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INFORMA˙ÕES AGRONÔMICAS N” 102 JUNHO/2003 1 POTAFOS - ASSOCIA˙ˆO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício RÆcz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Webmail: www.potafos.org - E-mail: [email protected] Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil Veja neste nœmero: Promover o uso apropriado de P e K nos sistemas de produçªo agrícola atravØs da geraçªo e divulgaçªo de informaçıes científicas que sejam agronomicamente corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente responsÆveis e socialmente desejÆveis. MISSˆO INFORMA˙ÕES AGRONÔMICAS N 0 102 JUNHO/2003 P romover o uso racional de fósforo atravØs do au- mento da eficiŒncia da adubaçªo fosfatada, enten- der suas funçıes e importância para o desenvolvi- mento da planta, discutir a resposta das culturas à aplicaçªo de P e a possibilidade de ciclagem do fósforo no solo atravØs do apro- veitamento de resíduos agrícolas estes foram os principais obje- tivos do Simpósio sobre Fósforo na Agricultura Brasileira, reali- zado pela POTAFOS, em conjunto com a ANDA Associaçªo Na- cional para Difusªo de Adubos e Corretivos Agrícolas, dias 14 a 16 de maio œltimo, em Sªo Pedro-SP. O encontro contou com a partici- paçªo de 200 pessoas, em sua maioria pesquisadores, professores, extensionistas e agricultores. O Simpósio consistiu de trŒs painØis: Fósforo no solo e nas plantas e fertilizantes fosfatados; EficiŒncia da adubaçªo fosfatada; Resposta à adubaçªo fosfatada. Em breve os Anais do Simpósio sobre Fósforo na Agricultu- ra Brasileira serªo publicados pela POTAFOS na forma de livro. PRINCIPAIS MENSAGENS DEIXADAS PELOS PALESTRANTES PAINEL 1: FÓSFORO NO SOLO E NAS PLANTAS E FERTILIZANTES FOSFATADOS Palestra: FÓSFORO NUTRIENTE ESSENCIAL PARA A VIDA Mark D. Stauffer e Gavin Sulewski, PPI/PPIC, CanadÆ, fone: 001-306-652-3535, e-mails: [email protected]; gsulewski @ppi-ppic.org Tsuioshi Yamada 1 Silvia Regina Stipp e Abdalla 2 1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: [email protected] 2 Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS. E-mail: [email protected] O fósforo Ø componente vital para todos seres vivos. Nas plantas, o P Ø necessÆrio para fotossíntese, respiraçªo, funçªo celular, transferŒncia de genes e reproduçªo. Com a consciŒncia da ligaçªo crítica entre o P e a vida propriamente dita, torna-se óbvio que sem fósforo nªo hÆ cØlulas, nem plantas, nem grªos... e sem a quantidade adequada de fósforo hÆ muita fome... A quantidade de P exigida por culturas altamente produti- vas Ø grande. Manter a planta toda bem nutrida com P Ø um fator primordial na criaçªo de altas produtividades. A produçªo susten- tÆvel das culturas demanda um programa de adubaçªo com P que seja, pelo menos, capaz de repor as quantidades removidas do campo. O crescimento e o desenvolvimento de plantas submetidas à deficiŒncia de P sªo reprimidos desde os estÆdios mais iniciais da plântula e, dependendo da severidade, os efeitos negativos podem continuar durante o desenvolvimento de sementes/frutos. Sob condiçıes limitantes de P, as plantas normalmente apresentam SIMPÓSIO DESTACA A ESSENCIALIDADE DO FÓSFORO NA AGRICULTURA BRASILEIRA AnÆlise de resíduo de defensivos agrícolas ...... 10 Como estimar a produçªo de milho e de soja antes da colheita ................................................. 12 Avaliaçªo da Øpoca de aplicaçªo de N em cobertura no milho .............................................. 13 Das palmeiras para o motor ............................... 17 Falta muita palha no plantio direto ................... 20 Encarte: Adubaçªo fosfatada em solos da regiªo do Cerrado

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003 1

POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATORua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Webmail: www.potafos.org - E-mail: [email protected]

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil

Veja neste número:

Promover o uso apropriado de P e Knos sistemas de produção agrícolaatravés da geração e divulgação de

informações científicas que sejam agronomicamentecorretas, economicamente lucrativas, ecologicamenteresponsáveis e socialmente desejáveis.

MISSÃO

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 102 JUNHO/2003

Promover o uso racional de fósforo através do au-mento da eficiência da adubação fosfatada, enten-der suas funções e importância para o desenvolvi-

mento da planta, discutir a resposta das culturas à aplicação de Pe a possibilidade de ciclagem do fósforo no solo através do apro-veitamento de resíduos agrícolas � estes foram os principais obje-tivos do Simpósio sobre Fósforo na Agricultura Brasileira, reali-zado pela POTAFOS, em conjunto com a ANDA � Associação Na-cional para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas, dias 14 a 16de maio último, em São Pedro-SP. O encontro contou com a partici-pação de 200 pessoas, em sua maioria pesquisadores, professores,extensionistas e agricultores.

O Simpósio consistiu de três painéis:� Fósforo no solo e nas plantas e fertilizantes fosfatados;� Eficiência da adubação fosfatada;� Resposta à adubação fosfatada.

Em breve os Anais do Simpósio sobre Fósforo na Agricultu-ra Brasileira serão publicados pela POTAFOS na forma de livro.

PRINCIPAIS MENSAGENS DEIXADAS PELOSPALESTRANTES

PAINEL 1: FÓSFORO NO SOLO E NAS PLANTAS EFERTILIZANTES FOSFATADOS

Palestra: FÓSFORO � NUTRIENTE ESSENCIAL PARAA VIDA

� Mark D. Stauffer e Gavin Sulewski, PPI/PPIC, Canadá,fone: 001-306-652-3535, e-mails: [email protected]; [email protected]

Tsuioshi Yamada1

Silvia Regina Stipp e Abdalla2

1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: [email protected] Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS. E-mail: [email protected]

O fósforo é componente vital para todos seres vivos. Nasplantas, o P é necessário para fotossíntese, respiração, função celular,transferência de genes e reprodução. Com a consciência da ligaçãocrítica entre o P e a vida propriamente dita, torna-se óbvio que semfósforo não há células, nem plantas, nem grãos... e sem a quantidadeadequada de fósforo há muita fome...

A quantidade de P exigida por culturas altamente produti-vas é grande. Manter a planta toda bem nutrida com P é um fatorprimordial na criação de altas produtividades. A produção susten-tável das culturas demanda um programa de adubação com P queseja, pelo menos, capaz de repor as quantidades removidas do campo.

O crescimento e o desenvolvimento de plantas submetidasà deficiência de P são reprimidos desde os estádios mais iniciais daplântula e, dependendo da severidade, os efeitos negativos podemcontinuar durante o desenvolvimento de sementes/frutos. Sobcondições limitantes de P, as plantas normalmente apresentam

SIMPÓSIO DESTACA AESSENCIALIDADE DO FÓSFORONA AGRICULTURA BRASILEIRA

Análise de resíduo de defensivos agrícolas ...... 10

Como estimar a produção de milho e de sojaantes da colheita ................................................. 12

Avaliação da época de aplicação de N emcobertura no milho .............................................. 13

Das palmeiras para o motor ............................... 17

Falta muita palha no plantio direto ................... 20

Encarte: Adubação fosfatada em solos da regiãodo Cerrado

2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

FÓSFOROpequeno desenvolvimento de raízes e de brotações e, como resul-tado, ocorre exploração insuficiente do solo, resultando em acessorestrito e baixa eficiência de uso, tanto de água quanto de nutrientes.Um dos melhores mecanismos de defesa contra estresses provo-cados por doenças e fatores climáticos é um sistema radicular forte;por isto, os efeitos negativos resultantes de doenças e estresse sãoreduzidos com adubação adequada com P.

O papel benéfico do P para a melhoria do estabelecimento e docrescimento durante todo o ciclo de desenvolvimento da cultura énaturalmente traduzido em culturas com amadurecimento precoce.Dependendo da cultura e da região, a maturação precoce tem muitasvantagens em termos de lucro, incluindo menor taxa de umidade nogrão, o que propicia menores custos de secagem, e a oportunidade deentrega precoce do produto no mercado, particularmente de vegetaise frutas, e de obtenção de melhores preços devido à oferta do produtoantes dos concorrentes. O crescimento precoce e irrestrito de grãos/frutos também assegura um produto de boa qualidade. O sucesso emsistemas de culturas múltiplas está geralmente vinculado à maturaçãoprecoce da cultura, pois isso permite intervalos de tempo suficientesentre as colheitas e os plantios das culturas. Também as regiões queapresentam estações curtas ou distintas dependem da maturidadeprecoce das culturas para escapar das geadas ou das secas.

Palestra: RESERVAS DE FOSFATOS E PRODUÇÃO DEFERTILIZANTES FOSFATADOS NO BRASIL E NO MUNDO

� Alfredo Scheid Lopes, Carlos Alberto Pereira da Silva,ANDA/IBRAFOS, São Paulo, SP, e-mails: [email protected]; [email protected], fone: (35) 3829-1122, e Ana Rosa Ribeiro Bastos, UFLA,Lavras, MG, e-mail: [email protected]

A disponibilidade de rochas fosfáticas para a produção defertilizantes fosfatados, em nível mundial, é mais que adequada paraos próximos 100 anos e, possivelmente, para muitos anos mais.Entretanto, embora os dados mostrem que não há preocupação, nomédio prazo, em relação às reservas e recursos mundiais de rochasfosfáticas, é preciso lembrar que o fósforo é um elemento essencialpara a produção agrícola, sem sucedâneo e finito.

Atualmente, cerca de 85% da produção mundial de fósforovêm de depósitos sedimentares e 15% de depósitos magmáticos. Aprodução média anual de rochas fosfáticas para o período de 2000a 2002 foi de 131,1 milhões de toneladas, sendo os maiores produtoresos EUA, Marrocos, China e Rússia, que somam 68,4% da produçãomundial. A participação brasileira nesse período foi de apenas 3,7%.

A evolução da indústria de fertilizantes fosfatados no Brasilpermitiu que, em 2002, esse segmento atingisse superação da de-manda de consumo pela capacidade instalada de produção nacionalpara superfosfato simples, termofosfato e produção de rocha fosfá-tica (respectivamente 39%, 26% e 7% acima do consumo). Foi tam-bém expressiva a evolução da capacidade instalada para produçãode ácido fosfórico (92% do consumo), superfosfato triplo (71% doconsumo) e 72% de todos os produtos intermediários para fabrica-ção de fertilizantes fosfatados. Já se registra a solubilização de fos-fatos na Região Centro-Oeste do país, fato este que permitirá obarateamento dos fertilizantes para a região do cerrado.

A grande maioria do fósforo consumido na agriculturabrasileira encontra-se na forma de fertilizantes simples ou misturasde grânulos. Isso justifica a necessidade de um grande esforço daindústria em busca de qualidade em termos de especificações degranulometria de mistura de grânulos, a forma mais comum defabricação, para evitar problemas de segregação e aumentar aeficiência quanto à uniformidade de aplicação desses produtos.

Palestra: FÓSFORO NA PLANTA E INTERAÇÃO COMOUTROS ELEMENTOS

� Eurípedes Malavolta, CENA/USP, Piracicaba, SP, fone:(19) 3429-4695, e-mail: [email protected]

O fósforo desempenha importantes papéis no metabolismoda planta: transferência de energia da célula (respiração, fotos-síntese), desdobramento e síntese de carboidratos, armazenamentoe utilização de energia de ligação do fosfato, estrutura do DNA.

As quantidades de P usadas na adubação não guardampraticamente relação com a exigência da planta. Há dois motivosprincipais para isso. O primeiro é a fixação, a qual impede aproveita-mento maior no ano de aplicação, embora haja conhecido efeitoresidual que pode aumentar a porcentagem do P fornecido que acultura consegue absorver e usar na formação da colheita. O se-gundo motivo é o fato que a dose de fósforo usada na adubação éinflacionada pelo modo convencional de expressar o elemento nofertilizante e na formulação, isto é, P

2O

5 em vez de P.

As interações do fósforo com outros elementos podem ocorrerno solo ou na planta. No primeiro caso o efeito pode ter modificaçãona disponibilidade ou na própria absorção. As interações na plantapodem ocorrer no processo de absorção, no de transporte radial oua longa distância e no metabolismo do fósforo. Elas podem serpositivas ou negativas. Algumas delas são de importância prática.Por exemplo: as micorrizas podem aumentar a absorção de P; o excessode Al conduz à precipitação e menor absorção de P; a presença deíons Mg2+ também aumenta a sua absorção; exsudatos de raiz sãocapazes de aumentar a absorção através de seus efeitos na comple-xação de Al; o P, por outro lado, pode reduzir a absorção e o transportea longa distância do Zn e de outros micronutrientes.

O fósforo é capaz de influenciar as doenças e pragas de planta,geralmente diminuindo o seu efeito prejudicial. Esta influência dofósforo se dá graças a vários mecanismos como, por exemplo, o defuga, isto é, o término do ciclo que permite à cultura escapar dopatógeno ou da peste. O P pode, também, participar da síntese decompostos da parede celular que funcionam como barreira àpenetração do agente causal. Pode, ainda, participar de compostosou de sua formação, os quais são tóxicos ao patógeno ou inseto.

PALESTRA: FÓSFORO NO SOLO E INTERAÇÃOCOM OUTROS ELEMENTOS

� Bernardo van Raij, Instituto Agronômico, Campinas, SP,fone: (19) 3236-9119, e-mail: [email protected]

Nas adubações, o fósforo é considerado um nutriente debaixo aproveitamento pelas plantas. Normalmente, cerca de 10%do fósforo aplicado como fertilizante é aproveitado por culturasanuais. Além disso, as quantidades aplicadas em geral superammuito as extrações pelas culturas, diferindo, neste aspecto, do nitro-gênio e do potássio, que apresentam relações mais estreitas entreaplicações nas adubações e extração pelas culturas, principalmen-te em produtividades elevadas. Essa diferença de comportamentotem sido atribuída à �fixação� de P pelos solos, que seria maisimportante em solos tropicais, com elevados teores de óxidos deferro e alumínio, com os quais o P tem grande afinidade. Essasinformações dão suporte à idéia que se tem sobre os nutrientes N,P e K, ou seja, com P se aduba o solo, com N e K se aduba a planta.

O pH tem papel crítico na a disponibilidade de fósforo nosolo. Os teores de fósforo na solução do solo são determinadospela solubilidade dos compostos. Na prática, isso significa umgrande aumento de concentração de P em solução no caso dos

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fosfatos de alumínio e ferro, com o aumento de pH do solo. Damesma forma, o teor de P na solução do solo aumenta com a dimi-nuição do pH quando o determinador de equilíbrio é um fosfato decálcio. A maior disponibilidade de fósforo no solo está na faixa depH em água de 5,5 a 6,8, o que equivale, aproximadamente, a valoresde 5,0 a 6,2 de pH em cloreto de cálcio. Trata-se das condições quepermitem a combinação das maiores solubilidades, ao mesmo tem-po, de fosfatos de alumínio, de ferro e de cálcio.

