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1 Influência do controle motor na estabilização segmentar terapêutica nas lombalgias: Revisão de literatura Neyton Souza dos Santos 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 1 Pós-graduação em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual Faculdade Ávila Resumo As técnicas fisioterapêuticas de reabilitação funcional, em especial a estabilização segmentar terapêutica, aplicadas em indivíduos lombálgicos têm alcançado bons resultados quanto aos objetivos que se propõe. E é notória a importância do tratamento não cirúrgico, devido ao caráter pouco invasivo e efetividade evidenciada por grandes estudos de impacto. O objetivo desta revisão de literatura é identificar a influência do controle motor na estabilização segmentar para efeito de tratamento da lombalgia. A metodologia empregada foi a revisão de literatura nas bases de dados PubMed, Scielo, Revistas e Livros mediante os descritores: estabilização segmentar, controle motor, lombalgia e seus correspondentes em inglês, sendo pesquisado 39 artigos e livros inerentes ao tema entre 1992 e 2011, mas selecionados efetivamente um total de 24 que obedeceram aos critérios de afinidade com tema. Este trabalho pode identificar evidências de que o controle motor influencia diretamente na estabilidade lombo-pélvica, umas vez que, sua ineficiência repercute em instabilidade segmentar e, que associado à atividade diária do indivíduo, desencadeia sintomas de lombalgia, muitas vezes incapacitantes. Palavras-chave: Estabilização Segmentar; Controle Motor; Lombalgia. 1. Introdução A dor lombar ou lombalgia é um termo não específico usado para descrever a dor nas costas (MOORE & DALLEY, 2007). Pode ser caracterizada por um quadro de dor, rigidez muscular, fadiga ou desconforto localizado no terço inferior da coluna vertebral (ANDRADE et al, 2011). Estudos da Organização Mundial da Saúde (2007) apontam a dor lombar como um problema de saúde pública mundial, atingindo cerca de 80% das pessoas em algum período de suas vidas, causando graves conseqüências socioeconômicas. A lombalgia aparece subtamente, devido à carga axial de força e a flexão da coluna vertebral, como levantar objetos pesados, expondo os músculos da coluna (FREESE, 2006). Tipicamente a duração da lombalgia por menos de 4 semana é considerada como aguda, menos de 12 semanas como subaguda e acima de 12 semanas como lombalgia crônica (PIRES; SAMULSKI, 2006). A falta de atividade física ou excesso de esforço físico facilmente acarretará danos às estruras osteomioarticares da coluna vertebral (TOSCANO & EGIPTO, 2001). Os autores ressaltam que músculos fracos associados ao uso inadequado no dia-dia deixa vulnerável a coluna aos agravos, sendo importante considerar o fortalecimento da musculatura do tronco uma prática que pode proporcionar maior proteção nas atividades diárias. Dentre as técnicas de reabilitação mais utilizadas para controle e prevenção da lombalgia é o conceito da estabilização segmentar lombar (ESL), caracterizada por isometria, baixa 1 Pós-graduando em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual. 2 Graduada em Fisioterapia, especialista em metodologia do ensino superior; mestrado em bioética e direito em saúde.

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1

Influência do controle motor na estabilização segmentar terapêutica

nas lombalgias: Revisão de literatura

Neyton Souza dos Santos1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

1Pós-graduação em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual –

Faculdade Ávila

Resumo

As técnicas fisioterapêuticas de reabilitação funcional, em especial a estabilização segmentar

terapêutica, aplicadas em indivíduos lombálgicos têm alcançado bons resultados quanto aos

objetivos que se propõe. E é notória a importância do tratamento não cirúrgico, devido ao

caráter pouco invasivo e efetividade evidenciada por grandes estudos de impacto. O objetivo

desta revisão de literatura é identificar a influência do controle motor na estabilização

segmentar para efeito de tratamento da lombalgia. A metodologia empregada foi a revisão de

literatura nas bases de dados PubMed, Scielo, Revistas e Livros mediante os descritores:

estabilização segmentar, controle motor, lombalgia e seus correspondentes em inglês, sendo

pesquisado 39 artigos e livros inerentes ao tema entre 1992 e 2011, mas selecionados

efetivamente um total de 24 que obedeceram aos critérios de afinidade com tema. Este

trabalho pode identificar evidências de que o controle motor influencia diretamente na

estabilidade lombo-pélvica, umas vez que, sua ineficiência repercute em instabilidade

segmentar e, que associado à atividade diária do indivíduo, desencadeia sintomas de

lombalgia, muitas vezes incapacitantes.

