degradação de encostas nos bairros funcionários e jardim são
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Revista Científica Vozes dos Vales – UFVJM – MG – Brasil – Nº 09 – Ano V – 05/2016 Reg.: 120.2.095–2011 – UFVJM – QUALIS/CAPES – LATINDEX – ISSN: 2238-6424 – www.ufvjm.edu.br/vozes
Ministério da Educação – Brasil
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM Minas Gerais – Brasil
Revista Vozes dos Vales: Publicações Acadêmicas Reg.: 120.2.095 – 2011 – UFVJM
ISSN: 2238-6424 QUALIS/CAPES – LATINDEX
Nº. 09 – Ano V – 05/2016
http://www.ufvjm.edu.br/vozes
Degradação de encostas nos bairros Funcionários e Jardim São Paulo em Teófilo Otoni - MG
Profª MSc. Nayara Rodrigues Marques Sakiyama
Docente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia – ICET Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM
Teófilo Otoni - UFVJM - Brasil http://lattes.cnpq.br/4342793977302550 E-mail: [email protected]
Lohanny Aragão Viana
Discente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia - ICET - UFVJM http://lattes.cnpq.br/9237840029610232
E-mail: [email protected]
Laizza Karla Oliveira da Silva Discente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia – ICET da Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus Mucuri http://lattes.cnpq.br/5194789823178198
E-mail: [email protected]
Resumo: Nas últimas décadas, a construção desordenada em encostas tem aumentado consideravelmente, principalmente em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, acarretando graves deslizamentos. Nesse sentido, este trabalho estuda as construções dos bairros Funcionários e Jardim São Paulo na cidade de Teófilo Otoni - MG, onde predomina a habitação de encostas. Foram aplicados 18 questionários entre os moradores das áreas de risco, levantando as características das habitações, rotina dos ocupantes e ainda suas percepções quanto à moradia. Essas análises contribuem para a adoção de estratégias junto ao poder público municipal e, para a conscientização dos moradores das áreas de risco sobre os perigos dos deslizamentos de encostas.
Palavras-chave: áreas de risco, deslizamento de encostas, Teófilo Otoni.
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Introdução
Desde o início dos tempos houve uma evolução em várias áreas da
sociedade, sejam elas sociais, econômicas, ambientais, tecnológicas, políticas e
filosóficas. A partir dessas mudanças, pôde-se observar uma necessidade de
ocupação de terras, onde antes eram consideradas impossíveis de se formar
cidades. Lefebvre (1999) discorre que nesse processo, a concentração da
população acompanha os meios de produção e, a atividade industrial levou à
proliferação do tecido urbano.
Com o crescimento das cidades, houve um aumento dos assentamentos
precários. Em muitas cidades brasileiras, as regiões de encostas são ocupadas de
forma irregular e sem quaisquer critérios técnicos, 6% da população vivem em
assentamentos precários e 20% desses domicílios, encontram-se em regiões de
encosta, com aclive/declive acentuado, segundo o Censo IBGE de 2010 (IBGE,
2011). Em cidades como Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Ouro Preto e Rio
de Janeiro, que apresentam maciços de morros, característica de uma geografia
acidentada, é comum encontrar grandes porções de áreas de encostas habitadas.
Porém, uma vez ocupadas por edificações, as encostas estão mais sujeitas
ao vazamento dos sistemas da água e esgoto e ao acúmulo de lixo. Isso contribui
para que o solo fique instável, aumentando a possibilidade de processos erosivos e
movimentação de terra, chegando a causar tragédias de grandes proporções
(BITTAR, 1990), como na região Serrana do Rio de Janeiro em 2013 (BRASIL,
2011).
As características naturais das encostas devem ser estudadas de forma
minuciosa, tendo em vista que tanto os projetos, quanto as técnicas e materiais a
serem utilizados na construção, devem ser analisados de acordo com o terreno, de
forma a evitar as causas que agravam a instabilidade dessas áreas, como o
desmatamento e a ausência de rede de drenagem das águas.
Métodos para um melhor aproveitamento da topografia, que preservam as
características naturais do terreno a ser ocupado, são medidas capazes de
compensar a instabilidade do terreno, resultando em edificações com maior valor
agregado. Afinal, por que a população com renda mais alta mora nas partes baixas,
enquanto a de menor renda ocupa as encostas?
