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I CURSO PARA ASSESSORES JUDICIAIS SINOPSE DAS AULAS PROFESSOR:- ALFREDO DE OLIVEIRA FEVEREIRO DE 2012

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I CURSO PARA ASSESSORES JUDICIAIS

SINOPSE DAS AULAS

PROFESSOR:- ALFREDO DE OLIVEIRA

FEVEREIRO DE 2012

PRINCÍPIOS REITORES DAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 1º. CR O Estado Democrático de Direito tem como um dos

fundamentos:

III – DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

ART. 5º. CR Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se (...) a inviolabilidade do direito à vida, à

LIBERDADE, à igualdade, à segurança e à propriedade,

III – ninguém será submetido tortura / tratamento desumano /

degradante;

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e

moral;

LIV – ninguém será privado da liberdade, e de seus bens sem o

devido processo legal;

LVII – NINGUÉM SERÁ CONSIDERADO CULPADO ATÉ O

TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA PENAL

CONDENATÓRIA

LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem

escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos

casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em

lei;

LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão

comunicados imediatamente ao juiz competente, família do preso ou

pessoa por ele indicada;

LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais de

permanecer calado, assegurando-lhe assistência da família e advogado;

LXV – a PRISÃO ILEGAL será imediatamente relaxada pela

autoridade judicial;

LXVI – NINGUÉM SERÁ LEVADO À PRISÃO OU NELA

MANTIDO, QUANDO A LEI ADMITIR LIBERDADE PROVISÓRIA,

com ou sem FIANÇA;

LXVIII – conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém

sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua

LIBERDADE de locomoção, por ILEGALIDADE ou abuso de poder;

LXXVIII – a todos, no âmbito judiciário ou administrativo, são

assegurados a razoável duração do processo e meios que garantam

celeridade da tramitação;

§ 3º. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos

humanos aprovados pelo Congresso Nacional em dois turnos, 3/5 votos –

serão equivalentes às emendas constitucionais.

Art. 93, IX: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário

serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de

nulidade .......

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE MEDIDAS

CAUTELARES PROCESSUAIS PENAIS

MEDIDA CAUTELAR: visa A resguardar os objetivos da ação

principal / execução. Destina-se a tutelar o jus puniendi / garantir a

reparação do dano / evitar a prática de novas infrações penais.

PRESSUPOSTOS FUNDAMENTAIS DAS CAUTELARES

FUMUS BONI JURI ou FUMUS COMMISSI DELICTI:

probabilidade de resultado favorável do processo principal;

PERICULUM IN MORA ou PERICULUM LIBERTATIS: situação

concreta de risco à eficácia da prestação jurisdicional.

CARACTERÍSTICAS DAS MEDIDA CAUTELARES

1. EXCEPCIONALIDADE: demonstração da necessidade

concreta da prisão como garantia da eficácia do processo principal e para

evitar a prática de novas infrações. Regidas pelo princípio da legalidade

estrita;

2. ADEQUABILIDADE: a medida cautelar deve levar em conta a

gravidade do crime, às circunstâncias do fato e as condições pessoais do

indiciado ou acusado;

3. INSTRUMENTALIDADE: meio para atingir um fim.

Instrumento do instrumento,

4. PROVISORIEDADE: efeitos prevalecem enquanto durar o

processo principal ou enquanto subsistirem os motivos determinantes;

5. ACESSÓRIEDADE: depende ao processo principal;

6. JURISDICONALIDADE.

PROCESSO CAUTELAR: requisitos: ação, jurisdição,

procedimento, contencioso.

MEDIDA CAUTELAR: providência resultante do processo cautelar

destinada a preservar a eficácia do processo de conhecimento ou de

execução. É o produto da ação cautelar.

Art. 282, § 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada

ou cumulativamente.

Somente as MEDIDAS ASSECURATÓRIAS são aplicadas por

meio de um verdadeiramente processo cautelar

MEDIDA CAUTELAR DE OFÍCIO: providência judicial sem

provocação, ação, ou processo;

Art. 282 § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a

requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação

da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.

§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da

medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a

intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das

peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.

Contraditório prévio ou diferido.

Forma de resposta: escrita ou oral?

§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações

impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério

Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida,

impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão

preventiva (art. 312, parágrafo único).

