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CianMagentaAmareloPreto IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO N o 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS Porto Alegre, 16 a 30 de setembro de 2009 Ano XV - Edição N o 546 - R$ 1,50 Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe 3 a 7 de fevereiro de 2010 Centro de Eventos da PUCRS - P. Alegre É o que comprovam estudos. Um remédio sem custo e sem efeitos colaterais. Contracapa O avanço da obesidade Setembro e pátria Personalidades democráticas Música faz bem ao coração P esquisadores da instituição descobriram a chave para a manutenção da memória. Página 8 Na PUCRS novas descobertas sobre memória O papagaio da aposentada A crise do poder Contracapa Página 3 Contracapa S. Miguel e Almas tem nova capela Página 2 Deus, algo a ver ainda hoje? P or mais que queira evitar, por maior que seja o avan- ço científico, o impulso huma- no a algum conceito de Deus é inarredável. Inúteis e vãs fo- ram e serão todas as tentativas contrárias: uma força superior, anterior e exterior a todo o Universo - do que a Terra é apenas minúscula poeira - existe. Esta e muitas outras questões serão debatidas no X Simpósio Internacional IHU: Narrar Deus numa sociedade pós-metafísica. Possibilidades e impossibilidades. Será entre 14 a 17 de setembro de 2009 no Anfiteatro Pe. Werner, Av. Unisinos, 950, São Leopoldo/ RS. Mais informações: (51) 3591 1122 Jovem tem vez N esta edição nosso des- taque é para Isadora V. Lattmann, 16 anos, estudante do terceirão (escola média), residente em Pato Branco/PR, onde o Solidário tem muitos leitores. Página 9 A Bíblia e o compromisso com a vida Dar um passo além da retórica, contextuali- zar e aplicar a palavra de Deus contra a injustiça e pela vida. É desafio da Fraternidade Apostólica da Boa Nova, em ativi- dade na periferia de S. Leopoldo (foto abaixo). Páginas centrais Foi o tema principal da reunião dos bispos e organismos das 18 dioceses gaú- chas, entre 24 e 25 de agosto último em Porto Alegre. Com vistas à mobilização para o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, que será realizado entre os dias 3 e 7 de fevereiro de 2010, na PU- CRS, o encontro contou com a assessoria do jornalista paranaense Élson Faxina. A Fundação Pro Deo de Comunicação, mantenedora do Solidário, prestou justa homenagem aos padres jesuí- tas da Província do Brasil Meridional que apoia e, há anos, cede privilegiado espaço, sem ônus, no prédio da Livraria e Editora Padre Reus, no Centro de Porto Alegre, para a administração e redação do jornal. Na foto, Pe. Cláudio Pires, vice-provincial, representando o provincial Pe. João Geraldo Kolling, ladeado por Dom Dadeus Grings (e) e José Ernesto Flesch Chaves e Jorge La Rosa (d). Comunicação e Igreja: Um desafio permanente Fundação Pro Deo homenageia jesuítas A pequena e pioneira semente lançada em 15 de agosto de 1956, por Nely de Souza Capuzzo – a Irmã Nely – cons- titui hoje o maior referencial de solidariedade na Vila Maria Degolada, em Porto Alegre. Em suas amplas instalações se desenvolvem as mais diversas ações e projetos de integração social que devolvem a dignidade humana para centenas de crianças, jovens e adultos do bairro e adjacências. Pequena Casa da Criança: 53 anos Página 4 Diferenças entre homens e mulheres Página 5 Contracapa

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CianMagentaAmareloPreto

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO No 9912233178

ECT/DR/RSFUNDAÇÃO PRODEODE COMUNICAÇÃO

CORREIOS

Porto Alegre, 16 a 30 de setembro de 2009 Ano XV - Edição No 546 - R$ 1,50

Mutirão de ComunicaçãoAmérica Latina e Caribe

3 a 7 de fevereiro de 2010Centro de Eventos da

PUCRS - P. Alegre

É o que comprovam estudos. Um remédio sem custo e

sem efeitos colaterais. Contracapa

O avanço daobesidade

Setembroe pátria

Personalidadesdemocráticas

Música fazbem aocoração

Pesquisadores da instituição descobriram a chave para a

manutenção da memória.Página 8

Na PUCRS novas descobertas

sobre memória

O papagaioda aposentada

A crise dopoder

ContracapaPágina 3Contracapa

S. Miguel eAlmas tem

nova capela

Página 2

Deus, algo a ver ainda hoje?

Por mais que queira evitar, por maior que seja o avan-

ço científico, o impulso huma-no a algum conceito de Deus

é inarredável. Inúteis e vãs fo-ram e serão todas as tentativas contrárias: uma força superior,

anterior e exterior a todo o Universo - do que a Terra é apenas minúscula poeira - existe. Esta e muitas outras

questões serão debatidas no X Simpósio Internacional IHU: Narrar Deus numa sociedade pós-metafísica. Possibilidades e impossibilidades. Será entre 14 a 17 de setembro de 2009 no Anfiteatro Pe. Werner, Av. Unisinos, 950, São Leopoldo/ RS. Mais informações: (51)

3591 1122

Jovem tem vez

Nesta edição nosso des-taque é para Isadora V.

Lattmann, 16 anos, estudante do terceirão (escola média),

residente em Pato Branco/PR, onde o Solidário tem muitos

leitores.Página 9

A Bíblia e o compromisso com a vida

Dar um passo além da retórica, contextuali-zar e aplicar a palavra de Deus contra a injustiça e pela vida. É desafio da Fraternidade Apostólica da Boa Nova, em ativi-dade na periferia de S. Leopoldo (foto abaixo).

Páginas centrais

Foi o tema principal da reunião dos bispos e organismos das 18 dioceses gaú-chas, entre 24 e 25 de agosto último em Porto Alegre. Com vistas à mobilização para o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, que será realizado entre os dias 3 e 7 de fevereiro de 2010, na PU-CRS, o encontro contou com a assessoria do jornalista paranaense Élson Faxina.

A Fundação Pro Deo de Comunicação, mantenedora do Solidário, prestou justa homenagem aos padres jesuí-tas da Província do Brasil Meridional que apoia e, há anos, cede privilegiado espaço, sem ônus, no prédio da Livraria e Editora Padre Reus, no Centro de Porto Alegre, para a administração e redação do jornal. Na foto, Pe. Cláudio Pires, vice-provincial, representando o provincial Pe. João Geraldo Kolling, ladeado por Dom Dadeus Grings (e) e José Ernesto Flesch Chaves e Jorge La Rosa (d).

Comunicação e Igreja: Um desafio permanente

Fundação Pro Deohomenageia jesuítas

A pequena e pioneira semente lançada em 15 de agosto de 1956, por Nely de Souza Capuzzo – a Irmã Nely – cons-titui hoje o maior referencial de solidariedade na Vila Maria Degolada, em Porto Alegre. Em suas amplas instalações se desenvolvem as mais diversas ações e projetos de integração social que devolvem a dignidade humana para centenas de crianças, jovens e adultos do bairro e adjacências.

Pequena Casa da Criança:

53 anos

Página 4

Diferenças entre homens e mulheresPágina 5

Contracapa

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EDITORIAL

16 a 30 de setembro de 2009 2

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS

Editora Adjunta Martha d’Azevedo

Fundação Pro Deo de Comunicação

Conselho DeliberativoPresidente: José Ernesto

Flesch ChavesVice-presidente: Agenor Casaril

CNPJ: 74871807/0001-36

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo

Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e

Ir. Erinida GhellerSecretário: Elói Luiz ClaroTesoureiro: Décio Abruzzi

Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

RedaçãoJorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS

Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RSRevisão

Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários)

AdministraçãoPaulo Oliveira da Rosa (voluntário), Elisabete

Lopes de Souza e Davi EliImpressão: Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282

Porto Alegre/RSFone: (51) 3221.5041 – E-mail:

[email protected]

Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade,

não expressando necessariamente a opinião deste jornal.

Voz doPASTOR

Dom Dadeus GringsArcebispo Metropolitano

de Porto Alegre

O Mês da BíBlia

Editorial: 287012/13

A RTIGOS

A tríplice AliAnçA

a crise dO pOder

[email protected]

Dom Sinésio BohnBispo de Santa Cruz do Sul

A Palavra de Deus está sempre ao alcance da mão e do coração de quem segue a Deus. E por moção do Espírito Santo,

a Palavra vai transformando o coração das pes-soas e moldando a comunidade cristã. É claro, supondo um coração aberto, como de discípulo diante do mestre. O profeta Jeremias fez uma experiência profunda: nas mãos de Deus sentiu-se como um vaso de barro nas mãos do oleiro.

As famílias, os grupos e as comunidades que leem a Bíblia de fato progridem na vivência do Evangelho, em unidade com a vontade de Deus e na comunhão fraterna. A Palavra meditada impulsiona as pessoas a superar o pecado e o azedume, causando certa plenitude espiritual com uma aura de paz e de alegria.

É o encantamento espiritual, a força interior, a capacidade de passar imune pelas tentações que rodeiam as pessoas.

