imunizaÇÃo - universidade federal de minas gerais · 2021. 2. 2. · • uso de corticosteróides...
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IMUNIZAÇÃO CONCEITOS BÁSICOS, CALENDÁRIO VACINAL 2014
Jorge A. Pinto
Departamento de Pediatria - FMUFMG
DISCIPLINA: PEDIATRIA III (PED014)
• Conceitos básicos
• Calendário de imunização da criança do Programa
Nacional de Imunizações do Brasil (PNI)
Imunização
• Passiva (anticorpos maternos)
• Transferência transplacentária
• Leite materno
• Ativa (doença induz imunidade)
Proteção contra infecção microbiana
Imunidade natural
Imunidade artificial
• Passiva (administração de anticorpos-Ac)
• Imunoglobulinas humanas homólogas
• Soro heterólogo
• Ativa (antígenos-Ag induzem memória imunológica)
Resposta imune aos microrganismos
• Imunidade inata
• Imunidade adaptativa
Habilidade de:
–adaptar
–aprender
–lembrar
Proteção contra infecção microbiana
Vacina com agente infeccioso vivo atenuado Vacina inativada
BCG, Rubéola, Sarampo, Caxumba,
Varicela, Poliomielite oral, Febre Amarela
DTP, dT e DT, dTpa-R, Influenza, Hepatite B,
Hepatite A, Meningocócicas, Pneumocócicas,
Hemófilos, Pentavalente, Pólio injetável,
Vacinas contra HPV
Princípios da imunização ativa
Vacinas vivas atenuadas e não-vivas
Vacinas conjugadas
(polissacarídeo da cápsula bacteriana + proteína =
complexo indutor de resposta imune T-dependente)
Vacinas combinadas
(múltiplos antígenos para prevenir diferentes doenças ou
proteger contra múltiplas cepas)
Hemofilos (Hib)
– Conjugado com toxoide tetânico
– Conjugado com toxina diftérica
– Conjugado com proteína da membrana
externa do Meningococo B
Pneumococo conjugado com proteína
Meningococo C conjugado com proteína
DPT – difteria, coqueluche, tétano
Polio oral – cepas P1, P2 e P3
dT- difteria, tétano
DPT-Hib – tetravalente
DPT-Hib-HepB – pentavalente (rede pública)
SCR – tríplice viral
SCRV - Tetraviral
HepA-HepB
DTPa-HepB-IPV-Hib - hexavalente
DTPa-IPV
DTPa-IPV-Hib – pentavalente (rede privada)
Imunização ativa
Vacinas conjugadas e combinadas
• Suscetibilidade a infecções graves – vacinação logo após o nascimento
• Sistema imunológico imaturo
• Reduzida capacidade de produzir IgG no 1º ano de vida;
• Resposta ineficaz a antígenos polissacarídeos (timo-independentes) – necessidade de vacinas
polissacarídeas conjugadas a proteínas;
• Resposta inadequada a antígenos timo-dependentes – necessidade de maior número de doses
das vacinas
• Influência inibitória dos anticorpos maternos sobre a imunização
Imunização ativa
Considerações para vacinação dos lactentes
“A utilização de esquemas vacinais com múltiplas doses e, algumas vezes,
com antígenos conjugados, permite ... produção de células de memória que
estarão prontas em novo contato com o antígeno.” Farhat et al., 2008.
• Todas as vacinas licenciadas são seguras e eficazes, mas nenhuma é
completamente segura e eficaz em todos os indivíduos.
• Reações causadas por deposição de complexo antígeno-anticorpo em
casos de reforços vacinais repetidos e desnecessários – vacina antitetânica.
• Reações alérgicas mediadas por IgE (ocorrem geralmente dentro de 4
horas da administração da vacina)
• A constituintes da vacina (ao estabilizante, à proteína do ovo nas vacinas cultivadas
em embrião de galinha, ao látex quando acondicionas com tampa de borracha)
• À alguma vacina específica – evento raro e geralmente localizado.
• Reações não mediadas por IgE – neomicina, timerosal ou à vacina
• Leves e autolimitados – dor, calor, edema e eritema locais
• Em geral não contra-indicam outras doses da vacina.
