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FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ FEALQ FUNDAÇÃO AGRISUS INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB PLANTIO DIRETO NO MEIO-OESTE E OESTE CATARINENSE (Projeto PA 897/11) BOLSISTA AGRISUS: MANUELA TESTA COORDENADOR DO PROJETO: DILMAR BARETTA CHAPECÓ, JUNHO DE 2013.

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FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ – FEALQ

FUNDAÇÃO AGRISUS

INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS

SOB PLANTIO DIRETO NO MEIO-OESTE E OESTE CATARINENSE

(Projeto PA 897/11)

BOLSISTA AGRISUS: MANUELA TESTA

COORDENADOR DO PROJETO: DILMAR BARETTA

CHAPECÓ, JUNHO DE 2013.

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FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ – FEALQ

FUNDAÇÃO AGRISUS

INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS

SOB PLANTIO DIRETO NO MEIO-OESTE E OESTE CATARINENSE

CHAPECÓ, JUNHO DE 2013.

Relatório final do projeto de pesquisa

n° PA 897/11 apresentado a Fundação

Agrisus, sob a coordenação do

Professor Dr. Dilmar Baretta.

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1. TÍTULO DO PROJETO: Indicadores químicos, físicos e biológicos em áreas sob plantio

direto no meio-oeste e oeste catarinense.

2. PARTICIPANTES: 2.1 Nome: Manuela Testa

Tipo de Participante: 01

2.2 Nome: Eng. Agr. Prof. Dr. Dilmar Baretta

Tipo de participante: 02

2.3 Nome: Eng. Agr. Prof. Dr. Flávio José Simioni

Tipo de participante: 03

2.4 Nome: Bióloga, Profa. Dra. Marie Luise Carolina Bartz

Tipo de participante: 03

2.5 Nome: Eng. Agr. Leandro do Prado Wildner

Tipo de participante: 04

2.6 Nome: Pesquisador Nelson Cortina

Tipo de participante: 04

2.7 Nome: Eng. Agr. Dr. Evandro Spagnollo

Tipo de participante: 04

2.8 Nome: Eng. Agr. Dr. Milton da Veiga

Tipo de participante: 04

2.9 Nome: Eng. Agr. Dr. George Gardner Brown

Tipo de participante: 05

2.10 Nome: Edpool Rocha Silva

Tipo de participante: 06

Tipo de participantes

1.Bolsista da Fundação Agrisus,

graduanda em Zootecnia (UDESC/CEO)

2. Coordenador do projeto Agrisus 897/11,

Professor Efetivo na área de Solos e

Sustentabilidade (UDESC/CEO)

3. Professor Efetivo (UDESC/CEO) 4. Pesquisador Colaborador (EPAGRI)

5. Pesquisador Colaborador (EMBRAPA

Florestas)

6. Bolsista Voluntário de Iniciação

Científica, graduando em Zootecnia

(UDESC/CEO)

3. GRUPO DE PESQUISA CNPq: Solos e Sustentabilidade. (UDESC/CEO).

4. DURAÇÃO: Início: 01 de abril de 2012

Término da vigência: 15 de junho de 2013. Autorizada a entrega do relatório por 30 dias.

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5. RESUMO

Este relatório tem o objetivo de mostrar informações sobre atributos químicos, físicos

e biológicos em áreas sob plantio direto (PD) e integração lavoura pecuária no Oeste e Meio-

Oeste de Santa Catarina, bem como a qualidade do PD e os indicadores econômicos,

especialmente de produtividade. Para tanto, foram amostradas áreas sob plantio direto (PD),

integração lavoura-pecuária (ILP) e mata nativa (MT) em quatro microrregiões do estado de

Santa Catarina, abrangendo as regiões de: São Miguel do Oeste (Guaraciaba, Maravilha e

Guarujá do Sul); Chapecó (Municípios de Chapecó, Pinhalzinho e Guatambu); Abelardo Luz

(Municípios de Abelardo Luz, Faxinal dos Guedes e Galvão) e Campos Novos (Municípios

de Campos Novos, Curitibanos e Brunópolis). Além disso, foram amostradas áreas de PD que

receberam adubação com dejetos de suínos. Foram amostrados cinco pontos para a avaliação

de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios

são as repetições verdadeiras de cada sistema de manejo do solo. As populações de minhocas

foram avaliadas quantitativamente por meio do método adaptado TSBF (Biologia e Fertilidade

dos Solos Tropicais), extraindo-se monólitos de 20 x 20 cm de largura, na profundidade de 20

cm. Sendo ainda realizada uma amostragem qualitativa, cavando buracos aleatórios dentro da

área da amostragem. A triagem e fixação de ambas as amostragens foram realizadas a campo

e no laboratório as contagens, pesagens e identificação em nível de gênero e espécies.

Também foram realizadas avaliações socioeconômicas e tecnológicas através da aplicação de

questionários. Dos atributos químicos avaliados, mais de 50% das áreas agrícolas (ILP e PD)

apresentaram deficiência nos teores de fósforo e valores elevados de pH. Do ponto de vista

dos atributos físicos, de maneira geral, foram observados valores mais elevados da densidade

e microporosidade nas áreas de ILP e PD. Houve diferenças quanto à diversidade de espécies

de minhocas: PD = 17 sps > ILP = 15 sps > MN = 13 sps. Em torno de 12 novas espécies de

minhocas foram registradas, assim como a presença de minhocuçus (minhocas > que 25 cm)

em área sob PD. A classificação proposta por Bartz et al. (2013) para avaliação da qualidade

das áreas sob PD quanto a quantidade e riqueza de espécies de minhocas não obteve

resultados adequados devido à uma estiagem nos meses de setembro e outubro ter afetado as

populações de minhocas nas áreas amostradas. Os indicadores técnicos e econômicos

revelam, de modo geral, que a produtividade no PD com adubação orgânica apresentou os

melhores índices de produtividade e, por consequência, melhor resultado econômico. No caso

da produção com ILP houve queda na produtividade na ordem de 9% em comparação ao PD.

Entretanto, como os custos de produção na ILP foram menores, a diferença em termos de

resultado de lucratividade foi reduzida, porém ainda menor na ILP.

6. PALAVRAS CHAVE:

1. Sustentabilidade 4. Integração Lavoura Pecuária

2. Minhocas 5. Indicadores de qualidade

3. Plantio direto 6. Produtividade

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7. INTRODUÇÃO

A área explorada pelo sistema de plantio direto tem aumentado nas últimas décadas

em todo o país e no estado de Santa Catarina não foi diferente. Isto levou o interesse dos

pesquisadores em estudar este sistema de produção (MARODIM, 1998; CIVIDANES, 2002;

BARETTA et al., 2003; ALVES et al., 2006; BARTZ et al., 2013). A menor utilização de

mão- de-obra e de combustível fóssil, maior produtividade, uso mais sustentável do solo, são

alguns dos fatores, que mais contribuíram para a expansão do plantio direto no Brasil

(BARTZ et al., 2012).

Por outro lado a utilização dos atributos químicos e físicos do solo como variáveis

ambientais explicativas no entendimento do funcionamento do solo, aliada quantificação e ao

número de espécies de minhocas ainda é pouca estudada no Brasil, mas é um ponto de partida

importante para entender os processos ecológicos de decomposição e ciclagem de nutrientes

no solo (LAVELLE, 1996; BARETTA et al., 2003; LAVELLE et al., 2006; ALVES et al,

2008; BARTZ et al., 2012).

Alguns estudos recentes destacam o efeito de diferentes sistemas de manejo do solo

sobre as populações de minhocas (BARTZ et al., 2010; BARTZ, 2011) e dos reflexos entre o

PD e o plantio convencional (BROWN, 2003; BARETTA et al., 2003; TANCK et al., 2000).

Bartz et al. (2011) destacam o fato de que, em alguns casos, as áreas sob plantio direto

possuem diversidade equivalente ou maior às áreas sob mata nativa e ainda em áreas onde até

então não haviam pesquisas sobre a diversidade de minhocas e encontraram a presença de

minhocas que haviam sido registradas somente em matas nativas e/ou fragmentos de mata

(BARTZ et al., 2011a), indicando que, as áreas sob plantio direto podem ser consideradas

mantedoras da biodiversidade de minhocas nativas.

Embora estudos que envolvem os atributos físicos, químicos e biológicos do solo

tenham sido conduzidos nas últimas décadas, aliado ao crescente interesse na compreensão

dos processos que ocorrem nos sistemas agrícolas, em especial em áreas sob plantio direto,

ainda é grande a necessidade de avaliar o comportamento das minhocas nestas áreas e suas

correlações com os atributos físico-químicos.

As minhocas possuem um importante papel nos processos do ecossistema, no que se

refere à ciclagem de nutrientes e estrutura do solo, através da: fragmentação de resíduos de

plantas, estimulação a atividade microbiana, mistura partículas minerais e orgânicas,

redistribuição da matéria orgânica e dos microrganismos, promoção da humificação, criação

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de bioporos, além de produzirem "pellets" fecais também chamados coprólitos (HENDRIX et

al., 1990; BARETTA et al., 2007).

As alterações das populações de minhocas são devidas principalmente ao uso da terra,

modificações no ambiente e preparo do solo, pela adição de matéria orgânica nos sistemas de

cultivo adotados (ALVES et al., 2006). Assim sendo, dependendo do tipo de manejo adotado

podemos ter alterações químicas (BAYER & MIELNICZUK, 1997), físicas (MARODIN et

al., 1998) e biológicas no solo (SANTOS et al., 2002; BARETTA et al., 2006, BARTZ &

BROWN, 2011) e tais modificações, na maioria das vezes, são benéficas.

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8. OBJETIVOS

8.1 Geral

Este relatório tem o objetivo de mostrar informações sobre atributos químicos, físicos

e biológicos em áreas sob plantio direto (PD) e integração lavoura pecuária no Oeste e Meio-

Oeste de Santa Catarina, bem como a qualidade do PD e os indicadores econômicos,

especialmente de produtividade.

8.2 Específicos

a) Conhecer o efeito do plantio direto e integração lavoura-pecuária sobre as

populações de minhocas, procurando identificar as espécies que ocorrem, bem como avaliar a

produtividade das culturas, uma que este conhecimento é inexiste nestas regiões;

b) Possibilitar o treinamento de Iniciação científica de pelo menos dois alunos de

graduação (um bolsista deste projeto e outros voluntários) e a permanência desta linha de

pesquisa na UDESC (outros órgãos de fomento não tem pesquisa em PD como prioridade);

c) Levantar informações para auxiliar na comprovação da importância do plantio

direto para preservação da biodiversidade de minhocas (já temos dados pilotos de espécies

que só apareciam em matas que foram encontradas e PD), afim de auxiliar nas ações de

políticas públicas para que os produtores que adotam o sistema de plantio direto sejam

valorizados por isso;

d) Possibilitar a realização de práticas para produtores, graduandos e técnicos da

região Oeste sobre a implantação e manutenção do sistema de plantio direto, além de

treinamentos métodos simplificados para avaliação da qualidade do solo em nível de

propriedade.

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9. MATERIAL E MÉTODOS

Foram amostradas áreas sob plantio direto (PD), integração lavoura-pecuária (ILP) e

mata nativa (MT) em quatro microrregiões do estado de Santa Catarina, abrangendo as

regiões de: São Miguel do Oeste (Guaraciaba, Maravilha e Guarujá do Sul); Chapecó

(Municípios de Chapecó, Pinhalzinho e Guatambu); Abelardo Luz (Municípios de Abelardo

Luz, Faxinal dos Guedes e Galvão) e Campos Novos (Municípios de Campos Novos,

Curitibanos e Brunópolis).

Para o estudo, foram selecionadas áreas sob PD (mais de 5 anos) visando atender os

princípios de qualidade do sistema como: o mínimo revolvimento do solo, manutenção

permanente de cobertura do solo e rotações de culturas. As áreas sob integração lavoura-

pecuária também manejadas sob PD tinham no mínimo cinco anos. Já a área sob mata nativa

utilizada como referência sempre foi nas proximidades dos sistemas PD e ILP. Neste relatório

também foram incluídos informações de outras áreas de Plantio Direto (PD), com e sem

adubação orgânica e em áreas com Integração Lavoura-Pecuária (ILP), com e sem adubação

orgânica, pois a equipe achou isso muito importante, especialmente para região de Chapecó.

Alguns municípios não foram incluídos porque não atendiam os princípios de qualidade

definidos a priori pela equipe de pesquisadores. Outras informações sobre o número de

propriedades segundo a cultura, sistema de cultivo e uso ou não de adubação orgânica pode

ser visualizado nos resultados do Quadro 1.

Em cada área selecionada, foram amostrados cinco pontos distribuídos na área de

amostragem para coletas de minhocas (densidade, biomassa e diversidade de minhocas) e três

pontos com três profundidades para os atributos físicos e químicos do solo (Figura 1). Os

municípios foram considerados como réplicas verdadeiras dos sistemas de manejo estudados

(PD, ILP e MT), onde se garantiu que os mesmos sistemas (=tratamentos) se repetiam nos

municípios e regiões estudadas. Este modelo de réplicas verdadeiras de sistemas de manejo

vem sendo recomendado nos estudos recentes envolvendo indicadores físicos, químicos e

biológicos do solo (Pereira et al., 2013).

As amostras para análises químicas foram coletadas nas camadas de 0-10, 10-20 e 20-

30 cm de profundidade, enquanto as amostras para análises físicas foram coletadas em anéis

volumétricos nas camadas de 2-7, 12-17 e 22-27 cm de profundidade, conforme demonstrado

na Figura 1.

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Figura 1.Vista dos pontos de amostragem.

9.1 Avaliação dos atributos químicos do solo

Em cada área foram coletadas amostras de solo conforme mencionado anteriormente

(Figura 1) para avaliação da fertilidade do solo em termos de pH água, pH SMP, Ca - cálcio,

Mg - magnésio, P - fósforo, K - potássio, MO - matéria orgânica, Al- alumínio nas camadas

de 0-10, 10-20 e 20-30 cm de profundidade, conforme demonstrado na Figura 1. A

metodologia utilizada foi de acordo com Tedesco et al. (1995).

9.2 Avaliação dos atributos físicos do solo

A densidade, resistência à penetração, macro e micro porosidade e porosidade total do

solo foram determinadas em amostras indeformadas de solo, coletadas nas camadas de 2-7,

12-17 e 22-27 cm de profundidade e nos pontos indicados, conforme Figura 1. As análises

foram realizadas no Laboratório de Física do Solo da Epagri em Campos Novos/SC,

utilizando-se metodologias de rotina descritas em Veiga (2011).

9.3 Amostragem de minhocas

Avaliação quantitativa

As minhocas foram amostradas por meio de uma adaptação da metodologia

desenvolvida pelo programa de Biologia e Fertilidade dos Solos Tropicais (TSBF), coletando-

se em cada área cinco monólitos de 20 x 20 cm de largura e profundidades 20 cm. Em seguida

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foi realizada a triagem, separação e fixação em álcool absoluto das minhocas coletadas no

campo (BARTZ, 2011). No Laboratório de Solos da UDESC/CEO de Chapecó foram

realizadas a contagem, a pesagem e a identificação em nível de gênero e espécie das minhocas

pela Dra. Marie Bartz (Taxonomista de minhocas).

Para a identificação das espécies foram utilizadas as chaves de identificação e

descrição de famílias, gêneros e espécies segundo Righi (1990, 1995) e Blakemore (2002). Os

valores obtidos para as variáveis abundância e biomassa foram expressos em ind.m-2

e g m-2

,

respectivamente e comparados de acordo com a classificação de áreas sob plantio direto

proposta por Bartz et al. (2013).

Avaliação quanlitativa

Para esta avaliação foram realizados aleatoriamente, dentro da área delimitada na

grade de amostragem, buracos de 0-20 cm de profundidade e feita à triagem manual do solo

na busca de minhocas. As minhocas encontradas foram fixadas/conservadas em álcool

absoluto. A identificação das minhocas foi realizada utilizando as chaves de identificação e

descrição de famílias, gêneros e espécies segundo Righi (1990, 1995) e Blakemore (2002).

Esta metodologia tem por objetivo completar o método TSBF adaptado, com vistas a extrair a

maior diversidade possível de minhocas em cada tratamento.

9.4 Avaliação Econômica das lavouras de Milho e Soja cultivadas em áreas de Plantio

Direto (PD) e Integração Lavoura-Pecuária (ILP)

Para a avaliação econômica apresentada neste relatório, é importante destacar algumas

premissas utilizadas nas análises, quais sejam:

a) O conceito de custo de produção aqui empregado representa a soma dos

valores de todos os recursos (insumos e serviços) utilizados no processo produtivo de uma

atividade agrícola, em certo período de tempo. De outra maneira, é uma “compensação” ou

remuneração de todos os fatores de produção utilizados, o que implica na consideração do

custo de oportunidade dos fatores no seu melhor uso alternativo;

b) Trata-se de uma análise de curto prazo, situação em que as propriedades ou

empreendimentos rurais já estão estabelecidos, nos quais existem fatores de produção fixos. O

principal objetivo da análise e auxiliar na decisão de quanto e como produzir na dada

situação;

c) O custeio é financiado com empréstimo;

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d) A remuneração do risco é dada pelo resíduo da atividade empreendedora.

Procedimentos Metodológicos

Os indicadores econômicos obtidos neste estudo se referem a apenas uma cultura (de

milho-safra e soja-safra), cultivada como cultura principal na área da propriedade rural onde

foram realizadas as avaliações químicas, físicas e biológicas do solo.

O cálculo dos indicadores considerou a utilização do solo com duas culturas anuais,

sendo uma cultura na entressafra (inverno) e outra na safra (verão). Muito embora, em

algumas áreas observou-se a introdução de um terceiro cultivo (safrinha), porém esta prática é

adotada por poucos produtores e nestes, a safrinha é implantada em pequena parte da

propriedade.

Os dados apresentados referem-se às culturas realizadas em áreas de Plantio Direto

(PD), com e sem adubação orgânica e em áreas com Integração Lavoura-Pecuária (ILP), com

e sem adubação orgânica.

A descrição dos itens que compõem o custo de produção foi elaborada com base nas

metodologias utilizadas em Santa Catarina pela EPAGRI (2013) e no Paraná pela SEAB

(2013), na metodologia empregada pela Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB

(CONAB, 2010) e nos conceitos teóricos apontados por Hoffmann et al. (1987).

CUSTOS VARIÁVEIS - CV

1. Insumos

A determinação do custo dos insumos considerou sementes, adubos e defensivos,

valorados a preço de mercado regional considerando o mês de maio/2013 como referência.

2. Serviços com mão de obra

Considerou-se a execução de todos os serviços que demandam mão de obra, tais como

semeadura, pulverizações, adubações e colheita, tendo como base o tempo das operações

informado pelos agricultores. O valor da hora homem foi determinado considerando o custo

de oportunidade do trabalho no mercado, calculado a partir de uma remuneração de dois

salários mínimos mensais (R$ 1.356,00) mais encargos (45%) com uma jornada de trabalho

de 176 horas/mês, o que resulta em R$ 11,17/hora.

