degradação de encostas nos bairros funcionários e jardim são

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- 1 - Revista Científica Vozes dos Vales – UFVJM – MG – Brasil – Nº 09 – Ano V – 05/2016 Reg.: 120.2.095–2011 – UFVJM – QUALIS/CAPES – LATINDEX ISSN: 2238-6424 – www.ufvjm.edu.br/vozes Ministério da Educação Brasil Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFVJM Minas Gerais Brasil Revista Vozes dos Vales: Publicações Acadêmicas Reg.: 120.2.095 2011 UFVJM ISSN: 2238-6424 QUALIS/CAPES LATINDEX Nº. 09 Ano V 05/2016 http://www.ufvjm.edu.br/vozes Degradação de encostas nos bairros Funcionários e Jardim São Paulo em Teófilo Otoni - MG Profª MSc. Nayara Rodrigues Marques Sakiyama Docente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia ICET Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFVJM Teófilo Otoni - UFVJM - Brasil http://lattes.cnpq.br/4342793977302550 E-mail: [email protected] Lohanny Aragão Viana Discente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia - ICET - UFVJM http://lattes.cnpq.br/9237840029610232 E-mail: [email protected] Laizza Karla Oliveira da Silva Discente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia ICET da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus Mucuri http://lattes.cnpq.br/5194789823178198 E-mail: [email protected] Resumo: Nas últimas décadas, a construção desordenada em encostas tem aumentado consideravelmente, principalmente em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, acarretando graves deslizamentos. Nesse sentido, este trabalho estuda as construções dos bairros Funcionários e Jardim São Paulo na cidade de Teófilo Otoni - MG, onde predomina a habitação de encostas. Foram aplicados 18 questionários entre os moradores das áreas de risco, levantando as características das habitações, rotina dos ocupantes e ainda suas percepções quanto à moradia. Essas análises contribuem para a adoção de estratégias junto ao poder público municipal e, para a conscientização dos moradores das áreas de risco sobre os perigos dos deslizamentos de encostas. Palavras-chave: áreas de risco, deslizamento de encostas, Teófilo Otoni.

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Revista Científica Vozes dos Vales – UFVJM – MG – Brasil – Nº 09 – Ano V – 05/2016 Reg.: 120.2.095–2011 – UFVJM – QUALIS/CAPES – LATINDEX – ISSN: 2238-6424 – www.ufvjm.edu.br/vozes

Ministério da Educação – Brasil

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM Minas Gerais – Brasil

Revista Vozes dos Vales: Publicações Acadêmicas Reg.: 120.2.095 – 2011 – UFVJM

ISSN: 2238-6424 QUALIS/CAPES – LATINDEX

Nº. 09 – Ano V – 05/2016

http://www.ufvjm.edu.br/vozes

Degradação de encostas nos bairros Funcionários e Jardim São Paulo em Teófilo Otoni - MG

Profª MSc. Nayara Rodrigues Marques Sakiyama

Docente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia – ICET Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM

Teófilo Otoni - UFVJM - Brasil http://lattes.cnpq.br/4342793977302550 E-mail: [email protected]

Lohanny Aragão Viana

Discente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia - ICET - UFVJM http://lattes.cnpq.br/9237840029610232

E-mail: [email protected]

Laizza Karla Oliveira da Silva Discente do Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia – ICET da Universidade

Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus Mucuri http://lattes.cnpq.br/5194789823178198

E-mail: [email protected]

Resumo: Nas últimas décadas, a construção desordenada em encostas tem aumentado consideravelmente, principalmente em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, acarretando graves deslizamentos. Nesse sentido, este trabalho estuda as construções dos bairros Funcionários e Jardim São Paulo na cidade de Teófilo Otoni - MG, onde predomina a habitação de encostas. Foram aplicados 18 questionários entre os moradores das áreas de risco, levantando as características das habitações, rotina dos ocupantes e ainda suas percepções quanto à moradia. Essas análises contribuem para a adoção de estratégias junto ao poder público municipal e, para a conscientização dos moradores das áreas de risco sobre os perigos dos deslizamentos de encostas.

Palavras-chave: áreas de risco, deslizamento de encostas, Teófilo Otoni.