São Francisco de Assis, um dos grandes

revolucionários da humanidade, apregoava a vida fraterna em meio ao egoísmo; a vida em Deus, mesmo em meio ao prurido da carne e do consumismo; a alegre adesão à vontade de Deus, vencendo o orgulho e a sede do poder. Quando se chega a uma fraternidade assim, logo se capta o perfume do Evangelho.

Por pedagogia, destinamos o mês de setem-bro a conhecer a Bíblia. Aliás, primeiro a ter a Bíblia em casa. Depois, a lê-la diariamente. Aprender a meditá-la diante de Deus, num coração orante.

A família aprende a acolher de modo afável seus membros: os pais se relacionam de modo afetivo com os filhos, como Deus, com seu povo. Os filhos, por sua vez, acolhem os pais de modo pacífico, criando um ambiente sereno e alegre. É o encantamento da família.

É neste ambiente que germinam as vocações cristãs, que se alimentam ideais generosos e se superam obstáculos à felicidade.

Seja feliz! Conheça, leia e medite a Palavra de Deus.

O substantivo "poder" tem sua origem no verbo "poder", que,

por sua vez, indica capacidade e traduz influência. Significa conseguir trazer para dentro de si, pelo conhecimento, a universalidade do ser e, ao mesmo tempo, ir ao encontro dela pelo amor.

O poder se exerce sobre as coisas, extraindo-as da terra e transformando-as em artefatos, pelo que se convencionou chamar, respectivamente, de setor primário e secundário da atividade humana. Logo se acrescentou o terciário, pela necessidade cada vez maior de movimentação dos bens, através do comércio; e, por fim, o setor quaternário, mais afeito à relação entre as pessoas, pela prestação de serviços.

Jesus Cristo veio por em crise este tipo de poder. Reconhece e constata que ele é muito ambicionado entre os homens, inclusive entre seus discípulos. Por isso os adverte: entre vós não será assim. Quem quiser ser o primeiro seja servidor. Este é o verdadeiro exercício do poder: usar da própria capaci-dade para fazer o bem.

Devido à tendência centrípeda do poder na sociedade, concebeu-se um sistema, cha-mado democrático, para dividir o poder civil em três categorias. Caracterizam três grupos, que se desejavam distintos e complemen-

tares. Devem mutuamente se controlar e evitar a centraliza-ção do poder nas mãos de uma única pessoa ou de um único grupo: o poder legislativo para proporcionar à sociedade leis ou normas que respondam às

necessidades reais da população e aprove o orçamento anual; o executivo, que ponha em prática e coordene as atividades da so-ciedade e o judiciário, que julgue a retidão de ambos, a partir de alguns princípios básicos, previamente estabelecidos, prin-cipalmente a partir da constituição do país e dos códigos de leis.

Não se conseguiu eleição do judiciário porque, na verdade, não se confia no voto popular. A experiência é que se elegem muitas pessoas corruptas que, depois, de-vem ser cassadas. Isto significa que se está cassando não uma pessoa, mas todo um eleitorado, que votou nela. Invalida-se sua eleição. Em outras palavras, declara-se, alto e bom som, que o povo não sabe escolher. Existem outras instâncias, certamente não democráticas, mais eficazes.

Mas o pior é que nosso sistema de divisão do tríplice poder está agonizando. Assistimos, atônitos, o executivo legislar com medidas provisórias; o legislativo julgar com CPIs e o judiciário governar com liminares.

E a Palavra de Deus se fez Corpo e Sangue, se fez Comu-nicação e armou sua tenda no meio de nós (cf Prólogo de João). Quando criança, me diziam que “Bíblia é

coisa de protestante”; recebi e pude ler, estudar e meditar minha primeira Bíblia quando tinha quase 30 anos, no dia dos meus votos de religioso jesuíta. Esta mentalidade, que Bíblia é coisa de protestante, infelizmente, ainda prevalece no meio católico-romano. Também por isso se percebe o imenso vácuo no conhecimento do projeto religioso de Jesus, o Filho de Maria e Cristo do Pai. Parafraseando Exupéry, na sua obra referencial O Pequeno Príncipe, poderíamos dizer: “Só amamos aquilo que conhecemos”. Mais uma vez é preciso evocar o Concílio Vaticano II que levou os fiéis católicos a fazer dos textos bíbli-cos sua primeira e principal referência para a vivência de sua fé. Contudo, a maioria dos católicos conhece pouco a Bíblia. Mais: ainda há segmentos e movimentos dentro da Igreja, não apenas reticentes com esta disposição conciliar, mas inclusive contrários a ela. E a Palavra de Deus não se faz Corpo e Sangue, não se faz Comunicação, não ilumina e não é caminho de sal-vação. Permanece letra morta e não se faz gente, história, vida.

Neste mês da Bíblia, trazemos uma reflexão de Jorge La Rosa, diretor da Fundação Pro-Deo de Comunicação, mante-nedora do jornal Solidário, abordando um tema controvertido que intitula a tríplice aliança (página central). Geralmente, se fala da primeira aliança, aquela com Israel, e a nova aliança, centrada em Jesus Cristo. A mais antiga, no sentido histórico, é a aliança e o sacerdócio/serviço segundo a ordem de Mel-quisedeque, figura enigmática de sacerdote, profeta e rei, e que cultua um Deus que se revela a todos os povos, sob o império da graça. Segundo La Rosa, o grande sacramento dessa aliança é o mundo criado, manifestação do Criador, através do qual as pessoas podem chegar até Ele. São Paulo se refere a esse sacramento em Romanos 1, 19-20; o arco-íris é o sinal desse pacto (Gênesis 9,13) que permanecerá para sempre.

Passados 44 anos do término do Concílio, e para que não nos domine o sentimento negativo de que pouco ou nada mudou com relação à vivência da Bíblia, lembramos que as Comunida-des Eclesiais da Base - CEBs) são um belo fruto deste evento eclesial, e que receberam renovado aval e especial alento na última Assembléia Geral dos Bispos da América Latina (Apa-recida, maio/2007). Nestas comunidades, os textos bíblicos são o centro das reuniões, dos estudos e das celebrações. Também, em muitas paróquias, os grupos de reflexão bíblica são uma realidade e as pastorais em geral fazem dos textos da Sagrada Escritura o principal referencial para seu serviço à comunidade.

Neste sentido, é alentadora e paradigmática a criação e a prática do Centro de Espiritualidade Padre Arturo (CEPA), entidade que traz a alma e o coração de duas figuras proféticas: Arturo Paoli e Orestes Stragliotto. O Solidário traz (página central) a prática de uma das filhas prediletas do CEPA: a Fraternidade da Boa Nova (FABN). Entre as muitas iniciativas da Fraternidade merece destaque, também por envolver jovens na sua prática, o Rali de Comunicação. O rali cobre eventos, produz documentários e desenvolve um curso de informática, em parceria com o Centro Estudos Bíblicos (CEBI), uma entidade ecumênica de grande atuação nos meios populares.

O chamado “sentimento pátrio”, mesmo ambíguo e que pode levar a fanatismos xenofóbicos, tem sua razão de ser: é em nossa pátria que temos nossos primeiros e principais refe-renciais familiares, humanos, sociais e religiosos. A pátria é, ou deveria ser, uma extensão do nosso lar. Neste sentido pode-ríamos dizer que cada brasileiro tem o país que merece. Como cidadãos deste país, temos a responsabilidade de cuidar dele, como cuidamos de nosso lar e de tudo o que é nosso. Se este sentimento for assumido por todos nós, certamente teremos, num futuro próximo, um Brasil bom para todos.

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FAMÍLIA &SOCIEDADE 316 a 30 de setembro de 2009

Eduardo Jr. Solana

Formando personalidades democráticas

Deonira L. Viganó La RosaTerapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia

De várias maneiras os pais colaboram para que seus filhos desenvolvam a capacidade de relacionar-se democraticamente com os outros. Seria interessante que os pais pensassem um pouco sobre como administram castigos, elogios e recompensas e como esta-

belecem os limites para os filhos. O que isto tem a ver com filhos de personalidade democrática , ou então, tiranos e autocráticos?

Cuidado com o uso das sanções!

Há situações em que os adultos precisam re-gular ou sancionar o comportamento dos filhos pequenos ou adolescentes, para dar-lhes um ambiente físico e psicológico estável, por serem responsáveis por sua saúde e segurança, enquanto eles não podem fazê-lo por si.

Para que as crianças respeitem regras inevi-táveis, os adultos costumam usar sansões, entre-tanto, devem distinguir as sanções expiatórias das sanções por reciprocidade. Sanções expiatórias são aquelas que não guardam nenhuma relação entre a falta cometida e a punição empregada. Ex: A criança quebra um copo e a mãe a priva de um doce de que gosta. Este comportamento da mãe em nada colabora para que a criança melhore seu cuidado com a louça ou use a verdade com a mãe, sempre que quebrar alguma coisa.

As sanções por reciprocidade são aquelas em que existe uma relação direta entre a falta cometi-da pela criança e o ponto de vista do adulto, dando oportunidade para que ela se expresse e reconheça que ela cometeu uma transgressão. Ex: Exclusão temporária do grupo quando ela não participa ou perturba, mas com a possibilidade de voltar assim que se sentir capaz de fazê-lo. Ou ainda, oportunidade de reparo ou restituição do objeto que estragou ou do qual se apossou: O que você acha bom, ou oportuno, fazer? Como vai ajudar a consertar? Como vai compensar a perda do objeto?

