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etnologia 7

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EXCELENTSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DA VARA CVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

STONEX CONSULTORIA, DESENVOLVIMENTO E EDICAO DE SOFTWARES LTDA, pessoa jurdica de direito privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica sob o nmero 19.570.509/0001-06, com matriz na Rua Domingos Ferreira, nmero 147/1401, Copacabana, Rio de Janeiro RJ, CEP 22.050-011, neste ato representado por seu scio administrador, DAVID FERREIRA BASTOS, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/RJ sob o nmero 189.137, inscrito no Cadastro de Pessoas Fsicas sob o nmero 112.038.667-55, postulando in rem propriam e, por meio de seu advogado, ALESSANDRO ALVES JACOB, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/RJ sob o nmero 128.041, ambos com endereo profissional Rua Domingos Ferreira, nmero 147/1401, Copacabana, Rio de Janeiro RJ, CEP 22.050-011, onde na forma do artigo 39, I/CPC, recebe intimaes, comparecem mui respeitosamente neste juzo para propositura de:

AO DE OBRIGAO DE FAZER C/C REPARATRIA DE DANOS MORAIS COM PEDIDO DE ANTECIPAO DE TUTELA

Em desfavor de CAIXA ECONMICA FEDERAL, instituio financeira sob a forma de Empresa Pblica Federal, dotada de personalidade jurdica de direito privado, criada pelo Decreto- Lei n 759, de 12 de agosto de 1969, regendo-se atualmente por Estatuto aprovado pelo Decreto n 4.371, de 11 de setembro de 2002, inscrita no CNPJ sob o n 00.360.305/0001- 04, com sede na Avenida Presidente Vargas, S/N, Centro, Rio de Janeiro RJ, CEP 22.040-010, na pessoa de seu representante legal, com fulcro nos artigos 52, 233 e seguintes do Cdigo Civil e artigo 273/CPC, pelos fatos que passa a expor:

I) OBJETO DA DEMANDA

O objeto da presente ao consiste em obter provimento jurisdicional, que imponha:a) Obrigao de fazer CAIXA ECONMICA FEDERAL, consistente na realizao imediata do Contrato de Cmbio pendente da Ordem de Pagamento de 9.354,89 Euros, recepcionada em 23 de janeiro de 2015 e liberao do valor em reais, em carter de tutela antecipada, e;

b) Reparao por Danos Morais Caixa Econmica Federal por se negar realizao do Contrato de Cambio da OP (Ordem de Pagamento) EUR 9.354,89.

II) DOS FUNDAMENTOS DE FATO

Stonex Productions (nome fantasia), parte autoral, pessoa jurdica devidamente cadastrada na Receita Federal do Brasil, com ato constitutivo regularmente concretizado na Junta Comercial do Rio de Janeiro.A autora supra realizou abertura de conta corrente na Caixa Econmica Federal (CEF), por ser o banco com agncia mais prxima de sua sede fiscal, na Rua Domingos Ferreira, nmero 147/1401, Copacabana - RJ.Os dados bancrios da empresa junto Caixa Econmica Federal so Agncia 0212 e Conta Corrente nmero 00001879-9, assim como comprova o carto expedido pela r para a autora movimentar sua conta bancria - Em anexo.A autora recebeu, em sua conta corrente, Ordem de Pagamento (OP) advinda do exterior, em 23/01/2015, originria de seu scio investidor, RAFAEL HERNANDEZ CASTRO, na importncia de 9.354,89 EUROS.O procedimento padro, in casu, deveria ser a elaborao de Contrato de Cambio pela R, com escopo de converso do valor para Reais Brasileiros e, liberao do valor em conta corrente aps assinatura do Contrato de Cmbio.Insta esclarecer ao juzo que h previsibilidade contratual para investimento de tal valor, assim como consta na Clusula II - CAPITAL SOCIAL, do Contrato Social da autora, conforme segue redao:

II CAPITAL SOCIALO capital social subscrito e no integralizado de R$ 151.515,00 (cento e cinquenta e um mil, quinhentos e quinze), divididos em 151.515,00 (cento e cinquenta e um mil, quinhentos e quinze) quotas de capital, no valor unitrio de R$ 1,00 (hum real), subscritas e no integralizadas, em moeda corrente nacional, distribudo entre os scios da seguinte forma: O scio RAFAEL HERNANDEZ CASTRO, possui 99% (noventa e nove por cento) do capital social totalizando 150.000,00 (cento e cinquenta mil) quotas, o qual realizar integralizao, atravs de investimento estrangeiro direito, no prazo de 180 dias a contar da data de registro da sociedade, para a conta corrente da sociedade e o scio DAVID FERREIRA BASTOS possui 01% (um por cento) do capital social, o qual realizar integralizao em at 180 dias, totalizando 1.515,00 (hum mil quinhentos e quinze) quotas do capital social. (art. 997, III, CC/2002) (art. 1.055, CC/2002). (GRIFO NOSSO)

