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FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG INSTALAÇÃOES PREDIAIS DE ESGOTOS SANITÁRIOS ENGENHARIA CIVIL INSTALAÇÕES PREDIAIS LUIZ HENRIQUE BASSO

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FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG

INSTALAÇÃOES PREDIAIS DE ESGOTOSSANITÁRIOS

ENGENHARIA CIVIL

INSTALAÇÕES PREDIAIS

LUIZ HENRIQUE BASSO

2

Instalações de Esgoto Sanitário

As instalações de esgoto sanitário destinam-se a coletar e encaminhar ao

local indicado pelo poder público competente, os despejos provenientes da água

utilizada na edificação, para fins higiênicos.

A norma brasileira NBR 8160/1999 estabelece as condições técnicas

mínimas que devem nortear esses projetos, cujas premissas básicas são as

seguintes:

• Rápido escoamento dos esgotos sanitários;

• Fácil desobstrução;

• Impedimento da passagem de gases e animais do interior das

instalações para o exterior;

• Impedimento de acúmulo de gás no interior das tubulações.

As instalações de esgotamento sanitário podem ser divididas, quanto à

possibilidade de acesso dos gases provenientes do coletor público ou dos

dispositivos de tratamento, em duas partes. A primeira dessas, denominada de

instalações primárias, permite o acesso dos gases e na outra parte, denominada

de instalações secundárias, é vedada a entrada desses gases. O desconector é

o dispositivo que separa essas duas partes, interpondo um fecho hídrico que

impede a passagem dos gases da instalação primária para a secundária.

Critérios de Dimensionamento das Tubulações

As instalações de esgotamento sanitário funcionam, sempre que

possível, com escoamento livre. O dimensionamento deste tipo de instalação

como tal, entretanto, torna-se complexo, tendo em vista a ocorrência de

escoamento gradualmente e bruscamente variado no interior dos condutos.

Assim, para facilitar o processo de dimensionamento, foram criadas as unidades

Hunter de contribuição associadas aos aparelhos, para fins de dimensionamento

das tubulações. A unidade Hunter é um número que leva em consideração a

3

probabilidade de simultaneidade de uso, associada à vazão dos aparelhos

sanitários em hora de contribuição máxima.

A Figura acima mostra parte de uma instalação sanitária, com a finalidade

de esclarecer algumas denominações específicas que recebem as tubulações,

bem como para indicar os quadros que ajudam a dimensionar essas tubulações

em função do valor da unidade Hunter recebido pela tubulação. Algumas

denominações específicas estão relacionadas a seguir, bem como a sua

finalidade:

• Ramal de descarga, tubulação destinada a receber efluentes

diretamente dos aparelhos sanitários;

• Ramal de esgoto, tubulação destinada a receber efluentes dos

ramais de descarga;

• Tubo de queda; tubulação vertical destinada a receber efluentes de

subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga;

• Subcoletor, tubulação destinada a receber efluente de um ou mais

tubos de queda ou ramais de esgoto;

Quadro 3

Ramal de esgoto - Quadro 3

Figura - Indicações para terminologia e dimensionamento

Ramal de esgoto

Ramal de descarga - Quadro 1

Caixa sifonadacom grelha

Quadro 7

Ramal deventilação

Quadro 4Tubo de queda

Quadro 8

Coluna deventilação

4

• Coletor predial, tubulação compreendida entre o sistema público ou

particular de coleta local e a última inserção do subcoletor, ramal

de esgoto ou de descarga;

• Ramal de ventilação, tubo de ventilação ligado a desconector ou

ramal de descarga, por um lado, e à coluna de ventilação ou tubo

ventilador primário, pelo outro lado;

• Coluna de ventilação, tubo de ventilação vertical que tem a

extremidade superior aberta à atmosfera, ou a tubo ventilador

primário;

• Barrilete de ventilação, tubo horizontal que recebe dois ou mais

tubos ventiladores, com a extremidade superior aberta à

atmosfera;

• Tubo de ventilação, tubulação destinada à exaustão dos gases e

admissão de ar atmosférico no interior da instalação primária, para

proteger os fechos hídricos dos desconectores de ruptura e manter

o escoamento livre nos condutos;

• Tubo ventilador primário, o prolongamento do tubo de queda com

a extremidade superior aberta à atmosfera.