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Introdução

Desde o início dos tempos houve uma evolução em várias áreas da

sociedade, sejam elas sociais, econômicas, ambientais, tecnológicas, políticas e

filosóficas. A partir dessas mudanças, pôde-se observar uma necessidade de

ocupação de terras, onde antes eram consideradas impossíveis de se formar

cidades. Lefebvre (1999) discorre que nesse processo, a concentração da

população acompanha os meios de produção e, a atividade industrial levou à

proliferação do tecido urbano.

Com o crescimento das cidades, houve um aumento dos assentamentos

precários. Em muitas cidades brasileiras, as regiões de encostas são ocupadas de

forma irregular e sem quaisquer critérios técnicos, 6% da população vivem em

assentamentos precários e 20% desses domicílios, encontram-se em regiões de

encosta, com aclive/declive acentuado, segundo o Censo IBGE de 2010 (IBGE,

2011). Em cidades como Florianópolis, Belo Horizonte, Salvador, Ouro Preto e Rio

de Janeiro, que apresentam maciços de morros, característica de uma geografia

acidentada, é comum encontrar grandes porções de áreas de encostas habitadas.

Porém, uma vez ocupadas por edificações, as encostas estão mais sujeitas

ao vazamento dos sistemas da água e esgoto e ao acúmulo de lixo. Isso contribui

para que o solo fique instável, aumentando a possibilidade de processos erosivos e

movimentação de terra, chegando a causar tragédias de grandes proporções

(BITTAR, 1990), como na região Serrana do Rio de Janeiro em 2013 (BRASIL,

2011).

As características naturais das encostas devem ser estudadas de forma

minuciosa, tendo em vista que tanto os projetos, quanto as técnicas e materiais a

serem utilizados na construção, devem ser analisados de acordo com o terreno, de

forma a evitar as causas que agravam a instabilidade dessas áreas, como o

desmatamento e a ausência de rede de drenagem das águas.

Métodos para um melhor aproveitamento da topografia, que preservam as

características naturais do terreno a ser ocupado, são medidas capazes de

compensar a instabilidade do terreno, resultando em edificações com maior valor

agregado. Afinal, por que a população com renda mais alta mora nas partes baixas,

enquanto a de menor renda ocupa as encostas?

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Muitos estudiosos brasileiros têm se dedicado a explicar a fixação de

assentamentos precários no contexto urbano, diretamente relacionado à

territorialização da pobreza (FERREIRA, 2007; MARICATO, 2011). O crescimento

desordenado das cidades e os padrões de habitabilidade precários carecem de

intervenções reestruturadoras. Trabalhos como de Valletta (2003) e Lima e Somekh

(2013) apresentam estudos e metodologias de diagnósticos de assentamentos

precários e projetos de reordenamento físicos desses locais, mostrando formas de

planejar e executar essas intervenções urbanísticas, recuperando áreas

ambientalmente e socialmente frágeis. Eliminação das áreas de risco, com obras de

estabilização de taludes, implantação de redes de drenagem, execução de obras de

controle das erosões e adequação da drenagem superficial, são algumas das

propostas de Valletta (2003).

A cidade de Teófilo Otoni, objeto de estudo deste trabalho, também possui

muitos assentamentos precários com um relevo bastante acidentado, embora

possua uma baixa altitude, com média de 319 m. Trata-se de um município do

estado de Minas Gerais, pertencente à Mesorregião do Vale do Mucuri, distando

cerca de 450 km da capital do estado. Sua topografia, segundo o Plano Diretor -

T.O., é 10% plano, 30% ondulado e 60% montanhoso, ocupando uma área de 3

242,270 km², sendo 19,62 km² em perímetro urbano, com população de 2015

estimada em 141.046 habitantes de acordo o IBGE (2015).

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho consistiu em levantar os

assentamentos precários existentes nos bairros Funcionários e Jardim São Paulo,

em especial as habitações em áreas de encostas, caracterizando o perfil das

habitações e de seus moradores. Além disso, verificou-se a existência de ações

governamentais dirigidas a essas áreas e a visão dos moradores dessas regiões.

