Índice primeira parte anÁlise de implementaÇÃo do … de... · 2015-04-06 · quadro dos...
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ÍNDICE
PRIMEIRA PARTE
ANÁLISE DE IMPLEMENTAÇÃO DO ESTATUTO DA UNTA-
CONFEDERAÇÃO SINDICAL
I- Introdução------------------------------Pág.3
II- Os Princípios----------------------------Pág.3
II.1-Princípios Fundamentais----------------Pág.4-7
II.2-Princípios de Organização--------------Pág.8-11
III- Sistema de Organização da UNTA----Pág.11 -26
III. 1- A Natureza e os Elementos dos Sistema da UNTA-CS
III.2- As Relações entre os Elementos do Sistema
III.3- Conflitos Internos
III.4- Resolução de Conflitos
IV- Mudanças da Estruturas da UNTA-CS---- Pág. 27-29
IV.1- Integração de Sindicatos Nacional na Confederação Sindical
IV.2- Integração de Novos Sindicatos
V- As Funções dos Sindicatos---------------Pág. 29-34
V.1- Função Representativa
V.2- Função Normativa
V.3-Função Reivindicativa
V.4- Função Educativa
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PRIMEIRA PARTE
ANÁLISE DE IMPLEMENTAÇÃO DO ESTATUTO DA UNTA-
CONFEDERAÇÃO SINDICAL
I- INTRODUÇÃO
O Estatuto estabelece as normas de organização, do
funcionamento e os objectivos da UNTA-Confederação
Sindical (UNTA-CS).
Determinadas normas estatutárias são objectos de
regulamentação para facilitar a sua compreensão e
aplicabilidade.
No Estatuto actual certas normas não foram devidamente
observadas e outras criaram constrangimentos no
funcionamento da Organização Sindical.
A análise do Estatuto vai incidir nos princípios, sistema de
organização, nas competências e nas perspectivas.
II- OS PRINCÍPIOS
No Estatuto actual da UNTA-CS constam dois tipos de
princípios, a saber:
Os princípios fundamentais (artigo 5º);e
Os princípios de organização (artigo 18º)
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II .1 – Princípios Fundamentais:
Do Estatuto da UNTA-CS constam os seguintes princípios
fundamentais:
a) Legalidade;
b) Liberdade;
c) Unidade
d) Democracia;
e) Equidade de Género;
f) Solidariedade; e
g) Representatividade proporcional.
II.1.1 – Princípio da Legalidade:
A actividade da UNTA-CS e das respectivas associações
sindicais baseiam-se no respeito as leis vigentes no País.
II.1.2 – Princípio da Liberdade:
A liberdade é um princípio organizacional e operacional da
UNTA- CS e das suas associações sindicais.
A liberdade sindical nem sempre é devidamente respeitada por
certos sectores do patronato, inclusive, o próprio Governo.
Em todos os níveis associativos a UNTA-CS deverá envidar
esforços para conseguir que a liberdade sindical seja exercida
pelos trabalhadores sem quaisquer constrangimentos,
devendo-se accionar, em caso de necessidade o mecanismo
da denúncia pública, ou recurso ao Tribunal.
II.1.3 – Princípio da Unidade:
A unidade constitui um princípio organizacional e operacional
da UNTA-CS, da qual emana, antes de tudo, a força da nossa
Organização Sindical, pois, na verdade, a união faz a força.
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O princípio da unidade tem sido abalado por alguns conflitos
internos que opõem estruturas de diferentes níveis
associativos, devido ao mau ambiente de trabalho resultante
da inobservância, por parte de alguns membros, de
determinados princípios da Organização.
A situação actual aconselha a rever determinadas normas
estatutárias e regulamentares e substitui-las por outras
condizentes com a nova realidade.
II.1.4 – Princípio da Democracia:
A UNTA-CS é uma Organização Sindical democrática. A
democracia é um princípio organizacional e operacional da
UNTA-CS.
Na UNTA-CS a democracia é exercida por todos os membros
e por cada um em diferentes níveis associativos na discussão
dos problemas, na tomada de decisão e na eleição dos órgãos
sociais.
Não obstante, na prática, o processo de aprendizagem
democrática tem conhecido na nossa Organização sindical,
alguns constrangimentos que urge superar mediante
aperfeiçoamento de alguns mecanismos da democracia.
II.1.5 – Princípio de Equidade do Género:
O princípio de equidade de género visa estabelecer o
equilíbrio de direitos e oportunidades entre homens e
mulheres nos locais de trabalho, no movimento sindical e na
sociedade angolana.
Apesar de não serem ainda satisfatórios os resultados já
conseguidos neste domínio denotam que a UNTA-CS está no
bom caminho. Há ainda muito trabalho a fazer para a
eliminação de alguns tabús ou preconceitos que se
manifestam em determinados homens e em certas mulheres.
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Os processos eleitorais nos diferentes níveis associativos, a
começar pela eleição das Comissões Sindicais até aos órgãos
sociais da UNTA-CS, deverão ser, na nossa modesta opinião,
espaços privilegiados e estrategicamente aproveitados, para a
inserção de mulheres nos pleitos eleitorais como candidatas
aos órgãos de decisão ou aos cargos de liderança.
II.1.6 – Princípio da Solidariedade:
Consciente de que os Sindicatos estão condenados a viverem
em solidariedade, a UNTA-CS elaborou, com base neste
princípio, uma política de solidariedade para estimular a sua
manifestação prática.
Na UNTA-CS o princípio de solidariedade tem sido aplicado em
diferentes ocasiões de luta, dentro e fora da Organização, em
prol da defesa dos interesses dos trabalhadores Angolanos e
do resto do mundo.
As manifestações de solidariedade demonstram que os
trabalhadores estão unidos e determinados a lutar contra as
injustiças sociais.
A solidariedade é uma bandeira de luta que a Organização
Sindical sempre deve hastear nos momentos decisivos.
II.1.7 – Princípio da Representatividade Proporcional
O princípio da Representatividade Proporcional tem causado
sérios constrangimentos ao exercício do princípio da
igualdade entre os membros da UNTA-CS, principalmente em
processos eleitorais.
