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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantes Sub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantes Trabalho: 1 FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A NÃO REALIZAÇÃO DO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS NO MIELOMA MÚLTIPLO Souza JH 1 , Silva HF 2 , Kaufman J 1 , Pitombeira BSG 1 , Leitão JPV 1 , Barroso KSN 1 , Moura ATG 3 , Lemes RPG 3 , Duarte FB 1 1 Hospital Universitário Walter Cantídio-HUWC 2 Hemocentro do Estado do Ceará-HEMOCE 3 Universidade Federal do Ceará Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica de alta prevalência caracterizada pela infiltração da medula óssea por plasmócitos malignos e pela produção de uma proteína monoclonal, levando ao dano tecidual (anemia, hipercalcemia, insuficiência renal, lesões osteolíticas).O tratamento dos pacientes com idade inferior ou igual a 70 anos geralmente consiste em uma poliquimioterapia (esquemas tríplices preferíveis aos duplos) seguida, após 4 a 6 ciclos, de um transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas (TCTH autólogo). 114 pacientes portadores de MM foram diagnosticados no período de 01/01/2010 a 30/06/2016 e atendidos no ambulatório específico para esta patologia no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). Destes, 30,7% (35 pacientes) submeteram-se a um TCTH autólogo. No mesmo período, um total de 124 pacientes portadores de MM foram transplantados no nosso serviço oriundo localmente ou de outros serviços. O objetivo do estudo foi determinar as causas de não realização de um TCTH autólogo em pacientes portadores de MM elegíveis pelo critério da idade acompanhados no ambulatório específico para esta patologia no Serviço de Hematologia do HUWC. Inicialmente foi realizado a identificação dos pacientes diagnosticados entre 2010 e 2016 com faixa etária inferior ou igual a 70 anos porém não submetidos ao transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas, utilizando o software MMCAD desenvolvido localmente. Em seguida, a pesquisa direta nos prontuários para identificar as razões pelas quais o transplante não foi realizado nestes pacientes. Foram identificados 26 pacientes diagnosticados a partir de 01/01/2010 até 30/06/2016 com idade igual ou inferior a 70 anos os quais não foram submetidos a um TCTH. As razões identificadas para não realização do transplante foram as seguintes nos pacientes em estudo: recusa: 12 (46,15%); co-morbidades: 06 (23,07%); baixo performance status: 02 (7,7%); não encaminhados ao serviço de transplante: 02 (7,7%) (razão para o não encaminhamento não disponível no prontuário - recusa?); perdidos de vista antes da consulta com a equipe transplantadora: 01 (3,84%); Informação não disponível: 03 (11,54%). A presença de co-morbidades ou apresentação da doença em estágio extremamente avançado com comprometimento grave do performance status são razões conhecidas para a impossibilidade de realização de um TCTH autólogo em MM. A recusa do paciente em submeter-se a uma modalidade terapêutica que tem sido comprovadamente benéfica levanta novas questões relacionadas à comunicação no serviço de saúde ou a aspectos culturais locais que necessitam ser investigados. Neste cenário a atuação de uma equipe multidisciplinar incluindo psicólogo e assistente social poderia contribuir para otimização de uma tomada de decisão livre e esclarecida pelo paciente e seus familiares.

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Page 1: Hospital Universitário Walter Cantídio-HUWC Hemocentro do ...por doenças oncohematológicas, no período de 1 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2013, em uma unidade federal

Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 1

FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A NÃO REALIZAÇÃO DO TRANSPLANTE DE CÉLULASTRONCO HEMATOPOIÉTICAS NO MIELOMA MÚLTIPLO

Souza JH1, Silva HF2, Kaufman J1, Pitombeira BSG1, Leitão JPV1, Barroso KSN1, Moura ATG3,Lemes RPG3, Duarte FB1

1Hospital Universitário Walter Cantídio-HUWC2Hemocentro do Estado do Ceará-HEMOCE3Universidade Federal do Ceará

Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica de alta prevalência caracterizada pelainfiltração da medula óssea por plasmócitos malignos e pela produção de uma proteína monoclonal,levando ao dano tecidual (anemia, hipercalcemia, insuficiência renal, lesões osteolíticas).O tratamentodos pacientes com idade inferior ou igual a 70 anos geralmente consiste em uma poliquimioterapia(esquemas tríplices preferíveis aos duplos) seguida, após 4 a 6 ciclos, de um transplante autólogo decélulas tronco hematopoiéticas (TCTH autólogo). 114 pacientes portadores de MM foramdiagnosticados no período de 01/01/2010 a 30/06/2016 e atendidos no ambulatório específico para estapatologia no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). Destes, 30,7% (35 pacientes)submeteram-se a um TCTH autólogo. No mesmo período, um total de 124 pacientes portadores de MMforam transplantados no nosso serviço oriundo localmente ou de outros serviços. O objetivo do estudofoi determinar as causas de não realização de um TCTH autólogo em pacientes portadores de MMelegíveis pelo critério da idade acompanhados no ambulatório específico para esta patologia no Serviçode Hematologia do HUWC. Inicialmente foi realizado a identificação dos pacientes diagnosticadosentre 2010 e 2016 com faixa etária inferior ou igual a 70 anos porém não submetidos ao transplanteautólogo de células tronco hematopoiéticas, utilizando o software MMCAD desenvolvido localmente.Em seguida, a pesquisa direta nos prontuários para identificar as razões pelas quais o transplante não foirealizado nestes pacientes. Foram identificados 26 pacientes diagnosticados a partir de 01/01/2010 até30/06/2016 com idade igual ou inferior a 70 anos os quais não foram submetidos a um TCTH. Asrazões identificadas para não realização do transplante foram as seguintes nos pacientes em estudo:recusa: 12 (46,15%); co-morbidades: 06 (23,07%); baixo performance status: 02 (7,7%); nãoencaminhados ao serviço de transplante: 02 (7,7%) (razão para o não encaminhamento não disponívelno prontuário - recusa?); perdidos de vista antes da consulta com a equipe transplantadora: 01 (3,84%);Informação não disponível: 03 (11,54%). A presença de co-morbidades ou apresentação da doença emestágio extremamente avançado com comprometimento grave do performance status são razõesconhecidas para a impossibilidade de realização de um TCTH autólogo em MM. A recusa do pacienteem submeter-se a uma modalidade terapêutica que tem sido comprovadamente benéfica levanta novasquestões relacionadas à comunicação no serviço de saúde ou a aspectos culturais locais que necessitamser investigados. Neste cenário a atuação de uma equipe multidisciplinar incluindo psicólogo eassistente social poderia contribuir para otimização de uma tomada de decisão livre e esclarecida pelopaciente e seus familiares.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 2

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE MIELOMA MÚLTIPLOSUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS AUTÓLOGO

Pimenta LS1, Oliveira VB1, Passos RDS1, Rangel AC1

1Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva

Introdução: O Mieloma Múltiplo (MM), é uma neoplasia maligna resultante de uma proliferaçãode plasmócitos na medula óssea, com prevalência a partir dos 50 anos, no gênero masculino e raçanegra. O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo é responsável pelo avanço naterapia do MM, proporcionando um aumento da qualidade de vida e sobrevida do paciente. Objetivo:apresentar o perfil epidemiológico dos pacientes portadores de mieloma múltiplo submetidos ao TCTHautólogo em uma unidade federal de transplantes do Rio de Janeiro. Material e métodos: Estudo decoorte não concorrente composto por uma população fixa de pacientes com MM que realizaram TCTHautólogo no período de 2011 a 2013, em uma unidade federal de transplantes do Rio de Janeiro, sendosubmetido aos Comitês de Ética e Pesquisa das instituições envolvidas sob o CAEE40430414.5.0000.5274 e CAEE 45177115.0.0000.5240. Foram considerados elegíveis para o estudo39 pacientes. Resultados: Identificou-se maior incidência no sexo masculino (76%). A idade variou de37 a 69 anos. No tocante a raça, 24 casos foram diagnosticados na raça branca. Em relação àco-morbidades pré-transplantes houve maior prevalência de hipertensão arterial (43%). Sobre asvariáveis relacionadas ao TCTH autólogo, foi utilizada, como fonte de células, o sangue periférico em38 pacientes, sendo utilizada medula óssea em um caso. O tempo médio de internação foi de 19 dias,chegando à 30 dias. Como toxicidades destacam-se mucosite (20%), diarréia (43%). O período deneutropenia variou de 7 a 13 dias, tendo (71%) pacientes apresentado infecção. Como complicações pósTCTH identificou-se 5 reinternações, sendo causas choque hipovolêmico, suspeita de progressão dadoença, pneumonia, hipotensão e lesões cutâneas hiperemiadas. O número de óbitos foram 3 com asseguintes causas: carcinoma gástrico, choque séptico e insuficiência respiratória aguda. Discussão :Apesar da literatura apontar maior prevalência do mieloma a partir dos 50 anos e maior incidência naraça negra, foram encontrados pacientes com idade a partir de 37 anos e 24 casos de mieloma empessoas classificadas na raça branca. A fonte de células não interferiu no período de internação eneutropenia dos pacientes. Encontrou-se um baixo índice de reinternações, em relação ao número dospacientes transplantados, nenhuma delas relacionadas diretamente ao MM ou ao TCTH. Conclusão :Embora se tenha encontrado alguns dados particulares, os resultados revelaram-se semelhantes aosencontrados na literatura, ratificando o TCTH autólogo como melhor estratégia terapêutica notratamento do MM.

Palavras-chave: Epidemiologia, Transplante autólogo, Mieloma múltiplo.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 3

UNIDADE DE PACIENTES EXTERNOS DO CEMO ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PRÉ EPÓS TCTH

Sá GMP1, Rangel ACS1, Antunes AA1, Lopes GT1, Gonzalez S1, Nascimento RM1, Cruz AF1,Goncalves V1

1Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva

O presente trabalho se constitui na prática diária do enfermeiro em uma Unidade de PacientesExternos de um Centro de Transplante de Medula Óssea, durante as fases pré e pós TCTH. Oenfermeiro é o profissional que está presente diretamente em todas as fases do atendimento ao TCTH,assim sua atuação é efetiva e indispensável pela abordagem específica necessária no pré TCTH atravésde palestras educativas direcionadas ao preparo do paciente para a nova realidade que será vivenciadana unidade de internação, com ênfase em cada tipo de transplante realizado: TCTH Autólogo,Alogênico, Não Aparentado e Haploidêntico. A Unidade de pacientes Externos do Centro deTransplante de Medula Óssea do INCA é subdividida em ambulatório, onde são realizadas as consultasmultidisciplinares e reuniões educativas com enfermeiros no período pré TCTH; e o hospital dia queaborda o paciente nas questões ligadas à assistência de enfermagem desde a coleta de sangue, sinaisvitais, transfusões de hemoderivados, biópsia de medula óssea, mielograma, punção lombar com QT,implantação de catéter, retirada de catéter, curativos, manuseio de catéter semi-implantado e totalmenteimplantado, implantação de PICC, mobilização para o TCTH autólogo e infusão de linfócitos emedicações endovenosas diversas incluindo as específicas do TCTH; além do acompanhamento no pósTCTH. O objetivo principal deste estudo é identificar e avaliar todas as atividades assistenciaisdesenvolvidas pelos enfermeiros na Unidade de Pacientes Externos a fim de proporcionar melhorias àequipe e um atendimento seguro. Trata-se de um relato de experiência. Pesquisa realizada nas bases dedados sobre a produção científica de enfermagem em TCTH apontou que há uma carência depublicações acerca do processo de trabalho de enfermagem nessa área. Assim, conclui-se que oenfermeiro desempenha suas atividades de forma estruturada e com uma equipe de trabalhoespecializada como diferencial. Esse estudo pretende contribuir para a comunidade científica aodescrever a dinâmica do cuidado de enfermagem em uma unidade de pacientes externos de TCTH.

Palavras-chave: Transplante de células-tronco hematopoiéticas, enfermeiro, cuidados deenfermagem, hospital dia.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 4

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DAS READMISSÕES HOSPITALARES: UMA COORTEDE PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO

HEMATOPOIÉTICAS

Oliveira VB1, Pimenta LS1, Passos RDS1, Rangel AC1

1- Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

Introdução: As readmissões hospitalares representam um dos desfechos de interesse do transplantede células tronco hematopoiéticas (TCTH) e podem estar relacionadas a fatores como: adesão dopaciente ao tratamento, fatores socioeconômicos, desenvolvimento de infecção, desenvolvimento dedoença enxerto contra hospedeiro (DECH) e tempo da primeira. Em razão da complexidade dealterações clínicas que tais pacientes apresentam pós TCTH, podem ser readmitidos em unidadehospitalar em algum momento, o que impacta na sua rotina e de sua família, bem como gera aumentona fila de espera para realização de novos transplantes, em razão da redução de leitos disponíveis.Objetivos: Essa investigação teve como objetivo analisar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientessubmetidos ao TCTH que necessitaram de readmissão hospitalar. Material e Métodos: Trata-se de umestudo de coorte não concorrente composta por uma população fixa de pacientes que realizaram TCTH,por doenças oncohematológicas, no período de 1 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2013, em umaunidade federal do Rio de Janeiro, sendo submetido aos Comitês de Ética e Pesquisa das instituiçõesenvolvidas sob o CAEE 40430414.5.0000.5274 e CAEE 45177115.0.00005240. O seguimento teveinício a partir do primeiro dia de internação para a infusão de células tronco hematopoiéticas e ospacientes foram acompanhados por até doze meses. No período de seguimento, 213 pacientes foramsubmetidos a transplante de células tronco hematopoiéticas; destes, 188 foram considerados elegíveis.Resultados: Dos 188 pacientes pesquisados, 58 foram readmitidos em unidade hospitalar no períodoanalisado, a incidência de readmissões na população deste estudo foi 30,85 por 100 pacientes. a idademédia dos pacientes readmitidos foi de 32 anos (DP=18,45), 35 homens e 23 mulheres, 23 residiampróprio município e 35 em outras localidades. Em relação ao tipo de transplante 19 (33%) haviamrealizado autólogo, 24 (41%) alo aparentado, 15 (26%) alo não aparentado. Os principais motivos parareadmissão foram febre, diarreia, doença enxerto, complicações respiratórias e necessidadesnutricionais. Discussão: A readmissão hospitalar no TCTH se caracteriza como um evento importantena medida em que impacta a vida de pacientes e seus familiares, bem como, aumenta os custos deprocedimentos, assim como ocupa leitos destinados ao transplante, responsável pelo aumento no tempode espera de pacientes que aguardam na fila para realização de TCTH. Conclusão: Este estudo buscoucontribuir para um melhor conhecimento dos fatores associados à de readmissão hospitalar entre ospacientes submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas.

Palavras-chave: readmissão, transplante, oncohematologia.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 5

ELDERLY PATIENTS UNDERGONE HEMATOPOIETIC STEM CELL TRANSPLANTATION:BODY COMPOSITION AND ENGRAFTMENT

Pereira AZ1, Koch LM1, Souza PMR1, Sá BL1, Ribeiro AAF1, Hamerschlak N1

1HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

Introduction: Hematopoietic Stem Cell Transplantation (HSCT) in elderly is a brand-new issue.Changes in body composition after HSCT have been the subject of previous studies, however therearen‘t many studies in elderly people.

Objectives: To evaluate muscle thickness and visceral fat by US; % muscle mass, % fat mass andphase angle by BIA. To correlate body composition with engraftment(EN).

Methods: In this prospective study, we evaluated 16 HSCT patients (≥60years) at Hospital IsraelitaAlbert Einstein, São Paulo, Brazil, on their first day of hospitalization, before HSCT and after the EN.The thickness of the right femoral quadriceps muscle (RFQ), measured at 6 cm from the top edge ofthe patella was measured using ultrasound (US) in B-mode, transversal plane. The visceral fat(VF) wasmeasured in the abdominal region, by the thickness of the fat layer between the linea alba and the anteriorwall of the aorta. The % muscle mass (MM), % fat mass(FM) and phase angle(PA) were evaluated byBioimpedanciometry(BIA).

Results: Most patients were men (75%) with a mean age of 64(±5,0 years). We had 50% ofautologous HSCT and 50% allogenic HSCT. The mean time EN was 13(±4 days). In the baseline,weight was 80(±17 kg), RFQ was 1.8(±0.3 cm) and the VF was 5,5(±2,0 cm); %MM was 68,5(±11);%FM was 27,5(±7,5); PA was 5,3((±0,7). After EN, weight was 73(±13kg). RFQ was 1.5(±0.3cm) andthe VF was 5,0(±2.2cm); %MM was 55,5(±20,5); %FM was 25(±7,0); PA was 7,4(±0,8). There wasn‘tsignificant difference between baseline and after engraftment, although all measurements had reducedin all patients, exception for PA and VF had increased. We found the negative correlation betweenengraftment and RFQ(rp: -0,6), independently of HSCT type by regression. (rp: -0,6)

Conclusion: In this cohort of patients, muscle thickness and mass was reduced, and visceral fat andphase angle was increased after engraftment. The higher muscle thickness correlated faster engraftment.

Disclosure of Interest : None Declared

Keywords : bioimpedanciometry, body composition, engraftment, HSCT, ultrasound

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 6

ULTRASOUND: A NEW STRATEGY TO EVALUATE BODY COMPOSITION IN CROHN’SPATIENTS UNDERGOING HEMATOPOIETIC STEM CELL TRANSPLANTATION(HSCT)

Pereira AZ1, Sá BL1, Cocco M1, Ribeiro AAF1, Hamerschlak N1

1HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

Rationale: Crohn disease is a chronic inflammatory disorder of the gastrointestinal tract with astrong polygenic immune component. In refractory cases, autologous HSCT can decrease diseaseactivity and mucosal healing and improve quality of life. Reduced muscular mass and excess visceralfat in patients undergoing HSCT are associated with higher mortality, longer hospitalization, longer useof immunosuppressive drugs, graft-versus-host disease, shorter disease-free interval after the HSCT andcomorbidities leading to shorter survival time. Objectives : To evaluate muscle thickness and visceralfat by US.

Methods: We evaluated 5 HSCT patients (≥18years) at Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo,Brazil, on their first day of hospitalization, before HSCT and after the engraftment. The thickness of theright femoral quadriceps muscle (RFQ), measured at 6 cm from the top edge of the patella was measuredusing US in B-mode. The VF was measured in the abdominal region, by the thickness of the fat layerbetween the linea alba and the anterior wall of the aorta.

Results: Most patients were men (75%) with a mean age of 35 years (±14 years). Most patients wereundernutrition, with body mass index (BMI) of 21 kgm2 (±2,5 kgm2). The average time EN was 11 days (±1 days). In the baseline, RFQ was 1.5 cm (±0.2 cm) and the VFwas 4,2 cm (±1.3 cm). After engrafment, RFQ was 1.3 cm (±0.2 cm) and the VF was 4,2 cm (±1.2 cm).There wasn‘t significant difference between baseline and after engraftment, although RFQ had reducedin all patients.

Conclusion: In this cohort of patients we found reduced muscle thickness after engraftment and VFdidn‘t have any alterations. The US was a practical, economical and effective method to evaluate thesepatients.

Disclosure of Interest : None Declared

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 7

EFFECT OF BODY COMPOSITION IN THE MORTALITY OF ELDERLY PATIENTSSUBMITTED TO HEMATOPOIETIC STEM CELL TRANSPLANT ION (HSCT)

Koch LO1, Filho RJG1, Hamerschlak N1, Silva CC1, Castro ADAE1, Victor ES1, Pereira AZ1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introduction :The loss of muscular mass is a well recognized cause of the decline in musclestrength and functionality that accompany the aging process. In 1989, Irwin Rosenberg proposed theterm “sarcopenia” to describe the decline in muscle mass associated to aging. Changes in bodycomposition after Hematopoietic Stem Cell Transplantation (HSCT) have been the subject of previousstudies. Immunosuppressive therapy and corticosteroids are known to alter skeletal muscle metabolism.Infections and graft-versus-host disease (GVHD) that can occur after HSCT may also affect bodyweight and composition. Therefore, both the treatment and complications after HSCT exert largenegative effects on lean muscle mass, especially in elderly patients. Patients with hematologicmalignancies are usually well nourished before undergoing HSCT. Objective :The aim of this study isto determine in an elderly population whether parameters of body composition could be correlated tooutcomes after HSCT. Methods :We performed a retrospective longitudinal study through review ofmedical records of 48 patients ≥ 60 years old undergoing HSCT at Hospital Israelita Albert Einstein,from 2013 to 2015, that were subject to tomography scans (CTs) in a period ranging from 60 daysbefore and 21 days after HSCT. Body composition data were analyzed in CTs in T4 level bySliceomatic®program. Descriptive statistics were calculated by SSPS program with the followingparameters: age, body mass index, KPS, GVHD, neutrophil engraftment, hand grip and corporalcomposition parameters. Results :Of the 48 patients evaluated, 30 were autologous transplant. Themedian age was 67 years (±4.2). The Hand Grip median was 35,3 kgf (±9.2). Of the 48 patientsevaluated, neutrophil engraftment had a median of 13 days (±4.3). Eleven patients developed acuteGVHD. Of the whole cohort 54.2% of patients are alive. Regarding body composition, the body massindex in the allogeneic transplant group ranged from 17.9 kg/m2 to 31.1 kg/m2, and in the autologoustransplant group between 21.5 kg/m2 and 40.0 kg/m2. We observed values of muscle area of T4between 97.5 cm2 and 254.5 cm2, and subcutaneous area tissue of T4 between 82.4 cm2 and 468.7cm2. Muscle radiodensity measure was between 20.6 and 63.9 Hounsfield Unit (HU). In the allogeneictransplant group, 38.9% presented death to transplant related-mortality (TRM) while in the autologousgroup this proportion was 20%. Among the tested parameters when we analyzed BMI by categories, theeutrophic patients had a positive association with neutrophil engraftment (p = 0.012). Conclusion :Thiscommunication is a preliminary report on a still limited number of patients. Still we consider thatinvestigating the effect of muscular/nutritional status on the outcome of HSCT is important. The CTscans are part of the clinical routine and have no extra costs to the patient. Intervention measures suchas greater nutritional support and/or exercise to pre-transplant candidates may improve recovery.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 8

INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA POR BACTÉRIAS MULTI-DROGA RESISTENTESEM RECEPTORES DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS:

EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO E DESFECHOS

Rocha V1, Costa SF1, Ferreira AM1, Ramos JF1, Batista MV1, Rossi F1, Guimarães T1, Spadao FS1,Moreira F1

1Universidade de São Paulo

Introdução: Infecções de corrente sanguínea representam uma complicação frequente na faseinicial após transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH), com alta morbimortalidadeassociada. As infecções por bactérias multi-droga resistentes (MDR) têm se tornado uma preocupaçãomundial, porém dados relacionados aos fatores de risco e desfechos são escassos, bem como o papel dacolonização por bactérias MDR na ocorrência de infecções de corrente sanguínea, e seu impacto nosdesfechos é controverso. Objetivos: Avaliar a epidemiologia, fatores de risco e desfechos de infecçõesde corrente sanguínea em receptores de TCTH, com foco principal em infecções por bactérias MDR.Material e Métodos: Estudo de coorte retrospectiva envolvendo os 232 receptores de TCTHrealizados no Hospital das Clínicas – USP entre janeiro de 2014 e dezembro de 2015. Resultados : Aincidência cumulativa de infecção de corrente sanguínea na fase pré-enxertia foi de 25,4% (IC 95%,20-31%) - a maioria delas foi causada por bacilos gram-negativos (BGN; 55,2% dos agentes isolados) e40,3% dos casos foram causados por bactérias MDR. Os fatores de risco para infecções de correntesanguínea na análise multivariada foram colonização prévia de trato gastrointestinal por bactérias MDR,incluindo BGN, e duração de neutropenia > 10 dias. Em relação às infecções de corrente sanguíneacausadas especificamente por bactérias MDR, idade > 62 anos, necessidade de nutrição parenteral totale colonização prévia de trato gastrointestinal por BGN MDR foram associados a um maior risco.Colonização prévia ao TCTH por bactérias MDR foi observada em 40,5% dos pacientes, incluindoEnterococcus resistente à vancomicina e BGN MDR. Entre os pacientes colonizados por BGN MDR,cerca de 20% desenvolveram uma infecção de corrente sanguínea por uma bactéria MDR com o mesmopadrão de sensibilidade. A incidência cumulativa de óbito relacionado à infecção durante a internaçãofoi de 5,6% (IC 95%, 3-9). Com um tempo mediano de follow-up de 2 anos, a sobrevida globalestimada em 2 anos foi de 45,7% (IC 95%, 32-58) para receptores de TCTH alogênico e de 74,4% (IC95%, 65-81) para TCTH autólogo. A mortalidade relacionada ao transplante em 1 ano foi de 42,4% (IC95%, 31-55) para TCTCH alogénico e de 7,8% (IC 95%, 4-13) para TCTH autólogo. Discussão: Osreceptores de TCTH apresentam uma alta taxa de colonização de trato gastrointestinal por bactériasMDR e uma proporção significativa deles desenvolve uma infecção de corrente sanguínea causada porbactéria MDR, tendo sido encontrada significância estatística na análise multivariada, inferindo umaassociação causal. Conclusão: Estratégias para reduzir a colonização de pacientes que serãosubmetidos a TCTH devem ser estudados, a fim de reduzir o risco de infecções de corrente sanguíneapor bactérias MDR e melhorar os desfechos.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 9

DOENÇA DO ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIRO AGUDA DE TRATO GASTROINTESTINALCORTICO-REFRATÁRIA: RELATO DE CASO TRATADO COM RUXOLUTINIB

Brunaldi LAM1, Abdo ANR1, Gusmão BM1, Perini GF1, Lopes IE1, Helman R1, Lima MCC1, SantosFPS1

1Hospital São Camilo - Unidade Pompeia

Introdução : apesar de recentes avanços na realização do transplante de células troncohematopoéticas (TCTH), a doença do enxerto contra o hospedeiro aguda (DECH) permanece sendo umobstáculo ao sucesso do transplante. Aproximadamente 30-60% dos casos de DECH sãocortico-refratários (DECH-CR), condição que pode atingir mortalidade ao redor de 70%. Objetivos :relato de caso de um paciente com DECH-CR tratado com ruxolutinib. Relato de caso: paciente dosexo masculino, 40 anos, previamente hígido, foi encaminhado para TCTH devido sarcomagranulocítico em glúteo e pele após atingir 2a remissão completa. Foi realizado TCTH haploidênticodevido ausência de doador aparentado e não aparentado full matched . Utilizado regime decondicionamento mieloablativo com Fludarabina 90mg/m2 e Total Body Irradiation 1200cGy precedidode boost de 1200cGy em glúteo devido capatação duvidosa no PET-CT imediatamente pré TCTH. Odoador foi o irmão de 32 anos. Foram utilizadas céulas tronco periféricas mobilizadas com 5 dias deGCSF e infundidas 11,4x106de CD34+/kg. A profilaxia para DECH foi realizada com ciclofosfamida,tacrolimus e micofenolato mofetil. Enxertia neutrofílica ocorreu no D+14 e no D+16 o pacientedesenvolveu quadro de diarreia totalizando 1000ml/dia sem manifestação hepática ou cutânea. Iniciadometilprednisolona (MP) 2mg/kg/dia no D+16 associado a budesonida oral devido hipótese de DECHgrau III. Realizadas biópsias seriadas do reto e sigmoide que confirmaram achados histopatológicos deDECH e foram afastadas causas infecciosas. Após 5 dias de MP houve piora da diarreia atingindo2500ml/dia. Foi optado então por iniciar infusão mesentérica de MP 1x/semana devido quadro isoladode DECH de trato gastrointestinal e instituida nutrição parenteral total. No D+22 o paciente apresentouquadro de cistite hemorrágica por adenovirus e no D+23 evoluiu com piora da DECH manifestada pordor abdominal intensa e enterorragia. Tendo em vista o quadro de DECH-CR, status de intensaimunossupressão e medicações já utilizadas para profilaxia de DECH, optamos por iniciar ruxolutinib5mg VO 2x/dia no D+24 e no D+25 foi iniciado desmame de corticoterapia. O paciente apresentoumelhora progressiva, no D+31 apresentava <500ml de diarreia sendo reiniciada nutrição oral. Ascomplicações durante a internação foram cistite hemorrágica por adenovirus, reativação de CMV, sepsepor uretrite, insuficiência renal dialítica atribuída à toxicidade renal causada pelo cidofovir e pioratransitória de citopenias. O ruxolutinib foi suspenso com 6 meses pós TCTH após desmame. Nomomento o paciente encontra-se com 10 meses pós TCTH, sem evidência de DECH ou de recidiva daneoplasia hematológica. Conclusão: devido propriedades anti-inflamatórias e de imunotolerância, oruxolutinib parece exercer um papel importante no combate à DECH-CR. Devido ausência de estudosprospectivos randomizados, relatos de casos e séries de casos auxiliam no manejo dessa condiçãodesafiadora durante a prática clínica.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 10

ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO CLÍNICO INTEGRADO COM A EQUIPE MULTIDISCIPLINAREM PACIENTES SUBMETIDOS AO TMO.

Silva SA1

1Beneficência Portuguesa

Introdução: O farmacêutico é o profissional responsável em garantir que o tratamentomedicamentoso seja empregado de forma correta e coordenada com a equipe médica emultiprofissional, o uso adequado de medicamentos é uma das chaves para o sucesso do transplante decélulas tronco hematopoiéticas. Objetivos: relatar o processo de estruturaçãoda Farmácia Clínica empacientes de TMO e descrever as intervenções farmacêuticas.Método: O estudo foi conduzido noHospital BP Mirante durante o mês de agosto de 2016 à junho de 2017. Foi definido como atuação:participação das visitas multidisciplinares, avaliação da prescrição médica, acompanhamento deprotocolos, entrevista com o paciente pré-admissão e no momento da internaçãoe orientação de alta. Naavaliação farmacêutica, foram realizados: conciliação medicamentosa, levantamento de histórico dealergias e reações adversas na admissão hospitalar; seguimento farmacoterapêutico dos pacientes,durante o período de internação na Unidade de TMO; controles de exames laboratoriais, controle de usode antimicrobianos, levantamento de interaçõese orientação e reconciliação de alta.Resultados: foramavaliados 28 pacientes, onde 32% passaram pela entrevista pré-TMO, 100% foram conciliados, 64%receberam orientação na alta, 42% orientação durante a internação, 53% outras orientações, 100%orientação sobre uso de imunossupressor. Um paciente apresentou interação medicamentosa(levofloxacino e ondasetrona), apresentando bradicardia e quatro pacientes apresentaram reaçõesadversas relacionada ao uso de imunossupressor, apresentando hipertensão.Discussão: com a atuaçãodo farmacêutico nas entrevistas pré-admissão, foi dado ênfase ao uso racional de medicamentos,reduzindo a quantidade de medicamentos não necessários na internação, disponibilidade de documentospara disponibilização de medicamentos pelos programas e diretrizes terapêuticas do SUS eotimizando aterapia, melhorando a segurança do paciente no momento da internação. Na internação, o pacientedispôs do farmacêutico para tirar dúvidas do tratamento medicamentoso, assim como reduzir efeitosnegativos da terapia. Na visita multiprofissional, o farmacêutico contribui com os relatos dos pacientes,otimizando o uso de medicamentos e orientando a equipe quanto ao uso seguro, monitoramento deníveis séricos de fármacos e atenção as interações medicamentosas.Com relação à avaliação daprescrição médica, a conferência das doses, via, diluição, freqüência e levantamentos de interaçõesmedicamentosas, contribui para otimizar o tratamento medicamentoso. Foi evidenciado cinco caso deinteração medicamentosa, onde a atuação do farmacêutico foi primordial para resolução do evento.Conclusão: a estruturação das atividades do farmacêutico junto à equipe multiprofissionalmotivou odesenvolvimento de uma abordagem interdisciplinar, e contribuiu para melhorar o manejo da terapiados pacientes submetidos ao TMO, aumentando as chances de sucesso do transplante.