Os assentamentos precários

As ocupações em encostas eram bastante comuns na Europa da Idade

Média. Nesse período, a busca por implantações que propiciassem segurança, do

ponto de vista militar, valorizava os topos de colinas ou de montanhas, de onde a

sua defesa era facilitada: a visão de movimentos estranhos era completa e o acesso

ficava dificultado aos inimigos (FARAH, 2003).

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Inicialmente, as intervenções em morros eram realizadas nos mesmos

padrões de planejamento dos assentamentos de planícies: aplainando o topo de

morro e ignorando um projeto adequado para áreas de encostas. Após a Segunda

Guerra Mundial, na maioria dos centros urbanos bem populosos, começou a haver a

ocupação das encostas pelas classes sociais menos favorecidas, gerando

agravantes nessas áreas urbanas, onde acidentes associados a escorregamentos

de terra passaram a ser frequentes e, logo foi preciso um planejamento de

construção que se adequasse a essa nova realidade. Assim, o homem vem se

adaptando para ocupar territórios com características bem diferentes, tornando-os

favoráveis a suas necessidades (PISANI et al., 2006).

Percebe-se o mesmo processo no Brasil, uma vez que as primeiras

construções tiveram o mesmo objetivo de proteger o território. Inúmeras ocupações

de encostas vieram como herança da idade média, escolhendo sítios elevados por

requisitos militares de defesa. Porém, o processo de urbanização do país, a partir da

década de 70, aliado à falta de políticas habitacionais e à uma crise econômica

duradoura, contribuíram para a ocupação das áreas de encostas, principalmente

pelas populações de baixa renda, resultando em risco para milhares de brasileiros

que passaram a viver dependurados nas encostas (NUNES et al., 1994).

De acordo Gaspar na Revista Veja (2011), a retirada das pessoas dessas

áreas deve ser realizada pelo poder público, que precisa contar com uma política

habitacional capaz de lhes prover um teto em local com infraestrutura básica. Ao

mesmo tempo, remover as pessoas de suas casas não é fácil. A maioria resiste,

mesmo correndo risco de vida. Por outro lado, manter essas casas demandaria um

alto custo, já que, em alguns casos, o preço de uma fundação chega a ser

equivalente ao de todo o restante da obra. Segundo Gaspar na Revista Veja, “uma

alternativa adotada em regiões vulneráveis a terremotos nos Estados Unidos e no

Japão foi trocar alvenaria por gesso na construção das casas. A estrutura fica em

torno de um sexto mais leve, demandando fundações também mais simples - que

custam até a metade do preço” (2011, Ed. 2201, pág. 79).

No Brasil, o diagnóstico segundo o IBGE 2010-2011, mostra que dos

domicílios existentes em aglomerados subnormais, 1,9% encontram-se em

municípios com população entre 20.000 e 50.000 habitantes e 24,7% em municípios

com mais de 100.000 e até 350.000 habitantes. Em regiões metropolitanas, a maior

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parcela da população nessas regiões, 42,5%, estão em locais com população de

mais 2 milhões e até 10 milhões de habitantes (Figura 1).

Figura 1 - Domicílios particulares ocupados existentes em aglomerados subnormais, por classes de tamanho da população dos municípios, segundo as Regiões Metropolitanas e os municípios - 2010

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010 (adaptado).

Teófilo Otoni – MG

Segundo o IBGE, a estimativa da população da cidade de Teófilo Otoni em

2015 era de 141.046 habitantes, sendo então a 18º cidade mais populosa do estado.

Em 1980 a cidade possuía 128.826 habitantes (Tabela 1). Percebe-se que o

crescimento populacional da cidade variou entre as décadas. Essa alteração é

devida principalmente pelas transformações econômicas na região, que atraíam ou

repeliam trabalhadores e influenciaram diretamente no quantitativo populacional.

