Índice de eficiência do futebol

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1 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016 1 Avaliação de Desempenho | Gráfico de Eficiência Futebolística

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Page 1: Índice de eficiência do futebol

1 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016 1

Avaliação de

Desempenho |

Gráfico de

Eficiência

Futebolística

Page 2: Índice de eficiência do futebol

2 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

Como medir a eficiência de uma equipe

Gastos Gerais As Conquistas

Conceito | Visão geral

O que é eficiência no Futebol? Muito provavelmente dirão os Torcedores e Analistas que são os Títulos! De certo modo, é verdade, afinal o “lucro” de um

clube deveria ser o título conquistado.

Mas a que preço chega esse título? Quanto vale o desempenho de um clube Campeão? Será possível chegar a conquistas gastando pouco?

Buscando respostas a essas e outras perguntas criamos um Índice de Eficiência do Futebol, que consiste em fazer um cruzamento entre Desempenho

Esportivo, tratado em duas dimensões, i) total de pontos obtidos no ano e ii) pontuação por colocação nos campeonatos disputados e desempenho

financeiro, tratado a partir dos Gastos Gerais, que como mostramos anteriormente, é a soma entre Custos, Investimentos e Despesas Financeiras.

Isso tudo é plotado num gráfico e dependendo da posição do clube nesse gráfico chegamos ´visualmente ao Índice de Eficiência.

A seguir um pouco sobre as 3 dimensões.

É a soma conforme citamos acima. Ela

indica quanto o clube investiu no Futebol,

seja via Salários, despesas que

sustentam o negócio, Investimentos em

Atletas Profissionais e da Base – ou seja,

reforço da mão-de-obra – e quanto

pagou de Custos Financeiros, que na

prática representa o preço do dinheiro

tomado para cobrir buracos de caixa

originados pela atividade, seja por conta

de Dívidas, seja por Adiantamentos.

Dividimos então o valor dos Gastos

Gerais pelo total de pontos obtidos pelo

clube ao longo de todo o ano, em todos

os campeonatos oficiais.

Com isto chegamos ao Custo de cada

ponto, que de maneira geral nos grandes

clubes chega a valer Milhões de Reais.

Mas ele sozinho não diz nada, pois um

clube pode ter conquistado um bom

volume de pontos mas não ter

conquistado Títulos.

Relação com os Pontos

Daí cruzamos o Custo por Ponto com

outra pontuação, a das Conquistas.

Atribuímos pontuações para conquistas e

decepções, na seguinte proporção:

Títulos Estaduais e Regionais:.....10 pts

Copa Sulamericana:.................... 10 pts

Classificação para Libertadores:. 10 pts

Títulos da Copa do Brasil:........... 15 pts

Brasileiro: ....................................20 pts

Libertadores: ...............................25 pts

Mundial: .......................................30 pts

Subir para Série A:....................... 5 pts

Cair para Série B: .....................- 15 pts

O resultado veremos a seguir, com o

cruzamento plotado num gráfico e a

classificação de cada clube.

Page 3: Índice de eficiência do futebol

3 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

Eficientes Eficazes Bom Trabalho

Os Grupos | Como definimos cada posição no gráfico

Deixaram a Desejar Não deu Perdulários

São os que conseguiram

mais Conquistas gastando

menos por ponto. Eficiência

é conseguir resultados ao

menor custo.

São os que conseguiram

mais Conquistas gastando

mais por ponto. O resultado

veio, mas a um custo

excessivo.

Gastaram relativamente

pouco e apesar de não

conquistarem nada,

permaneceram nas suas

Séries.

Estes também

permaneceram em suas

Séries, mas gastando muito

mais. Ou seja, o gasto foi

improdutivo.

Gastaram pouco, era o

possível, e o resultado não

só não veio como o clube

ainda foi Rebaixado de

Série.

Gastaram muito e o

resultado ao final da

temporada foi negativo.

Pode até ter conquistado um

título menor, mas o

rebaixamento de Série pôs

tudo a perder.

Os grupos levam em consideração a pontuação total das conquistas, ou seja, se um clube venceu o Estadual e fez 5

pontos, mas foi rebaixado na Série A e perdeu 15 pontos, então no ano seu resultado foi menos 10 pontos. Um título é

importante, mas vemos que a permanência na Série A traz mais retorno financeiro no longo prazo.

