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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
Programa de Pós-graduação em Ciência de Materiais
INFLUÊNCIA DA INATIVAÇÃO FOTODINÂMICA
SOBRE A VIABILIDADE E DINÂMICA DE
CRESCIMENTO DE Candida albicans
TARQUIN FREITAS TRESCHER
BARRA DO GARÇAS – MT
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
Programa de Pós-graduação em Ciência de Materiais
INFLUÊNCIA DA INATIVAÇÃO FOTODINÂMICA
SOBRE A VIABILIDADE E DINÂMICA DE
CRESCIMENTO DE Candida albicans
TARQUIN FREITAS TRESCHER
Orientadora Profª. Dra Nara Cristina de Souza
Co-orientador Prof. Dr. Josmary Rodrigues Silva
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciência de Materiais (PPGMat) da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Ciência de Materiais.
BARRA DO GARÇAS – MT
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a)
autor(a).
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.
F866i Freitas Trescher, Tarquin.INFLUÊNCIA DA INATIVAÇÃO FOTODINÂMICA SOBRE A
VIABILIDADE E DINÂMICA DE CRESCIMENTO DE Candidaalbicans / Tarquin Freitas Trescher. -- 2014
vii, 67 f. : il. color. ; 30 cm.
Orientadora: Nara Cristina de Souza.Co-orientador: Josmary Rodrigues da Silva.Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Universitário do Araguaia, Programa de Pós-Graduaçãoem Ciência de Materiais, Barra do Garças, 2014.
Inclui bibliografia.
1. Inativação Fotodinâmica. 2. Candida albicans. 3. Eosina. 4.Susceptibilidade. 5. Dinâmica de Crescimento. I. Título.
Cuide para que todo o seu foco na vida esteja nas soluções, não nos
problemas. (Anthony Robbins do livro Desperte o gigante interior).
Dedicatória
Ao meu filho Filipe, pelos momentos ausentes em que ele mesmo
pergunta todos os dias:
Filho: aonde você vai papai?
Eu: para a faculdade!
Filho: de novo!!!
Melhor amor que esse não existe.
A minha esposa Viviane, por me aguentar durante esse período de
minha vida, (pela paciência), sempre apoiando. Obrigado por fazer parte de
tudo isso.
São poucas pessoas a quem dedico esse trabalho, mas são pessoas
especiais!
Enfim a Deus pela minha saúde e da minha família e demostrar que
sua palavra é forte, basta acreditar.
Agradecimentos
Primeiramente, minha orientadora Profa. Dra. Nara Cristina de Souza,
além de ser professora, amiga e companheira, obrigado por acreditar em mim
e pela paciência. Obrigado pelas críticas construtivas, aprendemos mais com
os erros do que com os acertos.
Ao meu coorientador, Prof. Dr. Josmary Rodrigues Silva pelas suas
ideias, opiniões e conselhos.
A Profa. Dra. Paula por sua gentileza em ceder às amostras de Candida
albicans e dispor de tempo para repassar técnicas microbiológicas.
Á Capes, pela bolsa sem esta possivelmente não poderia estar
disposto a estudar sem algum tipo de renda.
Aos colegas e amigos que fiz neste período durante o mestrado, ao
grupo do qual faço parte, GMN, e alguns colegas especiais por fazerem parte
diretamente do meu trabalho: ao Romário, pelas dicas e discussões, obrigado
parceiro! Aos colegas de mestrado Filipe e Graciela pelas viagens e
conhecimentos compartilhados.
SUMÁRIO
Resumo..........................................................................................i
Abstrat...........................................................................................ii
Lista de Figuras e Tabela...........................................................iii
Lista de Abreviaturas e Símbolos.............................................vi
Introdução.....................................................................................1
1.1 – Candida albicans..................................................................................2
1.2 – Resistência Fúngica.............................................................................4
1.3 – Inativação fotodinâmica antifúngica...................................................6
1.3.1 – Mecanismos de inativação fotodinâmica.............................7
1.3.2 – Fontes de luz...........................................................................8
1.3.2.1 – Fluência ou dose.......................................................9
1.3.3 – Fotossensibilizadores.............................................................9
1.3.3.1 – Eosina......................................................................10
1.4 – Análise do crescimento fractal..........................................................11
1.5 – Objetivos ............................................................................................13
1.6 – Estrutura da dissertação....................................................................13
Considerações Teóricas............................................................14
2.1 – Fractais................................................................................................14
2.2 – Dimensão Fractal.................................................................................16
2.3 – Leis de Escala......................................................................................17
2.4 – Modelos de Crescimento....................................................................18
2.4.1 – Modelo de Eden.....................................................................19
2.4.2 – Deposição via epitaxia por feixe molecular (MBE).............19
2.4.2.1 – Teoria linear................................................................20
2.4.2.2 - Teoria não-linear.........................................................20
Materiais e Métodos...................................................................22
3.1 – Cultivo de Candida albicans...............................................................22
3.2 – Fotossensibilizador Eosina................................................................23
3.3 – Contagem de colônias........................................................................23
3.4 – Experimento de susceptibilidade.......................................................25
3.5 – Análise da dinâmica de crescimento das colônias.........................26
3.6 – Espectroscopia na região de ultravioleta a visível..........................26
3.7 – Microscopia Óptica.............................................................................27
3.7.1 – Microscopia de Fluorescência.............................................28
3.8 – Microscopia de força atômica............................................................29
3.9 – Processamento das imagens para análise fractal............................31
Resultados e Discussões..........................................................33
4.1 – Espectroscopia na região do UV-Vis.................................................33
4.2 – Susceptibilidade da C. albicans.........................................................34
4.2.1 – Microscopia de fluorescência..............................................36
4.3 – Efeito da inativação fotodinâmica na morfologia da C. albicans...37
4.4 – Dinâmica de crescimento..................................................................40
Conclusão...................................................................................48
Referências.................................................................................50
Apêndice – Divulgação Científica.............................................64
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans- i
RESUMO
O fungo Candida albicans é responsável pela maioria das infecções
nosocomiais que acometem indivíduos imunocomprometidos. Ele possui alto
poder invasivo sendo capaz de destruir ou modificar os constituintes da
membrana celular do hospedeiro induzindo a disfunção ou aniquilamento físico.
Embora a maioria dos isolados de Candida albicans sejam susceptíveis às
drogas antifúngicas, o uso sem controle de fármacos tem promovido a
resistência e a formação de fungos patogênicos com tolerância aos
antifúngicos atuais. A implicação clínica do aparecimento de linhagens
resistentes é a busca por fármacos mais seguros e eficazes ou terapias
alternativas como a fotodinâmica, que visa eliminar o patôgeno pela
combinação de luz + fotossensibilizador. Neste trabalho investigamos a
combinação do fotossensibilizador eosina e luz laser (532 nm) para inativação
fotodinâmica do fungo Candida albicans. O corante eosina é comumente
utilizado em cosméticos ou fármacos e foi o primeiro fotossensibilizador a ser
utilizado em estudos de inativação de microrganismos. O comprimento de
onda de 532 nm usado para a irradiação com laser é adequado para testes de
fotoinativação visto que a eosina tem absorbância máxima em 512 nm. Os
resultados indicaram susceptibilidade do fungo para valores de fluência
superior a 150 J/cm2 ou alto tempo de pré-irradiação. As microscopias de
fluorescência e força atômica corroboram o resultado de inativação e indicam
que a morte celular deve ocorrer devido a danos na parede celular. O
crescimento das colônias também é influenciado pela combinação de luz +
fotossensibilizador e pode ser descrito por meio de modelos de crescimento de
interfaces fractais. Foi possível concluir que a proliferação do fungo deve ser
inibida no centro das colônias e que a análise das bordas fornecem uma
indicação a respeito da dinâmica de crescimento ou reprodução celular. Esses
resultados podem ser um ponto de partida na busca de novas estratégias
clinicas.
Palavras chave: inativação fotodinâmica, Candida albicans, eosina,
susceptibilidade, dinâmica de crescimento
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans- ii
ABSTRACT
Fungus Candida albicans is responsible for most of the nosocomial infections
which affect immunocompromised individuals. It is highly invasive and capable
of destroying or modifying constituents of host cell membrane inducing
dysfunction or physical annihilation. Although most isolates of Candida albicans
are susceptible to antifungal drugs, uncontrolled use of drugs has promoted the
development of resistance and tolerance to fungal pathogens with current
antifungals. The clinical implication of the appearance of resistant strains is the
search for safer and more effective drugs and also alternative therapies, such a
photodynamic, which aims to eliminate the pathogen by the combination of light
+ photosensitizer. In this work we have investigate the combination of eosin
photosensitizer and laser light (532 nm) in order to photodynamic inactivation of
Candida albicans. The dye eosin is commonly used in cosmetics or
pharmaceuticals and was the first photosensitizer to be used in studies of the
inactivation of microorganisms. The wavelength of 532 nm used for laser
irradiation is suitable for photoinactivation because eosin has a maximum
absorbance at 512 nm. The results indicated susceptibility of the fungi to
fluency values higher than 150 J/cm2 or high pre-irradiation time. Fluorescence
and atomic force microscopy corroborate the inactivation results and indicate
that and cell death must occur due to damage to the cell wall. Colony growth is
also influenced by the combination of light + photosensitizer and can be
described by means of growth models of fractal interfaces. It was concluded
that the proliferation of the fungi should be inhibited in the center of the colonies
and the analysis of the edges give an indication about the dynamics of growth
and cell reproduction. These results can be a starting point in the search for
new clinical strategies.
