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«BOLSA DE I&D>
Dez inovaçõesà procurade capitalRepresentam a mais recente inovação made in Portugal e novasoportunidades de investigação e desenvolvimento para quemquer investir de OlhOS pOStOS no futuro / Texto Maria João Alexandre
O Se é investidor e tem olho para novasideias mais ou menos disruptivas, esta
bolsa de oportunidades de investigaçãoe desenvolvimento (I&D) agrega o que de
melhor se faz em Portugal. Todos os dias
nos chegam notícias de produtos ou so-
luções lusas que ganham prémios de mo
vação e empreendedorismo. Muitos foram
apadrinhados ou até encomendados aos
gabinetes de I&D por empresas com cul-tura de inovação.
Antes de serem notícia, esses projetos
começaram por ser um embrião de negó-cio, passando por centros de incubaçãoque os acolheram e apoiaram antes de
serem empresa. Pelo caminho, essas ideias
tiveram de prestar duras provas, demons-trando a sua viabilidade. Falamos de mo-delos, testes in vitro e in vivo, protótipos e
demonstração de efeitos de escala através
de planos de negócio bem detalhados. Al-guém, em certo momento, acreditou ne-les, investiu e pensou mais além. São essas
oportunidades que a EXAME desvendacaso pretenda investir em ideias e tornar--se parceiro da investigação em Portugal.
Qual é a nextbig thing nacional?A EXAME visitou os campus de 20 uni-versidades c instituições que funcionam
como interface entre o mundo letivo e
o das empresas c como ligação ao uni-verso dos gabinetes de apoio à promoçãoda propriedade industrial (GAPI). De látrouxe uma dezena de ideias de projetos.É o que de mais recente está a acontecerna academia e nas incubadoras, e porisso ainda desconhecido de todos os queestão fora das portas das instituições deensino onde acontece a maior fatia daI&D produzida em Portugal. Tudo co-
meçou com uma questão de arranque:onde estão os produtos e serviços do fu-turo que os investidores não vão quererperder? No final selecionámos projetosdas Universidades do Minho (três), de
Aveiro (quatro), de Lisboa (um) e deÉvora (dois) .
Equipa da Improveat na centro deincubação da Universidade do MinhoAna Cristina Pinheiro mostra corno efeitoo revestimento da fruta por imersão,acompanhada por Miguel Cerquei ra(àdireita na foto) e Hélder Silva
Casca para comerRevestimentos comestíveis para queijos,enchidos e fruta
Conceito Graças ao BioCheeseCoat, a marcade um dos revestimentos comestíveis para a
conservação de queijos, já se pode comer a
casca do queijo industrial como se fosse queijoartesa nal
Empresa Improveat (agosto de 2013)
Fase atual Prova de conceito avançada e em
processo de pré-incubaçãoÁreas tecnológicas Engenharia e TecnologiaAlimentar
Setores alvo da tecnologia Indústria alimentar
Investimento inicial 100.000 euros (comretorno a três anos)
% que necessita de financiamento 80%Outros apoios procurados Apoio â
internacionalizaçãoWebsite www.improveat.pt
O QUEIJOINDUSTRIAL
DE CASCACOMESTÍVELTALHADOÀ MEDIDA
Quando compra um queijo industrial e
chega a casa e parte a primeira fatia, per-cebe que está envolto em algo parecidocom plástico, portanto não comestível.O mesmo acontece com os enchidos in-dustriais que traz do supermercado. Nos
dois casos, se retirar a película, o alimen-to perde poder de conservação. Se optarpor deixar o revestimento, sujeita-se aocontacto com aquela substância químicasempre que voltar a servir-se. Para subs-
tituir estas películas artificiais que reves-tem, por exemplo, os queijos de produçãoindustrial e que são sintéticas, portantonão comestíveis, a Improveat, empresa decinco investigadores, lançou revestimentoscomestíveis e biodegradáveis, que estudadesde 2006 na Universidade do Minho.São feitos de proteínas, polissacarídeos e
lípidos e vêm satisfazer a necessidade de
aumentar o tempo de conservação dos
alimentos, procura essa já identificada
pela equipa junto da indústria alimentar:laticínios (queijos), hortoíratícolas (trutase legumes) e charcutaria (enchidos) . A tec-
nologia de revestimentos comestíveis paraa indústria alimentar não é nova, sendo
utilizada na conservação de frutas. Então,o que traz de novo a Improveat? Faz reves-timentos à medida das necessidades dos
clientes (produtores do agroalimentar) e
das características de cada alimento. Por
exemplo, "a utilização de um revestimentoúnico para queijos diminui a possibilidadede sucesso, uma vez que podemos ter quei-jos com propriedades completamente di-ferentes", explica Miguel Cerqueira, invés
tigador no Centro de Engenharia Biológicada Universidade do Minho. Hoje é a única a
desenvolver revestimentos comestíveis à Ia
carie, ou seja, à medida dos produtos ali-mentares e de acordo com as necessidadesde cada indústria.
