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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA INFERÊNCIAS EM COLUNA DE DESTILAÇÃO MULTICOMPONENTE Alexandre Casagrande Teixeira Florianópolis, Junho de 2003

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Page 1: INFERÊNCIAS EM COLUNA DE DESTILAÇÃO … · sistema de controle de colunas de destilação, pois na maioria das indústrias de transformação, 80% do custo operacional energético

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

INFERÊNCIAS EM COLUNA DE

DESTILAÇÃO MULTICOMPONENTE

Alexandre Casagrande Teixeira

Florianópolis, Junho de 2003

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Monografia

Identificação

Nome: Alexandre Casagrande Teixeira

CPF: 02912488966

Matrícula PRH-ANP/MCT N0: 2001.0450-0

Tipo de Bolsa: Graduação

Orientador: Nestor Roqueiro

Tema: Inferências em Coluna de Destilação Multicomponente

Florianópolis, Junho de 2003.

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Agradecimentos

Aos professores do Departamento de Engenharia Química.

À Agência Nacional do Petróleo – ANP

Aos meus colegas de trabalho do Laboratório de Controle de Processos

Aos professores Nestor Roqueiro e Ricardo Antonio Francisco Machado

À doutoranda Ana Paula Meneguelo

E em especial à minha família

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Resumo

Destilação é uma das mais importantes operações unitárias de

transferência de calor e massa principalmente na indústria de petróleo e gás na

etapa de refino. A coluna de destilação é o equipamento destinado a realização

de tal operação unitária de transferência de calor e massa. A composição dos

produtos de uma coluna de destilação é uma das principais variáveis do

processo e sua determinação um tanto quanto complexa e demorada.

Inferência é a determinação de uma variável difícil de mensurar a partir de

outras facilmente mensuráveis. A aplicação da inferência tem como objetivo

minimizar a dificuldade encontrada em determinar a composição dos produtos

e assim facilitar a aquisição destes dados. Assim nosso trabalho consistiu na

modelagem da coluna de destilação e no desenvolvimento de um modelo de

inferência de composição através de medidas de temperatura.

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Abstract

Distillation is one the most important unit operation of heat and mass

transfer especially on petroleum industry at refine stage.

Distillation column is the equipment destined for this unit operation

execution of heat and mass transfer.

The composition of distillation column products is one of the most

important variables of the process and its determination is a little complex and

slow. Inference is the determination of a hard variable to measure starting from

other variables easily measurable.

The interference application has the objective to minimize the difficult on

determine the products composition and to facilitate these data acquisition. Our

work was condensed on modeling the distillation column and to develop an

inferential model of composition by measured temperatures.

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Simbologia

Simbolo Descrição Unidade

x Fração molar -

P Pressão Pa

T Temperatura K

q Quantidade de calor trocada

kJ/s

∆H Variação de entalpia KJ/kg

∆S Variação de entropia KJ/kgK

C Constante de Henry -

N Número de componentes -

f Coeficiente de fugacidade -

ϕ Coeficiente de atividade -

sat1P Pressão de saturação Pa

L Vazão de líquido no prato teórico

Kg/s

V Vazão de vapor no prato teórico

Kg/s

K Razão de equilíbrio líquido-

vapor

-

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Capítulo 1: Introdução

1.1 Modelagem da coluna de destilação

Coluna de destilação é um dos equipamentos de separação mais

empregados na indústria química e petroquímica.

Apesar da sua larga utilização, deve ser maior a atenção dispensada ao

sistema de controle de colunas de destilação, pois na maioria das indústrias de

transformação, 80% do custo operacional energético é devido a essa operação

unitária.

Outras vezes a coluna é o equipamento que dificulta o aumento da

produção. Por exemplo, a quantidade de calor que é transferida pelo refervedor

e pelo condensador, a composição da carga, a razão de refluxo, são parâmetros

que influenciam na operação ótima da coluna. Uma das formas de solucionar

esse problema passa pelo aperfeiçoamento do sistema de controle.

Segundo Foust (1999) a destilação é uma operação de separação pela

diferença de volatilidade que envolve uma grande quantidade de energia.

Trata-se então de uma operação de transferência de calor e massa, e as

operações de transferência de calor e massa são um conjunto de técnicas e de

equipamentos destinados à separação de um ou mais componentes de uma

mistura ou solução. O projeto de uma coluna de destilação é assunto de

pesquisa e discussão em muitas instituições de ensino e empresas privadas

em todo o mundo. O dimensionamento da coluna avalia seus aspectos

construtivos como altura, diâmetro, número de estágios, fluidodinâmica das

fases, além de cálculos termodinâmicos e de transferência de massa. O projeto

de uma coluna de destilação é baseado no ponto de ebulição e na composição

dos componentes da mistura a ser separada. Desta forma, as características

da coluna são determinadas pelas relações de equilíbrio líquido-vapor da

mistura, pois a concentração de vapor de um componente depende de sua

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concentração no líquido, da pressão e também da concentração dos outros

componentes. Conseqüentemente grande parte da pesquisa da dinâmica,

estabilidade e controle de coluna de destilação fundamentam-se em dados

termodinâmicos do processo.