Keywords: photodynamic inactivation , Candida albicans , eosin , susceptibility,
growth dynamics
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans- iii
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
FIGURA 1 – Representação esquemática de (a) uma célula procarionte e (b)
uma célula eucarionte..........................................................................................2
FIGURA 2 – Representação das principais formas de vida da Candida.............3
FIGURA 3 – Diagrama esquemático da parede celular de fungos patógenos
incluindo a Candida albicans...............................................................................4
FIGURA 4 – Esquema das etapas fotoquímicas / fotofísicas envolvidas na
fotossensibilização. Diagrama de Jablonski........................................................7
FIGURA 5 – Estrutura química dos derivados de Xantenos..............................10
FIGURA 6 – Representação fractais auto-similares: (a) conjunto de Cantor, (b)
triângulo de Sierpinski, (c) processo para obtenção da curva de Koch e (d)
esponja de Menger............................................................................................15
FIGURA 7 – Comparação entre a dimensão Euclidiana e a dimensão fractal
...........................................................................................................................17
FIGURA 8 – Representação esquemática de agregados formados a partir do
modelo de Eden.................................................................................................19
FIGURA 9 – Imagens da autoclave Vitale Plus; capela de fluxo laminar vertical SENTINEL e estufa para cultura bacteriológica OdontoBras............................22
FIGURA 10 – Procedimento da diluição seriada e imagens das placas de petri referentes a cada etapa de diluição...................................................................23
FIGURA 11 – Imagem do laser de diodo Flex B&W TEK. Montagem do procedimento de irradiação por luz laser das soluções com C. albicans. Laboratório GMN...............................................................................................24
FIGURA 12 – Espectrofotômetro THERMO, modelo Genesys 10s.Laboratório
GMN...................................................................................................................26
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans- iv
FIGURA 13 – Microscópio de fluorescência Eclipse Ci/L (Nikon Ltd., Japão), e representação esquemática das partes constituintes do equipamento. Laboratório GMN...............................................................................................28
FIGURA 14 – a) Representação esquemática do sistema de obtenção de imagens; b) equipamento Nanosurf® EasyScan II utilizado para realização das imagens. Laboratório GMN................................................................................29 FIGURA 15 – Representação da interface do programa ImageJ para tratamento das imagens....................................................................................30
FIGURA 16 – Representação do método de contagem de caixas e gráfico log log da contagem de caixas em função do tamanho..........................................31
FIGURA 17 – Espectro UV-Vis do FS eosina e da dispersão de C. albicans +
FS antes e após irradiação de luz laser por 10 min...........................................33
FIGURA 18 – Frações de sobrevivência da dispersão de C. albicans (controle)
e C. albicans + FS sem pré-irradiação, em função da fluência aplicada ( = 532 nm; 3 mW).........................................................................................................34
FIGURA 19 – Frações de sobrevivência da dispersão de C. albicans (controle) e C. albicans + FS com diferentes tempo de pré-irradiação. A fluência aplicada
foi de 80J/cm2 ( = 532 nm; 3 mW)...................................................................35 FIGURA 20 – Microscopia de fluorescência para C. albicans A) sem irradiar (aumentos de 40 e 100x); B) irradiada com fluência de 80 J/cm2 e C) irradiada com fluência de 200 J/cm2. Para B e C, tempo de pré-irradiação foi igual a 10 min e aumento de 40x.......................................................................................36
FIGURA 21 – Imagens de AFM para C. albicans antes e após a irradiação com o FS e fluência de 80J/cm2................................................................................37 FIGURA 22 – Perfis de altura de C. albicans antes e após inativação com FS + laser...................................................................................................................38 FIGURA 23 – Influência do processo de irradiação na evolução temporal do crescimento de colônias de C. albicans.............................................................40
FIGURA 24 – Evolução temporal do contorno das colônias de C. albicans. Cada contorno corresponde a um tempo de captura das imagens dos crescimentos das colônias.................................................................................41
FIGURA 25 – Raio médio da colônia em função do tempo para C. albicans sem irradiação...........................................................................................................42
FIGURA 26 – Raio médio da colônia em função do tempo para C. albicans irradiada por 10 min...........................................................................................42
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans- v
FIGURA 27 – Raio médio da colônia em função do tempo para C. albicans com eosina irradiada por 10 min...............................................................................43
FIGURA 28 – Representação de uma colônia quase circular e linearização dessa expansão radial.......................................................................................44
TABELA 1 – Dados morfométricos da análise de crescimento de colônias de C. albicans em função da exposição à luz laser....................................................43
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans- vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
α Expoente de Rugosidade
β Expoente de Crescimento
λ Comprimento de Onda
Diâmetro médio
% Porcentagem
nm Nanômetro
µm Micrometro
mm Milímetros
mg Miligrama
mL Mililitro
mM Milimolar
mW Miliwatts
h Horas
min Minutos
cm Centímetros
t0 Tempo correspondente ao início do crescimento
ts Tempo correspondente ao início da saturação do
crescimento
vcres Taxa de expansão radial da colônia
Rmax Raio máximo da colônia
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans- vii
AFM Microscopia de Força Atômica
C. albicans Candida albicans
DF Dimensão fractal
D dimensão
2D bidimensional
3D tridimensional
EROs Espécies reativas de oxigênio
FS Fotossensibilizador
FSs Fotossensibilizadores
GMN Grupo de Materiais Nanoestruturados
He-Ne Hélio-Neônio
J/cm2 Joule por centímetro quadrado
LED Diodo Emissor de Luz
PDI Inativação Fotodinâmica
SD Agar sabouraud Dextrose
PDT Terapia Fotodinâmica
UFC Unidades Formadoras de colônia
UV-Vis Espectroscopia de Ultravioleta-visível
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 1
1 – INTRODUÇÃO
Em novembro de 2013 a Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC) anunciou que o Brasil contará com o apoio de um órgão
específico para lidar com problemas relacionados a infecções causadas por
fungos, que respondem por 1,3 milhões de mortes anuais no mundo
(MONTEIRO, 2013). Esse órgão, denominado de Fundo de Ação Global para
Infecções Fúngicas (GAFFI, Global Action Fund for Fungal Infection) é uma
organização não governamental internacional, gerenciada por grandes
executivos europeus e pela comunidade científica, com a missão de reduzir a
mortalidade provocada por infecções fúngicas no mundo (MONTEIRO, 2013).
De acordo com os dados apresentados pelo GAFFI, em todo o mundo as
doenças fúngicas são negligenciadas pelas políticas públicas e o número de
pessoas, em todas as faixas etárias, que sofrem com uma infecção grave a
cada ano é acima de 300 milhões. O número de mortos chega a mais de 1,3
milhões, valor comparável as mortes por malária e tuberculose: 1,2 e 1,4
milhões, respectivamente (GAFFI, 2013; MERKEROVÁ, 2006). A redução de
infecções e mortes por doenças fúngicas é a meta estabelecida pelo GAFFI.
No Brasil, será necessário desenvolver políticas públicas de investimento,
programa de educação continuada para agentes de saúde e criação de
documentos técnicos, já que raramente a doença é diagnostica e tratada
corretamente (GAFFI, 2013; MONTEIRO, 2013)
Infecções fúngicas graves podem ser encobertas por outros problemas
de saúde tais como AIDS, pacientes em tratamento contra câncer,
transplantados ou imunossuprimidos. Elas podem ser separadas em cinco
grupos: i) infecções fúngicas invasivas que podem ser fatais (meningite,
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 2
pneumonia, histoplasmose, aspergilose pulmonar invasiva e infecção da
corrente sanguínea por Candida); ii) infecção de pele, cabelos e unhas; iii)
infecção da mucosa (candidíase oral, esofágica e vaginite); iv) doença fúngica
alérgica (aspergilose broncopulmonar alérgica) e iv) pulmonar crônica ou
infecção dos tecidos profundos (especialmente aspergilose pulmonar crônica
e micoses endêmicas) (PECHLIVANOGLOU, 2014).
O terceiro grupo trata especificamente de infecções de mucosa tais
como boca, revestimento de intestino, vias aéreas, trato urinário e genitais.
Boca, esôfago e parede vaginal são frequentemente infectados por fungos,
sendo que apenas um é adaptado para causar infecção nestes três locais:
Candida albicans.
1.1– Candida albicans
Os fungos são organismos eucarióticos, quimio-heterotróficos, de
nutrição absortiva com digestão extracorpórea parcial predominantemente
aeróbicos ou fermentadores facultativos. Apresentam estrutura pluricelular
micelial (fungos filamentosos) ou unicelular leveduriforme (leveduras)
(CONCEIÇÃO, 2010) e são mais complexos (SMITH, 1984) que seres
procariontes que não apresentam seu material genético delimitado por uma
membrana,como representado na FIGURA 1.
FIGURA 1. - Representação esquemática de (a) uma célula procarionte e (b) uma célula eucarionte (Adaptado de http://www.netnature.wordpress.com).
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 3
O gênero Candida é constituído de microrganismos unicelulares,
pleomórficos, de ciclo sexual incompleto e pertencentes ao Reino Fungi,
divisão Eumycota, subdivisão Deuteromycotina, classe Blastomycetes e
Família Cryptococcaceae. São considerados oportunistas e estão presentes
na microbiota normal da pele, cavidade bucal, tratos gastrointestinais e
urogenitais do homem (SANTANA, 2012; KIM, 2011; RUHNKE, 2011; REX,
1995). É um fungo dimórfico que pode se apresentar como leveduras
esféricas com dimensões de 2 a 4 µm ou na forma alongada, denominada hifa
(MIOTTO, 2004; MALUCHE, 2008; VALLE, 2010). A Figura 2 mostra as
principais formas da Candida.
Figura 2. - C. albicans a) levedura, b) pseudo-hifa e c) hifas (Adaptado de
SANTANA, 2012)
Candida albicans é reconhecida por sua patogenicidade e é
responsável pela maioria das infecções nosocomiais que acometem
indivíduos imunocomprometidos, embora não ocasione patologias em
indivíduos saudáveis é entre as espécies existentes dentro do gênero
Candida, a que possui maior poder invasivo (NAGLIK, 2003). Ela é capaz de
degradar, destruir ou modificar constituintes da membrana celular do
hospedeiro induzindo a uma disfunção e/ou aniquilamento físico (SANTANA,
2012). É um dos patógenos humanos que mais vem sendo investigados com
relação à constituição de sua parede celular, com o objetivo de produção de
novas drogas antifúngicas (GEORGOPAPADAKOU, 1995; POULAIN, 2004;
SHIBATA, 1995; KANEKO, 2013; MAKI, 2013).
A parede celular constitui a superfície de contato da célula fúngica com
o meio externo e é uma estrutura sujeita a modificações químicas e estruturais
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 4
durante o ciclo de vida do fungo. Na maioria das vezes é composta por
elementos microfibrilares insolúvel em água (quitina e glucanos), imersos em
matriz amorfa de polissacarídeos solúveis (FUKUDA, 2009). A parede celular
da Candida albicans é composta principalmente por manana, glucano e
quitina. Mananas representam cerca de 23%, glucanas 40-60%, as proteínas
de 6-25%, lipídios 1-7%, e quitinas 0,6–9% da massa seca da parede celular.
A Figura 3 é uma representação esquemática da parede celular do fungo C.
albicans. Estudos relacionados à estrutura da parede celular evidenciam uma
grande complexidade e variação em sua arquitetura que pode estar associado
com a fase ou forma de desenvolvimento (GARZON, 1989). Por exemplo, em
sua forma filamentosa (hifas) as células contêm 3 vezes mais quitina do que
na forma de levedura (CHAFFIN,1998).
FIGURA 3. - Diagrama esquemático da parede celular de fungos patógenos incluindo a Candida albicans (Adaptado de KARTSONIS, 2003).
1.2 - Resistência fúngica
A maioria dos isolados de C. albicans são susceptíveis às drogas
antifúngicas. Os antifúngicos podem ser agrupados em três grandes classes
com base no sítio de atuação: azoles, que inibem a síntese de ergosterol que
é o principal esterol de fungos (miconazol, cetoconazol, fluconazol e
Quitina
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 5
itraconazol); polienos, que interagem físico-quimicamente com os esteróis da
membrana fúngica (anfotericina B, nistatina), e inibidores de ácido nucléico
(5-fluorocitosina) (GHANNOUM, 1999; ANDRIOLE, 1999). Na Figura 3 é
possível identificar os sítios de atuação dos fármacos citados.
O uso sem controle de fármacos leva a resistência e a formação de
fungos patogênicos com tolerância aos antifúngicos atuais, afetando
principalmente indivíduos com AIDS, em quimioterapia e transplantados
(KARKOWSKA-KULETA, 2009; PFALLER, 2010; PHILIP, 2005). O termo
resistência é usado para descrever uma insensibilidade relativa ou perda de
suscetibilidade temporária ou permanente de um microrganismo frente a um
medicamento antimicrobiano (LOEFFLER, 2003; SANTANA, 2012). Nos
últimos anos as infecções por Candida albicans (DAGDEVIREN, 2005)
aumentaram principalmente em pacientes dependentes de próteses ou
enxertos (PRATES, 2010) e em pacientes queimados (PRATES, 2009).
