informa nº2

4
isto o Socialismo- democrático, nem tampou- co a Social-democracia. Ora, algumas diferenças entre esquerda e direita: 1) A Liberdade individual só é conseguida através da liberdade colectiva, não é sinónima de individualis- mo. 2) A Igualdade é uma meta, todos deveremos poder ser socialmente iguais, na verdade, não o somos. 3) Fraternidade? Desapareceu, agora, diz-se Solidariedade… O papel do Estado deverá ser o de garantir equidade na redistribuição da rique- za e não um mero gestor ou trampolim financeiro. Ideologia, precisa-se! A Democracia tem que fazer sentido. Não é só al- ternância. Editorial NESTA EDIÇÃO: A Reforma administrativa e territorial 2 Que PDM? 2 SNS e saúde dos Portugueses 2 O SNS e o Estado Social 3 Saúde em Portugal: desigualdades 3 Agenda da Secção 4 Notícias curtas 4 PARTIDO SOCIALISTA PAREDE DIZERES NA PAREDE MARÇO 2012 VOLUME 2, EDIÇÃO I PONTOS DE IN- TERESSE ESPE- CIAIS: A Saúde e o Es- tado Social Reforma administrativa e territorial Informa TG Assembleia Geral de Militantes lismo foi a criação de uma classe que se interpunha entre capitalistas e os tra- balhadores, a denominada classe média. Por tempos, terá deixado de fazer sen- tido o fundamento da “luta de classes” devido ao mecanismo de distri- buição da riqueza a que chamámos Estado Social. Confiámos no garante da Democracia. Porém, a evolução do sistema capi- talista (já previsto), de liberal para neoliberal, feito com o sustento dos Estados, e coberto pela 3ªVia, está gerando graves distorções sociais. Não é bém debatida, considerando- se que é necessário fomentar a participação, bem como aprofundar a democracia in- terna. Fez-se um apelo à par- ticipação dos militantes no debate sobre Saúde e Estado Social com o camarada Manu- el Pizarro e no jantar com o camarada António Costa. ção administrativa e territo- rial, seguida das propostas de alteração à Lei eleitoral e a efectivação de uma Autar- quia Metropolitana de Lis- boa. Foi aprovado por unani- midade um documento de resposta à FAUL, contendo a posição do PS Parede. A modernização do PS foi tam- Decorreu no dia 16 de Mar- ço uma AGM para discutir a reorganização administrativa e territorial. Foram analisa- dos dois documentos: a Lei 44/XII e o documento apre- sentado na II Convenção da FAUL. A análise foi faseada, tendo sido abordado em primeiro lugar a reorganiza- “Não mais, não mais a ser- vidão”. Entoe-se a Internacional, nesta crise, consequência do confronto neoliberal com a Social-Democracia. Vozes da direita pedem “menos ideologia e mais eficácia”, justificando aus- teridade, racionalização e sacrifício. “Não há alterna- tiva”, tentam convencer a esquerda. A anestesia neoliberal na qual temos vivido tem sido suportada pelo abandono da ideologia e da usurpa- ção de conceitos, Outra frase comum é: “esbateram-se as diferen- ças entre esquerda e direi- ta, estamos todos interes- sados no bem comum”. A falácia do discurso políti- co começa agora a desco- brir-se. Um dos méritos do capita-

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Page 1: Informa nº2

isto o Socialismo-

democrático, nem tampou-

co a Social-democracia.

Ora, algumas diferenças

entre esquerda e direita:

1) A Liberdade individual

só é conseguida através da

liberdade colectiva, não é

sinónima de individualis-

mo. 2) A Igualdade é uma

meta, todos deveremos

poder ser socialmente

iguais, na verdade, não o

somos. 3) Fraternidade?

Desapareceu, agora, diz-se

Solidariedade…

O papel do Estado deverá

ser o de garantir equidade

na redistribuição da rique-

za e não um mero gestor

ou trampolim financeiro.

Ideologia, precisa-se!

