informativo eletrônico semanal do mandato edição 617 - 01 ... · para instituir o piso nacional...

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Edição 617 - 01.04.2016 Informativo eletrônico semanal do mandato ais de 70 mil pessoas lotaram a Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, na quinta-feira (31) para defender a democracia e a le- galidade e repudiar as tentativas golpistas de destituir a presidenta Dilma Rousseff, reeleita democra- ticamente com mais de 54 milhões votos. Em todo o Brasil e também no exterior o povo saiu às ruas na sim- bólica data de 31 de março, quan- do, há exatos 52 anos, inciava-se a ditadura que mergulhou o país em 21 anos de violação dos direi- tos humanos e individuais dos ci- dadãos. Para o deputado Adão Villaverde, que participou do ato na capital ga- úcha, a mobilização popular é fun- damental para barrar o processo golpista que tem o objetivo princi- pal de acabar com os direitos soci- ais conquistados ao longo dos últi- mos anos. Ele também reafirma que “não podemos entrar na narrativa golpista, que diz que quando eles saem às ruas, o movimento é cívi- co, mas que quando nós, democra- tas e progressistas, fazemos o contraponto as manifestações assu- mem um clima belicoso. Devemos repudiar este surrado método de atribuir a nós uma posição que não temos para criar um clima de ‘ter- rorismo’”. M Nas páginas seguintes, confira registros das manifestação pelo Brasil e no exterior NÃO VAI TER GOLPE VAI TER DEMOCRACIA

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Page 1: Informativo eletrônico semanal do mandato Edição 617 - 01 ... · para instituir o piso nacional dos vigilantes. A iniciativa será apresentada no dia 8 de abril, em reunião pública

Edição 617 - 01.04.2016Informativo eletrônico semanal do mandato

ais de 70 mil pessoas lotaram aEsquina Democrática, no centro dePorto Alegre, na quinta-feira (31)para defender a democracia e a le-galidade e repudiar as tentativasgolpistas de destituir a presidentaDilma Rousseff, reeleita democra-ticamente com mais de 54 milhõesvotos.

Em todo o Brasil e também noexterior o povo saiu às ruas na sim-bólica data de 31 de março, quan-

do, há exatos 52 anos, inciava-sea ditadura que mergulhou o paísem 21 anos de violação dos direi-tos humanos e individuais dos ci-dadãos.

Para o deputado Adão Villaverde,que participou do ato na capital ga-úcha, a mobilização popular é fun-damental para barrar o processogolpista que tem o objetivo princi-pal de acabar com os direitos soci-ais conquistados ao longo dos últi-

mos anos. Ele também reafirma que“não podemos entrar na narrativagolpista, que diz que quando elessaem às ruas, o movimento é cívi-co, mas que quando nós, democra-tas e progressistas, fazemos ocontraponto as manifestações assu-mem um clima belicoso. Devemosrepudiar este surrado método deatribuir a nós uma posição que nãotemos para criar um clima de ‘ter-rorismo’”.

M

Nas páginas seguintes, confira registros das manifestação pelo Brasil e no exterior

NÃO VAI TER GOLPEVAI TER DEMOCRACIA

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NÃO VAI TER GOLPE

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PRAÇA DA SÉ - SÃO PAULO

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

LARGO DA CARIOCA - RIO DE JANEIRO

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MINAS GERAISPARANÁ

ESPÍRITO SANTO

SANTA CATARINA

FORTALEZA

BRASÍLIA

PARÁ

PARAÍBA

SERGIPE

ALEMANHA

ARGENTINA

DINAMARCA

FRANÇA

Acessewww.frentebrasilpopular.org.bre veja mais fotos dasmanifestações contra ogolpe e a favor dademocracia

NÃO VAI TER GOLPE

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SÃO LEOPOLDO

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Políticas públicas de incentivo aojovem no mercado de trabalho”.Este foi o tema da audiência pro-mov ida pe lo vereador de SãoLeopoldo Dudu Moraes na manhã dequinta-feira (31). O encontro que

Vereador Dudu apresenta projeto paraincentivar o jovem no mercado de trabalho

“ ocorreu na Câmara Municipal reuniujovens e contou com a participaçãodo deputado estadua l AdãoVillaverde (PT).

No encontro, Dudu explicou oprojeto que protocolou na Câmara

de São Leopoldo, destacando que aproposta é bem simples. “O nossoPL condiciona os incentivos fiscaisconcedidos pela prefeitura a empre-sas ao fato destas terem em seuquadro pessoal um mínimo de 5% defuncionários jovens entre 18 e 24anos devidamente qualificados paraas funções que desempenham”. Overeador destaca que acontrapartida das empresas tem umcaráter social e inclusivo, queincetiva o protagonismo dos jovensno mercado de trabalho.

Para Villaverde, o PL de Dudu sereveste de grande importância paragarantir mais oportunidades aos jo-vens de São Leopoldo e região, as-segurando um número determinadode vagas em empresas que recebemincentivos fiscais públicos.

m reunião intermediada pelo deputado Adão Villaverde(PT), o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Sul, LoreniDias, e o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, An-tônio Guntzel, reafirmaram para o líder do governo Sartorina Assembleia, Alexandre Postal (PMDB), a importância daLei Anticalote para os trabalhadores terceirizados.