Imunização ativa
Efeitos adversos ao uso de vacinas
Imunização ativa
Contra-indicações gerais ao uso de vacinas
(risco da vacina é superior ao risco da doença - proibição absoluta à utilização da vacina)
• vacinas de bactérias atenuadas ou vírus vivo atenuado: imunodepressão e gravidez
• para qualquer vacina: alergia anafilática a componente da vacina ou dose anterior
• encefalopatia nos primeiros sete dias após a aplicação de vacina que inclua o
componente pertussis
Imunização ativa
Precauções ao uso de vacinas
(maior risco de efeito adverso ou resposta inadequada à vacina - avaliar risco/benefício de vacinar)
• imunodepressão primária ou secundária
• uso de corticosteróides em doses elevadas e tempo prolongado
• uso de imunoglobulinas ou sangue e derivados
• gravidez
• alergia à vacina
• reação anafilática - aparecimento, na primeira hora após a exposição, de uma ou
mais das manifestações: urticária, sibilos, laringo-espasmo, edema de lábios, hipotensão
e choque.
• doenças agudas moderadas ou graves
Imunização ativa
Falsas contra-indicações ou precauções ao uso de vacinas
• doenças agudas leves com febre baixa
• uso de antimicrobianos
• reação local à vacina tríplice bacteriana, ainda que intensa
• história ou diagnóstico clínico da doença contra a qual se pretende vacinar
• vacinação contra a raiva
• desnutrição
• doença neurológica estável
• tratamento com corticosteróide em dose não imunossupressora
• história familiar de alergia
• gravidez da mãe ou de outro contato domiciliar
• aleitamento – não há contra-indicação de vacinar lactantes
• prematuridade e baixo peso de nascimento (exceto BCG em < 2kg)
• internação hospitalar (precaução com vacina de poliomielite oral e contato imunossuprimido)
• administração simultânea de vacinas
Imunização ativa
Esquema básico de vacinação interrompido
• Desnecessário reinício da vacinação
• Dar seqüência à vacinação respeitando:
• intervalos mínimos entre as doses das vacinas
• a idade da criança
• Conceitos básicos
• Calendário de imunização da criança do Programa
Nacional de Imunizações do Brasil (PNI)
• Considera a epidemiologia das doenças imunopreveníveis
• Factível e viável operacionalmente
• Dinâmico
Imunização
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
BCG ID – vacina contra tuberculose
Bacilos atenuados do Mycobacterium bovis
Proteção contra formas graves da tuberculose
Deve ser aplicada em dose única
Recomenda-se uma segunda dose da vacina quando, após 6 meses, não se
observa cicatriz no local da aplicação
Eventos adversos são raros (0,04% dos vacinados)
Contra-indicada em recém-nascidos com peso inferior a 2000g e imunossuprimidos
Pode ser aplicada simultaneamente ou a qualquer intervalo de outras vacinas
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacina contra Hepatite B – HepB
• Primeira dose aplicada idealmente nas primeiras 12 horas de vida
• Segunda dose com 1 ou 2 meses e terceira aos 6 meses
Pentavalente brasileira: DTP (pertussis células inteiras) + Hib + HepB
Pentavalente rede privada: DTPa + VIP + Hib
Hexavalente rede privada: DTPa + VIP + Hib + HepB
• Recém-nascidos com peso de nascimento igual ou inferior a 2kg ou idade
gestacional < 33 semanas – 4 doses da vacina (0,1,2 e 6 meses)
• Crianças e adolescentes não vacinados – esquema de três doses
Prevenção da transmissão
vertical da Hepatite B
Situação 2 – Status materno de HBsAg desconhecido e RN com peso 2000 g
• Primeira dose da vacina (HepB) aplicada nas primeiras 12 horas de vida
• Segunda dose da vacina com 1 - 2 meses
• Terceira dose da vacina aos 6 meses
Situação 1 – mãe com HBsAg positivo e RN com peso 2000 g
• Primeira dose da vacina (HepB) aplicada nas primeiras 12 horas de vida
• Imunoglobulina anti-hepatite B (HBIG) aplicada nas primeiras 12 horas de vida (proteção por 3 – 6 meses)
• Segunda dose da vacina com 1 - 2 meses
• Terceira dose da vacina com 6 meses
• Após última dose (9 – 18 meses de idade) – testar HBsAg e anti-HBs (protetor se 10mUI/mL)
• Se HBsAg negativo e anti-HBs < 10mUI/mL, repetir série de 3 doses e retestar.
Situação 3 – mãe HBsAg negativa e RN com peso 2000 g
• Primeira dose da vacina (HepB) aplicada ao nascer ou antes da alta do berçário
• Segunda dose da vacina com 1 - 2 meses
• Terceira dose da vacina aos 6 meses
Total de 4 doses, se utilizar vacina
combinada a partir da 2ª dose.
