influência de diferentes retentores intra- radiculares na ......diversos materiais são utilizados...
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Victor da Mota Martins
Influência de diferentes retentores intra-
radiculares na deformação de dentes tratados
endodonticamente frente ao teste de impacto.
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia
em Odontologia, da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção
do título de Mestre em Odontologia.
Área de Concentração: Clínica Odontológica Integrada.
Orientador: Prof. Dr. Paulo César de Freitas Santos Filho
Uberlândia, 2016
I
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Victor da Mota Martins
Influência de diferentes retentores intra-
radiculares na deformação de dentes tratados
endodonticamente frente ao teste de impacto.
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção
do título de Mestre em Odontologia.
Área de Concentração: Clínica Odontológica Integrada.
Prof. Dr. Paulo César de Freitas Santos Filho
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Paulo César de Freitas Santos Filho - UFU
Prof. Dr. Murilo de Sousa Menezes - UFU
Prof. Dr. Rodrigo Borges Fonseca - UFG
Uberlândia, 2016
II
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil.
M386i
2016
Martins, Victor da Mota, 1991
Influência de diferentes retentores intra- radiculares na deformação
de dentes tratados endodonticamente frente ao teste de impacto / Victor
da Mota Martins. - 2016.
61 f. : il.
Orientador: Paulo César de Freitas Santos Filho.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia,
Programa de Pós-Graduação em Odontologia.
Inclui bibliografia.
1. Odontologia - Teses. 2. Pinos dentários - Teses. 3. Dentina -
Teses. 4. Endodontia - Tratamento - Teses. I. Santos Filho, Paulo César
de Freitas. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-
Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU: 616.314
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III
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DEDICATÓRIA
À Deus,
Sempre em primeiro lugar, por permitir que eu caminhasse sempre amparado
por Tuas mãos, por orientar a seguir Tuas palavras praticando a caridade, a
justiça e o amor.
Aos meus pais,
Por sempre me incentivar a buscar o melhor e me preocupar com meu futuro,
plantando, semeando e cultivando para colher os frutos de todo esforço exigido
até aqui.
Aos meus irmãos,
Pelo apoio incondicional, puxões de orelha e companheirismo.
A minha Família,
Que não mediram esforços para que eu continuasse esta travessia e estiveram
sempre presentes ativamente em todas as minhas escolhas.
IV
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AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Paulo César de Freitas Santos Filho,
Pela receptividade, onde, com braços abertos, me acolheu e permitiu que eu
me sentisse em casa. Muito obrigado PC, você é um grande exemplo de
pessoa e professor com quem eu tenho o prazer e orgulho de trabalhar!
Aos Professores da banca,
Que aceitaram o convite e me presenteiam com a oportunidade de
engrandecer este trabalho.
À amiga Camila Ferreira Silva,
Você foi fundamental para a realização deste trabalho minha amiga. Saiba que
tenho você como uma irmã e estarei sempre aqui para o que precisar. Muito
obrigado.
Aos Amigos e Professores do Mestrado,
Pelas alegrias de tê-los todos os dias dessa caminhada, num almoço, num
café, num cochilo depois da aula, num congresso, nas aflições das
apresentações de trabalho, na montagem de aulas, confecção de materiais
didáticos, muito obrigado, à vocês, que tornaram essa caminhada menos
árdua.
À Equipe do Laboratório de Prótese e Dentística da FOUFU,
V
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Pelas risadas e companheirismo mútuo; como sou feliz em ter conhecido
vocês.
À Equipe da Escola Técnica de Saúde – ESTES/UFU,
Agradeço pela colaboração e disponibilidade para sempre ajudar.
Ao Grupo de Dança do “Dançando da UFU”
Que alegrava minhas noites, confortando me com o calor de uma boa dança
Aos Amigos e Professores da Graduação/FPM,
Pelas palavras de apoio que me impulsionaram e me trouxeram até aqui,
exigindo sempre que eu desse o melhor, para diferenciar-me no mercado de
trabalho, com competência e responsabilidade.
Aos amigos,
Que a vida me deu sem pedir nada em troca.
À Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
(FOUFU)
Ao Programa de Pós-Graduação (PPGO)
Pela oportunidade de participar e contribuir com o programa de forma direta e
indireta, sempre aparando-me frente qualquer dificuldade
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Às empresas FGM e 3M pela doação de materiais indispensáveis para esta
pesquisa.
A vocês, dedico este trabalho.
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“Diz-se que o começo é mais que metade do todo.”
Aristóteles
VIII
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SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 10
RESUMO 11
ABSTRACT 13
1. INTRODUÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO 15
2. PROPOSIÇÃO 24
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Coleta e Seleção das Amostras
3.1.1. Preparo dos Canais Radiculares
3.1.2. Inclusão e Simulação do Ligamento Periodontal
3.1.3. Confecção dos Núcleos Metálicos
3.1.4. Cimentação dos Núcleos Metálicos Fundidos
3.1.5. Cimentação dos pinos de fibra de Vidro e
Confecção do Núcleo de Preenchimento
3.1.6. Confecção do Término Cervical
3.1.7. Confecção e Cimentação das Coroas Metálicas
3.2. Método de Extensometria
3.3. Ensaio Mecânico de Impacto
3.4. Padrão de Falha
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28
29
30
31
32
36
37
40
42
43
4. RESULTADOS 45
5. DISCUSSÃO 48
6. CONCLUSÃO 53
REFERÊNCIAS 55
IX
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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
% - Porcentagem
Fig. – Figura
GPa - força / área (Giga Pascal)
MPa - força / área (Mega Pascal)
mm - Unidade de comprimento (milímetro)
min – minutos
seg - segundos
mW/cm²- Unidade de densidade de energia (miliwatts por centímetro quadrado)
N - Unidade de pressão - carga aplicada (Newton)
n/nº - Número º - unidade de angulação (grau)
ºC – Unidade de temperatura
PFV – Pino de fibra de vidro
NMF – Núcleo metálico fundido
Ni-Cr – Níquel cromo
α- Nível de confiabilidade P - Probabilidade Ω – ohms (Unidade de resistência elétrica)
μs – Unidade de deformação (Microdeformação)
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RESUMO
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O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de diferentes retentores intra-
radiculares na deformação de dentes tratados endodonticamente frente ao
ensaio mecânico de impacto. Quarenta raízes de incisivos bovinos com 15 mm
de comprimento foram selecionados, tratados endodonticamente e incluídos em
cilindros de resina com simulação do ligamento periodontal. As raízes foram
divididas aleatoriamente em dois grupos (n=20) de acordo com o tipo de retentor
intra-radicular a ser restaurado: Núcleo Metálico Fundido (NMF) e Pino de fibra
de vidro (PFV). Após restaurados, as raízes foram armazenadas sob refrigeração
constante e em seguida, a porção coronal dos retentores foram moldadas para
confecção de coroas fabricadas em liga de Ni-Cr. Medidores de deformação
foram fixados na face vestibular da porção radicular e submetido ao teste de
impacto. Um dispositivo pendular semelhante ao teste de impacto convencional
de Charpy foi usado, onde foram realizados testes utilizando 2 diferentes
ângulos: 90 ° e 45 ° (n = 10) direcionados no centro vestibular da coroa. A
deformação foi calculada e os dados foram analisados com a two-way ANOVA
(α = 0,05). O resultado mostrou não haver uma diferença estatisticamente
significativa (P = 0,151) para tipos de pino utilizados (NMF e PFV). Da mesma
forma, que não há uma diferença estatisticamente significativa (P = 0,268) para
os tipos de ângulos utilizados no estudo (90º e 45º). Não houve uma interação
estatisticamente significativa entre o uso dos pinos e o ângulo do teste de
impacto (P = 0,478). Em conclusão, não houve diferença significativa no padrão
de deformação entre os diferentes retentores e os ângulos do teste.