©KITSVIRTUAIS DEEXPLICAÇÕES ETEMPOS LIVRES
Nove investigadores do Grupo Universi-tário de Investigação de Autorregulaçãoda Aprendizagem (Guia), que nasceu naEscola de Psicologia da Universidade do
Minho, estão a desenvolver boxes onlinede explicações em todas as matérias,como matemática, português ou línguasestrangeiras, e de tempos livres, comoo desporto, colónias de férias, e ateliersde pintura. A ideia é lançar em Portugal(depois na Europa e na lusofonia) umaplataforma na Internet onde o educador
possa comprar, através de transferência
bancaria, numa primeira fase do projeto,um vale de explicações ou atividades ex-tracurriculares para crianças e jovens dos5 aos 18 anos. As aulas propriamente di-tas são presenciais e dadas por parceirosem todo o País, como centros de apoiopedagógico, ateliers, institutos de lín-guas e centros de desenvolvimento. Novo
em Portugal, como garante a equipa de
nove investigadores dos 25 aos 50 anos, o
conceito engloba outra área de negócio:venda online de jogos interativos cria-dos pelo grupo Guia. Estes passam peloensino de métodos de estudo (aprendera planear, executar e avaliar) e da mate-mática com um tutor virtual para alu-nos do 5. s ao 9.- ano de escolaridade. É
o Hypatiamat, explica Armanda Pereira,uma das promotoras do projeto EDi&Co,
que quer promover o empowerment e o
ensino do "aprender a aprender" logo emtenra idade.
Novas explicaçõesSeis dos nove investigadores da Edy&Co (da
esquerda para a direita): Jennifer Cunha, Tânia
Nunes, Julia Hogemann, Armanda Pereira,Ricardo Pinto e Pedro Rosário
Conceito Pacotes virtuais de explicações,atividades extracurriculares e métodos deestudo para crianças ejovens
Empresa Edy&Co (2011)
Fase atua! Pré-incubaçãoÁreas tecnológicas Tecnologias da educaçãoSetores alvo da tecnologia Crianças ejovens,agregados familiares, instituições de ensino,
empresas da área educativa
Investimento inicial 10.000 euros (com retornoprevisto para o primeiro ano)
% que necessita de financiamento 100%
Outros apoios procurados Marketing e
Estratégia, Gestão e Economia, Avaliação da
Qualidade, Empreendedorismo Social
Website www.guia-psiedu.com;www.hypatiamat.com
©DOSÍMETROSSENSÍVEISCONTRA OCANCRO
Investigadores da Universidade de Aveiro
desenvolveram um dosímetro, permitindoo oposto daquilo que hoje acontece no tra-tamento do cancro, em que a dose é forne-cida tanto ao tumor como aos tecidos sau-dáveis. A vantagem do dosímetro é, paraJosé Paulo Rainho, coordenador da Uni-dade de Transferência de Tecnologia daUniversidade de Aveiro (UATEC) , permitiro tratamento de diversos tipos de cancro
pela sua sensibilidade: faz a dosimetriain vivo (diretamente no paciente) , umaleitura em tempo real e permite aplicar adose de forma mais eficiente nas áreas em
que é necessária. A equipa procura finan-ciamento para desenvolver a parte clínicado dispositivo. E a universidade procurapara a fase de I&D licenciamento e comer-
cialização. Além da radioterapia e da ima-giologia, aplica-se ao controlo da radiaçãona segurança de aeroportos, transportespúblicos, edifícios e ambiente industrial.O projeto nasceu de uma tese de mestradoe patente da Universidade de Aveiro.