3. Serviços mecânicos

Considerou-se a execução de todos os serviços que demandam hora máquina mais

implementos para a execução das operações de semeadura, pulverizações, adubações e

colheita. Considerou-se o custo variável de mercado da hora máquina mais implementos para

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todas as operações realizadas (exceto o valor correspondente ao operador, uma vez que este

foi incluído no item 1.2), a partir das estimativas realizadas pelo Cepa/Epagri, tendo como

base o tempo das operações informado pelos agricultores. Foi incluído o tempo relativo ao

transporte interno de produtos utilizados em cada operação. Para a operação de semeadura foi

considerado a utilização de um trator de cerca de 120 CV, enquanto que para as demais

operações utilizou-se o custo relativo a um trator de 75 CV. Para a operação de colheita

considerou-se uma colhedora média.

4. Despesas gerais

Valor estimado considerando 1,0% de 1.1 + 1.2 + 1.3.

5. Assistência técnica

Valor estimado considerando 2,0% de 1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4.

6. Seguro da produção - PROAGRO

Valor estimado considerando 3,9% de 1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4.

7. Custos financeiros

Valor estimado considerando taxa de juros de 0,5% ao mês sobre 1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4 +

1.5 + 1.6, capitalizados durante sete meses a partir da expressão: VF = C . (1,005)7.

8. Despesas com a comercialização

Para o transporte externo, foi considerado o valor médio informado pelos agricultores

(R$/saca). Para o item Previdência social (Funrural), foi aplicado 2,3% sobre a receita bruta.

CUSTOS FIXOS - CF

1. Manutenção de benfeitorias

Foi considerado como benfeitorias um galpão rústico utilizado para máquinas e

equipamentos e armazenagem dos insumos, tomando-se como base a área construída em m2

informado pelo agricultor e o valor médio de 200,00 R$/m2. O cálculo da manutenção

considerou 1,0% do valor novo dividido pela área cultivada com lavouras, e rateado para duas

culturas anuais.

2. Depreciação de benfeitorias

A depreciação foi obtida pelo método linear por D=(VN-VR)/Vu/área cultivada. Como

valor novo (VN) foi considerado 200,00 R$/m2, valor residual (VR) de 20% do valor novo e

Vida útil (VU) de 25 anos. Os valores foram rateados para duas culturas anuais.

3. Depreciação de máquinas e equipamentos

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A depreciação foi obtida pelo método linear por D=(VN-VR)/Vu. Como VN foi

considerado o valor atual de mercado, VR de 10% ou 20% do VN, conforme o equipamento

considerado, e VU conforme indicação do fabricante.

4. Seguro de máquinas

A taxa de seguro foi de 1% ao ano, considerando o uso médio anual, em horas/ano, obtido

por S=(VN+VR)/2*0,01/Uso anual.

5. Correção do solo

A correção do solo foi obtida considerando o valor do calcário acrescido do custo de

distribuição (hora-homem mais hora-máquina: trator + implemento), dividido pelo intervalo

de aplicação em anos, rateado para duas culturas anuais.

6. Impostos e taxas

Valor estimado considerando 0,05% sobre o valor da terra, rateado para duas culturas

anuais.

7. Remuneração do capital máquinas e equipamentos

Representa o custo de oportunidade da hora máquina obtido a partir da aplicação da taxa

de 6% ao ano sobre o valor médio, considerando o uso médio anual, em horas/ano, obtido por

RC=(VN+VR)/2*0,06/Uso anual.

8. Remuneração do capital benfeitorias

Representa o custo de oportunidade do galpão, obtido a partir da aplicação da taxa de 6%

ao ano sobre o valor médio [(VN+VR)/2] e rateado pela área cultivada e por duas culturas

anuais.

9. Remuneração do empresário - RE

Representa o custo de oportunidade do empreendedor (proprietário), obtido considerando

8% sobre o Custo Variável Total.

10. Remuneração da terra - RT

Representa o custo de oportunidade do capital terra, obtido considerando 1% sobre o valor

da terra, rateado para duas culturas anuais.

CUSTO OPERACIONAL TOTAL (COT) E CUSTO TOTAL (CT)

O Custo Operacional (COT) foi obtido considerando os custos variáveis totais (CV) e

parte dos custos fixos (itens 2.1 ao 2.6). O Custo Total (CT) é a soma dos custos variáveis e

fixos totais (CT = CV + CF).

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RECEITA BRUTA – RB

A receita bruta foi obtida considerando a quantidade produzida valorada pelo preço de

mercado praticado em maio/2013 (RB = q * p).

INDICADORES DE EFICIÊNCIA TÉCNICA

• Produtividade por área: kg/ha

• Produtividade da mecanização: Kg/ha/hora-máquina

• Produtividade da fertilização: Kg/Kg de N; Kg/Kg de P2O5 e Kg/Kg de K2O

INDICADORES DE EFICIÊNCIA ECONÔMICA NO CURTO PRAZO

• Receita Bruta: R$/ha

• Margem Bruta (MB): RB – CV, representa o saldo (valor) destinado a remuneração

dos custos fixos;

• Renda Líquida (RL): RB – COT, representa o saldo (valor) destinado a remuneração

dos custos de oportunidade (do capital e do empreendedor);

• Lucro (L): RB – CT, representa o resultado final após a remuneração de todos os

fatores de produção;

• Ponto de Nivelamento (PN): CT/preço, representa a quantidade de produção

necessária para cobrir o custo total;

• Taxa de Remuneração da Terra (TRT): L + RT/valor da terra, representa a

remuneração que o fator de produção terra obteve após a compensação de todos os demais

fatores de produção;

• Produtividade Total dos Fatores (PTF): RT/CT, representa uma medida de eficiência,

isto é, indica o número de unidades monetárias recebidas para cada unidade monetária de

custo.

ANÁLISE DE DADOS

Os dados foram apresentados por meio da ausência (1) e presença (-) das espéciesde

minhocas nas áreas FN, PD e ILP e riqueza de espécies (soma das espécies encontradas em

cada área). Os resultados obtidos para a diversidade de espécies de minhocas foram utilizados

para traçar curvas de rarefação para cada área (PD, ILD e MT) usando o programa ECOSIM

(GOTELLI & ENTSMINGER, 2005).

A média anual da abundância das minhocas nas áreas PD, ILP e FN obtida pelos

métodos TSBF e qualitativo foi utilizada para a obtenção do comprimento do gradiente

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(DCA). Como o comprimento do gradiente foi menor do que três = resposta linear, os dados

foram submetidos à Análise de Redundância (RDA), utilizando os atributos químicos e depois

os físicos do solo como variáveis explicativas para estabelecer correlações através de

permutações de Monte Carlo, utilizando o programa CANOCO versão 4.0 (Ter Braak &

Smilauer, 1998; Baretta et al., 2007). Adicionalmente, as variáveis ambientais explicativas

(Atributos físicos e depois os físicos) e as espécies de minhocas foram submetidas à Análise

de Componentes Principais (ACP).

10. RESULTADOS

10.1 Atributos químicos do solo

A Tabela 1 apresenta os resultados médios nas profundidades de 0-20 cm e 0-30 cm da

análise química do solo para a Mata Nativa (MN), Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e

Plantio Direto (PD) em cada um dos doze municípios amostrados (Curitibanos, Brunópolis,

Campos Novos, Galvão, Abelardo Luz, Faxinal dos Guedes, Guarujá do Sul, Guaraciaba,

Maravilha, Guatambu, Pinhalzinho e Chapecó).

Analisando os dados nas diversas regiões avaliadas quanto à fertilidade do solo é

possível afirmar que:

Em relação aos dados médios referentes à camada arável do solo (0-20 cm), os

maiores problemas estão relacionados ao pH e ao fósforo. Do total de lavouras em que é

utilizada integração lavoura-pecuária (ILP), 50 e 58% delas, apresentaram valores variando de

médio a muito baixo para pH e fósforo, respectivamente. Já nas lavouras onde é utilizado

plantio direto (PD), do total de áreas avaliadas 67% apresentaram valores de pH e 50%

valores de fósforo, variando de médio a muito baixo, respectivamente (Tabela 1).

Como o valor de pH tem relação direta com a presença de Al+3

tóxico na solução do

solo, nas mesmas áreas onde os valores de pH estão muito baixo, foram encontrados altos

valores de Al+3

. Assim, nestas áreas, recomenda-se a correção da acidez que elevará o pH,

eliminando o Al+3

da solução, além contribuir com o fornecimento de cálcio.

Em relação ao fósforo, um macronutriente essencial e de grande importância para as

culturas, pois atua na divisão celular, reprodução, fotossíntese, respiração e síntese de

substâncias orgânicas, portanto tem relação direta com o rendimento das culturas. Assim, a

deficiência de fósforo é preocupante, e também deve ser corrigido o mais rápido possível,

visando melhorar os rendimentos das lavouras avaliadas.

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Em relação aos demais elementos não foram observados problemas de deficiência.

Entretanto, para o elemento potássio, em algumas áreas esta até em excesso, sendo que nestes

casos recomenda-se que em algumas safras, seja reduzida aplicação deste elemento.

Os atributos químicos do solo significativos foram utilizados como variáveis

ambientais explicativas das modificações da diversidade de minhocas em cada um dos

tratamentos e regiões avaliadas. Isso foi discutido e relacionado a seguir no item diversidade

de minhocas por meio de análises multivariada (Ver Figura 16, a seguir).

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Tabela 1. Atributos químicos do solo nas áreas Plantio Direto (PD), Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e fragmento de Mata Nativa (MN).

Município Área Profundidade pH

Água

Índice

SMP

P K MO Al Ca Mg

mg/dm³ % cmolc/dm³

Curitibanos

PD 0-20* 4,9

5,8

6,4 142

4,1

1,4 3,3 2,0

0-30** 4,8

5,8

6,1 135

4,1

1,7 3,0 1,8

ILP 0-20 5,6

6,1

4,4 152

4,1

0,5 4,4 3,5

0-30 5,3

6,0

4,0 122

3,9

0,9 3,5 2,8

MN 0-20 4,9

5,6

3,5 117

5,2

1,1 4,3 1,8

0-30 4,9 5,6 3,5 102 4,9 1,4 3,6 1,6

Brunópolis

PD 0-20 5,0

5,7

6,1 214

3,9

1,6 3,5 1,5

0-30 4,9

5,7

5,3 195

3,8

1,8 3,3 1,4

ILP 0-20 6,2

6,4

21,6 282

3,8

0,0 7,5 3,4

0-30 6,2

6,3

20,1 265

3,7

0,0 7,2 3,4

MN 0-20 4,8

5,5

3,5 129

5,6

2,2 4,4 1,6

0-30 4,8 5,6 3,9 110 5,3 2,3 4,1 1,5

Campos Novos

PD 0-20 4,9

5,5

6,4 180

5,1

1,8 4,3 2,2

0-30 4,9

5,5

5,5 156

4,8

2,1 3,9 2,1

ILP 0-20 4,7

5,3

3,4 213

5,0

2,0 4,8 1,5

0-30 4,7

5,3

3,2 201

4,4

2,2 4,4 1,4

MN 0-20 5,8

6,2

5,4 141

4,8

0,0 7,3 2,9

0-30 5,9 6,2 5,0 120 4,7 0,0 6,9 2,8

Galvão

PD 0-20 5,0

5,7

7,2 307

4,1

0,6 4,7 1,6

0-30 5,1

5,7

6,8 244

3,7

0,7 4,3 1,5

ILP 0-20 5,6

5,9

5,4 185

3,9

0,2 6,6 2,8

0-30 5,4

5,8

4,6 144

3,5

0,6 5,4 2,3

MN 0-20 6,4

6,7

5,8 302

4,5

0,0 15,1 3,1

0-30 6,3 6,6 5,1 284 4,0 0,0 14,0 3,0

Abelardo Luz

PD 0-20 5,6

5,9

11,6 240

4,5

0,2 5,2 2,0

0-30 5,5

5,8

9,5 181

4,3

0,3 4,5 1,8

ILP 0-20 5,2

5,9

11,1 239

4,9

0,3 5,4 1,7

0-30 5,2

5,8

8,7 182

4,4

0,4 4,6 1,6

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Tabela 1. Continuação...

Abelardo Luz MN 0-20 4,7

5,4

6,7 114

4,2

1,9 1,6 0,8

0-30 4,6 5,4 7,3 93 3,9 2,1 1,2 0,6

Faxinal dos Guedes

PD 0-20 5,4

5,9

24,5 188

4,3

0,4 4,6 2,3

0-30 5,2

5,9

19,8 148

4,3

0,6 3,8 1,9

ILP 0-20 5,0

5,7

17,7 112

4,8

1,7 4,4 2,1

0-30 4,9

5,5

16,1 90

4,6

2,1 3,5 1,7

MN 0-20 4,2

4,8

9,8 81

4,8

3,5 0,4 0,3

0-30 4,3 4,8 8,4 79 4,5 3,7 0,8 0,4

Guarujá do Sul

PD 0-20 5,9

6,4

7,6 98

2,7

0,0 7,6 3,3

0-30 5,9

6,4

7,1 78

2,5

0,0 7,4 3,1

ILP 0-20 6,2

6,5

13,3 99

2,6

0,0 8,5 4,2

0-30 6,2

6,5

11,3 78

2,4

0,0 8,3 4,1

MN 0-20 5,5

6,1

6,1 88

3,2

0,1 6,5 2,8

0-30 5,6 6,2 6,1 78 2,9 0,1 6,1 2,8

Guaraciaba

PD 0-20 4,8 5,7 14,0 233 3,0 1,0 3,2 1,2

0-30 4,8

5,7

10,8 188

2,8

1,3 2,9 1,1

ILP 0-20 6,3

6,5

8,9 213

4,1

0,0 6,6 3,1

0-30 6,2

6,5

7,0 169

3,6

0,0 5,8 2,8

MN 0-20 4,8

5,7

3,0 185

3,8

1,2 2,3 1,1

0-30 4,8 5,7 2,8 162 3,5 1,2 1,9 0,9

Maravilha

PD 0-20 5,2

5,8

9,7 228

4,8

0,6 5,4 2,2

0-30 5,2

5,8

7,8 191

4,5

0,7 4,9 2,1

ILP 0-20 5,2

5,9

5,6 303

3,4

0,8 4,8 1,6

0-30 5,1

5,9

4,6 249

3,1

1,1 4,3 1,4

MN 0-20 6,0

6,3

4,5 286

3,7

0,2 9,8 2,7

0-30 5,7 6,2 4,6 257 3,4 0,4 8,6 2,5

Pinhalzinho

PD 0-20 5,4

6,0

11,1 293

3,7

0,6 4,7 2,3

0-30 5,2

5,9

8,7 245

3,4

0,8 4,1 2,0

ILP 0-20 5,1

5,8

27,0 138

3,7

0,5 4,9 1,7

0-30 5,1

5,9

19,6 106

3,3

0,4 4,6 1,8

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Tabela 1. Continuação...

Pinhalzinho MN 0-20 5,2

5,9

3,9 166

4,0

0,4 6,1 1,8

0-30 5,1 5,9 3,7 146 3,6 0,6 5,2 1,5

Guatambú

PD 0-20 5,6

6,0

30,5 263

4,2

0,4 6,6 2,2

0-30 5,5

5,9

22,0 220

3,9

0,7 5,6 1,8

ILP 0-20 6,4

6,3

42,4 414

4,0

0,0 7,6 3,6

0-30 6,1

6,2

30,3 341

3,6

0,1 6,4 3,2

MN 0-20 5,3

5,8

7,5 188

4,0

0,9 5,0 1,0

0-30 5,2 5,7 6,6 161 3,6 1,1 4,4 0,9

Chapecó

PD 0-20 5,8

6,2

19,1 288

3,8

0,0 5,7 2,4

0-30 5,7

6,2

14,9 238

3,6

0,1 4,9 2,1

ILP 0-20 5,0

5,7

8,3 155

4,7

1,6 3,6 2,1

0-30 4,8

5,5

6,8 121

4,3

2,2 2,9 1,7

MN 0-20 4,6

5,1

6,0 45

4,1

3,0 2,0 0,4

0-30 4,6 5,1 5,3 39 3,9 3,3 1,7 0,4

* Média de 0 a 20 cm de profundidade; ** Média de 0 a 30 cm de profundidade.

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10.2 Atributos físicos do solo

Os atributos físicos do solo foram plotados e apresentados na forma de gráficos

utilizando as médias gerais dos 12 municípios amostrados para demonstrar o panorama geral

da situação dos principais atributos físicos amostrados nos sistema de uso do solo [(SUS) (ILP

= Integração Lavoura-Pecuária, PD = Plantio Direto e MN = Mata Nativa)] e profundidades

(A = 0-10 cm, B = 10-20 cm e C = 20-30 cm).

Os atributos físicos do solo foram utilizados para explicar a abundância de minhocas

em cada um dos SUS (Ver Figura 17, a seguir).

Foram observadas diferenças significativas nos teores de argila, silte e areia entre os

SUS amostrados. Os menores teores de argila foram encontrados na MN e consequente mais

elevados de silte e areia neste SUS (Figura 2, Tabela 2). Diferenças significativas entre as três

profundidades foram observadas para argila (0-10 < 10-20 < 20-30 cm) e o oposto para os

teores de silte (0-10 > 10-20 > 20-30 cm). Para os teores de areia não houve diferença entre as

profundidades (Figura 3, Tabela 2).

Granulometria

Areia

Silte

ArgilaILP PD MN

Uso

-100

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Figura 2. Teores médios dos 12 municípios amostrados de areia, silte e argila nos sistemas de

uso do solo (ILP = Integração Lavoura-Pecuária, PD = Plantio Direto e MN = Mata

Nativa). (Areia: KW-H(2;324) = 17,2718; p = 0,0002; F(2;321) = 8,4224; p = 0,0003;

Silte: KW-H(2;324) = 24,4863; p = 0,000005; F(2;321) = 11,7575; p = 0,0000; Argila:

KW-H(2;324) = 43,6377; p = 0,0000; F(2;321) = 34,4133; p = 0,0000).

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Granulometria

Areia

Silte

ArgilaA B C

Camada

-100

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Figura 3. Teores médios dos 12 municípios de areia, silte e argila nas profundidades

amostradas (A = 0-10 cm, B = 10-20 cm e C = 20-30 cm). (Areia: KW-H(2;324) = 3,8409;

p = 0,1465; F(2;321) = 0,0621; p = 0,9398; Silte: KW-H(2;324) = 13,7423; p = 0,0010;

F(2;321) = 6,7129; p = 0,0014; Argila: KW-H(2;324) = 13,2321; p = 0,0013; F(2;321) =

4,6133; p = 0,0106).