Atualmente a proposta, de autoria de Villaverde, estásob a relatoria de Postal e já teve parecer favorável do de-putado Gabriel Souza na Comissão de Constituição e Justiça(CCJ). No encontro, que ocorreu nesta quinta-feira (31),Loreni também pediu apoio para que o projeto seja aprova-do o mais rápido possível.

O PL 96/2015, conhecido como Lei Anticalote, tem comoobjetivo assegurar os direitos dos trabalhadores terceirizados,propondo que sejam depositados em conta vinculada, de ban-co público oficial, os percentuais dos benefícios referentesa férias, 13º salário, INSS e multa do FGTS, evitando, as-sim, que as empresas terceirizadoras deixem de pagar seusfuncionários, aplicando o calote nos seus trabalhadores, pormá fé ou incompetências dos gestores, por falência ou sim-ples desaparecimento da empresa.

Na reunião, também discutiram sobre o projeto de leipara instituir o piso nacional dos vigilantes. A iniciativa seráapresentada no dia 8 de abril, em reunião pública organiza-da pelos mandatos de Villaverde e do senador Paulo Paim emconjunto com a CUT-RS e o Sindicato dos Vigilantes do Sul.

Sindicalistas pedemagilidade na aprovação

da Lei Anticalote

PL 96/2015

E

O mandato do de-putado Villaverde,em conjunto com osenador PauloPaim, a Cut e o Sin-dicato dos Vigilan-tes do Sul, promo-ve, no dia 8 deabril, reunião públi-ca para oficializar oprojeto que cria opiso nacional paraos vigilantes.

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NÃO VAI TER GOLPE

Na manhã de terça-feira (29), mulheres de diferentes par-tidos políticos, movimentos sociais e segmentos da sociedadecivil lotaram a Casa dos Bancários, no centro de Porto Alegre,para o lançamento do Comitê das Mulheres contra Golpe e emdefesa da Democracia. A iniciativa se soma às diversas mani-festações que já ocorreram e continuam a acontecer em todoo Brasil, reforçando a posição contrária às tentativas golpistasde destituir a presidenta Dilma Rousseff, reeleita democrati-camente em 2014 com mais de 54 milhões de votos.

Durante o evento, ficou decidido que nos próximos dias asmulheres lançarão um manifesto expressando o posicionamentodo Comitê.

Mulheres na luta em defesada democracia e contra o golpe

Joana Berwanger/Sul21

Sexta, 1º de AbrilDia Nacional de Mobilização pela cassação da concessão da Rede Globo.

18h – Lançamento do Manifesto da Comunicação pela Democracia, em Porto Alegre.Local: Paraphernalia Bar (rua João Alfredo, 425, Cidade Baixa).

Segunda, 4 de Abril18h – Lançamento do Livro “Direita, volver”, da Fundação Perseu Abramo, no Plenarinho da ALRS.

AGENDAS PELA DEMOCRACIA

om o salão de Atos da Ufrgs lotadopor professores, intelectuais e estudan-tes foi realizado, nesta quarta-feira(30), ato em defesa da Democracia eda Legalidade. A atividade foi organi-zada em conjunto pela Reitoria da uni-versidade, a Frente Povo Sem Medo e aFrente Brasil Popular, que reúne umadiversa gama de movimentos sociais.

No encontro, reafirmou-se a impor-tância de defender a Constituição daRepública e o Estado Democrático deDireito contra todo tipo de oportunis-mo, político ou partidário.

Em ato da semana passada, profes-sores de departamentos que compõema área de Humanas (Sociologia, Ciên-cia Política, Antropologia, História, Fi-losofia, entre outros) já haviam lança-do manifesto afirmando que "os direi-tos e garantias individuais são funda-mentais a qualquer democracia, espe-cialmente o direito de ser considerado

inocente até que seprove o contrário,bem como o direito dereceber um julgamen-to imparcial. Todas asdenúncias decorrupção formuladaspor políticos de qual-quer partido devemser investigadas, comjulgamento imparcialnos termos da lei quando as evidênciaso justificam, sem perseguições seleti-vas ou vazamentos de informações como propósito de influenciar os processospolíticos. Ninguém, especialmente osagentes da Justiça, deve estar acimada lei, e ninguém deve ser privado dosdireitos garantidos na Constituição Fe-deral".

Para Villaverde, que participou do atode hoje, a iniciativa se integra a ou-tras ações já realizadas em Porto Ale-

gre e em todo o Brasil que defendem ademocracia e a legalidade e expressa ocompromisso das universidades, seusprofessores, funcionários e alunos como Estado Democrático de Direito.

Também presentes, a deputada es-tadual Manuela D'Ávila (PCdoB); os de-putados estaduais TarcísioZimmermann (PT) e Juliano Roso(PCdoB); o ex-deputado Raul Pont; avereadora de Porto Alegre Jussara Cony(PCdoB); entre outros.

Professores e alunos da Ufrgs semobilizam pelo Estado Democrático de Direito

C

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GOVERNO DILMA

m seu discurso no lançamento doprograma Minha Casa Minha Vida 3, noPalácio do Planalto, na quarta-feira (30),a presidenta Dilma Rousseff disse que“temos de atender todos os 204 milhões

Presidenta diz que não vai fazer ajustena economia cortando programas sociais

E de brasileiros, mas entre eles tem bra-sileiros que secularmente foramdesassistidos. Portanto, eles têm queter prioridade quando olhamos ondevamos gastar nosso dinheiro. Não po-

demos ajustar a economia cortando pro-gramas sociais”.