O desenvolvimento do modelo da coluna auxiliou no entendimento dos

fenômenos que ocorrem no processo de destilação e no conhecimento das

variáveis relevantes do processo.

1.2 Modelo de Inferência

A composição das correntes é uma propriedade dificilmente mensurável,

ao contrário das temperaturas, vazões e pressões. Classicamente opta-se pelo

controle de temperatura da coluna, procurando-se manter as temperaturas de

um dado estágio de topo e de outro de fundo dento certas faixas de variação.

Para uma destilação que não seja binária, a temperatura constante não garante

composição estacionária nas correntes de saída, apenas estima o grau de

pureza cuja precisão é insuficiente. É neste ponto onde é aplicada a inferência,

ou seja, determinação de uma variável difícil de mensurar a partir de outras

facilmente mensuráveis. A composição se enquadra perfeitamente na variável

dificilmente mensurável. Esta geralmente é determinada através de

cromatografia, análise demorada onde os resultados são obtidos em

aproximadamente quinze minutos. Um controle utilizando um cromatógrafo

torna-se muitas vezes inviável, pois o tempo entre a aquisição do dado e a

ação de controle é muito grande. Demora-se muito para se perceber a

perturbação Assim, quando a ação de controle for implementada, o estado do

sistema poderá ser completamente diferente. Assim, a inferência da

composição através da temperatura vem sendo muito estudada. A medida da

temperatura é rápida, desta forma pode-se perceber a perturbação ocorrida na

carga mais rapidamente. Conseqüentemente a ação de controle sob o sistema

também será mais rápida. No caso visto que a medida da temperatura dos

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produtos na coluna de destilação é uma medida rápida. Assim a ação do

controlador é mais rápida.

O trabalho fundamenta-se na importância do processo de destilação e

conseqüentemente nas melhorias que um modelo de inferência pode trazer a

unidade.

1.3 Estudos Preliminares

Para o desenvolvimento do trabalho algumas etapas preliminares foram

alcançadas. Inicialmente realizou-se uma revisão bibliográfica com respeito à

modelagem de coluna de destilação e modelos de inferência.

Capítulo 2: Destilação

Neste capítulo será apresentado alguns itens importantes na seleção de

um processo de separação e nos conceitos fundamentais para o entendimento

do processo de destilação.

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Para obter um melhor desempenho e redução dos custos de operação

de uma coluna é extremamente necessário o conhecimento dos princípios de

destilação.

Desta forma, a dinâmica, o controle e conseqüentemente a

estabilidade da coluna de destilação são os pontos de maior atenção da

comunidade pesquisadora.

2.1 Seleção de um processo de separação

Os processos de separação pelo equilíbrio entre fases fluidas englobam

as operações de destilação, extração líquido-líquido e absorção. Para a

seleção do processo mais adequado para um determinado projeto, é

necessária a análise dos seguintes itens:

• viabilidade

* técnica: capacidade do processo em realizar a separação

* operacional: condições externas de T e P que deverão ser evitadas

• Valor do produto x quantidade processada

• sensibilidade do produto

* degradação térmica

* oxidação

* contaminação

• características das misturas a processar

* pressão de vapor

* solubilidade

* ∆H vaporização

* tensão superficial

* viscosidade

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* polaridade

* tamanho de partículas

* tempo de ebulição

* tempo de fusão

• avaliação global

Enfim, a seleção final dependerá de considerações econômicas globais

que levam em conta a perda de solventes, o custo do tratamento de efluentes,

mão de obra, manutenção, a pureza desejada para o produto, etc.

Embora a destilação seja uma das operações mais utilizadas,

principalmente devido à facilidade de instrumentação e de controle automático,

o baixo custo de mão de obra, a existência de equipamentos padrão, o que

gera um investimento menor, o grande número de trabalhos publicados em

literatura aberta, o que gera um conhecimento razoavelmente profundo sobre o

assunto, a destilação muitas vezes pode não ser a melhor alternativa. Algumas

das situações onde sua utilização requer atenção tem-se a utilização de

produtos termolábeis (substâncias que são destruídas ou perdem suas

propriedades em baixas temperaturas), a necessidade de condições extremas

de T e P e volatilidade muito próximas.