Embora novas drogas tenham sido introduzidas para combater o
problema do aumento da incidência de infecções invasivas em pacientes com
imunossupressão grave, o desenvolvimento de resistência a drogas
antifúngicas, tornou-se cada vez maior (LOEFFLER, 2003). Pacientes e
profissionais da área da saúde poderiam adotar estratégias simples para
evitar o desenvolvimento de resistência aos antibióticos tais como: completar
o ciclo do tratamento prescrito para evitar a proliferação de microrganismos
resistentes e prescrever fármacos específicos em vez de antibióticos de amplo
espectro de ação, o que minimizaria a chance de resistência na flora normal
do paciente (TORTORA, 2012).
A implicação clínica da resistência microbiana é a busca por
mecanismos de ações para o tratamento de infecções causadas por
organismos resistentes, tais como o desenvolvimento de fármacos mais
seguros e eficazes (LOEFFLER, 2003) ou terapias alternativas como a
fotodinâmica.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 6
1.3–Inativação fotodinâmica antifúngica
A terapia fotodinâmica (PDT do inglês, photodynamic therapy) é um
procedimento clínico que visa eliminar uma patologia utilizando a combinação
de um fotossensibilizador (corante) excitado por fótons com comprimento de
onda específicos, que podem ocasionar a morte celular por intermediários
citotóxicos do oxigênio molecular ou outros radicais livres que estão presentes
nos tecidos biológicos e são ativados pela combinação de luz + corante
(LAPINSK, 2008; MROZ, 2010; CHOI, 2010; MACHADO, 2000).
A PDT tem sido utilizada com eficácia no tratamento de doenças
infecciosas, sendo verificada a efetividade na inativação bactericida e fúngica,
sem relatos de resistência microbiana (BAGNATO, 2008). A morte celular de
bactérias, vírus ou fungos após fotossensibilização é denominada inativação
fotodinâmica (PDI do inglês, photodynamic inactivation) e já havia sido
identificada por Oscar Raab em 1900 que observou a inativação de
Paramecium caudatum pela ação de luz solar e corante vermelho de eosina
e laranja de acridina (DOUGHERTY, 1998; HOCKBERGER, 2002; MAISCH,
2004; MACHADO, 2000). Posteriormente, em 1903 von Tappeiner e Jesionek
empregaram eosina no tratamento de tumores e criaram o termo reação
fotodinâmica (MAISCH, 2007; PERUSSI, 2007). Embora o processo de
inativação tenha sido observado no século anterior, os estudos não foram
aprofundados provavelmente devido ao surgimento da penicilina. Entretanto,
nas últimas décadas, com o aparecimento das resistências microbianas houve
uma retomada na utilização de fotossensibilizadores (FS) e fontes de luz,
como tratamento alternativo a microrganismos resistentes a fármacos e
também no tratamento de tumores que podem ser acessados por uma fonte
de luz (BAGNATO, 2008).
Há um menor número de estudos envolvendo PDT ou PDI com fungos
quando comparados com bactérias, provavelmente devido à maior resistência
dos fungos conferida pela membrana nuclear que pode atuar como uma
barreira adicional de proteção celular, ou pela diferença dimensional entre as
células, visto que as fúngicas podem possuir tamanho de 10 a 50 vezes maior
que o de bactérias (BAGNATO, 2008). O trabalho de Demidova (DEMIDOVA,
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 7
2005) admite que a C. albicans apresenta maior resistência quando
comparada com os resultados obtidos para as bactérias Staphylococcus
aureus e Escherichia coli. Esses microrganismos foram fotossensibilizados
com luz laser e diferentes FS (azul de toluidina, rose bengal e pl-ce6).
Bertoloni observou que a inativação da C. albicans era dependente do tempo
de irradiação e da concentração do FS (BERTOLINI, 1989). Foi verificado que
a C. albicans na forma de hifas é mais susceptível a PDI quando comparada
com a forma de leveduras (JACKSON, 1999). A maioria dos trabalhos é
realizada in vitro e os resultados sugerem que testes in vivo devem ser
realizados para tratar infecções causadas pela Candida (RODRIGUES, 2013).
Há alguns testes in vivo que indicam erradicação de C. albicans em ratos com
candidíase induzida (MARTINS, 2011; MIMA, 2010; TEICHERT, 2002), porém
ou a concentração do FS ou a dose de irradiação necessária para inativação
são consideradas muito elevadas para aplicações clinicas (BAGNATO, 2008).
1.3.1 - Mecanismos de inativação fotodinâmica
As reações envolvidas na inativação fotodinâmica de um
microrganismo podem ser explicadas através da representação esquemática
mostrada na FIGURA 4.
FIGURA 4. - Esquema das etapas fotoquímicas/fotofísicas envolvidas na
fotossensibilização. Diagrama de Jablonski (RODRIGUES, 2012).
Após irradiação no estado fundamental (S0) o FS sofre excitação para
o seu estado singlete excitado (Sn). Este estado excitado tem um tempo de
vida curto de interação efetiva com as moléculas vizinhas e normalmente
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 8
perde energia através de processos radiativos (emissão de fluorescência) ou
não radiativos (conversão interna ou cruzamento intersistemas). Para a PDI,
o processo mais importante é o cruzamento intersistemas, que leva o FS ao
seu estado triplete excitado (Tn). A partir do estado triplete, o FS pode retornar
para o estado fundamental por conversão interna ou pelo processo de
emissão de fosforescência. A partir do estado excitado (Tn) os processos que
o FS pode sofrer são extremamente importantes (PELOI, 2007) e podem ser
classificados em tipo I e II.
No mecanismo do tipo I, o FS no estado excitado pode remover um
átomo de H de uma molécula biológica ou transferir elétrons de modo a gerar
espécies reativas de oxigênio (EROs) que podem reagir com o oxigênio no
estado fundamental e resultar na formação de radicais livres tais como o
superóxido, peróxido de hidrogênio ou radical hidroxila que são oxidantes de
biomoléculas (BAGNATO, 2008). Por outro lado, o FS em seu estado excitado
pode transferir energia para o oxigênio molecular no estado fundamental e
formar o oxigênio singleto (reação tipo II) que é uma forma altamente reativa
de oxigênio causadora de danos fotoquímicos a células (CARDOSO, 2012;
HAMBLIN, 2002).
De acordo com a literatura os dois mecanismos podem ocorrer
simultaneamente e são dependentes dos fatores experimentais tais como o
tipo de FS, concentração de oxigênio e tipo de microrganismo (BAGNATO,
2008).
1.3.2 – Fontes de luz
A PDT e PDI são dependentes do FS e da fonte de luz, portanto a
escolha apropriada confere maior eficácia nos procedimentos (CARDOSO,
2012). Tecidos biológicos são geralmente, transparentes na faixa do espectro
eletromagnético entre 600 e 800 nm. Esta região é conhecida como janela
terapêutica para PDT e quanto maior o comprimento de onda maior a
penetração da luz no tecido (KOCHEVAR, 1996; BAGNATO, 2008).
Geralmente são utilizadas fontes incandescentes, fluorescentes, LEDs
(dispositivos emissores de luz) e luz laser (CARDOSO, 2012).
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 9
1.3.2.1 – Fluência ou dose
Um dos parâmetros mais importantes na escolha do tipo de tratamento
por irradiação de células e tecidos biológico é a grandeza física relacionada à
densidade de energia. A fluência ou dose é a quantidade de energia aplicada
ao tecido biológico por unidade de área (BAGNATO, 2008) e deve ser
calculada de acordo com a Eq. 1.1:
Fluência ou Dose =P× t
A (1.1)
sendo P a potência da radiação incidente (Watts), t o tempo (segundos) e A a
área irradiada (m2). Através da análise dimensional é possível encontrar as
unidades dessa grandeza:
Fluência ou Dose =W.s
m2 =J
s.s
m2 =J
m2. (1.2)
1.3.3 – Fotossensibilizadores
Os fotossensibilizadores devem possuir comportamento ativo apenas
durante o processo fotodinâmico e podem ser atóxicos ou não (JORI, 2006).
Os principais requisitos para um corante ser considerado um FS são: (a)
apresentar baixa toxidade local e sistêmica na ausência da irradiação; (b) ser
solúvel e estável em condições fisiológicas; (c) ser metabolizado rapidamente
de modo a minimizar efeitos colaterais (BAGNATO, 2008; PERUSSI, 2007;
MÜLLER, 2006).
Entre as várias classes de agentes fotossensíveis, destacam-se os
derivados de hematoporfirinas, xantenos e ftalocianinas (SHARMAN, 1999).
Os FSs denominados xantenos são compostos cíclicos que absorvem luz na
região do visível e possuem três anéis aromáticos em arranjo linear com um
átomo de oxigênio substituinte no anel central (BRITO, 2012). Alguns
exemplos de xantenos são: eosina, fluoresceína, eritrosina, e rose bengal,
representados na FIGURA 5.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 10
FIGURA 5. - Estrutura química dos derivados de Xantenos. (Adaptado de
GOULART, 2009).
1.3.3.1 – Eosina
A eosina é solúvel em água e apresenta coloração vermelho-rosado
sendo utilizada para tingir vários tipos de materiais além de corar citoplasma,
colágeno e fibras musculares para análise microscópica (ROHDE,2006). O
corante é obtido pela reação do bromo com a fluoresceína, sua fórmula
química é C20H8Br4O5, possui massa molar de 647,89 mol.L-1 (PERUSSI,
2007). Seu uso é liberado pelo FDA (Food and Drug Administration) para
produção de bases líquidas, batons, medicamentos de uso tópicos ou de
ingestão. Segundo a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária),
resolução no 79/2000 o corante eosina ou vermelho 45380 faz parte da lista
de substancias corantes permitidas para utilização em produtos de higiene
pessoal, cosméticos e perfumes, com campo de aplicação autorizado para
todos os tipos de produtos, desde que obedeçam as especificações de
identidade e pureza estabelecidas pelos organismos internacionais de
referência (ANVISA, 2000).
Além de ter sido utilizada em 1903 como o primeiro FS no tratamento
de tumores, a eosina vem sendo empregada como marcador para estudo in
vitro de liberação de fármacos (JOSUÉ,2000) e como FS em inativação
fotodinâmica de bactérias e fungos (PERUSSI, 2007; WANG, 2006). Por
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 11
exemplo, uma comparação entre os xantenos eosina e rose bengal na
inativação de C. albicans mostrou-se que a eficiência dos dois FS é similar
(FREIRE, 2013) no processo de inativação.
1.4 – Análise do crescimento fractal
O conhecimento de como as células reagem após o processo de
irradiação, pode dar indicação da forma de crescimento das colônias. Esta
análise pode ser feita a partir de resultados microscópicos e processamento
de imagens.
Desde a década de 90 a aplicação de programas para análise de
imagem permitiu a extração de informações quantitativas e caracterização
detalhada de variações morfológicas, encontradas no processo de formação
e crescimentos de sistemas complexos (DONNELLY, 1995; PAPAGIANNI,
2006). A análise de imagens é um método extremamente rápido, de baixo
custo e não destrutivo para exame de sistemas biológicos e vem sendo
aplicado em estudo de células, fibras musculares, sequenciamento de DNA,
crescimento de culturas microbiológicas entre outros (VECHT-LIFSHITZ,
1992; AMARAL, 1997).
