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O Malhete Informativo Maçônico, Político e Cultural Linhares - ES, Dezembro de 2020 - Ano XII - Nº 140 - E-mail: [email protected] Filiado à ABIM - Associação Brasileira de Impressa Maçônica, Sob o nº 075-J

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Page 1: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O MalheteInformativo Maccedilocircnico Poliacutetico e Cultural

Linhares - ES Dezembro de 2020 - Ano XII - Nordm 140 - E-mail omalhetegmailcomFiliado agrave ABIM - Associaccedilatildeo Brasileira de

Impressa Maccedilocircnica Sob o nordm 075-J

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O Malhete Dezembro de 2020

O Malhete 03O Malhete Dezembro de 2020

Estamos proacuteximos de comemorar os 200 anos da proclamaccedilatildeo da independecircncia ocorrida em 07 de setembro de 1822

pelas matildeos do entatildeo priacutencipe Dom Pedro ini-ciado na nossa sublime Ordem que viria a se tornar o primeiro imperador do Brasil

Impossiacutevel falar sobre a independecircncia sem ressaltar o papel fundamental da maccedilonaria na sua efetivaccedilatildeo Gonccedilalves Ledo Joseacute Bonifaacute-cio Joseacute Clemente Pereira e tantos outros Essa participaccedilatildeo da maccedilonaria estaacute devida-mente registrada e reconhecida em pratica-mente todos os livros sobre a histoacuteria do Bra-sil

Falar dos nossos pontos fortes enquanto naccedilatildeo eacute tarefa das mais faacuteceis Recursos natu-rais abundantes um clima ameno e poupado de cataacutestrofes naturais extremas um povo de boa iacutendole (pelo menos em sua maioria)

No entanto temos tambeacutem muitos proble-mas pendentes de soluccedilatildeo haacute seacuteculos

A naccedilatildeo brasileira foi formada tendo por fundamento a desigualdade social e manuten-ccedilatildeo de privileacutegios Jaacute decorridos mais de qui-nhentos anos desde que por aqui aportaram os portugueses pouca coisa mudou As elites continuam perpetuando privileacutegios e a desi-gualdade social soacute faz aumentar O regime escravocrata que vigorou por quase quatro seacuteculos foi uma das causas dessa desigualda-de

Um passado escravocrata que envergonha Fomos o uacuteltimo paiacutes das Ameacutericas a abolir a escravidatildeo Seria uma espeacutecie de redenccedilatildeo

parcial se em 07091822 Dom Pedro tivesse aleacutem de proclamado a independecircncia abolido a escravidatildeo Mas natildeo Por mais 66 anos como naccedilatildeo soberana mantivemos essa praacutetica abo-minaacutevel

Uma desigualdade social extrema entre o tanto mais rico e a multidatildeo de excluiacutedos e a manutenccedilatildeo de privileacutegios por uma elite em diversos setores principalmente no poder puacuteblico

Ficamos independentes de Portugal somos uma naccedilatildeo soberana e como tal reconhecida pelas demais Mas a independecircncia por si soacute natildeo eacute sinocircnimo de liberdade igualdade e fra-ternidade Para termos liberdade eacute fundamen-tal alcanccedilar um miacutenimo de igualdade social Ou pelo menos igualdade de oportunidades

Na atual Pandemia pudemos observar cla-ramente a existecircncia de duas classes de cida-datildeos no Brasil Escolas particulares continua-ram ministrando aulas normalmente agrave distacircn-cia enquanto que as puacuteblicas enfrentaram diversas dificuldades O iacutendice de mortalidade nas periferias das grandes metroacutepoles foi bem maior que nas regiotildees habitadas pelas classes meacutedia e alta

Graccedilas ao Sistema Uacutenico de Sauacutede - SUS natildeo tivemos uma cataacutestrofe maior Apesar de natildeo ser perfeito muito longe disso traz o prin-ciacutepio de que ningueacutem fica para traacutes Algueacutem jaacute parou para pensar no princiacutepio que fundamen-ta o SUS Eacute socialista

Sergio Buarque de Holanda ndash Raiacutezes do Brasil

A democracia no Brasil foi sempre um lamentaacutevel mal-entendido Uma aristo-cracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodaacute-la onde fosse pos-siacutevel aos seus direitos ou privileacutegios os mesmos privileacutegios que tinham sido no Velho Mundo o alvo da luta da bur-gues ia con t ra os ar i s tocra tas (HOLANDA 1995 p 160)

Caio Prado Juacutenior ndash Formaccedilatildeo do Brasil Contemporacircneo - Colocircnia

Coisa muito diferente se passaraacute com a escravidatildeo moderna que eacute a nossa Ela nasce de chocircfre natildeo se liga a passado ou tradiccedilatildeo alguma Restaura apenas uma instituiccedilatildeo justamente quando ela jaacute perdera inteiramente sua razatildeo de ser e focircra substituiacuteda por outras formas de trabalho mais evoluiacutedas Surge assim como um corpo estranho que se insinua na estrutura da civilizaccedilatildeo oci-dental em que jaacute natildeo cabia E vem con-trariar-lhe todos os padrotildees morais e materiais estabelecidos (PRADO JUacuteNIOR 1961 p 268)

Norberto Bobbio ndash A era dos direitosDireitos do homem democracia e paz satildeo

trecircs momentos necessaacuterios do mesmo movimento histoacuterico Sem direitos do homem reconhecidos e protegidos natildeo haacute democracia sem democracia natildeo existem as condiccedilotildees miacutenimas para a soluccedilatildeo paciacutefica dos confli tos (BOBBIO 2003 p 21)

Ainda resta muito trabalho para a maccedilona-ria Tivemos papel fundamental na Indepen-decircncia Aboliccedilatildeo da Escravatura e Proclama-ccedilatildeo da Repuacuteblica Hoje a atuaccedilatildeo maccedilocircnica deve estar focada na preservaccedilatildeo da democra-cia reduccedilatildeo das desigualdades sociais ampli-accedilatildeo da educaccedilatildeo puacuteblica de qualidade para todos preservaccedilatildeo e melhoria do SUS Sem democracia e o miacutenimo de dignidade ao ser humano a paz social torna-se um objetivo inal-canccedilaacutevel e a independecircncia eacute soacute uma ilusatildeo

Vamos a todo custo e nunca a qualquer custo

Carlos Magno Monteiro FreitasARLS Vale do Itapemirim ndash Marataiacutezes

(ES)

200 ANOS DA INDEPENDEcircNCIA DO BRASIL SERAacute QUE TEMOS ALGO A COMEMORAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete04 O Malhete Dezembro de 2020

Meus irmatildeos revendo meus alfarraacutebi-os me deparei com esse editorial do boletim do GOB de nuacutemero 7 a 9 do

ano de 1883 mais de um seacuteculo e tatildeo atual na presente globalizaccedilatildeo

ldquoEacute preciso deixar na estrada que percorre-mos claros vestiacutegios que nos recomendem aos obreiros do futuro Se o campo estaacute juncado de abrolhos se as plantas parasitas atrofiam as boas arvores que datildeo sombra resta-nos desbra-var aquelas e extirpar destas os lineamentos insidiosos que as constrangem e amesquinham a Maccedilonaria para natildeo desmentir seu passado tatildeo laborioso e tatildeo feacutertil de heroiacutesmos deve ser antes de tudo uma reuniatildeo de operaacuterios e de amigos e nunca um agrupamento de invaacutelidos e de indiferentes Aacute postos ( palavras no edi-torial do boletim nordm 7 a 9 de 1883 do GOB assi-nado por Gonccedilalves Ledo)rdquo

No dia 26112020 tivemos uma profiacutecua reuniatildeo do Projeto MACcedilONARIA DAS TREcircS FRONTEIRAS com a apresentaccedilatildeo do pro-grama BRASIL NO PRUMO- a Eacutetica na Praacuteti-ca ndash Maccedilonaria Presente um Projeto pioneiro no ES que nasceu da dedicaccedilatildeo iacutempar de um ir APRENDIZ MACcedilOM chamado Claudio Ale-xandre Tosta da querida Loja Orvalho do Her-

mon 21 filiada agrave Sereniacutessima Grande Loja Maccedilocircnica do ES que foi prontamente encam-pada pelo seu VM Acircngelo Tesolinique obteve apoio integral para alavancar esse monumental projeto com o Sereniacutessimo Gratildeo Mestre Aiacutedes Bertoldo da Silva na ocasiatildeo dado todo apoio logiacutestico que foi energizado e robustecido com o apoio integral do atual Sereniacutessimo Walter Alves Noronha verdadeiro paladino da implantaccedilatildeo desse magnifico projeto

Estiveram abrilhantando o nosso evento tatildeo bem coordenado e dirigido pelo amado Irrsquo Kheytte Vasconcelos Gomes varias autorida-des maccedilocircnicas regionais agrave saber Sereniacutessimo GM Walter Alves Noronha das GLMEES Seu Adjunto o Eminente Irrsquo Waldir Masucatti aleacutem de vaacuterios secretaacuterios da alta administra-ccedilatildeo das GLMEES e de vaacuterios VVMM daquela potencia co-irmatilde Tambeacutem GOB-ES esteve presente o GME- Eminente Irmatildeo Heacutelio Soa-res da Luz Sodreacute coordenadores do GOB-ES e dois grandes secretaacuterios aleacutem de vaacuterios VVMM daquela Potencia e aqui ratificamos a presenccedila do PAST GME Eminente Irmatildeo Luiz Carlos Franco de Mello Representando a GLEB o Poderoso ir Claudiano Fonseca 1 grande Vigilante aleacutem de dois delegados e vaacuteri-os VVMM O Irmatildeo Luciano Sepuacutelveda GME do GOB Bahia desejou sucesso ao evento mas devido a compromissos previamente assu-midos natildeo pode participar e o Ir Walternan representou juntamente com Vaacuterios VVMM presentes a Sessatildeo o GOB-BA O Soberano Irmatildeo Cassiano Letho do GOBA enviou pran-cha desejando sucesso e que tambeacutem por ter estarem tendo uma live no GOBA no mesmo horaacuterio natildeo poderia participar Por Minas Gerais Abrilhantaram aquela Sessatildeo o Sere-niacutessimo GM Adjunto do GOMG Rodrigo Pias-

si secundado pelo Grande Secretaacuterio de Rela-ccedilotildees exteriores Miguel Simatildeo Neto aleacutem de vaacuterios MMII daquela potencia Coirmatilde Do GOB MG estiveram presentes vaacuterios Irmatildeos Inclusive dois coordenadores sendo que o Irrsquo Derlane Dantas se pronunciou em nome do Eminente Irmatildeo Cleacutescio Galvatildeo do GOB-MG Sendo ainda que o PAST GM da GLMMG Irmatildeo Tataco augurou todo sucesso ao evento e que juntamente com os Irmatildeos Edilson Siqueira Sereniacutessimo Gratildeo Mestre das GLMMG do Primeiro Grande Vigilante Seacutergio Quirino tambeacutem por compromissos previamente assumidos natildeo participariam mas que se fariam presentes em uma nova con-vocaccedilatildeo

Assim foi entatildeo dado o pontapeacute inicial para a ratificaccedilatildeo do mesmo na regiatildeo das trecircs fron-teiras pois o mesmo tem identificaccedilatildeo prati-camente integral com as diretrizes do nosso projeto que abrange as lojas maccedilocircnicas das trecircs potecircncias regularmente constituiacutedas do Centro-Norte do ES Leste Mineiro e Sul da Bahia

O progresso da Humanidade tem seu iniacutecio na aplicaccedilatildeo das leis de justiccedila de amor e de caridade Princiacutepios sempre defendidos por nossa Sublime Instituiccedilatildeo que justamente por isso eacute considerada progressista Aonde natildeo haacute Justiccedila e amor vigora a barbaacuterie e a violecircncia A Justiccedila nada mais eacute do que o respeito ao direito de cada um Eacute a base para a convivecircncia em sociedade por consequecircncia mola mestra do desenvolvimento O amor por sua vez substi-tuiu o personalismo Eacute o triunfo sobre o ego jaacute que o amor por definiccedilatildeo eacute incondicional e natildeo exige retorno

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O Despertar

da consciecircnciaMaccedilocircnica

O Despertar

da consciecircnciaMaccedilocircnica

O Malhete 05O Malhete Dezembro de 2020

O amor juntamente com a Justiccedila eacute outra conquista importante do homem no interminaacutevel processo de evoluccedilatildeo O amor eacute elemento fundamental mdash um ver-dadeiro alicerce mdash na formaccedilatildeo de uma personalidade sadia gera e incentiva um comportamento equilibrado Uma crianccedila amada eacute mais confiante em si mesma tem mais autoestima por isso desenvolve seu potencial de forma mais uniforme e raacutepi-da transmitindo aos seus semelhantes o amor recebido

Amar eacute ser consciencioso e fazer aos outros apenas o que deseja para si Amar eacute compreender as fraquezas e defeitos do outro eacute relevar seus erros e saber perdoar Quem cresce sem amor fatalmente seraacute um adulto seco e desprovido de compai-xatildeo com um senso de justiccedila deturpado e deficiente

A caridade eacute o terceiro ponto desse ali-cerce estendido para outras fronteiras aleacutem do ciacuterculo familiar e fraternal do Homem e do Maccedilom Para se viver a cari-dade precisa-se desenvolver virtudes

Soacute conseguiremos o justo meio a partir da reflexatildeo sobre as duas partes utilizando a razatildeo a justiccedila e o amor pra natildeo haver enganos a partir do auto-conhecimento que nos proporcionaraacute a consciecircncia da nossa realidade atual e assim saindo das sombras da ignoracircncia poderemos atingir

elevados patamares desenvolvendo valo-res conquistados

Esses valores e virtudes indispensaacuteveis no Maccedilom satildeo conquistados atraveacutes da vontade imbuiacuteda de razatildeo Se temos direi-tos temos tambeacutem deveres e natildeo somente para com os nossos IIr para com nossos familiares para com a sociedade mas prin-cipalmente para com noacutes mesmos para com o nosso trabalho interior para o des-baste de nossa Pedra Bruta A siacutentese des-ses deveres estaacute em cumprir com nossa obrigaccedilatildeo para conosco e para com nos-sos Irmatildeos Natildeo podemos somente ser Luz no caminho alheio temos que antes de nada ser Luz no nosso proacuteprio caminho

Muitas vezes esquecemos de olhar para noacutes mesmos em se tratando de mudanccedilas e transformaccedilotildees Exigimos que os outros mudem sem no entanto fazer nada para sair de onde estamos Natildeo deve haver lugar em nossos Templos para a hipocri-sia para a luta pelo poder para a vaidade

E a virtude onde fica E a Fraternidade o objetivo de servir de ser caridoso Seraacute que esse nunca foi o objetivo Teria sido apenas uma Luz que se apagou Onde estatildeo nossos valores sempre ensinados mas nem sempre empregados

Na verdadeira Maccedilonaria natildeo deve haver espaccedilo para brigas por cargos para a disputa poliacutetica A verdadeira Maccedilonaria eacute

aquela em que vivenciamos o Amor a Fra-ternidade a Verdade o Dever e o Direito A verdadeira Maccedilonaria eacute aquela que nos proporciona o prazer indescritiacutevel de abra-ccedilar um Irmatildeo eacute aquela que faz com que a convivecircncia fraternal seja um prazer e natildeo uma obrigaccedilatildeo semanal

Precisamos reavaliar nossas atitudes nossos comportamentos e valores Esta-mos realizando o trabalho que chamamos maccedilocircnico com respeito e humildade ou com arrogacircncia e orgulho Estamos real-mente cumprindo o que juramos de forma livre quando conhecemos a V L Esta-mos realmente cavando masmorras ao viacutecio e levantando Templos agrave virtude

Nossa Ordem precisa sair do imobilis-mo que se encontra Precisamos com uniatildeo e respeito debater mais nossos pro-blemas em Loja precisamos aprender a criticar e principalmente aprender a ouvir criacuteticas precisamos acima de tudo ser mais tolerantes com os outros e menos tole-rantes com noacutes mesmos precisamos des-bastar nossa Pedra natildeo a do nosso Irmatildeo

Ir Dario Angelo BaggieriM I CIM 157465AMLES Cadeira N 1PATRONO ALFERES TIRADENTES

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete06 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Alexander Kring

Na sociedade atual o fenocircmeno do ego-iacutesmo eacute generalizado Muitas pessoas procuram apenas vantagens proacuteprias

tanto no trabalho como na vida privada Cole-gas satildeo enegrecidos para se iluminarem melhor rumores se espalham ou o SUV fica estacionado em duas vagas para que ningueacutem fique ao lado dele e deixe um arranhatildeo na pin-tura do veiacuteculo caro e seja mais faacutecil sair dele depois de fazer compras Mas sempre foi assim As pessoas eram tatildeo egocecircntricas no passado Sei pelo que meus avoacutes me disseram que natildeo era esse o caso No passado amizade consideraccedilatildeo e vizinhanccedila ainda eram muito importantes Especialmente nos anos de guer-ra e poacutes-guerra Ajudaram-se mutuamente na construccedilatildeo da nova casa ajudaram no trabalho de campo e cuidaram uns dos outros

Resta algueacutem que natildeo age de forma egoiacutesta Muitos estatildeo mais proacuteximos de si mesmos hoje Muito poucos cidadatildeos se preocupam uns com os outros Este anonimato parece ser particularmente pronunciado em grandes com-plexos residenciais embora as pessoas vivam lado a lado Por exemplo quantas vezes vocecirc pode ler que pessoas morreram em suas casas sem que ningueacutem percebesse Somente quan-do o cheiro ficar tatildeo forte que se perceba em todo o corticcedilo algueacutem pode chamar o zelador mas apenas para reclamar do mau cheiro Todos noacutes queremos o melhor para noacutes e nos-sas famiacutelias natildeo eacute Uma bela casa um empre-go bem remunerado as melhores poltronas do cinema ou show E estamos prontos para assu-mir alguns custos elevados por isso

Mas o que outras pessoas ganham com isso se nos darmos todo o luxo Muito simples-mente nada Podemos convidar amigos e parentes para nosso lindo casaratildeo e mimaacute-los com os melhores pratos ou tambeacutem podemos comprar ingressos para eles na melhor catego-ria Mas vocecirc gosta de gastar seu dinheiro com os outros Eu fui ensinado desde cedo que vocecirc manteacutem seu dinheiro junto e natildeo vive des-perdiccedilando Uma boa qualidade que natildeo faz mal a ningueacutem Mas gastar dinheiro nem sem-pre eacute investir dinheiro Portanto para mim pessoalmente faz uma grande diferenccedila se devo gastar meu dinheiro em alguma bobagem ou se outra pessoa aleacutem do vendedor ou fabri-cante de um produto se beneficia disso Signi-fica ajudar outras pessoas com seu dinheiro

Doaccedilatildeo eacute a palavra maacutegica Uma boa mane-ira de fazer isso eacute regularmente usar o Tronco de Beneficecircncia no final de cada trabalho do templo Porque haacute pessoas suficientes no mundo que natildeo estatildeo tatildeo bem quanto noacutes O outro lado eacute uma ajuda praacutetica Doar qualquer quantia eacute claro e conveniente mas muitos de nossos semelhantes natildeo precisam de dinheiro eles precisam de ajuda na vida cotidiana Durante anos minha esposa e eu ajudamos nossos vizinhos sem filhos sempre que podiacutea-mos cortando lenha com problemas domeacutesti-cos ou simplesmente levando a vizinha para ver sua irmatilde no campo e mais tarde para a casa de repouso de seu marido A caridade pode ser muito versaacutetil E especialmente as pessoas em nosso ambiente imediato devem se beneficiar de nossa ajuda

Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mostrada por-que natildeo compartilhamos nosso conheci-mento com todos

Mas natildeo eacute soacute com dinheiro e ajuda ativa O conhecimento tambeacutem deve ser compartilha-

do Todos noacutes conhecemos a frase ldquoconheci-mento eacute poderrdquo Portanto se eu mantiver meu conhecimento para mim estarei sempre um passo agrave frente de meus concorrentes Por que devo compartilhar meu conhecimento tam-beacutem Os outros tambeacutem podem ler livros fre-quentar cursos de treinamento ou perguntar a outra pessoa Afinal vocecirc mesmo fez isso Infelizmente muitos pensam assim Se passo adiante meus conhecimentos por exemplo o trabalho no escritoacuterio se espalha por vaacuterios ombros e fico aliviado Isso eacute egoiacutesta de novo Mas algumas coisas podem e natildeo devem ser reveladas tatildeo facilmente e transmitidas Basta pensar nos selos Top Secret em arquivos secretos em filmes de agentes ou um exemplo da vida cotidiana documentos confidenciais no trabalho Na loja ocasionalmente dizemos coisas entre colunas o que significa que o que eacute dito natildeo deve ser repassado a terceiros O mesmo ocorre com o arcano maccedilocircnico Este segredo ainda eacute a base das teorias da conspira-ccedilatildeo mais abstrusas e traz muita desconfianccedila agrave nossa irmandade Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mos-trada porque natildeo compartilhamos nosso conhecimento com todos Ao mesmo tempo este segredo maccedilocircnico e nossa discriccedilatildeo tam-beacutem nos protegem ateacute certo ponto uma vez que apenas essas duas propriedades podem ser a base para a confianccedila de todos os irmatildeos As pessoas odeiam segredos porque eles as fazem se sentir traiacutedas e exploradas Eacute apenas um sen-timento ruim se vocecirc natildeo sabe o que os outros estatildeo fazendo pense em vocecirc e se vocecirc pode estar em desvantagem como resultado A pro-poacutesito isso tambeacutem se aplica agrave Maccedilonaria e seus vaacuterios graus

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EGOIacuteSMO

O Malhete 07O Malhete Dezembro de 2020

Cortesia mente aberta ajuda toleracircn-cia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada

No site dos Antigos Maccedilons Livres e Acei-tos da Alemanha a Maccedilonaria eacute descrita figu-rativamente como uma escola de vida A for-maccedilatildeo e o fortalecimento do caraacuteter desempe-nham um papel decisivo nisso Os bons homens devem se tornar ainda melhores por meio de uma vida e trabalho virtuosos Em cada reuniatildeo ritual ouvimos de novo que deve-mos nos encontrar na balanccedila o que significa respeitar o nosso homoacutelogo e vecirc-lo como igua-is Devemos tambeacutem dividir nosso tempo com moderaccedilatildeo e ser frugais A reacutegua de vinte e quatro polegadas eacute nossa ferramenta para isso Aprendemos a melhor forma de provar a si mesmo na vida cotidiana e como lidar com outras pessoas Mas esse conhecimento que nos eacute transmitido aqui em nossa boa loja a portas fechadas isoladas do mundo exterior Natildeo podemos e natildeo devemos deixar para traacutes estranhos mundanos tatildeo facilmente Isso vio-laria nosso voto de sigilo Portanto eacute um dile-ma Por um lado nos vemos como uma frater-nidade humanitaacuteria comprometida com as pessoas mas por outro lado natildeo podemos compartilhar nossos conhecimentos com os outros A menos que indiretamente

Entatildeo a Maccedilonaria eacute egoiacutesta Eu disse natildeo Egoiacutesmo se traduz como interesse proacuteprio E isso certamente natildeo eacute a Maccedilonaria Mas pelo contraacuterio Na ldquoFlauta Maacutegicardquo do irmatildeo Mozart a aacuteria de Sarastro diz entre outras coi-sas ldquoNestes muros sagrados onde as pessoas amam as pessoashelliprdquo Provavelmente natildeo haacute mais nada a acrescentar No iniacutecio da minha adesatildeo a uma loja meus filhos uma vez me perguntaram qual era o objetivo da Maccedilona-ria Respondi que deveria ser um bom modelo

para as outras pessoas e agir de forma que os outros se lembrem de vocecirc com carinho Vocecirc certamente natildeo precisa ser membro de uma Loja Maccedilocircni-ca para implementar esta resoluccedilatildeo No entanto eacute uma grande a j u d a t e r t a n t o s irmatildeos ao seu lado que estatildeo ajudando Quando fui interna-do jaacute percebi uma parte no final do ritual ldquoAgora volte ao mun-do meus irmatildeos e prove que eacute maccedilom Defenda-se da injusticcedila onde ela aparecer nunca decirc as costas para a necessidade e a miseacute-ria fique atento para si mesmo rdquoEssas frases me impressionaram profundamente e expres-sam exatamente tudo o que define a Maccedilona-ria Fraternidade e humanidade ou seja amor agraves pessoas

Mas como isso pode ser implementado na vida cotidiana Natildeo temos que contar aos outros tudo sobre os ensinamentos maccedilocircni-cos explicar o ritual ou quebrar todos os signi-ficados simboacutelicos Muitos simplesmente tambeacutem natildeo entenderiam Mas devemos sem-pre dar um bom exemplo Cortesia mente aberta ajuda toleracircncia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada Mas isso natildeo significa que devemos pular imedia-tamente para o lado de cada pessoa suposta-mente pobre ou necessitada Isso nem funcio-na Afinal natildeo podemos salvar o mundo intei-ro Mas em nosso ambiente privado e profissi-onal podemos muito bem nos provar como maccedilons E o melhor de tudo por meio de

nosso comportamento exemplar ao qual noacutes como homens de boa reputaccedilatildeo estamos obri-gados Certamente nem sempre eacute possiacutevel manter a calma em todas as situaccedilotildees estres-santes ou ajudar um amigo na quarta jogada em um curto espaccedilo de tempo Mas a vida natildeo eacute apenas tirar eacute tambeacutem dar Portanto seja-mos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de huma-nidade toleracircncia e caridade Natildeo necessaria-mente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de humanidade toleracircncia e carida-de Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilona-ria ao mundo na forma de humanidade tole-racircncia e caridade Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros

Fontehttpsfreimaurereide

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete08 O Malhete Dezembro de 2020

Grande Loja Maccedilocircnica do Esta-Ado do Espiacuterito Santo (GLMEES) comemorou no dia 7 de novem-

bro o seu Jubileu de Ouro com uma sole-nidade na sua sede

A cerimocircnia foi presidida pelo Gratildeo-Mestre Walter Alves Noronha Tambeacutem estavam presentes o Eminente Gratildeo-Mestre Valdir Massucatti e os Past-Gratildeo-Mestres Sergio Muniz Gianordoli

e Joseacute Ameacuterico Merlo aleacutem de vaacuterios membros da Alta Administraccedilatildeo

A cerimocircnia tambeacutem foi prestigiada pelo Gratildeo-Mestre de Minas Gerais Irmatildeo Edilson de Oliveira

Durante a cerimocircnia foram prestadas homenagens aos Irmatildeos fundadores da Grande Loja Joseacute Campos de Oliveira Joel Pereira das Neves e Pliacutenio Gustavo Lourosa

Todo o evento foi transmitido pelo canal da Grande Loja no YouTube

Apoacutes a celebraccedilatildeo a Banda Us Zeacute ani-mou a confraternizaccedilatildeo e foi servida uma deliciosa paella

A Grande Loja agradece a todos que participaram da celebraccedilatildeo e aos que acompanharam a transmissatildeo ao vivo pela internet

GRANDE LOJA - ES COMEMORA SEU JUBILEU DE OURO

Clique nas imagens abaixo para assistir viacutedeos

O Malhete 09O Malhete Dezembro de 2020

Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

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No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 2: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O Malhete Dezembro de 2020