Nesse último tipo de sanção são necessários respeito, afeição e cooperação entre pais e filhos. A criança/adolescente é chamada a opinar e a mudar de atitude, exercitando assim uma relação democrática.

Elogios e recompensas ?

Elogios e recompensas, usados em momentos inadequados, podem prolongar a heteronomia, isto é, podem gerar pessoas conformistas e pouco autônomas.

Recompensar e elogiar a obediência habitu-almente, em vez de desenvolver a autoconfiança, levará a criança a fazer as coisas em busca de

recompensas, impedindo o desenvolvimento da autonomia, isto é, da capacidade de agir por motivos interiores e pessoais.

É próprio do autoritarismo exigir submissão incondicional, a qual fomenta em quem há de obedecer sentimentos de culpa, insegurança ou inferioridade, que contribuem à sua obediência cega.

Para que a criança desenvolva sua autonomia moral, o adulto precisa “reduzir seu poder so-bre ela”, evitando castigos e recompensas, mas estimulando-a a construir para si seus próprios valores morais. O diálogo é bom instrumento. Claro que se começa pela recompensa, mas, à medida que a criança vai compreendendo, é ajudada a decidir por motivos interiores, inde-pendente de que alguém a fiscalize, a castigue ou a recompense.

A autoridade é uma arma nas mãos de pais e educadores

Tanto a sobredose como a insuficiência da au-toridade constituem traumatismos afetivos cujos efeitos dependem em grande parte da personali-dade da criança. O afeto e a autoridade são as muletas sobre as quais se apoia a personalidade vacilante da criança; não são antagônicos entre si, mas que se complementam.

A educação exige uma ordem, porém, não a ordem que deriva da exe-cução impositiva do poder. Os valores humanos aparecem como critérios de-finitivos do sistema de ordem que deve corresponder à disciplina educativa. A restrição e a limitação são necessárias para a consecução da ordem e a direção na vida. Uma das primeiras coisas que o ser humano aprende é que não pode tudo: muitas vezes ficará frustrado e de-primido. Se estas experiências não são registradas pelas crianças, ou porque não as percebem ou porque seus pais não as possibilitam, estará nascendo nesses sujeitos uma maneira inadequada

de perceber o mundo.Se os pais querem passar aos filhos o sistema

democrático como algo positivo, que nada tem a ver com autoritarismo ou laissez-faire, então dão-se o tempo para conversar e estabelecer em conjunto com os filhos as regras que estabele-cem a ordem, e quais consequências terá o não cumprimento das mesmas. Assim vão nascendo

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O PINIÃO 4 16 a 30 de setembro de 2009

Brasil - Catilina aBusa de nossa paCiênCia

Consumo, Consumismo, eduCação

O papagaiO da apOsentada

amar O próximO

Frei BettoReligioso

“Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?", indagou Marco Túlio Cícero ao senador Lúcio

Sérgio Catilina, a 8 de novembro de 63 a.C., em Roma. Flagrado em atitudes criminosas, Catilina se recusa a renunciar ao mandato.

Cícero, orador emérito, respeitado por sua conduta ética na política e na vida pessoal, pôs em sua boca a indignação popular: "Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há de preci-pitar a tua audácia sem freio? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos?"

"Ó tempos, ó costumes!", exclamou Cícero movido por atormentada perplexidade diante da insensibilidade do acusado. "Que há, pois, ó Catilina, que ainda agora possas esperar, se nem a noite, com suas trevas, pode manter ocultos os teus criminosos conluios; nem uma casa particular pode conter, com suas paredes, os segredos da tua conspiração; se tudo vem à luz do dia, se tudo irrompe em público?"

Jurista, Cícero se esforçou para que Cati-lina admitisse os seus graves erros: "É tempo, acredita-me, de mudares essas disposições;

desiste das chacinas e dos incêndios. Estás apanhado por todos os lados. Todos os teus pla-nos são para nós mais claros que a luz do dia."

Se Catilina permanecia no Senado, não era apenas a vontade própria que o sustentava, mas sobretudo a cumplicidade dos que teriam a per-der, com a renúncia dele, proveitos políticos. Daí a exclamação de Cícero: "Em que país do mundo estamos nós, afinal? Que governo é o nosso?"

Cícero não temia ameaças e expressava o que lhe ditava o decoro: "Já não podes conviver por mais tempo conosco; não o suporto, não o tolero, não o consinto. (…) Que nódoa de escândalos familiares não foi gravada a fogo na tua vida? Que ignomínia de vida particular não anda ligada à tua reputação? (…) Refiro-me a fatos que dizem respeito, não à infâmia pessoal dos teus vícios, não à tua penúria doméstica e à tua má fama, mas sim aos superiores interesses do Estado e à vida e segurança de todos nós."

Os crimes de Catilina escancaravam-se à nação. Seus próprios pares o evitavam, como assinalou Cícero: "E agora, que vida é esta que levas? Desejo neste momento falar-te de modo que se veja que não sou movido pelo rancor, que eu te deveria ter, mas por uma compaixão que tu em nada mereces. Entraste há pouco neste Senado. Quem, dentre esta tão vasta assembléia, dentre todos os teus amigos e parentes, te saudou? Se isto, desde que há memória dos homens, a ninguém aconteceu, ainda esperas que te insultem com palavras, quando te encontras esmagado pela pesadíssi-ma condenação do silêncio?"

Cláudio Carlos Fröhlich

Todos lembram da aposentada que, após dez anos de convivência com um papagaio de estimação, foi pega pelo IBAMA que apreendeu seu bichinho e,

mais, o judiciário a condenou a varrer a calçada da rua. Estamos em plena temporada dos incêndios no Centro Oeste. Muitos desses, certamente, tem início de forma criminosa. Quanta vida animal e vegetal se perde para sempre! Se houvesse condenação, não haveria calçadas suficientes para os condenados as limparem. Talvez pelo inusitado da punição à aposentada, a mídia deu tanta cobertura ao fato. Ou seria para desmoralizar o IBAMA, que tem incomodado o grande agronegócio?

E aqui no Sul? Dois fatos ilustrativos, que vi e ouvi contar, bem denotam que nossa fauna, mesmo "em li-berdade", na maioria das vezes, não tem tido o cuidado dos que trabalham a mãe terra. Há um ano atrás fiz duas viagens pelo Estado: uma à fronteira Oeste e outra, para a região das Missões. Na década de 70 e 80 do século passado, por dever de ofício, fiz inúmeras vezes o mesmo trajeto. Era comum, então, encontrar-se muitas perdizes nas estradas. E agora? Pasmem! Apesar de atento, ne-nhuma sequer.

Outra realidade que preocupa: há pouco desloquei-me para a região do fumo. Dei carona a um companheiro de infância. Íamos a um enterro de um velho amigo. Ao vermos uma roça recém-preparada para o plantio do fumo, o amigo observou: "é uma pena que a natureza saia perdendo tanto. Um sabiá, que encontrar uma mi-nhoquinha na terra revolta, amanhã pode estar morto. A cidade está cheia de passarinhos. Estão migrando. Aqui está tudo envenenado com herbicidas e venenos." Pensei comigo: qual será o destino do papagaio da velhinha? Felizes os papagaios do Menino Deus! Diariamente, eles dão o ar de sua graça aqui em Petrópolis. Enquanto der, eles "filam" uma refeição por aqui, pois os "espigões" vão surgindo - não de milho...coitados dos papagaios! já não os conhecem mais. Seriam então felizes? Apesar de nossa ingratidão, eles, ao seu jeito, continuam louvando o Senhor da Criação. Carmelita Marroni Abruzzi

Professora universitária e jornalista

Sabemos o que é consumo. O dicionário do Aurélio o define como "aplicação das riquezas na satisfação das necessidades

econômicas do homem".Mas quais são essas necessidades? Serão

nossas necessidades básicas ou aquelas que a vida atual cria para nós?

O consumo é um mal? Não necessaria-mente! Ele move a economia, cria empregos, sustenta famílias, enfim, proporciona os bens necessários para uma vida mais confortável, num mundo demasiado “estressante”. Ele é fundamental para uma sociedade.

Mas, então, onde reside o problema?No consumo excessivo e desregrado,

na ânsia de ter mais, de comprar as últimas novidades ou de imitar familiares e amigos, como aquele freguês numa revenda de carros:

- F.... tu precisas fazer uma proposta melhor, me dar condições de pagamento... Assim não dá!

- Mas o senhor comprou um carro zero, há menos de seis meses!

- É verdade, porém meu vizinho comprou um carro novo e não posso ficar para trás!

Por um lado, se o consumo move a eco-nomia, por outro pode transformar-se no oposto e causar sérios prejuízos, pois o próprio indivíduo, a família e a sociedade podem ser atingidos, quando as pessoas se endividam além de suas possibilidades. Afinal, estamos vivendo os efeitos de uma crise mundial, na base da qual estão muitos fatores complexos, mas entre eles está o grande endividamento a que as famílias foram estimuladas, em alguns países. A ideia do crédito ilimitado muito contribuiu para agravar a situação de milhões de pessoas que não têm, hoje,como saldar suas dívidas.