Embora as imagens por si só revelem informações úteis, a
interpretação plena só é conseguida através da aplicação de técnicas de
tratamento de imagens. Quando desejamos trabalhar com dados quantitativos
como, por exemplo, a determinação de áreas nas imagens, geralmente isso é
feito através dos softwares que acompanham câmeras e microscópios (de
SOUZA, 2002). Especificamente, com relação ao crescimento de colônias de
bactérias ou fungos, os parâmetros morfológicos quantitativos mais utilizados
incluem: o número de colônias, o comprimento principal de hifas, frequência
de ramificação, área, perímetro, compactação, rugosidade, circularidade entre
outros (AMARAL, 1997). Apesar de ter sido introduzido um grande número de
parâmetros, a estrutura irregular das colônias e sua capacidade de ocupar
espaço ainda são difíceis de serem descritas visto que, como em muitas
estruturas irregulares observadas na natureza, as colônias apresentam
padrões fractais (PAPAGIANNI, 2006).
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 12
O conceito de fractal tem sido aplicado para descrever estruturas
irregulares e complexas e foi proposto por Mandelbrot em 1975 (BARABASI,
1995) como um modo de descrever as dimensões existentes entre as
convencionais (1D, 2D e 3D) e estruturas que não são nem linhas, superfícies,
ou sólidos. A análise da geometria fractal tem contribuído para a compreensão
da formação e crescimento de sistemas inorgânicos em processos
envolvendo formação de agregados e/ou estruturas dendríticas e em biologia,
a geometria fractal foi previamente aplicada, para descrever sistemas de
ramificação nas vias aéreas do pulmão e da espinha dorsal e na investigação
de estrutura das proteínas (AMARAL, 1997).
A análise fractal foi introduzida na microbiologia como descritor de
parâmetros de crescimento (OBERT, 1990) e é de importância fundamental
no que se refere a variações morfológicas das estruturas que podem estar
correlacionadas a patogenicidade (HUBBARD, 1986), atividade metabólica e
produção enzimática (HERMERSDORFER, 1987). O crescimento de
colônias de bactérias e fungos tem sido estudado por biólogos e físicos com
o propósito de entender os mecanismos cooperativos que levam a formação
de estruturas complexas (BARABASI, 1995).
Uma das maiores vantagens de uso de leis de escala em superfícies
fractais são a investigação do padrão morfológico de colônias e o
comportamento dos contornos frente à variação temporal. Por exemplo, a
investigação do crescimento de colônias in vitro e o desenvolvimento de
tumores in vivo exibem a mesma dinâmica de formação, independente do tipo
de célula analisada (BRU, 2003). O modelo prevê um crescimento
exponencial de células e um decaimento também exponencial devido à
restrição de nutriente. O mecanismo responsável pela progressão das células
tumorais pode estar associado com a difusão de células através das bordas
do tumor, de modo que o conhecimento e o controle da fractalidade das
colônias pode ser um fator importante a ser considerado em estratégias
clínicas.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 13
1.5 – Objetivos
O principal objetivo deste trabalho foi investigar a viabilidade do fungo
Candida albicans frente aos efeitos da inativação fotodinâmica, combinando
a utilização do FS eosina e luz laser (532 nm). Para isso, a susceptibilidade
da C. albicans usando o método de contagem de colônias em placa e análise
de resultados de microscopia de fluorescência e de força atômica foram
analisados. Além disso, foi investigada a variação morfológica e a dinâmica
de crescimento da colônia do fungo C. albicans (irradiado ou não) a luz da
teoria de análise fractal, como modelo com potencialidade de ser utilizado em
estudos de dinâmica de crescimento celular. Este tipo de análise além de
indicar os mecanismos responsáveis pela reprodução do fungo pode guiar os
pesquisadores na busca de identificação de novas estratégias clínicas.
1.6 – Estrutura da dissertação
Além do capítulo de introdução a dissertação contém mais 6 capítulos.
No Capítulo 2 são apresentadas algumas considerações teóricas referente à
teoria fractal e modelos de crescimento. Os materiais e métodos
experimentais são descritos no Capítulo 3. Os resultados e discussões estão
no Capítulo 4, seguido das conclusões (Capítulo 5), referências (Capítulo 6) e
Apêndice com divulgação do trabalho.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 14
2 – CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Neste capitulo são apresentados os conceitos básicos referentes a
teoria fractal e aos modelos de crescimento. Através de análise de imagens é
possível investigar o crescimento de colônias, acompanhando a alteração da
morfologia da superfície que pode ser definida como um conjunto de
partículas agregadas com alturas diferentes (BARABÁSI, 1995).
2.1 – Fractais
A palavra fractal significa irregular ou quebradiço e foi utilizada pela
primeira vez por Benoit Mandelbrot para descrever objetos cuja forma
permanece inalterada conservando a estrutura original conforme as variações
na escala observada (ASSIS, 2008).
Fractais isotrópicos são auto-similares ou self-similar: sua forma não
varia sob transformações de escala isotrópica, ou seja, aumentando a escala
por um mesmo fator obtém-se o mesmo tipo de estrutura. O conjunto de
Cantor (Figura 6.a), o triângulo de Sierpinski (Figura 6.b), a curva de Koch
(Figura 6.c) e a esponja de Menger mostrado na Figura 6.d são exemplos de
fractais self-similar.
George F. L. Cantor apresentou um conjunto fechado que pode ser
dividido em intervalos com 3 partes iguais, sendo que a parte do meio deve
ser excluída. Em divisões sucessivas, nota-se que as extremidades não se
alteram no decorrer do processo e que em cada nível restam 2 segmentos
que podem novamente ser divididos (BARABÁSI, 1995). Waclav Sierpinski
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 15
mostrou a obtenção de fractais self-similar a partir de um triangulo equilátero
que tem sua porção central retirada, resultando na formação de três novos
triângulos (BARABÁSI, 1995). A repetição deste passo gera uma figura
geométrica onde as partes são similares ao todo.
Figura 6. – (a) conjunto de Cantor, (b) triângulo de Sierpinski, (c) processo para obtenção da curva de Koch e (d) esponja de Menger.
(a) (b)
(c)
(d)
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 16
A curva de Koch proposta por Fabian Helge von Koch se inicia de um
segmento de reta, dividido em três partes iguais, sendo que a parte do meio
deve servir como base da construção de um triângulo equilátero e
posteriormente deverá ser excluída da figura. A curva agora é representada
por 4 segmentos. O processo de construção deve ser repetido em cada um
destes seguimentos e o resultado é uma figura com estrutura de floco de neve.
A esponja de Menger proposta por Karl Menger, segue a idéia apresentada
no triangulo de Sierpinski, mas com uma figura geométrica diferente: o cubo
(BARABÁSI, 1995).
A maioria das estruturas na natureza são fractais auto-afins ou self-
affine como, por exemplo, as copas de árvores, superfície da couve-flor, perfil
de altura de uma montanha, entre outros (BARABÁSI, 1995). Em cultura de
microrganismos, teorias sobre fractais foram introduzidas para descrever
padrões de crescimento e morfologia celular (MEAKIN, 1986; MATSUYAMA
1993; OBERT, 1990). Quando a mudança de escala é a mesma em todas as
direções, a morfologia de objetos self-affine muda. Por outro lado, quando a
mudança de escala é feita de forma diferente em cada direção, a morfologia
da interface permanece a mesma (de SOUZA, 2002).
2.2 – Dimensão Fractal
Em geral a morfologia de um objeto depende do comprimento de escala
de observação. Para descrever a morfologia de algo que é plano aos olhos e
rugoso ao microscópio é necessário caracterizar quantitativamente a
interface. A dimensão fractal, ao contrário da euclidiana, onde linhas têm
apenas uma dimensão, superfícies têm duas e volumes são tridimensionais,
não é uma dimensão inteira e sim fracionária. Enquanto a dimensão
topológica de uma linha é sempre 1 a dimensão fractal pode ser qualquer
número real entre 1 e 2 (de SOUZA, 2002). A Figura 7 mostra uma
representação comparativa entre as dimensões euclidiana e fractal.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 17
Figura 7. – Comparação entre a dimensão Euclidiana e a dimensão fractal.
(Adaptado de http://www.insite.com.br/fractarte/artigos.php).
2.3– Leis de escala
Uma superfície fractal pode ser definida como um conjunto de
partículas com alturas diferentes. Conceitos como rugosidade podem ser
substituídos por expoentes que não se referem à rugosidade propriamente
dita, mas à forma com que a rugosidade muda quando a escala de observação
também muda (de SOUZA, 2002; BRITO, 2012).
Para descrever quantitativamente a formação de uma superfície,
introduzimos duas funções:
a) a altura média da superfície, h , que é definida por
L
i
tihL
th1
),(1
)( , (2.1)
sendo h(i,t) a altura da coluna i no tempo t e L o tamanho da janela analisada.
Se a taxa de deposição for constante, a altura média aumenta linearmente
com o tempo,
tth ~)( (2.2)
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 18
b) a largura da interface, que caracteriza a rugosidade da interface, é
definida pela flutuação na altura,
L
i
thtihL
tLW1
2
)(),(1
),( (2.3)
A rugosidade de uma superfície, W, é monitorada pela medida da altura
de cada ponto da interface em função do tempo (de SOUZA, 2002). A
rugosidade varia com o tempo e com o valor da largura da interface (janela de
observação). Para tempos menores que o tempo de saturação da rugosidade,
W(L,t) aumenta como uma potência do tempo
ttLW ~),( , (2.4)
sendo o expoente chamado de expoente de crescimento que caracteriza a
dependência temporal do processo de rugosidade (processo de formação da
superfície).
Quando a observação é feita em tempos superiores ao tempo de
saturação do valor de rugosidade, existe uma relação entre o tamanho da
matriz de amostragem L e o valor de W(L,t). Esta relação é expressa por:
LLWsat ~)( (2.5)
sendo chamado de expoente de rugosidade; é o segundo expoente crítico
que caracteriza a rugosidade de uma interface saturada.
O expoente de rugosidade está relacionado com a dimensão fractal de
uma superfície, DF, por:
)(tDDF (2.6)
sendo D a dimensão de imersão do objeto fractal (1, 2 ou 3).
2.4 – Modelos de crescimento
O estudo de leis de escala no crescimento de superfícies é uma
importante ferramenta para determinar os mecanismos que governam a
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 19
evolução morfológica de uma superfície. O comportamento de escala e os
expoentes críticos (ou dimensão fractal) observados experimentalmente são
frequentemente comparados com modelos que envolvem agregação de
partículas (BARABÁSI, 1995).
2.4.1 – Modelo de Eden
O modelo de Eden proposto em 1961 para investigação da formação
de colônia de bactérias e culturas de tecidos (BARABÁSI, 1995; WAKITA,
1994) propõe que o crescimento ocorre a partir de uma região de nucleação
que pode ser uma linha, por exemplo. Novas partículas ocuparão sítios vazios
e a escolha será aleatória, com a mesma probabilidade de ocupação para
todos os sítios da interface. O resultado é uma estrutura compacta (exceto por
alguns sítios vazios próximos a borda) com superfície bastante sinuosa, como
representado na Figura 8. Os resultados numéricos para os expoentes de
rugosidade e crescimento, quando D=2, obtidos por simulação computacional
são respectivamente ~0,5 e ~0,33 (BARABÁSI, 1995).
