informativo do instituto brasileiro de executivos...

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INFORMATIVO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS DE FINANÇAS ANO 20 | Nº 44 | JULHO, AGOSTO E SETEMBRO DE 2011 INFORMATIVO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS DE FINANÇAS www.ibefes.org.br ANO 20 Nº 44 JULHO, AGOSTO E SETEMBRO DE 2011 2022: PROPOSTAS PARA UM BRASIL MELHOR NO ANO DO BICENTENÁRIO Fabio Giambiagi destacou o momento de estabilidade política e econômica como uma das motivações para realizar uma análise prospectiva para a próxima década. Claudio Porto enfatizou que o maior desafio do país é ampliar o investimento em infraestrutura e pavimentar o caminho da educação e da área social. Pág. 03 Royalties em defesa do ES O IBEF-ES promoveu em setembro dois encon- tros para debater as ameaças ao equilíbrio das nanças dos Estados produto- res de petróleo, trazidas pelas novas propostas de partilha dos royalties, principalmente no caso da aprovação da emenda Ibsen/Simon. O evento realizado no Palá- cio Anchieta, reuniu aproxi- madamente 800 autoridades, membros da Bancada Federal, Legislativo Estadual, Judiciá- rio, Ministério Público, Pre- feitos, Secretários de Estado e empresários. Págs. 4 e 5 Os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, defenderam o adiamento da sessão sobre o veto da emenda Ibsen-Simon no Congresso Nacional José Teófilo Oliveira, 1º vice-presidente do IBEF-ES mediou o debate sobre a proposta de conciliação dos royalties do petróleo Sergio Sotelino, Givaldo Vieira, Murilo Portugal, presidente da FEBRABAN e Bruno Negris Murilo Portugal destaca crescimento sustentado do ES "O índice de atividade econômica do Estado do Espírito Santo, mensurado pelo Banco Central, aponta um desempenho superior ao da média nacional. Mais recentemente ocorreu um deslocamento ainda mais significativo, provavelmente ligado ao recente ciclo de alta das commodities e das operações de comércio exterior". A afirmação é do presidente da FEBRABAN, Murilo Portugal, durante almoço- palestra promovido pelo IBEF-ES, no Cerimonial Itamaraty. Págs. 6 e 7

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INFORMATIVO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS DE FINANÇAS ANO 20 | Nº 44 | JULHO, AGOSTO E SETEMBRO DE 2011INFORMATIVO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS DE FINANÇAS

www.ibefes.org.br

ANO 20 Nº 44 JULHO, AGOSTO E SETEMBRO DE 2011

2022: PROPOsTAs PARA uM BRAsIl MelHOR NO ANO DO BICeNTeNÁRIO

Fabio Giambiagi destacou o momento de estabilidade política e econômica como uma das motivações para realizar uma análise prospectiva para a próxima década.

Claudio Porto enfatizou que o maior desafi o do país é ampliar o investimento em infraestrutura e pavimentar o caminho da educação e da área social.

Pág. 03

Royalties em defesa do es

O IBEF-ES promoveu em setembro dois encon-tros para debater as

ameaças ao equilíbrio das fi nanças dos Estados produto-res de petróleo, trazidas pelas novas propostas de partilha dos royalties, principalmente no caso da aprovação da emenda Ibsen/Simon.

O evento realizado no Palá-cio Anchieta, reuniu aproxi-madamente 800 autoridades, membros da Bancada Federal, Legislativo Estadual, Judiciá-rio, Ministério Público, Pre-feitos, Secretários de Estado e empresários. Págs. 4 e 5

Os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, defenderam o adiamento da sessão sobre o veto da emenda Ibsen-Simon no Congresso Nacional

José Teófi lo Oliveira, 1º vice-presidente do IBEF-ES mediou o debate sobre a proposta de conciliação dos royalties do petróleo

Sergio Sotelino, Givaldo Vieira, Murilo Portugal, presidente da FEBRABAN e Bruno Negris

Murilo Portugal destaca crescimento sustentado do es"O índice de atividade econômica do Estado do Espírito Santo, mensurado pelo Banco Central, aponta um desempenho superior ao da média nacional. Mais recentemente ocorreu um deslocamento ainda mais significativo, provavelmente ligado ao recente ciclo de alta das commodities e das operações de comércio exterior". A afirmação é do presidente da FEBRABAN, Murilo Portugal, durante almoço-palestra promovido pelo IBEF-ES, no Cerimonial Itamaraty. Págs. 6 e 7

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CAFÉ DA MANHÃ

Arthur Mizne, CEO da M Square, afirmou que o mercado de ações está aberto para captação, mas investidores estão conservadores

As mudanças no cenário macroe-conômico e o desenvolvimento do mercado de ações foram apresenta-

dos no dia 12 de julho por Arthur Mizne, sócio e CEO da M Square Investimentos durante um café da manhã promovido pelo IBEF-ES em parceria com a Itajubá Investimentos.

Durante sua apresentação Arthur Mizne destacou que a M Square emprega uma abordagem de “private equity” para ana-lisar companhias listadas, investindo apenas em situações que ofereçam uma grande margem entre valor de mercado e valor intrínsico.