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Tabela 1 - Crescimento Populacional em Teófilo Otoni – MG

Censo População

1970 133.017

1980 128.826

1991 140.833

2000 129.424

2010 134.733

Fonte: IBGE, 2010

Segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o

IDH é uma medida média das conquistas de desenvolvimento humano básico em

um país. Os três pilares que constituem o IDH são a saúde (uma vida longa e

saudável), a educação (acesso ao conhecimento) e renda (padrão de vida). Na

avaliação da renda dos habitantes de um município adota-se o cálculo da renda

municipal per capita. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de

Teófilo Otoni, no ano 2010, era de 0,701, enquanto o IDH de Minas Gerais era de

0,773. Segundo a classificação do Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD), o município está entre as regiões consideradas de médio

desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8), sendo que a cidade possui a maioria

dos indicadores próximos ou acima da média segundo o PNUD (IBGE, 2010). Para

Minas Gerais, o valor do IDH-Renda correspondia a 0,711 e o IDH-Longevidade

possuía valor igual a 0,759 (IBGE, 2010), sendo a esperança de vida ao nascer

utilizada para fazer o cálculo, dependendo também das condições de mortalidade

existentes.

De acordo com a Revista do Legislativo da ALMG, o termo linha de pobreza é

utilizado para descrever o nível de renda anual com o qual uma pessoa ou uma

família não possui condições de obter todos os recursos necessários para viver. Esta

linha identifica os pobres, diferenciando-os dos não pobres. Em 2000, 39,8% da

população residente em Teófilo Otoni era considerada pobre, sendo que a média de

renda per capita correspondia a R$210,30. De 2000 a 2010, a proporção de pessoas

com renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo reduziu em 46,0%. Em

2010, 81,3% da população vivia acima da linha da pobreza, 12,2% encontrava-se na

linha da pobreza e 6,5% estava abaixo. Há uma grande diferença quando

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comparada a renda média per capita de Teófilo Otoni com a do Estado, que é de R$

276,60. Assim, pode-se inferir que a qualidade de vida de Teófilo Otoni é um pouco

inferior à qualidade de vida dos mineiros como um todo, principalmente em relação

ao IDH-Renda.

Em relação à faixa etária da população de Teófilo Otoni, é mostrado na Figura

2 a sua configuração no ano de 2006. Observa-se que na cidade há predominância

da população mais jovem, já que 36.743 pessoas (28,36%) têm entre 0 e 14 anos,

14.294 pessoas (11,2%) têm entre 15 e 19 anos e 21.772 (17,1%) entre 20 a 29,

contra apenas 14.103 pessoas com 60 anos ou mais (11,05%).

Figura 2 - Composição da população por faixa etária em 2006

Fonte: IBGE, Censos e Estimativas/DataSUS.

Quanto ao gênero, a cidade possui mais mulheres do que homens, sendo

64.466 homens, enquanto a população feminina chega a 70.279.

Legislação

A Constituição Federal de 1988 (Capítulo VI - Do Meio Ambiente), no Art. 225,

determina que:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

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Para isso, existem dispositivos legais que estão relacionados à administração

da ocupação de áreas ambientalmente frágeis e que podem oferecer riscos a

atividades ou edificações de qualquer natureza. O Código Florestal (Lei 4.771/1965),

considerado a principal norma para prevenir a ocupação em áreas de risco, proíbe

construções em topo de morros, em encostas com inclinação superior a 45 graus e a

menos de 30 metros de distância do leito dos rios (art. 10). Nessas regiões é

permitida apenas a exploração seletiva em regime de manejo sustentável. O Código

Florestal, sancionado em 1965, passou por revisões e foi revogado pela Lei

12.651/2012, que dispõe sobre a proteção de matas nativas e mantém as proibições

quanto às construções em áreas de encosta.

A ocupação dos terrenos de encosta, acompanhada do desmatamento, pelas

alterações no escoamento natural da água, por alterações da permeabilidade dos

solos e pela movimentação de terras, são fatores que interferem na estabilidade do

terreno. Esses locais passam a ser mais propícios a acidentes, sendo assim

considerados áreas de risco. Ressalta-se ainda que a responsabilidade não deve ser

atribuída aos fenômenos da natureza e, sim a desordenada ocupação urbana nas

áreas de risco.

