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II COLÓQUIO ROLAND BARTHES PLURAL caderno de resumos 2017

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II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL

caderno de resumos

2017

Apoio:

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL2

SUMÁRIO(em ordem alfabética pelo nome do apresentador)

(IN)VEROSSÍMIL: O “EFEITO DE REAL”, DE BARTHES, E SEU FALSEA-MENTO NA NARRATIVA FANTÁSTICAAbílio Aparecido Francisco Junior (PG-UEL-Capes)

5

A TEATRALIDADE EM INCIDENTES: UM ENSAIO SOBRE TUDO AQUI-LO QUE CAI, COMO UMA FOLHAÁlvaro Perini Canholi (PG-UEL -Capes)

5

OS CAMINHOS DO PRAZER E FELICIDADE EM SIGMUND FREUD E ROLAND BARTHESAmanda Carolina Romero (G-UEL)

6

SOLIDARIEDADE X PUBLICIDADE: BASES SEMIOLÓGICAS DA CAMPANHA MCDIA FELIZ DE 2016Ana Laís Gazola Ferracini (PG-UEL-Capes)Rosane Fonseca de Freitas Martins (Orientadora-UEL)

6

A MULHER COMO PERSONAGEM MIDIÁTICO E A ABORDAGEM DE FOTOGRAFIA EM ROLAND BARTHESAna Paula Berehulka Sardinha (PG-UEL) Miguel Luiz Contani (UEL)

7

A REPRESENTAÇÃO DO REAL, ENTRE A LITERATURA E A HISTÓRIAAndrea de Castro Martins Bahiense (PG-UFF)

7

IMAGEM SUBLIMADA. IMAGEM INVISÍVEL: A MÃE COMO ESCRITA DE SI EM BARTHES E TARKOVSKIBarbara Cristina Marques (UEL)

8

BARTHES, GIDE E AS RELAÇÕES CRÍTICASBruna de Carvalho (PG-USP/São Paulo-FAPESP)

8

A INTERTEXTUALIDADE NA NARRATIVA DE BORGESCarlos Roberto Flavio (G-UEL)

9

UMA VISÃO SUTIL DO MUNDO: UMA LEITURA ÉTICA EM ROLAND BARTHESCarolina Molinar Bellocchio (PG-USP-Capes)

9

UM ESTUDO DO CONCEITO DE FOTOGRAFIA NA ESCRITA FRAGMENTADA E AUTOBIOGRÁFICA DE ROLAND BARTHESDaiane Barbosa Teixeira (PG-UEL)

10

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL3

POR QUE GOSTAMOS DE BENVENISTEDaniel Álvaro Lima de Souza (G-UEL)

10

O FEMINISMO BRASILEIRO COMO AFIRMAÇÃO E TENTATIVA DE DESCONSTRUÇÃO DO MITO BARTHESIANOEduardo Luiz Baccarin-Costa (PG-UEL)

11

VESTÍGIOS DO PASSADO: ANÁLISE DAS FOTOGRAFIAS EM RELATO DE UM CERTO ORIENTE SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA BARTHESIANAGabriela Soares Nogueira Andreatti (G-UEM-CNPq)Weslei Roberto Candido (Orientador-UEM)

11

ENRIQUE VILA-MATAS E A MORTE DA “MORTE DO AUTOR”Gisela Bergonzoni (PG-Rennes 2/USP-Capes)

FALA E MITO EM SIGMUND FREUD E ROLAND BARTHESGustavo Figliolo (UEL)

12

12

BARTHES ANARQUISTAGustavo Ramos de Souza (PG-UEL-Capes)

13

BARTHES E PEIRCE – UM DIÁLOGO VIRTUALIury Carlos Bueno (UFAM/Parintins)

13

BARTHES: A VIDA (DO LEITOR) E MORTE (DO AUTOR)João Paulo da Silva (G-UEL)

14

AS MENSAGENS SECRETAS DA REVISTA TIME: ANÁLISE SEMIÓTICA DA CAPA “PESSOA DO ANO 2016” Juliana Blume (PG-UEL)Miguel Luiz Contani (Orientador-UEL)

14

ESCREVER A MORTE: DIÁRIO DE LUTO E MORT D’UN SILENCELaura Barbosa Campos (UERJ)

15

ALGUNS MOMENTOS DA PRESENÇA NADA DISCRETA DE ROLAND BARTHES NA SEMIÓTICA VISUAL DE JEAN-MARIE FLOCHLoredana Limoli (UEL)Ana Paula F. de Mendonça (UNESPAR)

15

LITERATURA COLONIAL BRASILEIRA E AS BALIZAS DA RETÓRICA BARTHESIANAMarcelo Silveira (UEL)Vinicius Pimenta Silva

16

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL4

BARTHES, LINGUÍSTICA E POÉTICAMaria José Guerra (UEL)

16

DIÁLOGOS ENTRE AS TEORIAS DO NEUTRO E A LEVEZA NA LITERATURANatalia Guerra Brisola Gomes Godoi (PG-UEL-Capes)

17

ANÁLISE: SIGNIFICANTES E SIGNIFICADOS E O PROCESSO DE RESSIGNIFICAÇÃO DA PÁSCOA JUDAICA E CRISTÃNathany Andrea Wagenheimer Belmaia (G-UEM)

17

BARTHES E A EPANORTOSEPaulo Procópio Ferraz (PG-USP)

18

A DINÂMICA ENTRE O VERBAL E O VISUAL NA EXPERIÊNCIA DOS QUADRINHOS FANTÁSTICOS Renan Luis Salermo (PG-UEL-Capes)

18

POR UMA SEMIÓTICA DO AFETO – O PUNCTUM BARTHESIANO Rodrigo Fontanari (UNISO)