Em solos recém-adubados (recém = anos) há dezenas decompostos, em formas meta-estáveis ou em transformação.

No Brasil, sabe-se há décadas que, em solos de baixa fertili-dade, para criar condições de produtividade das culturas, há neces-sidade de reduzir a acidez do solo e aumentar os teores de P.

Palestra: O PAPEL DOS MICRORGANISMOS NA DIS-PONIBILIDADE DE FÓSFORO DA RIZOSFERA PARA ASPLANTAS

� José Oswaldo Siqueira, Alex Teixeira Andrade e ValdemarFaquin, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, fone: (35) 3829-1225, e-mails: [email protected], [email protected]

Os microrganismos são parte integrante do ciclo do fósforono sistema solo-planta, exercendo grande influência nas transfor-mações e disponibilidade desse elemento, assim como na aquisiçãodeste pelas plantas. Dentre as transformações mediadas pelamicrobiota do solo, destaca-se a mineralização que controla a dis-ponibilidade do P circulante entre o solo e a biota terrestre. Este Ppassa em parte pela biomassa microbiana do solo, que hidroliza poração enzimática as várias formas de P orgânico depositadas ouformadas no solo, liberando Pi para imobilização biológica (plantase microrganismos) e outros processos do solo.

A solubilização de formas inorgânicas de P é outro processode importância fundamental para o ciclo desse elemento, pois osolo é o segundo maior reservatório de P onde este encontra-seimobilizado em formas inorgânicas. A capacidade solubilizadora éubíqua no solo ou na rizosfera, envolvendo vários mecanismos,destacando-se a produção de ácidos orgânicos. Os processos detransformação estão mais diretamente ligado à disponibilização doP no solo, enquanto as micorrizas se relacionam mais com a aquisição.Estas simbioses são regras na natureza e estão envolvidas comofacilitadoras da absorção de nutrientes, desde a origem das plantasno habitat terrestre. Elas são sistemas mutualistas altamente reguladaspela disponibilidade de P e que exercem grande influência nocrescimento das plantas e estruturação das comunidades vegetais.

PAINEL 2: EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO FOSFATADA

Palestra: FATORES QUE INTERFEREM NA EFICIÊN-CIA DA ADUBAÇÃO FOSFATADA

� Ibanor Anghinoni, Universidade Federal do Rio Grandedo Sul, Porto Alegre, RS, fone: (51) 3316-6043, e-mail: [email protected]

Os fatores que afetam a eficiência da adubação fosfatada sãomuito numerosos e podem ser relacionados ao adubo, ao solo e àplanta. Esses fatores devem considerar as reações do fósforo nosistema adubo-solo-planta. Assim, a �eficiência agronômica� incluios processos de absorção de fósforo da solução do solo após aadição do adubo, sua translocação na planta (incorporação) e res-pectiva transformação em biomassa vegetal. Nessa condição, estão

FÓSFOROenvolvidos os fatores relacionados ao fertilizante (tipo, composição,solubilidade, granulação, etc.), ao solo � químicos (salinidade, acidez,disponibilidade e toxidez de nutrientes/elementos, capacidade de fixa-ção de nutrientes, lixiviação e perdas gasosas, etc.) e físicos (camadascompactadas, selamento e encrostamento superficiais, condutividadehidráulica, capacidade de retenção de água, alagamento, etc.) �, à planta(fisiológicos, morfológicos e bioquímicos), ambientais (luminosidade,radiação, temperatura, umidade, etc.) e ao próprio manejo do solo (téc-nicas de preparo) e de culturas (seqüência/rotação).

As modificações na rizosfera (mudanças de pH, concen-tração de íons, potencial redox, atividade microbiana, presença demicorrizas e densidade e umidade do solo) provocadas pelas pró-prias raízes, que envolvem a absorção seletiva de íons e de água ea liberação de exudatos, alteram o fluxo e a absorção de nutrientespelas raízes e, com isso, a eficiência da adubação fosfatada.

O uso da modelagem pode predizer as conseqüências naabsorção de nutrientes resultantes das variações nos parâmetrosde solo e planta e pode ser útil na diferenciação da importância decada fator. As análises de sensibilidade são úteis para estimar oefeito relativo de cada parâmetro, mantendo os demais constantes,e sua acurácia depende da condição inicial do teste.

O efeito do modo de adubação ocorre em parâmetros de soloe planta (cinéticos e morfológicos), se manifesta mais intensamenteno período de crescimento (milho, por exemplo), depende da dose deadubo, do tipo e do nível de P do solo e do grau de sua mistura como adubo, é pouco provável em solos com nível médio ou alto de P.

Palestra: MÉTODOS DE DIAGNOSE DE FÓSFORO NOSOLO EM USO NO BRASIL

� Bernardo van Raij, Instituto Agronômico, Campinas, SP,fone: (19) 3236-9119, e-mail: [email protected]

No Brasil, há apenas dois métodos utilizados amplamentepara diagnose de fósforo no solo: o Mehlich 1, o mais antigo, e o daresina trocadora de íons, o mais recente.

A maior parte dos métodos de análise de solo, inclusive osusados no Brasil, avalia o fator quantidade, mas há dificuldade emisolar o fosfato lábil do fosfato não-lábil, ou mesmo de resíduos deadubos não dissolvidos no solo, quando são empregados extratoresque têm ação específica sobre determinadas formas de P em solos.

O extrator Mehlich 1 para fósforo, por ser teoricamente ina-dequado, apresenta um número excessivo de falhas, destacando-se:

� Baixa correlação com índices biológicos de P no solo;� É inadequado para solos alcalinos;� Subestima P em alguns solos argilosos;� Superestima P em solos recém adubados ou contendo resí-

duos de fosfatos naturais;� Não detecta aumento da disponibilidade de P promovido

pela calagem.� Constitui risco metodológico se usado na agricultura de

precisão, por não ser sensível à relação de solubilidade de P versuspH.

� Não incorpora o �fator capacidade�, necessitando da de-terminação de argila para melhorar um pouco a interpretação.

O método de extração de fósforo com resina trocadora deíons, além de apresentar adequado embasamento científico, superaos outros métodos na avaliação da biodisponibilidade de P em todasas circunstâncias. Pelo longo tempo de extração (16 horas) e pelocaráter não destrutivo do processo de extração, talvez seja o méto-do que melhor integre a avaliação dos fatores quantidade, intensi-dade, difusão e capacidade de P do solo.

4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

Palestra: METODOLOGIAS DE EXTRAÇÃO PARA AVA-LIAR A EFICIÊNCIA DE FERTILIZANTES FOSFATADOS

� José Carlos Alcarde e Luís Ignácio Prochnow, ESALQ/USP, Piracicaba, SP, fone: (19) 3422-7692, e-mails: [email protected]; [email protected]

Desde o surgimento dos fertilizantes fosfatados sintéticosforam empregados os extratores químicos, ou seja, soluções quesolubilizam preferencialmente certas formas químicas de P, a fim dese poder conhecer previamente, e de forma simples e rápida, anatureza do P e, conseqüentemente, a eficiência agronômica dosfertilizantes fosfatados. Os extratores químicos que tem sidoadotados oficialmente são:

� Ácidos fortes (HCl, HNO3, H

2SO

4 e HClO

4): O objetivo é

avaliar apenas o potencial em fósforo do fertilizante, independenteda natureza das formas químicas e da sua eficiência agronômica.

� Água (P-água): O objetivo é avaliar o fósforo prontamenteaproveitável pelas plantas. Corresponde basicamente às formas quí-micas de fosfato monocálcico e fosfatos mono e diamônico.

� Solução neutra (pH = 7,0) de citrato de amônio (P � CNA):O objetivo é avaliar o fósforo aproveitável a curto prazo contidonas formas insolúveis em água.

� Solução de ácido cítrico a 2% (P � AC): O objetivo éavaliar o fósforo aproveitável a curto prazo contido nos fertilizan-tes fosfatados insolúveis em água.

Além desses extratores tradicionais, outros tem sido estu-dados e até adotados, como: ácidos fórmico e acético, soluções decitrato de amônio pH = 3, pH = 5 e pH = 8.

A solubilidade em extratores químicos só tem significado secorrelacionada com a eficiência agronômica. Os trabalhos realiza-dos com esse objetivo e a prática agrícola têm mostrado as se-guintes tendências:

� O P-água é o mais eficiente. Isso, mesmo considerando ofato da retrogradação no solo, isto é, solos ácidos e com elevadosteores de Fe e Al, como os do Brasil, insolubilizam o P tornando-oparcial e temporariamente indisponível às plantas. Essa é a razãoporque apenas de 5% a 20% do P solúvel aplicado é aproveitadopela primeira cultura, sendo o restante aproveitado ou não por cul-turas subseqüentes, dependendo da reação do P no solo.

� O P-AC dos fosfatos não acidulados (insolúveis em água)também tem mostrado ser agronomicamente eficiente.

� O P-CNA tem se mostrado, em geral, menos eficiente que oP-água.

Deve ser lembrado que, objetivamente, o interesse deve serpela eficiência econômica, que nem sempre corresponde à eficiênciaagrícola.

Palestra: EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FOSFATOSTOTALMENTE ACIDULADOS

� Luís Ignácio Prochnow, José Carlos Alcarde, ESALQ/USP,Piracicaba, SP, fone: (19) 3420-4295, e-mails: [email protected]; [email protected] e Sen Hsuing Chien, Inter-national Center for Soil Fertility and Agricultural Development,Muscle Shoals, EUA.

O Brasil possui reservas fosfáticas, em sua maioria, comaltos níveis de contaminantes, particularmente óxidos de Fe e Al.

Os métodos empregando extratores químicos mais utilizadosno Brasil são adequados para avaliar a eficiência de fosfatos total-mente acidulados contendo elevada solubilidade em CNA+ H

2O e

H2O, e com composição básica do P na forma de compostos Ca-P,

não sendo adequados, porém, para avaliar a disponibilidade de Pde fertilizantes contendo quantidades significativas de compostosFe-Al-P.

A eficiência dos fosfatos totalmente acidulados tradicionaisterão, normalmente, eficiência similar em solos ácidos ou neutros.Possuem elevada solubilidade em água, que em pouco temporeagirão, dando origem basicamente a íons ortofosfato, os quaisestarão sujeitos às reações normais do P nos solos, independenteda sua origem. Em solos alcalinos ou calcários a eficiência poderánão ser a mesma entre os fosfatos totalmente acidulados.

Além da resposta ao P aplicado, deve-se considerar tambéma capacidade do fertilizante em eliminar ou minimizar outros efeitoslimitantes do solo devido aos compostos predominantes que ocompõem. Por exemplo, em solos deficientes em enxofre, o super-fosfato simples (SSP), por possuir S, poderá ser mais eficiente queo superfosfato triplo (TSP), além de proporcionar melhoria noambiente radicular na subsuperfície do solo, levando a um maiordesenvolvimento do sistema radicular.

Os fatores que interferem na eficiência agronômica dosfosfatos totalmente acidulados, em geral, podem ser relativos a:propriedades do fertilizante (composição química, solubilidade, gra-nulometria, mistura de fórmulas); propriedades dos solos (capaci-dade de fixação de P: pH, mineralogia e conteúdo de argila, conteúdode colóides amorfos, conteúdo de alumínio trocável, conteúdo dematéria orgânica e potencial de oxi-redução); práticas de manejo(forma de aplicação: manutenção, corretiva, mista), e cultura (dife-rentes exigências quanto a P no solo).

Os resultados de pesquisas obtidos até o momento nãoconfirmam a necessidade de elevada solubilidade em água (apro-ximadamente 90%) imposta pela legislação brasileira para os ferti-lizantes fosfatados totalmente acidulados para todas as condiçõesde cultivo/manejo e apontam no sentido de que elevados rendi-mentos agronômicos podem ser obtidos com fosfatos totalmenteacidulados contendo outros compostos que não estritamente ossolúveis em água. Uma melhor compreensão de como estasimpurezas são formadas, da sua reação em solos e em especial dadisponibilidade de P às culturas comerciais auxiliará na utilizaçãode rochas fosfáticas de forma mais eficiente.

Palestra: EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FOSFATOSNATURAIS

� Nelson Horowitz, Roullier Brasil, Porto Alegre, RS, fone:(51) 3284-7746, e-mail: [email protected] e Egon J. Meurer,Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, e-mail:[email protected]

Os fosfatos naturais reativos têm capacidade de suprirfósforo às culturas, tanto gramíneas como leguminosas. Sua eficiênciarelaciona-se, principalmente, com sua origem, com o tamanho de suaspartículas, com as propriedades do solo, com o modo de aplicação,com a cultura a ser implantada e com o tempo decorrido da sua aplicação.

Fosfatos naturais reativos na forma de pós são mais efi-cientes do que os farelados no primeiro cultivo, mas apresentamsérios inconvenientes para a sua aplicação ao solo. Fosfatos naturaisreativos farelados também têm capacidade de suprir fósforo àsplantas e sua eficiência aumenta a partir do segundo cultivo. Sãofontes alternativas de fósforo considerando que o custo de suaunidade nutriente de P2O5 é menor que a dos fosfatos solúveis.

Os fosfatos naturais reativos devem ser utilizados em solosácidos, com pH em água inferior a 6,0. São adequados para serem

FÓSFORO

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usados em solos deficientes neste nutriente em adubação de corre-ção, aplicados a lanço e incorporados.

Para cultivos perenes ou de ciclos mais longos, como o dacana-de-açúcar, os dados sugerem que a eficiência dos fosfatosnaturais reativos é similar à eficiência dos fosfatados com altasolubilidade em água, já no primeiro cultivo.

Em cultivos anuais podem ser usados como manutençãoquando o teor de fósforo no solo for classificado como �médio�,pelo menos. Em sistemas de plantio direto devem ser aplicadospreferencialmente nas linhas de plantio, nas culturas destinadas àcobertura do solo com menor espaçamento entre linhas.

Palestra: EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE TERMOFOS-FATOS E FOSFATOS ALTERNATIVOS

� Godofredo Cesar Vitti, Alf de Wit e Bárbara E.P. Fernan-des, ESALQ/USP, Piracicaba, SP, fone: (19) 3429-4246, e-mails:[email protected]; [email protected]

Os termofosfatos e os produtos à base de fosfato bicálcicotêm mais de 90% do P total solúvel em ácido cítrico (AC) e em citratoneutro de amônio (CNA), mas são insolúveis em água.

O termofosfato magnesiano fundido, quando aplicado naforma finamente moída, dissolve-se rapidamente no solo e apresentaeficiência agronômica equivalente a dos fosfatos solúveis em água.Devido à característica alcalina (pH ao redor de 8,0), mostra efeitocorretivo da acidez quando utilizado em doses elevadas ou con-tinuamente e é fonte de magnésio e silício; esse último não é essen-cial às plantas, mas pode ser benéfico para algumas gramíneas,como arroz e cana-de-açúcar, por sua ação na diminuição do aca-mamento (planta mais eretas = maior fotossíntese) além da dimi-nuição na incidência de pragas e doenças, na fixação de fósforo ena toxidez de manganês.