Para os valores de densidade do solo, os valores mais elevados foram encontrados nas

áreas agrícolas, sendo em ILP o valor mais elevado que em PD, especialmente devido ao

pisoteio dos animais (Figura 4). Nas diferentes profundidades não se constatou diferenças

significativas entre as mesmas (Figura 5).

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Densidade

Mean

Mean±SE

Mean±SD ILP PD MN

Uso

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

DS

Figura 4. Valores médios dos 12 municípios amostrados da densidade do solo nos sistemas

de uso do solo (ILP = Integração Lavoura-Pecuária, PD = Plantio Direto e MN = Mata

Nativa). (DS: KW-H(2;323) = 114,3348; p = 00,0000; F(2;320) = 91,0688; p = 00,0000)

Densidade

Mean

Mean±SE

Mean±SD A B C

Camada

0,85

0,90

0,95

1,00

1,05

1,10

1,15

1,20

1,25

1,30

1,35

DS

Figura 5. Valores médios dos 12 municípios da densidade nas profundidades amostradas (A

= 0-10 cm, B = 10-20 cm e C = 20-30 cm). (DS: KW-H(2;323) = 3,9994; p = 0,1354;

F(2;320) = 2,0373; p = 0,1321)

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Considerando a porosidade total do solo, não houve diferenças significativas entre os

SUS amostrados (Figura 6). Mas em MN houve menores valores da microporosidade e

maiores da macroporosidade em relação aos demais SUS que praticamente não se

diferenciaram entre si. Para as profundidades amostradas foi observada diferença significativa

para os valores de macroporos (mais elevados em 0-10 cm) e microporos (mais elevados 20-

30 cm) (Figura 7).

Porosidade

PT

Macro

Meso

MicroILP PD MN

Uso

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Figura 6. Valores médios dos 12 municípios amostrados da porosidade total,

macroporosidade, mesoporosidade e microporosidade do solo nos sistemas de uso do solo

(ILP = Integração Lavoura-Pecuária, PD = Plantio Direto e MN = Mata Nativa). (PT:

KW-H(2;324) = 22,4274; p = 0,00001; F(2;321) = 1,5365; p = 0,2167; Macro: KW-

H(2;324) = 97,0061; p = 00,0000; F(2;321) = 53,1047; p = 00,0000; Meso: KW-H(2;324)

= 3,8147; p = 0,1485; F(2;321) = 0,8703; p = 0,4198; Micro: KW-H(2;324) = 42,3223; p

= 0,0000; F(2;321) = 26,1772; p = 0,0000)

Page 24: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

Porosidade

PT

Macro

Meso

MicroA B C

Camada

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Figura 7. Valores médios dos 12 municípios da porosidade total, macroporosidade,

mesoporosidade e microporosidade do solo nas profundidades amostradas (A = 0-10 cm, B

= 10-20 cm e C = 20-30 cm). (PT: KW-H(2;324) = 4,0578; p = 0,1315; F(2;321) =

0,8699; p = 0,4200; Macro: KW-H(2;324) = 17,2462; p = 0,0002; F(2;321) = 6,0511; p =

0,0026; Meso: KW-H(2;324) = 1,7514; p = 0,4166; F(2;321) = 0,0701; p = 0,9323;

Micro: KW-H(2;324) = 8,6246; p = 0,0134; F(2;321) = 1,9839; p = 0,1392)

O índice de estabilidade de agregados (IEA) do solo mais elevado foi observado em

MN, seguido por ILP. PD apresentou o menor IEA (Figura 8). Houve diferenças

consideráveis do IEA entre as três profundidades avaliadas (0-10 > 10-20 > 20-30 cm), sendo

a profundidade de 20-30 cm que apresentou o menor valor para o IEA (Figura 9).

A tabela 2 apresenta os resultados obtidos em cada SUS, município e profundidades

amostrados e média das profundidades.

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Índice de Estabil idade dos Agregados

Mean

Mean±SE

Mean±SD ILP PD MN

Uso

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

IEA

DM

G

Figura 8. Valores médios dos 12 municípios amostrados do índice de estabilidade dos

agregados do solo nos sistemas de uso do solo (ILP = Integração Lavoura-Pecuária, PD =

Plantio Direto e MN = Mata Nativa). (EADMG: KW-H(2;324) = 79,298; p = 00,0000;

F(2;321) = 52,6969; p = 00,0000)

Índice de Estabil idade dos Agregados

Mean

Mean±SE

Mean±SD A B C

Camada

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

IEA

DM

G

Figura 9. Valores médios dos 12 municípios do índice de estabilidade dos agregados do solo

nas profundidades amostradas (A = 0-10 cm, B = 10-20 cm e C = 20-30 cm). (IEADMG:

KW-H(2;324) = 67,5101; p = 0,0000; F(2;321) = 40,0616; p = 0,0000)

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Tabela 2. Atributos físicos do solo das áreas Plantio Direto (PD), Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e fragmento de Mata Nativa (MN).

Municipio Área Profundidade

Areia Silte Argila DS RP Sat 6kPa 600kPa Total P > 50 P < 50 P 50-0,5 P < 0,5 DMGsa DMGea IEADMG

g kg-1 g cm-3 MPa m3 m-3

Curitibanos

PD

0-10 38 406 556 1,00 1,31 0,58 0,35 0,30 0,58 0,22 0,35 0,05 0,30 2,36 1,82 0,77

10-20 31 397 571 1,20 2,33 0,57 0,45 0,40 0,57 0,12 0,45 0,05 0,40 2,51 1,41 0,56

20-30 29 379 592 1,17 2,42 0,60 0,50 0,44 0,60 0,10 0,50 0,06 0,44 2,22 0,81 0,37

média 33 394 573 1,13 2,02 0,58 0,43 0,38 0,58 0,15 0,43 0,05 0,38 2,36 1,35 0,57

ILP

0-10 50 402 548 1,23 2,69 0,56 0,42 0,37 0,56 0,14 0,42 0,05 0,37 2,63 1,97 0,75

10-20 38 408 554 1,18 1,88 0,58 0,46 0,41 0,58 0,12 0,46 0,05 0,41 2,68 1,62 0,61

20-30 34 342 624 1,15 1,97 0,59 0,49 0,44 0,59 0,10 0,49 0,05 0,44 2,21 1,02 0,46

média 41 384 575 1,19 2,18 0,58 0,46 0,41 0,58 0,12 0,46 0,05 0,41 2,50 1,54 0,60

MN

0-10 68 474 459 0,88 1,43 0,60 0,40 0,35 0,60 0,20 0,40 0,05 0,35 2,41 2,04 0,84

10-20 68 498 434 1,15 2,21 0,57 0,44 0,40 0,57 0,13 0,44 0,04 0,40 2,26 1,65 0,73

20-30 50 328 622 1,11 1,90 0,59 0,42 0,37 0,59 0,17 0,42 0,05 0,37 2,28 1,10 0,48

média 62 433 505 1,04 1,85 0,59 0,42 0,37 0,59 0,17 0,42 0,05 0,37 2,32 1,59 0,69

Brunópolis

PD

0-10 44 324 632 0,92 1,47 0,58 0,38 0,32 0,58 0,21 0,38 0,06 0,32 2,03 1,33 0,66

10-20 29 339 633 1,19 2,63 0,57 0,45 0,40 0,57 0,13 0,45 0,05 0,40 2,49 1,13 0,46

20-30 25 354 621 1,19 2,62 0,54 0,44 0,40 0,54 0,09 0,44 0,05 0,40 2,40 0,97 0,40

média 33 339 629 1,10 2,24 0,56 0,42 0,37 0,56 0,14 0,42 0,05 0,37 2,31 1,14 0,50

ILP

0-10 57 402 541 1,23 2,88 0,55 0,41 0,37 0,55 0,14 0,41 0,04 0,37 2,67 1,47 0,55

10-20 47 374 579 1,38 2,81 0,53 0,42 0,38 0,53 0,12 0,42 0,04 0,38 2,68 1,31 0,50

20-30 33 346 622 1,30 2,33 0,53 0,42 0,39 0,53 0,11 0,42 0,03 0,39 2,65 1,14 0,43

média 46 374 581 1,30 2,67 0,54 0,42 0,38 0,54 0,12 0,42 0,04 0,38 2,66 1,31 0,49

MN

0-10 146 483 371 0,93 1,81 0,64 0,48 0,43 0,64 0,17 0,48 0,05 0,43 2,31 2,00 0,86

10-20 204 405 391 0,99 1,97 0,60 0,40 0,34 0,60 0,20 0,40 0,05 0,34 2,12 1,50 0,71

20-30 214 325 461 1,02 2,09 0,60 0,42 0,36 0,60 0,18 0,42 0,05 0,36 2,27 1,17 0,51

média 188 404 408 0,98 1,96 0,61 0,43 0,38 0,61 0,18 0,43 0,05 0,38 2,23 1,56 0,69

Campos

Novos

PD

0-10 28 380 592 1,18 3,02 0,58 0,49 0,43 0,58 0,09 0,49 0,06 0,43 2,51 1,58 0,63

10-20 21 365 614 1,21 2,64 0,56 0,45 0,41 0,56 0,11 0,45 0,05 0,41 2,37 1,24 0,53

20-30 20 339 641 1,17 2,75 0,56 0,44 0,39 0,56 0,11 0,44 0,06 0,39 2,26 0,98 0,43

média 23 362 616 1,19 2,80 0,57 0,46 0,41 0,57 0,10 0,46 0,05 0,41 2,38 1,27 0,53

ILP

0-10 26 378 597 0,99 1,75 0,62 0,45 0,39 0,62 0,17 0,45 0,07 0,39 1,99 1,19 0,61

10-20 18 332 650 1,09 2,24 0,56 0,46 0,41 0,56 0,10 0,46 0,05 0,41 2,31 1,04 0,45

20-30 17 336 647 1,14 2,22 0,57 0,49 0,43 0,57 0,08 0,49 0,06 0,43 2,28 0,83 0,37

média 20 349 631 1,07 2,07 0,58 0,47 0,41 0,58 0,12 0,47 0,06 0,41 2,19 1,02 0,48

MN

0-10 51 405 544 0,77 1,63 0,56 0,38 0,35 0,56 0,18 0,38 0,03 0,35 2,27 1,79 0,80

10-20 44 431 525 0,92 1,85 0,55 0,40 0,36 0,55 0,15 0,40 0,04 0,36 2,13 1,39 0,66

20-30 53 419 528 0,79 1,16 0,65 0,39 0,34 0,65 0,26 0,39 0,05 0,34 1,82 1,02 0,56

média 49 418 532 0,82 1,55 0,59 0,39 0,35 0,59 0,20 0,39 0,04 0,35 2,08 1,40 0,67

Galvão PD

0-10 65 331 604 1,24 2,02 0,56 0,41 0,38 0,56 0,15 0,41 0,04 0,38 1,75 0,66 0,38

10-20 51 272 677 1,20 1,97 0,53 0,42 0,38 0,53 0,11 0,42 0,04 0,38 1,98 0,98 0,49

20-30 46 287 666 1,12 1,68 0,54 0,44 0,41 0,54 0,10 0,44 0,03 0,41 2,13 0,60 0,28

média 54 297 649 1,18 1,89 0,55 0,42 0,39 0,55 0,12 0,42 0,03 0,39 1,95 0,75 0,38

Page 27: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

Tabela 2. Continuação...

Galvão

ILP

0-10 85 337 578 1,26 2,37 0,55 0,42 0,37 0,55 0,13 0,42 0,04 0,37 1,79 0,75 0,42

10-20 58 319 623 1,22 2,25 0,54 0,43 0,40 0,54 0,11 0,43 0,04 0,40 1,94 0,74 0,40

20-30 63 278 659 1,12 1,41 0,57 0,46 0,42 0,57 0,11 0,46 0,04 0,42 2,04 0,53 0,26

média 69 311 620 1,20 2,01 0,55 0,44 0,40 0,55 0,12 0,44 0,04 0,40 1,92 0,67 0,36

MN

0-10 179 347 474 0,95 0,87 0,58 0,33 0,30 0,58 0,24 0,33 0,03 0,30 1,82 0,96 0,53

10-20 178 467 355 1,03 1,29 0,58 0,34 0,30 0,58 0,24 0,34 0,03 0,30 1,92 1,69 0,88

20-30 144 431 425 1,24 1,53 0,54 0,36 0,31 0,54 0,18 0,36 0,04 0,31 1,93 1,50 0,79

média 167 415 418 1,07 1,23 0,56 0,34 0,31 0,56 0,22 0,34 0,04 0,31 1,89 1,38 0,73

Abelardo

Luz

PD

0-10 89 365 547 1,02 2,24 0,59 0,47 0,43 0,59 0,12 0,47 0,05 0,43 1,62 1,22 0,76

10-20 88 302 610 1,07 2,56 0,58 0,47 0,41 0,58 0,12 0,47 0,06 0,41 1,67 1,08 0,64

20-30 88 300 612 1,07 2,58 0,57 0,45 0,39 0,57 0,11 0,45 0,06 0,39 1,56 0,82 0,52

média 88 322 589 1,06 2,46 0,58 0,46 0,41 0,58 0,12 0,46 0,06 0,41 1,62 1,04 0,64

ILP

0-10 82 381 537 1,12 2,77 0,56 0,42 0,37 0,56 0,13 0,42 0,05 0,37 1,83 1,25 0,68

10-20 85 334 582 1,10 2,10 0,56 0,42 0,38 0,56 0,13 0,42 0,04 0,38 1,97 1,55 0,79

20-30 65 291 644 1,05 1,77 0,57 0,45 0,40 0,57 0,12 0,45 0,05 0,40 1,85 1,31 0,71

média 77 335 588 1,09 2,22 0,56 0,43 0,38 0,56 0,13 0,43 0,05 0,38 1,88 1,37 0,73

MN

0-10 82 283 636 0,81 1,20 0,60 0,41 0,37 0,60 0,19 0,41 0,04 0,37 1,60 1,27 0,80

10-20 63 261 676 0,80 1,28 0,60 0,40 0,35 0,60 0,20 0,40 0,05 0,35 1,60 1,17 0,75

20-30 57 282 660 0,82 1,27 0,62 0,41 0,36 0,62 0,21 0,41 0,05 0,36 1,65 1,11 0,72

média 67 275 657 0,81 1,25 0,60 0,41 0,36 0,60 0,20 0,41 0,05 0,36 1,62 1,18 0,76

Faxinal dos

Guedes

PD

0-10 128 357 515 1,14 1,95 0,59 0,42 0,41 0,59 0,17 0,42 0,02 0,41 2,60 1,87 0,73

10-20 120 332 549 1,21 1,96 0,55 0,44 0,42 0,55 0,11 0,44 0,02 0,42 2,41 1,19 0,49

20-30 114 331 556 1,15 1,80 0,60 0,46 0,44 0,60 0,14 0,46 0,02 0,44 2,23 0,72 0,33

média 120 340 540 1,16 1,90 0,58 0,44 0,42 0,58 0,14 0,44 0,02 0,42 2,42 1,26 0,52

ILP

0-10 174 392 434 0,97 1,43 0,63 0,40 0,38 0,63 0,23 0,40 0,02 0,38 1,89 1,29 0,69

10-20 160 358 482 0,97 2,03 0,62 0,45 0,42 0,62 0,17 0,45 0,03 0,42 1,68 1,01 0,60

20-30 137 300 562 0,92 1,64 0,76 0,46 0,44 0,76 0,30 0,46 0,03 0,44 1,76 1,09 0,61

média 157 350 493 0,95 1,70 0,67 0,44 0,41 0,67 0,23 0,44 0,03 0,41 1,78 1,13 0,63

MN

0-10 41 292 667 0,76 1,21 0,72 0,46 0,44 0,72 0,26 0,46 0,02 0,44 1,78 1,30 0,73

10-20 35 287 678 0,72 1,10 0,64 0,46 0,44 0,64 0,18 0,46 0,02 0,44 1,83 1,13 0,62

20-30 34 316 651 0,80 1,19 0,65 0,44 0,42 0,65 0,21 0,44 0,03 0,42 2,05 1,02 0,50

média 36 298 665 0,76 1,17 0,67 0,46 0,43 0,67 0,21 0,46 0,02 0,43 1,89 1,15 0,62

Guarujá do

Sul

PD

0-10 254 407 340 1,31 1,99 0,55 0,41 0,38 0,55 0,15 0,41 0,03 0,38 1,72 0,86 0,50

10-20 235 411 353 1,34 2,13 0,54 0,41 0,38 0,54 0,13 0,41 0,02 0,38 1,92 0,70 0,38

20-30 261 363 376 1,35 2,77 0,51 0,41 0,38 0,51 0,10 0,41 0,02 0,38 2,00 0,58 0,29

média 250 394 356 1,33 2,30 0,53 0,41 0,38 0,53 0,13 0,41 0,02 0,38 1,88 0,71 0,39

ILP

0-10 237 437 325 1,31 2,16 0,55 0,38 0,36 0,55 0,17 0,38 0,02 0,36 2,05 0,95 0,46

10-20 238 437 325 1,42 2,21 0,54 0,43 0,41 0,54 0,11 0,43 0,02 0,41 2,02 0,80 0,39

20-30 227 452 321 1,42 2,58 0,53 0,44 0,42 0,53 0,09 0,44 0,02 0,42 2,08 0,65 0,31

média 234 442 324 1,38 2,32 0,54 0,42 0,40 0,54 0,12 0,42 0,02 0,40 2,05 0,80 0,39

MN

0-10 161 582 257 0,99 1,33 0,64 0,42 0,39 0,64 0,22 0,42 0,03 0,39 1,93 1,52 0,79

10-20 190 542 267 1,14 1,76 0,59 0,39 0,37 0,59 0,19 0,39 0,03 0,37 1,78 1,05 0,59

20-30 187 501 312 1,18 1,71 0,56 0,38 0,35 0,56 0,18 0,38 0,03 0,35 1,80 0,93 0,52

Page 28: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

Tabela 2. Continuação...