Segundo Mizne a maior parte do portfó-lio da M Square tipicamente está investida em empresas de economia doméstica. “Tivemos forte desenvolvimento do mer-cado de capitais nos últimos anos criando novas oportunidades para investidores em bolsa e acreditamos que o universo de

O cenário macroeconômico e o mercado de ações

INFORMATIVO DOINsTITuTO BRAsIleIRO De exeCuTIVOs De FINANçAsAv. Nossa Senhora dos Navegantes, 755Edifício Palácio da Praia – 4º andar salas 409 a 411 – Enseada do Suá Vitória – ES – Cep 29050-335Telefax: (27) 3227-7825E-mail: [email protected]: www.ibefes.org.br

DIRETORIA DO IBEF-ES BIÊNIO 2011-2013

PRESIDENTE:Sergio Dominguez Sotelino

1º VIcE-PRESIDENTE:José Teófilo de Oliveira

VIcE-PRESIDENTE cOMERcIAL: Celso André Guerra Pinto

VIcE-PRESIDENTE DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS: Ruy Barbosa Junior

VIcE-PRESIDENTE DE RELAÇÕES INSTITUcIONAIS: Tércio Luiz Tavares Pascoal

VIcE-PRESIDENTE TÉcNIcO: José Antonio Bof Buffon

VIcE-PRESIDENTE DE RELAÇÕES cOM ASSOcIADOS:Rogério Zamperlini

VIcE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS JURÍDIcOS:Luciano Rodrigues Machado

cONSELHO FIScAL EFETIVO: Adilson Martinelli Ruy Dias de SouzaWaldenor Cesário Mariot

cONSELHO FIScAL SUPLENTE:Gustavo Barbosa VargasNilceu Moraes Barbosa da SilvaPatrícia Pretti Assef de Souza

cONSELHO cONSULTIVO:Geraldo de Aquino Carneiro Jr.Denise de Moura Cadete Gazzinelli Cruz Evandro Barreira Milet Otacílio Pedrinha de Azevedo João Carlos Ribeiro Vargas Adi Silva Gama Clóvis Abreu Vieira Déo Rozindo da Silva Sérgio Volk

SEcRETáRIO ExEcUTIVO:Rosalvo Marcos Trazzi

JORNALISTA RESPONSáVEL: Giovanna Giovannotti - MTb 1147 ES

PROJETO GRáFIcO E EDIÇÃO VISUAL:Renon Pena de Sá - (27) 8139.9282

FOTOS: Bruno de Menezes e Gabriel Lordello

TIRAGEM: 2.000 exemplares

IMPRESSÃO: Grafica Jep

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oportunidades continuará crescendo, disse. “O mercado de ações está aberto para

captação, mas investidores estão conser-vadores: 7 dos 11 IPOs saíram no low do range”, afirmou. O evento aconteceu no Radisson Hotel e reuniu 49 participantes.

Arthur Mizne, CEO da M Square

MANTeNeDORes

NOTA

O Conselho Fiscal do IBEF-ES reu-niu-se 29 de junho para apreciação das contas que compreendem os exercícios de 2010 e 2009 do Instituto e emba-sados no parecer da BAKER TILLY BRASIL Auditores independentes, representada pelos senhores Guilherme Machado Junior e William Daniel Lessa Junger, aprovaram por unanimidade os balanços compreendidos neste período.

Na ocasião, foram autorizados a efetivação dos ajustes referente ao

CONEF 2009; a baixa de ativo imo-bilizado não existente fisicamente e integralmente depreciado e o ajuste pela constituição de provisão para devedores duvidosos 2009 e 2010 apontados pela BAKER TILLY BRASIL.

O parecer apresentado foi aprovado sem ressalvas pelos membros do Con-selho Fiscal Waldenor Cezário Mariot, Adilson Martinelli e Ruy Dias de Souza. No próximo semestre será realizada uma nova auditoria.

Governança

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eVeNTO

APOIO: ReAlIZAçÃO:

www.ibefes.org.br

Fabio Giambiagi e Claudio Porto apontam metas para 2022

O Brasil encontra-se em um momento crucial para alcançar um novo pata-mar de desenvolvimento. Ao mesmo

tempo em que está entre as nações mais promissoras do mundo, o país ainda apre-senta deficiências estruturais em setores como educação e infraestrutura, além dos desafi os nas políticas fi scal, cambial e previ-denciária. Esta é a mensagem que permeia o livro “2022: propostas para um Brasil melhor no ano do bicentenário”, organizado pelos economistas Fabio Giambiagi e Claudio Porto, lançado no dia 07 de julho, em Vitória, com um amplo debate aberto ao público.

O debate, promovido pelo Instituto Bra-sileiro de Executivos de Finanças (IBEF–ES) e Macroplan, foi realizado no auditório da Rede Gazeta e reuniu cerca de 70 convida-dos, entre autoridades, executivos, diretores e associados do Instituto.