Prisão cautelar é a extrema ratio da última ratio

§ 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando

verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la,

se sobrevierem razões que a justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a

sua substituição por outra medida cautelar. (art. 319)

A lei não menciona a exigência dos pressupostos referentes à prova

da materialidade e indícios suficientes de autoria – duas correntes.

DISTINÇÃO ENTRE MEDIDA CAUTELAR E TUTELA

ANTECIPADA:

Escopo tutela antecipada: satisfatividade da pretensão material e

não para tutelar o processuo.

P R I S Ã O:

CONCEITO: é a supressão da liberdade individual mediante

recolhimento da pessoa.

INSTITUTO TOTAL: domina e controla totalmente as manifestações

da personalidade diuturnamente

ESPÉCIES DE PRISÃO

a) Prisão pena: decorrente de sentença condenatória transitada em

julgada;

b) Prisão cautelar, processual ou provisória;

c) Prisão civil;

d) Prisão disciplinar militar;

e) Prisão durante o estado de defesa e estado de sítio.

PRISÃO CAUTELAR, PROCESSUAL OU PROVISÓRIA:

segregação destinada a preservar a eficácia processual ou interesses

sociais comprometidos em razão da liberdade do acusado.

Não pode ser confundida com PUNIÇÃO ANTECIPADA.

“Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das

que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de

execução penal.

Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a

lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição

a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades

competentes. (NR)

PRISÃO CAUTELAR ESPECIAL: determinadas pessoas, em razão

de certas condições, têm direito à prisão provisória em cela especial ou em

quartel. Art. 295.

Consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da

prisão comum.

Não havendo local distinto: cela distinta,

Requisitos: salubridade do ambiente: aeração, insolação e

condicionamento térmico, adequados à existência humana.

Preso especial não será transportado com preso comum.

Lei 5.256, de 06-04-67: Onde não houver estabelecido adequado à

prisão especial, considerando a gravidade das circunstâncias, ouvido o

MP, poderá o juiz autorizar o recolhimento do réu na própria residência.

ADVOGADO, JUIZ, membros do Ministério Público: Prisão em

sala do Estado-maior das Forças Armadas.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA: não sujeito a prisão cautelar: CF,

Art. 86 § 3º.

PRISÃO CAUTELAR - ESPÉCIES

Prisão em flagrante;

Prisão preventiva;

Prisão temporária.

Art. 283. Ninguém será poderá ser preso senão em flagrante delito

ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente,

em decorrência de sentença condenatória transitada em julgada ou,no

curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou

prisão preventiva.

Banida as outras hipóteses de prisão cautelar.

PRISÃO EM FLAGRANTE: certeza visual do crime, exemplo

aos maus, satisfação aos bons e restabelecimento da confiança na

ordem jurídica.

Natureza jurídica: medida pré-cautelar, destinada a colocar o preso à

disposição do juiz para decidir sobre a necessidade de se adotar uma

medida cautelar.

“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá

fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes

os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem

inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;

Prazo: cinco dias ou quarenta e oito horas?

Com frequência há uma pobreza informativa do auto de

prisão sobre fundamentos da preventiva

III - conceder liberdade provisória (ou qualquer outra cautelar

processual penal), com ou sem fiança.

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em

flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos

incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder

ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a

todos os atos processuais, sob pena de revogação.” (NR)

ESPÉCIES DE FLAGRANTE

a) - Próprio: quando o agente está cometendo a infração ou acaba

de cometê-la. Abrange as hipóteses dos incisos I e II do art. 302. Assim

deve ser preso quem é visto durante a prática dos atos executórios da

infração penal ou já encerrou os atos de execução, mas é encontrado no

local em situação indicativa de que praticou o delito;

EXPRESÃO ACABA DE COMETER: IMEDIATIDADE QUASE

ABSOLUTA – DIMINUTO ESPAÇO DE TEMPO.

b) - IMPRÓPRIO OU QUASE FLAGRANTE: perseguido logo

após em situação em que faça presumir ser ele o autor da infração; art.

302, inc. Não se exige a visualização do perseguido, desde que

ininterrupta a perseguição;

EXPRESSÃO LOGO APÓS: tempo próximo ao crime –

Imediatidade não tão rígida.Início da perseguição logo após o fato e

prossegue até a efetivação a prisão.

