o plano diretor de encostas: ferramenta para gestão de riscos … · 2015-11-06 · resumo: este...

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33 IV COBRAE - Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas - Salvador-BA O Plano Diretor de Encostas: ferramenta para gestão de riscos associados ao sistema de encostas da paisagem urbana de Salvador Mattos, E.F.O. Prefeitura Municipal de Salvador, Salvador, Bahia, Brasil. Gomes, R.L. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, Brasil, [email protected] Oliveira, S.M. Prefeitura Municipal de Salvador, Salvador, Bahia, Brasil, [email protected] Resumo: Este trabalho apresenta o Plano Diretor de Encostas do Município de Salvador, o qual consiste em um instrumento técnico-administrativo para o planejamento e gestão das ações necessárias para a estruturação urbano-ambiental dos assentamentos em situação de risco geológico-geotécnico e de auxílio ao desenvolvimento urbano do Município. A elaboração do Plano Diretor de Encostas (PDE) foi compartimentada em quatro etapas, denominadas de Módulos: I – Inventário; II – Diagnóstico; III – Prognóstico, e IV - Plano de Ação. Assim, o PDE constitui um instrumento diretivo inédito representando mais um grande avanço no sentido de se efetuar um planejamento urbano mais adequado às características sociais e ambientais do Município de Salvador e, principalmente, às ações da administração pública relacionadas com a segurança e a qualidade de vida da população soteropolitana de baixa renda. Abstract: This work presents the Landslide Management Plan of the Municiple of Salvador, which consists of a technical-administrative instrument for the planning and management of the actions necessary for the urban-environmental structuring of housing in a geological-geotechnical risk situation and of the subsidization of urban development by the Municiple. The formulation of the Landslide Management Plan was compartmentalized into four stages, named as Modules: I – Inventory, II – Diagnostic, III – Prognostic and IV – Plan of Action. In this manner, the Plan has constructed an innovative directive instrument representing one more large advance in the establishment of a more adequate urban plan in its social and environmental characteristics for the Municiple of Salvador, and principally, in the actions of the public relations administration in regard to the security and quality of life of the low income population.

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33IV COBRAE - Conferência Brasileira sobre Estabilidade de Encostas - Salvador-BA

O Plano Diretor de Encostas: ferramenta para gestão deriscos associados ao sistema de encostas da paisagemurbana de Salvador

Mattos, E.F.O.Prefeitura Municipal de Salvador, Salvador, Bahia, Brasil.

Gomes, R.L.Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, Brasil, [email protected]

Oliveira, S.M.Prefeitura Municipal de Salvador, Salvador, Bahia, Brasil, [email protected]

Resumo: Este trabalho apresenta o Plano Diretor de Encostas do Município de Salvador, o qualconsiste em um instrumento técnico-administrativo para o planejamento e gestão das açõesnecessárias para a estruturação urbano-ambiental dos assentamentos em situação de riscogeológico-geotécnico e de auxílio ao desenvolvimento urbano do Município. A elaboração doPlano Diretor de Encostas (PDE) foi compartimentada em quatro etapas, denominadas de Módulos:I – Inventário; II – Diagnóstico; III – Prognóstico, e IV - Plano de Ação. Assim, o PDE constitui uminstrumento diretivo inédito representando mais um grande avanço no sentido de se efetuar umplanejamento urbano mais adequado às características sociais e ambientais do Município deSalvador e, principalmente, às ações da administração pública relacionadas com a segurança e aqualidade de vida da população soteropolitana de baixa renda.

Abstract: This work presents the Landslide Management Plan of the Municiple of Salvador,which consists of a technical-administrative instrument for the planning and management of theactions necessary for the urban-environmental structuring of housing in a geological-geotechnicalrisk situation and of the subsidization of urban development by the Municiple. The formulationof the Landslide Management Plan was compartmentalized into four stages, named as Modules:I – Inventory, II – Diagnostic, III – Prognostic and IV – Plan of Action. In this manner, the Plan hasconstructed an innovative directive instrument representing one more large advance in theestablishment of a more adequate urban plan in its social and environmental characteristics forthe Municiple of Salvador, and principally, in the actions of the public relations administration inregard to the security and quality of life of the low income population.

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1 INTRODUÇÃO

Os riscos associados ao sistema de encostasda paisagem urbana de Salvador constituemum problema de natureza social e ambiental queapresenta uma dinâmica intimamente ligada aocrescimento desordenado da cidade. Dessaforma, para o enfrentamento desse problemasão necessárias ações que envolvam planosde intervenção e recuperação das áreas degra-dadas, além da prevenção quanto à reincidên-cia do problema e surgimento de novos casos,por meio da educação ambiental e da participa-ção das comunidades envolvidas no planeja-mento das intervenções.

