

//Bacharelado em Engenharia Mecânica

//2015

//Trabalho de Conclusão de curso

clear; clc; close; xdel(winsid());

//Planejamento fatorial completo

//Construção da Matriz de contraste (X)

//Matriz da média global

M = ones(16, 1);

//Níveis da corrente

C = [-1; 1; -1; 1; -1; 1; -1; 1; -1; 1; -1; 1; -1; 1; -1; 1];

//níveis reais de corrente

c = [não serão divulgados por questão de sigilo industrial]

//Níveis do Tempo de Ciclo

TC = [-1; -1; 1; 1; -1; -1; 1; 1; -1; -1; 1; 1; -1; -1; 1; 1];

//niveis reais de tempo de ciclo

tc = [não serão divulgados por questão de sigilo industrial];

//Níveis do Número de ciclos

NC = [-1; -1; -1; -1; 1; 1; 1; 1; -1; -1; -1; -1; 1; 1; 1; 1];

//niveis reais de numero de ciclos

nc = [não serão divulgados por questão de sigilo industrial]

//Níveis da Velocidade de Translação

VT = [-1; -1; -1; -1; -1; -1; -1; -1; 1; 1; 1; 1; 1; 1; 1; 1];

//niveis reais de velocidade de translação

vt = [não serão divulgados por questão de sigilo industrial];

//Interações

//Segunda ordem

I1 = C.*TC;

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I2 = C.*NC;

I3 = C.*VT;

I4 = TC.*NC;

I5 = TC.*VT;

I6 = NC.*VT;

//Terceira ordem

I7 = (I1.*NC);

I8 = (I1.*VT);

I9 = (I2.*VT);

I10 = (I4.*VT);

//Quarta ordem

I11 = (I1.*I6);

//Matriz contraste

X = [M C TC NC VT I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11];

disp(X, 'Passo 1 - Matriz de planejamento ou tabela de constrate (X): ');

////Matriz das respostas

//Resposta visual

// 1 - polimento ruim 3 - polimento mediano 5 - bom polimento

r1 = [3 1 1; 3 3 1; 1 3 1; 3 3 3; 1 1 1; 3 3 3; 5 5 5; 5 5 5; 1 1 1;3 3 1; 3 1 1; 3 5 5; 1 1 1; 3 3

3; 5 5 5; 5 5 5];

//Resposta dimensional em micrometros

r2 = [3.7 2.7 2;2 3.3 2; 4.3 3.3 8;10 11 6.3;6.7 5.3 5.3;8.7 9 5.7;10 7.3 12.7;18 16.7

13.7;3.7 4 2.3;6 3.7 10;6 4.3 6.3;7.3 6 8.3;4 6.7 4.7;11 4.3 7;9.3 11.3 7;12 17 15];

//Resposta de perda de massa em microgramas

r3 = [2174 2281 2308;3173 3260 3347;4674 4290 5194;7051 7503 6940;5220 3825

4516;6633 6029 6922;9127 9153 9217;14898 13921 14007;2232 2337 2400;3688 3248

3060;5031 4259 4483;6951 6963 7009;4392 4387 4530;6399 6545 6592;8722 9055

8288;11108 13663 13895];

//Média das matrizes de réplicas

r1m = mean(r1,2);

r2m = mean(r2,2);

r3m = mean(r3,2);

//Significância de cada variável/interações

y1=X'*r1m;

y2=X'*r2m;

y3=X'*r3m;

disp(y1, 'Passo 2.1 - Significancia de cada variável/interações (y) para a análise visual: ');

disp(y2, 'Passo 2.2 - Significancia de cada variável/interações (y) para a análise

dimensional: ');

disp(y3, 'Passo 2.3 - Significancia de cada variável/interações (y) para a análise de perda de

massa: ');

//matriz divisão

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d=[(1/16);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/8);(1/

8)];

