imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens e direitos · 2019. 12....
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Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação, de
quaisquer Bens e Direitos
ITD (CM)
Professor Camilo Graça
COMPETÊNCIA
Estados:
Art. 155. Compete aos Estados e ao DF instituir impostos sobre:
(...)
I – transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos;
§ 1º: O Imposto previsto no inciso I:
I – relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem ou ao Distrito Federal;
II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III – terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuia bens, era residente ou domiciliado ou teve seu inventário processado no exterior;
IV – terá alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
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Disciplina Constitucional
Não é exceção ao Princípio da Legalidade;
Não é exceção ao Princípio da
Anterioridade;
Não é exceção ao Princípio da
Anterioridade Nonagesimal.
Classificações Doutrinárias
É imposto direto – aqueles cujo ônus recai diretamente sobre o SP não sendo possível a repercussão econômica.
É imposto que incide sobre o patrimônio ou renda – na classificação por categorias econômicas trazida pelo CTN.
É imposto real – não leva em conta aspectos pessoais do sujeito passivo quando de sua instituição. Preocupa-se apenas com os bens a serem transmitidos.
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Fato Gerador
É a transmissão por ato gratuito de quaisquer bens ou direitos. A transmissão gratuita se dá em função de doação ou em função do falecimento do titular de tais bens ou direitos.
Transmissão é a transferência jurídica da titularidade dos bens e direitos de uma pessoa para outra. No caso do ITD (CM), essa transmissão se dá, sempre, de forma graciosa (não onerosa), seja pela vontade do antigo titular através doação propriamente dita, ou pelo fenômeno morte.
Sujeição Ativa - Local do Pagamento
João das Couves falece no Maranhão, deixando para seus sucessores um apartamento no Piauí, um apartamento no Rio de Janeiro, um carro licenciado em São Paulo e ações da Petrobrás. O inventário é processado no Espírito Santo. Como ficam os recolhimentos do ITD?
A resposta é dada pela CF, no art. 155, § 1º, I e II. Ao PI caberá o imposto referente ao imóvel lá situado; Ao RJ caberá o imposto referente ao imóvel aqui situado; e ao ES caberá o imposto referente ao automóvel. E quanto às ações
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CF Art. 155,§ 1.º O imposto previsto no inciso I:
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao
Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado
onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o
doador, ou ao Distrito Federal;
III - terá competência para sua instituição regulada por lei
complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o
seu inventário processado no exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
E as ações? Súmula 435 STF. O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO
"CAUSA MORTIS" PELA TRANSFERÊNCIA DE AÇÕES É
DEVIDO AO ESTADO EM QUE TEM SEDE A
COMPANHIA.
CF Art. 155,§ 1.º O imposto previsto no inciso I:
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu
inventário processado no exterior;
(RE 851.108) RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO
GERAL. ITCMD. BENS LOCALIZADOS NO EXTERIOR. ARTIGO
155, § 1º, III, LETRAS A E B, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI
COMPLEMENTAR. NORMAS GERAIS. COMPETÊNCIA PARA
INSTITUIÇÃO. É de se definir, nas hipóteses previstas no art. 155, § 1º, III,
letras a e b, da Constituição, se, ante a omissão do legislador nacional em
estabelecer as normas gerais pertinentes à competência para instituir imposto
sobre transmissão causa mortis ou doação de quaisquer bens ou direitos
(ITCMD), os Estados-membros podem fazer uso de sua competência
legislativa plena com fulcro no art. 24, § 3º, da Constituição e no art. 34, § 3º,
do ADCT. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a
questão. O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a existência de
repercussão geral da questão constitucional suscitada. (Decisão de agosto/2015)
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Alíquotas
Seguindo determinação da CF/88 (art. 155, § 1º, IV), o Senado Federal editou a Resolução nº 9 de 09/05/92, fixando em 8% a alíquota máxima do ITD.