Devido à extensão territorial (302 Km²) e àcomplexidade e abrangência da problemáticadas encostas no Município de Salvador (Figu-ra 1), as diretrizes para implementação do con-junto de ações citado acima, necessitam de umconhecimento técnico amplo e integrado so-bre os aspectos sociais, econômicos eambientais do problema em questão. Esse co-nhecimento sistematizado e devidamente ori-entado permite a racionalização de recursos,ampliando o alcance do poder público no aten-dimento às demandas sociais nas áreas de ocu-pação subnormal. Com base nessas assertivasfoi concebido e elaborado o Plano Diretor deEncostas de Salvador.

2 MÉTODO ADOTADO

A elaboração do Plano Diretor de Encostas(PDE) foi compartimentada em quatro etapassubseqüentes e interdependentes, chamadasde Módulos: Modulo I – Inventário; MóduloII – Diagnóstico; Módulo III – Prognóstico; eMódulo IV - Plano de Ação.

Ressalta-se que a metodologia empregadanos estudos, principalmente nos módulos I eII, utiliza os conceitos presentes na extensabibliografia nacional e internacional referente

a gestão em áreas de risco e elaboração de Car-tografia Geotécnica, tais como Varnes, D.J.(1985); Ayala, F.J. (1987); Augusto Filho, O., etal. (1990); Cerri, L.E.S. (1993); IAEG (1976);Prandini, F.L et al. (1995) e Zuquette, L.V. (1993);dentre outros.

2.1 Módulo I - Inventário

O Inventário é o componente do Plano no qualencontram-se sistematizados diversos dadose informações, que subsidiam a realização detrabalhos associados à caracterização físico-ambiental e socioeconômica dos assentamen-tos localizados em encostas e sob situação derisco de morte e de perdas materiais. A caracte-rização físico-ambiental diz respeito à identifi-cação dos aspectos geológicos, geomorfoló-gicos, geotécnicos e sobre o uso e coberturado solo, assim como ao registro das açõesantrópicas responsáveis pela degradação deencostas situadas no Território Municipal,quais sejam: remoção da vegetação natural ecultivo de espécies inadequadas; escavaçõessubverticais e cortes inadequados nas encos-tas para implantação de moradias; escadarias,vias de acesso e sistema de drenagem em con-dições precárias; obstrução dos cursos de dre-nagem natural, e disposição indevida de águasservidas, esgotamento sanitário, lixos e ater-ros. Já a caracterização socioeconômica tratado levantamento dos perfis das populações queocupam as áreas de risco e compreende os se-guintes parâmetros: número de pessoas, faixasetárias, escolaridade, atividades econômicas,opções de lazer, aspectos ligados à saúde ehigiene, faixa de rendimento, expectativas depermanência e/ou de reassentamento e aspec-tos das edificações.

A compilação dos elementos que permitema avaliação dessas condições (físico-ambientale socioeconômica) foi realizada a partir de pes-quisas em Órgãos da Prefeitura Municipal de

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Salvador, do Estado da Bahia, da União e dainiciativa privada; realização de uma série deinspeções de campo denominadas informal-mente de “Varredura”, e de uma pesquisasocioeconômica específica para a avaliação dosanseios da população que reside nas áreas dasencostas e em situação de risco.

O conjunto de dados e informações obti-dos foi sistematizado em um banco de dadosdigital elaborado especificamente para atenderaos propósitos do Plano, sendo, para isto, uti-lizada a tecnologia SIG (Sistema de Informa-ções Geográficas). O Sistema de Informaçõesdo Plano – SIGPDE (Sistema de InformaçõesGeográficas do Plano Diretor de Encostas) foiconcebido com o objetivo de servir como ins-

trumento de gerenciamento dos dados e infor-mações inventariadas, e de subsidiar a realiza-ção dos Módulos subseqüentes ao Inventá-rio. Dessa forma, além de ferramentas ineren-tes à tecnologia SIG, foram implementadas fun-ções específicas para o desenvolvimento dostrabalhos relacionados ao Diagnóstico, Prog-nóstico e Plano de Ação.

2.2 Módulo II - Diagnóstico

O Diagnóstico destinou-se à compreensão dosfatores condicionantes do risco (sociais eambientais) e, conseqüentemente, dos proble-mas de instabilidade de taludes e encostas,assim como à determinação da distribuição es-

Figura 1: Localização do Município de Salvador e Região Metropolitana.

