igrejas reformadas a fé reformada além de alemanha e suíça história eclesiástica ii pr. andré...

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Reforma na Sua Zunglio e Calvino

Igrejas ReformadasA f reformada alm de Alemanha e SuaHistria Eclesistica IIPr. Andr dos Santos Falco NascimentoBlog: http://prfalcao.blogspot.comEmail: [email protected] Teolgico ShalomReforma na FranaLuta de Francisco I contra Itlia leva a surgimento do humanismo na Frana, alimentado por franceses que descobriram o humanismo bblico naquele pas.

Um destes humanistas foi Jacques Lefevre, que concluiu a traduo do NT ao francs em 1525, a partir da Vulgata.A cidade de Meaux se tornou centro de ensino de um grupo de humanistas, que queriam reformar a igreja de dentro pra fora.

Reforma na FranaO surgimento de escritos luteranos e o desejo da alta classe mdia e dos trabalhadores da cidade e do campo de romperem as travas sociais estimulam o movimento reformador.

A falta de uma liderana eficaz mina os resultados iniciais. Francisco I fora a disperso do grupo de Meaux em 1525 e a universidade de Sorbonne condena os escritos luteranos em 1521.O surgimento de Calvino leva os valdenses do sul da Frana a se converterem ao calvinismo. A resistncia leva Calvino a dedicar suas Institutas ao rei Francisco I. Reforma na FranaCom o desejo de liderar tambm a reforma francesa, Calvino envia mais de 150 pastores entre 1555 e 1556, conseguindo organizar a igreja reformada francesa 3 anos depois, apesar das perseguies.

Em 1560, o grupo, j estruturado, com snodo e confisso de f prprios, passa a ser denominado huguenotes.Com medo da estruturao do movimento, a poltica real muda de perseguio a guerra religiosa. Entre 1562 e 1598, ocorrem oito massacres do grupo. Reforma na FranaHenrique de Navarra, lder dos huguenotes, torna-se rei em 1598 e, apesar de voltar f catlica, proclama o Edito de Nantes, concedendo tolerncia ao movimento huguenote.Com esta tolerncia, os huguenotes mantm exrcitos nas 200 cidades sob seu controle. Esta paz acaba em 1685, quando Lus XIV, desejando um s Estado, rei e f, persegue o grupo, que se v forado a fugir para Inglaterra, frica do Sul, EUA, Prssia e Holanda.

Reforma na FranaA fuga dos huguenotes, habilidosos artesos e profissionais liberais, leva a um colapso econmico que faz a Frana perder a luta por colnias no sc. XVIII pra Inglaterra.

Desde o ocorrido, o protestantismo tem pouco alcance na Frana. Anos depois, por volta de 1640, ocorre um movimento na Igreja Catlica francesa semelhante ao puritanismo ingls, o jansenismo, encampando ideias reformadas no catolicismo. Blaise Pascal foi seu defensor mais famoso, aceitando os ensinos jansenitas em 1654. O movimento, centrado no convento de Port Royal, prximo de Paris, devastado em 1710 por Lus XVI e seus escritos condenados pelo Papa em 1713. Reforma na HungriaA f reformada professada por 2 a 3 milhes de hngaros nos dias de hoje.As ideias luteranas no foram bem recebidas a princpio, pela raiva dos hngaros com os alemes.A partir de 1550, estudantes que retornam de Wittenberg e Genebra trazem a f reformada ao pas. Com a traduo do NT ao magiar por Joo Erdosi, o pas adota rapidamente o protestantismo. Em 1570, a Confisso Hngara publicada.A partir de 1572, uma perseguio se inicia e dura cerca de 2 sculos. Mesmo com os esforos jesutas para a reconverso, a tolerncia conquistada em 1781 e a liberdade religiosa em 1848.