Page 4: Índice de eficiência do futebol

4 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

O Gráfico

Eficientes

Eficazes

Deixou a Desejar

Bom Trabalho

Perdulários

Não Deu

Pontuação de Conquistas

Cu

sto

po

r P

on

to C

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ista

do

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ões / p

on

to

Page 5: Índice de eficiência do futebol

5 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

O Gráfico

Eficientes

Eficazes

Deixou a Desejar

Bom Trabalho

Perdulários

Não Deu

Pontuação de Conquistas

Cu

sto

po

r P

on

to C

on

qu

ista

do

Dos 7 clubes definidos como “Eficazes”, 5 tiveram bom

desempenho em competições Nacionais, seja pelos títulos –

Corinthians e Palmeiras – seja pelo pela classificação à

Libertadores – Atlético MG, Grêmio, São Paulo.

Entre esses clubes ainda vale um destaque adicional para

Corinthians e Palmeiras, uma vez que estão nessa condição

por terem conquistado títulos Nacionais. Podemos inclusive

dizer que o gasto foi mais qualificado que os demais.

No caso do Atlético MG, a despeito de estar praticamente na

mesma posição do Corinthians, seus triunfos foram a

conquista do Estadual e a classificação à Libertadores, ou

seja, desempenho inferior ao de um título Nacional.

Apenas 2 clubes tiveram boa colocação por conta do

torneio Regional: Santos e Internacional, Campeões

Estaduais. Nesse sentido, o Internacional conseguiu melhor

desempenho comparativo, pois gastou bem menos que o

rival Paulista.

Page 6: Índice de eficiência do futebol

6 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

O Gráfico

Eficientes

Eficazes

Deixou a Desejar

Bom Trabalho

Perdulários

Não Deu

Pontuação de Conquistas

Cu

sto

po

r P

on

to C

on

qu

ista

do

Aqui encontramos 5 clubes apenas, com destaque para o Santa Cruz, Campeão Pernambucano e que conseguiu o acesso à Série A,

acumulando 15 pontos em nossa escala, e também ao Bahia, Campeão Baiano, mas que não conseguiu retornar à Séria A.

Os outros 3 – Botafogo, América MG e Vitória - estão nessa categoria por terem subido da Série B para a Séria A, e isto tem muito valor,

pois como observamos nas avaliações individuais, jogar a Série A garante um aumento expressivo de Receitas.

A eficiência, nesse sentido, não tem a ver necessariamente com títulos, mas com objetivo atingido. É fundamental que os clubes passem

a se organizar pensando em objetivo e esse nem sempre será o título. No momento em que uma posição intermediária na tabela, a

classificação à Série superior ou mesmo manutenção na Série A for tratada com o devido mérito, parte dos problemas financeiros cessa,

uma vez que os incentivos estarão alinhados com a capacidade financeira.

Mas fica uma questão: quem ficou mais feliz, o torcedor do Bahia ou o do Vitória? Tecnicamente, dado que a chance do Vitória ser

Campeão da Série A em 2016 não chega a ser grande, ao menos o torcedor do Bahia comemorou um título em 2015.

E então teremos que no desempenho comparativo, o Botafogo foi ligeiramente superior aos demais que subiram à Série A, pois

conquistou um dos títulos possíveis.

Page 7: Índice de eficiência do futebol

7 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

O Gráfico

Eficientes

Eficazes

Deixou a Desejar

Bom Trabalho

Perdulários

Não Deu

Pontuação de Conquistas

Cu

sto

po

r P

on

to C

on

qu

ista

do

Quem Deixou a Desejar foram Cruzeiro,

Flamengo e Fluminense, que encerram o

ano sem conquistas ou objetivos

alcançados.

É natural que haja clubes que investem

muito e não atinjam objetivos. Na prática, há

apenas 2 Títulos Nacionais, algumas poucas

vagas à Libertadores e o que resta é sempre

um disputado torneiro Estadual ou mesmo

um Regional.

Nesse sentido, surgem as disputas locais,

como no caso do Cruzeiro, que teve

desempenho bem inferior ao do Atlético MG,

e da dupla Fla-Flu, que mostrou

desempenho muito abaixo do seu potencial,

se considerarmos que no Estadual o

Campeão foi o Vasco, rebaixado à Série B.

Observando quem fez um Bom Trabalho, há

que se considerar a questão do objetivo,

que nem sempre é a conquista de um título.