A presidenta afirmou que o Minha CasaMinha Vida é símbolo de um governo quedá prioridade para as pessoas historica-mente marginalizadas no Brasil. “Sabemquantos governos foram capazes deimplementar um programa habitacionalque garantisse a milhões de brasileiras ebrasileiros a realização da casa própria? Aresposta é simples: somente o governo dopresidente Lula e o meu”.

“Os números do Minha Casa MinhaVida são grandiosos. Desde o lançamen-to do programa, em 2009, já entrega-mos 2,63 milhões de casas, benefician-do 10,5 milhões de pessoas”, concluiu.

A terceira etapa do MCMV vai con-tratar mais 2 milhões de unidades emtodo o País até o fim de seu mandato,em 2018. Serão R$ 210,6 bilhões inves-tidos, dos quais R$ 41,2 bilhões são doOrçamento Geral da União.

Roberto Stuckert Filho/PR

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a assinatura de Atos para a ReformaAgrária e Comunidades Quilombolas,nesta sexta-feira (1º) no Palácio do Pla-nalto, a presidenta Dilma Rousseff afir-mou que o país acaba de dar um passopara diminuir ainda mais a imensa desi-gualdade da Nação. Na cerimônia, fo-ram assinados quatro decretos de regu-larização de territórios quilombolas, quebeneficiam 799 famílias nos estados do

Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte eSergipe, num total de 22,2 mil hecta-res. As comunidades beneficiadas são:Caraíbas, de Sergipe; Gurupá, do Pará;Macambira, do Rio Grande do Norte; eMonge Belo, do Maranhão. Dilma ressal-tou que os decretos de reforma agráriae posse de terras às comunidadesquilombolas ajudam a produzir bem-es-tar para as famílias.

Dilma e a Reforma Agrária:‘Demos mais um passo para

diminuir a desigualdade’

N

Conta de luzfica mais barata

conta de luz vai pesar me-nos no bolso do consumidor apartir desta sexta-feira (1º),quando a bandeira tarifária pas-sará de amarela para verde, quenão tem acréscimo de valor. Abandeira que vai vigorar no pró-ximo mês foi decidida em reuniãoda diretoria da Agência Nacionalde Energia Elétrica (Aneel) naterça-feira. Será a primeira vez,desde a implantação do sistema,que não haverá cobrança adici-onal nas tarifas de energia, quepode chegar a uma redução de6,5%.

No mês de março vigorou abandeira amarela, que adicionaR$ 1,50 a cada 100 quilowatt-hora de consumo na conta deluz. Desde janeiro de 2015,quando o sistema entrou em vi-gor, a bandeira era vermelha.

A

Bandeira verde, sem acréscimo,foi aprovada pela Aneel e deve

gerar economia de até 6,5%Roberto Stuckert Filho/PR

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(DES)GOVERNO SARTORI

a semana que passou, foramregistrados novos episódios de aumen-to superlativo da criminalidade organi-zada que viceja mortalmente no esta-do de insegurança pública do RS.

Em Porto Alegre, os embates entregangues com execução sumária chega-ram ao interior de um hospital, na terça-feira, 29, quando também o interior deuma lotação Otto – Teresópolis virou ce-nário de tiroteio entre um policial militarde folga e um assaltante que morreu.

No domingo, 27, no bairro RubemBerta, na zona norte de Porto Alegre,

A insegurança dos gaúchos é cada vez maior

um homem de 22 anos, com anteceden-tes criminais, foi executado a tiros.Sábado, uma adolescente grávida de 16anos e sua mãe, de 40 anos, foram as-sassinadas na vila Cruzeiro.

Na segunda-feira, 28, um oficial dareserva do Exército foi morto em as-salto no bairro Tristeza, na zona sul dacapital. Em Gravataí, na região metro-politana, um jovem de 20 anos perdeua vida em um tiroteio perto da EscolaMunicipal Professora Olenca Valente, nobairro Vila Rica.

No mesmo ambiente de agravamen-

to da incompetência do governo Sartoritambém na segunda-feira, 28, o Exe-cutivo anunciou, pela terceira vez, queiria convocar somente 178 policiais en-tre cerca de 2.000 concursados parapreencher a falta dos militares tempo-rários que tiveram os contratos rescin-didos no final de fevereiro.

O governo Sartori aposta na enor-me falta de memória da opinião públi-ca, pautada pela mídia, que volta to-das suas atenções para a cena políticade Brasília e esquece, ou omite, infor-mar, corretamente, os gaúchos.

N

Pouco antes das 7h de terça-feira (29), moradores do Bairro Jardim Carvalho, zona leste da Capital, foram acordados comintenso tiroteio na região. Alguns relatam que foram entre 20 e 25 minutos de disparos de arma de fogo. A polícia esteve no locale encontrou mais de 30 cápsulas em ruas da Vila Ipe 1. Um dos moradores teve a janela alvejada por tiro e outros gravaram áudiose vídeos.