19

A POÉTICA DE BRESSANE EM FILME DE AMOR E A ANÁLISE DE BARTHES DE A HISTÓRIA DO OLHO, DE BATAILLERodrigo Souza Grota (PG-UEL-CNPq)

19

SOBRE MITOS E GUERRAS: REFLEXÕES SOBRE FOTOJORNALISMO NA HISTÓRIA EM QUADRINHOS O FOTÓGRAFOSabrina Moura Aragão (PG-USP / Docente UEL)

20

A CÂMARA CLARA DE BARTHES VÊ A FLOR DE COLERIDGE DE BORGES: A FUNÇÃO DO LEITOR FRENTE A UMA OBRASarah Barbosa Soares (G-UEL)

20

ROLAND BARTHES VAI À COZINHASílvia Barbalho Brito (IFRN)

21

BARTHES, BORGES E O PODER: UM PARALELOSílvia Gusmão Brandilla Calazans (G-UEL)

21

MITO E VESTUÁRIO: UMA LEITURA BARTHESIANA DAS FOTOGRAFIAS DE MODA URBANAVanessa Germanovix Vedovatte (PG-UEL-Capes)

22

Foto (original) da capa: Jerry Bauer

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL5

(IN)VEROSSÍMIL: O “EFEITO DE REAL”, DE BARTHES, E SEU FALSEAMENTO NA NARRATIVA FANTÁSTICA

Abílio Aparecido Francisco Junior (PG-UEL-Capes)

Os “detalhes ‘supérfluos’ (em relação à estrutura)” dos quais trata Roland Barthes (1972, p. 35) em seu ensaio “O efeito de real”, publicado em 1968, são imagens possíveis de serem relacionadas a diversas teorias que versam sobre o fantástico na narrativa literária. Pensando nisso, far-se-á uso, principalmente, dos estudos de Filipe Furtado (1980) e David Roas (2014) a fim de investigar as semelhanças e contrapontos entre as ideias de “função” do real para os autores. Tal análise fundamenta-se na conceituação de Barthes desses “enchimentos” no texto literário, os quais são vistos como supérfluos em um primeiro momento, mas que possuem um “valor funcional direto” (1972, p. 35), segundo o autor, e na própria ideia de valoração do real estabelecida nos textos fantásticos a partir dos conceitos de Roas e dos recursos de legitimação do real definidos por Furtado.

Palavras-chave: Efeito de real; Roland Barthes; Fantástico.

A TEATRALIDADE EM INCIDENTES: UM ENSAIO SOBRE TUDO AQUILO QUE CAI, COMO UMA FOLHA

Álvaro Perini Canholi (PG-UEL-Capes)

No prefácio de Sade, Fourier, Loyola (1971) Roland Barthes diz: “teatralizar é ilimitar a linguagem”. Ao depositarmos nosso olhar em “Incidentes” – anotações nos cadernos de viagens de Barthes de coisas experienciadas por seus sentidos no Marrocos dos anos de 1968 e 1969 –, fomos conduzidos a uma reflexão acerca da teatralidade dos “signos literários” presentes nestes Textos análogos ao haicai japonês; a esta transposição de limites da linguagem de seus escritos/fragmentos por meio de um gestus teatral. Aliás, a noção de teatralidade barthesiana, segundo Christophe Bident (2006), perpassa toda a produção teórica do autor. É justamente ancorado nas ideias de Bident, no que toma a noção de um “gesto teatral” conduzido pelo crítico fran-cês, que este ensaio desenhará suas reflexões. E, neste caminho, tentaremos indicar, por fim, possíveis aproximações com o conceito de teatralidade expresso por Josette Féral (1982) que, segundo Patrícia Leonardelli (2011), “ultrapassa o âmbito das artes da cena”, resvalando em outros campos, como a literatura.

Palavras-chave: Teatralidade; Roland Barthes; Incidentes.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL6

OS CAMINHOS DO PRAZER E FELICIDADE EM SIGMUND FREUD E ROLAND BARTHES

Amanda Carolina Romero (G-UEL)

Ao relacionarmos a teoria psicanalítica freudiana e a literatura de Roland Barthes, de-paramo-nos com os percursos que levam à felicidade em O Mal-Estar na Civilização, de Sig-mund Freud, e como seus chamados “mecanismos” de enfrentamento são uma eterna busca para atingirmos o prazer. A partir deste estudo, conseguimos delinear o prazer da leitura para Roland Barthes em O Prazer do Texto e como o ato de escrever instiga-nos a buscarmos uma emancipação quanto às estruturas metódicas que nos são impostas ao escrever um texto – um exercício de liberdade e sensualidade. As exigências civilizatórias que nos causam o “mal-es-tar” acabam delimitando nossas possibilidades de gozo, e geram limitações, inclusive, ante as leituras sistematizadas às quais estamos acostumados. Diante dessas considerações, o objetivo deste trabalho é traçar os caminhos que Freud estabelece para atingir a felicidade e como estes caminhos podem ser lidos em Barthes.

Palavras-chave: Prazer; Sigmund Freud; Roland Barthes.

SOLIDARIEDADE X PUBLICIDADE:BASES SEMIOLÓGICAS DA CAMPANHA MCDIA FELIZ DE 2016

Ana Laís Gazola Ferracini (PG-UEL-Capes)Rosane Fonseca de Freitas Martins (Orientadora-UEL)

Este artigo analisa a característica semiológica encontrada na campanha da empresa e sua função como elemento de comunicação com o mercado, os impactos como recurso publi-citário e as relações com o cotidiano da sociedade contemporânea. São focalizados os signifi-cados da campanha da empresa McDonald’s. A base metodológica é construída nos conceitos enunciados por Roland Barthes e concentra-se no estudo de imagens, suas características e o valor semiológico que apresentam para os propósitos a que se destinam. Há também uma abor-dagem de ética organizacional, dentro da qual se busca efetuar considerações. Conclui-se que, do ponto de vista da comunicação publicitária, o emprego dos recursos imagéticos mobiliza a população visada e potencializa o discurso da organização.