Total de 4 doses, se utilizar vacina
combinada a partir da 2ª dose.
Total de 4 doses, se utilizar vacina
combinada a partir da 2ª dose.
Red Book, 2012
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacina Tríplice Bacteriana – DTP
• Contra difteria, tétano e coqueluche em menores de 7 anos de idade
• A partir dos 7 anos utilizar dT (dupla tipo adulto)
• Eficácia de 90% a 95%.
• DTP – utiliza células inteiras de Bordetella pertussis inativada eToxóides tetânico e
diftérico inativados. É eficaz e bem tolerada. Utilizada na rede pública.
• DTPa – utiliza três antígenos purificados da Bordetella pertussis (acelular), Toxóides
Diftérico e Tetânico inativados – é menos reatogênica.
• Esquema de aplicação:
• 2, 4, 6 e 15 meses de vida. Reforço entre 4 e 6 anos de idade.
• Entre a terceira dose e o primeiro reforço, deve-se respeitar intervalo de 6 meses.
• Manter reforço de 10/10 anos com dT (Dupla Tipo Adulto). Se possível, tomar uma dose de
dTpa-R (Tríplice Bacteriana Acelular Adulto).
Proteção contra tétano
Prevenção do tétano neonatal – imunização da gestante (dT)
• Grávidas com história vacinal desconhecida ou incerta - dois esquemas são possíveis, devendo a última dose ser
aplicada preferencialmente até 20 dias antes do parto.
• 1º esquema: três doses durante a gravidez com intervalos de 30 a 60 dias entre as doses.
• 2º esquema: duas doses durante a gravidez com intervalo mínimo de trinta dias e reforço 6 meses após 1ª dose.
• Grávidas com esquema completo:
• última dose há menos de 5 anos, não é necessário reforço.
• última dose há mais de 5 anos, indica-se uma dose durante a gravidez.
• Grávidas com uma ou duas doses anteriormente: completar três doses durante a gravidez atual.
Prevenção do tétano acidental
História vacinal
Ferimento limpo ou superficial Outros tipos de ferimentos
Vacina Soro Vacina Soro
Incerta ou menor de três doses Sim Não Sim Sim
3 doses, última a menos de 5 anos Não Não Não Não
3 doses, última entre 5 e 10 anos Não Não Sim Não
3 doses, última a mais de 10 anos Sim Não Sim Não
Ressurgimento da
coqueluche
Ausência vacinação ou baixa
cobertura em crianças
Boosters naturais são
frequentes
Doença mais comum
em lactentes e crianças
Adolescentes imunes
Alta incidência
pertussis é precoce
Ressurgimento da Doença
Alta cobertura DPT
em crianças
Baixa incidência em crianças
Redução dos
boosters naturais
Redução imunidade
adolescentes e adultos
Forsyth K, et al. Pediatr Infect Dis J. 2005 May;24(5 Suppl):S69-74.
Previsão para PNI:
setembro de 2014
Prevenção da coqueluche no lactente jovem
Vacinar gestantes a partir de 20 semanas de
gestação (ideal a partir de 28 semanas).
Vacina Situação antes de engravidar Conduta na gravidez Conduta após a gravidez
Tríplice
bacteriana
acelular
(dTpa)
Previamente vacinada com pelo
menos 3 doses de antitetânica,
sendo a última dose a menos de 5
anos.
Nada ou 1 dose de dTpa Fazer dTpa no puerpério se optou por não
vacinar na gestação
Previamente vacinada com pelo
menos 3 doses de antitetânica,
sendo a última dose a mais de 5
anos.
1 dose de dT ou dTpa Fazer 1 dose de dTpa no puerpério se
optou por vacinar com dT na gestação
Vacinação antitetânica incompleta
(apenas 1 dose na vida)
1 dose de dT e uma 2ª
dose de dT ou dTpa com
intervalo de dois meses
Fazer 1 dose de dTpa no puerpério se
optou por vacinar apenas com dT na
gestação
Vacinação antitetânica incompleta
(apenas 2 doses na vida)
1 dose de dT ou dTpa
Fazer 1 dose de dTpa no puerpério se
optou por vacinar com dT na gestação
Vacinação desconhecida 1 dose de dT e uma 2ª
dose de dT ou dTpa com
intervalo de dois meses
Fazer 1 dose de dTpa no puerpério se
optou por vacinar apenas com dT na
gestação e uma dose de dT após 6 meses
da última dose recebida na gestação
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Ao combinar DTPa + Hib, deve-se realizar reforço para Hib após os 12 meses (porque
a combinação DTPw + Hib melhora muito a imunogenicidade de Hib, o que não ocorre
coma vacina acelular).
