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Goiânia - GO, 27 a 30 de julho de 2014 SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural IMPACTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NA DECISÃO PRODUTIVA DE CARVÃO VEGETAL NO SUL DO BRASIL IMPACT OF ENVIRONMENTAL LEGISLATION ON CHARCOAL PRODUCTION DECISION IN SOUTHERN BRAZIL LILIAN MALUF DE LIMA¹; LILIAN DE PELEGRINI ELIAS ¹; RENEY DOROW²; CINTIA ULLER GÓMEZ³; . 1.UNICAMP, CAMPINAS - SP BRASIL; 2.EPAGRI, FLORIANÓPOLIS - SC - BRASIL; 3.FATMA, FLORIANÓPOLIS - SC - BRASIL; Grupo de Pesquisa: 6. Agropecuária, Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Resumo Estudos exploratórios feitos no sul do Brasil evidenciaram a presença de produção de carvão vegetal na agricultura familiar, que por ter sido associada a uma atividade considerada “ilegal”, apresenta-se invisível aos olhos de órgãos de fomento e apoio à agricultura familiar. Essa invisibilidade evidencia a ausência de esforço institucional no sentido de compreender os processos socioambientais dessa população rural e compatibilizá-la à legislação vigente, como forma de retirá-los da situação marginal em que se encontram. Nesse sentido, faz-se relevante compreender o impacto da legislação na produção desses agricultores como forma de prover readequações nos procedimentos dos organismos de extensão rural e fiscalização ambiental. Como resultado desse estudo, observou-se que mesmo que a produção de carvão vegetal, realizada por agricultores familiares na região Sul do Brasil seja desenvolvido num ambiente legal restritivo, não houve diferença estatística no volume de carvão vegetal produzido entre os agricultores familiares, independentemente do conhecimento ou não das regras ambientais e seus riscos de punição associados, nos três estudos de caso. Impõem-se a necessidade de promover avanços técnico-científicos quanto ao uso da matéria-prima para o “carvoejamento”, bem como o modo de produção de carvão vegetal voltado para o consumo doméstico. Palavras-chave: Carvão Vegetal, Legislação Ambiental, Agricultura Familiar. Abstract Exploratory studies made in southern Brazil showed the presence of charcoal production on family farms, which have been linked to an activity deemed "illegal", presents itself invisible in the eyes of funding bodies and support for family agriculture. This invisibility highlights the absence of institutional effort in order to understand the environmental processes of those rural people and to make it compatible to the current legislation, in order to remove them from marginal situation in which they find themselves. In this sense, it is important to understand the impact of legislation on production of these farmers as a way to provide adjustments in procedures of rural extension and supervisory bodies. As a result of this study, it was observed that even though the production of charcoal held by farmers in southern Brazil is developed in a restrictive legal environment, there was no statistical difference in volume of charcoal produced from family farmers, regardless of knowledge of environmental rules or not, and their punishment risks associated, in the three case studies. So, it is necessary to promote technical and scientific advances regarding the use of raw material for

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Goiânia - GO, 27 a 30 de julho de 2014

SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

IMPACTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NA DECISÃO PRODUTIVA DE

CARVÃO VEGETAL NO SUL DO BRASIL

IMPACT OF ENVIRONMENTAL LEGISLATION ON CHARCOAL PRODUCTION

DECISION IN SOUTHERN BRAZIL

LILIAN MALUF DE LIMA¹; LILIAN DE PELEGRINI ELIAS¹; RENEY DOROW²; CINTIA

ULLER GÓMEZ³;

.

1.UNICAMP, CAMPINAS - SP – BRASIL; 2.EPAGRI, FLORIANÓPOLIS - SC -

BRASIL; 3.FATMA, FLORIANÓPOLIS - SC - BRASIL;

Grupo de Pesquisa: 6. Agropecuária, Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Resumo

Estudos exploratórios feitos no sul do Brasil evidenciaram a presença de produção de carvão

vegetal na agricultura familiar, que por ter sido associada a uma atividade considerada

“ilegal”, apresenta-se invisível aos olhos de órgãos de fomento e apoio à agricultura familiar.