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Quadro 1- Unidades Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários ediâmetros nominais dos ramais de descarga

AparelhoNúmero de unidades

Hunter decontribuição

Diâmetronominal do

ramal dedescarga DN

Banheira de residência 2 40

Bebedouro 0.5 40

Bidê 1 40

Chuveiro de residência 2 40

Chuveiro coletivo 4 40

Lavatório de residência 1 40

Lavatório geral 2 40

Mictório – válvula de descarga 6 75

Mictório – caixa de descarga 5 50

Mictório – descarga automática 2 40

Mictório de calha por metro 2 50

Pia de residência 3 50

Pia de cozinha industrial – preparação 3 50

Pia de cozinha industrial – lavagem de

panelas

4 50

Tanque de lavar roupas 3 50

Máquinas de lavar louças 2 50

Máquinas de lavar roupas 3 50

Vaso sanitário 6 100

6

Quadro 2 – Diâmetro nominal versus unidades Hunter de contribuição

Diâmetro nominal do ramal de descargaDN

Número de unidadesHunter de contribuição

40 2

50 3

75 5

100 6

Quadro 3 – Dimensionamento de ramais de esgoto

Diâmetro nominal do tuboDN

Número máximo de unidadesHunter de contribuição

40 3

50 6

75 20

100 160

150 620

7

Quadro 4 – Dimensionamento de tubos de queda

Número máximo de unidades Hunter de contribuiçãoPrédio com mais de três pavimentos

Diâmetro nominal dotubo DN

Prédio de até 3pavimentos Em 1 pavimento Em todo o tubo

40 4 2 8

50 10 6 24

75 30 16 70

100 240 90 500

150 960 350 1900

200 2200 600 3600

250 3800 1000 5600

300 6000 1500 8400

Observações:

• O diâmetro mínimo recomendado para o tubo de queda que recebe efluentes de

vaso sanitário é de 100 mm;

• O diâmetro mínimo de tubo de queda que recebe efluente de pias de copa, cozinha

ou despejo é 75 mm;

• O diâmetro do tubo de queda deve ser maior ou igual ao da tubulação a ele ligada.

Quadro 5 – Dimensionamento de coletores prediais e subcoletores

Número máximo de unidades Hunter de contribuição

declividades mínimas (%)