Palavras-chave: Semiologia, McDia Feliz, Roland Barthes.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL7

A MULHER COMO PERSONAGEM MIDIÁTICO E A ABORDAGEM DE FOTOGRAFIA EM ROLAND BARTHES

Ana Paula Berehulka Sardinha (PG-UEL) Miguel Luiz Contani (UEL)

Desde o seu advento, a fotografia é tida como um sistema para (re)elaboração de realida-des. Há, no entanto, dois processos cruciais: a construção da imagem por parte do fotógrafo e a interpretação por parte do espectador. Tratando-se da imagem corporal feminina, não basta observá-la unicamente pelos elementos formais que a constituem – cor, linha, espaço, figura, fundo e outros – pois as imagens vão além; elas informam, significam, fazem sonhar. Roland Barthes ilumina essa questão quando propõe o libertar-se da tradição do olhar fotográfico como registro do real e repensar a imagem, descobrindo novos valores. Neste estudo, são analisadas imagens do corpo feminino extraídas de peças publicitárias, não como meros dados, mas como resultado do encontro entre o olhar e a experimentação na pesquisa, como eixo da relação com o mundo, o espaço e o tempo, para explicitar as várias maneiras de o corpo ser corpo e ser visto.

Palavras-chave: Fotografia; Linguagem publicitária; Corpo feminino.

A REPRESENTAÇÃO DO REAL, ENTRE A LITERATURA E A HISTÓRIA

Andrea de Castro Martins Bahiense (PG-UFF)

Em seu ensaio “O discurso da história” (1967), Roland Barthes, ao analisar “alguns grandes historiadores clássicos”, questiona a oposição entre literatura e história, denunciando a pretendida objetividade do discurso histórico como ilusória. No ano seguinte, em “Efeito de real” (1968), Barthes retoma a ideia de “ilusão referencial”, aproximando a narrativa histórica de Michelet ao texto literário de Flaubert, com suas descrições e seus pormenores “inúteis”, cuja única finalidade, além da estética, seria o “efeito de real”. Na Aula, porém, conferência pronunciada em 1977, Barthes desvincula finalmente ciência e literatura, apontando a lingua-gem literária como a única capaz de se aproximar do real: “A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa”. O pensamento de Barthes a respeito da representação do real nos ajuda, ainda hoje, a refletir sobre o “realismo” buscado por autores contemporâneos de textos autobiográficos, como Annie Ernaux.

Palavras-chave: Literatura e História; efeito de real; autobiografia.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL8

IMAGEM SUBLIMADA. IMAGEM INVISÍVEL: A MÃE COMO ESCRITA DE SI EM BARTHES E TARKOVSKI

Barbara Cristina Marques (UEL)

No belo ensaio A câmara clara (1982), Barthes testemunha seu movimento de sujeito enlutado diante da morte de sua mãe. Ali, envolto às fotografias da mãe, Barthes confessa a im-possibilidade de recuperá-la. No entanto, o autor busca “reencontrá-la” n’alguma imagem – na-quela a revelar objetos reconhecíveis, familiares, parte, portanto, de sua própria história. Parte de si, afinal! Sôfrega tentativa. A mãe é, agora, uma memória por se fazer, presa nas imagens que “quase” a revelam. Ambiguidade das imagens – eis a descoberta de Barthes. Quanto afeto pode haver na ressurreição do outro e de si por força da imagem? Que potência é essa a carre-gar a vida e a morte, o ele e o eu? Em O Espelho (1975), de Tarkovski, a figura da mãe aparece sobrevivente. Latência de uma memória viva. Imagem de uma imortalidade. Dois escritores, duas mães e um punhado de imagens. Como, afinal, falar de um “eu” atravessado pela mãe?

Palavras-chave: Barthes; Tarkovski; Imagem da mãe.

BARTHES, GIDE E AS RELAÇÕES CRÍTICAS

Bruna de Carvalho (PG-USP/São Paulo-FAPESP)

Esta comunicação tem como objetivo analisar a forma como a leitura de André Gide configurou uma verdadeira relação crítica para Roland Barthes, para utilizar a expressão de Jean Starobinski em La relation critique. Analisarei determinados fragmentos do texto do jo-vem Barthes, “Notas sobre André Gide e seu diário”, na tentativa de explicitar a profundidade e as consequências dessa relação crítica: não se trata somente da leitura de um objeto distanciado do autor, mas de um vínculo que funda uma verdadeira estrutura para as modulações da escrita barthesiana a partir daí. “Gide é minha língua original”, afirma o próprio autor em RB por RB. Por fim, a comunicação sugerirá formas de repensar a escrita crítica hoje, tomando como exem-plo (ou inspiração) a relação entre Barthes e Gide.

Palavras-chave: Roland Barthes; André Gide; Relação Crítica.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL9

A INTERTEXTUALIDADE NA NARRATIVA DE BORGES

Carlos Roberto Flavio (G-UEL)

O objetivo desse trabalho é fazer uma análise da intertextualidade na narrativa de Bor-ges a partir do que Barthes propõe no texto “A morte do Autor”, para quem cada nova leitura de uma obra é um novo texto, que o leitor recria em sua leitura. Sabemos que um texto não liberta um sentido único, mas constitui um espaço de dimensões múltiplas, onde se casam e se contestam escritas variadas, nenhuma das quais é original. Para tanto, faremos uma análise das narrativas de Borges Três Versões de Judas; O evangelho segundo Marcos; e Lucas, 23, onde o autor remete aos evangelhos, para interpretar a leitura que ele faz dessas passagens, se coinci-dem ou não com o original da Bíblia, do ponto de vista estritamente literário.