O multifosfato magnesiano, além do ortofosfato e da mag-nesita, pode conter N, B, Mo e micronutrientes metálicos em diferen-tes concentrações. As principais vantagens de sua utilização são:alto teor de fósforo solúvel em CNA + H

2O; maior absorção de

fósforo pela presença de magnésio; fonte de enxofre; grande varie-dade de formulações; possui, no mínimo, 50% do P solúvel em água.

Os fertilizantes organo-fostafados são obtidos através dasolubilização do fosfato natural (rocha fosfática) moído, por pro-cesso biológico. As suas principais vantagens são: menor potencialde fixação pelo solo; efeito residual, pois os microrganismos solu-bilizadores do P, presentes no fertilizante, continuam ativos no solo;efeito corretivo da acidez devido à sua característica alcalina (pH aoredor de 7,8); presença de matéria orgânica em sua composição.

Não existe um fertilizante ideal, o importante é que cada umatenda, da melhor maneira possível, às características agronômicas(solo, planta e clima), econômicas e industriais.

PAINEL 3: RESPOSTA À ADUBAÇÃO FOSFATADA

Palestra: ADUBAÇÃO FOSFATADA EM SOLOS DA RE-GIÃO DO CERRADO

� Djalma Martinhão Gomes de Sousa e Edson Lobato, EM-BRAPA Cerrados, Planaltina, DF, fone: (61) 388-9814, e-mails:[email protected]; [email protected]

Os Estados que possuem grande parte de sua área com avegetação de Cerrado foram responsáveis pelo consumo de 47%

do fertilizante do Brasil no ano de 2001. Considerando somente ofertilizante fosfatado, na Região do Cerrado, foram consumidos 51%do P

2O

5 total entregue para o consumidor no Brasil em 2001. Esse é

um dos investimentos mais altos para a prática da agricultura co-mercial nesses solos.

A freqüência de resposta a fósforo em solos da Região doCerrado é alta, caracterizando a generalização da sua deficiência.Em geral, as repostas mais convenientes ao fósforo estão condicio-nadas, além da correção da acidez, à disponibilidade de P no solo, àdisponibilidade de outros nutrientes, à espécie e à variedade vegetalcultivada e às condições climáticas.

Práticas adequadas de manejo do solo e de rotação de cultu-ras podem influenciar de forma positiva na eficiência de uso do Padicionado ao solo por meio de fertilizantes.

Para se fazer uma recomendação criteriosa de adubação fosfa-tada para a correção do solo, deve-se conhecer o plano de utilizaçãoda gleba, incluindo a seqüência de culturas, o prazo de utilização ea expectativa de produção.

Os adubos fosfatados adicionados ao solo, além do efeitoimediato sobre a cultura que se segue à adubação, têm efeito resi-dual nas culturas subseqüentes, podendo-se recuperar se não todoo fósforo aplicado, algo muito próximo disso. Os decréscimos noefeito da adubação fosfatada, com o tempo, resultam da interaçãode vários fatores, tais como: tipo de solo, fonte, dose e método deaplicação do fertilizante fosfatado, sistema de preparo do solo e aseqüência de cultivos.

O texto completo desta palestra encontra-se como encartenesta edição do �Informações Agronômicas�.

Palestra: ADUBAÇÃO FOSFATADA NO SISTEMAPLANTIO DIRETO

� João Carlos de Moraes Sá, Universidade Estadual de PontaGrossa, Ponta Grossa, PR, fone: (42) 220-3090, e-mail: [email protected]

Atualmente, cerca de 20 milhões de hectares estão sendocultivados sob sistema plantio direto (SPD), representando quase50% da produção de grãos no território brasileiro.

O sistema de manejo do solo tem muita influência sobre adisponibilidade do P no solo. O não revolvimento do solo no SPDpromove a formação de sítios de P em espaçamentos e profundida-des diferentes, com diferenças de estágios de P residual, devido àadubação fosfatada no sulco de semeadura.

As raízes das culturas funcionam como veículo de distribui-ção de P no perfil do solo uma vez que o não revolvimento do solorestabelece um rearranjo estrutural e desenvolve uma nova arqui-tetura de poros. Do ponto de vista do sistema de produção, é inte-ressante a introdução de culturas com sistema radicular fascicula-do (por exemplo, aveia preta, milheto) para formação de coberturavegetal. Os elevados teores de P contidos na biomassa microbiananos solos sob sistema plantio direto são uma forma eficiente dearmazenamento de P; assim, o componente microbial torna-se rele-vante no SPD, enquanto no sistema de preparo convencional esteé um compartimento limitado.

A resposta das culturas à adubação fosfatada no sistemaplantio direto tem sido bastante variável. A combinação de culturascom habilidades diferenciadas na extração e exportação de P temapresentado pequenas respostas na produção de grãos.

As fontes de variação de resposta a P nesse sistema demanejo iniciam-se com a conversão da vegetação natural em áreasagrícolas e o tempo de exploração agrícola com preparo do soloantes da adoção do plantio direto. O manejo da fertilidade do solo

FÓSFORO

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

através da correção da acidez e do uso de fertilizantes nas culturasem rotação auxilia na construção da �memória� de formas lábeisinorgânicas e orgânicas de P. Dessa forma, o P-inorgânico podeestar sendo incorporado à fração orgânica e redistribuído à soluçãodo solo em compostos menos suscetíveis à adsorção.

A utilização de extratores que avaliam as formas inorgânicaslábeis (Mehlich 1 e resina de troca iônica) e sua interpretação parao nível de resposta é limitada para explicar a variação de resposta aP no sistema plantio direto. A estratégia de recomendação deveconsiderar a profundidade de 0-10 cm e na fase inicial a recomenda-ção deve ser com base na camada de 0-20 cm porque as alteraçõesem atributos da fertilidade ainda não foram expressivas.

Palestra: RESPOSTA DA CULTURA DA SOJA À ADUBA-ÇÃO FOSFATADA

� Aureo Francisco Lantmann, EMBRAPA Soja, Londrina,PR, fone: (43) 3371-6225, e-mail: [email protected]

A soja absorve cerca de 8,4 kg de P para cada tonelada degrãos produzida. Em relação às culturas de trigo e milho, a soja émais exigente neste nutriente: para 1.000 kg de milho ou de trigo sãonecessários 4,3 e 6,9 de P, respectivamente.

A análise de solo é um dos melhores instrumentos para me-dir a real necessidade de fósforo para o cultivo da soja. Em plantiodireto, é necessário aliar a essas determinações um conjunto deinformações relativas ao tempo de uso do solo e condições demanejo pois ele confere maior disponibilidade de P, quando com-parado a situações de plantio convencional.

Associadas aos resultados de análises de solo, as tabelasde recomendação também são argumentos indispensáveis para aadubação fosfatada. Porém, elas devem ser regionalizadas e levarem consideração não só a concentração de P no solo, mas tambéma textura, o tempo de uso, as condições de manejo e a perspectivade rendimento.

As análises de folhas apresentam-se como um complementoàs interpretações das análises de solo, para futuras adubações.Pode-se observar efeitos negativos sobre a concentração de cobree boro quando há aumento da concentração de P nas folhas de sojainduzido por uma adubação maior com esse nutriente.

Por questões econômicas, a aplicação de fosfatos naturaisreativos para o cultivo da soja pode ser uma alternativa compen-sadora. Porém, é necessário que se considere, para o melhoraproveitamento dessas fontes, o teor de P no solo, o pH, a con-centração de Ca, o tempo de uso do solo e aliar essas informaçõesaos resultados de pesquisas com as diversas opções de fosfatosapresentadas no mercado.

Palestra: RESPOSTA DA CULTURA DO MILHO À ADU-BAÇÃO FOSFATADA

� Antônio Marcos Coelho e Vera Maria Carvalho Alves,EMBRAPA Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG, fone: (31) 3779-1164,e-mails: [email protected]; [email protected]

Lavouras de milho com rendimento acima de 8 t ha-1 de grãosexportam de 60 a 80 kg ha-1 de P

2O

5 (8 a 10 kg de P

2O

5 t-1 de grãos),

os quais devem ser, no mínimo, repostos em solos com teores mé-dios ou pobres do nutriente.

Os solos tropicais como os do Brasil apresentam, sobcondições naturais, baixo teor de fósforo total e baixa concentraçãode fósforo disponível, além de altas taxas de adsorção de fósforo.

Nessas condições, as respostas do milho à adubação com fósforo,em experimentos conduzidos à campo em diferentes regiões do Bra-sil, têm sido geralmente altas e freqüentes. Nesses experimentos,conduzidos sob o sistema de preparo convencional do solo, e de-ficientes em P, doses variando de 80 a 320 kg de P

2O

5 ha-1 foram

necessárias para produtividades máximas de milho, as quais variaramde 6 a 11 t de grãos ha-1. Assim, em solos com baixa disponibilidadedeste nutriente a adubação deve visar, além da necessidade da planta,enriquecer o solo para garantir patamares de rendimento adequado.

A magnitude de resposta do milho à adubação fosfatada emáreas sob sistema de preparo convencional dos solos e deficientesem P tem sido maior do que aquelas observadas em áreas sob plantiodireto consolidado. O plantio direto proporciona melhoria na absor-ção de fósforo pelas plantas por diferentes mecanismos, contri-buindo para aumentar a eficiência da adubação fosfatada.

Existem numerosas evidências de variações entre e dentreespécies quanto ao uso e acumulação de fósforo e outros nutrientese do controle genético destas características. Essas diferenças geno-típicas ajudam a explicar a adaptação de espécies e cultivares àsdiversas condições de estresse ambiental e formam a base genéticapara programas de melhoramento.

Palestra: RESPOSTA DA CULTURA DO ALGODÃO ÀADUBAÇÃO FOSFATADA

� Leandro Zancanaro, Fundação MT, Rondonópolis, MT,fone: (66) 423-2041, e-mail: [email protected]

A história recente da cultura do algodão do Mato Grosso ea inexistência de informações de pesquisa quanto ao fósforo narespectiva cultura nas condições do Estado dá origem à diversifica-ção dos critérios utilizados nas recomendações de adubações. Oque há por parte de muitos técnicos e produtores é uma tentativa deobter sempre a máxima produtividade. Para estes profissionais, altaprodutividade está ligada diretamente à adubação utilizada, inde-pendente da fertilidade do solo.

As maiores produtividades médias são obtidas em regiõescom condições climáticas mais favoráveis, embora também com asmaiores adubações. Assim, há dois grupos de manejo de adubaçãodiferenciados em função da altitude e pluviometria:

� Grupo 1: Regiões de altitudes maiores (700 a 1.000 m) e comchuvas até Maio � Serra da Petrovina, Alto Garças, Alto Araguaia,Campo Verde e parte de Primavera do Leste: planejamento paraprodutividades superiores a 300 @ ha-1 de algodão em caroço; super-fosfato simples a lanço, seguido de incorporação, em pré-plantio =300 a 600 kg SFT ha-1, mesmo em áreas com fertilidade elevada;quantidade de fósforo na linha de plantio: 80 a 100 kg P

2O

5 ha-1.

Muitas destas recomendações são realizadas independente dos re-sultados das análises de solo e dos históricos de cultivo destas áreas.

� Grupo 2: Regiões de altitudes menores (400 a 600 m), comchuvas até o mês de Abril � Rondonópolis e Itiquira: planejamentopara produtividades de 250 @ ha-1 de algodão em caroço; super-fosfato simples em pré-plantio (adubação corretiva), quando ne-cessário. A decisão de realizar ou não a adubação corretiva total ouparcial de fósforo nestas áreas é realizada considerando as análisesde solo de vários anos de cultivo, recomendação de adubação dasinstituições de pesquisa e principalmente o histórico da área; quan-tidade de fósforo na linha de plantio: 80 a 100 kg P

2O

5 ha-1.

Em levantamentos realizados pela AMPA (Associação dosProdutores de Algodão do Estado do Mato Grosso) o custo daadubação na cultura do algodão no Mato Grosso representou 18 a

FÓSFORO

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003 7

22% do custo total de produção, sem considerar o custo do des-caroçamento do algodão. Na cultura da soja, embora a quantidadede fertilizante aplicada seja menor, a adubação e os corretivoscorrespondem de 25 a 32% do custo total da lavoura. Ou seja, aadubação na cultura do algodão representa, proporcionalmente,um custo menor que na cultura da soja. Alguns produtores justifi-cam que a cultura do algodão é a oportunidade de corrigir o solopossibilitando diminuir a adubação na cultura da soja que vier a sercultivada posteriormente. Assim, o algodão ajudaria a melhorar aviabilidade da cultura da soja. Há lavouras comerciais de soja, cul-tivadas após algodão, com adubação reduzida e também sem ferti-lizantes, com produtividades superiores a 3.600 kg ha-1 (60 sc ha-1).

Conclui o autor que é necessário considerar mais o sistemado que a cultura isoladamente e que altas produtividades do algo-doeiro estão mais correlacionadas com o clima que com a quantidadede fertilizantes aplicada ao solo.

Palestra: RESPOSTA DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚ-CAR À ADUBAÇÃO FOSFATADA

� Gaspar Henrique Korndörfer, Universidade Federal deUberlândia, Uberlândia, MG, fone: (34) 3212-5566, e-mail: [email protected]

O fósforo exerce função-chave na formação de sacarose,matéria-prima para a produção de açúcar e álcool. A presença defósforo no caldo da cana exerce papel fundamental no processo declarificação. Caldo turvo e de coloração intensa implica na produçãode açúcar de pior qualidade e, portanto, de menor valor comercial.Quanto maior o teor de P extraível do solo maior a quantidade deP2O5 no caldo.

A agricultura de precisão é uma ferramenta fundamental paraa correção do fósforo do solo por diminuir os custos de adubaçãoe principalmente os riscos de contaminação ambiental por excessodo adubo aplicado ao solo.

Principalmente em solos onde se instala a cultura da cana-de-açúcar pela primeira vez nota-se grande resposta da cana-plantaà adubação fosfatada. A cana-soca presenta grande resposta à adu-bação nitrogenada e potássica mas variável em relação à fosfatada,talvez devido ao efeito residual. No Estado de São Paulo existemalgumas unidades de produção de cana que por diversos anossuprimiram o P da soqueira, sem observar declínio na produtivida-de. É possível, entretanto, observar resposta positiva à adubaçãocom fósforo na soqueira, principalmente quando o solo recebeucalagem e onde o cálcio no solo não é limitante.

Além das fontes tradicionais de adubos fosfatados � SFT(superfosfato triplo), SFS (superfosfato simples), MAP (monoamô-nio fosfato) e DAP (diamônio fosfato), e outras não convencionais� por exemplo, termofosfato, pode-se também utilizar a torta defiltro como fonte de fósforo para a cana-de-açúcar. Pode substituirparcialmente ou totalmente a adubação fosfatada da cana-planta, eé recomendada preferencialmente para aplicação no sulco de plantio,mas pode também ser aplicada na entrelinha da cana-soca. Podeainda ser aplicada em área total e incorporada. Em geral, metade dofósforo contido na torta de filtro pode ser deduzido da adubaçãofosfatada recomendada.