O poder do dosímetroJoão Veloso, Filipe Castro e Luís Moutinho (dadireita para a esquerda.) mostram o protótipolaboratorial da sua invenção, que precisa deinvestidores para passar ao protótipo comercial
e aos testes clínicos
Conceito Dosímetro para tratamento do cancro
Fase atual Protótipo laboratorial. Princípio de
operação testado. Encontra-se em fase de
otimização para ensaios em ambiente clínico
Áreas tecnológicas Física Médica, Saúde,
Oncologia
Setores alvo da tecnologia Indústria biomédica,
diagnóstico, produtores de equipamento,controlo e segurança radiológica (médico, de
medida de radiação, eletrónico)
Investimento inicial 70.000 euros (a recuperarem quatro anos)
% que necessita de financiamento 100%
Outros apoios procurados Unidades clínicas
para adaptação a necessidades específicas etestes clínicos
O TINTASLOWCOST
PARA SENSORESELETRÓNICOS
Prontas a serem comercializadas, as três
tintas da Nanopaint permitem imprimirem sensores eletrónicos. Qual a diferençaentre estas novas tintas e as tintas condu-
toras, isoladoras ou semicondutoras paraimpressoras a jato de tinta para o fabricode eletrónica? Segundo Juliana OliveiraFerreira, empreendedora do programado governo Passaporte para o Empreen-dedorismo, "estas são as primeiras tintas
para o fabrico de sensores eletrónicos em
aplicações industriais". Além disso, tor-nam a produção mais simples e flexívele têm um custo reduzido. Destinam-se,numa primeira fase, a investigadores em
Baratas e tecnológicasJuliana Ferreira e Sylvie Ribeiro (na foto)
procuram financiamento e parcerias para iremalém do protótipo. As jovens cientistas sonham
em vender para a indústria têxtil e automóvelem todo o mundo
Conceito Tintas para imprimir em sensoreseletrónicos
Empresa NanopaintFase atual O protótipo já existe e o projetoprocura financiamento
Áreas tecnológicas Nano e microtecnologias eeletrónica flexível
Setores alvo da tecnologia Investigadores,indústria têxtil e automóvel, por exemploInvestimento inicial 100.000 euros (a
recuperar em três anos)
% que necessita de financiamento 100%
Outros apoios procurados Parcerias com
empresas que desenvolvam tintas ou sensores
específicos para aplicações industriais
Website www.nanopaint.pthttp://esm.fisica.uminho.pt
Impressora a jato de tinta As novas tintas sãoespecíficas para sensores e atuadores e vêmalargar a lista de dispositivos que podem serimpressos na indústria
nanotecnologias e eletrónica flexível porvenda direta. Mais tarde, o grupo de inves-
tigação da Universidade do Minho, commais de 10 anos de experiência e que está
na origem de duas spin-off (novas em-presas que decorrem de projetos de I&Dde universidades), acredita que as novastintas deverão chegar aos industriais pormeio de parcerias com distribuidores emdiversos países.
Tudo se transformaO casal Eríka e Filipe Davím (na foto abaixo)vivem incubados na Universidade de Aveiro
para reutilizar o que resta da incineração do lixo.