Palavras-chave: Estabilização Segmentar; Controle Motor; Lombalgia.

1. Introdução

A dor lombar ou lombalgia é um termo não específico usado para descrever a dor nas costas

(MOORE & DALLEY, 2007). Pode ser caracterizada por um quadro de dor, rigidez

muscular, fadiga ou desconforto localizado no terço inferior da coluna vertebral (ANDRADE

et al, 2011). Estudos da Organização Mundial da Saúde (2007) apontam a dor lombar como

um problema de saúde pública mundial, atingindo cerca de 80% das pessoas em algum

período de suas vidas, causando graves conseqüências socioeconômicas. A lombalgia aparece

subtamente, devido à carga axial de força e a flexão da coluna vertebral, como levantar

objetos pesados, expondo os músculos da coluna (FREESE, 2006). Tipicamente a duração da

lombalgia por menos de 4 semana é considerada como aguda, menos de 12 semanas como

subaguda e acima de 12 semanas como lombalgia crônica (PIRES; SAMULSKI, 2006).

A falta de atividade física ou excesso de esforço físico facilmente acarretará danos às estruras

osteomioarticares da coluna vertebral (TOSCANO & EGIPTO, 2001). Os autores ressaltam

que músculos fracos associados ao uso inadequado no dia-dia deixa vulnerável a coluna aos

agravos, sendo importante considerar o fortalecimento da musculatura do tronco uma prática

que pode proporcionar maior proteção nas atividades diárias.

Dentre as técnicas de reabilitação mais utilizadas para controle e prevenção da lombalgia é o

conceito da estabilização segmentar lombar (ESL), caracterizada por isometria, baixa

1 Pós-graduando em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual.

2 Graduada em Fisioterapia, especialista em metodologia do ensino superior; mestrado em bioética e direito

em saúde.

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intensidade e sincronia dos músculos profundos do tronco, com o objetivo de estabilizar a

coluna lombar, protegendo sua estrutura do desgaste excessivo (RICHARDSON & JULL,

1995). White e Panjabi apud (PANJABI, 2003) definem instabilidade clínica da coluna como

a perda da capacidade da coluna para manter seus padrões de deslocamento sob cargas

fisiológicas sem que haja inicial ou adicional défict neurológico, nenhuma deformidade grave

e também dor incapacitante.

Um programa de exercícios de controle motor lombopélvico proposto por Richardson e Jull

(1995) tem como objetivo readquirir o controle da musculatura do tronco, particularmente dos

músculos profundos – transverso abdominal, multífidos lombares e músculos do assoalho

pélvico –, melhorando o suporte mecânico da coluna lombar (RICHARDSON; JULL;

HODGES, 2004).

Este trabalho visa identificar a influência do controle motor na estabilização segmentar para

efeito de tratamento da lombalgia, evidenciando tal técnica como uma das mais utilizadas na

reabilitação fisioterapêutica, com resultados significativos para melhora dos sintomas álgicos

que pode se apresentar incapacitantes. A metodologia empregada foi a revisão de literatura

nas bases de dados PubMed, Scielo, Revistas e Livros mediante os descritores: estabilização

segmentar, controle motor, lombalgia e seus correspondentes em inglês, sendo pesquisado 38

artigos e livros inerentes ao tema entre 1992 e 2011, mas selecionados efetivamente um total

de 22 que obedeceram aos critérios de afinidade com tema. Os principais achados são

discutidos através de tópicos descritivos a respeito da estabilização segmentar, controle motor

na estabilidade lombar, os músculos atuantes na estabilidade e exercícios estabilizadores.