Diâmetro

nominal do tubo

DN 0,5 1 2 4

100 - 180 216 250

150 - 700 840 1000

200 1400 1600 1920 2300

250 2500 2900 3500 4200

300 3900 4600 5600 6700

400 7000 8300 10000 12000

Observação: Diâmetro nominal mínimo para o coletor predial: 100 mm

8

Quadro 6– Distância máxima de um desconector ao tubo ventilador

Diâmetro nominal do ramal de descargaDN

Distância máxima

40 1,00

50 1,20

75 1,80

100 2,40

Quadro 7 – Dimensionamento de ramais de ventilação

Grupo de aparelhos sem vasossanitários

Grupos de aparelhos com vasossanitários

Número deunidades Hunter de

contribuição

Diâmetro nominaldo ramal de

ventilação DN

Números deunidades Hunter de

contribuição

Diâmetro nominaldo ramal de

ventilação DNaté 12 40 Até 17 50

13 a 18 50 18 a 60 75

19 a 36 75 - -

9

Quadro 8 – Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação

Diâmetro nominal mínimo do tubo deventilação

40 50 75 100 150 200

Diâmetro nominaldo tubo de queda

ou ramal deesgoto DN

Número deunidadesHunter de

contribuição Comprimento máximo permitido (m)40 8 46

40 10 30

50 12 23 61

50 20 15 46

75 10 13 46 317

75 21 10 33 247

75 53 8 29 207

75 102 8 26 189

100 43 - 11 76 299

100 140 - 8 61 229

100 320 - 7 52 195

100 530 - 6 46 177

150 500 - - 10 40 305

150 1100 - - 8 31 238

150 2000 - - 7 26 201

150 2900 - - 6 23 183

200 1800 - - - 10 73 286

200 3400 - - - 7 57 219

200 5600 - - - 6 49 186

200 7600 - - - 5 43 171

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Caráter Geral das Condições para o Melhor Desempenho das Instalaçõesde Esgotamento Sanitário

Ramais de descargaOs ramais de descarga dos vasos sanitários, caixas ou ralos sifonados,

caixas retentoras e sifões devem ser ligados, sempre que possível, diretamente

a uma caixa de inspeção ou então a outra tubulação primária perfeitamente

inspecionável.

A inserção de um ramal de descarga ou de esgoto no coletor predial,

subcoletor ou em outro ramal de esgoto deve ser feita, de preferência, mediante

caixa de inspeção ou então com junção simples de ângulo não superior a 45º,

devendo, neste último caso, ser o mesmo ramal provido de peça de inspeção.

Tubos de quedaO tubo de queda deve ter diâmetro uniforme, sempre que possível, e ser

instalado em um único alinhamento reto.

Nas interligações de tubulações horizontais com verticais devem ser

empregadas junções a 45º simples ou duplas ou tês sanitários, sendo vedado o

uso de cruzetas sanitárias.

Coletores prediais e subcoletoresO coletor deve ser de preferência retilíneo, devendo ser colocadas caixas

de inspeção ou peças de inspeção, que permitam a limpeza e desobstrução dos

trechos adjacentes nas deflexões impostas pela configuração do prédio ou do

terreno.

No dimensionamento dos coletores e subcoletores deve ser considerado

apenas o parelho de maior descarga de cada banheiro de prédio residencial,

para cômputo do número de unidades Hunter de contribuição. Nos demais

casos, devem ser considerados todos os aparelhos contribuintes para o cálculo

do número de unidades Hunter de contribuição.

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VentilaçãoA ventilação do sistema de esgotamento sanitário pode ser realizada por

meio de ventilação primária somente ou por ventilação primária acrescida de

ventilação secundária. O primeiro caso corresponde à ventilação proporcionada

pelo ar que escoa no tubo de queda, quando prolongado até a atmosfera. A

ventilação secundária é realizada por colunas, ramais ou barriletes específicos

para ventilação.

É recomendável, em prédios de um só pavimento, a existência de pelo

menos um tubo ventilador de DN 100, ligado diretamente à caixa de inspeção

ou em junção ao coletor predial, subcoletor ou ramal de descarga de um vaso

sanitário e prolongado até acima da cobertura desse prédio. Em prédios de dois

ou mais pavimentos, os tubos de queda devem ser prolongados acima da

cobertura, sendo todos os desconectores (vasos sanitários, sifões e caixas

sifonadas) providos de ventiladores individuais ligados à coluna de ventilação.

Todo desconector deve ser ventilado. A distância do desconector à

ligação do tubo ventilador que o serve, não deve exceder os limites indicados no

Quadro 6.

A ligação de um tubo ventilador a uma tubulação horizontal deve ser feita

acima do eixo da tubulação, elevando-se o tubo ventilador até 15 cm, ou mais,

acima do nível de transbordamento da água do mais alto dos aparelhos

servidos. Antes de ligar-se a outro tubo ventilador.

