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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO
Período: Agosto/2014 a Julho/2015 ( ) PARCIAL ( x ) FINAL
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do Projeto de Pesquisa: Avaliação da atividade anti-inflamatória do ortobenzamol, análogo do paracetamol
Nome do Orientador: Luana Melo Diogo de Queiroz
Titulação do Orientador: Doutora
Faculdade: Faculdade de Farmácia
Unidade: Instituto de Ciências da Saúde
Laboratório: Laboratório de Avaliação de Fármacos e Produtos Naturais
Título do Plano de Trabalho: Avaliação da atividade antiedematogênicado ortobenzamol, análogo do paracetamol.
Nome da Bolsista: Mayra Arouck Barros
Tipo de Bolsa: ( ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF ( ) PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR (X)PIBIC/PRODOUTOR ( ) PIBIC/PE-INTERDISCIPLINAR ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/PIBIT
1 INTRODUÇÃO
A inflamação é uma resposta imune do organismo a um processo de infecção
ou lesão tecidual. Tem início com a produção local de mediadores inflamatórios que
promovem aumento da permeabilidade capilar e também quimiotaxia, processo
químico pelo qual células polimorfonucleares, neutrófilos e macrófagos são atraídos
para o foco da lesão. Estas células, por sua vez, realizam a fagocitose dos elementos
que estão na origem da inflamação e produzem mais mediadores químicos, dentre os
quais estão as citocinas, como o fator de necrose tumoral α (TNF-α), as interleucinas,
quimiocinas, bradicinina, prostaglandinas e leucotrienos (MEDZHITOV, 2010).
Independentemente da causa, a inflamação presumivelmente evolui como uma
reposta adaptativa para restaurar a homeostase e, o processo inflamatório é
classificado de acordo com a velocidade de instalação: em inflamação aguda e
inflamação crônica (MEDZHITOV, 2008).
Na resposta de fase aguda, que ocorre logo após a agressão, há aumento do
fluxo sangüíneo e da permeabilidade vascular, com recrutamento de leucócitos no
foco da lesão e liberação de mediadores inflamatórios. A transição para a fase crônica
é caracterizada pelo desenvolvimento da resposta humoral específica e da resposta
imune celular. Tanto na resposta de fase aguda quanto na crônica, mediadores
inflamatórios agem de maneira local ou sistêmica, ativando outras células envolvidas
com o processo inflamatório (células endoteliais, fibroblastos e células do sistema
fagocítico mononuclear), ampliando assim, a resposta inicial contra o agente lesivo.
(KHOVIDHUNKIT, 2004; KUMAR, 2004).
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) representam uma das classes de
maior diversidade de fármacos clinicamente disponíveis no Brasil. Embora a estrutura
química desses fármacos seja bastante diversa, eles exercem seus efeitos terapêuticos
pela propriedade comum de inibição da COX. As COX são enzimas altamente
conservadas evolutivamente, e existem em duas formas distintas: COX-1 e COX-2, que
são codificadas por dois diferentes genes. No início da década de 1990, as isoformas de
COX foram claramente identificadas: a COX-1, isoforma constitutiva, e a COX-2, uma
forma induzida associada à inflamação (MENDES, 2012).
Tanto a COX-1 como a COX-2 formam um endoperóxido de prostaglandina
instável, a PGH2, a partir do ácido araquidônico. A PGH2 é transformada por várias
enzimas e também por mecanismos não enzimáticos em tromboxano e nas séries de
prostaglandinas D, E, F e I, que são compostos coletivamente conhecidos como
prostanoides. A COX é, portanto, responsável pelos dois primeiros passos na síntese de
prostanoides, e as etapas posteriores são dependentes de enzimas tecido-específicas
(MENDES, 2012).
Os prostanoides são importantes mediadores inflamatórios. Destacam-se as
prostaglandinas PGE2 e a PGI2, por se apresentarem como potentes agentes
vasodilatadores além de potencializarem o aumento de permeabilidade induzido por
mediadores como bradicinina e histamina. Além disso, por essa potencialização do
efeito da bradicinina e da histamina, essas PGs também estão envolvidas na
hiperalgesia. Os prostanoides exercem seus efeitos por meio de receptores acoplados
a proteína G, ativando diferentes vias de sinalização intracelular (MENDES, 2012).
Apesar da eficácia terapêutica, o uso dos AINES é limitado devido a seus efeitos
colaterais comuns.
