informativo da escola de engenharia da ufrgs

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Porto Alegre, Ano I, nº 3, maio-junho de 2013 – www.engenharia.ufrgs.br ISSN 2317-1200 versão impressa ISSN 2317-0298 versão online Internacionalização da UFRGS e da Escola de Engenharia Engenharia Elétrica no topo Valorizando a Educação em Engenharia AÇÕES POSITIVAS GRID: competência técnica e solidária TECNOLOGIA NA ESCOLA Novos Espaços para o LTM NA REDE Palavra de Especialista Centro Acadêmico organizou o I Seminário de Gestão para diretó- rios acadêmicos da Engenharia Associação Atlética: um legado vitorioso ENGENHARTIGO Segurança Contra Incêndios: legislação e conhecimento técnico- -científico Especial Santa Maria Em vídeo, eventos que refletiram sobre a questão do trauma pós-desas- tres e a prevenção contra incêndios CONEXÃO BRASIL-PORTUGAL Entrevista com Presidente da ISEC de Coimbra, professor Nuno Miguel Fonseca Ferreira, destaca parceria com a EE p8 p3 CONTRACAPA INFORMA ENGENHARIA TUBE COM A PALAVRA, O CEUE EM REVISTA Engenharia informativo da escola de O processo de internacionalização da EE para alcançar o status de Universidade de Classe Mundial p4 p6 p7 /engenhariaUfrgs @engUFRGS /engenhariaUfrgs

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Jornal da Escola de Engenharia da UFRGS. Ano 1, nº 3, maio-jun, 2013

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Page 1: Informativo da Escola de Engenharia da UFRGS

Porto Alegre, Ano I, nº 3, maio-junho de 2013 – www.engenharia.ufrgs.br

ISSN 2317-1200 versão impressa

ISSN 2317-0298 versão online

Internacionalização da UFRGS e da Escola de Engenharia

Engenharia Elétrica no topo

Valorizando a Educação em Engenharia

AÇÕES POSITIVASGRID: competência técnica e solidária

TECNOLOGIA NA ESCOLANovos Espaços para o LTM

NA REDEPalavra de Especialista

Centro Acadêmico organizou o I Seminário de Gestão para diretó-rios acadêmicos da Engenharia

Associação Atlética: um legado vitorioso

ENGENHARTIGOSegurança Contra Incêndios: legislação e conhecimento técnico--científico

Especial Santa MariaEm vídeo, eventos que refletiram sobre a questão do trauma pós-desas-tres e a prevenção contra incêndios

CONEXÃOBRASIL-PORTUGALEntrevista com Presidente da ISEC de Coimbra, professor Nuno Miguel Fonseca Ferreira, destaca parceria com a EE

p8p3

CONTRACAPA INFORMAENGENHARIA TUBECOM A PALAVRA, O CEUE EM REVISTA

Engenhariainformativo da escola de

O processo de internacionalização da EE para alcançar o status de Universidade de Classe Mundial p4

p6 p7

/engenhariaUfrgs @engUFRGS/engenhariaUfrgs

Page 2: Informativo da Escola de Engenharia da UFRGS

2 | Informativo da Escola de Engenharia | maio-junho de 2013

A presente edição do Informativo da EE traz como destaque a questão da in-ternacionalização. Essa é uma iniciativa fundamental que a cada dia ganha mais força na UFRGS. Nosso PDI institucional ressalta a importância estratégica do tema para nossa Universidade e, em resposta, a Reitoria vem desenvolvendo uma série de ações com o intuito de fazer da UFRGS uma “Universidade de Classe Mundial”, conceito discutido em maior detalhe nas matérias cobertas pelo nosso Núcleo de comunicação.

Cabe destacar que nossa Escola é uma das mais prepararadas para contribuir com essa agenda institucional. A comunidade de docentes da Escola de Engenharia se caracteriza marcadamente pela sua capa-cidade de fomentar e manter uma ampla e qualificada inserção internacional. Mui-tos de nossos docentes e discentes viven-ciaram experiências de intercâmbio e são partícipes ou líderes de projetos de cola-boração internacional. Nossa COMOBE é extremamente atuante e exitosa, sendo encarada como referência para a UFRGS e para outras universidades. Nossas pesqui-sas têm repercussões para além do Estado e do País, sendo amplamente divulgada nos melhores periódicos internacionais.

O desafio que se apresenta agora, toda-via, é mudar de escala, ampliando de ma-neira considerável e rápida o intercâmbio discente e docente, nas duas direções. O programa Ciência Sem Fronteiras (CSF) do Governo Federal vem estimulando um crescimento exponencial no número de estudantes brasileiros que estão indo fazer estágios no exterior. Por outro lado, a cri-se européia, associada à reconhecida qua-lificação dos cursos da EE e ao crescente interesse internacional no Brasil, acabam tendo um efeito importante no sentido de incrementar o número de estudantes in-ternacionais, de diferentes nacionalidades, que compõem nossa comunidade. Essa edição traz os relatos de docentes da EE e a percepção do Diretor português de uma das diversas Instituições que visitou a EE

nas últimas semanas.Temos que nos preparar para essa mu-

dança de paradigma, por meio de várias ações: aumentando o número de discipi-nas oferecidas em inglês, estabelecendo uma política de alianças estratégicas com parceiros internacionais, aumentando a di-vulgação das nossas áreas de competência para o público internacional e trabalhando para receber cada vez melhor nossos vis-tantes, entre outras. A Direção da EE está estudando várias ações para estimular e dar suporte às mudanças. Contamos com o apoio de toda a comunidade da EE para refletir como se adaptar a essa nova reali-dade, tirando proveitos das oportunidades sem comprometer a qualidade de nossa atuação. A idéia é usar os intercâmbios para alavancar ou consolidar relações de longo prazo.

O Informativo contém também al-gumas matérias relacionadas a avanços e conquistas de nossa comunidade. O mes-mo registra o excelente resultado do Curso de Eng. Elétrica no ENADE, que orgulha toda a Escola; relata os preparativos para a iminente transferência do LTM para no-vas e mais qualificadas instalações, junto ao Centro de Tecnologia, no Campus da Vale. Destaca-se também a participação de docentes da EE na organização do XLI Congresso Brasileiro de Educação em En-genharia, em Gramado. Aliás, fica o con-vite dos organizadores e o forte estímulo da Direção para que tenhamos um grande contingente de congressistas provenientes da EE, visto que pensar o modelo de edu-cação para a Engenharia diante da emer-gência de tantas novas tecnologias de in-formação é um desafio premente.

Finalmente, parte dessa terceira edição do nosso Informativo se dedica a cober-turas sobre ações da EE relacionadas ao incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, evento que tanto traumatizou a Sociedade Gaúcha.