Chama-se atenção também para os limites gerais de parcelamento do solo,

quanto a ocupação de encostas no Brasil. A Legislação Federal brasileira apresenta

apenas uma lei que trata do assunto, a Lei de Parcelamento do Solo (Lei 6.766) de

1979, nunca revista. Em seu artigo 3, parágrafo único, § III, a Lei 6.766/1979 proíbe

o parcelamento do solo em terrenos com declividade igual ou superior a 30%, salvo

se atendidas as exigências específicas das autoridades competentes. Além disso,

prevê que o parcelamento do solo em regiões urbanas, para fins urbanos, só será

admitido, caso previsto pelo plano diretor ou aprovados por lei municipal.

O Plano Diretor participativo da cidade de estudo (Lei 5892/2008), dá

diretrizes gerais quanto à política ambiental, que tem como objetivo promover a

utilização sustentável do meio ambiente. Quanto à gestão das condições geológicas

ou da ocupação de encostas, não há documentos que viabilizem o cumprimento das

diretrizes estabelecidas no Plano Diretor, nem mesmo mapeamentos das áreas de

risco. O Poder Público é o responsável por assegurar que todos tenham direito ao

meio ambiente com condições essenciais à qualidade de vida, devendo criar

espaços e componentes territoriais protegidos em todas as unidades da Federação.

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Porém, a ausência de legislação e de fiscalização, contribui para que a ocupação de

áreas de risco aconteça.

Caracteristicas do local de estudo

Os bairros analisados no município de Teófilo Otoni – MG, Bairro Jardim São

Paulo e Bairro Funcionários, estão situados na zona sul da cidade. Cerca de 60%

do seu relevo é elevado e possuem muitas construções irregulares, que modificaram

a proteção natural do solo (Figura 3 e Figura 4).

Figura 3 - Mapa de Teófilo Otoni-MG com destaque para os bairros analisados

Fonte: Google Maps.

Figura 4 - Bairro Funcionários (1) e Bairro Jardim São Paulo (2)Fonte: Google Maps.

Funcionários

Jardim São Paulo

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Quanto as construções, observa-se que a maioria são casas de alvenaria,

sem acabamento, como reboco ou revestimento, e até mesmo sem forro ou laje,

tendo como única proteção, uma cobertura em telha de amianto ou colonial. As

residências possuem poucos cômodos, numa delas, por exemplo, havia apenas

duas divisões, com um banheiro no exterior da casa em situação precária.

O aumento dessas construções irregulares se dá pelo crescimento

desordenado das cidades nos últimos anos, principalmente por uma população mais

carente em áreas de menor valor imobiliário. Em Teófilo Otoni, o índice médio

pluviométrico anual é de 1.059,9 mm. Segundo Baur (2013) Teófilo Otoni corre

riscos de enchentes fluviais e pluviais, deslizamentos e escorregamentos em

algumas épocas do ano. Esses deslizamentos tem origem geológica e são

facilitados pela ação indevida da sociedade dos espaços urbanos.

Materiais inconsolidados e não cimentados como: areia, silte, argila,

existentes em encostas, em contato com a água são os causadores de deslocar

esses componentes do solo, causando condições não favoráveis aos moradores e

favoráveis ao deslizamento. Outro agravante são as queimadas, que devido à

mudança química do solo também contribuem com os deslizamentos. O poder

público também é um fator que leva à construção irregular, já que não consegue

solucionar todos os problemas enfrentados pelos moradores, que persistem

habitando regiões de risco. (CARDOZO, et al, 2013)

Metodologia

A pesquisa foi dividida em 4 etapas (Figura 5). Inicialmente, foi realizada uma

pesquisa bibliográfica, levantando os materiais publicados em livros, artigos e leis

relacionados aos assentamentos precários, em especial às construções em

encostas. Em seguida, foram levantados, na cidade de estudo, os locais com

moradias em áreas de risco, identificando-os num mapa, uma vez que o município

não possui esse banco de dados. Logo depois, foi criado um questionário com 16

perguntas a ser aplicado entre os moradores das áreas de risco, levantando

questões como: renda per capita da residência, relação do morador com a unidade e

estrutura da moradia.