2. Estabilização Segmentar Terapêutica

Uma grande variedade de intervenções fisioterapêuticas tem sido utilizada no tratamento das

lombalgias. Dentre elas estão os exercícios aeróbicos, exercícios de flexão e extensão da

coluna, de inclinação pélvica, alongamentos terapêuticos e os treinamentos de estabilização

segmentar terapêutica. A estabilização segmentar ou estabilização central tem como objetivo

proporcionar melhor suporte à coluna lombar e promover maior estabilidade funcional da

região lombo-pélvica, bem como reduzir a incidência de lesões e desconfortos nessa região. O

complexo lombo-pélvico é descrito na literatura como “centro”, pois é nessa região que fica

posicionado o centro de gravidade corporal e onde a maioria dos movimentos é iniciada

(ANDRADE et al, 2011).

De acordo com Panjabi (1992), a estabilidade da coluna decorre da interação de três sistemas:

passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-se das vértebras, discos intervertebrais,

articulações e ligamentos, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva

no final do movimento. O segundo, ativo, constitui-se dos músculos e tendões, que fornecem

suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia. Em

situações normais, apenas uma pequena quantidade de co-ativação muscular, cerca de 10% da

contração máxima, é necessária para a estabilidade. Em um segmento lesado pela frouxidão

ligamentar ou pela lesão discal, um pouco mais de co-ativação pode ser necessária. O último

sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervoso central e periférico, que coordenam a

atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não, fornecendo assim estabilidade

dinâmica. Esse sistema deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para proteger a

coluna de lesões e permitir o movimento funcional.

O programa de estabilização central é indicado para várias lesões, dentre as quais podemos

citar as lombalgias crônicas, as discopatias, as artroses, as alterações posturais importantes;

preparação de atletas de alto nível; síndrome cruzada; processo traumático; e situação que

levam desequilíbrio biomecânico da coluna lombar. Um atraso na resposta dos músculos do

tronco para perturbação tem um grande potencial para provocar uma instabilidade central,

com isso há um grande risco para lombalgia crônica, pois uma das causas de lombalgia é a

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instabilidade da coluna lombar (O’SULLIVAN, 2000).

O´Sullivan et al (1997) observaram que exercícios para o músculo transverso abdominal e

multífido lombar eram efetivos na redução da dor e na capacidade funcional lombar, durante

10 semanas de tratamento, causada por espondilólise ou espondilolistese, mesmo após 30

meses do término do tratamento. Observa-se um efeito em longo prazo dos exercícios de

estabilização, mas que não exclui a possibilidade de recidiva, haja vista que, uma das

explicações de recidivas pode ser o fato de o MF não recuperar seu volume mesmo após

redução da dor, o que compromete a estabilidade.

3. Controle motor na estabilidade

Estudos importantes apontam o papel fundamental dos músculos que proporcionam a

estabilidade segmentar vertebral. Foi observado que o músculo transverso abdominal (TrA) e

as fibras profundas do multífido (MF) são responsáveis pela estabilização segmentar. E vários

estudos demonstram correlação significativa entre a disfunção destes músculos com o

desenvolvimento da dor lombar (HIDES, JULL, RICHARDSON, 2001; HIDES, JULL,

RICHARDSON, 1996).

Há considerável evidência de quem apresenta disfunção no movimento e no controle motor

dos indivíduos sintomáticos. Quando há déficit no desempenho deste grupo muscular, ocorre

a instabilidade da coluna. Além disso, propicia o aparecimento de processos álgicos e

predispõe a fadiga muscular (BARBOSA & GONÇALVES, 2005).

Esses ajustes posturais são movimentos preparatórios do tronco, que ocorrem, por exemplo,

antes dos movimentos dos membros superiores (HODGES et al., 2000). Esses ajustes

posturais podem afetar o equilíbrio e a localização do centro de gravidade (WILLSON et al.,

2005).