Palavras-Chave: Núcleo metálico fundido, Pinos de fibra de vidro, Teste de
impacto, Dentina radicular, Deformação
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ABSTRACT
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The aim of this study was to evaluate the influence of different post in a strain
behavior of endodontically treated teeth on impact test. Forty bovine incisor roots
with 15 mm in length were selected, treated endodontically and included in resin
cylinders with simulated periodontal ligaments. The roots were randomly divided
into two groups (n = 20) according to the type of post to be restored: Cast post
and core (Cpc) and Glass fiber post (Gfp). Once restored, the roots were stored
under constant refrigeration and then the coronal portion of post were molded for
making crowns made of Ni-Cr alloy. Strain gauges were attached at the bucal
surface of the root portion and subjected to the impact test. A pendulum device
similar to the conventional Charpy impact test was used, it were performed using
two different angles: 90 º and 45º (n = 10) at the center of the buccal crown. The
strain was calculated and data were analyzed with 2-way ANOVA (α = 0.05). The
results showed no statistically significant difference (P = 0.151) used to post (Cpc
and Gfp). There was not a statistically significant difference (P = 0.268) for the
types of angles used in the study (90º and 45º). There was not a statistically
significant interaction between post and use the angle of the impact test (P =
0.478). In conclusion, there was no substantial difference in peak strains among
the different post and impact angles.
Key Words: Cast post and core, Glass fiber post, Impact test, Root dentin, Strain
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INTRODUÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO
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1. INTRODUÇÃO E REFERENCIAL TEÓRICO
Dentes tratados endodonticamente são altamente acometidos por
falha biomecânica e têm sido tema de diversos estudos (Zhi-Yue & Yu-Xing,
2003; Soares et al. 2007; Santos-Filho et al. 2008) que buscam compreender as
diferentes propriedades mecânicas entre dentes vitais e tratados
endodonticamente, e assim indicar um complexo restaurador mais próximo das
propriedades mecânicas de um dente hígido. A resistência de um dente tratado
endodonticamente está diretamente relacionada à quantidade e qualidade da
estrutura dental remanescente sendo um fator determinante na longevidade da
restauração do elemento dental (Zhi-Yue & Yu-Xing, 2003; Kishen et al. 2004;
Santos-Filho et al. 2014). Na realidade, o preparo do conduto acarreta,
internamente, maior desgaste dentinário enfraquecendo ainda mais a raiz, que
representa perda significativa de estrutura dental, não compensada pelo uso de
pino, pois o mesmo não aumenta a resistência do conjunto dente-restauração
(Trope et al., 1985).
Outro aspecto importante a ser considerado na reabilitação de dentes
tratados endodonticamente é o tipo de opção restauradora, sendo que esta
escolha está relacionada diretamente a perda de estrutura coronária. Pinos intra-
radiculares são opções para dentes com perda substancial de estrutura
coronária e tem como função principal fornecer retenção ao núcleo de
preenchimento, e por consequência, da coroa protética.
Diversos materiais são utilizados como retentor intra-radicular, dentre
eles os núcleos metálicos e fundidos (NMF) e os pinos pré-fabricados metálicos
e não metálicos. Theodosopoulou et al., (2009) em revisão sistemática da
literatura, buscou determinar quais sistemas de pinos e núcleos são mais bem
sucedidos para restaurar dentes tratados endodonticamente. De acordo com
trabalhos com altos níveis de evidência clínica, os autores concluíram que os
pinos de carbono são significativamente melhores do que pinos fundidos com
ligas metálicas para restaurar dentes tratados endodonticamente. Pinos de fibra
de vidro (PFV) são significativamente melhores do que pinos metálicos
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rosqueáveis e moderadamente melhores do que pinos com fibra de quartzo.
Pinos de fibra de carbono são significativamente piores do que pinos metálicos
com ligas preciosas.
Em revisão de literatura, Abdullah & Mohamed (1974), demonstraram
que o pino deveria possuir o comprimento da coroa ou 2/3 do comprimento da
raiz. Para Mckerracher (1981), quanto maior o comprimento do pino, maior será
a retenção e conseqüentemente melhor será a distribuição de tensões, que
reduz o risco de fratura radicular. Todas estas condutas foram definidas para o
núcleo metálico fundido que apresenta alto módulo de elasticidade, sendo retido
no canal radicular exclusivamente por retenção friccional e transferidas estas
mesmas condudas aos pinos pré-fabricados não metálicos sem levar em
consideração as diferentes propriedades físicas e mecânicas destes retentores,
bem como a adesão à estrutura dental obtidas nestes procedimentos. Porém
Santos-Filho et al (2008), demonstrou que para pinos de fibra de vidro a
deformação e a resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente não
são influenciadas pela redução da extensão do pino, já para núcleo moldado e
fundido esta premissa é verdadeira. Sendo reafirmada por Santos-Filho (2014)
por meio de uma análise por ensaio computacional de Elementos Finitos – MEF,
onde um incisivo central com raiz fragilizada foi gerado em um modelo
computacional e modelos criados reproduzindo as estruturas dentais, onde
foram reabilitados com Núcleos Metálicos Fundidos (NMF) e Pinos de Fibra de
Vidro (PFV) com comprimentos de 12mm e 7 mm, com ausência de férula em
um grupo e presença de 2mm de férula em outro. Os modelos foram submetidos
a um teste de fadiga com carga constante de 100N no sentido oblíquo, na
superfície palatina e os resultados avaliados por critério de von Misses e
distribuição máxima de tensões, onde mostraram maiores níveis de tensão para
os NMF dentro do canal radicular independente da presença da férula enquanto
PFV demonstraram resultados semelhantes. Assim os autores concluíram que o
comprimento do retentor influencia na distribuição de tensão e sugerem evitar o
uso do NMF quando deparamos com raízes fragilizadas (Santos-Filho et al.,
2014).
