ideia

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Ideia Uma ideia é uma concepção mental de uma coisa, tendo em conta a sua relação com a realidade. Pelos sentidos captamos informação. Com a memória guardamos essa informação. Com a consciência trabalhamos a mesma informação. E com a criatividade, imaginação e inteligência exteriorizamos a informação trabalhada. - Por outras palavras: tudo o que nos rodeia é por nós memorizado para nos servir de guia; ou tudo o que nós somos e fazemos é dirigido pelo que anteriormente registamos. É ideia tudo o que existe psicologicamente na nossa mente, tendo nós conhecimento dessa existência. Pode ser interiorizada, quando proveniente do meio ambiente e social, ou exteriorizável, quando produzida mentalmente. Primeiro captamos tudo o que nos rodeia materialmente e registamos no cérebro de forma consciente o que por diversas razões selecionamos. Esses registos são ideias: todos temos ideia do que é um rio, um cavalo, o chilrear de um pássaro, o movimento das árvores ao vento, o calor do sol, etc. São ideias porque com a nossa capacidade cerebral e com a linguagem as conseguimos descrever e só assim temos consciência delas. De nada serviria alguém ter a ideia do mar se não o conseguisse descrever, porque apesar de o observar, reconhecer-lhe a imagem, o som e o cheiro, se não conseguisse transmitir essas características a outrem, seria uma ideia exclusivamente mental e de uma só pessoa, logo, seria uma ideia desprovida de significado, porque entre os humanos, as ideias só fazem sentido quando transmissíveis ou praticáveis. A origem das ideias está intimamente conjugada com a origem das palavras, ou da linguagem. E pela linguagem nasceram também as ideias. Umas mais relacionadas com a matéria, como o movimento, o calor, o espaço, o tempo, a energia; ou como a ideia de subir, humedecer, explodir, desaparecer, viver, dormir, etc.; e outras mais relacionadas com o ser humano, como a ideia de poder, da sabedoria, da gratidão, da fama, do orgulho, do amor, da beleza, da fé, do mito, da eternidade... Todas as ideias existem na nossa memória e/ou são ela própria. E todas nascem da matéria e são a ela destinadas. Tudo passa a ser ideia quando é memorizado conscientemente, e deixa de o ser quando é materializado ou criado fisicamente. Por exemplo: se possuímos um automóvel encarnado temos a ideia desse automóvel na memória. Podemos imaginar o mesmo automóvel de outra cor. Mas só o podemos pintar psicologicamente com uma cor conhecida da nossa memória. Ninguém consegue imaginar – idealizar — um

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Page 1: Ideia

Ideia

Uma ideia é uma concepção mental de uma coisa, tendo em conta a sua relação com a realidade.

Pelos sentidos captamos informação. Com a memória guardamos essa informação. Com a consciência trabalhamos a mesma informação. E com a criatividade, imaginação e inteligência exteriorizamos a informação trabalhada.

- Por outras palavras: tudo o que nos rodeia é por nós memorizado para nos servir de guia; ou tudo o que nós somos e fazemos é dirigido pelo que anteriormente registamos.

É ideia tudo o que existe psicologicamente na nossa mente, tendo nós conhecimento dessa existência. Pode ser interiorizada, quando proveniente do meio ambiente e social, ou exteriorizável, quando produzida mentalmente.

Primeiro captamos tudo o que nos rodeia materialmente e registamos no cérebro de forma consciente o que por diversas razões selecionamos. Esses registos são ideias: todos temos ideia do que é um rio, um cavalo, o chilrear de um pássaro, o movimento das árvores ao vento, o calor do sol, etc. São ideias porque com a nossa capacidade cerebral e com a linguagem as conseguimos descrever e só assim temos consciência delas. De nada serviria alguém ter a ideia do mar se não o conseguisse descrever, porque apesar de o observar, reconhecer-lhe a imagem, o som e o cheiro, se não conseguisse transmitir essas características a outrem, seria uma ideia exclusivamente mental e de uma só pessoa, logo, seria uma ideia desprovida de significado, porque entre os humanos, as ideias só fazem sentido quando transmissíveis ou praticáveis. A origem das ideias está intimamente conjugada com a origem das palavras, ou da linguagem.

E pela linguagem nasceram também as ideias. Umas mais relacionadas com a matéria, como o movimento, o calor, o espaço, o tempo, a energia; ou como a ideia de subir, humedecer, explodir, desaparecer, viver, dormir, etc.; e outras mais relacionadas com o ser humano, como a ideia de poder, da sabedoria, da

gratidão, da fama, do orgulho, do amor, da beleza, da fé, do mito, da eternidade...

Todas as ideias existem na nossa memória e/ou são ela própria. E todas nascem da matéria e são a ela destinadas. Tudo passa a ser ideia quando é memorizado conscientemente, e deixa de o ser quando é materializado ou criado fisicamente. Por exemplo: se possuímos um automóvel encarnado temos a ideia desse automóvel na memória. Podemos imaginar o mesmo automóvel de outra cor. Mas só o podemos pintar psicologicamente com uma cor conhecida da nossa memória. Ninguém consegue imaginar – idealizar — um automóvel pintado com “cor-de-tinta” porque esta cor não existe. Assim, se nós imaginarmos pintar bolas amarelas no automóvel encarnado, já temos a ideia de como vai ficar antes de o fazermos. Mas só temos a ideia porque o amarelo existe na natureza, e existe como ideia consciente na memória.

Nada é originado exclusivamente psicologicamente, mas pelo contrário, todas as ideias são originadas na mente pela observação da matéria — ou mundo físico — ou pela imaginação da sua aplicação da matéria — ou no mundo físico.

Ou se tem ideia do que já existe ou existiu, ou se tem ideia do que poderá existir, ou se tem ideia do que nunca poderá existir em oposição ao que existe, existiu ou poderá existir. A relação entre a ideia e a existência real, natural e material, da coisa que a ideia traduz é indubitável.

No entanto, apesar da sua relação intrínseca com a matéria, as ideias em si são exclusivamente psicológicas. A sua existência apenas é provada quando traduzidas pela linguagem. Começaram por ser uma estruturação complexa no cérebro, mas consciente no indivíduo em forma de pensamentos, e com a evolução e a invenção de novas técnicas de manipulação de linguagem, passaram a existir também registadas em muitos tipos de suportes físicos, de alguma forma inteligíveis.

Uma ideia é uma recordação ou uma imaginação consciente.