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Muitos estudiosos brasileiros têm se dedicado a explicar a fixação de
assentamentos precários no contexto urbano, diretamente relacionado à
territorialização da pobreza (FERREIRA, 2007; MARICATO, 2011). O crescimento
desordenado das cidades e os padrões de habitabilidade precários carecem de
intervenções reestruturadoras. Trabalhos como de Valletta (2003) e Lima e Somekh
(2013) apresentam estudos e metodologias de diagnósticos de assentamentos
precários e projetos de reordenamento físicos desses locais, mostrando formas de
planejar e executar essas intervenções urbanísticas, recuperando áreas
ambientalmente e socialmente frágeis. Eliminação das áreas de risco, com obras de
estabilização de taludes, implantação de redes de drenagem, execução de obras de
controle das erosões e adequação da drenagem superficial, são algumas das
propostas de Valletta (2003).
A cidade de Teófilo Otoni, objeto de estudo deste trabalho, também possui
muitos assentamentos precários com um relevo bastante acidentado, embora
possua uma baixa altitude, com média de 319 m. Trata-se de um município do
estado de Minas Gerais, pertencente à Mesorregião do Vale do Mucuri, distando
cerca de 450 km da capital do estado. Sua topografia, segundo o Plano Diretor -
T.O., é 10% plano, 30% ondulado e 60% montanhoso, ocupando uma área de 3
242,270 km², sendo 19,62 km² em perímetro urbano, com população de 2015
estimada em 141.046 habitantes de acordo o IBGE (2015).
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho consistiu em levantar os
assentamentos precários existentes nos bairros Funcionários e Jardim São Paulo,
em especial as habitações em áreas de encostas, caracterizando o perfil das
habitações e de seus moradores. Além disso, verificou-se a existência de ações
governamentais dirigidas a essas áreas e a visão dos moradores dessas regiões.
Os assentamentos precários
As ocupações em encostas eram bastante comuns na Europa da Idade
Média. Nesse período, a busca por implantações que propiciassem segurança, do
ponto de vista militar, valorizava os topos de colinas ou de montanhas, de onde a
sua defesa era facilitada: a visão de movimentos estranhos era completa e o acesso
ficava dificultado aos inimigos (FARAH, 2003).
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Inicialmente, as intervenções em morros eram realizadas nos mesmos
padrões de planejamento dos assentamentos de planícies: aplainando o topo de
morro e ignorando um projeto adequado para áreas de encostas. Após a Segunda
Guerra Mundial, na maioria dos centros urbanos bem populosos, começou a haver a
ocupação das encostas pelas classes sociais menos favorecidas, gerando
agravantes nessas áreas urbanas, onde acidentes associados a escorregamentos
de terra passaram a ser frequentes e, logo foi preciso um planejamento de
construção que se adequasse a essa nova realidade. Assim, o homem vem se
adaptando para ocupar territórios com características bem diferentes, tornando-os
favoráveis a suas necessidades (PISANI et al., 2006).
Percebe-se o mesmo processo no Brasil, uma vez que as primeiras
construções tiveram o mesmo objetivo de proteger o território. Inúmeras ocupações
de encostas vieram como herança da idade média, escolhendo sítios elevados por
requisitos militares de defesa. Porém, o processo de urbanização do país, a partir da
década de 70, aliado à falta de políticas habitacionais e à uma crise econômica
duradoura, contribuíram para a ocupação das áreas de encostas, principalmente
pelas populações de baixa renda, resultando em risco para milhares de brasileiros
que passaram a viver dependurados nas encostas (NUNES et al., 1994).
De acordo Gaspar na Revista Veja (2011), a retirada das pessoas dessas
áreas deve ser realizada pelo poder público, que precisa contar com uma política
habitacional capaz de lhes prover um teto em local com infraestrutura básica. Ao
mesmo tempo, remover as pessoas de suas casas não é fácil. A maioria resiste,
mesmo correndo risco de vida. Por outro lado, manter essas casas demandaria um
alto custo, já que, em alguns casos, o preço de uma fundação chega a ser
equivalente ao de todo o restante da obra. Segundo Gaspar na Revista Veja, “uma
alternativa adotada em regiões vulneráveis a terremotos nos Estados Unidos e no
Japão foi trocar alvenaria por gesso na construção das casas. A estrutura fica em
torno de um sexto mais leve, demandando fundações também mais simples - que
custam até a metade do preço” (2011, Ed. 2201, pág. 79).