Essa invisibilidade evidencia a ausência de esforço institucional no sentido de compreender os

processos socioambientais dessa população rural e compatibilizá-la à legislação vigente, como

forma de retirá-los da situação marginal em que se encontram. Nesse sentido, faz-se relevante

compreender o impacto da legislação na produção desses agricultores como forma de prover

readequações nos procedimentos dos organismos de extensão rural e fiscalização ambiental.

Como resultado desse estudo, observou-se que mesmo que a produção de carvão vegetal,

realizada por agricultores familiares na região Sul do Brasil seja desenvolvido num ambiente

legal restritivo, não houve diferença estatística no volume de carvão vegetal produzido entre

os agricultores familiares, independentemente do conhecimento ou não das regras ambientais

e seus riscos de punição associados, nos três estudos de caso. Impõem-se a necessidade de

promover avanços técnico-científicos quanto ao uso da matéria-prima para o

“carvoejamento”, bem como o modo de produção de carvão vegetal voltado para o consumo

doméstico.

Palavras-chave: Carvão Vegetal, Legislação Ambiental, Agricultura Familiar.

Abstract

Exploratory studies made in southern Brazil showed the presence of charcoal production on

family farms, which have been linked to an activity deemed "illegal", presents itself invisible

in the eyes of funding bodies and support for family agriculture. This invisibility highlights

the absence of institutional effort in order to understand the environmental processes of those

rural people and to make it compatible to the current legislation, in order to remove them

from marginal situation in which they find themselves. In this sense, it is important to

understand the impact of legislation on production of these farmers as a way to provide

adjustments in procedures of rural extension and supervisory bodies. As a result of this study,

it was observed that even though the production of charcoal held by farmers in southern

Brazil is developed in a restrictive legal environment, there was no statistical difference in

volume of charcoal produced from family farmers, regardless of knowledge of environmental

rules or not, and their punishment risks associated, in the three case studies. So, it is

necessary to promote technical and scientific advances regarding the use of raw material for

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the "charcoal business", as well as the mode of production of charcoal for domestic

consumption.

Key words: Charcoal; Environmental legislation; Family agriculture.

1 INTRODUÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA

Nos estados do Sul, especialmente no litoral e encostas do Paraná e Santa Catarina o uso e

ocupação do solo respeitam preceitos de um desenvolvimento econômico voltado para a

ocupação imobiliária, expansão dos centros urbanos e para a matriz energética. Mesmo que

estes fatores tenham peso determinante na derrubada das matas, a maior pressão institucional

no sentido de preservação das florestas predomina sobre a exploração florestal. E neste

contexto a produção carvoeira é evidenciada, que no caso dos estados do sul do país é feita

predominantemente por pequenas propriedades rurais.

O carvão vegetal possui um estigma de agente poluidor, devido a sua produção se dar sem

bases sustentáveis e com exploração de mão-de-obra escrava e infantil. Porém, estudos

exploratórios no sul do Brasil (ARAÚJO et al., 2013) surgem com uma perspectiva diferente.

Ao analisar a produção do carvão vegetal como produto acabado, voltado ao consumo

doméstico associado a modelos alimentares típicos da região, observou-se um sistema

produtivo cuja exploração esta associado à preservação da floresta nativa e biodiversidade

locais e à manutenção de agricultores familiares na área rural. Entender a produção de carvão

no sul do Brasil como ambientalmente viável e economicamente fundamental para muitas

famílias é o ponto de partida desta análise.

Para compreender o impacto da exploração florestal para a produção carvoeira é preciso

ampliar a abrangência de análise quanto aos usos da floresta. É necessário compreender a

capacidade de regeneração da mata, as interações ecológicas e humanas, as redes sociais, as

alternativas tecnológicas envolvidas e suas influências no longo prazo.

O carvão vegetal possui muitas vantagens quando comparado a outras fontes energéticas,

por ser derivado da biomassa, não possui enxofre, tem baixos teores de cinzas, é renovável, e

pode ter uso doméstico, industrial e químico (produtos farmacêuticos e de purificação). Por

outro lado, o carvão de origem mineral, seu substituto direto, é rico em enxofre, e o resultado

de sua queima, provoca chuva ácida nos pontos de uso, além de possuir altos teores de cinzas.