Somente no Estado de São Paulo existe uma área cultivadacom cana superior a 350.000 ha onde utilizam-se fertilizantes flui-dos. Atualmente, a maior parte da adubação fosfatada líquida usacomo matéria-prima o MAP, podendo também ser usado o ácidofosfórico.

Palestra: RESPOSTA DA CULTURA DO CAFÉ À ADUBA-ÇÃO FOSFATADA

� Ondino Cleante Bataglia, Instituto Agronômico, Campi-nas, SP, fone: (19) 3236-9119, e-mail: [email protected]

A exigência de fósforo para a formação do fruto do café éproporcional ao acúmulo de matéria seca e a sua absorção é a menordentre os macronutrientes. A exportação pela colheita de umaprodução excepcional de frutos (por exemplo, 60 sacas por hectare)não chega a 10 kg ha-1 de P. Isso pode explicar em parte a usual faltade resposta dessa planta à adubação fosfatada.

As recomendações de adubação para o cafeeiro no Brasilsão regionalizadas. Existem diversos critérios para diagnose nutri-cional e diversas tabelas de recomendação. Em geral são recomen-dações em nível estadual.

Apesar da pequena resposta observada para aplicação defósforo no cafeeiro, experimentos recentes em cafezais adensadosmostraram aumentos significativos na produção devidos à aplica-ção deste nutriente.

Há duas recomendações básicas para aplicação de fósforono cafeeiro, uma é a adubação de plantio (de acordo com a análisede solo) e a outra é a de produção (de acordo com a disponibilidadede P no solo e a produtividade da lavoura). Em geral a adubação deplantio, aplicada na cova ou em sulco é suficiente para os dois anosiniciais da cultura. A partir do terceiro ano inicia-se o programa deadubação de produção (fertilizante fosfatado em aplicação únicadurante o ano no início da estação chuvosa, ou, caso haja conve-niência, pode ser também parcelado, aplicado em superfície, numafaixa em sua maior parte abaixo das copas das árvores).

Palestra: RESPOSTA DA CULTURA DOS CITROS À ADU-BAÇÃO FOSFATADA

� José Eduardo Creste, Universidade do Oeste Paulista-UNOESTE, Presidente Prudente, SP, fone: (18) 229-2000, e-mail:[email protected]

A manutenção de produtividades econômicas é impossívelsem a reposição ao solo de nutrientes extraídos pelas plantas e expor-tados através da colheita. Considerando-se 1.000 caixas ha-1, tem-seque a exportação desse elemento num pomar de laranja produtivo(> 40 t ha-1) seria de aproximadamente 5,81 kg de P ou de 13,30 kg deP

2O

5 por hectare.

O número de frutos por árvore, e conseqüentemente a co-lheita, aumenta significativamente ao se elevar a concentração defósforo nas folhas. Níveis foliares de fósforo em plantas cítricasvariando de 1,2 a 1,6 g kg-1 em folhas de ramos frutíferos sãoaceitos como adequados para este elemento.

Um programa de adubação fosfatada deve ter os seguintesobjetivos: melhoria na produtividade do pomar; diminuição no tempode início de produção (precocidade); diminuição no custo de pro-dução; diminuição na condição de alternância de produção; melhoriana qualidade dos frutos.

As quantidades de fósforo a serem aplicadas variam emfunção dos teores de fósforo no solo, idade das plantas e expectativade produção.

Apesar da importância da citricultura no contexto econômicobrasileiro e, por outro lado, da importância da nutrição e da adubaçãona produtividade das lavouras cítricas, não existem muitos trabalhosreferentes à adubação.

FÓSFORO

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

Palestra: RESPOSTA DAS PASTAGENS À ADUBAÇÃOFOSFATADA

� Manuel Claudio Motta Macedo, EMBRAPA Gado de Cor-te, Campo Grande, MS, fone: (67) 368-2061, e-mail: [email protected]

A degradação das pastagens está presente em 70 a 80% dasáreas plantadas com pastagens cultivadas e é causada pelo maumanejo animal, práticas culturais impróprias e falta de reposição denutrientes. O fósforo, ao lado do nitrogênio, é um dos nutrientesmais intimamente ligados ao processo de degradação, quer pelabaixa fertilidade natural dos solos dos Cerrados, quando da implan-tação das pastagens, como pela falta de reposição do mesmo nossistemas de exploração. Além dos solos ácidos e de baixa fertilidade,as gramíneas implantadas nessa região precisam se adaptar aosconstantes estresses hídricos.

Os ganhos no desempenho animal em pastagens consor-ciadas de leguminosas e gramíneas são 15 a 20% superiores quandocomparados aos de gramínea solteira; mas além dos efeitos imediatosde ganho animal está o aumento da vida útil da pastagem.

A característica de alta capacidade de ciclagem de nutrientese da profundidade do sistema radicular das pastagens tem grandeimportância nas práticas culturais de manutenção. Isso equivale adizer, em princípio, que as doses de fertilizantes são maiores naimplantação e menores na fase de manutenção. É freqüente obser-varem-se produções 20 a 30% superiores no primeiro ano de utili-zação das pastagens tropicais, mesmo quando se procede as adu-bações de manutenção nos anos subseqüentes, devido ao estressefisiológico da planta induzido pelo pastejo.

As informações existentes de recomendação de adubaçãofosfatada para implantação das pastagens nos Cerrados são satis-fatórias para o produtor estabelecer adequadamente suas pasta-gens. Já a adubação de manutenção precisa, entre outros aspectos,considerar o nível de produção almejado, a categoria animal utilizada,a lotação correspondente e a oferta ou resíduo pós-pastejo. Assim,as recomendações para adubação de manutenção de pastagenssob pastejo só serão solidamente consistentes e devidamentevalidadas com experimentos de longa duração, com a interação clima-solo-planta-animal cuidadosamente acompanhada. Trabalhos delonga duração, em pequenas parcelas, sob avaliação de cortes,podem atuar como importante ponto de apoio ao entendimento,mas a participação do animal, que escolhe sua própria dieta, e atuaintensamente na ciclagem dos nutrientes, é indispensável para oentendimento mais adequado do processo.

Palestra: RESPOSTA DO ARROZ DE SEQUEIRO À ADU-BAÇÃO FOSFATADA

� Nand Kumar Fageria, Morel Pereira Barbosa Filho, LuísFernando Stone e Cleber Morais Guimarães, EMBRAPA Arroz eFeijão, Santo Antônio de Goiás, GO, fone: (62) 533-2178, e-mails:[email protected]; [email protected]; [email protected]

O cultivo de arroz de terras altas predomina na região docerrado e contribui com aproximadamente 32% da produção e 59%da área plantada no país com esta cultura.

Para produzir uma tonelada de grãos de arroz são necessá-rias extrações de 28 kg de N, 3 kg de P, 40 kg de K, 6 kg de Ca, 4 kgde Mg, 65 g de Zn, 20 g de Cu, 351 g de Mn, 169 g de Fe e 18 g deB, significando que, entre os macronutrientes, o P é o mais eficiente

FÓSFOROna produção de grãos.

As principais funções do fósforo na cultura do arroz são:aumenta o número de panículas, aumenta o peso de grãos, antecipaa maturação de grãos, aumenta o crescimento do sistema radiculare melhora a qualidade dos grãos.

Os Oxissolos que predominam nas áreas com arroz de terrasaltas são, em geral, de baixa fertilidade natural, principalmentedeficiência de fósforo.

Adotar práticas de manejo adequadas é imperativo para seobter aumento da eficiência do fósforo na produtividade das culturas.As principais práticas de manejo são: aplicação de doses adequadas,uso de fontes apropriadas, uso de métodos adequados de aplicação,manutenção de pH adequado do solo, manutenção de umidade ade-quada do solo, consideração sobre o efeito residual do fósforo, incorpo-ração de restos culturais, aplicação de KCl junto com os fertilizan-tes fosfatos, uso de adubação orgânica e uso de cultivares eficientes.

A produtividade brasileira é baixa, mas por outro lado, emáreas favorecidas, com uso de tecnologia, existe possibilidade deconseguir produtividades maiores que 3.000 kg ha-1. Além disso, olançamento de cultivares de arroz de terras altas, cujos grãos sãoclassificados como longo-fino, criou condições competitivas favo-ráveis deste arroz em relação ao arroz de várzea, por apresentartambém um menor custo de produção.

Palestra: RESPOSTA DO ARROZ IRRIGADO À ADUBA-ÇÃO FOSFATADA

� Ledemar Carlos Vahl, Universidade Federal de Pelotas,Pelotas, RS, fone: (53) 275-7248, e-mail: [email protected]

A recomendação de fósforo para o arroz irrigado é aproxi-madamente a metade daquela recomendada para as culturas desequeiro. As razões para que as recomendações sejam menorespara o arroz são não só o aumento da disponibilidade do P do solopelo alagamento mas também a maior eficiência dos adubos fosfa-tados em solos de várzea.

Em sistemas de rotação ou sucessão observa-se que o efei-to residual da adubação fosfatada do arroz sobre as culturas desequeiro seguintes são muito menores do que o normalmente ob-servado em sistemas de sequeiro, não só porque as doses aplica-das no arroz são mais baixas, mas também porque as reações deadsorção e retenção do P aplicado após a drenagem do solo sãointensificadas. Em conseqüência, as dosagens de P em adubaçõespara culturas de sequeiro que sucedem o arroz devem ser maioresdo que as normalmente recomendadas.

Já a adubação fosfatada do arroz irrigado por alagamentoque sucede culturas de sequeiro adubadas corretamente pode serdispensada devido ao efeito residual, que é maior do que a própriarecomedanção para a cultura.

Resultados de pesquisas a longo prazo revelam que quantomaior a freqüência de alagamento, menor é a taxa de aproveitamen-to do P aplicado. Isto pode significar que os ciclos freqüentes dealagamento e drenagem aumentam, de alguma forma, a retenção doP no solo em função de sua reação com o ferro.

Palestra: RESPOSTA DO FEIJÃO À ADUBAÇÃO FOS-FATADA

� Nand Kumar Fageria, Morel Pereira Barbosa Filho eLuís Fernando Stone, EMBRAPA Arroz e Feijão, Santo Antônio deGoiás, GO, fone: (62) 533-2178, e-mail: [email protected]

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003 9

�Sem os fertilizantes fosfatados não haverá produção agrícola.Os solos ficarão privados da fertilidade, incapazes de proporcionar colheitas lucrativas�.

Wells (H.G., autor do �Homem invisível�) fez negro prognóstico no pertinente àsobrevivência da humanidade, no planeta terra; julga que ela perecerá à fome por escassez

de adubos fosfatados, salvo se a ciência a socorrer em tempo oportuno, descobrindo o modode recuperar o fósforo que é carregado, em seus componentes solúveis, incessantemente

(erosão, arrastamento superficial) para os mares e oceanos.

(MELLO-MORAES, 1947)

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FÓSFOROO fósforo, após a calagem, é o nutriente que mais limita a

produtividade do feijoeiro em solos brasileiros. Quando os solossão corrigidos em relação ao P, o nitrogênio torna-se mais limitante.A influência do P na cultura do feijão está no aumento da produçãode matéria seca da parte aérea, aumento no número de vagens e namassa de grãos, que são os principais determinantes no aumentoda produtividade. Entre os componentes da produção, o número devagens por unidade de área contribui mais no aumento da pro-dutividade do feijão do que quaisquer outros parâmetros.

A eficiência de recuperação do P pela planta de feijão é menorque 10% em solos de cerrado, dependendo da dose aplicada. Porém,em compensação, a eficiência de uso do P (produção de grãos porunidade de P acumulado na planta) é muito maior do que a de N e K.Portanto, a necessidade de P (acumulação na planta) é muito menordo que N e P. A maior parte do P acumulado na planta (> 80%) étranslocado para os grãos. Existe uma correlação significativa epositiva entre acumulação de P nos grãos e produtividade dofeijoeiro. Assim, existe possibilidade de aumentar a produtividadeda cultura com o aumento de taxa de absorção de P.

A absorção de P pode ser aumentada com o uso de práticasapropriadas, como preparo do solo, uso de calagem e adubaçãonitrogenada, densidade e espaçamento, uso de cultivar de altopotencial e eficiente no uso de P, evitando a deficiência hídrica, usode rotação apropriada, controle de doenças, pragas e plantasdaninhas. Além disso, as recomendações de adubação devem serfeitas de acordo com a análise do solo.

Palestra: RESPOSTA DO TRIGO À ADUBAÇÃO FOSFA-TADA

� Sirio Wiethölter, EMBRAPA Trigo, Passo Fundo, RS, fone:(54) 311-3444, e-mail: [email protected]

Considerando que há diferenças importantes nas caracterís-ticas de solo, de clima e de potencial de rendimento das diversasregiões de cultivo de trigo, as recomendações de adubação e decalagem foram elaboradas ao longo do tempo e de forma distintapara cada uma delas.

Para obter bons rendimentos de trigo é necessário otimizara combinação de fatores de produção da própria cultura bem comoprever a realização de rotação de culturas, evitando-se, assim, aperpetuação de doenças que sobrevivem saprofiticamente nos restosculturais. Dessa forma, o emprego conjugado das melhores práticasde campo e o cultivo de cultivares de trigo recém-lançadas e que apre-sentam maior potencial de rendimento e tolerância a doenças permi-tem o uso eficiente de fertilizantes e dos recursos naturais disponíveis.

A resposta das plantas ao P aplicado no sistema plantiodireto tende a ser semelhante ou ligeiramente superior à do sistemaconvencional, e a rotação de culturas confere rendimentos maioresde trigo e de soja em ambos os sistemas de manejo de solo.

Com a tecnologia atualmente disponível é possível obterrendimentos superiores a 5 t ha-1 em parcelas experimentais e emalgumas lavouras nas regiões mais frias. Já para lavouras comer-ciais extensivas, nas quais todas as práticas são otimizadas emtermos de momento adequado de execução, rendimento médiosuperior a 3 t ha-1 pode ser esperado. Considerando o uso contínuode fertilizantes fosfatados nos solos cultivados com trigo e os tetosde rendimento acima, o nutriente mais deficiente na atualidade é N,sendo necessárias, em muitos casos, somente doses de P propor-cionais à exportação do nutriente pelos grãos.

Palestra: RESPOSTA DO EUCALIPTO À ADUBAÇÃOFOSFATADA

� Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira, RR Agroflorestal,Piracicaba, SP, fone: (19) 3422-1913, e-mail: ronaldo@ rragroflorestal.com.br e José Luiz Gava, Companhia Suzano de Papel e Celulose,Itapetininga, SP, e-mail: [email protected]

Os reflorestamentos no Brasil têm se concentrado em soloscom baixa reserva de nutrientes, acidez elevada e altos teores de Al.Nesses solos, a deficiência de fósforo é freqüentemente menosencontrada que a de potássio e boro. No entanto, considerando abaixa fertilidade dos solos florestais, a aplicação de fósforo temsido essencial para o aumento e manutenção da produtividade dasflorestas implantadas.

A exigência de fósforo diminui com o aumento da idade dafloresta, em razão disso, o nível crítico de P no solo é mais alto nafase inicial do desenvolvimento. Daí a importância do fornecimentode fontes com alto teor de fósforo disponível na adubação de plan-tio, como os superfosfatos, com o objetivo de promover maior cres-cimento inicial da floresta.