Ocorre que, sem justificativa plausvel, os prepostos da R, atravs de seus gerentes, da agncia onde a autora mantm conta corrente, Bernard Wright e Mara Corado, mentem-se inertes no que concerne a elaborao do Contrato de Cmbio para liberao do valor.Segundo anexamos, toda a documentao exigvel fora enviada (tambm anexada na presente) para que o valor fosse liberado e, assim como incansveis solicitaes aos prepostos da r para que o Contrato de Cmbio fosse confeccionado e o valor liberado em anexo.E mais, entregamos na agncia, dossi completo sobre a empresa, com todas as informaes contbeis e jurdicas, como folha de pagamento, cadastro dos funcionrios no Ministrio do Trabalho e Emprego, Analtico FGTS e INSS, resumo da folha de pagamento, dentre outros, comprovando a factibilidade dos negcios jurdicos aqui mencionados, visando evidenciar que h urgncia na demanda, pois fornecedores, empregados, salrios, obrigaes para com o Fisco, Previdncia e outros, podem carecer de quitao.Mesmo assim, mantem-se inertes desde 23/01/2015, quando a OP fora recebida e toda documentao rapidamente disponibilizada.Depois de incansveis solicitaes, no existem alternativas a no ser a tutela jurisdicional que obrigue CEF na realizao do Contrato de Cambio e liberao do valor na Conta Corrente da sociedade.

III) DA REALIZAO DE CONTRATO DE CMBIO ANTERIOR

A Caixa Econmica Federal, em 23/07/2014, realizou sem maiores dificuldades o Contrato de Cambio 2561405, da Ordem de Pagamento, enviada pelo scio investidor RAFAEL HERNANDEZ CASTRO, da importncia de EUR 42.390,99. Naquela ocasio, a CEF aplicou taxa cambial de 2,94 e depositou na conta corrente da autora importncia de R$ 124.629,51.Toda a documentao, como no caso do Contrato de Cambio 2561405, fora enviada corretamente, que so, segundo Circular do Banco Central do Brasil: Tela do RDE, Comprovante de transferncia, comprovante da origem do valor e documentos da empresa (Contrato Social e CNPJ).Ocorre que, mesmo j tendo realizado um Contrato de Cambio com valor muito superior h 04 meses atrs, a r se mantem inerte na elaborao do novo Contrato de Cmbio, prejudicando os negcios da empresa e colocando em risco sua pontualidade como boa pagadora, haja vista, carecer a autora do valor preso para quitar com suas obrigaes cotidianas.

IV) DAS RAZES PARA A ANTECIPAO DOS EFEITOS DA TUTELAO Cdigo de Processo Civil Brasileiro, a Lei n. 5.869/1973 disciplina em seu art. 273 que:Art. 273. O juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da alegao e: I - haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao.Segundo a doutrina majoritria no estudo da disciplina processual civil e o Cdigo de Processo Civil Brasileiro, permitido ao juiz antecipar os efeitos da tutela jurisdicional se verificvel for que h, no caso concreto, atendimento a dois requisitos cuja explicao retira-se da obra do Prof. Humberto Theodoro Jr.:I Um dano potencial, um risco que corre o processo principal de no ser til ao interesse demonstrado pela parte, em razo do periculum in mora, risco esse que deve ser objetivamente apurvel.II A plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretenda segurana, ou seja, o fumus boni iuris.. Sem sombra de dvida, so esses os conceitos presentes no caso em tela em que se v as duas figuras jurdicas caricaturadas na narrao dos fatos, pois aqui, a ttulo de maior esclarecimento, caso o autor no consiga a devida liberao dos emolumentos o mais rapidamente possvel, diversos empregados seus ficaro sem saber o que fazer, podendo, inclusive, ajuizar aes trabalhistas contra o patro, empresrio que se no conseguir a efetivao de seu depsito acabar faltando no cumprimento de seus deveres para com seus funcionrios. Em seguida, h indcios, os quais indicam que ao autor cabe a razo e, por conseguinte, a justia a ser feita pelo juiz, pois nenhuma justificativa plausvel foi emitida pela Caixa Econmica Federal a qual pudesse justificar a no efetivao da ordem de pagamento enviada ao cliente.