Na base de tudo isto, está um consumidor despreparado e assediado por uma intensa e convincente mídia, com um apelo especial para crianças e jovens.

Por isso, surge com urgência, a necessida-de de intensificar a educação para o consumo, que precisa começar cedo, no lar, e estender-se por todo o período escolar, aprofundando idéias e conceitos, à medida que o jovem amadurece.

Desde pequena, a criança deve aprender, através do exemplo da família, a evitar desper-dícios nas pequenas coisas, a comprar o neces-sário e perguntar-se sobre o supérfluo que se pretende adquirir. É preciso evitar o entusiasmo com qualquer inovação, querendo substituir aparelhos e equipamentos por novidades nem sempre confiáveis. Conhecemos famílias que acumulam verdadeira “sucata tecnológica” com a mania de comprar tudo que aparece!

As crianças precisam de atenção especial, porque desejam comprar tudo que a mídia lhes oferece. Há todo um contexto preparado para levá-las a consumir. E as novidades logo cansam e são esquecidas no velho baú dos brinquedos descartados.

Consumo e necessidades são temas polê-micos: não é fácil definir os limites entre o que se precisa e o supérfluo. Há muitas diferenças individuais: o que parece supérfluo para um pode ser essencial para outro (P.ex.: livros, jornais, arte, cinema).

Mas sempre é tempo de se pensar no as-sunto, reformular metas e, com simplicidade, selecionar o que nós realmente precisamos para viver com dignidade, alegria e conforto, sem cair na tentação dos créditos fáceis que nos levam a grandes endividamentos e seus consequentes problemas. E isto seria bom para famílias, empresas e sociedades, pois todos lucrariam com os baixos níveis de inadimplência.([email protected])

Monsenhor Jonas Abib

Os chefes de Israel apontavam o dedo para Jesus e comentavam de maneira escandalizada que Ele acolhia os pecadores e até mesmo fazia refeições

em sua companhia. Para um judeu daquele tempo, isso era motivo de escândalo, já que não era hábito comer com um inimigo ou visitar a casa de pecadores. Por isso, eles se questionavam: “Como esse homem pode ser bom se acolhe pecadores e faz refeição com eles?”.

Hoje, vemos o exemplo que Jesus nos deixou. Justamen-te porque o Senhor acolhia os pecadores e fazia a refeição junto a eles, mostrando-nos todo bem que há nesse gesto, que Ele nos revela ser uma Pessoa boa. Acolher os pecadores significa muito mais que qualquer cura que Ele fez e faz.

Quando Jesus mostra, na essência, a Sua misericórdia e acolhe os pecadores, tornando-se íntimo deles, Ele opera a maior maravilha. Como filhos de Deus temos de fazer o mesmo. Há muitos necessitados ao nosso redor. Então, mais do que nunca, somos chamados a viver concretamente o amor por eles.

Jesus nos fala de dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, de vestir aquele que não tem roupa, de socorrer o que está doente, de visitar aquele que está na cadeia, de dar amparo ao peregrino, e até mesmo de acolhê-lo em nossa casa, se for necessário. É a isso que Jesus está se referindo ao falar dos pequeninos.

Muitos de nós temos recebido a graça da renovação espiritual. Somos despertados para a oração, para a Palavra de Deus, para a pregação do Evangelho. Contudo, ninguém pode viver se “escondendo” atrás desta ou daquela espi-ritualidade e não fazer nada de concreto pelo seu irmão. Isso é vontade de Deus. Isso é amar o próximo como a si mesmo. Isso é viver a caridade concretamente. (www.cancaonova.com)

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EDUCAÇÃO &PSICOLOGIA 516 a 30 de setembro de 2009

Perspectivas biológicas

Ser mulher, a partir da concepção, oferece uma certa proteção para toda a vida: a vantagem é ter dois cromossomos X. Como muitos dos genes relacionados ao funcionamento do cérebro, neu-rologicamente ligam-se, muitos dos traços de per-sonalidade são profundamente afetados, tanto na percepção quanto no pensamento e na afetividade, por essa condição inicial. Com o XX presente em seu cromossomo, a mulher desenvolve-se, nos in-tercâmbios com seu ambiente, a partir da proteção materna, tanto ao nascer como no aleitamento, sob a forte influência da oxitocin que, mais tarde, vai se combinar com estrógeno e progesterona, em diferentes proporções que protegem sua saúde e, até certo ponto, determinam seu comportamento. O homem, por outro lado, com seu XY em seu gene é regido, predominantemente, pelo conhecido hor-mônio testosterona, combinado com altas doses de adrenalina, ao longo de seu desenvolvimento. Como resultado, observa-se que a mulher, em geral, é menos competitiva do que o homem e mais sensível à empatia e às necessidades dos outros.

Socialização e desenvolvimento

Luiza é professora de biolo-gia, mas só pode optar por esta Licenciatura na formação de professores, quando já estava com trinta anos, pois inicial-mente teve de fazer pedagogia

Neofeminismo: diferenças entre homens e mulheres

Juracy C. MarquesProfessora universitária. Doutora em Psicologia

Nas estatísticas atualizadas, tanto em países mais desenvolvi-dos quanto naqueles em desenvolvimento, as mulheres estão quase sempre na média, enquanto que os homens aparecem

nos extremos, tanto para cima como para baixo: no desempenho acadêmico, no número de concluintes dos vários cursos, nos dados sobre delinquência, bem como nos níveis salariais em estudos rela-tivos ao mercado de trabalho. Os homens são mais ousados e mais afoitos na busca de realização, enquanto que as mulheres preferem

optar por escolhas menos arriscadas. Todavia, a mudança mais saliente e de maiores consequências das inúmeras conquistas do

feminismo é o inegável ganho quanto à liberdade de opção no leque de possibilidades que se abrem, conforme a sociedade e a cultura

em que este ou aquele grupo humano se insere.

que era a única opção para quem vinha da “escola normal” – formação de professores para o ensino fundamental, antes da reforma educacional intro-duzida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei No. 4024/1961) combinada com a Lei da Reforma Universitária (Lei No. 5540/1968).

Mais tarde, fez mestrado em Genética e hoje é professora universitária, desenvolvendo pesquisas relativas aos estudos do genoma humano, fazendo parte do seleto grupo de pesquisadores que interna-cionalmente se dedicam aos estudos avançados na busca de melhor entender o comportamento huma-no, com apoio em suas características genéticas. Seu leque de opções, inicialmente, foram muito restritas.

Tadeu, desde muito pequeno, manifestava mais interesse por objetos materiais, com suas caracte-rísticas de dimensões espaciais e movimento e hoje trabalha em robótica, depois de fazer seu curso em Engenharia de Produção. Seu leque de opções foi, desde cedo, muito amplo, pois havia cursado, em seu Ensino Médio, o antigo Curso Científico. Quando pequeno, gostava de brincar com encaixes,

seja colocando figuras geométricas nos ocos de uma caixinha, seja construindo edifícios, pontes e cidades (com o famoso Lego). Suas possibilidades de opções sempre foram amplas e apoiadas por sua família e pelo sistema educacional.

Senso moral e valores O ser humano, entretanto, tem instintos sociais,

sendo que no homem tanto quanto na mulher, muito mais acontece em seu ciclo vital pela religião, pela cultura e pela educação que o tornam uma pessoa vol-tada para a moralidade e para valores. “Não podemos impedir nossa compaixão, mesmo ante os imperativos da mais crua razão, sem a deterioração da mais nobre parte de nossa natureza”, disse Charles Darwin, em seu famoso livro “A descendência humana”, publi-cado em 1876. Portanto, homens e mulheres têm diferenças, mas têm, sobretudo, seus olhos voltados para o futuro, no qual vislumbram os seus sonhos de realização, pelo amor, pela complementaridade e pelo desejo de, em suas virtualidades, serem cada vez melhores, pondo-se a serviço de seus ideais.

mark normand

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Ciano Amarelo Magenta Preto

TEMA EM FOCO 6 716 a 30 de setembro de 2009

Inquietação pós conciliar

Refazer o caminho de Jesus em contexto de periferias urbanas a partir da inspiração bíblica. Ao idealizar o movimento, Padre Orestes propunha uma espécie de provocação para os inquietos e os inconformados com a rotina e prática cristã. Queria uma sincera retomada do espírito renova-dor do Concílio Vaticano II - um divisor de águas da Igreja - ao lado do reforço da espiritualidade específica das Comunidades Eclesiais de Base, surgidas à época e revalorizadas em Aparecida, em maio de 2007. A FABN é sociedade de Direito Diocesano e é mantida juridicamente pela Asso-ciação de Difusão do Evangelho e Promoção humana – ADPH – também conhecida Sociedade do Evangelho.