Vacina anti-hemofilos – Hib
• Vacina de Polissacarídeo capsular do Hemófilos (PRP) conjugado à proteína carreadora.
• Eficácia de 88% a 97% - infecções invasivas por Haemophilus influenzae tipo B, capsulado, em
menores de 5 anos de idade.
• Após 5 anos, apenas em pacientes com risco aumentado para a infecção (ex: esplenectomizados)
• Disponível nas vacinas combinadas (na Pentavalente – calendário do PNI)
Esquema de aplicação varia de acordo com a idade de início da vacinação:
• Início a partir de 2 meses de idade (4 doses): três doses com intervalo de dois meses e um
reforço aos 15 meses de idade.
• Início entre 6 a 12 meses de idade (3 doses): duas doses com intervalos de dois meses e um
reforço após 12 meses de idade.
• A partir de 1 ano de idade: dose única. Em imunocomprometidos, 2ª dose após 2 meses.
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacina anti-poliomielite
• Eficácia – 85 a100%
• As duas primeiras doses devem ser do tipo inativada (IPV)
• No calendário do PNI, as doses subsequentes são de polio oral (VOP)
• Recomenda-se que todas as crianças com menos de 5 anos de idade recebam vacina
oral (VOP) nos Dias Nacionais de Vacinação, desde que já tenham recebido 2 doses de
vacina inativada.
• Indica-se dose de reforço para crianças entre 4 e 6 anos de idade que não tenham
recebido a 5ª dose em campanhas de vacinação.
• A vacina inativada (VIP) pode ser aplicada em imunossuprimidos e seus
contactantes, por não apresentar risco de paralisia vacinal.
Princípios da imunização ativa
Intervalo mínimo necessário entre vacinas diferentes
Vacinas Intervalo mínimo entre vacinas
Entre 2 inativadas NENHUM
Entre 1 inativada e 1 viva atenuada NENHUM
Entre 2 vivas atenuadas injetáveis 30 dias (alguns autores admitem 15 dias)
Entre 2 vivas atenuadas por via oral NENHUM, exceto se fez Polio Oral,
esperar 15 dias para Rotavirus
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacina anti-rotavírus
• Vacina monovalente de vírus atenuado derivado de cepa humana sorotipo G1 (há
imunidade heterotípica (G1 e G2) ao final das duas doses)
• Eficácia – 65,4 a 93% para hospitalizações por doença causada por rotavírus
• A vacina disponível no PNI é monovalente e deve ser administrada em 2 doses:
• 1ª dose aos 2 meses (1 mês e 15 dias até no máximo 3 meses e 15 dias)
• 2ª dose aos 4 meses (3 meses e 15 dias até no máximo 7 meses e 29 dias)
• O intervalo mínimo entre as 2 doses é de quatro semanas
• Na rede privada temos a vacina pentavalente, que deve ser administrada em 3 doses
(2, 4 e 6 meses), sendo a 3ª dose administrada até no máximo 7 meses e 29 dias)
• Caso a criança regurgite não se repete a dose.
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacina anti-pneumocócica conjugada
• Recomendada a todas as crianças até 5 anos de idade
• 84,5% de internações evitadas
• Redução de 28,69% das pneumonias após introdução da pneumo-10 no Brasil.
• Esquema de 3 doses no primeiro ano de vida (2, 4 e 6 meses) e reforço aos 15 meses.
• Crianças com risco aumentado para doença pneumocócica invasiva (DPI) entre 2 e 18
anos devem receber uma dose adicional com a vacina 13 valente.
• Para crianças e adolescentes com risco aumentado de DPI recomenda-se também a
vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente, mesmo que tenham recebido a vacina
conjugada anteriormente – ver recomedações do CRIEs (Centro de Referencia de
Imunobiológicos Especiais).
Vacina anti-pneumocócica conjugada
Esquema de aplicação (varia de acordo com a idade de início da vacinação)
• Inicio entre 2 a 5 meses de idade: 4 doses (3 doses com intervalo de 2 meses e 4ª
dose após um ano de idade;
• Início entre 5 e 11 meses de idade: 3 doses (2 com intervalo de 2 meses e 3ª após
um ano de idade;
• Início entre 12 e 23 meses de idade: 2 doses com intervalo mínimo de 2 meses;
• Início após 24 meses: dose única.
