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Independência do Brasil- Parte II

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Page 1: Independência do Brasil- Parte II. Volta de Dom João a Portugal e o início da regência de Dom Pedro I Outro importante capítulo nesta história é a Revolução

Independência do Brasil- Parte II

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Volta de Dom João a Portugal e o início da regência de Dom Pedro IOutro importante capítulo nesta história é a Revolução Liberal do Porto que ocorreu no ano de 1820. Os portugueses viam-se deixados de lado pela Família Real que agora vivia no Brasil, além disso, a economia portuguesa ia de mal a pior após a abertura dos portos do Brasil às nações amigas.Os portugueses exigiam a volta de Dom João a Portugal e no ano de 1821 ele regressou a terra natal deixando seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do país, na realidade esta foi uma manobra de segurança de Dom João, caso fosse destituído de seu cargo.Tempos depois que Dom João VI regressou as terras lusitanas Dom Pedro I também foi convidado a se retirar do país no dia 09 de Janeiro de 1822. A Coroa Portuguesa tinha a intenção de recolonizar o Brasil e caso isso viesse a acontecer o Pacto Colonial seria retomado, ou seja, Portugal teria novamente total dominação sobre a economia brasileira.O Dia do FicoNeste momento o príncipe regente via-se dividido entre duas realidades: Ceder as pressões da Coroa Portuguesa deixando o Brasil, ou, permanecer no país evitando a recolonização, e, portanto, a dominação portuguesa.A aristocracia rural brasileira também via seus privilégios ameaçados com a volta de Dom Pedro a Portugal. Os brasileiros decidiram então, organizar um abaixo-assinado que pedia pela permanência do príncipe regente no país. O documento, que continha mais de oito mil assinaturas, foi levado a Dom Pedro I pelo Presidente do Senado José Clemente Pereira.Então, Dom Pedro tomou uma decisão e proclamou a seguinte frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digo ao povo que fico”. A partir deste momento um importante passo estava sendo dado rumo a independência do Brasil . ( Tal fato significa um acordo tácito: D.Pedro fica no Brasil faz a independência, mas o regime governamental seria uma monarquia e não uma república como a elite desejava)Depois deste episódio Dom Pedro tomou atitudes que aborreceram a Coroa Portuguesa, entre as quais se destacam a convocação de uma Assembleia Constituinte, além disso, todas as medidas que fossem tomadas pela Coroa Portuguesa só seriam validadas após o aval do príncipe. Os acontecimentos desencadearam uma crise no governo e os ministros fieis às Cortes, demitiram-se. O príncipe formou um novo ministério, sob a liderança de José Bonifácio. Ficou estabelecido que qualquer determinação vinda de Portugal só deveria ser acatada com o cumpra-se de D. Pedro. O país caminhava para a independência que ocorreu no dia 7 de setembro de 1822.

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Revolução Liberal do PortoEm 1820, com a Revolução Liberal do Porto, que tinha por objetivo a autonomia portuguesa e retomar a colonização do Brasil, D. João VI volta para Portugal e atribui a D. Pedro a regência do Brasil. O Objetivo da Revolução do Porto, era se apossar da enorme riqueza produzida pelo Brasil, enquanto João esteve no Brasil e reconstruir Portugal após a expulsão dos franceses.Logo, várias medidas pressionaram o governo de D. Pedro, na tentativa de anular seus poderes político, administrativo, militar e judicial e forçá-lo a regressar a Portugal. As notícias repercutiram como uma declaração de guerra, provocando tumultos e manifestações de desagrado. D. Pedro foi convidado para ficar, pois sua partida representaria o esfacelamento do Brasil

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O Primeiro ReinadoO Primeiro Reinado desdobra-se da proclamação da independência, no ano de 1822, até a renúncia de Dom Pedro I, em 1831. Saudado soberano do país no dia 12 de outubro de 1822, defronta-se com a oposição do exército lusitano, a quem vence, fortalecendo assim sua liderança. A primeira marca política de D. Pedro deu-se quando do chamamento da Assembleia Constituinte, eleita no início de 1823. Contudo, em decorrência de intensas divergências entre os deputados brasileiros e o monarca, o qual achava que seu poder pessoal deveria ser mais importante do que o do Legislativo e do Judiciário, a Assembleia é invalidada em novembro, sendo esta considerada o seu primeiro malogro.Fazia-se urgente que D. Pedro redigisse uma Constituição para o país, a qual expandisse seus poderes. Assim sendo, ele designa um grupo para elaborá-la e a aprova em 1824. A nova Constituição concede ao Imperador a faculdade legal de dissipar a Câmara e os Conselhos Provinciais, instituir senadores vitalícios e ministros, eliminar os cargos de juízes quando achasse necessário e indicar nomes para a presidência das comarcas. O caráter despótico da missiva aprovada era totalmente o contrário do que fora proposto anteriormente, em vez do sistema político ser liberal o mesmo tornou-se dominador. Alguns líderes, originários de algumas províncias do Nordeste, comandadas por Pernambuco, se revoltaram contra o domínio do soberano, contestando seus poderes absolutistas