2.2 Os Conceitos

Segundo Foust (1999) a destilação é uma separação pela

diferença de volatilidade que envolve uma grande quantidade de energia.

Embora a principio possa parecer uma operação simples e de fácil definição

“separação pela diferença de volatilidade” não se pode esquecer de que existe

em cada fase, uma resistência associada ao movimento do soluto, a qual,

numericamente relaciona-se com o inverso do coeficiente de transferência de

massa, e entre as duas fases existe uma interface. O que governa esta

interface é o equilíbrio termodinâmico, e este equilíbrio é peça fundamental

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para a transferência de massa entre as fases, já que delimita regiões de

transporte.

Trata-se então de uma operação de transferência de massa, e as

operações de transferência de massa são um conjunto de técnicas e de

equipamentos destinados à separação de um ou mais componentes de uma

mistura ou solução. O conhecimento dessas operações, por sua vez, está

intimamente relacionado à concepção de um projeto de processos. Neste, além

das operações, está incluído o dimensionamento do equipamento no qual

ocorrerá o fenômeno de separação.

Uma pequena descrição dos tipos de destilação é apresentado abaixo:

• destilação de equilíbrio

Leva-se o líquido a uma temperatura intermediária entre o início e o fim

da ebulição, deixando que a fase vapor formada, alcance o equilíbrio com a

fase líquida àquela temperatura.

• destilação diferencial ou aberta

Aquecendo-se uma mistura líquida até sua temperatura de ebulição e

retirando continuamente os vapores produzidos; a medida que transcorre a

operação o líquido se empobrece em componentes mais voláteis, elevando-se

continuamente a temperatura de ebulição da mistura; da mesma forma os

vapores produzidos são cada vez mais pobres em componentes mais voláteis,

e sua temperatura de condensação aumenta continuamente.

• destilação multicomponente

Utiliza relações de equilíbrio, balanço de massa e de entalpia. A

concentração de equilíbrio de vapor de um componente depende não apenas

da sua concentração no líquido e da pressão, mas também da concentração de

todos os outros componentes no líquido. Por isso, é necessário dispor de

dados sobre as relações de equilíbrio de um componente em função das

variações de composição de todos os outros componentes.

Em uma destilação binária, a especificação da composição e da

recuperação de um componente em uma extremidade de uma coluna, a razão

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de refluxo e a localização do estágio de carga definem o sistema. Na

multicomponente, as mesmas especificações também definem o sistema, mas,

as composições completas em cada extremidade da coluna não são

conhecidas. Para que se façam os cálculos estágio a estágio, a fim de se

determinar o número necessário de estágios para uma dada recuperação, é

necessário admitir uma hipótese sobre as composições completas do destilado

e do produto de cauda e depois fazer os cálculos, estágio a estágio no sentido

da carga.

Os cálculos estágio a estágio são baseados nos cálculos de ponto de

bolha e de ponto de orvalho acoplados aos balanços de massa em cada

estágio.

Ponto de Bolha

�=

=N

1iiiKz1

ii zx =

iii Kxy =

�=

=N

1i

Satiibolha PzP

Ponto de Orvalho

�=

=N

1i i

i

Kz

1

i

ii K

zx =

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1N

1iSati

iorvalho P

zP

=��

���

�= �

A temperatura e a relação líquido-vapor da alimentação podem ajustar-

se para qualquer composição total dada de modo que a entalpia total da

alimentação que entra é igual às entalpias combinadas do produto líquido de

cabeça e da cauda, assim, para 1 mol de alimentação:

HF = ZF*HD+(1-ZF)*HB onde ZF é a fração molar do componente mais volátil na

alimentação combinada.

Coluna adiabática q=qB=-qD

Aumento de entropia no líquido utilizado na condensação –q/TD

Perda de entropia do fluido usado na ebulição: q/TB

O aumento líquido de entropia dos dois meios permutadores de calor é:

��

���

−=∆

BD T1

T1

*qS

Pode-se assegurar teoricamente uma maior economia de calor por um

fornecimento progressivo de calor ao longo de todo o comprimento da coluna

abaixo do prato de alimentação ao invés de fornecer apenas ao refervedor e

pela retirada progressiva de calor ao longo da coluna acima do prato de

alimentação, em vez de retirar apenas do condensador do alto da coluna. Em

tais circunstâncias, a linha operatória pode teoricamente fazer-se coincidir

completamente com a linha de equilíbrio e conduzir a uma redução da carga

térmica àquela que é exigida pela separação reversível. Resumidamente, o

processo de destilação é realizado de duas formas distintas:

1) Processo continuo: a mistura entra e os produtos da destilação saem

continuamente

2) Processo em batelada: a mistura é colocada de uma única vez. É feita

a destilação e os produtos são retirados.