A Segurança contra Incêndio e Pânico (SCIP) é uma questão de alta relevância que, desde janeiro, vem despertando muito

interesse. A EE tem uma longa tradição de atuação de apoio ao avanço e inovação nes-sa área, sendo justo lembrar a contribuição de docentes como Raul Faillace, Telmo Brentano e Dario Klein.

No caso específico do sinistro em Santa Maria, a EE, representada por pesquisa-dores associados ao Grupo de Estudos em Gestão de Riscos (GRID) do PPGEC, um dos núcleos do CEPED/RS, em cojunto com elementos da PRAE, do Hospital de Clínicas, do Instituto de Psicologia e de outras unidades da UFRGS, atuou intensa-mente para auxiliar na superação do desas-tre. A UFRGS se mobilizou de diferentes formas: auxiliando as autoridades muni-cipais e a defesa civil a lidar com as con-sequencias do evento; ajudando a tratar e curar os afetados; dando suporte às famí-lias e aos colegas; ajudando a comunidade a superar o trauma e liderando o painel de especialistas do CREA-RS que avaliou as razões do evento.

A equipe do Informativo da EE conta algumas dessas histórias e manda o link para a matéria postada nas redes sociais que relata a visita a Santa Maria de uma de-legação de pesquisadores da EE, juntamen-te com o Dr. Gilbert Reyes (EUA), especia-lista em Psicologia dos Desastres, que foi acompanhada e registrada pelo pessoal do Informativo. Ou seja, essa edição ilustra, uma vez mais, o dinanismo e amplitudade das ações de nossa comunidade, que dão suporte à tripla helix do ensino, extensão e pesquisa. Mais ainda, temos o prazer de receber boas notícias sobre a expansão fí-sica e somos instados a refletir sobre como preparar a Escola e nossos estudantes para o futuro, cada vez mais internacional, com-plexo e desafiante!

Boa leitura!

Luiz Carlos Pinto da Silva Filho,Diretor da Escola de Engenharia da UFRGS.Porto Alegre, Rio Grande do Sul.10 de maio de 2013.

FICHA TÉCNICAEDITORIAL

MURAL

Por Luiz Carlos Pinto da Silva Filho

Por uma UFRGS de Classe Mundial

No dia 14 de janeiro de 2013, ocorreu a 214ª reunião do Conselho da Unidade da Escola de Engenharia. Alguns dos assuntos em pauta de interesse comum:

Projeto de Desenvolvimento Insti-tucional – da Escola de Engenharia para 2013/2014, foi apresentado pelo diretor Luiz Carlos Pinto da Silva Filho e aprovado;

Ação de extensão – aprovada para Pres-tação de Serviços, Treinamentos e Capaci-tação de Corpo Técnico de Indústrias na Área Ambiental e de Controle de Qualidade – DEMET;

Termo de cooperação – entre Petro-brás, UFRGS e Fundação Luiz Englert (FLE). Aprovado para o projeto de pesquisa

intitulado “Pesquisa e Implementação de Métodos de Geoestatística Computacional para o Sistema Integrado de Geologia e Ge-ofísica – SIGEO” – DEMIN;

Projeto de pesquisa nº 23990 –intitulado “Avaliação da Integridade Estrutural de Li-nhas Flexíveis submetidas a carregamentos cíclicos em meios corrosivos” foi homolo-gado – DEMET;

Projeto de pesquisa nº 24098 –intitu-lado “Análise da Usabilidade de Máquinas de Hemodiálise” foi homologado – Depar-tamento de Estatística;

Projeto de pesquisa nº 24072 –intitula-do “Estudo de modificações de textura em doces do tipo brigadeiro durante a vida de

prateleira” foi homologado – DEQUI;Projeto de pesquisa nº 23369 – intitula-

do “Estudo por micro-ondas eletroquímicas (SVET, SECM) da corrosão de aços revesti-dos por imersão em ligas de zinco” foi ho-mologado – DEMET;

Projeto de pesquisa nº 23792 – intitu-lado “Projeto Virtual do Reator Nuclear”, foi homologado – DEMEC;

Alterações curriculares – aprovadas para o curso de Engenharia de Energia.

Acompanhe a atualização destas notí-cias nas redes sociais.

Reitor: Carlos Alexandre NettoVice-Reitor: Rui Vicente OppermannDiretor: Luiz Carlos Pinto da Silva FilhoVice-Diretor: Carlos Eduardo Pereira

O Informativo é uma publicação bimestral da Escola de Engenharia da UFRGS

Porto Alegre, Ano 1, nº 3, maio-junho de 2013.

IdealizadorRamiro Sebastião Córdova Júnior

Editor-Chefe Luiz Carlos Pinto da Silva Filho

EditorPaulo Fernando Zanardini Bueno

Corpo EditorialLuiz Carlos Pinto da Silva FilhoCarlos Eduardo Pereira Paulo Fernando Zanardini Bueno Ramiro Sebastião Córdova Júnior Guilherme Diogo Bledow

Redação Luiz Carlos Pinto da Silva Filho Paulo Fernando Zanardini BuenoAna Luiza BrockLuíza Cuthi Mattia

FotografiaPaulo FernandoAna Luiza BrockLuíza Cuthi Mattia

Revisão Paulo Fernando Ana Luiza Brock Luíza Cuthi Mattia

Apoio Técnico de TIRamiro Sebastião Córdova JúniorRoberta TakushiBruno Valadão VieiraVinícius Rodrigues Kalikoski

Centro de Estudantes Universitários de Engenharia - CEUE

Presidente: Guilherme Diogo BledowRedação: Higor DarosFotografia: Rui AllesArquivo CEUE

Projeto Gráfico: Núcleo de DesignGráfico Ambiental (NDGA)Eduardo CardosoRicardo Fredes da Silveira

Diagramação Daniele Lemos dos Santos

ImpressãoGráfica da UFRGS

Tiragem: 1.800 exemplaresCirculação: Paulo Fernando

Ana Luiza BrockCEUE

Contato com o Informativo:Av. Osvaldo Aranha, 99 - sala 105CEP: 90035.190 – Bairro Farroupilha

+55 51 [email protected]

Page 3: Informativo da Escola de Engenharia da UFRGS

Informativo da Escola de Engenharia | maio-junho de 2013 | 3

Durante os dias 04 e 05 de março, o CEUE realizou o I Seminário de Gestão do CEUE e DA’s da Engenha-ria. O encontro, voltado às diretorias do CEUE, da Atlética e dos Diretó-rios Acadêmicos, foi dividido em di-versos momentos. O evento contou com palestras, oficinas e debates so-bre gestão e engenharia.