A extremidade do tubo ventilador primário ou coluna de ventilação deve

estar situada acima da cobertura do edifício a uma distância de no mínimo 30

cm, no caso de telhado ou de simples laje de cobertura, e 2,00 m, no caso de

laje utilizada para outros fins além de cobertura. Neste último caso, deve ser

devidamente protegido contra choques ou acidentes que possam danifica-la.

A extremidade aberta de um tubo ventilador primário ou coluna de

ventilação não deve estar situada a menos de 4,00 m de distância de qualquer

janela, porta ou outro vão de ventilação, salvo se elevada pelo menos 1,00 m

acima das vergas dos respectivos vãos.

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DesconectoresEm todas as instalações de esgoto sanitário devem ser colocados

desconectores ventilados.

Todos os aparelhos da instalação predial de esgotos sanitários devem

ser ligados a tubulações primárias, com a interposição dos desconectores

colocados o mais próximo possível desses aparelhos, excetuando-se os que

trazem um desconector como parte integrante de sua estrutura, tais como vasos

sanitários e aqueles que são protegidos em grupos por um só sifão, caixa ou

ralo sifonado.

As pias de copa e de cozinha devem ser dotadas de sifões, mesmo

quando forem ligadas a caixas retentoras de gordura.

Todo desconector deve satisfazer às seguintes condições:

• ter fecho hídrico com altura mínima de 50 mm;

• apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou maior ao do ramal de

descarga a ele ligado.

Os sifões devem ter fecho hídrico com altura mínima de 50 mm e devem

ser munidos de bujões com rosca na parte inferior ou qualquer outro meio para

fácil limpeza e inspeção.

As caixas sifonadas devem ter as seguintes características:

• fecho hídrico com altura mínima de 50 mm;

• DN 100, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite

de 6 UHC;

• DN 125, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite

de 10 UHC;

• DN 150, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o limite

de 15 UHC;

• o ramal de esgoto da caixa sifonada deve ser dimensionado pelo quadro

3, levando em consideração a soma das UHCs dos aparelhos que

contribuem para a mesma.

Para coletar os despejos de lavatório, bidê, banheira, chuveiro e tanque

de lavagem, assim como as águas provenientes de lavagens de pisos, podem

13

ser instaladas caixas sifonadas com grelhas, também designadas por ralos

sifonados, ligadas, sempre que possível, diretamente a uma caixa de inspeção

ou, através de junção, a uma tubulação primária provida de peça de inspeção.

As caixas sifonadas devem ser instaladas em locais que permitam fácil

inspeção. Em casos excepcionais, quando de todo não for possível evitar,

podem ser instaladas caixas sifonadas com grelha em áreas ou pátios

descobertos, desde que estas áreas estejam cimentadas ou ladrilhadas. Essas

caixas devem ser colocadas de forma que as águas pluviais, que devem ter seu

esgotamento por tubulação própria, não o façam por elas.

A caixa sifonada pode ser substituída por sifão quando a instalação deste

dispositivo preencher as seguintes condições:

• Permitir sua fácil e imediata limpeza ou desobstrução, sem auxílio de

andaimes ou outros meios especiais;

• Permitir o acesso ao bujão de limpeza pela própria unidade autônoma em

que ele esteja instalado.

As caixas sifonadas especiais devem ter as seguintes características:

• Fecho hídrico com altura mínima de 20 cm;

• Quando cilíndricas, devem ter o diâmetro interno mínimo de 30 cm e,

quando prismáticas de base poligonal, devem permitir na base a inscrição

de um círculo de diâmetro mínimo de 30 cm;

• Devem ser fechadas hermeticamente com tampa de ferro fundido,

facilmente removível;

• Devem ter orifício de saída com o diâmetro nominal não inferior a DN 75.

Os esgotos provenientes de máquinas de lavar roupa e/ou tanques

situados em pavimentos superpostos, podem ser descarregados em tubos de

queda exclusivos, com caixa sifonada especial instalada no seu final.

