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1 Urgências Traumáticas Gestão para Educação Permanente dos Profissionais da Rede de Atenção às Urgências GEPPRAU Urgências traumáticas Módulo 3 Tema 3 - Afogamento

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Urgências Traumáticas

Gestão para Educação Permanente dos Profissionais da Rede de Atenção às Urgências

GEPPRAU

Urgências traumáticas

Módulo 3Tema 3 - Afogamento

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Este conteúdo foi elaborado por Thiago Rodrigues Araújo Calderan, médico, cirurgião geral e do trauma, mestre em ciências da cirurgia e seus direitos foram cedidos ao Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) que desenvolveu este material em parceria com o Ministério da Saúde (MS) no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). A parceria entre o Ministério da Saúde e as entidades de saúde portadoras do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social em Saúde (CEBAS-SAÚDE) e de Reconhecida Excelência, a exemplo do HAOC, é regulamentada pela Lei

Federal nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.

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URGÊNCIAS TRAUMÁTICASNeste material, serão apresentadas as principais emergências na área da cirurgia do trauma. O profissional de saúde que atua na área terá informações importantes sobre anatomia, fisiologia, manejo e principais condutas a serem tomadas no atendimento ao traumatizado.

Tema 3Afogamento

Objetivos de aprendizagem

Conhecer a importância dos afogamentos no contexto do Brasil.

Entender a fisiopatologia do afogamento.

Conhecer outros eventos relacionados à água.

Saber classificar o afogamento.

Conhecer a cadeia de sobrevivência do afogado.

Saber como realizar a prevenção do afogamento.

Saber como reconhecer um afogamento

Conhecer o que fazer quando um afogamento foi constatado.

Saber mais sobre o suporte básico de vida na água.

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Afogamento 5

1. Introdução ......................................................................................... 62. Fisiopatologia do afogamento ............................................................... 73. Eventos relacionados à água ................................................................ 8

3.1. Síndrome da imersão .................................................................... 83.2. Hipotermia .................................................................................. 93.3. Afogamento .............................................................................. 10

4. Classificação do afogamento ............................................................... 104.1. Quanto ao tipo de líquido ............................................................ 104.2. Quanto à causa .......................................................................... 114.3. Quanto à gravidade .................................................................... 11

5. Cadeia de sobrevivência do afogado .................................................... 126. Prevenção ........................................................................................ 127. Reconhecimento de um afogamento .................................................... 158. Afogamento constatado ..................................................................... 179. Suporte básico de vida na água .......................................................... 18

Síntese ............................................................................................... 24Referências bibliográficas....................................................................... 25

Sumário

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Afogamento

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egundo dados de 2017 da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), 17 brasileiros morrem diariamente vítimas de afogamento,

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Introdução1.

Ssendo que 49% têm até 29 anos de idade, com incidência seis vezes maior entre homens.

O local de maior mortalidade é a região Norte, com 75% dos casos em rios e represas.

Na faixa pediátrica de 1 a 9 anos, 51% dos óbitos ocorrem em piscinas e re-sidências.

É considerado um problema de saúde pública por ser a segunda maior causa de óbito de 1 a 9 anos, a terceira maior causa de 10 a 14 anos e a quarta maior causa de 15 a 24 anos.

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No quadro de afogamento, a presen-ça de água no sistema respirató-rio dificulta ou impede a troca gasosa, impossibilitando a entrada de oxigênio e a saída de gás carbônico. A conse-quente hipóxia gera um quadro de

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2.Fisiopatologia do afogamentoparada respiratória seguida de pa-rada cardíaca.

O quadro clínico é igual, independen-temente do tipo de água: salgada, doce, salobra.

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Existem alguns eventos relacionados à água no estado líquido, que você verá a seguir.

3.Eventos relacionados à água

A síndrome da imersão ou hidrocussão é conhecida popularmente como “choque térmico”, e decorre da arritmia cardíaca pela entrada súbita em água mais fria que o corpo.

3.1.Síndrome da imersão

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A hipotermia decorre do esfriamento do corpo ao contato com água mais fria, com consequente alteração neurológica progressiva, com rebaixa-mento do nível de consciência até a morte.

3.2.Hipotermia

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O afogamento é definido como aspiração de líquido causada por submer-são ou imersão, ou seja, entrada de água nas vias aéreas (traqueia, brôn-quios e pulmões).

3.3.

4.1.