Eles destacam que os tiros têm sido constantes neste ano, inclusive na noite de domingo (27) para segunda-feira (28). Aescola Erico Verissimo, que chegou a suspender aulas há alguns dias, voltou a fazer o mesmo hoje. No entanto, o comando doPoliciamento da Capital, da Brigada Militar, foi ao local para garantir a segurança.

Nas redes sociais, moradores descreveram a situação que enfrentaram hoje. Um deles chegou a relatar que viu um grupode 15 criminosos armados gritando pelas ruas ue a região agora “tinha dono”.

A Rádio Gaúcha reproduziu na manhã de terça-feira e em seu site os sons de tiros que os moradores gravaram.

Rádio reproduz som de tiros

ZERO HORA - 30/03

JORNAL DO COMÉRCIO - 30/03

ZERO HORA - 30/03

ZERO HORA - 30/03

CORREIO DO POVO - 30/03

CORREIO DO POVO - 30/03

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ARTIGOS

A defesa da Legalidade 55 anos depois*

ADÃO VILLAVERDE**

mais honrosa inspiração para a de-fesa da democracia e do Estado de Di-reito está muito perto de nós e pertenceà memória coletiva dos gaúchos, mar-cados como protagonistas na históriarecente do país. Descende do Movimen-to da Legalidade, amálgama do espíritolibertário, da reverência à Constituiçãoe da coragem dos gaúchos, manifesta-dos há 55 anos, nas ruas do RS.

O exemplo da bravura dos cidadãosindignados com a afronta à Carta Magnae com o desrespeito ao escrutínio das ur-nas, liderados pelo governador Brizola em61, deve ser obrigatoriamentereferenciado hoje pelos democratas e pro-gressistas em solo gaúcho e brasileiro.

Por motivos similares, a tentativade golpe contra João Goulart para nãoassumir a presidência na renúncia de

A Jânio Quadros, assemelha-se aos ata-ques desesperados e ilegais ao manda-to da presidenta Dilma.

O desprezo ao resultado das eleiçõespresidenciais é tão escandaloso quantoa infidelidade ao regramento máximodo país. A pretexto de um nada sincerocombate à corrupção atacam sem limi-tes as salvaguardas constitucionais epor decorrência o “Estado Democráticode Direito”, tão duramente reconquis-tados na luta contra a ditadura e o re-gime autoritário.

Não é à toa juristas respeitados re-afirmam que não podemos retrocedernas conquistas obtidas.

Por isso tomo a liberdade deconclamar aos gaúchos, aos democra-tas, aos trabalhistas, aos progressistase aos constitucionalistas que assuma-

mos por inteiro nossa herança das me-lhores tradições cívicas do solo rio-grandense. Reafirmando porque nossagente sempre está na linha de frenteda defesa e da garantia dos direitos denossa Carta Magna.

Sobretudo agora, em que ela estásendo novamente atacada. Vamos im-pedir que haja um novo golpe, destavez contra uma presidenta legitimamen-te eleita, à semelhança do que tenta-ram fazer com Jango, mas que, à épo-ca, os gaúchos e Brizola, resistindohonradamente, não permitiram queacontecesse.

*Artigo publicado no Jornal do Comércio em

29 de março de 2016

**Professor, engenheiro e deputado estadual

PT/RS

ábula de Esopo: Irritadas com aanarquia, as rãs pediram a Zeus umrei. Rindo, Zeus jogou um pedaçode madeira no açude e lhes disse:eis o rei. As rãs fugiram. Depois,como o pedaço de madeira perma-necesse imóvel, voltaram à super-fície. Achando-se logradas, implo-raram a Zeus um rei mais enérgi-co. Zeus então lhes enviou umaáguia, que as devorou.

Parece que as rãs brasileiras –incluídos os políticos autofágicos –, que pedem ditadura e zombam dapolítica, estão “cansadas da demo-cracia”. Querem um rei. Acham queos fins justificam os meios.Estamos “trabalhando” para isso.Só o fato de vazar – e depois“desvazar” – a lista da Odebrechtde mais de 200 nomes, a maioriadeles envolvendo políticos de bem,

A demonização da política

LENIO STRECK**

F já mostra o objetivo: demonizar a polí-tica. Por que vazar a delação (não ho-mologada) de Pedro Corrêa? Parademonizar a política. Para mim, há umanítida mensagem subliminar nisso tudo:criminalização total da política + mis-são purificadora + messianismo = tem-pestade perfeita.

Demonizar a política é abrir as por-tas para o fascismo. É como defenderjusticeiros para combater a violência.Política vai mal? Façamos mais políti-ca. Sem ela, não há democracia. O erroé achar que o juiz e o MPF podem tudo,até desrespeitar direitos. Fazer a coisacerta é combater a corrupção, mas sematropelar direitos. Fosse assim e osmilitares teriam acabado com ela.

Por isso, as rãs devem cuidar com oque pedem a Zeus. Há em jogo umadimensão maior, que não é um juiz quevai repor. Há 500 anos de História.

*Artigo publicado no jornal Zero Hora

em 28 de março de 2016

**Professor catedrático da Academia

Brasileira de Direito Constitucional

Patrimonialismo. Nepotismo.Corrupção. Vejam as listas. E asdelações. Quem escapou? DomPedro I está na delação? Será queaprendemos com a História? Tris-te país que precisa de heróis.