São parceiros as incineradoras Valor Sul e Lipor
Conceito Fazer cerâmica e vidro a partirde escórias de resíduos sólidos urbanosincinerados
Empresa EcolnCer
Fase atual Incubação na Incubadora de
Empresas da Universidade de Aveiro. Possui
protótipo laboratorial e está a finalizar um
protótipo industrial para o setor de pavimentoe revestimento cerâmico, indústria do barro
vermelho (tijolo e telha) e para a indústriavidreira. Detém uma patente europeia.Áreas tecnológicas Ciências dos materiais
Setores alvo da tecnologia Indústria cerâmica
e vidreira
Investimento inicial 750.000 euros (a
recuperar em três anos)
% que necessita de financiamento 85%
©FAZERAZULEJOSCOM LIXO
Fazer cerâmica e vidro com escórias resul-tantes da incineração de resíduos sólidosurbanos (RSU), ou seja, do lixo que sai
das nossas casas depois de ser queimadoa altas temperaturas, é a ideia da Ecoln-Cer. A empresa é promovida pelo casalDavim - a doutoranda Erika e o bolseirode investigação Filipe -, as Universidadesde Aveiro e Nova de Lisboa e as empre-sas que recolhem e fazem a incineraçãode lixo doméstico, a Lipor, no Porto, e aValor Sul, em Lisboa. A matéria-prima é
o lixo doméstico, não perigoso, ficandode fora os resíduos industriais e hospi-talares. Este lixo é incinerado a 1200 s C--1400 s C, resultando em cinzas de fundo- a que se chama escórias. O trabalho daEcolnCer começa aqui, no tratamento e
valorização dessas escórias através de ma-quinaria e processos que as adequam aos
setores da cerâmica e vidreira. O objetivoé substituir as matérias-primas naturais,como areias, feldspatos, caulinos e bar-ros, pelo que sai das incineradoras. ErikaDavim, de 35 anos, e Filipe Davim, de 33,vivem incubados há um ano e meio naUniversidade de Aveiro para transformaros RSU em pavimentos, revestimentos,tijolos, telhas, vidros e cerâmica utilitáriae decorativa. "Em Portugal produzem--se cerca de cinco milhões de toneladasde RSU por ano, com destino a aterros,e cerca de 20% dos resíduos produzidossão incinerados" , afirma Filipe Davim. Poroutro lado, os fabricantes de matéria-pri-ma para a indústria cerâmica, que usambens naturais escassos, como minerais de
argila, quartzo e feldspato, procuram so-
luções mais baratas e com menor impactoambiental, como as que a EcolnCer querpassar a oferecer. Não existe nenhuma em-presa a incorporar escórias de RSU parafazer cerâmica ou vidro em Portugal, naEuropa e no mundo, explicou nos ErikaDavim, que estuda este tema desde a li-cenciatura em Engenharia Cerâmica e do
Vidro.
©EVITARQUE AÁGUA POTÁVELESCORRA PARAO ESGOTO
Quando se abre uma torneira de águaquente, a água não sai quente de imediato.Até sair na temperatura desejada, a águaescorre pelo menos durante meio minuto
para o lavatório ou banheira e é desper-diçada. Ora, é para combater esta perda e
impedir que água potável escorra para o
esgoto que o investigador da Universidadede Aveiro (UA) Vítor Costa tem vindo a tra-balhar. A invenção assegura que a saídade água quente seja feita acima de umatemperatura previamente estabelecida.Esta vem ainda permitir acumular água
no esquentador ate estar na temperaturadesejada. Assim, a água fica aí reservada e
pode ser usada posteriormente, evitando
que escorra e se perca. Só quando atingea temperatura ideal (predefinida) é que saido esquentador. O sistema de poupançade água pode ser usado em esquentado-res ou caldeiras de água quente. O objetivoé poupar água potável que todos os dias
é lançada diretamente para o esgoto. As
soluções existentes precisam de motoresou bombas, sistemas auxiliares de aqueci-mento de água, ambos alimentados eletri-camente. Esta nova solução "funciona au-tomaticamente, sem recurso a intervençãohumana, e não precisa de meios adicionais
de alimentação", explica o promotor do
Departamento de Engenharia Mecânicada Universidade de Aveiro.