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Caixas retentoras de gorduraÉ recomendado o uso de caixa retentora de gordura nos esgotos

sanitários que contiverem resíduos gordurosos provenientes de pia de copas e

cozinhas; deve ser instalada em local de fácil acesso e boas condições de

ventilação e fechada hermeticamente com tampa removível.

As pias de cozinha instaladas superpostas, em vários pavimentos, devem

descarregar em tubos de queda que conduzam os esgotos para caixas

retentoras de gordura coletivas, sendo vedado neste caso, o uso de caixas

individuais nos andares.

As caixas retentoras de gordura podem ser dos seguintes tipos:

a) Pequena (CGP), cilíndrica, com as seguintes dimensões:

• diâmetro interno – 30 cm;

• parte submersa do septo – 20 cm;

• capacidade de retenção – 18 litros;

• diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 75;

b) Simples (CGS), cilíndrica, com as seguintes dimensões mínimas:

• diâmetro interno – 40;

• parte submersa do septo – 20 cm;

• capacidade de retenção – 31 litros;

• diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 75;

c) Dupla (CGD), cilíndrica, com as seguintes dimensões mínimas:

• diâmetro interno – 60;

• parte submersa do septo – 35 cm;

• capacidade de retenção – 120 litros;

• diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 100;

d) Especial (CGE), prismática, de base retangular, com as seguintes

características:

• distância mínima entre o septo e a saída – 20 cm;

• volume da câmara de retenção de gordura obtido pela fórmula:

V = 2N + 20

15

Onde:

N = número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem

para a caixa de gordura;

V = volume em litros;

• altura molhada – 60 cm;

• parte submersa do septo – 40 cm;

• diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 100

Para a coleta de apenas uma paia de cozinha pode ser usada a caixa

retentora de gordura pequena (a). Para coletar esgotos gordurosos provenientes

de uma ou duas cozinhas deve ser usada, no mínimo, a caixa retentora de

gordura simples (b). Acima de duas, até o limite de doze cozinhas, deve ser

usada, no mínimo, a dupla (c). Acima de doze cozinhas, ou ainda, para cozinhas

de restaurantes, escolas, hospitais, quartéis etc., devem ser usadas caixas

retentoras de gordura especiais (d).

As caixas retentoras de gordura devem ser divididas em duas câmaras,

uma receptora e outra vedadora, separadas por um septo não-removível. A

parte submersa do septo deve ter 20 cm, no mínimo, abaixo do nível da geratriz

inferior da tubulação de saída, enquanto que a parte emersa deve ter 20 cm

acima do mesmo nível.

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Exemplo:

Dimensione uma caixa de gordura para atender a 215 pessoas numa

mesma cozinha.

O volume será:

V = 2N + 20

V = 2 x 215 + 20 = 450 l = 0,450 m3

Chamando: Vce = volume da 1ª câmara (entrada)

Vcs = volume da 2º câmara (saída)

A relação entre os volumes das câmaras deverá ser de 2:1, ou seja, a

câmara de entrada deverá ter o dobro da câmara de saída, logo:

V = Vce + Vcs

Vce = 2 Vcs donde: V = 3 Vcs ou Vcs=V/3

Vcs = 450 = 150 l e Vce = 2 Vcs, Vce =300 l

3

Ficando em 0,50 m a largura e 0,60 m a profundidade, teremos:

1º Compartimento:

Comprimento x = 0,300 = 1,00 m

0,50 x 0,60

2º Compartimento:

Comprimento y = 0,150 = 0,50 m

0,50 x 0,60

Portanto, a caixa retentora de gordura terá no 1º compartimento, ou seja,

no depósito propriamente dito, 300 litros, e no 2º compartimento, isto é, na

câmara de saída, 150 litros.

Caixas de inspeçãoAs caixas de inspeção devem ter:

• Profundidade máxima de 1,00 m;

17

• forma prismática, de base quadrada ou retangular, com dimensões

internas de 60 cm de lado (mínimo) ou cilíndrica com diâmetro mínimo

igual a 60 cm;

• tampa facilmente removível e permitindo perfeita vedação;

• fundo construído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar

formação de depósito.