Figura 8. – Representação esquemática de agregados formados a partir do modelo de Eden (Adaptado de BARABÁSI, 1995).
2.4.2 – Deposição via epitaxia por feixe molecular (MBE)
As teorias que descrevem interfaces que crescem governadas pelo
modelo de deposição via epitaxia por feixe molecular (molecular beam
epitaxy, MBE) levam em consideração efeitos de deposição, dessorção e
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 20
difusão na superfície.
2.4.2.1 - Teoria linear
No sistema de deposição MBE as partículas são arranjadas
aleatoriamente ligando-se a superfície. A dessorção compete com esse
fenômeno durante o crescimento e depende dos tipos de ligações que foram
realizadas e da geometria local da interface. No modelo MBE as partículas
difundem pela superfície buscando uma posição mais estável (BARABÁSI,
1995).
A equação diferencial estocástica que descreve a formação da interface
é dada por (BARABÁSI, 1995):
∂h
∂t= −K∇4h + η(x, t) (2.7)
sendo K a representação da difusão na superfície. O termo −𝐾∇4ℎ descreve
o relaxamento da superfície (GOMES, 2013).
Os resultados numéricos para os expoentes de rugosidade e
crescimento são dados pelas seguintes equações:
𝛼 = 4−𝑑
2 ; 𝛽 =
4−𝑑
8 (2.8)
2.4.2.2 - Teoria não-linear
Para análise em grandes comprimentos de escalas é necessário
considerar efeitos não lineares no mecanismo de difusão. Neste sentido, Lai-
Das Sarma e Villain simultaneamente propuseram a adição do termo não
linear 𝜆∇2 (∇ℎ2) na equação:
𝜕ℎ
𝜕𝑡= −𝐾∇4ℎ + 𝜆∇2 (∇ℎ2) + 𝜂(𝑥, 𝑡) (2.9)
Este termo está relacionado à probabilidade das estruturas difundirem para
posições energeticamente mais estáveis e sua relevância no processo de
crescimento aumenta com a temperatura.
Os resultados numéricos (BARABÁSI, 1995) para os expoentes de
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 21
rugosidade e crescimento são dados pelas seguintes equações:
𝛼 =4−𝑑
3; 𝛽 =
4−𝑑
8+𝑑 (2.10)
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 22
3 – MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo são descritos os materiais utilizados e métodos de
caracterização. Todos os procedimentos foram realizados nos laboratórios do
Grupo de Materiais Nanoestruturados – GMN
(http://araguaia2.ufmt.br/gmn/index.html).
3.1 – Cultivo de Candida albicans
O fungo da espécie Candida albicans (ATCC1 14053) foi utilizado no
desenvolvimento deste trabalho. Todos os procedimentos foram elaborados
utilizando a metodologia padrão para cultivo de microrganismos (HARTUNG,
2002). A vidraria utilizada foi lavada, seca e esterilizada em autoclave modelo
Vitale Plus (Figura 9.a). Foram utilizadas placas tipo petri com diâmetro de
90,0 e 50,0 mm para repique e observação de crescimento do fungo,
respectivamente. Todo procedimento foi realizado em capela de fluxo laminar
modelo ESCO com painel de controle microprocessador SENTINEL® (Figura
9.b). O crescimento da C. albicans ocorreu em estufa para cultura
bacteriológica a 36 1ºC, modelo Odonto Bras ECB1 Digital (Figura 9.c).
A cultura estoque de C. albicans foi mantida no escuro em água
destilada e temperatura ambiente. A partir da cultura estoque, foram
preparados repiques em meio de cultura Agar Sabouraud Dextrose, SD,
(Prodimol Biotecnologia®) em concentração de 65 g.L-1 de acordo com
1 ATCC - American Type Culture Collection
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 23
indicação do fabricante. Os meios de cultura foram esterilizados a 121 ºC
durante 15 minutos e armazenados a uma temperatura entre 2 e 5ºC.
Figura 9. – (a) autoclave Vitale Plus, (b) capela de fluxo laminar vertical SENTINEL
e (c) estufa para cultura bacteriológica OdontoBras.
A partir das placas de repique com auxílio de uma alça de platina, a
solução estoque foi preparada com 9 mg de massa fúngica dispersa em 10
mL de solução fisiológica.
3.2 – Fotossensibilizador Eosina
A eosina utilizada neste trabalho foi obtida da Merck Chemical em
solução alcoólica a 2%. A concentração utilizada nos testes de PDI foi de 1
mM.
3.3 – Contagem de colônias
Existem dois métodos para quantificação da população de
microrganismos: o método da contagem em placa e a espectrofotometria.
Enquanto o método de contagem em placa indica o número de
microrganismos viáveis (vivos) a espectrofotometria indica o número total, ou
seja, microrganismos vivos e mortos (PERES, 2012).
Neste trabalho utilizou-se a contagem em placas que consiste na
repetida diluição de uma amostra em solução fisiológica até que o resultado
(a) (b) (c)
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 24
seja suficiente para a contagem na placa. É necessário alcançar entre 25 e
250 colônias por placa. Menos que 25 ou mais que 250 não são considerados
resultados confiáveis. Cada colônia visualmente separada de outra é indicada
como uma unidade formadora de colônias (UFC).
Neste trabalho, foi retirado 1 mL da solução estoque descrita
anteriormente e adicionado a um tubo de ensaio com 9 mL de solução
fisiológica. Esta é a diluição 1/10 ou 10-1. Desta dissolução foi retirado 1 mL e
adicionado a outro tubo de ensaio com 9 mL de solução fisiológica, resultando
na diluição 10-2. A repetição destes passos é conhecida como diluição
seriada. Foi retirada uma alíquota de 0,3 mL de cada diluição, para
espalhamento na placa com meio SD que posteriormente foram incubadas
por 24 horas. A representação do procedimento é visualizada na FIGURA 10.
FIGURA 10. - Procedimento da diluição seriada e imagens das placas de petri
referentes a cada etapa de diluição.
Este procedimento indica o número de colônias por mL. Após contagem
das colônias em placas ficou constatado que a diluição apropriada para
estudo foi a 10-4 que apresentou 156 colônias. Este procedimento foi repetido
em triplicata e os resultados das contagens indicaram sempre o mesmo fator
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 25
de diluição. Os cálculos foram realizados com a seguinte expressão:
UFC = (número de colônias) x 10 x (diluição utilizada para contagem)
Neste trabalho:
UFC = 156 x 10 x 104 = 1,56 x 107 UFC/mL
indicando que a quantidade de Candida viva por mL de solução utilizada é da
ordem de 107.
3.4 - Experimento de susceptibilidade
Para o experimento de susceptibilidade da C. albicans frente a PDI,
foi utilizado um laser de diodo (Flex/B&W TEK®) (detalhe na FIGURA 11) com
luz de comprimento de onda de 532 nm e potência de 3 mW, no escuro e
temperatura de 22 ºC (CARDOSO, 2012).
FIGURA 11. - No detalhe, laser de diodo Flex B&W TEK. Montagem do procedimento de irradiação por luz laser das soluções com C. albicans. Laboratório GMN.
Para os experimentos de PDI e análise da dinâmica de crescimento
das colônias, foram utilizadas as diluições 10-4 do fungo, preparadas em
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 26
solução fisiológica ou em solução do FS eosina (1 mM). A distância de
separação entre o laser e o microtubo com a solução (medida a partir da saída
do feixe laser e o fundo do microtubo) foi de 10,0 cm. As dispersões com
volume de 300 L foram irradiadas em microtubos e posteriormente utilizadas
para inoculação em placas de petri ou análise microscópica. A montagem do
procedimento para irradiação do fungo é mostrada na FIGURA 11.
3.5 – Análise da dinâmica de crescimento das colônias
Para análise do crescimento das colônias de C. albicans foram
inoculados 5L da solução com 107 UFC/mL na parte central de placas de
petri ( 50 cm) com meio SD. A fim de analisar a influência da irradiação com
e sem a presença do FS foram realizados experimentos similares, sendo que
o fungo foi irradiado com e sem a presença do FS. Para estes experimentos,
o tempo de contato ou tempo de pré-irradiação entre o fungo e o FS foi igual
a 5 min. A fluência utilizada para as dispersões irradiadas foi de 80 J/cm2 (10
min e potência de 3mW). Após irradiação, 5 L das soluções foram inoculadas
em placas de petri, de modo que foi possível analisar o crescimento do fungo
sem irradiar e irradiado na presença e ausência do FS. Os experimentos foram
realizados em triplicata. O crescimento foi acompanhado com registro
fotográfico de 24 em 24h utilizando uma câmera digital Samsung ES25 (12.2
MP).
3.6 – Espectroscopia na região de ultravioleta a visível
Os espectros de absorção na região ultravioleta-visível (190 - 900nm)
foram obtidos em espectrofotômetro Thermo Genesys 10 UV, (FIGURA 12)
utilizando cubeta de quartzo.
A obtenção dos espectros está relacionada com a emissão de um feixe
de luz que sofre difração em um prisma que incide sobre a amostra a ser
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 27
analisada. Esta por sua vez, absorve parte da emissão em um comprimento
de onda especifico sendo que quanto maior for a quantidade e a concentração
do material a ser analisado maior será sua absorbância (PAVIA, 2010).
FIGURA 12. - Espectrofotômetro THERMO, modelo Genesys 10s.Laboratório GMN.
3.7 – Microscopia Óptica
A microscopia óptica possibilita o aumento de imagens através da luz
que, após incidir sobre determinada amostra, passa por um conjunto de
lentes. O microscópio óptico possui dois sistemas de lentes convergentes: a
objetiva e a ocular. A objetiva fornece uma imagem real e aumentada da
amostra, enquanto a ocular projeta uma imagem virtual e aumentada da
imagem real que se formou com a objetiva (CERIDÓRIO, 2011).
Além de ampliar a imagem de um objeto, o microscópio aumenta o
poder de resolução do olho humano, ou seja, a capacidade de distinguir dois
pontos muito próximos um do outro. Geralmente, microscópios têm um limite
denominado “poder de resolução” da ordem de ~ 0,2 µm, assim as lentes
conseguem mostrar dois pontos distintos se estes estiverem separados por
distâncias de pelo menos 0,2 µm. O aumento total do objeto observado é
calculado multiplicando-se os valores do aumento da objetiva e da ocular
(COELHO, 2011).
O microscópio óptico é usado na caracterização e exame de materiais,
sendo que as informações são obtidas através de luz transmitida ou refletida.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 28
Microscópios ópticos consistem basicamente de uma fonte de luz, um
condensador e dois sistemas de lentes, além de outros acessórios e são
capazes de produzir imagens com aumentos variados de 10x a 1000x.
Câmaras fotográficas acopladas a um microscópio óptico permitem o registro
de imagens (WEST, 1992; de SOUZA, 1998).