Poupar o essencialO professor Vítor Costa, da Universidade deAveiro (na foto), quer licenciar a sua tecnologia.Procura parcerias com empresas de fabrico de
esquentadores ou caldeiras de água quente
Conceito Novo sistema de poupança de águapara ser usado em esquentadores ou caldeiras
de abastecimento de água quente, evitando
que no tempo que demora a aquecer a águapotável esta escorra para o esgoto
Fase atual Princípio de funcionamento provado.A universidade procura empresas de fabrico
de esquentadores ou caldeiras de água quentepara licenciar a tecnologia e, em conjunto,desenvolverem o sistema
Setores alvo da tecnologia Indústria: empresasde fabrico de esquentadores ou caldeiras deabastecimento de água quente
COMO FINANCIARUMA IDEIA
Formas do financiamento: daideia à internacionalização
FASES DO CAPITAL DE RISCOO capital de risco é um inves-timento temporário (quatro a
sete anos) em empresas comelevado potencial de cresci-mento através da aquisição de
participações no seu capitalsocial - geralmente participa-ções minoritárias. A expec-tativa é obter mais-valias nocurto ou médio prazo e vira sair do capital da empresaapós a intervenção na gestãoe suposta valorização do
negócio. Neste momento, em
Portugal o capital de risco e
a private equity públicos são
geridos pela Portugal Ventu-
res, que resulta da fusão daAICEP Capital Global, Inov-
Capital e Turismo Capital.
É o financiamento maisdifícil de conseguir, poisainda não há nada que ga-ranta retorno. O seed capital(capital semente) é útil numafase inicial, em que existesó a ideia ou um projeto a
comprovar. O momento é
de validação do conceito
enquanto potencial negócio.Pode servir para financiarum conceito, protótipo ou
pesquisa de mercado.Nesta fase embrionária, é
uma sorte conseguir business
angels que aceitem investir.Este é o nome dado a investi-dores privados que apostamde forma isolada ou atravésde sociedades de business
angels no promotor de umaideia de negócio atrativa e
QUANDO HÁ APENAS UMAIDEIA SEM EMPRESA CRIADA
com potencial de valorização,ajudando a criar a empre-sa. Além do investimentofinanceiro, que se traduz em
participação no capital da
empresa, oferecem conheci-mento e contactos.
CROWDFUNDINCNa fase inicial, há quemrecorra ao capital de umamultidão através de platafor-mas na Internet que ligam os
promotores a potenciais in-vestidores em todo o mundo.Os fundos de uma multidãosão gerados quando muitas
pessoas individualmente
apoiam as ideias ou iniciati-vas com quantias pequenas.
FASE DE ARRANQUE ANTESDA COMERCIALIZAÇÃOOutra das formas de entradado capital de risco é na fase
start up, em que o investi-mento é feito no capital de
empresas existentes ou em
processo final de instalação,com um projeto desenvol-
vido, mas que não iniciaramainda a comercialização. O
grau de risco é grande, assim
como o potencial de lucro.
PRIVATEEQUITYTrata-se de um financiamen-to privado por via do capitalpróprio. Tem a vantagem de
aumentar a solidez da em-presa (o capital próprio temcaracterísticas de perma-nência) . Aplica-se a empre-sas com historial mas quenecessitam de financiamento
para passar ao próximo nível,isto é, financiar a internaci-
onalização, uma fusão ou aentrada na bolsa de valores.
©EVITAROS
DESPERDÍCIOSNAS TORNEIRAS DEÁGUA QUENTE
Com uma tecnologia diferente, VítorCosta, da Universidade de Aveiro, está ainventar outra forma de poupar água, masdesta vez aplicada às canalizações, e nãoaos esquentadores, evitando desperdícios
enquanto se espera que aqueça. O sistema
(conjunto de peças) deverá garantir que a
água que sai pela torneira só sai se estiver
quente. Até atingir uma temperatura pre-definida, fica acumulada num reservatório
adicionado aos canos.