Palavras-chave: Barthes; Borges; Intertextualidade

UMA VISÃO SUTIL DO MUNDO: UMA LEITURA ÉTICA EM ROLAND BARTHES

Carolina Molinar Bellocchio (PG-USP-Capes)

Esta comunicação consiste em uma breve apresentação da recém defendida tese de dou-torado, que compreendia grosso modo a defesa de uma ética construída precisamente na escri-tura de Barthes. De modo mais específico, nos concentraremos na terceira parte daquele traba-lho, momento em que se realiza a discussão dos deslocamentos operados por Barthes acerca dos aspectos éticos, morais, ou de moralidade que formam o arco de sua produção desde os primei-ros escritos, em 1943, até os finais, em 1980. Acompanhamos as modulações da compreensão ética na escritura de Roland Barthes de modo a vislumbrar cada vez mais a percepção de que a esquiva da agressão e da arrogância, vinculadas a uma prática do descontínuo, do variado e do singular materializam uma visão sutil do mundo, tal como entende Barthes o haicai e o zen desde O Império dos Signos.

Palavras-chave: Roland Barthes; Moralidade; Escritura.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL10

UM ESTUDO DO CONCEITO DE FOTOGRAFIA NA ESCRITA FRAGMENTADA E AUTOBIOGRÁFICA DE ROLAND BARTHES

Daiane Barbosa Teixeira (PG-UEL)

Diante dos múltiplos Barthes apresentados em suas diversas obras, este texto vai focar naquele que se define como spectator (observador) diante da imagem fotográfica. Barthes, que dedicou sua obra a diversas artes – cinema, teatro, literatura –, traz em A câmara clara um conceito de fotografia que vai além de um registro realista ou de mensagem codificada; antes, funciona como um mecanismo produtor de sentido. Este estudo busca refletir a conectividade entre uma escrita autobiográfica e fragmentada e a fotografia presentes em A câmara clara, percorrendo, assim, o pensamento subjetivo de Barthes na busca para estabelecer a essência da fotografia. Além disso, objetiva-se construir uma relação desta obra, A câmara clara, com outros escritos do autor, presentes na coletânea Roland Barthes, Oeuvres Complètes, que tocam o conceito de fotografia.

Palavras-chave: Fotografia; Roland Barthes; A câmara clara.

POR QUE GOSTAMOS DE BENVENISTE

Daniel Álvaro Lima de Souza (G-UEL)

Esta comunicação faz parte dos projetos de estudos linguísticos “Cadernos de Teorias da Linguagem e Gramática, Bilinguismo e Multiculturalismo” da Universidade Estadual de Londrina e inicia uma reflexão a partir dos textos “Por que gosto de Benveniste” 1 (1966) e 2 (1974) presentes no livro O Rumor da Língua (BARTHES, 2004, 2ª ed. pags. 207 - 213). Nesses textos Barthes apresenta a ideia de que Benveniste, ao fundar a linguística da interlocução, nos mostra que a sociedade, por meio da linguagem, articula-se a partir das formas enunciativas da gramática. Expõe que, com Benveniste, “o sujeito jamais pode distinguir-se de uma ‘instância de discurso’ diferente da instância da realidade” (p. 210). Barthes afirma que Benveniste tem como fundamento a língua e, correlativamente, a linguística; afirma que se trata de um “lin-guista puro” (p. 211) e diz que “Lemos outros linguistas (afinal, é preciso), mas gostamos de Benveniste” (p. 213).

Palavras-chave: Roland Barthes; Émile Benveniste; linguística enunciativa.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL11

O FEMINISMO BRASILEIRO COMO AFIRMAÇÃO E TENTATIVA DE DESCONSTRUÇÃO DO MITO BARTHESIANO

Eduardo Luiz Baccarin-Costa (PG-UEL)

O presente artigo, recorte da nossa monografia, procura levantar – entre as várias con-tribuições de Roland Barthes para os estudos da semiologia - como o Feminismo no Brasil por meio do discurso em defesa do voto feminino, da igualdade nas relações de trabalho, no contro-le pessoal do corpo e do prazer ou pela exposição do corpo como suporte discursivo em que de-fendia o fim dos tabus acerca da sexualidade feminina ou ainda na luta politicamente engajada pelos direitos da mulher, tentou desconstruir a ideia de Mito levantada pelo filósofo francês em seu livro Mitologias (2001), no qual desfaz e reconstrói mitos da cultura francesa que podem ser aplicados à cultura geral, tentando entendê-los e decodificá-los. Para tanto usaremos os estudos de Constância Lima Duarte em seu artigo “Feminismo e Literatura no Brasil”, em que estuda as “quatro ondas” feministas que auxiliaram na construção de uma nova identidade feminina.

Palavras-chave: Feminismo; Roland Barthes; Mito.

VESTÍGIOS DO PASSADO: ANÁLISE DAS FOTOGRAFIAS EM RELATO DE UM CERTO ORIENTE SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA BARTHESIANA

Gabriela Soares Nogueira Andreatti (G-UEM-CNPq)Weslei Roberto Candido (Orientador-UEM)

O presente trabalho tem como objetivo estudar as representações literárias dos registros fotográficos no romance Relato de um certo oriente, de Milton Hatoum. Para tal fim, propõe-se a análise das imagens a partir dos estudos de Roland Barthes sobre a fotografia e sua relação com o referente fotográfico, bem como a forma de as imagens figurarem como uma mensagem expressa sem códigos, permitindo àqueles que as observam terem acesso direto ao passado ali representado. Paradoxalmente, no romance em questão, o leitor não tem acesso às imagens, mas sim, ao código verbal que recria as fotografias guardadas pelas personagens. Partindo des-se princípio, a comunicação pretende expor como ocorrem as relações entre as personagens e as fotografias aludidas no romance, suas relações sentimentais com os objetos fotográficos e seus referentes mencionados na narrativa, explicitando o efeito causado por esses registros na memória daqueles que as observam.