Considerando esses elementos positivos que resultam em menor impacto ambiental, o

carvão vegetal vem sendo crescentemente utilizado. Na siderurgia o apelo ambiental de sua

utilização, cunhou o conceito de “aço verde”, sinalizando que há amplo espaço para a

expansão de seu uso (ROCHA, 2011). Portanto, os problemas da cadeia produtiva do carvão

vegetal, tanto para uso doméstico, quanto industrial, demandam esforços para que sua

expansão ocorra de forma racional e sustentável. Além disso, problemas legais relativos ao

uso de espécies nativas no seu beneficiamento, denominado em geral como uma produção

“não sustentável” devem ser melhor estudados e compreendidos. Considerando que sistemas

de produção de pequeno porte de modo geral não extinguem a floresta, pois não resultam

necessariamente na conversão do uso da terra, por outro lado, não tem controle sobre os

poluentes atmosféricos emitidos durante o processo produtivo.

A procura por resolução para estes desafios não está em proibir ou coibir a produção e uso

do carvão vegetal, principalmente no caso dos sistemas de pequeno porte. É necessário

aprofundar a compreensão desses sistemas de produção de carvão vegetal, bem como, avaliar

a vocação histórica das populações envolvidas na sua produção, além de determinar o peso

econômico do produto na manutenção dos agricultores.

A relevância dada à manutenção dos agricultores de pequeno porte, no campo na região

estudada, está intimamente ligada ao impacto da presença deste tipo de propriedade no sul do

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Brasil. Nos estados do Sul do Brasil a agricultura familiar é majoritariamente predominante e,

segundo o Censo Agropecuário do IBGE (2006), representa 84% dos estabelecimentos

agropecuários da região (86% no RS, 87% em SC e 82% no PR). Isso evidencia a importância

socioeconômica dessa forma de organização social do campo, na ocupação e desenvolvimento

dos espaços rurais.

Estudos têm apontado que no âmbito da agricultura familiar a floresta nativa vem sendo

utilizada a despeito da legislação ambiental restritiva (BRASIL, 2013), motivada pela

importância da presença da floresta na dinâmica do uso da terra (SIMINSKI & FANTINI,

2004; FANTINI & SIMINSKI, 2007; SIMINSKI, 2004; SIMINSKI, & FANTINI, 2010.;

ULLER-GÓMEZ et al., 2009; ULLER-GÓMEZ & GARTNER, 2008). Diante da proibição

de uso imposta pela legislação agricultores quando os remanescentes alcançam o estágio

médio de regeneração agricultores tem optado por viabilizar o uso futuro da terra via

suprimindo a mata nativa. Esta supressão se dá pela substituição gradativa por monoculturas

de espécies florestais exóticas e pelo impedimento da regeneração da floresta.

A relevância do estudo da exploração florestal tem sido verificada in loco a partir de

pesquisas para outros fins em diversos contextos da agricultura familiar do Sul do Brasil, diz

respeito à produção de carvão vegetal com lenha extraída da mata nativa. Essa atividade tem

se configurado como uma importante, ou mesmo, a principal fonte de renda para muitas

famílias rurais. Cujo seu impedimento, dada sua relevância no contexto produtivo destas

propriedades, motiva os membros da família, sobretudo filhos/filhas, a buscar ocupações não-

agrícolas e, na maioria dos casos, abandonarem a propriedade e o espaço rural (SCHNEIDER,

2003; ULLER-GÓMEZ, 2006).

Dados do IBGE para 2008 confirmam que existe a produção de carvão vegetal a partir de

extrativismo em todas as mesorregiões desses estados (IBGE, 2010). Segundo os mesmos

dados, a produção em Santa Catarina caiu de 99.409 toneladas em 1991 para 4.885 toneladas,

em 2008. Já para o estado do Paraná, verificamos o inverso: a produção passou de 70.460

toneladas em 1990 para 169.933 toneladas, em 2008. Não existem trabalhos que explorem as

razões dessa diferença, nem o potencial da produção nesses diferentes contextos.

