informativo sbc-03_mar-abr-mai_2012

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sbc informativo A história da cirurgia de coluna no Brasil e na América Latina, por Robert Bob Win ter Comissão Organizadora do CSBC 2013 anuncia logomarca e novidades para o programa científico Evento Cláudio Pedras Entrevista Conheça os novos membros da Sociedade Sócios A performance atlética de um ortopedista de coluna que mantém corpo e alma em sintonia com estilo de vida saudável Mens Sana 03 SBC Sociedade Brasileira de Coluna MAR/ABR/MAI 2012

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Informativo Sociedade Brasileira de Coluna nº 3 MARÇO/ABRIL/MAIO-2012

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Page 1: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

sbcinformativo

A história da cirurgia de coluna no Brasil e na América Latina, por Robert Bob Winter

Comissão Organizadora do CSBC 2013 anuncia logomarca e novidades para o programa científico

Evento

Cláudio PedrasEntrevista

Conheça os novos membros da Sociedade

Sócios

A performance atlética de um ortopedista de coluna que mantém corpo e alma em sintonia com estilo de vida saudável

Mens Sana

03

SBCSociedade Brasileira de Coluna

MAR/ABR/MAI2012

Page 2: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

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Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

nestae d i ç ã o

A trajetória vitoriosa vivenciada por um grande nome da ortopedia da coluna, Dr. Robert Bob Winter, no Brasil e em vários países da América Latina, fez escola, criou discípulos, além de desenvolver um modelo de conduta exemplar entre seus pares na medicina do tratamento da coluna

Vem aí o Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna 2013, com muitas novidades na programação científica

Especial

Evento

/15

/06

NovosSócios/14Veja quem são os novos sócios que ingressaram na SBC em 2011

FórumInterativo/07Encontre a resposta para a abordagem de uma técnica avançada minimamente invasiva para o tratamento da artrodese lombar

Entrevista/08Ex-presidente Cláudio Pedras fala sobre a fundação da SBC e analisa os rumos da Sociedade, que devem estar voltados para a atualização científica do sócio jovem

Mens Sana/10Surpreenda-se com a história de um cirurgião de coluna pediátrico que nutre paixão pela atividade física; ela é de tirar o fôlego de qualquer atleta

Escrevendo a história

Como é peculiar ao nosso leitor, a

leitura desta edição do Informativo será

ainda mais especial, principalmente

porque conta a história de mais de 40

anos da cirurgia de coluna brasileira,

numa relação duradoura e profícua

com o serviço de Mineápolis, que teve

o professor John Moe e Robert Winter

como mentores diretos. Influência

fundamental na formação de inúmeros

cirurgiões de coluna brasileiros e de

muitas lideranças da especialidade na

América Latina.

Caro editor Sérgio, “pensador”.

Sociedade sem história e sem memória

não existe. Obrigado por nos brindar

com este número do nosso boletim e

propiciar aos cirurgiões mais jovens

perceberem a evolução da cirurgia da

coluna construída com dedicação, ética

e amor à Ortopedia.

Parabéns aos membros da SBC, que

representam a qualidade dos trabalhos

no tratamento da Coluna em nível

nacional, com suas participações nos

eventos internacionais da especialidade,

cada vez em maior número e alcançando

relevância científica. No recente

Congresso Argentino de Coluna, da

SILACO, realizado em outubro de 2011,

em Buenos Aires, foram apresentados

17 temas livres, 23% dos trabalhos com

apresentação oral. Para o Spineweek, que

ocorrerá em maio próximo, em Amsterdam,

foram aceitos, para apresentação oral, 33

temas livres e 23 pôsteres.

Esta é uma demonstração clara de que

é possível trabalhar com determinação

e ainda realizar ensaios clínicos e de

ciência básica. Os nossos associados

estão demonstrando que vale a pena,

com algum sacrifício, estar presente

nesses eventos internacionais e mostrar

o que fazemos no Brasil.

É com satisfação que também

comunico as atividades que envolvem

as Regionais da SBC; elas estão bastante

ativas, realizando seus eventos anuais de

educação continuada, que devem ser a

finalidade principal de suas ações locais.

Esperamos que, no decorrer de 2012,

os sócios da SBC tenham boas notícias

para partilhar e compartilhar nas

páginas do Informativo SBC, que está

aberto para divulgar e difundir assuntos

de interesse dos seus leitores.

Luis Eduardo Munhoz da Rocha

Presidente da Sociedade

Brasileira de Coluna

presidentep a l a v r a d o

Page 3: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

04 05

Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

“Quando resolvi que deveria vir para a Coreia do Sul,

não sabia ao certo o que iria encontrar. Meu pensamento

estava direcionado para um aperfeiçoamento profissional.

Não parei muito para pensar se a língua, a cidade e o povo

coreano seriam uma barreira ou ainda se seria a comida o

grande obstáculo.

Chegando aqui, eu e minha esposa tivemos uma grata

surpresa. A cidade é muito moderna, segura e com um

transporte público impecável. Podemos encontrar

informações em inglês em quase todos os lugares.

O povo coreano sempre se mostrou disposto a nos

ajudar mesmo quando não falavam inglês. Seul é, sem

dúvida, uma cidade bem preparada para receber um

visitante estrangeiro.

Nesta cidade o moderno e o antigo se misturam. Ao

lado de templos e construções milenares, encontramos

maravilhas da arquitetura moderna. Nesta foto, retratamos

a troca da guarda no palácio de Changdeokgung, uma

construção com mais de seis séculos.

O significado literal de Changdeokgung é palácio da

prosperidade. É claro que temos saudades do Brasil, mas

passar um ano em Seul será um grande prazer.”

Participe deste espaço enviando uma foto para o e-mail [email protected], colocando seu nome, a cidade onde atua profissionalmente e a data em que fez a imagem, acompanhada de um texto sobre a sua percepção do flagrante.

Guilherme Pereira Corrêa Meyer, de São Paulo, Fellow 2012, no Wooridul Spine Hospital, Seul, Coreia do SulServiço: Prof. Dr. Sang Ho Lee

Expediente

Presidente: Dr. Luis Eduardo Munhoz da Rocha              Vice-Presidente: Dr. Carlos Henrique Ribeiro                 1º Secretário: Dr. Mauro dos Santos Volpi 2º Secretário: Dr. Marcelo Wajchenberg                1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Fogaça Cristante       2º Tesoureiro: Dr. Asdrubal Falavigna   

Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439e-mail: [email protected] Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomese-mail: [email protected]: Dr. Sérgio Zylbersztejn e-mail: [email protected] final e editoração: Luciano Maciel

Colaboram nesta edição: Drs. Eduardo Gil, Guilherme P. C. Meyer,Ivan Ferraretto, Henrique da Mota, André Andújar, Pil Sun Choi e Hospital SamaritanoTradução: Elisa Anhaia (Espanhol), Elisa Alberton Machado (Português). Texto original: A experiência de Moe e Winter na América Latina

Periodicidade: Trimestral Impressão: Edelbra GráficaRepresentante de Publicidade: Binotto ComunicaçãoTelefone: (51) 3209.2041Fax: (51) 3209.2048Celular: (51) 9116.2224e-mail: [email protected]

Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.

Endereço:

Sociedade Brasileira de Coluna – SBCAlameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 – São Paulo -SPTelefax: (11) 3088.6615Endereço eletrônico: [email protected] www.coluna.com.brSecretária: Ana Maria

Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: [email protected]

SBCSociedade Brasileira de Coluna

ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA

seu olharO despertar da cirurgia de coluna

A tarefa do editor é entender, avaliar e

recomendar assuntos que possam despertar

o interesse da grande maioria dos nossos

leitores. Tarefa essa agradável de traduzir

em palavras o que estamos pensando e

refletindo com liberdade de expressão. Venho

constatando que fazer medicina no século XXI

significa dominar a tecnologia da informação.

No artigo “Toque a tela agora para ver o seu

médico”, publicado no Canadian Medical

Association Journal 2012, o autor mostra as

possibilidades que caracterizam a nova onda

de eficiência operacional na saúde produzindo

um aumento na satisfação e reduzindo o

tempo de espera para uma consulta médica.

O paciente, nos mais diferentes lugares

públicos, pode preencher suas informações

médicas e agendar a consulta.

O resultado é uma consulta com menos

tempo de espera e a criação de um banco

de registro de saúde do paciente, o que é

surpreendente.

Transpondo a agilidade da informação

para o nosso Informativo, percebemos

que esta edição traz o reflexo de uma

comunicação dinâmica e colaborativa.

Um exemplo dessa interface é o conteúdo

que resgata o exato momento em que os

paradigmas de se tratar de modo cirúrgico

a coluna vertebral na América Latina

ganharam impulso e saíram do atraso em

relação à Europa e aos Estados Unidos.