Esquemas em atraso:
• crianças com idade entre 6 e 12 meses: se já tomou 1 ou 2 doses antes dos 6
meses, fazer 1 dose nesse momento e 1 reforço após 1 ano;
• crianças com idade entre 1 e 2 anos: se tomou 1 dose antes de um ano, aplicam-se
mais 2 doses. Se já tomou 2 doses, aplica-se uma.
• crianças maiores que 2 anos de idade: 1 dose independente das doses anteriores.
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacina anti-meningocócica C conjugada
• Após os 12 meses de idade a vacina deve ser aplicada em dose única
• Recomenda-se um reforço aos 5 anos de idade devido perda rápida de
proteção.
• Recomenda-se um segundo reforço, preferencialmente com a vacina anti-
meningocócica ACWY, nos adolescentes (> 11 anos de idade) – disponível
na rede privada.
• Na doença meningocócica, o adulto transmite a bactéria para a
criança (ao contrário do pneumococo), portanto, é importante imunizar
adolescentes!
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacina contra Febre Amarela
• A OMS considera que a vacina confere pelo menos 10 anos de imunidade.
• Os anticorpos aparecem 10 dias após a aplicação da vacina.
• Está indicada para os residentes e viajantes para as áreas endêmicas, de transição
e de risco potencial, a partir dos 9 meses de idade (em situações excepcionais pode
ser aplicada a partir dos 6 meses)
• Para os que se mantém em risco, o reforço deve ser feito a cada 10 anos.
• A vacina contra febre amarela não deve ser administrada no mesmo dia que a
vacina tríplice viral devido ao risco de interferência e diminuição da imunogenicidade.
Recomenda-se que essas vacinas sejam aplicadas com intervalo de 30 dias entre
elas (mínimo de 15 dias).
Lactentes com menos de 6 meses em aleitamento materno, cujas mães
receberam vacina contra febre amarela devem suspender o aleitamento
materno por pelo menos 15 dias.
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacinas tríplice (SCR) e tetraviral (SCRV)
• A vacina tríplice viral protege contra rubéola, sarampo e caxumba (eficácia de 95% para as duas primeiras e inferior
para a caxumba).
• Efeitos adversos podem ocorrer entre 5-12 dias após a vacinação (dor e edema locais, febre,exantema, edema,
vermelhidão e calor nas articulações. Raramente: encefalite, pancreatite, orquite, púrpura e parotidite).
• A vacina tetraviral (SCRV), na 1ª dose, apresenta maior risco de febre e convulsão febril nos lactentes (5-12 dias após
vacina), quando comparados com os que recebem a 1ª dose das vacinas tríplice viral e varicela em injeções separadas
• No calendário do PNI, a 1ª dose deve ser feita com a vacina tríplice viral (SCR), mesmo em caso de atraso vacinal.
• Calendário do PNI:
• 12 meses – vacina triplice viral (SCR);
• 15 meses - reforço com a tetraviral (SCRV) - Não há necessidade do reforço com SCR aos 4 anos.
ATENÇÃO: vacina monovalente para varicela e tríplice viral devem
ser aplicadas no mesmo dia ou em intervalos de 30 dias.
Vacina tetraviral (SCRV)
• Se esquema antivaricela prevê apenas 1 dose de vacina (PNI) – maior eficácia se aplicada em crianças com idade 15 meses.
• Vacina tetraviral será administrada para todas as crianças que nasceram a partir de junho de 2012 (ou seja, que fizeram 15
meses em setembro de 2013) e será feita até os dois anos de idade.
• Crianças que receberam apenas uma dose da vacina e apresentam contato domiciliar ou em creche com indivíduo com a
doença podem antecipar a segunda dose, respeitando o intervalo mínimo de 1 mês entre as doses.
• Durante surtos ou contatos íntimos com caso de varicela - possível vacinar crianças imunocompetentes menores que 1 ano
(entre 9-12 meses), mas não considerar essas doses válidas.
• Vacinação pós-exposição: até cinco dias após contato, preferencialmente nas primeiras 72 horas (protegem contra a doença ou
levam a forma branda).
Dose única da vacina contra varicela – muito eficaz para prevenção das formas graves da doença (>95%).
As duas doses da vacina contra varicela diminuem a ocorrência da infecção.
Calendário Básico – SUS (0-10 anos)
Nascimento: HepB + BCG
2 Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
3Meses: Meningo C
4Meses: Penta+IPV+Rota+Pneumo10
5Meses: Meningo C
6Meses: Penta+OPV+Pneumo10
9Meses: Febre amarela (áreas endêmicas)
12Meses: SRC + Pneumo10 + HepA
15Meses: TETRAVIRAL + OPV+ Meningo C +DTP
4 anos: DTP
Influenza < 2 anos, nas campanhas.