Salvemos, ao menos, a Cons-tituição. E, com ela, a política.Sem elas, não há democracia. É ocaos. Por isso, as conservo. Sim,sei que é antipático dizer isso emtempos de “pega e esfola”. Mas,como disse T.S. Eliot, “numa ter-ra de fugitivos, aquele que andana direção contrária parece fu-gir”.

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ARTIGO

2016

A exceção e a atualidade de Lima Barreto*

TARSO GENRO**

narrativa política que seduziu mi-lhões, mobilizou amplos setores dasclasses médias, atingiu inclusive partedas camadas de baixa renda e desper-tou uma ira fascista em setoresminoritários, mas expressivos e violen-tos da nossa pirâmide social, está ba-nhada em ironia. Mais do que isso: se éverdadeiro que a unidade dos movimen-tos contra o Governo Dilma é a“extinção” da corrupção no Estado e acrise econômica, o resultado alcançado– caso seja aprovado o “impeachment”da Presidenta – dará vitória precisa-mente para aqueles grupos políticosmais comprometidos com oaprofundamento da crise e mais supos-tamente envolvidos na corrupção.

Digo “supostamente”, porque sem-pre é bom aguardar provas e senten-ças. E não me reporto a partidos, masa “grupos”, porque os financiamentosclandestinos são feitos, em regra, a“grupos” fechados, em todos os parti-dos com chances eleitorais no país, co-nhecidos há muitas décadas. Por mai-or que seja o número de apurações dosórgãos de Justiça, estes financiamen-tos não vão se reduzir, drasticamente,enquanto persistir o financiamentoempresarial dos partidos e das campa-nhas. Este é, na verdade, o moto con-tínuo da corrupção nas principais de-mocracias do mundo. Não se trata deque os servidores públicos, os empre-

sários ou os “políticos”, sejam maiscorruptos do que os outros, mas sim deque a corrupção é um modo de relacio-namento histórico do capital com o Es-tado, desde que o Estado existe, assimcomo a luta pela redução das taxas decorrupção – luta da qual também parti-cipam servidores públicos, empresári-os e políticos – também é uma formade legitimação do Estado perante a so-ciedade.

Não podemos esquecer que“corrupção” e “desigualdade” são ele-mentos persistentes, até hoje, em to-dos os sistemas econômicos modernose nos seus respectivos sistemas demo-cráticos e, se é verdade, que a corrupçãoe a desigualdade se alimentam recipro-camente, não é menos verdade que acidadania, no Estado Social de Direito –se é incapaz de acabar com as desigual-dades – tem um enorme potencial de al-terar os seus padrões e tornar a socie-dade mais coesa e menos desigual, den-tro da democracia política. Se os objeti-vos dos movimentos contra a Dilma, con-tra o PT e a esquerda, em especial, fo-ram combater a corrupção e a crise eco-nômica, eles estão sendo plenamentefraudados: o contingente supostamentemais corrupto do sistema político é quesubstituirá a Presidenta Dilma, em casode impedimento (como se vê pelas mes-mas investigações que já transcendemo PT e a Lula) e os contingentes maisradicais, em favor dos ajustesrecessivos que já estão em curso, é queestarão no poder.

Em 1993, o professor Danilo Zolo pu-blicava um dos seus artigos mais céle-bres sobre a questão democrática, vin-culando-a aos princípios da tradição li-beral ocidental, denominado “A cida-dania numa era pós-comunista”. Nele,o professo Zolo referia uma certa “me-lancolia democrática, que seria uma re-ação intelectual generosa à quebra his-tórica do socialismo real, imprimindo àvida comum valores políticos com ca-pacidade utópica de resistência à vitó-ria do capitalismo, que se reerguia con-tra os direitos sociais-democráticos, emtodos os “fronts”. O grande obstáculoque – de lá para cá – enfrentou esta “re-generação cidadã” em defesa da demo-cracia, foi o deslocamento dos proces-

A

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 28 de março de 2016

**Ex-governador do RS

Se é verdadeiro que aunidade dos movimentoscontra o Governo Dilma é a“extinção” da corrupção noEstado e a crise econômica,o resultado alcançado –caso seja aprovado o“impeachment” daPresidenta – dará vitóriaprecisamente para aquelesgrupos políticos maiscomprometidos com oaprofundamento da crisee mais supostamenteenvolvidos na corrupção.

sos de formação da opinião, para no-vos centros de elaboração política, nosquais as opiniões não são formadas li-vremente. Elas são produzidas em sé-rie, pelos oligopólios “midiáticos”, quenão refletem a diversidade da socieda-de civil, mas enquadram-na e a formam,como “mercado” de opinião: a infor-mação manipulada que irracionaliza odebate político, transforma adversári-os em inimigos e provoca a violência,na qual os valores democráticos se dis-solvem.