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Em outra revisão de literatura realizada por Soares et al. (2012),
estudos foram revisados no período de 20 anos procurando relação com às taxa
de sobrevivência de restaurações e as falhas mais prevalentes. A literatura
mostrou que vários fatores biológicos, mecânicos e estéticos estão envolvidos
na taxa de sobrevivência de procedimentos restauradores em dentes tratados
endodonticamente e a seleção do retentor deve cumprir e otimizar estes fatores.
Uma seleção adequada dos dentes e retentores deve ser realizada e a
quantidade mínima de substância dentária remanescente deve ser removida se
necessária. A férula deve estar presente para garantir a previsibilidade dos pinos
de fibra. PFV têm demonstrado boa sobrevida em estudos clínicos, com
desempenho semelhante aos NMF. Pinos metálicos têm boa sobrevida clínica,
mas as falhas associadas são na sua maioria irreversíveis ou catastróficas, ao
contrário do que acontece com os pinos de fibra de vidro (Soares et al., 2012).
Na revisão realizada por Goracci & Ferrari (2011), relatam as
evidências mais recentes e confiáveis sobre retentores. A pesquisa foi limitada
a artigos de revisão publicados nos últimos 10 anos em periódicos odontológicos
com alto fator de impacto. Preservação de tecido dentário, a presença de férula
e adesão são considerados como as condições mais eficazes para o sucesso a
longo prazo de restaurações com retentores. PFV com cimentação adesiva
demonstraram taxas de sobrevivência satisfatórios durante períodos
relativamente longos de acompanhamento. A eficácia clínica de tais
restaurações tem sido atribuída principalmente ao comportamento mais
biomimético de PFV, que reduz o risco de fraturas verticais da raiz. O tipo mais
comum de falha ao usar pinos de fibra é o descolamento que é geralmente
relacionado a adesão à dentina radicular onde é mais desafiador do que a
dentina coronal. Vários fatores relacionados ao tratamento endodôntico, forma
de canal radicular, tratamento do retentor, translucidez, manipulação de cimento
e tempo de presa pode ter influência sobre o resultado do processo de fixação.
Os resultados mais confiáveis em PFV quanto a cimentação são obtidos por
meio de adesivos convencionais em associação com cimentos resinosos duais
autoadesivos.. A simplificação é uma vantagem óbvia desses novos materiais.
Várias técnicas para pré-tratamento de superfície do PFV foram testados com o
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objetivo de melhorar a resistência de união nas interfaces dentina / cimento /
retentor. Em conclusão, o uso de PFV aparece como alternativa viável na
restauração de dentes tratados endodonticamente exigindo ensaios clínicos de
longo prazo para fortalecer ainda mais essa evidência (Goracci & Ferrari 2011).
Naumann et al., (2012), realizaram um estudo prospectivo que avaliou
a sobrevivência de três diferentes sistemas de pino de fibra de vidro reforçado,
considerando outros fatores relevantes. Em 10 anos, 149 PFV foram
acompanhados e 55 falhas foram observadas, com as mais frequentes sendo a
fratura do pino, perda de retenção do pino e problemas endodônticos. Dentes
anteriores comparados aos posteriores e o número de paredes cavitárias
remanescentes foram significativamente associados com a taxa de falhas. Os
autores concluíram que o risco de falha das restaurações com PFV reforçados é
maior em dentes anteriores e que o número de paredes cavitárias
remanescentes também deve ser considerado ao utilizar um retentor; o que pode
ser confirmada por Castro et al., (2012), que realizou um trabalho com 80 dentes
humanos, divididos em incisivos, caninos, pré-molares e molares, restaurados
com PFV e NMF. Todas as raízes possuíam 2mm de férula. O modo de falha foi
avaliado usando um estereoscópico óptico e classificados de acordo com a
localização da falha. A correlação entre a resistência à fratura e modo de falha
foi analisada por regressão linear. PFV e NMF tiveram resistência à fratura
semelhante, independentemente do tipo de dente. Caninos e molares tinham
significativamente maior resistência à fratura (P
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quando comparado ao NMF, ele apresenta um módulo de elasticidade muito
próximo ao da estrutura dentinária, (Meira et al 2009; Faria-e-Silva et al 2014;
Figueiredo et al. 2015;) que o torna biomimético, com propriedades físicas e
biológicas semelhantes a dentina. Esta propriedade é definida pela razão entre
a tensão e a deformação na direção da carga aplicada, sendo a máxima tensão
que o material suporta sem sofrer deformação permanente. Uma
definição plausível foi citada por (Castro et al., 2012) onde “um material com um
módulo de elasticidade semelhante à dentina, tal como pinos de fibra,
acompanha os movimentos de flexão natural do dente”.
Plotino et al., em 2007 avaliaram o módulo de elasticidade e
resistência à flexão de diferentes retentores em comparação com a dentina
radicular humana. Três tipos diferentes de pinos reforçados com fibras, três pinos
de metal (n= 10) e 20 hastes de dentina foram submetidos a ensaio de flexão em
três pontos para determinar o módulo de flexão em GPa e a resistência à flexão
em MPa. Três pinos de fibra de cada grupo foram avaliados usando um
microscópio eletrônico de varredura (SEM), para ilustrar as diferenças no modo
de fratura. Os dados foram submetidos a ANOVA e ao Bonferroni t-teste. Os
resultados mostraram que o módulo de flexão da dentina foi menor que os pinos
de fibra, e estes foram menores que os metálicos. A resistência à flexão para a
dentina foi 212,9 ± 41.9 MPa, enquanto que os pinos de fibra foi 4 vezes maior
e para os pinos metálicos 7 vezes maior. O teste de análise ANOVA revelou
diferenças significativas entre os grupos (P
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metálicos. E contradizendo, relata uma alta deformação da estrutura radicular
utilizando PFV. A taxa de incidência de fraturas radiculares envolvendo falhas
catastróficas não mostrou diferenças estatisticamente significantes entre os NMF
e PFV e sugerem estudos clínicos para confirmar os achados bibliográficos
(Figueiredo et al.,2015).