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Entrevistas com os moradores

Criação do questionário

Levantamento de dados

Figura 5 - Etapas do Trabalho

Os questionários foram aplicados nos bairros Funcionários e Jardim São

Paulo, áreas de risco selecionadas dentro da cidade, objeto de estudo. Foram

aplicados 8 questionários no bairro Funcionários e 10 no bairro Jardim São Paulo,

envolvendo 18 moradores de casas distintas, com chances de deslizamentos. A

tipologia construtiva e o sistema estrutural das construções nesse tipo de terreno na

cidade de Teófilo Otoni – MG também foram analisadas. Além da aplicação dos

questionários foram conduzidas entrevistas semiestruturadas, questionando as

razões que levaram os moradores a habitarem esses locais, se as necessidades da

família são atendidas e ainda suas impressões e anseios.

Quanto à moradia, a estrutura da casa foi observada, verificando se haviam

manchas, trincas, corrosões, infiltrações, vazamentos, e também a ocorrência de

outras patologias. Como se trata de uma cidade com clima tropical quente e úmido,

ou tropical com estação seca, com temperatura média anual de 23.2 °C e

verões chuvosos com temperaturas elevadas, os moradores também foram

indagados quanto ao conforto térmico nas edificações.

Após as entrevistas, o entorno de cada moradia pesquisada foi fotografado,

com o consentimento dos residentes, evidenciando os riscos de deslizamentos. Ao

concluir a visita, fez-se uma conscientização dos moradores quanto aos perigos das

construções de encostas na cidade.

Resultados

Os entrevistados, de forma geral, vivem com renda de um salário mínimo ou

menos e, em sua maioria possuem escolaridade incompleta, com idade entre 30 e

40 anos. Percebeu-se que a relação familiar e de amizade que os moradores

adquiriram nos bairros pesquisados elimina o desejo de deixar a localidade, tendo

em vista que os entrevistadores residem em suas casas há cerca de 10 anos. Mais

Pesquisa bibliográfica

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de 50% dos entrevistados são proprietários da residência e, pequena parte teve a

unidade habitacional cedida pela prefeitura ou por terceiros.

Na Figura 6 é possível observar o baixo nível de escolaridade. A maioria dos

entrevistados possui ensino fundamental incompleto (33%), o que faz com que os

moradores, em muitos casos, não identifiquem as situações de risco em que se

encontram as edificações.

Figura 6 - Nível de escolaridade

2

6

32

4

10

0

2

4

6

8

Analfabeto Fundamentalincompleto

Fundamentalcompleto

Ensino médioincompleto

Ensino médiocompleto

Superiorincompleto

Superiorcompleto

Entr

evi

stad

os

Nível de escolaridade

Nas visitas in loco, foram identificadas infiltrações, deslocamento de

revestimentos, rachaduras e irregularidades dos terrenos (Figura 10-13). Essas

patologias são freqüentes em todas as casas; mas os proprietários negam a sua

existência, afirmando que a moradia está em boas condições, e não apresenta

riscos.

A corrosão de pilares e vigas, na maioria das vezes, não é percebida pelos

moradores, assim como as manchas de umidade. Quanto a transmissão de calor

pelas paredes externas, os moradores informaram que ela quase não se é

percebida. De modo geral, é possível observar que grande parte dos entrevistados

diz que a casa atende satisfatoriamente as necessidades de suas respectivas

famílias (Figura 7-9).

Figura 7 - Conhecimento estrutural da edificação

37

141511

4

05

101520

Observou algum tipode irregularidade

Conhecimento dosistema estrutural da

edificação

A casa atende bem anecessidade dos

residentes

Entr

evi

stad

os

Sim Não

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Figura 8 - Condições da edificação

3

87

3

9

6

2

11

5

0

5

10

15

Frequente Inexistente Não percebe

Entr

evi

stad

os

Descolamento do revestimento externo

Descolamento do revestimento das áreas molhadas internas

Vazamentos nas lajes entre andares

Figura 9 - Condições da edificação

2

97

12

3 34

11

3

0

5

10

15

Frequente Inexistente Não percebe

Entr

evi

stad

os

Corrosão de pilares e vigas, onde eles estão aparentes

Transmissão de calor pelas paredes externas

Manchas de umidade em paredes

Figura 10 - Casa com umidade na parede na Travessa D no Bairro Funcionários

Fonte: Arquivo pessoal, 2015.