Estudo desenvolvido por Hodges e Richardson (1996) que utilizou eletromiografia para

atividade dos músculos abdominais e multífidos durante movimentos dos membros inferiores,

concluiu que a atividade da musculatura do tronco ocorre antes do início do movimento dos

membros inferiores independentemente da direção do movimento, e que o transverso do

abdome era o primeiro músculo a ser ativado, seguido pelo multífido. Os autores concluíram

que o atraso no aparecimento de contração do transverso abdominal indica um déficit de

controle motor, sendo a hipótese de provocar a estabilização muscular ineficiente da coluna

vertebral. Devido à sobrecarga exercida no sistema passivo (ligamento, articulações,...).

Ferreira, et al (2009), em sua pesquisa de revisão sistemática, observaram que há evidência

limitada de que um programa de exercícios de controle motor seja tão eficaz quanto o

tratamento médico isolado (repouso, ausência de trabalho e medicação) em reduzir dor e

incapacidade em pacientes com dor lombar (DL) aguda. Entretanto, a longo prazo, é

observada maior efetividade na redução do índice de recorrência nos indivíduos incluídos no

programa de exercícios de controle motor, quando comparados ao grupo de tratamento

médico.

Estudos demostraram que ocorre uma disfunção do MF após um primeiro episódio de

lombalgia unilateral. Uma rápida atrofia neste músculo foi observada ipsilateralmente ao local

de dor por meio de ultra-som (FRANÇA, 2008). Hides et al (1996) enfatizaram que uma das

explicações para a alta taxa de recidivas em pacientes com lombalgia pode ser o fato de que o

músculo multífido não recupera o volume mesmo após a redução da dor, comprometendo a

estabilidade, mostrando que os exercícios específicos de estabilização segmentar lombar para

o multífido podem aumentar seu volume em lombálgicos, diminuindo a atrofia (HIDES et al,

2001).

A ativação do músculo transverso do abdome tem sido avaliada através de Ultra-som de

músculos participantes, como TrA e MF durante a depressão ou encolhimento do abdome,

eletromiografia e Unidade de Biofeedback Pressórico – UBP (Figura 1). Este último destaca-

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se na prática clínica, para mensurar indiretamente a qualidade do controle motor, devido ao

baixo custo, a não invasibilidade, facilidade de utilizar no dia-dia e à possibilidade de analisar

outros músculos (FRANÇA, 2009).

Em seu estudo, França (2009), mesmo na diminuição da dor nos grupos estudados, os sujeitos

não conseguiram deprimir adequadamente a parede abdominal, pela correta ativação do TrA,

evidenciando insuficiência de controle múscular.

Ferreira et al (2009), em sua revisão sistemática, conclui que exercícios de controle motor são

eficazes nas dores lombopélvicas e podem ser indicados para pacientes com DL aguda como

prevenção de episódios de recorrência e, para pacientes com DL crônica, com o objetivo de

melhorar a dor, a função e a qualidade de vida. Devem ser prescritos também na dor pélvica

pós-parto e, como alternativa de tratamento, após um procedimento cirúrgico em pacientes

com DL crônica.

Figura 1 – Unidade de Biofeedback Pressórico – UBP

Correlação de imagens ultrassonográficas foram elaboradas durante o manuzeio com UBP por

Richardson, Hodges e Hides (2004). A Figura 2 descreve a mudança de pressão vista na

unidade de biofeedback na imagem de Ultra-som e em representação esquemática do teste

muscular clínico do TrA.

Figura 2a – No descanso, antes do teste, a pressão de base é 70 mmHg

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Uma solicitação correta de contração ativa do abdome foi estimulada. Observa-se na Figura

2b que a pressão reduz 6 mmHg e a contração do TrA pode ser vista na imagem do ultrassom.

Nota-se a aparência de “espartilho” e tensionamento na fáscia medialmente (*). Na contração,

o diâmetro do TrA aumenta.