2 JUSTIFICATIVA
O Paracetamol (PAR) é um fármaco amplamente utilizado no mundo, como
antipirético e analgésico. Embora seu mecanismo de ação ainda não tenha sido
totalmente esclarecido, comumente é classificado com um AINE. Na clínica, este
fármaco é selecionado como a primeira escolha para o tratamento da dor leve a
moderada (PREESCOTT, 2000).
O Paracetamol é metabolizado principalmente no fígado e, é conhecido que seu
consumo em altas doses pode provocar hepatotoxicidade devido à formação de
metabólitos tóxicos. Quando uma parte do paracetamol é ativada pelo citocromo P-
450 origina o metabólito altamente reativo, chamado N-acetil- P-benzoquinona imina
(NAPQI). Em doses terapêuticas, o NAPQI sofre conjugação com glutationa reduzida
(GSH) e é excretado sem causar danos (LAINE, 2009).
No entanto, em doses elevadas há maior formação de NAPQI que depletam os
níveis de GSH. Logo, este metabólito reativo passa a oxidar macromoléculas do tecido
hepático (LAINE, 2009).
Este potencial lesivo despertou o interesse no estudo e desenvolvimento de
homólogos e análogos mais seguros que o paracetamol. Assim, partindo da estrutura
química do paracetamol, o Ortobenzamol (OBZ) foi planejado através da modelagem
molecular, na tentativa de diminuir sua toxidade, mantendo suas propriedades
terapêuticas (QUEIROZ et al, 2012).
Através deste estudo, foi demonstrado que o ortobenzamol possui melhores
propriedades terapêuticas e uma menor tendência à formação do intermediário
NAPQI, indicativo de menor toxicidade. Consequentemente, este composto foi
sintetizado e avaliado em animais. A avaliação biológica revelou que a atividades
antinociceptiva superam ao seu protótipo. Além disso, em testes de triagem, o
ortobenzamol apresentou atividade anti-inflamatória (QUEIROZ et al, 2012).
É importante ressaltar que, apesar de classificado como anti-inflamatório não
esteroidal, tem sido descrito na literatura que o paracetamol não é indicado para esta
finalidade devido sua fraca ação sobre a inflamação (AL-SWAYEH et al. 2000).
Desta forma, o projeto de pesquisa tem como objetivo estudar a atividade anti-
inflamatória do ortobenzamol e, através deste plano de trabalho, conhecer a atividade
deste composto sobre um dos processos da inflamação que é a formação de edema.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral: Avaliar a atividade antiedematogênica do ortobenzamol e compará-la com a do
paracetamol.
3.2 Objetivos específicos Avaliar a atividade antiedematogênica do ortobenzamol e do paracetamol,
através do:
Edema induzido pela injeção intraplantar de carragenina, em ratos.
Edema induzido pela injeção intraplantar de dextrana, em ratos.
Comparar a atividade antiedematogênica exercida pelo ortobenzamol e
o paracetamol.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Levantamento bibliográfico
O levantamento bibliográfico foi realizado através de artigos científicos
referentes ao tema, consultados on line em base de dados como PubMed, Scielo,
Science Direct e o portal de periódicos da CAPES. Adicionalmente, também foram
consultados livros de farmacologia e biologia celular, pertencentes a bibliotecas
particulares de professores e da Universidade Federal do Pará.
Outras informações foram adquiridas através de explicações orais da professora
orientadora e de outros professores do grupo de pesquisa e, ainda, através da
discussão em grupo e em seminários científicos realizados no laboratório.
4.2 Animais
Foram utilizados ratos (Wistar) machos adultos pesando entre 180g - 200g,
provenientes do Biotério Central da Universidade Federal do Pará, que foram mantidos
em gaiolas de polietileno no biotério setorial da Faculdade de Farmácia, da
Universidade Federal do Pará. Os animais foram mantidos sob condições controladas
de temperatura (22 ± 3ºC) e ciclo de claro/escuro de 12 horas, com livre acesso a água
e ração.
O manejo e uso dos animais foram de acordo com as normas do Comitê de
Ética em Pesquisas com Animais de Experimentação da UFPA (CEPAE-UFPA, Parecer
BIO231-14).
4.3 Tratamentos
As soluções de tratamento (paracetamol ou ortobenzamol) foram preparadas
em óleo de milho (veículo), cuja administração foi realizada em dose única pela via oral
(v.o.), através de cânula orogástrica em volume de 0,1mL/100g de peso corporal.