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O princípio da representatividade proporcional deve ser
incluído nos princípios da Organização para que tenham uma
ampla aplicação na determinação das proporções ou medidas
nos casos seguintes:
a) Do cálculo do número de delegados as Conferência ou
Congressos;
b) Da equidade do género nos órgãos de decisão e no
exercício de cargos de liderança;
c) Da Constituição de Comissões Sindicais representativas de
trabalhadores de diferentes Centros de Trabalho da
Empresa; e
d) Da Constituição dos fóruns Sindicais criados pelas
Associações que operam no mesmo sector, visando a
Coordenação das actividades em prol da defesa dos
interesses comuns dos trabalhadores.
O principio da representatividade proporcional não deve ser
aplicado nos processos de eleições de órgãos sociais e de
votação de deliberações
II.2- Princípios de Organização
Consta do artigo 18º do Estatuto actual da UNTA-CS os
seguintes cinco princípios da Organização:
a) Igualdade entre os membros;
b) Eleição dos órgãos;
c) Princípio de prestação de contas;
d) Princípio do respeito pelas competências de cada
Associação;
e) Princípio da incompatibilidade.
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II.2.1 – Princípio da Igualdade
O princípio da igualdade visa dar um tratamento idêntico e
não discriminatório a todos os membros.
Como se pode verificar o princípio da igualdade não consta do
quadro dos princípios fundamentais onde, por direito, deveria
ser integrado.
Durante muito tempo, em todos os níveis associativos, o
princípio em consideração fora sacrificado a favor do princípio
da representatividade proporcional, principalmente nos
processos eleitorais;
A futura norma estatutária deverá excluir do quadro dos
princípios fundamentais o princípio da representatividade
proporcional e incluir nele o princípio da igualdade.
II.2.2- Princípio da Eleição dos Órgãos
Na UNTA-CS os órgãos são eleitos democraticamente.
Os processos eleitorais a nível da UNTA-CS realizam-se nos
nossos dias com base no princípio da representatividade
proporcional em detrimento do princípio da igualdade.
O princípio da representatividade proporcional atribui
vantagens as Associações com o maior número de delegados
e desequilibra a correlação de forças no momento de
deliberar sobre importantes assuntos constantes da agenda ou
de se eleger os órgãos sociais.
Consideramos como eleições verdadeiramente democráticas
aquelas em que os eleitores estejam nas mesmas condições
de exercer o direito ao voto.
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O artigo 52°, nº 1do estatuto estabelece o limite de dois
mandatos para o exercício de cargos executivos nos órgãos da
UNTA-CS;
Que entendimento temos nós desta norma estatutária? Porque
está previsto o limite de mandatos para o exercício de cargos
executivos nos órgãos da UNTA-CS? Será que a limitação em
consideração garante uma boa liderança ou governação da UNTA-
CS ou unicamente a alternância democrática?
A limitação de mandatos não deveria constar como norma
estatutária porque coarcta as iniciativas e vontades dos membros e
em certa medida pode penalizar a própria Organização sindical,
fazendo-a regredir ao invés de levá-la a atingir patamares mais
elevados.
Suponhamos que um líder cessante teve bom desempenho no
cumprimento dos seus dois mandatos estabelecidos pelo Estatuto.
Esse líder possui:
Uma vasta experiência Sindical;
Goza de credibilidade junto dos Trabalhadores;
Através da sua liderança a UNTA-CS granjeou prestigio junto
dos trabalhadores e da sociedade;
Alguns Sindicatos filiaram-se a UNTA-CS como
reconhecimento do seu protagonismo na defesa dos interesses
dos trabalhadores Angolanos;
A UNTA-CS é respeitada pelas suas congéneres nacionais e
internacionais.
De acordo com a norma estatutária em apreço, tal líder está
impedido de candidatar-se para um terceiro mandato por causa
do limite imposto pelo Estatuto.
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A limitação de mandatos pode ser determinada de forma natural
pelos trabalhadores no processo do exercício da democracia,
quando chega o tempo de exigirem mudanças que os titulares da
organização não são capazes de empreender: Mudam-se as
vontades e optam por novos candidatos ou candidatas.
Isto significa que a limitação de mandatos deve acontecer
naturalmente ou auto-regular por si mesma sem necessidade de
ser imposta por uma norma estatutária.
Pelas razões acima apontadas o Secretariado Executivo defende
um processo eleitoral inclusivo onde todos os membros, à luz do
Estatuto e do Regulamento Eleitoral tenham as mesmas
oportunidades para concorrer as eleições.
No" processo de revisão do Estatuto actual a limitação de
mandatos não deverá figurar como norma, mas como algo que se
regule naturalmente pelos canais da polifonia democrática.
A ideia de não limitação de mandatos é inclusiva na medida em
que respeita a alternância democrática e admite a todos,
candidatos novos e candidatos membros cessantes a participarem
em pé de igualdade no pleito eleitoral.
Os candidatos ou candidatas apresentam as respectivas
candidaturas no período estabelecido pelo Regulamento Eleitoral e
as associações sindicais, na qualidade de pessoas colectivas, não
indivíduosou pessoas singulares, pronunciam-se por escrito sobre
as candidaturas apresentadas, apoiando ou não determinado
candidato.
A candidatura para ser considerada deve ser apoiada por uma ou
mais associações sindicais.
O candidato ou candidata que reunir mais votos é eleito (a) se
não houver oposição.
Essas candidaturas e os pronunciamentos que recaem sobre elas
constituem a base da eleição dos candidatos ou candidatas.
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II.2.3- Princípio da Prestação de Contas
Este princípio obriga a todos os órgãos estatutariamente eleitos a
prestar contas de suas actividades. A prestação de contas deve ser
periódica, regular e actual.
A Organização Sindical, a todos os níveis, padece de uma
inadmissível irregularidade no que tange a prestação de contas,
agravada pela incapacidade financeira das associações sindicais de
realizar regularmente as suas reuniões estatutárias, principalmente
as dos órgãos deliberativos intermédios.
Para a saída dessa situação é fundamental a aplicação do princípio
da responsabilização das associações e dos quadros sindicais
exigindo-lhes a desempenharem cabalmente e bem as respectivas
funções.