E a fonte deste registro não poderia ser

melhor: o Prof. Winter, que aceitou o nosso

convite e escreveu um texto precioso em

que ele detalha, também com fotos, suas

inúmeras viagens em companhia do Prof.

Moe ao nosso continente.

As viagens de Moe e Winter foram

realizadas com as dificuldades da época

(transporte, comunicação, entre outras),

mas que resultaram na difusão de seus

ensinamentos numa feliz e duradoura

parceria entre Brasil, América Latina e

Estados Unidos. Devido à importância do

relato do mestre Robert Winter, a presente

edição está circulando com 24 páginas,

tiragem ampliada, e, ainda, com versões em

inglês (texto original) e em espanhol.

Para enriquecer o relato do Prof. Winter,

foram convidados dois ícones de nossa

sociedade, Dr. Ferraretto e Dr. Pedras. Seus

depoimentos são um registro histórico de

lembranças memoráveis de uma, até então,

incipiente ortopedia de coluna vertebral,

particularmente no Brasil.

O futuro da Sociedade passa a ser construído

com um abraço de boa chegada aos nossos

novos sócios, que são em número de 48.

As expectativas pelo congresso de Santa

Catarina estão se materializando por meio

uma grade científica inovadora. Recomendo

também a seção de caso clínico, que está em

sintonia com as modernas técnicas de cirurgia

minimamente invasivas. A curiosidade para a

solução do tratamento cirúrgico induzirá os

sócios a acessarem o site da SBC e participarem

dessa atividade interativa.

Lembrando ainda que faltou espaço para

tanta informação, mas já adiantamos que o

próximo número traçará os perfis de alguns

serviços credenciados e como eles formam o

cirurgião de coluna no Brasil.

Boa leitura.

Sergio Zylbersztejn

Editor

“O homem nunca sabe

do que é capaz

até que é obrigado a

tentar

”Charles Dickens

opinião

Page 4: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

06 07

Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

Entre os dias 27 a 30 de abril de 2013,

Florianópolis (SC) receberá o XIV Congresso

da Sociedade Brasileira de Coluna, no

Costão do Santinho Resort.

O evento é considerado o mais importante da

especialidade do país e reúne grandes nomes da

cirurgia da coluna nacionais e internacionais.

A comissão organizadora está trabalhando com

entusiasmo na elaboração de um programa que

apresentará discussões de grande nível científico.

Conforme explica o presidente do CSBC 2013,

André Andújar, foi formada uma Comissão de Temas

Livres, especificamente para tratar deste tópico com a

importância que ele merece.

Uma das atrações confirmadas é a realização de um

Curso pré-congresso organizado pela SRS (Scoliosis

XIV Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna

Artrodese minimamente invasiva percutânea 360 graus

evento

Research Society), que ocorrerá no dia 27 de abril (sábado).

Serão três dias de atividades intensas de troca de experiências e

oportunidade para assistir a novas abordagens no tratamento da coluna.

Outra novidade divulgada pela Comissão Organizadora é a

logomarca do evento. O logo traz os traçados da Ponte Hercílio Luz,

um ícone de Florianópolis, e das ondas do mar, que significam a

beleza das praias da ilha.

O presidente Andújar enfatiza que os participantes do congresso

poderão permanecer mais tempo em Florianópolis, para aproveitar o

feriado de 1º de maio e conhecer melhor os atrativos de Florianópolis

ou para descansar no Costão do Santinho.

“No período do nosso Congresso, é a época do ano que se contempla

o mais belo pôr do sol da ilha, emoldurando o entardecer na cidade,

com um clima agradável; temperaturas entre 17ºC e 23ºC (e picos de

28ºC), com direito a um banho de mar nas águas quentes do litoral

catarinense”, ressalta Andújar.

Durante o SIMINCO RIO 2012 (11/04), evento que marcou os 100 anos da Escola

de Medicina e Cirurgia (Unirio), foi realizada uma cirurgia inédita no Brasil formada

pelos Drs. Rudolf Morgenstern (Espanha), Paulo de Carvalho (RJ) e Pil Sun Choi (SP).

A nova técnica consiste em estabilizar a coluna lombar efetuando o ALIF via

percutânea através do forame intervertebral e estabilização das articulações

zigoapofisárias da mesma maneira.

A cirurgia pode ser efetuada com anestesia geral ou local, com sedação. A grande

vantagem desta técnica consiste no fato de que a intervenção poder ser realizada

com anestesia local, oferecendo menos trauma e ainda uma menor perda de sangue,

além de proporcionar um período de internação mais rápido para o retorno do

paciente às atividades normais.

Resultados preliminares iniciais demonstram que a técnica é segura e efetiva. No

Brasil, está sendo elaborado um protocolo de pesquisa no IOT HC FMUSP para

verificar a real eficácia do procedimento, em comparação às técnicas convencionais.

Caso clínico

Paciente: sexo feminino, 63 anos.História: lombalgia crônica recidivante resistente ao tratamento conservador a cerca de 12 anos.Exame clínico: dor lombar baixa que piora tanto em flexão como em extensão.Exame neurológico: sem déficit neurológico

Opções de tratamento:1. Conservador2. Estabilização dinâmica3. Baseado em pedículo vertebral4. Baseado em processo espinhoso5. Estabilização estática6. Póstero lateral TLIF, PLIF, XLIF7. Estabilização estática percutânea

Participe do fórum interativo. Veja mais imagens e envie sua resposta, acessando www.coluna.com.br

fórumi n t e r a t i v o

O caso clínico desta edição é uma colaboração do Dr. Pil Sun Choi, coordenador do grupo de Cirurgia Minimamente Invasiva IOT/USP e presidente do III WCMISSIT 2012 (www.wcmissit2012.com.br).

Foto: EMBRATUR

IV Simpósio Internacional de Coluna SBC Regional Minas Gerais

Data: 18 e 19 de maioLocal: Auditório Hospital da UnimedInformações: Organiza Eventos e-mail: [email protected]

Spineweek

Data: 28 de maio a 1º de junhoLocal: Amsterdam RAI Exibithion and Convention Centre (Holanda)Informações: [email protected]

mai/12

III COMINCO III WCMISS

Data: 16 a 18 de agostoLocal: Praia do Forte (Bahia)Realização: CCMI/SBCInformações: www.wcmisst2012.com.br

ago/12

CBOT 2012 - 44º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia

Data: 15 a 17de novembro Local: Centro de Convenções de Salvador (BA)Inscrições: [email protected] www.cbot2012.com.br

nov/12

agenda

Page 5: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

08 09

Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

08

entrevista

A terceira entrevista da série que conta a trajetória

da SBC e a evolução da cirurgia da coluna pelo

olhar dos seus ex-presidentes é com o Prof. Cláudio

Villela Pedras, que esteve à frente da Sociedade em 1991 e

1992. Mineiro de Juiz de Fora, foi para o Rio de Janeiro ainda

na adolescência. Atua como Professor Titular de Ortopedia da

UFRJ e diretor do Centro de Escoliose do Rio de Janeiro.

Informativo – Como era a cirurgia da coluna no Brasil antes

do surgimento da Sociedade Brasileira de Coluna?

Cláudio Pedras - A SBC está intimamente ligada ao Prof. John

Moe e seu discípulo, o Prof. Robert Winter. Ambos estiveram no

Brasil visitando o Rio de Janeiro e São Paulo, onde realizaram

várias conferências e cirurgias, principalmente de escoliose, tanto

na Santa Casa de São Paulo como na AACD.

Os dois colegas incentivadores deste convite foram Waldemar

Carvalho Pinto e Ivan Ferrareto, que estagiaram no serviço do

Prof. Moe nas cidades gêmeas de Minneapolis e Saint Paul, em

Minnesotta (EUA). Sem dúvida este era, na época, o melhor e mais

movimentado Centro para tratamento das escolioses.

Depois de assistir à excelente conferência sobre o

tratamento cirúrgico das escolioses, realizada pelo Prof.

P. G. Marchetti, no Colégio Brasileiro de Cirurgiões do

Rio de Janeiro, ficamos encantados com a sua técnica. E

no ano seguinte fomos para Firenze para participar das

cirurgias feitas pelo mestre italiano.

Informativo – E qual foi o aprendizado de Firenze?

Pedras – O que de mais interessante nós vimos e

aprendemos foi como confeccionar um bom colete

gessado de Risser, utilizado no pós-operatório.