Para muitas dessas equipes, a condição

apresentada é boa se pensarmos em termos

Nacionais. Entretanto, se incluirmos o

aspecto Regional, para alguns o

desempenho foi aquém do esperado.

Veja os casos de Atlético PR e Coritiba, que

não conseguiram sequer o título Estadual.

Nesse caso, o “bônus” foi perdido. Se

analisarmos os Catarinenses, a chance de

“bônus” ficou justamente com o Joinville,

que caiu para a Série B, negativamente a

conquista do Estadual. Ao mesmo tempo, o

“zero” do Criciúma é inferior ao de

Figueirense e Chapecoense, pois enquanto

esses permaneceram na Série A, o primeiro

manteve-se na Série B. Visão equivalente

para a comparação entre Sport e Náutico.

Page 8: Índice de eficiência do futebol

8 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

O Gráfico

Eficientes

Eficazes

Deixou a Desejar

Bom Trabalho

Perdulários

Não Deu

Pontuação de Conquistas

Cu

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to C

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do

Chamamos de Perdulários aqueles que gastam como

vencedores mas acabam com desempenho muito aquém do

esperado em função dos gastos. O Vasco, apesar da

conquista do título Estadual, foi rebaixado à Série B. Para

um clube da história e grandeza do Vasco a permanência na

Série A tem mais valor que o título estadual, tantas vezes

conquistados.

Enquanto isso, para quem Não Deu, há que se separar os

desempenhos de Joinville e Goiás, que foram rebaixados

mas conquistaram seus títulos Estaduais – dentro do

conceito de Objetivo Alcançado há um consolo – quando se

compara ao que ocorreu com o Avaí, que nada conquistou e

ainda caiu para a Série B.

Page 9: Índice de eficiência do futebol

9 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

Análise do Índice de Eficiência Financeira

À primeira vista parece que a quantidade de dinheiro indica claramente quem são os clubes de maior sucesso e

consequentemente mais conquistas. Mas não é bem assim.

Os dois grupos de maior destaque – Eficientes e Eficazes – conquistaram títulos, cada um dentro da sua

possibilidade, seja ela o de um Estadual, seja um Brasileiro, ou mesmo um bom posicionamento que permita

disputar a Libertadores no ano seguinte.

Mas o fato é que com mais ou menos dinheiro é possível atingir as metas, desde que as metas estejam

corretamente dimensionadas.

O que não chega a ser surpresa quando vemos clubes de pouco orçamento sendo rebaixados e não obtendo

sucesso. É parte de suas realidades. Ao mesmo tempo, não é parte da realidade um clube com orçamento elevado

ficar apenas no “zero”, o que indica estar claramente investindo de maneira menos eficiente e desperdiçando

dinheiro.

Obviamente que Futebol não é uma ciência exata, felizmente. Mas ter acesso a orçamentos mais robustos deveria

indicar maior capacidade de contratar bons profissionais e desempenhar melhores trabalhos.

Esta é a primeira vez que montamos esta avaliação e na próxima edição, com dados de 2016, veremos as

movimentações, que no longo prazo mostrarão de forma mais clara e objetiva se poderio financeiro é sinônimo de

poderio econômico.

De qualquer maneira, um dado para pensar: desde o início do Campeonato Brasileiro de Pontos Corridos houve

apenas 6 clubes Campeões: Corinthians por 4 vezes; Cruzeiro e São Paulo por 3 vezes; Fluminense por 2 vezes;

Flamengo e Santos por 1 vez.

Page 10: Índice de eficiência do futebol

10 Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2016

Classificação por Custo por Ponto

Índice de Eficiência | Detalhamento

Naturalmente que esta classificação contém premissas e

avaliações que apresentam potencial de discussão. Os dados

estão aí e são objetivos, a classificação é mero ordenamento

baseado em nossa visão.

Nesse sentido, dentro da classificação de “Bom Trabalho”,

alguns clubes podem ser vistos sob a lógica do “copo meio

cheio” ou “como meio vazio”. Para os que estavam na Série A

e permaneceram nela, parece bom. Mas para quem estava

na Série B, se manteve nela e não conseguiu subir para a

Série A, o desempenho parece ruim. E todos estão

classificados da mesma forma.

Não tem jeito. Avaliações como esta precisam de critérios

objetivos e abrangentes e não podem ser feitos sob medida

para abarcar um ou outro nome específico. Logo, distorções

que consideramos aceitáveis podem ocorrer, mas que não

mudam a lógica da avaliação.