II.2.4- Princípio do Respeito pelas competências de cada
associação ou Principio de Autonomia.
Este princípio reconhece a autonomia das Associações Sindicais que
consiste na liberdade de desenvolverem as suas actividades no
marco das suas competências.
As associações sindicais gozam de facto de autonomia.
Incompreensivelmente, o princípio de autonomia tem provocado
um grande mal-estar na nossa Organização sindical em que as
Federações têm sido as mais afectadas vivendo quase a beira da
extinção.
A má interpretação ou certas intenções veladas, por parte de
determinados Sindicatos, sobre o princípio de autonomia tem criado,
há alguns anos a esta parte, ou seja, desde a constituição da
Confederação Sindical, serias disfunções na nossa Organização
Sindical.
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O principal factor de estrangulamento, o verdadeiro problema
inibidor que tem afectado o funcionamento normal da Confederação
Sindical e que tem gerado disfunções graves nas Federações,
chama-se “Relação Sindicato - Federação”, consubstanciado em dois
aspectos fundamentais da vida da Organização, a saber:
a) O pagamento das quotas; e
b) A prestação de informação.
A situação actual das Federações é bastante constrangedora.
O problema Sindicato – Federação tem de ser devidamente
discutido e encontrar-se soluções adequadas para que essa relação
funcione harmoniosamente, devendo para o efeito aperfeiçoar-se o
mecanismo da filiação ou da vinculação do Sindicato a Federação.
II-2.5- Princípio da Incompatibilidade
Os princípio da incompatibilidade visa separar as águas que
fazem mover o moinho dos trabalhadores e as que fazem
funcionar o moinho do patronato.
Quer dizer, é necessário separar os cargos de direcção do
Sindicato com os da empresa. Os dois cargos não podem ser
exibidos ao mesmo tempo. O Sindicalista, digno deste nome,
investido em cargo de direcção não deve levar, ao mesmo
tempo, água para o moinho dos trabalhadores e água para o
do patronato.
No que respeita a defesa dos interesses dos trabalhadores o
Sindicalista deve ter uma posição bem definida, clara e não
duvidosa.
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III –SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO DA UNTA-CS
III. 1 – A Natureza e os Elementos do Sistema da
UNTA-CS.
O sistema de Organização da UNTA-CS é democrático,
independente e autónomo e integra elementos ou
estruturas de diferentes níveis , a saber:
1. Estruturas de nível Superior
UNTA-CS
2. Estruturas de nível intermédio
Federações;
Sindicatos Nacionais;
Uniões
3. Estruturas de nível de base
Sindicatos Provinciais
Secretariados Provinciais
4. Estruturas de nível de empresas
Comissões Sindicais
Delegado Sindicais.
III.2 – As Relações entre os Elementos do Sistema
III.2.1 – Fundamentos
Os fundamentos entre os elementos do sistema da
UNTA-CS são:
A interdependência;
A autonomia
A cooperação
A coordenação e/ou subordinação.
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Relações entre estruturas superiores e inferiores
As relações entre estruturas de níveis superiores e
inferiores têm como bases as seguintes:
A autonomia
A cooperação
A coordenação e/ou subordinação.
Nas relações entre as Federações e os Sindicatos as
disfunções verificam-se na falta de cooperação e de
coordenação e/ou subordinação.
É fundamental que seja estabelecida a ordem na relação
entre os Sindicatos e as Federações, pois é nesse ponto
em que a crise do sistema de organização da UNTA-CS
tem vindo a manifestar-se.
Um sistema, como é o caso da UNTA-CS só pode
funcionar bem se cada uma de suas partes ou sub-
sistemas interage eficazmente com as outras.
1. A Interdependência:
Todas as estruturas no seio da UNTA-CS, Federações;
Uniões, Sindicatos Nacionais, Sindicatos Provinciais e
Comissões Sindicais estabelecem entre si relações de
interdependência.
Nenhum elemento do sistema está desligado do
outro. Nenhuma estrutura da UNTA-CS está isolada
da outra. Todos os elementos ou partes, todas as
estruturas do Sistema formam um todo, que é a
UNTA-CS.
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2. Autonomia:
A autonomia dos Sindicatos,não obstante ter criado
mal-entendido, ainda não superado, na nossa
Organização Sindical devem ser feitos muitos esforços
para que tal conceito seja devidamente esclarecido,
bem compreendido e exercido no marco das
competências das associações sindicais.
3. Cooperação.
Nos níveis intermédios quase não tem existido
cooperação alguma entre os sindicatos e as
Federações, devido a incompreensões acerca do
termo “autonomia” dos Sindicatos, factor que tem
vindo a afectar a vida normal das estruturas sindicais
intermédias em consideração.
A cooperação exige a colaboração de todos as partes
envolvidas nessa relação para que sejam alcançados
os fins almejados ou os objectivos organizacionais.
As relações de cooperação estabeleceu-se também
entre associações sindicais do mesmo nível.
4. Coordenação/subordinação
Estabelecem-se entre as estruturas superiores e as
inferiores relações de coordenação e de subordinação.
A coordenação é exercida pela estrutura superior e a
subordinação pela estrutura inferior.
A nível intermédio, existem evidências de insubordinação
dos Sindicatos, principalmente, em relação as
Federações.
Na relação Federação/Sindicato existe um autêntico
bloqueio que emperra o funcionamento das Federações
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por causa do oportunismo que impera nos Sindicatos em
total desrespeito as normas estatutárias.
Devido ao bloqueio perpetrado pelos Sindicatos as
Federações, nenhum fundamento relacional dos quatros
a que nos referimos funciona entre as duas estruturas.
III.3 – Conflitos internos
III.3.1 – Necessidades e pressões
No ambiente interno da UNTA-CS, há algum tempo a
esta parte tem se manifestado determinadas
necessidades e pressões que não deveriam serem
ignoradas e que deram origem a conflitos internos entre
elementos do sistema ou entre as estruturas.
III.3.2 – Os níveis Associativos em que se registaram
os Conflitos.