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pacial do risco de acidentes em áreas de assen-tamento precário, em função da susceptibilida-de a escorregamentos e das potenciais perdashumanas e de bens materiais associados. Estaabordagem abrangeu os seguintes assuntos:

• Conhecimento dos aspectos geológico-geotécnicos, geomorfológicos e sobre o usodo solo, que, integrados definem a distribui-ção espacial da suscetibilidade a acidentesenvolvendo movimentos de terra e/ou de blo-cos de rocha em todo o Território Municipal.Esse conhecimento encontra-se materializadoem modelos cartográficos elaborados na esca-la 1:25.000, que se caracterizam como instru-mentos de orientação para o planejamento deintervenções técnicas preventivas, corretivas ouemergenciais, no âmbito das encostas e taludes;

• Diagnóstico físico-ambiental das áreas derisco identificadas e vistoriadas na etapa de“varredura”, o qual abrangeu a caracterizaçãodos problemas de natureza física e antrópica,causadores de instabilidades das encostas etaludes. As informações que compõem estediagnóstico físico-ambiental têm como finali-dade servir de apoio na definição de interven-ções e no monitoramento dessas áreas duran-te a implantação do Plano;

• Diagnóstico socioeconômico, o qual abor-da a análise do quadro socioeconômico dosassentamentos em situação de risco identifica-dos na “Varredura”. As informações desse di-agnóstico serviram de subsídio para a defini-ção dos reassentamentos, para a realização dosestudos de viabilidade e para o ordenamentodas intervenções preconizadas no Plano. As-sim, o Diagnóstico caracteriza-se como o ele-mento do Plano que agrega um conjunto deconhecimentos multidisciplinares referentes aoproblema dos riscos inerentes ao sistema deencostas da paisagem do Município, a partirdo qual foi possível uma visão sistêmica queabrange os principais aspectos desse comple-xo fenômeno.

2.3 Módulo III - Prognóstico

O Prognóstico compreendeu o conjunto de in-tervenções necessárias para o controle do ris-co e recuperação das áreas objeto do Plano, deforma a garantir a segurança e conferir melho-res condições de vida para as famílias residen-tes nessas áreas, assim como assegurar a inte-gridade física de escolas, vias e outros patri-mônios do Município e da população. Esseconjunto de intervenções é composto por trêsgrupos distintos de ações, que são: a) Recupe-ração de taludes e encostas instáveis por meiode obras de contenção, proteção e urbaniza-ção, fundamentadas em soluções padroniza-das, espacializadas e orçadas com base no Ca-derno de Encargos específico para tais cons-truções e nas ferramentas implementadas noSIGPDE; b) Reassentamento de famílias resi-dentes em áreas de risco, mais especificamen-te, aquelas que moram em edificações em situ-ação de risco real, onde as características geo-lógico-geotécnicas e topográficas implicam naexecução de obras onerosas para a estabiliza-ção ou contenção do talude ou encosta, e sejaconstatada a viabilidade sob o ponto de vistasocial; c) Projeto de Educação Ambiental eDesenvolvimento Comunitário, a partir do qualconjetura-se a sensibilização e mobilização dapopulação que vive nas áreas de risco, capaci-tando os moradores mediante informações econceitos para a construção do conhecimen-to, indicando meios de sobrevivência sem osriscos ocasionados pelas suas condições dehabitabilidade, buscando, assim, caminhos quevenham a evitar acidentes e reflitam na melhoriade sua qualidade de vida.

Os dois primeiros grupos de ações tratamde intervenções estabelecidas para áreas es-pecíficas, ou seja, foram concebidos a partirdos aspectos geológico-geotécnicos esocioeconômicos inerentes a cada área de ris-co. Ao contrário do último grupo, cuja

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abrangência transcende às particularidades decada uma das áreas de risco contempladas noPDE, compondo por esse motivo um projetoespecífico tratado dentro do Plano de Ação.De modo a subsidiar a definição da melhor in-tervenção, recuperação dos taludes e encos-tas ou remoção e reassentamento das famílias,foi realizado um estudo de viabilidade no qualestão definidos, de forma sistematizada, osparâmetros técnico-econômicos necessáriospara essa tomada de decisão. Também fez par-te do Prognóstico o Caderno de Encargos quetraz como conteúdo os procedimentos, os cri-térios de medição e pagamento dos serviços eas especificações para a elaboração de proje-tos e execução de obras para a proteção e con-tenção de encostas no Município de Salvador.

2.4 Módulo IV - Plano de Ação

O Plano de Ação compreendeu os elementosdiretivos para a implantação e gestão do PDE.Esses elementos compõem o conjunto de in-formações e ações que são fundamentais paraatingir a eficiência técnica, econômica e socialprevista para o PDE num horizonte de tempode 10 anos.