Progressividade das Alíquotas do ITCMD
Por maioria dos votos, o Plenário do STF proveu o RE 562045, julgado em conjunto com outros nove processos que tratam da progressividade na cobrança do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCD). O governo do Rio Grande do Sul, contestou decisão do Tribunal de Justiça do estado (TJ-RS), que entendeu inconstitucional a progressividade da alíquota do ITCD (de 1% a 8%) prevista no artigo 18, da Lei gaúcha 8.821/89, e determinou a aplicação da alíquota de 1%. O tema tem repercussão geral reconhecida.
Na análise da matéria realizada na tarde de hoje, os ministros (...) concluíram que essa progressividade não é incompatível com a Constituição Federal nem fere o princípio da capacidade contributiva.
A Corte aplicou o mesmo entendimento a outros nove REs: 544298, 544438, 551401, 552553, 552707, 552862, 553921, 555495 e 570849, todos de autoria do Estado do RS. A ministra Cármen Lúcia redigiu os acórdãos. Public. 27/11/2013.
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Progressividade das Alíquotas do ITCMD
EXTRAORDINÁRIO – ITCMD – PROGRESSIVIDADE –
CONSTITUCIONAL. No entendimento majoritário do Supremo,
surge compatível com a Carta da República a progressividade das
alíquotas do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação.
Precedente: Recurso Extraordinário nº 562.045/RS, mérito
julgado com repercussão geral admitida.
RE 542485 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira
Turma, julgado em 19/02/2013, PUBLIC 08-03-2013.
Progressividade das Alíquotas do ITCMD
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO.
CONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL SOBRE
PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE
TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE BENS E
DIREITOS. GRAU DE PARENTESCO COMO PARÂMETRO
PARA A PROGRESSIVIDADE: IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
(RE 854869 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda
Turma, julgado em 25/08/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-
174 DIVULG 03-09-2015 PUBLIC 04-09-2015)
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Alíquotas
No Rio de Janeiro, até 2015 a Lei 1427/89 estabelecia alíquota única de 4%.
Após a alteração da jurisprudência do STF que passou a permitir a progressividade do ITCMD, foi aprovada a Lei 7.174/15, que estabeleceu alíquotas que variavam da seguinte forma:
Patrimônio a ser transmitido até 400.000 UFIR-RJ: 4,5%.
Patrimônio a ser transmitido acima de 400.000 UFIR-RJ: 5% .
Alíquotas
Mas diante do aprofundamento da crise que já assolava o Rio de Janeiro e piora a partir de 2016, o Governador propôs e a ALERJ aprovou a majoração dessas alíquotas. Assim a Lei 7.786/17 alterou a Lei 7.174/15 e fixou as seguintes alíquotas progressivas:
Até 70.000 UFIR-RJ – 4% (R$ 230.573,00)
De 70.000 a 100.000 UFIR-RJ – 4,5% (R$ 329.390,00)
De 100.000 a 200.000 UFIR-RJ – 5% (R$ 658.780,00)
De 200.000 a 300.000 UFIR-RJ – 6% (R$ 988.170,00)
De 300.000 a 400.000 UFIR-RJ – 7% (R$ 1.317.560,00)
Acima de 400.000 UFIR-RJ – 8%
UFIR-RJ/2018 = R$ 3,2939
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Súmulas do STF
Súmula 112: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO
"CAUSA MORTIS" É DEVIDO PELA
ALÍQUOTA VIGENTE AO TEMPO DA
ABERTURA DA SUCESSÃO.
Súmula 113: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO
"CAUSA MORTIS" É CALCULADO SOBRE
O VALOR DOS BENS NA DATA DA
AVALIAÇÃO.
Súmulas do STF Súmula 114: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS"
NÃO É EXIGÍVEL ANTES DA HOMOLOGAÇÃO DO
CÁLCULO.
Súmula 331: É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE
TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" NO INVENTÁRIO POR
MORTE PRESUMIDA.
Lei 7.174/15. Art. 3º A transmissão causa mortis ocorre em todos os
casos de sucessão de bens e direitos, inclusive a provisória.