Por outro lado, uma análise mais acurada com base em observações de campo e dados de

algumas pesquisas recentes (ARAÚJO et al., 2013) sugere que a importância social e

econômica da produção de carvão não está adequadamente dimensionada para o estado de

Santa Catarina. Enquanto o IBGE (2010) apresenta como nula essa produção para a

Microrregião de Florianópolis, dados recentes mostram que ela é a principal fonte de renda

para mais de 30% das famílias com renda agrícola (FANTINI, 2009; ULLER-GÓMEZ &

GARTNER, 2008). Da mesma forma, os dados poucos expressivos do IBGE para outras

regiões do estado contrariam a importância econômica, social e ambiental da atividade

apontada, por exemplo, por Steenbock (2009), Lindemann (2010) e ARAÚJO et al (2013).

Entende-se assim que os dados do IBGE subestimam a produção de carvão vegetal a partir de

extrativismo e camuflam os problemas socioambientais associados.

Nos estados estudados, tanto Paraná quanto Santa Catarina, o manejo da Bracatinga (Mimosa

scabrella) têm sido fomentado principalmente por agricultores em sistemas de pousio ou

roça-de-toco, e sabe-se que existem consórcios entre bracatinga, mandioca e ingá há pelo

menos 50 anos (CARVALHO, 1994; ULLER-GÓMEZ & GARTNER, 2008; BAUER, 2012;

SOUZA, 2014).

Com relação aos aspectos socioambientais, em Santa Catarina práticas de manejo de

bracatingais e sua influência para na inclusão social e conservação ambiental foram estudadas

por Steenbock (2009), apontando que nos assentamentos de reforma agrária estudados, o

manejo dos bracatingais, e a produção de carvão oriunda deste sistema, compõem cerca de

50% da renda das famílias. Esse autor salienta ainda que, apesar da política florestal vigente

inviabilizar essa prática, o manejo de bracatingais proporciona a conservação da cobertura

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florestal nativa por volta de 60% das áreas nos lotes do assentamento (STEENBOCK, 2009).

As comunidades agricultoras apresentam histórico de conhecimento local através da relação e

convivência de uso dos recursos naturais inseridos nos meios de vida e no modo de

reprodução social (BERKES et al., 1995). Estudar a interação dessas comunidades com as

espécies vegetais usadas e o manejo realizado é uma das formas de compreender as dinâmicas

das populações vegetais ao longo do tempo, o que pode fundamentar estratégias de ação

visando à conservação de recursos genéticos vegetais bem como à continuidade da

reprodução social das famílias (HANAZAKI et al., 2007; CAPORAL, 2007, ZUCHIWSCHI,

2008).

Assim, a produção de carvão vegetal pode ser considerada atualmente uma das mais

emergentes questões da agricultura familiar no sul do Brasil, já que envolve problemas

ambientais, legais, sociais, econômicos, de geração de renda e de saúde do trabalhador que

são abordados de forma apenas incipiente, ou pontual, pelas instituições oficiais de ensino,

pesquisa e extensão estaduais ou federais.

Diante disso, o presente estudo teve como objetivo principal, comparar as quantidades médias

produzidas de carvão vegetal em duas amostras independentes, oriundas de 2 populações

normais independentes com variâncias desconhecidas (podendo ser iguais ou não). Essas 2

amostras representaram pessoas que responderam a 4 questoes sobre legislação, em 3

localidades. Tais amostras consistiram em respostas agrupadas em “SIM” e “NÃO”, de modo

a avaliar o conhecimento dos produtores de carvão vegetal sobre a legislação ambiental, a

ocorrência de vistas de fiscais ambientais na propriedade, a notificação por parte dos agentes

diante de alguma irregularidade e a avaliação de risco de suspensão da produção diante de

alguma irregularidade na produção.

Assim, toda a análise se baseou em avaliar se o grupo de respostas negativas às 4 referidas

questões, como esperado, seria aquele que apresentaria maior produção média de carvão

vegetal.