Palavras-chaves: Transplante de Medula Óssea, atenção farmacêutica, hematologia, problemarelacionado a medicamento, Prática profissional

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 11

EFEITO ADVERSO GRAVE E IRREVERSÍVEL AO BLINATUMOMABE EM PACIENTEPORTADOR DE LLA REFRATÁRIA: RELATO DE CASO

Maeda BS1, Scheinberg P1, Castro TGP1, Nunes RFM1, Anna MLOS1, Buéssio R1, Filho JUA1,Fernandes HS1, Motta CL1

1Beneficência Portuguesa de São Paulo

IntroduçãoO tratamento da Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) Recaída/Refratária é sempre desafiador para

o médico Onco-hematologista pela baixa taxa de resposta às terapias de resgate e alta morbimortalidade.No entanto, novas terapias, sobretudo com anticorpos monoclonais, têm se mostrado efetivas mesmo emmonoterapia.

ObjetivosDescrever a experiência do Hospital BP no tratamento da LLA utilizando as novas terapias

disponíveis para doença recaída/refratária, como o Blinatumomabe.Relato de CasoJSS, 19 anos, masculino, diagnóstico de LLA B Tipo Comum Ph1 Negativa sem infiltração de

sistema nervoso central em 03/16 durante investigação de cefaléia associada a bicitopenia. Iniciouquimioterapia, Protocolo BFM, sem resposta satisfatória (Doença Residual Mínima - DRM positiva aofinal da Indução e 25% de blastos em medula óssea ao final da Terapia de Consolidação). Realizadotratamento de resgate, Protocolo FLAG-Ida, resposta também insatisfatória (mielograma pós: 22% deblastos). Pela refratariedade, paciente incluído em protocolo de acesso expandido do Blinatumomabe,iniciando o tratamento em monoterapia em 09/16, com boa tolerância na primeira semana de aplicação.Ao aumentarmos a dose conforme protocolo, paciente evoluiu com sintomas neurológicos progressivos(sonolência, desorientação temporal e, por fim, comprometimento motor e cerebelar) indicando asuspensão da medicação no D21 do primeiro ciclo. Em exames complementares, incluindo PunçãoLiquórica e RNM de Neuroeixo, não identificaram causa infecciosa ou neoplásica que justificasse aneuropatia. Apesar de suspensa a medicação, paciente não apresentou melhora neurológica no decorrerdas semanas subsequentes, permanecendo com déficit motor (hemiparesia à direita), alteração emcoordenação, dificuldade para a deambulação e comprometimento cognitivo leve. Dado a manutençãodos sintomas, realizada biópsia diagnóstica de lesão presente em lobo temporal detectada em RNM, queconstatou meningoencefalite Aguda de etiologia inflamatória tóxica (toxicidade neurológica peloBlinatumomabe). Apesar do quadro neurológico sequelar, paciente apresentou Resposta HematológicaCompleta, assim como DRM Negativa, em estudo medular após suspensão da imunoterapia. Umdoador de medula óssea não-aparentado full match foi identificado, sendo optado por prosseguirprogramação terapêutica com TMO Alogênico, devido a doença de alto risco em indivíduo jovem comquadro neurológico não-incapacitante. Recebera a infusão das Células-Tronco Hematopoiéticas dodoador em 01/17.

Discussão e ConclusãoEsse caso esclarece vários pontos importantes: 1) A administração do Blinatumomabe deve ser

empregada onde exista profissionais da área da saúde treinados para o seu uso; 2) É importante a rápidaidentificação dos sinais de encefalopatia, para a descontinuação imediata da medicação; 3) OBlinatumomabe pode levar à remissão completa de casos de LLA quimiorefratária; e 4) OBlinatumomabe pode servir de ponte para o TMO Alogênico.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 12

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE LINFOMA DEHODGKIN SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE EM UM HOSPITAL FEDERAL DO RIO DE

JANEIRO

Passos RDS1, Oliveira VB1, Pimenta LS1, Rangel AC1

1Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

INTRODUÇÃO: O Linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia linfóide B, que pode sercaracterizada pela proliferação de células neoplásicas, denominadas de células de Reed-Sternberg. Coma evolução clínica da doença, estas células podem se disseminar para tecidos adjacentes. Segundo oInstituto Nacional de Câncer (INCA) estimou-se 2.470 novos casos de LH para 2016, sendo 1.460 emhomens e 1.010 em mulheres. OBJETIVO: Analisar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientesportadores de LH submetidos ao transplante, de 2011 a 2013, em um hospital federal.METODOLOGIA: Estudo de coorte não concorrente, composto por uma população fixa de pacientesque realizaram Transplante de Células Tronco Hematopoéticas, devido ao LH, em uma unidadetransplantes. Foi submetido aos Comitês de Ética e Pesquisa das instituições envolvidas sob os CAEE40430414.5.0000.5274 e 45177115.0.0000.5240. Os dados foram analisados a partir de variáveis préestabelecidas. RESULTADOS: No período analisado ocorreram 31 transplantes em pacientes com LH.As variáveis sócio-demográficas revelaram que a idade das pessoas submetidas ao transplante variou de8 a 41 anos, sendo a mediana 25,00. Houve predomínio da cor branca em pessoas acometidas peladoença (80,65%). As variáveis relacionadas ao hábito de vida demonstraram que 6,44% dos pacienteseram tabagistas e 3,22% etilistas.. Em relação às variáveis clínicas anteriores ao transplante, 3,22%dos pacientes eram portadores de diabetes mellitus, não sendo relacionada mais nenhum tipo decomorbidade. As variáveis relacionadas ao transplante manifestaram que 54,84% dos indivíduos eramdo sexo masculino. Em relação ao tipo de transplante a que os pacientes foram submetidos, 96,78%foram autólogos e 3,22% alogênicos não aparentados. Destes, 3,22% tiveram como fonte celular sanguede cordão umbilical/placenta, 12,90% medula, e 83,88% de células provenientes de sangue periférico.Dos pacientes analisados, 64,51% apresentaram mucosite, 29,03% apresentaram diarreia, 45,16%infecção e em 9,68% dos casos foi preciso a inserção de nutrição parenteral total (NPT). Dentre ospacientes transplantados 19,36% foram a óbito. DISCUSSÃO: Segundo o INCA, a maior incidênciade LH é em adultos jovens, atingindo maior frequência entre 25 e 30 anos. Ao avaliar a mediana daidade encontrada neste estudo tais dados são corroborados. Também se afirmou maior incidência decasos em indivíduos do sexo masculino. Conforme a literatura, o tipo de transplante mais utilizado paratratamento de LH foi o autólogo. Variáveis clínicas sugeriram que o advento da doença pode não estarrelacionado à comorbidades crônicas preexistentes. Devido ao regime de condicionamento proposto háum alto percentual de casos de mucosite havendo necessidade de introdução de NPT para aportecalórico e nutricional em alguns pacientes. CONCLUSÃO: O perfil do hospital federal analisadocorrobora os dados da literatura e reitera o transplante como alternativa elegível para o tratamento doLH.

Palavras chave : Epidemiologia, doença onco-hematológica, transplante, Linfoma de Hodgkin

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 13

PESQUISA DE DOENÇA RESIDUAL MÍNIMA POR CITOMETRIA DE FLUXO EM LEUCEMIALINFOBLÁSTICA B PÓS-TERAPIA ALVO ANTI-CD19

Correia RP1, Bento LC1, Alexandre AM1, Vaz AC1, Schimidell D1, Sousa FA1, Pedro EC1, PortoEFM1, Mendes CEA1, Barroso RS1, Bacal NS1,2

1Hospital Israelita Albert Einstein2Centro de Hematologia de São Paulo

Introdução: A detecção de doença residual mínima (DRM) é um dos principais fatoresprognósticos no monitoramento da Leucemia Linfoblástica B (LLA-B). A literatura indica quepacientes com presença de DRM pós-tratamento têm evolução clínica desfavorável. As imunoterapias,como o anti-CD19, tem aumentado os desafios técnicos na detecção de DRM por citometria de fluxo(CF) Objetivos: Descrever as mudanças fenotípicas dos linfócitos B e novas estratégias de análise deDRM em pacientes com LLA-B pós-terapia anti-CD19. Material e Método: Os linfócitos B foramavaliados por CF de 10 cores utilizando os marcadores CD10, CD19, CD20, CD22, CD34, CD38,CD45, CD58, CD81 e HLA-DR. Analisamos seis amostras de dois pacientes pré e pós-transplante decélula tronco hematopoética. Para pesquisa de DRM de alta sensibilidade, o volume total da amostra demedula óssea foi lisado com cloreto de amônio, lavado e concentrado, marcado com os anticorposmonoclonais, lavado e adquirido no equipamento Navios Flow Cytometer (Beckman Coulter, BC). Aanálise dos dados foi realizada nos softwares Kaluza (BC) e Infinicyt (Cytognos). Na análise estatísticafoi utilizado o teste t com nível de significância de 5%. Resultados e Discussão: A estratégia de análiseidentificou a população de linfócitos B pela expressão antigênica de CD22, e os precursores B normaise anormais pela expressão de CD10, CD34 e CD45 de fraca expressão. A presença de CD19 pós-terapiaanti-CD19 pode indicar recaída precoce, DRM e plasmócitos normais. As características dosmarcadores que melhor discriminaram as hematogônias dos blastos linfoides B foram: aumento dotamanho (FSC) e complexidade interna (SSC) dos blastos com p=0,0057 e p=0.04, respectivamente;diminuição da mediana da intensidade de fluorescência (MFI) do CD10 nos blastos (p=0,0017); eaumento do MFI do CD38 e CD58 nos blastos com p=0.0012 e p=0,033, respectivamente; osmarcadores CD22, CD20, CD34, CD45, CD81 e HLA-DR foram úteis na caracterização da população.Em um dos casos, avaliamos a expressão antigênica de nuTdT e cyCD79a, e como esperado, os blastoslinfoides B pós anti-CD19 foram positivos para esses marcadores. A média do número total de eventosadquiridos foi de 1.664.679 (1.112.824 – 1.700.000). Foi possível detectar DRM pós-terapia anti-CD19em todas as amostras, e em níveis estatisticamente significantes com média de eventos de 936 (242 –2611) e frequência de 0,10% (0,02% - 0,24%). Conclusão: Este estudo descreve uma nova estratégiade análise nas mudanças fenotípicas em pesquisa de DRM em LLA-B pós-terapia anti-CD19. Essaestratégia foi útil na detecção de DRM com sensibilidade estatisticamente aceitável. A continuidadedeste estudo é necessária para provocar discussões do tema, e para que novas estratégias de análiseauxiliem a pesquisa de DRM neste cenário crescente de imunoterapias em LLA-B.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 14

IMPACTO DA COLABORAÇÃO MÚTUA ENTRE CENTROS DE TRANSPLANTE DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE DO ESTADO DE

SÃO PAULO

Bittencourt MCB1, Passos RMA2, Compte LCM1, Almeida-Neto C1,3, Nukui Y1,3, Nunes RFM2,Mendrone-Junior A1,3, Schmidt-Filho J1, Rocha V1,3

1Disciplina de Hematologia e Hemoterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo Doutor Euryclides de Jesus Zerbini3Fundação Pró-Sangue

Palavras-chave: SUS. Introdução: A escassez de recursos no Sistema Público de Saúde e altademanda implicam em dificuldades muitas vezes não compartilhadas entre as unidades de saúde. Emsetembro de 2016 foi firmada uma parceria entre as equipes de transplante de células-troncohematopoiéticas (TCTH) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade deSão Paulo e Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo Doutor Euryclides de Jesus Zerbini,conhecido como Hospital Brigadeiro (HB), a partir da necessidade do fechamento provisório parareforma da unidade de transplante alogênico do HC. Na época, o HB não dispunha de serviço de aféresepróprio para a coleta de células progenitoras periféricas (CPP) e apresentava dificuldade de suporte pararealização dos procedimentos. Com a parceria, pacientes do HC com indicação de TCTH alogênicoaparentado passaram a ser encaminhados para o HB; e o HC se realizou as coletas de CPP dos doadoresdestes pacientes e CPP autólogas dos pacientes transplantados no HB. Materiais e Métodos: Análiseretrospectiva descritiva de dados obtidos de registro de banco de dados dos dois centros, quanto aTCTHs, coletas de exames e de CPP de julho de 2016 a junho de 2017. Resultados: De julho adezembro de 2016 foram realizados 16 TCTHs alogênicos no HC e 3 no HB; no primeiro semestre de2017, período que incluiu o fechamento da enfermaria, foi realizado apenas 1 TCTH alogênico no HC e10 no HB, sendo 7 destes encaminhados do HC. O fluxo de TCTHs autólogos do HB manteve-se com21 casos nos dois períodos. Nos 10 meses de parceria foram encaminhados 29 pacientes do HC paraTCTH alogênico no HB, 24,1% (N=7) foram transplantados, 10,4% (N=3) aguardam internação, 34,5%(N=10) estão em avaliação pré-TCTH e 31% (N=9) perderam seguimento por óbito, progressão ourecusa. No período, foram realizadas no HC 61 dosagens de células CD34+ periféricas, 7 coletas deCPP por aférese dos 7 doadores dos TCTHs alogênicos encaminhados pelo HC e 47 coletas de CPPautólogas do HB. No total 85 unidades de CPP foram processadas e 74 criopreservadas. Discussão: Osucesso da parceria foi possível pelo contato próximo entre as equipes e ajuda mútua. A fim de manter auniformidade dos protocolos e alinhamento de condutas peri-transplante, os casos encaminhados do HCsão discutidos em reunião geral semanal, com a participação da equipe do HB. No período decolaboração, o HB já aumentou sua equipe, com a contratação de mais 1 médico, enfermagem exclusivapara o TCTH e abertura do Hospital-Dia aos finais de semana. A equipe do HB visa, com a experiênciaadquirida neste manejo conjunto, no futuro expandir para realização de TCTH não aparentado.Conclusão: A parceria tornou possível manter o atendimento dos pacientes do HC e HB, minimizandoos impactos das limitações de ambos os serviços e tem contribuído para o crescimento edesenvolvimento da unidade de transplante alogênico do HB, o que trará benefícios duradouros para arede pública.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 15

UNRELATED HEMATOPOIETIC STEM CELL DONATION: A SINGLE CENTER EXPERIENCEIN BRAZIL

Fonseca-Hial AMR1, Reis A1, Libório V1, Abreu LA1, David MFM1, Alves S1, Ferreira DC1, ZanãoVA1, Parisio K1, Oliveira JSR1

1Hospital Santa Marcelina

We have retrospectively collected data regarding donors caracteristics and collection ofhematopoietic stem cell of 115 unrelated donors, betwen 2014 and june 2017. There was 77 perifericblood stem cell (PBSC), 28 bone marrow and 10 lymphocyte donors (DLI). All 77 PBSC donorscompleted the established mobilization protocol. The mobilizing capacity was greater in males. Ageand weight didn’t influence the procedure. The total dose of CD34+/recipient was 7.74 ×10(6)/kgrecipient body weight (varying 4-23 x 10(6)). In 19 (24%) was necessary two PBSC. The median agewas 32.5 years (20-57), and weight was 78,5 Kg (51-131.7). The median weight of receptors was 79 Kg(5-139). In 28 bone marrow surgical donors the median of total nucleated cells (TNC)/recipient was 5.6×10(8)/kg recipient body weight (3.1-13.5). The median of age and weight was 31 years, and 77.5 Kg.13 were male. There was only 10 lymphocite donors, half was male. Median of total dose ofCD3+/recipient was 16.4 ×10(7)/kg recipient body weight (6,7-39,2). Discrepancy was observed innumber of asked CD3+ cells, varying from 2 to 46 x 10(7), median 5 x 10(7). The median of DLIdonors age was 32.5 years. Our study allowed us to define the caractheristics of the unrelated donors inour center, and the efficacy of the procedure, adequate for transplantation in almost all recipients.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 16

A EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NA LEUCEMIAMIELÓIDE AGUDA NA ÚLTIMA DÉCADA

Datoguia TS1, Ribeiro AAF1, Silva CC1, Santos FPS1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

IntroduçãoA leucemia mielóide aguda (LMA) é uma doença hematológica maligna que acomete adultos e

idosos. O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é uma opção terapêutica deconsolidação pós remissão e a avaliação do benefício de indicar um transplante baseia-se no perfil dodiagnóstico.

ObjetivosO objetivo do estudo é avaliar o desfecho de pacientes transplantados em LMA.Material e métodosAnalisamos informações de pacientes do banco de dados do hospital Israelita Albert Einstein

diagnosticados com LMA e submetidos a TCTH alogênico no período de 1988 a 2017. Observamosidade, sexo, análise molecular ao diagnóstico, tipo de TCTH (aparentado, não aparentado,haploidêntico), fonte de células (medula óssea ou sangue periférico), status da doença pré transplante(primeira, segunda ou terceira remissão e doença ativa), regime de condicionamento selecionado(mieloablativo, não mieloablativo e toxicidade reduzida), seguimento dos pacientes transplantados esobrevida.

ResultadosForam 1079 transplantes em nosso serviço, sendo 114 em LMA. Excluímos 13 pacientes da análise

por apresentarem idade inferior a 18 anos. A mediana de idade foi de 43 anos. Analisamos doissubgrupos separados por idade: 18 a 64 anos, e com idade igual ou superior a 65 anos. Em relação aosubtipo da LMA ao diagnóstico, a mortalidade foi maior nos pacientes que desenvolveram LMArelacionado a mielodisplasia no grupo de 18-64 anos (p<0,001). Foram 35% pacientes transplantadosem primeira remissão e o status da doença pré transplante contribuiu para uma sobrevida inferiornaqueles pacientes que transplantaram em 3ªremissão e com doença em atividade (p<0,014). Houvediferença significativa entre aqueles pacientes do grupo de 18-64 anos que foram transplantados comanálise molecular realizada (p<0.042). A sobrevida em 5 anos após a data do transplante foi superiorno grupo submetido ao estudo molecular comparado aqueles que transplantaram antes de 2007, sendode 47,3% e 26,9% respectivamente. A mediana de seguimento foi de 904 dias (2,47 anos).

DiscussãoPacientes com doença favorável não se beneficiam do transplante em primeira remissão pelo baixo

risco de recaída comparado a mortalidade relacionada ao TCTH, porém nossos pacientes transplantadosem primeira remissão tiveram melhor perfil de sobrevida comparado a pacientes que transplantaram emsegunda ou terceira remissão. Na classificação do subtipo da leucemia, comprovamos que a evoluçãoda Mielodisplasia para LMA confere uma pior sobrevida (Helser et al, 2017). Quanto ao regime decondicionamento, apesar de não apresentarmos diferença estatística, enfatizamos a importância de quenos últimos anos os protocolos foram melhorados em relação a biodisponibilidade da droga (como oBussulfano endovenoso) e adaptados quanto ao perfil de pacientes (idosos), com melhora em relação atolerância e assim, possibilitando uma alternativa de consolidação com transplante em uma populaçãoque não seria elegível (Sengsayadeth et al, 2015).

ConclusãoConcluimos que os resultados melhoraram consideravelmente nos últimos 10 anos, principalmente

nos pacientes não idosos, por uma indicação mais precisa do transplante a partir do estudo molecular.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 17

BLINATUMOMAB EM PACIENTES COM LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA REFRATÁRIA:RELATO DE 4 CASOS

Mantovani LFAL1,2, Venancio AM1,2, Fernandes JF1,2, Netto GZ1,2, Brumatti M1,2, Pereira PL1,2,Azambuja AMP1,2, Lee MLM1, Filho VO1,2, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2Instituto do Tratamento do Cancer Infantil - HCFMUSP

Introdução: O prognóstico para individuos com leucemia linfoide aguda (LLA) tem melhoradonas últimas décadas, contudo, o prognóstico daqueles com refratariedade ainda é reservado. Aimunoterapia tem chamado atenção como um potencial tratamento. O Blinatumomab é um anticorpobi-específico com afinidade para ambos receptores CD3 e CD19 que promove a ligação entre blastosCD19+ e os linfócitos T citotóxicos CD3+. Tal interação resulta na destruição dos blastos. Objetivo:Relatar 4 casos de pacientes com LLA tratados com o imunoterápico Blinatumomab, que após atingircontrole adequado da doença, tornaram-se elegíveis para um transplante alogênico de células-troncohematopoiéticas (TCTH). Resultados: Os pacientes 1-3 foram tratados com infusão contínua deBlinatumomab na dose inicial de 5 mcg/m2/dia por 7 dias, seguida por dose de 15 mcg/m2/dia por mais21 dias. O paciente quatro recebeu dose incial de 9mcg/dia por 7 dias, seguida por 21 dias de infusãocontínua de 28mcg/dia. Paciente 1: sexo masculino, diagnosticado com LLA-B aos 2 anos e tratadopelo protocolo GBTLI 2009. Remissão completa foi atingida ao final da indução, contudo, houverecidiva medular ao término da manutenção. Diferentes esquemas de resgate falharam em oferecerremissão sustentada. Blinatumomab foi usado como ponte para um TCTH, com remissão clínicacompleta ao término de um ciclo apenas. Foi então realizado transplante de sangue de cordão umbilicalcom sucesso. Paciente 2: sexo feminino, com LLA-B diagnosticada aos 10 anos de idade. Falhou ematingir remissão pelo protocolo COG ALL 2011 e, após troca para ALL-REZ BFM 2002 apresentoucontrole ideal da doença. Na manutenção apresentou recidiva medular. Foi refratário a diversosesquemas quimioterápico de resgate. Blinatumomab foi usado por um ciclo e obtivemos remissãoclínica completa e doença residual mínima (DRM) negativa. Transplante alogênico haploidêntico foirealizado com sucesso. Paciente 3: sexo feminino, 3 anos com LLA-B comum tratada pelo protocoloGBTLI-2009 com remissão medular com a presença de DRM persistente. Recebeu um ciclo deBlinatumomab com falha em redução de DRM. Prosseguiu para transplante alogênico aparentado comDRM. Paciente 4: sexo masculino 23 anos diagnosticado com LLA-B em setembro de 2015. Foi tratadopelo protocolo GBTLI-2009 foi submetido a um TCTH não-aparentado por falha indutória (DRMpersistente). Um ano após, apresentou recidiva medular que foi refratária a múltiplas terapiasconvencionais de resgate. Após um ciclo de Blinatumomab teve redução da DRM para 0.2%, seguirácom 2o ciclo antes de novo transplante. Discussão: A refratariedade constitui um obstáculo para otratamento dos pacientes com LLA. Os regimes de tratamento e resgate convencionais apresentamresultados insatisfatórios e neste cenário a imunoterapia pode ser uma alternativa para esse grupo dedoentes. O Blinatumomab se mostra uma droga muito promissora nesse campo e a experiência do nossoserviço foi positiva. Pacientes com doença refratária ou com DRM positiva se beneficiaram dautilização do medicamento viabilizando o transplante. Conclusão: O TCTH ainda é a principal opçãocurativa para aqueles pacientes com LLA refratária, porém, nem todos conseguem controle adequado dadoença para que possam ser submetidos ao procedimento. Nesse contexto, o Blinatumomab se mostrauma opção com resultados promissores na busca da remissão clínica.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 18

O IMPACTO DA INFUSÃO DE LINFÓCITOS PÓS TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOÉTICAS ALOGÊNICO

Datoguia TS1, Kerbauy F1, Ribeiro AAF1, Reid MM1, Kerbauy LN1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

IntroduçãoO transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico é uma das opções de tratamento

indicado para pacientes com neoplasia hematológica maligna por proporcionar aumento da sobrevida eaté a cura em alguns casos. Assim, foram desenvolvidas algumas técnicas na tentativa de aprimorar aresposta contra a doença, o efeito enxerto versus leucemia (GVL – graft versus leukemia) , e um exemploé a infusão de linfócitos, mais conhecida como DLI (donor lymphocyte infusion ).

ObjetivosO objetivo do estudo é descrever a indicação da infusão de linfócitos em pacientes pós transplante

alogênico de medula óssea e se houve resposta ao procedimento.Material e MétodosForam analisados dados de pacientes que realizaram o transplante alogênico de medula óssea e foram

submetidos a infusão de linfócitos de 2010 até 2016 através de documentos armazenados no setor dehemoterapia. As características observadas foram idade, sexo, diagnóstico, data do transplante, tipo detransplante, indicação do DLI, quantidade de células infundidas, presença ou não de DECH, resposta aoDLI e sobrevida.

ResultadosO total de pacientes da amostra foi de 14 e a média de idade foi de 46 anos (11 a 70 anos). 43%

tinham diagnóstico de leucemia mielóide aguda, 22% de linfoma de Hodgkin, 14% de linfoma nãoHodgkin, 14% de síndrome mielodisplásica e 7% de leucemia linfóide aguda. Quanto ao tipo detransplante alogênico, 64,3% foram aparentado e 35,7% não aparentado. A indicação do DLI ocorreupor recaída da doença (86%), seguida perda do quimerismo (7%) e por ser parte do protocolo do regimede condicionamento realizado (7%). A quantidade de células CD3 infundidas foi em média 3,91 X 107/kg (0,5 – 17,63 X 10 7/kg). O tempo médio entre a infusão dos linfócitos e a data do transplante foi de152,5 dias (11 – 2616 dias). Em relação ao DECH pós DLI, 75% dos pacientes não apresentarammanifestação. Dentre os 35% que desenvolveram, as manifestações ocorreram em trato gastrointestinale pele, sendo que apenas 1 paciente desenvolveu grau clínico 3 em pele. DECH crônico foi observadoem 2 pacientes. 71,4% dos pacientes responderam ao DLI e a sobrevida global foi de 47,6%. Emrelação a resposta ao DLI, não foi encontrada diferença significativa quando comparado ao tipo detransplante (p = 0.48) e ao diagnóstico de base (p = 0.37) .

DiscussãoA indicação do DLI, o momento ideal e a quantidade de células ainda é um assunto controverso na

literatura. Constatamos que a maior indicação foi a recaída da doença, porém não houve um padrãode resposta, como por exemplo, quem recebeu mais células entrou em remissão. Em relação ao DECHrelacionado ao DLI, a incidência nessa amostra foi compatível com a literatura. Flowers et al estudaram225 pacientes transplantados e 39% desenvolveram DECH após o DLI e os fatores de risco que tiveramsignificância estatística foram infusão de células CD3 maior que 10 X 10 7/kg e o tempo entre o TCTHe a infusão de linfócitos. Em nossa casuística o único paciente que desenvolveu DECH grave foi o querecebeu a maior quantidade de linfócitos (17,63 X 10 7/kg). Não houveram casos de aplasia após o DLI.Quanto a mortalidade, a principal causa foi a recaída da doença.

Conclusão

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Apesar do pequeno número de pacientes analisados nessa amostra, podemos concluir que a infusãode linfócitos permanece como uma importante ferramenta para auxiliar no confronto com a doença debase.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 19

RELAÇÃO DE MUCOSITE COM PERDA DE PESO EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TCTHAPARENTADO

Hamid JSA1, Silva TS1, Astigarraga CC1, Lessi RL1, Birnfeld CF1, Veronese CBB1, Oliveira PE1,Alves VS1, Sonaglio EP1, Fraga TR1

1Associação Hospitalar Moinhos de Vento

Introdução: O sucesso do transplante de células hematopoiética (TCTH) é influenciado por diversosfatores, como diagnostico e estágio da doença, tipo de transplante, grau de histocompatibilidade, tipo decondicionamento, idade, tratamento prévio e estado nutricional. A perda de peso não intencional é umacondição comum e frequente nestes pacientes, e sabe-se que estes pacientes apresentam alto risco paradesnutrição tanto no pré- TCTH, quanto no pós-TCTH, sendo o estado nutricional um fator deprognóstico na evolução. A mucosite tem alta prevalência no TCTH mieloablativo, devido as altasdoses de quimioterapia, tendo sido descrita como a toxicidade mais severa e limitante do tratamento.Objetivos: Descrever o perfil de mucosite e perda de peso de pacientes submetidos ao TCTH alogênicoaparentado em pacientes de um hospital da região sul do Brasil. Material e Métodos: Trata-se de umestudo descritivo dos pacientes que realizaram o TCTH alogênico aparentado entre junho de 2015 ejunho de 2017. Resultados: No período observado forma realizados 12 TCTH aparentados, sendo osdiagnósticos mais frequentes a Leucemia Linfóide Aguda (33,3%), Linfoma (33,3%) , e em seguida aLeucemia Mielóide Aguda (16,6%). Todos os condicionamentos foram mieloablativos, exceto umapaciente que realizou condicionamento reduzido. A classificação de mucosite mais frequente foi grau 2e 3 (60%), mesmo com a utilização da laserterapia. A perda de peso durante a internação ocorreu maissignificativamente em 40% dos pacientes, em que o percentual de perda de peso foi de 10%, ousuperior. Os pacientes que apresentam maior perda realizaram condicionamentos mais intensos como osassociados a irradiação corporal total (TBI na sigla em inglês) Total. Podemos destacar ainda que opaciente que possuiu o menor percentual de perda de peso realizou um acompanhamento nutricional,com indicação de dieta enteral, antes do transplante. Discussão: O risco nutricional do pacientesubmetido ao TCTH é elevado, podendo se agravar conforme estado nutricional prévio do paciente, ocondicionamento, tempo de internação ou presença de complicações gastrointestinais como a doença doenxerto contra o hospedeiro (DECH). Conclusão: A correta avaliação do estado nutricional prévio aoTCTH e a manutenção do peso ao longo da internação, mesmo com mucosite, são fundamentais noatendimento e tem impacto na evolução do paciente submetido ao TCTH.