Por maior que seja o númerode apurações dos órgãos deJustiça, estes financiamentosnão vão se reduzir, drastica-mente, enquanto persistir ofinanciamento empresarialdos partidos e das campa-nhas. Este é, na verdade, omoto contínuo da corrupçãonas principais democraciasdo mundo

A pergunta que se põe como rele-vante, neste fim de ciclo – haja ou nãoimpedimento – é a seguinte: o resulta-do querido, pela parte da sociedade quemilita pelo impedimento, é a substitui-ção da Presidenta por uma “nova coali-zão”, que tenha na sua linha sucessóriaTemer, Cunha e Renan, com Aécio,Fernando Henrique e Bolsonaro? Se forisso, os movimentos que visam golpe-ar o resultado das eleições – feito o“impeachment”- serão bem sucedidos.Os seus dois motivos de fundo, porém,serão fraudados. De uma parte, porquea “lava-jato” vai ter que parar, para queestes cidadãos possam governar; de ou-tra, porque a crise econômica vai seaprofundar, já que o “ajuste” será ain-da mais profundo, do que aquele que jáestá sendo feito.

Leia mais em http://goo.gl/LJ0nZX

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ARTIGOS

ANTÔNIO ESCOSTEGUY CASTRO **

a conturbada Itália dos anos 90, du-rante a Operação Mãos Limpas, eramchamados de ” juízes tortos” os ma-gistrados que tinham um olho fecha-do para os crimes da Máfia e dacorrupção dos políticos mas, para com-pensar, eram especialmente rígidoscom os crimes comuns , normalmentepraticados por pessoas pobres e hu-mildes. Neste Brasil atual , com umarremedo de Mãos Limpas em anda-mento, nossos juízes tortos são os quebuscam penalizar um lado só da arenapolítica.

O recente episódio da Lista daOdebrecht é revelador. Em seus pou-cos momentos de exposição, já foipossível ver que as empreiteiras fi-nanciam todos os partidos (até oPSOL) e uma simples comparação en-tre os valores da listagem e as doa-ções declaradas ao TSE escancarou ,no mínimo, o milionário caixa 2 doPSDB e do PMDB . E então, o mesmojuiz que liberou para a imprensa umagravação ilegal da Presidenta da Re-pública decretou seu sigilo.

Como é possível fazer Justiça compesos tão diferentes? As esposas deVaccari e João Santana amargam aprisão. A família de Eduardo Cunhanão foi nem intimada. D.MarisaLetícia é investigada e tem seu tele-fone grampeado. Aécio Neves foi oitovezes citado na Lava-jato e não temnem um inqueritozinho contra si. NoMensalão do PT , as penas já estãosendo extintas pelo seu decurso; noMensalão do PSDB ( mais antigo) re-cém houve sentença de 1ºGrau. Estacoluna poderia ter dúzias de páginasde exemplos como estes.

Frise-se que não podemos deixaros juízes levarem a culpa sozinhos. Senão for contra o PT, o Ministério Pú-blico não investiga e a Policia não semexe. A denúncia de Mônica Dutrasobre FHC , que sequer é delação pre-miada , ou seja, em nada lhe apro-veita e portanto tecnicamente é umtestemunho, não deu origem a umúnico expediente investigativo e temmuito mais solidez que as denúnciascontra Lula , nas quais foram mobili-zados dezenas de agentes públicos egastos milhões de reais.

N

10

Uma parte significativa do apare-lho judicial do pais está completamen-te torta, comprometendo o prestígioda Justiça brasileira e praticando per-seguição política. Com um processode impeachment açodado em anda-mento, qual a legitimidade de um go-verno que possa eventualmente serfruto de uma distorção jurídica semprecedentes na História do Brasil? Al-guém acredita que na época dainternet e do mundo globalizado serámesmo possível travar por muito tem-po a verdade sobre os abusos e asomissões?

A leitura atenta da imprensa inter-nacional faz ver que o mundo assisteestarrecido os excessos e abusos daJustiça (latu sensu) brasileira. Alguémacha que não haverá consequênciasnas relações do país, mesmo econô-micas?

Quando há um sopro de independên-cia real da Magistratura , como na de-cisão de Teori Zavascki sobre o pro-cesso de Lula ou no acórdão da 1ª Tur-ma, sob a presidência de Luiz RobertoBarroso, que desarquivou 2 processoscontra Serra e outros ministros de FHC,engavetados por Gilmar Mendes há 8anos, há uma enorme campanhadifamatória da grande imprensa, nãoraro acompanhadas de atos fascistasde intimidação contra os ministros esuas famílias. Já se fala, sob a batutade Cláudio Lamacchia, o presidente quecomandou o apoio da OAB ao golpe, re-petindo 1964, em aumentar o númerode ministros do STF, o que só a dita-dura militar fez, com o AI 2 em 1965,exatamente para domesticar a supre-ma corte de então . Vão nossos minis-tros se submeter docemente ao impé-rio da Globo e do fascismo?

Eu ainda quero acreditar que exis-tam mais Juízes no Brasil do que juízestortos.O mesmo em relação ao Minis-tério Público e à Polícia. Mas já é maisque hora de uma reação organizadados setores não contaminados de nos-sas instituições judiciais. O golpe estábatendo na porta e não pensem que ésó contra Dilma e o PT. A lição deBertold Brecht está cada vez mais atu-al: Primeiro levaram os comunistas;não me importei porque não era co-munista , depois…

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 28 de março de 2016

**Advogado

A imprensa desempre e o

golpe de hoje*

CELSO AUGUSTO SCHRÖDER**

golpe militar de 1964 foi fruto daconspiração da Fiesp com os EUA e teveo apoio da mídia de então. O resultadofoi uma mobilização militar que beirouo blefe, mas que, amparada numa cri-se criada a partir principalmente dosgrandes jornais e na venalidade do par-lamento e da Justiça, jogou o país naescuridão por quase três décadas.