TEMPO DE DURAÇÃO DA PESEGUIÇÃO - duas posições:

1. Pouco importa o tempo da perseguição (dominante);

2. Razoável espaço de tempo – Breve.

c)-. Presumido ou ficto: encontrado logo após com armas, objetos,

papéis que façam presumir ser ele o autor da infração;

EXPRESSÃO LOGO DEPOIS: Espaço temporal mais dilatado

que LOGO APÓS – Pequeno intervalo de tempo: algumas horas.

d)- Preparado: Súmula 145 do STF: Não há crime quando a

preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”

O agente é induzido pelo agente provocador. É nula a prisão;

e)- Esperado: a polícia apenas aguarda a atuação do agente sem

indução;

f)- Forjado: criação de provas de um crime inexistente, colocando,

por exemplo, droga ilícita no bolso de alguém para prendê-lo em

seguida;

g) - Retardado: Lei 9034/95 permite à polícia retardar a prisão em

flagrante em crimes praticados por organização criminosa, mantendo a

atividade do agente em observação para obtenção de melhores provas.

Lei 10.409/02, art. 33, Autorização judicial para:

I – infiltração policial em quadrilhas;

II – não autuação policial sobre os portadores de drogas ilícitas.

SUJEITOS DO FLAGRANTE:

Sujeito ativo: facultativo (qualquer do povo) ou obrigatório

(art. 30l )

Sujeito passivo: qualquer pessoa, salvo:

Menores de dezoito anos,

Diplomatas estrangeiros,

Presidente República (art. 86, § 3o.CR);

Parlamentar federal, estadual, Magistrado e membros do Ministério

Público: só em crimes inafiançáveis;

Advogados, se o crime for cometido no desempenho de suas

atividades.

FORMALIDADES DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

DELITO:

Ouvir o condutor, duas testemunhas e interrogar o conduzido,

garantindo-lhe direito ao silêncio

Falta de testemunha não impede a lavratura, convocando-se

testemunhas instrumentárias.

Obrigatoriedade de comunicação ao juiz, á família ou à pessoa

indicada pelo preso, entregando-lhe nota de culpa, no prazo de 24 h da

prisão, com o motivo, o nome do condutor e das testemunhas.

OBS: flagrante em crime permanente, continuado, habitual e de

ação privada e crime culposo de trânsito.

COMUNICAÇÕES CONSTITUCIONAIS: GARANTIA

FUNDAMENTAL: Art. 5º. LXIII – CF/88: JUIZ, ADVOGADO E

FAMÍLIA. Art. 306 acrescentou a comunicação ao Ministério Público.

Lei 9099/95 veda a prisão em flagrante se o autor da infração de

menor potencial ofensivo for encaminhado de imediato ao Juizado

Especial ou assumir o compromisso de apresentar-se quando determinado.

PRISÃO PREVENTIVA

Prisão cautelar decretada durante o inquérito policial ou processo

criminal, antes do trânsito em julgado, presentes os pressupostos, os

requisitos e os motivos ensejadores.

Art. 282, § 6o A prisão preventiva será determinada quando não for

cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319).

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo

penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no

curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do

querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade

policial.”(NR)

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia

da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução

criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova

da existência do crime e indício suficiente de autoria.

ESPÉCIES DE PRISÃO PREVENTIVA:

PRISÃO PREVENTIVA CONVERTIDA (art. 310, II);

PRISÃO PREVENTIVA AUTONÔMA ( art. 311 e seguintes)

PRISÃO PREVENTIVA SUBSTITUTIVA / SUBSIDIÁRIA:

(art. 282, § 4º);

O descumprimento da medida cautelar é o único fundamento,

sem outros pressupostos e requisitos?

PRISÃO PREVENTIVA PARA AVERIGUAÇÃO DE

IDENTIDADE

Decreto fundamentado.

PRESSUPOSTOS (fumus comissi delicti):

Prova da existência do crime (art. 312)

Indício suficiente de autoria (art. 312)

Quando não for suficiente outra medida cautelar diversa

da prisão (art. 282, § 6º)

REQUISITOS:

Crime doloso punido com pena acima de quatro anos (art.