No Brasil, o diagnóstico segundo o IBGE 2010-2011, mostra que dos
domicílios existentes em aglomerados subnormais, 1,9% encontram-se em
municípios com população entre 20.000 e 50.000 habitantes e 24,7% em municípios
com mais de 100.000 e até 350.000 habitantes. Em regiões metropolitanas, a maior
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parcela da população nessas regiões, 42,5%, estão em locais com população de
mais 2 milhões e até 10 milhões de habitantes (Figura 1).
Figura 1 - Domicílios particulares ocupados existentes em aglomerados subnormais, por classes de tamanho da população dos municípios, segundo as Regiões Metropolitanas e os municípios - 2010
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010 (adaptado).
Teófilo Otoni – MG
Segundo o IBGE, a estimativa da população da cidade de Teófilo Otoni em
2015 era de 141.046 habitantes, sendo então a 18º cidade mais populosa do estado.
Em 1980 a cidade possuía 128.826 habitantes (Tabela 1). Percebe-se que o
crescimento populacional da cidade variou entre as décadas. Essa alteração é
devida principalmente pelas transformações econômicas na região, que atraíam ou
repeliam trabalhadores e influenciaram diretamente no quantitativo populacional.
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Tabela 1 - Crescimento Populacional em Teófilo Otoni – MG
Censo População
1970 133.017
1980 128.826
1991 140.833
2000 129.424
2010 134.733
Fonte: IBGE, 2010
Segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o
IDH é uma medida média das conquistas de desenvolvimento humano básico em
um país. Os três pilares que constituem o IDH são a saúde (uma vida longa e
saudável), a educação (acesso ao conhecimento) e renda (padrão de vida). Na
avaliação da renda dos habitantes de um município adota-se o cálculo da renda
municipal per capita. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de
Teófilo Otoni, no ano 2010, era de 0,701, enquanto o IDH de Minas Gerais era de
0,773. Segundo a classificação do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), o município está entre as regiões consideradas de médio
desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8), sendo que a cidade possui a maioria
dos indicadores próximos ou acima da média segundo o PNUD (IBGE, 2010). Para
Minas Gerais, o valor do IDH-Renda correspondia a 0,711 e o IDH-Longevidade
possuía valor igual a 0,759 (IBGE, 2010), sendo a esperança de vida ao nascer
utilizada para fazer o cálculo, dependendo também das condições de mortalidade
existentes.
De acordo com a Revista do Legislativo da ALMG, o termo linha de pobreza é
utilizado para descrever o nível de renda anual com o qual uma pessoa ou uma
família não possui condições de obter todos os recursos necessários para viver. Esta
linha identifica os pobres, diferenciando-os dos não pobres. Em 2000, 39,8% da
população residente em Teófilo Otoni era considerada pobre, sendo que a média de
renda per capita correspondia a R$210,30. De 2000 a 2010, a proporção de pessoas
com renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo reduziu em 46,0%. Em
2010, 81,3% da população vivia acima da linha da pobreza, 12,2% encontrava-se na
linha da pobreza e 6,5% estava abaixo. Há uma grande diferença quando
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comparada a renda média per capita de Teófilo Otoni com a do Estado, que é de R$
276,60. Assim, pode-se inferir que a qualidade de vida de Teófilo Otoni é um pouco
inferior à qualidade de vida dos mineiros como um todo, principalmente em relação
ao IDH-Renda.
Em relação à faixa etária da população de Teófilo Otoni, é mostrado na Figura
2 a sua configuração no ano de 2006. Observa-se que na cidade há predominância
da população mais jovem, já que 36.743 pessoas (28,36%) têm entre 0 e 14 anos,
14.294 pessoas (11,2%) têm entre 15 e 19 anos e 21.772 (17,1%) entre 20 a 29,
contra apenas 14.103 pessoas com 60 anos ou mais (11,05%).
Figura 2 - Composição da população por faixa etária em 2006
Fonte: IBGE, Censos e Estimativas/DataSUS.
Quanto ao gênero, a cidade possui mais mulheres do que homens, sendo
64.466 homens, enquanto a população feminina chega a 70.279.
Legislação
A Constituição Federal de 1988 (Capítulo VI - Do Meio Ambiente), no Art. 225,
determina que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
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Para isso, existem dispositivos legais que estão relacionados à administração
da ocupação de áreas ambientalmente frágeis e que podem oferecer riscos a
atividades ou edificações de qualquer natureza. O Código Florestal (Lei 4.771/1965),
considerado a principal norma para prevenir a ocupação em áreas de risco, proíbe
construções em topo de morros, em encostas com inclinação superior a 45 graus e a
menos de 30 metros de distância do leito dos rios (art. 10). Nessas regiões é
permitida apenas a exploração seletiva em regime de manejo sustentável. O Código
Florestal, sancionado em 1965, passou por revisões e foi revogado pela Lei
12.651/2012, que dispõe sobre a proteção de matas nativas e mantém as proibições
quanto às construções em áreas de encosta.