Direcionada nossa atenção para colunas de destilação da industria do

petróleo, o processo continuo é o mais importante.

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A destilação ocorre com a transferência de calor e massa e a separação

dos componentes da fase liquida através de sua vaporização parcial ocorre nos

chamados pratos da coluna. Esses pratos são seções horizontais, uma espécie

de bandeja, de onde os vapores produzidos são normalmente mais ricos nos

componentes mais voláteis do que no líquido, o que possibilita a separação.

Um esquema de uma coluna típica é apresentado abaixo:

Figura 01 – Esquema simplificado da coluna de destilação

O refervedor gera vapor, que é mais rico no componente mais volátil,

que sobe pela coluna. Esse vapor entra em contato com o liquido do prato se

enriquecendo ainda mais, sendo purificado à medida que sobe pela coluna. A

destilação fracionada como é chamada, é considerada uma sucessiva

destilação simples onde o liquido evapora e é condensado. A coluna deve ter o

número de pratos suficientes para que o vapor que chega ao topo tenha

composição adequada para formar o destilado especificado no condensador

instalado no topo da coluna.

Uma parte do condensado retorna a coluna constituindo o refluxo (reflux)

e o restante é retirado como produto de topo.

A coluna é dividida ainda em duas seções:

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1) seção de retificação – localizada acima do ponto de alimentação, que

visa enriquecer o vapor;

2) 2) seção de stripping – localizada abaixo do ponto de alimentação que

visa o empobrecimento do liquido que vai sair pela base da coluna.

2.3 Aplicação da Termodinâmica

2.3.1 Alguns diagramas importantes

Diagramas de ebulição

Apresenta-se a composição da mistura líquida com a temperatura de

ebulição a pressão constante.

Diagramas de pressão de vapor

Nestes diagramas se representam as composições das misturas frente à

pressão parcial de vapor de cada componente, a uma temperatura

determinada. São representadas também nestes diagramas as pressões totais

como soma das pressões parciais exercidas por cada componente.

Diagramas de equilíbrio

São representadas as composições do líquido frente a do vapor em

equilíbrio, a pressão total constante.

2.3.2 Desvios da idealidade

Para a maior parte das misturas a pressão total obtida para uma dada

temperatura é a diferença da prevista pela lei de Raoult.

Lei de Raoult

PA = xA*PA

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PB = xB*PB = (1-xA)*PB

É muito mais comum os desvios positivos, quando a pressão total é

maior que a prevista pela lei de Raoult, que os desvios negativos.

Figura 02 - Gráficos de Desvio da Idealidade.

• Nas dissoluções muito concentradas o comportamento se aproxima muito

da lei de Raoult

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• Em misturas muito diluídas e para o comportamento que se encontra em

menor proporção, pode-se aplicar a lei de Henry.

PA=C*xA

A pressão de um componente no vapor é proporcional a sua

concentração no líquido.

2.3.3 Equilíbrio Líquido-vapor

Os dados do ELV (P, T, x, y, V/F) podem ser medidos, mas a

determinação experimental é complexa mesmo para sistemas binários. A

termodinâmica fornece a formulação matemática para que o equilíbrio de fases

possa ser analisado por meio de cálculos. Mas os dados experimentais

continuam sendo necessários.

Supondo um problema fundamental: sistema com N componentes, sem

a ocorrência de reações químicas.

Variáveis da regra das fases: T, P, 2(N-1) frações molares

Nº de variáveis=2+2N-2

Pela regra das fases, com π = 2; F=N, isso indica que, das 2N variáveis

apenas N são independentes.

Se N variáveis forem especificadas, as outras N podem ser

determinadas pela resolução do sistema de N equações de equilíbrio do tipo:

....N 2, 1, i f̂f̂ Vi

Li ==

A fase vapor normalmente é descrita em termos do coeficiente de

fugacidade, então Pyˆf̂ iVi

:Vi ϕ= .

A fase líquida pode ser descrita em termos do coeficiente de fugacidade,

ou em termos do coeficiente de atividade:

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sati

sati

0i

0iii

Lii

Li

Li Pf onde, fxf̂ou Pxˆf̂ ϕ=γ=ϕ=

A equação da isofugacidade fica, então:

PxˆPyˆf̂f̂ iLii

Vi

Li

Vi ϕ=ϕ�=

Abordagem “ϕ ϕ” é aplicável a misturas bem comportadas, apolares. Por

exemplo, as misturas de hidrocarbonetos (petróleo, frações de petróleo e gases

associados). Os coeficientes de fugacidade são calculados, tanto no líquido

como no vapor por equações de estado. As pressões de saturação, pela

equação de Antoine (ou similar):

3

21

Sati

ATA

AP

Pln

+−=��

���

onde A1, A2 e A3 constantes da equação de Antoine.