313); ou

Reincidência por crime doloso (art. 313); ou

Se o crime envolver violência doméstica e familiar

contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou

pessoa com deficiência, para garantir a execução das

medidas protetivas de urgência (art. 313);

FUNDAMENTOS (periculum libertatis):

Garantia da ordem pública (art. 312)

Garantia da ordem econômica (art. 312)

Conveniência da instrução criminal (art. 312)

Asseguração da aplicação da lei penal (art. 312) ou

Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa

(art. 313);

PRAZO DE DURAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA:

Súmula 21 do STJ: pronunciado o réu, fica superada a alegação do

constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução.

Súmula 52 do STJ: encerrada a instrução processual, fica superada

a alegação de constrangimento ilegal por excesso de prazo.

Súmula 64: não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo

na instrução, provocado pela defesa.

STF: Fica prejudicada a alegação de excesso de prazo nas de prisão

preventiva quando já concluída a instrução criminal. Indeferimento de HC

em que se buscava a revogação da prisão preventiva imposta ao paciente

HÁ QUASE CINCO ANOS, uma vez encerrada a fase instrutória. HC

80.024-RJ Ministro Moreira Alves, 04. 12.01

Alemanha: seis meses prorrogáveis

Espanha e Portugal: até dois anos

França: um a quatro anos

Itália: três meses a seis anos

A PRISÃO DOMICILIAR

“Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do

indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com

autorização judicial.” (NR)

“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela

domiciliar quando o agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6

(seis) anos de idade ou com deficiência;

IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta

de alto risco.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos

requisitos estabelecidos neste artigo. (NR)

Distinta da cautelar de recolhimento noturno em razão do

destinatário

PRISÃO DOMICILIAR: Art. 117 LEP: beneficiário de regime

aberto, em residência particular:

Condenado maior de 70 anos ou acometido de doença grave

Condenada gestante ou com filho menor ou deficiente.

FUNDAMENTOS OU MOTIVOS ENSEJADORES DA

PRISÃO PREVENTIVA: Periculum in mora ou periculum libertatis

I - Garantia da ordem pública:

ORDEM PÚBLICA: razões de ordem social, material e não cautelar

em defesa da eficácia do processo. Verdadeira medida de segurança

preventiva a proteger bens materiais: segurança social e não do processo.

PERICULOSIDADE EM DECORRÊNCIA:

a) - REINCIDÊNCIA OU MAUS ANTECEDENTES; (

Art. 282, I: evitar a prática de novos crimes

b) – VIOLÊNCIA OU GRAVIDADE CONCRETA DA

CONDUTA;

c) – GRAVIDADE ABSTRATA DO CRIME;

d) – CLAMOR PÚBLICO;

e) – CREDIBILIDADE DA JUSTIÇA, DO ESTADO, OU DA

ORDEM JURIDICA.

Guilherme Nucci: a garantia da ordem pública demanda

requisitos básicos como a gravidade concreta do crime, repercussão

social, maneira destacada de execução do crime, condições pessoais

negativas do autor e envolvimento com quadrilha, bando ou organização

criminosa.

STF: Não constitui fundamento idôneo, por si só, à prisão preventiva

o chamado CLAMOR PÚBLICO provocado pelo fato atribuído ao réu,

mormente quando confundido como é freqüente, com a sua repercussão nos

veículos de comunicação de massas. (HC 79.781/SP 1A. T, Min. Pertence. Dju

09.6.00 p 511)

STF: Tranqüila a orientação de que não constitui fundamentação

idônea a SIMPLES REFERÊNCIA AOS PRESSUPOSTOS LEGAIS DO

ART. 312 DO CPP, sem menção a fatos concretos capazes de atestar sua

ocorrência.

EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.

TRÁFICO DE DROGAS. FUGA DO DISTRITO DA CULPA.

MODUS OPERANDI. GRANDE QUANTIDADE E

NATUREZA DA SUBSTÂNCIA. GRAVIDADE CONCRETA.

PRISÃO PREVENTIVA PARA GARANTIA DA ORDEM P

ÚBLICA, PARA PRESERVAÇÃO DA INSTRUÇÃO

CRIMINAL E PARA ASSEGURAR A APLICA Ç ÃO DA LEI

PENAL. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. PRECEDENTES.

ORDEM DENEGADA. 1. A fuga do distrito da culpa é dado

conducente à decretação da prisão preventiva para garantir a

instrução criminal e assegurar a aplicação da lei penal.