Os elementos que formam o Plano de Açãosão: a) Hierarquização das Intervenções: com-preende um modelo de tomada de decisão con-cebido a partir de uma abordagem multicritério,adaptada às peculiaridades das áreas de riscoobjeto do PDE. Com base nesse modelo foramordenadas e definidas as áreas prioritárias; b)Cronograma Físico-Financeiro: indica a dis-tribuição dos investimentos necessários paraa implantação do PDE ao longo de 10 anos; 3)Educação Ambiental e Desenvolvimento Co-munitário: abrange as diretrizes para o desen-volvimento de um trabalho de educaçãoambiental e de desenvolvimento comunitário,cuja finalidade é a redução dos riscos dedeslizamentos a partir da conscientização e do

incentivo a mudanças de atitudes da popula-ção residente nas áreas de risco objeto do PDE;d) Arranjo Institucional: versa sobre a estru-tura institucional proposta para a implantaçãoe gestão do PDE.

A utilização e implementação desses ele-mentos de forma integrada e dinâmica, aten-tando para a evolução dos problemas associa-dos a assentamentos precários, culminarão naredução e controle do risco de deslizamentos econseqüente melhoria das condições de vidade parcela da população carente residente emáreas de risco situadas em encostas, assimcomo no uso mais adequado das encostas ur-banas de Salvador.

3 DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS

3.1 Inventário de dados e Informações Secun-dárias

Os dados e informações secundárias sobre asencostas urbanas do Município de Salvadorcompõem um precioso acervo técnico que au-xiliou na elaboração dos estudos (Diagnósticoe Prognóstico) que nortearam a elaboração doPDE, prestando-se, também, como referênciapara a elaboração de outras ações que visemao controle do risco geológico-geotécnico emencostas. Esse acervo é composto pelos se-guintes elementos: Produção Literária, Téc-nico-Científica - Constitui-se de 42 registrossobre publicações de diversas naturezas (li-vros, teses, dissertações, relatórios e artigostécnicos) que abrangem os aspectos físicos,socioeconômicos, políticos e institucionais noâmbito do Município de Salvador e do Estadoda Bahia, assim como elementos da literaturatécnica nacional e internacional que resgatama experiência de outros locais com problemassemelhantes ao objeto de interesse do PDE, orisco em encostas; Dados Cartográficos - Con-sistem em dados armazenados em meio digital

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ou analógico, cujos elementos representam fei-ções características dos meios físico e antrópicoreferentes ao território do Município, que, emconjunto, compõem a Base Cartográfica do Pla-no; Dados de Investigações Geotécnicas - Tra-ta-se de um conjunto de dados georreferencia-dos em ambiente SIG que compreende registrosde sondagens (1567 sondagens à percussão erotativa) e de resultados de ensaios geotécnicosrealizados em amostras de blocos indeformadosde solos (383 amostras) (Figura 2).

Figura 2: Disposição espacial dos dados de investiga-ções geotécnicas cadastradas no inventário

3.2 Inspeções Físico-Ambientais

Os dados de caráter físico-ambiental abrangemo registro de problemas de natureza grológica-geotécnica, condicionantes de escorregamen-tos decorrentes de intervenções antrópicasadversas, potencialidade de perdas humanas emateriais, tipos de edificações associadas, as-pecto da infra-estrutura referente aos acessose ao sistema de drenagem de águas pluviais.Uma informação de caráter fundamental,advinda das inspeções Físico-Ambientais, é aclassificação dos Pontos de Risco segundo asituação atual ou condição potencial de perigo

ao ser humano e de possíveis danos materiaisà propriedade pública ou privada, ou seja, ograu de risco. O estabelecimento do grau derisco resultou da avaliação técnica empíricabaseada na identificação em campo de fatorescondicionantes do risco e na probabilidade deocorrência de acidentes durante um intervalode tempo que engloba ao menos uma estaçãode chuvas intensas e prolongadas. Nesta faseforam cadastrados o total de 1070 pontos derisco (Figura 3)

Figura 3: Disposição espacial dos pontos de riscovistoriados nas diferentes Regiões Administrativas deSalvador.

3.3 Inspeções Socioeconômicas

Os dados relacionados a aspectos socio-eco-nômicos contemplaram elementos de caráterquantitativo, necessários para caracterizar operfil socioeconômico dos moradores residen-tes em locais onde foram identificadas situa-ções de risco, e balizar as estimativas sobre osrecursos e investimentos necessários para arealização dos reassentamentos definidos noMódulo III - Prognóstico. Esses dados visa-ram identificar os padrões domiciliares, os va-lores e fontes de renda da população afetada, a

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infra-estrutura e os serviços públicos auferidosna condição atual, e atitudes individuais e co-munitárias frente às possibilidades dereassentamento.