Guarujá do

Sul MN média 179 542 279 1,10 1,60 0,60 0,40 0,37 0,60 0,20 0,40 0,03 0,37 1,84 1,17 0,63

Guaraciaba

PD

0-10 72 256 672 1,21 3,15 0,55 0,42 0,39 0,55 0,12 0,42 0,04 0,39 1,81 0,76 0,42

10-20 72 264 663 1,25 2,50 0,52 0,41 0,38 0,52 0,11 0,41 0,03 0,38 2,01 0,78 0,39

20-30 69 233 697 1,20 1,34 0,57 0,46 0,43 0,57 0,11 0,46 0,03 0,43 1,73 0,53 0,31

média 71 251 677 1,22 2,33 0,55 0,43 0,40 0,55 0,11 0,43 0,03 0,40 1,85 0,69 0,37

ILP

0-10 62 284 654 1,28 4,25 0,58 0,45 0,44 0,58 0,12 0,45 0,01 0,44 2,82 1,69 0,60

10-20 42 269 690 1,17 2,85 0,56 0,41 0,40 0,56 0,14 0,41 0,01 0,40 2,71 1,34 0,51

20-30 34 223 743 1,17 2,17 0,58 0,46 0,44 0,58 0,12 0,46 0,02 0,44 2,59 0,81 0,32

média 46 258 696 1,21 3,09 0,57 0,44 0,42 0,57 0,13 0,44 0,02 0,42 2,71 1,28 0,48

MN

0-10 111 277 612 1,15 0,00 0,51 0,41 0,39 0,51 0,10 0,41 0,02 0,39 2,21 1,39 0,63

10-20 105 291 604 1,11 1,85 0,56 0,42 0,40 0,56 0,14 0,42 0,03 0,40 1,78 0,84 0,47

20-30 96 248 656 1,08 1,20 0,58 0,42 0,38 0,58 0,16 0,42 0,03 0,38 1,72 0,71 0,41

média 104 272 624 1,11 1,02 0,55 0,42 0,39 0,55 0,13 0,42 0,03 0,39 1,90 0,98 0,50

Maravilha

PD

0-10 87 465 448 1,13 2,38 0,57 0,45 0,41 0,57 0,12 0,45 0,04 0,41 2,09 1,29 0,62

10-20 78 353 569 1,16 2,35 0,55 0,45 0,43 0,55 0,10 0,45 0,03 0,43 2,10 0,89 0,42

20-30 59 349 592 1,10 1,95 0,56 0,49 0,46 0,56 0,07 0,49 0,04 0,46 2,01 0,74 0,37

média 75 389 536 1,13 2,23 0,56 0,46 0,43 0,56 0,10 0,46 0,03 0,43 2,07 0,97 0,47

ILP

0-10 138 545 317 1,32 2,79 0,54 0,42 0,39 0,54 0,12 0,42 0,03 0,39 1,85 0,98 0,53

10-20 131 464 405 1,21 2,03 0,54 0,42 0,39 0,54 0,12 0,42 0,02 0,39 2,34 0,95 0,41

20-30 104 404 492 1,19 2,20 0,55 0,43 0,40 0,55 0,12 0,43 0,04 0,40 1,94 0,58 0,30

média 124 471 405 1,24 2,34 0,54 0,42 0,39 0,54 0,12 0,42 0,03 0,39 2,04 0,84 0,41

MN

0-10 185 546 270 0,87 0,89 0,61 0,37 0,34 0,61 0,25 0,37 0,03 0,34 1,72 1,28 0,74

10-20 190 489 321 0,98 1,04 0,60 0,35 0,32 0,60 0,26 0,35 0,03 0,32 1,50 1,04 0,69

20-30 220 453 328 1,04 1,40 0,57 0,36 0,32 0,57 0,21 0,36 0,04 0,32 1,58 0,82 0,51

média 198 496 306 0,97 1,11 0,60 0,36 0,33 0,60 0,24 0,36 0,03 0,33 1,60 1,05 0,65

Guatambu

PD

0-10 59 270 671 1,11 2,31 0,55 0,40 0,35 0,55 0,15 0,40 0,05 0,35 1,89 1,11 0,58

10-20 47 228 725 1,18 2,96 0,51 0,39 0,34 0,51 0,12 0,39 0,04 0,34 1,81 0,69 0,38

20-30 41 197 762 1,19 2,96 0,49 0,39 0,35 0,49 0,10 0,39 0,05 0,35 2,21 0,68 0,31

média 49 232 719 1,16 2,74 0,52 0,39 0,35 0,52 0,12 0,39 0,05 0,35 1,97 0,83 0,42

ILP

0-10 148 371 481 1,29 3,97 0,49 0,35 0,32 0,49 0,15 0,35 0,03 0,32 2,24 1,67 0,73

10-20 117 331 552 1,30 2,80 0,50 0,35 0,31 0,50 0,15 0,35 0,04 0,31 1,96 0,81 0,41

20-30 93 295 612 1,23 2,32 0,52 0,41 0,37 0,52 0,11 0,41 0,05 0,37 1,69 0,52 0,31

média 120 332 548 1,28 3,03 0,51 0,37 0,33 0,51 0,14 0,37 0,04 0,33 1,97 1,00 0,48

MN

0-10 255 419 327 0,90 0,82 0,49 0,29 0,24 0,49 0,20 0,29 0,05 0,24 1,48 1,21 0,82

10-20 273 398 330 1,00 1,55 0,50 0,32 0,28 0,50 0,18 0,32 0,05 0,28 1,84 1,31 0,72

20-30 276 389 334 1,10 4,89 0,53 0,37 0,32 0,53 0,16 0,37 0,05 0,32 1,94 1,12 0,60

média 268 402 330 1,00 2,42 0,51 0,33 0,28 0,51 0,18 0,33 0,05 0,28 1,75 1,21 0,71

Pinhalzinho

PD

0-10 68 350 583 1,19 2,70 0,54 0,40 0,38 0,54 0,14 0,40 0,03 0,38 1,95 0,91 0,46

10-20 58 318 623 1,27 3,39 0,52 0,45 0,42 0,52 0,08 0,45 0,03 0,42 1,95 0,68 0,34

20-30 54 289 657 1,23 2,51 0,54 0,45 0,42 0,54 0,10 0,45 0,03 0,42 2,09 0,58 0,28

média 60 319 621 1,23 2,87 0,54 0,43 0,41 0,54 0,10 0,43 0,03 0,41 2,00 0,72 0,36

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Tabela 2. Continuação...

Pinhalzinho

ILP

0-10 131 368 501 1,38 3,21 0,50 0,41 0,38 0,50 0,09 0,41 0,03 0,38 1,95 0,76 0,39

10-20 139 355 506 1,43 3,01 0,49 0,37 0,36 0,49 0,13 0,37 0,01 0,36 2,20 1,06 0,47

20-30 121 337 542 1,32 1,64 0,51 0,40 0,39 0,51 0,11 0,40 0,01 0,39 2,35 0,74 0,32

média 130 353 517 1,37 2,62 0,50 0,39 0,38 0,50 0,11 0,39 0,01 0,38 2,16 0,85 0,39

MN

0-10 208 474 319 0,89 0,77 0,45 0,23 0,21 0,45 0,21 0,23 0,02 0,21 1,65 1,40 0,86

10-20 188 422 390 0,97 1,38 0,51 0,34 0,31 0,51 0,17 0,34 0,03 0,31 1,62 1,15 0,72

20-30 162 423 415 1,01 1,66 0,55 0,37 0,34 0,55 0,18 0,37 0,03 0,34 1,81 1,21 0,66

média 186 440 374 0,96 1,27 0,50 0,31 0,29 0,50 0,19 0,31 0,03 0,29 1,69 1,25 0,74

Chapecó

PD

0-10 129 323 548 1,25 2,82 0,53 0,39 0,36 0,53 0,13 0,39 0,03 0,36 2,14 0,96 0,44

10-20 134 266 601 1,24 3,03 0,49 0,37 0,33 0,49 0,12 0,37 0,04 0,33 1,72 0,60 0,34

20-30 102 271 627 1,24 2,27 0,52 0,42 0,37 0,52 0,10 0,42 0,05 0,37 1,59 0,44 0,28

média 122 287 592 1,24 2,71 0,51 0,39 0,35 0,51 0,12 0,39 0,04 0,35 1,82 0,67 0,35

ILP

0-10 96 284 621 1,17 2,32 0,50 0,39 0,35 0,50 0,11 0,39 0,04 0,35 1,76 1,05 0,60

10-20 88 283 629 1,20 2,62 0,55 0,46 0,35 0,55 0,09 0,46 0,11 0,35 1,72 0,79 0,45

20-30 87 277 636 1,16 2,55 0,53 0,42 0,37 0,53 0,11 0,42 0,06 0,37 1,58 0,66 0,42

média 90 281 629 1,18 2,49 0,53 0,42 0,35 0,53 0,11 0,42 0,07 0,35 1,69 0,83 0,49

MN

0-10 136 517 347 1,12 2,41 0,55 0,44 0,36 0,55 0,11 0,44 0,08 0,36 1,81 1,48 0,82

10-20 134 505 360 1,08 2,01 0,56 0,40 0,34 0,56 0,15 0,40 0,07 0,34 1,65 1,23 0,73

20-30 103 497 400 0,94 1,34 0,56 0,36 0,31 0,56 0,20 0,36 0,05 0,31 1,63 1,13 0,69

média 124 506 369 1,04 1,92 0,56 0,40 0,33 0,56 0,16 0,40 0,07 0,33 1,70 1,28 0,75

DS = densidade do solo; RP = resistência à penetração, Sat = solo saturado, 6kPa = capacidade de campo; 600kPa = drenagem de macro + mesoporos; Total =

porosidade total; P > 50 = poros com diâmetro > 50 micrômetros = macroporos; P < 50 = poros com diâmetro < 50 micrômetros = meso + microporos; P 50-0,5 =

poros com diâmetro entre 50 e 0,5 micrômetros = mesoporos; P < 0,5 = poros com diâmetro menor que 0,0 micrômetros = microporos; DMGsa = diâmetro médio

geométrico secos ao ar; DMGea = diâmetro médio geométrico estáveis em água; IEADMG = índice estabilidade de agregados calculado em base do diâmetro médio

geométrico.

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10.3 Abundância e riqueza de espécies de minhocas

Não houve diferenças significativas entre os SUS para abundância (Figura 10) e

biomassa geral de minhocas (Figura 11) nos três SUS (MN, ILP e PD).

Abundância (ind m -2)

Mean

Mean±SE

Mean±SD MN ILP PD

Tratamento

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

AB

U

Figura 10. Abundância de minhocas nos diferentes sistemas de uso do solo (ind m-2

=

indivíduos por metro quadrado; MN = Mata Nativa; ILP = Integração Lavoura-Pecuária;

PD = Plantio Direto) (ABU: KW-H(2;180) = 4,5889; p = 0,1008; F(2;177) = 1,5613; p =

0,2127)

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Biomassa (g m -2)

Mean

Mean±SE

Mean±SD MN ILP PD

Tratamento

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

BIO

Figura 11. Biomassa de minhocas nos diferentes sistemas de uso do solo (g m-2

= gramas por

metro quadrado; MN = Mata Nativa; ILP = Integração Lavoura-Pecuária; PD = Plantio

Direto) (BIO: KW-H(2;180) = 4,0068; p = 0,1349; F(2;177) = 1,1751; p = 0,3112)

Apesar de forma geral, não ter sido verificada diferenças nos valores de abundância e

biomassa gerais entre os SUS houve diferenças entre a riqueza de espécies de minhocas

encontradas. A Figura 12 mostra uma curva de rarefação de espécies, onde se encontrou a

maior riqueza de espécies em PD, seguindo por ILP. E MN apresentando as menores riquezas

de espécies. Salienta-se que o cálculo deste gráfico utilizou-se todos os dados (quantitativos +

qualitativos, incluindo as amostragens de inverno da região de Campos Novos + a

amostragem de verão todas as quatro regiões).

A Figura 12 também mostra a riqueza de espécies observada (Obs), a riqueza para “n”

(n=50) indivíduos em todos os SUS (RAR) e a riqueza de espécies estimada (ACE). Apenas

no RAR MN apresenta uma riqueza superior à ILP. Mas com um esforço amostral mais

elevado os valores aumentam (ACE), mas mantém o mesmo padrão de riqueza observado (PD

> ILP > MN).

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Figura 12. Curva de rarefação de espécies de minhocas para os sistemas de uso do solo

Plantio Direto, Mata Nativa e Integração Lavoura-Pecuária.

A Tabela 3 apresenta a riqueza total de espécies encontradas nas 12 áreas amostradas

de cada SUS. No total foram identificadas 23 espécies de minhocas. PD apresentou a maior

diversidade (17 sps), seguindo por ILP (15 sps) e MN com 13 espécies.

Praticamente todas as espécies de minhocas dos gêneros Glossoscolex e Fimoscolex

são novas espécies e precisam ser descritas e nomeadas pelo menos 12 destas espécies. As

espécies de gênero Ocnerodrilidae necessitam melhor avaliação, incluindo análise de DNA

para identificação e definição da espécie (nova ou já descrita).

Ressalta-se a importância da espécie Urobenus brasiliensis ter sido encontrada nas

áreas de PD comprovando resultados encontrados por Bartz et al. (2011) na região Oeste do

estado de SC (Figura 13).

As espécies assinaladas em verde são espécies nativas e ocorrem em todos os SUS,

indicando um grau e menor impacto nas áreas agrícolas e consequente sustentabilidade dos

mesmos (Tabela 3).

A presença das espécies exóticas, assinaladas em vermelho foi menor do que o

esperado, e estas também foram em alguns casos encontradas em todos os SUS, mas a

predominância é nas áreas agrícolas (Tabela 3). A família Lumbricidae é de origem europeia,

enquanto Megascolecidae é asiática.

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Uma grande quantidade de indivíduos juvenis foi encontrada

(Glossoscolecidae/Rhinodrilidae, Ocnerodrilidae, Megascolecidae e Juvenis), isto está

provavelmente relacionado à estiagem que ocorrem entre setembro e outubro de 2012,

afetando os resultados obtidos.

Também foi registrada a presença de minhocuçus (minhocas maiores que 25-30 cm)

em áreas sob PD (Glossoscolex sp.5). Apesar do período de estiagem na amostragem

qualitativa verificou-se a presença de muitos exemplares juvenis e casulos. Assim como a

presença de muitas galerias e coprólitos depositados tanto na superfície como no interior das

galerias (Figuras 14 e 15).

Figura 13. Urobenus brasiliensis em atividade e em estivação. (Foto: Marie Bartz)

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Tabela 3. Espécies de minhocas identificadas na Mata Nativa, Integração

Lavoura-Pecuária e Plantio Direto nos 12 municípios amostrados no meio e

extremo oeste do Estado de Santa Catarina.

Família, gênero e espécies de minhocas Sistema de Uso do Solo

MN ILP PD

Rhinodrilidae

Urobenus brasiliensis 19 - 10

Pontoscolex corethrurus - - 3

Glossoscolecidae

Glossoscolex sp.1 3 1 -

Glossoscolex sp.2 4 - -

Glossoscolex sp.3 3 - -

Glossoscolex sp.4 - - 2

Glossoscolex sp.5 - - 13

Glossoscolex sp.6 1 - -

Glossoscolex subadulta sp.1 - - 1

Fimoscolex sp.1 6 104 68

Fimoscolex sp.2 2 34 15

Fimoscolex sp.3 3 8 -

Fimoscolex sp.4 - 3 18

Fimoscolex sp.5 - 2 25

Ocnerodrilidae

Ocnerodrilidae sp.1 2 3 34

Ocnerodrilidae sp.2 - 1 32

Ocnerodrilidae sp.3 1 4 8

Ocnerodrilidae sp.4 - 18 1

Ocnerodrilidae sp.5 32 3 5

Lumbricidae

Lumbricidade sp.1 11 68 5

Lumbricidade sp.2 6 13 -

Acanthodrilidae

Dichogaster bolaui - 1 2

Megascolecidae Amynthas gracilis - 2 1

Glossoscolecidae/Rhinodrilidae 3 8 8

Ocnerodrilidae 3 7 10

Megascolecidae - 6 10

Juvenis 4 27 54

Riqueza de espécies 13 15 17

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Figura 14. Glossoscolex sp.5, minhocuçu nova espécies encontrada em áreas sob Plantio

Direto. (Fotos: Leandro do Prado Wildner e Marie Bartz)

Figura 15. Atividade de Glossoscolex sp.5, minhocuçu nova espécies encontrada em áreas

sob Plantio Direto. (a = juvenis; b = casulo; c= galeria(s); d = coprólitos; e = raiz de

culturas). (Fotos: Marie Bartz).

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Validação da classificação de áreas sob plantio direto quanto ao número e espécies de

minhocas proposto por Bartz et al. (2013)

Bartz et al. (2013) propuseram um sistema de classificação das áreas sob plantio direto

considerando a abundância de minhoca (média por amostra e de indivíduos por metro

quadrado) e número de espécies de minhocas nestas áreas (Ver Tabela 4), considerando que

boa parte das regiões amostradas nas regiões meio-oeste e oeste do Estado de Santa Catarina

possuem condições climáticas e de solo parecidas.

A Tabela 4 apresenta as áreas classificadas de acordo com a proposta de Bartz et al.

(2013). Para esta análise foram utilizadas um total de 30 áreas sobre PD e ILP, sendo que seis

foram amostradas no inverno de 2012 e 24 no verão de 2012/2013. As mesmas seis áreas do

inverno foram reamostradas no verão para que os dados pudessem ser comparados entre

épocas e entre regiões/municípios na mesma época.

Das 30 propriedades amostradas, em 12 não foram encontradas minhocas (40%), uma

no inverno (17%) e 11 no verão (46%).

A maior parte das áreas ficou classificada como “pobre”, tanto para o número de

minhocas como para o número de espécies encontradas. Apenas uma área foi classificada

como “excelente” quanto ao número de minhocas, no entanto nenhuma área ficou classificada

como “bom” ou “excelente” quanto ao número de espécies.

Tabela 4. Classificação das áreas sob plantio direto de acordo com abundância e a riqueza de

espécies de minhocas em Latossolo Vermelho de regiões de clima sub-tropical (Cfa

Koeppen) do estado do Paraná, Brasil.

Classificação N° médio de minhocas

N° áreas

N° total de espécies de minhocas

N° áreas

(por amostra)

(ind. m-2

)

Excelente ≥ 8 ≥ 200 1 > 6 0

Bom ≥ 4 - < 8 ≥ 100 - <

200 5 4 - 5 0

Moderado ≥ 1 - < 4 ≥ 25 - < 100 4 2 -3 7 Pobre < 1 < 25 9 1 12

A Tabela 5 mostra os números de minhocas e de espécies de minhocas encontradas

nas 30 áreas. Fica bastante evidente que houve diferenças nos resultados, conforme a época de

amostragem (inverno ou verão).

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Tabela 5. Número médio de minhocas e de espécies de minhocas encontradas nas 30 áreas

sob Plantio Direto e Integração Lavoura-Pecuária no meio-oeste e oeste do Estado de Santa

Catarina.