Em seu estudo de revisão bibliográfica, França et al (2008) observou que há evidências de

que o TrA e os músculos profundos lombares são preferencialmente afetados na presença de

lombalgia, dor lombar crônica e instabilidade. O TrA tem um papel fundamental na

antecipação. Previamente à execução de movimentos gerais, este músculo ativa-se, evitando

perturbações posturais axiais.

Figura 2b – Performance correta de contração do músculo TrA.

Já num desempenho incorreto da ação de contração do músculo TrA (drawing-in action), a

pressão aumenta suavemente. Veja na Figura 2c que na imagem do ultrasom mostra a

contração de todos os músculos abdominais simultaneamente. Os oblíquos externo e interno

contraem-se simultaneamente, aumentando a área de secção transversa, onde também não se

ver o “espartilho”. AC, Conteúdo Abdominal; L, Lateral; M, Medial; S, Pele; ST, Tecido

Subcutâneo; OE, Obliquo Externo; OI, Obliquo Interno; TrA, Transverso do Abdome.

Figura 2c – A pressão aumenta suavemente com a contração incorreta do TrA.

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As evidências de controle motor adequado e bom desempenho na contração desse músculo

foram bem correlacionados com treinamento muscular por Hides et al. (1996), observando

que a recuperação da musculatura profunda da coluna lombar não ocorre simultaneamente à

remissão dos sintomas dolorosos, mostrando que o TrA é importante no suporte e proteção da

coluna lombar e que é necessário seu treinamento continuado para uma recuperação

segmentar mais específica.

O´Sullivan et al. (1997) destaca que em indivíduos sadios, o transverso do abdome, para

proteger a coluna, contrai-se antes dos movimentos das extremidades. Nos lombálgicos esta

contração falha antes dos movimentos, demonstrando uma alteração na coordenação desse

músculo. O atraso no início da contração do TrA indica um déficit do controle motor e resulta

em uma estabilização muscular ineficiente da coluna (HIDES et al, 1996).

4. Músculos atuantes na estabilidade

Grandes músculos superficiais dos quadris e do tronco possuem vantagem mecânica para

produzir movimentos e aumentar a rigidez, para resistir aos movimentos externos

provenientes das atividades funcionais. Entretanto, os músculos menores adjacentes à coluna

não devem ser desconsiderados (WILLSON et al., 2005).

Salienta-se, no plano sagital, como principais músculos da estabilidade central, o reto

abdominal, transverso do abdome, eretor da espinha, multífidos, e glúteo máximo (WILLSON

et al., 2005; AKUTHOTA; NADLER, 2004).

Os multífidos são músculos pequenos, com pouca vantagem mecânica, com predomínio de

fibras do tipo I (estabilizadoras de contração tônica), e são responsáveis pela desaceleração

segmentar durante movimentos funcionais. É importante frisar que a falta de atividade

adequada do glúteo máximo provoca instabilidade pélvica e reduz o controle neuromuscular.

O músculo transverso do abdome atua por mecanismo de feedback. O psoas, quando inibido,

compromete todo o sistema estabilizador, pois há uma inibição recíproca do glúteo máximo,

dos multífidos, do eretor da espinha, do oblíquo interno e do transverso do abdome. A

contração tônica das fibras do músculo transverso eleva a rigidez do tronco e pressão intra-

abdominal, com a assistência dos multífidos. Já o glúteo máximo é responsável pela

transmissão de forças do tronco para os membros inferiores (WILLSON et al.,2005).

No plano frontal, os principais músculos são os glúteos médio e mínimo (estabilizadores

primários do quadril), e quadrado lombar. Durante o início da cadeia de movimento, os

estabilizadores primários do quadril abduzem o quadril, porém em cadeia fechada eles

mantêm o nível da pelve. É importante citar que o glúteo médio fraco, afeta a biomecânica do

complexo lombopélvico (inelasticidade do trato iliotibial e quadrado lombar) e das

articulações femoropatelar e tibiofemoral. Já o quadrado lombar eleva a pelve ipsilateral, e a

co-contração contra-lateral enrijece a coluna lombar (WILLSON et al., 2005).