Reforma na EscciaA Esccia possua um reinado fraco, o que dava maior poder aos chefes de cls locais. Tal fracionamento gerou graves desvios na igreja local, como simonia e concubinato. As ideias luteranas entram no pas originalmente por Patrick Hamilton, que chega a afirmar que o papa era o Anticristo. Ele executado na fogueira em 1528 por suas colocaes. George Wishart outro que paga o preo por sua f, sendo queimado em 1546.Entrementes, a rainha Maria Stuart, enviada Frana para estudar, se casa com o herdeiro do trono francs, tornando a Esccia possesso daquele pas. A frouxido moral francesa irrita a populao, alimentando a futura Reforma.

Reforma na EscciaA Reforma se estabelece na Esccia pelas mos de John Knox (1514-1572), formado na Universidade de St. Andrews e ordenado ao ministrio em 1536. Discpulo de Wishart, passa por algumas voltas at se tornar capelo da coroa, antes de fugir para Frankfurt quando Maria Tudor assume o trono francs.Em Frankfurt, Knox adota a viso calvinista, retornando Esccia em 1559 e apoiando o movimento de alguns nobres franceses, que se reuniram em 1557 em Edimburgo para fazer um pacto para levar a Palavra de Deus Esccia. Aps um pedido de ajuda rainha Elizabeth, a Esccia consegue se libertar do domnio francs, permitindo o incio da Reforma.

Reforma na EscciaCom o fim do domnio francs, o parlamento escocs se rene em 1560 e, orientado por Knox, pe fim ao controle papal sobre a igreja escocesa, declara ilegal a missa, revoga todos os decretos contra os hereges e aceita a Confisso de F dos Seis Johns, elaborada rapidamente.A confisso, de cunho calvinista, permanece at a adoo da Confisso de Westminster, de 1647. O modo de governo o representativo presbiteriano, com snodos e uma assembleia nacional. No final da vida, Knox debateu muito com Maria Stuart, que retorna Esccia em 1561 aps falecimento de seu marido. Envolvida em um escndalo de assassinato, forada a abdicar em 1569. Knox morre em 1572 e Stuart em 1587.

Reforma na EscciaA teologia calvinista e o regime presbiteriano mantm-se estabelecido at 1572, quando tenta-se implantar o episcopado. Andrew Melville, reitor de St. Andrews, luta contra tal tentativa.Em 1581, aps ser travada a luta, os presbitrios so retomados de forma experimental. Em 1592, o rei James VI tenta implantar novamente o episcopado, sem sucesso, tornando o presbiterianismo a religio oficial da Esccia.Com a fuso das coroas inglesa e escocesa em 1603, os Stuart tentam estabelecer o episcopado at 1640, sem sucesso. Enfim, em 1690, o presbiterianismo se estabelece de vez. Por conta das perseguies, muitos presbiterianos escoceses fogem pra Irlanda do Norte e depois pros EUA.

Reforma na IrlandaA Inglaterra nunca conseguiu dominar a Irlanda como fez com a Esccia e Gales. O conflito e o dio gerados causaram a falha da conquista do pas ao protestantismo.Os irlandeses se revoltaram contra a Inglaterra em 1557 por conta da Reforma. O Parlamento decidiu confiscar as terras dos rebeldes derrotados e transferir dois teros delas a colonos ingleses. Uma intriga causada pela Espanha gerou uma revolta de 1598 a 1603, que arruna o reinado de Elizabeth. Ao assumir o trono, James I resolve recolonizar a Irlanda do Norte com protestantes, maioria presbiterianos escoceses. Muitos emigram para os EUA em 1700, devido a barreiras econmicas. A diviso entre as Irlandas que vemos hoje foi consequncia da colonizao.

Reforma na HolandaA reforma das sete provncias do norte dos Pases Baixos (atual Holanda) contra o papa foi originada na luta contra o domnio espanhol. O luteranismo no foi bem recebido pelos holandeses, devido ao apoio de Lutero ao domnio dos prncipes, irritando os holandeses, que desejavam se rebelar contra seu rei espanhol. O calvinismo foi melhor aceito por sua democracia e desejo de libertao da corrupo do sistema catlico romano.A Holanda tambm tinha a seu favor ser o bero de Erasmo e do NT grego que escreveu. O primeiro NT em holands surge em 1523, gerando comparaes entre a Igreja Catlica e a igreja neotestamentria.