Durante o debate, mediado pelo edi-tor executivo de A Gazeta, André Hees, os organizadores da obra, Fabio Giambiagi e o presidente da Macroplan, Claudio Porto, apresentaram análises e propostas sobre questões e desafios fundamentais para que o país comemore seus 200 anos de independência como uma nação social e economicamente mais desenvolvida. Porto e Giambiagi partiram de uma análise sobre a trajetória recente do país e dos avanços conquistados - a consolidação da democra-

O Brasil do futuro

Sergio Sotelino, presidente do IBEF-ES, Fabio Giambiagi e Claudio Porto, organizadores do livro 2022 e André Hees, Editor Executivo do Jornal A Gazeta

Autoridades como Ricardo Ferraço, Rodrigo Chamoun e Sergio Magalhães também compareceram ao lançamento do livro 2022

cia, progressos sociais inquestionáveis e a transformação econômica e institucional do Brasil digna de um país maduro.

Apesar das vitórias, os organizadores do livro alertaram que os ganhos adquiridos não vão determinar automaticamente um bom futuro e que as carências e desafios que o País tem pela frente são maiúsculos: baixos níveis de investimento, existência de uma taxa de inflação ainda elevada para parâmetros internacionais, escassez de poupança interna, defi ciências graves de infraestrutura, níveis insatisfatórios dos indicadores educacionais e baixo nível de capacitação da população.

Porto e Giambiagi apresentaram as pers-pectivas do que poderiam ser diferentes cenários que o Brasil pode vir a percorrer nos próximos 11 anos. No cenário mais oti-mista - mas que do ponto de visa político parece pouco provável para os organizado-res - o Brasil faz fortes ajustes no seu modelo econômico, mantendo uma presença sele-tiva do Estado na economia, para garantir

uma ampla inserção econômica global. O país segue uma trajetória de crescimento entre 4,5% e 5,5%.

Outra possibilidade apontada pelos economistas, é o cenário “Capitalismo Chinês’ à Brasileira”, no qual a economia global oferece amplas possibilidades para países emergentes mais bem posicionados. O cenário traça o Brasil com forte inserção econômica global, mas também presença ampla do Estado na economia.

O economista Fabio Giambiagi, desta-cou o momento de estabilidade política e econômica do Brasil como uma das motiva-ções para realizar uma análise prospectiva para a próxima década. Ele acredita que esforços conjuntos dos diversos setores da sociedade poderão transformar as propos-tas do livro em ações concretas. “A palavra de ordem é: cooperação. É importante dei-xar para trás antagonismos que não mais se justifi cam e estabelecer alguns acordos, como se observa em sociedades politica-mente avançadas”, afi rmou.

Paulo Hartung, ex-governador, Sergio Sotelino, Andre Hess, Sergio Rogério de Castro e Guilherme Dias

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DeBATe

Royalties de petróleo

Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro e Renato Casagrande governador do Espírito Santo pedem apoio à presidente Dilma Roussef

Os riscos financeiros a que serão submetidos os estados produtores de petróleo, com a arrecadação dos

royalties, é assunto prioritário para os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Por essa razão, o Instituto Brasi-leiro de Executivos de Finanças (IBEF-ES) promoveu no dia 29 de agosto, um encon-tro entre os governadores Sérgio Cabral e Renato Casagrande. Durante o evento, eles defenderam o adiamento da sessão sobre a o veto da emenda Ibsen-Simon no Congresso Nacional. O evento aconteceu no Palácio Anchieta.

Diante de um auditório lotado deputa-dos federais e estaduais, senadores, prefei-tos e representantes do empresariado local, os governadores se uniram para anunciar a construção de uma proposta alternativa e reforçaram o pedido de apoio à presidente Dilma Rousseff para minimizar as perdas na partilha dos royalties de petróleo para os estados produtores.

“Precisamos que o Congresso Nacional tome uma decisão orientada pela razão e não pela emoção. A qualidade da dis-cussão será comprometida se ela não for amadurecida suficientemente. Propomos a garantia dos nossos direitos como estados produtores”, afirmou o governador Sérgio Cabral, que ressaltou o forte impacto eco-nômico negativo para os dois estados.

No Espírito Santo, que hoje produz 350 mil barris de petróleo por dia, o prejuízo vai chegar a R$ 1,2 milhão. O governador Renato Casagrande afirma que a redução dos investimentos no Estado será inevitável.

Para o 1º vice-presidente do IBEF-ES, José Teófilo de Oliveira, que mediou o encontro dos governadores, a discussão sobre a distribuição dos valores relativos aos royalties do petróleo em nosso País está prioritariamente na ordem do dia da nação. “É um assunto da mais alta relevância. Seus impactos e eventuais sequelas não são de um Governo, mas sim do Estado e da socie-dade capixaba.

O evento teve o patrocínio da Findes, da Fecomércio, da Fetransportes e da Faes e contou com o apoio institucional do Espí-rito Santo em Ação.