As inspeções socioeconômicas foram ba-seadas num questionário subdividido em blo-cos de questões fechadas, pré-codificadas, quecontemplaram: Identificação do cadastrador;Endereço completo do imóvel, incluindo regiãoadministrativa e ponto de risco associado;Identificação do responsável pelo imóvel, do-cumentação civil; Características Sócio-famili-ares, incluindo renda total, idade, posição nafamília, escolaridade, ocupação principal; Ca-racterísticas do domicílio, assim como infra-estrutura de saneamento e grau de satisfaçãoem relação à atual situação domiciliar; e Histó-rico de risco, incluindo a ocorrência de aciden-tes, com ou sem vítimas.

3.4 Diagnóstico Físico–Ambiental das Áreasde Risco

Foram diagnosticadas 433 Áreas de Risco,para as quais foram elaboradas fotocartas apre-sentando a delimitação da zona de influência, adistribuição dos pontos de risco associados ea classificação quanto ao risco (Figura 4).Acompanhando cada fotocarta encontra-seuma ficha padronizada, na qual constam infor-mações referentes aos principais aspectos físi-co-ambientais e socioeconômicos da Área deRisco correspondente. Essas áreas encontram-se distribuídas ao longo de todo o TerritórioMunicipal, apresentando, no entanto, uma ten-dência de concentração nas adjacências daEscarpa da Falha de Salvador, em locais comoGamboa, Ladeira de Pilar e na área compreendi-da entre Água de Meninos e Boa Vista doLobato. Observa-se, também, uma grande den-sidade de Áreas de Risco nas encostas de va-les como aqueles onde se situa a Av. Vasco daGama, a Av. San Martin, a Av. Centenário/

Calabar, a Av. Bonocô e o Vale do Matatu. Essadistribuição espacial é um reflexo da própriaevolução urbana da Cidade, a qual se iniciouao longo da crista da Escarpa da Falha, sendodirecionada ao longo das grandes avenidas devale criadas na segunda metade do século XX,durante o período de crescimento econômicoda Cidade. Nesse contexto evolutivo, a popu-lação de baixa renda sempre se viu obrigada aresidir em áreas de baixo valor, ocupando as-sim, locais de relevo acidentado, fundos devale, pedreiras desativadas e regiões periféri-cas. Sob esse contexto de evolução urbanadesordenada, inerente às grandes cidades bra-sileiras, é que surgem áreas de assentamentossubnormais semelhantes àquelas que compõemo conjunto de Áreas de Risco Diagnosticadasneste Plano Diretor de Encostas.

Figura 4: Trecho de fotocarta apresentando a delimi-tação da área de risco.

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3.5 Diagnóstico Sócioeconômico das Áreas deRisco

Este diagnóstico contempla a análise do qua-dro socioeconômico inerente aos assentamen-tos precários situados em áreas de risco, obje-to de interesse do Plano, por meio de indicado-res obtidos dos levantamentos realizados noInventário – “Varredura” e Pesquisa Socio-eco-nômica. Esses indicadores foram reunidos emdois grupos: Condições de Vida e Anseios dapopulação. A análise integrada e orientada paraos propósitos do Plano, além de caracterizar operfil socioeconômico dos residentes em áreasde risco, converge para as seguintesassertivas:

Reassentamentos - as regiões de Itapagipe,Barra, Rio Vermelho e Cajazeiras provavelmen-te estariam entre as Regiões Administrativasque teriam mais resistência à mudança, preferi-riam que fossem realizadas melhorias/reformasnas localidades em que já residem. Enquantoque, as regiões mais insatisfeitas e, portanto,mais propensas à remoção, são: Centro, Cabula,Pau da Lima e Valéria;

Estudos de Viabilidade – Deve-se consi-derar o custo social, que consiste num custointangível, mas de grande importância na es-colha das intervenções mais adequadas às re-ais necessidades da população a ser beneficia-da e do Município. Deve-se observar as con-seqüências indiretas de eventuais ações dereassentamento, tais como: trauma social, de-vido ao enlace afetivo do morador para com oimóvel; adaptação a novos imóveis muitas ve-zes inferior em espaço e número de cômodosem relação ao anterior; e custo com obras deurbanização para a recuperação da área de ris-co, em função da necessidade de evitar queesse local seja novamente ocupado;

Hierarquização das Intervenções – verifi-cou-se que os indicadores Qualidade de Vida,Atuação da Administração Municipal, Situa-

ção de Risco e Tempo de Moradia, caracteriza-ram-se como critérios importantes para a dis-tinção das áreas mais carentes, insatisfeitas e,assim, de maior prioridade, sob o ponto de vis-ta social, no processo de implantação do Pla-no;

Educação Ambiental e DesenvolvimentoComunitário – embora sejam beneficiadas, emsua maioria (89%), por serviço de coleta de lixo,ainda é comum a disposição de lixo e entulhoem talvegues e ao longo das encostas, tendoem vista que tal prática foi identificada em maisde 30% dos pontos de risco vistoriados. Essae outras práticas, tais como cortes, remoçãoindiscriminada da cobertura vegetal natural,resultam da falta de conhecimento acerca dasconseqüências desses atos e de mobilizaçãodessas comunidades em prol da preservaçãodas condições de segurança e salubridade noambiente em que vivem.