No estudo das estruturas dentais e materiais restauradores, os
ensaios mecânicos destrutivos são importantes meios de análise do
comportamento do dente em situações de aplicação de cargas pontuais e de alta
intensidade (Soares et al., 2004; Soares et al., 2006). Vários estudos têm
empregado esta metodologia para análise da resistência à fratura, teste de
impacto (Veríssimo et al., 2015) e padrão de fratura de dentes tratados
endodonticamente (Trope et al., 1986; Pilo et al, 2002; Zhi-Yue et al, 2003;
Santos-Filho, 2008; Silva, 2007). Por outro lado, os ensaios mecânicos
destrutivos apresentam limitações para obtenção de informações do
comportamento estrutural interno do dente-restauração durante a aplicação de
carga, pois como conseqüência desta, são geradas tensões que resultam em
deformações estruturais, podendo acentuar de acordo com a geometria e
propriedades mecânicas, ultrapassando complexo o regime elástico até atingir a
ruptura da estrutura (Soares, 2006). Neste caso, para análise da interferência de
pequenos fatores no processo restaurador torna-se necessário a associação de
ensaios destrutivos com metodologias não-destrutivas experimentais como
ensaio de extensometria (Reeh et al., 1989; Medige et al., 1995; Soares, 2006;
Santos-Filho, 2008) favorecendo análise biomecânica seqüencial e detalhada do
comportamento da amostra.
Estudos experimentais e computacionais vêm tentando simular estes
traumas, destacando o alto risco de fraturas radiculares em incisivos superiores.
Kondoh et al. (2013) realizaram estudo piloto comparando dois sistemas de
retentores e distribuição de tensões na superfície do núcleo e da raiz. Dentes
bovinos simulando incisivos superiores foram tratados endodonticamente e
receberam PFV e NMF. Quatro medidores de tensão foram afixados nas
superfícies vestibular e lingual do núcleo e da raiz. As amostras foram envoltas
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em um molde de metal. Um dispositivo do tipo pêndulo com um objeto de metal
em forma de pirâmide com uma cabeça em liga de titânio foi usada para fornecer
forças de choque realizando assim os testes de impacto com distâncias
diferentes diretamente nos retentores. Distorção máxima foi medida e analisada.
A distorção no núcleo em cada ponto de medição e a quantidade total de
distorção no PFV foi significativamente maior (p
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dentoalveolar. Medições de deformação experimentais e modelos de elementos
finitos evidenciaram comportamento similar; portanto, ambas as metodologias
foram adequados para avaliar o desempenho biomecânico de protetores bucais
(Veríssimo et al., 2015).
Neste contexto, a aplicação de novas tecnologias tem sido uma forma
de analisar o comportamento biomecânico da estrutura dental sob aplicação de
cargas não-destrutivas, associando vários tipos de análises complexas e
seqüenciais. Para realização de análises mais detalhadas têm sido
desenvolvidos métodos experimentais como a extensometria, para
complementar e validar os resultados encontrados nos ensaios mecânicos
experimentais destrutivos de impacto.
Com base nos achados da literatura, buscando uma relação entre
dentes tratados endodonticamente, restaurados com retentores intra-radiculares
associados a traumas dentários de origem esportiva ou acidental, foi delineado
este trabalho cujo objetivo é avaliar o comportamento dos retentores e da dentina
radicular submetidos a diferentes intensidades de impacto.
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PROPOSIÇÃO
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2- PROPOSIÇÃO
O presente estudo teve como objetivo avaliar a deformação radicular
de dentes anteriores tratados endodonticamente e restaurados com diferentes
sistemas de pinos quando submetidos ao ensaio mecânico de impacto, com 2
fatores em estudo:
(1) Tipo de retentor intra-radicular em dois níveis:
a- Núcleo metálico metálico e fundido (NMF) .
b- Pino de fibra de vidro (PFV).
(2) Ângulo do teste de Impacto em dois níveis:
a- 45° (45)
b- 90° (90)
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MATERIAIS E MÉTODOS
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3 - MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 - COLETA E SELEÇÃO DAS AMOSTRAS
Duzentos incisivos bovinos foram extraídos no Frigorífico Real (BR-
050, Km 81, s/n, Uberlândia, MG) com avaliação sanitária pelo Ministério da
Saúde e com autorização de um médico veterinário responsável, onde quarenta
raízes foram selecionadas e armazenados em solução aquosa de timol a 0,2%
(Pharmacia Biopharma, Uberlândia, Brasil). A seleção das raízes foi baseada
nos critérios de comprimento, diâmetro do canal, forma semelhantes, ausência
de trincas e quantidade de desgaste incisal. Em seguida, os mesmos foram
limpos com curetas periodontais e logo após a profilaxia com pedra pomes e
água, armazenados em água destilada e sob refrigeração constante.
As raízes foram seccionadas perpendicularmente ao seu longo eixo
com o auxílio de um disco diamantado de dupla face (nº 7010; KG Sorensen,
Barueri, SP, Brasil) sob refrigeração com jatos de água constantes, para a
remoção da porção coronária, permanescendo um remanescente radicular com
15 mm de comprimento (Figura 1).
Figura 1. A. Seleção de dentes; B. Remoção das coroas;
C. Remanescente de 15mm.
A B C
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3.1.1 - PREPARO DOS CANAIS RADICULARES
O tecido pulpar foi removido com o auxílio de lima tipo Kerr nº 30
(Dentsply Malleiffer, Petrópolis, Brasil)(Figura 2.A). Em seguida, os canais
radiculares foram instrumentados com brocas Gates-Glidden nº 2, 3 e 4
(Dentsply, Malleifer, Petrópolis, RJ) (Figura 2.B) e brocas Largo números 4 e 5
(Dentsply Malleifer, Ballaigues). A broca Gates-Glidden nº 2 atravessou todo o
canal radicular, a nº 3 chegou até o ápice sem atravessá-lo e a nº 4 foi
empregada apenas na extensão do alívio para o retentor intra-radicular. Para
realização da desinfecção dos canais radiculares foi utilizado solução de
hipoclorito de sódio a 1% e soro fisiológico. Seguindo a instrumentação dos
canais, os mesmos foram irrigados e secos com cones de papel absorvente
(Tanari, Manacapuru, AM, Brasil), (Figura 2.C). A obturação foi realizada com
cones de guta-percha (Dentsply, Petrópolis, RJ) e cimento obturador a base de
hidróxido de cálcio (Sealer 26, Dentsply, Petrópolis, RJ) (Figura 2.D), por meio
da técnica de condensação lateral. Logo após, foi realizado o alívio de 12 mm da
obturação com calcadores de Paiva (Duflex, Rio de Janeiro, Brasil) aquecidos
ao rubro deixando o remanescente de 3,0mm. O canal radicular foi preparado
utilizando a broca do sistema de pino de fibra de vidro (Whitepost DC nº 2, FGM
Produtos Odontológicos, Joinville, SC, Brasil) (Figura 2.E) com diâmetro
coronário de 1,8mm e apical de 1,05mm, na extensão correspondente ao alívio.