Palavras-chave: Fotografia; Roland Barthes; Romance.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL12

ENRIQUE VILA-MATAS E A MORTE DA “MORTE DO AUTOR”

Gisela Bergonzoni (PG-Rennes 2/USP-Capes)

Esta comunicação parte dos romances Dublinesca e Perder teorías, do escritor barcelo-nês Enrique Vila-Matas, publicados em 2010. Nessas obras, há um intenso diálogo com a ideia de dissolução da autoria literária, expressa no texto “A morte do autor”, publicado por Roland Barthes nos Estados Unidos em 1967 e no ano seguinte na França. O objetivo desta comunica-ção é analisar a leitura feita por Vila-Matas da obra de Barthes, a forma como ele transforma uma noção teórica em matéria para a ficção. No final de Dublinesca, o personagem central presencia uma espécie de ressurreição do autor. Em Perder teorías, que se configura como um anexo de Dublinesca, o narrador em primeira pessoa busca se libertar das “teorias francesas” para conseguir escrever. Na comunicação, procurarei passar também por outros escritos do autor espanhol que dialogam com a obra barthesiana, notadamente a crônica “Barthes vs. Na-bokov” (2011).

Palavras-chave: Roland Barthes; Enrique Vila-Matas; Autoria

FALA E MITO EM SIGMUND FREUD E ROLAND BARTHES

Gustavo Figliolo (UEL)

As relações da psicanálise com a linguagem e o discurso são essenciais, uma vez que a fala constitui a matéria prima da experiência psicanalítica. O ato psicanalítico, então, não pode ser representado na exterioridade do campo discursivo. Por outro lado, Roland Barthes afirma em Mitologias, que “o mito é uma fala” e que “são necessárias condições especiais para que a linguagem se transforme em mito”, e que “o mito é um sistema de comunicação, uma mensagem”. Jacques Lacan, ainda, e na releitura que fez de Sigmund Freud, postulou que o in-consciente está estruturado como uma linguagem, já que é na fala e pela palavra que podemos reconhecer os efeitos do ato psicanalítico. Diante dessas considerações, o objetivo deste traba-lho é o de estabelecer uma comparação entre a estruturação do psiquismo conforme a teoria psicanalítica freudiana e o conceito de mito em Roland Barthes, mostrando as aproximações dadas nas duas conceituações.

Palavras-chave: Mito; Sigmund Freud; Roland Barthes.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL13

BARTHES ANARQUISTA

Gustavo Ramos de Souza (PG-UEL-Capes)

A certa altura de sua aula inaugural no Collège de France em 1977, Roland Barthes afir-ma que “a língua é fascista”, pois ela obriga a dizer. A forma de trapacear a língua, de ouvi-la fora do poder, seria a literatura. De fato, a preocupação de Barthes com uma “escrita política” já se aventa em seu primeiro livro, O grau zero da escritura (1953), em que ele persegue uma utopia da linguagem – que se cumpriria, de certo modo, em O prazer do texto (1973). O seu anarquismo pode ser observado também na desmistificação dos mitos de direita e de esquerda em Mitologias (1957), no seu ensaio sobre Sade, Fourier, Loyola (1971) e, por fim, na tentati-va de descrever Maio de 68 em “A escrita do acontecimento”. A reviravolta pós-estruturalista coincide com o afastamento do engajamento marxista, de orientação brechtiana, em direção à postura antidogmática dos seus textos dos anos 1970.

Palavras-chave: Literatura; Roland Barthes; Anarquismo.

BARTHES E PEIRCE – UM DIÁLOGO VIRTUAL

Iury Carlos Bueno (UFAM/Parintins)

O ensaio O terceiro sentido possibilita uma curiosa relação de Barthes com a fotografia. Barthes foi o primeiro semiólogo da vertente estruturalista a propor um terceiro termo na estrutura binária do modelo saussureano de análise, segundo a qual o signo é uma estrutura arbitrária. A tendência barthesiana em entender a fotografia como uma manifestação do real – “o referente adere”- contraria a arbitrariedade com que a semiologia estrutural trata a fotografia: apenas um jogo de opções, um engodo técnico, um signo exclusivamente cultural e domado. Esse fato, em si, já seria distintivo e inovador, mas a possibilidade de transgredir e, de certa forma, realizar transformações inovadoras no sistema saussureano encontra eco, sem dúvida também, no trabalho de um outro semioticista, o estadunidense Charles Sanders Peirce. Este artigo pretende, de forma sucinta, realizar uma possível aproximação entre a terminologia flutuante de Barthes e as categorias sígnicas de Peirce.

Palavras-chave: Roland Barthes; Charles Sanders Peirce; Semiótica da fotografia.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL14

BARTHES: A VIDA (DO LEITOR) E MORTE (DO AUTOR) João Paulo da Silva (G-UEL) A forma como Roland Barthes enxerga o Autor de uma obra literária, propondo sua eliminação ou distanciamento, como em “A morte do autor”, nos faz perceber sua intenção: enaltecer o destinatário da produção literária - o Leitor. Ao afirmar que “a escrita” liberta o leitor para uma espécie de produção própria do significado do texto, Barthes defende que a multiplicidade de interpretações promoveria uma imortalização da obra. Tal como nos faz crer Borges em Pierre Ménard, autor do Quixote, é possível inferir que cada pessoa que lê um texto literário cria mentalmente uma imagem daquilo que está apresentado pelo autor, porém, com suas próprias influências pessoais, profissionais, culturais, políticas, musicais, etc. O objetivo deste trabalho é, justamente, trazer à luz os elementos convergentes das obras dos dois autores. Palavras-chave: Barthes; Borges; Morte do autor.