3.7.1. – Microscopia de Fluorescência
A microscopia de fluorescência utiliza-se de base de um microscópico
óptico com algumas características adicionais. Beneficia-se da capacidade de
alguns materiais que possuem fluorescência própria, mas o uso de corantes
específicos possibilita a visualização da estrutura de vários materiais, que
somente podem ser observados com o auxílio desta ferramenta tornando-se
indispensável em análises biológicas. Os microscópios possuem filtros
especiais chamados de filtros de excitação e filtros de barragem. Algumas
substâncias absorvem a energia da radiação ultravioleta emitindo depois
radiação dentro do espectro de luz visível. Microrganismos corados por um
corante fluorescente aparecem como objetos luminosos quando observados
com luz ultravioleta. (TABOGA, 2001).
Neste trabalho foi utilizado o corante vital laranja de acridina (14 g.L-1)
que fluoresce verde quando as células do fungo estão viáveis e vermelho-
alaranjado quando estão mortas. A solução do corante foi colocada em
contato com a dispersão dos fungos por 5 min. Após este período a solução
é centrifugada com solução fisiológica por 10 min em 2000 rpm. O
procedimento é repetido até completa remoção do corante. O fungo fica no
fundo do microtubo e posteriormente é depositado em lâminas para análise
microscópica.
Para a investigação morfológica das leveduras foi utilizado o
microscópio óptico Nikon Eclipse Ci/L apresentado na FIGURA 13. O
equipamento possui câmera fotográfica digital e refrigerada, pela qual as
imagens são obtidas. A câmara de vídeo de alta resolução, modelo DS-Ri1 é
conectada a uma placa de captura de imagens (NikonDigitalDS-U3 unidade
de controle) que por sua vez está conectada em um computador (Dell, Core
i5).
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 29
Figura 13. – Microscópio de fluorescência Eclipse Ci/L (Nikon Ltd., Japão), e
representação esquemática das partes constituintes do equipamento. Laboratório GMN
3.8 – Microscopia de força atômica
A invenção do microscópio de força atômica contribuiu
significativamente para a nanotecnologia e seus criadores receberam o
prêmio Nobel em 1986. A técnica tem promovido grande impacto na ciência
de materiais graças à possibilidade de obter imagens em escalas que podem
chegar ao nível atômico (BRITO, 2012). No microscópio de força atômica
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 30
a)
b)
(AFM, do inglês atomic force microscope) as imagens são geradas através da
medida das forças de atração ou repulsão entre a superfície da amostra e uma
sonda ou agulha bem fina que varre a superfície da amostra (CARDOSO,
2012).
Figura 14. - a) Representação esquemática do sistema de obtenção de imagens; b) equipamento Nanosurf® EasyScan II utilizado para realização das imagens.
Laboratório GMN.
A FIGURA 14 mostra o equipamento NanoSurf EasyScan II utilizado
para realização das medidas de caracterização da superfície do filme. As
medidas foram realizadas em condições ambiente no modo contato
intermitente. As imagens foram obtidas em uma janela de varredura de 10 x
10 m com resolução de 512 x 512pixeis. As agulhas utilizadas são de cristal
de silício e cobertura reflexiva de alumínio, com constante de força de 0,2N/m
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 31
e frequência de ressonância de 13kHz.
3.9 – Processamento das imagens para análise fractal
As imagens macroscópicas foram capturadas com uma câmera digital
Samsung ES25 (12.2 MP) e armazenadas em formato digital. Foi utilizado o
software livre ImageJ para tratamento das imagens. O programa está
disponível para download em http://rsb.info.nih.gov/ij/download.html. A
FIGURA 15 é a representação do ambiente de trabalho para processamento
de imagens do programa ImageJ.
Figura 15. - Representação da interface do programa ImageJ para tratamento das imagens.
O método para determinação da dimensão fractal é adequado apenas
para imagens binárias, de modo que as cores das imagens não são
importantes para a análise, que processa apenas informações em escala de
cinza. As imagens foram limiarizadas e separadas em dois grupos: um grupo
com pixels com escala de cinza abaixo do limiar e outro com pixels de escala
de cinza acima do limiar. Informações referentes ao meio ou qualquer tipo de
contaminação podem ser removidas durante o tratamento, selecionando
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 32
apenas as imagens referentes às colônias.
Figura 16. – Representação do método de contagem de caixas e gráfico log log da
contagem de caixas em função do tamanho.
As dimensões fractais foram obtidas pelo método de contagem de caixa
(box-counting). Esse método consiste em sobrepor à imagem uma malha de
quadrados e contar o número de quadrados necessários para cobrir toda a
forma (COELHO, 1995). O tamanho das caixas é alterado diversas vezes
(FIGURA 16) e a dimensão fractal corresponderá a inclinação da reta de
ajuste em um gráfico logarítmico da contagem de caixas em função do
tamanho das caixas, como ilustrado na FIGURA 16.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 33
4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
A apresentação dos resultados tem início na observação dos espectros
dos materiais utilizados na região do ultravioleta a visível (UV-Vis). Os
resultados são complementados com investigações da susceptibilidade da C.
albicans, morfologia do fungo e análise da dinâmica de crescimento de
colônias.
4.1 – Espectroscopia na região do UV-Vis
A Figura 17 mostra os espectros na região do UV-Vis para o FS eosina,
diluído em solução fisiológica com concentração de 1mM. A banda mais
intensa do FS está entre 440 e 540 nm com absorbância máxima em 512 nm
indicando que o comprimento de onda de 532 nm usado para a irradiação com
laser é adequado para testes de fotoinativação. Os picos em 254, 300, 340 e
512 nm são tipicamente descritos na literatura (ZHANG, 1998) e não sofrem
alteração quando o FS é posto em contato com o fungo, sugerindo que o FS
não agrega e que não há alteração estrutural do fungo na presença do FS. O
processo de irradiação também não altera a posição dos picos, como
mostrado na Figura 17. Para melhor visualização os espectros foram
normalizados. O detalhe na figura mostra a absorção referente à dispersão de
C. albicans, com uma banda entre 240 e 300 nm que pode estar relacionada
a absorção do ergosterol (esterol semelhante ao colesterol em células
animais), que é um dos principais componentes da membrana plasmática em
fungos (ARAMI, 1997).
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 34
200 300 400 500 600 700 800
250 300 350 400 450 500
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
Ab
so
rbân
cia
Comprimento de onda (nm)
C. albicans
Ab
so
rbâ
nc
ia
Comprimento de onda (nm)
Eosina + C. albicans/ irradiado
Eosina + C. albicans
Eosina 262nm
FIGURA 17. – Espectro UV-Vis do FS eosina e da dispersão de C. albicans + FS
antes e após irradiação de luz laser por 10 min. O detalhe na figura mostra o espectro de UV-Vis da C. albicans.
4.2 – Susceptibilidade da C. albicans
O método de contagem de colônias em placas de petri (JORI, 2006)
inoculadas com o fungo irradiado com e sem a presença de eosina foi utilizado
para avaliar a eficiência da inativação da C. albicans, sem pré-irradiação, ou
seja, o FS foi colocado em contato com o fungo e imediatamente irradiado. O
gráfico da FIGURA 18 mostra a fração de sobrevivência da C. albicans em
função da fluência aplicada. Os números de colônias avaliados foram
normalizados para permitir a comparação. Os resultados indicam que para
altos valores de fluência a C. albicans pode ser inativada com a combinação
de FS + laser (=532nm). Apenas o uso do laser não produz alterações
significativas na fração de sobrevivência, o que reforça a hipótese de eficácia
do FS eosina + laser na susceptibilidade de C. albicans.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 35
0 100 200 300 400
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
C. albicans sem FS (controle)
C. albicans com FS F
raç
ão
de
so
bre
viv
en
cia
Fluência (J/cm2)
FIGURA 18. – Frações de sobrevivência da dispersão de C. albicans (controle) e C.
albicans + FS sem pré-irradiação, em função da fluência aplicada ( = 532 nm; 3 mW)
Embora a susceptibilidade tenha sido alcançada, os altos valores de
fluência (150 e 400 J/cm2) podem causar hipertermia (BROWN, 2003; SILVA,
2014). Neste trabalho escolhemos utilizar a fluência de 80 J/cm2 com base em
outros trabalhos que indicam que a C. albicans associada a diferentes FSs
pode ser inativada com fluências que variam de 18 a 100 J/cm2 (BAGNATO,
2008; DEMIDOVA, 2005; BARBÉRIO, 2013).
O gráfico da FIGURA 19 mostra a fração de sobrevivência da C.
albicans em função do tempo de contato ou de pré-irradiação. Os resultados
confirmam que este é um parâmetro que deve ser considerado e que a fração
de sobrevivência do fungo é reduzida à medida que forem aumentados os
tempos de pré-irradiação.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 36
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Candida albicans
C. albicans + laser + FS ( 10min)
C. albicans + laser + FS ( 30 min)
C. albicans + laser + FS ( 2h30)
C. albicans + laser + FS (12h00)
Fra
çã
o d
e S
ob
rev
ivê
nc
ia
FIGURA 19. – Frações de sobrevivência da dispersão de C. albicans (controle) e C. albicans + FS com diferentes tempo de pré-irradiação. A fluência aplicada foi de
80J/cm2 ( = 532 nm; 3 mW).
De acordo com Wainwright (WAINWRIGHT, 1998) pouco tempo de
contato entre o FS e o microrganismo pode causar alguns danos na parede
celular após a exposição a luz, ao passo que um maior tempo de pré-
irradiação pode ocasionar ruptura de ácidos nucléicos. Segundo Demidova
(DEMIDOVA, 2005) a C. albicans bem como outros fungos são mais
resistentes a fotoinativação devido à presença de uma membrana nuclear que
atua como uma barreira adicional. Entretanto, deve-se levar em consideração
que tempos menores são desejáveis para o controle clínico de candidíase,
principalmente em bebes e crianças (BARBÉRIO, 2013).
4.2.1 – Microscopia de fluorescência
A microscopia de fluorescência associada a marcadores adequados
dão indicação da viabilidade celular. O corante vital, laranja de acridina,
penetra nas células, intercala o DNA intacto e fluoresce verde. Se lesada, as
células aparecerão vermelha-alaranjada (WARTIG, 1992). A FIGURA 20 A
mostra imagens de C. albicans corada com laranja de acridina. A FIGURA 20
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 37
B e C são imagens do fungo após processo de fotoinativação com tempo de
pré-irradiação igual a 10min e fluência de 80 e 200 J/cm2, respectivamente.
As imagens de microscopia corroboram os resultados de viabilidade.
A) C. albicans
B) C. albicans + FS (80 J/cm2) C) C. albicans + FS (200 J/cm2)
FIGURA 20. – Microscopia de fluorescência para C. albicans A) sem irradiar
(aumentos de 40 e 100x); B) irradiada com fluência de 80 J/cm2 e C) irradiada com fluência de 200 J/cm2. Para B e C, tempo de pré-irradiação foi igual a 10 min e aumento de 40x.
4.3 – Efeito da inativação fotodinâmica na morfologia da
C. albicans
Embora a microscopia de fluorescência indique a viabilidade celular, a
técnica não revela detalhes sobre os danos que podem ocorrer durante a
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 38
morte celular ocasionada pelo processo de fotoinativação. Por outro lado, a
microscopia de força atômica (AFM) pode revelar detalhes da estrutura da
célula o que permite uma análise mais detalhada das irregularidades
causadas durante a fotoinativação.
C. albicans C. albicans (80 J/cm2)
FIGURA 21. – Imagens de AFM para C. albicans antes e após a irradiação com o FS
e fluência de 80J/cm2.