§1º Na transmissão causa mortis, o fato gerador ocorre na data da
abertura da sucessão.
§2º No caso de aparecimento do ausente, fica assegurada a restituição
do imposto recolhido em decorrência de sucessão provisória.
§3º Incide o imposto relativo à sucessão legítima ou testamentária,
ainda que gravados a herança ou o legado.
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Súmulas do STF
Súmula 435: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO
"CAUSA MORTIS" PELA TRANSFERÊNCIA DE
AÇÕES É DEVIDO AO ESTADO EM QUE TEM
SEDE A COMPANHIA.
Súmula 590: CALCULA-SE O IMPOSTO DE
TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" SOBRE O
SALDO CREDOR DA PROMESSA DE COMPRA E
VENDA DE IMÓVEL, NO MOMENTO DA
ABERTURA DA SUCESSÃO DO PROMITENTE
VENDEDOR.
Lei 1427/89 Rio de Janeiro
(Revogada pela Lei 7.174/15)
Art. 2.º Não se considera existir transferência de direito
na renúncia à herança ou legado, desde que se efetive
dentro das seguintes circunstâncias concorrentes:
1. seja feita sem ressalva, em benefício do monte;
(RENÚNCIA ABDICATIVA X RENÚNCIA
TRANSLATIVA)
2. não tenha o renunciante praticado qualquer ato que
demonstre a intenção de aceitar a herança ou legado.
Parágrafo único - É tributável, a título de doação, a
renúncia manifestada por herdeiro ou legatário em favor
de pessoa determinada ou determinável.
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Lei 7.174/15 Rio de Janeiro
Art. 7º O imposto não incide:
I – quando houver renúncia pura e simples à herança ou ao legado, sem
ressalva ou condição, desde que o renunciante não indique beneficiário
ou tenha praticado ato que demonstre aceitação;
II – no recebimento de capital estipulado de seguro de vida contratado
com cláusula de cobertura de risco;
III – na extinção de usufruto ou de qualquer outro direito real;
IV – sobre o fruto e rendimento do bem do espólio havidos após o
falecimento do autor da herança ou legado; e
V – nas hipóteses relativas às imunidades previstas no inciso VI do
caput do art. 150 da Constituição Federal.
RENÚNCIA ABDICATIVA
X
RENÚNCIA TRANSLATIVA
TJ/RJ 0045993-52.2009.8.19.0000:
“Orientação do C. Superior Tribunal de Justiça e do
Supremo Tribunal Federal, no sentido de que a renúncia
translativa deve implicar, a um só tempo, aceitação tácita
da herança e a subseqüente destinação desta a
beneficiário certo, o que não ocorre quando há
abdicação em favor do monte partível, sem a intenção
de ceder os direitos hereditários, como se doação fosse,
a herdeiro determinado.” (25/05/2010)
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RENÚNCIA ABDICATIVA
X
RENÚNCIA TRANSLATIVA
TRIBUTÁRIO. ITCMD. RENÚNCIA DA HERANÇA.
ABDICATIVA OU TRANSLATIVA. REVOLVIMENTO FÁTICO.
SÚMULA 7/STJ.
1. A recorrente sustenta que houve renúncia abdicativa e,
portanto, não haveria fato gerador do ITCMD. Todavia, o aresto
recorrido concluiu estar caracterizada a renúncia translativa.
2. Apurar a existência de renúncia abdicativa, para concluir em
sentido diverso do aresto, demandaria incursão probatória inviável
no recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ.
3. Agravo regimental não provido.
AgRg no REsp 1254813/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, DJe
19/12/2011.
Caso Concreto
Em processo de separação, Fulano decide “abrir mão” de sua
parte na meação para que todos os bens fiquem na
propriedade de Beltrana. No entanto, Beltrana é surpreendida
com a decisão do Juiz, que a mandou pagar tributo de
transmissão relativos aos imóveis objeto da liberalidade do ex
marido.
Responda:
Maria deve realmente recolher os tais valores?