AS MENSAGENS SECRETAS DA REVISTA TIME: ANÁLISE SEMIÓTICA DA CAPA “PESSOA DO ANO 2016”

Juliana Blume (PG-UEL)Miguel Luiz Contani (Orientador-UEL)

Estre trabalho analisa os signos plásticos, icônicos e linguísticos da capa especial de “pessoa do ano” da revista norte-americana Time. A base teórica utilizada na leitura verbo-vi-sual da capa da revista é feita com ênfase no trabalho de Miriam Puzzo. Utilizou-se a semiolo-gia de Roland Barthes e o modelo de análise é o proposto por Martine Joly na obra Introdução à Análise da Imagem. Através dos resultados obtidos, pode-se concluir que o mais recente presi-dente dos Estados Unidos foi retratado como cheio de segredos e que pode não estar preparado para ocupar um dos cargos mais importantes da política global.

Palavras-chave: Semiologia; Time; Roland Barthes

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL15

ESCREVER A MORTE: DIÁRIO DE LUTO E MORT D’UN SILENCE

Laura Barbosa Campos (UERJ)

O trabalho pretende refletir sobre a presença da morte em Diário de luto, de Roland Barthes, e em Mort d’un silence, de Clémence Boulouque. Ambos foram escritos após a perda de uma instância parental e apresentam especificidades que tanto os aproximam como os diferenciam. Barthes produziu o seu Diário de luto ao longo de um período de dois anos imediatamente após a perda da mãe, registrando seus escritos em fichas que o próprio autor preparava e que foram publicadas postumamente. Já a narrativa de Boulouque, igualmente fragmentada, começou a ser escrita apenas 11 anos após a morte do pai da autora e retrata também seus últimos anos de vida. Buscaremos mostrar que, em Barthes e em Boulouque, o processo de elaboração da perda traumática das figuras parentais é diretamente vinculado à criação literária.

Palavras-chave: Morte; Luto; Figuras Parentais.

ALGUNS MOMENTOS DA PRESENÇA NADA DISCRETA DE ROLAND BARTHES NA SEMIÓTICA VISUAL DE JEAN-MARIE FLOCH

Loredana Limoli (UEL)Ana Paula F. de Mendonça (UNESPAR)

As inúmeras referências à semiologia de Roland Barthes presentes na obra Petites my-thologies de l´oeil et de l´esprit, de Jean-Marie Floch, são objeto deste estudo, cujo objetivo é refletir sobre as contribuições do eminente semiólogo à semiótica da Escola de Paris, no tocante ao tratamento da imagem visual. Floch, reverenciado mundialmente como um grande teórico e analista da imagem, traça nessa obra as distâncias entre a semiologia e a semiótica, não sem reconhecer a importância das ideias de Barthes para o desenvolvimento das pesquisas sobre a poeticidade, seja esta delineada por linguagens verbais ou não-verbais. Pontuando as diferenças entre as duas correntes oriundas do estruturalismo, Floch debruça-se sobre questões relevantes como a significância, a plasticidade e o semissimbolismo e, num surpreendente tributo ao autor da Retórica da imagem, comenta alguns desenhos elaborados por Barthes, revelando, em sua análise, a “discreta sinestesia” que deles se depreende.

Palavras-chave: Roland Barthes; semiótica visual; semissimbolismo.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL16

LITERATURA COLONIAL BRASILEIRA E AS BALIZAS DA RETORICA BARTHESIANA

Marcelo Silveira (UEL)Vinicius Pimenta Silva

O presente trabalho faz parte dos projetos de estudos linguísticos “Cadernos de Teorias da Linguagem” e “Gramática, Bilinguismo e Multietnia”, da Universidade Estadual de Lon-drina. Partimos da pesquisa teórica sobre Retórica para buscar um modelo que possa auxiliar a compreensão do processo de construção do ethos dos povos indígenas no imaginário social tecido pela história brasileira, especialmente no que se refere à contribuição da literatura co-lonial brasileira nessa construção social. Para dar conta dessa tarefa, fomos à obra de Roland Barthes – A Retórica Clássica – a fim de assegurar balizas norteadoras para nossas discussões. Elaboramos uma trajetória, conduzida pelas reflexões barthesianas, que percorre as escrituras de Caminha, Anchieta e Vieira, procurando desvendar o olhar europeu que começa a escrever a imagem dos povos indígenas brasileiros. Barthes faz parte de um grupo de pensadores con-temporâneos que nos ensinam a desvendar os mecanismos da Retórica, vistos sob o ângulo da modernidade, para compreender a nossa própria identidade.

Palavras-chave: Retórica; Povos indígenas; Literatura colonial brasileira.

BARTHES, LINGUÍSTICA E POÉTICA

Maria José Guerra (UEL)

Esta comunicação faz parte do projeto “Cadernos de Teorias da Linguagem” e “Gramá-tica, Bilinguismo e Multietnia”, da Universidade Estadual de Londrina, cujas discussões envol-vem o desenvolvimento da complexa herança teórica saussuriana. Nesse contexto, as ideias de Roland Barthes são essenciais para a compreensão dos caminhos que o pensamento do mestre genebrino assume na atualidade. Refletimos sobre Saussure e os herdeiros saussurianos que traçaram o panorama da linguística neste século. Discutimos como Barthes percorre as trilhas do mestre genebrino e herdeiros e, assim, traça as bases de obras como Mitologias e – seguindo Saussure – como retoma a questão das fronteiras entre linguística, literatura e teoria literária. Barthes articula um diálogo refinado entre vozes saussurianas aparentemente diferentes, como Jakobson e Hjelmslev, além de, com Benveniste, promover a instigante conversa entre o literá-rio e a gramática.