//Cálculo dos efeitos

ef1=y1.*d;

ef2=y2.*d;

ef3=y3.*d;

disp(ef1, 'Passo 3.1 - Vetor dos efeitos(ef) da análise visual: ');

disp(ef2, 'Passo 3.2 - Vetor dos efeitos(ef) da análise dimensional: ');

disp(ef3, 'Passo 3.3 - Vetor dos efeitos(ef) da análise deperda de massa: ');

disp(r1, "Passo 4.1 - Matriz de Réplicas(r1) para análise visual: ")

disp(r2, "Passo 4.2 - Matriz de Réplicas(r2) para análise dimensional: ")

disp(r3, "Passo 4.3 - Matriz de Réplicas(r3) para análise de perda de massa: ")

disp(r1m, "Passo 5.1 - Matriz de Média(r1m) para análise visual: ")

disp(r2m, "Passo 5.2 - Matriz de Médias(r2m) para análise dimensional: ")

disp(r3m, "Passo 5.3 - Matriz de Médias(r3m) para análise de perda de massa: ")

//cálculo do desvio padrão da matriz de resposta (com suas réplicas)

dp1 = stdev(r1,2);

dp2 = stdev(r2,2);

dp3 = stdev(r3,2);

disp(dp1, "Passo 6.1 - desvio padrão da Matriz de Réplicas (r1) para análise visual ");

disp(dp2, "Passo 6.2 - desvio padrão da Matriz de Réplicas (r2) para análise dimensional

");

disp(dp3, "Passo 6.3 - desvio padrão da Matriz de Réplicas (r3) para análise de perda de

massa ");

//Graus de liberdade dos experimentos individuais

[k, j] = size(r1);

gle = j - 1;

//Soma dos graus de liberdade

gl = k * gle;

//Variância dos experimentos individuais

for i = 1:length(r1m)

vi2v(i) = sum((r1(i,:) - r1m(i))^2)

end

for i = 1:length(r2m)

vi2d(i) = sum((r2(i,:) - r2m(i))^2)

end

for i = 1:length(r3m)

vi2m(i) = sum((r3(i,:) - r3m(i))^2)

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end

disp(vi2v, 'Passo 7.1 - Variancias dos experimentos individuais (vi2v) para análise visual:

');

disp(vi2d, 'Passo 7.2 - Variancias dos experimentos individuais (vi2d) para análise

dimensional: ');

disp(vi2m, 'Passo 7.3 - Variancias dos experimentos individuais (vi2m) para análise de

perda de massa: ');

//Estimativa conjunta da variância (s²)

s2v = (1/gl) * sum((gle * vi2v));

s2d = (1/gl) * sum((gle * vi2d));

s2m = (1/gl) * sum((gle * vi2m));

disp(s2v, 'Passo 8.1 - Estimativa conjunta da variância (s2v) para análise visual: ');

disp(s2d, 'Passo 8.2 - Estimativa conjunta da variância (s2d) para análise dimensional: ');

disp(s2m, 'Passo 8.3 - Estimativa conjunta da variância (s2m) para análise de perda de

massa: ');

//variância dos efeitos

s2efv=sqrt(s2v/(k/2));

s2efd=sqrt(s2d/(k/2));

s2efm=sqrt(s2m/(k/2));

disp(s2efv, 'Passo 9.1 - Variância dos efeitos/Erro (s2efv) da análise visual: ');

disp(s2efd, 'Passo 9.2 - Variância dos efeitos/Erro (s2efd) da análise dimensional: ');

disp(s2efm, 'Passo 9.3 - Variância dos efeitos/Erro (s2efm) da análise de perda de massa:

');

//Estimativa da resposta

//cálculo dos coeficientes bn - regressão linear

//para construção da curva característica de cada resposta

//Coeficientes para resposta visual

bn = (inv(X'*X))*X'*r1m;

disp(bn, 'Passo 10.1: Estimador da média global (bn) da análise visual');

r1est = bn(1)+ (bn(2)*C) + (bn(3)*TC) + (bn(4)*NC) + (bn(5)*VT) + (bn(6)*(I1)) +

(bn(7)*(I2)) + (bn(8)*(I3)) + (bn(9)*(I4)) + (bn(10)*(I5)) + (bn(11)*(I6)) + (bn(12)*(I7))

+ (bn(13)*(I8)) + (bn(14)*(I9)) + (bn(15)*(I10)) + (bn(16)*(I11));

//Influência das variáveis do processo na análise visual

//Resposta visual em função da corrente

f1 = figure(1);

xset("font size", 5);

plot2d(C(1:2)',r1est(1:2)');

errbar(C(1:2)',r1est(1:2)',0.8,0.8)

replot([C(1)-0.5,r1est(1)-1, C(2)+0.5, r1est(2)+2])

title ('Resposta Visual em função da corrente', "fontsize", 4);