A quantidade média exportada pela casca e madeira doeucalipto é de 25,3 kg ha-1 P, que equivaleria a uma reposição de 57,9kg ha-1 de P2O5. Portanto, para que a quantidade exportada sejareposta, é necessária a aplicação de, no mínimo, 135 kg ha-1 desuperfosfato triplo ou 193 kg ha-1 de fórmula (06-30-06) ou 322 kg desuperfosfato simples ou 362 kg ha-1 de termofosfato magnesiano(16% P2O5 solúvel em ácido cítrico) ou 644 kg ha-1 de fosfato naturalreativo (9% de P2O5 solúvel em ácido cítrico). No entanto, a aplica-ção dessa quantidade não garantiria a sustentabilidade das próximasrotações, principalmente em solos argilosos, onde a adsorção defósforo pelos minerais de argila e óxidos de Fe e Al é alta. Nesse caso,haveria a necessidade de se utilizar doses maiores para manter ofornecimento adequado de P no próximo ciclo. Uma das alternativas,além da melhor localização do adubo fosfatado, seria a seleção degenótipos mais eficientes na absorção e translocação de fósforo.

A localização da adubação fosfatada de plantio deve levarem consideração dois fatores: capital disponível e topografia doterreno.

10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

DEFENSIVOS

Acidade de Piracicaba, situada no Estado de São Pau-lo, sedia o maior laboratório privado da AméricaLatina: a BIOAGRI, com cerca de 11.000 m2 de

laboratórios e mais de 350 funcionários. Dentre os diversos setoresda empresa destaca-se o Laboratório de Análises de Resíduo.

A análise de resíduo de agrotóxicos consiste em determi-nações cromatográficas que fornecem como resultado a presençaou ausência de uma determinada molécula (ou mais de uma) namatriz analisada, assim como a concentração da(s) mesma(s). Arigor, as análises de resíduo são individuais, pois são diferencia-das para cada defensivo agrícola. Portanto, um ponto primordial ésaber o que se quer analisar em nossa matriz, seja ela água, soloou planta. Todavia, para determinados casos, existe a possibilida-de de verificação de mais de uma molécula na mesma análise.Este procedimento é conhecido como análise multi-resíduos. Asanálises multi-resíduos são realizadas rotineiramente para insetici-das do grupo dos piretróides, organofosforados, carbamatos, orga-noclorados e para herbicidas do grupo químico das triazinas.

Para a ciência, a análise de resíduo tem sido uma ferramentaimportante por ser a base de estudos que nos permitem (i) determinaros níveis máximos de resíduo esperados e assim estabelecer limitesmáximos de resíduo aceitáveis em vegetais e/ou produtos de origemvegetal; (ii) determinar o intervalo de segurança entre a última aplicaçãoe a colheita, através dos limites máximos de resíduo estabelecidos e,por fim, (iii) determinar a dinâmica do resíduo do agrotóxico em vegetaise/ou produtos de origem vegetal, em função do tempo (GARP, 2002).No entanto, nos últimos anos, a análise de resíduo também vem ga-nhando a atenção de agricultores e é neste contexto que nos detere-mos a partir daqui.

Para o agricultor, a análise de resíduo tem contribuído nosentido de (i) garantir qualidade da safra, mostrando que o agri-cultor respeitou (ou não) o intervalo de segurança entre a aplica-ção do defensivo e a colheita e que o produto final está livre (ounão) de resíduo de agrotóxicos, ou mesmo abaixo do �limite má-ximo permitido� para o determinado caso; (ii) dar subsídios paraavaliação de sintomas de fitotoxicidade de herbicidas quando usa-dos indevidamente, ou advindos por deriva de áreas vizinhas, oumesmo quando remanescentes no solo de aplicações em safrasanteriores e, por fim, (iii) verificar se as moléculas aplicadas napropriedade estão atingindo cursos de água, inclusive fontesabastecedoras da própria propriedade, como minas e poços.

O sucesso ou fracasso de uma análise de agrotóxico estárelacionado às etapas antecessoras da análise propriamente dita,que na maioria das vezes são realizadas pelos próprios agriculto-res. Ao contrário da análise de solo e planta para fins de fertilida-

de, aqui não existe um procedimento padrão para a amostragem,pois a dinâmica das moléculas de defensivos é particular para cadadefensivo. A forma de armazenamento e envio para o laboratóriotambém é muito importante, pois trata-se de moléculas orgânicasque podem ser metabolizadas no período entre a amostragem e aanálise.

Seguem alguns procedimentos a serem seguidos para oscasos de:

1) Análise de resíduo com o objetivo de verificação da quali-dade do produto

Para essa finalidade, a forma da amostragem e o númerode amostras dependerão das especificações de quem está �com-prando� a produção. Normalmente essas amostragens são realiza-das em alguns lotes para exportação, mas a tendência é de que, emtempo não muito distante, o agricultor brasileiro tenha que garan-tir a qualidade de seu produto quanto a resíduo de agrotóxicosmesmo para o mercado nacional. É conveniente relembrar queexistem limites estabelecidos para resíduo de defensivos em vege-tais e/ou produtos de origem vegetal (FAO, 1998; ANVISA, 2003).

2) Análise de resíduo com o objetivo de esclarecimento desintomas de fitotoxicidade

É muito comum o agricultor requerer uma análise de resí-duo para comprovação de um sintoma de fitotoxicidade de umdeterminado herbicida. Entretanto, para realização de uma análi-se de resíduo, o laboratório deve saber qual molécula deve anali-sar, pois, como já comentado, as análises são distintas para cadadefensivo. Nesse sentido, seguem algumas sugestões de como pro-ceder antes da contratação de uma análise de resíduo:

a) O problema: planta com sintomas de fitotoxicidade porherbicida (culturas temporárias)

Possíveis causas:

� Aplicação de molécula não registrada para cultura utili-zada,

� Uso de dosagem excessiva (acima da dosagem máximarecomendada para o produto),

� Resíduo no solo de safras anteriores (para culturas tem-porárias),

� Deriva de aplicações vizinhas.

b) Como proceder quanto às possíveis causas

Se constatadas as causas de aplicação de molécula nãoregistrada ou uso de dosagem excessiva, não é necessário enviaramostras ao laboratório, pois o problema já foi caracterizado.

ANÁLISE DE RESÍDUO DEDEFENSIVOS AGRÍCOLAS

Fábio Prata1,2

Edson Maciel1

1 Pesquisador da Bioagri Laboratórios Ltda., Rodovia SP 127, km 24, CEP 13412-000, Caixa Postal 573, Piracicaba, SP. Fone: (19) 3429-7700.2 Autor correspondente. E-mail: [email protected]

Nancy M. R. Lopez1

Paulo M. Silva1

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003 11

DEFENSIVOSSe a suspeita é de resíduo no solo advindo de safras ante-

riores, primeiramente deve-se saber qual ou quais as moléculas sus-peitas antes de procurar o laboratório. Para tanto, sugerimos quesejam recordados quais os herbicidas empregados na safra anteriore que seja verificado se os mesmos são recomendados (registrados)para a cultura portadora dos sintomas de fitotoxicidade.

Das moléculas que não são recomendadas para a cultura,seleciona-se aquelas que apresentarem valores de coeficientesde sorção (K

d ou K

f) menores que 10 L kg-1 (no caso de K

d) ou

10 [(mg kg-1) (L mg-1)N] (no caso de Kf), para solos de textura média

a arenosa com baixo teor de matéria orgânica. Para solos argilososcom alto conteúdo de matéria orgânica, seleciona-se as moléculasque apresentam valores menores que 5 L kg-1 (no caso de K

d) ou

5 [(mg kg-1) (L mg-1)N] (no caso de Kf). Valores de K

d e K

f são

facilmente obtidos na literatura ou mesmo em sites de busca.

Para as moléculas que passarem desta fase, deve-se verifi-car a meia-vida (t

1/2 ou DT

50). A molécula que apresentar meia-

vida (média) superior a 30 dias pode ser a que está causando afitotoxicidade, a qual deve ser analisada. Em alguns casos, pode-se chegar a mais de uma molécula suspeita, neste caso sugere-seque sejam procedidas análises de resíduo no solo para ambas asmoléculas. Sempre é conveniente proceder paralelamente à análi-se nas plantas.

As amostras de solo devem ser coletadas entre 0-20 cm, naárea do sintoma, tomando-se pelo menos 20 amostras simples paraa formação de uma composta. As amostras NÃO devem ser secasde forma alguma, devem ser acondicionadas em embalagens plás-ticas hermeticamente fechadas com barbante e enviadas imediata-mente para o laboratório (em 24 horas). Durante o transporte, asamostras devem ser mantidas refrigeradas, o que pode ser feito emisopor com gelo. No caso de um eventual armazenamento antes doenvio, as amostras de solo devem ser acondicionadas em emba-lagens plásticas de alta densidade, novas, e congeladas a - 20 oC.

No caso das amostras de plantas, também não existe umarecomendação padrão para essa situação. Todavia, recomendamosque as amostras sejam coletadas na área do sintoma e que, pelomenos, amostras de 12 plantas sejam coletadas por gleba de sinto-ma, gerando pelo menos 1 kg de amostra por gleba. Existem par-tes da planta mais interessantes para ser amostradas, mas issodependerá da molécula a ser analisada e do diagnóstico de umagrônomo especialista. As amostras devem ser enviadas imedia-tamente ou em até 24 horas ao laboratório (sempre refrigeradas),caso contrário devem ser armazenadas em freezer a - 20 oC. Omaterial da embalagem não pode interferir na análise e, desta for-ma, embalagens plásticas de polietileno de alta densidade são asmais adequadas para acondicionar amostras vegetais.

3) Análise de resíduo em água

Para o caso de análise de resíduo em amostras de água, éfundamental que seja enviado ao laboratório um volume de pelomenos 1 litro. As amostras devem ser enviadas tão logo coletadas(até 24 horas) e refrigeradas, o que também pode ser feito median-te a utilização de uma caixa de isopor com gelos. O uso de frascosplásticos deve ser evitado no armazenamento de amostras de água,pois existem moléculas que são sorvidas às paredes destes frascos.

LITERATURA CITADA

ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Monografias deProdutos Agrotóxicos. Brasil, 2003. (http://www.anvisa. gov.br/toxicologia/mono/index.htm)

GARP (Associação Grupo de Analistas de Resíduos de Pesticidas).Critérios mínimos para condução de estudos de resíduos. Ma-nual de procedimentos: Estudos com plantas. Julho de 2002. 147p.

FAO. Codex Alimentarius. Pesticide residues in food � Maximumresidue limits. 2.ed., 1998. 547p.

Veja como é fácil encontrar projetos de seu interesse...Consulte o RESEARCH DATABASE da Foundation for Agronomic Research/Potash &

Phosphate Institute/Potash & Phosphate Institute of Canada: www.ppi-far.org/researchVocê terá disponível informações fundamentais sobre projetos de pesquisa de vários países nas áreas de

agricultura de precisão, sistemas de cultivo de alta produtividade, manejo de nutrientes, qualidade do produto,análise de solo. As pesquisas envolvem não só cereais, mas também forrageiras, hortaliças, frutíferas e florestais.

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12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

MILHO E SOJA

COMO ESTIMAR A PRODUÇÃO DEMILHO E DE SOJA ANTES DA COLHEITA1

Harold Reetz2

1 Traduzido e adaptado de Better Crops with Plant Food, Norcross, spring 1987 (publicado por Potash & Phosphate Institute, EUA).2 Diretor do Centro-Oeste, Potash & Phosphate Institute, Illinois, EUA. E-mail: [email protected]

A precisão pode ser melhorada fazendo-se as estimativaspara várias áreas dentro do mesmo campo e determinando-se amédia das estimativas.

ESTIMATIVA DA PRODUÇÃO DE SOJAÉ mais difícil de se fazer a estimativa segura da produtivida-

de da soja do que a do milho. O processo a seguir é oferecido comosugestão, mas não é um método preciso.

1. Conte o número de plantas em 4 m2, em 10 áreas diferen-tes, selecionadas ao acaso no campo:

Espaçamento entre linhas (cm) Comprimento para se obter 4 m2

20 20 m30 13,3 m40 10 m50 8 m

Para espaçamentos estreitos, é mais fácil contar as plantasem uma área retangular. Por exemplo, para espaçamento de 20 cmentre linhas, conte as plantas em 5 linhas, cada linha com 4,0 m, ouem 10 linhas, cada uma com 2,0 m.

2. Para selecionar uma amostra ao acaso, escolha um pontoqualquer na linha, conte 10 plantas a partir deste ponto, arranqueesta planta e conte o número de suas vagens. Esse procedimento éimportante para se evitar qualquer influência pessoal na seleção deplantas. Repita esse procedimento em 20 plantas, no mínimo (quan-to mais plantas forem amostradas, mais precisa será a estimativa).

3. Calcule a média de vagens por planta:

Total de vagens ÷ número de plantas nas quais as vagens foramcontadas = número médio de vagens por planta

4. Número de plantas em 4 m2 x número médio de vagenspor planta = total de vagens

5. Peso dos grãos em 4 m2:

Total de vagens x 0,4024 gramas por vagem = total de gramasTotal de gramas ÷ 0,001 = total de quilos

6. Peso em quilos por hectare:

Total de quilos na amostra x 2.500 = kg ha-1

Como ocorre com o método para estimativa da produção demilho, a precisão das estimativas será aumentada pela amostragemde mais áreas no campo.

Um processo alternativo de cálculo é presumir nas etapas 5e 6 que existam 2,5 sementes por vagem e 5.500 sementes por quilo.Assim, teremos:

5. Número de sementes por hectare:

Vagens por hectare x 2,5 sementes por vagem = no de sementes/ha.

6. Peso em quilos por hectare:

Sementes por hectare ÷ 5.500 sementes por quilo = kg/ha

A precisão desse método depende muito da precisão na con-tagem das plantas e das vagens.

Muitos agricultores gostam de ter uma estimati-va das produções da cultura antes da colheita.Tais estimativas podem ser úteis em ensaios

de híbridos/cultivares, onde se testa a variabilidade genética daprodução, ou quando se avaliam diferentes métodos de manejo.

Vários métodos têm sido propostos para tais estimativas.Alguns são mais precisos do que outros. Contudo, nenhum serátão exato quanto a colheita da área inteira e a pesagem dos grãoscolhidos.

Apesar das limitações, as estimativas podem ser valiosas,se não para a determinação exata da produção, ao menos para fazer-se comparações relativas.

As estimativas são baseadas na colheita de amostras repre-sentativas e na previsão da produção através das mesmas. A sele-ção dos locais para a amostragem representativa é muito decisiva.Características individuais de um determinado híbrido de milho, ouqualquer condição diferente do meio ambiente ou fatores de mane-jo, podem afetar a precisão das estimativas. Mas elas podem serúteis para se fazer comparações relativas.