Quais tributos poderão ser cobrados?
Sobre que valor devem incidir tais tributos?
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Resposta
SIM. Beltrana deve pagar o tributo.
O tributo devido é o ITCMD, caso não
haja nenhum tipo de “torna” ou
“reposição” dela para ele. Caso haja, será
devido o ITBI.
O tributo deverá incidir sobre o valor que
exceder a meação
Incidência e Partilha na Separação REsp 723587 (DJ 06/06/2005) TRIBUTÁRIO –
IMPOSTO DE TRANSMISSÃO POR DOAÇÃO –
SEPARAÇÃO JUDICIAL – MEAÇÃO.
1. Na separação judicial, a legalização dos bens da
meação não está sujeita a tributação.
2. Em havendo a entrega a um dos cônjuges de bens
de valores superiores à meação, sem indícios de
compensação pecuniária, entende-se que ocorreu
doação, passando a incidir, sobre o que ultrapassar a
meação, o Imposto de Transmissão por Doação, de
competência dos Estados (art. 155, I, da CF).
3. Recurso especial conhecido e provido.
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Incidência e Meeira AgRg no REsp 821904 (Dje 11/09/2009):
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA
MORTIS E DOAÇÃO. INCIDÊNCIA SOBRE MEAÇÃO
PARTILHÁVEL. VIÚVA MEEIRA. ILEGITIMIDADE
PASSIVA.
1. Não se aplica Imposto sobre Transmissão causa mortis e
Doação – ITCD nos bens pertencentes à viúva meeira, pois ela
não é herdeira, incidindo o imposto somente sobre a meação
partilhável. Precedentes do STJ.
2. Ressalta-se que, se o tributo fosse devido, correto seria cobrá-lo
da herdeira. Está evidenciada, portanto, a ilegitimidade passiva da
agravada para figurar como contribuinte do imposto em
discussão.
3. Agravo Regimental não provido.
Lei 7.174/2015 Rio de Janeiro Art. 8º Estão isentas do imposto:
I – a doação do domínio direto relativo à enfiteuse; II – a doação a Estado estrangeiro de imóvel destinado exclusivamente ao uso de sua missão diplomática ou consular; III – a transmissão dos bens ao cônjuge, em virtude da comunicação decorrente do regime de bens do casamento, assim como ao companheiro, em decorrência de união estável; IV – a caducidade ou extinção do fideicomisso, com a consolidação da propriedade na pessoa do fiduciário ou do fideicomissário; V – a doação de imóvel para residência própria, por uma única vez, a qualquer título, quando feita a ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial, assim considerados os que participaram das operações bélicas, como integrantes do Exército, da Aeronáutica, da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante do Brasil; VI – a transmissão causa mortis de valores não recebidos em vida pelo falecido, correspondentes a salário, remuneração, rendimentos de aposentadoria e pensão, honorários e saldos das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e do Fundo de Participação PIS-PASEP, excluídos os casos de que trata o art. 23; VII – a transmissão causa mortis de bens e direitos integrantes de monte-mor cujo valor total não ultrapasse a quantia equivalente a 13.000 (treze mil) Unidades Fiscais de Referência do Estado do Rio de Janeiro (UFIRs-RJ); “R$ 42.820,70” VIII – a doação, em dinheiro, de valor que não .ltrapasse a quantia equivalente a 11.250 (onze mil, duzentas e cinquenta) UFIRs-RJ por ano civil, por donatário; “R$ 37.056,37”. IX – a doação de imóvel ocupado por comunidade de baixa renda, destinado a regularização fundiária e urbanística promovida pelo Poder Público;
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Lei 7.174/2015 Rio de Janeiro
Art. 8º Estão isentas do imposto:
X – a doação de imóvel destinado a programa habitacional promovido pelo Poder Público,
destinado a pessoas de baixa renda ou em decorrência de calamidade pública;
XI – a transmissão causa mortis de imóveis residenciais a pessoas físicas, desde que a soma do
valor dos mesmos não ultrapasse o valor equivalente a 100.000 (cem mil) UFIRs-RJ;
XII – a transmissão causa mortis de um único imóvel para residência própria, por única vez,
quando feita a herdeiros necessários de policiais militares e civis, e agentes penitenciários mortos
comprovadamente em decorrência do desempenho da atividade profissional;
XIII – a transmissão causa mortis de imóveis residenciais dos Programas de Arrendamento
Residencial (PAR) e Minha Casa Minha Vida, observados os valores dos respectivos programas;
XIV – a transmissão causa mortis de imóveis localizados em Unidades de Conservação da
Natureza onde os residentes pertençam à comunidades tradicionais e quilombolas, devidamente
comprovados, na forma da legislação;
XV – a doação de um único imóvel para residência própria, por uma única vez, quando feita pela
vítima de violência praticada por agente de Estado, quando transitada em julgado a sentença
condenatória;
XVI – a doação de um único imóvel para residência própria, por uma única vez, quando feita a
pensionistas de policiais militares e civis, e inspetores de segurança da administração
penitenciária, mortos em, serviço ou em decorrência dele.