Centro de referência

O centro de irradiação, coordenação geral e todas as ações da Fra-ternidade se dão a partir do CEPA - Centro de Espiritualidade Padre Arturo - situado nas proximidades da Paróquia João Batista, no Bairro Arroio da Manteiga, São Leopoldo. “O objetivo central é a apostolicidade, entendida como anúncio da boa nova, sobretudo entre os irmãos mais pobres e abandonados das periferias urbanas”, resume Pe. Edson André Thomassin (Pe. Edinho), coordenador da FABN e do CEPA. “O CEPA é uma casa de retiros, casa de oração para os pobres e fomentadora de uma espiritualidade encarnada e de seguimento. Depois de um início difícil - ainda encontramos resistências internas - esse centro Missionário de Formação Teológica foi se firmando como casa de formação de muitas pessoas: muitos padres diocesanos, bispos e religiosos já passaram por aqui”, relata o sacerdote.

Contexto social

O CEPA está inserido em contexto de periferia urbana e de carências materiais num universo de 25 mil moradores das vilas Santa Marta, Tan-credo Neves, Bairro Campestre, Vila Baum, Parque Mauá, localizadas à esquerda da BR 116, sentido Porto Alegre - São Leopoldo. Está adequado para retiros e cursos de formação bíblica e missionária, contando com capela, salas, cozinha e dormitórios coletivos para até 70 pessoas.

O início

“Muita gente se encantava por essa experiência desafiadora do Padre Orestes, lá na década de 80. Dentre eles, Padre Arturo Paoli, um grande místico italiano, que veio se somar à luta, morando também na paróquia Santo Inácio. Depois comprou um terreno aqui – hoje são quatro terrenos

Fraternidade Apostólica da Boa Nova: teoria e prática

da palavra de Deus

BíBlia: a tríplice aliança

Jorge La RosaProfessor universitário

A divisão da Bíblia em Antigo Testa-mento e Novo Testamento dá-nos a idéia de que existem duas alian-

ças, uma com o povo judeu e outra com o povo cristão, e, assim, ignora-se a mais primitiva entre elas, a que Javé fez com toda a humanidade (Gênesis 9,8-17). Essa aliança é de suma importância. Mostra que Deus se revela a todos os povos, e que eles estão sob o império da graça: nada ou ninguém escapa à ação do Senhor. O grande sacramento dessa aliança é o mundo criado, manifestação do Criador, através do qual as pessoas podem chegar até Ele. São Paulo se refere a esse sacra-mento em Romanos 1, 19-20; o arco-íris é o sinal desse pacto (Gênesis 9,13) que permanecerá para sempre.

A história religiosa da humanidade

É importante, então, registrar que os primeiros capítulos do Gênesis (até 11, 9) narram a história religiosa da huma-nidade, e é nesse contexto que se realiza essa primeira aliança; o nome de Abrão vai aparecer somente em Gênesis 11, 27, ponto de partida da nova aliança que se realizará com o povo judeu.

O sacerdote dessa Aliança que a Bí-blia apresenta é Melquisedeque, figura do Messias, que oferece pão e vinho ao Deus altíssimo, e abençoa Abrão (Gn 14, 19-20). A epístola aos Hebreus fala ex-tensamente desse personagem no capítulo 7, quando afirma que Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, e não segundo a ordem de Aarão ou sacerdócio judaico; para o povo judeu Jesus é um leigo, isto é, não participa do sacerdócio levítico.

Todos participamos dessa primeira Aliança, qualquer que seja a religião, e mesmo que não tenhamos religião ex-plícita; ela foi feita com a humanidade, ao nascer já estamos nela inseridos; par-ticipamos de suas graças e entramos em comunhão com o seu sacramento, isto é, a criação, a partir da qual podemos louvar o Senhor.

Jean Daniélou analisa extensamente essa aliança que denomina Aliança Cósmi-ca; estuda e apresenta diversos santos que fazem parte desse Pacto, cujos nomes se encontram no Antigo Testamento, mas que não pertencem ao povo judeu. Entre eles citamos Melquisedeque, Abel, Enoc, Noé, Job, Lot e Danel (não é o Daniel). Se essa Aliança “produziu” santos outrora, antes de Cristo, certamente continuará forjando santos nos nossos dias; que não pertencem nem ao povo judaico nem são cristãos. En-tre tantos que não conhecemos, podemos citar alguns conhecidos, Mahatma Ghandi, Dalai Lama... A graça de Deus não está aprisionada em uma religião ou institui-ção; ela é, acima de tudo, misericórdia. As Alianças não são revogadas, elas têm ainda hoje plena atualidade.

CEPA – Centro de Espiritualidade Padre ArturoRua Rio Paraguassu, 220

Parque Campestre – Arroio da Manteiga – São Leopoldo/RSFone (51) 372.0986 – e-mail: [email protected]

Sempre que a Bíblia e a realidade se encontram se iluminam mutuamente, apontando caminhos de libertação”.

“Estudo da Bíblia, formação espiritual e missionária e articulação, mobilização e coordenação de ações de promo-ção humana, defesa da vida, justiça social e organização de comunidades eclesiais a partir da leitura da Bíblia

em meios economicamente desfavorecidos. São essas as atividades da Fraternidade da Boa Nova – FABN - cuja sede formal se encontra na cidade de Rio Pardo, território da Diocese de Santa Cruz do Sul, mas cujas atividades e funcio-namento prático se dão na periferia da cidade de São Leopoldo. O bispo referencial da entidade é Dom Sinésio Bohn, titular da Diocese de Novo Hamburgo na época da fundação da FABN, em 18 de abril de 1983, na Paróquia Santo Inácio do Rio

dos Sinos, em São Leopoldo, pelo padre josefino Orestes João Stragliotto, falecido em 2002.

– construiu uma casinha, três quartos, uma capela, tudo muito simples. Na época, chamava-se Casa de Espiritualidade e era o sonho de Orestes e Paoli”, explica Pe. Edinho. Pe. Arturo, 96 anos, vive entre sua terra natal e a cidade de Foz de Iguaçu, para onde se mudou e fundou outra instituição evangélica missionária.

Ações

Uma das obras da FABN é a Casa Caminho Clara/Francisco, “casa de acolhimento de crianças e adolescentes de vulnerabilidade social ou vio-lência familiar e que são solicitadas pela justiça ou pelo conselho tutelar. É vinculada a ADEPH”, explica Pe. Edinho. Mas o principal braço social da Fraternidade é a ONG Trilha Cidadã, fundada em 19 de dezembro de 2004 e coordenada pela assistente social Fabiane Asquidamini e que juridicamente responde pela denominação de Associação de Promoção Humana e Cidadania Juvenil.

Rali de Comunicação

“Um dos projetos da Trilha Cidadã é o Rali de Comunicação, que também atua nesse prédio. São oito jovens que fazem cobertura de eventos, produzem vídeos e documentários como meio de sobrevivência. Também desenvolvemos curso de informática com 104 vagas preenchidas dentro da própria escola estadual João Goulart, na Vila Braz, que tem dois mil alunos. É um curso de 200 horas que vai trabalhar 100 horas de informática e 100 horas de cidadania e economia solidária e com cer-tificação. Esse curso conta com parceria do CEBI - Centro de Estudos Bíblicos”, diz Fabiane.

Teatro

Ainda dentro da Trilha Cidadã atua o grupo de teatro. “Atualmente, temos uma peça em cartaz, chamada As Três Caminheiras e a Saga deste Continente, com apresentações agendadas em São Leopoldo e em Pelotas, Estrela, Estância Velha. “É um grupo formado e ensaiado aqui dentro. Os textos são propostos pela turma e eu os finalizo. A peça em cartaz trans-mite esse debate da cultura solidária, ou seja, os grandes temas sociais e da postura, desse desejo da utopia de outro mundo possível”, detalha Pe. Edinho. Com o CEBI temos o projeto Bíblia e Teatro, que é o casamento da leitura popular da Bíblia com a linguagem cênica na perspectiva de construir um caminho de educação popular, um caminho melhor de vida. O teatro é meio e não fim. O fim nosso não é fazer teatro e nem só fazer a leitura da Bíblia. Mas, sim, da leitura e da sua interpretação e do fazer teatral, tornar práticas que transformem realidades de vidas”.

Pe. Edson André Thomassin Fabiane Asquidamini

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SABER VIVER 8

JOSY M. WERLANG ZANETTE

Técnicas variadasAtendemos convênios

16 a 30 de setembro de 2009

Dicas deNUTRIÇÃO

Dr. Varo Duarte Médico nutrólogo e endocrinologista

Fome oculta (III)

Dando continuidade ao que apresenta-mos anteriormente,

voltamos a defender nossa opinião de que a fome ocul-ta é mais perniciosa do que a fome tradicional.

Definimos fome oculta aquela deficiência nutricional que não é percebida pelas diversas pessoas. Referimo-nos a dois casos típicos de desnutrição ca-lórico protéica, uma criança magra, com os ossos praticamente à mostra a que chamamos de marasmo, que qualquer pessoa leiga pode identificar como desnutrição.

Lembramos, a seguir, uma criança que até foi escolhida como ilustração de capa para o nosso livro FOME NO SUL. Sempre que a exibíamos, os espectadores afirmavam que a criança devia sofrer de verminose, pela saliência de sua barriga.