Nossos colegas italianos eram verdadeiros artistas na

confecção desses coletes, o que provavelmente era mais

trabalhoso que o procedimento cirúrgico em si; fazia

parte da sistemática daquele Hospital assim como em

Minneapolis. Realizava-se a artrodese vertebral e, uma

semana após, a correção da curva com colete gessado

na mesa de Risser.

Informativo – Quando o senhor iniciou a sua

história na cirurgia da coluna?

Estágios no exterior

devem ser o foco

da SBC

09

Perfil

Time do coração: Não sou aficionado por futebol, mas acompanho a Seleção Brasileira. Também gosto muito de assistir à Seleção Feminina de Vôlei.

O pior defeito de alguém: Considero a mentira o maior defeito do ser humano, principalmente quando utilizada para usufruir de benefício próprio.

Uma paixão: A paixão pela escoliose me proporcionou conhecer praticamente quase todos os continentes, participando ativamente como palestrante, inclusive na China (Beijing) e nos Emirados Árabes (Dubai).

Algum hobby: O meu maior hobby foi fazer palestras no Power Point, e creio ter sido um dos primeiros a utilizar o computador para ministrar aulas em nosso meio.

Um lugar para viajar: Turisticamente, a Turquia, o país que mais me encantou; tenho ainda desejo de fazer um safari na África do Sul.

O que gostaria de ouvir de Deus quando chegar na porta do céu: Seja bem-vindo! Você cumpriu adequadamente a sua missão.

Pedras - Em 1971, Edgard Dawson, de Los Angeles, e eu demos

início ao que veio a ser o John Moe Fellowship, permanecendo por

um ano inteiro a seu lado. Frequentamos três hospitais: University

of Minnesota, Fairview Hospital e Gillette Hospital for Crippled Children;

médicos de vários países vinham a Minneapolis para aprender a técnica de

artrodese vertebral intra-articular de Moe.

O Prof. Moe conseguiu reunir todas as técnicas realizadas no mundo

inteiro, colocando as de real valor na sua rotina. Moe aprendeu com John

Cobb (New York) a sistematizar o tratamento das escolioses.

Informativo – Qual foi a sua participação na fundação da SBC e quais

as realizações da sua gestão que ficaram marcadas na Sociedade?

Pedras - Com o passar do tempo, chegamos à conclusão de que

precisávamos criar, a exemplo, também, de John Moe, responsável pela

fundação da SRS (Scoliosis Research Society), uma Sociedade de Coluna

para integrar todos os colegas do Brasil. Foi com esta plataforma que

acabei chegando à presidência da Sociedade.

No Congresso que realizamos no Rio de Janeiro trouxemos vários colegas

de outras academias científicas, principalmente europeias, especializados

em cirurgia da coluna. Participaram deste evento histórico Juergen Harms

(Alemanha), Yves Cotrel (França), Edgard Dawson e John E. Lonstein (USA).

Informativo – Como era a cirurgia de coluna naquela época e como

o senhor a observa na atualidade?

Pedras - Desde que iniciamos o tratamento cirúrgico até a presente

data, houve um progresso tecnológico extraordinário. No início, o paciente

ficava acamado, com colete gessado, durante meses. Hoje, sem qualquer

tipo de órtese, inicia a marcha no dia seguinte à cirurgia.

Informativo – Como o senhor avalia o momento atual da SBC e

que mensagem importante gostaria de dar para o jovem cirurgião da

coluna que ingressa na Sociedade?

Pedras - A Sociedade Brasileira de Coluna deveria criar condições para que

novos membros possam estagiar no exterior, principalmente na Alemanha

e nos Estados Unidos. Temos ressaltado que o tratamento conservador da

escoliose idiopática com órteses, quando adequadamente indicado, conduz a

excelentes resultados, evitando cirurgias de grande porte.

O conselho que daria àqueles que se iniciam no tratamento cirúrgico

da escoliose é: não façam grandes aventuras, pois é preferível uma coluna

torta que um paciente paraplégico.

Page 6: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

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A história de um vencedor no atletismo

A prática esportiva começou na infância

com a natação, nas provas de fundo e

de que poucas crianças gostavam, mas

os 400 e 1500 nados livres eram o meu forte. Com

alguns amigos criamos um grupo do pedal de fim de

semana. Na época, com a Caloi 10 fazíamos passeios

até o litoral paranaense, incluindo Morretes, cidade

histórica encravada na serra da Graciosa, distante

cerca de 70 km de Curitiba.

Comíamos um bom Barreado, prato típico da região, e

voltávamos de trem.

Esta rotina foi interrompida na época do vestibular,

retornando um ano depois e voltando a parar durante

a faculdade. Sai dos meus 61 kg para 75 kg. Durante a

especialização em ortopedia pediátrica no SARAH,

em Brasília, iniciei de forma tímida a correr e nadei

com um time de polo de 4 a 5 mil metros cinco vezes

por semana, retomando a minha forma física. Após o

término do estágio na capital federal, em 1988 fiz um

fellow em ortopedia pediátrica e deformidades da coluna

mens sana

11

no Atlanta Scottish Rite (EUA). Lá, o chefe do serviço e diretor do hospital que foi o

berço do tratamento do pé torto congênito, Raymond Morrissy, e sua esposa, Lois, me

estimularam a participar de minha primeira corrida de 8 km, Strong Leggs Run, evento

beneficente para arrecadar fundos para o hospital.

A prova foi um sofrimento, as coxas ardiam durante a corrida, mas não desisti.

No ano seguinte, já no Dallas Scottish Rite, onde o diretor Tony Herring chegava

diariamente ao hospital de bicicleta, quem me ensinou a correr foi o ortopedista

pediátrico e maratonista John Birch. No final do dia, ele me chamava para correr.

Foi no Dallas que conheci também o residente de quarto ano Tandy Freemann, que,

naquela época, fazia triathlon.

Pensava em voz alta: este cara é louco. Quando terminei o estágio em Dallas, passei

por Atlanta para realizar a tradicional corrida do hospital. Desta vez completei os

8 km em 36 minutos. Espetáculo, grande evolução física. Eu, talvez, tenha sido um dos

poucos a retornar dos Estados Unidos com 6 kg a menos.

Treinamento e resistência

Chegando a Curitiba, retomei um ritmo de trabalho intenso no Hospital Pequeno

Príncipe e corria à noite quando chegava em casa; eu já estava viciado. Por um período,

parei de correr e percebi um cansaço ao término das cirurgias de coluna, e ficava com

alguma dificuldade para atender o consultório sem demonstrar a exaustão. Retomei

as corridas e comecei regularmente a participar das corridas de rua do calendário da

prefeitura, aos domingos. Foi aí, que em 1993, quando já corria 60 km por semana,

pensei: nadar não é problema, correr, eu estou muito bem, por que não voltar a pedalar,

que era meu hobby favorito na adolescência?

Treinei 30 dias e participei do Short Triathlon de Caiobá, onde consegui fazer um bom

tempo e conquistar o 10º lugar, mas com grande sofrimento na bike, devido ao pouco

treinamento.

Então, resolvi, levar a sério o triathlon. Fiz treinamento com um grande amigo, Norton

Freitas, do Rio de Janeiro, que, além de grande estudioso do esporte, já havia realizado

o Ironman do Havaí.

Apesar de demandar algumas horas de treino, durante seis dias por semana era

possível conciliar com os horários de ambulatório e cirurgia. Pedal 3 a 4 vezes por

semana, na madrugada às 5h da manhã, natação 3 vezes à noite, e a corrida 4 vezes,

sempre dois esportes por dia. Descanso na quarta-feira por causa da cirurgia de

coluna no dia seguinte.

Neste ritmo comecei a competir nas provas olímpicas da Estácio de Sá, no Rio e

em Santos, e, por fim, o meio Iron em Porto Seguro, no qual completei as provas

com muita satisfação e com os tempos planejados. Mantive as provas regularmente

por mais de 12 anos, mas algumas preocupações apareceram com o tempo: o vácuo

passou a ser permitido em algumas provas e quase sempre ocorriam acidentes com

O mens sana traz o depoimento do presidente da SBC, Luis Eduardo Munhoz, que nutre uma paixão pelo esporte, especialmente a corrida. Ele conta que foi uma atleta triathlon competitivo nos anos 90 e que nunca parou com a atividade física. “A corrida é o meu vício”, ressalta Munhoz.

Page 7: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

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Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

12 13

Resenha comentada pelo Dr. Henrique da Mota [email protected]

O estudo ‘Who should have surgery for an intervertebral disc

herniation?: comparative effectiveness evidence from

the spine patient outcomes research trial’, publicado

em 15 de janeiro de 2012, na SPINE, divulga afirmações que

merecem uma análise mais epistemológica e menos estatística.