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Figura 2. A. Remoção do tecido pulpar; B. Brocas Gates-Glidden nº2, 3 e
4; C. Controle de umidade; D. Cimento a base de hidróxido de cálcio e
canal obturado; E. Alívio do canal radicular com broca do sistema de pinos.
3.1.2 - INCLUSÃO E SIMULAÇÃO DO LIGAMENTO PERIODONTAL
Para inclusão, foi utilizado o processo descrito por Soares et al.,
(2005), onde a porção radicular foi recoberta com cera utilidade com espessura
0,3 mm (Figura 3.A). A raiz foi fixada a um filme radiográfico com cera pegajosa,
e uma lima endodôntica fixada à haste de delineador protético. A lima foi inserida
no canal radicular proporcionando alinhamento entre a direção do conduto e
coroa. Um Cilindro de PVC com 13,0 mm de comprimento e 25,0 mm de diâmetro
foi posicionado e fixado com cera na película de filme radiográfico deixando a
raiz no centro do cilindro (Figura 3.B). A resina de poliestireno auto-polimerizável
foi manipulada e inserida no interior do cilindro de PVC (Figura 3.C). Após 2
horas da inclusão, o conjunto foi retirado da placa de suporte. Os dentes foram
removidos dos alvéolos artificiais e limpos com jato de óxido de alumínio com
pressão de 2 Bar a 10mm da superfície para remoção da cera (Figura 3.D).
A
B
C D E
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30
Figura 3. A. Cera utilidade recobrindo raiz; B. Fixação do
cilindro de PVC com película de filme radiográfico; C. Inserção da resina de
poliestireno dentro do cilidro de PVC; D. Resina de poliestireno com espaço
para simulação do ligamento periodontal.
3.1.3 - CONFECÇÃO DOS NÚCLEOS METÁLICOS
Foram realizadas moldagens dos condutos radiculares e confecção
da porção coronária com pino pré-fabricado plástico (Nucleojet e Pinjet, Ângelus,
Londrina, PR, Brasil), que foram reembasados com resina acrílica (Duralay,
Illinois, EUA), (Figura 4.A). A altura da porção coronária dos núcleos moldados
e fundidos foram padronizadas em 6,0mm. Os padrões em resina foram levados
ao Laboratório de Prótese Dental da Escola Técnica de Saúde da Universidade
Federal de Uberlândia (ESTES/UFU) e fundidos em liga Ni-Cr (FIT CAST – SB
Plus; Curitiba, PR, Brasil) (Figura 4.B).
A B C D
-
31
Figura 4. A. Moldagem no conduto com pinjet , nucleojet e resina duralay; B.
Núcleos metálicos fundidos confeccionados
3.1.4 - CIMENTAÇÃO DOS NÚCLEOS METÁLICOS FUNDIDOS
Foi realizada limpeza dos canais radiculares por meio de irrigação com
água e secos com pontas de papel absorvente. Para padronização do protocolo
de cimentação de retentores intra-radiculares foi utilizado cimento resinoso auto-
adesivo (Rely X U200, 3M-Espe, St Paul, USA) (Figura 5.A), sem tratamentos
prévios do canal e do pino. O cimento foi manipulado de acordo com instruções
do fabricante, inserido no canal radicular e aplicado na superfície do pino com o
auxílio de seringa Centrix com ponta agulhada (Figura 5.B). Foram aguardados
cinco minutos para a polimerização química do cimento, sendo aplicado carga
constante de 500g sobre os núcleos (Figura 5.C). Após 60 seg foram removidos
os excessos e após os 5 min as amostras foram fotoativadas por 40 seg em cada
face sob luz constante com um dispositivo de LED (Radii-Cal; SDI, Victoria,
Australia) operando a 800 mW/cm² Faria-e-Silva et al. (2012).
A B
-
32
Figura 5. A. Cimentos resinoso auto adesivo Relly X U200; B. Inserção do
cimento; C. Assentamento sob pressão.
3.1.5 - CIMENTAÇÃO DOS PINOS DE FIBRA DE VIDRO E CONFECÇÃO DO NÚCLEO
DE PREENCHIMENTO.
Os pinos de fibra de vidro (Whitepost DC nº 2, FGM Produtos
Odontológicos, Joinville, SC, Brasil) foram submetidos a tratamento de superfície
antes da cimentação. Os mesmos tiveram sua superfície tratada com aplicação
de peróxido de hidrogênio 35% por 1 minuto, lavados com água pelo mesmo
período de tempo e secos com jatos de ar, Menezes et al., (2014) (Figura 6.A -
B). Em seguida, realizada aplicação de silano (Prosil, FGM Produtos
Odontológicos, Joinville, SC, Brasil) por 1 minuto, com o propósito de promover
a ligação entre a fase inorgânica do retentor e a fase orgânica do cimento
resinoso (Figura 6.C - D). A limpeza dos canais radiculares foi realizada por meio
de irrigação com água destilada e controle de umidade com pontas de papel
absorvente (Tanari, Manacapuru, AM, Brasil).
A B C
-
33
Figura 6. Tratamento de superfície do pino. A - B. Aplicação de peróxido
de hidrogênio 35%; C – D. Silanização.
Para padronização do protocolo de cimentação de retentores intra-
radiculares foi utilizado cimento resinoso autoadesivo (Rely X U200, 3M-Espe,
St Paul, USA) (Figura 7.A). O cimento resinoso foi manipulado de acordo com
instruções do fabricante, inserido no canal com o auxílio de seringa Centrix com
ponta agulhada, e também aplicado na superfície do pino (Figura 7.B). O
assentamento dos pinos foi dado de forma lenta visando a ausência de bolhas
nas interfaces e a pressão constante de 500g foi mantida simulando a pressão
digital, por cinco minutos aguardando a presa química do cimento resinoso. Após
a presa química do cimento, foi realizada a fotoativação por 40 segundos em
cada face, totalizando 120 segundos com uma unidade de LED (Radii-Cal, SDI,
Austrália) com intensidade de luz de 800 mW/cm², Faria-e-Silva et al., (2012).
(Figura 7.C).
A
C
B
D
-
34
Figura 7. Protocolo de fixação com cimento resinoso autoadesivo. A.
Cimento Resinoso Relyx U200; B. Inserção do cimento resinoso na
superfície do pino; C. Fotopolimerização.