Imposto sobre a
Propriedade de Veículos
Automotores
IPVA
Professor Camilo Graça
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COMPETÊNCIA
Estados:
Art. 155. Compete aos Estados e ao DF instituir
impostos sobre:
(...)
III – propriedade de veículos automotores;
§ 6º: O Imposto previsto no inciso III:
I – terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do
tipo e utilização.
Classificações Doutrinárias
É imposto direto – aqueles cujo ônus recai
diretamente sobre o SP não sendo possível a
repercussão econômica.
É imposto que incide sobre o patrimônio ou
renda – na classificação por categorias
econômicas trazida pelo CTN.
É imposto real – incide sobre a coisa. É obrigação
propter rem.
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Disciplina Constitucional Não é exceção ao Princípio da Legalidade
Não é exceção ao Princípio da Anterioridade
A fixação de sua base de cálculo é exceção ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal – Art. 150, § 1º, segunda parte. Art. 150: É vedado à U, E, DF e M: III - cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
Princípio da Anterioridade Nonagesimal ou Noventena
Exceções: Art. 150, §1º, segunda parte, da CRFB/88: e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
▪ O Estado deve repassar 50% do valor arrecadado com o IPVA para o Município onde estiver licenciado o veículo. (Art. 158, III)
Disciplina Constitucional Art. 155, § 6º: O imposto previsto no inciso III:
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado
Federal;
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função
do tipo e utilização.
Não há Resolução do Senado Federal fixando a
alíquota mínima
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Inexistência de Normas Gerais
Por ter sido criado em 1985 – através da EC nº 27/85
(portanto, sob a égide da CF de 1967) – em
substituição à Taxa Rodoviária Única, não há qualquer
menção a esse imposto no CTN, que é de 1966.
Por isso, os Estados exercem a competência legislativa
plena.
ADCT, art. 34, § 3º: “Promulgada a Constituição, a
União, os Estados, o DF e os Municípios poderão
editar as leis necessárias à aplicação do Sistema
Tributário Nacional nela previsto.
Fato Gerador
É a propriedade de veículo automotor. Considera-se ocorrido no 1º. dia de cada exercício, no momento da 1ª aquisição, ou no desembaraço aduaneiro no caso de veículos importados.
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Aspectos Práticos Base de Cálculo: é o valor venal do veículo; seu valor de
mercado. Normalmente, os Estados elaboram tabela em que estabelecem os valores dos veículos de acordo com o modelo e ano de fabricação;
Alíquota: cada Estado estabelece suas próprias alíquotas. No Rio de Janeiro, atualmente, a alíquota está em 4% (uma das mais altas do País).
Contribuinte: é o proprietário do veículo.
Responsável: o adquirente (caso adquira veículo com débitos passados).
Caso Concreto
Pode o Estado do Rio de Janeiro cobrar – a
título de IPVA – alíquota de 5% de carros
importados e 3% para carros nacionais?