O estudo diz: “Nós queremos determinar quais indivíduos são

os melhores candidatos para o tratamento cirúrgico e para o

tratamento não cirúrgico”, e baseia-se em um parâmetro

chamado treatment effect (TE), que é igual à mudança no

Oswestry dos pacientes operados menos a mudança no Oswestry

dos pacientes não operados.

Acrescenta que “numa situação ideal, os médicos devem ser

capazes de predizer o provável TE para um paciente individual,

baseados em suas características específicas, para fazerem suas

decisões de tratamento uma verdadeira escolha informada”.

De fato, estamos diante da uma teoria de individualização

terapêutica, onde se muda o foco da população para o indivíduo.

Até aí, tudo muito bonito...

O trabalho avalia 37 variáveis, que foram tidas como

modificadores do TE, mas, numa avaliação mais minuciosa desses

dados, começamos a ter surpresas, pois as análises mostraram

que as características que foram modificadoras do TE são,

principalmente, características socioeconômicas, e, de forma

curiosa, achados específicos e consagrados de exame físico, tal

como Lasègue, fraqueza motora e assimetria de reflexos, não

tiveram grande importância. Do jeito que a coisa vai, em breve as

decisões cirúrgicas serão tomadas pelos assistentes sociais. É uma

piada de mau humor ou seria melhor, de maus humores...

Cirurgia da hérnia de disco:

estamos voltando à teoria dos

quatro humores?

É como se voltássemos ao tempo

da bile negra, bile amarela, fleuma e

sangue. Neste estudo, vimos que, de

forma geral, a cirurgia quase sempre

é a melhor opção: os melancólicos

(termo que deriva de bile negra) são

mais beneficiados pelas cirurgias,

os hipertensos (caracteristicamente

sanguíneos) também, os ainda casados

(por suas características fleumáticas e

pacíficas), da mesma forma.

Aí, eu lanço uma pergunta: não seria

a sangria que fazemos por conta da

cirurgia (exames de sangue e o próprio

ato) o que realmente tem curado essas

pessoas, uma vez que as características

anátomo-clínicas pouco importaram?

Não nego que esta é uma falácia post-

hoc, mas não deixa de ser interessante.

Mas voltando à seriedade, só existe

uma solução diante de estudos tão

paradoxais: devemos retornar ao

passado da Medicina, deixando de lado

estas inutilidades, retomando os passos

de antigos médicos como Giovanni

Morgagni, que em seu “De Sedibus et

Causis Morborum”, de 1761, nos deixa

a seguinte lição: as doenças têm locais

e causas, e é nisto que devemos agir,

apesar da grande importância que ainda

se tem dado aos miasmas e humores,

e da ignorância ingênua de artigos que

são paridos de forma industrial, sem

um julgamento mais inteligente da

teoria dos conhecimentos. Esse negócio

de tudo ser psicossocial já está virando

loucura!

resenhac i e n t í f i c a

quedas a 40 ou 50 km/hora.

O receio de uma queda e fratura fez com que eu largasse a

minha bicicleta “speed“ Look de fibra de carbono e kevlar pela

falta de freios no clip, passando a fazer de mountain bike.

Com o nascimento da minha filha, Marcela, conciliar os

treinos com atividades de pai ficou mais complicado, mas

mantive os short triathlons por mais alguns anos.

O crescimento de Curitiba também inibe pedalar na estrada

para Paranaguá, que não é um local seguro para os ciclistas,

sem contar as ocorrências de assaltos e atropelamentos. Esses

motivos fizeram com que eu que treinasse mais indor, no

ciclossimulador, até que achei que os riscos eram maiores que a

satisfação de fazer as provas.

Nunca parei com a atividade física. A corrida é o meu vício,

algumas maratonas e várias meias competições.

Os 21 km são uma ótima prova e é possível conhecer

quase todas as cidades no intervalo dos congressos, como

aconteceu em Barcelona em 2011, onde participei de duas

corridas. A primeira de 16 km com largada no Hotel San Juan

e chegada na Rambla. No dia seguinte, a corrida foi do Hotel

San Juan até a Igreja Sagrada Família e Parque Guell.

A prática do atletismo tem me proporcionado grandes

oportunidades de conhecer melhor e correr com pessoas

interessantes, como o Prof. Stuart Weinstein (EUA), como

ocorreu no Parque Nacional Foz do Iguaçu, por ocasião do

Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica.

Outro dia, qual não foi a minha surpresa quando, durante

o Congresso Brasileiro de Neurocirurgia, em Curitiba, o

convidado principal, Prof. Eduard Benzel, pediu ao seu

hostess alguém para correr com ele, porque aos 60 anos,

além de ele estar em forma física, mantém o hábito de correr.

Aceitei o honroso convite e fizemos uma corrida de 18 km por

vários pontos turísticos e parques da cidade de Curitiba. Benzel

ficou fascinado com as capivaras no Parque Barigui. Igualmente,

não foi diferente com o Dr. Marinus de Kleuver, convidado da

Sociedade europeia de coluna em 2008, em Ribeirão Preto, quando

corremos pelo acostamento da rodovia e, posteriormente, em

outros eventos: SRS (Kyoto) e Louisville (EUA).

Foi durante a corrida que criamos a oportunidade de os

nossos especialistas em cirurgia da coluna complementarem a

sua formação na Holanda, pelo período de três meses.

Correr e nadarComo a paixão esportiva da minha filha é a natação,

aproveito dois dias da semana para nadar no clube

com ela e depois comermos um saboroso sushi.

O pedal, hoje, ficou mais recreativo e aos

domingos, enquanto as corridas são um bom

momento para meditar e planejar as atividades da

semana, esvaziando a cabeça dos problemas do

hospital e dos pacientes. Defino muita coisa nesses

momentos porque o telefone não interrompe o

raciocínio, e a parte boa é o resultado, pois mesmo

após cirurgias complexas e longas de deformidades

termino com disposição para fazer o consultório e

ou para frequentar um bom restaurante, com um

bom vinho e seguindo vivendo a vida feliz.

Fazer esporte não significa ficar longe da família,

todos os irmãos e agregados já fizeram o short

triathlon de Caiobá, mas um dos mais agradáveis

desafios foi a volta da ilha de Florianópolis em

revezamento de oito, completamos os 150 km em

13 horas, sensacional, que terapia, e pareceu que a

manhã não havia passado.

mens sana

Page 8: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

015

O legado de John H.

Moe e Robert Bob Winter no Brasil e

na América Latina

especial

Considerado uma das maiores autoridades

da Ortopedia em nível global, ao lado

de seu mestre John Moe, de Minnnesota

(EUA), o Prof. Robert Bob Winter criou muito mais

que técnicas modernas em cirurgia da coluna. Bob

Winter, como é carinhosamente chamado pelos seus

discípulos, particularmente do Brasil, ergueu uma

carreira rica em histórias que traduzem não só o

seu desempenho brilhante de cirurgião de coluna

vertebral como de uma pessoa admirada e festejada

como ser humano.

Robert B. Winter desenvolveu técnicas seguras, que

geraram um novo conceito de tratamento cirúrgico

na coluna vertebral e que foram fundamentais para a

evolução da cirurgia da coluna.

Um dos fundadores da SRS (Scoliosis Resserach

Society), entidade criada por John Moe, e atuando

na Universidade de Minnesota, Robert Winter

sentenciou em 1966, no histórico 10º Congresso

da SICOT (França), que o tratamento cirúrgico da

escoliose apresenta bom resultado quando, ao final

da fase de crescimento, a curvatura não progrediu.

“Foi a partir deste conceito que inúmeros

procedimentos, cirúrgicos ou não, isolados ou

associados, vêm sendo empregados com grande

variabilidade nos resultados cosméticos e funcionais

obtidos, sem o estabelecimento de uma conduta

uniformemente padronizada e devidamente

protocolada”, ressalta o ortopedista Ivan Ferraretto,

um dos mais fiéis seguidores dos ensinamentos do

Prof. Winter.

Nas páginas a seguir, o Informativo da SBC traz um

texto de autoria do Dr. Robert Bob Winter, que ele

escreveu para ser publicado pelo Comitê Internacional

da SRS, em novembro de 2011, por ocasião de mais

uma de suas inúmeras visitas ao Brasil, desta vez, como

convidado internacional do 43º CBOT, em São Paulo.

Num outro artigo, igualmente especial, o Dr. Ivan

Ferraretto conta sobre as dificuldades encontradas

e também as inovações introduzidas no Brasil pelos

Drs. Moe e Bob Winter, em mais de quatro décadas

de ensinamentos que selaram uma parceria inédita

e estimulante entre os pioneiros da moderna cirurgia

da coluna brasileira e latino-americana.