Afogamento

Quanto ao tipo de líquido

O afogamento pode ser classificado de três formas, conforme você verá a seguir.4.Classificação do afogamento

Água doce Piscinas, rios, lagos ou tanques

Água salgada Mar

Água salobra Encontro da água doce com o mar

Outros líquidos Óleo, outros materiais

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A principal causa de afogamento secundário é o uso de drogas (cerca de 36% dos casos), e o álcool é o principal agente.

4.2.

4.3.

Quanto à causa

Quanto à gravidade

Afogamento primário Sem evidências de causa do afogamento.

Afogamento secundárioDecorre de alguma causa que impediu o indivíduo de ficar na superfície da água.Exemplos: drogas, convulsão, traumatismo, arritmias, etc.

Grau Sinais e sintomas

Resgate Ausentes.

1 Tosse.Sem espuma na boca e/ou no nariz.

2 Pouca espuma na boca e/ou no nariz.

3 Muita espuma na boca e/ou no nariz.Pulso radial presente.

4 Muita espuma na boca e/ou no nariz.Pulso radial ausente.

5 Parada respiratória.Pulso central presente (carotídeo) ou sinais de circulação presente.

6 Parada cardiorrespiratória (PCR).

ÓbitoPCR com submersão > 1 hora.Rigidez cadavérica.Decomposição corporal e/ou livores.

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Assim como a proposta para o atendimento das emergências cardíacas na situa-ção de infarto, há uma cadeia de sobrevivência que deve ser do conhecimento de todos que promovem o cuidado desses pacientes em todas as esferas de atendimento.

A prevenção envolve um conjunto de ações voltadas à orientação do melhor uso dos ambientes relacionados à água.

A SOBRASA possui campanhas contínuas, e diversas delas podem ser obtidas no site oficial da instituição, voltadas es-pecificamente para cada situação envolvendo risco de afoga-mento: inundações, rios, pesca, mergulho, praias, navega-ção com barcos, casas, surfe e piscinas.

5.

6.

Cadeia de sobrevivência do afogado

Prevenção

Á Atenção Atenção 100% no seu filho a distância de um braço, mesmo em locais com guarda-vidas.

G Guarda-vidas Use locais protegidos. Respeite as sinalizações e NUNCA entre na água em locais proibidos ou sinalizados como perigosos ou se estiver alcoolizado.

U Use Use coletes salva-vidas em barcos, pescas e rios.

A Altura Em rios calmos, lagos e represas, mantenha a água na altura do joelho ou use colete salva-vidas.

S Sucção Piscina com dois ralos, bomba com desligamento automático ou desligada. Use tampas de ralo antissucção de cabelo e corpo.

E Encostas Encostas, costões, pedras e barrancos têm alto risco de morte. Não se aproxime.

G GradesGrades, cercas ou portas em área de serviço, banheiros, quintais com pis-cinas para limitar o acesso. Esvazie ou tampe caixas d´água, poços, cister-nas, máquinas de lavar e outros.

U Urgência Não entre na água para salvar alguém. Peça para ligarem para 193. Jogue material flutuante e aguarde um profissional chegar.

R Rios Rios e praias com correntes e inundados. Não entre.

A Ajuda Caso seja pego por uma corrente, fique calmo. Não lute contra. Flutue e acene para pedir ajuda.

Além disso, há uma campanha geral de prevenção chamada “Águas Seguras”.

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Algumas dicas de prevenção adicionais em determinadas situações são importantes:

• Levar rádio para comunicação.

• Checar meteorologia, estado do barco, combustível e água antes de sair.

• Saber como funciona ade-quadamente o meio de trans-porte que está sendo usado.

• Usar colete salva-vidas e ca-pacete se for praticar espor-tes de aventura.

• Cuidado com buracos e limo nas pedras.

Embarcações

Rios e represas

Anotações:

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A maioria dos afogamentos em praia (90%) ocorrem em correntes de retorno, por isso é importante conhecer a localidade.

As correntes de retorno são formadas entre dois bancos de areia ou perto de pedras, com água mais escura e menor número de ondas, porém com maior correnteza.

• Conhecer o local que vai pescar.

• Ter cuidado com ondas em pedras.

Praias

Pescadores

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Reconhecer um paciente de risco ou em situação de afogamento é importante na prevenção ou na promo-ção de medidas rápidas que possam aumentar a chance de sucesso.

Alguns pacientes de risco:

• extremos de idade (crianças e idosos);

• obesos ou com aparência cansada;

• alcoolizados;

• com objetos flutuantes;

• turistas, imigrantes ou estranhos ao ambiente.