Os conflitos entre estruturas de diferentes escalões
registaram-se nos níveis de base e intermédios, entre os
Sindicatos e as Comissões Sindicais e vice-versa, entre
as Federações e os Sindicatos e entre Uniões e
Sindicatos.
A UNTA-CS deverá concentrar a sua atenção especial na
resolução dos diferendos existentes entre as estruturas
dos níveis associativos em consideração.
III.3.1 – Natureza dos Conflitos
Os conflitos despoletados entre estruturas ou elementos
do sistema da UNTA-CS deveram-se aos seguintes
factores:
a) O sistema eleitoral actual da UNTA-CS;
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b) Necessidades ou reclamações ignoradas; e
c) Pressões entre as estruturas
1. O Sistema Eleitoral Actual da UNTA-CS
O actual sistema eleitoral da UNTA-CS está assente no
princípio da representatividade proporcional, cuja
essência é discriminatória.
Este sistema foi posto em causa pela Conferência da
União dos Sindicatos de Benguela realizada em 2010.
Agora, tal sistema está a ser repensado para permitir a
todos os membros da UNTA-CS participarem
activamente e em pé de igualdade, não só nos processos
eleitorais e na tomada de deliberações nos congressos e
Conferencias, mas também nos órgãos deliberativos, a
todos os níveis da Organização.
2. Necessidades ou reclamações ignoradas
Nas relações entre as estruturas manifestaram-se, há
alguns anos a esta parte, determinadas necessidades ou
reclamações que foram ignoradas ou não satisfeitas por
quem de direito.
2.1- Relação Sindicato – Comissão Sindicais
(CS)
Reclamações dos Sindicatos em relação as
Comissões Sindicais.
Os Sindicatos reclamam:
Fraco engajamento das Comissões Sindicais na
realização de trabalho de base com reflexos negativos
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nos níveis de representatividade e das finanças dos
Sindicato, ou seja:
Filiação dos Trabalhadores;
Cobrança das quotas; e
Mobilização de Trabalhadores.
Não prestação de informações sobre as actividades que
as Comissões Sindicais desenvolvem, colocando o
Sindicato numa posição desconfortável quanto ao
conhecimento que deve ter acerca da situação dos
trabalhadores, o que lhe permitiria agir atempadamente
na solução dos problemas que os afecta.
Devido ao pouco empenho das Comissões Sindicais a
maioria parte dos trabalhadores, em determinadas
empresas ou instituições não pagam quota, o que
diminui as possibilidades de uma intervenção mais activa
do Sindicato.
Grande parte dos representantes dos trabalhadores ao
nível das empresas desconfiam das boas relações que
alguns Dirigentes têm com as direcções das empresas,
no quadro da parceria social;
Parece existir grande desconhecimento ou intenções
veladas, por parte das Comissões Sindicais sobre o papel
do Sindicato.
Há evidências de que certas Comissões Sindicais
pretendem ter maior protagonismo do que o Sindicato,
ou usurpar as competências deste quanto a defesa da
causa e da representação dos trabalhadores.
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Tais comportamentos devem ser banidos em prol da
manutenção da ordem para impedir que o anarco-
Sindicalismo possa acampar ou fazer a sua morada no
espaço da UNTA-CS.
2.2- Reclamações das Comissões Sindicais em
Relação aos Sindicatos
As reclamações da Comissões Sindicais consistem
no seguinte:
Uma intervenção mais activa dos Sindicatos na
defesa dos interesses dos trabalhadores;
A má aplicação das quotas ou outras receitas por
parte dos Sindicatos em detrimento da realização
de actividades sindicais previstas nos Estatutos;
A reclamação de maior percentagem da quota por
parte das Comissões Sindicais em relação ao
Sindicato, o que a concretizar-se traduzir-se-ia
numa inversão comprometedora da ordem natural
das coisas a esse nível associativo;
Em alguns casos, a falta de confiança das
Comissões Sindicais em relação aos Sindicatos.
3.- Relação Federação-Sindicato
3.1- Reclamações das Federações
As reclamações das Federações em relação aos
Sindicatos são:
Os Sindicatos não pagam quotas as Federações,
nem declaram as receitas que arrecadam;
Os Sindicatos não prestam informações sobre as
suas actividades;
As relações entre Federações e Sindicatos salvo
raras excepções, são quase inexistentes, devido ao
bloqueio imposto pelos Sindicatos;
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As Federações não têm vida própria, estão a beira
da extinção. É urgente a alteração desse quadro
sombrio em que elas estão mergulhadas.
3.2- Reclamações dos Sindicatos
A reclamações dos Sindicatos em relação as
Federações são:
As Federações nada fazem em benefícios dos
Sindicatos e dos trabalhadores;
Os Sindicatos dizem que são “Independentes”. Não
se subordinam as Federações nem as Uniões.
Bem entendidas as reclamações dos Sindicatos não
têm fundamentos, devendo os mesmo pautarem a
sua conduta e a sua actividade com base no respeito
escrupuloso e incondicional das normas estatutárias
3.3 –Quota Sindical
Existem determinadas disfunções incompreensíveis
no que respeita ao pagamento da quota sindical por
parte de algumas estruturas da UNTA-CS,
principalmente, dos Sindicatos em relação as
Federações.
Tal situação precisa de ser corrigida urgentemente.
A quota deverá ser paga, pelo filiado ou associação,
pontualmente conforme estabelece o estatuto na
alínea d) ou artigo 12º.
Aplicação ou utilização das receitas da Organização,
a todos os níveis, deverá obedecer a norma
estatutária prevista no nº 1 do artigo 47º
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Em qualquer escalão da UNTA-CS, a gestão dos meios
financeiros deverá respeitar os princípios da
transparência e da democracia.
III.4- Resolução de Conflitos
IV.4.1- Mecanismo de Resolução de Conflitos
Nas políticas do ambiente de trabalho são conhecidos os
seguintes mecanismos de resolução de conflitos:
a) A conciliação;
b) A mediação; e
c) A arbitragem.