15

Com uma prova de 50 questões de múltipla

escolha e uma prova oral composta de 10

casos clínicos com 6 minutos de duração

para solucionar cada um dos casos com a conduta a

ser tomada na patologia apresentada, a Comissão de

Capacitação Profissional (CCP) seleciona os candidatos

que desejam ingressar na SBC.

Em 2011, a prova para novos sócios foi realizada

em Ribeirão Preto, em 24 de novembro, durante

o Curso de Técnicas Modernas e Avanços da Cirurgia da

Coluna Vertebral, e contou com a participação de 54

examinadores convidados; a prova oral foi realizada

em dois turnos de 60 minutos.

Segundo o presidente da Comissão de Capacitação

Profissional, Edson Pudles, dos 53 candidatos inscritos,

48 foram aprovados. Pudles ressalta que o objetivo da

prova é a inclusão na Sociedade e que a exigência da

nota mínima 6 é fixada pela AMB, por isto não existe

lista de classificação dos candidatos.

Confira os candidatos aprovados para novos

sócios da SBC.

Novos sócios da SBC

atuaçãoCANDIDATO ESPECIALIDADE

Alex Veneziano Oliveira Junior Ortopedista

Alexandre de Oliveira Zam Ortopedista

Allan Masashi Guimarães Kato Ortopedista

Anderson Gomes Marin Ortopedista

Antonio Bernardo de Queiroz Krieger Ortopedista

Aurélio Felipe Arantes Ortopedista

Bartolomeu Ribeiro Coutinho Filho Ortopedista

Breno Frota Siqueira Ortopedista

Carlos Eduardo Gonçales Barsotti Ortopedista

Cesar Daniel Macedo Ortopedista

Cesar Salge Ghilardi Ortopedista

Christiano Esteves Simões Ortopedista

Dante Bernardes Giubilei Ortopedista

Diego Arthur Fernandes Vendruscolo Ortopedista

Douglas Romano Spolidoro Ortopedista

Eduardo Henrique Chiovato Abdala Ortopedista

Eduardo Machado de Menezes Ortopedista

Fabiano de Mendonça Grandese Ortopedista

Fabio Leme de Oliveira Pinto Ortopedista

Fernando William Figueiredo da Rosa Ortopedista

Francisco Alves de Araujo Junior Neurocirurgião

Gualter Maldonado de Azevedo Ortopedista

Guilherme Augusto Foizer Ortopedista

Guilherme Galito Henriques Ortopedista

Hans Grohs Ortopedista

Henrique Bonotto Lampert Ortopedista

Henrique Motizuki Ortopedista

Jean Marcel Dambrós Ortopedista

João Paulo Bergamaschi Ortopedista

Jonas Lenzi de Araújo Ortopedista

José Lucas Batista Junior Ortopedista

Leonardo Franco Pinheiro Gaia Ortopedista

Lucas Sasdelli Soares de Oliveira Ortopedista

Marcel de Oliveira Nascimento Ortopedista

Marcelo Ribeiro Mendes Ortopedista

Marina Hirschle Galindo Ortopedista

Matheus Luis da Silva Ortopedista

Nelson Astur Neto Ortopedista

Nicola Jorge Carneiro Neto Ortopedista

Otavio de Luca Druda Ortopedista

Pedro Grein Del Santoro Ortopedista

Rafael Cantarelli dos Santos Ortopedista

Rafael Marques Ielpo Ortopedista

Rigel Rego de Sá Godinho Ortopedista

Rogério Toledo de Sousa Ortopedista

Rony Brito Fernandes Ortopedista

Thiago Cesar Reis Olímpio Ortopedista

Thiago Miller Santana Silva Ortopedista

Page 9: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

1716

The Moe/Winter latin american experience

In 1963, there was a meeting of SLAOT (Latin American Society

of Orthopaedics and Traumatology), at which their Spine

Committee decided that spinal deformity treatment in Latin

America was in a bad state. Their treatment methods were old-

fashioned, out of date, and falling rapidly behind the United States

and other advanced countries.

The question was then what to do about the problem. They decided

that they needed to invite an expert to come to Latin America to

evaluate their situation and to make recommendations as to how to

solve their problems.

They thus invited Dr. John Moe of the University of Minnesota to be

that expert and he accepted. In 1964, he spent three weeks in South

America, traveling to Caracas, Venezuela; Bogata, Columbia; Quito,

Ecuador; Lima, Peru; Santiago, Chile; Buenos Aires, Argentina; Sao

Paulo, Brazil; and finally, Rio de Janeiro, Brazil. This was an arduous

journey as air travel was more primitive; he spoke neither Spanish nor

Portuguese, and knew almost no one in these countries.

He basically had a single presentation in which he presented brace

treatment (only the Milwaukee brace at that time), basic posterior spine

fusion with or without Harrington rods (there was no anterior surgery at

that time), casting techniques, and use of the halo. A common refrain

from the listeners was “Well, you can do those things in Minnesota, but

we can’t do it here”. His answer was always “Yes you can, but you need to

send me your brightest young man so I can teach him and he will bring

it back to you. Then you must let him establish a spine program at your

institution and do the things I have taught him”.

In 1965, we received two young, bright surgeons, both

from Sao Paulo, Brazil. One was Dr. Ivan Ferrereto from

the AACD (Association for the Advancement of Crippled

Children), and the other Dr. Waldemar Carvalho Pinto

from the Santa Casa Hospital and Medical School. They

spent six months training in the Twin Cities, working

with Dr. Moe and Dr. Winter at Gillette Children’s Hospital

in St. Paul and the University Hospital in Minneapolis.

When they returned to Brazil they were supported by

their chiefs (Dr. Domingo Define at the Santa Casa and

Dr. Renato Bomfim at the AACD) and spine clinics and

programs were established.

Courses in latin american

In February 1966, Dr. Moe and Dr. Winter went to Sao

Paulo to further advance these programs. We first went to

Bogotá, Columbia where we visited and lectured at the

Military Hospital, the San Juan de Dios Hospital and the

City Hospital. We arrived in Sao Paulo February 1, 1966.

There was a two-week course attended by 52 surgeons

from all over South America. Daily lectures were combined

with surgeries, cast application demonstrations, and

bracing seminars. After the course, Dr. Moe stayed for

another two weeks, seeing patients and doing surgeries.

Dr. Winter assisted in these clinics and surgeries, and

when Dr. Moe left, Dr. Winter remained for another six

weeks continuing the clinics and surgeries.

Because of the poor condition of deformity treatment in Brazil prior

to this time, there was an enormous backlog of pathology of all types,

especially post-poliomyelitis deformities, a majority of them scoliosis

over 100°. Although we did many, many surgeries during the three

months, we only barely touched the backlog.

This began a long association with those two institutions in Brazil, and

opened the door to many other South American connections. In 1967,

Dr. Winter attended and lectured at the SLAOT meeting in Buenos Aires,

Argentina. In 1968, Dr. Moe and Dr. Winter made another extensive trip

to South America, lecturing in Caracas, Venezuela; Santiago, Chile; Buenos

Aires, Argentina; Sao Paulo, and Rio de Janeiro, Brazil.

In 1969, Dr. Winter returned to Brazil, lecturing at the Brazilian Orthopaedic

Society in Brasilia, visiting Dr. Wagner Nascimento in Belo Horizonte (he had

trained with us in the Twin Cities in 1968) and going back to the two centers

in Sao Paulo for further teaching. On the way home, Dr. Winter attended the

SICOT meeting in Mexico City.

In 1970, Dr. Winter returned again to Brazil, visiting Sao Paulo and Rio.

Fellowship

In 1971, at the time the Spine Fellowship was established in Minnesota at

the University and Gillette, Dr. Winter joined Dr. Moe as a full-time University

Orthopaedic surgeon, devoting all his time to spinal problems. July 1, 1971

was also the start of the spine fellowship, subsequently named the John H.

Moe Fellowship. The first two fellows were Dr. Ed Dawson, and Dr. Claudio

Pedras of Rio de Janeiro, Brazil.

In 1973, Dr. John Lonstein and Dr. David Bradford joined with Dr. Moe and

Dr. Winter to form the Twin Cities Scoliosis Center. We also began to see a

steady stream of surgeons come from Latin America, not just South America,

but also Central America and Mexico. In 1973, Dr. Winter again went to Brazil,

visiting Rio, Sao Paulo and Bahia followed by a visit to Valencia, Venezuela.

Another trip to Brazil was made in 1975 by both Dr. Moe and Dr. Winter,

the 10th anniversary of our starting the programs there, visiting Sao

Paulo and Rio. Many of the patients we had operated on in 1966 were

brought back for the event.