Palavras-chave: Transplante de células-tronco hematopoéticas; Estado nutricional;

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 20

IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS E TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TROCOHEMATOPOÉTICAS: EXPERIÊNCIA DE UMA INSTITUIÇÃO

Pereira MP1, Moraes P1, Costa DC1, Burin MM1, Oglio ACD1, Rigoni LDC1, Jobim LF1, Silla LMR1,Daudt LE1, Paz AA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Palavras-chave: imunodeficiências primárias, transplante de células-troncohematopoiéticas. Introdução: Imunodeficiências primárias (IDP) são defeitos de um ou maiscomponentes do sistema imunológico, sendo a maioria de caráter congênito e hereditário. Suaprevalência geral é de 1 caso para cada 2000 nascimentos, com predominância no sexo masculino e empopulações com alta frequência de consanguinidade. O transplante de células-tronco hematopoiéticas(TCTH) é o um tratamento potencialmente curativo para muitos pacientes com IDP. Objetivo: Avaliar aevolução de pacientes com IDP tratados com TCTH alogênico. Métodos: Estudo retrospectivo depacientes com IDP tratados com TCTH alogênico no Hospital de Clínicas de Porto Alegre(HCPA). Resultados: Foram realizados 18 TCTH em 16 pacientes de 2007 a 2017 no HCPA. Doispacientes foram submetidos a um segundo TCTH por falha secundária de enxertia. Em relação àdistribuição das doenças, 5 pacientes com Síndrome Hiper-IgM, 3 com Wiskott-Aldrich, 3 comDeficiência de Adesão Leucocitária, 2 com Doença Granulomatosa Crônica, 2 com ImunodeficiênciaCombinanda Severa (SCID),1 com Chediak- Higashi, 1 com Neutropenia Crônica Severa e 1 comSíndrome de Griscelli. Onze (61%) pacientes do sexo masculino e mediana de idade na data do TCTHde 4,2 anos. Em 3(16,7%)pacientes a fonte de CTH foi cordão e 15(83,3%) foi medula: 8(44,4%)transplantaram com doador HLA idêntico não aparentado,3 HLA idêntico aparentado, 3 HLAhaploindêntico e 1 HLA com mismacth não aparentado. Onze (61%) pacientes receberamcondicionamento não mieloablativo e 7 mieloablativo. Nove (50%) pacientes apresentaram DECHagudo, maioria de pele, enquanto apenas 2 (11,1%) pacientes DECH crônico. Quatro (22%) pacientesevoluíram com quimerismo autólogo e, dos 10 pacientes vivos,3 mantém quimerismo misto e 7quimerismo completo, com apenas 1 paciente necessitando de reposição de imunoglobulina mensal.Seis pacientes evoluíram para óbito, 3 pacientes por sepse e 3 pacientes por morte relacionada aotransplante. Mediana de tempo para óbito foi de 2 (1-5)meses. A sobrevida global (SG) foi de 66,7%em um tempo mediana de seguimento de 14(1-107) meses. Discussão: O número pequeno depacientes transplantados em um registro de 10 anos está relacionado à raridade, alta mortalidade edificuldade diagnóstica das IDP. Além disso, a heterogeneidade das IDP dificulta a padronização de umcondicionamento e a análise dos resultados dos estudos. Sabe-se que o condicionamento mieloablativo,doador HLA com mismacth, presença de infecção ativa e idade tardia para TCTH parecem estarassociados a piores desfechos; porém, o pequeno número da amostra não permitiu fazer essasassociações de forma conclusiva. Conclusão: Apesar do encaminhamento tardio e maior tempo deespera para o TCTH, realidade do nosso Sistema Único de Saúde, a SG do nosso estudo é similar adescritas em centros internacionais e aceitável considerando o alto grau de letalidade dessas doenças.

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Área: Hematologia Geral relacionada a transplantesSub-tópico: Hematologia Geral relacionada a transplantesTrabalho: 21

OS DOADORES VOLUNTÁRIOS DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS E O VÍRUS DAZIKA.

Torres L1, Aguiar CC1, Albuquerque H1, Almada AJ1, Mendes MAF2, Cita RF2, Emmel V3, Gama B3,Abdelhay ESFW3, Bouzas LFS3

1Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea2Hospital de Câncer de Barretos3Instituto Nacional de Câncer

INTRODUÇÃO: Existem preocupações de saúde pública em torno da epidemia do vírus Zika e dorápido crescimento do transplante nos países em desenvolvimento, incluindo zonas endêmicas detransmissão de arbovírus ativo, bem como a realização de viagens dos doadores e receptores decélulas-tronco hematopoiéticas para essas regiões. Existem poucos dados sobre as característicasclínicas da infecção pelo vírus da Zika em pacientes pós submetidos ao transplante não-aparentado decélulas-tronco hematopoiéticas. OBJETIVOS: Identificar o número de solicitações para teste dediagnóstico do vírus da Zika em doadores voluntários de células-tronco hematopoiéticas e seusresultados. MATERIAL E MÉTODOS: Foram extraídos dados sobre origem dos doadores, paísessolicitantes e resultados para o teste de Zika de 44 doadores cadastrados no Registro Brasileiro deDoadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) que tiveram testes para o diagnóstico de Zikasolicitados pelos Registros Internacionais entre Janeiro/2016 até Maio/2017. Os testes para diagnósticodo vírus da Zika foram realizados no Laboratório de Oncovirologia do CEMO/INCA e no Laboratóriode Imunologia de Transplantes e HLA do Hospital de Câncer de Barretos/SP. RESULTADOS: Osresultados mostram que dos 44 doadores testados, 28 doadores foram testados apenas 1 vez, 13doadores foram testados 2 vezes e 1 doador foi testado 3 vezes e todos estes resultados foram negativos.1 doador foi testado em laboratório internacional, mas o REDOME não recebeu o resultado e 1 doadorteve como resultado o diagnóstico inconclusivo. Este doador realizou 3 coletas em períodos distintos aolongo de 37 dias. O 1ºresultado foi negativo, o resultado da 2ªamostra foi positivo e após repetição doexame o resultado foi negativo e uma 3ªamostra foi solicitada e o resultado foi positivo. A conclusãopara este doador foi de que não era possível determinar com certeza a presença do vírus, mas que apossibilidade não estava descartada. A França é o país que mais solicitou testes para o diagnóstico dovírus da Zika (N=10 doadores), seguida da Itália e Holanda (ambas com N=6 doadores). Brasil e aArgentina solicitaram testes para apenas 1 doador cada. O estado de São Paulo foi que mais forneceudoadores para serem testados a pedido dos registros internacionais. Os outros doadores testadospertencem aos estados do Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Piauí, Rio Grande do Sul, Goiás, RioGrande do Norte, Bahia, Rio de Janeiro, Ceará, Rondônia, Espirito Santo e o DistritoFederal. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Com 1 doador solicitado pelo Brasil e apesar da maioriaexpressiva dos resultados serem concluídos como negativos, essas descobertas evidenciam anecessidade de discussão da indicação para realizar exames de diagnóstico do vírus da Zika emdoadores de células-tronco hematopoiéticas para transplantes não-aparentado, especialmente para áreasonde o vírus da Zika é mais prevalente, seja para atender pacientes nacionais ou internacionais.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 22

ABSOLUTE DENSITY OF DIFFERENT SOURCES OF HEMATOPOIETIC PROGENITOR CELLS:BONE MARROW, PERIPHERAL BLOOD STEM CELL AND UMBILICAL CORD BLOOD

Araújo AB1, Angeli MH1, Salton GD1, Furlan JM1, Schmalfuss T1, Rohsig LM1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Background: Hematopoietic progenitor cells (HPC), used in cell therapy, have been isolated frombone marrow – HPC (M), peripheral blood after mobilization with growth factor – HPC (A) and umbilicalcord blood – HPC (CB). Biological sample volume determination provides essential data for laboratoryanalysis. The use of a syringe is the best direct measurement for volume determination; however it is notfeasible, because high volumes are often received. The biological material under analysis will be infusedinto patients and cannot be discarded or suffers the risk of contamination, requiring low manipulationin a closed system. Therefore the volume can be estimated by weighing collection bags and for thisit is necessary to adjust the weight value using the material density. Objective: This study aimed toestimate the absolute density of HPC (M), HPC (A) and HPC (CB) and determine whether there is anassociation with hematological parameters and total sample volume. Material and Methods: The studywas conducted at Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brazil. We analyzed 88 HPC (M),181 HPC (A) and 258 HPC (CB) samples. Absolute density of biological materials was determined byweighing a 50-mL aliquot in a 60-mL syringe (BD Luer-Lok tip) using an analytical balance (MarteAS5000C, Brazil), under controlled temperature (20-24°C). A syringe accuracy analysis was performedto determine a correction factor to be used for calculation of biological material absolute densities. Forthis, the same syringe-weighing procedure using water was performed, considering the reference waterdensity at the temperature of each measurement. Results: The mean (standard error, SE) absolute densityvalues were 1.0471 (.0005) g/mLfor HPC (CB), 1.0391 (.0010) g/mL for HPC (M), and 1.0269 (.0006)g/mLfor HPC (A). There was a significant difference between HPC (M), HPC (A) and HPC (CB) meandensity values. The individual analysis showed no correlation between density, hematological parametersand total volume. Discussion and conclusion: There is no consensus in the literature on specific densityvalues to be used as mass/volume conversion factors for the analyzed biological materials. The referencevalues for whole blood are often used for HPC(M) processing, as are platelet/plasma product values forHPC(A) processing, taking into account that these are similar products. However, the specific densityvalues found for HPC(M) and HPC(A) in this study were different, as both were lower than that of thesimilar material. In conclusion, the present study provided density values for HPC (M), HPC (A) andHPC (CB) that can be used in routine laboratory practice, since our analysis showed that these meanvalues are representative and highly accurate to estimate the absolute density of each of the analyzedbiological materials.

Key Words: density, cell therapy, blood bank, stem cell processing, bone marrow transplantation.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 23

COMPARISON OF HUMAN MESENCHYMAL STROMAL CELLS FROM FOUR NEONATALTISSUES: AMNIOTIC MEMBRANE, CHORIONIC MEMBRANE, PLACENTAL DECIDUA AND

UMBILICAL CORD

Araújo AB1, Salton GD1, Furlan JM1, Schneider N1, Angeli MH1, Schmalfuss T1, Röhsig LM1, SillaLMR1, Passos EP1, Paz AHR2

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre2Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Background: Mesenchymal stromal cells (MSCs) are being investigated as a potential alternativefor cellular therapy. Neonatal tissues appear to be a good alternative for MSC isolation. Comparativestudies of different neonatal tissues have found discrepancies in the suitability of these sources for usein cellular therapy. Objective: This study was designed to compare the biological characteristics ofMSCs isolated from amniotic membrane (A-MSCs), chorionic membrane (C-MSCs), placental decidua(D-MSCs) and umbilical cord (UC-MSCs) to ascertain whether anyone of these sources is superior tothe others for cellular therapy purposes. Material and Methods: MSCs were isolated from amnioticmembrane, chorionic membrane, umbilical cord and placental decidua from full-term human placentasprovided by healthy donors to the Umbilical Cord Blood Bank of Hospital de Clínicas de Porto Alegre,Brazil. Immunophenotype, differentiation ability, cell size, cell complexity, polarity index and growthkinetics of MSCs isolated from these four sources were analyzed. Results: MSCs were successfullyisolated from all four sources. Surface marker profile and differentiation ability were consistent withhuman MSCs. C-MSCs in suspension were the smallest cells, while UC-MSCs presented the greatestlength and least width. A-MSCs had the lowest polarity index and UC-MSCs, as more elongated cells,the highest. C-MSCs, D-MSCs and UC-MSCs exhibited similar growth capacity until P8; C-MSCspresented better lifespan, while insignificant proliferation was observed in A-MSCs. When cell yieldand the growth capacity of cells were evaluated, chorion tended to present better results than otherstissue sources. Discussion and Conclusion: Neonatal and maternal tissues can serve as sources ofmultipotent stem cells. Some characteristics of MSCs obtained from four neonatal tissues werecompared and differences were observed. In view of our findings, we believe that amniotic membranewas the worst MSC source. Nevertheless, this neonatal tissue has been adopted successfully by manyresearch groups. We believe that there are necessary adaptations in isolation protocol and in the cultureconditions to obtain better A-MSCs. On comparison between maternal and neonatal tissues, immaturecells have been deemed to provide several advantages, such as superior cellular activity, lowerpossibility of mutations, greater differentiation, homing and engraftment potency, and lowerimmunogenicity. Thus, considering our results amniotic membrane was the least useful source ofMSCs, while chorionic membrane and umbilical cord were considered good options for future use incell therapy because of the known advantages of immature cells.

Key Words: cell therapy, fetal adnexa, fetal membranes, mesenchymal stromal cells, neonatalsources

Funding: Fundo de Incentivo à Pesquisa e Eventos (FIPE)–Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 24

ALOIMUNIZAÇÃO RHD NO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA ALOGÊNICO

Vivas YAV1, Ferreira AA1,2, Moura MAE1, Scharff IC1, Magalhães APS1, Neto AEH1,2, Mota MA1,2

1Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora( HU-UFJF )2Universidade Federal de Juiz de Fora

Introdução: Os antígenos do sistema Rh são herdados independentemente do complexo HLA e nãosão considerados como critério primário para a seleção de doador no transplante de medula óssea(TMO) alogênico, entretanto é comum o status diferente do antígeno D entre doador/receptor. Aterminologia atual para o status do antígeno D no TMO se classifica como incompatibilidade oumismatch maior ou menor. O mismatch menor ocorre quando o doador é RhD negativo e não possuianti-D e o receptor é RhD positivo. Nestes casos a taxa de aloimunização de novo do anti-D é de9%. Objetivo: Descrever o desenvolvimento precoce de aloanticorpo anti-D no TMO alogênicoaparentado HLA compatível com mismatch RhD menor, em vigência de imunossupressãoplena. Relato de caso: Uma mulher de 25 anos, diagnosticada em 2010 com Linfoma de Hodgkin,esclerose nodular, estádio IIIB, obteve remissão completa após quimioterapia e radioterapia. Em 2013houve recidiva da doença, sendo tratada com quimioterapia e TMO autólogo. Em 2016, após novarecaída, foi instituído novo esquema quimioterápico seguido por TMO alogênico aparentado comcondicionamento de intensidade reduzida. Doador e receptor ABO isogrupo, mas com mismatch RhDmenor. A enxertia ocorreu no D+18 e no D+30 o receptor apresentava tipagem RhD negativo, pesquisade autoanticorpo negativo, porém o teste direto da antiglobulina ou teste de Coombs direto positivo(2+/4) e detectado no eluato anti-D. O suporte hemoterápico neste período foi com hemocomponentescompatíveis com o doador e não houve evidências laboratoriais de hemólise. Discussão: Aaloimunização anti-D pode ocorrer precocemente após o TMO, enquanto hemácias RhD positivo aindaestiverem circulando, ou tardiamente, se pequenas quantidades de hemácias do receptor permanecemdevido ao quimerismo doador/receptor. Em ambos os casos, o anti-D somente é detectado quando aimunossupressão é reduzida. Hows Jill et al observaram 7 casos de mismatch RhD menor, em que 3desenvolveram anti-D até um ano após o transplante, e apenas um apresentou hemólise. Já entre os 36pacientes estudados por Chan et al, não se observou nenhum caso de anti-D persistente, e a intensidadedo regime de condicionamento parece não influenciar o risco de aloimunização RhD, assim como éincerta a influencia do mismatch na necessidade transfusional, tempo para a enxertia ou riscoGVHD. Conclusão: Informações a respeito da sobrevida após TMO RhD incompatível ou mismatchsão escassas e contraditórias. É improvável que o desenvolvimento do anti-D tenha consequênciasgraves ou fatais, porém o seu impacto é de difícil avaliação quando outras complicações do TMO estãoenvolvidas. Mais estudos são necessários para compreender o efeito do mismatch RhD no transplantede medula óssea alogênico.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 25

LEVANTAMENTO DE DADOS E PERFIL DE CANDIDATOS A DOADORES DE MEDULAÓSSEA NO HEMONÚCLEO DE SOROCABA

Takao GM1, Rena JA1, Cliquet MG1, Rodrigues JMS1, Corassini EFS2, Lopes CP2

1FCMSPUCSP2Hemonúcleo de Sorocaba

Introdução: O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) é um banco de dadosque armazena informações de candidatos a doação de medula óssea. Para se tornar um candidato àdoação de medula óssea, o interessado deve realizar cadastro no Hemocentro mais próximo,preenchendo uma ficha cadastral e, em seguida, realiza a coleta de uma amostra de sangue (10 mL) paratipagem de HLA. Quando é verificada a compatibilidade, o doador é chamado para uma segundatipificação de HLA e é feita a coleta de mais dados. Objetivos: Caracterizar os candidatos à doação demedula óssea do Hemonúcleo de Sorocaba, bem como quem realizou a segunda tipificação e quemrealizou o procedimento, nos anos de 2013 a 2016. Metódos: Analisamos quantitativamente o númerode candidatos à doação de medula óssea que realizaram cadastro no Hemonúcleo de Sorocaba de 2013 a2016, bem como aqueles que realizaram, no mesmo período, segunda tipificação HLA e oprocedimento de doação. Além disso, analisamos dentre as segundas tipificações e doações: sexo, faixaetária, estado civil, religião, escolaridade. Resultados: O número total de candidatos à doação demedula óssea cadastrados no Hemonúcleo de Sorocaba, de 2013 a 2016, foi de 11873. O número desegundas tipificações HLA e doações de medula óssea no mesmo período foram, respectivamente, 91 e11. O perfil sociodemográfico dos candidatos que realizaram a segunda tipificação é: homem, 31 a 50anos, casado, católico, 3ºgrau completo. Já o perfil sociodemográfico daqueles que se submeteram adoação é: homem, 31 a 50 anos, 3ºgrau completo. Discussão: Conforme percebemos, o número denovos cadastros de candidatos à doação de medula óssea no Hemonúcleo de Sorocaba se manteveconstante entre os anos de 2013 e 2016. A porcentagem destes novos cadastros em comparação com osnovos cadastros realizados no Brasil também se manteve ao redor de 1%, exceto no ano de 2015 queapresentou uma queda devido ao aumento dos novos cadastros realizados no Brasil, em comparaçãocom os outros anos. Com relação a segunda tipificação, houve um aumento progressivo da quantidadeao longo dos anos. Com base no ano de 2013, o número de candidatos que realizaram este processodobrou em 2014, triplicou em 2015 e quintuplicou em 2016. Quanto ao número de doações, manteve-seuma constância ao longo dos anos relatados. A porcentagem destas doações em comparação com onúmero de doações no Brasil, apresentou-se ao redor de 1%, exceto no ano de 2016 que houve umaqueda devido ao aumento do número de doações realizadas no Brasil. Conclusão: Observamos que opercentual de candidatos cadastrados no Hemonúcleo de Sorocaba (cerca de 1%) durante o períodoanalisado se aproxima do percentual de habitantes da região de Sorocaba em relação ao Brasil. Alémdisso, notamos um aumento progressivo no número de segundas tipificações. Já o número de doações, oHemonúcleo de Sorocaba mantém um mesmo percentual em relação as doações realizadas no Brasil, ouseja, cerca de 1%.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 26

GENE EXPRESSION PROFILE OF THE WNT SIGNALING PATHWAY IN MESENCHYMALSTROMAL CELLS FROM ACUTE MYELOID LEUKEMIA

Azevedo PL1, Oliveira NCA1, Corrêa S1, Abdelhay E1, Binato R1

1Instituto Nacional de Câncer

Acute myeloid leukemia (AML) is a heterogeneous hematological disease characterized byproliferation and accumulation of myeloid precursors in the bone marrow, decrease in apoptosis leveland differentiation arrest of these cells. Although several studies in the area, events related to thebeginning of disease as well as its progression are still unknown. It is believed that malignanttransformation in normal Hematopoietic Stem Cells (HSC) can give rise to a Leukemic Stem Cell(LSC) and this transformation could be related to changes in Mesenchymal stromal cells (hMSC)signaling. Previous studies showed that hMSC from Acute Myeloid Leukemia patients (hMSC-AML)have a common molecular signature, compared to healthy donors’(hMSC-HD) and these differentiallyexpressed genes could be related to malignant transformation. Among 55 differentially expressedgenes, BMP4 has its expression decreased in hMSC-AML, and this decrease could be regulated by theWnt pathway. In this context, the aim of this work was to evaluate the gene expression profile of Wntpathway in hMSC-AML. To address this hypothesis, we used a PCR Array approach to evaluate thegene expression profile of hMSC-AML compared to hMSC-HD. For this purpose, bone marrowsamples from healthy donors (HD) and patients diagnosed with AML were placed in culture. After the3rd passage, total RNA from cultures was obtained using RNeasy Mini Kit according to manufacturer’sinstructions (QIAGEN). After that, the RNA was processed to the Human WNT Signaling Pathway RT2

ProfilerTM PCR Array (Qiagen) according to the manufacturer’s protocols. For PCR array we used 4samples from hMSC-AML and compared with two pools of hMSC-HD. Data were analyzed usingGeneGlobal data analysis center (Qiagen) and differentially expressed genes with ³1,5 fold-change wasused as a criterion to define overexpression or downregulation. To confirm the results weperformed real-time PCR with a large number of patients. The pathway analysis and related processeswere obtained using MetaCoreTM and KEGG softwares.The results obtained in PCR array assayshowed changes in the gene expression profile of the Wnt pathway when comparinghMSC-AML to hMSC-HD. Among the 84 genes presented on the PCR Array, 26 genes were founddifferentially expressed. To confirm the results, real-time PCR with some genes was performed(KREMEN1, NKD1 and PRICKLE1 - overexpressed and TCF7, LEF and PORCN downregulated).The results confirmed that the WNT pathway is alterated in all hMSC-AML. TCF7 and LEF aretranscription factors, and the decrease of their expression could be related to BMP4 regulation. Toverify if these proteins are differentially expressed in hMSC-AML compared to hMSC-HD we alsoperformed Western blot analysis. The results confirmed a decrease in these transcription factors inhMSC-AML .Moreover, we performed in silico analysis and identified four consensus sites Tcf/Lef in2kb from BMP4 promoter region, suggesting that they could regulate BMP4 . Altogether, these resultssuggest that the WNT signaling pathway is changed in hMSC-AML and this pathway regulation couldbe related to the decrease of BMP4 in hMSC-AML.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 27

DOENÇA ENXERTO-CONTRA-HOSPEDEIRO ASSOCIADA A TRANFUSÃO: PODERIA AINFECÇÃO PELO HIV SER CONSIDERADA UM FATOR DE RISCO ADICIONAL?

Trope BM1, Cuzzi T1, Cunha JMT1

1Universidade Federal do Rio de Janeiro

Introdução : Um paciente HIV+, masculino, 40 anos teve diagnóstico de linfoma de Hodgkin (AnnHarbor Estadio IV) em 2016, sendo iniciada quimioterapia (ABDV) após a interrupção da terapiaantirretroviral. Na evolução, apresentou cefaleia de intensidade progressiva e confusão mental devido ameningite criptocócica. Apesar do tratamento com anfotericina B lipossomal, houve piora clínica e foitransferido para UTI com pneumonia, pielonefrite e choque séptico. Foram utilizados múltiplosesquemas antimicrobianos e anticonvulsivantes, bem como várias transfusões de hemocomponentes nãoirradiados. O paciente apresentou picos febris e uma erupção maculopapular pós-transfusional, que foitratada com hidrocortisona e prometazina. Também apresentou diarreia prolongada, em grandesvolumes, e novas lesões cutâneas que evoluíram para máculas e placas purpúricas, algumas progredindopara bolhas.

Material e Métodos : Foram realizadas biópsias cutâneas com hipóteses diagnósticas defarmacodermia ou doença de enxerto-contra-hospedeiro associada a transfusão (DECH-AT),considerando as transfusões múltiplas ao longo da internação e a concomitância de lesões cutâneas coma febre e a diarreia, em um paciente gravemente imunocomprometido.

Resultados : O exame histopatológico mostrou dermatite de interface, com destacamentodermo-epidérmico e apoptose de queratinócitos da camada basal. Foram também observados edema ehemorragias focais na derme papilar, com infiltrados inflamatórios predominantemente perivasculares,com alguns eosinófilos. Necrose das glândulas sudoríparas écrinas também foi detectada. Estes achadoshistopatológicos, em conjunto com os dados clínicos, são compatíveis com DECH-AT.

Discussão e Conclusões : Embora a infecção pelo HIV não seja considerada, per se , predisponentepara DECH-AT, esta condição pode representar um fator de risco adicional em pacientes com outrosestados de imunossupressão, como o próprio linfoma de Hodgkin (particularmente durante aquimioterapia) e a sepse. A DECH-AT é uma complicação rara de transfusões, observada, tipicamente,em indivíduos imunocomprometidos e deve ser investigada, mesmo quando uma farmacodermia éconsiderada a hipótese diagnóstica mais provável.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 28

ELABORAÇÃO DE UM SCORE (SCORECRIO) PARA AVALIAÇÃO DE CURVAS DECRIOPRESERVAÇÃO DO SISTEMA BIOARQUIVO/THERMOGENESIS

Paraguassú-Braga FH1, Moraes CCL1, Pinto JDA1, Bouzas LFS1

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário/CEMO/INCA

INTRODUÇÃO: A criopreservação de sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) para finsde transplante alogênico se faz necessária para manutenção da viabilidade do enxerto até o momento dotransplante propriamente dito. As técnicas de criopreservação para células-tronco hematopoiéticas(CTH) envolvem algum protocolo de decaimento gradual e controlado da temperatura em freezersprogramados até uma temperatura limite e armazenamento em fase líquida ou vapor de nitrogêniolíquido. O sistema Bioarchive/Thermogenesis consiste em aparato de criopreservação automatizada earmazenamento robótico para SCUP. Nesse, a criopreservação se baseia em parâmetros de velocidadede decaimento em momentos específicos, até temperatura de -50ºC para armazenamento via braçomecânico em prateleiras submersas em nitrogênio líquido. A curva resultante da variação detemperatura por unidade de tempo carece, contudo, de mecanismos intrísicos de análise. Para tal,descrevemos previamente um algoritmo de análise das curvas de criopreservação. No presente trabalho,propomos um SCORE(SCORECRIO) para tentar estratificar as gravidades dos desvios das curvasanômalas. MATERIAIS E MÉTODOS: A partir do programa padrão do sistema Bioarquivo, seestipulou 6 parâmetros a serem avaliadas em cada curva: A) temperatura inicial, B) velocidade précongelamento C) velocidade de congelamento, D) velocidade pós congelamento, E) temperatura final eF) tempo total de criopreservação. Cada parâmetro possui um valor de referencia e ganhou umapontuação binária 0 e 1. Caso dentro dos valores de referência, o item recebe valor 1, e se fora do valorde referência não pontuava (valor 0). Assim, a soma de cada parâmetro poderia variar de 0 a 6, onde 6indica uma curva de criopreservação com pontuação máxima. 15 curvas de criopreservação de umperíodo de 2009 a 2015 foram analisadas, classificadas segundo o SCORECRIO, e uma amostragemaleatória foi avaliada para viabilidade total por citometria de fluxo (7AAD) e unidades formadoras decolônias (CFUtotal). RESULTADOS: a partir da análise de 15 curvas de criopreservação de SCUPaleatórias, 1 apresentou SCORECRIO 4 (6,6%), 4 apresentaram SCORECRIO 5 (26,6%) e 10apresentaram SCORECRIO 6 (66,7%) A Média de viabilidade total entre os 3 grupos não se mostroudiferente significativamente. O mesmo se deu com a análise de CFU, contudo, apresentou umacorrelação positiva entre o valor do SCORECRIO e a quantidade de CFU. CONCLUSÃO: A avaliaçãodas curvas de criopreservação do sistema Bioarquivo deve ser feita de rotina e dentro do programa decontrole de qualidade de um BSCUP. A criação de um algoritimo e score de análise das curvas podemser uteis para normatização e avaliação do dano potencial de não conformidades e qualquer alteraçãonas curvas justifica análise criteriosa da unidade antes de liberação para transplante. Esse estudo deveseguir para um quantitativo maior de amostras que permitam novas inferências.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 29

MANIFESTAÇÕES CLINICAS ASSOCIADAS À INFUSÃO DE CELULAS-TRONCO EM UMAINSTITUIÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Bombonatti JF1, Almeida JS1, Takeda VME1, Badega KSR1, Guimaraes IR1, Santos RMD1, WakimRS1, Chiattone RR1, Marret ACF1, Canado RD1

1santa casa de misericordia de são paulo

Título: Manifestações clínicas associadas à Infusão de Células-tronco em uma instituição públicaBrasileira

Introdução: O transplante de medula óssea é uma opção terapêutica e potencialmente curativapara uma variedade de doenças malignas e benignas. Uma das complicações inerentes a esseprocedimento são intercorrências clinicas associadas à infusão de células-tronco. Embora ocriopreservante possa contribuir para desenvolvimento desses eventos, a persistência deles, no cenáriode inutilização de DMSO, sugere envolvimento de outros fatores. Objetivo: Descrever os sinais esintomas clínicos apresentados pelos pacientes durante a infusão de células-tronco para transplante demedula óssea. Metodologia : Análise retrospectiva de prontuários de pacientes submetidos a infusão decélulas tronco para transplante de medula óssea, alogênico ou autólogo, no período de janeiro de 2012até dezembro de 2015, em instituição pública brasileira. Dados coletados foram: o ano da infusão, odiagnóstico, o tipo de transplante, idade, gênero, comorbidades, tempo de infusão, sinais vitais esintomas relatados pelo paciente, além de quantidade de CD 34 , volume da bolsa, quantidade deDMSO infundidos. Todas as reações foram registradas durante a primeira hora de infusão de célulastronco; em tempo 0-10 min ,11-20min ,21-30min e 31- 60 minutos. Resultados : Total de 214pacientes, desses 207 receberam infusões autólogas (96,72%) e 7 alogênicas (3,22%), com mediana deidade de 54 anos. Os diagnósticos foram: mieloma múltiplo (111), câncer de testículo (3), Linfoma nãoHodgkin (62) , Linfoma de Hodgkin (27) , doenças mieloproliferativas crônicas (4), esclerodermia (1),amiloidoses (3).Mediana do tempo de infusão foi 60 minutos, mediana da quantidade de CD34 foi 2,4x10 6, mediana do volume infundido foi 378 ml, mediana da quantidade de DMSO 5% foi 19,4 gramas .Dentre as infusões autólogas, 63 (30,4%), apresentaram reação adversa, enquanto que nas alogênicas,ocorreram em 3 (42,8%). Os sintomas relatados foram: 17 (25,75%) queixas gastro-intestinais, 21(31,8%) cardio-vasculares , 4 (6%) pulmonares, 33 (50%) alérgicas/anafiláticas(febre,tremores,rubor,prurido). Nenhum paciente evoluiu a óbito. Conclusão : Em nosso estudo,observamos uma incidência de manifestações clinicas durante a infusão de células-tronco semelhantesàs encontradas em literatura mundial. Todas intercorrências foram contornáveis e não houve nenhumóbito. Trata-se portanto de um procedimento seguro. Novos estudos devem ser realizados no intuito demelhor elucidar características e possíveis causas desses efeitos indesejáveis, para que possamospreveni-los.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 30

COLETA DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS DE SANGUE PERIFÉRICO:EFICIÊNCIA E FATORES DETERMINANTES

Silva RA1, Manrique MR1, Cardoso DK1, Melo AL1, Carvalho PDR1, Araújo CES1, Bettarello G1

1Instituto de Cardiologia do Distrito Federal

Introdução: A eficiência da coleta (EC) de células-tronco hematopoiéticas de sangue periférico éum parâmetro objetivo para avaliar a qualidade e uma ferramenta para monitorar e aperfeiçoar essesprocedimentos. Objetivo: Neste trabalho, buscamos determinar a EC das coletas realizadas na Unidadede TMO Pietro Albuquerque (ICDF), analisando parâmetros relacionados ao paciente e à coleta.Material e Métodos: Análise retrospectiva dos registros de coleta de células-tronco hematopoiéticasrealizados na instituição. Resultados e Discussão : 204 procedimentos foram revisados, analisando,dentre outros parâmetros o gênero, idade, peso, diagnóstico, contagem de células CD34+ circulantespré-coleta, tipo de acesso utilizado, volume de sangue processados durante a coleta, contagem decélulas CD34+ coletadas e EC. Não foram observadas diferenças significativas relacionadas ao gênero,idade, peso ou diagnóstico na eficiência de cada coleta. Vale destacar que também não foramobservadas diferenças entre as coletas conduzidas com cateter central (EC=43%; n=152) e punçãoperiférica (EC=42%; n=46). Também foi avaliado a EC segundo o tipo de coleta: autólogas (EC=43%;n=162) e alogênicas (EC=40%; n=42). De modo geral, independente do tipo de acesso utilizado, a ECmédia dos procedimentos foi de 43%. As coletas foram estratificadas em três grupos segundo aquantidade de células CD34+ circulantes pré-coleta. 37 coletas foram realizados com uma contagempré-coleta <10 células CD34+/µL, dessas em somente 4 (11%) foi possível coletar ≥2x106 CD34+/kg.Em 51 coletas a contagem inicial foi entre 10 a 30 células CD34+ /µL, 34 (67%) alcançaram ≥2x106

CD34+/kg e 10 (20%) alcançaram ≥4x106 CD34+/kg. Por fim, quando analisado os procedimentosiniciados com contagem inicial superior a 30 células CD34+/µL, 110 (95%) alcançaram >2x106

CD34+/Kg e 99 (85%) alcançaram >4x106 CD34+/Kg. Conclusão: A partir dos dados apresentadosverificou-se que o tipo de acesso, cateter central ou punção periférica, não interfere de formasignificativa na eficiência das coletas de um modo geral. A natureza da coleta, autóloga ou alogênica,também não apresentam diferenças relevantes entre as EC. De todos os parâmetros estudados, o quemais influencia no resultado da coleta é a contagem de células CD34+ circulantes pré-procedimento.Porém, se a EC for baixa será necessário mais células CD34+ circulantes, aumentar o volume sangueprocessado ou ainda realizar mais procedimentos para coletar a quantidade de células desejadas. Umamelhora contínua da EC contribui para aperfeiçoar a coleta do doador/paciente, objetivando coletar umamaior quantidade de células em um tempo menor e, em alguns casos, eliminando a necessidade demúltiplas coletas. Palavras-chave: Células-tronco hematopoiéticas, CD34, eficiência de coleta.