A ocupação dos terrenos de encosta, acompanhada do desmatamento, pelas
alterações no escoamento natural da água, por alterações da permeabilidade dos
solos e pela movimentação de terras, são fatores que interferem na estabilidade do
terreno. Esses locais passam a ser mais propícios a acidentes, sendo assim
considerados áreas de risco. Ressalta-se ainda que a responsabilidade não deve ser
atribuída aos fenômenos da natureza e, sim a desordenada ocupação urbana nas
áreas de risco.
Chama-se atenção também para os limites gerais de parcelamento do solo,
quanto a ocupação de encostas no Brasil. A Legislação Federal brasileira apresenta
apenas uma lei que trata do assunto, a Lei de Parcelamento do Solo (Lei 6.766) de
1979, nunca revista. Em seu artigo 3, parágrafo único, § III, a Lei 6.766/1979 proíbe
o parcelamento do solo em terrenos com declividade igual ou superior a 30%, salvo
se atendidas as exigências específicas das autoridades competentes. Além disso,
prevê que o parcelamento do solo em regiões urbanas, para fins urbanos, só será
admitido, caso previsto pelo plano diretor ou aprovados por lei municipal.
O Plano Diretor participativo da cidade de estudo (Lei 5892/2008), dá
diretrizes gerais quanto à política ambiental, que tem como objetivo promover a
utilização sustentável do meio ambiente. Quanto à gestão das condições geológicas
ou da ocupação de encostas, não há documentos que viabilizem o cumprimento das
diretrizes estabelecidas no Plano Diretor, nem mesmo mapeamentos das áreas de
risco. O Poder Público é o responsável por assegurar que todos tenham direito ao
meio ambiente com condições essenciais à qualidade de vida, devendo criar
espaços e componentes territoriais protegidos em todas as unidades da Federação.
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Porém, a ausência de legislação e de fiscalização, contribui para que a ocupação de
áreas de risco aconteça.
Caracteristicas do local de estudo
Os bairros analisados no município de Teófilo Otoni – MG, Bairro Jardim São
Paulo e Bairro Funcionários, estão situados na zona sul da cidade. Cerca de 60%
do seu relevo é elevado e possuem muitas construções irregulares, que modificaram
a proteção natural do solo (Figura 3 e Figura 4).
Figura 3 - Mapa de Teófilo Otoni-MG com destaque para os bairros analisados
Fonte: Google Maps.
Figura 4 - Bairro Funcionários (1) e Bairro Jardim São Paulo (2)Fonte: Google Maps.
Funcionários
Jardim São Paulo
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Quanto as construções, observa-se que a maioria são casas de alvenaria,
sem acabamento, como reboco ou revestimento, e até mesmo sem forro ou laje,
tendo como única proteção, uma cobertura em telha de amianto ou colonial. As
residências possuem poucos cômodos, numa delas, por exemplo, havia apenas
duas divisões, com um banheiro no exterior da casa em situação precária.
O aumento dessas construções irregulares se dá pelo crescimento
desordenado das cidades nos últimos anos, principalmente por uma população mais
carente em áreas de menor valor imobiliário. Em Teófilo Otoni, o índice médio
pluviométrico anual é de 1.059,9 mm. Segundo Baur (2013) Teófilo Otoni corre
riscos de enchentes fluviais e pluviais, deslizamentos e escorregamentos em
algumas épocas do ano. Esses deslizamentos tem origem geológica e são
facilitados pela ação indevida da sociedade dos espaços urbanos.
Materiais inconsolidados e não cimentados como: areia, silte, argila,
existentes em encostas, em contato com a água são os causadores de deslocar
esses componentes do solo, causando condições não favoráveis aos moradores e
favoráveis ao deslizamento. Outro agravante são as queimadas, que devido à
mudança química do solo também contribuem com os deslizamentos. O poder
público também é um fator que leva à construção irregular, já que não consegue
solucionar todos os problemas enfrentados pelos moradores, que persistem
habitando regiões de risco. (CARDOZO, et al, 2013)
Metodologia
A pesquisa foi dividida em 4 etapas (Figura 5). Inicialmente, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica, levantando os materiais publicados em livros, artigos e leis
relacionados aos assentamentos precários, em especial às construções em
encostas. Em seguida, foram levantados, na cidade de estudo, os locais com
moradias em áreas de risco, identificando-os num mapa, uma vez que o município
não possui esse banco de dados. Logo depois, foi criado um questionário com 16
perguntas a ser aplicado entre os moradores das áreas de risco, levantando
questões como: renda per capita da residência, relação do morador com a unidade e
estrutura da moradia.