Município Época Área N° médio de minhocas N° total de

espécies de minhocas

(por amostra) (ind. m-2

)

Curitibanos Inverno 2012 ILP 8,2* 205 1 Curitibanos Inverno 2012 PD 2*** 50 2 Brunópolis Inverno 2012 ILP 6** 150 1 Campos Novos Inverno 2012 PD2 6,6 165 3 Campos Novos Inverno 2012 ILP 0,4**** 10 1 Campos Novos Inverno 2012 PD 4,8 120 3

Curitibanos Verão 2012/2013 ILP 4,6 115 1 Curitibanos Verão 2012/2013 PD 2,2 55 2 Brunópolis Verão 2012/2013 ILP 0***** 0 0 Campos Novos Verão 2012/2013 PD2 0 0 0 Campos Novos Verão 2012/2013 ILP 0 0 0 Campos Novos Verão 2012/2013 PD 0,2 5 1

Galvão Verão 2012/2013 ILP 1,6 40 3 Galvão Verão 2012/2013 PD 0 0 0 Abelardo Luz Verão 2012/2013 ILP 0 0 0 Abelardo Luz Verão 2012/2013 PD 0,6 15 1 Faxinal dos Guedes Verão 2012/2013 ILP 0,4 10 1 Faxinal dos Guedes Verão 2012/2013 PD 0,2 5 1

Guarujá Verão 2012/2013 ILP 0,4 10 1 Guarujá Verão 2012/2013 PD 0,6 15 2 Guaraciaba Verão 2012/2013 ILP 0 0 0 Guaraciaba Verão 2012/2013 PD 4,8 120 2 Maravilha Verão 2012/2013 ILP 0 0 0 Maravilha Verão 2012/2013 PD 0,2 5 1

Guatambú Verão 2012/2013 ILP 0 0 0 Guatambú Verão 2012/2013 PD 0 0 0 Pinhalzinho Verão 2012/2013 ILP 0 0 0 Pinhalzinho Verão 2012/2013 PD 0 0 0 Chapecó Verão 2012/2013 ILP 0,8 20 1 Chapecó Verão 2012/2013 PD 1,4 35 1

*Áreas em verde classificadas como “excelente”; **Áreas em azul classificadas como “bom”; ***Áreas em

amarelo classificadas como “moderadas”; ****Áreas em vermelho classificadas como “pobre”; *****Áreas

em negrito preto são as áreas com 0 minhocas e espécies de minhocas.

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Análise de Componentes Principais

A Figura 16 apresenta uma Análise de Componentes Principais das espécies de

minhocas nos diferentes SUS (MN, ILP e PD), utilizando os atributos químicos como

variáveis explicativas. As áreas ILP e PD apresentaram maior riqueza de espécies de

minhocas e isso foi explicado pelas melhores condições de fertilidade do solo, especielamente

dos atributos químicos P, K, Mg, Ca e pH, que possuem em geral, valores e teores mais

elevados nas áreas agrícolas devido às correções de solo e aplicação de fertilizantes.

Figura 16. Análise de Componentes Principais entre as espécies de minhocas (Abreviações

em itálico) e as áreas amostradas (MN, ILP e PD), utilizando os atributos químicos (em

vermelho) como as variáveis explicativas. A Tabela 3 apresenta o nome completo das

espécies de minhocas encontradas.

A Figura 17 apresenta uma Análise de Componentes Principais das espécies de

minhocas nos diferentes SUS (MN, ILP e PD), utilizando os atributos físicos do solo como

variáveis explicativas. As áreas ILP e PD estão correlacionadas com maior riqueza de

espécies de minhocas e assim como com os atributos físicos característicos de áreas

impactadas (maiores densidade do solo, resistência à penetração e microporosidade).

Page 39: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

Figura 17. Análise de Componentes Principais entre as espécies de minhocas e as áreas

amostradas (MN, ILP e PD), utilizando os atributos físicos (em vermelho) como as

vaiáveis explicativas. A Tabela 3 apresenta o nome completo das espécies de minhocas

encontradas.

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Avaliação Econômica das lavouras de Milho e Soja cultivadas em áreas de Plantio

Direto (PD) e Integração Lavoura-Pecuária (ILP)

Os resultados apresentados nesta avaliação representam as lavouras de milho e soja

cultivadas no período da safra, conforme o sistema de cultivo, o uso de adubação orgânica na

área e o número de propriedades rurais amostradas (Quadro 1). Em todas as áreas o cultivo foi

feito de acordo com a tecnologia de plantio direto, porém utilizou-se PD para Plantio Direto

(sem a entrada de animais na área) e ILP para Integração Lavoura-Pecuária (com entrada de

animais na área no período de inverno). A adubação orgânica é de duas fontes: cama de aves e

dejetos de suínos, com recomendações de acordo com o Manual de Adubação e Calagem para

os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (2004).

Nas áreas onde foi cultivado milho, o uso da adubação orgânica ocorreu de diferentes

formas, havendo casos que foi utilizado tanto no estabelecimento da cobertura do solo como

antes da implantação do milho. Já nas áreas onde foi cultivada a soja a adubação orgânica era

aplicada somente na implantação da cobertura do solo durante o inverno.

Quadro 1: Número de propriedades amostradas segundo a cultura, sistema de cultivo e uso

de adubação orgânica no solo.

CULTURA SISTEMA DE

CULTIVO

USO DE

ADUBAÇÃO

ORGÂNICA

Nº DE

PROPRIEDADES

AMOSTRADAS

TOTAL DE

PROPRIEDADES

AMOSTRADAS

MILHO PD

SIM 4 8

NÃO 4

ILP NÃO 3 3

SOJA

PD SIM 3

6 NÃO 3

ILP SIM 2

5 NÃO 3

Avaliação econômica da cultura do milho

De acordo com o Quadro 2, houve uma redução de 4,4% nos custos totais de produção

de milho em área onde é utilizada a adubação orgânica quando comparado com as áreas onde

não se utiliza esta prática. As principais diferenças observadas são:

a) Menor uso de adubação química de base: de 400 Kg/ha de NPK nas áreas sem

adubação orgânica para 293,75 Kg/ha de NPK nas áreas com adubação orgânica;

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b) Menor uso de adubação química de cobertura: de 412,50 Kg/ha de ureia nas áreas

sem adubação orgânica para 275,0 Kg/ha de ureia nas áreas com adubação

orgânica;

c) Maior custo com máquinas nas áreas com adubação orgânica, em função da

distribuição.

Quando se compara os custos de produção entre os sistemas PD e ILP (Quadro 2),

verifica-se uma redução de 10,5% dos custos totais no sistema ILP, fundamentalmente em

função da redução dos custos variáveis.

Quadro 2: Custo de produção de milho em área de plantio direto, com e sem adubação

orgânica, e em área de Integração Lavoura-Pecuária.

ESPECIFICAÇÃO

VALOR (R$/ha)

PD Com Adubação

Orgânica

PD Sem

Adubação

Orgânica

PD

Média Geral

ILP

Média Geral

CUSTO VARIÁVEL TOTAL (CVT) 2.363,21 2.521,47 2.442,34 2.183,95

1 - Insumos 1.545,67 1.812,34 1.679,00 1.545,54

2 - Serviços de mão de obra 56,44 37,42 46,93 38,46

3 - Serviços mecânicos 256,07 227,74 241,90 172,19

4 - Despesas gerais 18,58 20,77 19,68 17,56

5 - Assistência técnica 37,54 41,97 39,75 35,48

6 - Seguro da produção (Proagro) 73,19 81,83 77,51 69,18

7 - Custos financeiros 70,61 78,95 74,78 66,74

8 - Despesas de comercialização 305,11 220,45 262,78 238,81

CUSTO FIXO TOTAL (CFT) 603,28 581,95 592,62 533,62

1 - Manutenção de benfeitorias 2,16 1,17 1,67 0,78

2 - Depreciação de benfeitorias 6,91 3,75 5,33 2,49

3 - Depreciação de máquinas e equipamentos 125,72 112,37 119,05 84,44

4 - Seguro de máquinas 5,08 4,84 4,96 3,43

5 - Correção do solo 33,56 28,48 31,02 35,96

6 - Impostos 8,44 8,44 8,44 9,17

SUB-TOTAL (A) 181,87 159,05 170,46 136,27

7 - Remuneração do capital máquinas e equipamentos 55,83 48,21 52,02 36,50

8 - Remuneração do capital benfeitorias 7,78 4,22 6,00 2,80

9 - Remuneração do empresário 189,06 201,72 195,39 174,72

10 - Remuneração da terra 168,75 168,75 168,75 183,33

SUB-TOTAL (B) 421,41 422,90 422,15 397,35

CUSTO OPERACIONAL TOTAL (COT) 2.545,08 2.680,52 2.612,80 2.320,22

CUSTO TOTAL (CT) 2.966,49 3.103,42 3.034,96 2.717,57

Os resultados de custo de produção obtidos neste trabalho se assemelham aos custos

de produção do milho em sistema de plantio direto, de R$ 2.867,80/ha, calculados pela

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Secretaria da Agricultura do Estado do Paraná para fevereiro de 2013 (SEAB, 2013),

considerando produtividade esperada de 120 sacas/hectare. O custo de insumos para produção

de milho em Santa Catarina calculados pelo Cepa/Epagri, considerando plantio direto com

semente transgênica e produtividade esperada de 165 sc/ha, tendo como referência o mês de

agosto de 2012 (EPAGRI, 2013), foi de R$ 1.895,42.

Os indicadores técnicos e econômicos (Quadro 3) revelam, de modo geral, que a

produtividade no PD com adubação orgânica apresentou os melhores índices de produtividade

e, por consequência, melhor resultado econômico. No caso da produção com ILP houve queda

na produtividade na ordem de 9% em comparação ao PD. Entretanto, como os custos de

produção na ILP foram menores (Quadro 2), a diferença em termos de resultado de

lucratividade foi reduzida, porém ainda menor na ILP.

Quadro 3. Indicadores técnicos e econômicos da produção de milho em área de plantio

direto, com e sem adubação orgânica, e em área de Integração Lavoura-Pecuária.

ESPECIFICAÇÃO UNIDADE

SISTEMA DE CULTIVO

PD Com

Adubação

Orgânica

PD Sem

Adubação

Orgânica

PD

Média

Geral

ILP

Média

Geral

INDICADORES ECONÔMICOS PARA ANÁLISE

RECEITA BRUTA R$/ha 4.748,85 4.580,84 4.664,85 4.246,73

MARGEM BRUTA R$/ha 2.385,64 2.059,37 2.222,51 2.062,78

RENDA LÍQUIDA R$/ha 2.203,77 1.900,32 2.052,05 1.926,51

LUCRO PURO R$/ha 1.782,36 1.477,42 1.629,89 1.529,16

PONTO DE NIVELAMENTO sc/ha 103,29 108,06 105,67 94,62

TAXA DE REMUNERAÇAO DA TERRA % 5,78% 4,88% 5,33% 4,67%

PRODUTIVIDADE TOTAL DOS FATORES un 1,60 1,48 1,54 1,56

INDICADORES TÉCNICOS PARA ANÁLISE

Produtividade por área kg/ha 9.921,00 9.570,00 9.745,50 8.872,00

Produtividade da mecanização kg/ha/hora máquina 2.464,08 2.873,87 2.668,98 3.401,41

Produtividade da fertilização

kg/ha/kg N 68,40 41,50 54,95 46,65

kg/ha/kg P2O5 145,26 74,19 109,72 79,21

kg/ha/kg K2O 237,01 145,00 191,00 223,66

Para uma melhor visualização, o Gráfico 1 apresenta a Renda Líquida (RL) que é o

saldo que a atividade proporciona para remunerar o capital e o empresário. Deduzidos da RL

a remuneração do capital máquinas e equipamentos das instalações e do empresário

(conforme itens 2.7 a 2.9 da metodologia) chega-se na taxa de remuneração do capital terra,

que variou de 4,67% na ILP (menor taxa) para 5,78% para o PD com adubação orgânica

(maior taxa).

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Gráfico 1. Receita Líquida (R$/ha) e Taxa de Remuneração da Terra (%) da produção de

milho em área de Plantio Direto (PD) e Integração Lavoura-Pecuária (ILP), com e sem

adubação orgânica.

Avaliação econômica da cultura da soja

De acordo com o Quadro 4, não foi observado diferenças importantes no custo de

produção, totalizando R$ 1.534,66/ha para o PD e R$ 1.564,23/ha no sistema ILP. Contudo,

quando se compara o uso de adubação orgânica nas áreas de PD, houve uma redução de

21,7% nos custos totais de produção de soja em área onde é utilizada a adubação orgânica em

comparação com as áreas onde não se utiliza esta prática. O principal fator responsável pela

redução do custo de produção é o menor uso de adubação química no plantio.

Os resultados de custo de produção obtidos neste trabalho são inferiores aos custos de

produção de soja em sistema de plantio direto, de R$ 2.142,30/ha, calculados pela Secretaria

da Agricultura do Estado do Paraná para fevereiro de 2013 (SEAB, 2013), considerando

produtividade esperada de 50 sacas/hectare. O custo de insumos para produção de soja em

Santa Catarina calculados pelo Cepa/Epagri, considerando plantio direto com semente

transgênica e produtividade esperada de 55 sc/ha, tendo como referência o mês de novembro

de 2012 (EPAGRI, 2013), foi de R$ 851,15, superiores aos obtidos no presente relatório.

Page 44: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

Quadro 4. Custo de produção de soja em área de plantio direto (PD) e Integração Lavoura-

Pecuária (ILP), com e sem adubação orgânica.

ESPECIFICAÇÃO

CUSTO DE PRODUÇÃO SOJA (R$/ha)

PD ILP

Com

Adubação

Orgânica

Sem

Adubação

Orgânica

Média

Com

Adubação

Orgânica

Sem

Adubação

Orgânica

Média

CUSTO VARIÁVEL TOTAL (CVT) 939,67 1.224,00 1.081,84 1.129,81 1.137,08 1.133,45

1 - Insumos 510,06 643,60 576,83 628,44 680,40 654,42

2 - Serviços de mão de obra 30,16 55,78 42,97 41,33 40,47 40,90

3 - Serviços mecânicos 175,02 256,67 215,84 239,34 192,61 215,98

4 - Despesas gerais 7,15 9,56 8,36 9,09 9,13 9,11

5 - Assistência técnica 14,45 19,31 16,88 18,36 18,45 18,41

6 - Seguro da produção (Proagro) 28,17 37,66 32,92 35,81 35,98 35,90

7 - Custos financeiros 27,18 36,33 31,76 34,55 34,71 34,63

8 - Despesas de comercialização 147,48 165,09 156,29 122,90 125,31 124,10

CUSTO FIXO TOTAL (CFT) 408,31 497,34 452,82 446,50 415,07 430,79

1 - Manutenção de benfeitorias 2,09 1,29 1,69 3,32 0,95 2,13

2 - Depreciação de benfeitorias 6,70 4,11 5,41 10,62 3,04 6,83

3 - Depreciação de máquinas e equipamentos 84,37 125,05 104,71 113,19 90,98 102,09

4 - Seguro de máquinas 2,89 5,07 3,98 4,19 3,21 3,70

5 - Correção do solo 27,40 37,91 32,66 20,10 39,56 29,83

6 - Impostos 7,92 8,00 7,96 6,88 6,88 6,88

SUB-TOTAL (A) 131,38 181,43 156,40 158,29 144,61 151,45

7 - Remuneração do capital máq. e equip. 35,88 53,36 44,62 48,39 38,57 43,48

8 - Remuneração do capital benfeitorias 7,54 4,63 6,08 11,94 3,42 7,68

9 - Remuneração do empresário 75,17 97,92 86,55 90,39 90,97 90,68

10 - Remuneração da terra 158,33 160,00 159,17 137,50 137,50 137,50

SUB-TOTAL (B) 276,93 315,91 296,42 288,21 270,46 279,34

CUSTO OPERACIONAL TOTAL (COT) 1.071,06 1.405,43 1.238,24 1.288,10 1.281,69 1.284,90

CUSTO TOTAL (CT) 1.347,99 1.721,33 1.534,66 1.576,31 1.552,15 1.564,23

De modo geral, os indicadores de eficiência técnica da produção de soja em PD são

superiores quando comparados com ILP, fundamentalmente devido a melhor produtividade

obtida nestas áreas. No que se referem aos indicadores econômicos, os resultados são

relativamente semelhantes quando se compara os sistemas PD e ILP. Nota-se que o uso de

adubação orgânica é responsável pela melhoria dos indicadores em PD e ocorrendo o inverso

nas áreas de ILP.

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11. DISSEMINAÇÃO DOS RESULTADOS ATÉ O PRESENTE (28/06/2013)

Além das publicações cientificas que serão demonstradas a seguir, este projeto possibilitou,

especialmente durante as coletas e aplicações de questionários a realização de dicas práticas para

produtores e técnicos da região Oeste e Meio Oeste sobre a implantação e manutenção do sistema

de plantio direto adequado e de acordo com os princípios do sistema, além de treinamentos métodos

simplificados para avaliação da qualidade do solo em nível de propriedade. Isso foi notícia em

alguns canais de comunicação da região, os quais foram informados inclusive por e-mail para

Fundação Agrisus, apenas o link das reportagens que saíram na televisão.

11.1 Resumos simples e expandidos aceitos ou publicados em eventos nacionais e

internacionais

Em todos os eventos a Fundação Agrisus foi destacada como financiadora do projeto.

Nome do Evento: 6th International Meeting on Earthowrms Taxonomy

Earthworm species richness under No-tillage systems in Santa Catarina, Brazil*

Marie L. C. Bartz**1, Samuel W. James

2, George G. Brown

3, Edpool Rocha

1, Manuela Testa

1,

Dilmar Baretta1

Author(s) affiliation: 1Universidade do Estado de Santa Catarina, Chapecó, SC Brazil

2Department of Biology, University of Iowa, Iowa City, IA 52242 USA - 3.Universidade Federal de

Santa Maria, RS Brazil 3EMBRAPA-Florestas, Colombo, PR Brazil

* Financial support of Fundação Agrisus

** Corresponding author

[email protected]; [email protected]; [email protected],

[email protected].

The No-tillage is the most widely practiced soil management system in Brazil and has been

referred a maintainer of biological richness, especially regarding of earthworms. The aim of this

study was to assess the earthworm richness in the No-tillage sites in 12 counties of the central,

northwest and west regions of Santa Catarina State, Brazil. The samplings were carried in No-

tillage sites (NT), crop-livestock integration (ILP) and fragment of native forest (NF) as reference.

A qualitative sampling (the digging of at least 10 points randomly in each site) was carried during

summer (all regions) and winter (Central region) seasons of 2012. The following 22 species,

belonging to the six earthworm families, were recognized in all sites: Pontoscolecidae (Pontoscolex

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corethrurus and Urobenus brasiliensis); Glossoscolecidae (Glossoscolex sp.1, Glossoscolex sp.2,

Glossoscolex sp.3, Glossoscolex sp.4, Glossoscolex sp.5, Fimoscolex sp.1, Fimoscolex sp.2,

Fimoscolex sp.3, Fimoscolex sp.4, Fimoscolex sp.5, Fimoscolex sp.6); Megascolecidae (Amynthas

gracilis); Ocnerodrilidae (Ocnerodrilidae sp.1, Ocnerodrilidae sp.2, Ocnerodrilidae sp.3,

Ocnerodrilidae sp.4, Ocnerodrilidae sp.5); Acanthodrilidae (Dichogaster bolaui) and Lumbricidae

(Lumbricidae sp.1 and Lumbricidae sp.2). The fragments of native forest, with recorded eight

species, presented the lowest richness among studied biotops. In the NT and ILP sites were

collected 16 and 10 earthworm species, respectively. In order to better understand the earthworm

species distribution presented will be more detailed results of the qualitative (TSBF) sampling, as

well the correlations between earthworm species richness and chemical and physical attributes of

soil.