Os coeficientes de atividade por modelos para a energia livre de Gibbs

em excesso (GE); Margules, NRTL, (Uniquac etc) [7]. Estes modelos incluem

parâmetros de interação binária que devem ser determinados a partir de dados

experimentais. Esses parâmetros são obtidos a partir de um cálculo de

otimização dos dados experimentais, utilizando a abordagem γϕ (representa a

fugacidade da fase líquida utilizando o coeficiente de atividade e uma

fugacidade de referência) para representar as fugacidades, e o modelo de GE

para o qual se deseja obter os parâmetros.

Sendo assim, pode-se efetuar uma simplificação na equação da

isofugacidade e jogar toda a não idealidade nos coeficientes de atividade. A

simplificação que normalmente é feita é:

satI

viˆ ϕ=ϕ o que resulta em: sat

iiii PxPy ⋅γ⋅=⋅

A lei de Raoult (como já citada) é obtida considerando-se a fase líquida

como uma solução ideal (γ=1), e obtêm-se:

satiii PxPy =

PP

xysati

ii =

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Essa lei se aplica a uma solução líquida ideal em equilíbrio com um

vapor que é um gás ideal.

A maioria dos sistemas não segue a lei de Raoult, e são descritos em

termos dos desvios em relação à lei de Raoult.

Numa dada temperatura, sat1P e sat

2P são constantes e a curva P contra xi

da lei de Raoult é uma reta. Os desvios em relação à lei de Raoult podem ser

observados no diagrama P-x-y, desenhando-se simultaneamente a curva de

equilíbrio experimental ou calculada e a reta P-x1 da lei de Raoult. Os desvios

são chamados de positivos, quando as pressões de equilíbrio estão acima da

pressão de Raoult e, negativos quando acontece o inverso.

2.3.4 Diagramas de fase de sistemas miscíveis

Podem ser determinados experimentalmente ou através de cálculos.

Convenção:

Componente 1 é sempre o mais volátil, ou seja, menor temperatura de ebulição

e maior pressão de vapor.

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Figura 03 – Diagramas Temperatura vs Composição e Pressão vs

Composição

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Capítulo 3: Controle de Coluna de Destilação

Quando o assunto é otimização, supervisão e controle de processos, a

industria petroquímica é a que mais investe e que sempre está à frente das

outras industrias, devido a sua grande complexidade e a quantidade de volume

processado. A implantação de um sistema de controle requer,

necessariamente, a otimização da planta de produção. Não faz sentido

supervisionar e controlar processos pouco eficientes, investindo em tecnologias

e equipamentos que na maioria das vezes apresenta custo elevado. Após a

etapa de otimização define-se a estratégia de controle a ser implementada.

Nesta etapa são especificadas as variáveis a serem controladas, as variáveis a

serem manipuladas e toda a instrumentação necessária (sensores, válvulas,

etc).

Os modelos matemáticos são ferramentas preciosas na análise e no

controle de processos, através da simulação, e, portanto com conhecimento de

um modelo do processo, é possível analisar o seu comportamento para

diferentes condições de operação. Cabe salientar que esta forma de análise é

mais rápida e segura do que realizar testes em uma planta real.

Os objetivos do controle de processo na operação de unidade industrial

são:

1) suprimir a influencia das perturbações;

2) estabilizar o estado operacional de um processo; e

3) otimizar o desempenho de um processo.

Em um processo o sistema de controle é a entidade responsável pela

monitoração das saídas, pela tomada de decisões sobre qual a melhor entrada

a ser manipulada para que seja obtida o comportamento desejado para a

variável de saída e pela implementação efetiva destas decisões no processo.

3.1 Configuração de um sistema de controle

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Dependendo da estrutura primária da tomada de decisão em relação a

aquisição da informação e implementação final da decisão, um sistema de

controle pode ser configurado de diferentes maneiras. As duas configurações

mais comuns são: o controle com retroalimentação (controle “feedback”) e o

controle antecipativo (controle “feedforward”).

Uma malha de controle consiste, basicamente, de quatro componentes:

1) elemento de medida;

2) controlador;

3) elemento final de controle;

4) processo a ser controlado.

Os tipos de sistemas de controle podem ser divididos em: controle

manual e controle automático.

Os sistemas de controle automático clássicos podem ser classificados

em quatro tipos principais:

1) Controlador de duas posições, também chamado de ON/OFF;

2) Controlador proporcional (P);

3) Controlador proporcional-integral (PI);

4) Controlador proporcional-integrativo-derivativo (PID);

Capítulo 4 – Software Utilizado – hysys

O software hysys consiste num programa destinado a simulação de

vários processos químicos. O programa permite ao usuário montar a planta do

processo a qual se quer estudar e simular sua operação nas condições

desejadas. O software simula as operações apenas para o estado estacionário.