A abertura contou com a presen-ça do Diretor da Escola de Engenha-ria, o Prof. Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, que apresentou o projeto de gestão da Escola de Engenharia e se mostrou receptivo aos membros dos DA’s, propondo desafios e colocan-do a direção da Escola à disposição dos alunos. Também se comprome-teu com a busca de espaço físico e infraestrutura para os diretórios em médio prazo, incluindo uma sede do CEUE no Campus do Vale. O pro-fessor reiterou ainda que a comuni-dade acadêmica deve trabalhar em conjunto para tornar a Escola de En-genharia uma universidade compe-titiva de classe internacional.

O debate foi iniciado com a pre-sença do convidado Gustavo Reis, que lida diariamente com alunos de engenharia, trazendo sua expe-riência e provocando discussões a respeito de qualidade de ensino, in-gresso na universidade e evasão na engenharia. Ainda no primeiro dia,

a diretoria do CEUE expôs o seu plano de gestão para o ano de 2013, incluindo projetos em parceria com os DA’s. No segundo dia, oficinas de Secretariado, Gestão Financeira e Contábil e de Gerenciamento de Mí-dias Sociais completaram o evento.

Para o presidente do CEUE, Gui-lherme Bledow, o evento mostra a força da engenharia: “Estamos tra-balhando forte junto aos DA’s, au-xiliando-os com nossa experiência e estrutura, buscando suprir suas demandas. Será um grande ano para todos”. Já Douglas Sandri, presiden-te do CEUE em 2012, coloca que a união dos treze diretórios mostra a força dos estudantes: “É um momen-to ímpar que vive a engenharia, é histórico. Foram fundados todos os diretórios por mérito dos estudantes dos cursos, e hoje o trabalho desen-volvido é excepcional. Os membros das diretorias são estudantes com-petentes e dedicados. Estamos to-dos entusiasmados com o início do ano, a expectativa para 2013 é muito positiva”.

Para Rui Alles, organizador e um dos idealizadores do evento, o ano já começa próspero: “Esse ano é de consolidação do trabalho realizado desde o ano passado nos DA’s da engenharia. A direção da Escola, os alunos, a reitoria e toda a comuni-

dade acadêmica olha diferente para a organização dos alunos. A compe-tência e o trabalho sério são, sim, um diferencial. Já conseguimos sentir a diferença, o aluno de engenharia se orgulha do curso e da sua Escola, isso é uma grande conquista”.

Os membros dos diretórios tam-bém saíram motivados do seminá-rio. “Foi uma oportunidade enrique-cedora, que pôde proporcionar uma ideia melhor do trabalho realizado pela EE e pelo CEUE, já que o curso de Engenharia de Computação está bastante concentrado no Vale e vin-culado ao Instituto de Informática. Os seminários, relatos e dicas serão de grande valia para uma boa ges-tão”, coloca o Presidente do recém--fundado DAECP, Júnior Carvalho.

Eduardo Tannhauser, presiden-te do CEMEC, também ressalta o

maior entendimento da realidade da Escola de Engenharia e acrescenta: “Foi uma bela iniciativa do CEUE, pois nos aproximou da Escola e de seus projetos. Tivemos uma noção real da gestão da Escola, inclusive da parte financeira, podendo enten-der melhor como são investidos os recursos. As oficinas ensinaram pro-cedimentos que facilitam a gestão quanto à burocracia do sistema pú-blico. Pudemos entender, também, que o nosso trabalho é algo sério que demanda uma grande respon-sabilidade. Alunos devem trabalhar conjuntamente com os técnicos ad-ministrativos e o corpo docente para que venhamos a crescer não só como engenharia, mas como universidade. Estão todos de parabéns!”.

COM A PALAVRA, O CEUE

Linha do tempo

A AAEE foi fundada em mea-dos de 1903, sendo desativada na década de 70. Em 2012, julgou-se necessário que o CEUE represen-tasse desportivamente os alunos, então a Atlética foi reativada. Ainda, segundo o primeiro esta-tuto da entidade: “O Grêmio dos Estudantes de Engenharia tem por fim pugnar pelos interesses geraes dos acadêmicos matriculados na Escola de Engenharia, bem como estimular-lhes o gosto pelos estudos scientificos e litterarios e propor-cionar-lhes outras recreações ten-dentes a desenvolver-lhes as facul-dades physicas e moraes”.

CEUE realiza I Seminário de Gestão para diretórios acadêmicos da Engenharia

O passado – A Associação Atléti-ca Acadêmica da Escola de Engenha-ria completará um ano de reativação em 2013. No ano de 2012, sagrou--se campeã muni-cipal de basquete e teve atuações de destaque nos dois principais eventos do ano: Engenha-ríadas Paranaense e o Universipraia. Nas Engenharíadas, surpreendeu em seu primeiro ano de participação, le-vando os títulos de campeã no bas-quete masculino, natação masculina, vôlei de praia feminino e vôlei de quadra feminino, além dos vice-cam-peonatos no futsal feminino e no futebol de campo. No Universipraia ocupou o terceiro lugar na classifica-

Um legado vitorioso

Por Higor Daros

O conteúdo assinado nesta seção é de autoria do Centro de Estudantes Universitários de Engenharia.

FALE COM O CEUE!• www.ufrgs.br/ceue• @ceueufrgs• fb.com/ceue1903• +55 51 3308.3344

ção geral, com destaque para o título no vôlei de praia feminino. Em 2012, ainda foi realizado o evento esporti-vo Taça AAEE de Futebol 7, vencido pela equipe Spindurelis, da Engenha-ria Civil. Vale lembrar que a taça é ro-tativa e cada campeão tem sua placa afixada no troféu.

O futuro – A Atlética é uma das delegações mais aguardadas nas En-

genharíadas 2013, tida como uma das únicas capazes de desbancar a tetracampeã UEM - Universidade Estadual de Maringá. A expectativa é de que a delegação seja de mais de 300 alunos, composta pelos atletas das equipes, os músicos da bateria e a torcida. O evento será realizado no feriado de Corpus Christi, entre os dias 30 de maio e 02 de junho de 2013, na cidade de Campo Largo, no Paraná. Estudantes de engenharia interessados em compor as equipes para as competições devem entrar em contato com a AAEE. Inscri-ções pelo site www.ufrgs.br/ceue, telefone 51 3308.3344 ou e-mail: [email protected].

Troféus que mantém vivas as memórias de tempos áureos do Departamento Desportivo do CEUE – Foto: arquivo CEUE

Mesa de abertura do 1° Seminário de Gestão - Foto: Rui Alles (CEUE)

Page 4: Informativo da Escola de Engenharia da UFRGS

4 | Informativo da Escola de Engenharia | maio-junho de 2013

O que é preciso para que uma universidade tenha uma educação de caráter internacional? Como uma instituição pode alcançar o status de Classe Mundial? Questões como estas são essenciais para se pensar o rumo do ensino superior brasileiro, em um momento em que a produção do conhecimento passa a ser cada vez mais universal e integrada.

