informe técnico indústria - agosto 2015

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Informe TécnIco dA IndÚsTrIA PArAense

AgosTo 2015Fundação Amazônia de Amparo

a Estudos e Pesquisas do Pará

Fapespa

De acordo com os resultados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa do Pará (FAPESPA), em cooperação técnica com a Federação das Indústrias do Pará (FIEPA), disponibiliza o Informe Técnico do setor Industrial com

uma análise do comportamento da indústria paraense em agosto de 2015, baseada no resultado do índice da Produção Física Industrial, desagregado por setor, além de outras informações afins.

O Pará registrou em agosto de 2015, na comparação com igual mês do ano anterior (série sem ajuste sazonal), uma baixa de 2,8% em sua atividade industrial, sendo contrastante ao crescimento de 5,8% obtido no mesmo período de 2014, e, dessa forma, interrompeu doze meses consecutivos de taxas positivas. Tal desempenho foi proveniente da retração de 2,2% na produção da Indústria Extrativa e de -4,8% da Indústria de Transformação (Gráfico 1). Contudo, de janeiro a agosto de 2015, a Indústria Geral paraense registrou crescimento de 5,4%.

Gráfico 1 – Desempenho da indústria paraense em agosto nos últimos seis anos (2010 – 2015), segundo a variação do Índice da Produção Física

Fonte: PIM/IBGE, 2015. / Elaboração: FAPESPA, 2015.

PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL PARAENSE EM AGOSTO DE 2015

Avaliando o nível de atividade industrial dos estados da federação, entre aqueles que apresentaram variação negativa, a Indústria Geral paraense foi a que apresentou a menor retração, ficando a cargo de Amazonas (-13,8%) e São Paulo (-12,9) os registros dos piores desempenhos na atividade industrial. Por outro lado, Mato Grosso (6,4%) e Bahia (2,7%) foram os que apresentaram os melhores desempenhos (Tabela 1). O baixo nível de produção nos estados, induzido pela retração da demanda agregada, influenciou para que a Indústria nacional encerrasse o mês de agosto com variação negativa de 9% em sua produção. Esse desempenho tem se repetido nos últimos meses, contribuindo com o PIB negativo nos dois primeiros trimestres de 2015, descrevendo, assim, o cenário de recessão técnica no país.

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Tabela 1 – Variação (%) da produção física Industrial Geral – Brasil e estadosc

Fonte: PIM/IBGE, 2015. / Elaboração: FAPESPA, 2015.

A retração verificada na Indústria Extrativa de 2,2% foi induzida, sobretudo, pelo recuo na extração de minério de ferro, reforçada por uma baixa de 10,58% na quantidade exportada dessa commodity. Outro dado relacionado à atividade extrativa a se destacar é a retração de 40,21% no preço da tonelada métrica seca do minério de ferro no mercado internacional. Contudo, apesar de o preço da commodity mineral encontrar-se abaixo dos praticados em agosto de 2014, as minas paraenses apresentam relativa vantagem competitiva por serem classificadas como de baixo custo, e dessa forma tornam-se viáveis à produção em larga escala.

Quanto à Indústria de Transformação paraense, em que pese ter se verificado uma retração da ordem de 4,8%, alguns segmentos obtiveram desempenho positivo, a exemplo da fabricação de celulose e produtos de papel, que apresentou aumento, encerrando o mês de agosto com crescimento de 148,2%, em comparação com o mesmo período de 2014, o que é explicado, principalmente, pela expansão na produção de pastas químicas de madeira (celulose). Outro dado a se destacar é a variação positiva na atividade industrial do setor metalúrgico da ordem de 1,2%, tendo como fator indutor a expansão na demanda externa de produtos como a alumina calcinada, com aumento de 9,61% nas exportações no referido mês.

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Tabela 1 – Variação (%) da produção física Industrial Geral – Brasil e estadosc

Por outro lado, a fabricação de alimentos e bebidas sofreu retração de 0,5% e 8,9%, respectivamente. Ressalta-se que a queda na produção de bebidas esteve vinculada, entre outros fatores, a um crescimento nos custos de produção desse segmento por conta da elevação tributária de 15% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e 10% no PIS/Cofins, ambos em vigor desde abril do ano em curso, tendo como reflexo a diminuição da produção no segmento. Dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (SICOBE) da Receita Federal do Brasil registraram redução de 8,84% na produção física de cervejas e refrigerantes na região Norte, na comparação com agosto de 2014.

Somam-se, ainda, outras baixas observadas em setores da Indústria de Transformação, como o madeireiro (-40,9%) e mineral não metálico (-8,5%), pressionados, em grande medida, pela menor produção de madeira serrada, aplainada ou polida e tacos e frisos de madeira para assoalhos e forros de madeira, no primeiro ramo; e de cimentos “Portland”, no segundo (Tabela 2). Cabe destacar a inflação registrada no setor madeireiro. Segundo o Índice de Preço ao Produtor (IPP), divulgado pelo IBGE, que mede a inflação do setor industrial, em agosto de 2015 o setor madeireiro registrou uma inflação de 3,22% e, no acumulado do ano, alcançou 13,11%. Esse fenômeno ajuda a explicar a baixa no desempenho da atividade industrial desse segmento no âmbito do estado do Pará no mês de agosto, indicando uma tendência de elevação dos custos de produção na indústria madeireira nos últimos meses.

Tabela 2 – Variação (%) da produção física Industrial paraense em agosto de 2015

Fonte: PIM/IBGE, 2015. / Elaboração: FAPESPA, 2015.

No tocante ao Mercado de Trabalho, tem-se um cenário inverso ao observado na produção física da Indústria paraense. Em que pese às retrações de produção já mencionadas no âmbito estadual, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério

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do Trabalho e Emprego, a Indústria paraense registrou no mês em análise um saldo positivo de 528 novos postos de trabalho com carteira assinada, com destaque para o setor de alimentos e bebidas (ambos da Indústria de Transformação), que contabilizou 700 novos empregos formais, sinalizando melhores perspectivas para o segmento. Também apresentaram desempenho positivo na geração de empregos formais no âmbito da Indústria de Transformação os setores minerais não metálicos (98) e mecânica (23) (Tabela 3).

A conjuntura do mercado de trabalho no âmbito industrial indica que, apesar da ocorrência de um arrefecimento no volume de produção, as indústrias paraenses optaram pela ampliação de seu capital humano com vistas, principalmente, a uma possível retomada do consumo interno.

No que se refere à arrecadação de ICMS do setor industrial, informações do Conselho Federal de Política Fazendária (CONFAZ) apontam arrecadação da cifra de R$ 822,721 milhões em agosto de 2015, refletindo uma retração de 1,91% em relação ao mesmo mês do ano anterior, levando em consideração a inflação acumulada no período. A arrecadação desse imposto, decorrente do consumo de energia elétrica por parte do setor industrial, totalizou R$ 195,731 milhões em agosto do ano corrente; todavia, se comparada ao montante registrado no mesmo período em 2014, corrigido pela inflação em doze meses, constata-se uma alta de 17,33%, ratificando o desempenho da indústria de geral no período.

Tabela 3 – Movimentação de emprego formal na Indústria paraense, agosto de 2015

Fonte: PIM/IBGE, 2015. / Elaboração: FAPESPA, 2015.