Caixas de passagemAs caixas de passagem devem ter as seguintes características:

• Quando cilíndricas, diâmetro mínimo de 15 cm e, quando prismáticas

de base poligonal, permitir na base a inscrição de um círculo de

diâmetro mínimo de 15 cm;

• providas de grelha ou tampa cega;

• altura mínima de 10 cm;

• tubulação de saída dimensionada pelo quadro 3 para ramais de

esgotos.

As caixas de passagem não podem ser usadas para receber despejos

fecais; as que recebem efluentes de pias e cozinhas ou mictórios devem ser

providas de tampa hermética.

Poços de visitaOs poços de visita devem ter:

• Profundidade maior que 1,00 m;

• forma prismática, de base quadrada ou retangular, com as dimensões

internas de 1,10m de lado (mínimo) ou cilíndrica com diâmetro mínimo

de 1,10 m;

• degraus que permitam o acesso ao interior;

• tampa removível que garanta perfeita vedação;

• fundo constituído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar

formação de depósitos;

18

• duas partes (câmara de trabalho e câmara de acesso ou chaminé de

acesso);

• câmara de acesso com diâmetro interno mínimo de 60 cm.

Tubos OperculadosOs tubos operculados devem ser instalados junto às curvas dos tubos de

queda, todas as vezes que elas forem inatingíveis pelas varas de limpeza

introduzidas pelas caixas de inspeção ou por outras peças de inspeção

existentes na instalação.

Os tubos operculados devem ter as seguintes características:

• abertura suficiente para permitir as desobstruções com a utilização de

equipamentos manuais e mecânicos;

• tampa hermética removível.

Aparelhos sanitáriosSomente podem ser instalados aparelhos sanitários que permitam fácil

limpeza e remoção e que impossibilitem a contaminação da água potável. Os

aparelhos sanitários devem satisfazer as normas específicas da ABNT.

Os vasos sanitários devem ser dotados de fecho hídrico mínimo de 50

mm, providos ou não de orifício de ventilação no colo alto do desconector.

Para uso coletivo em quartéis, escolas, indústrias etc., podem ser usados

vasos sanitários tipo “turco”.

Todos os aparelhos sanitários, exceto vasos sanitários e lavadores de

comadre, devem ser providos de grelhas ou crivos nos orifícios de saída, para

impedir a intromissão de corpos sólidos que possam obstruir as tubulações.

Elementos Necessários Para Elaboração de ProjetoPara a elaboração do projeto das instalações prediais de esgotos

sanitários, são necessários:

a) Definição completa dos elementos do projeto de arquitetura do edifício.

Plantas, cortes e fachadas.

19

b) Definição completa dos projetos de estruturas e de fundações, com

pelo menos a planta de fôrmas.

c) Definição da possibilidade de ligação da instalação em coletor público:

normalmente pela frente do lote;

d) Definição dos demais projetos de instalação do edifício: água fria,

água quente, águas pluviais, combate a incêndios, gás, vapor, vácuo, oxigênio,

instalações elétricas etc.

e) No caso de impossibilidade temporária ou definitiva de ligação em

coletor público, todos os elementos necessários ao projeto da Instalação para

Destino Final.

Atividades Necessárias para Elaboração de Projeto

O projeto das instalações prediais de esgotos sanitários compreenderá

as seguintes atividades:

a) Definição de todos os pontos de recepção de esgotos.

b) Definição do ponto ou dos pontos de destino; definição do coletor

predial.

c) Definição e localização das tubulações que transportarão todos os

esgotos dos pontos de recepção ao ponto ou pontos de destino. Definição das

inspeções.

d) Definição e localização das tubulações necessárias à ventilação das

tubulações primárias.

e) Definição e localização da instalação elevatória e da instalação para

destino final, quando for o caso.

f) Determinação, para cada trecho das tubulações projetadas, do

“número de unidades Hunter” que lhe corresponde.

g) Especificação de materiais, dispositivos e equipamentos a serem

utilizados.

h) Determinação dos diâmetros das tubulações e dimensionamento da

instalação elevatória, quando houver.