O Malhete 03O Malhete Dezembro de 2020

Estamos proacuteximos de comemorar os 200 anos da proclamaccedilatildeo da independecircncia ocorrida em 07 de setembro de 1822

pelas matildeos do entatildeo priacutencipe Dom Pedro ini-ciado na nossa sublime Ordem que viria a se tornar o primeiro imperador do Brasil

Impossiacutevel falar sobre a independecircncia sem ressaltar o papel fundamental da maccedilonaria na sua efetivaccedilatildeo Gonccedilalves Ledo Joseacute Bonifaacute-cio Joseacute Clemente Pereira e tantos outros Essa participaccedilatildeo da maccedilonaria estaacute devida-mente registrada e reconhecida em pratica-mente todos os livros sobre a histoacuteria do Bra-sil

Falar dos nossos pontos fortes enquanto naccedilatildeo eacute tarefa das mais faacuteceis Recursos natu-rais abundantes um clima ameno e poupado de cataacutestrofes naturais extremas um povo de boa iacutendole (pelo menos em sua maioria)

No entanto temos tambeacutem muitos proble-mas pendentes de soluccedilatildeo haacute seacuteculos

A naccedilatildeo brasileira foi formada tendo por fundamento a desigualdade social e manuten-ccedilatildeo de privileacutegios Jaacute decorridos mais de qui-nhentos anos desde que por aqui aportaram os portugueses pouca coisa mudou As elites continuam perpetuando privileacutegios e a desi-gualdade social soacute faz aumentar O regime escravocrata que vigorou por quase quatro seacuteculos foi uma das causas dessa desigualda-de

Um passado escravocrata que envergonha Fomos o uacuteltimo paiacutes das Ameacutericas a abolir a escravidatildeo Seria uma espeacutecie de redenccedilatildeo

parcial se em 07091822 Dom Pedro tivesse aleacutem de proclamado a independecircncia abolido a escravidatildeo Mas natildeo Por mais 66 anos como naccedilatildeo soberana mantivemos essa praacutetica abo-minaacutevel

Uma desigualdade social extrema entre o tanto mais rico e a multidatildeo de excluiacutedos e a manutenccedilatildeo de privileacutegios por uma elite em diversos setores principalmente no poder puacuteblico

Ficamos independentes de Portugal somos uma naccedilatildeo soberana e como tal reconhecida pelas demais Mas a independecircncia por si soacute natildeo eacute sinocircnimo de liberdade igualdade e fra-ternidade Para termos liberdade eacute fundamen-tal alcanccedilar um miacutenimo de igualdade social Ou pelo menos igualdade de oportunidades

Na atual Pandemia pudemos observar cla-ramente a existecircncia de duas classes de cida-datildeos no Brasil Escolas particulares continua-ram ministrando aulas normalmente agrave distacircn-cia enquanto que as puacuteblicas enfrentaram diversas dificuldades O iacutendice de mortalidade nas periferias das grandes metroacutepoles foi bem maior que nas regiotildees habitadas pelas classes meacutedia e alta

Graccedilas ao Sistema Uacutenico de Sauacutede - SUS natildeo tivemos uma cataacutestrofe maior Apesar de natildeo ser perfeito muito longe disso traz o prin-ciacutepio de que ningueacutem fica para traacutes Algueacutem jaacute parou para pensar no princiacutepio que fundamen-ta o SUS Eacute socialista

Sergio Buarque de Holanda ndash Raiacutezes do Brasil

A democracia no Brasil foi sempre um lamentaacutevel mal-entendido Uma aristo-cracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodaacute-la onde fosse pos-siacutevel aos seus direitos ou privileacutegios os mesmos privileacutegios que tinham sido no Velho Mundo o alvo da luta da bur-gues ia con t ra os ar i s tocra tas (HOLANDA 1995 p 160)

Caio Prado Juacutenior ndash Formaccedilatildeo do Brasil Contemporacircneo - Colocircnia

Coisa muito diferente se passaraacute com a escravidatildeo moderna que eacute a nossa Ela nasce de chocircfre natildeo se liga a passado ou tradiccedilatildeo alguma Restaura apenas uma instituiccedilatildeo justamente quando ela jaacute perdera inteiramente sua razatildeo de ser e focircra substituiacuteda por outras formas de trabalho mais evoluiacutedas Surge assim como um corpo estranho que se insinua na estrutura da civilizaccedilatildeo oci-dental em que jaacute natildeo cabia E vem con-trariar-lhe todos os padrotildees morais e materiais estabelecidos (PRADO JUacuteNIOR 1961 p 268)

Norberto Bobbio ndash A era dos direitosDireitos do homem democracia e paz satildeo

trecircs momentos necessaacuterios do mesmo movimento histoacuterico Sem direitos do homem reconhecidos e protegidos natildeo haacute democracia sem democracia natildeo existem as condiccedilotildees miacutenimas para a soluccedilatildeo paciacutefica dos confli tos (BOBBIO 2003 p 21)

Ainda resta muito trabalho para a maccedilona-ria Tivemos papel fundamental na Indepen-decircncia Aboliccedilatildeo da Escravatura e Proclama-ccedilatildeo da Repuacuteblica Hoje a atuaccedilatildeo maccedilocircnica deve estar focada na preservaccedilatildeo da democra-cia reduccedilatildeo das desigualdades sociais ampli-accedilatildeo da educaccedilatildeo puacuteblica de qualidade para todos preservaccedilatildeo e melhoria do SUS Sem democracia e o miacutenimo de dignidade ao ser humano a paz social torna-se um objetivo inal-canccedilaacutevel e a independecircncia eacute soacute uma ilusatildeo

Vamos a todo custo e nunca a qualquer custo

Carlos Magno Monteiro FreitasARLS Vale do Itapemirim ndash Marataiacutezes

(ES)

200 ANOS DA INDEPENDEcircNCIA DO BRASIL SERAacute QUE TEMOS ALGO A COMEMORAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete04 O Malhete Dezembro de 2020

Meus irmatildeos revendo meus alfarraacutebi-os me deparei com esse editorial do boletim do GOB de nuacutemero 7 a 9 do

ano de 1883 mais de um seacuteculo e tatildeo atual na presente globalizaccedilatildeo

ldquoEacute preciso deixar na estrada que percorre-mos claros vestiacutegios que nos recomendem aos obreiros do futuro Se o campo estaacute juncado de abrolhos se as plantas parasitas atrofiam as boas arvores que datildeo sombra resta-nos desbra-var aquelas e extirpar destas os lineamentos insidiosos que as constrangem e amesquinham a Maccedilonaria para natildeo desmentir seu passado tatildeo laborioso e tatildeo feacutertil de heroiacutesmos deve ser antes de tudo uma reuniatildeo de operaacuterios e de amigos e nunca um agrupamento de invaacutelidos e de indiferentes Aacute postos ( palavras no edi-torial do boletim nordm 7 a 9 de 1883 do GOB assi-nado por Gonccedilalves Ledo)rdquo

No dia 26112020 tivemos uma profiacutecua reuniatildeo do Projeto MACcedilONARIA DAS TREcircS FRONTEIRAS com a apresentaccedilatildeo do pro-grama BRASIL NO PRUMO- a Eacutetica na Praacuteti-ca ndash Maccedilonaria Presente um Projeto pioneiro no ES que nasceu da dedicaccedilatildeo iacutempar de um ir APRENDIZ MACcedilOM chamado Claudio Ale-xandre Tosta da querida Loja Orvalho do Her-

mon 21 filiada agrave Sereniacutessima Grande Loja Maccedilocircnica do ES que foi prontamente encam-pada pelo seu VM Acircngelo Tesolinique obteve apoio integral para alavancar esse monumental projeto com o Sereniacutessimo Gratildeo Mestre Aiacutedes Bertoldo da Silva na ocasiatildeo dado todo apoio logiacutestico que foi energizado e robustecido com o apoio integral do atual Sereniacutessimo Walter Alves Noronha verdadeiro paladino da implantaccedilatildeo desse magnifico projeto

Estiveram abrilhantando o nosso evento tatildeo bem coordenado e dirigido pelo amado Irrsquo Kheytte Vasconcelos Gomes varias autorida-des maccedilocircnicas regionais agrave saber Sereniacutessimo GM Walter Alves Noronha das GLMEES Seu Adjunto o Eminente Irrsquo Waldir Masucatti aleacutem de vaacuterios secretaacuterios da alta administra-ccedilatildeo das GLMEES e de vaacuterios VVMM daquela potencia co-irmatilde Tambeacutem GOB-ES esteve presente o GME- Eminente Irmatildeo Heacutelio Soa-res da Luz Sodreacute coordenadores do GOB-ES e dois grandes secretaacuterios aleacutem de vaacuterios VVMM daquela Potencia e aqui ratificamos a presenccedila do PAST GME Eminente Irmatildeo Luiz Carlos Franco de Mello Representando a GLEB o Poderoso ir Claudiano Fonseca 1 grande Vigilante aleacutem de dois delegados e vaacuteri-os VVMM O Irmatildeo Luciano Sepuacutelveda GME do GOB Bahia desejou sucesso ao evento mas devido a compromissos previamente assu-midos natildeo pode participar e o Ir Walternan representou juntamente com Vaacuterios VVMM presentes a Sessatildeo o GOB-BA O Soberano Irmatildeo Cassiano Letho do GOBA enviou pran-cha desejando sucesso e que tambeacutem por ter estarem tendo uma live no GOBA no mesmo horaacuterio natildeo poderia participar Por Minas Gerais Abrilhantaram aquela Sessatildeo o Sere-niacutessimo GM Adjunto do GOMG Rodrigo Pias-

si secundado pelo Grande Secretaacuterio de Rela-ccedilotildees exteriores Miguel Simatildeo Neto aleacutem de vaacuterios MMII daquela potencia Coirmatilde Do GOB MG estiveram presentes vaacuterios Irmatildeos Inclusive dois coordenadores sendo que o Irrsquo Derlane Dantas se pronunciou em nome do Eminente Irmatildeo Cleacutescio Galvatildeo do GOB-MG Sendo ainda que o PAST GM da GLMMG Irmatildeo Tataco augurou todo sucesso ao evento e que juntamente com os Irmatildeos Edilson Siqueira Sereniacutessimo Gratildeo Mestre das GLMMG do Primeiro Grande Vigilante Seacutergio Quirino tambeacutem por compromissos previamente assumidos natildeo participariam mas que se fariam presentes em uma nova con-vocaccedilatildeo

Assim foi entatildeo dado o pontapeacute inicial para a ratificaccedilatildeo do mesmo na regiatildeo das trecircs fron-teiras pois o mesmo tem identificaccedilatildeo prati-camente integral com as diretrizes do nosso projeto que abrange as lojas maccedilocircnicas das trecircs potecircncias regularmente constituiacutedas do Centro-Norte do ES Leste Mineiro e Sul da Bahia

O progresso da Humanidade tem seu iniacutecio na aplicaccedilatildeo das leis de justiccedila de amor e de caridade Princiacutepios sempre defendidos por nossa Sublime Instituiccedilatildeo que justamente por isso eacute considerada progressista Aonde natildeo haacute Justiccedila e amor vigora a barbaacuterie e a violecircncia A Justiccedila nada mais eacute do que o respeito ao direito de cada um Eacute a base para a convivecircncia em sociedade por consequecircncia mola mestra do desenvolvimento O amor por sua vez substi-tuiu o personalismo Eacute o triunfo sobre o ego jaacute que o amor por definiccedilatildeo eacute incondicional e natildeo exige retorno

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O Despertar

da consciecircnciaMaccedilocircnica

O Despertar

da consciecircnciaMaccedilocircnica

O Malhete 05O Malhete Dezembro de 2020

O amor juntamente com a Justiccedila eacute outra conquista importante do homem no interminaacutevel processo de evoluccedilatildeo O amor eacute elemento fundamental mdash um ver-dadeiro alicerce mdash na formaccedilatildeo de uma personalidade sadia gera e incentiva um comportamento equilibrado Uma crianccedila amada eacute mais confiante em si mesma tem mais autoestima por isso desenvolve seu potencial de forma mais uniforme e raacutepi-da transmitindo aos seus semelhantes o amor recebido

Amar eacute ser consciencioso e fazer aos outros apenas o que deseja para si Amar eacute compreender as fraquezas e defeitos do outro eacute relevar seus erros e saber perdoar Quem cresce sem amor fatalmente seraacute um adulto seco e desprovido de compai-xatildeo com um senso de justiccedila deturpado e deficiente

A caridade eacute o terceiro ponto desse ali-cerce estendido para outras fronteiras aleacutem do ciacuterculo familiar e fraternal do Homem e do Maccedilom Para se viver a cari-dade precisa-se desenvolver virtudes

Soacute conseguiremos o justo meio a partir da reflexatildeo sobre as duas partes utilizando a razatildeo a justiccedila e o amor pra natildeo haver enganos a partir do auto-conhecimento que nos proporcionaraacute a consciecircncia da nossa realidade atual e assim saindo das sombras da ignoracircncia poderemos atingir

elevados patamares desenvolvendo valo-res conquistados

Esses valores e virtudes indispensaacuteveis no Maccedilom satildeo conquistados atraveacutes da vontade imbuiacuteda de razatildeo Se temos direi-tos temos tambeacutem deveres e natildeo somente para com os nossos IIr para com nossos familiares para com a sociedade mas prin-cipalmente para com noacutes mesmos para com o nosso trabalho interior para o des-baste de nossa Pedra Bruta A siacutentese des-ses deveres estaacute em cumprir com nossa obrigaccedilatildeo para conosco e para com nos-sos Irmatildeos Natildeo podemos somente ser Luz no caminho alheio temos que antes de nada ser Luz no nosso proacuteprio caminho

Muitas vezes esquecemos de olhar para noacutes mesmos em se tratando de mudanccedilas e transformaccedilotildees Exigimos que os outros mudem sem no entanto fazer nada para sair de onde estamos Natildeo deve haver lugar em nossos Templos para a hipocri-sia para a luta pelo poder para a vaidade

E a virtude onde fica E a Fraternidade o objetivo de servir de ser caridoso Seraacute que esse nunca foi o objetivo Teria sido apenas uma Luz que se apagou Onde estatildeo nossos valores sempre ensinados mas nem sempre empregados

Na verdadeira Maccedilonaria natildeo deve haver espaccedilo para brigas por cargos para a disputa poliacutetica A verdadeira Maccedilonaria eacute

aquela em que vivenciamos o Amor a Fra-ternidade a Verdade o Dever e o Direito A verdadeira Maccedilonaria eacute aquela que nos proporciona o prazer indescritiacutevel de abra-ccedilar um Irmatildeo eacute aquela que faz com que a convivecircncia fraternal seja um prazer e natildeo uma obrigaccedilatildeo semanal

Precisamos reavaliar nossas atitudes nossos comportamentos e valores Esta-mos realizando o trabalho que chamamos maccedilocircnico com respeito e humildade ou com arrogacircncia e orgulho Estamos real-mente cumprindo o que juramos de forma livre quando conhecemos a V L Esta-mos realmente cavando masmorras ao viacutecio e levantando Templos agrave virtude

Nossa Ordem precisa sair do imobilis-mo que se encontra Precisamos com uniatildeo e respeito debater mais nossos pro-blemas em Loja precisamos aprender a criticar e principalmente aprender a ouvir criacuteticas precisamos acima de tudo ser mais tolerantes com os outros e menos tole-rantes com noacutes mesmos precisamos des-bastar nossa Pedra natildeo a do nosso Irmatildeo

Ir Dario Angelo BaggieriM I CIM 157465AMLES Cadeira N 1PATRONO ALFERES TIRADENTES

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete06 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Alexander Kring

Na sociedade atual o fenocircmeno do ego-iacutesmo eacute generalizado Muitas pessoas procuram apenas vantagens proacuteprias

tanto no trabalho como na vida privada Cole-gas satildeo enegrecidos para se iluminarem melhor rumores se espalham ou o SUV fica estacionado em duas vagas para que ningueacutem fique ao lado dele e deixe um arranhatildeo na pin-tura do veiacuteculo caro e seja mais faacutecil sair dele depois de fazer compras Mas sempre foi assim As pessoas eram tatildeo egocecircntricas no passado Sei pelo que meus avoacutes me disseram que natildeo era esse o caso No passado amizade consideraccedilatildeo e vizinhanccedila ainda eram muito importantes Especialmente nos anos de guer-ra e poacutes-guerra Ajudaram-se mutuamente na construccedilatildeo da nova casa ajudaram no trabalho de campo e cuidaram uns dos outros

Resta algueacutem que natildeo age de forma egoiacutesta Muitos estatildeo mais proacuteximos de si mesmos hoje Muito poucos cidadatildeos se preocupam uns com os outros Este anonimato parece ser particularmente pronunciado em grandes com-plexos residenciais embora as pessoas vivam lado a lado Por exemplo quantas vezes vocecirc pode ler que pessoas morreram em suas casas sem que ningueacutem percebesse Somente quan-do o cheiro ficar tatildeo forte que se perceba em todo o corticcedilo algueacutem pode chamar o zelador mas apenas para reclamar do mau cheiro Todos noacutes queremos o melhor para noacutes e nos-sas famiacutelias natildeo eacute Uma bela casa um empre-go bem remunerado as melhores poltronas do cinema ou show E estamos prontos para assu-mir alguns custos elevados por isso

Mas o que outras pessoas ganham com isso se nos darmos todo o luxo Muito simples-mente nada Podemos convidar amigos e parentes para nosso lindo casaratildeo e mimaacute-los com os melhores pratos ou tambeacutem podemos comprar ingressos para eles na melhor catego-ria Mas vocecirc gosta de gastar seu dinheiro com os outros Eu fui ensinado desde cedo que vocecirc manteacutem seu dinheiro junto e natildeo vive des-perdiccedilando Uma boa qualidade que natildeo faz mal a ningueacutem Mas gastar dinheiro nem sem-pre eacute investir dinheiro Portanto para mim pessoalmente faz uma grande diferenccedila se devo gastar meu dinheiro em alguma bobagem ou se outra pessoa aleacutem do vendedor ou fabri-cante de um produto se beneficia disso Signi-fica ajudar outras pessoas com seu dinheiro

Doaccedilatildeo eacute a palavra maacutegica Uma boa mane-ira de fazer isso eacute regularmente usar o Tronco de Beneficecircncia no final de cada trabalho do templo Porque haacute pessoas suficientes no mundo que natildeo estatildeo tatildeo bem quanto noacutes O outro lado eacute uma ajuda praacutetica Doar qualquer quantia eacute claro e conveniente mas muitos de nossos semelhantes natildeo precisam de dinheiro eles precisam de ajuda na vida cotidiana Durante anos minha esposa e eu ajudamos nossos vizinhos sem filhos sempre que podiacutea-mos cortando lenha com problemas domeacutesti-cos ou simplesmente levando a vizinha para ver sua irmatilde no campo e mais tarde para a casa de repouso de seu marido A caridade pode ser muito versaacutetil E especialmente as pessoas em nosso ambiente imediato devem se beneficiar de nossa ajuda

Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mostrada por-que natildeo compartilhamos nosso conheci-mento com todos

Mas natildeo eacute soacute com dinheiro e ajuda ativa O conhecimento tambeacutem deve ser compartilha-

do Todos noacutes conhecemos a frase ldquoconheci-mento eacute poderrdquo Portanto se eu mantiver meu conhecimento para mim estarei sempre um passo agrave frente de meus concorrentes Por que devo compartilhar meu conhecimento tam-beacutem Os outros tambeacutem podem ler livros fre-quentar cursos de treinamento ou perguntar a outra pessoa Afinal vocecirc mesmo fez isso Infelizmente muitos pensam assim Se passo adiante meus conhecimentos por exemplo o trabalho no escritoacuterio se espalha por vaacuterios ombros e fico aliviado Isso eacute egoiacutesta de novo Mas algumas coisas podem e natildeo devem ser reveladas tatildeo facilmente e transmitidas Basta pensar nos selos Top Secret em arquivos secretos em filmes de agentes ou um exemplo da vida cotidiana documentos confidenciais no trabalho Na loja ocasionalmente dizemos coisas entre colunas o que significa que o que eacute dito natildeo deve ser repassado a terceiros O mesmo ocorre com o arcano maccedilocircnico Este segredo ainda eacute a base das teorias da conspira-ccedilatildeo mais abstrusas e traz muita desconfianccedila agrave nossa irmandade Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mos-trada porque natildeo compartilhamos nosso conhecimento com todos Ao mesmo tempo este segredo maccedilocircnico e nossa discriccedilatildeo tam-beacutem nos protegem ateacute certo ponto uma vez que apenas essas duas propriedades podem ser a base para a confianccedila de todos os irmatildeos As pessoas odeiam segredos porque eles as fazem se sentir traiacutedas e exploradas Eacute apenas um sen-timento ruim se vocecirc natildeo sabe o que os outros estatildeo fazendo pense em vocecirc e se vocecirc pode estar em desvantagem como resultado A pro-poacutesito isso tambeacutem se aplica agrave Maccedilonaria e seus vaacuterios graus

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EGOIacuteSMO

O Malhete 07O Malhete Dezembro de 2020

Cortesia mente aberta ajuda toleracircn-cia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada

No site dos Antigos Maccedilons Livres e Acei-tos da Alemanha a Maccedilonaria eacute descrita figu-rativamente como uma escola de vida A for-maccedilatildeo e o fortalecimento do caraacuteter desempe-nham um papel decisivo nisso Os bons homens devem se tornar ainda melhores por meio de uma vida e trabalho virtuosos Em cada reuniatildeo ritual ouvimos de novo que deve-mos nos encontrar na balanccedila o que significa respeitar o nosso homoacutelogo e vecirc-lo como igua-is Devemos tambeacutem dividir nosso tempo com moderaccedilatildeo e ser frugais A reacutegua de vinte e quatro polegadas eacute nossa ferramenta para isso Aprendemos a melhor forma de provar a si mesmo na vida cotidiana e como lidar com outras pessoas Mas esse conhecimento que nos eacute transmitido aqui em nossa boa loja a portas fechadas isoladas do mundo exterior Natildeo podemos e natildeo devemos deixar para traacutes estranhos mundanos tatildeo facilmente Isso vio-laria nosso voto de sigilo Portanto eacute um dile-ma Por um lado nos vemos como uma frater-nidade humanitaacuteria comprometida com as pessoas mas por outro lado natildeo podemos compartilhar nossos conhecimentos com os outros A menos que indiretamente

Entatildeo a Maccedilonaria eacute egoiacutesta Eu disse natildeo Egoiacutesmo se traduz como interesse proacuteprio E isso certamente natildeo eacute a Maccedilonaria Mas pelo contraacuterio Na ldquoFlauta Maacutegicardquo do irmatildeo Mozart a aacuteria de Sarastro diz entre outras coi-sas ldquoNestes muros sagrados onde as pessoas amam as pessoashelliprdquo Provavelmente natildeo haacute mais nada a acrescentar No iniacutecio da minha adesatildeo a uma loja meus filhos uma vez me perguntaram qual era o objetivo da Maccedilona-ria Respondi que deveria ser um bom modelo

para as outras pessoas e agir de forma que os outros se lembrem de vocecirc com carinho Vocecirc certamente natildeo precisa ser membro de uma Loja Maccedilocircni-ca para implementar esta resoluccedilatildeo No entanto eacute uma grande a j u d a t e r t a n t o s irmatildeos ao seu lado que estatildeo ajudando Quando fui interna-do jaacute percebi uma parte no final do ritual ldquoAgora volte ao mun-do meus irmatildeos e prove que eacute maccedilom Defenda-se da injusticcedila onde ela aparecer nunca decirc as costas para a necessidade e a miseacute-ria fique atento para si mesmo rdquoEssas frases me impressionaram profundamente e expres-sam exatamente tudo o que define a Maccedilona-ria Fraternidade e humanidade ou seja amor agraves pessoas

Mas como isso pode ser implementado na vida cotidiana Natildeo temos que contar aos outros tudo sobre os ensinamentos maccedilocircni-cos explicar o ritual ou quebrar todos os signi-ficados simboacutelicos Muitos simplesmente tambeacutem natildeo entenderiam Mas devemos sem-pre dar um bom exemplo Cortesia mente aberta ajuda toleracircncia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada Mas isso natildeo significa que devemos pular imedia-tamente para o lado de cada pessoa suposta-mente pobre ou necessitada Isso nem funcio-na Afinal natildeo podemos salvar o mundo intei-ro Mas em nosso ambiente privado e profissi-onal podemos muito bem nos provar como maccedilons E o melhor de tudo por meio de

nosso comportamento exemplar ao qual noacutes como homens de boa reputaccedilatildeo estamos obri-gados Certamente nem sempre eacute possiacutevel manter a calma em todas as situaccedilotildees estres-santes ou ajudar um amigo na quarta jogada em um curto espaccedilo de tempo Mas a vida natildeo eacute apenas tirar eacute tambeacutem dar Portanto seja-mos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de huma-nidade toleracircncia e caridade Natildeo necessaria-mente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de humanidade toleracircncia e carida-de Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilona-ria ao mundo na forma de humanidade tole-racircncia e caridade Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros

Fontehttpsfreimaurereide

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete08 O Malhete Dezembro de 2020

Grande Loja Maccedilocircnica do Esta-Ado do Espiacuterito Santo (GLMEES) comemorou no dia 7 de novem-

bro o seu Jubileu de Ouro com uma sole-nidade na sua sede

A cerimocircnia foi presidida pelo Gratildeo-Mestre Walter Alves Noronha Tambeacutem estavam presentes o Eminente Gratildeo-Mestre Valdir Massucatti e os Past-Gratildeo-Mestres Sergio Muniz Gianordoli

e Joseacute Ameacuterico Merlo aleacutem de vaacuterios membros da Alta Administraccedilatildeo

A cerimocircnia tambeacutem foi prestigiada pelo Gratildeo-Mestre de Minas Gerais Irmatildeo Edilson de Oliveira

Durante a cerimocircnia foram prestadas homenagens aos Irmatildeos fundadores da Grande Loja Joseacute Campos de Oliveira Joel Pereira das Neves e Pliacutenio Gustavo Lourosa

Todo o evento foi transmitido pelo canal da Grande Loja no YouTube

Apoacutes a celebraccedilatildeo a Banda Us Zeacute ani-mou a confraternizaccedilatildeo e foi servida uma deliciosa paella

A Grande Loja agradece a todos que participaram da celebraccedilatildeo e aos que acompanharam a transmissatildeo ao vivo pela internet

GRANDE LOJA - ES COMEMORA SEU JUBILEU DE OURO

Clique nas imagens abaixo para assistir viacutedeos

O Malhete 09O Malhete Dezembro de 2020

Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete10 O Malhete Dezembro de 2020

No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 3: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 03O Malhete Dezembro de 2020

Estamos proacuteximos de comemorar os 200 anos da proclamaccedilatildeo da independecircncia ocorrida em 07 de setembro de 1822

pelas matildeos do entatildeo priacutencipe Dom Pedro ini-ciado na nossa sublime Ordem que viria a se tornar o primeiro imperador do Brasil