Palavras-chave: Linguística; Teoria literária; Herança saussuriana.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL17

DIÁLOGOS ENTRE AS TEORIAS DO NEUTRO E A LEVEZA NA LITERATURA

Natalia Guerra Brisola Gomes Godoi (PG-UEL-Capes)

No início da segunda metade do século XX, alguns pensadores europeus começavam a se questionar sobre um assunto que continuaria a ser discutido por várias décadas, intensifican-do-se conforme o avanço da tecnologia e do imediatismo do indivíduo contemporâneo: poderia a literatura persistir nesse novo contexto? Sensíveis às mudanças que o momento apresentava ao fazer literário, Maurice Blanchot (1907-2003), Roland Barthes (1915-1980) e Italo Calvino (1923-1985), grandes nomes dentre os intelectuais da época, notaram e discorreram sobre o modo de escrita que parecia distanciar-se tanto da introspecção do sujeito, quanto das proble-máticas sociais, e apontava para um apagamento de uma voz autoral a orientar o texto. Dessas observações, surgiram as teorias do Neutro dos dois teóricos franceses e a ideia calviniana de Leveza, das quais procuraremos apresentar pontos de diálogos entre si.

Palavras-chave: Neutro; Leveza; Literatura engajada.

ANÁLISE: SIGNIFICANTES E SIGNIFICADOS E O PROCESSO DE RESSIGNIFICAÇÃO DA PÁSCOA JUDAICA E CRISTÃ

Nathany Andrea Wagenheimer Belmaia (G-UEM)

Páscoa judaica e Páscoa cristã têm sido fundamentadas biblicamente de maneiras diver-sas. Enquanto a primeira se refere à fuga do Egito no Antigo Testamento, a segunda remonta à memória da morte e ressureição de Cristo no Novo Testamento. Páscoa judaica e cristã são tão distintas quanto pode-se pensar a priori? Utilizando elementos semiológicos, através da apli-cação do conceito de ressignificação de Todd Holden (2001) e as concepções de significante e significado de Roland Barthes às passagens bíblicas relacionadas à Páscoa, este trabalho intenta demonstrar que os relatos cristãos e judaicos estão sob um mesmo pano de fundo estrutural, na medida em que os principais significantes do Pessach são ressignificados pela Páscoa cristã, sendo que ambas as Páscoas guardam os mesmos significantes com significados diversos.

Palavras-chave: Significante, Significado, Páscoa.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL18

BARTHES E A EPANORTOSE

Paulo Procópio Ferraz (PG-USP)

Nas pesquisas acadêmicas em literatura, trabalha-se, muitas vezes, com dois tipos he-terogêneos de linguagem: a linguagem do autor estudado e a metalinguagem do pesquisador. Ora, Roland Barthes, além de refletir explicitamente sobre essa questão, emprega certos pro-cedimentos na sua escrita que acabam por subverter essa ordem de linguagens. Um deles é a epanortose. Definida como uma correção simulada, ela é normalmente utilizada para antecipar e retificar uma imprecisão no espírito do leitor, ou para ampliar o impacto de uma mudança de tom ou de uma afirmação insólita no discurso. Contudo, se aplicada à obra de Barthes, perce-bemos que as constantes mudanças de rumo do autor têm um objetivo mais ambicioso do que apenas produzir um efeito de leitura: elas criam uma instabilidade que acaba por dissolver os limites que separavam a escrita literária da descrição metódica do objeto.

Palavras-chave: Roland Barthes; epanortose; metalinguagem

A DINÂMICA ENTRE O VERBAL E O VISUAL NA EXPERIÊNCIA DOS QUADRINHOS FANTÁSTICOS

Renan Luis Salermo (PG-UEL-Capes)

Este trabalho propõe uma leitura do experimentalismo concebido a partir da relação en-tre o verbal e o visual para o funcionamento dos relatos fantásticos veiculados pelos quadrinhos nacionais, sobretudo os quadrinhos Quando meu pai se encontrou com ET fazia um dia quente, de Lourenço Mutarelli e Campo em Branco, resultado da união entre o escritor Emílio Fraia e o quadrinista Dw Ribatski. Abordando o experimentalismo artístico, amparamos as considera-ções acerca da relação entre o verbal e visual em Barthes (1990), nas funções de ancoragem e relais, a fim de se desvelarem as experiências narrativas propostas pelos quadrinhos, abrindo a reflexão para os limites enunciativos em suas identidades e diferenças que integram o sistema regulado de leitura dos quadrinhos.

Palavras-chave: Quadrinhos experimentais; Relato Fantástico; Roland Barthes.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL19

POR UMA SEMIÓTICA DO AFETO – O PUNCTUM BARTHESIANO

Rodrigo Fontanari (UNISO)

Esta comunicação visa se debruçar sobre a derradeira obra em vida de Roland Barthes, A Câmara clara, particularmente, sobre a noção de punctum, operador que permite de fato acre-ditar que a semiótica barthesiana não separa o afeto do signo, a emoção do seu teatro. Embora as inúmeras releituras dessa obra, a questão que me parece permanece em aberto é esta: afinal, de que afeto Barthes fala através da concepção de punctum? Como sugere a própria definição de punctum, trata-se aí de um afeto passivo, já que sua força nasce de alguma coisa que parte da cena e vem pungir o espectador que perscruta a imagem. Isso coloca, por hipótese, o afeto barthesiano, enquanto afecção, isto é, ação de um corpo sobre o outro, diferentemente da con-cepção de afeto proposto pela filosofia de Espinosa: uma potência positiva capaz de preencher o corpo de alegria.