Para realizar comparações adequadas entre o ortobenzamol e o paracetamol,
foram utilizadas as Doses Efetivas Medianas (DE50) determinadas previamente para
cada droga. Assim, o ortobezamol foi administrado na dose de 22,5 mg/Kg e o
paracetamol na dose de 127 mg/Kg (QUEIROZ et al, 2012; QUEIROZ, 2014).
Todos os experimentos foram complementados por grupos controle negativo
(veículo) e positivo (fármaco padrão), nos quais os animais foram submetidos
exatamente aos mesmos procedimentos que os grupos tratados com ortobenzamol ou
paracetamol. Os grupos experimentais foram constituídos por 6 animais, que foram
tratados uma hora antes da administração do estímulo flogístico.
4.4 Edema de pata induzido por dextrana
A dextrana é um polímero que induz a liberação de histamina e serotonina dos
mastócitos, produzindo edema. Portanto, drogas que interferem com a ação
edematogênica induzida por estes mediadores inflamatórios, são melhores estudadas
através deste modelo experimental (WINTER et al., 1962; ESTEVES et al, 2005).
Assim, aos grupos experimentais de animais tratados (conforme descrito no
tópico acima), foram administrada dextrana (100 µL a 1%) na região intraplantar da
pata direita e igual volume de solução salina (0,9%) na pata esquerda (ESTEVES et al,
2005).
O desenvolvimento do edema foi avaliado em milímetros através do aparelho
pletismômetro, medido imediatamente após a administração de dextrana e solução
salina e, em intervalos de 30 minutos, durante duas horas (ESTEVES et al, 2005).
4.5 Edema de pata induzido por carragenina
O edema de pata produzido pela injeção de carragenina é induzido pela ação
seqüencial e integrada de vários mediadores inflamatórios. Assim, aos grupos
experimentais de animais tratados (conforme descrito no tópico acima) foram
administradas carragenina (100 μL a 1%) na região intraplantar da pata direita e igual
volume de solução salina (0,9%) na pata esquerda (WINTER et al, 1962; DI ROSA et al,
1971).
O desenvolvimento do edema foi avaliado em milímetros através de
pletismômetro, medido imediatamente após a administração de carragenina e solução
salina, e em intervalos de uma hora, durante cinco horas (ESTEVES et al, 2005).
4.6 Análise estatística.
Para comparação das médias entre os grupos, foi realizada análise de variância
de uma via (ANOVA), seguida de um pós-teste (Tukey). Foram considerados
estatisticamente significantes os valores de P<0,05.
5 RESULTADOS
5.1 Levantamento bibliográfico
O levantamento bibliográfico foi realizado conforme descrito no item 4.1.
Simultaneamente às atividades previstas no cronograma do plano de trabalho, foi
sendo construído o relatório final do PIBIC.
5.2 Desenvolvimento e apresentação de seminários
Foram pesquisados, elaborados e apresentados seminários em temas
preparatórios à iniciação científica, assim como, de temas relacionados ao projeto para
apropriação e discussão do conteúdo.
5.3 Reuniões semanais para avaliar o andamento do estudo
Foram realizadas reuniões semanais para discussão da bibliografia pesquisada,
solidificação dos conhecimentos trabalhados e avaliação das atividades realizadas. Com
base nos resultados de cada reunião foram decididos os passos seguintes.
5.4 Edema de pata induzido por dextrana
No teste de edema de pata induzido por dextrana, o Ortobenzamol não inibiu
significativamente o edema.
O percentual de inibição do edema pelo Ortobenzamol foi de: 12,85%
(0,95±0,09), 14,38% (1,43±0,13), 17,34% (1,24±0,14) e 24,47% (1,05±0,11), em 30, 60,
90 e 120 minutos respectivamente, após a injeção do agente flogístico, quando
comparado com o grupo controle que foi de: 1,09±1,10; 1,67±0,24; 1,50±0,14 e
1,39±0,20, respectivamente.
O Paracetamol também não inibiu significativamente o edema induzido por
dextrana, apresentando percentual de inibição de apenas: 0,92% (1,08±0,04), 4,2%
(1,60±0,09), 0,67% (1,49±0,11) e 1,44% (1,37±0,09), respectivamente.
Apenas o grupo Ciproeptadina (anti-histamínico, antagonista H1) inibiu
significativamente o edema em 30, 60, 90 e 120 minutos respectivamente,
apresentando percentual de inibição de: 69,73% (0,33±0,62; P<0,001), 76,65%
(0,39±0,07; P<0,001), 72,67% (0,41±0,11; P<0,001) e 73,39% (0,37±0,13; P<0,001),
quando comparado ao grupo controle (1,09±1,10; 1,67±0,24; 1,50±0,14 e 1,39±0,20,
respectivamente)
Figura 1. Edema de pata induzido por dextrana (1%) em ratos tratados via oral com Paracetamol (127 mg/Kg), Ortobenzamol (22,5 mg/Kg) e Ciproeptadina (10 mg/Kg). Os valores representam a média ± erro padrão da média. (n=6) *** P <0,001 quando comparados ao grupo controle. ANOVA seguido de pós-teste de Tukey.