A Democracia tem que

fazer sentido. Não é só al-

ternância.

Editorial

N E S T A

E D I Ç Ã O :

A Reforma

administrativa e

territorial

2

Que PDM? 2

SNS e saúde dos

Portugueses

2

O SNS e o

Estado Social

3

Saúde em

Portugal:

desigualdades

3

Agenda da

Secção

4

Notícias curtas 4

P A R T I D O

S O C I A L I S T A P A R E D E DIZERES NA PAREDE M A R Ç O 2 0 1 2 V O L U M E 2 , E D I Ç Ã O I P O N T O S D E I N -

T E R E S S E E S P E -

C I A I S :

A Saúde e o Es-

tado Social

Reforma

administrativa e

territorial

Informa

TG

Assembleia Geral de Militantes

lismo foi a criação de uma

classe que se interpunha

entre capitalistas e os tra-

balhadores, a denominada

classe média. Por tempos,

terá deixado de fazer sen-

tido o fundamento da

“luta de classes” devido

ao mecanismo de distri-

buição da riqueza a que

chamámos Estado Social.

Confiámos no garante da

Democracia. Porém, a

evolução do sistema capi-

talista (já previsto), de

liberal para neoliberal,

feito com o sustento dos

Estados, e coberto pela

3ªVia, está gerando graves

distorções sociais. Não é

bém debatida, considerando-

se que é necessário fomentar

a participação, bem como

aprofundar a democracia in-

terna. Fez-se um apelo à par-

ticipação dos militantes no

debate sobre Saúde e Estado

Social com o camarada Manu-

el Pizarro e no jantar com o

camarada António Costa.

ção administrativa e territo-

rial, seguida das propostas

de alteração à Lei eleitoral e

a efectivação de uma Autar-

quia Metropolitana de Lis-

boa. Foi aprovado por unani-

midade um documento de

resposta à FAUL, contendo

a posição do PS Parede. A

modernização do PS foi tam-

Decorreu no dia 16 de Mar-

ço uma AGM para discutir a

reorganização administrativa

e territorial. Foram analisa-

dos dois documentos: a Lei

44/XII e o documento apre-

sentado na II Convenção da

FAUL. A análise foi faseada,

tendo sido abordado em

primeiro lugar a reorganiza-

“Não mais, não mais a ser-

vidão”.

Entoe-se a Internacional,

nesta crise, consequência

do confronto neoliberal

com a Social-Democracia.

Vozes da direita pedem

“menos ideologia e mais

eficácia”, justificando aus-

teridade, racionalização e

sacrifício. “Não há alterna-

tiva”, tentam convencer a

esquerda.

A anestesia neoliberal na

qual temos vivido tem sido

suportada pelo abandono

da ideologia e da usurpa-

ção de conceitos,

Outra frase comum é:

“esbateram-se as diferen-

ças entre esquerda e direi-

ta, estamos todos interes-

sados no bem comum”.

A falácia do discurso políti-

co começa agora a desco-

brir-se.

Um dos méritos do capita-

Page 2: Informa nº2

P Á G I N A 2

Que Plano Director Municipal?

O SNS e Saúde dos Portugueses: 33 anos

A reforma Administrativa e Territorial O PS tem adoptado uma

posição dúplice. Porquanto

concorda com uma refor-

ma administrativa e territo-

rial, defende que não esta

e, sobretudo, não desta

forma. A reorganização, à

revelia das freguesias e com

critérios incompreensíveis

é, manifestamente, atentar

contra o municipalismo,

uma das raízes do sistema

democrático.

No dia 2 de Março, a As-

sembleia da República

aprovou a Lei 44/XII que

prevê uma reorganização

territorial estruturada a

partir das freguesias.