Abaixo apresenta-se as interfaces gráficas do software.

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Figura 04 – Janela Principal

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Figura 05 – Entrada dos dados de alimentação

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Figura 06 – Entrada dos parâmetros de operação da coluna.

Capítulo 5: Revisão Bibliográfica

[Devido ao grau de importância do estudo de inferência, muitos trabalhos

já foram publicados na comunidade científica. Pode-se citar em controle de

coluna de destilação, Joseph e Brosilow (1978). Estes autores utilizaram uma

combinação linear de temperatura e razões de fluxo para estimar a composição

dos produtos.

Yu e Luyben (1984) propuseram um controle múltiplo de

temperatura onde medidas distintas de temperatura foram escolhidas para

detectar mudanças dos componentes na alimentação. Avaliaram tanto no

estado estacionário quanto no transiente e os resultados mostraram uma ótima

eficiência de seu sistema de controle.

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O projeto de uma coluna de destilação é baseado no ponto de ebulição e

na composição dos componentes da mistura a ser separada. Desta forma as

características da coluna são determinadas pelas relações de equilíbrio líquido-

vapor da mistura, pois a concentração de vapor de um componente depende

de sua concentração no líquido, da pressão e também da concentração dos

outros componentes. Conseqüentemente grande parte da pesquisa da

dinâmica, estabilidade e controle da coluna fundamentam-se em dados

termodinâmicos do processo. Para determinar o número necessário de

estágios para uma dada recuperação é necessário admitir hipóteses sobre as

composições completas do destilado e do produto de fundo, haja vista que

essas composições não são conhecidas.

Os cálculos estágio a estágio são baseados nos cálculos de ponto de

bolha e de orvalho juntamente aos balanços de massa em cada estágio,

conforme citado anteriormente.

A resolução destes problemas pode ser feita utilizando métodos gráficos,

porém mesmo para misturas binárias esta resolução dos problemas tem sido

realizada através de métodos matemáticos mais sofisticados. Mesmo assim o

método gráfico possibilita um melhor entendimento da separação binária, para

então passar ao estudo de misturas multicomponente.

O balanço de massa ao redor do estágio n+1. As correntes Ln+1 e Vn-1

entram no estágio, enquanto as correntes Ln e Vn saem do estágio.

Ln+1 Vn

Vn-1 Ln

No estado estacionário temos:

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Ln+1xn+1 + Vn-1yn-1 = Vnyn + Lnxn

Em virtude da destilação envolver vaporização e condensação da

mistura, é requerida grande quantidade de energia representando o maior

percentual do consumo global de energia de uma planta.

Um dos objetivos principais é a redução da taxa de perda de energia e

conseqüentemente um aumento no rendimento do processo.

Um método efetivo de redução de energia é o aquecimento e

resfriamento lateral.

Pradubsripetch et al (1994) propôs um método de análise de energia

para sistemas de destilação multicomponente com o objetivo de identificar as

regiões de aquecimento e resfriamento para facilitar a aplicação de novas

tecnologias direcionadas a reduzir as perdas de calor e energia da coluna. Com

este método é possível determinar localizações apropriadas para a instalação

de trocadores de calor intermediários.

Um outro ponto crítico e muito discutido é o controle de uma coluna de

destilação. Várias maneiras e métodos vêm sendo apresentados para a

aplicação de sistemas de controle.

Skogestad (1997) realizou uma pesquisa critica de trabalhos publicados

sobre dinâmica e controle de coluna de destilação. Concluiu que nos últimos

anos a sociedade cientifica obteve resultados significantes. Esses resultados

incluem colunas multicomponentes, instabilidade em colunas simples,

geralmente binária com termodinâmica ideal, a compreensão da diferença

entre várias configurações de controle e a transformação sistemática entre

estes.

Um outro ponto é o uso de estimadores de regressão simples para

calcular composição através da medida de temperaturas, e um entendimento

do comportamento dinâmico de colunas de destilação que incluem um

entendimento melhor da diferença entre fluxo interno e externo. Além disso,

houve avanços significativos para casos de misturas de equilíbrio

termodinâmico complexo. Estes incluem o comportamento e controle de

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colunas de destilação azeotrópica, e a possível dinâmica complexa de misturas

não ideal.

Classicamente opta-se pelo controle de temperatura da coluna,

procurando-se manter as temperaturas de um dado estágio de topo e de outro

de fundo dento certas faixas de variação. Para uma destilação que não seja

binária, a temperatura constante não garante composição constante nas

correntes de saída, apenas estima o grau de pureza cuja precisão é

insuficiente. É neste ponto onde é aplicada a inferência, ou seja, determinação

de uma variável difícil de mensurar a partir de outras facilmente mensuráveis. A

composição se enquadra perfeitamente na variável dificilmente mensurável.