Uma universidade que se preten-de de Classe Mundial deve ser mo-derna, ter um ensino de qualidade e reconhecimento internacional. Instituições de ensino superior de todo país, e do mundo, perseguem estas características a fim de alcan-çarem tal status. A UFRGS e a Escola de Engenharia não estão fora desta tendência. Uma das formas de deter a classificação de Classe Mundial é investir na internacionalização, algo que a EE vem fazendo já há algum tempo.

A internacionalização da Escola de Engenharia ocorreu em três mo-mentos distintos. De acordo com o professor Carlos Torres Formoso, coordenador da COMOBE (Comis-são de Mobilidade Estudantil), a questão-chave para o processo foi a

Pós-Graduação. Foi através dos pro-fessores, que foram para o exterior realizar Doutorado nos anos 1980, que o processo de inserção interna-cional deu início. Com este primeiro contato, alunos eram incentivados a também cursarem o Doutorado – in-tegral ou sanduíche – fora do país, e professores de universidades estran-geiras vinham lecionar na EE.

Já em um segundo momento, com a mudança nos cursos de Gra-duação na Europa, alguns estudan-tes começaram a vir para o Brasil, mas o número ainda era pequeno. Foram então firmados acordos com instituições estrangeiras de ponta, o que incentivou alunos da EE a irem para o exterior cursar a graduação sanduíche. Mais recentemente, com o Programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal - que ampliou as possibilidades de intercâmbio de-vido à grande oferta de países e ao financiamento através de bolsas de estudo -, houve uma explosão na procura por mobilidade, configu-rando o terceiro período de interna-cionalização da EE.

A criação do Ciência sem Fron-teiras representa um momento sin- gular, pois foi através do programa

que mais universidades estrangeiras manifestaram interesse no Brasil e em seus estudantes. Além disso, “o Brasil, no cenário internacional, pas-sou a ser um país importante econo-micamente, inclusive fazendo parte dos BRICS (o grupo de países com-posto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)”, acrescenta o profes-sor Formoso. A relação das universi-dades brasileiras com as estrangeiras torna-se agora cada vez mais paritá-ria, e o país começa a ser o destino de muitos estudantes oriundos de di-versos locais como Inglaterra, Portu-gal, Alemanha, China, entre outros.

Miguel Paiva, intercambista da Faculdade de Engenharia da Uni-versidade do Porto, em Portugal, é um exemplo deste fluxo invertido de alunos que vem ocorrendo. Miguel decidiu estudar na EE, pois seu cur-so, Engenharia Civil, tem um teor mais prático aqui no Brasil, suprin-do a necessidade do aluno em ter um contato maior com o dia-a-dia da profissão. Há cerca de nove meses

Internacionalização da UFRGS e da Escola de Engenharia

O processo de internacionalização da EE para alcançar o status de Universidade de Classe Mundial

Carlos Torres Formoso

Engenheiro Civil pela UFRGS (1980), Mestre em Engenharia Civil pela UFR-GS (1986) e Doutor em En-genharia Civil - University of Salford (1991). Pós-Doutor pela Universidade da Cali-fórnia, Berkeley, EUA (1999-2000). Professor Associado IV da UFRGS do Departa-mento de Engenharia Civil e Coordenador da Comissão de Mobilidade Estudantil da Escola de Engenharia.

Carlos Eduardo Pereira é Engenheiro Eletricista pela UFRGS (1987), Mestre em Ciências da Computação pela UFRGS (1990) e Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Stuttgart da Alemanha (1995). Atualmente é Professor Associado nível 4 do Departamento de Engenharia Elétrica da UFRGS. Vice-Diretor da Escola de Engenharia até abril de 2013.

“O Brasil, no cenário internacional, passou a ser um país importante

economicamente.” – professor Formoso

REPORTAGEM DE CAPA

Por Luíza Cuthi Mattia e Paulo Fernando Zanardini Bueno Fotos Ana Luiza Brock/Luíza Cuthi Mattia/Paulo Fernando

“ ”

Intercambistas Rodrigo Tapia (Argentina), Germán Bravo Ariza (Espanha) e Gustavo Garcia Martinez (Espanha).

Page 5: Informativo da Escola de Engenharia da UFRGS

Informativo da Escola de Engenharia | maio-junho de 2013 | 5

Internacionalização da UFRGS e da Escola de Engenharia

Carlos Eduardo Pereira é Engenheiro Eletricista pela UFRGS (1987), Mestre em Ciências da Computação pela UFRGS (1990) e Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Stuttgart da Alemanha (1995). Atualmente é Professor Associado nível 4 do Departamento de Engenharia Elétrica da UFRGS. Vice-Diretor da Escola de Engenharia até abril de 2013.

“É preciso gerar novos conhecimentos, não apenas disseminá-los.”

– vice-diretor Carlos Eduardoem Porto Alegre, seu objetivo agora é conseguir um estágio e, após ter-minar o curso em Portugal, pretende voltar para o Brasil onde acredita ter mais oportunidades de emprego.

O surgimento dos Mestrados Interinstitucionais (MINTER) foi outro incentivo à questão da inter-nacionalização. Estes cursos são resultado da parceria entre duas universidades, como é o caso da Pós--Graduação que a UFRGS mantém no Uruguai desde 2008. O aluno que realiza o MINTER recebe dupla-di-plomação e ainda pode defender sua tese em inglês, evitando que a língua portuguesa represente uma barreira.

Apesar dos avanços no âmbito da internacionalização, ainda são neces-sárias mudanças para que se consiga alcançar o status de Classe Mundial. No caso da EE, há contradições. Al-guns fatores são indicativos da exce-lência da Escola, como a integração com as empresas, a capacidade tec-nológica e a qualidade das pesquisas em inúmeros laboratórios, além do ótimo desempenho dos alunos no exterior. Porém, alguns pontos ainda precisam ser aprimorados, visto que a infraestrutura disponível não é su-

A UFRGS quer equiparar-se às melhores universidades do mun-do, e para isso é preciso que ela se auto-avalie em indicadores interna-cionais. Para tanto, algumas ações seriam interessantes como a pa-dronização dos cursos, afim de que sejam aceitos internacionalmente. A oferta de disciplinas em línguas estrangeiras, principalmente inglês e espanhol, além da organização de instâncias para auxiliar estudantes estrangeiros a se instalarem na ci-dade, são ideias que atrairiam in-tercambistas e ainda valorizariam o turismo de Porto Alegre.

REPORTAGEM DE CAPA

ficiente, e que também é necessária uma maior agilidade administrativa na assinatura de convênios.

Universidade de Classe MundialA UFRGS está bem classificada

nos rankings a nível nacional e inter-nacional. De acordo com o Ranking Web of World Universities – Top 12000 Webometrics, um dos mais respeitados indicadores, a UFRGS é a segunda melhor universidade do Brasil e a terceira da América Latina.