Em Lisboa, com o camarada

António Costa, já está em

marcha, e na Amadora, com

o camarada Joaquim Raposo,

há uma proposta. Chegará a

ocasião em que será pergun-

tado aos Cascalenses, o que

pretendem para Cascais. Prin-

cipalmente ao PS. Teremos

que optar entre: enfeudarmo-

nos na manutenção das 6

freguesias; aceitar a proposta

da coligação ou apresentar

uma alternativa de organiza-

ção territorial que reflicta a

visão e o projecto que o PS

defende para o concelho.

Que Concelho queremos?

Que competências poderão

reforçar o papel das freguesi-

as?

Que tipo de gestão municipal

defendemos?

Com habilidade, o Governo

limita a discussão a uma reor-

ganização territorial, mas esta

é indissociável da Lei eleitoral

e do sector empresarial local.

Não nos iludamos, em

discussão está verdadei-

ramente o conceito de

poder local e que filosofia

subjaz à sua existência.

tal e infantil, para um dos

países de topo, Também a

esperança média de vida

aumentou, bem como as-

sistimos a um decréscimo

da taxa de mortalidade

abaixo dos 65 anos.

A par com os restantes

países da OCDE a despesa

em saúde tem vindo a au-

mentar em relação ao PIB.

Contudo, o aumento da

despesa Portuguesa deve-

A Constituição de 1976

abriu caminho para a cria-

ção do SNS em 1979, com

a Lei n.º56/79 de 15 de

Setembro. Desde

então, Portugal assistiu a

um aumento significativo

da saúde populacional e

dos resultados em cuida-

dos de saúde. Nestes 33

anos conseguimos evoluir

desde os piores da Euro-

pa em mortalidade perina-

se, sobretudo a um aumen-

to da despesa privada, na

qual se incluem os pagamen-

tos feitos directamente pe-

los utentes.

considerável? Uma Vila

cujo centro, outrora com

comércio diversificado e

um mercado vivo, trans-

formado em concentrado

de serviços bancários?

Uma freguesia envelheci-

da? Qual o papel no pano-

rama do concelho? A pro-

posta da coligação é a junção

com o Estoril. Freguesia igual-

mente envelhecida, com polos

de atracção incontornáveis:

casino, termas, hotéis. Para

onde irá o turismo? Para a

Parede? Não nos parece….

Como se desenvolverá a Pa-

rede? Só será possível com

Norte.

A freguesia de Parede fun-

de com qual? Este é um

dos pontos de partida para

debater o PDM.

Que papel poderá desem-

penhar a nossa actual uni-

dade territorial com cerca

de 3km2, e já com uma

densidade populacional

D I Z E R E S N A P A R E D E

Page 3: Informa nº2

A Saúde e o Estado Social - Defender o SNS

P Á G I N A 3 V O L U M E 2 , E D I Ç Ã O I

O camarada Manuel Pizarro

lançou quatro perguntas estru-

turantes para o debate: 1. Esta-

mos satisfeitos com os resulta-

dos do SNS? 2. Será o SNS de-

masiado caro? 3. Temos dinhei-

ro para o pagar? 4. O que fazer?

Fazendo o balanço dos ganhos

em saúde da população, afir-

mou que somos dos melhores

da OCDE num conjunto impor-

tante de indicadores.

Gastamos menos per

capita do que a genera-

lidade dos países, mas

gastamos mais de 10% do PIB

em saúde. Considerando o SNS

como uma conquista civilizacio-

nal inegociável, “temos que

estabelecer um equilíbrio

entre a ideologia e a práti-

ca”. Esclareceu que o modelo

de PPP inicial se destinava a

suportar sobretudo os custos

de construção e manutenção

dos equipamentos, a 30 anos, sen-

do a gestão clínica por 10 anos.

Apenas assim se possibilitou a

construção de 4 hospitais, cuja

população aguardava há décadas.

Entre os quais, o de Cascais. De-

fendeu que tem existido continui-

dade ideológica desde o início do

SNS, mas que a ruptura pode dar-

se com este Governo que, com a

Lei dos compromissos asfixia ine-

xoravelmente o serviço de saúde.