Palavras-chave: Fotografia; Punctum; Afeto

A POÉTICA DE BRESSANE EM FILME DE AMOR E A ANÁLISE DE BARTHES DE A HISTÓRIA DO OLHO, DE BATAILLE

Rodrigo Souza Grota (PG-UEL-CNPq)

Este trabalho investiga pontos de contato entre os procedimentos estéticos utilizados pelo cineasta Julio Bressane na obra Filme de Amor (2003) e a análise de Barthes a partir do romance A História do Olho (1928), de Georges Bataille. No ensaio A Metáfora do Olho, pu-blicado em 1963, Barthes afirma que esta obra apresenta a história de um objeto, movendo-se em uma essência de imaginário, em busca de outros usos para o olho que não o de ver. Esta proposta estética estabeleceria o romance de Bataille como uma narrativa poética, consolidada a partir de uma série de composições metafóricas. O procedimento de Bataille reconhecido por Barthes nos parece similar ao que Bressane aplica na construção do seu filme: ao deslocar alguns objetos e corpos do seu uso cotidiano, o realizador opera uma transgressão técnica da linguagem cinematográfica redimensionando a natureza do olhar a partir de novos encontros e conexões simbólicas.

Palavras-chave: Literatura Francesa; Roland Barthes; Georges Bataille.

II COLÓQUIO ROLAND BARTHES

PLURAL20

SOBRE MITOS E GUERRAS: REFLEXÕES SOBRE FOTOJORNALISMO NA HISTÓRIA EM QUADRINHOS O FOTÓGRAFO

Sabrina Moura Aragão (PG-USP / Docente UEL)

O presente trabalho busca explorar o conceito de mito enquanto modo de significação desenvolvido por Roland Barthes em Mythologies (1957). Para tanto, analisaremos a HQ O fotógrafo (Le photographe, na França) obra do gênero jornalismo em quadrinhos, que se des-taca pelo uso de desenhos e fotografias na construção da narrativa, e que retrata a guerra no Afeganistão na década de 1980 e o trabalho da ONG Médicos Sem Fronteiras naquele país. Por meio da análise das fotografias presentes na obra, pretendemos refletir acerca da construção de verdades e problematizar o princípio de neutralidade da fotografia jornalística quando inserida em uma estrutura de narrativa gráfica, assim, é possível perceber a formação do mito a partir de um sistema de comunicação que, além do texto, usa a imagem para transmitir a mensagem.

Palavras-chave: História em Quadrinhos; Fotojornalismo, Mito.

A CÂMARA CLARA DE BARTHES VÊ A FLOR DE COLERIDGE DE BORGES: A FUNÇÃO DO LEITOR FRENTE A UMA OBRA

Sarah Barbosa Soares (G-UEL)

A proposta deste trabalho é relacionar a discussão de Roland Barthes em A Câmara Clara sobre a intenção da fotografia do ponto de vista do seu criador, do leitor e também do su-porte (o papel) com o conto A Flor de Coleridge, de Jorge Luis Borges, em que o autor discute sobre a criação do texto, a leitura e a interpretação deste. Assim, será discutido o papel do leitor enquanto intérprete do texto de outro e também como criador, uma vez que a cada leitura surge uma nova história, uma interpretação única, que pode ser distinta do original do texto.

Palavras-chave: Roland Barthes; Jorge Luis Borges; Leitor

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ROLAND BARTHES VAI À COZINHA

Sílvia Barbalho Brito (IFRN)

Em 1964, Roland Barthes nos desafiou a adentrar na cozinha do sentido, espaço de relação entre a culinária e a linguagem onde o ato de cozinhar instaura um sistema semiológico alimentado pelo estímulo a uma ação ressignificante do pensamento. Esse convite nos suscita até hoje a ler os signos para além dos sentidos já estabelecidos, realizando feituras e ultrapassando o imediatismo sempre reinstalado pelo fascismo da língua. Neste trabalho, para refletir sobre essas potências da cozinha do sentido, vamos conceber o pensador francês como o cozinheiro atarefado e o ingrediente, investigando como esta constante feitura nos permite ressignificar instâncias determinadas pela tradição ocidental, destituindo os textos barthesianos e o próprio Barthes dos processos que tentam cristalizá-los em um único sentido, refletindo assim sobre a complexidade do sujeito incerto.

Palavras-chave: Roland Barthes; Cozinha do sentido; Ressignificação.

BARTHES, BORGES E O PODER: UM PARALELO Sílvia Gusmão Brandilla Calazans (G-UEL) A perspectiva de Roland Barthes acerca do chamado “discurso de poder” em seu texto Aula pressupõe a estrutura da língua como manifestação de imposições sociais, implicando em sujeitar e alienar o indivíduo. Partindo das hipóteses do signo como arbitrário cultural e do poder impregnado nas relações sociais, manifestado pela linguagem, traça-se um parale-lo com o conto A Muralha e os Livros, de Jorge Luis Borges. Nele, nota-se a visão do autor acerca do papel da escrita como memorial do passado e como instrumento de dominação por aquele que conta a história. De tal modo, objetiva-se a realização de uma analogia entre as duas obras com base em três eixos centrais: a arbitrariedade, o poder e a sedução da palavra. Palavras-chave: Barthes; Borges; Discurso de poder.

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MITO E VESTUÁRIO: UMA LEITURA BARTHESIANA DAS FOTOGRAFIAS DE MODA URBANA

Vanessa Germanovix Vedovatte (PG-UEL-Capes)

A moda é uma linguagem de signos, um sistema não verbal de comunicação. A roupa comunica idade, gênero e classe social; também atua como complemento da expressão, atitude e cultura do ser humano. Quando fotografado e publicado, um vestuário adquire maior poder de comunicação e essas imagens constroem uma narrativa de desejo em torno da moda. Para Roland Barthes, o vestuário e suas imagens podem ser lidas como um texto e as revistas espe-cializadas são como máquinas que produzem moda. Na era da Web 2.0 e da fotografia digital, os blogs de street style assumem esse papel. Com base nos conceitos do semiólogo sobre moda, imagem, denotação, conotação e mito, este artigo propõe uma leitura das fotografias do blog The Sartorialist com vistas a um entendimento da linguagem fotográfica e da moda contempo-rânea.

Palavras-chave: Moda; Fotografia; Roland Barthes.