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Reconhecimento externo da Independência: Os Estados Unidos, seguindo os ideais da Doutrina Monroe,( Doutrina estabelecida pelos EUA- América para os americanos ) foram o primeiro país a reconhecer o Brasil como país independente (1824).Portugal só reconheceu através do Tratado Luso-Brasileiro (1825), mediante a concessão do título honorífico de “Imperador do Brasil” a Dom João VI e ao pagamento de dois milhões de libras, dinheiro que foi prontamente emprestado pela Inglaterra;Após a renovação dos acordos de 1810 e do compromisso de abolir o tráfico negreiro, a Inglaterra também reconheceu a independência (1826); em seguida, os demais países europeus também reconheceram a independência; os últimos a reconhecer a independência foram os países da América Latina, pois desconfiavam de um governo monárquico, liderado por um príncipe europeu.Reconhecimento Interno da Independência: Nas províncias onde a presença de militares portugueses era mais forte, houve conflitos, pois estes se recusavam a aceitar o fim do domínio português no Brasil. Assim sendo, confrontos armados ocorreram na Bahia, com a derrota do general Madeira de Melo, na Batalha de Pirajá.No Maranhão, o mercenário inglês Lord Cochrane foi vitorioso.No Piauí, apesar de vencer a Batalha do Jenipapo, o major português João José da Cunha Fidié, acabou tendo que aceitar a independência.No Pará, o mercenário John Grenfell prendeu e assassinou os líderes da independência.Na Província Cisplatina, a tentativa de se libertar do Brasil foi reprimida.

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A Constituinte de 1822: Os deputados constituintes reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir e votar o projeto que ficou conhecido como Constituição da Mandioca, que exigia a posse de terras plantadas com mandioca como critério para ser eleitor e que pretendia diminuir os poderes do imperador. Ciente disso, Dom Pedro I ordenou o fechamento da Assembleia Constituinte (noite da agonia), prendeu e até expulsou os deputados rebeldes, inclusive José Bonifácio e seus irmãos, que eram favoráveis ao fim da escravidão. Na verdade os constituintes desejavam esvaziar o poder de D.Pedro e torná-lo um marionete nas mãos do Congresso. Era o embate entre a elite republicana e o Imperador absolutista.O imperador nomeou uma comissão ( Comissão dos Notáveis) para fazer uma Constituição que fosse de seu agrado e a outorgou ao país.A Constituição de 1824: Essa colocou todo om poder nas mãos do Imperador, criando o Poder Moderador que seria exercido pelo executivo;- O Brasil ficou dividido em províncias que dependiam do governo central e não tinham direito de possuir assembleias locais ou eleger seu governador (Unitarismo).- Monarquia Constitucional, Hereditária e Representativa.- A religião oficial do Estado era a Católica (Lei do Padroado e Lei do Beneplácito).- Estabeleceu quatro poderes: Executivo, Legislativo (Câmara e Senado do Império), Judiciário e Moderador.- O Senado era vitalício.- Voto censitário.

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A Confederação do EquadorFoi um movimento de resistência ao absolutismo do imperador, principalmente contra o fechamento da Assembleia Constituinte e a imposição da Constituição de 1824. Além disso, foi influenciada pela tradição de rebeldia dos pernambucanos e pela grave situação econômica em Pernambuco e no restante do Nordeste. Fizeram parte do movimento, além de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Os revoltosos pretendiam implantar uma república inspirada nos Estados Unidos e adotaram provisoriamente a Constituição da Colômbia.Entre os líderes se destacam Pais de Andrade, Cipriano Barata e Frei Caneca. A repressão foi violentíssima, com várias execuções como as do Padre Mororó, no Ceará, e do Frei Caneca, em Pernambuco.

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Governo de Dom Pedro I:- Dificuldades econômicas provocadas pela perda de valor do açúcar e pelas dívidas contraídas com a Inglaterra.- Envolvimento do imperador no caso da sucessão portuguesa.- Derrota na Guerra da Cisplatina, que resultou no surgimento da República do Uruguai.- Escândalo provocado pelo romance do imperador com a marquesa de Santos.- Morte da Imperatriz Dona Leopoldina.- Casamento de Dom Pedro com Dona Amélia de Leuchtenberg.- Assassinato do médico e jornalista Líbero Badaró.- Noite das garrafadas.-Nomeação do “Ministério dos brasileiros”.- Demissão do “Ministério dos brasileiros” e sua substituição pelo “Ministério dos marqueses”.-Abdicação de Dom Pedro I (07/04/1831) em favor de seu filho, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara que tinha cinco anos apenas, nomeando José Bonifácio de Andrada como seu tutor legal. Encerrava-se assim o Primeiro Reinado e tinha início o Período Regencial.

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A Abdicação de D. Pedro IVários foram os fatores que levaram à abdicação de D. Pedro I. O Primeiro Reinado apresentava um difícil situação financeira em decorrência da balança comercial desfavorável, contribuindo para as altas taxas inflacionárias.Um grande descontentamento em relação à figura do imperador, em virtude de seu autoritarismo, como o fechamento da Assembleia Constituinte, a imposição da Constituição de 1824, a repressão à Confederação do Equador.Contam-se ainda, a desastrosa Guerra da Cisplatina e a participação do imperador na sucessão do trono português.A imprensa brasileira inicia uma série de críticas ao governo imperial, resultando no assassinato do jornalista Líbero Badaró, grande opositor de D. Pedro I.No ano de 1831, em Minas Gerais, o imperador enfrentou sérias manifestações, sendo recebido com faixas negras em sinal de luto pelo morte do jornalista. Retornando à capital do Império, seus partidários promoveram uma festa em homenagem ao imperador, desagradando a oposição e ao povo. Inicia-se uma luta entre partidários e opositores ao imperador, denominada "Noite das Garrafadas".Após sucessivas mudanças ministeriais, procurando conter as manifestações, D. Pedro I abdicou, na madrugada de 7 de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara.Em Portugal, após enfrentar o irmão D. Miguel, será coroado rei de Portugal, com o título de Pedro IV.A abdicação de D. Pedro I consolidou o processo de independência, ao afastar o fantasma da recolonização portuguesa. Daí, nos dizeres de Caio Prado Jr., "o 7 de abril, completou o 7 de setembro".Como seu legítimo sucessor possuía apenas cinco anos de idade, inicia-se um período político denominado Período Regencial.