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xlabel('Corrente', "fontsize", 4);

ylabel('Ponderação Visual', "fontsize", 4);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',3);

f1=get("current_figure")

f1.background = -2;

//

////resposta visual em função do tempo de ciclo

f2 = figure(2);

xset("font size", 5);

plot2d([TC(1) TC(3)],[r1est(1)r1est(3)]);

errbar([TC(1) TC(3)],[r1est(1)r1est(3)],0.8,0.8)

replot([TC(1)-1,r1est(1)-1, TC(3)+1, r1est(3)+2])

title ('Resposta Visual em função do tempo de ciclo', "fontsize", 5);

xlabel('Tempo de Ciclo', "fontsize", 5);

ylabel('Ponderação Visual', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

f2=get("current_figure")

f2.background = -2;

////

////resposta visual em função do número de ciclos

f3 = figure(3);

xset("font size", 5);

plot2d([NC(1) NC(5)],[r1est(1)r1est(4)]);

errbar([NC(1) NC(5)],[r1est(1)r1est(4)],0.5,0.5)

replot([NC(1)-1,r1est(1)-0.5, NC(5)+1, r1est(4)+2])

title ('Resposta Visual em função do número de ciclos', "fontsize", 5);

xlabel('Número de Ciclos ', "fontsize", 5);

ylabel('Ponderação Visual', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

f3=get("current_figure")

f3.background = -2;

////

//////resposta visual em função da velocidade de translação

f4 = figure(4);

xset("font size", 5);

plot2d([VT(1) VT(9)],[r1est(1)r1est(5)]);

errbar([VT(1) VT(9)],[r1est(1)r1est(5)],0.5,0.5)

replot([VT(1)-1,r1est(1)-1, VT(9)+1, r1est(5)+2])

title ('Resposta Visual em função da velocidade de translação', "fontsize", 5);

xlabel('Velocidade de Translação', "fontsize", 5);

ylabel('Ponderação Visual', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

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58

f4=get("current_figure")

f4.background = -2;

// xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

// xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

////Coeficientes para resposta dimensional

dn=(inv(X'*X))*X'*r2m

disp(dn, 'Passo 10.2: Estimador da média global (dn) da análise dimensional');

r2est = dn(1)+ (dn(2)*C) + (dn(3)*TC) + (dn(4)*NC) + (dn(5)*VT) + (dn(6)*(I1)) +

(dn(7)*(I2)) + (dn(8)*(I3)) + (dn(9)*(I4)) + (dn(10)*(I5)) + (dn(11)*(I6)) + (dn(12)*(I7))

+ (dn(13)*(I8)) + (dn(14)*(I9)) + (dn(15)*(I10)) + (dn(16)*(I11));

////Influência das variáveis do processo na análise dimensional

////Resposta da perda de espessura em função da corrente

f5 = figure(5);

xset("font size", 5);

plot2d(C(1:2)',r2est(1:2)', color("blue"));

errbar(C(1:2)',r2est(1:2)',0.8,0.8)

replot([C(1)-0.5,r2est(1)-1, C(2)+0.5, r2est(2)+2])

title ('Resposta Dimensional em função da corrente', "fontsize", 4);

xlabel('Corrente [A]', "fontsize", 4);

ylabel('Dimensional [μm]', "fontsize", 4);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',3);

f5=get("current_figure")

f5.background = -2;

//resposta Dimensional [μm] em função do tempo de ciclo

f6 = figure(6);

xset("font size", 5);

plot2d([TC(1) TC(3)],[r2est(1)r2est(3)], color("red"));

errbar([TC(1) TC(3)],[r2est(1)r2est(3)],0.8,0.8)

replot([TC(1)-1,r2est(1)-1, TC(3)+1, r2est(3)+2])

title ('Resposta Dimensional em função do tempo de ciclo', "fontsize", 5);

xlabel('Tempo de Ciclo [s]', "fontsize", 5);

ylabel('Dimensional [μm]', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

f6=get("current_figure")

f6.background = -2;

////

////resposta Dimensional em função do número de ciclos

f7 = figure(7);

xset("font size", 5);