Este segundo caso está definido como fome oculta, que é considerada como de maior gravidade. Aumenta sua importân-cia porque é a fome que não se vê. Sua importância é definida em Saúde Pública como a fome que não se quer ver.

Todos os dias a mídia relata os horrores da fome devastadora que atinge as populações dos chamados campos de concentra-ção, dos agrupamentos de refugiados, a que se abate após os grandes desastres ambientais, o que movimenta as populações para o seu atendimento.

Os hospitais, na época do inverno, lotados de crianças e adultos idosos, atingidos por gripes, deficiências respiratórias; a atual nova gripe que atinge milhares de pessoas, chama a atenção pela relação com as enfermidades infecciosas. Não se relata que a gravidade dos casos que chegam à morte está relacionada à diminuição das defesas orgânicas, que tem como causa a desnutrição crônica que os governos não querem ver, tomar conhecimento, porque ela é um reflexo da má alimenta-ção, como consequência dos baixos salários, das aposentadorias injustas a que são submetidos os idosos. É o que chamamos de fome oculta.

A diretora do Grupo Conceição declara sua incapacidade de atendimento, porque dispondo de 50 leitos de emergência está com 150 pacientes lotando suas instalações.

Não é preciso ser um gênio em observação, para reconhecer como pessoas de baixa renda a grande maioria dos que lá se encontram.

Em nosso livro de 1985, salientávamos a importância do atendimento dessas crianças. Se é verdade que elas estão hoje presentes, neste caos da Saúde Pública, temos também cente-nas de idosos mal alimentados, submetidos à injusta situação econômica, pois suas aposentadorias e pensões são cada vez mais diminuídas lotando nossos hospitais, em benefício de men-tirosos déficits previdenciários, consequência da má utilização dos recursos econômicos, muitas vezes em obras faraônicas, enriquecendo, isto sim, o aparecimento da fome oculta.

O gasto no atendimento supera em muito o que seria gasto se tivesse sido feita a PREVENÇÃO...

Que tipo de prevenção, perguntamos ?Uma ALIMENTAÇÃO equilibrada, rica em nutrientes,

HOJE chamada de alimentação saudável.Por esta razão, repetimos mais uma vez. EDUCAÇÃO

ALIMENTAR:COMA DE TUDO SEM

COMER TUDO.C O M A B A S TA N T E

FRUTAS E VERDURAS, MEXA-SE.

PÓS-GRADUAÇÃO PUCRSCursos de Especialização

Conhecimento para você chegar mais alto.

www.pucrs.br/pos

PUCRS descobre chave para manutenção da memória

Pesquisadores da PUCRS descobriram a chave para a manu-tenção da memória. A relevância do estudo motivou a publica-ção de artigo na Science deste mês, considerada uma das mais importantes revistas científicas do mundo. Testes bioquímicos e experimentos com ratos demonstraram que a dopamina é o meca-

nismo que mantém a memória aversiva (de medo) de longa duração. A constatação abre a possibilidade futura de modular a persistência das informações adquiridas, o que beneficiaria pessoas com déficits cognitivos ou comportamentos não adap-tativos persistentes, como o de viciados em drogas.

A pesquisa resulta do traba-lho de dois anos feito no Centro de Memória do Instituto do Cérebro, vinculado à PUCRS, pelos professores da Faculdade de Medicina Janine Rossato, Lia Bevilaqua, Iván Izquierdo e Martín Cammarota, em cola-boração com o professor Jorge

Medina, pesquisador visitante da Coordenação de Aperfeiçoamen-to de Pessoal de Nível Superior (Capes) na Instituição e ligado à Universidade de Buenos Aires.

Cammarota, que coordenou o trabalho, explica que, a partir da elucidação do processo fisiológico, talvez possam ser desen-volvidos fármacos ou outras ferramentas terapêuticas capazes de regular não somente a entrada como também a persistência da informação na memória de longa duração.

O Centro de Memória da Universidade, inaugurado em 2005, é o mais importante da América Latina e um dos 20 no mundo em investigações sobre os mecanismos de aquisição, formação, evocação e extinção de memórias. Destaca-se pelos especialistas da equipe, pela qualidade e impacto das publicações e pela infra-estrutura montada no prédio do Hospital São Lucas.

www.ipmc.cnrs.fr/.../neurophysiology/brain.htm

A Pastoral da Saúde da Paróquia Santo Antônio pro-moverá no próximo mês de outubro, nos dias 2 e 3, em suas dependências, o 10o Seminário Viva a Vida refletindo, desta vez, sobre o tema O Desafio de Cuidar do Ser Humano na sua Totalidade. A programação é a seguinte:

Dia 2, às 8 horas, acolhida e credenciamento; 9 horas, reflexão; abertura: Frei Luis Sebastião Turra, pároco, e Dom Dadeus Grings, arcebis-po metropolitano. Palestras: 9h30min - Em Busca de Vida: um Desafio Cotidiano, por Eva Lúcia da Costa Oliveira, psicó-loga, psicoterapeuta e sexóloga; 10h45min – O Alimento como Fonte de Saúde, pela médica Rosangela Andrade, medicina ortomolecular; 13 horas – A Música Contribuindo para a Saúde, pela profª: Elisiani Mc Borges, musicista (técnica vocal e violão); 14 horas – A Família Santuário da Vida, pelo Frei Luis Sebastião Turra, pároco da Paróquia Santo An-tônio do Partenon; 15h15min – Envelhecimento Brasileiro é um Desafio, pelo médico Ângelo José Gonçalves Bos, geriatra da PUC; e às 16h15min - O Movimento e sua Importância para obter Saúde Total, por Vanda Vier, terapeuta corporal Dia 3, às 8 horas, Celebração Eucarística. Palestras: 9 horas – Medicina Hiperbárica Cuidan-do de Sua Saúde, pelo médico Fernando Bernardi, medicina hiperbárica; 10h45min - Resga-tando Saúde, na Totalidade do Ser Humano, pelo profº. José Maria Wiest, do Instituto de Ciências e Tecnologia de Ali-mentos da UFRGS; 13h30min – Como Modificar os Hábitos Alimentares, pela profª Valéria Uhr, nutricionista clínica; e às 14h30min – Cuidando da Vida com as Plantas de Deus, pelo Pe. Paulo Wendling, terapeuta holístico.

Mais informações pelos fones 3223.3494 / 3223.2062 - www.capuchinhosrs.org.br/

santoantonio - [email protected]

SeminárioViva a Vida

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ESPAÇO LIVRE 9

Martha Alves D´AzevedoComissão Comunicação Sem Fronteiras

tem vezJOVEM

16 a 30 de setembro de 2009

Lauro Quadros - 19/09Jorge Lopez - 21/09

Necessitamos de mais defesa

Visa e Mastercard

Em julho de 2008 foi recriada pela marinha americana a 4ª Frota (criada em 1943 e, em 1950, absorvida pela 2ª Frota), desta última vez, com sede na base naval de

Mayport, na Flórida, sul dos EUA, para vigiar o Atlântico Sul.Para o sociólogo argentino Atílio Borón, a reativação da 4ª

Frota seria uma reação ao crescimento da esquerda na América do Sul e à perda de espaço como a base aérea de Manta (Equa-dor), cuja cedência não foi renovada pelo presidente Rafael Corrêa. Para Borón, a intenção norte-americana de instalar a base de Mariscal Estigarribia, com capacidade para abrigar 20 mil soldados perto da Tríplice Fronteira - a 200 km. da Argen-tina, e a 300 km do território brasileiro, o coração da América do Sul, teria sido frustrada pela posse de Fernando Lugo na presidência do Paraguai.

Agora, em 2009, na 3ª Reunião de Cúpula da União-Sul-americana de Nações (UNASUL), realizada em Quito, Equador, o assunto mais importante a ser discutido seria o acordo de Washington e Bogotá, que vai permitir que as forças americanas utilizem sete bases militares na Colômbia. Duas bases navais: uma em Málaga, na costa do Pacífico, e outra em Cartagena, no Caribe. Uma base aérea em Palanquero, outra em Malambo e mais uma em Apiay. Uma base terrestre em Toleimada e outra em Larandia. Os países da região - o Brasil à frente - manifes-taram resistência à assinatura do acordo, que representa um controle incômodo para os países vizinhos. O chefe do Coman-do Sul dos EUA, general Douglas Fraser, em uma conferência sobre segurança regional na cidade colombiana de Cartagena de Índias, fez questão de afirmar: “É importante deixar claro que ainda não temos nenhum tipo de acordo”.

O presidente Álvaro Uribe, da Colômbia, que não participou da 3ª Reunião de Cúpula da UNASUL, e se fez representar pelo ministro interino da Defesa, general Freddy Padilla, fez um giro pelos paises da região para explicar os objetivos do acordo militar. A primeira visita foi feita a Alan Garcia, do Peru, na primeira escala da missão diplomática, que se estendeu pelos demais países: Brasil, Paraguai, Bolívia e Uruguai.

O futuro dirá se necessitamos de mais defesa...