1. Conciliação
1.1- Processos de Conciliação bem Sucedidas
Apresentamos a seguir alguns exemplos de
processos de conciliação bem sucedidas, a saber:
União dos Sindicatos do Kuanza-Norte/Sindicato
dos Trabalhadores da Administração Pública e
Serviços (2012);
União dos Sindicatos do Kuanza-Sul/Sindicatos
(2012);
União dos Sindicatos do Uíge/Sindicato dos
Trabalhadores da Administração Pública, Saúde e
Serviços (2013);
Sindicato dos Trabalhadores da Administração
Pública , Saúde e Serviços/Comissão Sindical da
EPAL,( Luanda, 2014);
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1.2- Tentativas de Conciliação não bem sucedidas
A seguir apresentamos algumas tentativas de
conciliação, a saber:
União dos Sindicatos de Benguela/Sindicatos (8);
(2011);
Sindicato dos Trabalhadores Marítimos, Portuários
e Ferroviários/Comissão Sindical do Porto de
Luanda (2011);
Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes e
Comunicações Afins (Bureau Sindical da TAAG
(Luanda, 2010);
Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes
Rodoviários/Comissão Sindical da Unicargas(
Luanda, 2012);
Sindicato dos Trabalhadores Marítimos, Portuários
e Ferroviários/Comissão Sindical dos Terminais
(Luanda, 2013);
2. A Mediação
O mecanismo da mediação tem contribuído para a
resolução de determinados conflitos no seio das
Associações Sindicais.
Nas vestes de mediador, o Secretariado Executivo da
UNTA-CS contribuiu na resolução bem sucedida de
alguns conflitos que se registaram em algumas
associações Sindicais, nas províncias de Luanda,
Kuanza-Norte, Kuanza-Sul e Uige.
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3. A Arbitragem
O mecanismo da arbitragem jamais foi empregue ou
admitida na resolução de conflitos no seio da UNTA-
CS.-Porquê?
Mais uma vez vem a baile a questão da autonomia.
Pensam alguns, que o facto de as Associações
Sindicais terem, Estatutos e Regulamentos
próprioselas não se submetem as normas
estabelecidas nos Estatutos e Regulamentos das
estruturas superiores, o que constitui um paradoxo.
É preciso mudar urgentemente essa atitude errónea
que tem causado prejuízos incalculáveis a nossa
Organização Sindical.
As normas superiores têm prevalência sobre as
normas inferiores e por essa razão, devem ser
entendidas e respeitadas como tal.
Dito de outro modo, após várias tentativas das
propostas do mediador não serem aceites pelas
partes, deve-se socorrer do mecanismo de
arbitragem, que deverá ser accionado pela estrutura
superior.
Na aplicação do mecanismo de arbitragem devem
intervir as seguintes estruturas.
Em caso de conflito que opõem membros da
Comissão Sindical o Sindicato deverá arbitrar o
conflito;
No conflito entre a Comissão Sindical e o Sindicato
deve intervir como arbitro a Federação do ramo
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ou a União. Se for entre a Comissão Sindical e o
Secretariado Provincial, a União ou o Sindicato
Nacional intervirá como arbitro;
Tratando-se de um conflito entre o Sindicato e a
Federação, entre o Sindicato e a União ou entre o
Secretariado Provincial e o Sindicato Nacional, o
Secretariado Executivo da UNTA-CS deve exercer a
função de arbitro;
A arbitragem dos conflitos entre as Associações
Sindicais, na nossa opinião, deverá ser exercida
pelo Secretariado Executivo e não pela Comissão
Executiva Nacional, (alínea f) do nº 1 do artigo 34º
do Estatuto da UNTA-CS.
O Regulamento de estímulos e Sanções deverá incluir no
futuro os mecanismos de resoluções de conflitos, tais
como:
a) A conciliação;
b) A mediação; e
c) A arbitragem.
4. A Busca de Soluções Internas e Externas
1. Soluções Internas
O principio de autonomia exige que os órgãos
competentes das estruturas onde surgem os conflitos
devem ter prioridade na busca de soluções internas,
antes da intervenção das estruturas superiores, caso
se justifique.
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2. Soluções Externas
Para lá dos limites da autonomia ou da liberdade das
associações sindicais estão os poderes das estruturas
superiores, a que as primeiras devem se submeter ou
estarem sujeitas.
A intervenção das estruturas superiores na solução
dos conflitos só se justifica se ao nível das estruturas
inferiores não for possível encontrar-se uma saída ou
solução do conflito interno.
Daí a necessidade da busca de uma solução externa,
através dos órgãos competentes superiores, tendo em
conta os diferentes escalões.
IV.- Mudança da Estrutura da UNTA-CS
IV.1- Integração de Sindicatos Nacionais na Confederação Sindical
A Confederação Sindical é a estrutura de nível superior constituída por Federações e Uniões Sindicais.
A UNTA-CS é assim designada por ser integrada por Federações e Uniões. Anos após a sua constituição a UNTA-CS passou a admitir os Sindicatos Nacionais como partes ou membros da sua estrutura.
A integração de Sindicatos Nacionais na UNTA-CS constitui o factor de mudança da estrutura da Confederação Sindical.
Embora ainda persistamos temporariamente a utilizar essa designação, do ponto de vista da realidade, a Confederação Sindical mudou de natureza, deixou de ser Confederação Sindical e passou a ser Confederação Geral. Quer dizer, a UNTA-CS passará a designar-se “UNTA – Confederação Geral”,
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a qual reflecte a sua estrutura actual, ou então retorna a sua anterior designação e identidade: UNTA- Central Sindical.
IV.2- Integração de novos Sindicatos
Durante o mandato de 2010 – 2015, a UNTA-CS integrou nas suas fileiras, mediante processo de filiação, novos Sindicatos com proveniências diferentes, a saber:
Dois (2) Sindicatos Nacionais Independentes juntaram-se a UNTA-CS em função do protagonismo desta no Movimento Sindical Angolano, nomeadamente: - O Sindicato Nacional dos Empregados Bancários (SNEBA); e - O Sindicato Nacional Independente da Função Pública, Saúde e Serviços (SNIFSS).