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Entrevistas com os moradores
Criação do questionário
Levantamento de dados
Figura 5 - Etapas do Trabalho
Os questionários foram aplicados nos bairros Funcionários e Jardim São
Paulo, áreas de risco selecionadas dentro da cidade, objeto de estudo. Foram
aplicados 8 questionários no bairro Funcionários e 10 no bairro Jardim São Paulo,
envolvendo 18 moradores de casas distintas, com chances de deslizamentos. A
tipologia construtiva e o sistema estrutural das construções nesse tipo de terreno na
cidade de Teófilo Otoni – MG também foram analisadas. Além da aplicação dos
questionários foram conduzidas entrevistas semiestruturadas, questionando as
razões que levaram os moradores a habitarem esses locais, se as necessidades da
família são atendidas e ainda suas impressões e anseios.
Quanto à moradia, a estrutura da casa foi observada, verificando se haviam
manchas, trincas, corrosões, infiltrações, vazamentos, e também a ocorrência de
outras patologias. Como se trata de uma cidade com clima tropical quente e úmido,
ou tropical com estação seca, com temperatura média anual de 23.2 °C e
verões chuvosos com temperaturas elevadas, os moradores também foram
indagados quanto ao conforto térmico nas edificações.
Após as entrevistas, o entorno de cada moradia pesquisada foi fotografado,
com o consentimento dos residentes, evidenciando os riscos de deslizamentos. Ao
concluir a visita, fez-se uma conscientização dos moradores quanto aos perigos das
construções de encostas na cidade.
Resultados
Os entrevistados, de forma geral, vivem com renda de um salário mínimo ou
menos e, em sua maioria possuem escolaridade incompleta, com idade entre 30 e
40 anos. Percebeu-se que a relação familiar e de amizade que os moradores
adquiriram nos bairros pesquisados elimina o desejo de deixar a localidade, tendo
em vista que os entrevistadores residem em suas casas há cerca de 10 anos. Mais
Pesquisa bibliográfica
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de 50% dos entrevistados são proprietários da residência e, pequena parte teve a
unidade habitacional cedida pela prefeitura ou por terceiros.
Na Figura 6 é possível observar o baixo nível de escolaridade. A maioria dos
entrevistados possui ensino fundamental incompleto (33%), o que faz com que os
moradores, em muitos casos, não identifiquem as situações de risco em que se
encontram as edificações.
Figura 6 - Nível de escolaridade
2
6
32
4
10
0
2
4
6
8
Analfabeto Fundamentalincompleto
Fundamentalcompleto
Ensino médioincompleto
Ensino médiocompleto
Superiorincompleto
Superiorcompleto
Entr
evi
stad
os
Nível de escolaridade
Nas visitas in loco, foram identificadas infiltrações, deslocamento de
revestimentos, rachaduras e irregularidades dos terrenos (Figura 10-13). Essas
patologias são freqüentes em todas as casas; mas os proprietários negam a sua
existência, afirmando que a moradia está em boas condições, e não apresenta
riscos.
A corrosão de pilares e vigas, na maioria das vezes, não é percebida pelos
moradores, assim como as manchas de umidade. Quanto a transmissão de calor
pelas paredes externas, os moradores informaram que ela quase não se é
percebida. De modo geral, é possível observar que grande parte dos entrevistados
diz que a casa atende satisfatoriamente as necessidades de suas respectivas
famílias (Figura 7-9).