5.5 Edema de pata induzido por carragenina
O Ortobenzamol inibiu o edema de pata induzido por carragenina após 1, 2, 3 e
4 horas do estímulo flogístico, em respectivamente: 46,4% (0,43±0,06; P<0,001),
52,39% (0,57±0,08; P<0,001), 43,73% (0,70±0,09; P<0,001) e 35,17% (0,80±0,09;
P<0,001), quando comparado ao grupo controle (0,80±0,05; 1,19±0,16; 1,25±0,22 e
1,23±0,19), respectivamente (Figura 2).
Diferentemente, o Paracetamol não exerceu efeito significativo neste teste cujo
percentual de inibição do edema foi de: 15,43% (0,68±0,12), 14,29% (1,02±0,22),
14,31% (1,07±0,11) e 0,17% (1,23±0,15), respectivamente.
A Indometacina, fármaco anti-inflamatório padrão, inibiu significativamente o
edema nos tempos 1, 2, 3, 4 e 5 quando comparado ao grupo controle, apresentando
porcentagem de inibição de: 40% (0,48±0,08; P<0,001), 60,51% (0,47±0,07; P<0,001),
62,4% (0,47±0,12; P<0,001), 59,35% (0,50±0,12; P<0,001) e 44,77% (0,58±0,15;
P<0,001). Nas duas primeiras horas, não foi encontrada diferença estatística entre os
efeitos exercidos pelo Ortobenzamol e a Indometacina na inibição do edema, ambos
apresentaram ação semelhante.
Figura 2. Edema de pata induzido por carragenina em ratos tratados via oral com Paracetamol (127 mg/Kg), Ortobenzamol (22,5 mg/Kg) e Indometacina (10 mg/Kg). Os valores representam a média ± erro padrão da média. (n=6) *** P <0,001 quando comparados ao grupo controle. ANOVA seguido de pós-teste de Tukey.
6 DISCUSSÃO
A atividade antiedematogênicado Ortobenzamol foi avaliada através do modelo
experimental de edema de pata em ratos, utilizando dois diferentes agentes flogísticos:
a carragenina e a dextrana, com o objetivo de demonstrar a possível atividade
antiedematogênicado fármaco e a sua provável via de ação.
A dextrana é um polissacarídeo que tem como mecanismo a degranulação de
mastócitos com liberação de histamina e serotonina, as quais contribuem para
aumentar a permeabilidade vascular e o extravasamento de fluido, apresentando pico
máximo na 2° hora (SARTORI et al, 2003). A dextrana apresenta mecanismo distinto da
carragenina, como por exemplo, o exsudato, que ocorre como consequência desse
processo, é mais carente de proteínas e leucócitos (LO et al, 1982).
O Ortobenzamol e o Paracetamol não inibiram significativamente o edema
induzido por dextrana nas doses testadas, sugerindo que não agem por essas vias
(COURVOISIER; DUCROT, 1955). A Ciproeptadina, fármaco padrão utilizado, que é um
antagonista dos receptores histamina e serotonina, inibiu significativamente o edema
em todos os tempos testados. Além do mecanismo de antagonismo dos receptores, as
drogas antiedematogênicas podem atuar por outras formas, como por exemplo,
inibição da permeabilidade tissular ou da dinâmica de fluidos e também interromper
os processos nervosos ou humorais.
O edema de pata induzido por carragenina é um modelo utilizado
tradicionalmente para avaliar a atividade anti-inflamatória de novos compostos, sendo
caracterizado pela indução de uma resposta inflamatória persistente após a
administração intraplantar de carragenina em animais (NANTEL et al, 1999; PASSOS et
al, 2007). A carragenina é mais utilizada do que outros agentes flogísticos, pois o
edema produzido é menos influenciado por fatores não específicos, tais como
vasodilatação, bloqueio ganglionar e diurese (MALHOTRA et al, 2013).