Impossiacutevel falar sobre a independecircncia sem ressaltar o papel fundamental da maccedilonaria na sua efetivaccedilatildeo Gonccedilalves Ledo Joseacute Bonifaacute-cio Joseacute Clemente Pereira e tantos outros Essa participaccedilatildeo da maccedilonaria estaacute devida-mente registrada e reconhecida em pratica-mente todos os livros sobre a histoacuteria do Bra-sil

Falar dos nossos pontos fortes enquanto naccedilatildeo eacute tarefa das mais faacuteceis Recursos natu-rais abundantes um clima ameno e poupado de cataacutestrofes naturais extremas um povo de boa iacutendole (pelo menos em sua maioria)

No entanto temos tambeacutem muitos proble-mas pendentes de soluccedilatildeo haacute seacuteculos

A naccedilatildeo brasileira foi formada tendo por fundamento a desigualdade social e manuten-ccedilatildeo de privileacutegios Jaacute decorridos mais de qui-nhentos anos desde que por aqui aportaram os portugueses pouca coisa mudou As elites continuam perpetuando privileacutegios e a desi-gualdade social soacute faz aumentar O regime escravocrata que vigorou por quase quatro seacuteculos foi uma das causas dessa desigualda-de

Um passado escravocrata que envergonha Fomos o uacuteltimo paiacutes das Ameacutericas a abolir a escravidatildeo Seria uma espeacutecie de redenccedilatildeo

parcial se em 07091822 Dom Pedro tivesse aleacutem de proclamado a independecircncia abolido a escravidatildeo Mas natildeo Por mais 66 anos como naccedilatildeo soberana mantivemos essa praacutetica abo-minaacutevel

Uma desigualdade social extrema entre o tanto mais rico e a multidatildeo de excluiacutedos e a manutenccedilatildeo de privileacutegios por uma elite em diversos setores principalmente no poder puacuteblico

Ficamos independentes de Portugal somos uma naccedilatildeo soberana e como tal reconhecida pelas demais Mas a independecircncia por si soacute natildeo eacute sinocircnimo de liberdade igualdade e fra-ternidade Para termos liberdade eacute fundamen-tal alcanccedilar um miacutenimo de igualdade social Ou pelo menos igualdade de oportunidades

Na atual Pandemia pudemos observar cla-ramente a existecircncia de duas classes de cida-datildeos no Brasil Escolas particulares continua-ram ministrando aulas normalmente agrave distacircn-cia enquanto que as puacuteblicas enfrentaram diversas dificuldades O iacutendice de mortalidade nas periferias das grandes metroacutepoles foi bem maior que nas regiotildees habitadas pelas classes meacutedia e alta

Graccedilas ao Sistema Uacutenico de Sauacutede - SUS natildeo tivemos uma cataacutestrofe maior Apesar de natildeo ser perfeito muito longe disso traz o prin-ciacutepio de que ningueacutem fica para traacutes Algueacutem jaacute parou para pensar no princiacutepio que fundamen-ta o SUS Eacute socialista

Sergio Buarque de Holanda ndash Raiacutezes do Brasil

A democracia no Brasil foi sempre um lamentaacutevel mal-entendido Uma aristo-cracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodaacute-la onde fosse pos-siacutevel aos seus direitos ou privileacutegios os mesmos privileacutegios que tinham sido no Velho Mundo o alvo da luta da bur-gues ia con t ra os ar i s tocra tas (HOLANDA 1995 p 160)

Caio Prado Juacutenior ndash Formaccedilatildeo do Brasil Contemporacircneo - Colocircnia

Coisa muito diferente se passaraacute com a escravidatildeo moderna que eacute a nossa Ela nasce de chocircfre natildeo se liga a passado ou tradiccedilatildeo alguma Restaura apenas uma instituiccedilatildeo justamente quando ela jaacute perdera inteiramente sua razatildeo de ser e focircra substituiacuteda por outras formas de trabalho mais evoluiacutedas Surge assim como um corpo estranho que se insinua na estrutura da civilizaccedilatildeo oci-dental em que jaacute natildeo cabia E vem con-trariar-lhe todos os padrotildees morais e materiais estabelecidos (PRADO JUacuteNIOR 1961 p 268)

Norberto Bobbio ndash A era dos direitosDireitos do homem democracia e paz satildeo

trecircs momentos necessaacuterios do mesmo movimento histoacuterico Sem direitos do homem reconhecidos e protegidos natildeo haacute democracia sem democracia natildeo existem as condiccedilotildees miacutenimas para a soluccedilatildeo paciacutefica dos confli tos (BOBBIO 2003 p 21)

Ainda resta muito trabalho para a maccedilona-ria Tivemos papel fundamental na Indepen-decircncia Aboliccedilatildeo da Escravatura e Proclama-ccedilatildeo da Repuacuteblica Hoje a atuaccedilatildeo maccedilocircnica deve estar focada na preservaccedilatildeo da democra-cia reduccedilatildeo das desigualdades sociais ampli-accedilatildeo da educaccedilatildeo puacuteblica de qualidade para todos preservaccedilatildeo e melhoria do SUS Sem democracia e o miacutenimo de dignidade ao ser humano a paz social torna-se um objetivo inal-canccedilaacutevel e a independecircncia eacute soacute uma ilusatildeo

Vamos a todo custo e nunca a qualquer custo

Carlos Magno Monteiro FreitasARLS Vale do Itapemirim ndash Marataiacutezes

(ES)

200 ANOS DA INDEPENDEcircNCIA DO BRASIL SERAacute QUE TEMOS ALGO A COMEMORAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete04 O Malhete Dezembro de 2020

Meus irmatildeos revendo meus alfarraacutebi-os me deparei com esse editorial do boletim do GOB de nuacutemero 7 a 9 do

ano de 1883 mais de um seacuteculo e tatildeo atual na presente globalizaccedilatildeo

ldquoEacute preciso deixar na estrada que percorre-mos claros vestiacutegios que nos recomendem aos obreiros do futuro Se o campo estaacute juncado de abrolhos se as plantas parasitas atrofiam as boas arvores que datildeo sombra resta-nos desbra-var aquelas e extirpar destas os lineamentos insidiosos que as constrangem e amesquinham a Maccedilonaria para natildeo desmentir seu passado tatildeo laborioso e tatildeo feacutertil de heroiacutesmos deve ser antes de tudo uma reuniatildeo de operaacuterios e de amigos e nunca um agrupamento de invaacutelidos e de indiferentes Aacute postos ( palavras no edi-torial do boletim nordm 7 a 9 de 1883 do GOB assi-nado por Gonccedilalves Ledo)rdquo

No dia 26112020 tivemos uma profiacutecua reuniatildeo do Projeto MACcedilONARIA DAS TREcircS FRONTEIRAS com a apresentaccedilatildeo do pro-grama BRASIL NO PRUMO- a Eacutetica na Praacuteti-ca ndash Maccedilonaria Presente um Projeto pioneiro no ES que nasceu da dedicaccedilatildeo iacutempar de um ir APRENDIZ MACcedilOM chamado Claudio Ale-xandre Tosta da querida Loja Orvalho do Her-

mon 21 filiada agrave Sereniacutessima Grande Loja Maccedilocircnica do ES que foi prontamente encam-pada pelo seu VM Acircngelo Tesolinique obteve apoio integral para alavancar esse monumental projeto com o Sereniacutessimo Gratildeo Mestre Aiacutedes Bertoldo da Silva na ocasiatildeo dado todo apoio logiacutestico que foi energizado e robustecido com o apoio integral do atual Sereniacutessimo Walter Alves Noronha verdadeiro paladino da implantaccedilatildeo desse magnifico projeto

Estiveram abrilhantando o nosso evento tatildeo bem coordenado e dirigido pelo amado Irrsquo Kheytte Vasconcelos Gomes varias autorida-des maccedilocircnicas regionais agrave saber Sereniacutessimo GM Walter Alves Noronha das GLMEES Seu Adjunto o Eminente Irrsquo Waldir Masucatti aleacutem de vaacuterios secretaacuterios da alta administra-ccedilatildeo das GLMEES e de vaacuterios VVMM daquela potencia co-irmatilde Tambeacutem GOB-ES esteve presente o GME- Eminente Irmatildeo Heacutelio Soa-res da Luz Sodreacute coordenadores do GOB-ES e dois grandes secretaacuterios aleacutem de vaacuterios VVMM daquela Potencia e aqui ratificamos a presenccedila do PAST GME Eminente Irmatildeo Luiz Carlos Franco de Mello Representando a GLEB o Poderoso ir Claudiano Fonseca 1 grande Vigilante aleacutem de dois delegados e vaacuteri-os VVMM O Irmatildeo Luciano Sepuacutelveda GME do GOB Bahia desejou sucesso ao evento mas devido a compromissos previamente assu-midos natildeo pode participar e o Ir Walternan representou juntamente com Vaacuterios VVMM presentes a Sessatildeo o GOB-BA O Soberano Irmatildeo Cassiano Letho do GOBA enviou pran-cha desejando sucesso e que tambeacutem por ter estarem tendo uma live no GOBA no mesmo horaacuterio natildeo poderia participar Por Minas Gerais Abrilhantaram aquela Sessatildeo o Sere-niacutessimo GM Adjunto do GOMG Rodrigo Pias-

si secundado pelo Grande Secretaacuterio de Rela-ccedilotildees exteriores Miguel Simatildeo Neto aleacutem de vaacuterios MMII daquela potencia Coirmatilde Do GOB MG estiveram presentes vaacuterios Irmatildeos Inclusive dois coordenadores sendo que o Irrsquo Derlane Dantas se pronunciou em nome do Eminente Irmatildeo Cleacutescio Galvatildeo do GOB-MG Sendo ainda que o PAST GM da GLMMG Irmatildeo Tataco augurou todo sucesso ao evento e que juntamente com os Irmatildeos Edilson Siqueira Sereniacutessimo Gratildeo Mestre das GLMMG do Primeiro Grande Vigilante Seacutergio Quirino tambeacutem por compromissos previamente assumidos natildeo participariam mas que se fariam presentes em uma nova con-vocaccedilatildeo

Assim foi entatildeo dado o pontapeacute inicial para a ratificaccedilatildeo do mesmo na regiatildeo das trecircs fron-teiras pois o mesmo tem identificaccedilatildeo prati-camente integral com as diretrizes do nosso projeto que abrange as lojas maccedilocircnicas das trecircs potecircncias regularmente constituiacutedas do Centro-Norte do ES Leste Mineiro e Sul da Bahia

O progresso da Humanidade tem seu iniacutecio na aplicaccedilatildeo das leis de justiccedila de amor e de caridade Princiacutepios sempre defendidos por nossa Sublime Instituiccedilatildeo que justamente por isso eacute considerada progressista Aonde natildeo haacute Justiccedila e amor vigora a barbaacuterie e a violecircncia A Justiccedila nada mais eacute do que o respeito ao direito de cada um Eacute a base para a convivecircncia em sociedade por consequecircncia mola mestra do desenvolvimento O amor por sua vez substi-tuiu o personalismo Eacute o triunfo sobre o ego jaacute que o amor por definiccedilatildeo eacute incondicional e natildeo exige retorno

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O Despertar

da consciecircnciaMaccedilocircnica

O Despertar

da consciecircnciaMaccedilocircnica

O Malhete 05O Malhete Dezembro de 2020

O amor juntamente com a Justiccedila eacute outra conquista importante do homem no interminaacutevel processo de evoluccedilatildeo O amor eacute elemento fundamental mdash um ver-dadeiro alicerce mdash na formaccedilatildeo de uma personalidade sadia gera e incentiva um comportamento equilibrado Uma crianccedila amada eacute mais confiante em si mesma tem mais autoestima por isso desenvolve seu potencial de forma mais uniforme e raacutepi-da transmitindo aos seus semelhantes o amor recebido

Amar eacute ser consciencioso e fazer aos outros apenas o que deseja para si Amar eacute compreender as fraquezas e defeitos do outro eacute relevar seus erros e saber perdoar Quem cresce sem amor fatalmente seraacute um adulto seco e desprovido de compai-xatildeo com um senso de justiccedila deturpado e deficiente

A caridade eacute o terceiro ponto desse ali-cerce estendido para outras fronteiras aleacutem do ciacuterculo familiar e fraternal do Homem e do Maccedilom Para se viver a cari-dade precisa-se desenvolver virtudes

Soacute conseguiremos o justo meio a partir da reflexatildeo sobre as duas partes utilizando a razatildeo a justiccedila e o amor pra natildeo haver enganos a partir do auto-conhecimento que nos proporcionaraacute a consciecircncia da nossa realidade atual e assim saindo das sombras da ignoracircncia poderemos atingir

elevados patamares desenvolvendo valo-res conquistados

Esses valores e virtudes indispensaacuteveis no Maccedilom satildeo conquistados atraveacutes da vontade imbuiacuteda de razatildeo Se temos direi-tos temos tambeacutem deveres e natildeo somente para com os nossos IIr para com nossos familiares para com a sociedade mas prin-cipalmente para com noacutes mesmos para com o nosso trabalho interior para o des-baste de nossa Pedra Bruta A siacutentese des-ses deveres estaacute em cumprir com nossa obrigaccedilatildeo para conosco e para com nos-sos Irmatildeos Natildeo podemos somente ser Luz no caminho alheio temos que antes de nada ser Luz no nosso proacuteprio caminho

Muitas vezes esquecemos de olhar para noacutes mesmos em se tratando de mudanccedilas e transformaccedilotildees Exigimos que os outros mudem sem no entanto fazer nada para sair de onde estamos Natildeo deve haver lugar em nossos Templos para a hipocri-sia para a luta pelo poder para a vaidade

E a virtude onde fica E a Fraternidade o objetivo de servir de ser caridoso Seraacute que esse nunca foi o objetivo Teria sido apenas uma Luz que se apagou Onde estatildeo nossos valores sempre ensinados mas nem sempre empregados

Na verdadeira Maccedilonaria natildeo deve haver espaccedilo para brigas por cargos para a disputa poliacutetica A verdadeira Maccedilonaria eacute

aquela em que vivenciamos o Amor a Fra-ternidade a Verdade o Dever e o Direito A verdadeira Maccedilonaria eacute aquela que nos proporciona o prazer indescritiacutevel de abra-ccedilar um Irmatildeo eacute aquela que faz com que a convivecircncia fraternal seja um prazer e natildeo uma obrigaccedilatildeo semanal

Precisamos reavaliar nossas atitudes nossos comportamentos e valores Esta-mos realizando o trabalho que chamamos maccedilocircnico com respeito e humildade ou com arrogacircncia e orgulho Estamos real-mente cumprindo o que juramos de forma livre quando conhecemos a V L Esta-mos realmente cavando masmorras ao viacutecio e levantando Templos agrave virtude

Nossa Ordem precisa sair do imobilis-mo que se encontra Precisamos com uniatildeo e respeito debater mais nossos pro-blemas em Loja precisamos aprender a criticar e principalmente aprender a ouvir criacuteticas precisamos acima de tudo ser mais tolerantes com os outros e menos tole-rantes com noacutes mesmos precisamos des-bastar nossa Pedra natildeo a do nosso Irmatildeo

Ir Dario Angelo BaggieriM I CIM 157465AMLES Cadeira N 1PATRONO ALFERES TIRADENTES

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete06 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Alexander Kring

Na sociedade atual o fenocircmeno do ego-iacutesmo eacute generalizado Muitas pessoas procuram apenas vantagens proacuteprias

tanto no trabalho como na vida privada Cole-gas satildeo enegrecidos para se iluminarem melhor rumores se espalham ou o SUV fica estacionado em duas vagas para que ningueacutem fique ao lado dele e deixe um arranhatildeo na pin-tura do veiacuteculo caro e seja mais faacutecil sair dele depois de fazer compras Mas sempre foi assim As pessoas eram tatildeo egocecircntricas no passado Sei pelo que meus avoacutes me disseram que natildeo era esse o caso No passado amizade consideraccedilatildeo e vizinhanccedila ainda eram muito importantes Especialmente nos anos de guer-ra e poacutes-guerra Ajudaram-se mutuamente na construccedilatildeo da nova casa ajudaram no trabalho de campo e cuidaram uns dos outros

Resta algueacutem que natildeo age de forma egoiacutesta Muitos estatildeo mais proacuteximos de si mesmos hoje Muito poucos cidadatildeos se preocupam uns com os outros Este anonimato parece ser particularmente pronunciado em grandes com-plexos residenciais embora as pessoas vivam lado a lado Por exemplo quantas vezes vocecirc pode ler que pessoas morreram em suas casas sem que ningueacutem percebesse Somente quan-do o cheiro ficar tatildeo forte que se perceba em todo o corticcedilo algueacutem pode chamar o zelador mas apenas para reclamar do mau cheiro Todos noacutes queremos o melhor para noacutes e nos-sas famiacutelias natildeo eacute Uma bela casa um empre-go bem remunerado as melhores poltronas do cinema ou show E estamos prontos para assu-mir alguns custos elevados por isso

Mas o que outras pessoas ganham com isso se nos darmos todo o luxo Muito simples-mente nada Podemos convidar amigos e parentes para nosso lindo casaratildeo e mimaacute-los com os melhores pratos ou tambeacutem podemos comprar ingressos para eles na melhor catego-ria Mas vocecirc gosta de gastar seu dinheiro com os outros Eu fui ensinado desde cedo que vocecirc manteacutem seu dinheiro junto e natildeo vive des-perdiccedilando Uma boa qualidade que natildeo faz mal a ningueacutem Mas gastar dinheiro nem sem-pre eacute investir dinheiro Portanto para mim pessoalmente faz uma grande diferenccedila se devo gastar meu dinheiro em alguma bobagem ou se outra pessoa aleacutem do vendedor ou fabri-cante de um produto se beneficia disso Signi-fica ajudar outras pessoas com seu dinheiro

Doaccedilatildeo eacute a palavra maacutegica Uma boa mane-ira de fazer isso eacute regularmente usar o Tronco de Beneficecircncia no final de cada trabalho do templo Porque haacute pessoas suficientes no mundo que natildeo estatildeo tatildeo bem quanto noacutes O outro lado eacute uma ajuda praacutetica Doar qualquer quantia eacute claro e conveniente mas muitos de nossos semelhantes natildeo precisam de dinheiro eles precisam de ajuda na vida cotidiana Durante anos minha esposa e eu ajudamos nossos vizinhos sem filhos sempre que podiacutea-mos cortando lenha com problemas domeacutesti-cos ou simplesmente levando a vizinha para ver sua irmatilde no campo e mais tarde para a casa de repouso de seu marido A caridade pode ser muito versaacutetil E especialmente as pessoas em nosso ambiente imediato devem se beneficiar de nossa ajuda

Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mostrada por-que natildeo compartilhamos nosso conheci-mento com todos

Mas natildeo eacute soacute com dinheiro e ajuda ativa O conhecimento tambeacutem deve ser compartilha-

do Todos noacutes conhecemos a frase ldquoconheci-mento eacute poderrdquo Portanto se eu mantiver meu conhecimento para mim estarei sempre um passo agrave frente de meus concorrentes Por que devo compartilhar meu conhecimento tam-beacutem Os outros tambeacutem podem ler livros fre-quentar cursos de treinamento ou perguntar a outra pessoa Afinal vocecirc mesmo fez isso Infelizmente muitos pensam assim Se passo adiante meus conhecimentos por exemplo o trabalho no escritoacuterio se espalha por vaacuterios ombros e fico aliviado Isso eacute egoiacutesta de novo Mas algumas coisas podem e natildeo devem ser reveladas tatildeo facilmente e transmitidas Basta pensar nos selos Top Secret em arquivos secretos em filmes de agentes ou um exemplo da vida cotidiana documentos confidenciais no trabalho Na loja ocasionalmente dizemos coisas entre colunas o que significa que o que eacute dito natildeo deve ser repassado a terceiros O mesmo ocorre com o arcano maccedilocircnico Este segredo ainda eacute a base das teorias da conspira-ccedilatildeo mais abstrusas e traz muita desconfianccedila agrave nossa irmandade Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mos-trada porque natildeo compartilhamos nosso conhecimento com todos Ao mesmo tempo este segredo maccedilocircnico e nossa discriccedilatildeo tam-beacutem nos protegem ateacute certo ponto uma vez que apenas essas duas propriedades podem ser a base para a confianccedila de todos os irmatildeos As pessoas odeiam segredos porque eles as fazem se sentir traiacutedas e exploradas Eacute apenas um sen-timento ruim se vocecirc natildeo sabe o que os outros estatildeo fazendo pense em vocecirc e se vocecirc pode estar em desvantagem como resultado A pro-poacutesito isso tambeacutem se aplica agrave Maccedilonaria e seus vaacuterios graus

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EGOIacuteSMO

O Malhete 07O Malhete Dezembro de 2020

Cortesia mente aberta ajuda toleracircn-cia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada

No site dos Antigos Maccedilons Livres e Acei-tos da Alemanha a Maccedilonaria eacute descrita figu-rativamente como uma escola de vida A for-maccedilatildeo e o fortalecimento do caraacuteter desempe-nham um papel decisivo nisso Os bons homens devem se tornar ainda melhores por meio de uma vida e trabalho virtuosos Em cada reuniatildeo ritual ouvimos de novo que deve-mos nos encontrar na balanccedila o que significa respeitar o nosso homoacutelogo e vecirc-lo como igua-is Devemos tambeacutem dividir nosso tempo com moderaccedilatildeo e ser frugais A reacutegua de vinte e quatro polegadas eacute nossa ferramenta para isso Aprendemos a melhor forma de provar a si mesmo na vida cotidiana e como lidar com outras pessoas Mas esse conhecimento que nos eacute transmitido aqui em nossa boa loja a portas fechadas isoladas do mundo exterior Natildeo podemos e natildeo devemos deixar para traacutes estranhos mundanos tatildeo facilmente Isso vio-laria nosso voto de sigilo Portanto eacute um dile-ma Por um lado nos vemos como uma frater-nidade humanitaacuteria comprometida com as pessoas mas por outro lado natildeo podemos compartilhar nossos conhecimentos com os outros A menos que indiretamente

Entatildeo a Maccedilonaria eacute egoiacutesta Eu disse natildeo Egoiacutesmo se traduz como interesse proacuteprio E isso certamente natildeo eacute a Maccedilonaria Mas pelo contraacuterio Na ldquoFlauta Maacutegicardquo do irmatildeo Mozart a aacuteria de Sarastro diz entre outras coi-sas ldquoNestes muros sagrados onde as pessoas amam as pessoashelliprdquo Provavelmente natildeo haacute mais nada a acrescentar No iniacutecio da minha adesatildeo a uma loja meus filhos uma vez me perguntaram qual era o objetivo da Maccedilona-ria Respondi que deveria ser um bom modelo

para as outras pessoas e agir de forma que os outros se lembrem de vocecirc com carinho Vocecirc certamente natildeo precisa ser membro de uma Loja Maccedilocircni-ca para implementar esta resoluccedilatildeo No entanto eacute uma grande a j u d a t e r t a n t o s irmatildeos ao seu lado que estatildeo ajudando Quando fui interna-do jaacute percebi uma parte no final do ritual ldquoAgora volte ao mun-do meus irmatildeos e prove que eacute maccedilom Defenda-se da injusticcedila onde ela aparecer nunca decirc as costas para a necessidade e a miseacute-ria fique atento para si mesmo rdquoEssas frases me impressionaram profundamente e expres-sam exatamente tudo o que define a Maccedilona-ria Fraternidade e humanidade ou seja amor agraves pessoas

Mas como isso pode ser implementado na vida cotidiana Natildeo temos que contar aos outros tudo sobre os ensinamentos maccedilocircni-cos explicar o ritual ou quebrar todos os signi-ficados simboacutelicos Muitos simplesmente tambeacutem natildeo entenderiam Mas devemos sem-pre dar um bom exemplo Cortesia mente aberta ajuda toleracircncia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada Mas isso natildeo significa que devemos pular imedia-tamente para o lado de cada pessoa suposta-mente pobre ou necessitada Isso nem funcio-na Afinal natildeo podemos salvar o mundo intei-ro Mas em nosso ambiente privado e profissi-onal podemos muito bem nos provar como maccedilons E o melhor de tudo por meio de

nosso comportamento exemplar ao qual noacutes como homens de boa reputaccedilatildeo estamos obri-gados Certamente nem sempre eacute possiacutevel manter a calma em todas as situaccedilotildees estres-santes ou ajudar um amigo na quarta jogada em um curto espaccedilo de tempo Mas a vida natildeo eacute apenas tirar eacute tambeacutem dar Portanto seja-mos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de huma-nidade toleracircncia e caridade Natildeo necessaria-mente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de humanidade toleracircncia e carida-de Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilona-ria ao mundo na forma de humanidade tole-racircncia e caridade Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros

Fontehttpsfreimaurereide

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete08 O Malhete Dezembro de 2020

Grande Loja Maccedilocircnica do Esta-Ado do Espiacuterito Santo (GLMEES) comemorou no dia 7 de novem-

bro o seu Jubileu de Ouro com uma sole-nidade na sua sede

A cerimocircnia foi presidida pelo Gratildeo-Mestre Walter Alves Noronha Tambeacutem estavam presentes o Eminente Gratildeo-Mestre Valdir Massucatti e os Past-Gratildeo-Mestres Sergio Muniz Gianordoli

e Joseacute Ameacuterico Merlo aleacutem de vaacuterios membros da Alta Administraccedilatildeo

A cerimocircnia tambeacutem foi prestigiada pelo Gratildeo-Mestre de Minas Gerais Irmatildeo Edilson de Oliveira

Durante a cerimocircnia foram prestadas homenagens aos Irmatildeos fundadores da Grande Loja Joseacute Campos de Oliveira Joel Pereira das Neves e Pliacutenio Gustavo Lourosa

Todo o evento foi transmitido pelo canal da Grande Loja no YouTube

Apoacutes a celebraccedilatildeo a Banda Us Zeacute ani-mou a confraternizaccedilatildeo e foi servida uma deliciosa paella

A Grande Loja agradece a todos que participaram da celebraccedilatildeo e aos que acompanharam a transmissatildeo ao vivo pela internet

GRANDE LOJA - ES COMEMORA SEU JUBILEU DE OURO

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O Malhete 09O Malhete Dezembro de 2020

Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete10 O Malhete Dezembro de 2020

No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

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Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

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Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

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8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

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13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 4: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete04 O Malhete Dezembro de 2020

Meus irmatildeos revendo meus alfarraacutebi-os me deparei com esse editorial do boletim do GOB de nuacutemero 7 a 9 do

ano de 1883 mais de um seacuteculo e tatildeo atual na presente globalizaccedilatildeo

ldquoEacute preciso deixar na estrada que percorre-mos claros vestiacutegios que nos recomendem aos obreiros do futuro Se o campo estaacute juncado de abrolhos se as plantas parasitas atrofiam as boas arvores que datildeo sombra resta-nos desbra-var aquelas e extirpar destas os lineamentos insidiosos que as constrangem e amesquinham a Maccedilonaria para natildeo desmentir seu passado tatildeo laborioso e tatildeo feacutertil de heroiacutesmos deve ser antes de tudo uma reuniatildeo de operaacuterios e de amigos e nunca um agrupamento de invaacutelidos e de indiferentes Aacute postos ( palavras no edi-torial do boletim nordm 7 a 9 de 1883 do GOB assi-nado por Gonccedilalves Ledo)rdquo