Esta geralmente é determinada através de cromatografia, cujo tempo de

resposta é em torno de quinze minutos. Um controle utilizando um

cromatógrafo torna-se muitas vezes inviável, pois o tempo entre a aquisição do

dado e a ação de controle é muito grande. Assim, quando a ação de controle

for dada, o estado do sistema poderá ser completamente diferente. Assim a

inferência da composição através da temperatura vem sendo muito estudada,

visto que a medida da temperatura dos produtos na coluna de destilação é uma

medida muito rápida.

Este trabalho fundamenta-se no trabalho desenvolvido por Joseph e

Brosilow (1978), porém usando uma combinação linear entre temperatura e

razões de fluxo para estimar a composição dos produtos. A partir das relações

matemáticas apresentadas por estes pesquisadores será desenvolvido um

modelo de inferência. Este modelo utilizará um pacote computacional de

destilação multicomponente como sub-rotina para o programa principal. A

validação deste modelo será obtida com a aplicação de dados obtidos de

simulações de destilação realizadas no simulador Hysys.

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Capítulo 6: Desenvolvimento e Resultados

6.1 Equacionamento

Joseph e Brosilow (1978), usaram uma combinação linear de

temperatura e razões de fluxo para estimar a composição dos produtos.

O modelo linearizado parte do princípio de que há uma relação linear (ou

que pode ser bem aproximada como linear) entre as variáveis dependentes

não-medidas e as variáveis independentes. Seja, portanto y o vetor coluna que

representa a fração molar de impureza no topo e no fundo. A relação linear

entre y e as variáveis independentes (composição da carga) u e as variáveis

independente medida (pressão do condensador, vazão de refluxo, vazão de

vapor para o refervedor) m é dada por:

Y = BT.u + C.m (1)

Da mesma forma, temos para o vetor coluna de temperaturas que:

θθθθ = AT.u + P.m (II)

Fazendo

θ - P.m = AT.u

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A.( θ - P.m) = A.AT.u

(A.AT)-1.A.( θ - P.m) = u

Substituindo a expressão resultante de u em (I) vem

Y = BT.(A.AT)-1.A.( θ - P.m) + C.m

Y = GT.( θ - P.m) + C.m onde G = (A.AT)-1.AT.B

Y = D. θ + E.m onde D = GT E = C – GT.P

Vemos que é possível escrever y em função apenas de variáveis

medidas, θ e m. As matrizes A, B, C e P são determinadas a partir de

regressão linear de dados experimentais. Segundo a literatura, a obtenção por

regressão destas matrizes ao invés de utilizar regressão direta para chegar a D

e E é mais vantajosa.

O controle indireto da composição usado na coluna é baseado na

seleção de temperaturas de alguns pratos da coluna que promovam uma boa

inferência para o controle da qualidade dos produtos para diferentes condições

de alimentação. Isso é baseado no perfil de temperatura da coluna com

diferentes composições de alimentação, fixando a qualidade do topo e da base

e mudando as variáveis manipuladas.

O conjunto de dados simulados foram gerados na coluna de

destilação(depropanizadora) montada no simulador Hysys, com trinta pratos

teóricos e como modelo termodinâmico a equação de Peng-Robinson.

A carga continha os seguintes compostos: metano, etano, propano,

propeno, isobutano, n-butano, 1-buteno, isobuteno, trans,2-buteno, cis,2-

buteno, 1,3-butadieno e n-pentano.

O conjunto de dados foi gerado com perturbações na carga em

torno do ponto de operação.

Componente

(Perturbação)

Fração

Molar (I)

Fração Molar

(II)

Fração

Molar (III)

Fração

Molar (IV)

Fração Molar

(V)

Metano 0.00045 0.000438 0.0004 0.000386 0.000368

Etano 0.001351 0.001315 0.0012 0.00157 0.001104

Propano 0.143983 0.143983 0.1279 0.123367 0.11768

i-Butano 0.141619 0.137848 0.1258 0.121342 0.115748

n-Butano 0.055724 0.054241 0.0495 0.047746 0.045548

n-Pentano 0.003602 0.003506 0.0032 0.003087 0.002944

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Propeno 0.324553 0.342537 0.3709 0.393194 0.421170

1-Buteno 0.075538 0.073526 0.0671 0.064722 0.061738

Cis- Buteno 0.030170 0.029367 0.0559 0.053919 0.051433

Trans-Buteno 0.090960 0.088538 0.0808 0.077937 0.074343

i-buteno 0.126534 0.123165 0.1124 0.108417 0.103418

1,3-Butadieno 0.005516 0.005369 0.0049 0.004726 0.004508

Tabela 01 – Composição da Carga para as cinco perturbações na alimentação.