A atividade muscular, nesse plano, inclui os músculos adutor magno, adutor longo, curto e

pectíneo, inclui também os músculos glúteo máximo, médio e piriforme, gêmeos superior e

inferior, quadrado lombar, obturador externo e obturador interno (WILLSON et al., 2005;

AKUTHOTA; NADLER, 2004). A capacidade de rodar o quadril torna-se limitada pelo grau

de flexão que essa articulação assume, pois as fibras anteriores dos glúteos médio e máximo e

piriforme mudam de rotadores externo para rotadores internos (WILLSON et al., 2005).

Pode-se dividir, portanto, a musculatura responsável pela estabilidade central em músculos da

unidade interna (diafragma, assoalho pélvico, transverso do abdome, e multífidos) e os

músculos da unidade externa (oblíquos, reto femoral, glúteo máximo e glúteo médio). Os

músculos abdominais oferecem estabilização nos três planos de movimento. A fáscia

toracodorsal é importante na transferência de carga do tronco para os membros inferiores, e

pode ser afetado pelos músculos responsáveis pela estabilidade central (SANTOS &

FREITAS, 2010).

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As características dos músculos do sistema estabilizador central são ativados 30 a 50 ms antes

do início do movimento, e a coluna lombar transforma-se num cilindro rígido. Essa ativação

ocorre independentemente da vontade do indivíduo (WILLSON et al., 2005).

Observa-se, portanto, que a estabilidade lombar não depende apenas do MF e TrA. Um

cilindro de músculos profundos ao redor da coluna fornece estabilidade (BARR; GRIGGS;

CADBY, 2005). Entretanto, multífidos e transverso do abdome destacam-se devido à sua

íntima relação biomecânica durante o processo de co-contração de sua ação, sendo

evidenciada por vários estudos importantes.

De acordo com Granier e Mcgill (2007), a correta contração do músculo transverso do

abdome é fundamental, pois observaram que possui significativa diferença entre ativá-lo com

encolhimento do abdome e comparando com a contração do reto do abdome. Logo, a ação de

ativação de ‘encolher’ é a que melhor proporciona o mecanismo de estabilidade lombar.

5. Exercícios de estabilização

Como já foi bem mencionado, os exercícios de estabilização central têm por objetivos

melhorar o controle postural dinâmico, garantir controle muscular apropriado do complexo

lombopélvico e promover estabilidade proximal.

Os exercícios tradicionais para tratamento da lombalgia possuem evidências de que tem um

importante componente lesivo. Por exemplo, a realização de retroversão da pelve durante

exercícios para a coluna lombar, que aumenta o risco de lesão por comprimir as articulações e

aumentar a carga nas estruturas passivas. Mcgill (2001) concluiu que exercícios em série para

a lombar, realizados em aparelhos com carga, podem produzir herniações.

Os músculos de resistência (endurance) têm sido evidenciados como protetores. Mcgill (2001)

sugeriu que o mais seguro modelo de estabilização lombar não seria o exercício de força, mas

sim o de resistência, que manteria a coluna em uma posição neutra, enquanto encorajaria o

paciente a co-contrações dos estabilizadores. E maior mobilidade da coluna lombar, ao

contrário do que se pensava, aumenta as chances de problema no segmento.

A estabilização segmentar lombar não coloca a estrutura lesada em risco, principalmente no

início da reabilitação, reduzindo a carga externa e mantendo a coluna em posição neutra. Os

exercícios são sutis, específicos e precisos, reduzindo a chance de dor ou reflexo de inibição.

Para um máximo benefício, devem ser repetidos por várias vezes ou quantas forem

necessárias. A progressão pode ser realizada em inúmeros estágios. As séries podem ser

progredidas de cargas baixas com peso mínimo até posições mais funcionais com aumento

gradual de carga (FRANÇA et al.,2008)

A tarefa de isolar os músculos TrA e MF não é fácil quando se depara com pacientes que

apresentam disfunção local. Para tanto, Richardson e Jull (1995) desenvolveram estratégias

incluindo palpação, observação de mudanças na forma do corpo e biofeedback.