CanalizaçõesecológicasO novo sistema vem garantir que a água que sai
pela torneira de água quente só sai se estiver
quente
Conceito Sistema para poupar água aplicado às
canalizações, evitando desperdícios enquantoaqueceFase atual A universidade procura estabelecer
parcerias com empresas de fabrico de
canalizações e torneiras
Setores alvo da tecnologia Indústria: empresasde fabrico de instalações de água
©AZEITONAA VIBRARPELA COPA
No olival intensivo, a técnica tradicionalde colheita com vibradores de tronco tem
limitações, como a falta de espaço e a repe-tição de ciclos de manobras, que originamenorme fadiga nos trabalhadores. Atenta a
estes problemas, a empresa Vicort - VictorCardoso junta se à Universidade de Évora,através do Grupo de Mecanização do De-partamento de Engenharia Rural da Escola
de Ciência e Tecnologia, para criar umanova máquina de apanha de azeitona porvibração da copa da árvore, percorrendoo pomar de uma forma contínua.
A nova tecnologia dispensa grandeparte da mão-de-obra e colhe a azeitonaatravés de uma abordagem lateral (em si-
multâneo, as fileiras da esquerda e da di-reita) , sem passar por cima da árvore ou ar-busto, explica José Oliveira Peça, professorassociado do Departamento de EngenhariaRural da Universidade de Évora e investi-
gador integrado do Instituto de Ciências
Agrárias e Ambientais Mediterrânicas. Os
promotores procuram um financiador paraproduzir o equipamento e comercializá-lo
em Portugal e no estrangeiro.
Inovar na colheitaO grupo responsáveljunto à versão pré--produção em Monforte (da esquerda para adireita): António Bento Dias (Univ. de Évora),José Maria Falcão (sociedade agrícola Torre de
Figueiras), José Oliveira Peça (Univ. de Évora) eVítor Cardoso (Vicort)
Conceito Nova máquina de apanha de azeitona
por vibração da copa da árvore e de forma
lateral, sem passar por cima da árvore ouarbusto.
Empresa Vicort - Victor Cardoso
Fase atual Após a construção da versão
protótipo e do seu ensaio na campanha de
2011-2012, finalizou-se a construção da versão
pré-produção, que está a ser ensaiada
Áreas tecnológicas Agricultura, agroalimentar,
construção de máquinasSetores alvo da tecnologia Olivicultura
e produção de azeite, construtores de
equipamentos agrícolas e florestais.
Websitewww.icaam-projects.uevora.pt/mcca
©USARO
CABELONO COMBATEÀ DROGA
Descontaminar
Sabia que o cabelo é muito útil na pesquisade drogas? É que, ao contrário do sangueou da urina, é uma amostra válida mesmousada anos após o consumo das drogas.Serve para descobrir o consumo de drogasno local de trabalho, crimes que envolvam
drogas, exposição pré-natal a drogas, contro-le de doping e monitorização terapêutica de
fármacos, por exemplo. Mas para ser usado
como teste o cabelo tem de ser descontami-nado em primeiro lugar. É isso mesmo queJosé Restolho, aluno de doutoramento daFaculdade de Farmácia da Universidade de
Lisboa (UL), propõe com o lançamento de
um kit pronto a usar de descontaminaçãode cabelo humano para pesquisa de drogas,um produto feito para a exportação, dado o
Na Universidade de Lisboa, Mário Barroso,Carlos Afonso, José Restolho e Benilde
Saramago (da esquerda para a direita) estão acriar um novo método para limpar amostras de
cabelo e saber se a pessoa consumiu drogas- mesmo que o teste seja feito anos depois do
consumo
Conceito Kit prontos a usar de
descontaminação de cabelo humano parapesquisa de drogas de abuso
Empresa Hairtubes
Fase atual Os k/tsjá estão desenvolvidos evalidados
Áreas tecnológicas Toxicologia forense
Setores alvo da tecnologia Laboratórios de