Precedentes: HC 101356/RJ, rel. Min. Ayres Britto, 2ª Turma,

DJ 2-3-2011; HC 101934/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de

14/9/2010; HC 95.159/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ

12.06.2009; HC 102021/PA, rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma,

DJ de 24/9/2010; HC 98145/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno,

DJ de 25/6/2010; HC 101309/PE, Rel. Min. Ayres Britto, 1ª

Turma, DJ de 7/5/2010. 2. A gravidade in concreto do delito

ante o modus operandi empregado, enseja também a

decretação da medida para garantia da ordem pública por

força da expressiva periculosidade do agente. 3. In casu, o

paciente sofre a imputação do tráfico de 2.110 gramas de

cocaína, dado concreto extraído dos autos que, mercê da

quantidade e da natureza da substância, permite concluir pela

periculosidade social do paciente. 4. Parecer do MPF pela

denegação da ordem. 5. Ordem DENEGADA.

Decisão

Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de habeas corpus

e cassou a liminar anteriormente deferida, nos termos do voto do

Senhor Ministro Luiz Fux, Redator para o acórdão, vencido o

Senhor Ministro Marco Aurélio, Relator. Presidência da Senhora

Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 31.5.2011.

EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.

TENTATIVA DE HOMICÍDIO (ART. 121 C/C ART. 14,

INCISO II, DO CÓDIGO PENAL). PRISÃO PREVENTIVA.

ORDEM PÚBLICA. PACIENTE ASSOCIADO A MEMBRO

DE EXTENOSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA (P.C.C.).

PERICULOSIDADE IN CONCRETO. EXCESSO DE

PRAZO NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA DE

PRONÚNCIA PROFERIDA. ORDEM DENEGADA. 1. A

utilização promíscua do habeas corpus como substitutivo de

recurso ordinário deve ser combatida, sob pena de

banalização da garantia constitucional, tanto mais quando

não há teratologia a eliminar, como no caso sub judice, em

que a prisão preventiva se fez sob fundamento hígido e o

alegado excesso de prazo encontra-se superado ante a

prolação de sentença de pronúncia. 2. A periculosidade in

concreto do paciente pode exurgir do caso concreto, por isso

que, in casu, emerge da sua associação a pessoa apontada

como integrante de extensa organização criminosa (P.C.C.) na

fase de planejamento do delito, legitimando a prisão

preventiva como garantia da ordem pública – art. 312 do

CPP. 3. O excesso de prazo é possível de superação como in

casu, posto já proferida sentença de pronúncia. 4. O habeas

corpus concedido em favor de corréu por motivos pessoais

não aproveita o outro imputado, máxime quando o mesmo

não impugna a validade da prisão preventiva, limitando-se a

determinar novo julgamento pelo STJ, ante a ofensa ao

princípio do Colegiado, e o outro afronta a custódia cautelar.

5. Parecer do MPF pela denegação da ordem. 6. Ordem

DENEGADA.

Decisão

Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de habeas

corpus, nos termos do voto do Senhor Ministro Luiz Fux, Redator

para o acórdão, vencidos os Senhores Ministros Marco Aurélio,

Relator, e Dias Toffoli. Presidência da Senhora Ministra Cármen

Lúcia.

1ª Turma, 24.5.2011.

MENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL.

PROCESSUAL PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. DECISÃO

FUNDAMENTADA NA GARANTIA DA ORDEM

PÚBLICA. PARTICIPAÇÃO EM ORGANIZAÇÃO

CRIMINOSA. REQUISITOS DO ART. 312 DO CÓDIGO

DE PROCESSO PENAL DEMONSTRADOS. HABEAS

CORPUS DENEGADO. 1. A decretação da prisão preventiva

baseada na garantia da ordem pública está devidamente

fundamentada em fatos concretos a justificar a prisão

cautelar, especialmente em razão da participação do

Impetrante/Paciente em organização criminosa. Precedentes.

2. Ordem denegada.

Decisão

A Turma denegou a ordem de habeas corpus, nos termos do voto

da Relatora. Unânime. Não participou, justificadamente, deste

julgamento, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Presidência da

Senhora Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 3.5.2011.

EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL.