3.6 Recuperação das Áreas de Risco

A definição das soluções para estabilização,contenção ou proteção de encostas ou talu-des fundamentou-se em critérios associados apropriedades geológicas-geotécnicas e geomé-tricas de cada situação analisada. Os conjun-tos de encostas caracterizados no Diagnósti-co foram reagrupados em função das possí-veis soluções a serem adotadas. Assim, foramdefinidos três grupos principais, que são: Gru-po I – engloba parte das encostas adaptadasao avanço da erosão do bloco alto da Falha deSalvador, as encostas ou taludes de aterro, asencostas ou taludes verticais de pedreirasdesativadas, as encostas esculpidas no mantode alteração do Embasamento Cristalino, asencostas esculpidas na interface Barreiras/Embasamento Cristalino, e as encostas comvertentes esculpidas em solos da FormaçãoSalvador; Grupo II – compreende as encostascom vertentes em solos da Formação Pojuca;

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Grupo III – engloba as encostas ou taludes emrocha verticais de pedreiras desativadas e par-te das encostas adaptadas e/ou condiciona-das ao avanço da erosão do bloco alto da Fa-lha de Salvador.

Para o Grupo I foram definidas as soluçõesconforme as situações de geometria, a saber:Situação I – Taludes com inclinações acentua-das ou verticais, normalmente com sinais deescorregamentos anteriores. Para este grupo,as soluções são restritas a muros de peso es-truturais e cortinas atirantadas. Situação II –Taludes com inclinações médias (entre 45° e75°). Para este grupo foram consideradas assoluções de regularização do talude, solo gram-peado e impermeabilização do talude com ar-gamassa e chumbadores; Situação III – Talu-des com inclinações relativamente suaves (<45°). Nesse ultimo caso, foram consideradas aregularização e a utilização de revestimentovegetal associadas a um sistema de drenagempluvial (obras de estabilização). Em alguns ca-sos, pode ser necessária a execução de umapequena contenção sob forma de muro de al-venaria de pedra com a finalidade de garantir asegurança de edificações localizadas nos pa-tamares situados a meia-encosta.

Para o Grupo II a presença de solos expan-sivos induz uma complexidade das soluções aserem adotadas. Mesmo pequenos taludes e/ou encostas com reduzidas inclinações impli-cam obras de contenções caras e aparentemen-te injustificadas por técnicos não conhecedo-res destes tipos de solos. Obras de conten-ções flexíveis, tais como gabiões e obras dedrenagem são particularmente importantes.

Nas encostas que compõem o Grupo III,onde se verificam áreas intensamente fratura-das, são geralmente identificados vários pon-tos susceptíveis a escorregamentos e/ou tom-bamentos de blocos, e queda de lascas do ma-ciço rochoso, principalmente durante o perío-do de chuvas prolongadas. Nessas situações,

foi prevista a necessidade de se proceder oatirantamento de alguns blocos ou lascas derocha, estes com perigo potencial de quedasobre as casas situadas ao pé dos taludes.

Essas soluções foram espacializadas e or-çadas em nível de anteprojeto, utilizando-seferramentas implementadas no SIGPDE (Figu-ra 5). Ressalta-se a característica dinâmica dofenômeno do risco, sendo, então, necessária areavaliação de cada anteprojeto no período quepreceder à realização da intervenção e a cadaevento de chuvas críticas.

Figura 5: Trecho de anteprojeto sugerindo asintervenções geotécnicas a serem realizadas.

3.7 Reassentamentos

O diagnóstico socioeconômico identificou umasérie de fatores que torna o reassentamento dasfamílias residentes em áreas de risco uma inter-venção de elevado custo social. Dentre essesfatores destacam-se os seguintes: Vínculo

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afetivo do morador para com a residência, prin-cipalmente nos casos que o imóvel é próprio eforam realizadas benfeitorias no mesmo; Identi-ficação e apego ao local onde reside; Adapta-ção à nova residência, muitas vezes, distante dolocal de trabalho, e com espaço e número decômodos inferior ao do imóvel anterior.