O edema induzido por carragenina possui diferentes fases, começando com
liberação inicial de histamina e serotonina, sendo a segunda fase mediada por cininas e
a terceira mediada por prostaglandinas, apresentando pico máximo entre 2 e 3 horas
após a aplicação (DI ROSA et al, 1970). A inibição do edema causado por carragenina
envolve mecanismo relacionado com a síntese de prostaglandinas, em especial PGE2α
e PGF2α, sendo essa atividade comparada a do anti-inflamatório não-esteroidal
(SARTORI et al, 2003).
No teste de edema de pata inuzido por carragenina, o Ortobenzamol exerceu
efeito significativo na diminuição do edema até a quarta hora após a indução do agente
flogístico. Sugerindo que o modo de ação do Ortobenzamol pela inibição de alguns
mediadores envolvidos no edema de pata induzido por carragenina, como por
exemplo, histamina, serotonina, bradicinina e prostaglandinas.
Diferentemente, o Paracetamol não apresentou diminuição significativa do
edema em nenhum tempo testado, corroborando com a literatura, que já evidenciou a
sua fraca atividade anti-inflamatória (AL-SWAYEH et al. 2000).
A Indometacina, fármaco padrão utilizado, inibiu significativamente o edema
em todos os tempos do teste quando comparados ao grupo controle e, o
Ortobenzamol teve ação semelhante à Indometacina durante as duas primeiras horas.
Logo, observou-se que o ortobenzamol possui ação antiedematogênica e, pode-se
inferir que este efeito, pode estar relacionado com a inibição da ciclooxigenase.
A fraca ação do Paracetamol na inibição do edema induzido por dextrana e por
carragenina era esperada, pois de acordo com a literatura, apesar do Paracetamol ser
comumente classificado como um AINE, ele apresenta fraca ação anti-inflamatória,
sendo aconselhado o uso de outros medicamentos dessa classe de anti-inflamatórios
não-esteroidais para tratar inflamação (MALHOTRA et al, 2013).
Apesar de sua ampla utilização, o mecanismo de ação do Paracetamol ainda
não foi completamente compreendido, embora estudos in vitro demonstrarem uma
capacidade de inibir a COX 1 e 2, porém seu fraco efeito anti-inflamatório sugere que
outros mecanismos não relacionados com a COX também estão envolvidos. Pode-se
sugerir também que a ação farmacológica do Paracetamol pode estar relacionada com
a formação do metabólito AM404 (N-arachidonoylaminophenol), que interfere com
alvos envolvidos na dor e termorregulação, incluindo a síntese de prostaglandinas
mediadas pela COX e sistemas de receptores vanilóides e canabinóides (VACCARINO et
al, 2007).
7 CONCLUSÃO
O Ortobenzamol apresentou atividade antiedematogênica sobre o edema
induzido por carragenina e, esta ação foi superior a do paracetamol.
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9 DIFICULDADES Houve dificuldade para a execução das técnicas, as quais foram superadas ao decorrer
do treinamento e da padronização da metodologia.
10 PARECER DO ORIENTADOR
A aluna obteve evolução científica ao decorrer do estágio e, apresenta perfil para as atividades científicas. Seu desempenho foi satisfatório e indico seu nome, para a renovação da bolsa de iniciação científica, na modalidade PRODOUTOR.
DATA : 10/08/2015
_________________________________________
ASSINATURA DO ORIENTADOR
____________________________________________
ASSINATURA DO ALUNO
FICHA DE AVALIAÇÃO DE RELATÓRIO DE BOLSA DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA
O AVALIADOR DEVE COMENTAR, DE FORMA RESUMIDA, OS SEGUINTES
ASPECTOS DO RELATÓRIO :
1. O projeto vem se desenvolvendo segundo a proposta aprovada? Se ocorreram mudanças significativas, elas foram justificadas?
2. A metodologia está de acordo com o Plano de Trabalho ?
3. Os resultados obtidos até o presente são relevantes e estão de acordo com os objetivos propostos?
4. O plano de atividades originou publicações com a participação do bolsista? Comentar sobre a qualidade e a quantidade da publicação. Caso não tenha sido gerada nenhuma, os resultados obtidos são recomendados para publicação? Em que tipo de veículo?
5. Comente outros aspectos que considera relevantes no relatório
6. Parecer Final: Aprovado ( ) Aprovado com restrições ( ) (especificar se são
mandatórias ou recomendações) Reprovado ( )
7. Qualidade do relatório apresentado: (nota 0 a 5) _____________ Atribuir conceito ao relatório do bolsista considerando a proposta de plano, o
desenvolvimento das atividades, os resultados obtidos e a apresentação do
relatório.
Data : _____/____/_____.
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Assinatura do(a) Avaliador(a)