Após a cimentação dos pinos, com base em um modelo gerado
através de um software CAD, produzido por Verissimo et al., (2014) reproduzindo
anatomia do núcleo moldado e fundido (Figura 8.A), uma matriz de acetato foi
confeccionada em plastificadora a vácuo (Figura 8.B) e posicionada na região
coronária para reproduzir o núcleo de preenchimento similar ao núcleo metálico
(Figura 8.C-D), proporcionando padronização dos núcleos de preenchimento em
resina composta.
A
B C
-
35
Figura 8. Confecção matriz. A. Modelo padronizado do núcleo de
preenchimento; B. Matriz de acetato; C - D. Matriz de acetato para
confecção do núcleo de preenchimento.
Após a cimentação dos pinos e confecção da matriz de acetato, a
matriz do núcleo de preenchimento foi preenchida com resina composta híbrida
(Filtek Z350, 3M-Espe, St Paul, USA) (Figura 9.A) por meio da técnica
incremental (Figura 9.B) posicionada e fotoativada por 20 seg em cada face
utilizando LED (Radii-Cal, SDI, Austrália) com intensidade de luz de 800
mW/cm² (Figura 9.C) e removido da região coronária após a fotoativação (Figura
9.D).
A B
C D
-
36
Figura 9. Confecção matriz. A. Resina composta Filtek Z350 ; B. Inserção
do incremento de resina; C. Fotoativação; D. Remoção da matriz do núcleo
de preenchimento.
3.1.6 – CONFECÇÃO DO TÉRMINO CERVICAL
Os términos cervicais foram confeccionados com a ponta diamantada (nº
3215 KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil) (Figura 10.A) em chanfrado na extensão
de 2,0mm e espessura de 1,5mm. O término foi confeccionado visando a
promoção da férula de 2,0mm (Figura 10.B - C).
Figura 10. Confecção do término cervical. A. Broca diamantada utilizada
no preparo nº 3215; B - C. Términos confeccionados.
A
C D B
A
A B C
-
37
3.1.7 –CONFECÇÃO E CIMENTAÇÃO DAS COROAS METÁLICAS.
Para reproduzir as coroas, uma cera para escultura de prótese fixa (Asfer,
Curitiba, PR, Brasil) (Figura 11.A) foi utilizada, sendo derretida, atingindo uma
fase líquida e inserida em uma matriz de silicone (Aerojet, São Paulo, Brasil)
(Figura 11.B), já padronizada para confeccionar coroas semelhantes. As
matrizes com a cera foram adaptadas nos remanescentes, onde os mesmos,
isolados com gel hidrossolúvel (KY, São José dos Campos, Brasil) eram
posicionados no centro da matriz de silicone e removidas após 2 minutos,
aguardando uma presa satisfatória e visando evitar a deformação da cera (Figura
11.C) buscando uma espessura de 1,5 mm em todas as paredes, verificadas
com um especímetro.
Figura 11. Etapa de enceramento para confecção das coroas. A. Cera para
escultura; B. Matriz de silicone padronizada; C - D. Coroas enceradas.
Após a moldagem das coroas (Figura 12), os grupos foram numerados e
divididos de forma a serem identificados após a fundição do metal.
A
C
B
D
-
38
Figura 12. Moldagem das coroas.
Com o enceramento e as amostras identificadas, com espessura
padronizada de 1,5mm e altura cervico-incisal 10,0 mm. (Figura 13.A). Os
enceramentos foram encaminhadas para a Escola Técnica de Saúde da
Universidade Federal de Uberlândia (ESTES/UFU) onde o selamento de bordos
foi individualizado para cada amostra afim de serem confeccionadas em liga de
Ni-Cr (FIT CAST – SB Plus; Curitiba, PR, Brasil). Os modelos em cera foram
incluídos em revestimento (Talmax Micro Fine 1700; Curitiba, PR, Brasil)
(Figuras 13.B-C-D-E), aguardado o tempo de presa (Figura 13.F-G) e levados
ao forno a 750 ºC como recomendado pelo fabricante.
-
39
Figura 13. Confecção das coroas; A. Inclusão das coroas no recipiente;
B – C – D – E. Inserção do revestimento; F – G. Aguardando a tempo de
presa do revestimento; H. Modelos levados ao forno.
Com as coroas confeccionadas, a cimentação foi realizada utilizando o
mesmo protocolo de cimentação para os pinos. Foi utilizado cimento resinoso
autoadesivo (Rely X U200, 3M-Espe, St Paul, USA) (Figura 14.A). O cimento
resinoso foi manipulado de acordo com instruções do fabricante e inserido no
interior da coroa. O assentamento dos pinos foi dado de forma lenta visando a
ausência de bolhas nas interfaces e a pressão constante de 500g foi mantida
simulando a pressão digital, por cinco minutos aguardando a presa química do
cimento resinoso (Figura 14.B). Após a presa química do pino de fibra de vidro
foi feita a fotoativação do cimento resinoso por 40 segundos de fotoativação, em
todas as faces, com uma unidade de LED com intensidade de luz de 800
mW/cm² (Radii-Cal, SDI, Austrália)( Figura 14.C).
A
F G
B C D E
H
-
40
Figura 14. Cimentação das coroas; A. Cimentos resinoso auto adesivo
Relly X U200; B. Inserção do cimento e assentamento sob pressão; C.
Remoção de excessos.
3.2 - MÉTODO DE EXTENSOMETRIA
Extensômetros tipo (PA-06-040BG-120LEN Excel Sensores, SP,
Brasil) (Figura 15.A) com fator de sensibilidade (gage factor) de 2,13, resistência
elética de 120 Ω (Figura 15.B) e tamanho da grelha de 1 mm² foram utilizados
(Santos-Filho, 2008) para avaliar a deformação da dentina radicular. As
amostras dos grupos experimentais tiveram um extensômetro fixado na
superfície radicular vestibular seguindo o protocolo descrito por Santos-Filho et
al.(2008), onde foi realizada aplicação de ácido fosfórico a 37% durante 30 seg,
lavagem com água durante 15 seg e secagem com jatos de ar nas face onde
foram colados. Os extensômetros foram colados na dentina radicular, na face
vestibular, paralelamente ao longo eixo radicular, posicionados nas áreas de
maior concentração de tensão observadas em trabalhos prévios de análise por
elementos finitos. Os extensômetros foram aderidos à estrutura dental com
adesivo a base de cianoacrilato (Super Bonder, Loctite, Brasil) (Figura 15.C).