Reforma na HolandaAt 1525, quem aceitava a Reforma seguia Lutero, porm, de 1525 at 1540, os anabatistas fazem um grande nmero de adeptos na regio.A partir de 1540, o calvinismo invade a regio, tornando-se a grande maioria do pas em 1560. Uma minoria era formada por menonitas e uma menor ainda por luteranos. O protestantismo se alastrou mesmo com a ameaa de uma Inquisio no pas.Com ascenso de Filipe II ao trono espanhol, iniciou-se um esforo para retornar os Pases Baixos f romana. Sua vacilao entre clemncia e crueldade geraram revoltas em Flandres em 1565 e na Holanda em 1566, gerando saques e profanaes. A resposta foi uma perseguio de 6 anos que vitimou 2 mil pessoas e gerou 40 mil emigraes.

Reforma na HolandaA oposio surge com William de Orange, que inicia uma revolta em 1568 contra a Espanha. Inicialmente vencido, se retirando para a Alemanha.A populao inicia uma resistncia no mar em 1569, pilhando navios espanhis. O duque, enquanto isso, cerca as cidades revoltosas e as toma, empreendendo inmeros massacres. 7 anos depois, a Anturpia saqueada, com sete mil pessoas assassinadas pelo sucessor do Duque de Alva. O ato incendeia o esprito nacionalista, que faz com que Holanda e Zelndia, provncias calvinistas, se unam a outras na Pacificao de Ghent de 1576 para expulsar os espanhis.

Reforma na HolandaDe todas as provncias, as terras catlicas romanas flamengas se renem, formando a Blgica. As demais provncias assinam a Unio de Utrecht em 1579, repudiando em 1581 a soberania do rei espanhol.A guerra pela liberdade duraria at 1648, aps o assassinato de Orange, que havia retornado para liderar a luta (1584) e a derrota da armada espanhola para a Inglaterra (1588), com a assinatura do Tratado de Westphalia. Durante o sc. XVII, a Holanda forma um rico imprio no Extremo Oriente e no Hemisfrio Ocidental, conquistando diversas terras na Amrica e no nordeste brasileiro, chegando a dar um rei Inglaterra em 1689.

Reforma na HolandaA igreja holandesa se organizou no sistema presbiteriano de administrao. O snodo de Emden, em 1571, tambm formulou uma Confisso Belga, recebendo aprovao final no snodo de Dort, em 1574. A grande crise para a igreja do pas surge com Jacob Armnius (1560-1609), educado com fundos levantados por amigos e posteriormente pelas autoridades municipais de Amsterd. Estudou em Leyden, viajando muito pela Itlia. Em 1603, torna-se professor da Universidade de Leyden, aps pastorear por 15 anos em Amsterd. Ali, formula uma alterao do calvinismo para impedir a viso da autoria divina do pecado ou de que o homem um autmato nas mos de Deus.

A controvrsia arminianaArmnio iniciou suas pesquisas e foi oposto por seu amigo Francisco Gomarra. Armnio solicita um snodo nacional para resolver a questo, mas morre antes de expor suas ideias. Seus discpulos resolvem compilar suas vises na Representao de 1610.Entre 1618 e 1619, foi realizado um snodo em Dort, constituindo-se mais numa assembleia calvinista internacional. Os arminianos participaram na condio de defensores, porm suas convices foram rechaadas pelo snodo e os pastores perderam seus postos. A perseguio aos arminianos s acaba em 1625, e tal movimento exerce influncia entre anglicanos, metodistas e o Exrcito da Salvao.