Nome do Evento: III Reunião Paranaense de Ciência do Solo

Riqueza de espécies de minhocas em áreas sob Plantio Direto no Meio-Oeste Catarinense*

BARTZ, M.L.C.¹; SAMUEL, S.W.²; BROWN, G.G.³; WILDNER, L. P.4; TESTA, M.A.¹; ROCHA,

E.¹; VEIGA, M. da4; BARETTA, D.¹

1 UDESC/CEO & EMBRAPA Florestas, Curitiba, PR.

2 Universidade de Iowa, EUA.

3 EMBRAPA Florestas, Curitiba, PR.

4 EPAGRI/CEPAF, Chapecó, SC.

5 UDESC/CEO, Chapecó, SC.

6 EPAGRI/Campos Novos, Campo Novos, SC.

Palavras Chave: Oligochaeta, riqueza de espécies, qualidade do solo, sustentabilidade.

O sistema plantio direto é considerado uma formas mais sustentáveis de manejo do solo,

contribuindo efetivamente para qualidade química, física e biológica do solo. O Brasil tem mais de

30 milhões de hectares sob plantio direto e o mesmo vem sendo largamente utilizado na região

Meio-Oeste do Estado de Santa Catarina (SC). Dentre os diversos benefícios que o sistema traz está

o aumento da biodiversidade do solo, no entanto poucas informações existem a respeito nestas

regiões. Para tanto, esse estudo teve como objetivo avaliar a diversidade de espécies de minhocas

em áreas sob plantio direto (PD) e integração-lavoura pecuária na região meio-oeste de SC. Foram

amostradas áreas sob plantio direto (PD), integração lavoura-pecuária (ILP) e fragmento de floresta

nativa (FN) como referência nos municípios de Curitibanos, Brunópolis e Campos Novos. Em cada

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área foram coletadas amostras em grid de cinco pontos, nas estações de inverno (junho/2012) e

verão (novembro/2012). As populações de minhocas foram avaliadas quantitativamente por meio

do método adaptado TSBF (Biology and Fertility of Tropical Soils Method), extraindo-se monolitos

de 20 x 20 cm de largura, na profundidade de 20 cm. Também foi realizada uma amostragem

qualitativa, cavando buracos aleatórios dentro da área da amostragem em média 8 pontos por área.

A triagem e fixação em álcool comercial, de ambas as amostragens, foram realizadas a campo e no

laboratório, as contagens, pesagens e identificação em nível de família, gênero e espécies. No total

foram identificadas 304 minhocas, 188 coletadas pelo método TSBF adaptado e 116 pelo método

qualitativo. No inverno a proporção foi 221 minhocas identificadas no total, sendo 142 pelo TSBF e

79 pelo qualitativo. Já no verão foram coletadas apenas 83 minhocas, 46 pelo TSBF e 37 pelo

qualitativo. Foram identificadas quatro famílias e 10 espécies de minhocas, sendo elas:

Pontoscolecidae - Urobenus brasiliensis; Glossoscolecidae - Glossoscolex sp.1, Fimoscolex sp.1,

Fimoscolex sp.2, Fimoscolex sp.3 e Fimoscolex sp.6; Ocnerodrilidae - Ocnerodrilidae sp.1 e

Ocnerodrilidae sp.2 e Lumbricidae - Lumbricidae sp.1 e Lumbricidae sp.2. Considerando-se os dois

métodos de amostragem, a maior riqueza de espécies foi observada no inverno em todas as áreas na

seguinte proporção ILP>PD>FN = 7>5>4 sps, respectivamente. No verão foi observado

FN>ILP>PD = 3>2>1 sps. As espécies identificadas acima nas famílias Pontoscolecidae,

Glossoscolecidae e Ocnerodrilidae são nativas, enquanto as Lumbricidae são exóticas (europeias).

Em PD ocorreram somente espécies nativas (100%), enquanto em FN e ILP nativas e exóticas numa

porcentagem de 80 e 20% para FN e 90 e 10% para ILP, respectivamente. Destaca-se a importância

de que as espécies de minhocas encontradas dos gêneros Glossoscolex e Fimoscolex são novas

espécies para ciência e serão e nomeadas descritas em breve.

*Apoio financeiro Fundação Agrisus (PA 897/2011)

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Nome do Evento: Populações de minhocas em áreas sob Plantio Direto no meio-oeste

Catarinense*

TESTA, M.A.1; LUCIANER, E.

1; ROCHA, E.

1; BARTZ, M.L.C.

2; SAMUEL, S.W.

3; BROWN,

G.G.4; ESPAGNOLLO, E.

5; BARETTA, D.

1

1 UDESC/CEO, Chapecó, SC.

2 UDESC/CEO & EMBRAPA Florestas, Curitiba, PR.

3 Universidade de Iowa, EUA.

4 EMBRAPA Florestas, Curitiba, PR.

5 EPAGRI/CEPAF, Chapecó, PR.

Palavras Chave: Oligochaeta, abundância, biomassa, sustentabilidade.

O plantio direto é o sistema de manejo do solo mais praticado no Brasil, sendo adotado em

mais de 30 milhões de hectares. O sistema plantio direto (SPD) tem sido considerado a melhor

opção em termos de sustentabilidade e vem sendo largamente utilizado na região Meio-Oeste do

Estado de Santa Catarina. Entre os diversos benefícios que o sistema traz está o aumento da

biodiversidade do solo, no entanto praticamente são inexistentes as informações a respeito da

biologia do solo nestas regiões. Para tanto, esse estudo teve como objetivo avaliar a abundância e a

biomassa de minhocas em áreas sob plantio direto (PD) e integração lavoura-pecuária na região

Meio-Oeste de SC. Foram amostradas áreas sob plantio direto (PD), integração lavoura-pecuária

(ILP) e fragmento de floresta nativa (FN), que foi utilizada como referência, nos municípios de

Curitibanos, Brunópolis e Campos Novos. Em cada área foram retiradas amostras em grid de cinco

pontos, nas estações de inverno (junho/2012) e verão (novembro/2012). As populações de minhocas

foram avaliadas quantitativamente por meio do método adaptado TSBF (Biology and Fertility of

Tropical Soils Method), extraindo-se monolitos de 20 x 20 cm de largura, na profundidade de 20

cm. A triagem e fixação foram realizadas a campo, sendo no laboratório realizadas as contagens e

pesagens. Os resultados foram expressos em indivíduos por metro quadrado (ind. m-2

) e gramas por

metro quadrado (g m-2

). Considerando as duas épocas de coleta (somatório de inverno e verão), a

maior abundância de minhocas foi observada em ILP (2500 ind. m-2

), seguido por PD (1800 ind. m-

2). FN apresentou menor abundância de minhocas (400 ind. m

-2), me comparação aos demais

sistemas. O verão apresentou abundância menor que o inverno, respectivamente: ILP – 800 e 1700

ind. m-2

; PD – 300 e 1500 ind. m-2

e FN – 50 e 350 ind. m-2

. Para a biomassa de minhocas, ocorreu

o mesmo padrão, considerando as duas estações juntas e avaliando inverno e verão separadamente:

ILP – 292 = 213 + 79 g m-2

> PD – 101 = 99 + 12 g m-2

> FN – 71 = 69 + 2 g m-2

(total = inverno +

verão). As menores densidades e biomassas de minhocas no verão podem estar relacionadas ao

longo período de estiagem nos meses anteriores às amostragens. Contudo, os sistemas ILP e PD se

mostraram mais eficientes para a manutenção das populações de minhocas.

*Apoio financeiro Fundação Agrisus (PA 897/11).

Page 49: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

49

Nome do Evento: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo

Minhocas em Áreas sob Plantio Direto no Meio-Oeste de Santa Catarina(1)

Marie Luise Carolina Bartz

(2); Edpool Rocha

(3); Manuela Testa

(3); Leandro do Prado Wildner

(4);

Evandro Spagnollo(4)

; Dilmar Baretta(5)

(1) Trabalho executado com recursos da Fundação Agrisus (PA 897/11).

(2) Professora no Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental, Universidade Positivo; Curitiba, PR; [email protected];

(3)Acadêmico do curso de Zootecnia, Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Educação Superior do Oeste

(UDESC/CEO); Chapecó, SC; (4)Pesquisadores, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina/CEPAF;

Chapecó, SC; (5)Professor no Departamento de Zootecnia, UDESC/CEO; Chapecó,SC; [email protected]

RESUMO: Esse estudo teve como objetivo avaliar a

abundância e a riqueza de minhocas em áreas sob

Plantio Direto (PD) e Integração Lavoura-Pecuária

(ILP) e fragmento de Floresta Nativa (FN) na região

Meio-Oeste de SC. As coletas foram realizadas nas

estações de inverno e verão. As populações de

minhocas foram avaliadas quantitativamente por

meio do método adaptado TSBF (Biology and

Fertility of Tropical Soils Method) e

qualitativamente pela amostragem de buracos

aleatórios. A triagem e fixação foram realizadas a

campo, sendo no laboratório realizadas as contagens

e identificação. Foram identificados um total de 403

minhocas nas duas épocas de coleta. O maior

número de minhocas foi observado nas áreas ILP,

seguindo por PD. FN apresentou menor abundância,

em ambas as épocas de coleta. No entanto, as áreas

FN apresentaram as maiores riquezas de espécies,

que estão correlacionadas com os teores de MO e

Ca. As áreas agrícolas estão associadas aos teores de

Mg e P.

Termos de indexação: Oligochaeta, abundância,

sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

O plantio direto é o sistema de manejo do solo

mais praticado no Brasil, sendo adotado em mais de

30 milhões de hectares (Febrapdp, 2012). A área

explorada pelo sistema de plantio direto tem

aumentado nas últimas décadas em todo o país. Este

fato trouxe um maior interesse dos pesquisadores em

estudar este sistema de produção (Marodim, 1998;

Cividanes, 2002; Baretta et al., 2003; Alves et al.,

2006).

O sistema plantio direto na palha comporta-se

como um meio para a expressão do potencial

genético das espécies cultivadas, mediante a

maximização do fator clima e do fator solo e a

minimização da degradação dos recursos naturais,

atuando como um mecanismo de transformação, de

reorganização e de sustentação do agronegócio

(Bacaltchuk & Mello, 2005).

O comportamento das minhocas em áreas sob

plantio direto ainda é pouco conhecido na maioria

das regiões do Brasil. Alguns estudos recentes

destacam o efeito de diferentes agroecossistemas

sobre as populações de minhocas (Bartz et al., 2010;

Bartz, 2011).

Bartz (2011) destaca o fato de que, em

alguns casos, as áreas sob plantio direto possuam

diversidade equivalente ou maior às áreas sob mata

nativa.

Esse estudo teve como objetivo avaliar a

abundância, biomassa e riqueza de espécies de

minhocas em áreas sob plantio direto (PD) e

integração lavoura-pecuária na região Meio-Oeste de

SC, assim como suas correlações com atributos

químicos do solo.

MATERIAL E MÉTODOS

As amostragens foram realizadas no meio-oeste

catarinense, nos municípios de Curitibanos,

Brunópolis e Campos Novos.

Foram amostradas áreas sob Plantio Direto (PD),

Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e fragmento de

Floresta Nativa (FN). Evidenciou-se amostrar áreas

sob PD e ILP consolidadas (+ 5 anos) e que atendam

aos seus princípios de qualidade (mínimo

revolvimento do solo, manutenção permanente de

cobertura do solo e rotações de culturas). A área de

floresta nativa foi amostrada nas proximidades dos

sistemas PD e ILP e utilizada como referência. Os

municípios são considerados as réplicas verdadeiras

dos sistemas de manejo estudados (PD, ILP e MT).

Em cada área foram retiradas amostras em grid

de cinco pontos distribuídos na área de amostragem

para coletas de minhocas (densidade, biomassa e

diversidade de minhocas) e três pontos com três

profundidades para os atributos químicos (Figura 1).

As coletas foram realizadas nas estações de inverno

(junho/2012) e verão (novembro/2012).

As amostras para análises químicas foram

coletadas nas camadas de 0-10, 10-20 e 20-30 cm de

profundidade e realizada análise de fertilidade de

Page 50: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

50

rotina, segundo Tedesco et al. (1995). No entanto

para o plotagem da análise multivariada foi utilizado

uma média de 0-20 cm, equivalente à profundidade

de amostragem de minhocas.

As populações de minhocas foram avaliadas

quantitativamente por meio do método adaptado

TSBF (Biology and Fertility of Tropical Soils

Method), extraindo-se monolitos de 20 x 20 cm de

largura, na profundidade de 20 cm. E ainda

qualitativamente, onde foram feitos buracos de 0-20

cm de profundidade aleatoriamente, dentro da área

delimitada na grade de amostragem (6 a 8 pontos por

área) (Figura 1).

Figura 1 – Grid de amostragem.

A triagem e fixação em álcool absoluto foram

realizadas a campo, sendo no laboratório realizadas

as contagens, pesagens e identificação em nível de

família, gênero e espécie das minhocas seguindo

chaves e descrições de autores da área (Righi,

Blakemore e Michaelsen).

A média anual da abundância das minhocas nas

áreas PD, ILP e FN obtidos pelo método TSBF foi

utilizada para a obtenção do comprimento do

gradiente (ACD). Como o comprimento do gradiente

foi menor do que três = resposta linear, os dados

foram submetidos à Análise de Redundância (RDA),

utilizando os atributos químicos como variáveis

explicativas para estabelecer correlações através de

permutações de Monte Carlo, utilizando o programa

CANOCO versão 4.0 (Ter Braak & Smilauer, 1998;

Baretta et al., 2007).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram identificados um total de 403

minhocas nas duas épocas de coleta (somando as

dados qualitativos e quantitativos - TSBF). No

inverno o número de minhocas encontradas foi mais

que o dobro (289 indivíduos) do que no verão (114

indivíduos), somando todas as áreas. Considerando

as épocas de coleta para cada uma das áreas o

mesmo resultado se apresenta (maior número de

minhocas no inverno).

Avaliando o número de minhocas entre as áreas, o

maior número de minhocas foi observado nas áreas

ILP, seguindo por PD e FN apresentou a menor

abundância destes organismos, em ambas as épocas

de coleta.

Bartz (2011) encontrou resultados

semelhantes em áreas no N do PR, ou seja, as

populações de minhocas ocorreram em maior

abundância no inverno. Em ambos os casos salienta-

se este fato às estiagens ocorridas meses anteriores

ao da coleta de verão.

No total foram identificadas 10 espécies de

minhocas pertencentes a 4 famílias: Rhinodrilidae

(Urobenus brasiliensis), Glossoscolecidae

(Glossosoclex sp.1, Fimoscolex sp.1, Fimoscolex

sp.2, Fimoscolex sp.3, Fimoscolex sp.6) ,

Ocnerodrilidae (Ocnerodrilidae sp.1, Ocnerodrilidae

sp.2) e Lumbricidae (Lumbricidae sp.1, Lumbricidae

sp.2). Foram ainda identificados exemplares das

famílias Glossoscolecidae e Megascolecidae

(exemplares juvenis ou subadultos).

Entre as espécies encontradas destaca-se

expressivamente a Fimoscolex sp.1 por estar

presente praticamente em todos as áreas e épocas de

coletas (exceto FN no verão) apresentando as

maiores densidades. Algumas espécies ocorreram

exclusivamente em uma das 3 áreas, como:

Urobenus brasiliensis e Lumbricidae sp.2 ocorrem

em FN, Fimoscolex sp.3 em ILP e Fimoscolex sp.6 e

Megascolecidae em PD. A ausência de U.

brasiliensis nas áreas sob PD e ILP contradizem

resultados encontrados por Bartz et al. (2011), que

encontraram esta espécie altas densidades em áreas

antropizadas.

Do total de espécies de minhocas encontrado (10),

mais duas famílias, 80% são espécies nativa

(marcadas em verde na Tabela 1) e 20 % exóticas

(marcadas em vermelho). A família Megascolecidae

possui espécies exclusivamente exóticas (de origem

asiática).

Page 51: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

51

Na Figura 2 é apresentada uma Análise de

Redundância (RDA) das espécies de minhocas em

relação às áreas, utilizando os atributos químicos

como variáveis explicativas. As variáveis químicas

K, Ca, Mg e MO apresentaram correlação

significativa (p < 0,05 %) com a abundância de

espécies de minhocas. As espécies Urobenus

brasiliensis, Fimoscolex sp.1 e Ocnerodrilidae sp.1

estão correlacionadas aos teores de Ca e MO assim

como estão associadas às áreas FN. As espécies

Fimoscolex sp.1, Fimoscolex sp.6, Lumbricidae sp.1,

Ocnerodrilidae sp.2, Megascolecidae,

Glossoscolecidae estão correlacionadas aos teores

mais elevados de Ca e Mg e estão associadas às

áreas agrícolas ILP e PD. Ressalta-se que para esta

análise foram utilizados os dados de amostragem

pelo método TSBF, com o qual não foram

encontradas todas as espécies listadas na Tabela 1

(soma dos dados dos dois métodos de coleta,

qualitativo e quantitativo).

CONCLUSÕES

As áreas de floresta nativa apresentaram as

maiores riquezas de espécies que estão

correlacionadas com os teores de matéria

orgânica e cálcio.

Enquanto as áreas agrícolas estão associadas

às espécies exóticas, no entanto mantém as

nativas também que estão correlacionadas com

os teores de fósforo e magnésio.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o apoio financeiro da Fundação

AGRISUS e aos produtores rurais pela disponibilidade

das áreas amostradas.

REFERÊNCIAS

BARTZ, M.L.C. Ocorrência e Taxonomia de Minhocas em

Agroecossistemas no Paraná, Brasil. (Tese de Doutorado.)

Universidade Estadual de Londrina: Londrina, Paraná, Brasil,

2011, 175p.

BARTZ, M.L.C.; BROWN, G.G.; ROSA, M. G. et al.

Minhocas Urobenus sp.: das matas para as áreas sob plantio

direto. Revista Plantio Direto, Passo Fundo/RS, p. 6-7, 01 jul.

2011.

BACALTCHUK, B & MELLO, I. Federação Brasiliera de

Plantio Direto na Palha: Sistema de Plantio direto na palha: A

prática que diferencia a agricultura Brasileira. Ponta Grossa,

2005. Disponível em

http://www.febrapdp.org.br/download/publicacoes/Plantio_diret

o_ABMRA_Documento_Base_Marketing_2005.pdf. Acesso em

25 mai.2013.

FEBRAPDP 2012. Área de plantio direto no Brasil,

Disponível em:

http://www.febrapdp.org.br/download/ev_plantio_brasil.pdf.

Acesso em 15 mai. 2013.

MARODIM, V. S.; COSTA, E.C.; THUM, A. B.; & OHSE, S.,

O plantio direto e sua influência na população faunística nas

culturas de Oryza sativa e Zea mays. Revista da Faculdade de

Zootecnia, Veterinária e Agronomia, Uruguaiana, 5/6: 1, 38-88,

1998/99.

TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A. et al.

Análises de Solo, Plantas e Outros Materiais. Porto Alegre:

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 174p. (Boletim

Técnico 5), 1995.

Page 52: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

52

Tabela 1. Famílias, gêneros e espécies de minhocas nas áreas de Plantio Direto (PD), Integração Lavoura-Pecuária

(ILP) e Floresta Nativa (FN) nas coletas de inverno, verão e total (soma), obtidas pelos métodos TSBF e qualitativo.

Famílias, gêneros e espécies de

minhocas

INVERNO VERÃO TOTAL INVERNO

VERÃO

TOTAL

FN ILP PD FN ILP PD FN ILP PD

Urobenus brasiliensis 5 - -

1 - -

6 - -

5

1

6

Glossoscolex sp.1 3 1 -

- - -

3 1 -

4

-

4

Fimoscolex sp.1 6 72 37

- 66 15

6 138 52

115

81

196

Fimoscolex sp.2 1 - 5

2 - -

3 - 5

6

2

8

Fimoscolex sp.3 - 6 -

- - -

6

6

-

6

Fimoscolex sp.6 - - 9

- - -

- - 9

9

-

9

Ocnerodreilidae sp.1 2 1 30

- - -

2 1 30

33

-

33

Ocnerodreilidae sp.2

1 2

- - -

- 1 2

3

-

3

Lumbricidae sp.1 10 63 -

3 13 -

13 76 -

73

16

89

Lumbricidae sp.2 4 - -

- - -

4 - -

4

-

4

Glossoscolecidae - - 2

2

5

2 - 7

2

7

9

Megascolecidae - - -

- - 5

- - 5

-

5

5

Juveniles 4 13 15 - 1 1 4 14 16

32

2

34

TOTAL 35 156 98

8 80 26

43 236 124 289 114 403

Riqueza de espécies 7 5 4 3 2 1 7 5 4 9 4 9

Figura 2. Análise de Redundância (RDA) as espécies de minhocas (Ubra – Urobenus brasiliensis,

Glosp1 – Glossoscolex sp.1, Glosp2 – Glossoscolex sp.2, Glosp5 – Glossoscolex sp.5, Fim sp1 –

Fimoscolex sp1, Fim sp2 – Fimoscolex sp.2, Fim sp6 – Fimoscolex sp.6, Odae sp1 –

Ocnerodrilidae sp.1, Odae sp2 – Ocnerodrilidae sp.2, Ldae sp1 – Lumbricidae sp.1, Gdae –

Glossoscolecidae, Mdae – Megascolecidae, Odae – Ocnerodrilidae e JUV - Juvenis) e os

atributos químicos (Mg – magnésio, Ca – cálcio, P – fósforo, MO – matéria orgânica) nas as

áreas PD (Plantio Direto), ILP (Integração Lavoura-Pecuária e FN (Floresta Nativa).

Page 53: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

53

Nome do Evento: XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo

Minhocas em Três Regiões do Oeste Catarinense(1)

Edpool Rocha(2)

; Manuela Testa(2)

; Marie Luise Carolina Bartz(3)

; George Gardner Brown(4)

;

Dilmar Baretta(5)

(1) Trabalho executado com recursos da Fundação Agrisus (PA 897/11).

(2) Acadêmico do curso de Zootecnia, Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Educação Superior do Oeste

(UDESC/CEO); Chapecó, SC; [email protected]; (3) Professora no Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental,

Universidade Positivo; Curitiba, PR; [email protected]; (4) Pesquisador, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Brasileira – Florestas; Colombo; Paraná; [email protected]; (5) Professor no Departamento de Zootecnia, UDESC/CEO;

Chapecó,SC; [email protected]

RESUMO: Esse estudo teve como objetivo

avaliar a abundância e riqueza de espécies de

minhocas em áreas sob Plantio Direto (PD),

Integração Lavoura-Pecuária e fragmento de

Floresta Nativa em três microrregiões do Oeste do

Estado de Santa Catarina. As populações de

minhocas foram avaliadas quantitativamente por

meio do método adaptado TSBF (Biology and

Fertility of Tropical Soils Method). A triagem e

fixação foram realizadas a campo, sendo no

laboratório realizadas as contagens, pesagens e

identificação em nível de gênero e espécie das

minhocas. Os valores obtidos para abundância pelo

método TSBF são expressos em ind.m-2

. As

microrregiões 1 e 2 apresentaram as abundâncias

mais elevadas assim como a riqueza de espécies de

minhocas. Considerando as três áreas amostradas, as

áreas sob Plantio Direto das microrregiões 2 e 3

apresentaram a maior população de minhocas. Há

predominância de espécies nativas na maioria das

áreas amostradas, especialmente nas agrícolas (ILP e

PD).

Termos de indexação: Oligochaeta,

agroecossitemas, sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

O Sistema Plantio Direto na Palha (SPDP) está

baseado em três princípios: a cobertura permanente,

revolvimento mínimo do solo, rotação de culturas,

adubação verde e o manejo integrado de pragas.

Atualmente o Brasil possui mais de 30 milhões de

hectares sob plantio direto (Febrapdp, 2012), sendo

esta a prática agrícola conservacionista mais adotada

no país.

A abundância, a distribuição e a atividade das

minhocas variam em função das condições

climáticas (temperatura e umidade), biológicas

(tipos de vegetação e disponibilidade de alimentos) e

em especial das influências antrópicas (manejo dos

solos e agrotóxicos) (Bouché, 1977). Entre eles, os

fatores que possuem impacto mais significativo são

a cobertura vegetal (Zou et al., 1997), tipo de solo e

alterações naturais e antrópicas induzidas nesta

cobertura (Zou & Bashkin, 1998), incluindo o

manejo do solo e do ecossistema (Kang et al., 1994).

Esse estudo teve como objetivo avaliar a

abundância e riqueza de espécies de minhocas em

áreas sob plantio direto (PD) e integração lavoura-

pecuária nas microrregiões do Oeste do Estado de

Santa Catarina.

MATERIAL E MÉTODOS

As amostragens foram realizadas em quatro

microrregiões Oeste do Estado de Santa Catarina:

- Microrregião um: Galvão, Abelardo Luz e

Faxinal dos Guedes;

- Microrregião dois: Guarujá do Sul, Guaraciaba e

Maravilha;

- Microrregião três: Guatambú, Pinhalzinho e

Chapecó.

Foram amostradas áreas sob plantio direto (PD),

integração lavoura-pecuária (ILP) e fragmentos de

floresta nativa (FN). Salienta-se que foram

amostradas áreas sob PD e ILP consolidadas (+ 5

anos) e que atendam aos seus princípios de

qualidade (mínimo revolvimento do solo,

manutenção permanente de cobertura do solo e

rotações de culturas). Foram amostradas como

referência áreas de fragmentos de floresta nativa nas

proximidades dos sistemas PD e ILP. Os municípios

são considerados as réplicas verdadeiras dos

sistemas de manejo estudados (PD, ILP e FN).

Em cada área foram retiradas amostras em grid

de cinco pontos distribuídos na área de amostragem

para coletas de minhocas (abundância e riqueza de

espécies de minhocas) na estação de verão

(novembro/2012) (Figura 1).

As populações de minhocas foram avaliadas

quantitativamente por meio do método adaptado

TSBF (Biology and Fertility of Tropical Soils

Method), extraindo-se monolitos de 20 x 20 cm de

Page 54: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

54

largura, na profundidade de 20 cm. E

qualitativamente, pela retirada de amostras aleatórias

(buracos de 0-20 cm de profundidade), dentro da

área delimitada na grade de amostragem.

Figura 1 – Grid de amostragem.

A triagem e fixação em álcool absoluto foram

realizadas a campo, sendo no laboratório realizadas

as contagens, pesagens e identificação em nível de

gênero e espécie das minhocas. Os valores obtidos

para abundância pelo método TSBF são expressos

em ind.m-2

.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram identificadas dez espécies de minhocas

considerando as três microrregiões (Tabela 1) pelo

método TSBF. A microrregião três apresentou a

menor riqueza de espécies (total de duas espécies,

mas uma por área). Já a microrregião um apresentou

a maior riqueza de espécies (sete no total, variando

de quatro a duas espécies nas áreas).

As famílias encontradas (Glossoscolecidae,

Ocnerodrilidae e Megascolecidae) tratam-se de

exemplares juvenis e quando houve a presença

somente destes considerou-se uma espécies, no caso

da área ILP na microrregião dois e da área PD na

microrregião três.

A amostragem qualitativa adicionou mais

cinco espécies de minhocas (Ponstoscolex

corethrurus, Glossoscolex sp.3, Fimoscolex sp.2,

Ocnerodrilidae sp.2 e Lumbricidae sp.2) nas áreas

agrícolas (ILP e PD) nas três microrregiões. As

espécies Fimoscolex sp.2, Ocnerodrilidae sp.2 e

Lumbricidae sp.2 na microrregião 1. As espécies

Ponstoscolex corethrurus, Glossoscolex sp.3,

Ocnerodrilidae sp.2 e Lumbricidae sp.2 na

microrregião 2. E as espécies Ocnerodrilidae sp.2 e

Lumbricidae sp.2 na microrregião 3.

As espécies marcadas em verde na Tabela 1 são

espécies nativas e as marcadas em vermelho são

espécies exóticas (introduzidas). No caso das

microrregiões um e dois há maior proporção de

espécies nativas. Enquanto na região três é 50% de

cada, mas com tendência da predominância de

exóticas, considerando que há muitos exemplares

juvenis da família Megascolecidae que apresenta

somente espécies exóticas.

Nas áreas agrícolas de maneira geral esta

tendência se repete entre as microrregiões, mas há

como ILP na microrregião dois que foram

encontradas somente exemplares de minhocas

exóticas.

Levando em consideração a abundância total de

minhocas em cada microrregião, as microrregiões

um e dois apresentaram o maior número de

minhocas. No entanto considerando os sistemas de

uso do solo, as áreas PD nas microrregiões dois e

três se destacaram por apresentarem o maior número

de minhocas.

A presença de espécies exóticas de minhocas,

tanto em áreas agrícolas como em áreas nativas, é

indicativo de impacto antrópico (Brown, 2003;

2006) e a maior parte dos resultados já encontrados

na literatura indicam as áreas agrícolas como

apresentando predominância de espécies exóticas

(Lavelle, 1999), em geral áreas com antigo histórico

de manejo e essencialmente sob manejo

convencional.

Com o advento do SPD, os benefícios deste

sistema tem se refletido sobre as espécies de

minhocas nestas áreas. Os resultados encontrados

neste trabalho mostram a presença de espécies

nativas nas áreas PD e ILP, assim como abundâncias

mais elevadas, o que mostra que estes sistemas estão

proporcionando condições para manter estas

espécies.

Destaca-se a importância de novas espécies terem

sido encontradas neste estudo (gêneros Glossoscolex

e Fimoscolex). Em especial exemplares de

minhocuçus (minhocas maiores que 20 cm)

encontradas em área sob PD (microrregião dois).

Estas espécies pelo tamanho que possuem que

trazem grandes benefícios físicos, através da

produção de galerias, e químicos, pela deposição de

coprólitos que concentram nutrientes e mateéria

orgânica indispensáveis para o crescimento das

plantas.

Page 55: INDICADORES QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS EM ÁREAS SOB ... · de minhocas e três mesmos pontos para os atributos químicos e físicos do solo. Os municípios são as repetições

55

CONCLUSÕES

As microrregiões 1 e 2 apresentaram as

apresentaram as abundâncias mais elevadas assim

como a riqueza de espécies de minhocas.

Considerando as três áreas amostradas, as áreas

sob Plantio Direto das microrregiões 2 e 3

apresentaram a maior população de minhocas.

Há predominância de espécies nativas na maioria

das áreas amostradas, especialmente nas áreas

agrícolas.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o apoio financeiro da

Fundação AGRISUS e aos produtores rurais pela

disponibilidade das áreas amostradas.

REFERÊNCIAS

BARTZ, M.L.C. Ocorrência e Taxonomia de Minhocas em

Agroecossistemas no Paraná, Brasil. (Tese de Doutorado.)

Universidade Estadual de Londrina: Londrina, Paraná, Brasil,

2011, 175p.

BROWN, G.G.; JAMES, S.W.; PASINI, A. et al. Exotic,

peregrine and invasive earthworms in Brazil: diversity,

distribution and effects on soils and plants. Caribbean Journal

of Science, 42: 339-358, 2006.

BOUCHE, M.B. Strategies lombriciennes. In:LOHM, U.;

PERSSON, T. (Eds.). Soil organisms as components of

ecosystems. Ecological Bulletins, 25: 122-132, 1977.

BROWN, G.G.; BENITO, N.P.; PASINI, A. et al. No-tillage

greatly increases earthworm populations in Paraná state, Brazil.

Pedobiologia, 47: 764-771, 2003.

FEBRAPDP 2012. Área de plantio direto no Brasil,

Disponível em:

http://www.febrapdp.org.br/download/ev_plantio_brasil.pdf.

Acesso em 15 mai. 2013.

KANG, B.T.; AKINNIFESI, F.K.; PLEYSIER, J.L. Effect of

agroforestry woody species on earthworms activity and physical

chemical properties of worms casts. Biology and Fertility of

Soils, 18: 193-199, 1994.

MARODIM, V. S.; COSTA, E.C.; THUM, A. B. et al. O plantio

direto e sua influência na população faunística nas culturas de

Oryza sativa e Zea mays. Revista da Faculdade de Zootecnia,

Veterinária e Agronomia, Uruguaiana, 5/6: 1, 38-88, 1998/99.

ZOU, X.M.; GONZALEZ, G.; EDWARDS, C.A. Changes in

earthworms density and community structure during secondary

succession in abandoned tropical pastures. Soil Biology &

Biochemistry, 29: 627-629, 1997.

ZOU, X.M.; BASHKIN, M. (1998) Soil carbon accretion and

earthworms recovery following revegetation in abandoned

sugarcane fields. Soil Biology & Biochemistry, 30:6, 825-830,

1998.

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Tabela 1. Abundância das famílias, gêneros e espécies de minhocas (ind. m-2

) em áreas sob

fragmento de Floresta Nativa (FN), Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Plantio Direto

(PD) em três microrregiões do Oeste do Estado de Santa Catarina.

Famílias, gêneros e

espécies de minhocas

Microrregião 1 Microrregião 2 Microrregião 3 TOTAL

FN ILP PD Total FN ILP PD Total FN ILP PD Total

Urobenus brasilienesis 25 - - 25

75 - - 75

25 - - 25 250

Glossoscolex sp.1 - - 25 25

- - - -

- - - - 50

Glossoscolex sp.2 125 - - 125

- - - -

- - - - 250

Glossoscolex sp.4 - - - -

- - 25 25

- - - - 50

Fimoscolex sp.4 - 75 - 75

- - 275 275

- - - - 700

Fimoscolex sp.5 - 50 - 50

- - - -

- - - - 100

Ocnerodrilidae sp.3 - 100 25 125

- - - -

- - - - 250

Ocnerodrilidae sp.5 - - - -

- - 125 125

- - - - 250

Dichogaster bolaui - 25 - 25

- - - -

- - - - 50

Amynthas gracilis - - - -

- - - -

- 25 - 25 50

Glossoscolecidae 50 - - 50

- - 25 25

- - - - 150

Ocnerodrilidae - - 50 50

- - 25 25

- - - - 150

Megascolecidae - - - -

- 50 - 50

- 75 100 175 450

Juvenis - - - -

- - 50 50

- - 75 75 250

Total 200 250 100 550 75 50 525 650 25 100 175 300 3000

Riqueza de espécies 2 4 2 7 1 1 3 5 1 1 1 2 10

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Riqueza de Espécies de Minhocas em Áreas sob Plantio Direto em Santa

Catarina(1)

. Marie Luise Carolina Bartz

(2); George Gardner Brown

(3) ; Samuel Wooster James

(4);

Thibaud Decaëns(5)

; Dilmar Baretta(6)

.

(1) Trabalho executado com recursos da Fundação Agrisus (PA 897/11), CNPq/SisBIOTA (Processo: 563251/2010-7/CNPq e

Processo 6.309/2011-6/FAPESC) e Repensa (Processo CNPq: 562650/2012-5). (2)Professora; Universidade Positivo; Curitiba, Paraná, [email protected]; (3) Pesquisador, Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária – Florestas; Colombo, Paraná; (4) Professor, University of Iowa; Iowa City; Iowa; Estados Unidos; (5)

Professor, Université de Rouen; Rouen; Normandia; França; (6) Professor, Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro

de Educação Superior do Oeste; Chapecó, Santa Catarina.

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo avaliar a riqueza de espécies de minhocas em áreas sob

Plantio Direto (PD), Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e fragmento de Floresta Nativa (FN). Foram

amostradas 75 áreas, 25 para cada uso do solo. As amostragens foram qualitativas, mas também se

utilizou os dados quantitativos (TSBF padrão e adaptado) para obtenção de maior número de

exemplares, e consequente maior riqueza de minhocas. Foram identificadas 45 espécies de minhocas

contabilizando todas as áreas amostradas. As áreas ILP e PD apresentaram riquezas mais elevadas (30

espécies) enquanto e a área FN apresentou 22 espécies de minhocas. No entanto em FN há a

predominância de espécies nativas enquanto nas áreas agrícolas (ILP e PD) a maior riqueza é dada

pela presença de espécies exóticas. Seis espécies já descritas são adicionadas à lista de ocorrência no

Estado de Santa Catarina e ainda há pelo menos 24 novas espécies de minhocas e muitas delas

ocorrendo nas áreas agrícolas.

Termos de indexação: Oligochaeta, novas espécies, agroecossistema.

INTRODUÇÃO

O Sistema Plantio Direto (SPD) pode ser considerado atualmente a melhor forma de uso e manejo

do solo para minimizar os impactos causados pelas práticas agrícolas. O SPD possui como

pressupostos três princípios:

i. O mínimo revolvimento do solo;

ii. A manutenção permanente da cobertura do solo;

iii. A rotação de culturas.

Atualmente o Brasil possui mais de 30 milhões de hectares de produção de grãos utilizando o SPD,

perfazendo mais de 80% da área de plantio (milho, soja e feijão) (Bublitz, 2013). Entre os diversos

benefícios que o SPD traz ao ambiente está o aumento da biodiversidade do solo (microbiologia,

microfauna, mesofauna e macrofauna).

Para os agricultores o macrofauna é um grupo de fácil observação por serem identificados a olho

nu. E dentro deste grupo, as minhocas receberam considerável destaque, pois suas populações

aumentaram consideravelmente nos final dos anos 70 nas áreas pioneiras do SPD na região dos

Campos Gerais no Estado do Paraná, de modo que estes organismos se tornaram o símbolo do SPD

(Brown, 2003).