No dia 26112020 tivemos uma profiacutecua reuniatildeo do Projeto MACcedilONARIA DAS TREcircS FRONTEIRAS com a apresentaccedilatildeo do pro-grama BRASIL NO PRUMO- a Eacutetica na Praacuteti-ca ndash Maccedilonaria Presente um Projeto pioneiro no ES que nasceu da dedicaccedilatildeo iacutempar de um ir APRENDIZ MACcedilOM chamado Claudio Ale-xandre Tosta da querida Loja Orvalho do Her-

mon 21 filiada agrave Sereniacutessima Grande Loja Maccedilocircnica do ES que foi prontamente encam-pada pelo seu VM Acircngelo Tesolinique obteve apoio integral para alavancar esse monumental projeto com o Sereniacutessimo Gratildeo Mestre Aiacutedes Bertoldo da Silva na ocasiatildeo dado todo apoio logiacutestico que foi energizado e robustecido com o apoio integral do atual Sereniacutessimo Walter Alves Noronha verdadeiro paladino da implantaccedilatildeo desse magnifico projeto

Estiveram abrilhantando o nosso evento tatildeo bem coordenado e dirigido pelo amado Irrsquo Kheytte Vasconcelos Gomes varias autorida-des maccedilocircnicas regionais agrave saber Sereniacutessimo GM Walter Alves Noronha das GLMEES Seu Adjunto o Eminente Irrsquo Waldir Masucatti aleacutem de vaacuterios secretaacuterios da alta administra-ccedilatildeo das GLMEES e de vaacuterios VVMM daquela potencia co-irmatilde Tambeacutem GOB-ES esteve presente o GME- Eminente Irmatildeo Heacutelio Soa-res da Luz Sodreacute coordenadores do GOB-ES e dois grandes secretaacuterios aleacutem de vaacuterios VVMM daquela Potencia e aqui ratificamos a presenccedila do PAST GME Eminente Irmatildeo Luiz Carlos Franco de Mello Representando a GLEB o Poderoso ir Claudiano Fonseca 1 grande Vigilante aleacutem de dois delegados e vaacuteri-os VVMM O Irmatildeo Luciano Sepuacutelveda GME do GOB Bahia desejou sucesso ao evento mas devido a compromissos previamente assu-midos natildeo pode participar e o Ir Walternan representou juntamente com Vaacuterios VVMM presentes a Sessatildeo o GOB-BA O Soberano Irmatildeo Cassiano Letho do GOBA enviou pran-cha desejando sucesso e que tambeacutem por ter estarem tendo uma live no GOBA no mesmo horaacuterio natildeo poderia participar Por Minas Gerais Abrilhantaram aquela Sessatildeo o Sere-niacutessimo GM Adjunto do GOMG Rodrigo Pias-

si secundado pelo Grande Secretaacuterio de Rela-ccedilotildees exteriores Miguel Simatildeo Neto aleacutem de vaacuterios MMII daquela potencia Coirmatilde Do GOB MG estiveram presentes vaacuterios Irmatildeos Inclusive dois coordenadores sendo que o Irrsquo Derlane Dantas se pronunciou em nome do Eminente Irmatildeo Cleacutescio Galvatildeo do GOB-MG Sendo ainda que o PAST GM da GLMMG Irmatildeo Tataco augurou todo sucesso ao evento e que juntamente com os Irmatildeos Edilson Siqueira Sereniacutessimo Gratildeo Mestre das GLMMG do Primeiro Grande Vigilante Seacutergio Quirino tambeacutem por compromissos previamente assumidos natildeo participariam mas que se fariam presentes em uma nova con-vocaccedilatildeo

Assim foi entatildeo dado o pontapeacute inicial para a ratificaccedilatildeo do mesmo na regiatildeo das trecircs fron-teiras pois o mesmo tem identificaccedilatildeo prati-camente integral com as diretrizes do nosso projeto que abrange as lojas maccedilocircnicas das trecircs potecircncias regularmente constituiacutedas do Centro-Norte do ES Leste Mineiro e Sul da Bahia

O progresso da Humanidade tem seu iniacutecio na aplicaccedilatildeo das leis de justiccedila de amor e de caridade Princiacutepios sempre defendidos por nossa Sublime Instituiccedilatildeo que justamente por isso eacute considerada progressista Aonde natildeo haacute Justiccedila e amor vigora a barbaacuterie e a violecircncia A Justiccedila nada mais eacute do que o respeito ao direito de cada um Eacute a base para a convivecircncia em sociedade por consequecircncia mola mestra do desenvolvimento O amor por sua vez substi-tuiu o personalismo Eacute o triunfo sobre o ego jaacute que o amor por definiccedilatildeo eacute incondicional e natildeo exige retorno

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O Despertar

da consciecircnciaMaccedilocircnica

O Despertar

da consciecircnciaMaccedilocircnica

O Malhete 05O Malhete Dezembro de 2020

O amor juntamente com a Justiccedila eacute outra conquista importante do homem no interminaacutevel processo de evoluccedilatildeo O amor eacute elemento fundamental mdash um ver-dadeiro alicerce mdash na formaccedilatildeo de uma personalidade sadia gera e incentiva um comportamento equilibrado Uma crianccedila amada eacute mais confiante em si mesma tem mais autoestima por isso desenvolve seu potencial de forma mais uniforme e raacutepi-da transmitindo aos seus semelhantes o amor recebido

Amar eacute ser consciencioso e fazer aos outros apenas o que deseja para si Amar eacute compreender as fraquezas e defeitos do outro eacute relevar seus erros e saber perdoar Quem cresce sem amor fatalmente seraacute um adulto seco e desprovido de compai-xatildeo com um senso de justiccedila deturpado e deficiente

A caridade eacute o terceiro ponto desse ali-cerce estendido para outras fronteiras aleacutem do ciacuterculo familiar e fraternal do Homem e do Maccedilom Para se viver a cari-dade precisa-se desenvolver virtudes

Soacute conseguiremos o justo meio a partir da reflexatildeo sobre as duas partes utilizando a razatildeo a justiccedila e o amor pra natildeo haver enganos a partir do auto-conhecimento que nos proporcionaraacute a consciecircncia da nossa realidade atual e assim saindo das sombras da ignoracircncia poderemos atingir

elevados patamares desenvolvendo valo-res conquistados

Esses valores e virtudes indispensaacuteveis no Maccedilom satildeo conquistados atraveacutes da vontade imbuiacuteda de razatildeo Se temos direi-tos temos tambeacutem deveres e natildeo somente para com os nossos IIr para com nossos familiares para com a sociedade mas prin-cipalmente para com noacutes mesmos para com o nosso trabalho interior para o des-baste de nossa Pedra Bruta A siacutentese des-ses deveres estaacute em cumprir com nossa obrigaccedilatildeo para conosco e para com nos-sos Irmatildeos Natildeo podemos somente ser Luz no caminho alheio temos que antes de nada ser Luz no nosso proacuteprio caminho

Muitas vezes esquecemos de olhar para noacutes mesmos em se tratando de mudanccedilas e transformaccedilotildees Exigimos que os outros mudem sem no entanto fazer nada para sair de onde estamos Natildeo deve haver lugar em nossos Templos para a hipocri-sia para a luta pelo poder para a vaidade

E a virtude onde fica E a Fraternidade o objetivo de servir de ser caridoso Seraacute que esse nunca foi o objetivo Teria sido apenas uma Luz que se apagou Onde estatildeo nossos valores sempre ensinados mas nem sempre empregados

Na verdadeira Maccedilonaria natildeo deve haver espaccedilo para brigas por cargos para a disputa poliacutetica A verdadeira Maccedilonaria eacute

aquela em que vivenciamos o Amor a Fra-ternidade a Verdade o Dever e o Direito A verdadeira Maccedilonaria eacute aquela que nos proporciona o prazer indescritiacutevel de abra-ccedilar um Irmatildeo eacute aquela que faz com que a convivecircncia fraternal seja um prazer e natildeo uma obrigaccedilatildeo semanal

Precisamos reavaliar nossas atitudes nossos comportamentos e valores Esta-mos realizando o trabalho que chamamos maccedilocircnico com respeito e humildade ou com arrogacircncia e orgulho Estamos real-mente cumprindo o que juramos de forma livre quando conhecemos a V L Esta-mos realmente cavando masmorras ao viacutecio e levantando Templos agrave virtude

Nossa Ordem precisa sair do imobilis-mo que se encontra Precisamos com uniatildeo e respeito debater mais nossos pro-blemas em Loja precisamos aprender a criticar e principalmente aprender a ouvir criacuteticas precisamos acima de tudo ser mais tolerantes com os outros e menos tole-rantes com noacutes mesmos precisamos des-bastar nossa Pedra natildeo a do nosso Irmatildeo

Ir Dario Angelo BaggieriM I CIM 157465AMLES Cadeira N 1PATRONO ALFERES TIRADENTES

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete06 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Alexander Kring

Na sociedade atual o fenocircmeno do ego-iacutesmo eacute generalizado Muitas pessoas procuram apenas vantagens proacuteprias

tanto no trabalho como na vida privada Cole-gas satildeo enegrecidos para se iluminarem melhor rumores se espalham ou o SUV fica estacionado em duas vagas para que ningueacutem fique ao lado dele e deixe um arranhatildeo na pin-tura do veiacuteculo caro e seja mais faacutecil sair dele depois de fazer compras Mas sempre foi assim As pessoas eram tatildeo egocecircntricas no passado Sei pelo que meus avoacutes me disseram que natildeo era esse o caso No passado amizade consideraccedilatildeo e vizinhanccedila ainda eram muito importantes Especialmente nos anos de guer-ra e poacutes-guerra Ajudaram-se mutuamente na construccedilatildeo da nova casa ajudaram no trabalho de campo e cuidaram uns dos outros

Resta algueacutem que natildeo age de forma egoiacutesta Muitos estatildeo mais proacuteximos de si mesmos hoje Muito poucos cidadatildeos se preocupam uns com os outros Este anonimato parece ser particularmente pronunciado em grandes com-plexos residenciais embora as pessoas vivam lado a lado Por exemplo quantas vezes vocecirc pode ler que pessoas morreram em suas casas sem que ningueacutem percebesse Somente quan-do o cheiro ficar tatildeo forte que se perceba em todo o corticcedilo algueacutem pode chamar o zelador mas apenas para reclamar do mau cheiro Todos noacutes queremos o melhor para noacutes e nos-sas famiacutelias natildeo eacute Uma bela casa um empre-go bem remunerado as melhores poltronas do cinema ou show E estamos prontos para assu-mir alguns custos elevados por isso

Mas o que outras pessoas ganham com isso se nos darmos todo o luxo Muito simples-mente nada Podemos convidar amigos e parentes para nosso lindo casaratildeo e mimaacute-los com os melhores pratos ou tambeacutem podemos comprar ingressos para eles na melhor catego-ria Mas vocecirc gosta de gastar seu dinheiro com os outros Eu fui ensinado desde cedo que vocecirc manteacutem seu dinheiro junto e natildeo vive des-perdiccedilando Uma boa qualidade que natildeo faz mal a ningueacutem Mas gastar dinheiro nem sem-pre eacute investir dinheiro Portanto para mim pessoalmente faz uma grande diferenccedila se devo gastar meu dinheiro em alguma bobagem ou se outra pessoa aleacutem do vendedor ou fabri-cante de um produto se beneficia disso Signi-fica ajudar outras pessoas com seu dinheiro

Doaccedilatildeo eacute a palavra maacutegica Uma boa mane-ira de fazer isso eacute regularmente usar o Tronco de Beneficecircncia no final de cada trabalho do templo Porque haacute pessoas suficientes no mundo que natildeo estatildeo tatildeo bem quanto noacutes O outro lado eacute uma ajuda praacutetica Doar qualquer quantia eacute claro e conveniente mas muitos de nossos semelhantes natildeo precisam de dinheiro eles precisam de ajuda na vida cotidiana Durante anos minha esposa e eu ajudamos nossos vizinhos sem filhos sempre que podiacutea-mos cortando lenha com problemas domeacutesti-cos ou simplesmente levando a vizinha para ver sua irmatilde no campo e mais tarde para a casa de repouso de seu marido A caridade pode ser muito versaacutetil E especialmente as pessoas em nosso ambiente imediato devem se beneficiar de nossa ajuda

Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mostrada por-que natildeo compartilhamos nosso conheci-mento com todos

Mas natildeo eacute soacute com dinheiro e ajuda ativa O conhecimento tambeacutem deve ser compartilha-

do Todos noacutes conhecemos a frase ldquoconheci-mento eacute poderrdquo Portanto se eu mantiver meu conhecimento para mim estarei sempre um passo agrave frente de meus concorrentes Por que devo compartilhar meu conhecimento tam-beacutem Os outros tambeacutem podem ler livros fre-quentar cursos de treinamento ou perguntar a outra pessoa Afinal vocecirc mesmo fez isso Infelizmente muitos pensam assim Se passo adiante meus conhecimentos por exemplo o trabalho no escritoacuterio se espalha por vaacuterios ombros e fico aliviado Isso eacute egoiacutesta de novo Mas algumas coisas podem e natildeo devem ser reveladas tatildeo facilmente e transmitidas Basta pensar nos selos Top Secret em arquivos secretos em filmes de agentes ou um exemplo da vida cotidiana documentos confidenciais no trabalho Na loja ocasionalmente dizemos coisas entre colunas o que significa que o que eacute dito natildeo deve ser repassado a terceiros O mesmo ocorre com o arcano maccedilocircnico Este segredo ainda eacute a base das teorias da conspira-ccedilatildeo mais abstrusas e traz muita desconfianccedila agrave nossa irmandade Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mos-trada porque natildeo compartilhamos nosso conhecimento com todos Ao mesmo tempo este segredo maccedilocircnico e nossa discriccedilatildeo tam-beacutem nos protegem ateacute certo ponto uma vez que apenas essas duas propriedades podem ser a base para a confianccedila de todos os irmatildeos As pessoas odeiam segredos porque eles as fazem se sentir traiacutedas e exploradas Eacute apenas um sen-timento ruim se vocecirc natildeo sabe o que os outros estatildeo fazendo pense em vocecirc e se vocecirc pode estar em desvantagem como resultado A pro-poacutesito isso tambeacutem se aplica agrave Maccedilonaria e seus vaacuterios graus

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EGOIacuteSMO

O Malhete 07O Malhete Dezembro de 2020

Cortesia mente aberta ajuda toleracircn-cia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada

No site dos Antigos Maccedilons Livres e Acei-tos da Alemanha a Maccedilonaria eacute descrita figu-rativamente como uma escola de vida A for-maccedilatildeo e o fortalecimento do caraacuteter desempe-nham um papel decisivo nisso Os bons homens devem se tornar ainda melhores por meio de uma vida e trabalho virtuosos Em cada reuniatildeo ritual ouvimos de novo que deve-mos nos encontrar na balanccedila o que significa respeitar o nosso homoacutelogo e vecirc-lo como igua-is Devemos tambeacutem dividir nosso tempo com moderaccedilatildeo e ser frugais A reacutegua de vinte e quatro polegadas eacute nossa ferramenta para isso Aprendemos a melhor forma de provar a si mesmo na vida cotidiana e como lidar com outras pessoas Mas esse conhecimento que nos eacute transmitido aqui em nossa boa loja a portas fechadas isoladas do mundo exterior Natildeo podemos e natildeo devemos deixar para traacutes estranhos mundanos tatildeo facilmente Isso vio-laria nosso voto de sigilo Portanto eacute um dile-ma Por um lado nos vemos como uma frater-nidade humanitaacuteria comprometida com as pessoas mas por outro lado natildeo podemos compartilhar nossos conhecimentos com os outros A menos que indiretamente

Entatildeo a Maccedilonaria eacute egoiacutesta Eu disse natildeo Egoiacutesmo se traduz como interesse proacuteprio E isso certamente natildeo eacute a Maccedilonaria Mas pelo contraacuterio Na ldquoFlauta Maacutegicardquo do irmatildeo Mozart a aacuteria de Sarastro diz entre outras coi-sas ldquoNestes muros sagrados onde as pessoas amam as pessoashelliprdquo Provavelmente natildeo haacute mais nada a acrescentar No iniacutecio da minha adesatildeo a uma loja meus filhos uma vez me perguntaram qual era o objetivo da Maccedilona-ria Respondi que deveria ser um bom modelo

para as outras pessoas e agir de forma que os outros se lembrem de vocecirc com carinho Vocecirc certamente natildeo precisa ser membro de uma Loja Maccedilocircni-ca para implementar esta resoluccedilatildeo No entanto eacute uma grande a j u d a t e r t a n t o s irmatildeos ao seu lado que estatildeo ajudando Quando fui interna-do jaacute percebi uma parte no final do ritual ldquoAgora volte ao mun-do meus irmatildeos e prove que eacute maccedilom Defenda-se da injusticcedila onde ela aparecer nunca decirc as costas para a necessidade e a miseacute-ria fique atento para si mesmo rdquoEssas frases me impressionaram profundamente e expres-sam exatamente tudo o que define a Maccedilona-ria Fraternidade e humanidade ou seja amor agraves pessoas

Mas como isso pode ser implementado na vida cotidiana Natildeo temos que contar aos outros tudo sobre os ensinamentos maccedilocircni-cos explicar o ritual ou quebrar todos os signi-ficados simboacutelicos Muitos simplesmente tambeacutem natildeo entenderiam Mas devemos sem-pre dar um bom exemplo Cortesia mente aberta ajuda toleracircncia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada Mas isso natildeo significa que devemos pular imedia-tamente para o lado de cada pessoa suposta-mente pobre ou necessitada Isso nem funcio-na Afinal natildeo podemos salvar o mundo intei-ro Mas em nosso ambiente privado e profissi-onal podemos muito bem nos provar como maccedilons E o melhor de tudo por meio de

nosso comportamento exemplar ao qual noacutes como homens de boa reputaccedilatildeo estamos obri-gados Certamente nem sempre eacute possiacutevel manter a calma em todas as situaccedilotildees estres-santes ou ajudar um amigo na quarta jogada em um curto espaccedilo de tempo Mas a vida natildeo eacute apenas tirar eacute tambeacutem dar Portanto seja-mos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de huma-nidade toleracircncia e caridade Natildeo necessaria-mente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de humanidade toleracircncia e carida-de Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilona-ria ao mundo na forma de humanidade tole-racircncia e caridade Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros

Fontehttpsfreimaurereide

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete08 O Malhete Dezembro de 2020

Grande Loja Maccedilocircnica do Esta-Ado do Espiacuterito Santo (GLMEES) comemorou no dia 7 de novem-

bro o seu Jubileu de Ouro com uma sole-nidade na sua sede

A cerimocircnia foi presidida pelo Gratildeo-Mestre Walter Alves Noronha Tambeacutem estavam presentes o Eminente Gratildeo-Mestre Valdir Massucatti e os Past-Gratildeo-Mestres Sergio Muniz Gianordoli

e Joseacute Ameacuterico Merlo aleacutem de vaacuterios membros da Alta Administraccedilatildeo

A cerimocircnia tambeacutem foi prestigiada pelo Gratildeo-Mestre de Minas Gerais Irmatildeo Edilson de Oliveira

Durante a cerimocircnia foram prestadas homenagens aos Irmatildeos fundadores da Grande Loja Joseacute Campos de Oliveira Joel Pereira das Neves e Pliacutenio Gustavo Lourosa

Todo o evento foi transmitido pelo canal da Grande Loja no YouTube

Apoacutes a celebraccedilatildeo a Banda Us Zeacute ani-mou a confraternizaccedilatildeo e foi servida uma deliciosa paella

A Grande Loja agradece a todos que participaram da celebraccedilatildeo e aos que acompanharam a transmissatildeo ao vivo pela internet

GRANDE LOJA - ES COMEMORA SEU JUBILEU DE OURO

Clique nas imagens abaixo para assistir viacutedeos

O Malhete 09O Malhete Dezembro de 2020

Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete10 O Malhete Dezembro de 2020

No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 5: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 05O Malhete Dezembro de 2020

O amor juntamente com a Justiccedila eacute outra conquista importante do homem no interminaacutevel processo de evoluccedilatildeo O amor eacute elemento fundamental mdash um ver-dadeiro alicerce mdash na formaccedilatildeo de uma personalidade sadia gera e incentiva um comportamento equilibrado Uma crianccedila amada eacute mais confiante em si mesma tem mais autoestima por isso desenvolve seu potencial de forma mais uniforme e raacutepi-da transmitindo aos seus semelhantes o amor recebido

Amar eacute ser consciencioso e fazer aos outros apenas o que deseja para si Amar eacute compreender as fraquezas e defeitos do outro eacute relevar seus erros e saber perdoar Quem cresce sem amor fatalmente seraacute um adulto seco e desprovido de compai-xatildeo com um senso de justiccedila deturpado e deficiente

A caridade eacute o terceiro ponto desse ali-cerce estendido para outras fronteiras aleacutem do ciacuterculo familiar e fraternal do Homem e do Maccedilom Para se viver a cari-dade precisa-se desenvolver virtudes

Soacute conseguiremos o justo meio a partir da reflexatildeo sobre as duas partes utilizando a razatildeo a justiccedila e o amor pra natildeo haver enganos a partir do auto-conhecimento que nos proporcionaraacute a consciecircncia da nossa realidade atual e assim saindo das sombras da ignoracircncia poderemos atingir

elevados patamares desenvolvendo valo-res conquistados

Esses valores e virtudes indispensaacuteveis no Maccedilom satildeo conquistados atraveacutes da vontade imbuiacuteda de razatildeo Se temos direi-tos temos tambeacutem deveres e natildeo somente para com os nossos IIr para com nossos familiares para com a sociedade mas prin-cipalmente para com noacutes mesmos para com o nosso trabalho interior para o des-baste de nossa Pedra Bruta A siacutentese des-ses deveres estaacute em cumprir com nossa obrigaccedilatildeo para conosco e para com nos-sos Irmatildeos Natildeo podemos somente ser Luz no caminho alheio temos que antes de nada ser Luz no nosso proacuteprio caminho

Muitas vezes esquecemos de olhar para noacutes mesmos em se tratando de mudanccedilas e transformaccedilotildees Exigimos que os outros mudem sem no entanto fazer nada para sair de onde estamos Natildeo deve haver lugar em nossos Templos para a hipocri-sia para a luta pelo poder para a vaidade

E a virtude onde fica E a Fraternidade o objetivo de servir de ser caridoso Seraacute que esse nunca foi o objetivo Teria sido apenas uma Luz que se apagou Onde estatildeo nossos valores sempre ensinados mas nem sempre empregados

Na verdadeira Maccedilonaria natildeo deve haver espaccedilo para brigas por cargos para a disputa poliacutetica A verdadeira Maccedilonaria eacute

aquela em que vivenciamos o Amor a Fra-ternidade a Verdade o Dever e o Direito A verdadeira Maccedilonaria eacute aquela que nos proporciona o prazer indescritiacutevel de abra-ccedilar um Irmatildeo eacute aquela que faz com que a convivecircncia fraternal seja um prazer e natildeo uma obrigaccedilatildeo semanal

Precisamos reavaliar nossas atitudes nossos comportamentos e valores Esta-mos realizando o trabalho que chamamos maccedilocircnico com respeito e humildade ou com arrogacircncia e orgulho Estamos real-mente cumprindo o que juramos de forma livre quando conhecemos a V L Esta-mos realmente cavando masmorras ao viacutecio e levantando Templos agrave virtude

Nossa Ordem precisa sair do imobilis-mo que se encontra Precisamos com uniatildeo e respeito debater mais nossos pro-blemas em Loja precisamos aprender a criticar e principalmente aprender a ouvir criacuteticas precisamos acima de tudo ser mais tolerantes com os outros e menos tole-rantes com noacutes mesmos precisamos des-bastar nossa Pedra natildeo a do nosso Irmatildeo

Ir Dario Angelo BaggieriM I CIM 157465AMLES Cadeira N 1PATRONO ALFERES TIRADENTES

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete06 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Alexander Kring

Na sociedade atual o fenocircmeno do ego-iacutesmo eacute generalizado Muitas pessoas procuram apenas vantagens proacuteprias

tanto no trabalho como na vida privada Cole-gas satildeo enegrecidos para se iluminarem melhor rumores se espalham ou o SUV fica estacionado em duas vagas para que ningueacutem fique ao lado dele e deixe um arranhatildeo na pin-tura do veiacuteculo caro e seja mais faacutecil sair dele depois de fazer compras Mas sempre foi assim As pessoas eram tatildeo egocecircntricas no passado Sei pelo que meus avoacutes me disseram que natildeo era esse o caso No passado amizade consideraccedilatildeo e vizinhanccedila ainda eram muito importantes Especialmente nos anos de guer-ra e poacutes-guerra Ajudaram-se mutuamente na construccedilatildeo da nova casa ajudaram no trabalho de campo e cuidaram uns dos outros

Resta algueacutem que natildeo age de forma egoiacutesta Muitos estatildeo mais proacuteximos de si mesmos hoje Muito poucos cidadatildeos se preocupam uns com os outros Este anonimato parece ser particularmente pronunciado em grandes com-plexos residenciais embora as pessoas vivam lado a lado Por exemplo quantas vezes vocecirc pode ler que pessoas morreram em suas casas sem que ningueacutem percebesse Somente quan-do o cheiro ficar tatildeo forte que se perceba em todo o corticcedilo algueacutem pode chamar o zelador mas apenas para reclamar do mau cheiro Todos noacutes queremos o melhor para noacutes e nos-sas famiacutelias natildeo eacute Uma bela casa um empre-go bem remunerado as melhores poltronas do cinema ou show E estamos prontos para assu-mir alguns custos elevados por isso

Mas o que outras pessoas ganham com isso se nos darmos todo o luxo Muito simples-mente nada Podemos convidar amigos e parentes para nosso lindo casaratildeo e mimaacute-los com os melhores pratos ou tambeacutem podemos comprar ingressos para eles na melhor catego-ria Mas vocecirc gosta de gastar seu dinheiro com os outros Eu fui ensinado desde cedo que vocecirc manteacutem seu dinheiro junto e natildeo vive des-perdiccedilando Uma boa qualidade que natildeo faz mal a ningueacutem Mas gastar dinheiro nem sem-pre eacute investir dinheiro Portanto para mim pessoalmente faz uma grande diferenccedila se devo gastar meu dinheiro em alguma bobagem ou se outra pessoa aleacutem do vendedor ou fabri-cante de um produto se beneficia disso Signi-fica ajudar outras pessoas com seu dinheiro

Doaccedilatildeo eacute a palavra maacutegica Uma boa mane-ira de fazer isso eacute regularmente usar o Tronco de Beneficecircncia no final de cada trabalho do templo Porque haacute pessoas suficientes no mundo que natildeo estatildeo tatildeo bem quanto noacutes O outro lado eacute uma ajuda praacutetica Doar qualquer quantia eacute claro e conveniente mas muitos de nossos semelhantes natildeo precisam de dinheiro eles precisam de ajuda na vida cotidiana Durante anos minha esposa e eu ajudamos nossos vizinhos sem filhos sempre que podiacutea-mos cortando lenha com problemas domeacutesti-cos ou simplesmente levando a vizinha para ver sua irmatilde no campo e mais tarde para a casa de repouso de seu marido A caridade pode ser muito versaacutetil E especialmente as pessoas em nosso ambiente imediato devem se beneficiar de nossa ajuda

Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mostrada por-que natildeo compartilhamos nosso conheci-mento com todos

Mas natildeo eacute soacute com dinheiro e ajuda ativa O conhecimento tambeacutem deve ser compartilha-

do Todos noacutes conhecemos a frase ldquoconheci-mento eacute poderrdquo Portanto se eu mantiver meu conhecimento para mim estarei sempre um passo agrave frente de meus concorrentes Por que devo compartilhar meu conhecimento tam-beacutem Os outros tambeacutem podem ler livros fre-quentar cursos de treinamento ou perguntar a outra pessoa Afinal vocecirc mesmo fez isso Infelizmente muitos pensam assim Se passo adiante meus conhecimentos por exemplo o trabalho no escritoacuterio se espalha por vaacuterios ombros e fico aliviado Isso eacute egoiacutesta de novo Mas algumas coisas podem e natildeo devem ser reveladas tatildeo facilmente e transmitidas Basta pensar nos selos Top Secret em arquivos secretos em filmes de agentes ou um exemplo da vida cotidiana documentos confidenciais no trabalho Na loja ocasionalmente dizemos coisas entre colunas o que significa que o que eacute dito natildeo deve ser repassado a terceiros O mesmo ocorre com o arcano maccedilocircnico Este segredo ainda eacute a base das teorias da conspira-ccedilatildeo mais abstrusas e traz muita desconfianccedila agrave nossa irmandade Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mos-trada porque natildeo compartilhamos nosso conhecimento com todos Ao mesmo tempo este segredo maccedilocircnico e nossa discriccedilatildeo tam-beacutem nos protegem ateacute certo ponto uma vez que apenas essas duas propriedades podem ser a base para a confianccedila de todos os irmatildeos As pessoas odeiam segredos porque eles as fazem se sentir traiacutedas e exploradas Eacute apenas um sen-timento ruim se vocecirc natildeo sabe o que os outros estatildeo fazendo pense em vocecirc e se vocecirc pode estar em desvantagem como resultado A pro-poacutesito isso tambeacutem se aplica agrave Maccedilonaria e seus vaacuterios graus

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EGOIacuteSMO

O Malhete 07O Malhete Dezembro de 2020

Cortesia mente aberta ajuda toleracircn-cia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada

No site dos Antigos Maccedilons Livres e Acei-tos da Alemanha a Maccedilonaria eacute descrita figu-rativamente como uma escola de vida A for-maccedilatildeo e o fortalecimento do caraacuteter desempe-nham um papel decisivo nisso Os bons homens devem se tornar ainda melhores por meio de uma vida e trabalho virtuosos Em cada reuniatildeo ritual ouvimos de novo que deve-mos nos encontrar na balanccedila o que significa respeitar o nosso homoacutelogo e vecirc-lo como igua-is Devemos tambeacutem dividir nosso tempo com moderaccedilatildeo e ser frugais A reacutegua de vinte e quatro polegadas eacute nossa ferramenta para isso Aprendemos a melhor forma de provar a si mesmo na vida cotidiana e como lidar com outras pessoas Mas esse conhecimento que nos eacute transmitido aqui em nossa boa loja a portas fechadas isoladas do mundo exterior Natildeo podemos e natildeo devemos deixar para traacutes estranhos mundanos tatildeo facilmente Isso vio-laria nosso voto de sigilo Portanto eacute um dile-ma Por um lado nos vemos como uma frater-nidade humanitaacuteria comprometida com as pessoas mas por outro lado natildeo podemos compartilhar nossos conhecimentos com os outros A menos que indiretamente

Entatildeo a Maccedilonaria eacute egoiacutesta Eu disse natildeo Egoiacutesmo se traduz como interesse proacuteprio E isso certamente natildeo eacute a Maccedilonaria Mas pelo contraacuterio Na ldquoFlauta Maacutegicardquo do irmatildeo Mozart a aacuteria de Sarastro diz entre outras coi-sas ldquoNestes muros sagrados onde as pessoas amam as pessoashelliprdquo Provavelmente natildeo haacute mais nada a acrescentar No iniacutecio da minha adesatildeo a uma loja meus filhos uma vez me perguntaram qual era o objetivo da Maccedilona-ria Respondi que deveria ser um bom modelo

para as outras pessoas e agir de forma que os outros se lembrem de vocecirc com carinho Vocecirc certamente natildeo precisa ser membro de uma Loja Maccedilocircni-ca para implementar esta resoluccedilatildeo No entanto eacute uma grande a j u d a t e r t a n t o s irmatildeos ao seu lado que estatildeo ajudando Quando fui interna-do jaacute percebi uma parte no final do ritual ldquoAgora volte ao mun-do meus irmatildeos e prove que eacute maccedilom Defenda-se da injusticcedila onde ela aparecer nunca decirc as costas para a necessidade e a miseacute-ria fique atento para si mesmo rdquoEssas frases me impressionaram profundamente e expres-sam exatamente tudo o que define a Maccedilona-ria Fraternidade e humanidade ou seja amor agraves pessoas

Mas como isso pode ser implementado na vida cotidiana Natildeo temos que contar aos outros tudo sobre os ensinamentos maccedilocircni-cos explicar o ritual ou quebrar todos os signi-ficados simboacutelicos Muitos simplesmente tambeacutem natildeo entenderiam Mas devemos sem-pre dar um bom exemplo Cortesia mente aberta ajuda toleracircncia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada Mas isso natildeo significa que devemos pular imedia-tamente para o lado de cada pessoa suposta-mente pobre ou necessitada Isso nem funcio-na Afinal natildeo podemos salvar o mundo intei-ro Mas em nosso ambiente privado e profissi-onal podemos muito bem nos provar como maccedilons E o melhor de tudo por meio de

nosso comportamento exemplar ao qual noacutes como homens de boa reputaccedilatildeo estamos obri-gados Certamente nem sempre eacute possiacutevel manter a calma em todas as situaccedilotildees estres-santes ou ajudar um amigo na quarta jogada em um curto espaccedilo de tempo Mas a vida natildeo eacute apenas tirar eacute tambeacutem dar Portanto seja-mos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de huma-nidade toleracircncia e caridade Natildeo necessaria-mente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de humanidade toleracircncia e carida-de Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilona-ria ao mundo na forma de humanidade tole-racircncia e caridade Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros

Fontehttpsfreimaurereide

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete08 O Malhete Dezembro de 2020

Grande Loja Maccedilocircnica do Esta-Ado do Espiacuterito Santo (GLMEES) comemorou no dia 7 de novem-

bro o seu Jubileu de Ouro com uma sole-nidade na sua sede

A cerimocircnia foi presidida pelo Gratildeo-Mestre Walter Alves Noronha Tambeacutem estavam presentes o Eminente Gratildeo-Mestre Valdir Massucatti e os Past-Gratildeo-Mestres Sergio Muniz Gianordoli

e Joseacute Ameacuterico Merlo aleacutem de vaacuterios membros da Alta Administraccedilatildeo

A cerimocircnia tambeacutem foi prestigiada pelo Gratildeo-Mestre de Minas Gerais Irmatildeo Edilson de Oliveira

Durante a cerimocircnia foram prestadas homenagens aos Irmatildeos fundadores da Grande Loja Joseacute Campos de Oliveira Joel Pereira das Neves e Pliacutenio Gustavo Lourosa

Todo o evento foi transmitido pelo canal da Grande Loja no YouTube

Apoacutes a celebraccedilatildeo a Banda Us Zeacute ani-mou a confraternizaccedilatildeo e foi servida uma deliciosa paella

A Grande Loja agradece a todos que participaram da celebraccedilatildeo e aos que acompanharam a transmissatildeo ao vivo pela internet

GRANDE LOJA - ES COMEMORA SEU JUBILEU DE OURO

Clique nas imagens abaixo para assistir viacutedeos

O Malhete 09O Malhete Dezembro de 2020

Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

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No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 6: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete06 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Alexander Kring

Na sociedade atual o fenocircmeno do ego-iacutesmo eacute generalizado Muitas pessoas procuram apenas vantagens proacuteprias

tanto no trabalho como na vida privada Cole-gas satildeo enegrecidos para se iluminarem melhor rumores se espalham ou o SUV fica estacionado em duas vagas para que ningueacutem fique ao lado dele e deixe um arranhatildeo na pin-tura do veiacuteculo caro e seja mais faacutecil sair dele depois de fazer compras Mas sempre foi assim As pessoas eram tatildeo egocecircntricas no passado Sei pelo que meus avoacutes me disseram que natildeo era esse o caso No passado amizade consideraccedilatildeo e vizinhanccedila ainda eram muito importantes Especialmente nos anos de guer-ra e poacutes-guerra Ajudaram-se mutuamente na construccedilatildeo da nova casa ajudaram no trabalho de campo e cuidaram uns dos outros

Resta algueacutem que natildeo age de forma egoiacutesta Muitos estatildeo mais proacuteximos de si mesmos hoje Muito poucos cidadatildeos se preocupam uns com os outros Este anonimato parece ser particularmente pronunciado em grandes com-plexos residenciais embora as pessoas vivam lado a lado Por exemplo quantas vezes vocecirc pode ler que pessoas morreram em suas casas sem que ningueacutem percebesse Somente quan-do o cheiro ficar tatildeo forte que se perceba em todo o corticcedilo algueacutem pode chamar o zelador mas apenas para reclamar do mau cheiro Todos noacutes queremos o melhor para noacutes e nos-sas famiacutelias natildeo eacute Uma bela casa um empre-go bem remunerado as melhores poltronas do cinema ou show E estamos prontos para assu-mir alguns custos elevados por isso

Mas o que outras pessoas ganham com isso se nos darmos todo o luxo Muito simples-mente nada Podemos convidar amigos e parentes para nosso lindo casaratildeo e mimaacute-los com os melhores pratos ou tambeacutem podemos comprar ingressos para eles na melhor catego-ria Mas vocecirc gosta de gastar seu dinheiro com os outros Eu fui ensinado desde cedo que vocecirc manteacutem seu dinheiro junto e natildeo vive des-perdiccedilando Uma boa qualidade que natildeo faz mal a ningueacutem Mas gastar dinheiro nem sem-pre eacute investir dinheiro Portanto para mim pessoalmente faz uma grande diferenccedila se devo gastar meu dinheiro em alguma bobagem ou se outra pessoa aleacutem do vendedor ou fabri-cante de um produto se beneficia disso Signi-fica ajudar outras pessoas com seu dinheiro

Doaccedilatildeo eacute a palavra maacutegica Uma boa mane-ira de fazer isso eacute regularmente usar o Tronco de Beneficecircncia no final de cada trabalho do templo Porque haacute pessoas suficientes no mundo que natildeo estatildeo tatildeo bem quanto noacutes O outro lado eacute uma ajuda praacutetica Doar qualquer quantia eacute claro e conveniente mas muitos de nossos semelhantes natildeo precisam de dinheiro eles precisam de ajuda na vida cotidiana Durante anos minha esposa e eu ajudamos nossos vizinhos sem filhos sempre que podiacutea-mos cortando lenha com problemas domeacutesti-cos ou simplesmente levando a vizinha para ver sua irmatilde no campo e mais tarde para a casa de repouso de seu marido A caridade pode ser muito versaacutetil E especialmente as pessoas em nosso ambiente imediato devem se beneficiar de nossa ajuda

Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mostrada por-que natildeo compartilhamos nosso conheci-mento com todos

Mas natildeo eacute soacute com dinheiro e ajuda ativa O conhecimento tambeacutem deve ser compartilha-

do Todos noacutes conhecemos a frase ldquoconheci-mento eacute poderrdquo Portanto se eu mantiver meu conhecimento para mim estarei sempre um passo agrave frente de meus concorrentes Por que devo compartilhar meu conhecimento tam-beacutem Os outros tambeacutem podem ler livros fre-quentar cursos de treinamento ou perguntar a outra pessoa Afinal vocecirc mesmo fez isso Infelizmente muitos pensam assim Se passo adiante meus conhecimentos por exemplo o trabalho no escritoacuterio se espalha por vaacuterios ombros e fico aliviado Isso eacute egoiacutesta de novo Mas algumas coisas podem e natildeo devem ser reveladas tatildeo facilmente e transmitidas Basta pensar nos selos Top Secret em arquivos secretos em filmes de agentes ou um exemplo da vida cotidiana documentos confidenciais no trabalho Na loja ocasionalmente dizemos coisas entre colunas o que significa que o que eacute dito natildeo deve ser repassado a terceiros O mesmo ocorre com o arcano maccedilocircnico Este segredo ainda eacute a base das teorias da conspira-ccedilatildeo mais abstrusas e traz muita desconfianccedila agrave nossa irmandade Entatildeo noacutes maccedilons somos os culpados pela desconfianccedila que nos eacute mos-trada porque natildeo compartilhamos nosso conhecimento com todos Ao mesmo tempo este segredo maccedilocircnico e nossa discriccedilatildeo tam-beacutem nos protegem ateacute certo ponto uma vez que apenas essas duas propriedades podem ser a base para a confianccedila de todos os irmatildeos As pessoas odeiam segredos porque eles as fazem se sentir traiacutedas e exploradas Eacute apenas um sen-timento ruim se vocecirc natildeo sabe o que os outros estatildeo fazendo pense em vocecirc e se vocecirc pode estar em desvantagem como resultado A pro-poacutesito isso tambeacutem se aplica agrave Maccedilonaria e seus vaacuterios graus

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EGOIacuteSMO

O Malhete 07O Malhete Dezembro de 2020

Cortesia mente aberta ajuda toleracircn-cia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada

No site dos Antigos Maccedilons Livres e Acei-tos da Alemanha a Maccedilonaria eacute descrita figu-rativamente como uma escola de vida A for-maccedilatildeo e o fortalecimento do caraacuteter desempe-nham um papel decisivo nisso Os bons homens devem se tornar ainda melhores por meio de uma vida e trabalho virtuosos Em cada reuniatildeo ritual ouvimos de novo que deve-mos nos encontrar na balanccedila o que significa respeitar o nosso homoacutelogo e vecirc-lo como igua-is Devemos tambeacutem dividir nosso tempo com moderaccedilatildeo e ser frugais A reacutegua de vinte e quatro polegadas eacute nossa ferramenta para isso Aprendemos a melhor forma de provar a si mesmo na vida cotidiana e como lidar com outras pessoas Mas esse conhecimento que nos eacute transmitido aqui em nossa boa loja a portas fechadas isoladas do mundo exterior Natildeo podemos e natildeo devemos deixar para traacutes estranhos mundanos tatildeo facilmente Isso vio-laria nosso voto de sigilo Portanto eacute um dile-ma Por um lado nos vemos como uma frater-nidade humanitaacuteria comprometida com as pessoas mas por outro lado natildeo podemos compartilhar nossos conhecimentos com os outros A menos que indiretamente

Entatildeo a Maccedilonaria eacute egoiacutesta Eu disse natildeo Egoiacutesmo se traduz como interesse proacuteprio E isso certamente natildeo eacute a Maccedilonaria Mas pelo contraacuterio Na ldquoFlauta Maacutegicardquo do irmatildeo Mozart a aacuteria de Sarastro diz entre outras coi-sas ldquoNestes muros sagrados onde as pessoas amam as pessoashelliprdquo Provavelmente natildeo haacute mais nada a acrescentar No iniacutecio da minha adesatildeo a uma loja meus filhos uma vez me perguntaram qual era o objetivo da Maccedilona-ria Respondi que deveria ser um bom modelo

para as outras pessoas e agir de forma que os outros se lembrem de vocecirc com carinho Vocecirc certamente natildeo precisa ser membro de uma Loja Maccedilocircni-ca para implementar esta resoluccedilatildeo No entanto eacute uma grande a j u d a t e r t a n t o s irmatildeos ao seu lado que estatildeo ajudando Quando fui interna-do jaacute percebi uma parte no final do ritual ldquoAgora volte ao mun-do meus irmatildeos e prove que eacute maccedilom Defenda-se da injusticcedila onde ela aparecer nunca decirc as costas para a necessidade e a miseacute-ria fique atento para si mesmo rdquoEssas frases me impressionaram profundamente e expres-sam exatamente tudo o que define a Maccedilona-ria Fraternidade e humanidade ou seja amor agraves pessoas

Mas como isso pode ser implementado na vida cotidiana Natildeo temos que contar aos outros tudo sobre os ensinamentos maccedilocircni-cos explicar o ritual ou quebrar todos os signi-ficados simboacutelicos Muitos simplesmente tambeacutem natildeo entenderiam Mas devemos sem-pre dar um bom exemplo Cortesia mente aberta ajuda toleracircncia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada Mas isso natildeo significa que devemos pular imedia-tamente para o lado de cada pessoa suposta-mente pobre ou necessitada Isso nem funcio-na Afinal natildeo podemos salvar o mundo intei-ro Mas em nosso ambiente privado e profissi-onal podemos muito bem nos provar como maccedilons E o melhor de tudo por meio de

nosso comportamento exemplar ao qual noacutes como homens de boa reputaccedilatildeo estamos obri-gados Certamente nem sempre eacute possiacutevel manter a calma em todas as situaccedilotildees estres-santes ou ajudar um amigo na quarta jogada em um curto espaccedilo de tempo Mas a vida natildeo eacute apenas tirar eacute tambeacutem dar Portanto seja-mos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de huma-nidade toleracircncia e caridade Natildeo necessaria-mente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de humanidade toleracircncia e carida-de Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilona-ria ao mundo na forma de humanidade tole-racircncia e caridade Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros

Fontehttpsfreimaurereide

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete08 O Malhete Dezembro de 2020

Grande Loja Maccedilocircnica do Esta-Ado do Espiacuterito Santo (GLMEES) comemorou no dia 7 de novem-

bro o seu Jubileu de Ouro com uma sole-nidade na sua sede

A cerimocircnia foi presidida pelo Gratildeo-Mestre Walter Alves Noronha Tambeacutem estavam presentes o Eminente Gratildeo-Mestre Valdir Massucatti e os Past-Gratildeo-Mestres Sergio Muniz Gianordoli

e Joseacute Ameacuterico Merlo aleacutem de vaacuterios membros da Alta Administraccedilatildeo

A cerimocircnia tambeacutem foi prestigiada pelo Gratildeo-Mestre de Minas Gerais Irmatildeo Edilson de Oliveira

Durante a cerimocircnia foram prestadas homenagens aos Irmatildeos fundadores da Grande Loja Joseacute Campos de Oliveira Joel Pereira das Neves e Pliacutenio Gustavo Lourosa

Todo o evento foi transmitido pelo canal da Grande Loja no YouTube

Apoacutes a celebraccedilatildeo a Banda Us Zeacute ani-mou a confraternizaccedilatildeo e foi servida uma deliciosa paella

A Grande Loja agradece a todos que participaram da celebraccedilatildeo e aos que acompanharam a transmissatildeo ao vivo pela internet

GRANDE LOJA - ES COMEMORA SEU JUBILEU DE OURO

Clique nas imagens abaixo para assistir viacutedeos

O Malhete 09O Malhete Dezembro de 2020

Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete10 O Malhete Dezembro de 2020

No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

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Page 7: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 07O Malhete Dezembro de 2020

Cortesia mente aberta ajuda toleracircn-cia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada

No site dos Antigos Maccedilons Livres e Acei-tos da Alemanha a Maccedilonaria eacute descrita figu-rativamente como uma escola de vida A for-maccedilatildeo e o fortalecimento do caraacuteter desempe-nham um papel decisivo nisso Os bons homens devem se tornar ainda melhores por meio de uma vida e trabalho virtuosos Em cada reuniatildeo ritual ouvimos de novo que deve-mos nos encontrar na balanccedila o que significa respeitar o nosso homoacutelogo e vecirc-lo como igua-is Devemos tambeacutem dividir nosso tempo com moderaccedilatildeo e ser frugais A reacutegua de vinte e quatro polegadas eacute nossa ferramenta para isso Aprendemos a melhor forma de provar a si mesmo na vida cotidiana e como lidar com outras pessoas Mas esse conhecimento que nos eacute transmitido aqui em nossa boa loja a portas fechadas isoladas do mundo exterior Natildeo podemos e natildeo devemos deixar para traacutes estranhos mundanos tatildeo facilmente Isso vio-laria nosso voto de sigilo Portanto eacute um dile-ma Por um lado nos vemos como uma frater-nidade humanitaacuteria comprometida com as pessoas mas por outro lado natildeo podemos compartilhar nossos conhecimentos com os outros A menos que indiretamente

Entatildeo a Maccedilonaria eacute egoiacutesta Eu disse natildeo Egoiacutesmo se traduz como interesse proacuteprio E isso certamente natildeo eacute a Maccedilonaria Mas pelo contraacuterio Na ldquoFlauta Maacutegicardquo do irmatildeo Mozart a aacuteria de Sarastro diz entre outras coi-sas ldquoNestes muros sagrados onde as pessoas amam as pessoashelliprdquo Provavelmente natildeo haacute mais nada a acrescentar No iniacutecio da minha adesatildeo a uma loja meus filhos uma vez me perguntaram qual era o objetivo da Maccedilona-ria Respondi que deveria ser um bom modelo

para as outras pessoas e agir de forma que os outros se lembrem de vocecirc com carinho Vocecirc certamente natildeo precisa ser membro de uma Loja Maccedilocircni-ca para implementar esta resoluccedilatildeo No entanto eacute uma grande a j u d a t e r t a n t o s irmatildeos ao seu lado que estatildeo ajudando Quando fui interna-do jaacute percebi uma parte no final do ritual ldquoAgora volte ao mun-do meus irmatildeos e prove que eacute maccedilom Defenda-se da injusticcedila onde ela aparecer nunca decirc as costas para a necessidade e a miseacute-ria fique atento para si mesmo rdquoEssas frases me impressionaram profundamente e expres-sam exatamente tudo o que define a Maccedilona-ria Fraternidade e humanidade ou seja amor agraves pessoas

Mas como isso pode ser implementado na vida cotidiana Natildeo temos que contar aos outros tudo sobre os ensinamentos maccedilocircni-cos explicar o ritual ou quebrar todos os signi-ficados simboacutelicos Muitos simplesmente tambeacutem natildeo entenderiam Mas devemos sem-pre dar um bom exemplo Cortesia mente aberta ajuda toleracircncia e caridade devem ser nossa figura de proa e marca registrada Mas isso natildeo significa que devemos pular imedia-tamente para o lado de cada pessoa suposta-mente pobre ou necessitada Isso nem funcio-na Afinal natildeo podemos salvar o mundo intei-ro Mas em nosso ambiente privado e profissi-onal podemos muito bem nos provar como maccedilons E o melhor de tudo por meio de

nosso comportamento exemplar ao qual noacutes como homens de boa reputaccedilatildeo estamos obri-gados Certamente nem sempre eacute possiacutevel manter a calma em todas as situaccedilotildees estres-santes ou ajudar um amigo na quarta jogada em um curto espaccedilo de tempo Mas a vida natildeo eacute apenas tirar eacute tambeacutem dar Portanto seja-mos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de huma-nidade toleracircncia e caridade Natildeo necessaria-mente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilonaria ao mundo na forma de humanidade toleracircncia e carida-de Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros Portanto sejamos um farol na escuridatildeo da vida e levemos a luz da Maccedilona-ria ao mundo na forma de humanidade tole-racircncia e caridade Natildeo necessariamente com grandes feitos mas simplesmente como um bom modelo para todos os outros

Fontehttpsfreimaurereide

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Grande Loja Maccedilocircnica do Esta-Ado do Espiacuterito Santo (GLMEES) comemorou no dia 7 de novem-

bro o seu Jubileu de Ouro com uma sole-nidade na sua sede

A cerimocircnia foi presidida pelo Gratildeo-Mestre Walter Alves Noronha Tambeacutem estavam presentes o Eminente Gratildeo-Mestre Valdir Massucatti e os Past-Gratildeo-Mestres Sergio Muniz Gianordoli

e Joseacute Ameacuterico Merlo aleacutem de vaacuterios membros da Alta Administraccedilatildeo

A cerimocircnia tambeacutem foi prestigiada pelo Gratildeo-Mestre de Minas Gerais Irmatildeo Edilson de Oliveira

Durante a cerimocircnia foram prestadas homenagens aos Irmatildeos fundadores da Grande Loja Joseacute Campos de Oliveira Joel Pereira das Neves e Pliacutenio Gustavo Lourosa

Todo o evento foi transmitido pelo canal da Grande Loja no YouTube

Apoacutes a celebraccedilatildeo a Banda Us Zeacute ani-mou a confraternizaccedilatildeo e foi servida uma deliciosa paella

A Grande Loja agradece a todos que participaram da celebraccedilatildeo e aos que acompanharam a transmissatildeo ao vivo pela internet

GRANDE LOJA - ES COMEMORA SEU JUBILEU DE OURO

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Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

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No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

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E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

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13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 8: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete08 O Malhete Dezembro de 2020

Grande Loja Maccedilocircnica do Esta-Ado do Espiacuterito Santo (GLMEES) comemorou no dia 7 de novem-

bro o seu Jubileu de Ouro com uma sole-nidade na sua sede

A cerimocircnia foi presidida pelo Gratildeo-Mestre Walter Alves Noronha Tambeacutem estavam presentes o Eminente Gratildeo-Mestre Valdir Massucatti e os Past-Gratildeo-Mestres Sergio Muniz Gianordoli

e Joseacute Ameacuterico Merlo aleacutem de vaacuterios membros da Alta Administraccedilatildeo

A cerimocircnia tambeacutem foi prestigiada pelo Gratildeo-Mestre de Minas Gerais Irmatildeo Edilson de Oliveira

Durante a cerimocircnia foram prestadas homenagens aos Irmatildeos fundadores da Grande Loja Joseacute Campos de Oliveira Joel Pereira das Neves e Pliacutenio Gustavo Lourosa

Todo o evento foi transmitido pelo canal da Grande Loja no YouTube

Apoacutes a celebraccedilatildeo a Banda Us Zeacute ani-mou a confraternizaccedilatildeo e foi servida uma deliciosa paella

A Grande Loja agradece a todos que participaram da celebraccedilatildeo e aos que acompanharam a transmissatildeo ao vivo pela internet

GRANDE LOJA - ES COMEMORA SEU JUBILEU DE OURO

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O Malhete 09O Malhete Dezembro de 2020

Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete10 O Malhete Dezembro de 2020

No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

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A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

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Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 9: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 09O Malhete Dezembro de 2020

Estaacute se propalando muito por todos os meios e com insistecircncia que no con-tinuar desse tempo registrado como

da covid-19 o ensino no Brasil vai ser admi-nistrado diferentemente da forma jaacute tradicio-nalmente conhecida e praticada Haveraacute um ldquonovo normalrdquo expressatildeo que se cunha para indicar outra maneira de realizaccedilatildeo em con-sequecircncia da pandemia de que ora padece a humanidade