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Aspectos Práticos Quando a CF afirma que o IPVA pode ter alíquotas diferenciadas em razão do
tipo e da utilização do veículo, significa que se pode ter alíquotas diferentes para carros nacionais e importados?
Segundo o STF, haveria violação à isonomia, ao art. 152, da CF e uma nova tributação pela importação:
AI 203845 AgR “Recurso extraordinário inadmitido. 2. Constitucional. Tributário. 3. Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores - IPVA. 4. Art. 150, II, da Constituição Federal. Isonomia tributária. Vedação de tratamento desigual entre contribuintes que se encontram em situação equivalente. 5. Precedente: ADI n.º 1.655/AP, 10.09.97, Ministro MAURÍCIO CORRÊA. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.”
RE 367785 AgR “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IPVA. VEÍCULO IMPORTADO. ALÍQUOTA DIFERENCIADA. 1. Não se admite a alíquota diferenciada de IPVA para veículos importados e os de procedência nacional. 2. O tratamento desigual significaria uma nova tributação pelo fato gerador da importação. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento.” (09/05/2006)
IPVA e Inadimplência e Vistoria
LEI Nº 7718 DE 09 DE OUTUBRO DE 2017
Art. 1º - A inadimplência do Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores - IPVA, não poderá ser usada pelo Poder Executivo, como
motivo impeditivo para que os proprietários dos veículos possam, junto
ao DETRAN, vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança
veicular, registrar, emplacar, selar a placa e licenciar veículo para a
obtenção do Certificado de Registro e Licenciamento Anual, conforme
prescreve o inciso III do Art. 22 do Código de Trânsito Brasileiro - CTB
( Lei nº 9.503/1997 ).
Parágrafo Único - O DETRAN deverá fazer constar, caso exista
inadimplência, no ato da vistoria tratada no caput, no Certificado de
Registro e Licenciamento do Veículo, os exercícios onde ocorreram a
inadimplência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores – IPVA.
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IPVA e Inadimplência e Vistoria
Processo nº 0050754-11.2018.8.19.0001 – Ação Civil Pública –
2ª Vara da Fazenda Pública TJRJ
Liminar proibindo o DETRAN de apreender e reter ilegalmente
veículos por falta de pagamento do IPVA.
“Se o legislador previu que o Detran-RJ não poderá exigir o
pagamento do IPVA para licenciamento anual do veículo e que
este não pode ser apreendido em razão do não pagamento deste
tributo, não há que se falar em prévia quitação do imposto para
retirada do automóvel eventualmente apreendido”
Lei 2887/97 Rio de Janeiro
Art. 1º - O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores Terrestres - IPVA, devido anualmente, tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor terrestre por proprietário domiciliado ou residente no Estado do Rio de Janeiro. * caput com nova redação dada pela Lei 7068/2015.
* Parágrafo único. Considera-se ocorrido o fato gerador:
* I - em 1º de janeiro de cada exercício ou quando o veículo for encontrado no território do Estado do Rio de Janeiro sem o comprovante do pagamento do imposto objeto desta Lei;
* II na data de sua primeira aquisição por consumidor final, no caso de veículo novo;
* III na data do desembaraço aduaneiro, em se tratando de veículo novo ou usado importado do exterior pelo consumidor final.
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Lei 2887/97 Rio de Janeiro Art. 5º - Estão isentos do pagamento do imposto:
I - os veículos automotores de propriedade das pessoas jurídicas de direito público
externo, quando destinados ao uso de sua missão diplomática ou consulado;
II - os veículos automotores que ingressarem no país conduzidos por estrangeiros
não residentes no Brasil, portadores de “certificados internacionais de circular e
conduzir”, pelo prazo estabelecido nesses documentos, mas nunca superior a 1 (um)
ano, e desde que o país de origem conceda igual tratamento aos veículos daqui
procedentes, conduzidos por residentes no Brasil
III – tratores e máquinas agrícolas;
IV - Revogado
V – veículos terrestres de propriedade de pessoa com deficiência ou de seu
representante legal, desde que únicos em cada espécie e categoria, nos
termos da classificação constante da legislação de trânsito, e conforme
regulamentação disponha; (NR)
* Nova redação dada pela Lei 7582/2017.