Figura 7 - Conhecimento estrutural da edificação
37
141511
4
05
101520
Observou algum tipode irregularidade
Conhecimento dosistema estrutural da
edificação
A casa atende bem anecessidade dos
residentes
Entr
evi
stad
os
Sim Não
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Figura 8 - Condições da edificação
3
87
3
9
6
2
11
5
0
5
10
15
Frequente Inexistente Não percebe
Entr
evi
stad
os
Descolamento do revestimento externo
Descolamento do revestimento das áreas molhadas internas
Vazamentos nas lajes entre andares
Figura 9 - Condições da edificação
2
97
12
3 34
11
3
0
5
10
15
Frequente Inexistente Não percebe
Entr
evi
stad
os
Corrosão de pilares e vigas, onde eles estão aparentes
Transmissão de calor pelas paredes externas
Manchas de umidade em paredes
Figura 10 - Casa com umidade na parede na Travessa D no Bairro Funcionários
Fonte: Arquivo pessoal, 2015.
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Figura 11 - Moradia de risco na Rua Godofredo Mollendorf no Bairro Funcionários
Fonte: Arquivo pessoal, 2015.
Figura 12 - Casa de um dos entrevistados na Tv. Noventa e Um no Bairro Funcionários
Fonte: Arquivo pessoal, 2015.
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Figura 13 - Outra residência pesquisada em área de risco na Tv. Noventa e Um no Bairro Funcionários
Fonte: Arquivo pessoal, 2015.
Possíveis soluções
Nos meios urbanos, a intervenção em assentamentos informais envolve um
conjunto de ações preventivas de acidentes como deslizamentos e inundações. A
construção de moradias em encostas exige cuidados especiais quanto aos materiais
utilizados, às alternativas de acesso, e aos sistemas de coleta pluviais do bairro.
Uma solução seria pressionar as autoridades públicas a fazer a remoção das
populações que ocupam áreas de alto risco, transferindo-as para áreas seguras com
moradias dignas.
Outra solução cabível seria a implantação de um sistema de alerta para a
população do município, através do meio de veiculação pública, sendo feita assim a
remoção da população em áreas de riso, mediante alerta de chuva intensa. O
Sistema Alerta Rio tem essa função e é efetivado por meio da constante medição e
análise dos dados pluviométricos das estações que integram o sistema. Outro
exemplo é o da Fundação Rio Águas, que implantou em 2010 uma rede telemétrica
composta por linígrafos automáticos e por pluviômetros para monitorar o nível dos
rios das principais bacias hidrográficas existentes no Território Municipal. Os
registros gerados por estes equipamentos também poderão ser utilizados nos
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monitoramentos das encostas e nos casos de acompanhamentos de eventos com
desenvolvimento de fluxos de lama e/ou de detritos (NETTO, AVELAR, d’ORSI,
2011).
Além disso, podem ser feitas obras de retaludamento para ângulos de corte
em solo mais estáveis, revegetação de encostas e desocupação de talvegues
naturais, ocupados de forma caótica.
Dentre as mensurações de encosta mais usuais e que trazem informações
sobre a estabilidade das massas de solo, podem ser citadas: Instalação de
medidores de nível d’água (MNA); Instalação de Piezômetros; Instalação de
inclinômetros; Instalação de marcos superficiais com acompanhamento remoto.
Considerações finais
Este presente trabalho teve como principal motivação levantar algumas das
áreas de risco dos bairros Funcionários e Jardim São Paulo na cidade de Teófilo
Otoni/MG, e analisar a visão de residentes desses locais e suas condições de
moradia, relacionadas a estrutura das construções.
Pôde-se observar durante a pesquisa que os moradores encontram-se
acomodados, sem qualquer tipo de informação sobre os sérios riscos que correm e
de simples métodos que podem ser aplicados para reduzir o problema. Apesar do
perigo ser perceptível, não se acredita na possibilidade de um desastre atingí-los. Os
residentes dos bairros analisados não se sentem no direito de reinvindicar por
segurança ou por melhores condições de habitação, o que pode ser consequência
da pouca instrução ou conformismo. De qualquer forma, percebe-se as
desigualdades no processo de ocupação de encostas, assim como os demais
problemas da cidade.
Fiscalização de obras e um constante monitoramento dessas áreas são muito
importantes para a minimização de riscos de tragédias. Portanto, conclui-se que se
faz necessário um planejamento municipal para evitar que casas sejam construídas
em encostas. Conjuntamente, é preciso uma mobilização da sociedade para
conscientizar a população dos seus direitos de segurança e habitação de qualidade,
e dos perigos de se construir em encostas.
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Publicado na Revista Vozes dos Vales - www.ufvjm.edu.br/vozes em: 14/06/2016
Revista Científica Vozes dos Vales - UFVJM - Minas Gerais - Brasil
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UFVJM: 120.2.095-2011 - QUALIS/CAPES - LATINDEX: 22524 - ISSN: 2238-6424
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