O governador Sérgio Cabral afirmou que a receita sobre áreas já concedidas deve ser mantida

O governador Renato Casagrande aposta no entendimento para constru-ção de uma proposta que atenda a todos os Estados, produtores ou não

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O Vice-presidente do IBEF-ES, José Teófilo Oliveira atuou como mediador do debate com os Senadores Wellington Dias, Magno Malta, Ana Rita Esgário e Ricardo Ferraço

Senador Wellington Dias Dias defendeu a proposta de divisão dos royalties em 60% para os estados produtores e 40% para a União

senador Wellington Dias defende proposta sobre partilha dos royaltiesO parlamentar disse que em 2025 a expectativa é de que o Brasil arrecade cerca de R$ 70 milhões para cada milhão de barril produzido

Para dar continuidade ao debate sobre a partilha dos royalties de petróleo, o Instituto Brasileiro de Executivos

de Finanças (IBEF-ES) recebeu o senador do Piauí Wellington Dias para apresentar proposta sobre o assunto. Para ele, 40% dos royalties devem ficar com a União e os outros 60% devem ser destinados aos esta-dos e municípios produtores. O senador defendeu a tese durante evento no Palácio Anchieta, no dia 2 de setembro.

Na abertura do evento, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, agra-deceu ao senador do Piauí pelo envolvi-mento na pauta dos royalties de petróleo. “O Wellington Dias se tornou um espe-cialista no assunto. Certamente, hoje, ele é reconhecido com referência no senado sobre o tema royalties. Tê-lo conosco nos dá respaldo e fortalece a nossa busca por uma partilha mais justa”, afirmou.

“Já conseguimos avançar com o adia-mento da votação do veto em Brasília, que foi transferido para o dia 4 de outubro. O apoio da União nesse processo é absolu-tamente decisivo. A abertura dada pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que um grupo de trabalho avalie as pro-postas sobre a partilha e, com base nisso, o governo tome suas decisões, já colabora muito com o surgimento de um possível acordo”, destaca o senador Wellington Dias.

Segundo ele, é fundamental que os senadores levem em consideração que a exploração de royalties de petróleo no Bra-

sil ainda vai crescer muito. “A expectativa é de, em 2025, o Brasil arrecade cerca de R$ 70 milhões para cada milhão de barril produzido. Hoje, temos apenas só 28% da área de produção em exploração”, explica o parlamentar.

Nesta visão, Dias defende a proposta de divisão dos royalties em 60% para os estados produtores e 40% para a União. O cálculo leva em consideração o reconhe-cimento de que os Estados produtores vão ficar com o ônus econômico e social, que é inerente ao processo de extração. “A pro-dução de petróleo vai gerar muita riqueza para o País, mas esse processo tem fim e é preciso pensar nas consequências que Rio de Janeiro, São Paulo e o Espírito Santo terão quando o período de extração aca-bar”, afirma.

senadores unem forças em defesa de uma partilha mais justa

Após a apresentação da proposta do senador Wellington Dias, o 1º Vice-presidente do IBEF-ES, José Teófilo Oli-veira, abriu a mesa redonda realizada com a presença da bancada capixaba no Senado Federal.

O senador Ricardo Ferraço apontou a necessidade de buscar uma proposta

unificada. “A judicialização seria um pro-cesso muito desgastante perante o mer-cado de petróleo”, acredita. Para Ferraço, é possível afirmar que o cenário é melhor, no entanto, ainda preocupa: “continua-mos distantes de onde precisamos che-gar”, afirma.

A petista Ana Rita Esgário elogiou o posicionamento do senador Wellington. “Acredito que o Wellington seja a pessoa que veio preencher esse espaço, incenti-vando a discussão e o aprofundamento

do debate”, conta. A senadora ressaltou que colocar o interesse da sociedade brasileira à frente das opiniões é o caminho para que a solução mais viá-vel para os problemas seja encontrada.

O senador Magno Malta reforçou que os passivos ambientais e sociais são arcados por estados produto-res, reafirmando que o petróleo é de todos, mas os royalties devem ser direcionados aos estados onde o óleo é extraído.

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AlMOçO-PAlesTRA

Momento econômico do Brasil e os principais desafi os para o setor fi nanceiro

Murilo Portugal, presidente da FEBRABAN afi rmou que a estabilidade macroeconômica está assentada no tripé disciplina fi scal, regime de metas de infl ação e sistema de câmbio fl utuante

“Ao longo dos últimos anos, a eco-nomia brasileira vem mostrando sólidos resultados, com cresci-

mento econômico sustentado, inflação controlada, redução da vulnerabilidade

externa e melhora importante nos indica-dores sociais”. A afi rmação é do presidente da FEBRABAN, Murilo Portugal durante almoço-palestra realizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-ES).

O palestrante afi rmou que a solidez dos fundamentos da economia brasileira foi testada na crise fi nanceira mundial ini-ciada em 2008, a pior desde a de 1929 e que teve seu epicentro nas economias centrais. “No Brasil, embora a crise tenha tido um efeito forte na produção, teve duração relativamente rápida e não

deixou seqüelas na estrutura produtiva. Hoje nosso desafi o é manter e ampliar um ritmo de crescimento que não seja exces-sivo em relação à capacidade instalada do nosso parque produtivo”, disse.