In 1978, Dr. Winter visited Dr. Luque in Mexico City to learn about his new

technique, following which he went to Hermosillo, Mexico for the Mexican

Orthopaedic Meeting. In 1980, Dr. Winter attended and lectured at the

SLAOT meeting in Mexico City.

In 1981, Dr. Winter returned to Brazil, visiting Sao Paulo, Rio, and Brasilia.

A brief trip to Rio was made in 1982. Another trip was made in 1983 by Dr.

Winter to Sao Paulo and to Buenos Aires, where he lectured at the Argentine

Spine Society meeting.

Dr. Winter returned to South America again in 1985,

visiting Buenos Aires, Montevideo, Uruguay, and Sao

Paulo. In 1987 he went to Venezuela, and in 1988 to Brazil

and Uruguay. In 1991 he visited Dr. Hector Peon Vidales

in Mexico City, another of the Twin Cities trained spine

surgeons. He returned in 1992 visiting Chile, Argentina,

Uruguay and Brazil. In 1995, he visited Caracas, Venezuela,

lecturing at the Hospital Fundacion. Later that year, he

went once again to Sao Paulo, lecturing to the Brazilian

Spine Society, a visit to Uruguay, and lecturing at the

Argentine Spine Society.

Experience

In Sao Paulo, there was a 30-year reunion of the 1966

experience. At the Santa Casa, the Spine Service we had

started had seen 63,926 patients, had braced 1303

patients, had operated on 5110, had given 205 courses,

had made 67 publications, and trained 205 surgeons.

In 1996, Dr. Winter went again to Uruguay and Sao

Paulo. Later that year he was a guest speaker at the Mexican

Spine Society meeting in Villahermosa, Mexico. In 1997,

Dr. Winter attended and lectured at the Brazilian Spine

Society meeting and also the Argentine Spine Society

meeting. In 1998, he went to Quito, Ecuador for a surgery

on a difficult congenital scoliosis patient, following which he

attended and lectured at the SLAOT meeting in Lima, Peru.

The next trip to Brazil was for a meeting in 1999.

This was the last time he saw Dr. Carvalho Pinto as

this student and then teacher died soon after from a

pulmonary embolism. Dr. Winter returned to Buenos

Aires in 2004 for the SRS meeting. His final trip to Brasil

was in November, 2011, to speak at the annual meeting of

SBOT (Brasilian Society of Orthopaedics and Traumatology).

Dr. Ferraretto is still in practice in São Paulo.

It is impossible to list all of the surgeons who have

come from Latin America to train at the Twin Cities

Spine Center, as the number is well over 100. We are

especially proud of the pioneering work done in Sao

Paulo, which led to these institutions becoming spine-

teaching centers themselves, thus educating another

generation of skilled surgeons.

Fotos: Arquivo Hospital Samaritano

Page 10: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

1918

A experiência de Moe e Winter na América Latina

Em 1963, num encontro da Sociedade Latino-Americana de

Ortopedia e Traumatologia (SLAOT - Latin American Society

of Orthopaedics and Traumatology), o Comitê da Coluna

(Spine Committee) decidiu que o tratamento de deformidades na

coluna vertebral na América Latina estava desatualizado.

Os métodos de tratamento estavam antigos, ficando para trás dos

métodos dos Estados Unidos e de outros países desenvolvidos.

A questão era o que fazer a respeito do problema.

Eles decidiram que era necessário convidar um especialista a vir à

América Latina para avaliar a situação e fazer recomendações sobre como

resolver os problemas.

O Comitê de Coluna da SLAOT convidou o Dr. John Moe, da Universidade

de Minnesota (University of Minnesota), a ser esse especialista, e ele

aceitou. Em 1964 ele passou três semanas na América do Sul, viajando

a Caracas, Bogotá, Quito, Lima, Santiago, Buenos Aires, São Paulo e,

finalmente, Rio de Janeiro. Foi uma árdua jornada, pois as viagens

aéreas eram mais difíceis; ele não falava espanhol nem português e

praticamente não conhecia ninguém nesses países.

Moe, basicamente, fez uma única apresentação, na qual falou sobre

o tratamento com colete (somente o colete Milwaukee naquela época),

fusão vertebral posterior básica com ou sem haste de Harrington (não

existia cirurgia anterior naquela época), técnicas de engessamento e o

uso do halo craniano.

O comentário mais comum dos espectadores era “você pode fazer

essas coisas em Minnesota, mas nós não podemos fazer isso aqui”.

O Dr.Moe respondeu: “Sim, vocês podem, mas precisarão me enviar

seu jovem mais brilhante para que eu possa ensiná-lo e ele trará o

conhecimento a vocês. Então deverão deixá-lo estabelecer um programa

em sua instituição e fazer o que eu tiver ensinado a ele”.

Em 1965, nós recebemos dois jovens e brilhantes cirurgiões, ambos

de São Paulo (BR): o Dr. Ivan Ferrareto, da AACD (Associação de

Assistência à Criança Deficiente), e o Dr. Waldemar Carvalho Pinto, do

Hospital e Escola de Medicina Santa Casa. Eles passaram seis meses

nas “cidades gêmeas” (cidades de Minneapolis e Saint Paul, estado de

Minnesota, EUA) trabalhando conosco no Hospital Pediátrico Gillette

(Gillette Children’s Hospital) em St. Paul e no Hospital Universitário

(University Hospital) em Minneapolis. Quando eles retornaram ao

Brasil, receberam apoio de seus chefes, Domingos Define (Santa

Casa) e Renato Bomfim (AACD), e de clínicas especializadas. A partir

daí os programas foram estabelecidos.

Em fevereiro de 1966, eu e Moe fomos a São Paulo para avançar na

implantação desses programas.

A primeira visita foi a Bogotá (Colômbia), onde

visitamos e demos palestras no Hospital Militar, no

Hospital San Juan de Dios e no Hospital Municipal.

Chegamos a São Paulo no dia 1o de fevereiro de 1966.

Realizamos um curso de duas semanas, assistido por 52

cirurgiões de toda a América do Sul.

As aulas eram combinadas com cirurgias, demonstrações

de colocação de gesso e seminários sobre o uso dos coletes.

Depois do curso, o Dr. Moe permaneceu por mais duas

semanas atendendo pacientes e fazendo cirurgias.

Fui assistente nesses atendimentos e cirurgias, e

quando Dr. Moe foi embora, permaneci por mais seis

semanas continuando os atendimentos e as cirurgias.

Tratamento de deformidades

Devido às precárias condições do tratamento de

deformidades no Brasil anterior a essa época, existia um

enorme acúmulo de pacientes com patologias de todos

os tipos, especialmente deformidades pós-poliomielíticas,

a maioria delas escolioses acima de 100 graus. Apesar

da realização de muitas cirurgias ao longo daqueles três

meses, foi atendida somente uma pequena parte desses

pacientes.

Dessa forma, formou-se uma longa parceria entre

aquelas duas instituições no Brasil, o que abriu portas

para muitas outras conexões sul-americanas.

Em 1967, fui palestrante no encontro da Sociedade

Latino-Americana de Ortopedia e Traumatologia, em

Buenos Aires (Argentina). Em 1968, na companhia de

Moe, realizamos outra extensa viagem à América do Sul,

palestrando em Caracas, Santiago, Buenos Aires, São

Paulo e Rio de Janeiro.

No ano de 1969, retornei ao Brasil para palestrar

num encontro da SBOT, em Brasília, e aproveitei a

minha estada no país para visitar em Belo Horizonte

o Dr. Wagner Nascimento, que havia feito fellow, em

1968, nos Estados Unidos. Também visitei os dois

centros em São Paulo (Santa Casa e AACD) para mais

ensinamentos. Na volta para casa, participei ainda da

reunião da SICOT na Cidade do México.

Em 1970, novamente visitei São Paulo e o Rio de

Janeiro. A Sociedade da Coluna Vertebral (Spine

Fellowship) foi criada em julho de 1971, em Minnesota.

E a convite do Dr. Moe, que atuava na Universidade,

iniciei a me dedicar inteiramente aos problemas

especial

vertebrais. Posteriormente, a entidade passou a ser denominada Sociedade

John H. Moe (John H. Moe Fellowship).

Os primeiros associados foram os ortopedistas Ed Dawson e Claudio Pedras,

do Rio de Janeiro (Brasil).

Em 1973, o Dr. John Lonstein e o Dr. David Bradford juntaram-se a nós

para fundar o Centro de Escoliose das Cidades Gêmeas (Twin Cities Scoliosis

Center). Nesse período nós começamos também a ver um fluxo constante de

cirurgiões vindos da América Latina, não somente da América do Sul, mas

também da América Central e do México. Nesse mesmo ano, estive novamente

no Brasil, onde visitei Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, e em seguida, a

cidade de Valência, na Venezuela.