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plot2d([NC(1) NC(5)],[r2est(1)r2est(4)], color("green"));

errbar([NC(1) NC(5)],[r2est(1)r2est(4)],0.8,0.8)

replot([NC(1)-1,r2est(1)-0.5, NC(5)+1, r2est(4)+2])

title ('Resposta Dimensional em função do número de ciclos', "fontsize", 5);

xlabel('Número de Ciclos ', "fontsize", 5);

ylabel('Dimensional [μm]', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

f7=get("current_figure")

f7.background = -2;

////

//////resposta Dimensional em função da velocidade de translação

f8 = figure(8);

xset("font size", 5);

plot2d([VT(1) VT(9)],[r2est(1)r2est(5)], color("purple"));

errbar([VT(1) VT(9)],[r2est(1)r2est(5)],0.8,0.8)

replot([VT(1)-1,r2est(1)-1, VT(9)+1, r2est(5)+2])

title ('Resposta Dimensional em função da velocidade de translação', "fontsize", 5);

xlabel('Velocidade de Translação [mm/min]', "fontsize", 5);

ylabel('Dimensional [μm]', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

f8=get("current_figure")

f8.background = -2;

// xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

// xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

//////Coeficientes para resposta de perda de massa

//

pn=(inv(X'*X))*X'*r3m

disp(pn, 'Passo 10.3: Estimador da média global (pn) da análise de perda de massa');

r3est = pn(1)+ (pn(2)*C) + (pn(3)*TC) + (pn(4)*NC) + (pn(5)*VT) + (pn(6)*(I1)) +

(pn(7)*(I2)) + (pn(8)*(I3)) + (pn(9)*(I4)) + (pn(10)*(I5)) + (pn(11)*(I6)) + (pn(12)*(I7))

+ (pn(13)*(I8)) + (pn(14)*(I9)) + (pn(15)*(I10)) + (pn(16)*(I11));

////Resposta da perda de massa em função da corrente

//

f9 = figure(9);

xset("font size", 5);

plot2d(C(1:2)',r3est(1:2)');

errbar(C(1:2)',r3est(1:2)',500,500)

replot([C(1)-0.5,r3est(1)-2000, C(2)+0.5, r3est(2)+2000])

title ('Resposta Mássica em função da corrente', "fontsize", 4);

xlabel('Corrente [A]', "fontsize", 4);

ylabel('Perda de massa [μg]', "fontsize", 4);

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a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',3);

f9=get("current_figure")

f9.background = -2;

//

////resposta dimensional em função do tempo de ciclo

f10 = figure(10);

xset("font size", 5); // estilo de fonte

plot2d([TC(1) TC(3)],[r3est(1)r3est(3)]);

errbar([TC(1) TC(3)],[r3est(1)r3est(3)],500,500)

replot([TC(1)-1,r3est(1)-2000, TC(3)+1, r3est(3)+2000])

title ('Resposta Mássica em função do tempo de ciclo', "fontsize", 5);

xlabel('Tempo de Ciclo [s]', "fontsize", 5);

ylabel('Perda de massa [μg]', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

f10=get("current_figure")

f10.background = -2;

//

////resposta dimensional em função do número de ciclos

f11 = figure(11);

xset("font size", 5); // estilo de fonte

plot2d([NC(1) NC(5)],[r3est(1)r3est(4)]);

errbar([NC(1) NC(5)],[r3est(1)r3est(4)],600,600)

replot([NC(1)-1,r3est(1)-2000, NC(5)+1, r3est(4)+2000])

title ('Resposta Mássica em função do número de ciclos', "fontsize", 5);

xlabel('Número de Ciclos ', "fontsize", 5);

ylabel('Perda de massa [μg]', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

f11=get("current_figure")

f11.background = -2;

//

////resposta dimensional em função da velocidade de translação

f12 = figure(12);

xset("font size", 5);

plot2d([VT(1) VT(9)],[r3est(1)r3est(5)]);

errbar([VT(1) VT(9)],[r3est(1)r3est(5)],500,500)

replot([VT(1)-1,r3est(1)-2000, VT(9)+1, r3est(5)+2000])

title ('Resposta Mássica em função da velocidade de translação', "fontsize", 5);

xlabel('Velocidade de Translação [mm/min]', "fontsize", 5);

ylabel('Perda de massa [μg]', "fontsize", 5);

a=get("current_axes");

p1=a.children.children(1);

set(p1,'thickness',2);

f12=get("current_figure")

f12.background = -2