2 METODOLOGIA E ESPECIFICAÇÃO DOS DADOS

Os dados utilizados no presente trabalho são resultado de um estudo mais abrangente que

visava caracterizar a produção carveira nos estados do sul do Brasil. Foram aplicados 72

questionários em estabelecimentos rurais, onde 24 estabelecimentos se localizam no

município de Biguaçu, 23 no município de Bituruna e 25 estabelecimentos do município de

Santa Rosa de Lima. Dentro do questionário aplicado constava quatro questões que

abrangiam a temática legislação ambietal.

Para garantir uma melhor representatividade ao estudo fez-se a escolha por três municípios

representativos. A escolha dos municípios representativos se deu de forma coletiva entre os

pesquisadores da Rede e respeitou características de ‘Estudo de Caso Etnográfico’ de André

(2008), bem como respeitou exigências de associação de técnicas de pesquisa quantitativa

com técnicas de pesquisa qualitativa, envolvendo entrevistas profundas e, alguns casos,

técnicas próximas da observação participante.

Cada município escolhido se enquadrou em uma das três áreas determinadas

previamente como contextos relevantes para a compreensão da dinâmica da produção de

carvão vegetal do sul do Brasil, resultando em três estudos de caso, respectivamente.

O estudo de caso 1 se localiza na Grande Florianópolis no estado de Santa Catarina. A

escolha foi determinada pela exposição em pesquisas recentes da existência de produção de

carvão vegetal a partir de ecossistemas nativos em comunidades do município de Biguaçu/SC

(ULLER-GÓMEZ & GARTNER, 2008, FANTINI et al., 2010). A produção carvoeira

representa a principal renda para mais de 30% das famílias com atividades agrícolas dentre os

estabelecimentos rurais estudados na zona rural do município.

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O estudo de caso 2 foi feito no Sul Catarinense. Informações provenientes de agentes

de extensão rural e alguns estudos recentes apontam que na região existe produção de carvão

vegetal a partir da bracatinga (Mimosa scabrella Benth), espécie nativa e cujo manejo

atualmente é considerado ilegal pela legislação brasileira (STEENBOCK, 2009;

LINDEMANN, 2010). O município escolhido para o estudo foi Santa Rosa de Lima (SC). O

município, que dispunha de grande quantidade de bracantingais converteu a exploração para a

produção florestal exótica por pressão da legislação ambiental (STEENBOCK, 2009). A

legalização se dá, quando ocorre a substituição do bracatingal pelo eucalipto.

O estudo de caso 3 foi feito no Centro Sul Paraná, região onde, segundo informações

preliminares obtidas com agentes de extensão rural, a produção de carvão vegetal tem

predominância da agricultura familiar e representa uma importante estratégia de reprodução

das famílias rurais. O município escolhido foi Bituruna (PR) e foi feito em assentamentos

rurais. A matéria-prima é proveniente de sistemas de agricultura itinerante, como roça-de-toco

ou roça de pousio. A produção é clandestina e os agricultores estão sujeitos às condições

impostas pelos atravessadores e à fiscalização ambiental. Para as famílias nessa situação, o

carvão representa a maior parte da renda, sendo a produção é destinada para Minas Gerais.

Para tanto, produtores de carvão vegetal dos três municípios representativos da Região Sul do

Brasil (Bituruna, Biguaçu e Santa Rosa) foram entrevistados, a partir de quatro perguntas:

a) O Sr.(a) conhece as regras da legislação ambiental para o uso de matas nativas para a

produção de carvão?

b) Já houve(ram) visita(s) na propriedade de órgão(s) de fiscalização ambiental (Fatma,

Ibama, Polícia Ambiental, etc.) para fiscalizar o corte de madeira nativa ou a produção de

carvão?

c) Sua propriedade já recebeu alguma notificação ou multa pelo corte de madeira nativa

ou pela produção não licenciada de carvão?

d) O Sr.(a) vê risco de ter que parar de produzir carvão devido à pressão ou impedimento

dos órgãos de fiscalização ambiental?