ESTIMATIVA DA PRODUÇÃO DE MILHOEste método é baseado na informação utilizada no desen-

volvimento da regra de cálculo �Corn Yield Calculator�, publicadapela Universidade de Illinois:

1. Conte o número de espigas em 4 m2:Espaçamento entre linhas (cm) Comprimento para se obter 4 m2

50 8,0 m60 6,6 m70 5,7 m80 5,0 m90 4,4 m

100 4,0 m

2. No mesmo lugar, selecione três espigas representativase conte o número de fileiras de grãos e o número de grãos porfileira para cada espiga. Não conte os grãos da extremidade quesejam menores que a metade do tamanho normal.

3. Estimar a produção através de CADA uma das espigas, daseguinte maneira:

(número de espigas em 4 m2) x (número de fileiras de grãos) x(número de grãos por fileira) x 0,70 = kg ha-1, com 15,5% de umidade.

4. Calcule a média de produção estimada das três espigas.

5. Repita as etapas de 1 a 4 em vários locais e calcule amédia dos resultados para estimar a produção de grãos do campointeiro.

Variações no peso e no tamanho dos grãos podem afetar ascomparações. Assim, se quisermos obter precisão na comparaçãorelativa entre locais ou entre tratamentos, devemos utilizar sempreo mesmo híbrido.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003 13

DIVULGANDO A PESQUISA

Nota do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegra

3. FOLIAR NITROGEN APPLICATION TIMING IN-FLUENCE ON GRAIN YIELD AND PROTEIN CON-CENTRATION OF HARD RED WINTER AND SPRINGWHEAT

BLY, A.G.; WOODARD, H.J. Agronomy Journal, v.95, n.2, p.335-338, 2003.

Received for publication December 13, 2001. Foliar Napplications on wheat (Triticum aestivum L.) have increased grainprotein. Foliar N timing evaluations have been minimal. Theobjectives were (i) determine the optimal timing of foliar N forincreased grain protein of hard red winter wheat (HRWW) and springwheat (HRSW), (ii) evaluate effect of foliar N on grain yield, and(iii) determine relationship of grain protein to foliar N applicationand grain yield. Foliar N was applied at Feekes stage 10.0 (boot) or10.8 (postpollination) on two cultivars of HRWW and HRSW eachyear from 1995 to 2000. The foliar N rate (33.7 kg N ha-1) wasapplied as 1:1 solution of urea ammonium nitrate (UAN) and water.Fertilizer N for a 3360 kg ha-1 grain yield goal was broadcast asUAN after planting. Soil type was Estelline silt loam (fine-siltyover sandy or sandy-skeletal, mixed, superactive, frigid CalcicHapludoll).

Postpollination foliar N gave the highest grain proteinduring all years. Grain yield was significantly reduced 5% by bootstage foliar N for HRSW. Neither timing application significantlyreduced HRWW grain yield. All wheat data were pooled to relategrain yield level and protein response to foliar N. Grain proteinand yield from plots without foliar N were inversely related (r2 =0.57). Postpollination foliar N increased protein 70% of the timewhen yield goal was exceeded compared with only 23% when itwas not. These results show that postpollination foliar N gavehigher grain protein and was most effective when planned yieldgoal was exceeded.

1. COLAPSO INTERNO EM MANGA: NÍVEIS DE ADU-BAÇÃO NITROGENADA E ARMAZENAMENTO RE-FRIGERADO DOS FRUTOS DA CV TOMMY ATKINS

ROMANO, D.H. DE M.; MENDONÇA, V.; SILVA, A.V.C. da;TAVARES, J.C.; PIO, R. Revista de Ciências Agrárias, n.38,p.29-36, 2002.

Avaliou-se a incidência do colapso interno em mangasTommy Atkins submetidas a dois níveis de adubação nitrogenadae ao armazenamento refrigerado. Para realização do trabalho fo-ram colhidos frutos no estádio de vez em duas áreas, uma adubadacom 3 kg de N ha-1 e outra com 7 kg de N ha-1. Depois de colhidas,as mangas foram divididas em dois lotes de 14 caixas, com frutosvariando em classificação de 6 a 12. Um lote foi empregado pararealização das análises imediatas e o outro submetido a um pré-resfriamento e ao armazenamento por 15 dias sob refrigeração(10oC, 90% UR). Para o levantamento, empregou-se como metodo-logia de avaliação a classificação em sintomas leves e intensos dedesintegração da polpa, do pedúnculo e fendilhamento da semen-te. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualiza-dos, no esquema fatorial 2 x 2, com 7 repetições.

Observou-se maior incidência do distúrbio na adubação com3 kg de N ha-1. O armazenamento durante 15 dias sob refrigeraçãopromoveu maior incidência do colapso interno no pedúnculo, caracte-rizado com sintomas leves, e, na semente, por sintomas intensos.

2. AVALIAÇÃO DA ÉPOCA DE APLICAÇÃO DE N EMCOBERTURA NO MILHO

SOUZA, J.A.; TEIXEIRA, M.R.; PAES, J.M.V.; ZITO, R.K. In:Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 24., Florianópolis, 2002.Resumos... ABMS/EMBRAPA/EPAGRI, 2002. p.196.

Instalou-se um experimento em Cambissolo Háplico Tbdistrófico latossólico, no município de Sacramento (MG), com oobjetivo de se estudar o efeito da época da cobertura com N norendimento do milho. Utilizou-se delineamento em blocos ao aca-so com três tratamentos e quatro repetições. Este estudo foi insta-lado em área de produtor rural, com utilização de seu maquinárioe insumos, razão pela qual trabalhou-se com parcelas de 16 linhasde 60 metros de comprimento. Os tratamentos constaram de: T1 =parcelas sem cobertura nitrogenada; T2 = parcelas com coberturade 70 kg ha-1 de N logo após o plantio; T3 = parcelas com cobertu-ra de 70 kg ha-1 de N no estádio 6-8 folhas (20 dae). Todas asparcelas receberam adubação de plantio de 400 kg ha-1 da formu-lação 08-20-20.

A cobertura nitrogenada realizada logo após o plantioproporcionou acréscimo de 15% no rendimento em relação aotratamento sem cobertura, enquanto para a cobertura reali-zada na época normal (estádio de 6-8 folhas ou aos 20 dae), oincremento foi de apenas 7%. Neste caso específico, foi vantajo-sa a realização da cobertura nitrogenada mais cedo, pois além depossibilitar fácil acesso de máquinas para realização desta operação,proporcionou também aumentos no rendimento médio do milho.

4. RESPOSTA DA SOJA À ADUBAÇÃO NITROGENADANA SEMEADURA E INOCULAÇÃO COM Bradyrhi-zobium EM SISTEMAS DE PLANTIO DIRETO E CON-VENCIONAL EM UM LATOSSOLO DA REGIÃO DOSCERRADOS

MENDES, I.C.; HUNGRIA, M.; VARGAS, M.A.T. RevistaBrasileira de Ciência do Solo, v.27, n.1, p.81-87, 2003.

No Brasil, a inoculação com rizóbio tem substituído comsucesso o uso de fertilizantes nitrogenados no cultivo da soja. En-tretanto, com a expansão do plantio direto na região dos Cerra-dos, novamente surgiram dúvidas, por parte de alguns agricultures,sobre a eficiência do processo de inoculação e sobre a necessida-de, ou não, da utilização de doses de �arranque� de adubo nitro-genado na semeadura, visando superar possíveis problemas rela-cionados à imobilização do N principalmente quando a soja é cul-tivada após uma cultura não-leguminosa. Foram conduzidos, naEmbrapa Cerrados, dois experimentos em áreas sob plantio direto(PD) e dois em áreas sob plantio convencional (PC) visando avaliara resposta da soja a pequenas doses de N na semeadura. Os trata-

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

5. BIOMASS DISTRIBUTION AND NITROGEN-15 PARTI-TIONING IN CITRUS TREES ON A SANDY ENTISOL

MATTOS, JR., D.; GRAETZB, D.A.; ALVAC, A.K. SoilScience Society of America Journal, v.67, n.2, p.555-563,2003.

The area under citrus production in Florida is 332 000 ha,with a production of 10 to 12 million metric tonnes of fruit annually.Nutrient management recommendations are needed to increase Nuptake efficiency and to minimize nitrate leaching below the rootzone. The objectives of this study were (i) to evaluate biomassdistribution of 6-yr-old �Hamlin� orange trees [Citrus sinensis (L.)Osbeck] on �Swingle citrumelo� [Poncirus trifoliata (L.) Raf. xC. x paradisi Macfad.] rootstock grown in a sandy soil under lowvolume irrigation, and (ii) to estimate partitioning of 15N fertilizer

Tabela 1. Efeitos das doses iniciais de N na nodulação por planta (número de nódulo, NN; peso seco do nódulo, PSN) e na produçã o de grãosda cultivar de soja Celeste cultivada sob sistemas plantio direto (PD) e plantio convencional (PC), em 1998/1999.

Plantio direto Plantio convencional

Nodulação Nodulação

15 DAE Pré-florescimento Produtividade(2) 15 DAE Pré-florescimento Produtividade(2)

NN NN PS NN NN PSN

kg ha-1 - - No nódulos planta-1 - - mg kg ha-1 - - No nódulos planta-1 - - mg kg ha-1

0 24 a 92 343 3.728 16 a 54 235 3.28420 17 b 77 306 3.730 11 b 51 200 3.00630 12 b 90 341 3.759 12 b 51 207 3.21740 13 b 752 94 3.805 10 b 57 195 3.229

C.V. (%) 24 35(2) 26(2) 9,0(2) 17,2 22(2) 27(2) 6,5(2)

(1) Todos os tratamentos foram inoculados antes do plantio.(2) Diferenças não significativas foram observadas entre tratamentos.

Tabela 2. Efeitos das doses iniciais de N na nodulação por planta (número de nódulo, NN; peso seco do nódulo, PSN) e na produção de grãosda cultivar de soja Emgopa 316 cultivada sob sistemas plantio direto (PD) e plantio convencional (PC), em 1999/2000.

Plantio direto Plantio convencional

Nodulação Nodulação

15 DAE Pré-florescimento Produtividade(2) 15 DAE Pré-florescimento Produtividade(2)

NN NN PS NN NN PSN

kg ha-1 - - No nódulos planta-1 - - mg kg ha-1 - - No nódulos planta-1 - - mg kg ha-1

0 58 a 118 359 3.224 46 a 144 425 3.51420 47 b 95 289 3.320 39 b 119 443 3.49530 47 b 129 373 3.305 40 b 117 413 3.57840 40 b 96 274 3.337 40 b 115 366 3.646

C.V. (%) 13 22(2) 16(2) 6,0(2) 10(2) 32(2) 25(2) 5,5(2)

(1) Todos os tratamentos foram inoculados antes do plantio.(2) Diferenças não significativas foram observadas entre tratamentos.

Doses de N(1)

Doses de N(1)

mentos consistiram de quatro doses de N (0, 20, 30 e 40 kg ha-1 deN) na forma de uréia, aplicada na semeadura no sulco de plantio.Em ambas as áreas a soja foi cultivada após milho. Todos ostratamentos foram inoculados com as estirpes SEMIA 5079(CPAC 15) e SEMIA 5080 (CPAC 7), na proporção de 1 kg deinoculante (1,5 x 109 células g-1) para 50 kg de sementes.

A adição de pequenas doses de adubo nitrogenado nasemeadura da soja promoveu reduções significativas de até 50%

na sua nodulação inicial, avaliada aos 15 dias após a emergência(Tabelas 1 e 2). Apesar dessa redução, houve uma recuperação nonúmero e massa de nódulos, na fase de floração. Independente-mente do sistema de manejo, a adição de pequenas doses de N nasemeadura não promoveu aumentos no rendimento de grãos dasoja. Os resultados confirmam que, na região dos Cerrados, quan-do uma simbiose eficiente é estabelecida, não é necessário adicio-nar fertilizante nitrogenado na semeadura da soja, mesmo em áre-as sob plantio direto.

applied to the soil during early spring into different tree compo-nents. We evaluated biomass of tree components (leaves, twigs,trunk, taproot, roots, and fruit), and N recovery and distributionof 15NH

415NO

3 (AN) and 15N-urea (UR) (10 atom % 15N) applied to

the soil surface.

About 70% of dry matter biomass of trees was aboveground(AG). Length density of feeder roots was concentrated at a depthof 0 to 15 cm below the soil surface and varied from 1.87 to0.88 cm cm-3 at 0.5- and 1.5-m distance from the trunk, respectively.Total recoveries of 15N by trees were 25.5% for UR and 39.5%for AN at fruit harvest, 280 d after fertilization. Mean accu-mulation of applied 15N in recent leaf flush was 4.2% and that ofolder leaves was 2.5%. Accumulation of 15N was low in woodytissue. Since fruit represented a large sink for N (10.2 and 18.4%recovery of 15N applied as UR and AN, respectively), we confirmedthe importance of N fertilization before fruit development.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003 15

7. O MÉTODO DE PREPARO DE SOLO ALTERA A ÉPOCAPREFERENCIAL DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO NACULTURA DO MILHO?

SANGOI, L.; ERNANI, P.R.; ALMEIDA, M.L.; GRACIETTI,M.A.; BIANCHET, P. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHOE SORGO, 24., Florianópolis, 2002. Resumos... ABMS/EMBRAPA/EPAGRI, 2002. p.304.

A aplicação do N em pré-semeadura do milho na dessecaçãoda cobertura de inverno e o aumento da quantidade de N aplicada nabase são novas alternativas de manejo da adubação nitrogenadapara a cultura do milho no sistema de semeadura direta (SSD) emsucessão à aveia preta. Este trabalho foi conduzido objetivando ava-liar se o método de preparo de solo interfere na resposta do milho adiferentes sistemas de manejo da adubação nitrogenada. O trabalhofoi conduzido a campo, no município de Lages, SC, durante os anosagrícolas de 2000/2001 e 2001/2002. O solo da área experimental é umNitossolo Vermelho, com 53 g kg-1 de matéria orgânica. Analisou-seuma combinação de dois fatores: método de preparo do solo (con-vencional e direto) e época de aplicação do fertilizante nitrogenado(todo em pré-semeadura, todo na semeadura, todo em cobertura).Determinou-se o rendimento de grãos, os componentes do rendi-mento, a eficiência técnica e econômica de uso do N.

As respostas à época e tipo do fracionamento da adubaçãonitrogenada não diferiram em função do sistema adotado para pre-parar o solo. A aplicação de toda a adubação nitrogenada antes oudurante a semeadura do milho promoveu decréscimos no rendi-

8. CHARACTERIZATION AND AGRONOMIC EVALUATIONOF SINGLE SUPERPHOSPHATES VARYING IN IRONPHOSPHATE IMPURITIES

PROCHNOW, L.I.; S. H. CHIEN, S.H.; TAYLOR, R.W.; CAR-MONA, G.; HENAO, J.; DILLARD, E.F. Agronomy Journal, v.95,n.2, p.293-302, 2003.