A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioO homem capaz de procurar a salvao antes de Deus oferecer a graa fundamental para habilitar a sua vontade para cooperar com Deus.Eleio Incondicional Eleio CondicionalExpiao Limitada Expiao IlimitadaGraa Irresistvel Graa ResistvelPerseverana dos Santos Perda da Salvao

A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioEleio Incondicional Eleio CondicionalO processo de salvar alguns baseado apenas na prescincia divina de saber quem decidiu por sua f em Jesus Cristo.Expiao Limitada Expiao IlimitadaGraa Irresistvel Graa ResistvelPerseverana dos Santos Perda da Salvao

A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioEleio Incondicional Eleio CondicionalExpiao Limitada Expiao IlimitadaA morte de Cristo suficiente e oferecida a todos, apesar de fazer efeito apenas para os crentes.Graa Irresistvel Graa ResistvelPerseverana dos Santos Perda da Salvao

A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioEleio Incondicional Eleio CondicionalExpiao Limitada Expiao IlimitadaGraa Irresistvel Graa ResistvelTodos os homens podem resistir graa salvadora de Deus.Perseverana dos Santos Perda da Salvao

A Teologia ArminianaDepravao Total Livre ArbtrioEleio Incondicional Eleio CondicionalExpiao Limitada Expiao IlimitadaGraa Irresistvel Graa ResistvelPerseverana dos Santos Perda da SalvaoDeus concede aos homens uma graa tamanha que eles no precisam cair, porm a Bblia teoricamente ensina (Hb. 4) que a salvao pode ser perdida.

Reforma na InglaterraA Reforma inglesa possui alguns panos de fundo que facilitaram a sua realizao:Propagao dos ensinos de John Wycliffe por seus seguidores, os lolardos, como um movimento secreto das camadas populares no sc. XV.Fim da nobreza na Guerra das Rosas (sc. XV)Unio do rei e da classe mdia pelo bem estar do pas. Controle da Igreja Romana sobre terras, impostos papais e cortes eclesisticas que rivalizavam com a corte real irritavam governantes e governados.

Fator intelectual Humanismo Bblico surge na Universidade de Oxford no comeo do sc. XVI.Incio dos estudos da Bblia atravs do NT de Erasmo.Willian Tyndale publica em Worms, em 1525, duas edies de sua traduo ao ingls do NT de Erasmo. martirizado em 1536.

Miles Coverdale publica a primeira traduo inglesa da Bblia em 1535. Os ensinos de Lutero so lidos em Oxford e Cambridge, porm condenados por Henrique VIII, que recebe o ttulo de Defensor da F pelo papa, ttulo curiosamente usado pelos monarcas protestantes da Inglaterra at hoje.

A Revolta contra RomaHenrique VIII era um soberano popular cujo pai conseguiu que se casasse com a princesa espanhola Catarina de Arago em 1503 para no perder seu dote (Artur, irmo mais velho de Henrique, havia sido seu primeiro esposo, mas morreu jovem).Com medo de no ter filhos homens desta relao, busca o divrcio porque deseja deixar um herdeiro homem para comandar o pas. Tambm supe estar sendo punido por ter se casado com a viva do irmo, prtica proibida pela lei cannica e por Lv. 20.21.Henrique VIII busca aprovao do papa Clemente VII para se divorciar e casar com Ana Bolena, mas o papa, controlado pelo sobrinho de Catarina, o imperador Carlos V, no aceita.

A Revolta contra RomaAps tal falha, Henrique VIII apela ao Parlamento para coagir o clero ingls a proclam-lo chefe da Igreja Inglesa (ou Anglicana). Aps acusar o clero ingls de violar um estatuto obscuro, aplica multas e consegue que o clero o declare chefe da igreja em 1533 e aceite seu divrcio, casando-se com Bolena no mesmo ano.Nos anos seguintes, passa vrios atos, proibindo a residncia de clrigos ingleses fora do pas, o pagamento de anatas ao papa e suspendendo os recursos das cortes eclesisticas inglesas a Roma. Em 1534, assina o Ato de Supremacia, onde afirma ser o nico chefe supremo da Igreja da Inglaterra e, um ano depois, o Ato de Sucesso, que afirma que seu filho com Ana Bolena seria o seu sucessor legtimo. Para angariar apoio, distribui ou vende a custo baixo as propriedades de vrios monastrios a membros da classe mdia.