A remoção e reassentamento das popula-ções em situação de risco consistirão em açõesalternativas às intervenções de recuperação dasáreas de risco, pelas quais as famílias sãomantidas nas residências originais. O custo as-sociado à remoção e ao reassentamento em cadaárea de risco foi baseado nos valores de financi-amento praticados pelo programa Pró-Moradiada Caixa Econômica Federal. Assim, os valoresconsiderados por família foram de R$ 6.000,00(seis mil reais) para a compra do material de cons-trução da moradia e R$ 11.000,00 (onze mil reais)por família para a implantação de infra-estrutura(pavimentação, rede coletora de águas pluviais,de esgoto sanitário e luz). Foi considerado, por-tanto, R$ 17.000,00 (dezessete mil reais) por fa-mília reassentada.

3.8 Estudos de Viabilidade

O resultado do Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica contempla a definição e a sistemati-zação de parâmetros técnicos, econômicos esociais, tendo como finalidade auxiliar a Admi-nistração Municipal na decisão pela remoção ereassentamento das famílias residentes nas áre-as de risco diagnosticadas ou pela realização deintervenções que garantam a permanência dasfamílias no local. A partir dos resultados dasanálises comparativas entre as alternativas deremoção e reassentamento, e recuperação dasáreas de risco, as áreas de risco foram divididasem grupos, conforme critérios citados a seguir:

Grupo I (Áreas onde estão previstas ape-nas execuções de obras, não existindo a op-ção de relocação de famílias) - Fazem partedesse grupo 35 áreas que representam 8,08%do total. O investimento previsto para estas

áreas é de R$3.794.615,791 (três milhões, sete-centos e noventa e quatro mil, seiscentos equinze reais e setenta e nove centavos), cor-respondentes a 2,32% do montante de investi-mentos conjeturado para o PDE. Essas inter-venções irão beneficiar cerca de 930 famílias, oque fornece um custo médio por família em tor-no de R$ 4.100,00 (quatro mil e cem reais).

Grupo II (Áreas cujo valor individual dasobras propostas é inferior ao valor que seriagasto com o reassentamento) - Tendo em vistaque a remoção e reassentamento são interven-ções, geralmente, de elevado custo social, tan-to para as famílias como para o poder público,e sendo os investimentos finais bem superio-res aos custos necessários para a execução dasobras, a remoção só deverá ser adotada comoúltimo recurso. Neste grupo encontram-se 244áreas de risco. Este número de áreas represen-ta 56,35% e correspondem a um investimentode R$ 63.633.175,69, (sessenta e três milhões,seiscentos e trinta e três mil, cento e setenta ecinco reais e sessenta e nove centavos), o quecorresponde a 38,93 % dos investimentos. Es-tas intervenções irão beneficiar diretamentecerca de 40.000 pessoas, o que correspondema aproximadamente 9300 famílias, resultandonum valor médio de R$ 6.800,00 (seis mil e oito-centos reais) por família.

Grupo III (Áreas cujo valor das obras su-peram os valores para a remoção ereassentamento) - Neste grupo estão 154 áre-as de risco, nas quais foi analisada a conveni-ência, ou não, de remover as famílias. Apósanálise foram indicadas 151 áreas de risco paraexecução de obras. Apenas três áreas de riscoreceberam a solução de remoção de moradorescomo alternativa para a administração pública.As 151 áreas correspondem a 34,87% das áreasanalisadas e 57,89 % do montante de investi-mentos previsto até o fim do plano, o quecorresponde a R$ 94.612.024,64 (noventa e qua-

1 Os preços adotados têm por base o ano 2003.

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tro milhões, seiscentos e doze mil, vinte e qua-tro reais e sessenta e quatro centavos). As in-tervenções propostas para este grupo irão be-neficiar diretamente cerca de 2.670 famílias comum custo por família de R$ 8.600,00 (oito mil eseiscentos reais). O número de famílias indire-tamente beneficiadas é de 8.300.

Grupo IV ( Áreas indicadas para remoçãoe reassentamento das famílias em risco) - Nes-te grupo se encaixam três áreas de risco, para asquais o Estudo de Viabilidade indicou, como sen-do as intervenções mais viáveis, a remoção ereassentamento das famílias em situação de ris-co. As áreas que compõem esse grupo são asseguintes: Área de risco 78 Rua Chile – Platafor-ma – Situada numa área de massapê com exis-tência de rastejo provocando rachaduras nascasas situadas no pé do talude. Não há umasolução de engenharia viável a custos médiosque resolva a situação. A solução mais viável éa de se remover os moradores e cercar a áreapara que não ocorram outras invasões. A en-costa encontra-se praticamente desocupada eos poucos moradores que lá estão com certezatrocarão a situação em que se encontram por umlocal com infra-estrutura e sem riscos; Área derisco 82 – 3ª Travessa Real – Plataforma – Nestelocal as intervenções com obras de engenhariaficariam muito onerosas, pois existe um corre-dor de moradias ocupando a beira de um taludeinstável com cerca de 30m de amplitude, com-posto de sedimentos conglomeráticos proveni-entes da decomposição da Formação Salvador.A solução indicada é a remoção dos moradoresem risco muito alto e retaludar e gramar a encos-ta. Neste talude a Prefeitura deverá criar umaárea verde; Área de risco 418 – Rua Padre LuizFigueira – Brotas – Situação semelhante à áreade risco 82 com edificações situadas na cristado talude em solo residual do embasamento cris-talino, composto de um solo areno-argiloso.Adotou-se a remoção e reassentamento, devi-do o alto custo da intervenção e por situar-seno pé do talude, a Avenida General Graça Lessa.