20

i) Fixação de disposições construtivas.

j) Relação de materiais e equipamentos.

k) Apresentação do projeto com implantação, plantas baixas e detalhes.

l) Tabelas, memoriais, ART e desenhos.

21

MateriaisOs materiais normalmente empregados são: tubos e conexões de ferro

fundido, tubos de aço galvanizado e conexões de ferro maleável, tubos de

chumbo, tubo e conexões de cerâmica vidrada de fibrocimento e de PVC rígido.

Exemplo

a) Projetar a instalação de esgoto sanitário do banheiro de um

estabelecimento comercial, mostrado na figura a seguir e dimensionar os ramais

de descarga e de esgoto;

b) Dimensionar o ramal de ventilação;

c) Dimensionar o tubo de queda, a coluna de ventilação e o coletor

predial que recebe o esgoto do banheiro em questão, sabendo-se que estes

condutos devem atender aos 5 andares do edifício, com o mesmo tipo de

instalação.

22

Solução:

1. Lançamento da rede:

2. Dimensionamento:

a) Dimensionamento dos ramais de descarga e esgoto

TrechoUnidades

HunterDiâmetro Nominal

mmObservações

Chuveiro – caixa sifonada 4 40 Ver Quadro 1Lavatório – caixa sifonada 2 40 Ver Quadro 1Caixa sifonada – tubo de

queda

6 50 Ver Quadro 3

Vaso sanitário – tubo de queda 6 100 Ver Quadro 1

b) Dimensionamento do ramal de ventilação

O ramal de ventilação será dimensionado para atender o desconector e o

vaso sanitário auto-sifonado. Assim, entrando no Quadro 7 com 12 unidades

Hunter geradas nesta instalação tem-se DN = 50 mm.

23

c) Dimensionamento do tubo de queda, coluna de ventilação e coletor

predial

Considerando a totalidade do esgoto efluente dos banheiros desta

edificação, tem-se 60 unidades Hunter de contribuição. Com base nesse

número, obtém-se:

• pelo Quadro 4 – diâmetro do tubo de queda = 100 mm;

• pelo Quadro 8 – diâmetro da coluna de ventilação = 75 mm, para uma

coluna de, aproximadamente, 15,0 m;

• pelo Quadro 5 – diâmetro do coletor predial = 100 mm com declividade de

1%.

Resulstado:

24

Bibliografia Consultada Para Elaboração da Apostila

CREDER, Hélio

Instalações Hidráulicas e Sanitárias – 5º Edição – Rio de Janeiro –

Livros Técnicos e Científicos Editora, 1991.

BAPTISTA, Márcio e LARA, Márcia

Fundamentos de Engenharia Hidráulica – 2º Edição – Belo Horizonte –

Editora UFMG, 2003.

COELHO, Ronaldo Sérgio de Araújo

Instalações Hidráulicas Domiciliares – Rio de Janeiro – Antenna

Edições Técnicas Ltda, 2000.

GONÇALVES, Orestes Marraccini e OLIVEIRA, Lúcia Helena

Sistemas Prediais de Águas Pluviais – Texto Técnico - São Paulo –

Escola Politécnica da USP, 1998.

BOHN, Adolar Ricardo

Instalação Predial de Água Quente – Apostila – Centro Tecnológico,

Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa

Catarina, 2004.

25

ANEXO 1

ESGOTO SANITÁRIO EM PLANTA BAIXA DE PAVIMENTO SUPERIOR

26

ANEXO 2

DETALHE DE ESGOTO SANITÁRIO