7.Reconhecimento de um afogamento

• Não enfrentar a zona de alagamento, pois pode haver buracos ou corrente-za puxando a pessoa.

• Conhecer zonas propícias pelas vias que percorre.

Alagamentos ou enchentes

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Tabela subjetiva de risco de afogamento

Fonte: SOBRASA, versão 3. Dezembro 2016.

Níveis DefiniçãoRiscos

Piscina Represas e lagos

Rios e praias

I Domina os quatros nados e possui treinamento em análise de risco e resgate aquático. Baixo Baixo Baixo

II Domina os quatros nados. Baixo Médio Médio

III Domina mais de um nado e possui flutuação avançada (vertical, dorsal e controle respiratório). Baixo Médio Alto

IV Possui flutuação básica (vertical). Médio Alto Alto

V NÃO possui flutuação básica. Alto Alto Alto

Alguns sinais da vítima de afogamento são importantes para solicitar o apoio necessário:

• expressão assustada ou desesperada;

• perdendo o pé na água – afunda e volta a flutuar;

• onda recobre o rosto, que olha para a areia;

• nada, mas não sai do lugar;

• nada contra a correnteza;

• nada em pé, sem bater as pernas;

• cabelo caindo na face;

• batendo os braços na água sem deslocamento.

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Ao reconhecer um quadro de afogamento ou de iminência de afogamen-to, é necessário tomar algumas medidas essenciais para o sucesso do tratamento da vítima.

O primeiro passo é chamar ajuda ligando para o 193 (Corpo de Bombei-ros). Os bombeiros são mais capacitados no atendimento a esse tipo de ocor-rência.

Após chamar ajuda, tente promover a flutuação da vítima sem entrar na água.

8.Afogamento constatado

Posição da vítima

< 4 m Cabo, galho, cabo de vassoura

4 a 10 m Boia (qualquer objeto flutuante) ou corda amarrada

Rios e enchentes Corda amarrada ou de um lado a outro

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Prioridade Característica da vítima

Tempo para so-correr

Grau de afoga-mento possível Conduta na água

1 – Vermelho Desesperada. Não colabora e submerge. < 1 min Resgate a grau 4 Conforme grau de afo-

gamento.

2 – Amarelo Ansiosa ao extremo, mas colabora. 1 a 5 min Resgate ou

grau 1 Orientação e liberação.

3 – Verde Tranquila e colabora-tiva. > 5 min Resgate Orientação e liberação.

4 – Preto Sem movimentos. Zero Grau 5 ou 6

Reanimação dentro da água. Avaliar neces-sidade de reanimação

em área seca.

Com relação às vítimas, identifique a prioridade de socorro utilizando o método de triagem denominado start aquático:

Para o atendimento de uma vítima de trauma, deve-mos pensar na segurança da cena, de forma que se o socorrista não estiver capacitado ou não houver se-gurança, deve-se solicitar e aguardar recursos ade-quados.

Para socorristas capacitados e em ambiente de segurança, o primeiro passo no atendimento de uma vítima de afoga-mento após solicitar apoio de recursos é a avaliação da consciência.

• Água profunda com um socorrista sem equipamento: levar a vítima o mais breve possível até uma área seca para promover medidas de reanima-ção cardiopulmonar (RCP).

• Água rasa, água profunda com um socorrista com equipamento ou água profunda com dois socorristas: checar a respiração e, caso ausen-te, promover 10 ventilações e deslocar para área seca.

• Consciente: não há necessidade de suporte de vida dentro da água, somente quando chegar à área seca.

• Inconsciente: avaliar se a vítima está respi-rando. Colocar a face da vítima fora da água e promover abertura das vias aéreas. Atentar para a proteção da coluna cervical. Avaliar a conduta frente à profundidade da água e o número de so-corristas.

9.Suporte básico de vida na água

Fonte: Treinamento de Salvamen-to Aquático - Liga do Trauma da Unicamp - 2016

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Não promover massagem cardíaca dentro da água, pois a profundidade das compressões do tórax é ineficaz, além de ser um risco adicional ao socorrista.

O próximo passo no atendimento deverá ser realizado em área seca e consiste na reavaliação do paciente conforme atendimento ao traumatizado por “ABCDE”.

Avaliar a resposta do paciente com proteção de coluna cervical se hou-ver suspeita de trauma cervical. Se não houver resposta, deve-se deso-bstruir as vias aéreas.