A Revolta contra Roma interessante notar que a teologia da Igreja Anglicana era idntica de Roma, s tendo mudado o seu governo, conforme os Seis Artigos do Parlamento (1539), que mantinham a transubstanciao, a Ceia de um elemento s, o celibato e a confisso auricular.A primeira concesso de Henrique foi a permisso da traduo da Bblia em ingls. A Grande Bblia foi publicada em 1539 como uma reviso dos trabalhos de Tyndale e Coverdale, e era conhecida como Bblia Acorrentada pois era presa a muitos plpitos de igrejas anglicanas.O sucessor de Henrique VIII foi Eduardo VI, filho dele com Jane Seymour (Ana Bolena s concedeu uma filha e foi executada sob acusao de adultrio). Henrique VIII teria outras esposas antes de morrer: Ana de Cleves, de quem se divorciou; Catarina Howard, que executou, e Catarina Parr, sua esposa quando morreu.

A Reforma ReligiosaEduardo VI assumiu o trono aos nove anos e teve dois regentes. O segundo, o Duque de Northumberland, simpatizante do protestantismo, convence o rei a introduzir mudanas que tornariam a reforma inglesa tambm religiosa. Em 1547, o Parlamento permite aos leigos o acesso ao clice, repele as leis de traio e heresia e os Seis Artigos, legaliza o casamento de sacerdotes em 1549. O culto em ingls autorizado logo a seguir.Em 1549 promulga-se o Livro de Orao Comum, preparado por Thomas Cramner, arcebispo de Canturia desde os tempos de Henrique VIII, e sua reedio de 1552 traz ideias calvinistas. Com pequenas alteraes de Elizabeth, usado at hoje.Em 1553, promulga-se os 42 Artigos (alterados para 39 posteriormente), credo produzido por vrios telogos, incluindo John Knox.

A luta contra o retorno a RomaEduardo VI morreu jovem, aos 15 anos, e tentou impedir que Maria, sua meia-irm filha de Catarina de Arago, assumisse o trono, por ser catlica. Seu testamento, porm, contestado e Maria assume o trono em 1553. Com seu reinado paralelo Contra Reforma, Maria busca forar o parlamento a retornar s prticas eclesisticas da poca da morte de Henrique VIII.Maria se casa em 1554 com Filipe II da Espanha, casamento impopular e sem correspondncia por parte de Filipe, que retorna Espanha em 55.A perseguio que se segue brutal. 800 clrigos que se recusaram a aceitar as mudanas perdem suas parquias, sendo forados a fugir a Genebra e Frankfurt. 275 pessoas das regies de comrcio do sul da Inglaterra so martirizados, incluindo Cranmer, Hugh Latimer e Ridley. A morte destes dois ltimos fortalece o movimento protestante ingls.

A conciliaoAps a morte de Maria, em 1558, Elizabeth, filha de Henrique VIII com Ana Bolena, sobe ao trono. Tendo que ser protestante por conta do casamento de seus pais, no quis entrar em conflito aberto com o papa, decidindo favorecer o lado que fosse aceito pela maioria do povo ingls. Em seu reinado, a Reforma prosseguiu sem maiores problemas. Em 1552, o Livro de Orao foi institudo com ligeiras modificaes. Os 42 artigos foram revisados com a retirada dos artigos que condenavam antinomianos, anabatistas e milenistas. Os 39 remanescentes foram aceitos em 1571 como o creio da Igreja Anglicana.

Crises Internas: O PuritanismoO movimento Puritano surge em meados do sc. XVI. Foi assim chamado porque entendia que a Igreja Anglicana ainda possua traos do papado e queria purificar a igreja de tais traos, como vestes litrgicas, o ritual, absolvio clerical, sinal da cruz, dentre outros. Seguindo os ensinos de William Ames e William Perkins, calvinistas, os adeptos do puritanismo tiveram em Cambridge seu principal refgio. O movimento cresceu e recebeu apoio de muitos advogados, comerciantes e moradores da regio rural, sofrendo perseguio de Elizabeth I atravs de um ato contra eles em 1593, que permitia a priso de puritanos que faltassem ao culto anglicano.