Lei 2887/97 Rio de Janeiro VI - embarcação pertencente a pescador, pessoa física, utilizada na atividade
artesanal ou de subsistência, comprovada por entidade representativa da classe,
limitada a um veículo por beneficiário;
VII - veículos automotores terrestres com mais de 15 (quinze) anos de fabricação;
VIII - Revogado;
IX – táxis de propriedade de profissionais autônomos, bem como os veículos
automotores terrestres que sejam objeto de contrato de arrendamento mercantil
(leasing), que sejam efetivamente utilizados como táxi pelos mesmos profissionais;
X - ambulâncias pertencentes às instituições de saúde e assistência social sem fins
lucrativos, observados os requisitos do § 2º do artigo 4º;
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Lei 2887/97 Rio de Janeiro XI - veículos automotores de Associações representativas de pessoas portadoras de
deficiência.
XII - Vans, Kombis, Topics ou veículos similares pertencentes às Cooperativas,
devidamente regularizadas no órgão público estadual competente na forma da Lei a
ser editada, destinadas exclusivamente ao transporte complementar de passageiros.
XIII – Revogado
XIIIA – Revogado
XIV – Revogado
XV – veículos automotores de transporte escolar, devidamente legalizados pelo órgão
público municipal competente conforme o Código Brasileiro de Trânsito - CBT, na
forma a ser regulamentada por ato do Poder Executivo.
Alíquotas
Art. 10 - A alíquota do imposto é de:
I - 5% para embarcações e aeronaves (revogado pela Lei 5430/09);
II - 4% (quatro por cento) para automóveis de passeio e camionetas, inclusive à gasolina ou à diesel, exceto utilitários (Lei 7068/2015).
II-B – 2% (dois por cento) para motocicletas, ciclomotores, triciclos,
quadriciclos e motonetas (Lei 7068/2015).
III - 3% (três por cento) para utilitários;
IV - 2% (dois por cento) para ônibus e micro-ônibus (Lei 7068/2015).
V – 1% (um por cento) para caminhões, caminhões-tratores e tratores não
agrícolas (Lei 7068/2015).
V-A – 1% (um por cento) para veículos de transporte de passageiros a
taxímetro e aos de serviços de transporte acessível exclusivo legalmente
habilitados pertencentes a pessoas jurídicas (Lei 7068/2015).
VI - 2% (dois por cento) para automóveis que utilizem motor especificado de
fábrica para funcionar, exclusivamente, com álcool (Lei 7068/2015).
04/07/2018
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Alíquotas VI-A – 1,5% (um e meio por cento) para veículos que utilizem gás natural ou
veículos híbridos que possuem mais de um motor de propulsão, usando cada
um seu tipo de energia para funcionamento sendo que a fonte energética de
um dos motores seja a energia elétrica (Lei 7068/2015).
VII – 0,5% (meio por cento) para veículos que utilizem motor de propulsão
especificado de fábrica para funcionar, exclusivamente, com energia elétrica
(Lei 7068/2015).
VIII – 0,5% (meio por cento) para automóveis com até 3 (três) anos de
fabricação de propriedade de pessoa jurídica constituída sob a forma de
sociedade empresarial que desempenhem a atividade de locação e que sejam
destinados exclusivamente para a referida atividade excluindo ônibus e
caminhões nos contratos de locação com condutor, devidamente comprovada
nos termos da legislação aplicável, ou na sua posse em virtude de contrato
formal de arrendamento mercantil ou propriedade fiduciária (Lei 7215/2016).
IX - 4% (quatro por cento) para demais veículos não alcançados pelos incisos
anteriores, inclusive os veículos de procedência estrangeira;