V) DOS FUNDAMENTOS DE DIREITO

Direitos previstos na Constituio Federal A nossa Carta Maior assegura em seu art. 5 que, todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade,em seu inciso V que assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem e no inciso XXXII que o Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor. Entendemos que no presente caso o cliente, pessoa jurdica, correntista da CEF, consumidor de seus servios, encontra-se em estado de contnua lesividade ocasionada por aquela a qual tem a obrigao de prestar os servios a que se props ao firmar o contrato com a Stonex LTDA e de proporcionar os meios necessrios e disponveis ao cliente de modo a possibilit-lo realizar o que deseja e lhe lcito fazer.

Direitos previstos no Cdigo de Defesa do ConsumidorAlm de atacar direitos fundamentais previstos na Constituio Federal, a conduta da Caixa Econmica Federal tambm contraria o Cdigo de Defesa do Consumidor.O Cdigo de Defesa do Consumidor, Lei n 8.078/90, dispe a existncia de relao de consumo e sujeio das instituies financeiras e bancrias s normas consumeristas:Art. 2 Consumidor toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utiliza produto ou servio como destinatrio final. [...]Art. 3 Fornecedor toda pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produo, montagem, criao, construo, transformao, importao, exportao, distribuio ou comercializao de produtos ou prestao de servios. [...] 2 Servio qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remunerao, inclusive as de natureza bancria, financeira, de crdito e securitria, salvo as decorrentes das relaes de carter trabalhista. - (grifo nosso).As regras e princpios trazidos pelo Cdigo de Defesa do Consumidor, que constituem normas de ordem pblica e interesse social, devem ser observados nas relaes de consumo envolvendo bancos e consumidores, assim como so os contratos de emprstimo, financiamento e outros.Seguindo a mesma linha, o Superior Tribunal de Justia editou a Smula 297: O Cdigo de Defesa do Consumidor aplicvel s instituies financeiras. No restando dvida acerca da aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor ao presente caso, verifica-se que a conduta da Caixa Econmica Federal de negar servios bancrios ao consumidor sem uma justificativa embasada viola vrios princpios e direitos do consumidor.

Da Obrigao de Fazer

Segundo a Circular do Banco Central N. 3.691 de 16 de dezembro de 2013 a qual regulamenta a Resoluo n. 3.568/2008 quanto s normas para realizao de contratos de cmbio, a Caixa Econmica Federal dentre outras instituies financeira plenamente autorizada a realizar quaisquer das operaes financeiras constantes naquela Resoluo. preciso lembrar que a CEF j realizou contrato de cmbio em favor da r anteriormente e no demonstrou motivos palpveis para a no realizao do contrato em foco nesta petio, ou seja, no h por que no concluir a Operao de Cmbio se no h impeditivos reais. Pede-se na presente que seja a r obrigada a fazer o contrato de cmbio, pois h uma relao de confiana e continuidade estabelecida entre autora e r desde a abertura da conta corrente e, mais ainda, pela efetivao de contrato de cmbio de valor muito mais elevado, como dito anteriormente, h menos de um ano, sem maiores questionamentos ou objees. Agora, a autora simplesmente no consegue entender, muito porque no h fundada justificativa, por quais motivos os prepostos da instituio na qual confiou no autorizaram a efetuao do contrato de cmbio necessrio ao bom fluxo e continuidade de seus negcios.

Do Dano Moral

Quando se pleiteia uma ao visando uma indenizao pelos danos morais sofridos, no se busca um valor pecunirio pela dor sofrida, mais sim um conforto que atenue, em parte, as consequncias do prejuzo sofrido. Visa-se, tambm, com a reparao pecuniria de um dano moral imposta ao culpado representar uma sano justa para o causador do dano moral.

A ilustre civilista Maria Helena Diniz, preceitua:

No se trata, como vimos, de uma indenizao de sua dor, da perda sua tranquilidade ou prazer de viver, mas de uma compensao pelo dano e injustia que sofreu, suscetvel de proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poder, com a soma de dinheiro recebida, procurar atender s satisfaes materiais ou ideais que repute convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento.

A reparao do dano moral cumpre, portanto, uma funo de justia corretiva ou sinalagmtica, por conjugar, de uma s vez, a natureza satisfatria da indenizao do dano moral para o lesado, tendo em vista o bem jurdico danificado, sua posio social, a repercusso do agravo em sua vida privada e social e a natureza penal da reparao para o causador do dano, atendendo a sua situao econmica, a sua inteno de lesar, a sua imputabilidade etc...

(DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 13. Ed. So Paulo: Saraiva, 1999, v.2)

A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua quantificao, pois o dano moral atinge o intimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento no depende de prova de prejuzo de ordem material.O dano moral sofrido pela autora resta demonstrado, vez que o numerrio a ser recebido desde janeiro por intermdio da Ordem de Pagamento no realizada pela r gera inmeros problemas para a autora e minando sua confiana na r, pois se viu obrigada a recorrer tutela jurisdicional deste douto juzo.

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