Variável/Perturbação I II III IV V

Pressão

Condens.(psia)

170,7 170.7 170.7 170.7 170.7

Vazão

Refluxo(Kgmol/h)

1.03e3 1.04e3 1.05e3 1.05e3 1.07e3

Vazão Vapor Refer.

(kgmol/h)

876 878 876 878 880

Vazão Carga

(kgmol/h)

199.13 200 201.4 202.2 203.0

Tabela 02 – Condições de Operação para cada perturbação.

A partir de dados tirados da literatura para a composição da carga, foram

realizadas perturbações na alimentação, aumentando e diminuindo os valores

da fração molar do propeno, que era o composto de maior composição na

mistura. Analisando os perfis de temperatura na coluna, observou-se que

alguns pratos apresentavam maior variação de temperatura quando se

perturbava a composição da carga. Desta forma deve-se estudar quais pratos

mais sensíveis, classificando-os para o uso no desenvolvimento da inferência.

6.2 Escolha das temperaturas

O vetor de temperaturas θ utilizado nos cálculos descritos acima não

abrangerá as temperaturas de todos os pratos da coluna. A utilização de todas

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as temperaturas disponíveis não é recomendável, por originar geralmente uma

matriz mal-condicionada e uma inferência conseqüentemente muito sensível a

erros de modelagem. Na prática existe um conjunto ótimo de temperaturas

para o modelo; acrescentar mais temperaturas a tal conjunto não aumenta a

precisão em relação aos dados experimentais a ponto de compensar a perda

de capacidade de predição e extrapolação, retirar alguma temperatura deste

conjunto leva a uma precisão insatisfatória.

A precisão do modelo obtido deverá ser avaliada pelo erro projetado, e o

condicionamento da matriz A pelo número de condição ou de condicionamento.

A definição destes dois critérios é a seguinte:

Número de Condição: )AA(autovalor.min)AA(autovalor.max

T

T

Erro projetado: 100xB

BG.A −

O que se deseja é obter o conjunto de temperaturas que forneça o

menor erro projetado e o menor número de condição. Quanto menor o

conjunto, menor será o número de condição, mas em compensação maior será

o erro projetado. A literatura recomenda que o número de condição seja

sempre inferior a 100(cem).

Capítulo 7: Conclusões

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Durante todo o desenvolvimento pudemos observar e concluir que a

etapa de destilação de uma forma geral e na indústria de petróleo é uma das

áreas mais pesquisada na engenharia química.

O estudo de destilação envolve conceitos muito importantes de diversos

assuntos que compõe a engenharia química, como termodinâmica,

transferência de calor, transferência de massa, controle de processos, métodos

numéricos para resolução e programação, conceitos esses, que foram

adquiridos na graduação durante a realização do trabalho. Este foi de grande

importância, pois foi possível visualizar a aplicação dos fundamentos teóricos

que estão sendo adquiridos em sala de aula. O trabalho como um todo foi uma

oportunidade única em virtude da quantidade de conhecimento adquirido.

A indústria do petróleo desde a sua descoberta até a refinaria envolve

um grande número de profissionais: geólogos de petróleo, paleontólogos,

estratígrafos, sedimentólogos, químicos, geoquímicos, geofísicos, engenheiros

mecânicos, elétricos, químicos, de minas, de perfuração, responsáveis por

cada etapa específica.

O petróleo é uma industria que movimenta muito a economia mundial e

cabe a nós o esforço e o empenho no aperfeiçoamento das técnicas existentes.

Capítulo 8 – Trabalhos futuros

Um modelo de inferência não-linear poderá ser estudado, e os

resultados dos dois modelos poderão ser confrontados, avaliando a eficiência

dos mesmos.

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Princípios das Operações Unitárias” 2ª. Edição, Guanabara Dois, 1982.

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Chemical Enginers, 2th Ed., McGraw-Hill,1990.

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Book Company, 1963.

[6] Seborg, D.E.; Edgar, T.F.; Mellichamp, D.A. “Process Dynamics

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[7] Smith, J. M.; Van Ness, H. C. “Introduction to chemical

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[8] Stephanopoulos, G. “Chemical Process Control –An introduction to

theory and practice, PTR Prentice Hall International Series in the Physical and

Chemical Engineering Sciences.

[9] Thomas, J. E. “ Fundamentos de Engenharia de Petróleo” Editora

Interciência, Rio de Janeiro, 2001.

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Alexandre Casagrande Teixeira