Para as quatro questões, havia apenas 2 alternativas de resposta: “SIM” e “NÃO”. Nesse

contexto, para cada localidade, obteve-se a quantidade media de carvão produzida por aqueles

que responderam “SIM” e por aqueles que responderam “NÃO”. Então, essas duas

quantidades (toneladas) de carvão, para cada questão e para cada localidade (Bituruna,

Biguaçu e Santa Rosa) foram comparadas a partir de um teste de hipóteses sobre o valor da

diferença entre duas médias nos casos em que as variâncias são desconhecidas.

Assim, há dois procedimentos para testar a hipótese de que a diferença entre as médias de

duas populações normais independentes tem um valor especificado, θ no contexto de as

variâncias dessas populações serem desconhecidas:

- CASO 1 - as variâncias dessas populações são desconhecidas e supostamente iguais;

- CASO 2 - as variâncias dessas populações são desconhecidas e supostamente diferentes.

Segundo Hoffmann (2006), quando se trata do CASO 1, supõe- se que X1 e X2 denotam a

variável em cada população. Sejam 1 e 2 as médias de X1 e X2, respectivamente, e seja a

variância comum de X1 e X2. Então, testa-se = 0, com base em duas amostras

aleatórias independentes, uma com n1 observações de X1 e outra com n2 observações de X2.

Sejam 1 e 2 as médias das duas amostras.

Sabemos que:

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( ) (

) (

)

(6)

Uma estimativa não tendenciosa da variância , comum às duas populações, é dada por:

∑ ( )

∑ ( )

(7)

ou

( )

( )

(8)

De (7) e (8), segue-se que uma estimativa não-tendenciosa da variância de ( 1 - 2) é

( ) (

)

(9)

Pode-se demonstrar que, se X1 e X2 tem distribuições normais com a mesma variância, a

variável

( ) (

)

√( )

(10)

tem distribuição de t de Student com graus de liberdade. Sob a hipótese

= θ, a variável

( ) θ

√( )

(11)

tem distribuição de t com graus de liberdade. Assim, para testar a hipótese

θ, com base em duas amostras aleatórias independentes, a primeira com n1

observações de X1 e a segunda com n2 observações de X2, α deve-se pressupor que X1 e X2

são variáveis aleatórias com distribuições normais, com a mesma variância , cujo valor é

desconhecido. Seja t o nível de significância.

Para o CASO 1, tem-se os procedimentos (Hoffmann, 2006):

1º) Calcula-se S2 de acordo com (7) e, em seguida, o valor de t, conforme (11);

2º) Da Tabela de Distribuição de t de Student, obtém-se o valor crítico to para

graus de liberdade, tal que :

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a) P(t > to) =

se o teste for bilateral;

b) P(t > to) = α se o teste for unilateral.

3º) Compara-se o valor de t calculado com to. O resultado é dito significativo, rejeitando-se

Ho, quando

a) |t| ≥ se o teste for bilateral;

b) t ≥ se a hipótese alternativa for ;

c) |t| ≤ se a hipótese alternativa for .

Já para o CASO 2, também segundo Hoffmann (2006), sejam X1 e X2 as variáveis com

médias e

e variâncias

e , respectivamente. Se as variâncias são desconhecidas e

são supostamente diferentes, para testar , com base em amostras aleatórias

independentes com n1 observações de X1 e n2 observações de X2, utiliza-se a variável:

( ) θ

√(

)

(12)

Em que

∑ ( )

∑ ( )

e

A variável t’ não possui, rigorosamente, distribuição de t. No entanto, sua distribuição é

semelhante a uma distribuição de t e um valor crítico aproximado pode ser obtido da Tabela

de Distribuição de t de Student, utilizando o número de graus de liberdade dado por

(Hoffmann, 2006):

( )

(13)

Em que

e

Nos casos em que as variâncias não são pressupostas iguais, o procedimento para

testar = θ se distingue do procedimento do CASO 1, pelo fato de se calcular

t´em vez do valor de t dado por (11) e pela maneira de determinar o número de graus de

liberdade.