PROCESSO PENAL. HOMICÍDIO TRIPLAMENTE

QUALIFICADO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE

FUNDAMENTAÇÃO CAUTELAR IDÔNEA DA DECISÃO

QUE DECRETOU A PRISÃO PREVENTIVA.

IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. 1 . Existem

fundamentos autônomos e suficientes para a manutenção da

prisão do Paciente: a garantia da ordem pública em razão da

periculosidade (crueldade) evidenciada pelo modus operandi e

a garantia de aplicação da lei penal devido ao risco concreto

de que o Paciente venha a foragir. 2. Apesar de sucinta, a

decisão está fundada em elementos concretos devidamente

comprovados nos autos. 3. Ordem denegada.

Decisão

Por maioria de votos, a Turma denegou a ordem de habeas

corpus, nos termos do voto da Relatora, vencido o Senhor

Ministro Marco Aurélio. Ausente, justificadamente, o Senhor

Ministro Dias Toffoli. Presidência da Senhora Ministra Cármen

Lúcia. 1ª Turma, 12.4.2011.

EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.

PRESENÇA DOS SEUS REQUISITOS. ORDEM

DENEGADA. Justifica-se a prisão preventiva (que não se

confunde com execução provisória) decretada para garantia

da ordem pública e da aplicação da lei penal, tendo em vista a

alta periculosidade do paciente e o fato de ele ter fugido após

o crime, conforme se infere da decisão que decretou a custódia

cautelar e da sentença condenatória. A primariedade, os bons

antecedentes, a ocupação lícita e a residência fixa do paciente

não impedem a decretação da sua prisão preventiva, se

presentes os seus requisitos, como ocorre no caso. O fato de o

paciente estar preso desde 6.7.2007 não configura, no caso,

excesso de prazo, uma vez que ele já foi condenado em

primeira e segunda instâncias, estando o processo de origem,

atualmente, à espera do julgamento de agravo de instrumento

interposto ao Superior Tribunal de Justiça. Habeas corpus

denegado.

Decisão

Indeferida a ordem, nos termos do voto do Relator, vencido o

Senhor Ministro Celso de Mello que concedia, de ofício, a ordem

de habeas corpus. Falou, pelo paciente, o Dr. Jânio Rocha de

Siqueira e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Mário José

Gisi. 2ª Turma, 22.03.2011.

EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL.

PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO DUPLAMENTE

QUALIFICADO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. 1.

ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO. MATÉRIA QUE,

PARA SER APRECIADA, DEMANDARIA DUPLA

SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 2. FUNDAMENTO DA

PRISÃO PREVENTIVA. PERICULOSIDADE

EVIDENCIADA PELO MODUS OPERANDI.

FUNDAMENTO SUFICIENTE E IDÔNEO PARA A

PRISÃO DO PACIENTE. 1. Não apreciada pelo Tribunal de

Justiça do Espírito Santo a alegação de excesso de prazo e

tendo o Superior Tribunal de Justiça assentado a

impossibilidade de examinar essa matéria, sob pena de

supressão de instância, não cabe ao Supremo Tribunal

Federal dela conhecer originariamente, sob pena de dupla

supressão de instância. 2. Garantia da ordem pública

evidenciada pela periculosidade e pelo modus operandi.

Fundamento suficiente e idôneo para a manutenção da prisão

do ora Paciente. Precedentes. 3. Habeas corpus conhecido em

parte e, na parte conhecida, ordem denegada.

Decisão

Por maioria de votos, a Turma conheceu, em parte, da ordem de

habeas corpus e, nesta parte, a denegou, nos termos do voto da

Relatora, vencido o Ministro Marco Aurélio. Presidência da

Ministra Cármen Lúcia. 1ª Turma, 15.2.2011.

STF - NÃO CONSTITUEM MAUS ANTECEDENTES: Inquérito

policial em andamento/arquivado – processo em andamento/absolvição -

Informativo332 (6X5).

STF: Esta Corte, por ambas as suas Turmas, já firmou o

entendimento de que a prisão preventiva pode ser decretada em face da

PERICULOSIDADE DEMONSTRADA PELA GRAVIDADE E

VIOLÊNCIA DO CRIME, ainda que primário o agente (RT 648/347)

STF: A GRAVIDADE ABSTRATA dos crimes imputados à

paciente, por si só, não é motivação hábil para configurar ameaça à ordem

pública.