Hoje os atores são praticamente osmesmos, porém em papéis diferentes.O golpe em andamento foi gestado apartir da mídia, adotado pela Fiesp econtinua sendo amparado pelavenalidade do parlamento e do Judiciá-rio. Então, diferentemente de 64, que,a partir do amparo ideológico e finan-ceiro da Fiesp e amplificado pela mídia,é tolerado e implantado pela força dasarmas, até agora a ruptura está sendoformulada e executada a partir da mídia,com ações de apoio no Judiciário e noparlamento sem, até agora, a partici-pação dos militares.

Esse formato não é original. Foi testa-do com sucesso e com as suas particulari-dades, primeiro, em Honduras e, princi-palmente, no Paraguai. Nos dois países, acorrupção foi, como sempre, usada comoamálgama, a Justiça como avalizadora ea mídia como as novas forças armadas,que usam a mentira, a meia verdade, acalúnia, a difamação e a desinformaçãono lugar do canhão e do tanque.

É claro que este novo papel prota-gonista na política apressa a morte dojornalismo a partir das empresas decomunicação e joga os jornalistas numimpasse, impondo novas obrigações.Individualmente, os jornalistas são obri-gados a escolher entre respeitar seuscompromissos éticos/técnicos, que aprofissão exige, ou se submeter aosinteresses antissociais pelos quais asempresas passam a ser geridas.

O

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em 29

de março de 2016

**Presidente da Federação Nacional dos Jor-

nalistas

Leia mais em http://goo.gl/D1c5TI

Juízes Tortos*

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discurso do combate à corrupçãoacompanha a história brasileira em seusmomentos ditatoriais e nos períodosdemocráticos. Mas esse combate é fal-so. Sempre serviu como bode expiatóriode razões menos nobres, que se con-fundem com a própria corrupção, queos arautos dizem combater.

As forças que querem o impeachmentde Dilma Rousseff estão atentas aosmovimentos da Câmara de Deputados eda comissão que examina as acusaçõescontra a presidente, mas não dão im-portância ao fato de a Câmara ser pre-sidida por Eduardo Cunha, réu da Lava-Jato por decisão do STF. Da comissãocomposta de 65 deputados, 40 são cita-dos nas investigações da Lava-Jato.

Outro agente importante no cenárioé o mercado, sente-se agredido, às ve-zes exageradamente excitado, faz ca-ras e bocas. Mas fingem esquecer seusdefensores de plantão que todo o di-nheiro da corrupção vem do mercado,

o grande corruptor. E fazem parte deleos bancos e financeiras, que foram pro-tagonistas de escândalos nas últimasdécadas e, atualmente, as empreiteirasenvolvidas na Operação Lava-Jato.

Mas os deputados, o mercado e par-celas importantes da população resol-veram que a solução para a corrupção epara crise política é o impeachment dapresidente da República, contra a qualnão há uma única acusação decorrupção. Dizem os defensores do im-pedimento que não se trata de um gol-pe porque está previsto na Constitui-ção. Ora, este é um argumento pífio,pois a Constituição fala em impedimen-to quando provado crime de responsa-bilidade e o que está ocorrendo é trans-formação de uma prática corrente dospoderes Executivos estaduais e federalem crime. As pedaladas fiscais não fo-ram crime no governo FHC, nem o sãonos governos dos Estados. Só é crimequando cometido pelo governo de Dilma

Rousseff. Seria interessante investigarcomo alguns Estados da federação, in-cluindo o Rio Grande do Sul, em criseeconômica hoje, tratam suas dívidascom instituições públicas.

Os escândalos de corrupção não fo-ram inventados, foram trazidos à tonapor uma Polícia Federal e por um Minis-tério Público independentes. Mas enga-nam-se aqueles que pensam que não háuma forte relação entre o empenho emaprovar o impedimento e a expectati-va que um novo governo, um governodo PMDB, teria os meios para conter asinvestigações, que atingem os políticosdo próprio PMDB e dos principais parti-dos da oposição. Reduzir a corrupçãoao PT seria um formidável salvo- con-duto para ela continuar a não importar.

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em 1º

de abril de 2016

**Cientista política, professora do Departa-

mento de História da UFRGS

CÉLI PINTO**A corrupção não importa*

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NÃO AO PRECONCEITO

deputado Adão Villaverde (PT) ocu-pou a tribuna, na sessão plenária datarde de quarta-feira (30), para repu-diar a inaceitável declaração do presi-dente do Sindicato Médico do RS(Simers), Paulo de Argollo Mendes, queexpressou apoio à postura da médicagaúcha que se recusou a atender o filhode um casal alegando que era petista.

Em nome da Bancada do Partido dosTrabalhadores, Villaverde, disse que alógica proposta pelo dirigente médicopode abrir um perigoso precedente nasrelações entre profissionais da saúde epacientes, que pode passar a ser con-dicionada por critérios partidários comequivalência a outras discriminaçõespor etnia, cor, religiosa e até orienta-ção sexual. “Pela admiração que ex-pressou à médica será que o senhorArgolo quer uma nova interpretação daética médica?”, indagou. O deputadocobrou uma posição da AssembleiaLegislativa. “A Casa Legislativa nãopode tolerar tamanha violência contraas relações em sociedade”.