Para o professor e vice-diretor da Escola de Engenharia, Carlos Eduar-do Pereira, um dos pontos principais na questão da Universidade de Clas-se Mundial é “a excelência acadêmi-ca em várias vertentes: na formação de recursos humanos e no desenvol-vimento de conhecimento”. Para for-mar bons alunos, que possam repre-sentar a UFRGS e a EE nos diversos segmentos de mercado e acadêmico, é preciso “gerar novos conhecimen-tos, não apenas disseminá-los”, com-plementa o vice-diretor.

A formação dos professores é a base necessária para envolver os alu-nos no processo de desenvolvimento do conhecimento. Assim como mui-tos docentes da EE, Carlos Eduardo também fez uma especialização no exterior - no seu caso o Doutora-do na Alemanha. A presença desta geração de professores atuando na universidade, aliado com o envio de estudantes, que tem desempenho re-conhecido, revela que os cursos na EE são de ótima qualidade. O curso de Engenharia Elétrica é o mais no-tável exemplo: alcançou a nota de 4,28 no último ENADE (Exame Na-cional de Desempenho de Estudan-tes), sendo considerado o melhor do Brasil.

Os cursos de Pós-Graduação da EE, além de serem reconhecidos nacionalmente pela excelência, tam-bém impactam de forma positiva os currículos da Graduação, pois per-mitem que seus laboratórios sejam usados para demonstrações práticas. Interagir com as empresas, não como fonte de recursos financeiros, mas como instrumento para aplicação das teorias ensinadas na universida-de ou como base para formulação de novas teorias, é outro ponto impor-tante para um ensino de qualidade.

Em um dos momentos mais prós-peros para a Engenharia no país e no mundo, a Escola de Engenharia, uma das maiores unidades na es-trutura da UFRGS, ocupa um papel importante para alavancar o objetivo máximo desta instituição: o de ser uma Universidade de Classe Mun-dial. Resultado do trabalho e do em-penho da comunidade acadêmica, esta qualificação impactará positiva-mente extramuros da universidade, e contribuirá para o tão almejado desenvolvimento econômico, so-cial e tecnológico que o Brasil tanto almeja.

“ ”

UFRGSMUNDI

A UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL E A ESCOLA DE ENGENHARIA EM NÚMEROSAtualmente, a UFRGS foi bem avaliada segundo índices do MEC e INEP. Além disso, o constantemente atualizado Webometrics Ranking Web of World Universities, promovido pelo CSIC – Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha, o maior instituto de pesquisas do país, traz a UFRGS em sua listagem classificatória. O ranking leva em consideração indicadores apontados pela internet para definir quais as melhores instituições de ensino superior do planeta.

A COMOBE e a Relinter são os setores da UFRGS que mediam

e divulgam as mobilidades estudantis pertinentes a EE.

662 Desde 2001, já participaram de intercâbio internacional 662 alunos da Escola de Engenharia.37 Em 2013 existem cerca

de 37 alunos estrangeiros na EE, de diversas nacionalidades.

O engenheiro João Marques, do PPGEP, obteve a primeira dupla diplomação entre Brasil-Portugal, no ano de 2012.

INTERNACIONALIZAÇÃO DA ESCOLA DE ENGENHARIA

PROSPECÇÃO DA UFRGS NO PAÍS E NO MUNDO

1ª - USP2ª - Universidad Nacional Autónoma de México

3ª - UFRGS

129ª - UFRGS11.997 universidades avaliadas

3.797 universidades avaliadas

MELHORES INSTITUIÇÕES DE ENSINO AVALIAÇÃO DO MEC 2011/2012

Melhor UniversidadeFederal do Brasil

Curso de EngenhariaElétrica obteve apontuação máxima

Fontes: Comissão de Mobilidade Acadêmica/ EE - COMOBESecretaria de Relações Internacionais da UFRGS - RELINTER

Arte: Daniele Lemos dos Santos

Page 6: Informativo da Escola de Engenharia da UFRGS

6 | Informativo da Escola de Engenharia | maio-junho de 2013

EM REVISTA

Conexão Brasil-Portugal

Em visita à UFRGS e à Escola de Engenharia, Nuno Miguel Fonseca Ferreira, presidente do Instituto Su-perior de Engenharia de Coimbra (ISEC), fala ao Informativo sobre o ensino em Portugal e a parceria com a EE.

INFORMATIVO EE: A Escola de Engenharia da UFRGS, em seu processo de internacionalização, firmou parcerias com universida-des do mundo todo, inclusive de Portugal. Como o senhor vê a par-ceria firmada entre o ISEC e a EE?

Professor Nuno: É evidente que tudo começa pela aproximação dos professores. Por exemplo, eu já co-nheço um professor da Engenharia

Elétrica, que é o Renato (professor Dr. Renato Ventura Bayan Henri-ques, do DELET), e facilmente pode-ríamos trabalhar em conjunto - algo que já fizemos no passado. A ques-tão da mobilidade de alunos, em projetos de Investigação conjuntos, pode acontecer em todos os cursos.

Em Portugal, neste momento, está ocorrendo uma redução no número de alunos de Engenharia Civil e, no entanto, aqui no Bra-sil há um aumento no número de alunos deste mesmo curso. Por-tanto, é possível procurarmos na Formação, na Investigação (eixos Ensino e Pesquisa no português bra-sileiro) e eventualmente também na

Extensão parcerias neste sentido. Não posso afirmar que este processo ocorrerá somente em um curso ou outro; penso que isto depende tam-bém dos centros universitários e dos alunos. O sucesso das várias ações entre as duas instituições, a EE e o ISEC, dar-se-á nos três eixos: For-mação, Investigação e Extensão.

INFORMATIVO EE: O Pro-cesso de Bolonha, decorrente da Declaração de Bolonha, assinada em 1999, pretendia uma reforma no Ensino Superior Europeu, com o intuito de reorganizar o ensino universitário e torná-lo atrativo e competitivo no cenário internacio-nal. Quais as mudanças que o Pro-cesso de Bolonha trouxe para os cursos de Engenharia em Portugal?

N: Eu faço parte do Instituto Po-litécnico de Coimbra, que tradicio-nalmente formava jovens direcio-nados para o mercado de trabalho ao final de quatro anos. O Processo de Bolonha trouxe então uma dinâ-mica em que o ciclo de Licenciatu-ra – denominado Bacharelado aqui no Brasil – passou a ser de três anos. Sinceramente, acho que isto causou algum transtorno, porque o que fi-zeram foi compactar aquilo que ofe-recíamos em quatro anos. Acredito que esta não foi a melhor forma de resolver o problema.