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Área: Hemoterapia e Terapia CelularSub-tópico: Hemoterapia e Terapia CelularTrabalho: 31

CÉLULAS NK PARA O TRATAMENTO DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA REFRATÁRIA

Silla LMR1, Pereira MP1, Pozzer BS1, Valim VS1, Zambonato BP1, Sehn F1, Gonalves AD1, SilvaMAL1, Daudt LE1, Paz AA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Palavras chave: terapia celular, células NK, Leucemia Mielóide Aguda Refratária. Introdução:Vários estudos sugerem que células NK apresentam um papel no efeito enxerto contra leucemia dotransplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico para LMA. Miller et al relataram ainfusão de células NK humanas haploidênticas, sem TCTH para pacientes com LMA refratária obtendoremissão em 5 de 15 pacientes. Objetivo: Relatar os 2 primeiros casos de pacientes incluídos no“Ensaio clínico de fase I/II para testar a segurança e exequibilidade da terapia com células natural killerIL-21 expandidas para a tratamento de leucemia mielóide aguda recidiva/refratária”(ClinicalTrial.govNCT02809092). Materiais e Métodos: Após linfodepleção, os pacientes receberam células NKexpandidas in vitro (de 1 a 5 x 106/Kg), em um total de 6 infusões. Resultados: Caso 1: pacientefeminino, 51 anos, portadora de LMA M4, risco intermediário, Cariótipo 46XX, SNC negativo e FTL3(ITD) negativo, sem doador de MO, recidivada 2 anos após, resistente ou refratária à 3 esquemas,dependente de transfusões de plaquetas e eritrócitos. Recebeu 6 infusões de 1x106 cel NK/Kg obtidasde doador haploidêntico, sem qualquer evento adverso secundário às infusões. Antes da Infusãoapresentava 10% de células imaturas, na alta hospitalar (19 dias após a primeira infusão) 18% de célulasimaturas, mas sem dependência transfusional. Dois meses após apresentava 4,7% de células imaturasainda subindo contagens, sem transfusão. Caso 2: paciente masculino, 11 anos, portador de LMA M1alto risco, Cariótipo 46 XY, SNC negativo, FLT3 (ITD) positivo, com doença refratária ao protocoloBFM 2004 e a 2 ciclos de IDA-FLAG. Recebeu 6 infusões de 5x106 cel NK/Kg. Recebeu altahospitalar no D20, com independência transfusional, subindo contagens. Ambos os pacientes estão empreparação para TMO haplo de seus doadores de Cel NK, seguido de 3 infusões de células NK jápreparadas e criopreservadas. Conclusão: A terapia com células NK é factível e segura em nosso meio,e dados preliminares permitem observar resposta hematológica nos 2 pacientes incluídos até omomento, servindo como ponte para a realização de TCTH em controle hematológico de suas doenças.A resposta obtida nestes dois pacientes com doença avançada e refratária permite supor que aconsolidação da RC1 com infusão pode ser uma alternativa terapêutica a ser estudada.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 32

DESCRIPTION OF A NEW ANTIBODY-DEFINED EPITOPE ON DENATURED HLA CLASS IMOLECULES

De-Marco R1, Silva RZDR1, Freitas PRG1, Carvalho EB1, Silva BSP1, Gerbase-Delima M1

1Instituto de Imunogenética - Igen/AFIP

Introduction/Objective. The purpose of this report is to describe a new epitope present on denaturedHLA class I molecules. Material, Methods & Results. Serum from a kidney transplant candidate,male, and with only one previous blood transfusion was tested with the IgG-binding assay with single-antigen beads on a Luminex platform (LSA) (One Lambda – OL). The following positive reactions wereobserved: HLA-B- 13, 18, 37, 41, 44, 45, 47, 48, 49, 50, 52, 60, 61, 62, 72, 75, 76, 77. This reactionpattern could be explained by the HLA-Matchmaker eplet 66IS (65Q66I67S69T) which is consideredan exposed eplet (http://www.epregistry.com.br). The serum was tested with flow-cytometry using threedifferent cells carrying one of these specificities: HLA-B37 (Ab with MFI of 5250), B60 (Ab with MFIof 3661) or B50 (Ab com MFI of 4752) and the results were negative. In addition, no positive reactionswere observed when the serum was tested with a LSA kit from another vendor. In order to investigatewhether the OL Luminex reactions were false-positive, the serum was tested with OL beads bearingHLA molecules denatured by acid treatment and the same reactions were observed, although with higherMFI values. The reaction pattern observed with the beads with denatured HLA could not be explainedby any cryptic epitope described by El-Awar, 2009. In order to search for the targeted epitope on thedenatured HLA molecules, we analyzed the amino acid sequences and we found that the position 67S,cryptic in the HLA molecule, was present only in the molecules with which the serum reacted. In fact,this position is included in the polymorphic residues of HLAMatchMaker eplet 66IS. Conclusion. Thisfinding underlines that not all reactions that can be explained by the HLA-Matchmaker are true-positivereactions.

Palavras Chave: Cryptic epitope, denatured HLA I, Luminex-Single Antigen

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 33

A UNIQUE COMBINATION OF TWO SELF-AMINO ACIDS EXPLAINS THE REACTIVITY OFAN ANTI-HLA-B*18:01 ANTIBODY PRODUCED BY A PATIENT CARRYING THE HLA-

B*18:05 ALLELE

De-Marco R1, Lima ACM2, Pereira NF2, Temin J1, Gerbase-Delima M1

1Instituto de Imunogenética - Igen/AFIP2Laboratório de Imunogenética – HC/UFPR

Introduction/Objective . The purpose of the present communication is to report a new epitope thatexplains the reaction against HLA-B*18:01 of an antibody produced by a patient carryingHLA-B*18:05. Material, Methods & Results . This reactivity was detected in the Luminex-singleantigen assay (LSA) and could not be explained by the HLA MatchMaker algorithm. Comparisonbetween amino acid sequences in alfa-1, -2 and -3 domains of the two B*18 alleles revealed that thesole difference was in position 127: 127K, in B*18:05, and 127N, in B*18:01. Interestingly, the residue127N was also present in the self-alleles A*03:01, B*44:02, C*05:01 and C*12:03. We then proceededto search for combinations between 127N and residues within a 15 angstrom radius and we found thatthe combination of the self-residues 127N and 113H was present in B*18:01, as well as in otherantigens that reacted with the antibody: B*07:02, B*08:01, B*13:01/02, B*15:01/03/10/11/12/16,B*35:01, B*38:01, B*39:01, B*40:01/02/06, B*41:01, B*42:01, B*46:01, B*48:01, B*51:01/02,B*52:01, B*53:01, B*54:01, B*55:01, B*56:01, B*57:01/03, B*58:01, B*59:01, B*67:01, B*78:01,B*81:01, B*82:01, C*15:02. On the other hand, this combination was not present in any of theself-antigens. The serum with the B*18:01 antibody produced by the individual typed asHLA-A*02,03; B*18:05,44:02; C*05,12 was absorbed with a cell typed as HLA-A*02,03; B*18:01,-;C*05,12 and the antibodies recovered in the eluate reacted only with the beads that contained HLAmolecules with the presently described epitope (127N + 113H). Conclusion . We conclude that theamino acid sequences comparison that led us to describe this interesting new epitope, formed by twoself-amino acids, represents an additional useful tool for understanding epitopes recognized by theantibodies.

Keywords: HLA, MatchMaker, Luminex-single antigen, self-nonself paradigm

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 34

RISK STRATIFICATION WHEN SELECTING HLA INCOMPATIBLE HEMATOPOIETIC STEMCELL DONORS – A CASE REPORT

Lima ACM1, Getz J1, Goldenstein MFL1, Dornelles LN1, Feitosa MK1, Quiroga MRS1, Bonfim C2,Pereira NF1

1Immunogenetics Laboratory, Federal University of Parana, Curitiba, Brazil2Bone Marrow Transplantation Unit, Federal University of Parana, Curitiba, Brazil

Patient with Acute myeloid leukemia without an HLA compatible hematopoietic stem cell donor inthe core family was referred to the lab for search of alternative donors. Due to the worsening of herclinical condition, the evaluation of haploidentical donors was done simultaneously to the search forcord blood units (CBU) and unrelated donors (URD). Identification of anti-HLA antibodies by solidphase assay using isolated HLA molecules in Luminex platform (SAB) revealed that patient had eightdonor specific antibodies (DSA) against mother and six against father and the only brother, showingmoderate to very strong reactivity. Epitope analysis utilizing HLA Fusion and Epvix software showed acomplex reactivity pattern and each DSA could be explained by various public and private epitopes.Therefore, haploidentical transplantation was no longer considered due to the risk of graft rejection.Patient had positive virtual crossmatch against 49/50 of the umbilical cord blood units evaluated, andthe only CBU without DSA was not considered due to low cellularity. The search for URD identifiedthree HLA-A, B, C, DRB1, DQB1 compatible individuals at high resolution level, but DPB1mismatched (MM). Patient: DPB1*02:01, *03:01; URD1: DPB1*03:01, *04:02; URD2:DPB1*104:01, *04:01 and URD3: DPB1*01:01, *04:01. In regard of cellular alloreactivity, URD1 andURD2 had permissible MM, while URD3 had non-permissible MM in the GvH vector according toDPB1 T-Cell Epitope v2.0 algorithm. As for the humoral response, the epitopic analysis showed DSAagainst the immunodominant 56A epitope (Average MFI = 9128 in neat serum) in the allelic productsexpressed by URD2 (DPB1*04:01) as well as by URD3 (DPB1*01:01, *04:01). DSA was positive untildilution 1:16 in the SAB test. Flow cytometric crossmatch with URD2 B-lymphocytes (MCF=308,Cutoff=237) corroborated the positive result of SAB test, and crossmatch with URD3 was notperformed because cells were not available since he was an NMDP donor. Risk stratification based onthe above data suggested that URD1 was the donor with best prognosis due to absence of DSA against apermissible DP incompatibility. As for URD2, although the MM was permissible it was a target for thepatient’s DSA. And the worst scenario was that of URD3 (HLA 10/12) against whom there was DSAtargeting an epitope shared by both mismatched DP molecules, in addition to a non-permissible MM inthe GVH pathway. Patient had hematological engraftment on day +17, and chimerism analysis showed100% of donor (URD1) cells on days +30, +90 and +150 post-transplant. Selection of alternativedonors for hypersensitized patients can be quite complex, and the use of DPB1 TCE algorithm inconjunction with epitope analysis for DSA characterization may contribute to better risk stratificationamong potential unrelated donors, thus reducing the risk of post-transplant complications.

Key words: DSA, T-Cell Epitope, HLA-DPB1 mismatches, Hematopoietic Stem CellTransplantation.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 35

RELEVANCE OF EPITOPE ANALYSIS WHEN MONITORING DESENSITIZATION OF APATIENT WITH ANTI-HLA ANTIBODIES SPECIFIC TO HAPLOIDENTICAL DONOR

Lima ACM1, Getz J1, Dornelles LN1, Goldenstein MFL1, Bittencourt MA2, Bonfim C2, Pasquini R2,Pereira NF1

1Immunogenetics Laboratory, Federal University of Parana, Curitiba, Brazil2Bone Marrow Transplantation Unit, Federal University of Parana, Curitiba, Brazil

A 9 year-old boy with Fanconi Anemia, heavily transfused and without matched related donor wasconsidered for haploidentical transplant. Solid phase assay with isolated HLA antigens (SAB) identifiedseveral HLA antibodies, including donor specific antibodies (DSA) against paternal HLA-A2 (MFI =8800), and maternal DR11 (MFI = 1965) and DQ6 (MFI = 14950) molecules. Epitope analysis usingHLA Fusion and HLAMatchmaker showed that DSA reactivity to paternal antigens was explained byepitopes 62GK2 (A2 private) and 144TKH (A2/A68/A69), whereas the one specific for maternal antigenswere possibly due to epitopes 57DE (DR11) and 52PQ2 (DQ5/DQ6). CDC crossmatch was negativewith paternal lymphocytes and positive with maternal B cells. The father was the chosen donor andpatient started the desensitization protocol with rituximab 375 mg/m²on day -19 and six plasmapheresissessions (PP). Anti-A2 DSA showed moderate reaction strength with their target epitopes (MFI 62GK2= 6193; MFI 144TKH = 4924) in the pre-desensitization sample, but reduction in the reaction intensitywas seen after PP: day -15 (MFI 62GK2 = 1489; MFI 144TKH = 1674), day -14 (MFI 62GK2 = 1503;MFI 144TKH = 1431), day -12 (MFI 62GK2 = 1131; MFI 144TKH = 1088), day -8 (MFI 62GK2 =1017; MFI 144TKH = 1083), day -6 (MFI 62GK2 = 1016; MFI 144TKH = 961) and MFI <1000 afterthe last PP (sera from day -1). The SAB test was repeated on day +6 to monitor for a possible DSArebound effect post-bone marrow infusion; however, no reactivity of recipient’s serum with HLA-A2molecules present in the SAB panel was detected. Neutrophil engraftment happened on day +13 andchimerism analysis showed 100% donor cells on day +14 post-BMT. This case shows that analysis ofepitope reactivity provides an important contribution during monitoring of desensitisation steps, and thatthe combined use of rituximab and plasmapheresis was effective in reducing DSA strength against thetarget molecules of the father (HLA-A2), thus favoring engraftment after haploidentical BMT.

Key words: DSA, HLA epitope, Desensitization, Haploidentical HSCT

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 36

ALELOS RAROS IDENTIFICADOS NA ROTINA DE TIPIFICAÇÕES HLA

Rampim GF1, Furuyama TN1, Mourão TB1, Gerbase-Delima M1

1Instituto de Imunogenética - Igen/AFIP

A publicação do catálogo de alelos comuns e bem documentados (Mack SJ et al, 2012) tem sidoamplamente utilizada na rotina dos laboratórios de histocompatibilidade e na prática clínica, poisauxilia na resolução de ambiguidades e na identificação de potenciais doadores compatíveis parareceptores de órgãos sólidos ou de células tronco hematopoiéticas (CTH). O objetivo deste trabalho foireportar os alelos raros e possíveis haplótipos associados identificados durante a rotina de tipificaçãoHLA para transplantes de órgãos sólidos e de CTH, no período de 2013 a maio de 2017. As tipificaçõesHLA foram inicialmente realizadas por PCR-SSOr (LabType ), PCR-SSP (MicroSSP ) ousequenciamento (SeCore ) (Thermo Fisher Scientific ), sendo que todos os alelos raros foramconfirmados por sequenciamento. Os alelos reportados foram considerados raros pelo catálogo CWDversão 2.0.0 e pela consulta no módulo de alelos raros disponível no Allele Frequencies Net Database(AFND) (http://www.allelefrequencies.net). Foram identificados 11 alelos raros: HLA-A*68:01:11,B*49:45, B*50:32, B*51:32, B*51:193, C*06:101, DRB1*04:06:02, DRB1*11:01:19, DRB1*12:38,DQB1*03:17:02, DQB1*05:18. O alelo A*68:01:11 foi verificado em uma receptora de CTH e emdois de seus doadores aparentados, de raça branca. Os alelos B*50:32, C*06:101 e DQB1*03:17:02foram encontrados em três doadores falecidos , todos de raça branca. Os alelos B*49:45 e DRB1*12:38foram observados em dois receptores de rim, de raças branca e negra, respectivamente. Todos os outrosalelos raros foram reportados em doadores voluntários de CTH. O alelo B*51:32 foi identificado emtrês doadores não aparentados, sendo dois de raça branca e um sem informação. Os alelos B*51:193 eDRB1*11:01:19 ocorreram em doadores de raça branca e os doadores tipificados comoDRB1*04:06:02 e DQB1*05:18 não possuíam informação sobre a etnia. Oito destes alelosapresentaram um provável haplótipo HLA associado, reportados em indivíduos não relacionados:A*03:01 B*49:45 DRB1*01:01; A*01 B*50:32 DRB1*07; A*02:01 B*51:32 C*16:01; A*68 B*44C*07 DRB1*11:01:19 , A*30 B*42 DRB1*12:38 ; A*68 B*51 DRB1*09 DQB1*03:17:02 eA*11:01 B*35:01 C*04:01 DRB1*01:03 DQB1*05:18. O haplótipo que inclui o alelo A*68:01:11 foideduzido por análise familiar: A*68:01:11 B*15:ZKMT DRB1*11:02 DQA1*05:CMM DQB1*03:19.Destes 11 alelos raros, quatro (B*51:32, B*51:193, C*06:101, DQB1*03:17:02) constavam comoconfirmados no banco de dados do IMGT/HLA. As informações sobre os alelos raros identificados emnosso laboratório foram submetidas ao Módulo Alelos Raros no AFND, exceto os alelos B*49:45 eB*51:193, pois não constavam na lista de alelos HLA versão 3.20.0. A confirmação de alelos rarosobservados pelos laboratórios é fundamental para o conhecimento sobre a diversidade HLA naspopulações e para a atualização dos catálogos de alelos comuns e bem documentados. A identificaçãode possíveis haplótipos associados é muito importante na busca por doadores não aparentados.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 37

TRIALLELIC PATTERN IN THE STR LOCI D7S820 AND FGA REVEALED BY CHIMERISMANALYSIS

Quiroga M1, Bonfim C2, Ribeiro L3, Kwuahara C2, Silva RR1, Dornelles L1, Pasquini R3, Pereira NF1

1Laboratório de Imunogenética do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná2Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital Pequeno Príncipe3Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital Nossa Senhora das Graças

Chimerism analysis using amplification of short tandem repeats (STRs) may reveal atypicalchromosomal rearrangements. This study investigated two cases of triallelic patterns observed duringpost-bone marrow transplant chimerism evaluation. The analysis of 15 STR loci was performed bymultiplex PCR with fluorescent primers and GeneMapper v.5.0 software. In the first case, a SAApatient received bone marrow cells from his maternal uncle in both the first and second transplants. Thisuncle showed alleles 23, 24 and 25 in FGA locus, and this uncommon genotype showed three peakswith unequal fluorescent intensity suggesting Type I triallelism. This pattern can be explained bysomatic mutation of an allele during the individual development leading to a chimera where certaincells have the original allele and the others the mutant one. Post-transplant patient samples, withchimerism between 78% and 100% donor cells, confirmed the tri-allelic pattern in total leukocytes andrespective subpopulations. In the second case, a patient with myelodisplasia received the first transplantfrom an HLA identical unrelated donor, and the second transplant from her haploidentical mother.Chimerism analysis after the 1st transplant showed that patient’s pre-transplant peripheral blood andbuccal cells had the tri-allelic genotype 8, 10, 14 at D7S820 locus, and peaks corresponding to each ofthese alleles had the same fluorescent intensity signal. This feature suggests Type II pattern that may bedue to a localized intra-chromosomal duplication event. Analysis of parental samples showed thatpatient received allele 8 from the father and alleles 10 and 14 from the mother. Tri-allelism was notobserved after the 1st transplant in the presence of 100% unrelated donor cells. In the sample collectedafter the 2nd BMT, that had 100% maternal cells in total leukocytes and subpopulations, only alleles 10and 14 were observed in D7S820, with an imbalance in the height (fluorescent intensity) of the peaks.This same pattern was also observed in the analysis of the maternal sample, what is suggestive ofchromosomal duplication resulting in two allelic variants (10 and 14) in the same chromosome and onlyone variant (10) in the homologous counterpart of pair nº7. Analysis of maternal grandmother cellsconfirmed the inheritance of this uncommon rearrangement by her offspring. The mechanism couldhave been a deletion in one of the chromosomes followed by non-reciprocal translocation to itshomologous. Tri-allelic genotypes are rare events, but their occurrence requires correct identification toavoid possible errors in the analysis of mixtures in the laboratory practice. In this study, the tri-allelicevent in the FGA locus (23, 24, 25) was already reported in the literature. However, locus D7S820tri-allelism including variants 8, 10 and 14 is a new pattern that has not been described yet, and it willbe submitted to the STR database (http://www.cstl.nist.gov/strbase/).

Key words: Tri-allelic STR loci, post-transplant chimerism

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 38

REJEIÇÃO AGUDA MEDIADA POR ANTICORPOS ANTI_HLA DE BAIXA EXPRESSÃO

Torres M1, Cariani CA1, Matos M1, Gregorio SS1, Pacheco A1, Alonso EO1, Mazzini AT1, Requião L1

1HOSPITAL ALBERT EINSTEIN

Relato de Caso:Paciente de 41 anos, sexo feminino, candidata a transplante renal, politransfundida edois transplantes prévios, cujos doadores foram pai e irmã, foi encaminhada para o Serviço deTransplante Renal especializado em desensibilização e transplantes de alto risco imunológico. O riscoimunológico foi avaliado pela genotipagem HLA, prova cruzada por citotoxicidade dependente decomplemento (CDC) e citometria de fluxo (CF) e a pesquisa de anticorpos contra antígenos HLA foirealizada pelo ensaio de Single Antigen Beads (SAB), plataforma Luminex, utilizando os reagentesThermo Fisher. A tipagem HLA da paciente foi HLA- A*01, 68; -B*51,81; -DQA1*03:01,05:01;-DQB1*02:01, 03:02; -DRB1*03:01, 04:02; -DRB3*01:01 e –DRB4*01:01 e a genotipagem HLA dairmã, candidata a doação renal: HLA-A*02, 68; -B*07, 81; -DQA1*01:02, 05:01; -DQB1*02:01,06:02; -DRB1*03:01, 15:01; - DRB3*01:01 e - DRB5*01:01 A prova cruzada por (CDC) LT-LB foinegativa , CF LT-LB positiva e detectado presença de anticorpo doador especifico (DSA) para HLA-A2(MFI=2088) , HLA-DR15 (MFI=541) e HLA-DR51 (MFI=5264), cPRA classe I de 87% e cPRA classeII de 15%. Devido ao risco imunológico, a paciente foi submetida a desensibilização com 7 sessões deplasmaferese e imunoglobulina em baixa dose. Em março de 2017, o transplante renal com a doadorairmã foi realizado, quando todos os DSA estavam com MFI abaixo de 500 e prova cruzada CFNegativa. No 7 PO, evoluiu com anúria e elevação da creatinina sérica, DSA HLA-DR15 (MFI =2990)e –DR51 (MFI= 7890) e depósito de C4d em 100% da amostra, confirmando o diagnóstico de rejeiçãoaguda mediada por anticorpo (RAMA). Iniciado o tratamento com plasmaferese e imunoglobulina. No13 PO, iniciado bortezomib, devido não resposta clinica e monitoramento do DSA HLA-DR15 e -DR51, com MFI superior a 20.000. Após 5 semanas, evoluiu com diurese, recuperação da função renal eredução dos anticorpos HLA-DR15. Apesar da evoluçao favorável, persistiu DSA para HLA-DR51com MFI 20.000. Análise do Single Antigen Beads pelo software Epvix justificou a reatividade doDSA DR51 pelo epitopo 96EV, compartilhado com HLA-DR1. No 40 PO, foi realizado PC CDC, quefoi positiva contra linfócitos B com mortalidade de 100% até a diluiçao 1:4 e negativou na diluição1:32, simultaneamente, foi detectado no SAB, DSA HLA-DR-15 (MFI =4000) e DR-51(MFI=17.000). Paciente evoluiu com recuperação da função renal, redução do DSA HLADR-15 e foisuspenso o tratamento RAMA. Após 4 meses pós transplante, a função renal está estável (creatininasérica=2,0 mg/dl), DSA HLA-DR15 ( MFI= 1500) e persiste elevado DSA HLA-DR51 (MFI=17.500) edepósito de C4d em 25% da amostra. No entanto, a relevância clínica dos anticorpos aos antígenosHLA de baixa expressão ainda não é clara e o monitoramento da paciente é imprescindível.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 39

ACUTE MYELOID LEUKEMIA IN DONOR CELLS REVEALED BY STR MARKERS SIXYEARS AFTER BONE MARROW TRANSPLANTATION IN A PATIENT WITH SAA

Quiroga M1, Bitencourt MA2, Nabhan S2, Bonfim C2, Dornelles L1, Azambuja AP2, Merfort LW1,Pasquini R2, Pereira NF1

11Laboratório de Imunogenética - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná2Serviço de Transplante de Medula Óssea - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

Donor cell leukemia (DCL) is a severe and unfrequent complication after allogeneic hematopoieticstem cell transplantation (HSCT). Data from the literature show that 75% of DCLs differ from theoriginal disease and may appear as AML in 53%, ALL in 25% and MDS in 20% of cases. Theincidence of DCL may have been underestimated by methods previously used to determine the origin ofleukemic cells. The development of more advanced methods for human identification, based on geneticpolymorphisms, has revealed an increasing number of cases. Currently, it is considered that DCLrepresents approximately 5% of post-transplant leukemia relapses. This case report aimed at presentingan 11 years old patient with Severe Aplastic Anemia who underwent bone marrow transplant with herHLA identical 8 years old sister in the year of 2010. Conditioning: CFA 120 mg/kg + BUS 12 mg/kg;GVHD Prophylaxis: CSA+MTX (3 doses). Patient peripheral blood sample, collected on day +30,showed a neutrophil count of 3.04x103/ul and the presence of 100% donor cells by the chimerismanalysis using STR (Short Tandem Repeat) markers. Alleles of these loci were amplified by PCR withfluorescent primers and their fragments separated by capillary electrophoresis followed by analysis inthe GeneMapper software. Bone marrow cellularity was normal at this time. Chimerism analysis wasrepeated on days +100, +365 and +730 post-BMT, and 100% of donor cells were seen in total cells, Blymphocytes as well as granulocytes, and 94% to 97% of donor cells were observed in theT-lymphocyte subpopulation. The patient returned to the service presenting neutropenia, fever and 6%of cells with immature characteristics in the peripheral blood six years after transplant.Immunophenotypic analysis of bone marrow showed 59.2% of myeloid lineage blasts (MPO, CD13,CD33 and CD117 positive, with weak CD34) and altered pattern in the maturation of neutrophilic,monocytic and erythroid lineages. The karyotype 47,XX,+8[19]/46,XX[3] revealed a single clonalalteration consisting of chromosome 8 trisomy. Clinical and laboratory investigation were consistentwith the diagnosis of AML with alterations associated with myelodysplasia. At this time chimerismtesting in the bone marrow showed 100% donor cells. Two months after, new peripheral blood and bonemarrow samples were analyzed confirming the persistence of 100% donor cells. As of the date of thisreport, the donor had not presented malignant hematologic neoplasia. These data led to the conclusionthat this patient developed DCL, and she is currently in search of an unrelated bone marrow donor toperform the second transplant. Frequent monitoring of hematopoietic chimerism by the molecularanalysis of genomic polymorphism based on STR loci is an important tool to detect DCL and, above all,to distinguish it from a relapse of the original disease.