A
C B
-
41
Figura 15. Extensometria; A. Extensômetro ; B. Valor de Resistência elétrica;
C. Adesivo Cianocrilato; D. Extensômetro fixado
O ligamento periodontal foi simulado com material de moldagem à
base de poliéter (Impregum-F, 3M-Espe, St Paul, USA) (Soares et al., 2005). O
material de moldagem foi inserido no alvéolo e o dente introduzido, até que a
marcação de 2,0 mm do limite cervical coronário coincidiu com a superfície do
cilindro de resina de poliestireno(Figura 16.A). Os fios dos extensômetros foram
conectados ao Sistema de Aquisição de dados (ADS0500IP, Lynx, SP, Brasil)
(Figura 16.B). Os valores de deformação obtidos individualmente para cada
extensômetro. As amostras foram inseridas em dispositivo metálico para
sustentação e reforço do cilindro de resina, sendo posicionado no dispositivo de
teste de impacto do tipo pêndulo do CPBIO - FOUFU (Veríssimo et al., 2015).
Os dados foram obtidos por meio da placa de aquisição (AqDados 7.02 Lynx,
São Paulo, SP, Brasil) de dados, capturados por meio de software específico
(AqAnalysis, Lynx, São Paulo, SP, Brasil). Foram medidas as deformações
A B
C D
-
42
verticais (cervico-apical), sendo obtidos um valor de deformação por amostra
durante o teste de impacto.
Figura 16. Extensometria; A. Inclusão do ligamento periodontal; B. Conexão
das amostras ao software para aquisição dos dados.
3.3 - ENSAIO MECÂNICO DE IMPACTO
Os espécimes foram posicionados no dispositivo de impacto do tipo
pêndulo do CPBIO - FOUFU (Veríssimo et al., 2015) e foram submetidos aos
testes de impacto em dois ângulos distintos. O teste exigiu a presença de uma
ponta aplicadora de impacto (bola de alumínio) com 29 gramas a 90º (Figura
17.A) e a 45º (Figura 17.B) de distância da superfície vestibular da amostra,
entrando em contato com o centro da coroa sem interferência do meio.(Figura
17.C-D) não exigindo nenhum tipo de carga ou aplicação de força, a energia
cinética produzida pela queda do pêndulo foi responsabilizada pela deformação
produzida nas amostras.
A B
-
43
Figura 17. Teste de impacto; A. 90º; B. 45º; C - D. Bola de alumínio
posicionada no centro da coroa no momento do impacto.
Os valores da deformação radicular foram obtidos em Micro
deformação (μs) e analisados estatisticamente por meio de ANOVA 2-way. O
teste de Tukey em nível de 95% de confiabilidade seria usado caso
encontrássemos diferenças estatisticamente significantes entre os grupos.
3.4 – PADRÃO DE FALHA
As amostras foram selecionadas e observadas através do
miscroscópico (TM-505/510 Series 176-Toolmaker's Microscopes – Mitutoyo,
Illinois, USA) onde um padrão de falha foi investigado. Para os grupos NMF
submetidos ao teste com ângulo de 90º e 45º não foram encontradas trincas ou
fissuras na superfície radicular externa.(Figura 19.A e B). Para os grupos PFV
submetidos ao teste com ângulo de 90º foram encontradas duas amostras com
A B C D
-
44
destruição catastrófica da dentina radicular localizadas paralelas ao longo eixo,
e quando observado o PFV, ele apresentava trincas no sentido horizontal
perpendicular ao longo eixo do dente (Figura 19. C - D). Os grupos PFV
submetidos ao teste com ângulo de 45º não apresentaram alterações
radiculares.
Figura 19. Análise microscópica dos grupos submetidos aos testes
observando interface dentina radicular/coroa metálica; A. Grupo NMF 90º; B. Grupo
NMF 45º; C – D. Grupo PFV 90º
A B
D C
-
45
RESULTADOS
-
46
4. RESULTADOS
O teste ANOVA 2-way mostrou que não houve diferença
estatisticamente significativa (P = 0,151) para tipos de pino utilizados (NMF e
PFV). Da mesma forma, que não apresentou diferença estatisticamente
significativa (P = 0,268) para os tipos de ângulos utilizados no estudo (90º e 45º).
Não houve uma interação estatisticamente significativa entre o uso dos pinos e
o ângulo do teste de impacto (P = 0,478) (Tabela 01) (Gráfico 1).
Tabela 1 – Média (μs) de Micro deformação nos grupos avaliados e [desvio padrão]
PINO
ÂNGULO
90º 45º
NMF 594.24[352.77]Aa 452.30[150.77]Aa PFV 440.62[182.93]Aa 403.37[180.44]Aa
* Médias seguidas pelas letras maiúsculas nas linhas e letras minúsculas nas colunas não apresentaram diferenças pelo teste 2-Way (p
-
47
Embora os resultados não tenham demonstrado diferenças, o teste
de impacto resultou na fratura radicular catastrófica de (n = 2) amostras situadas
no grupo restaurado com PFV submetidos ao teste com ângulo de 90º e trinca
da resina de poliestireno que envolviam algumas amostras de forma aleatória.
(Figura 18)
Figura 18. Resultados visíveis do teste de impacto.
-
48
DISCUSSÃO
-
49
5. DISCUSSÃO
A hipótese nula do presente trabalho foi aceita, uma vez que os
resultados indicaram que a deformação da dentina radicular não foi influenciada
pelo uso de diferentes pinos submetidos a testes de impacto com diferentes
angulações.
Quanto ao comportamento mecânico dos retentores, Kondoh et. al,.
(2013) mostraram haver deformação maior nos PFV comparados aos NMF em
cada ponto mensurado quando avaliados frente o teste de impacto, necessitando
mais trabalhos para confirmar estes achados, causando questionamentos, pois
como houve uma distorção maior, afirmaram que esta propriedade seria
plausível para proteção do remanescente radicular, já que a deformação da
dentina radicular foi menor com PFV comparado ao NMF enquanto( Figueiredo
et al 2015) mostraram não haver relação entre a incidência de fraturas
radiculares e o uso dos retentores em uma busca precisa na literatura. A taxa de
sobrevivência foi de 90% NMF e 83,9% PFV. A taxa de incidência de falhas
catastróficas de fraturas radiculares foi semelhante entre NMF e PFV. Pinos
metálicos pré-fabricados e pinos de fibra de carbono tiveram um aumento de 2
vezes na taxa de incidência de fraturas de raiz em comparação com NMF e PFV,
respectivamente(14).