“O que este Governo está a

fazer excede o acordado com

a Troika”. “Temos que deixar

de estar acantonados e defen-

der o Estado Social”.

anos e 31% das famílias mono-

parentais.

Somos dos países com maior

incidência de acidentes de tra-

balho nas idades 25-54 anos e

em acidentes de viação.

Investigação nacional demons-

tra a existência de desigualda-

des em saúde entre classes

sociais e, mais ainda, a

iniquidade de acesso a cuida-

dos de saúde e maior morbili-

dade feminina, independente-

mente da classe social.

As crescentes dificuldades

A OMS relata Portugal como

sendo um dos países da UE

com diferenças no adequado

abastecimento de água entre

zonas urbanas e rurais, signifi-

cando isto a ausência de auto-

clismo (2.4%) e banho (0.4%)

nos fogos habitacionais. Portu-

gal é também descrito como

sendo o país em que as habita-

ções são mais húmidas (25%-

28%) e menos climatizadas de

acordo com os quintis de ren-

dimento. Não são capazes de

manter as casas quentes 44%

dos indivíduos maiores de 65

sociais e as reformas liberais

no SNS ameaçam piorar o

quadro.

Portugal já é o país

com maior prevalência

de depressões e doença

mental comparativamente

com os seus vizinhos lati-

nos e o excesso de

mortalidade verificado em

Fevereiro pode ter relação

com a diminuição de consultas

realizadas.

Um em cada 4 portugueses

morre antes de tempo.

PPP. Assim se iniciou o

debate sobre o SNS e o

Estado Social.

O debate foi amplamente

participado, com a partilha

de visões a partir da segu-

rança social, bombeiros,

INEM, formação de médi-

cos e questionamento de

motivos ideológicos.

Explicando que a concepção do

SNS está ligada à construção do

Estado Social, profundamente

enraizado numa matriz ideológi-

ca surgida a partir de Keynes-

Beveridge, em oposição aos

modelos Bismarckianos, a coor-

denadora da secção, perguntou

se a linha ideológica do SNS se

tem mantido, apesar do neo-

corporativismo traduzido nas

Manuel

Pizarro

Debate participado na Secção

Dados sobre a Saúde em Portugal - Desigualdades

“Desde 1948 que

7 de Abril é o dia

Mundial da

Saúde.”

“O ano de

2012 é o ano

de combate às

desigualdades.”

Page 4: Informa nº2

Av. da República, 1208, 1E

2775 Parede

Endereço electrónico:

[email protected]

Convidamos todos os militantes a

contribuírem para o Informa e para o

blogue da secção.

São veículos com vocação comunica-

cional diferente: o blogue destina-se a

comunicação externa, enquanto o In-

forma é interno.

Pretendemos fomentar o debate e

proporcionar espaços de reflexão

política.

P A R T I D O

S O C I A L I S T A P A R E D E

Agenda 30 de Março - Jantar Concelhio com camarada António Costa.

24 de Abril - Jantar Comemorativo do 25 de Abril. Debate sobre

“Corrupção e Democracia no Estado de Direito”.

31 de Maio - “Partidos, Sindicatos e Movimentos cívicos. Exercí-

cio da Democracia - que futuro?”.

Notícias breves

Redacção:

Secretariado da

Secção do PS

Parede.

Todos os artigos

de opinião serão

assinados pelo

autor.

Periodicidade

ordinária:

bimestral.

O texto contém

hiperligações pa-

ra documentos

de suporte,

assinalados com

Bruxelas considera portagens nas SCUT ilegais.

Mário Soares espera que Democracia Portuguesa não perca o

seu “cunho social”.

Governo conservador e liberal no Reino Unido corta na Saúde.

Salários dos gestores hospitalares sem limites.

Governo prepara fusão de ACES.

8 de Março dia Internacional da Mulher - desigualdades.

22 de Março Greve Geral.

Seguro acusa Governo de desaproveitar recursos na Saúde.

Jorge Sampaio recomenda prudência quanto à reforma

administrativa.

SECÇÃO DE PAREDE

Informa