Key words: donor cell leukemia, bone marrow transplant, chimerism, STRs.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 40

NGS PLATFORMS TESTING FOR HLA TYPING

Stelet VN1, Romero M1, Villela AP1, Silva C1, Abdelhay E1

1INCA

Introduction : DNA sequencing is the gold standard for bone marrow transplantation donor search.However, low throughput and high ambiguity level related to first-generation (Sanger) sequencingapproach turn HLA typing laboriously. New generation sequencing platforms (NGS) based on massiveand parallel short or long reads production have increased the number of gene regions and samplessequenced in a single run, resulting on better phase determination and less ambiguous typing. Objective: We aimed to test short and long reads NGS HLA typing platforms and compare the results withclassical Sanger sequencing typing. Materials and methods: 384 DNA samples from bone marrowreceptors and donors, with known high resolution typing for HLA-A, -B, -C, -DRB1 and -DQB1 bySanger technology (Secore® , Life Technologies), were typed using short and long reads technologiesprotocols developed at Histogenetics Inc. facility on New York, USA. Short reads NGS fully automatedprepared library targets key-exons on 9 HLA loci (A, B, C, DRB1, DRB3, DRB4, DRB5, DQB1,DPB1) in a single NGS run (MiSeq, Illumina). Long reads required six locus-specific NGS runs(PacBio RSII, Pacific Biosciences) to sequence full (exons + introns) HLA class I genes (A, B, C) andexon 2 through 3 class II genes (DRB1, DQB1, DPB1). Results: Long and short reads protocols wereable to report G-group and fourth-field resolution levels, respectively, for 381 (99,2%) and 155 (40%)samples. Long reads NGS have solved all HLA class I ambiguities until third field nomenclature level.Comparison between Sanger sequencing and NGS protocols results revealed no divergences, even fortwo new alleles detected. Discussion: The increase on number of samples, HLA loci and gene regionssequenced in a single short reads NGS run might permit adoption of sequencing based typing on earlystages of donor search. Although long reads NGS achieved better phase determination supportingultra-high resolution typing, higher sample quality requirements must be considered for its adoption in adaily clinical lab routine. Total agreement among short reads, long reads and Sanger sequencingsuggests a safe transition for NGS based HLA typing. Conclusion: Long and short reads NGSplatforms were able to report confident HLA typing for bone marrow routine DNA samples withquantitative (number of samples, genes and regions) and qualitative (resolution level) gains.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 41

SENSIBILIZAÇÃO HLA EM RECEPTORES RENAIS DA LISTA DE ESPERA DO HCPA/RS

Gil BC1, Moraes P1, Fagundes I1, Cardone J1, Kulzer A1, Arend A1, Kruger M1, Toresan R1, AbreuEL1, Jobim LF1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

INTRODUÇÃO: A sensibilização contra antígenos HLA em pacientes em lista de espera é umfator determinante para a alocação de órgãos bem como para a sobrevida do enxertotransplantado. OBJETIVO: Conhecer o grau de sensibilização e a especificidade dos anticorposanti-HLA dos pacientes em lista de espera para TX renal no HCPA. MATERIAL E MÉTODOS: Ataxa de sensibilização anti-HLA (classe I, II e I+II) e a determinação das especificidades de anticorpos(AC) mais frequentes foram analisados nos soros de 335 pacientes em lista de espera para TX renal comreatividade contra painel (PRA) realizada nos meses de agosto-dezembro/2016. O PRA foi determinadopela metodologia Labscreen Single Antigen (SA) e analisados no software HLA Fusion. O cutoffutilizado foi a média da intensidade de fluorescência (MFI)≥ 1000. A análise estatística foi realizada noSPSS 18 e a comparação entre grupos pelo teste Qui-quadrado (p<0,005). RESULTADOS: A taxa desensibilização anti-HLA desta série de dados foi de 74% (248/335). A frequência de sensibilizaçãoanti-HLA I, II e I+II foi, respectivamente: 18% (60/335), 14% (48/335) e 42% (140/335). Em relaçãoaos resultados do SA, 79 tipos de AC anti-HLA classe I (locos A,B,C) foram observados e 42 ACanti-HLA classe II (locos DR,DQ,DP). Os AC mais frequentes nos locos de Classe I foram osA24(20%), B57(27%) e C15(12%) e para o Classe II foram os AC DR4(26%), DQ7(31%) e DP1(16%).A taxa de AC entre os sexos masculino e feminino foram, respectivamente, 12,3% e 24,6%(p<0,001). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Considerando que o nosso centro transplantador leva emconsideração o resultado do PRA e SA na decisão de realizar um transplante bem como nomonitoramento pós-tx, torna-se útil o conhecimento do grau de sensibilização anti-HLA e os tipos maisfrequentes. O sexo feminino permanece como clássico fator de sensibilização anti-HLA.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 42

UTILIZAÇÃO DO DESVIO DE CANAL NA AVALIAÇÃO DA PROVA CRUZADA B PORCITOMETRIA DE FLUXO NO TRANSPLANTE RENAL

Moraes P1, Fagundes I1, Gil BC1, Cardone J1, Kulzer A1, Schotdfeldt J1, Gamio F1, Merzoni J1, AbreuEL1, Jobim LF1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS

INTRODUÇÃO: O significado da positividade da Prova Cruzada por Citometria de Fluxo (PCCF)B no transplante (TX) renal é controverso quanto as suas implicações na sobrevida do enxerto eespecificidade dos anticorpos envolvidos. OBJETIVOS: Determinar a prevalência de testes PCCF Bpositivos e verificar sua associação com a presença de anticorpos anti-HLA (PRA) e a presença deanticorpos doador específico (DSA). MATERIAL E MÉTODOS: Análise de 1502 PCCF pré-tx comdoador falecido realizadas no Serviço de Imunologia do HCPA entre janeiro/2016 à janeiro/2017. APCCF foi realizada em linfócitos T e B tratados com pronase (0,0235 U/mL) de acordo com o protocoloHalifax e os resultados foram expressos como desvio de canal (DC). A PCCF T foi considerada positivaquando o DC foi ≥63, e a PCCF B com DC≥112 canais. De acordo com o resultado da PCCF, foramdeterminados: o percentual de pacientes com PRA ≥1%, a média±dp do PRA, o percentual depacientes com DSA e a mediana do DC T e B. As comparações entre os grupos foram realizadasempregando-se o teste U-Mann Whtiney e Qui-quadrado (SPSS 18). RESULTADOS: A prevalênciade testes PCCF positivos foi de 64% (961/1502) sendo 34% PCCF B+, 30% PCCF T e B+ e 0,7%PCCF T+. Comparando-se os grupos PCCF negativo, PCCF B+ e PCCF T e B+, o percentual depacientes com PRA ≥1% foram: 65%, 75%, 99% e a média±dp do PRA foram: 16±24, 25±31, 81±27(p=0,000). A proporção de pacientes com DSA entre os grupos PCCF negativo, PCCF B+ e PCCF T eB+ foram, respectivamente: 14%, 27% e 88% (p=0,000). A mediana do DC T nos mesmos grupos foi-5, 6, 240 (p=0,000) e o DC B 60, 163, 280 (p=0,000). DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: Os testes dePCCF T e B+ apresentam melhor associação com os resultados do PRA e DSA do que os testes dePCCF B+. A avaliação simultânea do DC T e DC B auxiliam a interpretação da PCCF B positivo. APCCP T e B+ define o clássico fator de risco pré-tx, no entanto a importância PCCF B+ requerelucidação.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 43

VALIDAÇÃO DA PROVA CRUZADA POR CITOMETRIA DE FLUXO E COMPARAÇÃO COMCITOTOXICIDADE DEPENDENTE DE COMPLEMENTO

Fagundes I1, Moraes P1, Gil BC1, Cardone J1, Kulzer A1, Ewald G1, Rosset C1, Miz R1, Abreu EL1,Jobim LF1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS

INTRODUÇÃO: A prova cruzada por citotoxicidade dependente de complemento (CDC) descritapor Terasaki em 1960 é considerada no nosso centro como o teste padrão ouro no pré-transplante renal.Recentemente, alguns centros transplantadores optaram pela sua substituição por citometria de fluxo(PCCF) em função de sua maior sensibilidade e correlação com os ensaios de fase sólida e pelo menorcusto. OBJETIVOS: Determinar os parâmetros de validação em 1415 provas cruzadas por CDC ePCCF realizadas simultaneamente nos soros de pacientes testados na rotina de doador renal falecidodurante os meses de janeiro/2016 à janeiro/2017 no Serviço de Imunologia (SI) do HCPA.MATERIAL E MÉTODOS: Os valores de Sensibilidade (S), Especificidade (E), Valores PreditivoPositivo e Negativo (VPP e VPN, %) foram calculados utilizando tabelas de contingência 2x2 (SPSS18). Os testes de CDC (positivo ou negativo) foram realizados em linfócitos T, T+AGH e B dedoadores falecidos e a PCCF foi realizada simultaneamente em linfócitos CD3 e CD19 de acordo com oprotocolo Halifax modificado (pronase 0,0235U/mL). No SI, os resultados da PCCF T e B sãoconsiderados positivos quando os valores em desvio de canal (DC) são ≥63 e ≥112 canais,respectivamente. RESULTADOS: A prevalência de CDC positiva foi de 20% (271/1415) e da PCCFpositiva foi de 65% (915/1415). De acordo com os valores de DC determinados no SI como positivos,os valores de S, E, VPP e VPN foram, respectivamente: 92, 42, 27 e 96. Considerando que o DC≥300representa a média dos valores obtidos em soros controles positivos utilizados simultaneamente noCDC e na PCCF, obtivemos os seguintes valores de VPP e VPN: DC T ≥ 300: 74%, 92% e DC B≥300: 64%, 96%. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A PCCF negativa apresenta boa associação comos testes CDC negativos. Considerando a diferença de sensibilidade analítica entre metodologias(20%x65%), os DC T e B ≥300 podem ser utilizados como preditores de testes CDC T e B positivos.

sexos masculino e feminino foram, respectivamente, 12,3% e 24,6% (p<0,001). DISCUSSÃO ECONCLUSÃO: Considerando que o nosso centro transplantador leva em consideração o resultado doPRA e SA na decisão de realizar um transplante bem como no monitoramento pós-tx, torna-se útil oconhecimento do grau de sensibilização anti-HLA e os tipos mais frequentes. O sexo femininopermanece como clássico fator de sensibilização anti-HLA.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 44

ALELOS RAROS TIPIFICADOS NA ROTINA DO LABORATÓRIO DEHISTOCOMPATIBILIDADE DA SANTA CASA DE SÃO PAULO/SP

Iacontini EGR1, Albuquerque JC1, Echeverria VF1, Saito MH1, Terapin CF1, Pereira TE1, Bezerra ES1,Gomes MNF1, Vergueiro CSV1

1Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Nosso banco de dados contém aproximadamente 114.525 tipificações HLA (Human LeucocyteAntigen ) de pacientes e doadores (doadores voluntários de medula óssea (DVMO) e familiares depacientes com indicação de transplante) realizadas pelo Laboratório da Santa Casa de São Paulo.Objetivo: Descrever estratégia de consulta e liberação do resultado de alelo raro em resoluçãointermediária. Material e Métodos: Foram realizadas 49.557 tipificações HLA de DVMO (1ªfase)entre Junho/2015 e Agosto/2016, dentre elas foram encontrados 5 alelos raros em 12 indivíduos nãoaparentados (0,02%) em resolução intermediária (PCR-SSO-One Lambda ). Estratégia de consulta eliberação do resultado desses alelos raros: 1. Interpretação dos testes no HLA-Fusion com verificaçãodos parâmetros de qualidade do teste e análise por comparação de padrões de reação; 2. Repetição doteste para confirmação do resultado em Resolução intermediária para HLA-A e B ou em Alta resoluçãopara HLA-DRB1; 3. Pesquisa de frequência do alelo no Banco de dados do IMGT /HLA(International ImMunoGeneTics -Europeu) e/ou Allele frequencies ; 4. Verificado status do alelo naLista CWD (Common and Well-documented ) de 2012: se consta o alelo como comum ou bemdocumentado; 5. Verificado se há publicação vinculada e etnias descritas; 6. Pesquisa na página daRede Brasil de Imunogenetica: se alelo reportado em ‘Projeto Alelos raros’(informação de provávelalteração de bead no teste e número de células testadas). Resultados: O alelo A*02:52 foi identificadoem 8 doadores caucasianos, o alelo A*03:65 em um doador caucasiano, o alelo B*38:37 em umcaucasiano, B*51:148 em um negro e o alelo DRB1*13:80 em um mulato. Consultas realizadas: Oalelo A*02:52 não foi confirmado no IMGT, apenas na Rede Brasil de Imunogenética, confirmado porSequenciamento (SBT) em pelo menos 5 amostras e os haplótipos encontrados conferem comresultados de nossas amostras: (1/8) A*02:52 B*51 DR*08:02 ; (2/8) A*02:52 B*39:03 DR*16:02 ;(2/8) A*02:52 B*35 DR*08:02 ; (2/8) A*02:52 B*40:02 DR*14:02 ; (1/8) A*02:52 B*15 DR*08:02 . Oalelo A*03:65 foi confirmado 1 vez no IMGT e haplótipo descrito confere com resultados de nossaamostra > A*03:65 B*14:02 DR*13:02 . HLA-B*38:37 foi confirmado 2 vezes no IMGT (1:caucasiano, 1: raça desconhecida) e haplótipos descritos conferem com nossa amostra > A*26 B*38DR*04:02 . O alelo B*51:148 foi confirmado 1 vez no IMGT e haplótipo descrito também conferecom nossa amostra > A*36 B*51:148 DR*11 . O alelo DRB1*13:80 não foi confirmado pelo IMGT,reportado 1 vez, resultado descrito confere com a nossa amostra nos demais locos; foi realizadarepetição da tipificação em alta resolução e Sequenciamento. Nenhum dos alelos, exceto A*02:52,constam nos resultados do ‘Projeto Alelos raros’. Consultas realizadas até 07/07/17 e alelosencontrados estão sem definição na Lista CWD Status . Todos os alelos foram confirmados porSequenciamento. Conclusão: Uma análise criteriosa realizada na rotina do laboratório deHistocompatibilidade pode contribuir acrescentando dados aos Bancos de Dados nacionais (Rede Brasilde Imunogenetica) e internacionais (IMGT/HLA).

Palavras-chave: Antígenos HLA, Histocompatibilidade, alelos, análise de resultados.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 45

THE APLICATION OF A NEXT-GENERATION SEQUENCING (NGS) PANEL FOR HLA TYPING

Francisco RDS1, Winik A1, Guelsin GAS1, Pontes GN1, Torres MA1

1Hospital Albert Einstein

The HLA genes are involved with the histocompatibility and the susceptibility to autoimmune andinfectious diseases making the accurate allelic identification crucial for clinical applications. Sangersequencing has been considered the gold standard for high resolution typing, however the huge HLAallelic diversity introduces a technical challenge, requiring multiple rounds of additional testing to solveall the cis-trans ambiguities. On the other hand, Next Generation Sequencing (NGS) assays provideunambiguous allelic determination, shortening the workbench time and reduction of technical errors. Weevaluated the accuracy, intra and inter assay precision, and inter technologist precision, of the TruSightHLA v2 sequencing panel and the Assign™2.1 software from Illumina, applying the guidelines providedby ASHI. This panel allows the typing for 11 HLA loci: HLA-A, -B, -C, -DPA1, -DPB1, -DQA1, -DQB1,-DRB1, -DRB3, -DRB4 and -DRB5. Samples included in the validation carry alleles comprising morethan 90% of the local population variation. Moreover, samples carrying null, rare and probably newalleles and Native American haplotypes have also been selected. In total, 76 samples previously typedusing Sanger sequencing were analyzed. Eight samples were tested as triplicates for the intra-assayprecision test. Four samples were tested as triplicates and one as duplicate for the inter-assay precisiontest and a total of 19 samples were tested for the inter-technologist precision test. In total, includingall samples, replicates and loci, 1331 tests have been performed. We also calculated the rate of non-solved ambiguities, allelic dropout, inter-sample contamination and complete failure. For all tests, theforth field of allelic resolution has not taken into account. We obtained an accuracy of 100% (96%when divergences due to technical error where not excluded). For the intra and inter-assay and inter-technologist precision tests we obtained a reproducibility of 97.7%, 98.7% and 98.1%, respectively. Theambiguity rate was 1.5% and 3.6%, for differences inside and outside the antigen recognition site (SRA),respectively. All the SRA ambiguities were solved by including the samples carrying them into a secondrun, except by one at -DPB1. We did not observe any case of allelic dropout and failures leading tocomplete lack of coverage were observed at a rate of 1.5%, probably due to handling issues. The inter-sample contamination rate was 0.9%. These results have shown that the TruSight HLA panel is a robustassay, suitable for the use by clinical laboratories.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 46

PESQUISA DE DOADORES NA REFRATARIEDADE PLAQUETÁRIA - DESCRIÇÃO DE CASOCLÍNICO

Echeverria VF1, Albuquerque JC1, Cavalcante A1, Iacontini EGR1, Lopes MAVF1, Marrett AC1, GeorgCS1, Godinho CH1, Vergueiro CSV1

1Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Paciente do sexo feminino, 49 anos, com hipótese diagnóstica de Síndrome Mielodisplásica e cloneHPN. Em programação para transplante alogênico de medula óssea (TMO), evoluindo com falênciamedular, pancitopenia periférica grave com contagem de plaquetas de 3000/mm3, recebendo transfusãode plaquetas semanal, apresentou um episódio de sangramento extradural de pequeno volume eincremento plaquetário zero após receber uma transfusão de plaquetas randômicas, seguida de outratransfusão com plaquetas obtidas por aférese ABO compatível, também sem incremento. O histórico desensibilizações da paciente (três gestações e 30 transfusões de sangue) indica que a RefratariedadePlaquetária (RP) decorre da alta sensibilização alogênica a que a paciente foi exposta. A metodologialaboratorial FC-PIFT (Flow Cytometry Platelet Immunofluorescence Test), proporciona uma prova decompatibilidade plaquetária rápida, em que a reatividade do teste relaciona-se com a presença deanticorpos no soro testado contra antígenos presentes na superfície plaquetária do(s) doador (es)selecionado(s). Utilizamos a técnica FC-PIFT para selecionar entre 2 doadoras, filhas da paciente, euma bolsa de aférese disponível, qual doadora/bolsa apresentaria resultado negativo ou de menorreatividade. A presença de anticorpos IgG anti-HLA Classe I também foi avaliada em um segundomomento. A técnica de FC-PIFT consiste na obtenção de plaquetas do sangue periférico dos doadoresou a partir dos espaguetes das bolsas da aférese. As plaquetas são lavadas e incubadas com o soro a sertestado, seguido de novas etapas de lavagem e incubação com anti-IgG humana ligada a fluorocromopara a detecção da intensidade de fluorescência (IF) em citômetro de fluxo. A técnica LABScreenSingle Antigen (SA) foi realizada para a detecção dos anticorpos IgG anti-HLA Classe I. Os resultadosde FC-PIFT foram ratios (IF soro teste/ IF soro negativo) de 2.4, 13.7 e 12.5 para a Filha1, Filha2 e abolsa respectivamente. A paciente recebeu plaquetas randômicas, lentamente, seguidas da infusão deaférese da Filha1; o cálculo corrigido do incremento (CCI) verificado uma hora após a transfusão foi de13150 plaquetas/mm3. Analisando conjuntamente os dados das tipificações HLA da paciente e dasfilhas (realizadas previamente no processo de TMO) e as especificidades dos anticorpos anti-HLAdetectados no SA, temos que o maior MFI detectado para os antígenos presentes nas filhas foi de 2145para a Filha1 e 15588 para a Filha2, o que indica que a reatividade no FC-FITC deve ser relacionada aanticorpos anti-HLA. Em geral, casos de RP são dramáticos e as ações de identificação de doadores sãoiniciadas quando já há emergência no controle de sangramentos. O trabalho mostra como as técnicaslaboratoriais contribuem na seleção de doadores que podem melhorar os resultados de CCI parapacientes sensibilizados, quando este está em risco de desenvolver plaquetopenia pós-quimioterapia, ouem sangramentos graves.

Palavras-chave: Refratariedade plaquetaria, PIFT, DSA, transfusão de plaquetas, anticorpos anti-HLA.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 47

DETECÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-HLA EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE

Oliveira GRE1, Ferreira DM1, Bicalho MG1

1Universidade Federal do Paraná

A presença e detecção de anticorpos anti-HLA (Antígeno Leucocitário Humano) estácorrelacionada com o sucesso e a falha nos transplantes de órgãos sólidos pela rejeição mediada poranticorpos. A relação dos anticorpos anti-HLA é bem descrita nos transplantes, principalmente osrenais e de medula óssea, porém, pouco caracterizado e correlacionado com doenças autoimunes. Aartrite reumatoide (AR) é descrita como uma doença sistêmica, inflamatória, com comprometimento damembrana sinovial das articulações periféricas. É estimada em 0,5%-1% da população adulta, sendopredominante no sexo feminino na faixa etária de 30-50 anos. Os pacientes com a forma adulta da ARfrequentemente tem anticorpos circulantes, denominados de fatores reumatoides (FR), que podem serIgM ou IgG, reativos com a porção Fc (e raramente Fab) de suas próprias moléculas de IgG.Imunoglobulinas A (IgA), também são utilizados como marcadores para atividade da doença. Adeterminação combinada de FR-IgM, IgG e IgA é recomendada para diagnóstico, especificidade,sensibilidade e para o valor preditivo da AR. Dentre todos os anticorpos caracterizados na artritereumatoide, nenhum estudo ainda descreveu a presença de anticorpos IgG contra as moléculasHLA. Portanto, o presente estudo se destina a pesquisar a presença de anticorpos anti-HLA empacientes caracterizados com AR. Para tanto, foram selecionados 7 pacientes com ausência de efeitosde alossensibilização prévias como histórico de transplantes, transfusão sanguínea, gravidez ediálises. A detecção dos anticorpos anti-HLA no soro destes pacientes foi realizada com a tecnologiaLuminex com dois kits comerciais. O primeiro de triagem (Labscreen Mixed - One Lambda) paradetectar a presença ou ausência de anticorpos anti-HLA. Em casos de positividade, as amostras foramtestadas com antígenos isolados. Para determinação da especificidade dos anticorpos de classe I e II,foram utilizados os kits Single Antigen Class I e Class II (One Lambda). Estes sendo mais específicos edetectaram anticorpos contra antígenos únicos para HLA de classe I e separadamente para HLA declasse II. Dos 7 pacientes analisados, 4 (28%) apresentaram positividade para classe I e/ou classe II.Anticorpos anti-HLA já foram detectados em frequência aumentada em pacientes com lúpuseritematoso sistêmico e esclerodermia quando comparados com indivíduos controle. A detecção destesanticoporpos em pacientes com AR pode ter consequências clínicas importantes e tal detecção inicialserve de incentivo para que amostras maiores sejam avaliadas.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 48

INFECÇÃO DE CITIOMEGALOVIRUS EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAISATENDIDOS NO HOSPITAL DOM VICENTE SCHERER EM PORTO ALEGRE

Senna SG1, Motta MM2, Zanetti HK1, Kist R1, Keitel E1, Garcia VD1, Neumann J1

1Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre2Centro Universitário Ritter dos Reis

INTRODUÇÃO: O citomegalovírus (CMV) está entre os principais agentes infecciosos queacometem pacientes transplantados renais. A infecção por CMV está relacionada ao status sorológicodo doador e receptor, bem como o tipo e intensidade da imunossupressão utilizada. A infecção podedeterminar o aumento da morbi-mortalidade após o transplante. O Laboratório de Imunologia deTransplantes realiza o diagnóstico de antigenemia para o CMV desde o ano de 1994 como rotina parapacientes transplantados renais, sendo realizados 5.526 exames, até o ano de 2015, para oacompanhamento de infecção nestes pacientes. OBJETIVO: Caracterizar os pacientes transplantadosrenais mais recentes e seus desfechos quanto ao resultado de antigenemia para o CMV entre os anos de2005 a 2015. RESULTADOS: Neste período foram transplantados 2287 pacientes dos quais 95%foram transplantados renais (46% de antigenemias positivas), 2,2% rim e pâncreas (32% deantigenemias positivas), 1,6% rim e fígado (54% de antigenemias positivas) e 0,6% rim após outrostransplantes anteriores (36% de antigenemias positivas). Entre os 2180 pacientes transplantados renais,45% apresentaram antigenemia positiva para o CMV. Quando comparados separadamente os períodosde 2005-2010 e 2011-2015 o número de transplantados renais com antigenemias positivas aumentou48,8% (384/78) para 60,1% (590/981), contudo o número de óbitos entre estes pacientes diminuiu de13,8% (53/384) para 6,6% (39/590). DISCUSSÃO: Os resultados mostram que nos últimos 5 anos doestudo houve um aumento significativo (p valor 0,00001) de casos positivos de CMV em pacientestransplantados renais, porém com diminuição dos óbitos observados na população de CMV positivos (pvalor 0.0001). CONCLUSÃO: A infecção por CMV na população estudada aparentemente nãocomprometeu o sucesso do enxerto, nem mesmo em pacientes re-transplantados, já que o número depacientes em acompanhamento aumentou 50% e o número de pacientes que retornaram a diálisediminuiu na mesma proporção. Contudo, uma detalhada revisão de prontuários, para entendimento domotivo real dos óbitos, e uma análise estatística aprofundada estão sendo realizadas para melhorcompreensão dos resultados associados aos desfechos de casos neste período.

Palavras chave: Citomegalovirus, CMV, Transplante Renal

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 49

SUCCESSFUL DESENSITIZATION WITH BORTEZOMIB AND IRRADIATED DONOR BUFFYCOAT WITH TRADITIONAL PROTOCOL IN PATIENT WITH HIGH DONOR-SPECIFIC HLA

ANTIBODIES BEFORE HAPLOIDENTICAL STEM CELL TRANSPLANTATION

Gomes AA1, Mendrone-Junior A1, Torres MA2, Mafra ABB1, Zanette AA1, Rocha V1

1Hospital Sírio-Libanês2Hospital Israelita Albert Einstein

Introduction : The use of donors partially mismatched has increased in recent years. Thereforeallosensitization has become a problem in hematopoietic stem cell transplantation (HSCT).Approximately 50% of all patients requiring HSCT could become allosensitized, and up to 30% mighthave donor specific antibodies (DSA) against human leukocyte antigen (HLA). High levels of DSA areimplicated in graft failure, presumably due to antibody-mediated rejection. In the presence of DSA,another donor should be search, but this isn’t always possible. Thereby protocols are needed to decreasethe MFI (median fluorescence intensity) levels, however there is no consensus on which protocol shouldbe used. Plasma Exchange (PE), intravenous immunoglobulin (IVIg), and Rituximab deplete immatureB-cells. The proteasome inhibitor Bortezomib induces apoptosis of mature plasma cell, the source ofdamaging DSA and irradiated buffy coat may adsorb DSA. We hypothesized that the use of Bortezomiband irradiated buffy coat associated to PE, IVIg and Rituximab could decrease more rapidly andeffectively DSA in a urgent situation. Aim : We describe a case of patient with high levels of DSAagainst the donor who underwent Haplo-HSCT for acute lymphoblastic leukemia (ALL) relapsed aftera HSCT, with unrelated umbilical cord blood (UCB) unit. Patient and Method : A 3-year-old boy withALL was diagnosed in June 2013. In February 2015 a bone marrow (BM) relapse was observed andremission was obtained only after Blinatumomab. He underwent an unrelated UCB transplantation (7/8– mismatch in DR loci) in December 2015 and no DSA level was observed. In December 2016, at ageof 6yo, a BM relapse was observed and a remission was achieved after IDA-FLAG. As no HLAmatched donor was available we decided to use his father as a donor for a Haplo-HSCT. However highlevels of DSA (MFI= 14.830) against the donor HLA-DQ9 was detected. His mother was not availablefor donation. With the aim to decrease the high levels of MFI a protocol for desensitization was used:Bortezomib 1,3mg/m2 on D1, D4, D8 and D11 in association with Rituximab 375mg/m2 on D1; PE +high-dose IVIg in D15 and irradiated buffy coat infusion on D17, and the second cycle with Rituximabon D1; Bortezomib on D1, D4 and D8; and buffy coat infusion on D16 and D17. We startedconditioning regimen on D11 of the second cycle. Results : DSA levels, during the first cycle were:MFI=3.644 at D12 and MFI=5.154 at D18, and in the second cycle: MFI=3.340 at D9 and MFI=4.446at D18. After conditioning and infusion of bone marrow: MFI=2.839 at D+7, MFI=2.535 at D+19.Engraftment was observed at D+21. The last DSA level: MFI was <500 at D+75. Discussion : Theassociation of Bortezomib, donor buffy coat, PE, IVIg and Rituximab decreased the DSA levels, withsuccessful engraftment, but it is necessary to establish guidelines. Conclusion : Further studies areneeded to demonstrate that this protocol is a valid option in a larger series of patients.

Keywords: Donor-Specific Antibodies, Graft failure, Desensitization

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 50

É POSSÍVEL A IDENTIFICAÇÃO DE DOADOR DPB1 PERMISSIVO NO REGISTROBRASILEIRO DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEA (REDOME)?

Torres L1, Almada AJ1, Abdelhay ESFW2, Bouzas LFS2

1Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea2Instituto Nacional de Câncer

INTRODUÇÃO: A permissividade HLA-DPB1 com base em grupos de epítopos de células T(TCE) deve ser considerada ao selecionar doadores não-relacionados de células-tronco hematopoiéticascom HLA-A, -B, -C, -DRB1 e -DQB1 para melhorar a sobrevida do paciente. Estudos anterioresdefiniram 3 grupos TCE com base em ensaios funcionais de aloreatividade (1-alta, 2-intermediaria e3-baixa). As combinações de alelos DPB1 de doadores e receptores com baixo potencial imunogênicoidentificam doadores permissivos, que não fornecem risco elevado de mortalidade em comparação comdoadores que apresentam compatibilidade em DPB1 (compatibilidade 12x12).

OBJETIVO: Verificar a probabilidade de identificar um doador DPB1-permissivo (doador DPB1compatível e doador DPB1 incompatível permissivo) no REDOME.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram extraídos dados de todos os transplantes de células-troncohematopoiéticas realizados e registrados no REDOME até Maio/2017 que continham HLA-DPB1tipados para a dupla doador/receptor totalizando 112 transplantes.

RESULTADOS: Os resultados obtidos a partir destes dados mostram que metade destestransplantes foram realizados com doadores fornecidos pelo REDOME dos quais 21.4% (n=12)apresentaram DPB1 não-permissivo, 55.4% (n=31) apresentaram DPB1 incompatível e não-permissivoe 21.4% (n=13) apresentaram DPB1 compatível, e portanto, permissivo. Esses resultados são muitosimilares àqueles que foram transplantados com doadores internacionais facilitados pelo REDOMEcomo: 19.4% (n=11) apresentaram DPB1 não-permissivo, 57.1% (n=32) apresentaram DPB1incompatível e não-permissivo e 23.2% (n=13) apresentaram DPB1 compatível, e portanto, permissivo.No total, foram 78.6% (n=44) dos doadores nacionais identificados no REDOME que apresentarampermissividade em DPB1.

DISCUSSÃO E RESULTADOS: Embora o quantitativo de transplantes realizados seja pequeno,os resultados condizem com relatos da literatura a respeito do nºde doadores identificados com DPB1permissivo ou não-permissivo. Portanto, com um número de casos maior e uma análise retrospectivae prospectiva, sugere-se que seja possível elaborar um algoritmo preditivo para a identificação de umdoador DPB1 permissivo no REDOME, tornando a seleção de doadores mais rápida e aumentaria apreferência pelo doador nacional. Entretanto a realização da tipagem de HLA-DPB1 não é prevista peloSistema Único de Saúde e os custos acabam por aumentar devido a preferência pelo doador internacionalque já apresenta o HLA-DPB1 tipado e é compatível com o paciente nacional.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 51

ANÁLISE DA FREQUENCIA DE DISTRIBUIÇÃO DE HAPLÓTIPOS HLA NO ESTADO DEMINAS GERAIS COMO FERRAMENTA DE RACIONALIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE

CAPTAÇÃO DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEA

Costa AF1, Cruz IC1, Simões LF1, Leal BB1, Anjos FRD1, Fróes GS1, Andrade CG1, Rodrigues KF1,Oliveira MB1, Souza FCB1

1Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais

O sistema HLA é complexo genético polimórfico localizados na região do MHC (MajorHistocompatibility Complex ) no braço curto do cromossomo 6 humano. Elas estão envolvidas emprocessos de resposta imunológica e são um dos fatores mais importantes na escolha do doador demedula óssea devido a alto polimorfismo. A herança mendeliana clássica e segregação em blocos sãocaracterísticas que juntamente com o forte desequilíbrio de ligação entre os loci definemparticularidades deste sistema genético. Analisando diferentes populações é possível observar variaçõesna presença e na frequência de alelos e haplótipos do sistema HLA. Portanto, o estudo das mesmas e oconhecimento da variabilidade dos alelos HLA são fundamentais para determinar um perfilpopulacional regional. O estado de Minas Gerais é o segundo estado mais populoso do Brasil, além depossuir grande extensão territorial e composição étnica caleidoscópica, o que, por vezes, pode dificultara procura de um doador HLA idêntico dentro do estado. O objetivo desse estudo foi investigar avariação do HLA entre as amostras processadas na Fundação Hemominas entre os anos de 2012 a 2016,a fim de determinar possíveis diferenças entre o perfil haplotípico de Minas Gerais frente àqueleencontrado para o restante do país. Foram comparados os dados de 2.847.869 resultados de todos osestados brasileiros publicados no site da Rede Brasil de Imunogenética com 21.036 resultados liberadospela Fundação Hemominas coletados em oito macrorregiões do estado. Os indivíduos foramclassificados de acordo com o grupo étnico, com base na informação de autodeclararão no cadastro.Foram utilizados resultados de tipagem HLA de baixo-média resolução para comparação dos grupos. Aanálise estatística entre dos dados foi realizada utilizando pacote estatístico Office 2007 para tabulação esoftwares SPSS , versão 17.0, softwares R Project , versão 3.4.0, para estatística descritiva ecomparações de frequências com teste de qui-quadrado. Foram identificados 21 grupos alélicos HLA-A, 36 HLA-B e 13 HLA-DRB1 . Os grupos mais frequentes para cada locus foram: A*02, B*44 eDRB1*07 para brancos, amarelos e pardos e A*02, B*44 e DRB1*13 para negros. Nas análises decomparação entre os resultados das amostras da Fundação Hemominas em relação aos resultados dorestante do país, foram encontradas diferenças significativas em 66,7% das análises para o locus A,69,4% para o locus B e 76,9% para o locus DRB1. As frequências haplotípicas encontradas para cadaregião do estado indicam a presença de haplótipos sub-representados dada sua frequência esperada,além disso, apontam para a necessidade de implantação de estratégias pautadas no conhecimentogenético da população para o processo de coleta e captação de possíveis doadores de medula óssea,visando não só aumentar a quantidade de registros de doadores, mas sim assim diversificar e amplificaros locais de coleta para que a variabilidade de alelos no banco de dados seja expandida.