Para explicar os fatores da performance positiva da economia no país, Murilo Por-tugal citou que o cenário benigno que vive-mos é uma construção coletiva de gover-nos, dos empresários e dos trabalhadores brasileiros que hoje permite aproveitar o ganho nos termos de troca que o país experimenta como resultado do aumento da demanda e dos preços das mercadorias

Bruno Negris, Murilo Portugal, Ana Paula Vescovi e Sergio Sotelino durante o debate

ANUNCIO KURUMÁ

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Momento econômico do Brasil e os principais desafi os para o setor fi nanceiro

Executivos do Banestes prestigiaram o evento

Evento foi prestigiado por representantes do segmento empresarial do estado

básicas que exportamos.Ao falar sobre a estabilidade macro-

econômica, Murilo Portugal destacou que no Brasil de hoje está assentada no tripé: disciplina fi scal, regime de metas de infl ação e sistema de câmbio fl utu-ante. “Desde 2000, o Brasil vem gerando superávits primários de forma cons-

ciente, que permitiram uma redução importante da relação dívida líquida/PIB, de 45,5% do fi nal de 2000 para 39,8% em abril deste ano. A dívida bruta apre-sentou redução embora situando-se na faixa de 56% do PIB”.

“Nós avançamos bastante no controle da inflação e o regime de metas vem cumprindo um papel fundamental para garantir a nossa estabilidade macroeco-nômica. Devemos reconhecer que para padrões internacionais os nossos níveis de infl ação ainda são elevados, conside-rando-se especialmente os países que mais avançaram na estabilidade macro-

O forte crescimento das economias dos países emergentes, liderados pela China, elevou fortemente a demanda mundial por diversos produtos, em especial pelas matérias primas e commodities agrícolas e minerais”

econômica sejam eles desenvolvidos ou em desenvolvimento.”

No entanto, outro avanço importante é fortalecimento das instituições. “O Bra-sil é hoje uma democracia consolidada, com independência entre os poderes da República e ampla garantia aos direitos individuais e de propriedade. No campo econômico a amplitude, a transparência e a tempestividade das estatísticas econô-micas ofi ciais permitem um acompanha-mento “on line” da evolução das contas públicas e das principais variáveis macro-econômicas no Brasil”, apontou.

O terceiro ponto comentado pelo pales-trante foi a redução da fragilidade externa. “O forte crescimento das economias dos países emergentes, liderados pela China, que incorporou centenas de milhões de novos consumidores, elevou fortemente a demanda mundial por diversos produtos, em especial pelas matérias primas e com-modities agrícolas e minerais.

Sobre o sistema fi nanceiro Portugal enfa-tizou que o Brasil vem tendo participação efetiva no debate sobre a implementação dos acordos de Basileia e deve ser um dos primeiros países a adaptar sua regulação interna aos novos requisitos internacionais.

O evento contou com o patrocínio do Banestes e o apoio do Banco do Brasil.

Murilo PortugalPresidente da FEBRABAN

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06/10Premiação IBEFHomenagens: Equilibrista, Destaque Empresarial, Ibefi ano de Sucesso e Comenda Ordem do Mérito do Desenvolvimento do ESLocal: Cerimonial Le BuffetHorário: 20h30

Prêmio O Equilibrista Benjamin Mário Baptista FilhoPresidente e CEO da ArcelorMittal Brasil e Presidente da ArcelorMittal Tubarão – Vitória

Destaque Empresarial Remegildo Gava MilanezDiretor-presidente do Hospital Metropolitano

Ibefi ano de Sucesso José Jonas ZucchiPresidente da Granito Zucchi Ltda.

Comenda Ordem do Mérito do Desenvolvimento do ES José Eugênio VieiraDiretor-Superintendente do SEBRAE/ES

Homenageados com o Troféu O equilibrista nas edições anteriores2010 – Renan Chieppe2009 – Américo Buaiz Filho2008 – Fausto Costa2007 – Márcio Félix2006 – Alexandre Nunes Theodoro2005 – José Tadeu de Moraes2004 – Carlos Augusto Lira Aguiar2003 – Carlos Fernando Lindenberg Neto2002 – Domingos Sávio Rigoni2001 – José Armando Figueiredo Campos2000 – Luiz Wagner Chieppe1999 – Lucas Izoton Vieira1998 – Décio Chieppe1997 – Osvaldo Dadalto1996 – Antonio Lima Filho e Arthur Carlos

Gerhardt Santos

eVeNTO

AGeNDA

31/10 Almoço-palestraTema: “A Petrobras e as cadeias da Indústria Naval e de Serviços no Brasil e no ES”Convidado: Paulo Roberto da Costa

Diretor de Abastecimento da Petrobras Local: Cerimonial Itamaraty Horário: 12h às 14h

Paulo Roberto Costa é Engenheiro Mecânico, formado pela Universidade Federal do Paraná. Ingressou na PETROBRAS em 1977. Atualmente é Diretor de Abastecimento da Petrobras e Presidente dos Conselhos de Administração da Refi naria Alberto Pasqualini - REFAP, da Refi naria Abreu e Lima S.A. - RNEST e das Empresas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro S.A.- COMPERJ. Também atua como Conselheiro de Administração da Petrobras Transporte S.A. - TRANSPETRO, da Petrobras Química S.A. – PETROQUISA, da Petrobras Biocombustíveis S.A. – PBIO e da BRASKEM S.A. (Grupo Odebrecht).