Ateacute o primeiro trimestre deste ano o ensi-no se fazia na escola o lugar aonde iam e se encontravam alunos e profissionais da edu-caccedilatildeo e aiacute eram administradas as aulas Muitos desses lugares nem merecem lem-branccedila dada a inferior qualidade de sua cons-truccedilatildeo e precariedade de manutenccedilatildeo Outros muitos poreacutem merecem fotos visi-taccedilatildeo e recordaccedilotildees Estavam e ainda estatildeo munidos de boas acomodaccedilotildees e tecircm dispo-niacuteveis ferramentas de avanccedilada qualidade e atualidade Se natildeo vamos laacute agora pelo menos digamos como o cancioneiro ndash delas ldquoeacute a saudade que gostamos de terrdquo O ensino

com a presenccedila de todos era o costume

Veio a covid-19 e com ela se instalou no Paiacutes o medo de enfrentamento do mal Natildeo havia arma identificada para o confronto Nem aqui nem em qualquer lugar Entatildeo se tornava preciso o isolamento Ficar distante um do outro Colocar impedimentos a que o mal de um fosse transmitido para o outro Ateacute que um antiacutedoto viesse a ser elaborado e pudesse imunizar a todos Desse enclausura-mento emergiram dois grandes prejudica-dos o emprego e o ensino A economia de produccedilatildeo de bens e serviccedilos encolheu ao mesmo tempo em que o desemprego se ele-vava E o ensino foi desativado diante das recomendaccedilotildees do ldquofica em casardquo ordem governamental para alunos e mestres

Natildeo durou muito e vieram as reaccedilotildees Para o trabalho a inovaccedilatildeo do home office de grande aceitaccedilatildeo no serviccedilo puacuteblico e das vendas on-line para entrega em domiciacutelio O que salvou empregos e amenizou o impacto negativo ameaccedilador da produccedilatildeo e do abas-tecimento

No mundo da educaccedilatildeo deu-se o advento do ensino virtual Novas teacutecnicas novas fer-ramentas nova didaacutetica Como chegar ao aluno Um grande aumento na carga de tra-balho do professor pois haveria de adequar-se ao espiacuterito desse tempo emergente em termos de ferramentas e se natildeo bastasse o esforccedilo requerido para a aprendizagem de seu manejo aparece tambeacutem a escassez de

recursos financeiros para a aquisiccedilatildeo dos exigidos instrumentos de trabalho

Da parte do aluno a tecnologia do uso da internet e de suas maacutequinas natildeo era de tanta novidade A maior dificuldade residiu na falta de grana para aquisiccedilatildeo das ferramen-tas em decorrecircncia de ter minguado a renda das famiacutelias e ser sombria a expectativa de melhora nesse sentido Mas com toda essa dificuldade mesmo assim foi possiacutevel a consecuccedilatildeo de resultado de certo modo posi-tivo E o ensino virtual caminhou

Agora convivemos com um sistema hiacutebrido no ensino Para as escolas foi estabe-lecido um protocolo que observado permite o retorno dos alunos agraves salas de aula Natildeo todos porque uma quantidade consideraacutevel reivindicou e obteve a condiccedilatildeo de receber as aulas em casa Presencial e virtual satildeo as possibilidades de ensino oferecidas pelas escolas nestes meses de fim de ano

Tudo indica que esse jeito hiacutebrido de enca-minhar o ensino em nosso Paiacutes seraacute o ldquonovo normalrdquo a partir do ano que vem Agora eacute investir nas tecnologias de transmissatildeo do conhecimento e da sua aprendizagem isto eacute a escola cuidando melhor do professor e a famiacutelia dando mais assistecircncia ao aluno de modo que na proacutexima avaliaccedilatildeo do PIZA natildeo se repita a mediocridade com que nossos jovens do ensino meacutedio tecircm se revelado

NO APRENDER NOVOS JEITOS DE ENSINAR

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete10 O Malhete Dezembro de 2020

No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

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Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

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Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

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8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

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13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 10: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete10 O Malhete Dezembro de 2020

No primeiro caso Gueacutenon pode ser chamado de esoterista e no segun-do de filoacutesofo ainda que ele proacute-

prio refute essa denominaccedilatildeo Com efeito segundo ele a filosofia pertence a uma ordem secular porque parte de uma ordem racional e resulta no racionalismo moderno desvin-culado de qualquer aspecto esoteacuterico

Alinhado com os gnoacutesticosPara Gueacutenon o conhecimento refere-se ao

que ele designa por Tradiccedilatildeo Primordial e todo conhecimento toda atividade humana soacute tem sentido se se relacionar com essa Tra-diccedilatildeo Essa convicccedilatildeo natildeo vem de uma esco-lha racional mas de uma intuiccedilatildeo intelectual A nosso ver isso ainda o coloca na categoria dos filoacutesofos pois seja intuitivo ou intelectu-al ele faz uma hipoacutetese de partida que lhe permite construir uma doutrina a se distin-guir dos grandes guias espirituais por exem-plo que tecircm uma abordagem aberta focada em praacuteticas ao inveacutes de pensamento abstrato Essa distinccedilatildeo eacute de capital importacircncia por-que levaraacute Gueacutenon a se encerrar em um siste-ma de pensamento muito restritivo e franca-mente dogmaacutetico Dito isso haacute uma seacuterie de

verdades e criacuteticas relevantes do mundo moderno que emergem de seus principais trabalhos sobre o assunto a saber A crise do mundo moderno e o reino da quantidade e os sinais dos tempos

Vamos primeiro ver o que Gueacutenon quer dizer com Tradiccedilatildeo Primordial Eacute uma fonte comum a algumas correntes religiosas importantes (Hinduiacutesmo Taoiacutesmo Catoli-cismo entre outras) de origem atemporal e natildeo humana composta de verdades metafiacutesi-cas imutaacuteveis Natildeo se deve confundir com o tradicionalismo que tambeacutem se opotildee ao mundo moderno mas que eacute apenas uma ten-tativa de rejeitar um modo de vida de preser-var certos costumes sem ter conhecimento dos princiacutepios Natildeo histoacuterico que deve guiar o mundo Tambeacutem natildeo deve ser confundido com feacute nem com os dogmas que distinguem as religiotildees umas das outras Gueacutenon por-tanto se coloca na mesma linha que os gnoacutes-ticos admitindo em particular a existecircncia de uma corrente esoteacuterica dentro do Cristianis-mo e relegando a Igreja ao controle da orto-doxia no domiacutenio exoteacuterico (Gueacutenon acabaraacute se convertendo ao Sufismo)

Aleacutem disso ele rejeita qualquer forma de ocultismo doutrinas espiritualistas ou miacutes-ticas porque enfatizam a experimentaccedilatildeo ainda de acordo com Gueacutenon a pretensatildeo de adquirir conhecimento por meios materia-

is incluindo pesquisa interna eacute absurda A psicanaacutelise tambeacutem cai no esquecimento de tudo que Gueacutenon abomina O mundo moder-no atormentado pelo materialismo seria uma anomalia onde reina um racionalismo herda-do de Descartes e que termina em cientificis-mo Seria tambeacutem uma reduccedilatildeo intelectual onde a ciecircncia afirma que soacute ela pode expli-car os fenocircmenos e que o que natildeo pode ser explicado eacute falso ou alucinatoacuterio Vivemos sob esse dogma e embora a maioria das pes-soas acredite que satildeo livres para pensar o que quiserem muitas vezes satildeo influenciadas por esse pensamento dominante Gueacutenon natildeo nega a utilidade possiacutevel e bastante relativa das ciecircncias seculares mas as considera como resiacuteduos das ciecircncias tradicionais agraves quais deveriam ter permanecido apegadas Cada descoberta cientiacutefica cria novas neces-sidades cuja satisfaccedilatildeo natildeo contribui para aumentar a felicidade dos homens ao contraacute-rio uma agitaccedilatildeo maior a aceleraccedilatildeo dos meios de comunicaccedilatildeo levam a mais dese-quiliacutebrios mais tensotildees diante da multiplica-ccedilatildeo das necessidades artificiais Os moder-nos acreditam no progresso numa evoluccedilatildeo positiva das ciecircncias enquanto segundo Gueacutenon constituem uma degeneraccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves verdadeiras ciecircncias tradicionais que foram por exemplo a astrologia e a alquimia

RENEacute GUEacuteNON E O MUNDO MODERNOA obra de Reneacute Gueacutenon (1886-1951) tem duas facetas uma diz respeito ao seu tra-balho com simbolismo iniciaccedilatildeo e vaacuterias tradiccedilotildees espirituais que constituem um referecircncia essencial no esoterismo e a outra reunindo reflexotildees sobre a civiliza-

Por Irmatildeo Andreacute Nahum

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O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

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A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

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Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 11: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 11O Malhete Dezembro de 2020

A quimera da democraciaDa mesma forma a igualdade entre os

homens da qual deriva a democracia eacute uma quimera do mundo moderno Apenas uma elite intelectual seria qualificada para gover-nar Poreacutem a maioria a ldquomassardquo faz prevale-cer a quantidade sobre a qualidade pretende apagar toda hierarquia e leva a um alisamento intelectual onde os homens se tornam maacutequi-nas Suas atividades satildeo mecacircnicas sem qual-quer acircmbito iniciaacutetico impedindo qualquer desenvolvimento espiritual Assim falhando em unificar o mundo se tornou unificado Embora reconheccedila que originalmente deveria haver apenas um Gueacutenon apoacuteia o sistema de castas na Iacutendia como correspondendo a uma visatildeo metafiacutesica do universo O reinado da quantidade resultou no domiacutenio do Ocidente sobre o Oriente baseado na forccedila material enquanto os orientais viviam mais de acordo com a Tradiccedilatildeo

Apesar dessa constataccedilatildeo de desastre Gueacute-non natildeo eacute pessimista Ele acredita que o mundo moderno estaacute chegando ao fim de um ciclo e que inevitavelmente uma civilizaccedilatildeo regenerada o sucederaacute As mudanccedilas cada vez mais raacutepidas mostram que estamos nos apro-ximando da ldquodissoluccedilatildeordquo e que o ciclo conti-nua seu movimento descendente Nesse iacutente-

rim passamos para o mundo digital e a acele-raccedilatildeo do tempo estaacute tomando proporccedilotildees desproporcionais apro-ximando-nos ainda mais do fim do ciclo

A noccedilatildeo de Tradiccedilatildeo Primordial eacute valorizada por muitos maccedilons Poreacutem devemos admi-tir uma concepccedilatildeo tatildeo limitadora como a de Gueacutenon Devemos qua-lificar como ele ilusatildeo psiacutequica a busca espiri-tual interior negando-lhe o poder de alcanccedilar a visatildeo desta dimensatildeo divina que estaacute em noacutes e que eacute o espelho da Tradiccedilatildeo Primordial Devemos rejeitar a ciecircncia quando as desco-bertas na fiacutesica quacircntica e experimentos EMC (estados alterados de consciecircncia) forccedilam os cientistas a questionar suas crenccedilas limitadas agraves leis do mundo visiacutevel Por um lado o mundo desceu ainda mais em um materialis-mo freneacutetico que potildee em perigo a espeacutecie e seu meio ambiente Por outro lado vemos cres-centes sinais de aspiraccedilatildeo a uma forma de vida

mais respeitosa com a natureza a mais cons-ciecircncia de um destino coletivo a mais espiri-tualidade sem dogma abrindo caminho para um novo ciclo de curso ainda distante Gueacute-non teve uma intuiccedilatildeo um tanto seca e o que falta agrave sua filosofia eacute a dimensatildeo do Amor que sem duacutevida ocupa um lugar central na Tradi-ccedilatildeo Primordial

Irmatildeo Andreacute NahumLoja Liberteacute nordm 1 - Lousanne - SuiccedilaFonte Jornal Alpina

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

gtgtgtgt

ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

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12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

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Page 12: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete12 O Malhete Dezembro de 2020

Autor Baltazar Ropero

MAS O QUE Eacute A PEDRA NEGRAA Pedra Negra eacute uma reliacutequia muccedilulmana que de acordo com a tradiccedilatildeo islacircmica data da eacutepoca de Adatildeo e Eva Eacute considerada pelos muccedilulmanos como uma pedra do paraiacuteso Ele estaacute localizado no canto leste da Kaaba o edi-fiacutecio de pedra cuacutebica para o qual os muccedilulma-nos se voltam para orar no centro da Grande Mesquita de Meca na Araacutebia Saudita A pedra tem cerca de 30 cm de diacircmetro e estaacute locali-zada a 15 metros do solo

Quando os peregrinos circulam pela Kaaba como parte do ritual do Hajj Tawaf muitos deles tentam se possiacutevel parar e beijar a Pedra Negra sete vezes imitando o beijo que segundo a tradiccedilatildeo islacircmica receberam do Profeta Muhammad A Pedra Negra eacute segun-do a tradiccedilatildeo um meteorito que o Arcanjo Gabriel deu a Abraatildeo De acordo com as cren-ccedilas islacircmicas ele desceu agrave terra mais branco que o leite mas os pecados dos filhos de Adatildeo o tornaram negro Abraatildeo e seu filho Ishmael o colocaram no canto leste quando terminaram de construir a nova Kaaba

A pedra quebrou-se em vaacuterios pedaccedilos devi-do ao calor causado durante um incecircndio em 683 As peccedilas satildeo unidas por uma moldura de prata que eacute fechada com pregos de prata A pedra foi roubada pela seita carmata em 930 e devolvida vinte anos depois

Em termos cientiacuteficos sua origem natural

tem sido muito debatida Foi descrito como uma pedra basaacuteltica aacutegata um pedaccedilo natural de vidro ou um meteorito esta uacuteltima opccedilatildeo a do meteorito eacute a mais popular e difundida No iniacutecio do seacuteculo 21 o Museu de Histoacuteria Natu-ral de Londres descartou a possibilidade de que fosse um meteorito optando pela sua ori-gem terrestre

E o que essa pedra significaIsso eacute contado no livro A Histoacuteria dos Pro-

fetas de Said Afandi al ShirkawiDurante a estada de nosso ancestral Adatildeo

no Paraiacuteso o Todo-Poderoso deu a ele um anjo da guarda Quando Adatildeo se aproximou da aacutervore de fruta-patildeo o anjo da guarda recu-ou de nosso ancestral Quando o Todo Pode-roso olhou para ele com graccedila o anjo ficou petrificado de vergonha

Quando Adatildeo deixou o Paraiacuteso por come-ter um erro e saborear a fruta-patildeo nosso ancestral levou consigo um anjo petrificado que a princiacutepio era de um branco deslum-brante e cujo esplendor era suficiente para iluminar toda a terra mas que mais tarde escu-receu no iniacutecio ser tocado por matildeos humanas pecaminosas e a luz nele se extinguiu

No Dia da Ressurreiccedilatildeo a preciosa Pedra Negra se tornaraacute novamente um anjo e teste-munharaacute por todos que a tocaram com reve-recircncia e uma alma pura buscando a satisfa-ccedilatildeo do Altiacutessimo

Depois de muitos anos o profeta Abraatildeo obedecendo ao Todo-Poderoso comeccedilou a lanccedilar as bases da Casa de Deus a Kaaba Ismael seu filho ajudou-o trabalhando as pedras e a argamassa E durante a construccedilatildeo

da Kaaba Abraham ouviu um chamado do lado do Monte Abu Kubais ldquoOacute Abraatildeo Eacute hora de devolver o que estaacute armazenado em mim Venha e pegue

Abraatildeo subiu a montanha Parte da monta-nha foi dividida e ele encontrou nela a Pedra Negra que havia sido escondida laacute pelo Pro-feta Noeacute ou pelo Arcanjo Gabriel Ele o tirou de laacute e o colocou no canto iemenita da Kaaba Ela (a pedra) foi glorificada com as palavras Yad Allahi fid-dunya (O Poder da Matildeo de Allah neste mundo)

Para todos aqueles que iniciam o contorno da Kaaba - tawaf - com pura convicccedilatildeo a sunnah (preferiacutevel) eacute tocar e beijar a Pedra Negra

Hoje eacute difiacutecil tocar e beijar Hajjar al Assu-ad devido ao grande nuacutemero de peregrinos Basta fazer um sinal de pedra com a matildeo e beijar a proacutepria matildeo e a sunnah eacute considera-da executada ao mesmo tempo

Diz-se que quem cumprir esta sunnah tanto quanto possiacutevel no Dia do Julgamento teraacute a intercessatildeo (shafat) da Pedra Negra a

seu favor E tambeacutem eacute dito que no dia da Mahshara (Ressurreiccedilatildeo) quando todos esti-verem em grande necessidade de intercessatildeo

e ajuda esta pedra seraacute uma testemunhaEsta eacute a tradiccedilatildeo de Hajjar al Assuad mas

apenas Allah conhece a verdadeNo siacutembolo maccedilocircnico a Pedra Cuacutebica

Pontiaguda eacute uma representaccedilatildeo da Pedra Filosofal (a figura de um machado no topo representa o hieroacuteglifo do Poacutelo)

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ldquo Entre os muccedilulmanos a peregrinaccedilatildeo atinge a hierarquia do dogma O Alcoratildeo afirma que todo crente pelo menos uma vez na vida deve visitar Meca para que segundo a tradiccedilatildeo sete voltas em torno da Pedra Negra da Kabaardquo

A PEDRA NEGRA DE MECA

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

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13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 13: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 13O Malhete Dezembro de 2020

E que relaccedilatildeo esta pedra tem com a Maccedilo-naria

No siacutembolo maccedilocircnico a laquoPedra tem um significado especial em que se destacam

GROSS STONEEacute a mateacuteria-prima indiferenciada ou ca-

os na iniciaccedilatildeo maccedilocircnica Portanto identifi-cado com o Aprendiz simboliza o trabalho espiritual que deve ser feito nele para eliminar suas imperfeiccedilotildees e destruir parcialmente seu individualismo fundamentalmente atraveacutes da disciplina do silecircncio

PEDRA DE FUNDACcedilAtildeOEacute a primeira pedra da construccedilatildeo locali-

zada no canto NE da mesma Existem trecircs outras pedras fundamentais localizadas nos trecircs acircngulos restantes sua ordem de coloca-ccedilatildeo sendo angular SE SW e NW Satildeo refle-xos do princiacutepio dominante do edifiacutecio sim-bolizado pela pedra angular A primeira pedra estaacute associada a Satildeo Pedro

O primeiro lugar que o maccedilom receacutem-iniciado ocupa na Loja eacute precisamente o acircngu-lo NE dele Eacute laacute que ele eacute colocado com os peacutes quadrados e onde eacute designado pelo nome de ldquoprimeira colunardquo referindo-se ao seu ldquotem-plo espiritualrdquo O acircngulo NE do pavimento em mosaico estaacute associado agrave virtude cardeal da temperanccedila Esta virtude deve ser de praacutetica constante em cada maccedilom dizem as instru-ccedilotildees do primeiro grau Estaacute intimamente rela-cionado com a guarda do coraccedilatildeo ou sobrie-dade o caminho de todas as virtudes e de todos os mandamentos de Deus

PEDRA PRINCIPALLocalizado no centro da base do edifiacutecio

entre as quatro pedras fundamentais estaacute loca-lizado logo abaixo da pedra angular forman-do o eixo vertical do edifiacutecio As relaccedilotildees da pedra fundamental com a pedra angular estatildeo ligadas agraves diferentes localizaccedilotildees da luz ou nuacutecleo da imortalidade O lugar que ocupa eacute o ponto de queda da pedra negra a

pedra angular eacute portanto seu aspecto terreno Seu simbolismo geral se refere agrave ideia polar

PEDRA ANGULARSimboliza o princiacutepio dominante do edifiacute-

cio Por estar localizado na cuacutepula da cuacutepula que o coroa tem uma forma especial e uacutenica que o diferencia de todos os outros e que impossibilita os construtores de compreender o seu destino Soacute uma categoria de construto-res diferente daquela daqueles que foram do quadrado agrave buacutessola conhece o seu papel Na alquimia eacute assimilado ao eacuteter bem como agrave pedra filosofal Devido ao seu formato soacute pode ser colocado pelo lado de fora Agraves vezes eacute representado na forma de um diamante

Tambeacutem estaacute relacionado com Lapsit exil-lis pedra falante (oraacuteculo) e com Lia Fail ou pedra do destino pedra da consagraccedilatildeo dos antigos reis da Irlanda e posteriormente dos da Inglaterra Em seguida tornou-se a pedra setiyah (ou fundamental) colocada no Tem-plo de Jerusaleacutem abaixo do local da Arca da Alianccedila marcando o centro do mundo Esta Pedra deve ser assimilada agrave Chave do Cofre do

Cosmos completoEm certo sentido pode ser identificado

com a palavra perdida que os Mestres procu-ram simbolizando a identidade verdadeira e secreta do GADU

PEDRA CUacuteBICANa Maccedilonaria simboliza o cumprimento

da obra Eacute o equivalente ao Sal dos alquimis-tas uma zona neutra na qual as influecircncias opostas que vecircm do Enxofre e do Mercuacuterio se encontram e se estabelecem A transiccedilatildeo da pedra bruta para a pedra cuacutebica represen-ta a elaboraccedilatildeo pela qual a individualidade deve passar para se tornar adequada para servir de suporte agrave realizaccedilatildeo da iniciaccedilatildeo Eacute o alquiacutemico trabalhar ateacute o alvo

PEDRA CUacuteBICA EM PUNTASua representaccedilatildeo no plano eacute a do

Tetraktys e o quadrado dos quatro (ternaacuterio superior e quaternaacuterio inferior) ambas figu-ras pelas quais os pitagoacutericos juravam Her-meticamente eacute a figura da laquoPedra Filosofalraquo Estaacute intimamente relacionado com o siacutembolo do Poacutelo quando se completa com um machado que aparece equilibrado no veacutertice visto que o machado eacute dito ser a figura do Poacutelo

As expressotildees inglesas Broached Thurnel e Diamond Ashlar possivelmente aludem a este siacutembolo Esta eacute a Pedra do Companheiro pois estaacute associada agrave ideia de uma subida da Terra (cubo) ao Ceacuteu (piracircmide) ou seja a passagem do quaternaacuterio para o ternaacuterio (Tetraktys) Esta pedra tambeacutem eacute encontrada no 30ordm grau do Rito Escocecircs Antigo e Aceito mas coberta com inscriccedilotildees em latim e hebraico

Extraiacutedo de Alexis Hatman Masonic Dicti-onary Barcelona 2007 p 151-157

Fonte httpsmasoneriaglobalcom

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A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

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Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

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14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 14: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete14 O Malhete Dezembro de 2020

A LUZ DO PRINCIacutePIO DO MUNDO E A LUZ DA MACcedilONARIA

Antes de adentrarmos no tema deste arti-go vamos primeiramente contextuali-zar sobre a criaccedilatildeo do Mundo e a cria-

ccedilatildeo da MaccedilonariaAo lermos a Biacuteblia Sagrada no Livro de

Gecircnesis no Cap 1 Vers 1rdquo diz No princiacute-pio Deus criou o ceacuteu e a terra e no Vers 2 diz A terra estava sem forma e vazia as trevas cobriam o abismo e o Espiacuterito de Deus pairava sobre as aacuteguas

Os capiacutetulos iniciais chamado de histoacuteria primeva eacute o mesmo que primeira primitiva antiga tem os temas cruciais para a feacute Cristatilde e podemos dizer que tem um contexto do Cristi-anismo com a Maccedilonaria quando essa foi cria-da com seus valores simboacutelicos

Percebemos que logo no iniacutecio da leitura de Gecircnesis jaacute existe ldquoalgordquo ao inveacutes do ldquonadardquo eacute a origem da vida do ser humano da separaccedilatildeo da luz das trevas da terra das plantas dos seres vivos das aves do casamento monogacirc-mico e da existecircncia do bem

Por outra comparaccedilatildeo relata-se tambeacutem que de acordo com a histoacuteria a Maccedilonaria sur-giu na Idade Meacutedia na eacutepoca de amplas cons-truccedilotildees em pedras como castelos muralhas catedrais etc a partir de uma espeacutecie de embriatildeo das associaccedilotildees as chamadas corpo-

raccedilotildees de ofiacutecio Nelas se reuniam os artesotildees medievais como alfaiates sapateiros e ferrei-ros que guardavam suas teacutecnicas a sete cha-ves

Voltando em Gecircnesis laacute temos o princiacutepio de tudo A palavra Gecircnesis vem da origem ldquoHe-braicardquo escrito por Moiseacutes Entatildeo Deus orde-nou a Moiseacutes a escrever e tudo foi escrito a partir do livro de Gecircnesis Ecircxodo Leviacutetico Nuacutemeros a Deuteronocircmio ou seja o Pentate-uco que eacute composto pelos cinco primeiros livros da Biacuteblia hebraica cuja autoria eacute atribu-iacuteda a Moiseacutes

Jaacute a palavra Maccedilonaria vem do Francecircs Maccedilom que quer dizer pedreiro daiacute vem o nome original ldquoMaccedilonaria Livrerdquo ou ldquoFree-masonryrdquo em inglecircs Entatildeo A Franco-Maccedilonaria estabeleceu-se em 24 junho de 1717 quando quatro lojas de Londres se reu-niram na taverna ldquoO Ganso e a Grelhardquo no adro da igreja de Satildeo Paulo Formaram a pri-meira Grande Loja do mundo

Podemos fazer duas contextualizaccedilotildees entre a criaccedilatildeo do Mundo e a criaccedilatildeo da Maccedilo-naria A primeira De acordo com a tradiccedilatildeo Judaico-cristatilde Moiseacutes foi um instrumento de Deus para libertar os Hebreus tido por eles como seu principal legislador e um dos mais importantes liacutederes religiosos A Biacuteblia o deno-mina sendo o ldquomais humilde do que todos os homens que havia sobre a face da terrardquo (Nuacute-meros 123) e em 1796 Manuel Arruda Cacircma-ra fundou a Sociedade Secreta Areoacutepago de Itambeacute primeira loja maccedilocircnica do Brasil que difundiu ideias libertaacuterias contra a repressatildeo colonial O GOB (Grande Oriente do Brasil) fez a Independecircncia do Brasil como o maior acontecimento da Naccedilatildeo

A segunda Moiseacutes queria explicar a Lei a

origem de todas as coisas que proveacutem do Deus Criador Ele (Deus) natildeo opera sobre alguma coisa preexistente Ele cria sem que haja algo do qual por Ele jaacute havia sido criado Deus cria tudo do nada que eacute expressada pelo termo em latim ldquoNIHILOrdquo que significa ldquodo nada nada acontecerdquo ou em termos mais simples ldquonada surge do nadardquo Jaacute o grande momento lendaacute-rio Maccedilocircnico eacute a construccedilatildeo do Templo de Salomatildeo Ele simboliza o iniacutecio da Maccedilonaria como a conhecemos nos dias atuais porque uniu as duas divisotildees os espuacuterios que encara-vam a Maccedilonaria mais como praacutetica de enge-nharia foram os construtores e os puros que a viam mais como uma religiatildeo foram os sacerdotes do rei Salomatildeo

Agora iniciamos a contextualizaccedilatildeo sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria Em Joatildeo 11-5 pode-se confirmar o que Moiseacutes jaacute havia escrito sobre os ldquoOs Misteacuterios da Cria-ccedilatildeo do Mundordquo Este evangelho trata-se da exposiccedilatildeo da verdadeira Luz do Mundo Dessa forma Moiseacutes tem que comeccedilar a escrever ou falar sobre a origem de todas as coisas sobre o princiacutepio do Universo ou seja quando Deus disse ldquohaja Luz e houve luzrdquo (Geacutenesis 13) enquanto que nos ldquoMisteacuterios da Criaccedilatildeo da Maccedilonariardquo historiadores acredi-tam que os pedreiros itinerantes da Idade Meacutedia foram os verdadeiros antecessores da nossa ordem