A FIGURA 21 mostra as imagens de AFM em 2D e 3D para C. albicans
sem irradiar e irradiada com FS, tempo de pré-irradiação igual a 10 min e
fluência de 80 J/cm2. Como esperado, é possível notar que as células fúngicas
são aproximadamente esféricas, ou seja, são leveduras com dimensões de 3
a 5m. Após a irradiação, as estruturas apresentam formas irregulares com
reentrâncias consistentes com as encontradas por Kim e colaboradores (KIM,
2011) em investigação de morte celular de C. albicans por ação de
antifúngicos. A estrutura tridimensional da C. albicans foi alterada e os valores
do eixo Z, que correspondem a altura da estrutura celular, diminuíram após o
µm
0
0.25
0.5
0.75
1
1.25
1.5
1.75
2
2.25
2.5
2.75
3
0 2 4 6 8 10 µm
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
µm
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
1.2
0 2 4 6 8 10 µm
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 39
processo de fotoinativação como mostra a FIGURA 22.
FIGURA 22. – Perfis de altura de C. albicans antes e após inativação com FS + laser.
Os perfis foram obtidos de uma seção transversal das imagens da Figura 4.5.
Os perfis de altura da FIGURA 22 obtidos das imagens de AFM revelam
que após o processo de fotoinativação a parede celular do fungo parece ter
sido rompida, levando a uma diminuição da altura do fungo. Os resultados de
AFM indicam que a inativação da C. albicans pode ocorrer com danos na
parede celular gerados pelo efeito combinado do FS associado à exposição
de luz laser. Outros autores também associam a hipótese de danos na
membrana como causadora da morte celular (KIM, 2011; LAMBRECHTS,
2005; MELO, 2012; PRATES, 2010).
De acordo com os resultados apresentados, a fotoinativação é
alcançada usando o corante eosina como FS associado à exposição de luz
laser com = 532nm e 3mW, quando a fluência aplicada for próxima de 150
J/cm2, o que equivale a 19min de irradiação. A inativação também foi
alcançada quando o tempo de pré-irradiação foi de 12h. As duas condições
são extremas principalmente quando pensamos em tratamento de candidíase
bucal, onde o FS pode ser ingerido e alterado pela saliva do paciente. O alto
valor de fluência também aumenta o “tempo de cadeira” do paciente. Uma
alternativa pode estar no aumento da concentração do FS, que certamente
reduzirá os outros dois fatores. Mais estudos precisam ser realizados
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 µm
µm
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 µm
µm
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 40
incluindo testes de toxicidade para análise do limite máximo aceitável para a
concentração de eosina.
Em resumo, os resultados indicam que a eosina é candidata a FS na
inativação da C. albicans que deve ocorrer devido a danos causados nas
paredes celulares. Embora os experimentos tenham sido realizados in vitro,
os parâmetros avaliados na inativação da C. albicans, como o tempo de pré-
irradiação e fluência aplicada, podem nortear a aplicação do FS em terapia
fotodinâmica.
4.4 – Dinâmica de crescimento
A segunda parte desta investigação teve o objetivo de avaliar a
evolução temporal do crescimento de colônias de C. albicans em função da
irradiação das colônias com e sem a presença do FS eosina. Os dados foram
analisados a luz da teoria de análise fractal. Essa avaliação pode indicar os
mecanismos responsáveis pela reprodução e difusão do microrganismo que
por sua vez podem ajudar a identificar novas estratégias clínicas.
A evolução morfológica e a análise de contornos das colônias de C.
albicans foram morfometricamente avaliadas através de imagens fotográficas,
em diferentes condições de crescimento. O comportamento investigado foi a
dependência do crescimento radial das colônias inoculadas em função da
irradiação de luz laser (= 532nm). Para avaliar apenas a influência do laser,
as colônias foram irradiadas com a adição do fotossensibilizador vermelho de
eosina e também na ausência desse corante.
A FIGURA 23 mostra a evolução do padrão morfológico e evidencia
que as colônias crescem bidimensionalmente sobre as placas de ágar. É
possível observar ainda que o procedimento de irradiação interfere na
evolução temporal e espacial do crescimento das colônias e que estas
evoluem para uma forma altamente compacta. Tal comportamento também
foi encontrado no crescimento de Escherichia coli e Bacillus subtilis (FAMILY,
1995).
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 41
C. albicans
(sem irradiar)
C. albicans
(irradiada 10min)
C. albicans+eosina
(irradiada 10min)
FIGURA 23. – Influência do processo de irradiação na evolução temporal do crescimento de colônias de C. albicans.
A FIGURA 24 mostra as interfaces fractais correspondentes aos
diferentes tempos de observação do crescimento das colônias. A
dependência do processo de irradiação das células, que interfere no tamanho
e na forma do crescimento, é mais bem visualizada nestas imagens de
contorno. As imagens foram binarizadas usando o software ImageJ.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 42
FIGURA 24. – Evolução temporal do contorno das colônias de C. albicans. Cada
contorno corresponde a um tempo de captura das imagens dos crescimentos das colônias.
A cinética de crescimento do microrganismo pode ser obtida do estudo
da dependência do raio médio, R, das colônias em função do tempo, t. As
FIGURAS 25, 26 e 27 mostram os gráficos log-log que podem ser ajustados
pela lei de potência proposta por Family (FAMILY, 1995):
ttR ~)( , (4.1)
sendo o expoente de crescimento. O valor de é obtido da inclinação dos
gráficos e depende de detalhes dos processos físicos, químicos e biológicos
que controlam o crescimento da colônia. Ou seja, é proporcional ao número
de fungos capazes de se dividirem, disponibilidade de nutriente e espaço
(FAMILY, 1995).
Através dos gráficos mostrados nos detalhes das FIGURAS 25 a 27, é
possível estimar a velocidade de crescimento ou taxa de expansão radial das
colônias, que varia quando o fungo é submetido à exposição de luz laser. Os
resultados morfométricos obtidos para C. albicans são apresentados na
TABELA 1.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 43
10 100
5
10
15
20
0 100 200 300 400 500 600 7002
4
6
8
10
12
14
16
18
Raio
médio
(m
m)
Tempo (h)
Ra
io M
éd
io (
mm
)
Tempo (h)
C. albicans sem irradiar
FIGURA 25. - Raio médio da colônia em função do tempo para C. albicans sem
irradiação.
10 100
5
10
15
0 100 200 300 400 500 6002
4
6
8
10
12
14
Raio
méd
io (
mm
)
Tempo (h)
Ra
io M
éd
io (
mm
)
Tempo (h)
C. albicans irradiada
FIGURA 26. - Raio médio da colônia em função do tempo para C. albicans irradiada
por 10 min.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 44
100 200 300 400 500 6000,1
1
100 200 300 400 5000.0
0.5
1.0
1.5
2.0
Raio
Méd
io (
mm
)Tempo (Horas)
Ra
io M
éd
io (
mm
)
Tempo (h)
C.albicans + eosina (irradiada)2
FIGURA 27. - Raio médio da colônia em função do tempo para C. albicans com eosina irradiada por 10 min.
TABELA 1. – Dados morfométricos da análise de crescimento de colônias de C. albicans em função da exposição à luz laser.
* (t0: tempo correspondente ao início da visualização do crescimento; ts: tempo
correspondente ao início da saturação do crescimento; vcres: taxa de expansão radial
da colônia; Rmax: raio máximo da colônia; : expoente de crescimento; DF: dimensão
fractal e : expoente de rugosidade).
A formação das colônias em meio ágar é 7,5 vezes mais lenta para o
crescimento do fungo na presença do fotossensibilizador, FS, e exposto à luz
* C. albicans
(sem irradiar)
C. albicans
(irradiada)
C. albicans
(com eosina e irradiada)
t0 12 h 12 h 90 h
ts 345 h 350 h 330 h
vcres 58 19 m/h 49 2 m/h 11 1 m/h
Rmax 14,45 0,14 mm 10,96 0,24 mm 1,70 0,05 mm
0,33 0,01 0,37 0,02 0,69 0,05
DF 1,03 0,03 1,09 0,06 1,17 0,06
0,97 0,91 0,83
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 45
laser ( = 532nm,10 min, 3mW). Por outro lado, o tempo de saturação do
diâmetro das colônias ocorre após aproximadamente 14 dias de cultivo para
as três configurações investigadas. Provavelmente, esta saturação está
associada à diminuição de nutrientes e/ou ressecamento do meio de cultura.
Como mostrado nos detalhes das FIGURAS 25 a 27, o raio das
colônias aumenta linearmente com o tempo e o raio máximo é alterado pela
incidência de luz laser. As inclinações desses gráficos indicam a velocidade
média ou taxa de expansão do crescimento das colônias que dependem de
uma variedade de fatores externos, tais como disponibilidade de nutriente, pH
do meio e temperatura (BRÚ, 2003). A taxa de expansão foi reduzida na
presença de FS e exposição à luz laser, provavelmente devido ao processo
de inativação fotodinâmica das colônias (BARBÉRIO, 2013). De acordo com
Cardoso (CARDOSO, 2004) uma diminuição na taxa de crescimento pode
gerar alterações na composição da superfície celular, o que afetaria a
susceptibilidade dos microrganismos aos agentes antimicrobianos visto que a
atuação dos antifúngicos está associada ao crescimento e atividade
metabólica.
As sequências de contornos apresentados na FIGURA 24 foram
utilizadas para a determinação da dimensão fractal, DF, através do método de
contagem de caixas. O expoente de rugosidade, , foi determinado através
da relação DF= D- e os valores estão listados na TABELA 1. Vale ressalvar
que embora as colônias cresçam bidimensionalmente sobre o meio de cultura,
os expoentes críticos determinados neste trabalho foram obtidos através da
análise do contorno das bordas das colônias, levando então, o problema para
um escala unidimensional como representado na FIGURA 28.
FIGURA 28. – Representação de uma colônia quase circular e linearização dessa
expansão radial.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 46
Valores com expoente de rugosidade, ~ 1 e de crescimento ~ 0,3
como os encontrados para as colônias cultivadas sem a interferência do FS,
indicam que a dinâmica de crescimento pode ser descrita pela equação 2.9
que propõe o crescimento e a relaxação da interface dominados pelo
processo de difusão. Para D = 1 os expoentes previstos teoricamente são:
=1 e =0,33 (BARABÁSI, 1995). O modelo de crescimento proposto por Eden
(BARABÁSI, 1995) para explicar o processo de proliferação de células
corresponde a proposta mais simples para crescimento celular, baseada na
deposição aleatória de partículas e no fenômeno de agregação. Os resultados
apresentados estão em desacordo com o proposto por Eden e indicam que o
processo de crescimento pode ser caracterizado pela difusão das células na
superfície (-K4h) e que o número de células é conservado (12(h)2), isto
é, a dessorção celular deve ser insignificante.
Quando a C. albicans + FS é irradiada, os valores dos expoentes
críticos encontrados através da análise do contorno das bordas são: =0,83
e =0,69. Especificamente com relação ao expoente de crescimento, o valor
determinado é muito maior que o previsto por vários modelos teóricos
(BARABÁSI, 1995, HORVÁTH, 1991). Porém, os resultados encontrados
estão de acordo com o determinado para a evolução de interface em
experimentos com fluidos viscosos em meio poroso (HORVÁTH, 1991) e são
consistentes com a relação de escala proposta por Family (FAMILY, 1990)
+/ = 2, isto é: 0,83 + 0,83/0,69 = 2,03. Esta equação também foi satisfeita
na análise do crescimento do fungo Aspergillus nidulans (MATSUURA, 2000).