08/12Almoço-palestraTema: “Microrreformas, Instituições e o Desenvolvimento Brasileiro”Convidado: Marcos de Barros Lisboa

Vice-presidente de Presidente de Seguros e Risco Operacional – Itaú Unibanco S/A

Local: Cerimonial Itamaraty Horário: 12h às 14h

Marcos de Barros Lisboa é PHD em economia pela Universidade de Pennsylvania, foi Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2006, quando liderou a instalação de uma agenda de reformas microeconômicas para o Brasil. Em 2010 foi agraciado com o prêmio de “Economista do Ano”, concedido pela Ordem dos Economistas do Brasil, por sua contribuição acadêmica e também à política pública brasileira. Atualmente exerce o cargo de Vice-presidente de Seguros e Risco Operacional - Itaú Unibanco S/A.

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www.sheilabasilio.com.br

Estádio Estadual Kleber Andrade

PERFIL Celso André Guerra Pinto

Celso Guerra é Economista, Pós-graduado em Marketing e Mestre em Comércio Internacional pela New York University. Há 18 anos na Rede Gazeta atuou como Diretor de Planejamento e Controladoria e Diretor de Marketing, além de ter

comandado as Regionais Norte, Noroeste e Sul. Atualmente é Diretor Executivo de Televisão. Em entrevista ao IBEF-ES, ele afi rma que o Estado do Espírito Santo está na agenda de grandes investidores e tem um enorme potencial de geração de riqueza.

EntrevistaPromover a parceria com empresas

do setor produtivo faz parte de suas atribuições como Vice-presidente Comercial. Quais as perspectivas para o desenvolvimento desse trabalho no Biênio 2011-2013?

Acredito que o IBEF-ES tem conseguido caminhar com segurança rumo aos obje-tivos defi nidos em nosso planejamento estratégico. O Instituto está bem posicio-nado, bastante ativo e tem promovido um debate de muito valor para nosso futuro. Já trouxemos neste ano ao Espírito Santo players importantes do cenário nacional como o Ministro da Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o presidente da FEBRABAN, Murilo Portugal, o gover-nador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, entre outros. Acredito que os debates que promovemos sobre reforma tributária, royalties, agenda de futuro e desafi os do setor fi nanceiro e da economia brasileira trouxeram temas de importância funda-mental e contribuíram para o Ibefi ano e para nossa sociedade formarem sua opi-nião e se posicionarem.

Como você enxerga as perspectivas de nosso Estado para o futuro?

Brilhantes. Nosso Estado hoje está na agenda de grandes investidores, tem um enorme potencial de geração de riqueza e um povo trabalhador. É claro que temos desafios de peso a vencer. Precisamos transpor dois grandes obstáculos que se

colocam no cenário do curto prazo que são a batalha pelos royalties e a ameaça ao FUNDAP. Temos também que fomen-tar para que a infraestrutura suporte o rápido avanço econômico e gerar condi-ções para que a sociedade participe dos ganhos deste processo. Por fi m, existem desafios como no campo da consolida-ção do sistema institucional que sustenta nossa governança, onde fi zemos grandes progressos nos últimos anos, mas acredito que o Estado está preparado para vencer estes obstáculos através das instituições, empresas e governo que hoje regem o Espírito Santo.

As novas mídias representam uma oportunidade ou ameaça para os veí-culos de comunicação?

Em minha opinião, mais oportuni-dade que ameaça. Na verdade, as mídias baseadas na internet permeiam todos os meios de comunicação, que podem se apropriar desta para promover ganhos de competitividade e aumentar sua efi -ciência para atingir grupos adicionais de audiência. Logo, as televisões também estarão plugadas à internet e a interati-vidade vai fortalecer muito a TV como ferramenta de aquisição de informação e entretenimento. O mesmo se aplica aos outros meios. O consumidor só ganha e as empresas passam a ter novas fontes de receita. O importante é se posicionar adequadamente neste novo meio e acom-panhar as mudanças de hábitos de con-sumo de informação e relacionamento em curso na sociedade.

Nome: Celso André Guerra PintoNaturalidade: Coronel Fabriciano /Minas GeraisData de aniversário: 10/01Formação profi ssional: EconomistaCargo no IBEF-ES: Vice-presidente Comercial

Perfi l

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PPPs no setor de saúde: uma revolução focada em efi ciência e qualidadeInspirados em experiências bem-suce-

didas de Parcerias Público-Privadas (PPPs) em países como Inglaterra,

Alemanha, Espanha, África do Sul e, recentemente, Estados Unidos, governos estaduais e municipais do Brasil começam a enxergar neste sistema um meio para a viabilização de investimentos e ganhos de efi ciência na área de saúde pública, o que poderá se tornar uma verdadeira revolu-ção neste campo.

Estima-se, considerando todas as áreas onde o poder público atua e que são passíveis de realizar contratos de PPP, que o setor de saúde corresponda a 10% dos projetos em potencial. As ope-rações de PPPs na saúde representam, na prática, promover avanços relevantes em uma área socialmente prioritária e politicamente sensível. Pelo menos qua-tro projetos no País já estão em vigor ou em fase de planejamento, em Belo Hori-zonte, Salvador e São Paulo.

Sob a ótica do poder público, a área de saúde está, junto com educação, entre as mais demandadas pela população e que apresenta, de maneira contraditória, alguns dos maiores índices de inefi ciên-cia e, portanto, insatisfação dos usuários. Isso, a despeito de melhorias momentâ-neas e específi cas, ainda que encorajado-ras, sobretudo relacionadas a programas vitoriosos promovidos pelos governos.