Received for publication November 9, 2001. An increase inthe concentrations of water-insoluble iron phosphate (Fe-P)compounds in acidulated P fertilizers has raised the concern thatthe agronomic effectiveness of these P fertilizers will decrease. Thisstudy was conducted to evaluate the agronomic effectiveness ofthree sources of single superphosphate (SSP) varying in Fe-Pimpurities for upland and flooded rice (Oryza sativa L.) grown for55 d. A modal chemical analysis and X-ray diffraction were used tocharacterize the SSP samples and their water-leached forms. Agreenhouse study was conducted where rates of 0, 5, 15, 30, 50, and100 mg P kg-1 as total available P (water plus citrate-soluble P) wereapplied from each SSP source and monocalcium phosphate (MCP)to a Hiwassee clay loam (thermic Rhodic Kanhapludult).

The water-soluble P contents of the SSP sources were 46,80, and 86% of the total available P (water + citrate) correspondingto an increase of Fe content (2, 4, and 7%) in the phosphate rocksources used for SSP production. The main Fe-P impurities in theSSP samples were identified as Fe

3NaH

8(PO

4)6·6H

2O and

Fe3H

9(PO

4)

6·6H

2O. Single superphosphate with only 46% of water

solubility was 91% as effective as MCP in increasing dry matteryield and 76% as effective for P uptake by upland rice. The othertwo SSP sources were as good as MCP in effectiveness for uplandrice. All of the SSP sources were equally as effective as MCP inproducing dry matter yield and P uptake by flooded rice.

6. CONTEÚDO DE NUTRIENTES EM COMPONENTES DABIOMASSA DE LARANJEIRA HAMLIN

MATTOS Jr., D.; QUAGGIO, J.A.; CANTARELLA, H.; ALVA,A.K. Scientia Agricola, v.60, n.1, 2003. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162003000100023&lng=en&nrm=iso&tlng=en)

A compreensão da distribuição de nutrientes na árvore éimportante para o estabelecimento de programas de manejo nutri-cional eficientes para a produção de citros. Árvores de laranjeiraHamlin [Citrus sinensis (L.) Osb.] em citrumelo Swingle [Poncirustrifoliata (L.) Raf. x Citrus paradisi Macfad.], com 6 anos de idade,cultivadas num Entisol da Flórida foram colhidas para investigar adistribuição e o conteúdo de macro e micronutrientes em compo-nentes da biomassa.

A distribuição de nutrientes, em peso seco, da biomassatotal da árvore foi: frutos = 30,3%, folhas = 9,7%, ramos = 26,1%,tronco = 6,3% e raízes = 27,8%. A concentração de nutrientes emfolhas recém maduras ficou entre os níveis adequado e ótimo pelainterpretação da análise foliar da Flórida. Maiores concentraçõesde Ca foram observadas nas folhas mais velhas e nos tecidoslenhosos. Concentrações de micronutrientes foram significativa-mente maiores nas radicelas em comparação àquelas lenhosas. Omaior conteúdo de nutriente na árvore foi de Ca (273,8 g/árvore),seguido de N e de K (243,7 e 181,5 g/árvore, respectivamente).Outros macronutrientes somaram cerca de 11% do conteúdo totalde nutrientes. O conteúdo de vários nutrientes na fruta fresca, emkg ton-1, foi: N = 1,20; K = 1,54; P = 0,18; Ca = 0,57; Mg = 0,12;S = 0,09; B = 1,63 x 10-3; Cu = 0,39 x 10-3; Fe = 2,1 x 10-3; Mn = 0,38x 10-3 e Zn = 0,40 x 10-3. O conteúdo total de N, K e P no pomarcorrespondeu a 66,5, 52,0 e 8,3 kg ha-1, respectivamente, os quaisforam equivalentes às quantidades de nutriente aplicadas anual-mente pela adubação.

mento de grãos de milho, em relação à aplicação do nutriente inte-gralmente em cobertura. Tanto no sistema de plantio direto quantono sistema convencional, a ausência de nitrogênio na semeaduranão comprometeu a produtividade do milho, mesmo sendo esteprecedido por aveia preta. A antecipação da fertilização nitrogenadademonstrou ser uma prática de risco para as condições edafo-cli-máticas do Planalto Catarinense.

9. RELAÇÕES ENTRE ACIDEZ E PROPRIEDADES QUÍMICASDE SOLOS BRASILEIROS

ABREU JR., C.H.; MURAOKA, T.; LAVORANTE, A.F. ScientiaAgricola, v.60, n.2, p.337-343, 2003. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162003000200019&lng=en&nrm=iso&tlng=en)

Nos solos de regiões de clima tropical, a elevada acidez e apresença de alumínio trocável (Al3+), aliadas à baixa fertilidade, sãoos principais fatores a restringir a produção agrícola. Investigaram-se os componentes da acidez, com ênfase ao alumínio, e suas relaçõescom as propriedades químicas de 26 solos de regiões brasileiras.

O pH correlacionou positivamente com os valores de P, Ca,Mg, K, SB, CTC e V%, e negativamente com a saturação de Al. OAl3+ foi o cátion trocável predominante em 32% dos solos com pHinferior a 5,6. O H+ titulável em KCl representa formas hydroxi-Al(OH)xde baixa estabilidade e o Al obtido pelo extrator de Wolf-Morgancorresponde ao Al trocável + não-trocável. As formas Al3+ e hydroxi-Al de baixa estabilidade diminuíram rapidamente com o pH até 5,5.O Al não-trocável aumentou até pH 4,5, diminuiu a seguir até pH 5,5e aumentou lentamente com o pH de 7,0 a 7,5.

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

11. CALAGEM E ADUBAÇÃO NA RECUPERAÇÃO DE PASTA-GEM DEGRADADA DE Brachiaria decumbens EMNEOSSOLO QUARTZARÊNICO

OLIVEIRA, P.P.A.; BOARETTO, A.E.; TRIVELIN, P.C.O.; OLI-VEIRA, W.S. de; CORSI, M. Scientia Agricola, v.60, n.1,p.125-131, 2003. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S0103-90162003000100019&lng=en&nrm=iso&tlng=en)

Na recuperação de pastagens é fundamental a reconstituiçãoda fertilidade do solo, sendo a calagem a primeira ação nessa direção.A recomendação de calagem para pastagens necessita de maioressubsídios técnicos, como a forma de aplicação e a dose e o tipo decalcário a ser empregado. Um experimento de campo foi instaladopara avaliar a calagem e a adubação como práticas para a recupera-ção de pastagens de Brachiaria decumbens degradadas. Osseguintes fatores foram estudados: a forma de aplicação do calcário(incorporado no solo com gradagem ou não incorporado), os níveisde saturação por bases de 40, 60 ou 80% e tipos de calcário (PRNTde 55, 70 ou 90).

A calagem e a fertilização (NPK e micronutrientes) aumenta-ram as produções da forragem e do seu sistema radicular, sendo osefeitos mais acentuados no segundo ano, apesar do uso de mesmasdoses de corretivos e fertilizantes do primeiro ano. Após dois anosnão se conseguiu atingir os níveis de saturação por bases pretendi-

10. LEGUMINOSAS HERBÁCEAS PERENES COMO COBER-TURA VIVA DO SOLO E SEU EFEITO NO C, N E P DABIOMASSA MICROBIANA

DUDA, G.P.; GUERRA, J.G.M.; MONTEIRO, M.T.; DE-POLLI, H.;TEIXEIRA, M.G. Scientia Agricola, v.60, n.1, p.139-147, 2003.(http://www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext &pid=S0103-90162003000100021&lng=en&nrm=iso&tlng=en).

A adoção de práticas de cobertura do solo com leguminosastem aumentado. Porém, o impacto desta prática sobre o comparti-mento microbiano ainda não é bem conhecido. Para avaliar o efeitode diferentes leguminosas, sobre o C, N e P da biomassa microbiana,coletaram-se amostras de Argissolo oriundas de um experimentosob condições de campo em Seropédica-RJ. O experimento foisubdividido em dois ensaios. No primeiro, os tratamentos corres-ponderam à combinação de três fatores: espécie de cobertura viva(Arachis pintoi e Macroptilium atropurpurem), manutenção emcobertura ou remoção dos resíduos após o corte e profundidadede coleta do solo. No segundo ensaio, os tratamentos correspon-deram à combinação de três fatores: ausência de cobertura viva,A. pintoi, Pueraria phaseoloides e M. atropurpureum, doses de P(0 e 88 kg ha-1) e manejo dos resíduos da parte aérea das plantas.

Não houve variação do C microbiano com a profundidadedo solo. Porém, para o P e N microbianos, C orgânico do solo, Csolúvel em água, disponível e mineralizável, o aumento da profundi-dade proporcionou diminuição destas características. As legumi-nosas usadas influenciaram de maneira diferenciada as variáveisanalisadas. O A. pintoi promoveu elevação nos teores de C micro-biano e disponível, comparativamente as demais espécies utilizadas(P. phaseoloides e M. atropurpureum). A manutenção dos resíduosdas leguminosas após cada corte promoveu aumentos nos teoresde C e N microbianos, C orgânico e N total e frações de C orgânicodo solo enfatizando a importância de utilização desta prática paramelhorar a fertilidade do solo.

12. EFEITO DA PALHADA DE SORGO LOCALIZADA NA SU-PERFÍCIE DO SOLO EM CARACTERÍSTICAS DE PLAN-TAS DE SOJA E MILHO

NUNES, J.C.S.; ARAUJO, E.F.; SOUZA, C.M. de; BERTINI, L.A.;FERREIRA, F.A. Revista Ceres, Viçosa, v.50, n.287, p.115-126,2003.

A presença da palha é uma das condições básicas para osucesso do plantio direto, sendo recomendadas para a formação decobertura morta neste sistema algumas plantas, entre as quais sedestaca o sorgo. Porém, esta espécie pode apresentar efeitosprejudiciais sobre a cultura em sucessão, estudados no presentetrabalho. O experimento foi realizado em casa de vegetação, e ostratamentos foram cinco quantidades da palhada de sorgo, equiva-lentes a: 0, 5, 10, 20 e 30 t ha-1. Foi utilizado o delineamento estatísticointeiramente ao acaso com cinco tratamentos e quatro repetiçõespara cada uma das culturas em estudo, sendo as parcelas cons-tituídas de bandejas. A palhada do sorgo (14% de umidade) foi secaà sombra, picada, pesada e colocada na superfície do solo.

As sementes de soja e milho foram plantadas 16 e 17 diasapós a aplicação da palhada, respectivamente, sendo semeadas auma profundidade de 3 cm. Foram semeadas 200 sementes de soja(UFV-18) e 100 de milho (AG-1051) por bandeja. Avaliaram-se asseguintes características das plântulas de soja e milho: velocidadede emergência até o 7o dia após o plantio; pesos das partes aéreasfresca e seca no 18o dia após o plantio; e índice �SPAD� (teor declorofila) das folhas no 18o dia após o plantio. Também foramavaliadas, diariamente, as alturas das plantas de soja entre o 10o e o16o dia após o plantio, com a finalidade de estudar a influência daquantidade da palhada no crescimento inicial das plantas. Para avaliara porcentagem e velocidade de emergência até o 7o dia do plantioforam quantificadas, diariamente, as plântulas emergidas acima dacamada de palha, até que cessaram as emergências. Por meio dasoma das emergências diárias, calcularam-se as porcentagens deemergência. No período do 10o ao 16o dia após o plantio, 10 plantas/parcela foram marcadas ao acaso e realizadas medidas diárias dassuas alturas, do nível do solo até a folha mais alta. No 18o dia apóso plantio, as plantas foram cortadas, pesadas, secas em estufa comventilação forçada a 75 oC até peso constante e pesadas novamente.A soja foi prejudicada em todas as características estudadas, porémo milho foi menos sensível. Na cultura da soja, a dose de 10 t.ha-1 depalhada de sorgo foi a que proporcionou mais crescimento noperíodo do 10o ao 16o dia após o plantio.

Conclusões:� A palhada de sorgo localizada na superfície do solo, inde-

pendentemente da quantidade aplicada, não traz efeitos deletériosao milho.

� A palhada de sorgo localizada na superfície do solo, inde-pendentemente da quantidade aplicada, traz efeitos deletérios à soja.

� No planejamento das rotações de culturas e de palhadasno sistema de plantio direto, o agricultor deve levar em considera-ção os efeitos das palhadas nas culturas subseqüentes, principal-mente na soja.

dos na camada de 0-0,20 m, bem como a neutralização do Al. Agradagem prejudicou o desenvolvimento do sistema radicular daforrageira e promoveu queda nos teores da matéria orgânica no solo.O calcário de PRNT mais baixo aumentou a produção de raízes eproporcionou as maiores concentrações de Ca e Mg no solo. Estu-dos em outras condições são necessários para se aprimorar a reco-mendação de calagem para pastagens estabelecidas e degradadas.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003 17

PAINEL AGRONÔMICO

DAS PALMEIRAS PARA O MOTOR

Somente no Pará as plantações de palma ou dendê já atin-gem cerca de 110 mil hectares. Os frutos dessa palmeira apresen-tam um rendimento de óleo de 5 mil litros anuais por hectare,superior ao fornecido pela soja, milho e girassol. Além do apro-veitamento alimentar, o óleo pode ser transformado em combustí-vel similar ao diesel. Para isso, pesquisadores da Embrapa Sede,em Brasília, implantaram o projeto biodisel.

Durante dois anos, eles trabalharam em parceria com o Ins-tituto de Química da Universidade de Brasília na construção de umequipamento que transforma o óleo em diesel vegetal com capaci-dade para 100 litros diários. A principal vantagem em relação aoscombustíveis de origem petroquímica está na baixa liberação de en-xofre na atmosfera e no uso de um produto não poluente. �Não épreciso adaptar o motor do veículo e muito menos misturar competróleo�, explica José Roberto Peres, diretor de Pesquisa e Desen-volvimento da Embrapa (Revista Globo Rural, n.208, 2003. p.51).

QUEDA DO DESPERDÍCIO AUMENTA OSLUCROS NA COLHEITA DE SOJA DO PARANÁ

Os produtores paranaenses de soja devem obter renda adicio-nal de R$ 122,5 milhões nesta safra 2002/03 apenas com a redução dodesperdício normalmente registrado durante a colheita. Enquanto amédia brasileira chega a duas sacas de 60 quilos por hectare, noParaná as perdas giram em torno de uma saca, conforme levantamentoda Emater-PR, que desde 1980 treina operadores de máquinas parareduzir perdas, seguindo metodologia da Embrapa.

De acordo com o agrônomo Antoninho Carlos Maurina, quecentraliza os dados da Emater, a maior parte das perdas são causa-das por máquinas desreguladas e condições inadequadas para exe-cução da tarefa. O primeiro passo, diz Maurina, é regular corre-tamente a máquina, pelo menos duas vezes por dia. A velocidadecom que a colheita é feita deve ser de entre quatro e seis quilômetrospor hora, para o melhor aproveitamento dos grãos.

O �lucro� de R$ 122,5 milhões decorrente da menor perda nacolheita paranaense corresponde a cerca de 3,5 milhões. Com ovalor, é possível comprar 1.360 tratores novos de porte médio (http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/materia.asp?id=1858092&id2=MTA4MDQrMjYwODgrOTg1KzI2-MDg4KzE0MzYyKzI2ODQzKzI3Nzc5&o=ezine).