Chegou

LIVRO DA FAMÍLIA 2010

Livraria Editora Padre ReusCaixa Postal, 285 - Duque de Caxias, 805 - Cep 90001-970

Porto Alegre/RS - Fone: (51)3224.0250 - Fax: (51)3228.1880E-mail: [email protected]

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Livraria Padre Reus está oferecendo a edição doLivro da Família/2010. Adquira seu exemplar ou façaseu pedido no endereço abaixo, que teremos a maior

alegria em atendê-lo. Também o Familien-Kalendar/2010está disponível.

Lembrando: a Livraria Padre Reus é representante dasEdições Loyola para o sul do Brasil.

Fala um pouco de ti.Me interesso por quase tudo e tento

aprender ao menos um pouco de cada coisa. O que pensas fazer no futuro? Alguma diferença para um mundo me-

lhor.Fala de tua família.Minha família é muito unida. Gosto mui-

to de passar meu tempo com os familiares. Sei que sempre poderei contar com eles

Sobre os amigos.Nos meus amigos encontro espaço para

conversar quan-do quero falar, abraçar quando estou carente, chorar quando estou triste e sor-rir em todos os momentos. Im-porto-me muito com meus ami-gos, pois quero sempre o melhor para eles.

O que con-sideras positivo em tua vida?

Tudo o que eu puder aprender.

Um livro que te marcou.Meu pé de laranja lima.Um filme inesquecível.Forrest Gump, O Contador de Histórias.Uma música. Não tenho uma música preferida, mas

gosto de música clássica, blues, jazz, rock, choro... quase nada que seja atual.

Um medo.Viver no senso comum, parar de aprender

e não ter tido valor para o mundo.Um defeito do qual gostarias de te

livrar?Sou muito emocional. Coisas pequenas

me afetam muito, sejam positivas ou nega-tivas.

Qual o maior problema dos jovens, hoje?

Pensar que não existe solução e deixar de lado a vontade de contribuir com a hu-manidade.

Isadora Viganó Lattmann, 16 anos, estudante do terceirão (escola média), residente em Pato Branco, Paraná, onde o Solidário tem muitos leitores.

A falta de educação e a preocupação so-mente com a aparência (não somente física) e o superficial.

Qual o maior problema no Brasil de hoje?

A falta de caráter das pessoas que regem o país e a falta de educação da população para combater isso.

O que pensas da política? Política deveria significar organização,

mas hoje o termo ganhou sentido de cor-rupção. A participação política dos jovens

deveria ser maior, hoje eles estão preferindo acomodar-se à situação por pura preguiça, ao invés de lutar por melhoras.

O que pensas sobre a felicidade? Pode ser encontrada em qualquer lugar,

o mundo deveria andar em busca dela, pois é uma das maiores riquezas que se possa querer.

Já fizeste algum trabalho voluntário? Não.Deixa uma mensagem aos jovens.Deixar a preguiça e o egoísmo de lado

e pensar em coisas que realmente valham à pena deve ser o caminho a seguir. Devemos ter força de vontade e perseverança para al-cançar nossos objetivos, e os mesmos devem estar aliados à bus-ca por melho-ras no mundo.

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IGREJA &CCOMUNIDADE 10

SolidárioLITÚRGICO

16 a 30 de setembro de 2009

[email protected]

20 de setembro – 25o domingo do tempo Comum (verde)

1a leitura: Livro da Sabedoria (Sb) 2,12.17-20Salmo 53 (54),3-4.5.6.8 (R/.6b)2a leitura: Carta de São Tiago (Tg) 3,16-4,3Evangelho: Marcos (Mc) 9,30-37

Comentário: Há muita gente que vende até a alma para “subir na vida”, aparecer na sociedade e, se possível, nas grandes mídias, ser aplaudido, reconhecido, endeusado, transformado em mito. Querer crescer na vida, realizar sonhos e projetos, é sadio, é fundamental para se sentir bem, gostar de si, ser feliz; mas o caminho que muitos escolhem para o sucesso muitas vezes não respeita os “sinais de trânsito” deste caminho. Estes sinais têm nome: são os valores morais e éticos, o companheirismo, a honestidade, a transparência, a simplicidade, a ternura, a compaixão, o perdão, enfim, o amor solidário. A mesma tentação de subir na vida, de ser o maior a qualquer custo também se fazia presente entre os discípulos de Jesus. Isso aparece em várias passagens bíblicas. Hoje, Marcos nos conta que os discípulos também discutiam quem seria o maior no Reino. Jesus não perdeu tempo: sentou-se, chamou os amigos mais próximos, os apóstolos, e passou o recado, síntese e símbolo de como as coisas têm que acontecer na sua comunidade, na sua igreja: Se alguém quiser ser o primeiro, o maior... seja o servidor de todos (9,35). Na comunidade dos discípulos de Jesus, maior é quem mais serve. E para que seus discípulos entendessem, ele colocou no meio do grupo uma criança e, no símbolo da criança e seu modo de agir, ele deixou bem claro os “sinais de trânsito” para quem quer segui-lo: acolher o Reino de Deus como uma criança, com coração de criança, na simplicidade, transparência e honestidade de uma criança, na capacidade de perdoar e ser companheiro de uma criança, na sua natural e espontânea maneira de querer bem, de amar. Ser cristão, seguidor de Jesus, é ser, como ele, alguém que está no meio da gente para servir. Simplesmente.

27 de setembro – 26o domingo do tempo Comum (verde)

1a leitura: Livro dos Números (Nm) 11,25-29Salmo 18 (19),8.10.12-13.14 (R/.8a e 9b)2a leitura: Carta de São Tiago (Tg) 5,1-6Evangelho: Marcos (Mc) 9,38-43.45.47-48

Comentário: Ainda há muitos cristãos, católicos e de outras denominações cristãs, que têm uma dificuldade imensa para compreender e viver na prática esta simples palavra de Jesus: Quem não é contra nós, é a nosso favor (9,40). Este é o referencial bíblico do verdadeiro ecumenismo. João XXIII, o Papa do Concílio Ecumênico, expressou isso em outras palavras: “É preciso olhar mais para o que nos une e menos para o que nos separa”. O que ainda se sente nos discursos e nas práticas de várias religiões cristãs é que cada denominação, aberta ou veladamente, quer ser a “dona de Jesus”, apropriar-se dele, ser sua única e legítima representante. Jesus não tem dono, sua pessoa e seu projeto são para toda a humanidade. Cabe às igrejas cristãs e aos cristãos viver e levar este projeto para todas as nações, povos e línguas. Não para impor, erro histórico de instituições eclesiais, mas para propor, oferecer, mostrar, pela palavra e pelo testemunho, que o projeto religioso de Jesus é um projeto muito bom e de fundamental importância para a salvação de cada pessoa e de toda a humanidade. Ninguém pode ser proibido ou impedido de falar em nome de Jesus; o que, sim, é profundamente escandaloso, por que antiético e imoral, trazendo prejuizos a este projeto religioso, é a instrumentalização do nome de Jesus para outros fins, particularmente para fins de acúmulo de bens materiais. Aberta ou veladamente, a chamada “teologia da prosperidade” é o referencial destas equivocadas propostas religiosas que, por uma questão de honestidade e coerência, não deveriam chamar-se cristãs. O nome de Jesus só pode ser usado por quem assume seu Projeto e contribui para

13 de setembro – 24o domingo do tempo Comum (verde)

1a leitura: Livro do Profeta Isaias (Is) 50,5-9aSalmo 114 (115),1-2.3-4.5-6.8-9 (R/. 9)2a leitura: Carta de São Tiago (Tg) 2,14-18Evangelho: Marcos (Mc) 8,27-35

Nota: antes de ler os comentários que seguem, é fundamental ler o texto evan-gélico ao qual se referem.

Comentário: Pedro, afasta-te... tu és um demônio para mim; tu pensas como os homens, não como Deus (cf 8,33). Pensar como os homens... pensar como Deus, qual a diferença essencial? A resposta Jesus mesmo a dá e está no parágrafo seguinte: Se alguém me quer seguir, tome a sua cruz e me siga. Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, este vai salvar a sua vida (8,35). Primeiro: Jesus não quer ninguém que o siga obrigado; ou a gente o segue livremente, ou é melhor não segui-lo. Somente discípulos/seguidores livres têm condições de serem missioná-rios da novidade introduzida por Jesus. E a novidade de Jesus é assumir a cruz de

cada dia e ser capaz de oferecer a vida no altar da doação, da entrega para que o outro viva mais, viva melhor. Pedro ainda está no início do aprendizado do seguimento de Jesus. Por isso, pensa como os homens: “Minha vida é minha e faço dela o que eu quiser”. Resguardam a sua vida a todo custo, esquecendo que a vida tem sentido quando tem sentido para o outro, seja ele quem for. Com a entrega da sua vida para a vida da humanidade, Jesus declara seus dis-cípulos e benditos do seu Pai todos aqueles, mulheres e homens, que fizeram e fazem da sua vida uma constante entrega aos demais. Por isso podemos afirmar que há batizados que praticam religiosamente todos os sa-cramentos da instituição eclesial, mas que, realmente, não são discípulos de Jesus; e há pessoas que não ouviram falar de Jesus nem conhecem seu Evangelho, mas que são seus verdadeiros discípulos porque fazem da sua vida, vida para os outros. O “pagão” Mahatma Ghandi certamente é mais discí-pulo/missionário de Jesus do que muitos cristãos que guardam sua vida apenas para si e seus bens somente para seu próprio consumo. Para ser discípulo missionário de Jesus e seu Evangelho é preciso fazer do dom da própria vida um dom de generosa e alegre entrega para todos aqueles que Deus coloca em nossa vida.