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Figura 11 - Moradia de risco na Rua Godofredo Mollendorf no Bairro Funcionários

Fonte: Arquivo pessoal, 2015.

Figura 12 - Casa de um dos entrevistados na Tv. Noventa e Um no Bairro Funcionários

Fonte: Arquivo pessoal, 2015.

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Figura 13 - Outra residência pesquisada em área de risco na Tv. Noventa e Um no Bairro Funcionários

Fonte: Arquivo pessoal, 2015.

Possíveis soluções

Nos meios urbanos, a intervenção em assentamentos informais envolve um

conjunto de ações preventivas de acidentes como deslizamentos e inundações. A

construção de moradias em encostas exige cuidados especiais quanto aos materiais

utilizados, às alternativas de acesso, e aos sistemas de coleta pluviais do bairro.

Uma solução seria pressionar as autoridades públicas a fazer a remoção das

populações que ocupam áreas de alto risco, transferindo-as para áreas seguras com

moradias dignas.

Outra solução cabível seria a implantação de um sistema de alerta para a

população do município, através do meio de veiculação pública, sendo feita assim a

remoção da população em áreas de riso, mediante alerta de chuva intensa. O

Sistema Alerta Rio tem essa função e é efetivado por meio da constante medição e

análise dos dados pluviométricos das estações que integram o sistema. Outro

exemplo é o da Fundação Rio Águas, que implantou em 2010 uma rede telemétrica

composta por linígrafos automáticos e por pluviômetros para monitorar o nível dos

rios das principais bacias hidrográficas existentes no Território Municipal. Os

registros gerados por estes equipamentos também poderão ser utilizados nos

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monitoramentos das encostas e nos casos de acompanhamentos de eventos com

desenvolvimento de fluxos de lama e/ou de detritos (NETTO, AVELAR, d’ORSI,

2011).

Além disso, podem ser feitas obras de retaludamento para ângulos de corte

em solo mais estáveis, revegetação de encostas e desocupação de talvegues

naturais, ocupados de forma caótica.

Dentre as mensurações de encosta mais usuais e que trazem informações

sobre a estabilidade das massas de solo, podem ser citadas: Instalação de

medidores de nível d’água (MNA); Instalação de Piezômetros; Instalação de

inclinômetros; Instalação de marcos superficiais com acompanhamento remoto.

Considerações finais

Este presente trabalho teve como principal motivação levantar algumas das

áreas de risco dos bairros Funcionários e Jardim São Paulo na cidade de Teófilo

Otoni/MG, e analisar a visão de residentes desses locais e suas condições de

moradia, relacionadas a estrutura das construções.

Pôde-se observar durante a pesquisa que os moradores encontram-se

acomodados, sem qualquer tipo de informação sobre os sérios riscos que correm e

de simples métodos que podem ser aplicados para reduzir o problema. Apesar do

perigo ser perceptível, não se acredita na possibilidade de um desastre atingí-los. Os

residentes dos bairros analisados não se sentem no direito de reinvindicar por

segurança ou por melhores condições de habitação, o que pode ser consequência

da pouca instrução ou conformismo. De qualquer forma, percebe-se as

desigualdades no processo de ocupação de encostas, assim como os demais

problemas da cidade.

Fiscalização de obras e um constante monitoramento dessas áreas são muito

importantes para a minimização de riscos de tragédias. Portanto, conclui-se que se

faz necessário um planejamento municipal para evitar que casas sejam construídas

em encostas. Conjuntamente, é preciso uma mobilização da sociedade para

conscientizar a população dos seus direitos de segurança e habitação de qualidade,

e dos perigos de se construir em encostas.

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Processo de Avaliação por Pares: (Blind Review - Análise do Texto Anônimo)

Publicado na Revista Vozes dos Vales - www.ufvjm.edu.br/vozes em: 14/06/2016

Revista Científica Vozes dos Vales - UFVJM - Minas Gerais - Brasil

www.ufvjm.edu.br/vozes

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UFVJM: 120.2.095-2011 - QUALIS/CAPES - LATINDEX: 22524 - ISSN: 2238-6424

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em diversas áreas do conhecimento.