INIMIGOS VALIOSOS

Instalada em um bairro residencial da cidade de Piracicaba-SP, a empresa Bug Agentes Biológicos, criada há apenas dois anos,vive uma rotina de intensa produ-ção para atender ao crescente au-mento da demanda por insetosque são inimigos naturais de pra-gas agrícolas. Boa parte da pro-dução é enviada para Suíça, Fran-ça, Dinamarca e Estados Unidos.

�Há laboratórios similaresem várias partes do mundo, queusam os ovos para criar, produzire multiplicar a vespinha Trichogramma, responsável por combaterdiversas espécies de mariposas�, relata José Roberto Postali Parra,diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq),da Universidade de São Paulo e consultor do projeto de criação ecomercialização de insetos para o controle de pragas agrícolas daBug, financiado pela FAPESP dentro do Programa de InovaçãoTecnológica em Pequenas Empresas (PIPE). Na avaliação de Parra,o controle biológico é hoje uma forma aceita para barrar a ação depragas, em resposta ao uso inadequado de inseticidas, danosospara a saúde humana, animal e ao ambiente.

O fator econômico também é levado em conta na adoçãodesse sistema. No caso da broca-da-cana (Diatraea saccharalis),por exemplo, praga que causa prejuízos à cultura da cana-de-açúcare ao processo de produção industrial, o controle biológico, queinclui parasitas, frete e aplicação, custa cerca de R$ 15,00 por hectare,enquanto o tratamento químico fica, em média, em R$ 45,00 (http://www.revistapesquisa.fapesp.br/show.php?lang=pt&id= revistas1.fapesp1..20030429.20030587..SEC7_2&page= 1&last_page=3).

SAFRA DE MILHO:O VELHO CICLO SE REPETE?

Em 13 safras, só em 1995 o milho não registrou o �efeitoserrote�. Nos demais anos, a cada alta sucede-se, invariavelmente,uma baixa na produção. O desafio, agora, é romper o ciclo em 2004(http://www.avisite.com.br/noticias/maisnotss.asp?CodCategoria=&CodNoticia=2997&Mes=6&Ano=2003).

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

TORRANDO DINHEIRO

A queima da cana-de-açúcar diminui a quantidade desacarose � substância utilizada para produção de álcool e açúcar.Quando é submetida à temperatura de 1.000 graus, a planta �trans-pira� gotas de sacarose. Isso significa prejuízo de 180 milhões dereais em cada safra. A queimada diminui o custo com o corte manualmas o benefício é anulado pela perda de qualidade. A conclusão éde uma pesquisa da ESALQ � Escola Superior de Agricultura Luizde Queiroz. Em São Paulo, as queimadas de canaviais têm que serabolidas progressivamente nos próximos 25 anos (Revista GloboRural, n.211, 2003. p.13).

18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

WORKSHOPS SIMPASSistema Integrado de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável

(POTAFOS, ANDA, ANDEF, ABAG e outras)

1. XLIX REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE INTERAME-RICANA DE HORTICULTURA TROPICALHorticultura Tropical em Regiões Semi-Áridas

Local: Fortaleza, CEData: 31/AGOSTO a 05/SETEMBRO/2003Informações: Secretaria - 49a ISTH

Telefone: (85) 299-1999 ou 299-1847Fax: (85) 299-1888Website: www.49isth.cjb.netE-mail: [email protected]

4. CONFERÊNCIA BIOFACH - DESENVOLVIMENTO DE MER-CADOS ORGÂNICOS

Local: Hotel Glória, Rio de Janeiro-RJData: 26 e 27/SETEMBRO/2003Informações: Telefone: (21) 2540-7707

Website: www.biofach-brazil.comE-mail: [email protected]

10. 4th INTERNATIONAL CROP SCIENCE CONGRESS(4ICSC) - New directions for a diverse planet

Local: Brisbane Convention & Exhibition Centre, Queensland,Austrália

Data: 26/SETEMBRO a 01/OUTUBRO/2004Informações: Telefone: +61 7 3858 5554

Fax: +61 7 3858 5510Website: www.cropscience2004.comE-mail: [email protected]

2. SIMPÓSIO SOBRE TOMATE: ATUALIDADES E TENDÊN-CIAS

Local: Anfiteatro de Engenharia, ESALQ, Piracicaba-SPData: 10 e 11/SETEMBRO/2003Taxa de inscrição: R$ 120,00Informações: FEALQ

Telefone: (19) 3417-6604E-mail: [email protected]

5. FENASUCRO � XI FEIRA INTERNACIONAL DA INDÚSTRIASUCROALCOOLEIRA

Local: Ribeirão Preto, SPData: 16 a 19/SETEMBRO/2003Informações: Multiplus Eventos

Telefone: (16) 623-8936Website: www.multipluseventos.com.brE-mail: [email protected]

3. IV CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO

Local: Goiânia, GOData: 15 a 18/SETEMBRO/2003Informações: Telefone: (62) 541-0163

Website: www.4cba.com.br

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

9. VII CONFERÊNCIA MUNDIAL DE PESQUISA DE SOJAIV CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE PROCESSAMENTOE UTILIZAÇÃO DE SOJAIII CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA

Local: Foz do Iguaçu, ParanáData: 29/FEVEREIRO a 05/MARÇO/2004Informações: Telefone: 55 (43) 3371-6336

Website: www.cnpso.embrapa.br/soyE-mail: [email protected]

7. XII ENCONTRO NACIONAL DA BATATAVII SEMINÁRIO NACIONAL DE BATATA SEMENTEIII ABBA BATATA SHOW

Local: Ponta Grossa, ParanáData: 22 a 24/OUTUBRO/2003Informações: Universidade Federal de Uberlândia

Prof. José Magno Queiroz LuzTelefone: (34) 3218-2225, ramal 232 ou 204E-mail: [email protected]

6. 3o SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A DINÂMICA DEPROCESSOS FISIOLÓGICOS DE RAÍZES LENHOSAS

Local: Perth, AustráliaData: 29/SETEMBRO a 03/OUTUBRO/2003Informações: Website: www.botany.uwa.edu.au/woodyroots/

8. XIII CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAÇÃO E DRENA-GEM � CONIRD

Local: Juazeiro, BahiaData: 26 a 31/OUTUBRO/2003Informações: Telefone: (31) 3891-3204 ramal 606 ou 143

Website: www.funarbe.org.br/abid.conirdE-mail: [email protected]

Informações: POTAFOSTelefone: (19) 3433-3254/3422-9812 ouE-mail: [email protected]: www.potafos.org

Local: Itumbiara-GOData: 26-28/AGOSTO/2003

Local: Petrolina-PEData: 21-23/OUTUBRO/2003

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003 19

PUBLICAÇÕES RECENTES

1. A PESQUISA A SERVIÇO DA VOCAÇÃO REGIONAL � Re-gião dos Campos Gerais do Paraná(Informativo da Fundação ABC, 20)

Conteúdo: Fundação ABC lança primeira variedade de azevém(ABC-01); conheça a montagem do sistema demonitoramento agrometeorológico dos CamposGerais; utilização de dessecantes na pré-colheita dofeijão; eficiência da silagem de planta inteira demilho doce para a produção de leite; efeito do Rumen-sin (monensina sódica) na dieta de vacas em lactação;ferrugem asiática: a nova e grande ameaça; tipos desolo e adubação nitrogenada; genótipos de aveia,cevada cervejeira e centeio para a safra 2003; genó-tipos de trigo e triticale para a safra 2003.

Número de páginas: 41Editor: Fundação ABC

Caixa Postal 100384165-980 Castro-PRTelefone/fax: (42) 232-2662E-mail: [email protected]

2. TÓPICOS EM CIÊNCIA DO SOLO - volume 3

Organizadores: Nilton Curi & João José Marques; 2003.Conteúdo: Pesticidas em solos brasileiros; drenagem ácida; ma-

nejo do solo e seqüestro de carbono; qualidade defertilizantes; micorrizas e metais pesados; química dosolo em plantio direto; uso de resíduos na agricul-tura; solos salinos e salinizados no Brasil; argilo-minerais em solos brasileiros; micromorfologia dosolo.

Editor: Sociedade Brasileira de Ciência do SoloCaixa Postal 23136571-000 Viçosa-MGTelefone: (31) 3899-2471Website: www.sbcs.org.brE-mail: [email protected]

4. CERRADO: ESPÉCIES VEGETAIS ÚTEIS

Autores: Ribeiro, J.F.; Almeida, S.P. de; Proença, C.E.B.; Sano,M.S.; 2002.

Conteúdo: O livro traz uma relação de 110 espécies do biomaCerrado com porte arbóreo, arbustivo e herbáceo,usados na região. São enfocados a família, o nomecientífico e popular, a fitofisionomia de ocorrên-cia, a distribuição geográfica, a época de floração efrutificação, a descrição botânica, os usos mais co-muns, aspectos ecológicos,sementes e formaçõesde mudas. O livro tem fotos e desenhos que facili-tam a identificação das espécies.

Formato: 16 x 22 cmNúmero de páginas: 464Editor: EMBRAPA Informação Tecnológica

Telefone: (61) 448-4236Website: www.sct.embrapa.br

3. 500 ANOS DE USO DO SOLO NO BRASIL

Organizador: Quintino Reis de Araujo, 2002.Conteúdo: Esta publicação é resultado dos debates e análises

apresentados durante a XIII Reunião Brasileira deManejo e Conservação do Solo e da Água, realiza-

BOLETINS TÉCNICOS, LIVROS, CD�s, INFORMAÇÕES AGRONÔMICASE ARQUIVOS DO AGRÔNOMO PODEM SER COMPRADOS

ATRAVÉS DO SITE DA POTAFOS:

www.potafos.org

5. CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS COM BIO-FERTILIZANTE

Autores: Bettiol, W.; Tratch, R.; Galvão, J.A.H.; 2002.Conteúdo: Esta circular técnica apresenta o potencial de biofer-

tilizantes como alternativa para o controle de doen-ças e plantas, visando a racionalização e reduçãodo uso de agrotóxicos, propiciando um desenvolvi-mento agrícola sustentável.

Número de páginas: 22Preço: R$ 5,00Editor: idem item 4.

PUBLICAÇÕES DA POTAFOS

da em 2000, em Ilhéus, Bahia, que discutiu os princi-pais ecossistemas brasileiros, a história de uso emanejo das suas terras, avaliou a situação atual dossolos e as perspectivas de uma convivência e umuso mais racional, coerente, cuidadoso, afetivo eético dos recursos naturais.

Editora: Editus � Editora da Universidade Estadual de Santa CruzRua Augusto Viana, Canela - Estacionamento da Reito-ria da UFBA40110-060 Salvador-BATelefone: (73) 680-5028Website: www.edufba.ufba.brE-mail: [email protected]

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 102 � JUNHO/2003

Ponto de Vista

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T. Yamada, diretor

FALTA MUITA PALHA NO PLANTIO DIRETO

Empresas filiadas:

� Agrium Inc. � Cargill Crop Nutrition � Hydro Agri � IMC Global Inc. � PotashCorp

� Intrepid Mining, LLC/Moab Potash � Mississippi Chemical Corporation � Simplot

Aárea plantada no sistema plantio direto tem aumen-tado rapidamente no Brasil, principalmente nosúltimos anos. Estima-se que hoje o sistema plantio

direto cubra 20 milhões de hectares ou ao redor de 50% da área comculturas anuais do país. O plantio direto é, de fato, a nova revolução,após a grande revolução que representou a abertura dos cerradospara a agricultura. Infelizmente, no dizer de Dario M. Hiromoto, daFundação MT, Rondonópolis-MT, �grande parte do plantio diretoainda é feita de qualquer jeito�. Não existe preocupação em fazer adensa e persistente camada de matéria orgânica cobrindo todasuperfície, que com o tempo adentra e melhora o perfil do solo emprofundidade, característica do bem feito plantio direto na palha.

Os produtores desfilam um rosário de justificativas sobre asdificuldades de fazer esta palha e, mais ainda, de se plantar em cimada mesma. Realmente, não é fácil fazer o plantio direto bem feito. Noentanto, como são inúmeras as vantagens proporcionadas por umaboa cobertura vegetal sobre o solo, é preciso decisão firme e persis-tência em fazê-la. Trabalhos da dupla Séguy e Bouzinac mostramque com a produção de 10 t de matéria seca de milheto por hectarehá reciclagem de 125 kg de N, 20 kg de P, 176 kg de K, 27 kg de Ca,22 kg de Mg, 2,4 kg de S, 4,4 kg de B, além de outros micronu-trientes. Djalma Martinhão Gomes de Sousa e Edson Lobato, daEMBRAPA-CPAC, em recente Simpósio sobre Fósforo na Agricul-tura Brasileira promovido pela POTAFOS e ANDA, mostraram, entreas muitas informações sobre adubação fosfatada em solos docerrado, que, no mesmo latossolo muito argiloso, a produtividadede 3,0 t de soja ha-1 poderia ser obtida com teores de P extraível(Mehlich 1) de 3 mg P dm-3, ao invés de 6 mg P dm-3, com o aumen-to do teor de matéria orgânica do solo de 28,4 g kg-1 (no solo com6 mg P dm-3) para 37,3 g kg-1 (no solo com 3 mg P dm-3). Ou seja, oaumento da matéria orgânica aumenta a eficiência da adubação

fosfatada. Há ainda efeitos positivos no aumento da biodiversidade,e desta sobre a resistência das plantas às pragas e doenças. Eoutros mais.

É importante alertar sobre a necessidade de se aplicar nitro-gênio (40-60 kg de N ha-1) e usar sementes de boa qualidade e emquantidade adequada na cultura de cobertura caso queira produziruma boa massa após a safra de verão ou antes do novo plantio deverão.

Uma vez feita a volumosa massa vegetal com a cultura decobertura é preciso evitar sua rápida mineralização. Para tal, asgramíneas parecem ser melhores que outras espécies vegetais,porque, segundo referências na literatura, estas inibem a nitrifica-ção através dos exsudatos de suas raízes. A velocidade da nitrifi-cação é ainda muito influenciada pela reação do solo, e atinge valoresmáximos em valores de pH maiores que 6,0 (em água). Sabendo-seque acima de pH 5,5 (em água) já não existe alumínio livre na soluçãodo solo, é preciso muita cautela com a dose de calcário, princi-palmente no sistema plantio direto já instalado. Existe pesquisamostrando que tão importante quanto a dose de calcário é suaprofundidade de incorporação, que deve ser a mais profundapossível ao fazê-la ainda no sistema convencional.

A abundância de matéria seca de gramíneas e pH do solo aoredor de 5,5 podem diminuir a relação entre N-nítrico e N-amoniacalna solução do solo pela maior oferta de N-NH

4 e pela menor taxa

de nitrificação. A maior oferta e absorção de N-amoniacal trazemcomo conseqüência a acidificação da rizosfera (benéfica) e melhordisponibilidade de fósforo e de micronutrientes para as culturas.

É difícil acreditar que mesmo conhecendo todas as vanta-gens que o aumento do teor de matéria orgânica proporciona à sualavoura poucos são ainda os agricultores que o tem como prioridadeno manejo da fertilidade de seu solo.

T. YAMADA - Diretor, Engo Agro, Doutor em AgronomiaAssociação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato

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