Nos Mestrados, o que acontece é que os alunos não têm a mesma preparação que tinham no passa-do. Antes, as Licenciaturas eram de quatro ou cinco anos (a duração era diferente dependendo da instituição), e o Mestrado era somente após a conclusão da Licenciatura. Agora, no momento em que os alunos vão para o Mestrado, ao final da Licen-ciatura de três anos, há de fato um gap (lacuna) de até dois anos de es-tudo. Nota-se que é bem mais difí-cil para os alunos, que não estão tão bem preparados, apesar do esforço dos docentes.

A crise econômica na Europa também afetou o ensino universi-tário em Portugal. No curso de En-genharia Civil, em especial, houve uma redução a nível nacional da procura pelo curso. Isso é algo que compreendo, mas ao mesmo tem-po estranho, porque outros cursos como o de Gestão (Administração no português brasileiro) e o de Di-reito mantiveram a mesma procura.

Presidente do ISEC visita a EE e afirma que a parceria firmada entre as duas instituições é muito positiva

A taxa de empregabilidade deve ser muito semelhante neste momento, portanto é de se estranhar. De fato, a crise veio trazer mais este fenômeno. Mas, no meu entender, a questão da redução de alunos não é só devido à crise, mas também à diminuição da natalidade - a Europa está ficando demasiadamente velha.

INFORMATIVO EE: O ISEC, assim como a EE, oferece vários cursos de excelência em Engenha-ria e tem um foco na mobilidade estudantil. Quais os desafios que o ISEC enfrenta hoje e quais as ideias para o futuro da instituição?

N: O que tenho notado na ques-tão da mobilidade é que, nos últimos anos, tem havido um aumento mui-to significativo no número de alunos que vêm de outros países para estu-dar em Portugal, principalmente no ISEC; e também no número de alu-nos que saem para estudar em ou-tros locais. Em menos de três anos, triplicamos o número de mobilida-des, o que é fantástico. E também é esta a razão por eu estar aqui. De fato, estamos criando mais ligações, especialmente com o Brasil, para fa-cilitar a mobilidade de alunos.

É interessante eu poder vir co-nhecer as instalações da universida-de para, de alguma forma, constatar e certificar que os nossos alunos vêm para uma boa instituição, que tem bons laboratórios - faz diferença os alunos terem contato com equipa-mentos. Além disso, é importante que o corpo docente tenha as devi-das qualificações, e que a instituição tenha recursos físicos para que os alunos possam desenvolver suas ati-vidades em Engenharia.

Por Luíza Cuthi Mattia | Foto Paulo Fernando

Professor Nuno Miguel Fonseca Ferreira

Nuno Miguel Fonseca Ferreira

Presidente do Instituto Supe-rior de Engenharia de Coimbra (ISEC), unidade de ensino do Instituto Politécnico de Coim-bra (IPC), desde 2010. É PhD em Engenharia Elétrica pela Universidade de Trás-os-Mon-tes e Alto Douro, de Portugal. Além de presidente, é professor de Engenharia Eletrotécnica do ISEC e desenvolve pesquisas na área de Robótica e Sistemas de Controle.

“Estamos criando mais ligações, especialmente com o Brasil, para facilitar a

mobilidade de alunos.” – Nuno“ ”

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Informativo da Escola de Engenharia | maio-junho de 2013 | 7

Especial Santa Maria

Segurança Contra Incêndios: legislação e conhecimento técnico-científico

ENGENHARIA TUBE

ENGENHARTIGO

O fatídico incêndio na boate Kiss em Santa Maria há dois meses atrás fez a sociedade perceber que o risco de incêndio está permanentemente presente durante a vida útil das edi-ficações. Fez entender também, que a verticalização das cidades aumen-tou a concentração populacional, e o desenvolvimento tecnológico das construções acresceu sobremaneira à carga de incêndio dos ambientes, majorando as consequências de um incêndio sobre a vida, o patrimônio, o meio-ambiente e a continuidade da produção e dos empregos. Além disso, aquele sinistro trouxe à tona, entre autoridades públicas e comu-nidade técnica, a necessidade de re-flexão acerca da atualização das leis, regulamentações e normas, de for-ma que as mesmas reflitam o avanço tecnológico, e proporcionem a se-gurança adequada aos usuários das edificações.

Os maiores questionamentos le-vantados entre os cidadãos repor-tam ao desconhecimento sobre de que maneira suas moradias e locais de trabalho estarão eficientemente protegidos. Realmente, os riscos de incêndio não podem ser totalmente anulados, visto o cotidiano das pes-soas envolverem a utilização de ma-teriais combustíveis como a mobília, e potenciais fontes de ignição como isqueiros, velas e as instalações elé-tricas prediais, por exemplo. No entanto, a adoção de medidas pre-

ventivas e a instalação de sistemas de proteção contra incêndio podem mitigar tais riscos a níveis aceitáveis de segurança.

Em 1997, no Estado do Rio Gran-de do Sul, a Lei Estadual nº 10.987 e o Decreto Estadual nº 37.380 es-tabeleceram a obrigatoriedade de adoção de medidas de prevenção e a instalação de sistemas prediais de segurança contra incêndio e pânico (SCIP) nas edificações, tendo por metas primordiais a saída incólume dos ocupantes, a limitação da propa-gação do fogo e o auxílio às pessoas treinadas e aos bombeiros nas ações de extinção de incêndio. Esses docu-mentos legais determinaram prazos para que os proprietários de prédios existentes àquela época adotassem as prescrições técnicas previstas nessa legislação, atribuindo a eles a responsabilidade pela iniciativa e cumprimento dos seus ditames, e ao Corpo de Bombeiros pela aprovação do planejamento e pela fiscalização de sua manutenção. Porém, sabemos empiricamente que muitos proprie-tários ou dirigentes nunca adotaram tais providências por total falta de consciência do perigo.

Para dar suporte à implementa-ção dos requisitos essenciais previs-tos em lei, e de acordo com o que preceitua a boa técnica, foi estabele-cido a figura do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI), um processo administrativo com

etapas bem definidas a serem cum-pridas e aprovadas pelas seções téc-nicas do Corpo de Bombeiros, que culmina com a expedição do Alvará de Prevenção e Proteção contra In-cêndio e Pânico, o qual atesta o ple-no funcionamento do que está pres-crito nos regulamentos e normas determinados. O mesmo deve ser renovado em prazos pré-estabeleci-dos (anuais ou bi-anuais).