Puritanismo e DenominaesO Puritanismo, apesar da unidade de intenes teolgicas, divergia essencialmente na relao entre Igreja e Estado e na sua Eclesiologia. A partir do movimento, surgiram quatro grupos distintos de movimentos puritanos na Inglaterra:Puritanos Episcopais: Queriam limpar a liturgia, mas manter o sistema de governo.Puritanos Presbiterianos: Queriam limpar a liturgia e mudar o regime de governo da igreja para representativo (Thomas Cartwright).Puritanos Congregacionais, ou Independentes: Queriam a limpeza da liturgia e a liberdade de eleio de seus pastores (Henry Jacob).Puritanos Separatistas: Queriam a separao igreja-estado e um sistema congregacional (Thomas Helwys, John Smyth: Batistas).

O conflito eclesiolgicoAps a morte de Elizabeth, James I foi confrontado pelos puritanos em 1603, que entregaram a Petio Milenar, assinada por mil ministros puritanos que pediam a purificao da liturgia e administrao da Igreja Anglicana. Em 1604, aps nova presso, James I se enfurece e diz que iria afugentar os puritanos do reino, se no se conformassem ao sistema. Uma nova traduo da Bblia autorizada nesse dia, resultando numa verso que seria completada em 1611 e foi denominada King James Version. Esta verso substitui a Bblia de Genebra e torna-se a verso mais usada pelos anglo-saxes at hoje.O conflito eclesiolgicoDurante o reinado de James I, os comerciantes e os camponeses comearam a se revoltar contra as cortes extralegais dos Tudor e seu desejo de se impor sobre o Parlamento. Carlos I, que governou de 1625 a 1649, defendeu ainda mais a associao da monarquia com o episcopado. Governou sem parlamento de 1629 a 1640, o que levou muitos puritanos ingleses a emigrarem para os EUA. A crise eclodiu quando Carlos I escolheu William Laud, arminiano, para arcebispo de Canturia. Ao tentar impor um novo Livro de Orao Comum Igreja da Esccia, Laud gerou uma revolta que fez com que os escoceses se rebelassem em prol de sua f calvinista. O rei evita a invaso em 1638 com dinheiro, mas em 1640 obrigado a reconvocar o Parlamento.O conflito eclesiolgicoO novo Parlamento (conhecido como Extenso pois durou 20 anos) imps severas reformas ao governo, mas no resolveu a questo eclesiolgica. Os moderados queriam manter o episcopado, enquanto que os puritanos desejavam congregacionalismo ou presbiterianismo. Em 1642, uma intil tentativa de condenao de cinco membros da Casa dos Comuns por traio gera uma guerra civil, que dura 4 anos e termina com a priso e execuo de Carlos I, a ascenso de Oliver Cromwell, lder dos puritanos, e o domnio puritano da Inglaterra at 1660.Durante o conflito, o episcopado abolido e 1643 e um sistema presbiteriano em consonncia com o escocs, implantado em 1648. O conflito eclesiolgicoA obra mais importante da Assembleia de Westminster, comissionada para reformar a igreja anglicana, a Confisso de F de Westminster, calvinista, adotada em 1647 pelos escoceses e em 1648 pelos ingleses. O Parlamento, presbiteriano, ignora o sentimento congregacional do exrcito. Cromwell, um congregacional, clama por uma expurga do Parlamento e, em 1648, todos os presbiterianos so expulsos. Cromwell cria uma Comunidade de Naes liderada por ele em 1649, aps a execuo de Carlos I, e dissolve o Parlamento em 1653, governando como ditador at 1658 com a ajuda do exrcito. Aps sua morte, o Parlamento Extenso se dissolve em 1660 e os ingleses, cansados da rigidez moral dos puritanos, convocam Carlos II para ser seu rei, abolindo o presbiterianismo e retornando o episcopado. James II persegue os presbiterianos escoceses, mas em 1689, com sua expulso do pas, os no-conformistas passam a ser tolerados.FontesTexto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo atravs dos sculos: uma histria da igreja crist. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar Kroker. So Paulo: Vida Nova, 2008. Textos auxiliares:DREHER, Martin N. Coleo Histria da Igreja, 4 vols. 4 ed. So Leopoldo: Sinodal, 1996.GONZALEZ, Justo L. Histria ilustrada do cristianismo. 10 vols. So Paulo: Vida Nova, 1983