O episódio fez o deputado Adão

Villaverde lembraro clássico poemade Bertolt Brecht,que diz: “Primeirolevaram os ne-gros. Mas não meimportei com isso.Eu não era negro.Em seguida leva-ram alguns operá-rios. Mas não meimportei com isso.Eu também nãoera operário. De-pois prenderam os miseráveis. Mas nãome importei com isso. Porque eu nãosou miserável. Depois agarraram unsdesempregados. Mas como tenho meuemprego. Também não me importei.Agora estão me levando. Mas já é tar-de. Como eu não me importei com nin-guém. Ninguém se importa comigo”.

Bastante indignado, Villaverde citououtro poema, agora, do pastor luteranoMartin Niemöller, quando da ascensãodo Nazismo na Alemanha, que adaptouum célebre poema de Vladimir

Maiakovski:"Quando os nazistas levaram os co-

munistas, eu calei-me, porque, afinal,eu não era comunista. Quando eles pren-deram os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sin-dicalistas, eu não protestei, porque,afinal, eu não era sindicalista. Quandolevaram os judeus, eu não protestei,porque, afinal, eu não era judeu. Quan-do eles me levaram, não havia maisquem protestasse".

Deputado repudia inaceitável posição deórgão de classe que estimula a intolerância

Vanessa Vargas

O

ARTIGO

Assista ao pronunciamento do deputadoacessando https://goo.gl/ysxay8

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NÃO AO DESMONTE DO ESTADO

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Centro de Atenção Psicossocial(CAPS) II ganhou na manhã de quarta-feira (30), o seu Centro de Inclusão Di-gital. O ato de inauguração contou coma presença da vice-prefeita de Alegre-te, Preta Mulazzani, secretários e dire-tores, Conselho Municipal de Saúde, tra-balhadores da Atenção Básica e usuári-os do Serviço de Saúde Mental.

O Centro de Inclusão Digital do CAPSII teve investimento de 15 mil reais comverba oriunda da captação de recursosvia cadastro de projeto junto ao Minis-tério da Saúde em 2013, na terceirachamada para cadastro de projetos deReabilitação Psicossocial, Trabalho, Cul-tura e Inclusão Social na Rede de Aten-ção Psicossocial. “Agradecemos poreste investimento, que irá contribuirmuito para o fortalecimento da auto-

Inaugurado o Centro de Inclusão Digital do CAPS II

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nomia e cidadania dos usuários do Ser-viço de Saúde Mental”, afirma o dire-tor do CAPS II, Clodoaldo Rodrigues.

Apesar de estar instalado no CAPSII, o espaço não está destinado exclusi-vamente aos usuários daquela estrutu-ra de saúde mental, mas também po-derá ser utilizado pela rede de Atenção

Básica como apoio para oferta de ofici-nas de inclusão digital. A secretária deSaúde, Maria do Horto Salbego, ressal-tou a importância do cadastro de pro-jetos para a captação de recursos. “Há7 anos trabalhamos com o cadastro deprojetos junto aos governos estadual efederal e já conseguimos captar 15 mi-lhões em recursos para a melhoria deserviços e estruturas em saúde”, co-menta.

A vice-prefeita Preta Mulazzani evi-denciou o empenho dos trabalhadoresem saúde mental para qualificar aindamais o atendimento. “Esse investimen-to é fruto do esforço dos trabalhadoresque querem oferecer mais aos usuári-os, contribuindo para sua qualidade devida e dando oportunidade de inclusão”,finaliza.

Andressa Benites

ALEGRETE

deputado Adão Villaverde recebeu, na manhã desta sexta-feira (1º),os trabalhadores da Associação dos Servidores da Corag (ASCORAG) quevieram apresentar o relatório de gestão demonstrando os projetos que agráfica pública desenvolve bem como os seus resultados econômicos,que mostram que a Corag não causa prejuízos ao Estado, como afirmamalguns, mas que, inclusive, garante lucros aos cofres estaduais.

Villaverde adiantou que a posição da bancada petista é contra aextinção do Corag e defendeu que os trabalhadores da empresa nãopodem ser prejudicados pelo projeto de desmonte das funções públicaspor parte do governo Sartori. O parlamentar também sugeriu que osservidores façam uma política de divulgação do trabalho da Corag atra-vés de reuniões e audiência públicas.

Participaram do encontro Gabriel Hauser, Jackson Nascimento, Isaac Lima Souza, Rogério da Silva Lima e Darci Homem.

Servidores da Corag pedem apoio contra extinção do órgão

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Na próxima quarta-feira (6), por iniciativa da deputada fede-ral Erika Kokay, será lançada em Brasília a Frente Parlamentarem Defesa da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial.Antiga defensora destas pautas, Kokay sustenta que a lutaantimanicomial exige políticas públicas que tenham como metaso fechamento de hospícios e manicômios do país e a promoçãode uma cultura de tratamento, convivência e tolerância para aspessoas com sofrimento emocional de qualquer tipo.

O deputado Adão Villaverde, que é autor do projeto que incluio Dia do Orgulho Louco no calendário do RS, participará do ato.

Frente Parlamentar em Defesada Reforma Psiquiátrica eda Luta Antimanicomial