As minhocas são conhecidas, no meio científico e entre os agricultores, pelo importante papel que

desempenham sobre os atributos físicos e químicos do solo (Bartz et al., 2013). As minhocas “afofam”

o solo, através das galerias e túneis que constroem e afetam a estrutura do solo através da produção de

coprólitos que são sítios de alta atividade microbiana e concentram nutrientes disponíveis para o

crescimento das plantas (Bartz, 2011).

No Brasil são conhecidas 315 espécies (descritas) (Brown & James, 2007; Bartz, 2011). Destas,

269 são nativas (85%) e 46 são exóticas (15%), ou seja, espécies introduzidas e geralmente estão

relacionadas a ambientes antropizados.

O Estado de Santa Catarina por sua vez, possui apenas 18 espécies registradas até o momento,

sendo metade destas nativas brasileiras: Fimoscolex inurus, Glossoscolex catharinensis, Glossoscolex

colonorum, Glossoscolex jimi, Glossoscolex wiengreeni, Glossoscolex truncatus, Glossoscolex

sp.nov.19, Pontoscolex corethrurus e Urobenus brasiliensis, e a outra metade são exóticas:

Dichogaster annae, Dichogaster bolaui, Eukerria saltensis, Eisenia fetida, Eiseniella tetraedra,

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Amynthas gracilis, Metaphire californica, Metaphire schmardae, Pontodrilus litoralis (Brown &

James, 2007).

As informações sobre estes organismos ainda são bastante escassas no Estado de Santa Catarina,

portanto o objetivo deste trabalho foi avaliar a riqueza de espécies de minhocas em áreas sob Plantio

Direto, Integração Lavoura-Pecuária e fragmentos de Floresta Nativa.

MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho reúne resultados de três projetos desenvolvidos no Estado de Santa Catarina:

SisBIOTA (Processo 6.309/2011-6/FAPESC e Processo: 563251/2010-7/CNPq), Fundação Agrisus

(PA 897/11) e Repensa (Processo CNPq: 562650/2012-5).

Foram amostrados 25 áreas sob plantio direto (PD), integração lavoura-pecuária (ILP) e fragmentos

de floresta nativa (FN) utilizados como referência, totalizando 75 áreas amostradas e abrangendo 23

municípios do Estado de Santa Catarina (São Miguel do Oeste, Guarujá do Sul, Guaraciaba,

Maravilha, Chapecó, Guatambú, Pinhalzinho, Xanxerê, Galvão, Abelardo Luz, Faxinal dos Guedes,

Campos Novos, Brunópolis, Curitibanos, Campo Belo do Sul, Santa Teresinha do Salto, Otacílio

Costa, Joinville, Blumenau, Timbó, Lauro Müller, Orleans e Siderópolis). Estas amostragens ocorrem

entre julho de 2011 e dezembro de 2012.

As amostragens foram realizadas qualitativamente através da cavação de buracos aleatórios nas

respectivas áreas. Mas também foram utilizados os resultados obtidos por amostragem quantitativa

(método TSBF padrão e adaptado conforme descrito em Bartz, 2011) para obter o maior número de

espécimes possível para identificação. Os organismos encontrados foram fixamos em álcool comercial

(92,8%) e posteriormente foi realizada a identificação em nível família, gênero e espécie das minhocas

encontradas, utilizando diversas literaturas específica em taxonomia de minhocas de Righi,

Blakemore, Rosa, Michaelsen, Reynolds e Stephenson.

Os dados apresentados são de ausência (1) e presença (-) das espécies nas áreas FN, PD e ILP e

riqueza de espécies (soma das espécies encontradas em cada área).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No total foram identificadas 45 espécies de minhocas ao longo das coletas nas 75 áreas amostradas

(Tabela 1).

As áreas de fragmentos de floresta nativa apresentaram a menor riqueza (22 espécies), enquanto as

áreas agrícolas (PD e ILP) apresentaram a mesma riqueza de espécies (30 espécies). Foram ainda

identificas exemplares pertencentes à quatro famílias: Glossoscolecidae, Megascolecidae,

Ocnerodrilidae e Acanthodrilidae, pois se tratam de indivíduos juvenis, o que impossibilita a

identificação à nível de espécie.

Ainda não havia o registro no Estado de Santa Catarina de seis espécies identificadas neste

trabalho, mas já descritas na literatura: Andiorrhinus duseni, Amythas corticis, Amynthas morrisi,

Octolasion tyrtaeum, Bimastus parvus e Dicogaster gracilis. A primeira é uma espécie nativa e as

demais são exóticas (introduzidas).

Das 45 espécies identificadas, 67% são espécies nativas (marcadas em verde na Tabela 1) e 31%

são espécies exóticas (marcadas em vermelho na Tabela 1). Apenas uma espécie é origem

desconhecida por ainda não ter sido possível identificá-la adequadamente (NI sp.1). Considerando as

áreas amostradas a proporção em porcentagem de nativas/exóticas foi: 86/9, 57/43 e 53/43

respectivamente nas áreas FN, ILP e PD.

Este resultado mostra que, apesar da menor riqueza de espécies nas áreas FN, estas áreas ainda

permanecem conservando as populações nativas. Enquanto a maior riqueza nas áreas agrícolas (ILP e

PD = 30) se dá pela presença das minhocas exóticas. Mesmo assim, as áreas agrícolas mostram-se

adequadas para manter espécies nativas, pois elas estão presentes nestas áreas.

No entanto, é necessário ainda analisar os dados quantitativos para saber quais são as abundâncias

de cada espécie nas áreas amostradas. É possível que haja predominância de uma ou algumas espécies

(exóticas e/ou nativas) nestes ambientes nativos e antropizados.

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Ressalte-se o fato de praticamente todas as espécies dos gêneros Glossoscolex e Fimoscolex serem

novas espécies, ou seja, ainda precisam ser descritas e nomeadas. As espécies do gênero

Ocnerodrilidae necessitam melhor análise taxonômica aliada à análise de DNA por se tratarem de

exemplares pequenos e muito finos, podendo também haver novas espécies nesta família. Já as

espécies Metaphire sp.1, Megascolecidae sp.1, Lumbricidae sp.1, Lumbricidae sp.2, Microscolex sp.1

e NI sp.1 requerem um melhor revisão de descrições para identificação precisa.

Tabela 1 – Espécies de minhocas em áreas sob Plantio Direto (PD), Integração Lavoura-Pecuária

(ILP) e fragmento de floresta nativa (FN).

Famílias, gêneros e

espécies de minhocas

Áreas

FN ILP PD

Urobenus brasiliensis 1 1 1

Pontoscolex corethrurus 1 1 1

Glossoscolex sp.1 S1 1 1 1

Glossoscolex sp.2 S 1 - -

Glossoscolex sp.3 S 1 1 -

Glossoscolex sp.4 S - - 1

Glossoscolex sp.5 S - 1 -

Glossoscolex sp.6 S 1 - -

Glossoscolex sp.7 S 1 - -

Glossoscolex sp.8 S 1 - -

Glossoscolex sp.1 A2 1 - 1

Glossoscolex sp.2 A 1 1 1

Glossoscolex sp.3 A - - 1

Glossoscolex sp.4 A 1 - 1

Glossoscolex sp.1 R3 1 - -

Fimoscolex sp.1 S - 1 -

Fimoscolex sp.2 S - - 1

Fimoscolex sp.3 S 1 1 1

Fimoscolex sp.4 S - - -

Fimoscolex sp.5 S 1 - -

Fimoscolex sp.1 A 1 1 1

Fimoscolex sp.2 A 1 1 1

Fimoscolex sp.4 A - 1 1

Fimoscolex sp.5 A - 1 -

Fimoscolex sp.1 R 1 1 -

Andiorrhinus duseni 1 - -

Ocnerodrilidae sp.1 1 1 1

Ocnerodrilidae sp.2 1 1 1

Ocnerodrilidae sp.3 - 1 1

Ocnerodrilidae sp.4 - 1 -

Ocnerodrilidae sp.5 - 1 1

Amynthas gracilis 1 1 1

Amynthas corticis - 1 1

Amynthas morrisi - 1 1

Metaphire californica - 1 1

Metaphire sp.1 - - 1

Megascolecidae sp.1 - 1 -

Octolasion tyrtaeum - 1 1

Bimastus parvus - 1 1

Lumbricidae sp.1 - 1 1

Lumbricidae sp.2 - 1 1

Dicogaster gracilis - 1 1

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Continuação... Tabela 1

Dichogaster bolaui - 1 1

Microscolex sp.1 - 1 1

NI4 sp.1 1 - 1

Glossoscolecidae 1 1 1

Megascolecidae 1 1 1

Ocnerodrilidae - 1 1

Acanthodrilidae -5

1 1

Juvenis 16

1 1

Riqueza de espécies 22 30 30

1S = Projeto SisBIOTA/SC; 2A= Projeto Agrisus, 3R = Projeto Repensa; 4NI = Não indentificada; 5 - = ausência da espécie; 61 = presença da

espécie.

CONCLUSÕES

As áreas agrícolas sob Plantio Direto e Integração Lavoura-Pecuária apresentaram maior riqueza de

espécies, apresentando 30 espécies de minhocas, enquanto foram identificadas 22 espécies nos

fragmentos de Floresta Nativa.

Foram adicionadas 6 espécies de minhocas à lista de espécies já conhecidas do Estado de Santa

Catarina.

Praticamente todas as espécies do gênero Glossoscolex e Fimoscolex são novas espécies (≅ 24

espécies) e possíveis cinco espécies da família Ocnerodrilidae.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem aos órgãos financiadores (CNPq, FAPESC e Fundação Agrisus) pelo apoio

assim como aos agricultores que disponibilizaram suas áreas para a realização dos trabalhos.

REFERÊNCIAS

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Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil, 175pp, 2011.

BARTZ, M.L.C.; PASINI, A.; BROWN, G.G. Earthworms as soil quality indicators in Brazilian no-tillage systems. Applied

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BUBLITZ, U. EMATER do Paraná divulga dados sobre a evolução do Sistema Plantio Direto no Estado. Boletim

Informativo FEBRAPDP, 51: 5, 2013.

BROWN, G.G.; BENITO, N.P.; PASINI, A.; SAUTTER, K.D.; GUIMARÃES, M.F.; TORRES, E. No-tillage greatly

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BROWN, G.G.; JAMES, S.W. Ecologia, biodiversidade e biogeografia das minhocas no Brasil. In: BROWN, G.G.;

FRAGOSO, C. (Org.). Minhocas na América Latina: Biodiversidade e ecologia. Londrina: Embrapa Soja, 2007, p 397-406.

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11.2 Reportagens em televisão

- Programa RURAL OESTE da RIC TV

Apresentado dia 09 de dezembro de 2012, fala sobre o projeto Agrisus – Qualidade no Plantio

Direto, com inicio o vídeo a partir dos 25 minutos.

https://www.youtube.com/watch?v=FA3KecXj0Iw&list=PLCYlC4Lk603xUE_3Y4hmobih2

XGb76_7f

12. DIFICULDADES ENCONTRADAS

A metodologia levou um tempo para ser uniformizada pela equipe de pesquisadores

procurando a forma mais adequada visando utilizar os dados físico-químicos, biológicos nos

modelos de análise estatística, onde a priori foram definidos alguns princípios básicos desde a

seleção das áreas e buscando réplicas verdadeiras dos sistemas de manejo do solo. Entretanto,

acreditamos que este método de estudo servirá de base para futuros trabalhos nesta área do

conhecimento. Neste sentido, outra dificuldade foi o contato e a autorização dos produtores

das regiões e áreas selecionadas, especialmente para aplicação dos questionários e IQP (Índice

de Qualidade do Plantio Direto).

Alguns municípios indicados na primeira carta consulta submetida para a Fundação

Agrisus não possuíam sistemas de manejo do solo adequando e uniformizado com os

princípios exigidos por este estudo e a equipe optou por mudar para outro município mais

representativo do sistema do ponto de vista da região.

Não conseguimos seguir exatamente o cronograma proposto no projeto, uma vez que no

período de agosto e setembro houve uma forte estiagem na região Oeste de Santa Catarina, o

que impossibilitou a equipe de pesquisadores realizarem as amostragens nas demais regiões

propostas no projeto. Entretanto, a equipe se reuniu e organizou uma agenda para efetuar estas

amostragens nos meses de novembro e dezembro, pois precipitação neste novo período se

normalizou. No entanto, a aplicação/validação do sistema de qualificação das áreas sob PD

ficou prejudicado por conta dos resultados obtidos devido à estiagem. A época ideal para

coleta das minhocas é entre fevereiro/março (final da cultura de verão e do período das

chuvas).

No mês de fevereiro de 2013 foi realizada outra amostragem das áreas que recebem

aplicação de dejetos, no município de Chapecó, num total de sete áreas. As amostras e

resultados destes estão em processamento. Isso não era o objetivo principal do projeto, mas a

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equipe achou por bem incluir mais áreas do que o previsto por ser um assunto importante e

sem informações químicas, físicas e biológicas em áreas de Plantio Direto que receberam

dejetos de suínos. Os resultados serão publicados e a Fundação Agrisus será comunicada e

referenciada como financiadora do projeto.

Também foi aplicado do IQP proposto pela FEBRAPDP/ITAIPU e a próxima etapa

deste é o acesso ao sistema online para preenchimento das informações e produção do laudo.

E finalmente, como a equipe não conseguiu aplicar os questionários de indicadores

econômicos e de IGP devido ao excesso de trabalho durante as coletas (coleta de amostras

para física, química e biológica), houve necessidade de uma nova visita as propriedades para

aplicação destes questionários o que resultou em maiores gastos, especialmente de gasolina e

alimentação e isso não estava previsto no projeto original, mas como tínhamos saldo a

FEALQ reembolsou, o que não prejudicou a qualidade dos dados obtidos.

13. PRÓXIMOS PASSOS DA EQUIPE

1) A equipe solicita a Fundação Agrisus a aprovação de prorrogação do projeto para

continuar os estudos em outras áreas de plantio direto do estado de Santa Catarina avaliando

atributos físicos, químicos e biológicos, com a liberação de 50% dos recursos deste projeto e a

manutenção de um bolsista de Iniciação Científica por 12 meses.

2) Preparação e submissão de artigos em revistas cientificas na área de Ciência do Solo

e novos trabalhos serão apresentados em eventos levando sempre o nome da Fundação

Agrisus.

3) A Dra. Marie Bartz pretende descrever as espécies novas de minhocas encontradas no

sistemas de Plantio Direto.

4) Continuar a divulgar os resultados em eventos na forma de publicações e em

palestras proferidas.

5) Este projeto estimulou a equipe a verificar a possibilidade de montar uma unidade

demonstrativa do sistema de plantio direto com diferentes tipos de cobertura de solo para ser

referência para técnicos, universitários e produtores da região Oeste, já arrumamos a área para

longa duração, mas ainda obteve-se os recursos necessários.

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14.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtivemos as seguintes considerações:

- Dos atributos químicos avaliados, mais de 50% das áreas de Integração Lavoura-

Pecuária (ILP) e Plantio Direto (PD) apresentaram deficiência nos teores de fósforo e valores

elevados de pH.

- Do ponto de vista dos atributos físicos, de maneira geral, foram observados valores

mais elevados da densidade e microporosidade nas áreas de ILP e PD.

- Houve diferenças quanto à diversidade de espécies de minhocas: PD = 17 sps > ILP

= 15 sps > MN = 13 sps. Em torno de 12 novas espécies de minhocas foram registradas, assim

como a presença de minhocuçus (minhocas > que 25 cm) em área sob PD.

- A classificação proposta por Bartz et al. (2013) para avaliação da qualidade das áreas

sob PD quanto a quantidade e riqueza de espécies de minhocas não obteve resultados

adequados devido à uma estiagem nos meses de setembro e outubro ter afetado as populações

de minhocas nas áreas amostradas.

- Os indicadores técnicos e econômicos revelam, de modo geral, que a produtividade

no PD com adubação orgânica apresentou os melhores índices de produtividade e, por

consequência, melhor resultado econômico. No caso da produção com ILP houve queda na

produtividade na ordem de 9% em comparação ao PD. Entretanto, como os custos de

produção na ILP foram menores, a diferença em termos de resultado de lucratividade foi

reduzida, porém ainda menor na ILP.

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15. IMAGENS DAS AMOSTRAGENS

Figura 19. Amostragem física, química e biológica na área da Família Zanata

sob Plantio Direto em Guarujá do Sul/SC. (Foto: Marie Bartz)

Figura 20. Glossoscolex sp.4 da área da Família Zanata sob Plantio Direto em

Guarujá do Sul/SC. (Foto: Marie Bartz)

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Figura 21. Fimoscolex sp.1 - nova espécie nativa encontrada em abundância

em diversas áreas amostradas na região de Campos Novos/SC. (Foto:

Marie Bartz)

Figura 22. Glossoscolex sp.5 (minhocuçu) em área da Família Berwange sob

Plantio Direto em Guaraciaba/SC. (Foto: Leandro do Prado Wildner)

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Figura 23. Lumbricidae sp.1 – família de minhoca exótica no Brasil (de

origem europeia) encontrada em abundâncias nas áreas da Família

Medeiros sob Integração Lavoura-Pecuária e Mata Nativa em

Brunópolis/SC. (Foto: Marie Bartz)

Figura 24. Amostragem física, química e biológica na área da Família Orlando

sob Plantio Direto em Aberlado Luz/SC. (Foto: Marie Bartz)

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Figura 25. Fimoscolex sp.2 – provável Fimoscolex bartzi, espécie nativa

encontrada em diversas áreas da execução deste trabalho. (Foto: Marie

Bartz)

Figura 26. Amostragem física, química e biológica na área da Família Thume

sob Plantio Direto em Maravilha/SC. (Foto: Marie Bartz)

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16. REFERÊNCIAS

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ALVES, V.; SANTOS, J.C.P.; GOIS, D.T.de.; ALBERTON, J.V. & BARETTA, D.

Macrofauna do solo influenciada pelo uso de fertilizantes químicos e dejetos de suínos no

Oeste do Estado de Santa Catarina. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.32 p.589-598,

2008.

BARETTA, D.; BROWN, G.G.; JAMES, S.W. & CARDOSO, E.J.B.N. Earthworm

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angustifolia. Scientia Agricola, v.64, p 384-392, 2007.

BARTZ, H. A.; BARTZ, M.L.C.; MELLO, I.; RALISCH, R. Sistema de Plantio Direto é

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BARTZ, M.L.C.; BROWN, G.G.; ROSA, M.G.; LOCATELLI, M.; JAMES,

S.W.; BARETTA, D. Minhocas Urobenus sp.: das matas para as áreas sob plantio direto.

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Faculdade De Zootecnia, Veterinária e Agronomia, Uruguaiana, v. 5/6, n.1, p. 83-88,

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Pesquisa, 12. Programa Polonoroeste, 1990, 157p.

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Prof. Dilmar Baretta

Coordenador do projeto PA 897/11