II – Garantia da ordem econômica: crimes definidos na Lei

7492/86, Lei 8078/90, Lei 8137/90, Lei 8884/94. Também não se trata de

medida processual cautelar. Visa a evitar ganância, lucro fácil: valores

materiais. Medida de segurança preventiva a tutelar bens materiais;

III - Conveniência da instrução criminal: visa a impedir a

perturbação da produção da prova;

IV - Assegurar aplicação da lei penal: foragido ou prestes a

foragir;

V - § 6o A prisão preventiva será determinada quando não for

cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319).

PRISÃO POR MANDADO JUDICIAL DURANTE O DIA

Necessidade de mandado domiciliar específico: Tourinho –

Mossin;

Não necessita: Capez, Mirabete, Grecco, Rios.

RECURSOS:

Decisão que decreta a prisão preventiva ou indefere

requerimento de sua revogação: habeas corpus.

Decisão que denega pedido de prisão preventiva ou revoga:

recurso em sentido estrito.

PRISÃO TEMPORÁRIA: natureza investigatória, decretada por

tempo determinado, destinada possibilitar investigações de crimes graves,

durante inquérito policial.

Medida Provisória 111 de 24.111.89 - Lei 7960, de 21/12/89

Art. 62, § 1º, É vedada a edição de medida provisória em:

(...)

b) direito penal processual penal e processual civil;

F U N D A M E N T O S:

I - quando imprescindível p/ investigações do inquérito policiais;

II - indiciado s/ residência fixa ou se não fornecer elementos de

identidade;

III - fundada razões de participação / autoria: homicídio doloso,

seqüestro ou cárcere privado, roubo, extorsão ou extorsão mediante

seqüestro, estupro ou atentado violento ao pudor, rapto violento, epidemia

ou envenenamento de água ou alimento, quadrilha, genocídio, tráfico de

droga ou contra sistema financeiro.

Prevalece entendimento de que só cabível nos crimes

mencionados no inciso III e desde que presente a hipótese do

inc. I ou do inc. II.

Prazo: cinco dias prorrogáveis - crimes hediondos; trinta

dias prorrogáveis.

Decorrido prazo de duração: desnecessidade alvará soltura.

Procedimento: requerimento do MP ou representação da

autoridade policial.

MANDADO DE PRISÃO: Requisitos: parágrafo único do art.285

CPP

lavrado pelo escrivão e assinado pelo juiz;

designar a pessoa a ser presa: nome ou sinais

identificativos;

Mencionar a infração;

Declarar o valor da fiança;

Dirigido a quem tiver qualidade para executá-lo;

Em duplicata - entregue ao preso, salvo em crime afiançável;

EXECUÇÃO DO MANDADO DE PRISÃO: Qualquer dia e hora,

guardadas disposições sobre a inviolabilidade de domicílio. Art. 293 CPP

– art. 5º. XI CF.

Art. § 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer

hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.

PRISÃO EM DOMICÍLIO DURANTE O DIA:

Durante o dia, se houver resistência do morador, a casa

poderá ser invadida para efetuar a prisão art. 293 CPP – art.

150, § 3º. CP.

À noite, não é permitida a violação do domicílio, devendo a

casa ser cercada; NOITE: 18 h / 6 h (Analogia CPC, art. 172:

vinte horas às seis horas).

Cinco dias antes e quarenta e oito horas após as eleições, o

eleitor não pode ser preso, salvo em flagrante ou em razão de

sentença condenatória por crime inafiançável.

Prisão sem exibição do mandado somente infração

inafiançável – art. 287.

Ninguém será recolhido à prisão sem exibição do mandado

ao carcereiro art. 288.

Necessita de ordem judicial expressa para violar determinado

domicílio;

Não necessita – contém autorização legal: art. 293 (majoritária).

MANDADO DE BUSCA DOMICILIAR COLETIVO? Caso

Fernandinho Beira-mar (favelas).

Lei 4898/65 – art. 4º. Constitui crime de ABUSO DE

AUTORIDADE: ordenar ou executar prisão sem as formalidades legais

ou com abuso de poder.

MANDADO DE PRISÃO POR PRECATÓRIA – por qualquer

meio de comunicação. Art. 289, § 1º;

§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso, no

prazo de máximo de trinta dias...