Em verdade, a implantação da se-gurança contra incêndio, além de pes-soal treinado e elaboração de planos de emergência, na maioria dos casos, requer intervenções nas edificações mediante a instalação e manutenção de sistemas prediais e equipamentos. Por isso, a segurança contra incêndio e pânico é fortemente atrelada ao co-nhecimento técnico-científico afeto às engenharias e à arquitetura e urbanis-mo. Citamos alguns sistemas exigidos conforme o nível de risco-incêndio dos estabelecimentos: compartimen-tação de áreas, isolamento de riscos, segurança estrutural contra incêndio, reação ao fogo dos materias de reves-timento e acabamento, central predial de gás, acesso às viaturas dos bombei-ros, detecção e alarme de incêndio, si-nalização e iluminação de emergência, extintores, instalações hidráulicas sob comando (hidrantes) e automáticas (sprinklers), saídas de emergência, controle de fumaça e proteção contra descargas atmosféricas.

No PPCI devem constar todos os documentos comprobatórios da adoção de medidas preventivas, do treinamento dos usuários, da origem e garantia dos equipamentos dispo-níveis, e da adequada concepção e instalação dos sistemas prediais de proteção manifestada na elaboração e execução de um projeto que cum-pra as normas brasileiras e interna-

cionais referenciadas no Decreto Es-tadual nº 37.380/1997, as Resoluções Técnicas do Corpo de Bombeiros, e as leis municipais específicas de for-ma suplementar.

Este projeto, cumprindo o exer-cício regular da profissão, deve ser concebido por engenheiros ou ar-quitetos devidamente registrados em seus Conselhos de classe, confome suas atribuições legalmente estabe-lecidas. Contudo, deve haver a com-preensão de que o PPCI vai além de um processo administrativo formal. Seu cumprimento incondicional denota a consecução de resultados técnico-científicos de uma gestão pública, em tese, eficiente, eficaz e efetiva, como também, possui o fim social de garantir a segurança da co-letividade, do bem público, mesmo em detrimento ao uso da proprie-dade. A omissão à evolução deste importante ramo do conhecimento significa atentar contra a integridade da vida dos usuários das edificações.

As leis, regulamentações e nor-mas são apenas as expressões finais de um vasto e aprofundado conhe-cimento produzido por meio de es-tudos científicos e comprovações empíricas. Por fim, acredito que a segurança contra incêndio e pânico poderá ter a devida importância e o reconhecimento como um ramo da ciência ao mesmo nível de outros países desenvolvidos.

Submissão de ArtigosProfessores, estudantes e servidores: os artigos para a seção ENGENHARTI-GO devem ser enviados para o e-mail [email protected] até 15/06/2013. Contendo: título; nome do autor(a); até 2 páginas A4; fonte 12; espaço 1,5.

Por Eduardo Estevam de Camargo RodriguesCapitão Bombeiro da Brigada Militar do Rio Grande do SulDoutorando – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – PPGEC/UFRGS

Por Paulo Fernando Zanardini Bueno

do Distrito Federal, e o engenheiro civil português, Carlos Alberto Pina dos Santos, Chefe do Laboratório de Ensaios de Reação a Fogo dos Mate-riais de Construção. Os minicursos foram preparatórios para o V Semi-nário de Segurança Contra Incên-dios e Atendimento a Desastres, que ocorreu no Hotel Embaixador em Porto Alegre, dia 27 de março. O se-minário marcou simbolicamente os dois meses do sinistro da boate Kiss, discutindo segurança e prevenção com o apoio da área da psicologia dos desastres e do trauma, além de propor a modernização da legislação para as edificações em ambientes de convivência pública.

Acompanhado de professores e pesquisadores do Centro Universitá-rio de Estudos e Pesquisas sobre De-sastres (CEPED/RS), Gilbert Reyes participou de uma visita técnica a Santa Maria no dia 28 de março. O

encontro foi organizado pela Defesa Civil local com as equipes que aten-deram o caso, forças de segurança, serviços de saúde e psicossociais.

A vídeomatéria é resultado destes momentos em que a área da enge-nharia posicionou-se de forma téc-nica e solidária em interface com as contribuições da psicologia dos de-sastres e do trauma.

A seção “Engenharia Tube” propõe in-teratividade com o canal YouTube, forma-to em que disponibiliza uma videomatéria. Quer mais detalhes? Acesse o endereço www.youtube.com/engenhariaUfrgs ou pelo QR Code e assista.

Durante quatro dias, de 25 a 28 de março, inúmeros eventos promove-ram reflexão e trocas de experiências a respeito das questões de segurança, de conhecimento técnico e de aten-dimento a desastres, tendo como tema incêndios. Estes eventos foram organizados pelo PPGEC (Programa de Pós-Graduação de Engenharia Civil), pelo GRID (Grupo de Ges-tão de Riscos de Desastres da Escola de Engenharia da UFRGS), e outras entidades interessadas na discussão, como o CREA-RS, a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros do RS.

Três minicursos no auditório do LEME (Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais da UFRGS),

no Campus do Vale, foram minis-trados por renomados palestrantes, como o psicólogo norte-americano Gilbert Reyes, membro da Divisão de Psicologia do Trauma do Comitê de Respostas a Desastres da Asso-ciação Americana de Psicologia, o tenente coronel George Cajaty Bar-bosa Braga, do Corpo de Bombeiros

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CONTRACAPA INFORMA

NA REDE

AÇÕES POSITIVAS

COBENGEEngenharia Elétrica no topo

TECNOLOGIA NA ESCOLA

Palavra de especialista

Competência técnica e solidária

Valorizando a educação em Engenharia

Novas instalações para o LTM

Por Ana Luiza BrockFoto Ana Luiza Brock

Por Luíza Cuthi Mattia

Por Ana Luiza Brock Foto Ana Luiza Brock

Por Luíza Cuthi Mattia Foto Luíza Cuthi Mattia

O Rio Grande do Sul jamais es-quecerá o dia 27 de janeiro de 2013. Esta data estará sempre ligada a um enorme sentimento de tristeza para o povo gaúcho. Contudo, no meio de angústia e amargura, coexistiu a solidariedade presente em cada doa-ção, homenagem ou palavra de con-solação prestada às vítimas e a seus familiares.

Ao saber da tragédia ocorrida na boate Kiss, o GRID - Grupo de Gestão de Riscos de Desastres fez a sua parte. Integrantes desse núcleo multidisciplinar composto por en-genheiros, arquitetos, biólogos, psi-cólogos e assistentes sociais, comu-nicaram-se e detectaram a vontade de prestar ajuda a Santa Maria. A psi-cóloga Eveline Favero e a engenheira civil Renata Batista Lucena, encami-nharam-se ao centro do estado para prestar auxílio presencialmente. En-quanto isso, os demais componentes do GRID trabalharam na logística que o deslocamento demandou, ga-rantindo todas as condições básicas para a viagem emergencial, além de um apoio à distância incondicional.