Dada a importância do quadrado lombar como estabilizador lateral, a técnica ideal para

maximizar a ativação e minimizar a carga parece ser a ponte lateral e, para aprimorar o

controle motor, há a técnica avançada da ponte em decúbito lateral (ver Figura 3).

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Figura 3: Ponte lateral – em a, membros inferiores flexionados (maior segurança do segmento lombar) e em b

membros estendidos, aumentando a demanda muscular.

Preconiza-se que a posição inicial no aprendizado seja a posição em quatro apoios (Figura 4).

Richardson e Jull (1995) sugerem que esse exercício seja o ideal para o aprendizado mais fácil

da contração da parede abdominal e para a manutenção dessa posição em isometria. Ensina-se

ao paciente como localizar e manter as curvas torácica e lombar em posições normais para a

execução dos exercícios. A partir da posição inicial, é necessário treinar esse mesmo exercício

em decúbito dorsal, em pé e sentado (FRANÇA et al., 2008). A contração do TrA pode ser

palpada medialmente à espinha ilíaca ântero-superior e inferiormente à cicatriz umbilical.

Observe a Figura 5.

Figura 4: Reeducação do transverso do abdome (TrA) em quatro apoios: a, note-se o relaxamento da parede

abdominal; b, contração do TrA.

Figura 5: Local onde se faz a palpação do músculo TrA. (Richardson; Hodges; Hides, 2004)

Exercícios para o multífido lombar pode ser executado em prono, com os joelhos estendidos e

os braços ao longo do corpo. O terapeuta toca com seus polegares os MF adjacentes ao

processo espinhoso. Solicita então que o paciente realize uma contração leve como se

quisesse empurrar os dedos, e a mantém por 10 segundos. Repete-se 10 vezes. O terapeuta

deve sentir com seus polegares a contração no local palpado e verificar a capacidade de

execução de uma contração simétrica e bilateral por parte do paciente, assim como a

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intensidade e a capacidade da manutenção de forma homogênea, sem compensações. Ver

Figura 6 (RICHARDSON; HODGES; HIDES, 2004).

Comerford e Mottram propuseram um guia clínico para o retreino dos estabilizadores.

Segundo eles, a palpação deve estimular a correta ativação. É necessário observar o padrão de

controle correto e o recrutamento tônico das fibras, sem que se note fadiga. O paciente não

deve sentir dor e a respiração deve ser normal.

A co-contração dos músculos TrA e MF começa preferencialmente nas posições em pé e

sentada. Em ambas, o paciente realiza exatamente os mesmos exercícios para o transverso e o

multífidos ao mesmo tempo com intuito de progredir na sequência de exercícios (FRANÇA et

al, 2008).

Figura 6 – Feedback manual para identificar a ativação do músculo TrA.

Richardson; Hodges; Hides (2004) descreve de maneira bastante didática a ação muscular

durante a solicitação de contração do transverso do abdome através das imagens

ultrassonográficas, dando maior clareza ao teste palpatório deste músculo. Ver Figura 7.

Fugura 7a – Parede abdominal relaxada. Nota-se uma curva da pele (S) devido contato convexo do transdutor

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Figura 7b – Contração correta do TrA, com tensão profunda na parede abdominal. Há aumento do transverso em

profundidade (seta) e da fáscia do reto abdominal (*). Pouca alteração dos músculos subsequentes.

Figura 7c – Ação incorreta cuja parede abdominal é elevada. Nota-se aumento da profundidade do obliquo

externo (OE), obliquo interno e TrA. Como a ativação isolada do TrA é perdida, a distância entre a borda

superior do OE e a pele é diminuída (*). AC, conteúdo abdominal, ST, tecido subcutâneo.

O objetivo final de um treinamento de estabilização central deve ser o uso dessa musculatura

estabilizadora dentro de respostas rápidas diárias e atividades esportivas específicas. É a

grande tendência na reabilitação atual, pois proporciona prevenção, reabilitação e melhora da

performance (AKUTHOTA; NADLER, 2004).