E a alta demanda tende a crescer e intensificar-se por conta, essencial-mente, da maior expectativa de vida das pessoas. Esse fenômeno está longe de ser restritamente do Brasil, como também o País não está imune aos aumentos de custos dos serviços médicos e da área de saúde verifi cados em todo o planeta.

As estimativas da PwC indicam que, no período de 2010 a 2020, os gastos com serviços de saúde nos países da Orga-nização para a Cooperação e o Desen-

CÉLIA CRISTINA BATISTA GUERRA Banco do NordesteGUILHERME SIQUEIRA Construtora Roma LtdaLEONARDO SILVEIRA MORELLATO Girassol Granitos e Mármores Ltda

MIRTA NOEMI SATAKA BUGARIN IJSNROBERTO GOMES REIS JUNIOR Liga Vitoria Corretora

IBeF-es DÁ BOAs-VINDAs AOs NOVOs AssOCIADOs

Marcelo Orlando: Sócio e Líder de Health Services da PwC-Brasil

ROBSON LEITE NASCIMENTO Secretaria de Estado do Governo do Estado do ES

ROMERO LEITE FILHO Valor InvestimentosSÁVIO DA RÓS SIGNA Desenvolvimento e

Participação WALTER ALVES NORONHA WALTER ALVES NORONHA

INsTITuCIONAl MANTeNeDOR IBeF-es

volvimento Econômico (OCDE) e BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) atingirão US$ 71,7 trilhões, dos quais 5% (US$ 3,6 trilhões) se destinará para infraestrutura, enquanto os demais gastos servirão para arcar com as despesas operacionais do sistema. O ritmo de expansão dos gastos caminha para torná-los insustentáveis.

Torna-se compreensível a necessidade de as prefeituras e estados reorientarem suas estratégias. Ao possibilitarem, por exemplo, que a administração pública instale a infraestrutura necessária para um novo hospital ou unidade básica de saúde, enquanto o setor privado res-ponde pelos equipamentos, serviços

clínicos e outras funções como gestão de lavanderia, estacionamentos, serviços de alimentação, as PPPs despontam como uma real oportunidade para a supera-ção da carência dos serviços públicos de saúde, bem como promover ganhos de qualidade e efi ciência.

Pelo lado do capital privado, há percep-ção de que as PPPs na área de saúde podem representar margens justas de retorno ao investimento, com riscos relativamente baixos e compartilhados com o parceiro público. Assim sendo, ganham os usuários, o Estado e os investidores privados. Devere-mos – e esperamos – ver essa revolução se intensifi car nos próximos meses.

FOTOS: EDI PEREIRA

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Remegildo Gava Milanez

DesTAque eMPResARIAl

HOMeNAGeNs

Benjamin Mário Baptista Filho será homenageado como o Equilibrista em 2011

No dia 06 de outubro, o Instituto Brasi-leiro de Executivos de Finanças (IBEF-ES) homenageará o executivo que mais se des-tacou no cenário econômico do Espírito Santo. O prêmio “O Executivo de Finanças do Ano” é o reconhecimento que a comuni-dade empresarial faz ao executivo que teve um desempenho profissional brilhante e uma conduta irrepreensível, considerada nesta avaliação sua postura de liderança. Ao profissional escolhido é conferido o Troféu “O Equilibrista”.

O executivo a receber a escultura em bronze criada por Osni Branco que representa os desafios da carreira e as habilidades dos profissionais da área financeira será o Presidente e CEO da ArcelorMittal Brasil e Presidente da Arce-lorMittal Tubarão – Vitória , Benjamin Mário Baptista Filho.

“Temos a honra de homenagear Ben-jamin Mário Baptista Filho pelo seu grande e reconhecido conhecimento e experiência na comercialização, rela-cionamento com clientes e excelência na gestão e expressivos resultados nas atividades da Arcelor Mittal Tubarão nos momentos turbulentos vividos recente-mente. A ArcelorMittal Tubarão é consi-derada uma das empresas mais compe-titivas em seu segmento e que produz o melhor aço do mundo, com um mix de produtos variado, com alto valor agre-gado e na vanguarda das organizações comprometidas com a sustentabilidade,

um conceito que faz parte de seus valores, estratégia e dia-a-dia”, ressaltou

Sergio Sotelino, presi-dente do IBEF-ES.Na ocasião da cerimônia

da 16ª edição do Prêmio O Equilibrista também

serão homenageados como Destaque Empre-

sarial, Remegildo Gava Milanez, Dire-

tor-presidente do Hospital Metropo-

litano, prêmio desti-nado ao executivo que se destacou na área financeira

IBeF-es premia executivos

Benjamin M. Baptista Filho

José Jonas Zucchi

através das soluções inovadoras na exe-cução de suas funções.

Como Ibefiano de Sucesso receberá a placa de homenagem o executivo José Jonas Zucchi, presidente da Granito Zucchi Ltda. A premiação Ibefiano de Sucesso é concedida desde 2005 pelo IBEF-ES por votação entre os associa-dos no site do Instituto como forma de reconhecer o mérito de associados que se destacaram na gestão de seus negócios.