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Área: HistocompatibilidadeSub-tópico: HistocompatibilidadeTrabalho: 52

METODOLOGIA DE VALIDAÇÃO DE AMOSTRAS DE SANGUE DE CORDÃO UMBILICAL EPLACENTÁRIO PARA TIPIFICAÇÃO HLA POR PCR-SSO

Cruz IC1, Oliveira MB1, Souza FCB1

1Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais

A RDC Nº56, de 16 DE DEZEMBRO DE 2010 que dispõe sobre o regulamento técnico para ofuncionamento dos laboratórios de processamento de células progenitoras hematopoéticas (CPH)provenientes de medula óssea e sangue periférico e bancos de sangue de cordão umbilical eplacentário define como obrigatória a tipificação HLA em segmento contínuo à bolsa decriopreservação. Para tanto, é necessária a validação dos procedimentos envolvidos na tipificaçãomolecular destas amostras afim de conferir máxima qualidade à testagem. Fatores como interferência dasolução criopreservante, disponibilidade celular, quantidade e pureza do DNA genômico recuperado setornam importantes para a garantia da qualidade dos procedimentos de tipificação HLA. Com foco navalidação do processo de genotipagem do sistema HLA de amostras do BSCUP foi realizado esteestudo. Tratou-se de validação experimental prospectiva, a priori utilizando definições de protocolosadequados para outros tipos de amostras já validadas para a tipificação HLA na rotina dolaboratório(sangue total, buffy coat). Para validação das amostras foi feita a medição da concentraçãode DNA em espectrofotômetro e tipificação HLA por PCR-SSO ( média resolução para Locus A, B, C ealta resolução para locus DRB1 e DQA1/DQB1) das amostras do material colhido (SCUP) a fresco eapós o descongelamento, além de amostra de sangue periférico materno, para análise da qualidade dacoleta (ausência de mistura DNA fetal com DNA materno). Foi utilizada a relação de absorbância emA260/A280 e A260/A230 para avaliar a qualidade e pureza do dna cromossômico recuperado. Asextrações de DNA foram realizadas utilizando kits comerciais de extração por coluna de sílica.Aconcentração de DNA de 93,4% das amostras (85/91) foi considerada ótima, uma vez que o valor deconcentração foi superior à 20 ng/µL, de acordo com a especificação de DNA molde necessário para areação de PCR dos Kits de amplificação de genes HLA SSO/SSP OneLambda®. Para 6,6% dasamostras (6/91) a concentração foi insatisfatória, menor que 20 ng/µL, no entanto mesmo com estesvalores foi possível realizar a tipificação das amostras, mostrando uma robustez maior que a definida embula. Os valores de contagem global de leucócitos foram comparados aos níveis de concentração deDNA recuperado e valores de intensidade de fluorescência média (MFI) obtidos após a metodologia doPCR-SSO. Como já esperado, o valor de global de leucócitos foi diretamente proporcional ao valor deconcentração de DNA. Foi realizada a tipificação em paralelo tipificação das amostras de célulasmaternas para tipificação HLA na qual encontramos total concordância de haploidêntidade entre aamostra do cordão umbilical e materna.Nas análises dos resultados de tipificação foi constatado umperfil satisfatório nos valores dos éxons controles positivos, os quais respeitaram os padrões deaceitabilidade estabelecidos pelo Laboratório de HLA, Leitura ≥ 700. O valor do controle negativotambém não ultrapassou o limite permitido para nenhuma das amostras.Não foi evidenciadobackground em intensidade relevante.Os resultados mostraram que o protocolo utilizado para validaçãofoi adequado aos objetivos além de evidenciarem a qualidade satisfatória das amostras de SCUP para atipificação HLA através da metodologia de extração de DNA por coluna de sílica seguida de PCR-SSO.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 53

INFECÇÃO DE CATETER VENOSO CENTRAL (CVC) DE LONGA PERMANÊNCIA NOTRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA AUTÓLOGO: USO DO MESMO DISPOSITIVO DESDE A

COLETA DA CÉLULA-TRONCO AO TRANSPLANTE

Santos GRPD1,2, Nogueira FD1,2, Angelo IZ1,2, Ciocari JMC1,2, Nascimento NB1,2, Martins LNGF1,2

1Universidade Estadual de Londrina2Hospital Universitário de Londrina

Introdução : O uso de cateter venoso central (CVC) é imprescindível para a realização dotransplante de medula óssea (TMO). Uma das complicações relacionadas ao cateter é a infecciosa.Objetivo: avaliar o risco-benefício em manter o mesmo CVC desde a leucoaférese até o TMOautólogo, considerando a ocorrência das infecções de corrente sanguínea relacionada ao cateter(ICSRC), assim como determinar o perfil dos agentes microbiológicos destas infecções. Material eMétodos : Foram analisados 100 prontuários de pacientes submetidos ao TMO autólogo entre set/2010e abril/2016. Um paciente foi excluído por falta de informações. Dos 99 pacientes, 23 tiveramimplantados CVCs temporários de duplo lúmen com 11 fr, e permaneceram com o mesmo cateter,desde a leucoaférese ao final do TMO. Os 76 pacientes restantes foram submetidos a passagem de 02CVCs temporários, sendo um deles para a coleta de células-tronco (11 fr) e outro na internação dotransplante (7 fr). Durante a febre, as hemoculturas (HMC) foram colhidas de forma pareada, conformeprotocolo institucional. Foi considerada ICSRC aquela em que estava presente infecção de pele e/oupartes moles no óstio de inserção do CVC e/ou, se ambas as HMCs fossem positivas, com a HMC docateter positivando com diferença de pelo menos 2h antes da HMC periférica. Resultado e Discussão :A maioria dos transplantados foram do sexo masculino 56,6%. Em relação a doença de base: MielomaMúltiplo foi o diagnóstico mais prevalente 60,6%, seguido de Linfoma 34,3% e 5,1% outros tumores. Afaixa etária dos pacientes variou de 18 a 71 anos. Dos 99 pacientes do estudo, 14,1% apresentaramICSRC. A maioria dos pacientes que apresentaram ICSRC, foram aqueles que os CVCs foram mantidosda leucoaférese ao TMO. Esses pacientes tiverem o dobro de taxa de infecção quando comparados aosque tiveram dois CVCs implantados, sendo a prevalência de 21,7% e 11,8%, respectivamente. Apermanência do CVC entre a implantação e a retirada nos pacientes que tiveram ICRSC foi de 16 a 24dias, sendo que o período de pré internação com o cateter foi de 7 a 11 dias. Os agentes etiológicosisolados foram na maioria Staphylococcus , sendo 3 Epidermidis e 1 Aureus, e em 1 deles KlebsiellaPneumoniae. Todos os pacientes com ICSRC apresentavam cultura de vigilância prévia negativa.Conclusão: De acordo com os resultados encontrados, recomenda-se evitar a permanência prolongadade CVCs temporários. Portanto, o protocolo de implantação de CVC temporário da Unidade de TMOdo Hospital Universitário de Londrina para o transplante autólogo, desde então é realizado em 2 tempospara todos os pacientes (no momento da leucoaférese e posteriormente na internação do TMO). Amanipulação do cateter é realizada exclusivamente pela equipe de enfermagem e a preferência do sítiode inserção é a veia subclávia, minimizando o risco de complicação infecciosa relacionada ao cateter.

Palavras Chave: Cateter, Infecção, Autólogo.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 54

MORBIDADE E MORTALIDADE DAS INFECÇÕES PELOS VÍRUS DA INFLUENZA A E B EMRECEPTORES DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO-HEMATOPOIÉTICAS.

Sabaini CS1, Siminone AJ1, Silva PM1, Zanetti LP1, Oliveira LCS1, Souza MOE1, Moreno JRDP1,Souza MP1, Colturato VR1, Machado CM1

1Serviço de TMO - Fundação Amaral Carvalho

Introdução : Influenza (INF) é uma infecção viral que pode ser grave mesmo em hospedeirosimunocompetentes. Em receptores de TCTH todos os cuidados devem ser tomados para evitar ascomplicações de INF, em especial a progressão para pneumonia. No Hospital Amaral Carvalho, aspolíticas de controle de INF em unidades de TCTH incluem vacinação anual, vigilância diária desintomas respiratórios, coleta de secreção respiratória frente a sintomas, e tratamento com oseltamivirna confirmação diagnóstica. Candidatos a TCTH fazem “screening”de vírus respiratórios (VR) paraadmissão na unidade de TCTH. O TCTH é adiado caso o vírus sincicial respiratório seja detectado no“screening”. Objetivos : Determinar a frequência de complicações e mortalidade dos casoscomprovados de INF, diagnosticados de 2010 a 2016 no Serviço de TMO da Fundação AmaralCarvalho. Materiais e Métodos : Após o transplante, amostras de lavado nasal foram coletadas napresença de sintomas. O diagnóstico de vírus respiratórios foi feito por imunofluorescência direta ouindireta. Resultados: De 2010 a 2016, identificamos 55 casos de INF. Desses, 14 casos foramdiagnosticados com mediana de 7 dias antes do TCTH (- 2 a -62). Nos 41 casos restantes, a mediana deidade foi de 34 anos, variando de 2 a 64 anos. Trinta pacientes tiveram INF A (73.2%) e 11 tiveram INFB (26.8%). A mediana da duração da excreção, avaliada em 38 pacientes, foi de 7 (3 a 36) dias. Aodiagnóstico, 39 pacientes (95%) apresentavam sintomas respiratórios e 2 (5%) apresentavam alteraçõesradiológicas sugestivas de pneumonia. Os sintomas mais frequentes foram tosse (75.6%), febre(65.9%), coriza (61%), congestão nasal (36.6%) e dor de garganta (34.1%). Oseltamivir foiadministrado a 33 pacientes (80.5%). A duração do tratamento variou de 5 a 10 dias (mediana de 5dias). Quinolona foi usada em 16 dos 35 pacientes que receberam antibioticoterapia (45.7%). Dezpacientes evoluíram para pneumonia (24.4%), apesar do uso de oseltamivir em 8 deles. Dois pacientesforam a óbito (4.9%) apesar do tratamento com oseltamivir; 3 (7.3%) apresentaram resolução doprocesso com complicações e 36 (87.8%) resolveram o episódio infecciosos sem complicações. Os doisóbitos foram por INF A. Com relação à morbidade, não houve diferença entre o INF A e o INF B.Discussão e Conclusões : INF A e B se apresentam clinicamente de forma similar em receptores deTCTH. A excreção prolongada de INF mesmo em vigência de tratamento pode favorecer a transmissãointra-hospitalar. A mortalidade por INF A foi de 6.6%.

Palavras-chave: transplante de células tronco hematopoiéticas, influenza, morbimortalidade,excreção prolongada

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 55

MON-TEMP: DISPOSITIVO DE MONITORIZAÇÃO CONTINUA DE TEMPERATURA –VALIDAÇÃO NA DETECÇÃO PRECOCE DA NEUTROPENIA FEBRIL – DADOS

PRELIMINARES DE ESTUDO PROSPECTIVO

Garnica M1,2, Ouvinã RFSC1, Valentim MR2, Maiolino A1, Peixoto AJ1, Portugal R1

1Universidade Federal do Rio de Janeiro2Complexo Hospitalar de Niteroi

Introdução: O tempo entre a febre e o inicio de antimicrobiano é um fator determinante no desfechona neutropenia febril (NF). Inicio tardio, considerado como tempo superior a 60 minutos, acarretamaiores taxas de mortalidade e eventos mais graves. Protocolos de início de terapia empírica imediataestão bem consolidados, porem poucas alternativas estão disponíveis para antecipar ou prever adetecção da febre. Nesse estudo, desenvolvemos e iniciamos a validação de um dispositivo demonitorização continua de temperatura (Mon-TEMP) com o intuito de antecipar a detecção da febre, epor consequência diminuir o tempo de inicio do antimicrobiano em pacientes neutropênicos febris.

Métodos: Em parceria com a COPPE - UFRJ, desenvolvemos um dispositivo portátil ( 1̃00gr) semfio, de monitorização de temperatura de superfície de uso individual, que emite dados a uma central decaptação. A calibração foi feita a partir de termômetros digitais de uso clinico, e o tempo entre aferiçõesde 15 minutos. Para a validação do Mon-TEMP na NF, iniciamos um estudo prospectivo com pacientessubmetidos a transplante de medula autólogo (Auto-TMO) no período neutropênico. Neutropenia foidefinida como granulocitos < 500celulas/mm3 e febre como temperatura axilar ³38oC. Os dados peloMon-TEMP são comparados a curva de temperatura gerada pelo método padrão (protocolo institucionalcom aferição de temperatura axilar a cada 4 horas com termômetro digital). Para não haver mudança deconduta, a monitorização pelo Mon-TEMP é cega até a identificação de febre pelo método padrão. Esseestudo foi aprovado pelo CEP.

Resultados preliminares: iniciamos o estudo com a inclusão de um paciente masculino, 56 anos,com diagnostico de linfoma não Hodgkin em recaída, submetido a Auto-TMO com regime decondicionamento BEAM. Após a assinatura do TCLE, o Mon-TEMP foi instalado no seu braço pormeio de uma braçadeira e o seu sensor colocado na axila do paciente. A monitorização foi realizada doD-3 ao D+3 em relação ao Dzero (infusão do TMO). A descontinuação da monitorização ocorreuquando houve documentação de febre pelo método padrão. Na comparação das curvas de temperatura oMon-TEMP detectou febre 114 minutos antes do método padrão. O dispositivo aferiu 6 medidas defebre antes da primeira medida febril pelo padrão, e também documentou uma subida gradual eprogressiva de temperatura 05 horas antes da documentação da febre. Essa subida gradual poderia serusada como predição de febre. O paciente não reportou desconforto ou evento adverso relacionado amonitorização e foi hábil para instalar, retirar e reinstalar o dispositivo antes e após o banho diário.

Conclusão: Dados preliminares sugerem que o Mon-TEMP é capaz de antecipar e possivelmentepredizer a detecção de febre em pacientes neutropênicos.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 56

ESTUDO DA DINÂMICA DE REATIVAÇÃO DO CITOMEGALOVÍRUS (CMV) EM INDIVÍDUOSSUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA ALOGÊNICO – IMPACTO DO TIPO DE

DOADOR E DA CARGA VIRAL NO DESFECHO

Santos RM1, Antunes P1, Carvalho NN1, Rangel LC2, Paiva E2, Valentim MR2, Maiolino A1, GarnicaM1,2

1Universidade Federal do Rio de Janeiro2Complexo Hospitalar de Niteroi

Introdução: Reativação de infecção por CMV é frequente em indivíduos submetidos a transplantede medula alogenico (Alo-TMO), podendo ter um curso autolimitado, necessidade de tratamento oudesenvolver doença orgânica grave. Detecção de viremia por PCR quantitativo (CMVPCR) é ummétodo atualmente usado para monitorar a reativação com o intuito de tratar precocemente e evitardoença. Objetivos: Descrever a frequência de reativação de CMV em Alo- TMO com doadoraparentado e doadores alternativos e correlacionar os parâmetros da carga viral com: tempo de viremia;episódio autolimitado; necessidade de tratamento; internação e desenvolvimento de doença por CMV.

Métodos: Coorte de pacientes submetidos a Alo-TMO entre 2013 e janeiro de 2017 em instituiçãoúnica. O CMVPCR foi realizado em plasma utilizando plataforma comercial semanalmente. Testesutilizados: qui-quadrado, Mann Whitney, correlação de Sperman e analise de sobrevida por Kaplan-Meier, considerado significância estatística p<=0,05.

Resultados: Um total de 60 pacientes, com mediana de idade de 51 anos (variando de 18 – 68)e mediana de acompanhamento de 180 dias foram analisados. Leucemia aguda (n= 41; 68%) foi aindicação mais frequente. Em 34 pacientes (57%) houve pelo menos uma reativação. A frequência dereativação entre Alo-TMO aparentado, não aparentado e haploidentico foi de 55%, 67% e 80%. Aprimeira detecção viral ocorreu no D+39 (mediana, variando de D+9 – D+308). Dos 34 reativados,18 (53%) tiveram 2 ou mais recorrências (mediana 3, variando de 2 – 6). A mediana da CV inicial emáxima do primeiro episódio foi de 259 copias/mL (21 – 43 mil) e 4632 (21 – 959 mil), respectivamente.O tempo mediano de duração da viremia foi de 25 dias (3 – 74), atingido um pico de CV no 9o dia (0 –51). A CV inicial não se associou com ser um episódio autolimitado/necessidade de tratamento (p=0,36)ou com o tempo de viremia (p=0,29). A CV mais alta se correlacionou com tempo de viremia (p=0,012)e necessidade de tratamento (p=0,017). Doença por CMV ocorreu em 5 (8,3%) pacientes. Embora houveviremia detectada pelo CMVPCR, em 3 casos essa não foi anterior a instalação da doença.

Conclusão: Reativação de infecção por CMV ocorreu em diferentes frequências no Alo-TMOdependendo do tipo de doador. A carga viral inicial não foi boa preditora de episódio autolimitado oude necessidade de tratamento. Nessa população de alto risco, CMVPCR não foi capaz de identificarprecocemente metade dos casos de CMV doença.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 57

APLICAÇÃO DO LACTATO SÉRICO COMO MARCADOR DE GRAVIDADE NA NEUTROPENIAFEBRIL DURANTE O TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOIÉTICAS (TMO)

Akamine FM1, Oliveira MA1, Marcal AJ1, Gomes RR1, Sanguedo L2, Vieira GM2, Damasceno M2,Valentim MR2, Maiolino A1, Garnica M1,2

1Universidade Federal do Rio de Janeiro2Complexo Hospitalar de Niteroi

Introdução: O lactato sérico é um marcador precoce de sepsis grave e mortalidade, sendo usadoamplamente em pacientes críticos. No contexto da neutropenia febril (NF), poucos estudos validaramesse marcador. Nesse estudo avaliamos a correlação entre o lactato sérico e o desenvolvimento decomplicações durante a neutropenia febril de pacientes submetidos a TMO.

Metodologia: Coorte de pacientes submetidos a TMO em único centro. As amostras de lactatosérico analisadas foram: a obtida na febre inicial (LactNF) e a mais alta da internação (LactHigh). OLactNF foi categorizado pelo valor de referência do kit > 18mg/dL e pela referência na sepsis >20mg/dL. TMO autólogo (AutoTMO) e alogênico (AloTMO) foram analisados separadamente.Consideramos os seguintes desfechos: bacteremia, transferência para centro de terapia intensiva (CTI),tempo de internação e

mortalidade global durante a fase neutropênica do TMO. Testes estatísticos utilizados: Quiquadrado,Exato de Fisher, Mann Whitney, correlação de Spearman, Curva ROC. Significância estatística p 0,05.

Resultados: Foram analisados 77 pacientes, com mediana de idade de 57 anos (variando de 20 – 72anos), sendo 61 (79%) e 16 (21%) AutoTMO e AloTMO, respectivamente. A mediana do LactNF foi10,0 mg/dL (variando de 1,7 – 53) e 11,8 (3,9 – 46) em AutoTMO e AloTMO respectivamente. LactNF>18 e > 20mg/dL ocorreu em 13 (8%) e 7 (12%) dos casos dos AutoTMo e em 5 (31%) e 5 (31%) nosAloTMO. Não encontramos associação estatisticamente significante do LactNF > 18 ou > 20 mg/dLpara os desfechos:

bacteremias, CTI, tempo de internação, ou mortalidade, tanto entre AutoTMO quanto AloTMO. Amediana do LactHigh foi 12,7 mg/dL (variando de 1,7 – 53) e 20,4 (11 – 135) em AutoTMO e AloTMO.Houve correlação entre LactHigh e o LactNF (p<0,01) e com a transferência para CTI (p=0,01). Pelacurva ROC, o LactHigh obteve uma área de 0,77 (IC95% 0,64 – 0,89) para predizer transferencia paraCTI. Não encontramos correlação do LactHigh com os demais desfechos.

Conclusão: O lactato sérico do momento da neutropenia febril não foi preditor de complicações oumortalidade em pacientes submetidos a AutoTMO ou AloTMO. No entanto, o lactato mais alto tevesignificativa correlação com transferência para CTI em AutoTMO.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 58

INFECÇÃO POR ZIKA VÍRUS EM PACIENTE COM NEOPLASIA HEMATOLÓGICASUBMETIDA A TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO:

RELATO DE CASO E SEGUIMENTO DE 1 ANO

Fortunato LR1, Grecco CES1, Junior LGD1, Faria JTB1, Machado CM2, Pereira BBS2, StracieriABPL1, Oliveira MC1, Simões BP1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto2Universidade de São Paulo

Introdução: Atualmente existem poucos dados na literatura sobre as características clínicas dainfecção por Zika vírus (ZIKV) em pacientes imunocomprometidos. Entretanto, a elevada incidência dovírus detectada recentemente em nosso país associada ao crescente número de transplantes de célulastronco hematopoiéticas (TCTH) realizados no Brasil, fazem com que esta associação seja semprelembrada pelos profissionais da saúde que atuam junto aos pacientes submetidos ao TCTH. Desta formao correto diagnóstico e acompanhamento destes pacientes faz-se necessário para uma melhorcompreensão do impacto desta infecção na evolução do pós transplante. Objetivo: Descrever o caso deuma paciente portadora de LMA submetida ao TCTH duas semanas após infecção por ZIKV e seuseguimento após 12 meses do transplante. Relato de caso: Paciente feminina, 16 anos, foi internada em2012 com febre, fraqueza generalizada, dispnéia e hemograma evidenciando contagem de 84% deblastos. O mielograma foi compatível com leucemia mielóide aguda (LMA) M2 e confirmado porcitometria de fluxo. A paciente foi tratada com o protocolo de quimioterapia NOPHO-AML 93 com boaresposta, porém apresentou recaída 34 meses após o diagnóstico inicial. Foi realizada quimioterapia deindução com quatro ciclos do protocolo IDA FLAG, enquanto a paciente aguardava o TCTH. Em marçode 2016, duas semanas antes de iniciar o condicionamento do TCTH, a paciente desenvolveu febre,náuseas e erupção cutânea difusa. Exame de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo realrealizado em amostras de sangue e urina, coletadas sete dias após o início dos sintomas, vierampositivas para ZIKV. A paciente foi tratada apenas com terapia de suporte. A febre diminuiu após doisdias, com resolução completa dos sintomas após cinco dias. Duas semanas após a melhora da febre, apaciente foi submetida ao TCTH alogênico com doador não aparentado 10x10 sem intercorrências. Oenxerto de neutrófilos e plaquetas ocorreram nos dias +27 e +14, respectivamente. No dia +43 após oTCTH, a paciente apresentou erupção cutânea em tronco, sem febre. Foi realizada biópsia cutânea queconfirmou o diagnóstico de doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) aguda. Foi iniciadotratamento com Prednisolona 2 mg/kg/dia, com melhora rápida dos sinais e sintomas. Durante o tempode seguimento de 12 meses, a paciente não apresentou novas intercorrências relacionadas ao TCTHmantendo quimerismo de 100% do doador. Conclusão: O impacto da infecção por ZIKV em pacientessubmetidos a TCTH deve ser avaliado prospectivamente, devido ao reduzido número de casosconfirmados até o momento. No caso da paciente descrita, apesar de a enxertia neutrofílica ocorrer maistardiamente, não houve, ao longo de 1 ano, repercussão clínica ou laboratorial decorrente da infecçãoinicial pelo ZIKV.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 59

DOENÇAS IMPEDITIVAS PARA SER DOADOR DE MEDULA ÓSSEA – QUANTITATIVO DEDIAGNÓSTICOS DE HEPATITES B E C NA REGIÃO NORTE DE 2007 A 2015.

Barbosa IM1, Fecury AA1

1Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Introdução: De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a presença de hepatiteB é estimada em 257 milhões de indivíduos no mundo; já a hepatite C crônica é avaliada em 71 milhõesde pessoas no aspecto global. Torna-se essencial, portanto, o estudo dessas duas afecções. A infecçãopelos vírus HBV e HCV estão entre os critérios impeditivos para o indivíduo ser doador de medulaóssea. Por isso, e pela grande prevalência no norte do Brasil de tais enfermidades, essa composição tevecomo foco a quantificação dos casos das hepatites B e C na região norte do país. Objetivos: Quantificaro número de casos notificados de infecção pelo vírus da hepatite B e C no norte brasileiro do ano de2007 a 2015. Material e Métodos: Usaram-se dados acerca de diagnósticos confirmados obtidosno DATASUS (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/hepabr.def). No que se referea hepatite B, tendo como marcadores de base o HBsAg e o anti-HBc IgM; em relação a hepatite C,utilizou-se o marcador anti-HCV. Resultados: O número total de testes realizados no período foi comuma todos os marcadores (47.327). Analisando primeiro os marcadores tocantes à hepatite B, o HBsAgteve 37,7% de testes reagentes. Ainda em porcentagem, o ano de maior resultado foi 2015, com 47,6%(2.078) de análises positivas, contra 31,5% (1.230) do ano de 2007. O menor resultado para o marcadorem consideração foi em 2009, 23,5% (1.178); no que se refere ao anti-HBc IgM, houveram 2,41% deexames reagentes considerando o total. O período com maior porcentagem de positividade, considerandoo número de testes realizados naquele ano, foi 2007, com 4,4% (172). O menor resultado foi 1,38%(69), em 2012. Já sobre a hepatite C, o anti-HCV foi encontrado em 13,39% (6.340) do total de testesrealizados. Houve maior incidência, considerando o número de exames analisados a cada ano, em 2015,com 18,7% (817) de resultados reagentes para o marcador. E os menores quantitativos foram em 2007,com 7,7% (303). Discussão: com relação a infecção pelo HBV, há valores elevados para o marcadorHBsAg, mostrando uma grande parcela da população infectada – quase 40% da amostra em estudo. Noentanto, não se tem número nem aproximadamente tão alto quando se analisa o anti-HBc IgM, indicandoa que a maioria dos indivíduos cujos exames vieram positivos para HBsAg possui infecção crônica porHBV ou em fase inicial. Avaliando o marcador para hepatite C, apesar dos números não serem tãoelevados quanto os da doença anterior, eles têm a característica de serem progressivos, visto que osmenores resultados são dos anos iniciais e houve cerca do dobro de aumento de casos de 2007 para 2015.Conclusão: As taxas de infecção têm sofrido aumento, o que pode impactar na aptidão de candidatospara doação de medula óssea.