Diversos protocolos têm sido desenvolvidos utilizando princípios da estabilização terapêutica.

Dentre eles, cita-se como exemplo o elaborado por Pereira, Ferreira e Pereira (2010):

a) Etapa 1 (1º semana): sem carga, estático, sem equilíbrio/perturbação – Em supino, com os

joelhos flexionados em adução, ativação do músculo transverso do abdômen. Em prono,

joelhos estendidos e braços ao longo do corpo, ativação do músculo multífido;

b) Etapa 2 (2º semana): sem carga, com movimento, sem equilíbrio/perturbação – Em supino,

joelhos flexionados, movimentos com o membro inferior (deslizamento do calcanhar). Em

supino, movimentos alternados dos membros, elevação unilateral do membro superior e

flexão do membro inferior contralateral (dead bug);

c) Etapa 3 (3º semana): sem carga, com movimento, com equilíbrio/perturbação – Ponte, com

os pés apoiados no solo e joelhos flexionados, elevar a pelve mantendo a contração da

musculatura profunda do tronco. Posição de gatos com movimentos alternados em

diagonal dos membros superiores (flexão) e inferior (extensão).

d) Etapa 4 (4º semana): com carga, sem movimento, sem equilíbrio/perturbação – Sentado,

realiza rolamento pélvico (empinar os glúteos sem empinar o tórax) e contração da

musculatura profunda do tronco. Em pé estático, realiza a contração do TrA e MF.

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e) Etapa 5 (5º e 6º semana): core training – exercícios mais intensos ativando toda a muscula-

tura que envolve a coluna vertebral, promovendo assim maior estabilidade – Ponte

unilateral: elevação da pelve associada à elevação de um membro inferior que é mantido

em extensão, mantendo a contração do transverso do abdômen e multífido. Ponte lateral:

em decúbito lateral, realiza elevação lateral da pelve com apoio nos pés e cotovelo,

mantendo a contração do transverso do abdômen e multífido. Prancha: em decúbito ventral,

realiza elevação da pelve com apoio nos pés e cotovelo, mantendo a contração do

transverso do abdômen e multífido.

Cada exercício foi realizado em 12 repetições mantendo a contração durante 10 segundos.

Através do feedback verbal, o terapeuta orienta passo a passo “puxe o ar - solte - prenda a

respiração”; “vagarosamente puxe sua barriga para dentro e segure”; “puxe para cima e para

dentro seu esfíncter”. Ao final do estudo, os pesquisadores concluíram que um programa de

seis semanas e duas vezes semanais foi efetivo na redução da dor e na incapacidade funcional

lombar em mulheres.

6. Conclusão

Com esta revisão de literatura a respeito do controle motor na estabilização segmentar,

conclui-se que o controle motor é fundamental para realização desta técnica de reabilitação,

sobretudo, porque os episódios de lombalgia interferem diretamente nos componentes

estabilizadores da coluna lombar. Esta técnica tem ganhado muita força devido à ação indolor

e de baixo impacto mecânico, diferentemente, dos exercícios tradicionais que priorizam o

recrutamento dos músculos superficiais como reto do abdome e eretor da coluna.

Panjabi (1992) ressalta que a falta dos músculos estabilizadores (multífidos e transverso do

abdome) provoca, perpetua ou agrava a disfunção e a dor, pois apresenta fisiologia articular

deficiente. As pesquisas atuais demonstram que é necessário ativar os estabilizadores

primeiro, por meio de exercícios sutis, precisos e específicos, o que impede um processo

lesivo da coluna, assim como a redução da reincidência das disfunções espinhais (HIDES;

JULL; RICHARDSON, 2001).

Portanto, o treinamento de estabilização é eficaz para solucionar ou melhorar os sintomas em

indivíduos com lombalgia, seja em pessoa não atleta ou em atleta que deseja aumento da

performance, que proporciona estabilidade e proteção da região lombo-pélvica.

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