Visitas incansáveis

Outra viagem ao Brasil foi feita em 1975 junto com o Dr. Moe, para

comemorar os 10 anos dos programas no Brasil, com visita a São Paulo e Rio.

Muitos dos pacientes que operamos em 1966 compareceram ao evento.

Em 1978, visitei o Dr. Luque na Cidade do México, para aprender sobre sua

nova técnica, e logo após fui até a cidade de Hermosillo, para o Encontro

de Ortopedia Mexicano. Em 1980, fui palestrante no encontro da Sociedade

Latino-Americana de Ortopedia e Traumatologia na Cidade do México.

Em 1981, retornei ao Brasil para visitar São Paulo, Rio e Brasília. Uma breve

viagem ao Rio foi feita em 1982. Outra viagem em 1983 para São Paulo e

Buenos Aires, onde participei do Congresso da Sociedade Argentina de Coluna.

Retornei à América do Sul novamente em 1985, quando visitei Buenos Aires,

Montevidéu e São Paulo. Em 1987, estive na Venezuela, e em 1988 visitei o Brasil

e o Uruguai. Em 1991, visitei o Dr. Hector Peon Vidales na Cidade do México,

outro cirurgião treinado nas Cidades Gêmeas. Em 1992, retornei à América Latina

para visitar Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Em 1995, foi a vez de Caracas com

palestras no Hospital Fundacion. Mais tarde, no mesmo ano, visitei mais uma vez

São Paulo para palestrar na Sociedade Brasileira de Coluna, visitar o Uruguai e

palestrar na Sociedade Argentina de Coluna.

Em São Paulo houve um reencontro de 30 anos da experiência de 1966.

Na Santa Casa, o programa que havíamos iniciado já havia atendido 63.926

pacientes, colocado coletes em 1.303 pacientes, operado 5.110 pacientes,

ministrado 205 cursos, publicado 67 trabalhos e treinado 205 cirurgiões.

Em 1996, visitei novamente o Uruguai e São Paulo. Mais tarde, no

mesmo ano, fui palestrante convidado da Sociedade Mexicana de Coluna em

Villahermosa, México. Em 1997, dei uma palestra no encontro da Sociedade

Brasileira de Coluna e no encontro da Sociedade Argentina de Coluna. Em

1998, visitei Quito para uma difícil cirurgia em um paciente com escoliose

congênita, seguindo para Lima para participar do Congresso da Sociedade

Latino- Americana de Ortopedia e Traumatologia.

(Em novembro de 2011, participei como palestrante convidado do

Congresso da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia SBOT,

realizado em São Paulo.)

Nota: Texto preparado para o Comitê Internacional da SRS/novembro de 2011 e atualizado para o Informativo da Sociedade Brasileira de Coluna.

Fotos: Arquivo Hospital Samaritano

Page 11: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

020 021

Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

20 21

Experiencia de Moe y Winter en América Latina.

En 1963, una reunión de la Sociedad Latinoamericana de Ortopedia

y Traumatología (SLAOT - Sociedad Latinoamericana de Ortopedia y

Traumatología), el Spine Committee decidió que el tratamiento de las

deformidades de la columna en América Latina estaba fuera de fecha.

Los métodos de tratamiento ya estaban antiguos, quedándose más

retrasados que los viejos métodos de los Estados Unidos y otros

países desarrollados.

La cuestión era qué hacer con el problema. Decidieron que era

necesario invitar a un experto para llegar a América Latina, evaluar la

situación y hacer recomendaciones sobre cómo resolver los problemas.

El Comité de la Columna SLAOT invitó al Dr. John Moe, de la

Universidad de Minnesota (Universidad de Minnesota), para que fuera el

experto, y él aceptó la invitación. En 1964 pasó tres semanas en América

del Sur, viajando a Caracas, Bogotá, Quito, Lima, Santiago, Buenos Aires,

São Paulo, y por fin al Rio de Janeiro. Fue un arduo viaje, ya que el

transporte aéreo era más difícil; además de eso, él no hablaba español

o portugués y tampoco conocía a nadie en esos países.

Moe, básicamente, hizo una presentación única en la que habló

sobre el tratamiento con chaleco (solamente chaleco Milwaukee en

el momento), la fusión vertebral posterior básica con o sin la barra

de Harrington (no había cirugía previa en el momento), las técnicas

de inmovilización y el uso de la el halo craneal. El comentario más

común de los espectadores era “usted puede hacer estas cosas en

Minnesota, pero no las podemos hacer aquí.”

El Dr. Moe respondió: “Sí, ustedes pueden, pero es necesario que

me envíen su más brillante joven para que yo pueda enseñarle y

él traerá el conocimiento hasta ustedes. Entonces ustedes deberán

permitir que él establezca un programa en su institución para hacer

lo que le he enseñado.“

En 1965, recibimos dos jóvenes brillantes cirujanos, ambos de São

Paulo (BR), el Dr. Iván Ferrareto AACD (Asociación de Ayuda a Niños

con Discapacidad) y el Dr. Waldemar Carvalho Pinto, del Hospital y

la Facultad de Medicina Santa Casa. Ellos pasaron seis meses en las

“ciudades gemelas” (las ciudades de Minneapolis y Saint Paul, Minnesota,

EE.UU.), trabajando con nosotros en el Hospital Pediátrico Gillette

(Hospital de Niños de Gillette) en St. Paul y el Hospital Universitario

(Hospital Universitario) en Minneapolis. Al regresar al Brasil, recibieron

el apoyo de sus jefes, Domingos Define (Santa Casa) y Renato Bomfim

(AACD), y de clínicas especializadas. Desde entonces, los programas se

han establecido. En febrero de 1966,yo y Moe fuimos a São Paulo a fin

de implementar estos programas.

La primera visita fue a Bogotá (Colombia), donde visitamos y

presentamos conferencias en el Hospital Militar de San

Juan de Dios y en el Hospital Municipal. Llegamos a São

Paulo el 1 de febrero de 1966. Realizamos un curso de dos

semanas asistido por 52 cirujanos de toda América del Sur.

Las clases eran combinadas con cirugías, la colocación

de las demostraciones de yeso y seminarios sobre el

uso de chalecos.

Después del curso, el Dr. Moe se mantuvo durante

dos semanas más atendiendo a los pacientes y haciendo

cirugías. Fui un ayudante en estos tratamientos y cirugías,

y cuando el Dr. Moe se fue,me quedé durante seis semanas

más continuando los tratamientos y cirugías.

Tratamiento de las enfermidades

Debido a las precarias condiciones del tratamiento de

las deformidades en Brasil antes de este tiempo, había

una enorme acumulación de pacientes con enfermedades

de todo tipo, especialmente pos-poliomielíticas

deformidades, escoliosis la mayoría de ellas escoliosis

superiores a 100 grados. Durante la realización de muchas

cirugías a lo largo de estos tres meses, fueron atendids

sólo una pequeña parte de estos pacientes.

Así se formó una larga unión entre estas dos

instituciones en Brasil, que abrió las puertas para muchas

otras conexiones en América del Sur. En 1967,hablé en el

encuentro de Ortopedia y Traumatología en Buenos Aíres,

Argentina. Un año después, en 1968,con Moe hicimos

otro largo viaje a la América del Sur, hablando en Caracas,

Santiago, Buenos Aires, São Paulo y Rio de Janeiro, Brasil.

En 1969, volví al Brasil para hacer una ponencia en

una reunión de SBOT en Brasilia, y disfruté de mi tiempo

en el país para visitar el Dr. Wagner Nascimento en Belo

Horizonte, el cual había hecho fellow en 1968, en los

Estados Unidos. También volví a los dos centros en São

Paulo (la Santa Casa y la AACD) para más enseñanzas. En

el regreso a la casa, participé aún de la reunión de la SICOT

en Ciudad de México.

En 1970, volví a visitar São Paulo y Rio de Janeiro.

En 1971,la Sociedad de la Columna Vertebral (Spine

Fellowship) estaba establecida en Minnesota, y con la

invitación del Dr. Moe, que actuaba en la Universidad,el Dr

Winter empezé a dedicarme por completo a los problemas

de la columna vertebral. En junio de 1971, fue el inicio

de la Sociedad de la columna vertebral Posteriormente,

la entidad pasó a llamarse John H Moe. (John H. Moe

Fellowship).Los primeros miembros fueron los ortopedistas Dr. Ed Dawson y

el Dr. Claudio Pedras, del Rio de Janeiro (Brasil).