Palavras-chave: doação, medula óssea, critérios, hepatite.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 60

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE MÉDICOS HEMATOLOGISTAS SOBRE O MANEJODAS COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS NO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO

HEMATOPOÉTICAS (TCTH)

Guaraná M1, Nucci M2

1Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ)2Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ)

Introdução: Infecção é a principal complicação nos receptores de transplante de células troncohematopoéticas e está associada a alta morbidade e mortalidade. O risco de infecção, tipo de patógeno eo momento em que ocorre varia de acordo com o tipo de transplante (autólogo ou alogênico). Aatualização contínua é importante e ao mesmo tempo desafiadora para o médico, tendo em vista asconstantes modificações na epidemiologia das infecções, o aumento na resistência a antimicrobianos esurgimento de novos fármacos. Objetivo: identificar o nível de conhecimento da comunidade dehematologistas sobre o manejo das complicações infecciosas no cenário do TCTH. Metodologia:Médicos hematologistas que tratam de hemopatias malignas, anemia aplástica ou que realizamtransplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) foram convidados a participar da pesquisa, deforma anônima, respondendo a um questionário contendo 20 questões de múltipla escolha. Áreas deconhecimento exploradas foram epidemiologia, fatores de risco, profilaxia, diagnóstico e tratamento.Resultados: No total, 77 médicos responderam o questionário, com mediana de idade de 37 anos(variação 26-63) e a maior parte do RJ e SP (71,5%). A maioria atua no campo das hemopatiasmalignas (40%) e em instituições públicas e privadas (45.5%). A mediana da nota em geral foi 5,0(variação 0,5 a 9,0). Profissionais com atuação em ambas áreas de hemopatias malignas e TCTHtiveram nota maior que profissionais sem atuação nessa área (6,0, variação 3,0 – 8,5 x 5,5, variação 2,5– 9,0, p<0,001). As questões com maior número de erro foram aquelas relacionadas a infecção porCMV pós TCTH (89.6%) e ao tratamento da doença fúngica invasiva (85.7%). Os maiores índices deacertos foram nas questões sobre tiflite (80,5%) e uso de antibiótico empírico no neutropênico febril(76,6%). Quatro questões foram consideradas críticas porque respostas erradas levariam a condutaameaçadora da vida do paciente. O índice de acerto nessas questões foram 50,6%, 68,8%, 76,6% e80,5%. Conclusão: As informações obtidas através da aplicação do questionário servirão paradesenvolver ferramentas de educação visando o preenchimento das lacunas no conhecimento médicoidentificadas neste trabalho.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 61

MODIFICAÇÕES NO ESQUEMA ANTIBIÓTICO EMPÍRICO NO TRANSPLANTE AUTÓLOGODE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS (ATCTH)

Guaraná M1, Nucci M2

1Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)2Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Introdução: Neutropenia febril (NF) ocorre em >80% dos aTCTH, com duração de neutropeniaentre 7 e 14 dias. Febre persistente depois do início de terapia antibiótica empírica é frequente e, namaioria das vezes, não requer mudanças no esquema terapêutico. Entretanto, a maioria dos médicosacaba acrescentando um outro antimicrobiano ou mudando o esquema, aumentando custos, toxicidade ea pressão seletiva para a emergência de microorganismos resistentes. Neste trabalho analisamos afrequência de febre persistente e as mudanças no esquema antibiótico empírico em receptores deaTCTH em uma instituição que segue critérios rígidos para mudanças no esquema empírico.Métodos:Foram revistos todos os aTCTH realizados entre 2011 e março de 2017, e selecionados os pacientes quereceberam monoterapia com cefepime durante o período de NF. Analisamos a frequência dedocumentação de infecção, febre persistente, febre recorrente, modificações no esquema empírico,razões para as modificações e o desfecho até a recuperação medular.Resultados: Durante o período deestudo 124 pacientes desenvolveram NF e 85 receberam cefepime. Febre persistente no D4 de cefepimeocorreu em 35 pacientes (41,2%), 19 dos quais (54,3%) tiveram mudança no esquema inicial:carbapenem (n=10), metronidazol (n=6), vancomicina (n=2) e piperacilina-tazobactam (n=1). No D7,15 pacientes tinham febre (17,6%), e 2 tiveram mudança no esquema (metronidazol). No total, 17pacientes receberam carbapenem (20%), 10 receberam vancomicina (11,8%) e 14 receberammetronidazol (16,5%). Antifúngico não profilático foi usado em apenas 2 pacientes (2,3%), por sinusitepor aspergilose e fusariose invasiva, respectivamente. A mortalidade foi de 2,4% (2pacientes).Conclusões: A aplicação de critérios rigorosos onde é desaconselhada a troca de antibióticopor febre persistente sem outras manifestações resulta em menor utilização de antimicrobianos semcomprometer o sucesso do manejo da NF.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 62

ANÁLISE EFETIVA DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA A UNIDADE DEONCO HEMATOLOGIA DESTINADA AO TRANSPLANTE DE CÉLULA TRONCO

HEMATOPOIÉTICA

Vasques FS1, Sola AF1, Martin YC1, Guedes EDS1, Silva W1, Pires RP1, Tranchesi RAM1, PignatariACC1

1Hospital 9 de Julho

INTRODUÇÃO: As ações de controle de infecção em uma unidade onco hematológica (OH)destinada a transplante de célula tronco hematopoiética (TCTH) está diretamente ligada ao controle doambiente, vigilância dos dispositivos invasivos, e manejo das infecções bacterianas, fúngicas e virais.No controle do ambiente é importante avaliar qualidade da água e do ar, atentar às reformas econstruções dentro da unidade e /ou áreas próximas e verificar a limpeza das superfícies e instalações.Embora não exista uma norma específica para unidade de TCTH a respeito do controle da qualidade daágua, além das recomendações descritas na Portaria MS nº1469/2011, a fim de que a água se torneadequada ao consumo humano, é de fundamental importância estabelecer estratégias de controle para seevitar aerossolização e que a mesma fique parada por risco de infecções por microrganismos carreadospela água. OBJETIVO: Avaliar a eficácia e custo benefício entre dois métodos seguros de tratamento deágua destinada a unidade OH. O primeiro refere a utilização de filtro bactericida acoplado nos pontos desaídas de água do quarto do paciente; o segundo foi um sistema elétrico de par de eletrodos compostospor íons de cobre e prata acoplados na tubulação do sistema de água da OH. MÉTODO: Trata-se de umestudo quantitativo comparativo realizado em uma unidade de OH de um hospital privado na cidade deSão Paulo. O período de avaliação foi dividido em duas partes: primeira, de fevereiro/2015 afevereiro/2016 com o uso do filtro bactericida em três pontos de saída de água no quarto de cadapaciente, sendo trocado a cada 14 dias (recomendação do fabricante); segunda parte, de março/2016 amarço/2017 com o uso do sistema elétrico de par de eletrodos de íons de cobre e prata acoplados natubulação central do sistema de água da unidade OH. Para avaliação da eficácia, foram feitas análisemicrobiológica mensalmente dos pontos de saída de água do quarto do paciente. Para avaliação docusto, foi calculado o gasto com consumo do filtro e com o processo de implantação da estrutura dosistema de ionização por cobre e prata e manutenção, ambos no período de um ano cada.RESULTADO: A análise microbiológica da água nos dois métodos de tratamento de água mostrou-seseguro e eficaz, pois não houve crescimento de microrganismos (bactérias heterotróficas, E. coli ,fungos e leveduras); não foi pesquisado Legionella spp . Em relação ao custo, o sistema elétrico de parde eletrodos de íons de cobre e prata, apresentou ser mais rentável em 53,74%. Embora seuinvestimento seja maior de início, observou-se que meio ano de uso de filtro, equivaleu um ano do outrosistema. CONCLUSÃO: Manter um ambiente seguro para os pacientes de OH é fundamental paraminimizar os riscos de adquirir uma infecção, porém avaliar os meios (financeiro e ecológico) paragarantir esta segurança também devem ser levados em conta no processo de prevenção e controle deinfecções.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 63

TRANSFUSÃO DE GRANULÓCITOS COMO TRATAMENTO ADJUVANTE PARA FUSARIOSEDISSEMINADA EM PACIENTES PRÉ ENXERTIA DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO

HEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO NÃO-APARENTADO: SÉRIE DE 2 CASOS

Araujo CES1, Cardoso DK1, Carvalho PDR1, Melo AL1, Sá FV1, Santos FFD1, Manrique MR1,Ferreira GSA1, Bettarello G1

1Instituto de Cardiologia do Distrito Federal

Introdu çã o: As infecções fúngicas invasivas(IFI) são uma das principais causas de morte empacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) . A fusariose está entreas 3 IFI’s mais frequentes e, geralmente, é refratária ao uso de antifúngicos convencionais. O uso deimunoglobulina anti-timocítica (ATG) e leucemia mieloide aguda são fatores de risco para odesenvolvimento de fusariose nos primeiros 40 dias pós transplante. A transfusão de granulócitos(TG),apesar de ainda controversa, é utilizada há mais de 50 anos em pacientes neutropênicos comoprevenção e tratamento adjuvante das IFI’s, principalmente no cenário do TCTH. O início precoce daterapia e a contagem elevada de granulócitossão fatores determinantes para o sucesso do tratamento.Objetivo: Descrição de 2 casos de fusariose pré enxertia medular em TCTH Alogênico não-aparentado(TCTH NAP) com TG como tratamento adjuvante no período de Outubro/16 a Maio/17 no Instituto deCardiologia do Distrito Federal - ICDF. Relato de casos: Paciente MLO, 11 anos, diag de AnemiaAplastica Grave, submetido a TCTH-NAP (condicionamento mieloablativo com ATG) apresentou febrepersistente, lesões cutâneas difusas típicas com micologia direta e hemocult positivas para Fusarium sp.no D+13. Recebeu tratamento antifúngico com Anfo B+Voriconazol e a 1a TG 36hs após diagnósticoclínico das lesões. A melhora clínica das lesões iniciou após a 1a dose e remitiu febre após a 2a dose.Pcte BLA, 19 anos, diag de LMA, submetida a TMO-NAP(cond com intensidade reduzida devido aecocardio com FE 48%). Histórico de fusariose prévia ao transplante (durante a indução da leucemia)com surgimento de novas lesões no D+7 sendo iniciado precocemente a TG e Anfo B+Voriconazol.Recebeu o total de 11 doses entre o D+9 e D+28, com remissão dos picos febris e melhora clínica daslesões após a 2a e 3a infusão respectivamente. Em ambos casos o tto foi suspenso após sinais deenxertia. Até o momento ambos pacientes seguem sem novas lesões em profilaxia comVoriconazol.Discuss ã o: Nos casos relatados foram realizados 14 granulocitoaféreses variando entre0,27 a 9,3x1010(mediana de 5,84x1010). O tempo médio para início do tratamento foi de 39hs após odiagnóstico clínico. Em concordância com a literatura, o início precoce e um número adequado degranulócitos coletados em cada aférese foram determinantes para o sucesso da terapia instituída,principalmente quanto a melhora clínica das lesões e remissão dos picos febris. Também emconcordância com os estudos epidemiológicos, os fatores de risco (LMA e uso de ATG) se mostrarampresentes em nossos casos relatados. Conclus ã o: É fundamental o rápido diagnóstico, início precocedo tto e aférese satisfatória para maior eficácia da terapêutica. Ainda são necessários estudos comamostragem maior que os atuais para determinar o real impacto da TG na sobrevida dos paciente pósTCTH NAP com fusariose disseminada.

Fusariose, TMO, transfusão de granulócitos

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 64

CRITÉRIOS IMPEDITIVOS PARA SER DOADOR DE MEDULA ÓSSEA – QUANTITATIVO DEDIAGNÓSTICOS DE SIDA NA REGIÃO NORTE DE 2005 A 2015.

Barbosa IM1, Carneiro LQC1, Ribeiro LA1, Abreu MWB1, Soares NJA1, Fecury AA1

1Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é uma infecção sexualmentetransmissível, causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi, primeiramente, reconhecidana década de 1980 nos EUA e atualmente possui incidência mundial. No Brasil, possui uma grandeatenção pela transmissão ainda ser alta, comparada a outros países. No entanto, o tratamento é eficazquando a infecção é descoberta precocemente. Um importante fato é que a infecção é um impeditivopara doação de medula óssea, propondo uma parcela da população que não está habilitada a esta ação.Objetivos: Quantificar os casos de SIDA na região Norte do Brasil entre os anos de 2005 e 2015.Material e Métodos: Foram coletadas informações no banco de dados DATASUS(http://www2.aids.gov.br/cgi/deftohtm.exe?tabnet/br.def) acerca dos casos confirmados da doença nonorte brasileiro. Resultados: Nesse período de dez anos foram diagnosticados 36.544 casos de SIDAna região norte, sendo 2014 o ano com maior número (4.486), o qual obteve um aumento de 113% emrelação ao ano de 2005. A faixa etária predominante é de 20 a 34 anos (47%), ressaltando o aumento de238% de 2005 a 2015 da ocorrência de SIDA em pessoas com mais de 65 anos. Constatou-se queindivíduos do sexo masculino são os mais afetados pela condição (63%). Entre os estados, o Paráliderou o ranking da região, compondo 43% de seu total, com 16.005 indivíduos acometidos.Discussão: Pelos números, nota-se os valores aumentados quando se compara o ano inicial de análise e2015. Mais ainda, mesmo tendo um predomínio pela faixa etária jovem (20 a 34 anos), há uma elevaçãoconsiderável de valores em idades superiores a 65 anos. Também há o fato de que se tem um domíniomasculino nos casos diagnosticados. Conclusão: Um aumento no número de casos de SIDA no nortedo país foi constatado, o que interfere diretamente na possibilidade desses indivíduos de doar medulaóssea.

Palavras-chave: medula óssea, SIDA, doação, critérios.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 65

INFLUÊNCIA DA VARIANTE D DO GENE MBL-2 EM PACIENTES HANSENIANOS DAREGIÃO NORTE E NOROESTE DO PARANÁ, SUL DO BRASIL

Tiyo BT1, Colli CM1, Souza MCE1, Alves HV1, Visentainer JEL1

1Universidade Estadual de Maringá

O Brasil tem a segunda maior prevalência para hanseníase no mundo. Esta doença é causada peloMycobacterium leprae ou M. lepromatosis , acometendo principalmente a pele e os nervos periféricos.Pela classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), pacientes com até cinco lesões cutânease/ou um tronco nervoso acometido são considerados paucibacilares (PB), e aqueles com mais de cincolesões e/ou mais de um tronco nervoso acometido, multibacilares (MB). Ao se infectar pelo bacilo, umindivíduo pode ou não desenvolver a hanseníase, dependendo dos fatores genéticos que determinarão aeficiência da resposta imune contra a doença. Polimorfismos em vários genes da resposta imune já foramassociados com o desenvolvimento da hanseníase. A lectina ligante de manose (MBL) é uma proteínasérica, constituinte da imunidade inata, com papel central na ativação do sistema complemento pela viadas lectinas. O gene humano que codifica a MBL é chamado de MBL-2 e compreende 4 éxons e 3 íntrons,localizado no cromossomo 10. Polimorfismos no MBL-2 podem interferir nos níveis dessa proteína. Opolimorfismo no códon 52 do éxon 1 desse gene é caracterizado como variante D, no qual uma argininaé substituída por uma cisteína, ocasionando a diminuição na concentração de MBL circulante, podendoser relacionado com a maior susceptibilidade a doenças infecciosas. Assim, o objetivo do trabalho foiinvestigar a influência do polimorfismo no códon 52 do éxon 1 de MBL-2 (variante D) em pacienteshansenianos da região norte e noroeste do Paraná. Foram selecionados 44 pacientes e 41 controles(contatos não consanguíneos dos pacientes com hanseníase) para este estudo, previamente aprovadopelo CEP-SESA/HT (400/2011) e CEP-UEM (464.158/2013). A variante D foi detectada por PCR-SSP(Polymerase Chain Reaction-Sequence Specific Primers ). Foi utilizado o programa OpenEpi Versão 2.2para as análises estatísticas. Dos 44 pacientes com hanseníase, 31 (70,4%) eram homens, a idade variouentre 21-86 anos (média: 54,4 ±13,3) e foram classificados como MB (34) e PB (10). Em relação aoscontroles, 24/41 (58,5%) eram mulheres, e a idade variou entre 19-105 anos (média: 63,5 ±20,3) anos.A variante D no códon 52 do éxon 1 do gene da MBL-2 foi detectada em oito (18,2%) pacientes, destes,seis eram MB e dois, PB. Não houve diferença estatística entre a presença da variante D nos pacientesMB e PB. Nos controles, a variante D foi observada em quatro (9,7%) indivíduos. Apesar dos dadosnão terem apresentado significância estatística, nota-se que a frequência da variante D foi praticamenteo dobro nos pacientes em relação à observada nos controles. Estes são resultados preliminares, maiornúmero de amostras de pacientes e controles, bem como outros polimorfismos no gene da MBL-2 devemser investigados para concluir se polimorfismos neste gene podem ser associados com a susceptibilidadeou resistência à hanseníase.

Palavras-chave: Polimorfismo genético, Lectina de Ligação a Manose, Hanseníase

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 66

PERFIL DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM UMA UNIDADEDE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA PEDIÁTRICA

Giamberardino HI1, Matucheski BD1, Rett PF1, Fabro ALMR1, Ferro TL1, Bonfim C1

1Hospital Pequeno Principe

INTRODUÇÃO : O Transplante de Medula Óssea (TMO) é uma opção de tratamento à pacientescom doenças onco –hematológicas com prognóstico grave e reservado. Este grupo de pacientes sãomais vulneráveis ao desenvolvimento de infecções relacionadas à assistência à saúde(IRAS),devido àcondição de imunossupressão,período de neutropenia,internações de repetição, longa permanência e usode dispositivos invasivos.

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil epidemiológico das IRAS em pacientesque realizaram TMO em hospital pediátrico de cuidados quaternários.

MÉTODO : Estudo retrospectivo por meio dos dados do Serviço de Epidemiologia e Controle deInfecção Hospitalar (SECIH). Foram incluídos todos os pacientes hospitalizados submetidos ao TMOdesde a implantação do Serviço de TMO em Abril de 2011 a Dezembro 2016, diagnosticados comIRAS.

RESULTADOS: No período do estudo foram realizados 82 transplantes, sendo 63% do gêneromasculino e 37% do feminino. Dos 82 pacientes transplantados, 45 pacientes (55%) evoluíram com pelomenos um episódio de IRAS, totalizando 59 casos, sendo que 29 (49%) destes episódios de infecçãoocorreram antes do paciente entrar no período de neutropenia, e 30(51%) apresentaram a infecção noperíodo de neutropenia, o tempo entre a realização do TMO e a identificação do primeiro episodio IRASde é de 18 dias.

As topografias mais prevalentes foram: 24%(14) Infecção Primária de Corrente Sanguínea (IPCS)clínica; 17%(10) IPCS confirmada laboratorialmente; 15%(9) Infecção Associada ao Cateter VenosoCentral (IAVC); 15%(9) Pneumonia;8%(5) Síndrome gripal(sendo 3 (60%) do casos tiveram resultadopositivo para Rinovírus e 2 (40%) parainfluenza tipo 3); 2;8%(5)Trato gastrointestinal;13%(7) outrastopografias(boca,pele, infecção de trato urinário,otite média aguda (OMA)). Dos 10 episódios de IPCSconfirmadas laboratorialmente foram identificados os seguintes agentes etiológicos: 40%(4)Staphylococcus epidermidis; 10%(1) Serratia marcescens ;10%(1) Candida albicans ;10%(1) Candidaparapsilosis; 10%(1) Candida kefyr; 10%(1)P. Aeruginosa; 10%(1) Streptococcus do grupo viridans.

CONCLUSÃO: Nesta série histórica observamos que a principal topografia foi a IPCS,concordante com a literatura. Com relação a etiologia ainda existem dificuldades no isolamento devidoaos esquemas de antimicrobianos profiláticos, utilizados de rotina nos protocolos clínicos, resultandonúmero significativo de hemoculturas negativas. Mais estudos são necessários para aprofundar oconhecimento da epidemiologia neste grupo de pacientes e buscar estabelecer quais são as açõespreventivas de real impacto.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 67

REATIVAÇÃO DE CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTES TRANSPLANTADOS DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS COM DEPLEÇÃO IN VIVO DE LINFÓCITOS T

Bittencourt MCB1, Ramos JF1,2, Atanazio MJ1, Silveira DRA1, Compte LCM1, Batista MV1,2, CostaSF1,2, Schmidt-Filho J1, Rocha V1

1Disciplina de Hemtalogia e Hemoterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade deSão Paulo

Palavras-chave : transplante alogênico, reativação viral, ciclofosfamida, alemtuzumabe, globulinaantitimocítica. Introdução : Diferentes estratégias de depleção de linfócitos T têm sido empregadas notransplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênico, dado o aumento de TCTH comdoadores aparentados com incompatibilidade de antígeno leucocitário humano (HLA) e nãoaparentados. Tais estratégias têm impacto sobre a reconstituição imune e o risco infeccioso,especialmente quanto à reativação de citomegalovírus (CMV), cuja soroprevalência é alta na populaçãobrasileira. Objetivos: Descrever a ocorrência de reativação por CMV em pacientes cujo TCTHenvolveu estratégia de depleção de linfócitos T, entre janeiro de 2014 e dezembro de 2016. Material eMétodo: Estudo retrospectivo, descritivo, com dados coletados de prontuário eletrônico. Resultados:No período do estudo foram realizados 32 TCTH alogênicos com diferentes estratégias de depleção invivo de células T, sendo 13 com ciclofosfamida pós-TCTH (haploidênticos), 8 com alemtuzumabe e 11com globulina antitimocítica (ATG). A fonte de células progenitoras foi medula óssea em 28,1% (N=9)e sangue periférico em 71,9% (N=23) dos casos. Doador e receptor apresentavam soropositividadeconcordante para CMV em 93,1% (N=27) dos pares avaliáveis. A mediana de seguimento da coorte foide 338 dias. Doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) agudo foi observada em 17 (53,1%)pacientes e DECH crônico em 10 (43,4%) pacientes; dos que receberam ciclofosfamida, alemtuzumabee ATG, 42,8%, 50% e 63,6% tiveram DECH agudo e 45,4%, 28,5% e 60% tiveram DECH crônico,respectivamente. A incidência acumulada de reativação de CMV na coorte foi de 78,1%, sendo 92,3%,87,5%, 63,6% nos pacientes que receberam ciclofosfamida, alemtuzumabe e ATG, respectivamente,com tempo mediano para reativação viral de 27,5, 8,5 e 20 dias. Dois casos evoluíram com doença porCMV - pneumonia e retinite -, ambos no grupo de TCTH haploidêntico; o primeiro foi a óbito peladoença. A porcentagem de óbitos precoce, antes do D+100, foi de 28,1% (N=9) na coorte, sendo15,3%, 12,5% e 54,5% nos pacientes que receberam ciclofosfamida, alemtuzumabe e ATG,respectivamente. Discussão: A reativação de CMV foi alta, independente da estratégia utilizada,embora mais precoce no grupo que recebeu alemtuzumabe. A menor reativação no grupo que recebeuATG pode estar subestimada pela maior mortalidade precoce neste grupo. Doença por CMV foiobservada apenas no grupo de TCTH haploidêntico. Conclusões: Reativação viral por CMV empacientes submetidos à TCTH alogênico com depleção de linfócitos T é muito frequente, sendo notávela sua precocidade com uso de alemtuzumabe, o que pode sugerir a necessidade de vigilância precoce oumesmo indicação de profilaxia universal para esse subgrupo.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 68

ZIKA AND CHIKUNGUNYA VIRUS INFECTIONS IN CANCER PATIENTS

Emmel V1, Gama B1, Macedo D1, Vera-Lozada G1, Arcuri I2, Lerner D1, Schirmer M1,3, Abdelhay E1,Martins IS4, Hassan R1

1Centro de Transplante de Medula Óssea – CEMO, Instituto Nacional de Câncer– INCA2Serviço de Hematologia-INCA3CCIH, CEMO-INCA4CCIH, HCI-INCA

Aims. To describe epidemiological, clinical and virological aspects of ZIKV and CHIKV infectionsin cancer patients. Patients and Methods. Inclusion criteria were defined as exanthema and fever,with/without pruritus, non-purulent conjunctivitis, adenomegaly, fever, headache, neurologicalsymptoms, myalgia, arthralgia, blood dyscrasias, limb edema and absence of flu suggestive respiratorymanifestations. Viral load quantitation was performed by TaqMan®RT-qPCR for ZIKV, CHIKV andDENV serotypes 1-4. Results. 42 cancer and 23 immunocompetent patients were included; 10/42cancer pts. from the transplantation setting (CEMO) and 32 from INCA’s Oncological clinics. In 18/32(56.25%) cancer and in 3/10 transplanted pts (30%) at least one virus was detected, while 83% ofpreviously healthy individuals had a positive result. In cancer pts, 4/18 (22%) had ZIKV, 13/18 (59%)CHIKV, and one case with sequential ZIKV and CHIKV infections. In controls, frequencies wereCHIKV+ 47%, ZIKV+ 42%, CHIKV+ZIKV+ 5% and DENV-1+ 5%. Of the 14 CHIKV+ cancer pts, 7were adults and 7 children; all the adults had hematological malignancies (3 CML, 2 AML and 2Hodgkin lymphoma) while 6/7 children had solid tumors. Besides infection symptoms, 83% of cancerpts exhibited anemia, 67% leukopenia, 50% disturbance of differential count, and 50%thrombocytopenia. No statistical differences were observed with the non-infected cancer group, exceptby leukopenia (67 vs 23%, p=0.03). Three patients submitted to allo-HSCT were infected with ZIKV (1AML, haploidentical HI; 1 CML unrelated HSCT) and CHIKV (CML, late allo-HSCT), in thepost-transplant period. One patient was infected with CHIKV 60 days before a HI transplant, while intreatment for AML. All but the patient infected at late stage had TR-complications (2 deaths), althoughat this moment, it is not possible to confirm the viruses’ clinical impact. Additionally, we investigatedthe choice sample in 11 pts with paired plasma, serum and urine; 90% showed positive results in serumand plasma and 81% had a positive result in urine. Viral loads were higher in serum (7.13 log10) andplasma (7.19 log10) than in urine (4.58 log10) with no differences between cancer patients and controls.Aiming to know whether a virus strain would be preferentially associated to the cancer condition, asegment of CHIKV E1 gene was sequenced in 19 cases, showing 98-99% homology with ECSAgenogroup in all circulating CHIKV. No differences were observed in polymorphisms between cancerand community individuals. Conclusions. The apparent trend to CHIKV detection in cancer pts islikely due to CHIKV symptoms penetrance and overlap of cancer vs ZIKV infection symptoms. Theimpact of ZIKV and CHIKV infections in early transplant periods deserve further studies. Serum andplasma are equivalent samples for CHIKV as well as for ZIKV diagnosis, being the urine an importantcomplement. Key-words: ZIKV, CHIKV, cancer, hematopoietic stem-cell transplantation

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 69

INFECÇÃO POR TSUKAMURELLA INCHONENSIS PÓS TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEAAUTÓLOGO: PRIMEIRO RELATO NO BRASIL

Melo AL1, Castro FFDS1, Bettarello G1, Cardoso DK1, Carvalho PDR1, Araujo CES1, Moura ELB2

1Instituto de Cardiologia do Distrito Federal2Hospital Santa Luzia

Introdução : Infecção bacteriana por Tsukamurella inchonensis é rara e potencialmente fatal empacientes imunocomprometidos. Trata-se de um bacilo gram positivo aeróbico encontrado no ambienteem solo, lodo e água, que pode provocar infecção de corrente sanguínea e pulmonar potencialmentegrave em paciente imunossuprimidos. Há menos de 25 casos de infecção por essa bactéria relatados atéo momento. Relato do caso: paciente feminina, 53 anos, com diagnóstico de Mieloma Múltiplo,submetida a Transplante Autólogo de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) em resposta parcialapós 8 ciclos de CTD (ciclofosfamida, talidomida e dexametasona). Recebeu condicionamento comMel200, infusão de 3,3x106 células CD34/kg em cateter permicath e apresentou enxertia no D+12. Nafase de neutropenia, evoluiu com infecção de corrente sanguínea por Tsukamurella inchonensis sensívela vancomicina e infecção urinária por Klebsiella pneumoniae multissensivel, sendo tratada comcefepime (posteriormente trocado por meropenem) e vancomicina. Recebeu alta no D+13, afebril, paraseguimento ambulatorial. Evoluiu com reativação de Citomegalovírus no D+20 (antigenemia: 5células), sendo iniciado ganciclovir, com excelente resposta. No D+38 apresentou febre, sendo iniciadocefepime em regime de Hospital Dia. Na ocasião, urocultura evidenciou Staphylococcus hominissensível a gentamicina e vancomicina (resistente a oxacilina) e hemoculturas (2 amostras consecutivascoletadas em vigência de febre com 5 dias de intervalo) com Tsukamurella inchonensis sensível avancomicina. Foi então internada e manteve tratamento com vancomicina. Como persistiu febril porvários dias apesar de estar vigência de vancomicina, normalização da urina, PCR para citomegalovírusindetectável e tomografias sem sinais de infecção, foi retirado o cateter permicath (cultura da pontanegativa), o que promoveu resolução da febre. Materiais e métodos: inicialmente foram visualizadosbacilos Gram positivos no Gram direto dos frascos de hemocultura, com subsequente repique em ágarchocolate, ANC columbia e MacConkey. Houve crescimento em todos os ágares semeados e a posterioridentificação por técnica de MALDI-TOF (Matrix Assisted Laser Desorption IonizationTime-of-Flight). , sendo identificada como Tsukamurella species. A confirmação da espécie foirealizada por testes de crescimento a 42ºC e hidrólise de xantina, hipoxantina e tirosina, compatíveiscom Tsukamurella inchonensis . Discussão: A identificação dessa bactéria é um desafio, uma vez queespécies de Tsukamurella compartilham características fenotípicas com bactérias dogênero Actinomycetales , sendo facilmente confundidas. Trata-se do primeiro caso de infecção porTsukamurella inchonensis relatado no Brasil. Conclusão: Assim como na maioria dos casospublicados, nossa paciente também apresentou infecção provavelmente relacionada ao cateter, cujacultura da ponta pode ter sido falseada pelo uso de antimicrobianos de amplo espectro.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 70

ÍNDICE DE INFECÇÃO RELACIONADO A CATETER VENOSO CENTRAL EM PACIENTESTRANSPLANTADOS DE MEDULA ÓSSEA: UM INDICADOR DE QUALIDADE

Andrade RO1, Atalla A1, Ribeiro RC1, Morais PAG1, Santos PED1, Ornellas BC1, Pivari RB1, MottaLC1

1Hospital Monte Sinai

Os cateteres venosos centrais são amplamente utilizados em pacientes receptores de transplante demedula óssea, já que demandam longo período de internação e complexa terapia medicamentosa. Ainfecção relacionada a esses cateteres vem sendo tema de revisões cientificas e uma grande preocupaçãopara a gestão dos serviços de saúde e núcleos de segurança do paciente. Desenvolver indicadores quepromovam uma assistência de qualidade e baseada em evidência torna-se primordial para o sucessoorganizacional. O presente trabalho teve como objetivo analisar o índice de infecção através deresultados microbiológicos realizados em amostras coletadas em cateter de pacientes submetidos aotransplante de medula óssea autólogo e evidenciar a utilização desse respectivo índice como importanteindicador de qualidade assistencial. Tratou-se de um estudo retrospectivo e quantitativo, envolvendo 48pacientes do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital Monte Sinai de Juiz de Fora – MG,entre 2014 e 2017. Foram analisados os resultados microbiológicos de hemoculturas coletadas duranteo evento febril, de ambas as vias dos cateteres venosos centrais duplo lúmen tipo Arrow, dos pacientessubmetidos ao transplante de células progenitoras hematopoiéticas. A coleta de dados foi realizada viaprontuário eletrônico do hospital. A análise microbiológica bacteriana e fúngica envolveu todos ospacientes que se enquadraram no protocolo de neutropenia febril padronizado pelo serviço (doisepisódios de temperaturas axilar igual a 37,6°C no intervalo de 12 horas ou um episódio igual ousuperior a 37,8°C). Dos 48 pacientes transplantados, apenas 1 paciente não atendeu aos critérios deinclusão. Dentre as 94 amostras coletadas, detectou-se um quantitativo de 4 amostras com culturaspositivas, sendo isolados Staphilococcus aureus coagulase negativo, Staphilococcusepidermidis e Acinetobacter lwoffii. Trabalhos demonstram que infecção relacionada a cateter empacientes críticos pode variar entre 12% a 15%, tendo como principal microorganismo presente nasculturas Acinetobacter sp e Staphilococcus sp . No cenário analisado, o índice de infecção relacionadaa cateter foi de 4% e confirmou o gênero de microorganismos de prevalência nesses tipos de infecções.Diversos fatores podem estar relacionados ao baixo índice infeccioso encontrado na unidade estudada, epara esse achado evidenciamos boas práticas assistenciais exercidas pela equipe multidisciplinar,englobando treinamentos, planos de capacitação e protocolos bem definidos. Pesquisadores sobre atemática alertam que a qualidade da assistência à pacientes com cateter venoso central está diretamenterelacionada com o risco de infecção. O trabalho desenvolvido conseguiu evidenciar que o índice deinfecção relacionada a cateter em pacientes submetidos ao TMO pode ser utilizado como ferramentagerencial a fim de aferir a qualidade do serviço prestado. PALAVRAS-CHAVE: transplante de medulaóssea, infecção e gerência de qualidade.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 71

A INTERFACE DA UNIDADE DE TCHT COM SERVIÇO DE INFECÇÃO HOSPITALAR COMOFERRAMENTA DE MELHORIA ASSISTENCIAL

Moreno L1, Mendes AV1, Barcia C1, Santana P1, Júnior JNC1, Vieira GM1, Freitas TT1, Oliveira M1,Salvino MA1, Barberino G1

1Hospital Sao Rafael-Salvador

Introdução : Infecção permanece como uma das principais causas de mortalidade precoce e tardiano paciente pós Transplante de Células tronco hematopoi[éticas ( TCTH). Estima-se que a mortalidadedireta relacionada ao transplante autólogo seja ao redor de 5% e alogênico possa chegar a 20%. Poreste motivo, é de grande importância início adequado de profilaxias e tratamento, quando necessário,alocação local correta, avaliação diária de equipe multidisciplinar, incluindo Serviço de Controle deInfecção Relacionada a Assistência à Saúde ( SCIH), com intuito de melhoria de processos e auxílio àequipe assistente quando necessário.

Objetivos : Apresentação de modelo de Interface SCIH – serviço de TCTH com finalidade demelhoria de qualidade da Assistência ao paciente Transplantado de Medula óssea.

Material e Métodos : Análise diária, em tempo real dos pacientes, com auditoria deantimicrobiano profilático e terapêutico, com estratégia de garantir uso racional dos mesmos; visitassemanais, multidisciplinares, com ferramenta construída em EXCEL com principais dados/ históricodos pacientes, além de auditoria e avalição de dispositivos invasivos em uso. Trabalho conjunto comNúcleo de Qualidade, na auditoria de neutropenia febril; e com microbiologia institucional, visandoredução no tempo e custo de hemoculturas. Análise de Infecções Relacionadas à Assitencia a Saúde (IRAS), com indicadores mensais apresentados.