As profissionais, já em Santa Ma-ria, prestaram assistência através de conversas que foram um primeiro conforto aos familiares. A psicólo-ga Eveline Favero desenvolveu um cadastramento para que os profis-sionais voluntários pudessem entrar em contato futuramente com as pes-soas atendidas, proporcionando um acompanhamento prolongado àque-les que enfrentam uma dor tão ines-

Em abril, o LTM – Laboratório de Tecnologia Mineral e Ambiental, completa 34 anos. Durante esta longa jornada de qualificação profissional em Ensino, Pesquisa e Extensão, o laboratório trilhou um caminho sin-gular repleto de conquistas. Dentre as mais proeminentes, destacam-se o Prêmio FINEP de Inovação Tecnoló-gica – Região Sul do Brasil, o Prêmio Destaque Fapergs-Engenharia, con-quistado pelo pesquisador Jorge Ru-bio, e o prêmio Santander Universi-dades, recebido pelo professor Ivo André Homrich Schneider. Também houve reconhecimento por parte da Petrobras, UniTV, Shell, ABM, ABES, Fapergs, CAPES e CNPq.

Ivo André Homrich Schneider conta que a importância do labo-ratório extrapola as questões tec-nológicas, pois o local tornou-se

O norte-americano Gilbert Reyes, especialista em traumas pós-desastres e consultor do Centro de Terrorismo e Desastre dos Estados Unidos, esteve na capital. Gilbert ministrou curso no LEME e palestrou no 5º Seminário de

A versão online está disponível emwww.issuu.com/engenhariaUfrgsAcesse pelo QR Code(aconselhável ter aplicativo para leitura de pdf )

Realização

Gabinete da Direção

Escola de Engenharia UFRGS

perada. Ao retornarem para Porto Alegre, o GRID, reunido novamen-te, desenvolveu uma forma sistêmica de auxílio, integrando seu grupo de pesquisa a outros grupos da UFRGS que possuíam profissionais das áre-as de Psicologia e Assistência Social. Esse núcleo encontrava-se com a responsabilidade de pensar a forma mais adequada de agir durante a vol-ta às aulas da UFSM.

Alexandra Passuelo, engenheira civil, relata que este acontecimen-to promoveu o fortalecimento da equipe. Além disso, conta que a ex-periência gerou uma reflexão sobre a fragilidade humana e a dor en-volvida em um acontecimento des-te porte, que os fez pensar sobre a importância das competências do GRID. Afirmou, por fim, que “a so-lidariedade é tão importante quanto o conhecimento técnico”. Já Patrick Walesko Fontes, arquiteto e urbanis-ta, atenta para a necessidade de que hajam profissionais direcionados para áreas mais específicas, como a de Riscos de Desastres, especiali-zação que pode gerar uma atuação mais qualificada.

O GRID vem intensificando seu contato com a Defesa Civil e o Cor-po de Bombeiros, instituições públi-cas que se aproximam cada vez mais da academia e se valem dos aprendi-zados proporcionados pela mesma. Uma atuação em conjunto destes ór-gãos, que operam em eixos diferen-tes, torna-se de extrema importância para que medidas preventivas sejam fortalecidas e outros acontecimentos de risco possam ser evitados.

O XLI Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (COBEN-GE) ocorrerá nos dias 23 a 26 de setembro deste ano, no Centro de Eventos da UFRGS, em Gramado. O evento, promovido pela ABENGE (Associação Brasileira de Educação em Engenharia), está sendo organi-zado por uma comissão da Escola de Engenharia que tem como presiden-

te a professora Liane Ludwig Loder, do DELET.

O encontro consiste em uma troca de experiências entre espe-cialistas, professores e alunos, com o objetivo de pensar maneiras de qualificar ainda mais a formação em Engenharia no Brasil e atrair mais estudantes para a área. Para Liane, “o COBENGE diferencia-se, porque tem na Educação em Engenharia seu ponto central”.

Mais informações sobre o CO-BENGE serão divulgadas posterior-mente no Informativo e em nos-sas páginas nas redes sociais até o evento.

O curso de Engenharia Elétrica da UFRGS foi avaliado no último ENADE (Exame Nacional de De-sempenho de Estudantes) como o melhor do Brasil. A nota alcançada, de 4,28 (o valor máximo é de 5), foi recebida com entusiasmo, mas tam-bém com surpresa, conta o coorde-nador do curso no período de 2011 a 2012, professor Luiz Tiaraju dos Reis Loureiro. A excelência acadêmica dos alunos da Engenharia Elétrica, resultado do grande trabalho dos professores do curso, garantiu tal de-sempenho no exame. Apesar disto, o professor Tiaraju acredita que ainda é necessário corrigir algumas defici-ências: “Embora o resultado tenha

sido positivo, os alunos reclamam de problemas na infraestrutura”.

O professor diz também que os reflexos da ótima classificação, como a maior procura de estudantes pelo curso de Engenharia Elétrica no ves-tibular da UFRGS, levarão mais al-gum tempo para aparecerem. “Para o próximo vestibular, o de 2014, certamente, haverão mais inscritos”, fala ele.

exemplo em formação de recursos humanos: “O LTM é um símbolo de qualificação em pesquisa e docência, visto que já formou mais de 25 pes-quisadores no Brasil, sendo dez da UFRGS, e exportou diversos profis-sionais de excelência para o mundo inteiro”. Já Jorge Rubio, coordena-dor do LTM e pesquisador nível 1A do CNPq, expõe outro valor parti-cular: “Possui quatro patentes, das quais uma concede royalties para a universidade. Esses royalties são revertidos para a aquisição de equi-pamentos para o LTM e a Escola de Engenharia da UFRGS”.

Há cerca de nove anos, o LTM vem recebendo incentivo financei-ro de projetos de fomento nacional à pesquisa, além de apoio do setor produtivo nacional e internacio-nal. Como parte da expansão do laboratório, um prédio está sendo construindo no Campus do Vale, próximo ao local que futuramente abrigará o Parque Tecnológico da UFRGS. A estrutura, repleta de salas e laboratórios, muitos dos quais são destinados a fins específicos, tem sua inauguração prevista para o primei-ro semestre de 2013.

A grandeza do LTM é um exem-plo de que estímulos ao desenvolvi-mento do conhecimento científico podem resultar em um importante subsídio para alcançar a excelência acadêmica. Certamente o LTM teve muito o quê comemorar nesses 34 anos, e espera-se que existam mais inúmeros motivos para celebrações ao longo de sua história.

Integrantes do GRID voluntários de Santa Maria

Professores Ivo André Homrich Schneider e Jorge Rubio nas atuais dependências do LTM

Professor Tiaraju leciona na UFRGS há 19 anos

Segurança Contra Incêndio e Atendi-mento a Desastres. Terminou sua jor-nada participando de reunião técnica em Santa Maria, que tratou sobre auxí-lio psicológico às vítimas da boate Kiss. A cobertura da visita de Reyes pode ser conferida nas redes sociais da EE.