No seio da UNTA-CS constituíram-se novos Sindicatos, de diferentes níveis associativos, fruto da desintegração de algumas das suas estruturas, designadamente: Nível Intermédio - Sindicato Nacional de Bebidas e Similares; resultante de fractura da Federação da Indústria Alimentar, Comércio, Bebidas e Tabacos; - Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários de Angola (SINTRA) por fractura da Federação dos Transportes e Comunicações e Afins (FSTTCA). Nível de Base Possível surgimento do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes aéreos como consequência da desvinculação do Bureau Sindical da TAAG e ENANA do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Comunicações e Afins (Luanda);
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- Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda (SINTENFEL), constituído após fractura do Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SINDEA); - Comissão Sindical do Porto de Luanda desvinculou-se do Sindicato dos Marítimos e Portuários e ao que parece, está a evoluir para a constituição de um Sindicato Nacional dos Trabalhadores Portuários. IV.3- O Processo de Desintegração
Desintegração significa separação de elementos de um todo ou desmembramento.
Temos de saber a razão ou a necessidade da desintegração. A desintegração pode ocorrer num processo normal ou anormal.
1. Processo Normal de desintegração O processo normal de desintegração ocorre se haver cooperação, diálogo, negociação e acordo cujo resultado produz equilíbrio de interesses das partes. Para o seu tratamento harmonioso, esse processo exige das partes, conhecimento, compreensão, capacidade e maturidade sobre a matéria crítica em consideração. As tendências actuais do movimento sindical liderado pela UNTA-CS apontam para o surgimento de novos Sindicatos Nacionais em detrimento das Federações, como atestam os casos de desintegração da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes e Comunicações e da Federação dos Sindicatos da Indústria, bem como do Bureau Sindical da TAAG e da Comissão Sindical do Porto de Luanda, que estão a evoluir para a constituição de Sindicatos Nacionais.
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Se os trabalhadores estão clamando por Sindicatos mais ligados as suas profissões, não deveríamos apoiar, em vez de nos opôr a essa tendência? O momento é propicio a reflexão sobre necessidade de se enveredar para um processo de desintegração de determinadas Federações, a saber:
Federação dos Trabalhadores dos Transportes e Comunicações Afins;
Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Indústria Alimentar, Comércio e Hotelaria;
Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Pública, Saúde e Serviço. Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes e Comunicações, poderia desmembrar-se em quatro segmentos dando origem a quatro (4) Sindicatos Nacionais, ou seja:
1. Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários;
2. Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes Aéreos;
3. Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes Marítimos e Portuários;
4. Sindicato Nacional dos Trabalhadores Ferroviários. Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Indústria Alimentar, Comércio e Hotelariaessa Federação poderia no processo de sua desintegração normal resultar na constituição de três (3) Sindicatos Nacionais, ou seja:
1. Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Hotelaria e Turismo;
2. Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Comércio; e;
3. Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria alimentar.
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Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Pública, Saúde e Serviçoessa Federação poderia desmembrar-se em dois Sindicatos, designadamente:
1. Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública.
2. Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Saúde e Serviços.
Fusão Entre Federações.
Poderia realizar-se uma fusão entre a Federações dos Sindicatos de Trabalhadores da Indústria, Metalúrgica, Extrativa e Química e a Federação da Indústria Transformadora para a constituição do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias.
Estas são questões quea Organização deve reflectir de forma serena e séria para encontrar as soluções adequadas para cada caso. 2.Processo Anormal de Desintegração
Este processo acontece quando há rotura entre as partes devido a falta de ambiente de diálogo ou seja a cooperação, o diálogo e a negociação. O Programa de Acção da UNTA-CS orienta que se deve “Privilegiar o diálogo” para se evitar as roturas na nossa Organização Sindical. Os processos de desintegração até agora havidos ocorreram sob a forma de rotura, tendo dado origem a elementos centrífugos (que fogem do centro) nos níveis de base e intermédio que converteram-se depois em elementos centrípetos (que afluem ao centro), por manterem as novas estruturas constituídas no sistema de organização da UNTA-CS.
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Enfim, regozijamo-nos com o facto de que as novas estruturas resultantes da desintegração, não se desencaminharam, estão todas no seio da UNTA-CS. V – As funções dos Sindicatos
Os Sindicatos têm quatro (4) funções, a saber:
a) Representativa; b) Normativa; c) Reivindicativa; e d) Educativa.
O artigo 7º (Atribuições) do Estatuto da UNTA-CS reflecte essencialmente as quatro funções dos Sindicatos, tal como se apresentam a seguir.
V.1- Função Representativa
Essa função consta das alíneas b), c), e f) do artigo acima referido, nomeadamente:
“b) Promover e apoiar a construção de infra-estruturas de carácter social (…);
“ Prestação de serviços aos trabalhadores e as associações sindicais”:
“c) Defender e exercer
O livre direito de negociação colectiva;
A celebração de Acordos com as Entidades Empregadoras (…);
“e) Estabelecer relações de parceria com:
Outras Centrais ou Associações Sindicais não filiadas a UNTA-CS.
“f) (…) Estabelecer relações de cooperação e de amizade com:
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Outras Sindicais; e Organizações regionais e internacionais;
De uma forma geral, a função representativa tem sido bem exercida pelas estruturas da UNTA-CS. No entanto, o exercício dessa função tem conhecido algumas inquietações em determinados níveis associativos, conforme se pode constatar na abordagem feita a volta dos conflitos (capitulo III).
A função representativa é a mais importante. Ela permeia todas as outras funções. Por essa razão, deve ser devidamente exercida pelos Sindicatos, os trabalhadores devem ser bem representados.
Essa função consiste principalmente nos seguintes aspectos:
Na atenção dedicada aos problemas quotidianos dos
trabalhadores; e Na defesa justa dos seus interesses.
V.2- Função Normativa
A função normativa está bem patente nas alíneas c) g) e h), designadamente:
“c) (…) regular as condições sociais e salariais e as relações laborais”;
“g) Emitir pareceres prévios sobre medidas disciplinares referentes aos interesses dos trabalhadores”;
“h) Pronunciar-se sobre as outras atribuições contidas nas disposições das leis sindical e geral do trabalho e demais legislação sócio – laboral”.