A solenidade de premiação será reali-zada no Cerimonial Le Buffet, em Jardim Camburi, a partir das 20h30.

COMENDA ORDEM DO MéRITO DO DESENVOLVIMENTO DO ES - Em 2011, José Eugênio Vieira, Diretor-Superintendente do SEBRAE/ES receberá a Comenda Ordem do Mérito do Espírito Santo que visa reco-nhecer e homenagear a personalidade que tenha contribuído para projetar de forma positiva o Estado do Espírito Santo no cená-rio nacional.

De grau único e caráter honorífico a Comenda será outorgada a José Eugênio Vieira por sua dedicação e contribuição no desenvolvimento do estado do Espí-rito Santo.

equIlIBRIsTA

José Eugênio Vieira

COMeNDA IBeFIANO De suCessO

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Aeconomia que opera na esfera financeira vive mais de expectati-vas do que da economia real. Essa

afirmação ajuda a entender melhor o que está acontecendo no momento. Enquanto a economia real mantém-se ainda quase estável, com leves indicati-vos de desaceleração, o mercado finan-ceiro, ao contrário, oscila fortemente e encontra dificuldade para encontrar a sua trajetória de estabilização.

E são as bolsas de valores as que mais sofrem com os sobressaltos. Isso porque, na precariedade de referências e visibili-dade quanto ao que vai acontecer no hori-zonte do tempo, os agentes econômicos, de forma desordenada e muitas vezes irracio-nal, buscam se resguardarem de possíveis perdas. Para tanto, tendem a se desfazer de suas posições o mais rapidamente possível, fugindo de ativos mais voláteis e arriscados. Só que o que individualmente possa apa-rentar uma decisão racional, no coletivo, forma-se um ambiente propício ao desen-cadeamento do chamado efeito manada. Ou seja cria-se uma situação de pânico.

Em grande parte é o que aconteceu recentemente. As bolsas, de certa forma, fizeram, e ainda estão fazendo, uma pre-cificando muito alta da expectativa – no sentido negativo, é claro - de haver uma recessão. Isso é até natural, pois o nível de incertezas também subiu fortemente em razão de não se saber e muito menos de se ter uma ideia do que efetivamente possa acontecer mais a frente no tempo.

Normalmente, numa situação com essa, duas indagações são recorrentes. A primeira diz respeito à intensidade do pro-blema. Ou seja, qual será o tamanho dessa crise. Será apenas uma leve recessão ou

algo que pode evoluir para uma profunda recessão. Não ouso falar em depressão. A outra questão prende-se ao período de duração da crise, que pode ser expresso em anos. É lógico supor que no caso de uma recessão mais aguda o tempo de recupe-ração deva ser mais longo.

A única forma de se saber a trajetória e velocidade do processo é através de sinais emitidos pela economia real. Ou seja, atra-vés de indicadores vinculados às ativida-des econômicas do dia a dia, a maioria dos quais verificados ex-post – depois de ocor-

já poderia funcionar como fator estabili-zador do ambiente econômico global. O mesmo raciocínio pode ser feito em relação à economia americana.

No caso dos Estados Unidos, o problema está mais na economia real, reforçado naturalmente pela dificuldade encontrada no plano da política – governo e congresso – em pactuar uma política sólida de recu-peração econômica. Lá, a evidência maior da crise está no desemprego alto. Situação diferente de 2007/08, que se caracterizou como um problema financeiro – estouro da bolha imobiliária -. Agora, no entanto, nem o tamanho da dívida pública e nem o déficit do tesouro justificam o tamanho do estrago provocado no mercado financeiro em escala global.

O mais provável é que tenhamos um período de desaceleração da economia global sob a liderança da economia do Euro e da economia americana, com efei-tos negativos também nas demais econo-mias, inclusive nas emergentes, dentre as quais a economia brasileira. É razoável também trabalhar-se com a hipótese de que o tempo de duração da retomada será maior do que em relação à crise de 2008.

Prefiro ser otimista e apostar na alterna-tiva de que se encontrem saídas eficientes e mais rápidas para a crise. Isso dependerá muito do que acontecerá no campo da política nos Estados Unidos e na Europa, pois é nesse campo que decisões de grande impacto são tomadas.

Orlando CalimanEconomista. Diretor técnico da FuturaAssociado ao IBEF-ES

O mais provável é que tenhamos um período de

desaceleração da economia global sob a liderança da economia do Euro e da economia americana

ANUNCIO KURUMÁ

ARTIGO Orlando Caliman

A Dimensão da Crise

ridos os fatos econômicos -. Dentre esses podemos citar indicadores de atividades industriais, de emprego, de consumo, de intenções de investimentos, de movimen-tações financeiras etc... Alguns indicadores são gerados quase em tempo real; outros podem até antecipar – sinalizar – tendên-cias – indicadores antecedentes -.

Fazer previsões em situações como esta não é tão simples, pois a dinâmica do pro-cesso – sua intensidade, temporalidade e abrangência – pode ser modificada por intervenções programadas. Por exemplo, uma solução ou equacionamento do pro-blema da dívida pública na União Europeia