Analogamente para os dados do presente estudo, onde se fez menção aos dados de

média amostral, media populacional e tamanho de amostra para o índice 1, subentende-se que

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seriam para os dados da pesquisa correspondentes aos grupos de “SIM”, das 4 questões. Para

o índice 2, seria então aos que se referem aos dados dos grupos de “NÃO”, das 4 questões.

Por exemplo, X1 = Xsim; n1 = nsim; , X2 = Xnão; n2 = nnao.

As quantidades médias de carvão das amostras de SIM e de NÃO dentro de cada

questão, para cada localidade, foram comparadas. A expectativa inicial seria de que a

quantidade média de carvão produzido pelos respondentes do grupo “NÃO” fosse maior que

o grupo de “SIM”.

O fato de desconhecer a regra da legislação ambiental, não ter recebido visita de órgão

de fiscalização ambiental na propriedade, não ter recebido multa pelo corte de madeira nativa

e de não observar risco em parar de produzir carvão devido pressão de órgãos fiscalizadores,

poderiam ser os fatores que contribuíssem para que a quantidade media de carvão vegetal nos

respondentes “NÃO” fosse maior que nos respondentes “SIM”.

Assim, para cada questão, foram testadas as hipóteses:

ã

= 0

ã > 0

Para a decisão de qual CASO (1 ou 2), seguir, previamente foi realizado um teste

sobre igualdade das variâncias, permitindo saber se as variâncias desconhecidas dessas

populações (SIM e NÃO) são supostamente iguais (CASO 1) ou não (CASO 2).

A situação de comparação das variâncias de duas populações Normais envolve a

utilização da distribuição F. Uma das distribuições amostrais mais usadas, e que corresponde

a uma distribuição F, resulta do seguinte problema, segundo Morettin e Bussab (2002): a

partir de duas amostras independentes, de tamanhos n1 e n2, retiradas de duas populações

normais com a mesma variância . Indica-se os estimadores de variância obtidos das

amostras por e

, respectivamente. Sabe-se que:

( )

( )

(1)

( )

( )

(2)

e portanto a variável aleatória

( )

(3)

Essa variável será utilizada no teste, em questão.

Consideram-se, uma amostra X1, ...., Xn de uma população com distribuição

N( ) e uma amostra Y1, ...., Yn de uma população com distribuição N(

). Supõe-se

que as duas amostras sejam independentes.

Deseja-se testar:

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Sendo e

as variâncias amostrais respectivas, obtêm-se o valor de W e, sob a suposição

de Ho , ou seja,

, tem-se que:

( )

(4)

Fixado α, encontramos dois números f1 e f2, por meio da tabela de distribuição de t Student,

tais que:

( ) ( ) ( )

(5)

Os valores f1 e f2 são determinados de modo que ( )

( ).

Colhidas as amostras de n1 e n2 indivíduos, respectivamente, das duas populações,

calcula-se os valores observados das variâncias das amostras independentes e, em seguida,

calcula-se o valor de W. Se este valor pertencer à região crítica, rejeita-se Ho. Caso contrário,

não se rejeita.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a realização dos procedimentos dos testes de hipóteses, utilizou-se de estatística

descritiva, em função da produção média de carvão vegetal. Essas informações foram

agrupadas conforme a amostra (SIM e NÃO), para cada questão e para cada localidade,

apresentadas no Quadro 1.

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Quadro 1 – Valores de estatísticas descritivas das amostras comparadas, por questão, por localidade –

ano 2011. Fonte: dados de pesquisa

** número de informações insuficiente para composição de média e desvio padrão.

Esse dados foram então utilizados para testar a hipótese de igualdade de variâncias.

Conforme o resultado, optou-se pelo procedimento do CASO 1 ou CASO 2, já descritos

anteriormente.

Quadro 2 – Resultados do teste de igualdade das variâncias. Hipóteses consideradas

Fonte: dados de pesquisa

** número de informações insuficiente para realização do teste e cálculo das estatísticas.

Quando o resultado foi de “Rejeitar a Ho”, utilizou-se o CASO 2 para a obtenção dos

resultados finais. Quando o resultado foi de “Não rejeitar Ho”, então utilizou-se o CASO 1

para a obtenção dos resultados finais.