A UNTA-CS e suas Associações Sindicais têm exercido essa função normativa, quer no plano nacional como no internacional.
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Durante o ano de 2013 a UNTA-CS reagiu activamente ao Projecto de Revisão da Lei Geral do Trabalho proposto pelo Governo, com propostas alternativas, que visaram a protecção dos interesses e direitos legítimos dos Trabalhadores Angolanos.
A UNTA-CS tem envidado esforços no sentido de se conformar a legislação laboral nacional com as Normas Internacionais de Trabalho.
V.3 - Função Reivindicativa
A função reivindicativa consta da alínea d) com o seguinte conteúdo:
“d) Denunciar todos os actos de transgressão da legislação laboral vigente, perante os órgãos institucionais competentes”.
A função reivindicativa tem sido exercido a todos os níveis da Organização Sindical e contribuído para a melhoria das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores.
Não existindo reivindicações não haverá Sindicatos. Sem essa função o Sindicato não pode representar dignamente os trabalhadores.
A experiência acumulada no exercício dessa função encoraja a nossa Organização Sindical nos diferentes níveis associativos a ser mais activa e pró-activa na defesa dos interesses dos trabalhadores.
V.4 – Função Educativa
V.4.1- A função Educativa da UNTA-CS
A função educativa consta da alínea a) com o seguinte teor:
“a) Apoiar as Associações Sindicais na superação sindical, profissional e cultural dos trabalhadores; e
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(…) Realização de seminários, estágios, cursos e conferências”. Na UNTA-CS a função educativa tem sido de grande importância. A implementação de programas de formação Sindical, profissional e cultural tem contribuído para a formação de um número considerável de sindicalistas a todos os níveis associativos. A UNTA-CS possui uma bolsa de formação e determinados equipamentos de informática que não têm sido devidamente aproveitados por parte de algumas associações sindicais das províncias de Luanda, Benguela, Kuanza – Norte, e Uíge, devendo-se fazer o melhor aproveitamento das capacidades existentes. V.4.2 – Falta de iniciativa das Associações Sindicais Há uma notável falta de iniciativas por parte das Associações Sindicais, em termos de realização de acções de formação, constatada a quando da implementação do programa de Acompanhamento as Associações Sindicais Intermédias durante o ano de 2013. Não é salutar a atitude e comportamento das Associações Sindicais que ficam paradas a espera que a UNTA-CS forme os sindicalistas de todos os níveis da Organização. Essa atitude não é justa e deve ser desencorajada. Cada associação sindical, ao seu nível, deve fazer a sua parte, contribuindo desse modo, como elemento do sistema de formação da UNTA-CS. A UNTA-CS precisa de quadros com boa preparação política, intelectual, técnica, capazes de empenharem-se na luta pela defesa dos interesses dos trabalhadores junto dos parceiros sociais.
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V.4.3 – Necessidade de ajustamento da Metodologia do sistema deFormação da UNTA-CS Olhando atentamente para a estrutura dos quadros da UNTA-CS, salta a vista a necessidade de se ajustar a metodologia do sistema de formação da Organização que deverá incluir conteúdos e métodos diferentes para a formação dos quadros nos distintos níveis associativos. O objectivo principal consistirá em aperfeiçoar a performance dos quadros a todos os níveis no que respeita ao desempenho dos seus deveres funcionais para a concretização dos objectivos organizacionais. Quais são os conhecimentos que os dirigentes sindicais, nos distintos escalões precisam ter, para um bom desempenho das suas funções? Eis o cerne da questão. É preciso apetrechar os sindicalistas, consoante a função e o nível associativo em que está inserido, de matérias concretas directamente ligadas ao objecto do seu trabalho. O actual sistema de Formação Sindical tem dado prioridade aos conteúdos teóricos produzidos no ambiente externo da UNTA-CS em detrimento da “prata da casa” ou dos documentos reitores e outros elaborados pela nossa Organização e que reflectem a realidade nacional. Essa perspectiva de formação também, precisa de ser invertida;
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2 ª PARTE
METODOLOGIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE ACÇÃO DA UNTA – CONFEDERAÇÃO SINDICAL
I - INTRODUÇÃO
O Programa de Acção da UNTA-CS tem sido concebido para atingir determinados objectivos no que respeita a melhoria das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores Angolanos. No entanto, a falta de quantificação dos objectivos a ser atingidos e da previsão de metas, não permite a mensuração dos resultados conseguidos com a implementação do Programa de Acção. Daí, a necessidade de uma metodologia para a implementação do Programa de Acção, que contenha uma previsão de metas a alcançar durante o mandato nas distintas esferas de actividades sindicais. Coma apresentação deste documento pretende-se prestar um modesto contributo para a visualização das perspectivas do Programa de Acção da UNTA-CS, e do desenvolvimento da Organização, durante o processo da sua implementação tendo em conta as expectativas que se criam a volta desse importante documento reitor. II – METAS, PLANOS E BALANÇOS II.1 – Metas Até ao presente mandato (2010-2015) o Programa de Acção da UNTA-CS tem sido implementado sem qualquer previsão de metas a serem alcançadas pela Organização, durante o mandato.
No inicio do primeiro ano do exercício do mandato o Secretariado Executivo da UNTA-CS deverá elaborar indicadores com metas para serem atingidas no fim do mandato, tendo em conta o conteúdo do Programa de Acção.
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Os indicadores deverão reflectir as especificidades de cada esfera da Organização, nomeadamente:
No domínio do Associativismo, Formação e Quadros; No domínio dos Assuntos Jurídicos, Laborais e Sociais; No domínio das Relações Internacionais e Solidariedade; No domínio da Administração e Finanças; No domínio da Informação, Propaganda e Recreação; e No domínio do género.
As metas poderão apresentar-se de diferentes formas, a saber:
Metas globais; Metas sub-globais; Metas parciais de nível 1; e Metas parciais de nível 2.