A maioria dos casos de fratura radicular são comumente irreparáveis
como mostrada por Meira et al., (2009), Goracci et al., (2011), Castro et al.,
(2012) que observaram a destruição do remanescente dental associada com a
concentração de tensões na dentina devido as propriedades mecânicas
apresentadas pelos retentores e posição do dente na arcada (11, 13, 16). O
módulo de elasticidade dos retentores tem sido considerado com um fator
primordial para o sucesso a longo prazo das restaurações, com uma serie de
contradições (Meira et al., 2007), mas definido como “um material que
acompanha os movimentos de flexão natural do dente” (Castro et al., 2012). Esta
propriedade é definida pela razão entre a tensão e a deformação na direção da
-
50
carga aplicada, sendo a máxima tensão que o material suporta sem sofrer
deformação permanente. Meira et al.,(2009), afirmam que na região apical e
cervical, fraturas radiculares verticais seriam mais propensas devido o módulo
de elasticidade acompanhar a direção do carregamento. Este fato ocorre devido
ao formato do retentor, pois quando um pino de forma cônica é forçado contra a
raiz, a parte mais larga do pino, que preenche porções mais largas do canal da
raiz é comprimido em direção a regiões mais estreitas. Como consequência, as
paredes são forçadas para o exterior da dentina e a raiz expande-se, gerando
tensões de tração circunferenciais (efeito de cunha). Quanto menor a rigidez do
pino, mais notável é a curvatura, o que leva a um maior alongamento do pino
sobre o lado onde é aplicada a carga(Meira et al., 2009). Assim, sugerem uma
tendência de descolamento do pino, como falha de adesão, onde o pino seria
relativamente móvel no canal radicular e conseqüentemente, se comportaria
como uma cunha (Meira et al., 2009; Goracci & Ferrari, 2011). Podendo auxiliar
na busca por respostas frente as fraturas que acorreram em algumas amostras
deste trabalho.
A distorção do PFV sugere que o mesmo pode absorver energia
comprimida até certo ponto. A força de impacto é uma força aplicada a um alvo
em conjunto com uma alteração na velocidade ao longo de um curto período de
tempo. É muita força para uma curta duração. Além disso, a energia total foi
invariável, ambos antes e depois do impacto. Portanto, quando a energia de
impacto é aplicada aos dentes, existem dois potenciais resultados bastante
diferentes. Se a energia não é grande o suficiente para danificar o dente, ela é
consumida pelas características de viscosidade e de absorção de choques do
dente, de material artificial ou tecido circundante. Quando a energia é muito
maior, no entanto, torna-se destrutiva, danificando o dente e resultando em
movimentação ou fratura do dente ou outros tecidos (Kondoh et al., 2013).
Neste contexto, o PFV pode aparecer como alternativa para
restaurações intra-radiculares pois eles têm um módulo de elasticidade próximo
da dentina (Soares et al., 2008; Meira et al.,2009; Naumann et al., 2012; Soares
et al., 2012; Santos-Filho et al., 2014) que cria uma melhor distribuição das
-
51
tensões entre outras vantagens (Faria-e-Silva et al., 2014). A resistência à flexão
do PFV e do NMF foram, respectivamente, quatro e sete vezes maior do que a
dentina radicular (Plotino et al., 2007; Chieruzzi et al., 2012).
A presença da férula pode ter sido um fator determinante na
distribuição de tensão, como relatado por Santos-Filho et al., (2014) onde em
alguns estudos que fizeram simulações através da Metodologia por Elementos
finitos tridimensionais têm apontado a relevância de preservar a férula(4).
Alguns autores têm indicado pelo menos 2 mm de férula para cimentação de
retentores (Goracci & Ferrari, 2011; Veríssimo et al., 2014). A férula favorece
principalmente quanto a longevidade dos dentes tratados endodonticamente
restaurados com pino e coroa (Soares et al., 2012; Naumann et al., 2012). Uma
análise de elementos finitos demonstrou que os modelos restaurados com NMF
apresentaram níveis elevados de tensão no canal radicular, independentemente
da presença férula. A presença da férula foi importante para ambos os sistemas
de pinos utilizados para a reabilitação de dentes. O uso de NMF associada com
a ausência de uma férula tem criado uma elevada concentração de tensão em
todas as superfícies vestibular ou lingual na extensão do pino dentro do canal
radicular. NMF mostraram uma alta incidência de falhas catastróficas com o
comprimento reduzido, ao passo que o PFV exibiram falhas com maiores
condições de reparo. A férula foi um fator determinante no padrão de fratura de
alguns trabalhos envolvendo o terço coronal e médio da raiz. Por outro lado, o
grupo com ausência de férula teve fraturas que envolveram o núcleo e o terço
coronal da raiz (Santos-Filho et al., 2014). Já neste trabalho, não avaliamos a
férula e PFV mostraram falhas catastróficas comparados aos NMF, embora os
resultados estatísticos de deformação tenham sido semelhantes.
O teste de impacto utilizado semelhante ao teste de Charpy
convencional foi preconizado por ser um método padronizado para medida de
resistência e impactos e deformação de um material medindo a taxa de
destruição e o quanto esse material suportava certo tipo de carga. Trabalhos
usando este mesmo teste foram realizados dentro da odontologia para avaliar
propriedades de retentores (Kondoh et al., 2013), bases de próteses totais
-
52
(Machado et al., 2012; da Cruz Perez et al., 2014) e protetores bucais (Veríssimo
et al., 2015). Quanto a angulação, estudos afirmam que quanto mais elevado for
a velocidade de impacto, maiores serão os valores de tensão e deformação das
amostras (Veríssimo et al., 2015). Neste caso, a escolha foi feita dentro das
opções existentes no laboratório CPbio – UFU, com um ângulo intermediário
(45º) e um ângulo máximo (90º). As amostras submetidas aos testes com uma
maior intensidade de impacto (90º) sofreram deformação semelhante as
amostras submetidas a angulação intermediária (45º) tanto para os grupos
restaurados com NMF quanto PFV.
Estudos anteriores nos levam a priorizar o uso dos PFV quando
deparamos a fragilidade radicular, quantidade de paredes, comprimento do
canal, presença de férula, oclusão satisfatória ou parafunção e posição do dente
na arcada. Porém, considerando os resultados obtidos neste estudo, para
reabilitação de pacientes que possam manter condições de alto risco, sujeitas a
traumas dentoalveolar, de forma acidental, por condições de trabalho ou
esportivas os PFV não mostraram melhora significativa, uma vez que o uso do
dos diferentes pinos apresentou resultados semelhantes, sendo necessário mais
estudos clínicos variando uso de protetores bucais, presença de férula,
diferentes angulações e materiais das coroas totais.
-
53
CONCLUSÃO
-
54
6.CONCLUSÃO
De acordo com resultados e limitações deste trabalho, pôde se
concluir que o uso de diferentes pinos não resultou em maior deformação da
dentina radicular independente do tipo de intensidade de impacto testadas.
Embora possuam um comportamento mecânico diferente, PFV e NMF
apresentaram resultados semelhantes.
-
55
REFERÊNCIAS
-
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