O custo total das intervenções de engenharia edas remoções e reassentamentos para as trêsáreas do grupo IV estão estimados em R$1.409.181,22 (Um milhão, quatrocentos e novemil e cento e oitenta e um reais e vinte e doiscentavos). Em termos percentuais estas inter-venções correspondem a 0,86% do montante aser investido.

Em termos gerais, o PDE estima um investi-mento total entre obras, projetos e relocaçãode famílias em valor de R$ 163.448.997,33 (cen-to e sessenta e três milhões, quatrocentos equarenta e oito mil, novecentos e noventa esete reais e trinta e três centavos) a valoresiniciais a serem aplicados pelo prazo previstode 10 anos. Este investimento irá beneficiar di-retamente cerca de 12.400 famílias em risco di-reto a um custo médio por família de R$ 4.800,00(quatro mil e oitocentos reais). Indiretamenteserão beneficiadas cerca de 21.600 famíliasmoradoras nas encostas. Tem-se, portanto, umtotal de 34.000 famílias beneficiadas com o PDE.

3.9 Cadernos de Encargos

O Caderno de Encargos compreende procedi-mentos, condições e especificações para a ela-boração de projetos e execução de obras paraa proteção e contenção de encostas no Muni-cípio de Salvador. A grande vantagem destedocumento é a de particularizar para as condi-ções encontradas em Salvador as teorias e prá-ticas utilizadas em outras regiões do País combons resultados, além de consolidar as solu-ções já aplicadas no próprio Município.

3.10 Sistema de Hierarquização

A hierarquização das 433 intervenções em áre-as de risco definidas no Prognóstico foi reali-zada a partir de um modelo de tomada de deci-sões elaborado especificamente para os pro-pósitos do PDE, de forma a subsidiar a escolhada melhor linha de ação por parte do gestor doPlano. Nesse modelo, chamado de Sistema de

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Hierarquização, as intervenções propostas fo-ram ordenadas segundo uma estrutura hierár-quica de priorização baseada na análise com-parativa de um conjunto de aspectos represen-tativo do amplo espectro de características fí-sico-ambientais, econômicas, sociais e políti-cas, relacionadas ao problema do risco em as-sentamentos situados em encostas.

O Sistema de Hierarquização foi concebidoutilizando-se os fundamentos de um métodoclássico de análise multicritério, denominadode AHP (Analytic Hierarchy Process). Foram,também, considerados as premissas básicaspara modelagem de sistemas de tomada de de-cisão com base na análise multicriterial, os da-dos e informações que compõem o SIGPDE, eprincipalmente, os objetivos e finalidades doMódulo IV – Plano de Ação.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A complexidade e amplitude de aspectos rela-cionados às encostas e a dinâmica dos proces-sos a eles associados impõem ao PDE – PlanoDiretor de Encostas, a condição de um traba-lho contínuo através do desenvolvimento defuturos programas específicos que visem omonitoramento das 433 áreas de riscoidentificadas, diagnosticadas e prognosticadase o controle das novas áreas surgidas, impli-cando assim na implementação do órgão gestordo PDE e do SIG-PDE, e na articulação e traba-lho integrado entre os órgãos municipais. OPlano de Monitoramento de Áreas de Risco,por exemplo, consistirá no acompanhamentosistemático das obras de recuperação e dosprocessos de remoção e relocação dos mora-dores, além da avaliação periódica, por equipetécnica especializada, das condições físicas,ambientais e sociais e conseqüentemente dograu e/ou evolução de risco das áreas. Paratanto, se fará necessária a atuação da Prefeitu-ra Municipal de Salvador, em conjunto com osdiversos órgãos, no sentido de proceder ao

desenvolvimento, também, de outros planos eprogramas a saber: Plano diretor de Drenagem,Plano Diretor de Defesa Civil, Programa de In-formações Geotécnicas, Programa deMapeamento Geotécnico, Programa de Divul-gação de Informações e Projeto de EducaçãoAmbiental.

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