II.1.1 – Metas globais Metas globais são a previsão da totalidade de metas a ser atingidas pela UNTA-CS no fim do mandato. Para facilitar a sua concretização as metas globais serão divididas em metas sub-globais que se alcançarão no período de um ano ao nível da Organização Sindical. A seguir apresentamos exemplos de metas globais que a UNTA-CS almeja alcançar durante o mandato de 2015-2020):
25% de CSE 30% de Filiados 20% de CSST 80% da Quota 40% de Redução da violação das Leis Laborais por parte dos
empregadores. 30% do género (crescimento)
Essas percentagens, segundo o novo exemplo, deverão ser atingidas até ao fim do mandato.
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II.1.2 – Metas sub – globais Metas sub-globais são fracções de metas globais que deverão ser atingidas pela UNTA-CS em cada ano do exercício. Para se calcular as metas sub-golbais devem-se dividir as metas globais por cinco anos do mandato. Por exemplo:
25% /5 anos = 5%CSE(Comissões Sindicais de Empresas) 30% / 5 anos = 6% Filiados 20% /5 anos = 4% CSST 80% /5 anos = 15% Quota 40%/5 anos = 8% Redução da violação das leis laborais 30%/ 5 anos = 6% género (crescimento)
As percentagens que resultam dessa operação, que serviu de nosso exemplo, deverão ser alcançadas em cada mandato.. II.1.3 – Metas Parciais As metas parciais são parcelas de metas sub-golbais distribuídas as Associações Sindicais intermédias e de base para serem atingidas no período de um ano. Apresentamos a seguir alguns exemplos de metas parciais, ou seja:
Comissões Sindicais de Empresa (CSE ------------------------ 5% Filiados---------------------------------------------------------------6% CSST (Comissões de Segurança e Saúde no Trabalho------- 4% Quota Sindical ou de filiação------------------------------------15% Redução de violação das leis laborais--------------------------8% Género (crescimento)---------------------------------------------6%
Essas percentagens, de metas parciais devem ser obtidas pelas associações sindicais intermédias em cada ano segundo o nosso exemplo, deverão ser atingidas até ao fim do mandato. Para uma melhor divisão de trabalho das associações sindicais foram concebidos dois tipos de metas parciais, nomeadamente:
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- Metas parciais de nível 1; e - Metas parciais de nível 2. II.1.3.1 – Metas parciais de nível 1 As metas parciais de nível 1 constituem previsões de fracções de metas sub-globais que deverão ser alcançadas pelas associações sindicais de níveis intermédios no período de um ano. Por sua vez, as metas parciais de nível 1 serão distribuídas pelo número de associações sindicais de base (Sindicatos e Secretariados Provinciais) e se acharão a quantidade de metas parciais de nível 2 que cada associação sindical de base deverá obter em cada ano. II.1.3.2 – Metas parciais de nível 2 As metas parciais de nível 2 são previsões de fracções de metas parciais do nível 1 que deverão ser atingidas pelos Sindicatos e Secretariados Provinciais até ao fim de cada ano. Cada associação sindical de base deverá envidar esforços para atingir as metas a si atribuídas no plano concebido para o efeito. II.2 Planos: A planificação das actividades para se alcançar as metas estabelecidas será feita sob a forma de: - Planos anuais; - Planos trimestrais; e - Planos mensais.
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Os Planos deverão converter as percentagens das metas em números concretos. Para o efeito, cada uma das associações sindicais, ao seu nível, será atribuída, mediante planificação, certa quantidade de metas parciais previstas a serem alcançadas em um (1) mês, um (1) trimestre e um (1) ano. II.3 – Balanço A nível das associações sindicais parece ter-se perdido há muito o habito de fazer o balanço período das actividades desenvolvidas/mediantes os planos . O exercício de se proceder o balanço das actividades no seio da Organização, deve ser ractificado e encorajado. O balanço tem a finalidade de conhecer:
Se a actividade que consta do plano foi realizada ou não; Se houve cumprimento ou incumprimento; e Qual o desvio ou diferença existente entre o plano e o
realizado. No decurso do ano do exercício, serão realizados três tipos de balanços, designadamente: - Balanços trimestrais; - Balanços semestrais; e - Balanços anuais. II.3.1 – Balanços trimestrais Os Sindicatos e os Secretariados Provinciais deverão fazer trimestralmente os balanços das respectivas actividades tendo em conta as metas estabelecidas.
Os balanços dos Sindicatos e Secretariados Provinciais deverão constar dos relatórios, mapas estatísticos e orçamentos e serão
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remetidos cópias a união, a Federação ou Sindicato Nacional para a consolidação da informação nos níveis intermédios.
II.3.2 – Balanços semestrais As Federações, Uniões e Sindicatos Nacionais farão o balanço das respectivas actividades uma vez de seis em seis meses, para a consolidação da informação dos balanços realizados pelas associações sindicais de base.
Os balanços das associações sindicais intermédias constarão dos relatórios, mapas estatísticos e orçamentos, devendo ser remetidos cópias ao Secretariado Executivo da UNTA-CS para tratamento adequado da informação relativo ao balanço anual.
II.3.3 – Balanço anual A Comissão Executiva Nacional fará o balanço das actividades desenvolvidas pela Organização, na 2ª reunião ordinária do ano do exercício e encaminhará todo o expediente relativo a prestação de contas ao Conselho Confederal para apreciação, analise, discussão e aprovação do balanço do exercício do ano findo. II.4 – Prazo de realização de balanços de actividades Os Sindicatos e Secretariados Provinciais deverão realizar os balanços das suas actividades nos primeiros (8) oito dias após o trimestre vencido.
Até 12 dias após o trimestre vencido, deverão os Sindicatos e os Secretariados Provinciais remeter os documentos relativos aos balanços das actividades as Uniões, as Federações e aos Sindicatos Nacionais correspondentes.
As associações sindicais intermédias procederão os respectivos balanços nos 20 dias seguintes após o semestre vencido e enviarem ao Secretariado Executivo da UNTA-CS, no prazo de 10 dias após o balanço o respectivo expediente.
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O Secretariado Executivo preparará toda a documentação respeitante a prestação de contas, com certa antecedência, e remetê-lo-á a Comissão Executiva Nacional, que por sua vez, irá submetê-lo ao Conselho Confederal para apreciação, analise, discussão e aprovação.
Luanda, aos 20 de Fevereiro de 2014.