Não tentar tirar a água do pulmão, porque poderá retardar a ventilação e a oxigenação. Não realizar a manobra de Heimlich (utilizada para obstrução de vias aéreas por corpo estranho), porque ela é ineficaz na retirada da água dos pulmões e aumenta o risco de induzir o vômito e agravar a situação com bron-coaspiração.

A suspeita do trauma cervical deve ocorrer em:

• todas as vítimas se afogando em local raso;

• trauma que ocorreu na água (queda de barco, jet-ski, prancha, entre ou-tros);

• mergulho em água rasa.

A – Avaliar a resposta do paciente

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B – Checar a respiração.• No paciente que não respira, deverão ser realizadas cinco ventilações

e prosseguir para avaliação da circulação.

• No paciente que respira, deve ser avaliada a presença de tosse e es-puma na boca e no nariz. Se houver grande quantidade, avaliar a cir-culação.

C – Avaliação da circulação.Avaliar a presença de circulação periférica em pacientes que responderam através do pulso radial e em pacientes que não responderam através do pulso carotídeo.

Presença de tosse e espuma no nariz

Grau de afogamento Medidas

Ausente Resgate Avaliar e liberar no local.

Tosse e ausência de espuma Grau 1 • Repouso, aquecimento e tranquilização da vítima.

• Sem necessidade de oferta de O2.

Pequena quantidade de espuma Grau 2

• Repouso, aquecimento e tranquilização da vítima.• Ofertar O2 a 10-15 L/min.• Observação hospitalar por 6 a 48 horas.

Grande quantidade de espuma Grau 3 ou 4

Avaliar a circulação (pulso radial) – pulso presente: grau 3• Ofertar O2 a 10-15 L/min.• Se possível, posição lateral do paciente com ca-

beça acima do tronco.• UTI para avaliação avançada e encaminhar ao

hospital.

Circulação Grau de afogamento Medidas

Pulso radial ausente e grande quantidade de espuma

Grau 4

• Ofertar O2 a 15 L/min.• Fazer reavaliação, pois pode evoluir para parada

respiratória.• Se possível, posição lateral do paciente com ca-

beça acima do tronco.• Solicitar avaliação avançada e encaminhar ao

hospital para UTI.

Presente após venti-lações Grau 5

• Ofertar O2 a 15 L/min.• Manter ventilação 10 vezes/min até respiração

normal.• Se possível, posição lateral do paciente com ca-

beça acima do tronco.• Solicitar avaliação avançada e encaminhar ao

hospital para UTI.

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• Pacientes sem sinais de circulação: avaliar tempo de submersão e si-nais de morte evidente (rigidez cadavérica, decomposição corporal e/ou livores).

Tempo de submersão

Grau de afogamento Medidas

< 1 hora Grau 6 Iniciar RCP conforme suporte básico de vida.

> 1 hora ou sinais de morte evidente Óbito Sem medidas.

Anotações:

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Avaliar se está ouvindo

Respiração presente

Muita espuma

Tosse sem espuma

Poucaespuma

Ausente

Avaliar pulso radial

Fazer 5 ventilações

Avaliar circulação

Óbito

GRAU 5

GRAU 6

GRAU 4

GRAU 3

GRAU 1

GRAU 2

GRAU RESGATE

Checar tosse e presença de espuma

na boca e nariz

Tempo de submersão > 1 hora ou

sinais de morte

Confira o fluxo de atendimento que deve ser adotado, sendo que a parte em azul representa o atendimento que é feito na água, a parte laranja representa o atendimento que é feito no seco, e as cores verde, amarelo, vermelho e cinza representam o grau de prioridade do atendimento.

Nível de consciência

Levar atéárea seca

Levar atéárea seca

Ver profundidadee recursos

Água funda e 1 socorrista sem

equipamento

Água rasa OU

Água funda com 1 socorrista com equipamento

OUÁgua funda e 2 socorristas

Checar respiraçãoCaso ausente, promover

10 ventilações e deslocar para área seca

+ -

+-

+

-

+

-

+

--

+

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Anotações:

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SínteseNeste tema refletimos que há um número alto de afogamentos no Brasil, en-volvendo principalmente crianças e adultos jovens. A prevenção é o principal meio de aumentar a sobrevivência desse tipo de trauma, porém cabe também reconhecer as situações de risco e saber promover as medidas adequadas para esse grupo de pacientes.

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