Seus conhecimentos de como construir grandes construccedilotildees como castelos e igrejas os deixavam em posiccedilatildeo privilegiada eles tinham autonomia dentro dos reinos mas tam-beacutem ficavam proacuteximos do poder ldquoapadrinha-dosrdquo por Reis e pelo Clero

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Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

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1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

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Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

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Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

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1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

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10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

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Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

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Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 15: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 15O Malhete Dezembro de 2020

Quando voltamos ao evangelho de Joatildeo este leva-nos ao princiacutepio de todas as coisas e aprofundando no relato em Gecircnesis o autor nos mostra o pano de fundo ldquoda criaccedilatildeo do mundordquo e pode ser corroborado no evangelho de Joatildeo 812 quando Jesus falou Eu sou a Luz do mundo quem me segue natildeo andaraacutes nas trevas mas teraacute a Luz da vida e nos entendi-mentos Maccedilocircnicos mais precisamente no seacuteculo XVIII a nossa Ordem comeccedilou a se estabelecer em Grandes Lojas que passaram a aceitar cada vez mais gente de diversas profis-sotildees e posiccedilotildees sociais

A sabedoria operativa que era de erguer templos e castelos e deu espaccedilo agrave sabedoria especulativa filosoacutefica

No seacuteculo XIX duas Grandes Lojas europe-ias viraram referecircncias a Grande Oriente da Franccedila e a Grande Loja Unida da Inglaterra

Entatildeo a partir daqui inicia-se a grande reve-laccedilatildeo A Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria

A Luz veio ao mundo mas os homens ama-ram as trevas e natildeo a Luz porque as suas obras eram maacutes Quem praticava o mal odiava a luz e natildeo se aproxima da Luz temendo que as suas obras fossem manifestadas Mas quem pratica a verdade vem para a Luz para que se veja claramente que as suas obras sejam realizadas por intermeacutedio de Deus (Joatildeo 3-1921)

Ao fazermos uma analogia sobre a Luz do Mundo e a Luz da Maccedilonaria todo Maccedilom crecirc em um Ser Supremo o qual eacute denominado de ldquoGrande Arquiteto do Universordquo (DEUS) pois acreditamos que o projeto da construccedilatildeo do Universo eacute um imenso plano arquitetocircnico com acabamento Majestoso e Divino

Para que natildeo haja nenhuma desordem entre as religiotildees que reverenciam a Deus a Maccedilo-naria almeja a Uniatildeo de todos para o bem comum independente da religiatildeo

Diante do contexto a Luz eacute uma palavra importante na Maccedilonaria transmitindo sob um sentido mais amplo do que imagina a maior parte dos leitores A Luz eacute um aconteci-mento e eacute o primeiro de todos os Siacutembolos apresentados ao Neoacutefito (novo maccedilom) em que permanece a ser-lhe apresentado em toda a sua carreira Maccedilocircnica

A Maccedilonaria menciona em seu ritual uma equiparaccedilatildeo daquela criada por Deus Encon-tramos no Livro ldquoGecircnesisrdquo 13-5 aquilo que Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez

Deus viu que a luz era boa Deus sepa-rou a luz das trevas Agrave luz Deus chamou de ldquodiardquo e agraves trevas chamou de ldquonoiterdquo Houve uma tarde e uma manhatilde Foi o primeiro dia

Assim a equipara-ccedilatildeo da LUZ na Maccedilo-naria natildeo se trata da Luz material aquela que eacute acionada por meio de um botatildeo na Loja poreacutem trata-se de uma Luz sim-boacutelica profunda sig-nificando sabedoria c o n h e c i m e n t o e razatildeo

Entatildeo na Maccedilonaria quando um profano ldquorecebe a Luzrdquo quando eacute Iniciado constitui em receber as informaccedilotildees e os misteacuterios proacuteprios que satildeo ocultados na ordem Maccedilocircnica que somente satildeo revelados no ato da cerimocircnia de sua iniciaccedilatildeo e depois continua pelos graus Maccedilocircnicos numa verdadeira jornada em busca da verdade oculta Entatildeo eacute o primeiro dia do novo Maccedilom

Nesta revelaccedilatildeo aos novos Maccedilons (apren-dizes) a palavra ldquoLuzrdquo tem o significado de verdade conhecimento ciecircncia sabedoria instruccedilatildeo e praacutetica de todas as virtudes e isso eacute corroborado pela enciclopeacutedia da Maccedilonaria quando o autor (Albert G Mackey) escreve que ldquoA Luz eacute o elemento dissipador das trevas Eacute o sinocircnimo de verdade sabedoria liberdade conhecimento e de redenccedilatildeo Quando um can-didato ao ingressar na Instituiccedilatildeo Maccedilocircnica passa pela Iniciaccedilatildeo e adentrando no Templo recebe a Luz significando que os misteacuterios ser-lhe-atildeo reveladosrdquo

Dessa forma ao ldquoreceber a Luzrdquo natildeo se refe-re a pura e simples ldquoLuz Materialrdquo mas sim de forma figurada Eacute a verdadeira Luz da Maccedilo-naria e como dizem vaacuterios historiadores esta Luz se propaga ao longo da jornada Maccedilocircnica no desenvolvimento do Irmatildeo na Ordem

Nesse contexto entre a Luz do princiacutepio do Mundo e a Luz da Maccedilonaria traduz-se pri-meiramente em uma igualdade do Mundo

entre os povos que caminhavam nas Trevas e que viram uma grande Luz e sobre os que vivi-am na terra da sombra da morte e raiou uma luz (Isaiacuteas 92) e daqueles povos que andam nas Trevas do Mundo e que entram na Maccedilonaria e que recebem a Luz gloriosa do Mundo que assim podemos definir em latim ldquoSic Transit Gloria Mundirdquo que significa assim transita a gloacuteria do mundo

Entatildeo o profano que entra na Maccedilonaria eacute como se saiacutesse das trevas do mundo e pene-trasse em um novo dia numa nova vida aban-donando a escuridatildeo simboacutelica da estupidez e da ignoracircncia encontrando uma nova Luz que o conduziraacute para sempre nos misteacuterios Maccedilocirc-nicos

Dessa forma e realizando finalmente uma analogia entre o Princiacutepio do Mundo e da Maccedilonaria Entatildeo Deus disse ldquoFaccedila-se a luzrdquo E a luz se fez Na Maccedilonaria na Iniciaccedilatildeo diz o VM ldquoNo princiacutepio do mundo disse o GADU Faccedila-se a Luz e a Luz foi feita e a Luz seja dada ao Neoacutefitordquo

Por fim compreendemos que a Maccedilonaria segue os princiacutepios biacuteblicos da Luz do Mundo escritos por Moiseacutes revelados por Deus e escritos a partir do livro de Gecircnesis

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

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Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 16: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete16 O Malhete Dezembro de 2020

1 INTRODUCcedilAtildeO

Abordar a histoacuteria e a formaccedilatildeo da Ordem DeMolay eacute relativamente faacutecil ela foi iniciada com uma visatildeo

de grande importacircncia sendo uma ordem filo-soacutefica iniciaacutetica e fraternal tendo como meta apoiar jovens masculinos que precisavam de um conviacutevio social apoacutes a grande Guerra mas natildeo eacute somente disto que se trata este grande movimento

Sendo uma entidade apoiada pela maccedilona-ria ela deve entre outras coisas contemplar o livre desenvolvimento a formaccedilatildeo de caraacuteter o apoio aos amplos padrotildees cientiacuteficos e prin-cipalmente iniciar nosso jovem em uma visatildeo de mundo para o bem de nossa sociedade

Sendo esta uma prerrogativa forte estabe-lecer novas bases estamos sempre valorizan-do e caminhando com nossos jovens mas somente isto natildeo basta ele deve buscar sua evoluccedilatildeo um trabalho interno onde o DeMo-lay se confronta em vaacuterios momentos enten-dendo que suas transformaccedilotildees satildeo exteriores mas tambeacutem mental e intelectual

Quando se eacute iniciado nesta ordem um jovem natildeo deixa de ser o jovem mas agora ele

carrega mais uma consideraccedilatildeo consigo eacute futuro forccedila providencia ele agora eacute um pro-pagador de relaccedilotildees que satildeo laccedilos firmes e vatildeo ser estreitados para o resto de sua vida e que vatildeo lhe fazer evoluir se assim desejar

Ningueacutem eacute obrigado a participar da Ordem DeMolay mas se assim o fizer entenda deve se inserir de coraccedilatildeo corpo e alma levando mais adiante e com razatildeo todos os ensinamen-tos porque ao se tornar DeMolay muito eacute visto neste jovem ele eacute o que esperamos de uma sociedade mais justa e perfeita longeva e principalmente mais coerente

Para ser tudo isto o jovem iniciado deve levar em consideraccedilatildeo algumas situaccedilotildees con-diccedilotildees mensagens e ter um perfil que vai fazer este futuro homem se elevar como ser huma-no por isto trabalhamos virtudes honramos nossas leis e ainda mais respeitamos nossa irmandade

2HISTOacuteRIACriada nos moldes da cavalaria templaacuteria a

Ordem DeMolay preserva ensinamentos ser um jovem que usa capa natildeo eacute uma brincadeira um momento de diversatildeo ou um mero passa-tempo este que estaacute participando eacute um repre-sentante fiel de tudo que eacute mais digno e sagra-do dos antigos ensinamentos daqueles homens que deram suas vidas fizeram histoacute-ria e mais ainda mantiveram uma moral e suas virtudes firmes diante de accedilotildees contraditoacuterias

Este texto natildeo busca rememorar os fatos e as dataccedilotildees histoacutericas templaacuterias menos ainda ficar ancorando suas palavras nas con-firmaccedilotildees importantes de fortalecimento histoacuterico dos grandes organizadores da

ordem mas sim lembrar aos participantes da Ordem DeMolay que os valores satildeo para a vida e aleacutem dela

Assim como os templaacuterios natildeo eram um clube de relaccedilotildees de conversa esta entidade tambeacutem natildeo eacute afinal dentro desta assim como a ordem templaacuteria muito se trabalha e se dig-nifica o caminhar e as relaccedilotildees de moralidade e eacutetica sendo estes valores aplicados compre-endidos e ainda mostrados diante de todos

Natildeo tenha vergonha de ser um participante da Ordem DeMolay porque na histoacuteria recen-te podemos ver grandes personalidades que fizeram pela ordem e depois levaram para o mundo aquilo que era fundamental para con-tribuir com mudanccedilas positivas e pelo bem de todos

Um iniciado aquele que honra seu jura-mento veste a capa (dentro e fora da ordem) e metaforicamente estaacute fazendo tudo que for de mais uacutetil estaacute elevando as virtudes e contribu-indo de verdade para o bem de sua Naccedilatildeo de seus irmatildeos e de seus pensamentos

Por isto devemos nos deter em uma profun-didade de conhecimentos que nos permitem ser algueacutem melhor um DeMolay natildeo passa pela ordem como um periacuteodo de modismo imagine se os antigos templaacuterios pudessem viver de modismos Este que ali se encontra em ritualiacutestica em participaccedilatildeo apoio ao estu-do caridade eacute um verdadeiro homem que faz o que for melhor para ele e para todos que o cercam

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QUANDO SOU DEMOLAY

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

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12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 17: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 17O Malhete Dezembro de 2020

Natildeo deixe que os falsos paradigmas o ilu-dam em resplandecentes modernidades que nada contribuem para a evoluccedilatildeo do caraacuteter da moralidade e da honradez afinal como diz o ditado vatildeo-se os aneacuteis mas ficam os dedos e no final de tudo o que lhes sobra eacute aquilo que realmente pode usar para continuar suas lutas pelo bem

Olhe e veja a histoacuteria eacute um elemento forte que nos resguarda de futuros incautos se os antigos templaacuterios foram injusticcedilados como pessoas sua moralidade e sua perseveranccedila resistiu e nosso mundo precisa se basear em verdades que sejam coerentes por isto a Ordem DeMolay escolheu estes antigos sol-dados como referecircncia eles se foram mas seus pensamentos seguem firme e devem ser destacados

21 A Moral e Eacutetica de um DeMoayQuando satildeo compreendidas as sete virtu-

des dentro da Ordem DeMolay (Amor Filial Reverecircncia pelas Coisas Sagradas Cortesia Companheirismo Fidelidade Pureza e Patri-otismo) natildeo satildeo palavras jogadas ao vento ou meras ilustraccedilotildees para decorar e depois espe-rar a hora de recitar como um poema eacutepico que deve ser lembrado

Isto estaacute intrinsecamente relacionado ao desempenho como ser humano veja que para se obter o reconhecimento destas virtudes e mais ainda para aplicar devemos nos balizar em um senso de justiccedila de forccedila moral e eacutetica que poucos podem suportar

Aquele que natildeo sabe de onde obter tais refe-recircncias pode contar com seus irmatildeos tios ou outras pessoas na sociedade para que tenha uma ideia de como evoluir mas o mais impor-tante de tudo isto eacute realmente aplicar e ser um DeMolay com a mais profunda verdade de suas accedilotildees

Natildeo cabe para um iniciado viver uma vida dupla de accedilotildees palavras atitudes por uma questatildeo simples e loacutegica este tipo de vida natildeo se sustenta por muito tempo logo a pessoa cansa de ser duas faces da mesma moeda e resolve escolher em qual lado sua atitude vai fluir

Para deixar claro vamos lembrar algumas ideias de pensadores sobre o que seria a eacutetica e moral e como ela pode ser aplicada dentro das virtudes de um verdadeiro DeMolay

Segundo Stukart a eacutetica eacute uma palavra que vem do grego ETHOS que significa estudo de caraacuteter juiacutezo do ser humano e reflete sobre a situaccedilatildeo vivida para ele ldquoA eacutetica natildeo analisa o que o homem faz como a psicologia e a sociologia mas o que ele deveria fazer Eacute um juiacutezo de valores como virtude justiccedila felici-dade e natildeo um julgamento da realida-derdquo STUKART (2003 p14)

Ter eacutetica eacute uma condiccedilatildeo do homem mas aplicar e ainda unificar esta eacutetica dentro de uma organizaccedilatildeo eacute algo que exige forccedila de von-tade por isto natildeo se pode viver em desarmo-nia ou este jovem faz de sua via uma verdade em termo de conduccedilatildeo ou abandona seus rumos vivenciados com seus irmatildeos de Ordem

A eacutetica e a moral historicamente satildeo consti-

tuiacutedas pelo processo de mudanccedila entre as sociedades e as eacutepocas ldquo[] as dou-trinas eacuteticas fundamentais nascem e se desenvolvem em diferentes eacutepocas e sociedades como respostas aos proble-mas baacutesicos apresentados pelas rela-ccedilotildees entre os homens e em particular pelo seu comportamento moral efeti-vordquo (VAacuteZQUEZ 2008 p 267)

Por isto que a Ordem DeMolay se manteacutem em constante estudo observamos que nossa moral e nossa eacutetica satildeo uma resposta para os problemas que nossos jovens observam diante de si e dentro desta fraternidade acabam por adquirir forccedila e uniatildeo para seguir adiante ao olhar ao seu redor estatildeo ali dispostos juntos outros irmatildeos espelhos se refletem como iguais na mesma busca por melhorias

Moral vem do latim mos moris que signifi-ca ldquomaneira de se comportar regulada pelo usordquo daiacute ldquocostumerdquo e de moralis morale adjetivo usado para indicar o que eacute ldquorelativo aos costumesrdquo Jaacute eacutetica vem do grego ethos que tem o mesmo significado de ldquocostumerdquo

Isto denota que mesmo estando diante de uma sociedade iniciaacutetica fraterna estamos ali desenvolvendo maneiras e costumes visatildeo de mundo que pode contribuir para uma evolu-ccedilatildeo nos diferentes segmentos mas natildeo pode-mos abandonar nosso jovem eacute ele que hoje recebe reforccedila e amanhatilde propaga estes ideais

Kant analisando os princiacutepios da consciecircn-cia moral destacou que a vontade humana eacute verdadeiramente moral quando regida por imperativos categoacutericos que satildeo assim cha-mados por serem incondicionados absolutos voltados para a realizaccedilatildeo da accedilatildeo tendo em vista o dever indicando ainda que viver de forma justa e eacutetica eacute viver pela razatildeo

Por isto sabemos que nosso jovem deve tra-balhar elementos como caridade boa educa-ccedilatildeo estudo forccedila de vontade satildeo estas situa-ccedilotildees que acabam elencando razotildees individua-is para persistir afinal o ser humano eacute influen-ciado por suas vontades

A felicidade eacute um tema em constante busca por isto o humano troca de foco em sua jorna-da mas natildeo precisa trocar suas bases para

seguir caminhando em busca da felicidade eacute neste ponto que podemos ver a accedilatildeo de tal gru-po a perseveranccedila de valores que elevam o DeMolay e o fortificam na busca pela paz de espiacuterito em sua jornada

Mesmo com o tempo decorrido um verda-deiro iniciado jamais esquece que suas virtu-des quando bem trabalhadas vatildeo ser sempre dignificadas porque ele sabe que na constru-ccedilatildeo de sua identidade como ser humano e mais ainda como algueacutem que honrou a Ordem DeMolay ele vai seguir fiel depositaacuterio daqui-lo que eacute correto para sua vida

3 CONCLUSAtildeOQuando se eacute um legiacutetimo DeMolay destes

que olham para sua caminhada e observam que a capa os cargos ou ainda o tempo de reu-niotildees natildeo foi a diferenccedila mas sim as virtudes a amizade a caridade e tudo aquilo que o con-junto dos irmatildeos contruiu e ainda faz parte de sua vida entatildeo ele se sente edificado como ser humano se sente melhor como amigo filho irmatildeo sobrinho porque carrega consigo um pouco de cada um dos que passaram pela sua vida e aleacutem de tudo deixou muito de sua marca mais positiva na jorna que fez

Quando se eacute um legiacutetimo iniciado que sabe aplicar sua moral e eacutetica sem temer represaacuteli-as ou sem ter que viver de forma dupla vive o mais sublime dos ensinamentos a evoluccedilatildeo interna pois este que vestiu capa vestiu ainda mais a boa conduta a forccedila de vontade e a dig-nidade para se tornar um homem de razatildeo

Quem passa pela Ordem DeMolay e se torna um verdadeiro iniciado do mundo DeMolay natildeo esquece que por mais longe que vaacute por mais discursos que escute ou por mais coisas que veja lembra desta maacutexima de Walt Disney ldquoQuem dera focircssemos apenas homens mas somos DeMolaysrdquo E assim sem-pre haacute de lembrar aquilo que eacute mais profundo o que estaacute guardado em seu coraccedilatildeo as virtu-des sua moral eacutetica e sua paixatildeo por ser um DeMolay

4 BIBLIOGRAFIA 1 ABBAGNANO Nicola Dicionaacuterio de Filosofia Satildeo Paulo

Martins Fontes 1998 2 APEL Karl-Otto Estudos de Moral Moderna Petroacutepolis Vozes

19843 ARISTOacuteTELES Eacutetica a Nicocircmaco Satildeo Paulo Abril Cultural

1979 (Os Pensadores)4 CORTINA A Cidadatildeos do Mundo para uma teoria da cidadania

Satildeo PauloEdiccedilotildees Loyola 20055 DICIONAacuteRIO AUREacuteLIO BUARQUE DE HOLANDA

FERREIRA Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 6 GINZBURG Carlo O queijo e os vermes o cotidiano e as ideias

de um moleiro perseguido pela Inquisiccedilatildeo Satildeo Paulo Companhia das Letras 2006

7 KANT I Criacutetica da Razatildeo Pura Satildeo Paulo Abril Cultural 1980 (Os Pensadores)

8 KORTE Gustavo Iniciaccedilatildeo agrave Eacutetica Satildeo Paulo Juarez Oliveira 1999

9 LE GOFF Jacques As raiacutezes medievais da Europa Traduccedilatildeo de Jaime A Clasen 2 ed Petroacutepolis Vozes 2007

10 MORRISSON Ceacutecile Cruzadas Traduccedilatildeo de William Lagos 1 ed Porto Alegre L E Pm Editores 2011

11 PIAGET Jean O juiacutezo moral na crianccedila Satildeo Paulo Summus 1994

12 READ Piers Paul Os Templaacuterios A Histoacuteria dramaacutetica dos Templaacuterios a mais poderosa Ordem Militar dos Cruzados Rio de Janei-ro Imago 2001

13 STUKART Herbert Lowe ndash Eacutetica e Corrupccedilatildeo ndash Os benefiacutecios da conduta eacutetica na vida pessoal e empresarial Satildeo Paulo - Editora Nobel ndash 2003

14 VAacuteZQUEZ Adolfo Sanchez ndash Eacutetica ndash Rio de Janeiro - Editora Civilizaccedilatildeo Brasileira ndash 2008

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 18: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete18 O Malhete Dezembro de 2020

Por Irmatildeo Felipe Woichejosky

A cruz eacute considerada um dos siacutembo-los mais importantes da Igreja Catoacute-lica Romana Sua presenccedila rege todas as celebraccedilotildees lituacutergicas catoacute-

licas Seu sinal eacute usado pelos crentes que ao entrarem em seus templos ungem o polegar de sua matildeo direita com aacutegua benta e fazem um sinal em seu peito que imita a forma de uma cruz

A estrutura da maioria das igrejas catoacutelicas eacute projetada em forma de cruz

Durante a missa o sacerdote faz o sinal-da-cruz 16 vezes e abenccediloa o altar com o mesmo sinal 30 vezes Este e os inuacutemeros detalhes que poderiam ser discutidos natildeo deixam duacutevi-das que a cruz eacute considerada pelos catoacutelicos como um siacutembolo digno de adoraccedilatildeo

As igrejas protestantes em sua maioria natildeo acreditam em fazer o sinal da cruz com os dedos Nem se ajoelham diante dela ou fazem dela um objeto de adoraccedilatildeo Eles consideram essas coisas supersticcedilotildees e natildeo tecircm fundamen-to biacuteblico

A anaacutelise das evidecircncias histoacutericas revela claramente que a cruz eacute um siacutembolo de origem pagatilde Os primeiros cristatildeos natildeo viam a cruz como um siacutembolo de honra ou virtude mas como um instrumento de vergonha e morte (Hb 12-2)

Eacute a partir do momento em que o Cristianis-mo comeccedila a se misturar com o paganismo que a cruz se torna um siacutembolo cristatildeo Um fato marcante que originou o culto agrave imagem da cruz estabelecendo-se firmemente na Igre-ja apoacutestata foi a famosa visatildeo da cruz e a

conversatildeo do imperador romano Constanti-no I o Grande (Flavius Valerius Constantine 274-337dC) A evidecircncia de como Constan-tino misturou paganismo e cristianismo pode ser vista nas moedas que ele cunhou durante seu periacuteodo Sobre eles colocou uma cruz de um lado (para agradar aos cristatildeos professos) e representaccedilotildees de Marte ou Apolo do outro

Constantino pensava - com bom senso - que a adoccedilatildeo da cruz como emblema de seus exeacuter-citos promoveria a unidade de suas tropas Os cristatildeos apoacutestatas pensariam que estavam lutando pela cruz de Cristo enquanto os pagatildeos mitraicos natildeo fariam reivindicaccedilotildees porque a cruz de luz tambeacutem era um de seus siacutembolos sagrados Foi assim que os chama-dos cristatildeos pagatildeos e mitraiacutestas do exeacutercito de Constantino lutaram juntos e com sucesso em inuacutemeras batalhas Somente no ano 431 d de C o uso de cruzes foi introduzido em igrejas e quartos enquanto o uso das cruzes nas cuacutepu-las natildeo chegou ateacute o ano 586 d de C A posse de crucifixos nas casas foi ordenada pelo segundo Conciacutelio de Eacutefeso

Qual entatildeo eacute a origem da cruzSeacuteculos antes da era cristatilde a cruz jaacute era

venerada como siacutembolo religioso pelo povo da Babilocircnia Os historiadores dizem que eacute um siacutembolo associado a Tammuz

O que hoje eacute conhecido como a cruz cristatilde natildeo era originalmente um siacutembolo cristatildeo mas o siacutembolo miacutestico dos caldeus feniacutecios egiacutepcios e ateacute mexicanos em sua forma origi-nal do T inicial de Tamuz

Os reis da Assiacuteria mostram documentos antigos usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como alguns estrangeiros que lutaram contra os egiacutepcios Esses guerreiros usavam uma pequena cruz pendurada no pes-coccedilo ou colares

Agrave medida que se espalhou por povos e

naccedilotildees o culto da cruz assumiu outras formas e foi usado de vaacuterias maneiras Na China a cruz eacute reconhecida como um dos objetos mais antigos Eacute encontrada em seus pagodes pinta-da nas lacircmpadas usadas para iluminar os loca-is mais sagrados de seus templos

A cruz tem sido um siacutembolo sagrado na Iacutendia por muitos seacuteculos entre os natildeo-cristatildeos Ao norte desta naccedilatildeo a cruz eacute usada para mar-car os vasos de aacutegua sagrada que satildeo extraiacutedos dos rios Indus e Ganges Entre os hindus a cruz era considerada sagrada para seu deus Agni Budistas e vaacuterias outras seitas na Iacutendia marcaram seus seguidores com o sinal da cruz em suas cabeccedilas

Numerosas cruzes de pedra datadas de mui-tos seacuteculos aC foram encontradas no territoacute-rio central

Em Susa (Abissiacutenia) os nativos submer-gem cruzes no rio Gitche As mulheres cabi-las embora muccedilulmanas fazem tatuagens em forma de cruz entre os olhos Os yaricks que estabeleceram uma linha de reinos do Niacuteger ao Nilo tinham o sinal da cruz pintado em seus escudos

Quando os espanhoacuteis desembarcaram no Meacutexico descobriram com espanto que o siacutem-bolo sagrado de sua proacutepria feacute era um objeto de adoraccedilatildeo nos templos de Anahuac Em Palenque fundada no seacuteculo IX aC existe um templo pagatildeo denominado o templo da cruz No pedestal do altar haacute uma cruz inscrita exa-tamente no centro que mede dois metros e meio por onze metros

No ano 46 aC As moedas romanas mostra-vam Juacutepiter carregando um longo cetro que terminava em uma cruz As virgens vestais da Roma pagatilde usavam uma cruz pendurada em seus colares assim como as freiras da Igreja Catoacutelica Romana usam atualmente

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UMA BREVE HISTOacuteRIA DA CRUZ

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 19: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 19O Malhete Dezembro de 2020

Como instrumento de morte o uso da cruz eacute igualmente antigo e pagatildeo A cruz foi usada no passado como forma de puniccedilatildeo por crimes notoacuterios no Egito Assiacuteria Peacutersia Palestina Cartagena Greacutecia e Roma A crucificaccedilatildeo natildeo era um meacutetodo de execuccedilatildeo grego ou judaico A invenccedilatildeo deste meio de puniccedilatildeo eacute atribuiacuteda a uma mulher a Rainha Semiramis a matildee de todas as virgens