toxicologia forense públicos e privadosInvestimento inicial 100.000 euros (a
recuperar entre dois a três anos)
% que necessita de financiamento 70%
mercado em Portugal ser inexistente. "Os
métodos que existem hoje não permitemuma descontaminação credível das amostras
(etapa de pré-lavagem)", explica. Enquantoa descontaminação pelos métodos conven-cionais exige que o analista descontamineamostra a amostra, o que implica 5 a 10 mi-nutos por amostra, a nova tecnologia remo-ve todos os contaminantes da superfície do
cabelo, sem qualquer contacto físico entre o
extrator e a amostra. O resultado é o aumen-to do nível de eficiência na descontaminação,
podendo chegar a 20% de diferença face aos
métodos atuais, aponta José Restolho. E além
disso, apesar de o processo demorar 15 horas,
"a ideia é que a descontaminação seja feita
durante a noite, não afetando o expedientedo laboratório", destaca o investigador, que
começou a trabalhar nesta ideia quando es-tava a fazer a tese de mestrado em Medicina
Legal e Ciências Forenses na Faculdade deMedicina da UL. Hoje, o projeto tem como
promotores a Faculdade de Farmácia da UL,o Instituto Superior Técnico e o Serviço de
Toxicologia Forense da Delegação do Sul do
Instituto Nacional de Medicina Legal.
©MÁQUINADE
TRANSPLANTEDE GRANDESÁRVORES
Grandes árvores, como oliveiras, sobrei-
ros, azinheiras e pinheiros, poderão vira ser transplantadas com uma nova tec-nologia que está a ser desenvolvida pelaMaquinarte, empresa de investigação e
desenvolvimento de máquinas instaladano Parque de Ciência e Tecnologia do
Alentejo, em parceria com a Universi-dade de Évora. A curto prazo, prevê-sea construção de um protótipo e certi-ficação de um modelo de transplante.Trata-se de um equipamento indicadopara árvores de médio e grande porte e
que garante a sobrevivência e adapta-ção das árvores aos locais onde passa-rão a ser instaladas. O Treemover é umamáquina com 7,5 metros de largura e
desmontável para ser facilmente trans-portada - mesmo quando os acessos são
por caminhos de cabras. Em Portugal e
na Europa não há nada parecido e quepermita extrair as árvores com o "tor-rão", ou seja, com toda a raiz e terra queas envolvem. "Nos Estados Unidos existeuma máquina com estas funções, mas
que não se desmonta e portanto não é
facilmente transportável", explica José
Inocêncio, sócio da Maquinarte. O dra-ma do abate de árvores antigas, como o
sobreiro, deixará assim de fazer sentido,uma vez que são apenas deslocadas e
não cortadas. O investimento previstoé de cerca de um milhão de euros (a
recuperar entre quatro a seis anos) e
os promotores procuram parceiros dis-
postos a financiar 40% desse valor. Nomercado nacional já foram identificados
potenciais parceiros e prevê-se a expor-tação para países da União Europeia. Na
origem desta invenção está um estudofeito em parceria com a Universidade deÉvora que permite validar as premissase metodologias. ©
Levá-las ao coloJosé Inocêncio (à esquerda) e José AugustoSantos mostram o desenho do protótipo da
máquina desmontável que muda árvores de
lugar, evitanto o abate
Conceito Tecnologia para transplante deárvores de grande porte, como oliveiras,
sobreiros, azinheiras e pinheiros
Empresa Maquinarte (2013). Empresa de
investigação e desenvolvimento de máquinasinstalada no Parque de Ciência e Tecnologia do
AlentejoFase atual Incubação e em fase de prova de
conceito avançada. A curto prazo prevê-se a
construção de um protótipoÁreas tecnológicas Engenharia mecânica,
tecnologias do ambiente e agrárias
Investimento inicial Cerca de 1 milhão de euros(a recuperar em 4-6 anos)
% que necessita de financiamento 40%