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O Quadro 3, a seguir, apresenta os resultados finais dos testes realizados para as

amostras cujas respostas a cada uma das quatro questões, classificaram-se em “SIM” e

“NÃO”, para cada uma das três localidades.

Quadro 3 – Resultados finais. Hipóteses consideradas ã

e

ã .

Fonte: dados de pesquisa.

** número de informações insuficiente para realização do teste e cálculo das estatísticas.

Os resultados dos testes estatísticos demonstraram a insignificância da relação entre as

respostas a respeito de legislação ambiental e à quantidade de carvão produzida de

agricultores da região estudada. Este resultado junto a argumentação qualitativa feita em

trabalhos correlados, nos permite levantar hipóteses a respeito das decisões de produção.

Os agricultores que disseram ter conhecimento a respeito de regras da legislação

ambiental para o uso de matas nativas para a produção de carvão produziram quantidade

semelhante de carvão vegetal em relação aos que atestaram desconhecer a legislação.

Assim como os agricultores que já foram visitados por orgãos de fiscalização ambiental

(Fatma, Ibama, Polícia Ambiental, etc.) para fiscalizar o corte de madeira nativa ou a

produção de carvão também produziram uma quantidade semelhante aos agricultores que não

foram visitados.

Mesmo os agricultores que receberam notificação ou multa pelo corte de madeira

nativa ou pela produção não licenciada de carvão não apresentaram produção diferente frente

aqueles que não foram notificados ou multados.

A percepção de risco em parar de produzir carvão devido à pressão ou impedimento

dos órgãos de fiscalização ambiental, da mesma forma, não impactou sobre a produção

carvoeira. Agricultores que atestam que a legislação ambiental restritiva pode impedira

produção, estatisticamente produzem a mesma quantidade de carvão em relação aqueles que

trabalham sem temer a interrupção da produção.

Esta similaridade entre a quantidade da produção carvoeira entre todos os agricultores

entrevistados, sinaliza que há uma motivação comum na continuidade da prática produtiva.

Os agricultores entrevistados demonstram que não há no cenário vigente uma alternativa

produtiva viável. Com ou sem risco de punição a produção permanece, e, com apoio de outros

estudos paralelos é possível inferir que o impacto da renda oriunda do carvão vegetal para os

agricultores familiares pode ser a razão.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos no presente estudo geraram conclusões que fogem da lógica

simplista considerada pela linha teórica neoclássica de que dado a ausência de lucro

econômico1 a atividade produtiva é suprimida.

No sul do Brasil observou-se a aplicação de uma legislação ambiental que se mostra

inadequada a realidade regional, à medida que estudos põem em dúvida o impacto negativo

da atividade. Deste ponto de partida podemos entender que houve a imposição institucional de

uma legislação inadequada para a realidade local.

A inadequação se torna evidente ao percebermos que foi implementada em um tempo

posterior ao início da atividade produtiva estudada, e, como conseqüência levou os

agricultores à ilegalidade sem dotá-los de ferramentas para sua regularização. Este movimento

serviu de impeditivo à inserção destes agricultores aos novos mercados constituídos,

transformando-os em marginais em um contexto em que a produção de carvão vegetal tem

caráter tradicional e forte impacto na renda destes agricultores.

O resultado deste cenário é o que se observou neste estudo, agricultores familiares

habituados a uma atividade transformada em ilegal resistem em parar sua atividade.

Independentemente do conhecimento ou não das regras impostas, dos riscos de punição, ou

mesmo do risco de reincidência da punição não deixam de produzir.

Estas conclusões direcionam para discussões a respeito de inadequações da legislação

ambiental vigente e abrem espaço para reflexão no sentido de melhor compreender

especificidades regionais e propor mudanças legais. A compatibilização entre preservação

ambiental e benefícios sócio-econômicos aos produtores rurais podem vir a permitindo

avanços no desenvolvimento rural destas regiões.

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1 O lucro econômico incorpora a receita gerada menos todos os custos, explícitos e implícitos, ou seja, inclui o

custo das possíveis punições.

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