O crescimento da C. albicans pode ter sido inibido pelo fenômeno de
fotoinativação (BARBÉRIO, 2013) e alterou os expoentes de escala. Portanto,
a variação na taxa de crescimento da colônia deve ser considerada como um
fator de modificação no padrão do desenvolvimento do fungo.
Da observação experimental, é possível inferir que a proliferação deve
ser inibida em zonas mais interiores das colônias e, portanto, a análise das
bordas pode dar indicações a respeito da relação entre a habilidade de
proliferação e a distribuição espacial do fungo. Esta análise de bordas também
é importante no estudo de crescimento de tumores. Um grupo de
pesquisadores espanhóis (BRÚ, 2003; BRÚ, 1998) propõe que as células dos
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 47
contornos dos tumores se tornam mais malignas que as do centro das
colônias devido ao processo de duplicação celular que aumenta o número de
aberrações cromossômicas, ou seja, a malignidade das células aumentaria
com o raio do tumor. Eles investigaram 15 linhas celulares tumorais e todas
exibiram exatamente a mesma dinâmica de crescimento descrita pela classe
universal MBE que é caracterizada pela taxa de crescimento linear, difusão
celular nas bordas das colônias ou tumores e proliferação restrita as bordas,
ou seja, inibição do crescimento no interior das colônias ou tumores. Nossos
resultados, embora realizados em colônias de fungos C. albicans estão de
acordo com o previsto no citado estudo e indicam que é possível alterar essa
dinâmica de crescimento através do fenômeno de fotoinativação. Foi
mostrado que a expansão radial da colônia é significantemente reduzida pela
atuação do FS na presença de luz laser indicando que é possível alterar a
forma e o crescimento das colônias de C. albicans.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 48
5 - CONCLUSÃO
Neste trabalho foi analisado o crescimento do fungo C. albicans e sua
viabilidade frente a inativação fotodinâmica combinando o FS eosina e luz
laser (532 nm). A susceptibilidade foi alcançada para valores de fluência
acima de 150 J/cm2 ou altos tempos de pré-irradiação. Resultados de
microscopia de fluorescência associado ao corante vital laranja de acridina
confirmam os resultados de viabilidade. Microscopia de força atômica indica
que a morte celular deve ocorrer devido a danos ocasionados na parede
celular do fungo gerado pela combinação do FS + laser.
Foi demonstrando que a teoria fractal é adequada na análise da
variação morfológica que ocorre durante o crescimento das colônias. Através
de processamento de imagens foi possível estimar parâmetros referente à
fractalidade do sistema.
O estudo da evolução temporal do crescimento de colônias de
microrganismos pode indicar os mecanismos responsáveis pela reprodução e
difusão que podem ser descritos por meio de modelos de crescimento de
interfaces fractais. Os resultados mostraram que a formação das colônias é
mais lenta para o crescimento do fungo + FS após fotoirradiação e o raio
máximo das colônias também é alterado assim como a taxa de expansão que
foi significantemente reduzida quando comparada aos sistemas sem FS. Este
é um resultado interessante visto que há estudos que indicam que a eficácia
de agentes antimicrobianos está associada ao crescimento das colônias.
Os valores dos expoentes de rugosidade e crescimento indicam que
quando o fungo é irradiado sem a presença do FS, a dinâmica de crescimento
é a mesma encontrada para a C. albicans sem fotoirradiação, que podem ser
descritos por crescimento da colônia com relaxação da interface e dominado
pelo processo de difusão. A presença do FS altera a dinâmica de crescimento
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 49
e os valores dos expoentes críticos sugerindo que a fotoirradiação interfere na
dinâmica e na taxa de crescimento das colônias, devendo ser, portanto, um
fator a ser considerado no padrão de desenvolvimento do fungo. De acordo
com os modelos analisados é possível inferir que a proliferação deve ser
inibida em zonas mais interiores da colônia e, portanto, a análise das bordas
de colônias pode dar indicações a respeito da relação entre a habilidade de
proliferação e a distribuição espacial do fungo.
Em resumo, mostramos que a eosina pode ser considerada candidata
a FS na inativação do fungo C. albicans, que o processo de inativação deve
ocorrer devido a danos gerados na estrutura da parede celular e que a
fotoirradiação altera o processo de crescimento das colônias. Estes resultados
podem nortear a aplicação do FS em terapia fotodinâmica e ser considerado
como ponto de partida para investigações futuras relacionados, por exemplo,
na diminuição do tempo de pré-irradiação e/ou fluência utilizada. É provável
que o aumento da concentração do FS reduza os parâmetros mencionados,
e este estudo deve vir acompanhado de uma análise da toxicidade do FS
eosina.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 50
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WAKITA, J.; KOMATSU, K.; NAKAHARA, A.; MATSUYAMA, T.;
MATSUSHITA, M. Experimental Investigation on the Validity of
Population Dynamics Approach to bacterial Colony Formation. Journal of
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WANG, H.; LU, L.; ZHU, S.; LI, Y.; CAI, W. The Phototoxicity of Xanthene
Derivatives Against Escherichia coli, Staphylococcus aureus, and
Saccharomyces cerevisiae. Current Microbiology, 52, 1 – 5, 2006.
WARTIG, M. Detecting sterility or vitality of microorganism in nutrient
media by staining with controlled amount of acridine orange then
fluorescence microscopy, for e.g. sterility determn. Of fermentation
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WEST, D.; SKOOG, D. A.; HOLLER, F. J. Fundamentos de Química
Analítica, 8ª edição, Thomson, 1992. 1026.
ZHANG, F.; ZHAO, J.; ZANG, L.; SHEN, T.; HIDAKA. H.; PELIZZETTI, E.;
SERPONE, N. Photoassisted degradation of dye pollutants in aqueous
TiO2 dispersions under irradiation by visible light. Journal of Molecular
Catalysis A: Chemical, 120, 173 – 178, 1997.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 64
APÊNDICE
DIVULGAÇÃO
As comunicações realizadas neste período foram:
A.1 – Artigos publicados
1) MACIEL, RAFAEL R. G., DE ALMEIDA, ADRIELE A., GODINHO, ODIN
G. C., GORZA, FILIPE D. S.,PEDRO, GRACIELA C., TRESCHER,
TARQUIN F., SILVA, JOSMARY R., DE SOUZA, NARA C., Ascorbic
Acid and BSA Protein in Solution and Films: Interaction and Surface
Morphological Structure. BioMed Research International. v.2013, p.1
- 7, 2013. http://dx.doi.org/10.1155/2013/4613650
2) SOUZA, NARA C. DE, GOMES, MARCIO N., MACIEL, RAFAEL R. G.,
SILVA, ROMÁRIO J. DA, TRESCHER, TARQUIN F., GORZA, FILIPE
D. S., PEDRO, GRACIELA C., CORREA, KENNEDY C. S., SOUZA,
MARCIO C. R., SILVA, JOSMARY R. Evaluation of the Antimicrobial
Activity of Stryphnodendron barbatiman against Citrobacter freundii.
Materials Sciences and Applications v. 04, p.780 - 785, 2013.
http://dx.doi.org/10.4236/msa.2013.412099.
A.2 – Artigo submetido
1) FILIPE D.S. GORZA, TARQUIN F. TRESCHER, GRACIELA C.
PEDRO, JOSMARY R. SILVA, NARA C. de SOUZA, Interaction and
surface morphological structure of chlorophyll-BSA complex.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 65
A.3 – Artigos em preparação:
1) TRESCHER, TARQUIN F., da SILVA, ROMÁRIO J., SILVA,
JOSMARY R., de SOUZA, NARA C., Photodynamic inactivation of
Candida albicans
2) TRESCHER, TARQUIN F., da SILVA, ROMÁRIO J., SILVA,
JOSMARY R., de SOUZA, NARA C., Growth dynamic of Candida
albicans colony.
A.4 – Participações em congresso internacional
1) TRESCHER, T. F., GORZA, FILIPE D. S., PEDRO, G. C., ALMEIDA,
A. A., SILVA, J. R., SOUZA, N. C. Complexes ofacetylsalicylicacid-
BSA. In: 21th Latin American Symposium on Solid State Physics,
Villa de Leyva – Colômbia (30/09 – 4/10/2013).
2) GORZA, F. D. S., SILVA, R. J., TRESCHER, T. F., PEDRO, G. C.,
CORREA, K. C. S., MORAES, M. L., SILVA, J. R., SOUZA, N. C.
Photoisomerizationof congo red encapsulated by DPPC vesicles as a
possible approach for release control in drug delivery.In: European
Materials Research Society, Strasbourg – França (27/ – 31/05/2013).
3) GORZA, F. D. S., PEDRO, G. C., TRESCHER, T. F., MORAES, M. L.,
SILVA, J. R., SOUZA, N. C. Interaction and stability of chlorophyll-BSA
complexes In: European Materials Research Society, Strasbourg –
França (27/ – 31/05/2013).
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 66
4) PEDRO, G. C., GORZA, F. D. S., TRESCHER, T. F., ALMEIDA, A. A.,
SOUZA, N. C., SILVA, J. R. Fractal structures in casting films from
chlorophyll In: 21th Latin American Symposium on Solid State
Physics, Villa de Leyva – Colômbia (30/09 – 4/10/2013).
5) GORZA, F. D. S., SILVA, R. J., TRESCHER, T. F., PEDRO, G. C.,
CORREA, K. C. S., MORAES, M. L., SILVA, J. R., SOUZA, N. C.
Photoisomerization of congo red encapsulated by DPPC vesicles as a
possible approach for release controlin drug delivery In: 21th Latin
American Symposium on Solid State Physics, Villa de Leyva –
Colômbia (30/09 – 4/10/2013).
A.5 - Participações em congressos nacionais:
1) TRESCHER, T. F., GORZA, F. D. S., PEDRO, G. C., ALMEIDA, A. A.,
SILVA, J. R., SOUZA, N. C. Interaction of acetylsalicylic acid and BSA
complexes In: II Encontro de Física do Centro-Oeste,Brasília/DF,
2012.
2) SOUZA, N. C., GOMES, M. N., MACIEL, R. R. G., SILVA, R. J.,
TRESCHER, T. F., GORZA, F. D. S., PEDRO, G. C., SOUZA, M. C. R,
SILVA, J. R. Evaluation of the antimicrobial activity of Stryphnodendron
barbatiman against Citrobacter freundii In: III Workshop, Barra do
Garças, 2013.
3) GORZA, F. D. S., PEDRO, G. C., ALMEIDA, A. A., TRESCHER, T. F.,
SILVA, J. R., SOUZA, N. C. Interaction and stability of Chlorophyll BSA
complexes In: II Encontro de Física do Centro-Oeste, Brasília/DF,
2012.
Viabilidade e dinâmica de crescimento de Candida albicans 67
A.6 - Participação em banca examinadora
1) Trabalho de conclusão de curso de graduação. Participação em banca
de Marco Antônio de Carvalho Faria, Morfologia e Molhabilidade em
Biossistemas, 2013. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto
Universitário do Araguaia. (N.C. de Souza, J.R. Silva, T.F.Trescher).