En 1973, el Dr. John Lonstein y el Dr. David Bradford se unieron a nosotros

para establecer el Centro de Escoliosis de las Ciudades Gemelas (Twin Cities

Scoliosis Center).” Durante este tiempo también comenzamos a ver un flujo

constante de los cirujanos de América Latina, no sólo en América del Sur, sino

también de América Central y México”, resaltó Robert Winter. Ese mismo año,

estuve de nuevo en Brasil, el Rio de Janeiro, São Paulo y Bahia, y luego partió

a la ciudad de Valencia, Venezuela.

Visitación

Otro viaje a Brasil fue hecho en 1975 con el Dr. Moe para celebrar los diez

años de programas en Brasil, con una visitación a São Paulo y Rio de Janeiro.

Muchos de los pacientes que operamos en el año 1966 asistieron al evento.

En 1978, visité al Dr. Luque en la Ciudad de México para conocer su nueva

técnica, y poco después fui a la ciudad de Hermosillo, para la reunión de

Ortopedia de México. En 1980 fui orador en la reunión de la Sociedad

Latinoamericana de Ortopedia y Traumatología en la Ciudad de México.

En 1981, volví al Brasil para visitar a São Paulo, Rio de Janeiro y Brasília.

Un breve viaje a Rio de Janeiro fue hecho en 1982. Otro viaje en 1983 a Sao

Paulo y Buenos Aires donde participé del Congreso de la Sociedad Argentina

de la columna vertebral.

Retorné a América del Sur otra vez en 1985, cuando entonces visité Buenos

Aires, Montevideo y São Paulo. En 1987, estuve en Venezuela y en 1988

visité el Brasil y el Uruguay. En 1991, visité al Dr. Héctor Peón Vidales, en

la Ciudad de México, otro cirujano con experiencia en las Ciudades Gemelas.

En 1992, regresé a América Latina para visitar Chile, Argentina, Uruguay y

Brasil. En 1995, llegó el momento de las conversaciones en Caracas con el

Hospital Fundación. Más tarde ese mismo año, estuve de nuevo São Paulo

para hablar en la Sociedad Brasileña de Columna, visitar el Uruguay y hablar

en la Sociedad Argentina de Columna Vertebral.

En São Paulo hubo una reunión de 30 años de la experiencia del año 1966.

En la Santa Casa, el programa que ya habíamos comenzado ya atendía a

63,926 pacientes, puesto chalecos en 1303 pacientes, operados 5110 pacientes,

ofrecido 205 cursos, publicado 67 trabajos y capacitado a 205 cirujanos.

En 1996, volví a visitar al Uruguay y São Paulo. Más tarde en ese mismo

año fui un invitado de la Sociedad Mexicana de la Columna Vertebral en

Villahermosa, México. En 1997, hablé en una conferencia de reunión de la

Sociedad de la Columna Vertebral de Brasil y en la reunión de la Sociedad

Argentina de Columna. En 1998, visité Quito para una cirugía difícil en un

paciente con escoliosis congénita, siguiendo rumbo a Lima para asistir al

Congreso de la Sociedad Latinoamericana de Ortopedia y Traumatología.

(En noviembre de 2011, participé como orador invitado del Congreso

de la Sociedad Brasileña de Ortopedia y Traumatología SBOT), celebrado

en São Paulo.

Nota: El texto preparado para el Comité Internacional de la SRS / noviembre de 2011.

especial

Fotos: Arquivo Hospital Samaritano

Page 12: Informativo SBC-03_Mar-Abr-Mai_2012

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Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012

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Obrigado, Robert Bob Winter

Em 1965, após visitas à A.A.C.D. do Professor P.G.Marchetti, de

Firenze (Itália), e, posteriormente, do Dr. John Moe, da Universidade

de Minnesota EUA), e com o apoio do Dr. Renato Bomfim, recebemos

convites para um Fellowship, inicialmente na Itália e após nos Estados

Unidos. Na mesma época, com orientação do Prof. Domingos Define, o

Dr. Waldemar Carvalho Pinto também se organizava para ir a Minnesota.

O contato inicial com o Dr. Moe foi maravilhoso e imediatamente me

tratou como velho conhecido. Já no aeroporto de Minneapolis conheci

Robert Bob Winter, que, na época, era o braço direito do Dr. Moe.

O estágio era no Gillette State Hospital, situado na cidade de Saint

Paul e Minnesota University, situada em Minneapolis, conhecidas como

“Twin Cities”. Foi um desafio e tanto para um jovem de 26 anos fazer uma

viagem para aprender cirurgia de coluna vertebral nos Estados Unidos.

A primeira boa notícia veio logo, eu e o Dr. Waldemar ficamos

hospedados no próprio Hospital. Fato único. Pela primeira vez um

estagiário ficaria hospedado no Hospital e, o melhor, gratuitamente.

O apoio, dedicação, carinho e amizade que recebemos desses dois

grandes mestres da ortopedia foram maravilhosos e inesquecíveis.

O Dr. Moe, já de cabelos brancos, parecia o nosso pai, tamanho era

o seu cuidado para conosco.

A distração da coluna era o tempo mais complexo e perigoso,

pois não havia ainda a monitoração neurofisiológica nem o teste do

despertar. Lá aprendemos “Cuidado ao corrigir as cifoescolioses”.

O aprendizado era complementado com reuniões clínicas, visitas à

enfermaria, ambulatórios de casos cirúrgicos e de colete Milwaukee.

Transitávamos entre o Gillette e a Universidade com um carro

alugado pelo Waldemar ou com um Buick alugado por um estagiário

de Kobe – Japão, Dr. Hiroshi Kumon, assistente do Prof. Kashiwaghi,

velho amigo do Brasil.

A nossa rotina diária também era compartilhada pelos residentes do

serviço. Lembro que para eu colocar alguns ganchos subliminares foi

preciso que o Dr. Moe conversasse com o Dr. Vincent Eilers, na época,

o “Chief Resident”. A prioridade da aplicação era para os residentes.

A distração da curva era feita com o Dr. Moe segurando o distrator

sobre a minha mão. Ao final de seis meses a base teórico-prática tinha

sido aprendida, faltava a consolidação. Um pouco antes da volta ao

Brasil, combinamos um curso teórico-prático que seria realizado em São

Paulo, em fevereiro de 1966.

Experiência brasileira

Com o apoio e a liderança dos Drs. Renato Bonfim e Domingos

Define, organizamos o 1º curso Internacional Teórico-Prático

sobre Tratamento das Escolioses, evento pioneiro no Brasil

e na América do Sul. As aulas foram ministradas na A.A.C.D.

e no Pavilhão Fernandinho, enquanto as demonstrações

cirúrgicas foram feitas no Hospital Samaritano (SP).

Conseguimos demonstrar para os Drs. Moe e Winter

a capacidade dos nossos serviços. Tivemos alguma

dificuldade com nossos bisturis elétricos, que funcionavam

de maneira irregular, e também com as transfusões de

sangue intraoperatórios, que naquela época encontravam a

resistência de certos colegas anestesiologistas.

O impacto deste curso na América do Sul foi enorme e

todos entenderam que estávamos inaugurando e adotando

técnicas inéditas e modernas que vieram para ficar.

O Prof. José H. M. Machado ficou tão entusiasmado

que colocou o assunto Escolioses como tema oficial do

XVI Congresso da SBOT - Sociedade Brasileira de Ortopedia

e Traumatologia -, que se realizaria em Belo Horizonte em

julho de 1967 e que teve como convidados oficiais os Drs.

Moe, Winter e Yves Cotrel, da França.

Na oportunidade, apresentamos a nossa experiência

nos primeiros 18 meses de tratamento cirúrgico das

Escolioses, principalmente paralíticas. Foram cerca de 40

casos operados, número não alcançado no Brasil nos 50

anos anteriores ao evento.

Na apresentação do tema, o auditório estava lotado, com

mais de 600 médicos. Dr. Moe fez um discurso emocionado

em que considerava cumprida a sua missão na América do Sul.

O impacto na Ortopedia Brasileira nesta área foi incomensurável

e semente para o que é, hoje, a Sociedade Brasileira de Coluna.

O Dr. Moe retornou ao Brasil mais duas vezes, e o Dr. Winter

retornou por mais de dez vezes para congressos, conferências

e demonstrações cirúrgicas, sendo que a sua última visita foi

no 43º CBOT em 2011, em São Paulo.

Obrigado, Robert Bob Winter. O Brasil e todos os países

da América do Sul agradecem. Você contribuiu decisivamente

para adquirirmos a nossa maioridade em cirurgia de coluna.

Ivan Ferraretto Ortopedista de Coluna

Instituto de Coluna Vertebral [email protected]

Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em diaEditor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher

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