O prisioneiro pregado a uma cruz de made-ira morreu dolorosa e lentamente de fome e sede exposto agrave accedilatildeo dos elementos As cruzes usadas para esse propoacutesito tinham na verda-de a forma de um X (X) A palavra cruz na Biacuteblia eacute traduzida por stauros que tem sua raiz em sta que significa permanecer em peacute Em seu Dicionaacuterio do Novo Testamento WE Vine diz que a palavra grega stauros significa sim-plesmente uma estaca vertical e deve ser dis-

tinguida da forma eclesiaacutestica das duas traves-sas (que se originou na antiga Caldeacuteia) e foi usada como um siacutembolo do deus Tammuz (na forma miacutestica de Tau a inicial de seu nome) Essa forma cruel de execuccedilatildeo atingiu niacuteveis de horror

Dario I da Peacutersia crucificou milhares de rebeldes babilocircnios ao mesmo tempo Marcus Lycianus Crassus crucificou cerca de seis mil escravos ao longo de vaacuterios quilocircmetros da estrada de Roma a Caacutepua que apresentou uma visatildeo assustadora e seacuteria de homens morrendo pouco a pouco em meio a um tormento dolo-roso

Este meio de puniccedilatildeo foi abolido por Cons-tantino por razotildees oacutebvias e conveniecircncia poliacute-tica

Considerando esse pano de fundo vale a pena perguntar se a cruz eacute um siacutembolo cristatildeo

digno de ser reverenciado Acho que a respos-ta eacute simples Natildeo

Jesus morreu crucificado no que foi um instrumento de morte firmemente enraizado em tempos de paganismo O que pensariacuteamos se Jesus tivesse recebido a morte hoje por meio de uma cadeira eleacutetrica Este dispositivo seria um siacutembolo que merece ser reverencia-do Aqueles que hoje usam uma cruz a usari-am no pescoccedilo

A presenccedila da cruz na Igreja Catoacutelica eacute ape-nas um dos muitos vestiacutegios das antigas reli-giotildees e costumes pagatildeos assim como seus santos virgens e rituais Isso seraacute objeto de anaacutelise em outra ocasiatildeo

Fonte Revista Hiram Abif

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete22 O Malhete Dezembro de 2020

Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 20: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete20 O Malhete Dezembro de 2020

Antes de falar do tema faz-se necessaacuteria a explicaccedilatildeo do que significa a palavra ldquoconsu-

etudinaacuteriordquoOs Irmatildeos operadores do Direito tem fami-

liaridade com este conceito juriacutedico De forma simplificada satildeo normas regras leis funda-mentadas em praacuteticas condutas e comporta-mentos de grupos sociais que resultam em direitos que natildeo tiveram seus tracircmites legais passados por Cacircmaras Legislativas Em outras palavras o que se pratica como um haacutebi-to usual e se transforma em costume de um povo

Haacute vaacuterios exemplos na sociedade Muitos comerciantes aceitam o cheque preacute-datado como uma operaccedilatildeo de creacutedito apesar de natildeo ser regulamentada por lei Na cidade mineira de Barbacena existe a Praccedila dos Andradas Mas toda a populaccedilatildeo a trata como Praccedila dos

Macacos porque no passado era repleta de micos-estrela Em tempos passados a presen-ccedila de um fio de bigode junto a um contrato era o avalista de confianccedila

Mas o que vem a ser Consuetudinaacuterio Maccedilocircnico Simplesmente nossos Usos e Cos-tumes

A proacutepria expressatildeo resulta de nossa ori-gem inglesa tendo em vista a forte influecircncia dos costumes britacircnicos em doutrinas e deci-sotildees na aacuterea juriacutedica

Todavia haacute que se separar de um lado os usos e costumes e de outro os desvirtuamen-tos praticados no acircmbito maccedilocircnico

A PRAacuteTICA DE USOS E COSTUMES

NAtildeO PODE PRESCINDIR DOS RITUAISO Maccedilom deve praticar o rito no qual foi

iniciado Natildeo haacute um rito melhor do que outro Mas mesclar ritualiacutesticas eacute uma forma de degradaccedilatildeo

Em determinado rito haacute o acendimen-toabafamento das velas Eacute bonito Sim mas natildeo pode ser praticado em sessotildees que natildeo trabalham com o referido rito

As Lojas satildeo autocircnomas e soberanas para decisotildees internas Mas estando sob a jurisdi-ccedilatildeo de uma PotecircnciaObediecircncia natildeo podem recorrer ao ldquoUso e Costumerdquo da Oficina para natildeo fazer a leitura de Atos Decretos e Circula-res e natildeo se comprometer com os projetos da

Instituiccedilatildeo MaterOs Irmatildeos satildeo Homens Livres mas natildeo

podem invocar ldquoUsos e Costumesrdquo pessoais e entrar em Loja usando tecircnis branco com calccedila jeans sob o balandrau Ele pode ser livre mas principalmente deve ter bons costumes

O V E R D A D E I R O CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO OU SEJA NOSSOS USOS E COSTUMES DEVEM SER A PRAacuteTICA CONSTANTE E R E I T E R A D A D E A Ccedil Otilde E S INTEGRADORAS QUE RESULTAM EM BENEFIacuteCIO COLETIVO E A CONVICCcedilAtildeO I N D I V I D U A L D E Q U E O C O M P O R TA M E N T O D Eacute V E S E R ADEQUADO AO PROPOacuteSITO PELO QUAL NOS REUNIMOS

Neste deacutecimo quarto ano de compartilha-

mento de instruccedilotildees maccedilocircnicas continuamos a incentivar os Irmatildeos ao estudo reflexatildeo e principalmente pelo momento em que vive-mos a fraternidade solidaacuteria entre os Irmatildeos

Sinto muito me perdoe sou grato te amo Vamos em Frente

FraternalmenteSeacutergio QuirinoGrande Primeiro VigilanteGLMMG

CONSUETUDINAacuteRIO MACcedilOcircNICO

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete02 O MalheteJulho de 2020 02 O Malhete0202 O MalheteNovembro de 2019 O Malhete24 O Malhete Dezembro de 2020

Page 21: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

O Malhete 21O Malhete Dezembro de 2020

Por Enrique Reverte Domenech 4ordm

Poderiacuteamos dizer que a consciecircncia eacute a capacidade de decidir em um forma res-ponsaacutevel sobre os atos e suas consequecircn-

cias que sair de acordo com a percepccedilatildeo que uma pessoa pode ter sobre o bem e mal

Bem como a capacidade de se ver e se reconhe-cer com todas as suas caracteriacutesticas e de ter seu proacuteprio julgamento sobre tudo isso Alguns podem acreditar ou ter por feacute ou crenccedila religiosa os mandatos de sua consciecircncia e outros podem pensar que eacute o resultado de sua educaccedilatildeo seu ambiente social ou sua cultura

Mas na realidade o que eacute consciecircncia Por que sempre concordar com ela Devemos sempre respeitar a consciecircncia dos outros

A consciecircncia pode ser considerada como o espaccedilo interior de cada ser humano no qual ocor-rem os fenocircmenos da vida psiacutequica daquilo que se tem consciecircncia Compreender ao mesmo tem-po tambeacutem pela consciecircncia a capacidade de captar esses fenocircmenos internos sendo portanto uma espeacutecie de sentido com que o ser humano iria captar o que se passa por dentro Algo que tam-beacutem pode ser chamado de experiecircncia subjetiva consciente

ldquoSendo tambeacutem o censor perene das nossas accedilotildees o professor que nos guia no perigoso cami-nho da vida e nos castiga impiedosamente par-tindo o coraccedilatildeo de remorso vendo o mal que fomos capazes de fazer e agraves vezes ignorando seus ditames

Eacute por isso que poderiacuteamos dizer quase com precisatildeo que a consciecircncia pode ser um conjunto de funccedilotildees com diferentes graus de desenvolvi-mento que entre outras coisas divide as coisas entre boas e maacutes permitindo as funccedilotildees de racio-ciacutenio que juntas dotam o ser a vontade humana em que coisas vai usar seus recursos e a capacida-de de lembrar que lhe permitiraacute refinar accedilotildees

futuras ou a capacidade de transmitir com outros seres humanos

Quanto a saber se a consciecircncia estaacute sempre certa primeiro temos que levar em conta uma coi-sa que eacute que temos que estar muito atentos que nossos cinco sentidos nem sempre nos guiam cor-retamente ou o mesmo que nossa razatildeo que natildeo nos preserva de todos os erros a consciecircncia do homem eacute o sentimento racional do bem e do mal permite-nos superar as perspetivas do nosso ego-iacutesmo e olhar para o universal o que eacute certo em si mas poder vecirc-lo precisa do reflexo de um conhe-cimento real precisa de uma ideia direta da hie-rarquia de valores que natildeo seja distorcida pela ideologia Noacutes pensamos quem somos ou o que pensamos que eacute a realidade e esta eacute uma decisatildeo que ganha forccedila dentro do espaccedilo da nossa cons-ciecircncia e configura nossas vidas e o que fazemos com elas configura de alguma forma o sentido ou sentido o que damos agrave nossa existecircncia e como o percorremos Como o homem eacute quem se constroacutei eacute preciso entender a consciecircncia como a faculda-de por meio da qual o homem pode vir a saber o que eacute bom e o que eacute mau eacute portanto um juiacutezo de compreensatildeo ou razatildeo que nos permite reconhe-cer o valor moral de um ato especiacutefico que pensa-mos fazer estamos fazendo ou fizemos Isso indica que o juiacutezo avaliativo da consciecircncia abrange trecircs niacuteveis antes do ato durante sua exe-cuccedilatildeo e depois dele A atividade consciente do homem eacute mediada pelo coletivo Durante sua rea-lizaccedilatildeo o homem leva em consideraccedilatildeo as posi-ccedilotildees dos demais membros do grupo nas quais se apresentam suas reais relaccedilotildees sociais podendo-se dizer que a razatildeo da consciecircncia depende muito do desenvolvimento e aperfeiccediloamento da perso-nalidade de todo ser humano

ldquoO respeito pela consciecircncia dos outros eacute mais faacutecil falar do que praticar e tudo tem sua explicaccedilatildeo para fazer um juiacutezo sobre o respeito pela consciecircncia dos outros eacute preciso uma inte-ligecircncia que julgue um conhecimento preacutevio que eacute a base sobre a qual este julgamento ou res-peito eacute apoiado

O respeito pela consciecircncia alheia se baseia no

conhecimento da natureza humana e no que lhe conveacutem e levando em conta que a noccedilatildeo que temos das sensaccedilotildees pensamentos e sentimentos que se vivenciam em determinado momento e ignorando o mundo interno dos outros e estarmos cientes de que todos experimentamos tendecircncias opostas dentro de noacutes jaacute que nosso espiacuterito quer voar alto enquanto nossas paixotildees e instintos que-rem nos arrastar para baixo entatildeo o respeito pela consciecircncia dos outros pode depender muito da imagem que temos de noacutes mesmos levando em consideraccedilatildeo tudo isso acho que meu respeito pela consciecircncia dos outros vai depender muito do meu jeito de ser de ver ou entender as accedilotildees dos outros e se estes Acredito ou penso que os atos de outras pessoas podem prejudicar meus direitos ou os dos outros por isso acredito que meu respeito pelas outras consciecircncias pode ser muito desrespeitoso pois o ato de consciecircncia Moral atua como um conselheiro para a valoriza-ccedilatildeo que o entendimento faz do valor moral das diversas alternativas que satildeo oferecidas visto que somos agentes livres e responsaacuteveis por nossos atos Por isso se o ser humano tem inteligecircncia pode refletir analisar o bem e o mal e escolher o primeiro para sua felicidade e progresso e que compreenda racionalmente sua proacutepria existecircncia e sua liberdade para determinar o que eacute bom e o que eacute eacute ruim entatildeo eacute loacutegico que diante de certas atitudes se possa respeitar ou natildeo a consciecircncia alheia

A consciecircncia eacute propriedade uacutenica de cada fluxo de vida individual e a uacutenica atividade que natildeo pode ser roubada ou destruiacuteda portanto o que o homem constroacutei em sua consciecircncia por meio da contemplaccedilatildeo e do esforccedilo pertence a ele para ser usado em todas as oportunidades Dei-xem-me queridos irmatildeos ler para vocecircs algumas palavras do grande filoacutesofo JG Fichte que vatildeo assim ldquoEsta voz interior de minha consciecircncia me diraacute em cada situaccedilatildeo de minha vida o que devo fazer e o que devo evitar Ela me acompa-nharaacute se eu a escutar com atenccedilatildeo em todas as vicissitudes da minha vida e natildeo me pouparaacute a recompensa se eu for diligente

Fonte Revista Zenit nordm 44

A CONSCIEcircNCIA

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

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Page 22: Informativo Maçônico, Político e Cultural€¦ · Justiça nada mais é do que o respeito ao direito de cada um. É a base para a convivência em sociedade, por consequência,

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Por MenandroO principal dever do homem para consigo mesmo eacute instruir-se e o principal dever do homem para com seus semelhantes eacute instruiacute-los Um Mestre Maccedilom 1876

O dever pode ser e de fato tem sido ao longo dos seacuteculos interpretado de muitos pontos de vis-ta tanto pela filosofia moralidade ou religiatildeo

O brilho de todas as posiccedilotildees - e escolas de pen-samento - agraves quais tais pontos de vista deram ori-gem de Kant (a chamada razatildeo praacutetica autocircnoma) a Hegel (do que ele chamou de ideia absoluta) ou os marxistas (para cujo dever eacute algo puramente objetivo) me leva a abordar humildemente este trabalho do meu ponto de vista que nasce e bebe da relaccedilatildeo entre os seres humanos da inter-relaccedilatildeo e da sua observaccedilatildeo

Numa eacutepoca como a que vivemos em que pare-ce que os cidadatildeos soacute tecircm direitos todos os direi-tos mas ningueacutem fala ou escreve (pelo menos para ser ouvido ou lido em massa) sobre deveres devo dizer que tal atitude Acho errado porque ter direitos sem dar nada em troca natildeo corresponde a um Universo cujo equiliacutebrio relacional parte da causalidade do quid pro quo do dar e receber da esquerda e da direita da luz e das trevas da duali-dade e apenas o mais alto aquele possiacutevel Princiacute-pio de Tudo eacute UM

Acredito firmemente que eacute dever de cada um dos cidadatildeos seja qual for seu sexo religiatildeo ori-gem ou condiccedilatildeo fazer de seu ambiente um espa-ccedilo igual em direitos e deveres E para isso natildeo pre-cisas de manuais inteligentes nem de padres ou iacutemanes ou rabinos ou bispos que nos lembrem de como fazer porque a forma de o fazer estaacute incor-porada por defeito no nosso Interior A uacutenica coisa que temos que fazer eacute silenciar as vozes externas e ouvir A Voz Interna aquela que mergulha em busca da pedra bruta aquela que trabalha a sigla VITRIOL em todos os momentos de nossa vida mesmo que nosso consciente natildeo a reconheccedila

Eacute engraccedilado pelo menos me parece mas vamos ver quantos homens saacutebios falaram e escreveram sobre o fato de que toda a sabedoria

estaacute dentro de noacutes que natildeo precisamos olhar para fora mas apenas olhar para dentro para obter as respostas Esses homens saacutebios disseram e falam a verdade embora levemos toda a nossa vida para reconhececirc-la ou pelo menos reconhececirc-la em ambientes natildeo muito iacutentimos

Os marxistas afirmam algo que natildeo posso compartilhar plenamente segundo eles a cons-ciecircncia eacute um reflexo da realidade objetiva um produto do desenvolvimento social que natildeo tem lugar fora da relaccedilatildeo social Eu digo que sim Aleacutem disso essa consciecircncia eacute anterior ao social algo como o dilema entre a galinha e o ovo

Sim por outro lado entendo que sendo a cons-ciecircncia o software que interpreta um complexo de experiecircncias emocionais a partir do entendimento de que as pessoas tecircm responsabilidade moral pelo seu comportamento para com os proacuteprios e para com a sociedade o sentimento de dever cum-prido teraacute vir da estimativa ou do julgamento ou do equiliacutebrio feito por essa mesma pessoa sobre suas accedilotildees e seu comportamento

Eacute curioso Os marxistas dizem que a consciecircn-cia natildeo eacute uma qualidade inata mas eacute determinada pela posiccedilatildeo do homem da pessoa diriacuteamos hoje na sociedade por suas condiccedilotildees de vida por sua educaccedilatildeo E digo que eacute verdade mas soacute em parte porque acho que TODO MUNDO SABE E SABE MUITO MAIS DO QUE VOCEcirc SABE SOacute O QUE NAtildeO Eacute OUVIDO

A consciecircncia estaacute intimamente ligada ao dever O dever cumprido produz a impressatildeo de uma consciecircncia limpa a violaccedilatildeo do dever eacute acompanhada por dores de consciecircncia A cons-ciecircncia entatildeo como uma reaccedilatildeo ativa do homem em resposta agraves demandas da sociedade constitui uma poderosa forccedila interna para o aperfeiccediloa-mento moral do ser humano Mas natildeo soacute por causa do que dita a sociedade mas tambeacutem por-que dentro de cada pessoa haacute um coacutedigo queima-do

Esse coacutedigo esse QUID estaacute sendo sufocado pelo PRO QUO de direitos Parece que os chefes econocircmicos e sociais se preocupam muito em expandir quantos direitos temos e ignorar quantos

e quais satildeo nossos deveres Uma sociedade como a nossa que vive em ruiacutedo permanente no bom-bardeio sistemaacutetico de estiacutemulos externos que nos levam agrave sensaccedilatildeo de carecircncia desejo e em suma medo existencial eacute o terreno feacutertil para criar pes-soas com uma experiecircncia pessoal de conflito que interessa a quem governa O medo constroacutei servos enquanto a alegria constroacutei cidadania Jaacute o dizia Francisco de Quevedo ldquoa ignoracircncia e o medo dos pobres conduzem ao bem-estar e agrave preguiccedila dos priacutencipesrdquo

Vamos perguntar quantos de noacutes somos felizes Certamente muito poucos

Estamos preocupados agraves vezes felizes outras eufoacutericos tristes irritados incomodados irrita-dos muitas expressotildees para expressar algum tipo de medo E esse eacute o lado da moeda em que os Senhores do Dinheiro e da Guerra querem que nos instalemos o medo

As Lojas as Oficinas onde aqueles de noacutes que satildeo ativos na Maccedilonaria satildeo lugares justos e per-feitos para dizer o que cada um pensa ser nosso dever imediato como Fraternidade como Ordem Maccedilocircnica no meu caso pessoal fazer as pessoas (assim ao povo entendido como massa por que natildeo) que a liberdade e a alegria estatildeo dentro de noacutes que os estiacutemulos externos nos instalam no medo porque quem manda assim o decidiu

Devemos mostrar ao mundo o que VITRIOL eacute para noacutes E mostraacute-lo e treinaacute-lo E ensine

Grandes pratos teoacutericos podem ser feitos sobre o dever sobre o que eacute mas proponho na minha absoluta pequenez que usemos nossos meios (se-jam esses poucos ou muitos) para expandir aos quatro ventos que tudo que o homem e a mulher precisam estaacute dentro e vocecirc soacute precisa olhar para dentro com amor apreccedilo e silecircncio para que as respostas surjam Mais tarde eacute claro seraacute bom comparar a informaccedilatildeo com aqueles que estatildeo proacuteximos (mesmo CYBERNER) mas primeiro temos que ensinar as pessoas a parar e olhar para dentro Esse eacute o nosso DEVER

Fonte Maccedilonaria Mista

COMPROMISSO E CUMPRIMENTO DO DEVER

O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

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O Malhete 23O Malhete Dezembro de 2020

O final do ano estaacute chegando e todos nos preparamos para comemorar a maior festa da Cristandade - o Natal

No ano 336 a comemoraccedilatildeo do Natal no dia 25 de dezembro jaacute era assinalada por um almanaque cristatildeo para celebrar o nascimento de Cristo o Sol da Justiccedila

Na Roma pagatilde o dia 25 de dezembro era a data instituiacuteda pelo Imperador Aureliano no ano 274 DC para a festa dedicada ao Sol (natalis solis invicti ou nascimento do sol invenciacutevel - ou invic-to) logo a seguir ao solstiacutecio de inverno no hemis-feacuterio norte que ocorre a 21 de dezembro

Os costumes ligados agrave celebraccedilatildeo do Natal satildeo resultantes das influecircncias da festa da Natividade de Cristo com as comemoraccedilotildees pagatildes - solares e agriacutecolas - do solstiacutecio de inverno No mundo Romano as Saturnaacutelias eram a ocasiatildeo para a con-fraternizaccedilatildeo enfeitando-se as casas com luzes ramos verdes e pequenas aacutervores Presentes eram tambeacutem oferecidos agraves crianccedilas e aos pobres

Aos costumes solsticiais somaram-se os ritos Germacircnicos e Celtas quando as tribos Teutocircnicas invadiram a Gaacutelia e a Bretanha

As aacutervores como siacutembolos da sobrevivecircncia da natureza datam do sec VIII quando Satildeo Boni-faacutecio cristianizou a Germacircnia e a aacutervore de Natal substituiu o carvalho sagrado de Odin A partir do sec XIX as comemoraccedilotildees natalinas no mundo ocidental tornaram-se cada vez mais populares e mais comerciais Atualmente o Natal cujo patro-no eacute Satildeo Nicolau - o Papai Noel - eacute a festa da famiacute-lia e das crianccedilas

Todos encaramos o Natal como a eacutepoca do ano em que mais prevalecem os sentimentos de Paz e de Boa Vontade entre os Homens Sem duacutevida que isto eacute correto Mas o Natal eacute muito mais do que isso

Basta lembrar que os deveres do Maccedilom para com o proacuteximo incluem o socorro aos necessita-dos Devemos tambeacutem lembrar que todo o socor-ro negado aos necessitados eacute um perjuacuterio para o Maccedilom

Assim esta eacute a ocasiatildeo apropriada para refletir sobre o que fizemos e sobre o que deveriacuteamos ter feito durante todo o ano Mais importante ainda este eacute o momento de estabelecer nossos objetivos para o ano que se aproxima E isto natildeo soacute indivi-dualmente mas tambeacutem como Instituiccedilatildeo que se proclama Filantroacutepica Filosoacutefica Educativa e Progressista

Esta assistecircncia aos necessitados natildeo pode ser restrita ao miacutenimo necessaacuterio que lhes assegure a sobrevivecircncia Ela deve ser estendida agrave sauacutede agrave educaccedilatildeo profissional agrave moradia

Nenhuma instituiccedilatildeo se pode proclamar Iniciaacute-tica se natildeo lutar pelo bem-estar da sociedade que nos cerca isto eacute do Homem Para noacutes o homem que vem em primeiro lugar eacute o Homem-Maccedilom Para tal nossa Ordem deve fundar e manter Hos-pitais Asilos Creches e Escolas

Eacute claro que a niacutevel individual todos podemos - e devemos - ser solidaacuterios com qualquer ser humano No entanto como Instituiccedilatildeo a Filan-tropia maccedilocircnica deve ser dirigida principalmente

aos Irmatildeos e agraves suas famiacutelias Para tal existe o Tronco da Viuacuteva

Natildeo podemos esquecer que em seus primoacuterdi-os a Maccedilonaria era essencialmente uma corpora-ccedilatildeo de auto-ajuda Na Idade Meacutedia quando a Europa era assolada por guerras pela peste e pela falta de trabalho jaacute em 1459 os artigos 252627 e 43 dos Estatutos de Ratisbona estipulavam a cria-ccedilatildeo pela Confraria dos Artesatildeos - a Ordem dos Canteiros - de um Tronco cujo produto era desti-nado ao amparo em caso de doenccedilas e de desem-prego A Grande Loja de Londres jaacute em 1725 ins-tituiacutea a criaccedilatildeo do Fundo Caritas para auxiacutelio aos Irmatildeos e suas famiacutelias

Sabemos que na grande maioria de nossas Lojas o produto do Tronco de Beneficecircncia eacute irrisoacuterio e para pouco daacute em termos de beneficecircn-cia Nossa Ordem eacute constituiacuteda essencialmente por Irmatildeos da classe meacutedia sempre sacrificada nos paiacuteses pobres Por isso mesmo eacute quase sem-pre muito pequeno o donativo da maioria dos Irmatildeos Alguns haacute que em dificuldades financei-ras nada colocam no Tronco

A grande questatildeo eacute saber como resolver o pro-blema Por exemplo na Loja Jean Sibelius (Lon-dria-PR) todos os Irmatildeos do quadro doam no miacutenimo o valor de R$ 500 para o Tronco Se o Irmatildeo natildeo levar dinheiro nem cheque para a reu-niatildeo assina uma autorizaccedilatildeo para o Irmatildeo Tesou-reiro debitar este valor em sua conta corrente Eacute claro que a norma soacute vaacutelida para os Irmatildeos do Qua-dro Para os visitantes permanece o antigo costu-me Conforme informaccedilotildees esta Loja soacute ajuda os Irmatildeos eou os seus familiares

A Caridade ou Filantropia eacute uma das virtudes teologais e sua praacutetica eacute fundamental ao aperfei-ccediloamento moral e espiritual do Maccedilom Por isso mesmo a ela estatildeo obrigados todos os membros de nossa Instituiccedilatildeo A Caridade coloca o ser humano acima das diferenccedilas eacutetnicas sociais ou poliacuteticas

Nossa antiga Irmandade sabiamente adotou

rituais para melhor instruir e ajudar os Irmatildeos a converter em virtudes os defeitos e as falhas de caraacuteter que satildeo inerentes ao ser humano desde o seu nascimento

No entanto seres humanos que somos muitas vezes fazemos o oposto dos ensinamentos recebi-dos Em consequumlecircncia disto natildeo existe um soacute de noacutes que natildeo lamente algo que disse ou deixou de dizer ou algo que fez ou que deixou de fazer Sobre isso todos precisamos meditar seriamente

O Natal eacute o momento adequado para analisar a nossa situaccedilatildeo em relaccedilatildeo aos compromissos assu-midos perante a Ordem e perante o Grande Arqui-teto do Universo Este eacute o momento certo para refletir se ao menos tentamos cumprir os deveres que a solidariedade maccedilocircnica exige de noacutes As conclusotildees a que chegarmos poderatildeo ser decisi-vas em relaccedilatildeo agrave nossa futura conduta

Durante os dias que faltam para o Natal vamos tambeacutem analisar se eacute correto que as nossas accedilotildees filantroacutepicas fiquem restritas a esta eacutepoca maravi-lhosa ou se devemos pautar nossa vida pela praacuteti-ca contiacutenua de tudo o que nos ensinam os nossos Rituais Acima de tudo lembremos que o verda-deiro trabalho maccedilocircnico eacute aquele realizado em prol da humanidade

Esta eacute a uacutenica via pela qual poderemos materia-lizar nossos propoacutesitos de aperfeiccediloamento espi-ritual

Entatildeo e soacute entatildeo poderemos comemorar o Natal felizes e com alegria junto a nossos entes queridos natildeo esquecendo de dedicar algum tempo para cumprir o verdadeiro sentido do Natal - a veneraccedilatildeo ao Menino Jesus

Que Deus o Grande Arquiteto do Universo esteja presente em todos os lares nos ilumine e nos abenccediloe

Tenham todos um Bom Santo e Feliz Natal

O Natal e a Maccedilonaria

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