Vacina contra Hepatite A (HepA)
• Indicada a partir de 12 meses de idade.
• Eficaz na 1ª dose (95% a 100%). Segunda dose após 6 meses é considerada reforço para não haver
perda de imunidade no futuro (proteção por três décadas)
• Protege até 15 dias após o contato.
• Sorologia não é capaz de avaliar eficácia da vacina.
• Argentina implantou 1 dose – queda drástica do número de casos (imunidade de rebanho)
• 2ª dose é necessária para proteção quando se perde imunidade de rebanho (viagens)
Introdução no PNI em
Jul/2014
• Vírus cultivados em células diplóides
humanas e inativados em formaldeído.
• Vírus cultivados em células de galinha, inativados e fracionados. É produzida anualmente com as cepas
dos vírus recomendadas pela Organização Mundial de Saúde.
• Eficácia de 70% a 90%.
• Na rede pública – aplicada em crianças com idade entre 6 meses e 2 anos através de campanhas.
• Na rede privada aplicada em crianças com idade entre 6 meses e 5 anos.
• Esquema de aplicação para crianças com idade inferior a 9 anos:
• no 1º ano de aplicação – duas doses com intervalo de 30 dias
• no 2º ano de aplicação – apenas uma dose por ano.
• se a criança recebeu apenas uma dose no primeiro ano, deve receber duas doses no segundo.
• Contra-indicada em caso de alergia grave ao ovo.
• Na gestação, deve ser realizada em qualquer idade gestacional!
• Ao vacinar a mãe, protege-se o bebê (menos consultas por problemas respiratórios)
Vacina contra o vírus Influenza
Vacina deve ser aplicada antes do inverno (no Brasil, entre abril e maio)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
casos 17071 15945 13268 26641 31930 19551 7251 2202 959 539 352
tasas 4,59 4,29 3,54 7,03 8,35 5,07 1,86 0,56 0,24 0,13 0,09
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
Tasa
s*1
00
00
ha
b
Nº
Ca
sos
Hepatits A. Casos y tasas. 2000-2010
casos tasas
Vacina contra Papilomavirus Humano (HPV)
• A cada dia, 21 mulheres morrem por câncer do colo do útero no Brasil - mais de 8 000 mortes/ano.
• Vacina: Subunidades dos tipos de HPV, produzidas em culturas de células por recombinação genética.
• Eficácia:
• A vacina bivalente protege as mulheres do câncer de colo de útero (95%)
• A vacina quadrivalente protege mulheres e homens do câncer e de verrugas ano-genitais causadas
pelos tipos 6 e 11 (90%). Proteção cruzada para outros HPVs.
• Vacinas disponíveis:
• bivalente (16, 18) – indicada para meninas de 10-25 anos
• quadrivalente (6, 11, 16, 18) – indicada para meninos e meninas de 9-26 anos.
• Esquema: 3 doses (0, 1, 6 meses)
• Eventos adversos: como é uma vacina purificada e inativada, não são esperados efeitos relevantes.
O HPV é transmitido por relação sexual – vacinar é a melhor forma de prevenir.
A vacinação não dispensa o exame ginecológico preventivo do câncer.
Introdução no PNI em março
2014, para as meninas:
•1º ano: 13, 12 e 11 anos
•2º ano: 11, 10 e 9 anos
•3º ano em diante: 9 anos
IMPACTO DA VACINAÇÃO EM ALGUMAS DOENÇAS NO BRASIL
IMPACTO DA VACINAÇÃO EM ALGUMAS DOENÇAS
NO BRASIL
Fontes bibliográficas:
• Centers for Disease Control and Prevention - http://www.cdc.gov/vaccines
• Ministério da Saúde do Brasil
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2013/Ago/30/instrucao_normativa_cal_nacional_vacinacao.pdf
• Sociedade Brasileira de Pediatria http://www.sbp.com.br/pdfs/calendarioVacinal2013_aprovado1.pdf
• Sociedade Brasileira de Imunizações - http://www.sbim.org.br
Calendário vacinal é dinâmico e as informações devem ser atualizadas
Agradecimento
Profa. Gláucia Queiroz Andrade Professora Aposentada do Departamento de Pediatria da
FM/UFMG
Membro do Grupo de Infectologia Pediátrica do HC/UFMG