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11IGREJA &COMUNIDADE16 a 30 de setembro de 2009

Você atende os seus filhos, tendo para eles todos os cuidados. Esmera-se em lhes preparar um futuro, selecio-nando escola, currículo, professores, cursos. Acompanha, preocupado, os apontamentos dos mestres e insiste para que eles estudem, preparando-se profissionalmente para enfrentar o mercado de trabalho.

Você auxilia os seus filhos na escolha da profissão, bus-cando orientá-los e esclarecê-los, dentro das tendências que apresentam. Você se mantém zeloso no que diz respeito à violência que seus filhos podem vir a sofrer, providenciando transporte seguro, acompanhantes, orientações. São seus filhos. Seus tesouros.

Enquanto seus filhos crescem em intelecto e morali-dade, aqueles outros, os meninos de rua, prosseguem na aprendizagem das ruas, maltratados e carentes. À semelhan-ça dos seus filhos, eles crescerão, compondo a sociedade do amanhã. A menos que pereçam antes, vítimas da fome, das doenças e do descaso.

Cruzarão seus dias com os de seus rebentos e, por não terem recebido o verniz da educação, as lições da moral e o tesouro do ensino, poderão ser seus agressores, procurando tirar pela força o que acreditam ser seu por direito.

Você se esmera na educação dos seus e acredita ser o suficiente para melhorar o panorama do mundo. No entan-to, não basta. É imprescindível que nos preocupemos com esses outros meninos, rotos e mal cheirosos que enchem as ruas de tristeza. Com essas crianças que têm apagada, em

Para refletir

pleno vigor, sua infância, abafada por trabalhos exaustivos, além de suas forças.

Crianças com chupeta na boca utilizando martelos para quebrar pedras, acocorados por horas, em incômoda posição. Crianças que deveriam estar nos bancos da escola, nos parques de diversão e que se encontram obrigados a rudes tarefas, por horas sem fim que se somam e eternizam em dias.

Poderiam ser os nossos filhos a lhes tomar o lugar, se a morte nos tivesse arrebatado a vida física e não houvesse quem os abrigasse. Filhos de Deus, aguardam de nós am-paro e proteção. Poderão se tornar homens de bem, tanto quanto desejamos que os nossos filhos se tornem. Poderão ser homens e mulheres produtivos e dignos, ofertando à so-ciedade o que de melhor possuem, se receberem orientação.

Por ora são simplesmente crianças. Amanhã, serão os homens bons ou maus, educados ou agressivos, destruidores ou mensageiros da paz, da harmonia, do bem.

É dever de todos amparar o coração infantil, em todas as direções, orientar a infância, colaborando na recuperação de crianças desajustadas. É medida salutar para a edificação do futuro melhor. Sem boa semente, não há boa colheita.

Enfim: acolher e educar os pequeninos é humanizar a humanidade. É dever de todo cristão. O que você faz pela educação destas crianças?

Instituto da Família – MFC Rio de Janeiro

Menino de rua

Restauração da Igreja da Conceição

Na data em que foi comemo-rado o Dia Mundial do Patrimônio Histórico, 17 de agosto, uma boa notícia foi transmitida aos fiéis e apoiadores da Igreja Nossa Se-nhora da Conceição, localizada na Avenida Independência. A re-líquia da história porto-alegrense receberá a tão necessária restau-ração. A revitalização foi anun-ciada numa cerimônia que reuniu lideranças do poder público e da comunidade, além de empresas patrocinadoras, para apresentar o projeto de restauro e marcar o início das obras.

Com investimento total esti-mado em R$ 4,1 milhões e prazo de conclusão previsto para até o final de 2010, a revitalização do templo já conta com o apoio de várias empresas, cujas doações, por meio da Lei Rouanet, soma-ram R$ 850 mil, possibilitando o começo dos trabalhos.

Para o pároco,Pe. Luís Inácio Ledur, “reavivar esta edificação representa manter um patrimônio e preservar a história significa-tiva que ela carrega em toda a sua estrutura e por aquilo que simboliza”. O sacerdote lembra que a edificação do templo co-meçou também pelas mãos dos fiéis. “Foram eles que trouxeram vários tipos de pedra, que dão um colorido todo especial ao nosso templo”.

A intervenção ainda precisa de recursos para cumprir o cro-nograma de inauguração, prevista para o dia 8 de dezembro de 2010.Nesta data, comemora-se o Dia da Imaculada Conceição.

Romaria da Paz

O Apostolado da Oração do Vicariato de Porto Alegre está convidando para a Ro-maria da Paz, a ocorrer no dia 24 de setembro, quinta-feira, com início às 15 horas, tendo por local a Paróquia Nossa Senhora da Paz, na av. Cristiano Fischer, 149, Alto Petrópolis. O encerramento se dará às 17h30min com a celebração de uma Santa Missa. Presenças dos padres Pedro Kunrath e Sereno Böesing.

Nova capelado CemitérioSão Miguel

e AlmasA Irmandade do

Arcanjo São Miguel e Almas inaugurará a nova capela do ce-mitério no dia 29 de setembro, às 18 ho-ras. Antes, porém, no dia 27, haverá missa celebrada pelo arce-bispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, às 10 horas.

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CianMagentaAmareloPreto

Porto Alegre, 16 a 30 de setembro de 2009

A Cochrane Collaboration que se dedica a revisão e análise de pesquisas na área da saúde avaliou 23 estudos com 1.461 pacientes que se submeteram a sessões de música durante a internação, após cirurgia ou infarto. Os estudos constataram benefícios não só na área emocional (diminuição do estresse e ansiedade), mas também na redução da pressão arterial e da frequência respiratória e na nor-malização das taxas de batimentos cardíacos.

As pesquisas avaliaram a ação de diversos tipos de mú-sica e indicaram aquelas com harmonias e ritmos consonantes encontrados em algumas músicas eruditas, baladas e músicas para relaxamento, em sessões de 30 minutos. Música para a saúde, um remédio sem custo e sem efeitos colaterais.

“Podemos afirmar que nosso casamento foi feito de um amor solidário e movido por ações con-cretas. Ele está sendo duradouro porque se tolera e se compreende as diferenças de cada um, é pre-ciso saber conviver. No início da vida conjugal tivemos preo-cupação em fazer investimentos pessoais e profissionais, visando à

ascensão do casal, o que foi feita com muito combate e triunfo. A nossa vida conjugal, entretan-to, nem sempre foi um mar de alegria, tivemos dificuldades ao longo destes 34 anos, mas nunca esquecendo que se tratava de momentos pontuais e que faziam parte da vida de um casal. Vieram os filhos que foram acolhidos

com amor: Ana Paula (Medici-na), Ana Carolina (Direito), Ana Lúcia (Arquitetura), Ana Cristina (Enfermagem), e João Bernardo (Administração). Todos estão pre-parados para seguirem, cada um o seu caminho, com muito amor, valor por excelência do cristão.” Depoimento do casal Helena e Elói Luiz Claro, professores.

Matrimônio duradouro

Setembro, mês da pátriaSetembro é mês para fazermos especial exame de consciência

no que se refere aos compromissos com nosso país. Dois pontos. 1. Como temos exercido nosso direito e dever de voto? Não

votar é omissão, e a desculpa de que há corrupção na política é sim-plesmente um motivo a mais para não nos abstermos; encontramos gente honesta em todos os partidos; o problema é que temos votado mal. Então, precisamos nos educar para escolher os melhores! E acompanhar o desempenho de quem elegemos.

2. Outro item: temos pagado os impostos? Se sonegamos, sone-gamos dinheiro que deveria ir para a educação, para a saúde, para os hospitais, para a segurança, para as estradas, enfim, empobrecemos os mais pobres e lhes tiramos oportunidades de melhoria de vida. Cristão é aquele que se engaja na construção da cidade dos homens!

A epidemia da obesidade vem de 30 anos para cá. Os pesquisadores buscam entender os motivos pelos quais as pessoas aumentam de peso e comprometem, assim, a saúde. Os motivos mais comuns são: ingestão de mais calorias do que o organismo necessita; a genética, ou seja, fatores predisponentes; sedentarismo, quer dizer, falta de exercícios físicos.

Há, contudo, situações e agentes externos que modificam o metabolis-mo e favorecem o acúmulo de gordu-ra, estimulam o apetite ou dificultam a queima das células gordurosas. Entre esses agentes citamos o estresse cau-sado por agentes emocionais (perda de ente querido, separação, dificuldades econômicas, perda do emprego...), ou por pressão no trabalho que pode ser de diversos tipos. Nestes casos, recomendam-se acupuntura, medita-ção e psicoterapia, além de exercícios e dieta.

Música na recuperação de pacientes cardíacos

Obesidade, um mal quese alastra perigosamente

Rolf Lübke Michal Zacharzewski