Resultados : Do período de janeiro de 2016 à julho de 2017 foram auditados um total de 1709antimicrobianos, com 23 intervenções realizadas, sendo às mais frequentes suspensão ereescalonamento de droga. Em visitas multidisciplinares, sempre realizado adequação de profilaxias,antibióticos terapêuticos e profiláticos, avaliação conjunta de necessidade de biomarcadores, troca dedispositivos, juntamente com ferramenta utilizada com informações de todos os pacientesinternados. Iniciado em 2014 uso de Matrix assisted laser desorption ionization time-of – flight massspectometry (MALDI- TOF MS), com redução no tempo de resultado de hemoculturas em 40% ( de 40para 24h) e redução no custo de 86% ( U$4,16 para U$0,59), permitindo ainda a identificação demicroorganismos não usuais e raros, além de diferenciação de espécies de Candida.

Conclusão : Sendo infecção uma importante causa de mortalidade e morbidade dos pacientestransplantados de medula óssea, a interface SCIH – unidade de TMO, auxilia na prevenção de IRAS eredução de danos, além de melhoria na assistência dos pacientes em questão. O MALDI-TOF MS setornou ferramenta fundamental do ajuste rápido de antibióticos(seja descalonamento ouescalonamento).Estudos de demonstração do uso da metodologia na redução da morbi-mortalidade noTCTH estão em andamento.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 72

PREVALÊNCIA DE POSITIVIDADE EM HEMOCULTURAS E CULTURAS DE VIGILÂNCIA EMPACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTES AUTÓLOGOS E ALOGÊNICOS

Melo AL1, Carvalho PDR1, Bettarello G1, Araujo CES1, Simões VCR2, Marques IB2, Cardoso DK1,Castro FFS1,2

1ICDF - Instituto de Cardiologia do Distrito Federal2UNICEUB - Centro Universitário de Brasília

Introdução: receptores de transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) têm um alto riscode desenvolver infecções bacterianas, virais, fúngicas e parasitárias, que variam de acordo com a fase dotransplante, imunossupressão e presença de doença do enxerto contra o hospedeiro. A presença deinfecções está relacionada ao aumento da morbidade e mortalidade pós TCTH. Infecções bacterianastem um importante papel nesse cenário, especialmente na fase precoce pós TCTH. Nosso objetivo éidentificar a prevalência de infecções bacterianas em pacientes transplantados na Unidade de TCTHPietro Albuquerque. Materiais e Métodos : trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, descritivo.Foram incluídos todos os pacientes submetidos a TCTH no período de junho/16 a junho/17 e/ouapresentaram reinternação nesse período por febre (mesmo que tenham sido transplantadosanteriormente a esse período). Resultados: Somente os pacientes que apresentaram febre tiveramhemoculturas coletadas. Entre os pacientes submetidos a TCTH Autólogo, foram coletadashemoculturas de 70 deles, sendo positivas em 20 pacientes. No grupo submetido a TCTH AP, foramcoletadas hemoculturas de 26 pacientes, sendo positivas em 15 deles. Entre os que foram submetidos aTCTH Alogênico NAP, foram coletadas hemoculturas de 15 pacientes, sendo positivas em 7 deles.Todos os pacientes admitidos foram submetidos a coleta de swab de vigilância (perianal e nasal). Nogrupo autólogo, há registro de swab de 73 pacientes, 15 com swab perianal positivo e 3 com swab nasalpositivo. No grupo AP, foi coletado swab em 28 pacientes: 8 pacientes com swab retal positivo e 1paciente com swab nasal positivo. No grupo NAP, há registro de coleta de swab em 17 pacientes: 5pacientes com swab retal positivo e 2 pacientes com swab nasal positivo. Discussão: segundo aliteratura, o swab nasal tem sensibilidade e especificidade para identificação de MRSA que seaproximam de 90%. De forma geral, a sensibilidade do swab retal de vigilância costuma variar de40-80% em média a depender do tipo de bactéria gram-negativa pesquisada. No contexto deimunossupressão pós TCTH, a identificação de colonização bacteriana, especialmente por bactériasmultirresistentes (multi-R) é de extrema importância, pois guia a terapia empírica no contexto deinfecção, especialmente quando há identificação de germes multi-R. Além disso, a realização dehemoculturas no contexto clínico de infecção também constitui importante recurso na tomada dedecisão e guia a escolha da antibioticoterapia. Conclusão: a realização de culturas de vigilância ehemoculturas em pacientes imunossuprimidos é extremamente importante pois pode interferirdiretamente na prática clínica. É necessário aprofundar a análise dos grupos estudados no sentido deidentificar os germes envolvidos, a correlação com sítio de infecção, uso de dispositivos e o grau deimunossupressão.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 73

INFECÇÃO POR TSUKAMURELLA INCHONENSIS PÓS TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEAAUTÓLOGO: PRIMEIRO RELATO NO BRASIL

Melo AL1, Bettarello G1, Carvalho PDR1, Araujo CES1, Cardoso DK1, Moura ELB2, Castro FFS1

1ICDF - Instituto de Cardiologia do Distrito Federal2HSL - Hospital Santa Luzia

Introdução: Infecção bacteriana por Tsukamurella inchonensis é rara e potencialmente fatal empacientes imunocomprometidos. Trata-se de um bacilo gram positivo aeróbico encontrado no ambienteem solo, lodo e água, que pode provocar infecção de corrente sanguínea e pulmonar potencialmentegrave em paciente imunossuprimidos. Há menos de 25 casos de infecção por essa bactéria relatados atéo momento. Relato do caso: paciente feminina, 53 anos, com diagnóstico de Mieloma Múltiplo,submetida a Transplante Autólogo de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) em resposta parcialapós 8 ciclos de CTD (ciclofosfamida, talidomida e dexametasona). Recebeu condicionamento comMel200, infusão de 3,3x106 células CD34/kg em cateter permicath e apresentou enxertia no D+12. Nafase de neutropenia, evoluiu com infecção de corrente sanguínea por Tsukamurella inchonensis sensívela vancomicina e infecção urinária por Klebsiella pneumoniae multissensivel, sendo tratada comcefepime (posteriormente trocado por meropenem) e vancomicina. Recebeu alta no D+13, afebril, paraseguimento ambulatorial. Evoluiu com reativação de Citomegalovírus no D+20 (antigenemia: 5células), sendo iniciado ganciclovir, com excelente resposta. No D+38 apresentou febre, sendo iniciadocefepime em regime de Hospital Dia. Na ocasião, urocultura evidenciou Staphylococcus hominissensível a gentamicina e vancomicina (resistente a oxacilina) e hemoculturas (2 amostras consecutivascoletadas em vigência de febre com 5 dias de intervalo) com Tsukamurella inchonensis sensível avancomicina. Foi então internada e manteve tratamento com vancomicina. Como persistiu febril porvários dias apesar de estar vigência de vancomicina, normalização da urina, PCR para citomegalovírusindetectável e tomografias sem sinais de infecção, foi retirado o cateter permicath (cultura da pontanegativa), o que promoveu resolução da febre. Materiais e Métodos: Neste caso, incialmente foramvisualizados bacilos Gram positivos no Gram direto dos frascos de hemocultura, com subsequenterepique em ágar chocolate, ANC columbia e MacConkey. Houve crescimento em todos os ágaressemeados e a posterior identificação por técnica de MALDI-TOF (Matrix Assisted Laser DesorptionIonization Time-of-Flight). , sendo identificada como Tsukamurella species. A confirmação da espéciefoi realizada por testes de crescimento a 42ºC e hidrólise de xantina, hipoxantina e tirosina, compatíveiscom Tsukamurella inchonensis . Discussão: A identificação dessa bactéria é um desafio, uma vez queespécies de Tsukamurella compartilham características fenotípicas com bactérias do gêneroActinomycetales , sendo facilmente confundidas. Trata-se do primeiro caso de infecção porTsukamurella inchonensis relatado no Brasil. Conclusão: Assim como na maioria dos casospublicados, nossa paciente também apresentou infecção provavelmente relacionada a infecção decateter, cuja cultura da ponta pode ter sido falseada pelo uso de antimicrobianos de amplo espectro.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 74

INVESTIGATION OF THE CIRCULATING MICROBIOTA IN ACUTE GRAFT-VERSUS-HOSTDISEASE (GVHD) FOLLOWING HEMATOPOIETIC STEM CELL TRANSPLANTATION

Krsticevic FJ1,2, Emmel V1, Murillo J2, Gama B1, Rezende M1, Abdelhay E1, Tapia E2, Hassan R1

1Centro de Transplante de Medula Óssea – CEMO, Instituto Nacional de Câncer– INCA - Rio deJaneiro2CIFASIS – CONICET, Rosario, Argentina

Acute GVHD involves immune reactions between allogenic lymphocytes and host tissues. Dangersignals resulting from tissue injury and microbial components translocated from the gut microbiota areproposed triggers. In fact, gut bacteria have been associated with the development of GVHD. In theperipheral compartment, bacterial infections and virus reactivation can occur along the post-transplantperiod, but no role for the circulating microbiota in GVHD has been proposed by now. The goal of thisstudy is to provide a plasma metagenome characterization of GVHD patients. Experimental design: 12patients with acute leukemia (8 AML and 4 ALL) submitted to related allo-HSCT were included. Theindex patient was identified as having grade III/IV aGVHD and the control was a paired patient withsimilar underlying disease, age and whenever possible, sex. Free-circulating DNA from samples at D-8and a date close to aGVHD diagnosis (or equivalent in non-GVHD patients) were sequenced with anIllumina HiSeq2500. Multiplexed libraries were constructed using NexteraXT kits. An average of 3.5x106 reads was sequenced per patient. Bioinformatic pipelines were designed to classify the paired endreads after sequence quality control. Unmapped reads were subtracted from the human 1000 genomesand were analyzed for potential viral and bacterial hits against NCBI databases, using the Centrifugeprogram. Frequency of non-human sequences varied from 6.89%-12.69%. The viral component wasdominated by bacterial phages and remained stable. The bacterial microbiota was dominated byCutibacterium acnes , a member of the skin microbiota. The abundance of C. acnes decreased in thepost-transplantation times in all but 2 cases. Plasma bacterial microbiota was composed mainly bymembers of the skin, the oral and the gut microbiota. Alpha-Diversity as measured by H-Shannon,inverse-Simpson and Fisher.alpha indexes decreased from D-8 to the time of GVHD in 4 patients, ascompared with the non-DECH pts., in which increased. In two cases, in which GVHD was diagnosedearly (D+14), the diversity indexes did not follow this trend. In these cases, an increase in diversity ofProteobacteria (Enterobacteriaceae) and Actinobacteria (Propionibacteriaceae) and decrease ofFirmicutes was observed. Pathogens were readily detected. In two cases of infections with resistantAcinetobacter baumanii , bacteria were detected early by the metagenomics approach. In one case, A.baumannii and Staphylococcus epidermidis detected at D+30 by cateter culture were already present atD14 metagenome. In one case of febrile neutropenia that was empirically treated, A. baumannii,Klebsiella pneumoniae , as well as S. epidermidis were identified. Species of the Mycobacteriumcomplexes were identified in 3 cases. The increasing access to high-throughput technology may changethe way to approach infections, as well as immune complications in the immunocompromised patient.Keywords: Metagenomics, GVHD, NGS.

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Área: InfecçõesSub-tópico: InfecçõesTrabalho: 75

SCREENING OF ZIKA, CHIKUNGUNYA AND DENGUE VIRUSES IN STEM CELL DONORSBY RNA-BASED TECHNIQUES.

Gama B1,2, Emmel V1,2, Aguiar C3, Albuquerque H3, Torres L3, Almada A3, Bouzas LFS3, AbdelhayE2, Hassan R1,2

1Laboratório de Oncovirologia, CEMO/INCA; Rio de Janeiro, Brazil2Laboratórios Especializados, CEMO/INCA, Rio de Janeiro, Brazil3Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), RJ

It is considered that for bone marrow (BM) and peripheral blood hematopoietic stem cells (PBSCT),the risk of ZIKV (and other arboviruses) transmission is the same than by blood transfusion. Measuresto decrease the risk of donor transmission are based on exclusion of high risk donors, and laboratoryscreening of graft/donors. In Brazil, the regulatory agencies have made no recommendations in respectof the obligatory screening of blood or tissue donors. They have instead stipulated deferral policies todefine the eligibility of donors. According to international categorized areas of epidemiological profileof vector-borne virus transmission, Brazil is classified as Category 1 (area with new-introduction orreintroduction with ongoing transmission). For international donation, the strategy for categories 1 and2 areas is that biological specimens should not be imported or BM/PBSC donors should be tested forZIKV-RNA. We describe the experience of screening Brazilian donors via REDOME, by request ofinternational centers. Detection of ZIKV, CHIKV and DENV (serotypes 1-4) is performed by reverse-transcription (RT)-qPCR in a Viia7 platform (Applied Biosystems). Viral RNA is extracted in parallelfrom plasma and serum using commercial columns. Primers and probes, as well as reaction conditionsas recommended by the CDC, USA. (Lanciotti et al. Emerg Infect Dis. 2008;14:1232-9; Lanciotti et al.Emerg Infect Dis. 2007;13:764-7; and Santiago et al. PLoS Negl Trop Dis. 2013; 7: e2311). ZIKV testresults are confirmed by a RT-qPCR assay that includes specific primers for the Asian strain circulating inBrazil [PAHO, J Clin Microbiol. 2016; 54(4):860- 867]. Reactions are performed in duplicate, includingsuitable controls. RNA quality is tested in all samples by the amplification of a constitutive gene (B-actin). Of utmost importance, given the low viral loads characteristic of ZIKV infections, are the strictcriteria developed to consider positivity. Turnaround time is 48 hs. With this approach, we have evaluated53 peripheral blood samples (plasma and serum) from 37 donors (38% from São Paulo; 11% from MinasGerais; 8% each from Paraná, Ceará, Pernambuco and RJ; 5.4% each from Santa Catarina and RioGrande do Sul). In 23 cases only one sample was evaluated, while in 12 cases, 2 samples were sent(3 cases due to non-conformity to the standards of sample quality and the remaining 9 corresponded totwo different time points of the donor check-up, to ensure that no infection occurred in the interim). Intwo cases, three samples were evaluated; in one of them, the entire diagnostic algorithm was repeatedin plasma and serum of three different PB samples of the same donor, with discordant, inconclusivetechnical results. Our results challenge the alleged 80% of asymptomatic ZIKV+ carriers, but raise theneed to discuss the feasability and indication of molecular screening for unrelated HSC donation in thedifferent regions of Brazil. Keywords: ZIKV, donor transmission, molecular screening

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 76

COMPLICAÇÕES APÓS UTILIZAÇÃO DE CATÉTERES DE VEIA FEMORAL PARA COLETAPERIFÉRICA DE CTH EM DOADORES NÃO APARENTADOS REDOME.

Adão CAE1, Almada AJ1, Aguiar CC1, Moura JC1, Gomes MDN1, Oliveira JMS1, Tavares N1, BaronM1, Ferreira ICM1, Bouzas LF1

1REGISTRO DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEA/INCA

INTRODUÇÃO: A veia femoral tem sido geralmente utilizada para coleta de Células TroncoHematopoiéticas (CTH) quando o doador não possui bom acesso venoso periféfico, pois permite apassagem de cateteres de grosso calibre para a aférese. Por apresentarem a possibilidade de um altoíndice de complicações como infecções e trombose, resolvemos estudar estes doadores.OBJETIVO:Verificar o número de coletas de CTH realizadas por catéter de femoral e Identificar as complicaçõesapresentadas por doadores voluntários do Registro de Doadores de Medula (REDOME), relacionadas autilização deste acesso.MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados 81 doadores submetidos a coletade CTH de sangue periférico no período de novembro de 2016 a abril de 2017, considerando asseguintes variáveis: idade, sexo, coletas através de catéter de veia femoral e sinais/sintomasapresentados.RESULTADO: Na análise 59% dos doadores são do sexo masculino; 35% com idadeentre 18 a 29, 42% de 30 a 39, 19% de 40 a 49 e 4% de 50 a 59. 41% do sexo feminino; 47% de 18 a29, 35% de 30 a 39, 15% de 40 a 49 e 3% de 50 a 59 anos. Foram submetidos a colocação de catéter defemoral para coleta de CTH 15 doadores, 08 do sexo masculino e 07 feminino. 12 doadoresapresentaram sinais/sintomas após colocação do catéter; 07 (58%) apresentaram hematomas; 04 (33%)dor local, hiperemia e edema; 02 (16%) apresentaram febre e trombose venosa profunda (TVP), queevoluiram bem após o tratamento com anticoagulante oral.DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Osprincipais sinais/sintomas apresentados foram hematomas, edema, dor, aumento de temperatura eeritema do membro acometido. A forma mais comum de trombose é a TVP dos membros inferiores,acometendo as veias profundas e calibrosas da perna, coxa ou pelve. Para evitar possíveis complicaçõesna utilização destes catéteres, a equipe de Cirurgia Vascular deve se responsabilizar pelo implante doscateteres nos doadores, os procedimentos deverão ser realizados no Setor de Hemodinâmica e não maisà beira de leito, mantendo o doador internado durante todo o processo. Tal medida visa maior controle,com maior tranquilidade do doador, incremento às condições de trabalho do cirurgião mediante àspossíveis variações anatômicas ou intercorrências que se apresentem e melhores medidas de assepsia.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 77

DIFICULDADES ENCONTRADAS NO AGENDAMENTO E REALIZAÇÃO DE COLETA DEDOADORES DO REDOME.

Moura JC1, Adão CAE1, Vidmontiene DDA1, Oliveira JMS1, Gomes MDN1, Aguiar CC1,Albuquerque HAS1, Ferreira ICM1, Almada AJ1, Bouzas LF1

1REGISTRO DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEA/INCA

INTRODUÇÃO: É cada vez maior o número de solicitações para coletas de CTH recebidas peloREDOME, porém a quantidade de vagas oferecidas para coletas diminui a cada ano. Devido a esta faltade oferta, o número de prescrições que são atendidas, extrapolam o prazo de 7 dias estipulado peloREDOME para agendamento dos exames e da coleta, que vem aumentando consideravelmente. Amaioria desses atrasos, ocorre por recusa ou demora no retorno dos centros de coleta autorizados peloSistema Nacional de Transplantes, que realizam coletas de CTH no território brasileiro. OBJETIVO:Identificar as dificuldades encontradas pela equipe de work up do REDOME para conseguir um centrode coleta que aceite a prescrição no prazo estipulado pelo centro de transplante, para que seja finalizadaa solicitação no sistema e agendados exames do doador e a coleta. MATERIAL E MÉTODOS :Foram analisadas as 466 prescrições enviadas pelos centros de transplantes nacionais, recebidas no anode 2016, separadas as que não foram atendidas no prazo estipulado e verificadas as informaçõesconstantes na evolução destes pacientes, para checagem do que motivou este atraso. RESULTADOS ECONCLUSÃO: Como resultados deste trabalho, enfatizamos a média de dias em atraso, que prejudicaos indicadores de qualidade propostos pela equipe do REDOME. Notamos que o tempo médio dasprescrições atendidas fora do prazo é de 5 dias, com atrasos entre 1 e 14 dias. Também averiguamos queexistem meses onde a porcentagem de dias ultrapassados são maiores. Em Janeiro foram 15% dassolicitações atendidas após o prazo. Em agosto, 18% fora do prazo e em Novembro, onde tivemos amaior porcentagem, foram 27% prescrições atendidas fora do prazo. Somente no mês de Julho,conseguimos atender 100% das prescrições em até 7 dias. Conclui-se que os meses onde existe umamaior porcentagem de atendimentos fora do prazo, são justamente os meses em que existem maiornúmero de ausência de médicos. Meses em que temos grandes congressos e datas comemorativas comoCarnaval, Natal e Ano Novo. Por este motivo as disponibilidades de datas acabam por diminuirem, oque denota necessidade de uma reorganização por parte dos centros, para que possam cumprir com aquantidade mínima de coletas, acordada anteriormente com o REDOME, contribuindo para que nãoocorram estes atrasos.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 78

O ESTRESSE PSICOSSOCIAL DO ENFERMEIRO EM ONCOLOGIA: UMA ANÁLISE A PARTIRDA ESCALA DESEQUILÍBRIO ESFORÇO-RECOMPENSA

Sá GMP1, Rangel ACS1, Farias SNP1, Portela LF1

1Instituto Nacional de Câncer José de Alencar

Este estudo trata-se do Estresse Psicossocial do Enfermeiro que atua em Oncologia e se baseia emum modelo teórico denominado Desequilíbrio esforço-recompensa , cuja escala mensura a relação entreos esforços empreendidos e as recompensas geradas no ambiente de trabalho, sendo utilizada emestudos epidemiológicos na área de saúde ocupacional em todo o mundo. Objeto de estudo: odesequilíbrio esforço-recompensa (DER) do enfermeiro que atua no cuidado de pacientes com câncer.Objetivo Geral: Identificar fatores associados ao estresse psicossocial dos enfermeiros que atuam emum hospital de Oncologia. Neste estudo foram analisados os dados do Instituto Nacional de Câncer,incluindo o Centro de Transplante de Medula Óssea - CEMO. De um total de 234 enfermeirosassistenciais, 94% (211) aderiram à pesquisa. Foram utilizadas as variáveis de exposiçãosócio-demográficas, ocupacionais e saúde. Métodos: Para verificar as associações ao Alto DesequilíbrioEsforço-Recompensa adotou-se o teste qui-quadrado, Odds Ratio e seus respectivos intervalos deconfiança (IC95%). No modelo multivariado foram adicionadas as variáveis que apresentaram (p<0,20). O programa SPSS, versão 13 foi utilizado para análise dos dados. Dos enfermeiros avaliados83,4% eram mulheres; 50,2% estavam na faixa etária de até 42 anos; 57,1% eram casados; 83,2% nãotinham filhos menores de 06 anos e 79% possuía Especialização/Residência. No estudo, 56% tinhamrenda per capita superior a R$ 2.000,00. Mais da metade dos entrevistados era constituído porenfermeiros terceirizados, com 16 anos ou mais de tempo de trabalho na profissão, em trabalho diurno ecom uma carga horária semanal acima de 40 horas. As variáveis idade e intenção em abandonar aenfermagem mantiveram associação estatística ao Alto Desequilíbrio Esforço-Recompensa até o finalda regressão logística. Os mais jovens (até 42 anos) têm, aproximadamente, três vezes mais chance deapresentar o alto DER quando comparados aos mais velhos (OR:3,17;IC95%1,59-6,31); e os quetiveram a intenção em abandonar a enfermagem apresentaram 13,26 mais chance para o alto DER.Conclusão : Enfermeiros mais jovens e aqueles que referiram a intenção em abandonar a profissãoapresentaram maior desequilíbrio entre o esforço despendido e a recompensa recebida no trabalho.Fatores estressantes no trabalho constituem risco para a saúde, portanto o estresse psicossocial notrabalho merece mais atenção especialmente entre os enfermeiros que atuam na área de oncologia.

Palavras-chaves: desequilírio esforço-recompensa, estresse, enfermeiro, oncologia

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 79

CONTRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DE CÉLULASTRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Sá GMP1, Rangel ACS1, Antunes AA1, Ribeiro CVR1

1Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva

O presente trabalho tem como objetivo descrever de forma reflexiva a organização de uma Unidadede Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas, considerando a infraestrutura, a equipemultidisciplinar e a atuação direta do enfermeiro na admissão do paciente, no período decondicionamento, no aspirado de Medula Óssea, na infusão das células, no período pós-infusão, arecuperação medular e no preparo do paciente para a alta hospitalar; incluindo ainda as internaçõesadvindas de possíveis complicações agudas e crônicas. Trata-se de um relato de experiência. O CEMOdestaca-se como referência na área para o Ministério da Saúde, sendo um dos maiores centros no Brasilpara o tratamento de doenças hematológicas como; anemia aplásica, leucemias, linfomas, mielomamúltiplo e outras enfermidades para vários tipos de transplante: Autólogo, Alogênico, Não Aparentadoe Haploidêntico. Atende a pacientes adultos e crianças do Rio de Janeiro e demais regiões do Brasil noâmbito do SUS; inclui ainda o Banco de Células de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário(BSCUP), o atendimento aos doadores voluntários destinados aos bancos internacionais de doadores demedula óssea e uma área destinada ao tratamento da fototerapia (PUVA) para os pacientes com DECH.A Unidade de TCTH é composta por 16 leitos de isolamento com filtro HEPA que funciona através deum sistema de filtragem especial do ar para a redução das partículas ambientais, minimizando o risco deinfecções. Os enfermeiros de TCTH são profissionais especializados e aptos a realizar cuidadostécnicos com poder de avaliação crítica, assim como a assistência às complicações específicas. Taispodem ser eletrolíticas, nutricionais, infecciosas, medicamentosas, doença do enxerto contra hospedeiro(DECH), cistite hemorrágica, doença veno-oclusiva, aplasia medular, falência dos órgãos e outras.Nesse contexto, os enfermeiros também são capacitados para o manuseio de catéter totalmenteimplantado e semi-implantado, implantação de PICC, cuidados com mucosite, infusão demedicamentos diversos, quimioterapias conforme os protocolos, imunossupressores; acompanhamentoem mielograma, biópsia de medula óssea e biópsia de pele; além dos cuidados intensivo, semi intensivoe intermediário. Além da assistência, o enfermeiro desempenha o papel de preceptoria junto aosresidentes de enfermagem e alunos da especialização em TCTH, incluindo o estágio de diversosprofissionais oriundos de outros centros de transplante do Brasil. Em suma, conclui-se que o enfermeiroenfrenta uma grande demanda de trabalho e uma sobrecarga emocional extensa que proporciona vastaexperiência laboral com uma equipe diferenciada. Este estudo virá a enriquecer a área de atuação doenfermeiro em TCTH, na medida em que esse campo demanda ainda um grande avanço em pesquisascientíficas, dada a carência de material científico, trazendo melhorias para a assistência eextensivamente para o paciente.

Palavras-chaves: Transplante de células-tronco hematopoiéticas, enfermeiro, cuidados deenfermagem

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 80

APLICAÇÃO DE UMA LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA COLETA DE CÉLULAS-TRONCOHEMATOPOÉTICAS DA MEDULA ÓSSEA – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Borges CFS1, Lermontov SP1, Costa RMF1, Brasil SC1, Rangel AC1

1Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

O transplante de células-tronco Hematopoéticas (TCTH) tem se desenvolvido nas últimas décadascomo um importante método de tratamento para doenças hematológicas, oncológicas, hereditárias eimunológicas. A medula óssea é a fonte mais utilizada e mais recomendada para as crianças e osadultos nos transplantes alogênicos. A coleta de células-tronco Hematopoéticas (CTH) é consideradoum procedimento eletivo, logo, é ideal que o doador esteja em boa forma física e mental. Por isso, umavisão geral do enfermeiro quanto a importância deste procedimento e dos cuidados em relação asegurança do paciente, se faz necessário. Visando uma assistência qualificada a estes doadores, nossocentro de transplante de medula óssea, construiu uma lista de verificação, que funciona como umcheck-list, para ser aplicado antes e pós procedimento. Alguns autores salientam que muitas dasintervenções de segurança em cirurgia têm sido focadas dentro da sala cirúrgica. Entretanto, mais dametade dos erros cirúrgicos ocorrem fora da sala de cirurgia, e atuar no processo cirúrgico como umtodo poderia apresentar melhores resultados. Objetivo: Relatar a experiência da aplicação de uma listade verificação para um procedimento seguro. Metodologia: O presente estudo constitui-se de um relatode experiência. Baseados nos preceitos da campanha Cirurgias Seguras Salvam Vidas da OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), nós elaboramos uma lista de verificação para a coleta de medula óssea nocentro cirúrgico. Segundo a OMS, os serviços devem elaborar suas listas específicas, dependendo dacomplexidade dos procedimentos que são realizados. Resultados: A lista de verificação é composta portrês momentos: primeiro antes do doador ser encaminhado para o centro cirúrgico, o segundo antes deiniciar o procedimento e o terceiro antes do doador sair da sala de cirurgia. A aplicação destaverificação em nosso cotidiano possibilitou a padronização do processo de coleta da medula óssea nocentro cirúrgico. Foram testadas 10 cirurgias, verificamos que esta lista de verificação possibilitou aaderência dos enfermeiros ao processo de coleta de medula óssea, diminuindo o número de nãoconformidades e facilitou a compreensão do que deve ser feito em cada momento. Considerações finais:A lista de verificação pode efetivamente representar uma ferramenta de apoio importante compotenciais benefícios para que a equipe de enfermagem entenda como executar todo o processo,principalmente em relação a segurança do paciente. A necessidade de avaliar periodicamente osresultados e atualização desta lista de verificação pela equipe de enfermagem é importante paracondução do procedimento e desta forma, sistematizar nosso cuidado.

Palavras-chave: Enfermagem, Transplante de células-tronco Hematopoiéticas , segurança dopaciente, check-list.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 81

BOAS PRÁTICAS CLÍNICAS NA COLETA DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS DAMEDULA ÓSSEA – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Borges CFS1, Lermontov SP1, Costa RMF1, Brasil SC1, Rangel AC1

1Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

O transplante de células-tronco Hematopoéticas (TCTH) é um procedimento de alta complexidade,e que se desenvolveu muito nas últimas décadas, permitindo o tratamento de doenças que antes eramfatais. O TCTH exige trabalho integrado da equipe multidisciplinar, visto que existe uma série decuidados e ações a serem tomados em todas as etapas do procedimento, envolvendo o paciente, o doadore seus familiares. Sendo assim, a enfermagem desenvolve um papel fundamental, pois estará envolvidanas diversas fases do transplante, como a coleta de células-tronco hematopoéticas (CTH). Objetivo:Descrever a implantação de inovações tecnológicas na coleta de células-tronco Hematopoéticas.Metodologia: Trata-se de um relato de experiência a respeito da incorporação de tecnologias na coletade CTH em um centro de transplante de medula óssea. Resultados: A medula óssea é a fonte maisutilizada e mais recomendada para as crianças e os adultos nos transplantes alogênicos. Para coletar asCTH na medula óssea, o doador é hospitalizado no dia anterior e o procedimento é realizado no centrocirúrgico, geralmente sob anestesia raquidiana/peridural ou anestesia geral. Este procedimento dura emmédia 2 horas. O volume ideal a ser coletado varia de 15 a 20 ml de medula óssea por quilograma doreceptor, sendo limitado em crianças em no máximo 20 ml/kg de peso do doador para evitar o choquehipovolêmico. Sendo assim, o controle deste volume, se faz necessário para garantir que está sendoaspirado o conteúdo correto, visto que as bolsas não são volumétricas, mas possuem escalas graduadaspara leitura e estabelecem um valor aproximado. O aspirado deve ser medido com precisão, poisexistem perdas durante todo o processo de filtração. A partir desta avaliação, passamos a utilizar umabalança digital de precisão. No procedimento a balança é zerada com a bolsa coletora contendo asolução anticoagulante, a pesagem é frequente até atingir o volume final. Atualmente utilizamos umsistema fechado para coleta, com isso, minimizamos o risco de contaminação. Este sistema de coletaapresenta três filtros flexíveis com diferentes porosidades (micras) para remoção de gordura, coágulos eespículas ósseas. Outra mudança foi à substituição de agulhas de coleta de medula óssea reutilizáveispor descartáveis fenestradas, diminuído assim o risco de contaminação do material e melhorandoagilidade na coleta. Uma lista de verificação foi elaborada contribuindo para a segurança doprocedimento. As listas de verificação representam uma estratégia simples e promissora no atendimentoseguro ao cliente. Considerações finais : o conhecimento e a experiência do enfermeiro através daprática clínica são fundamentais para identificar as estratégias que possam contribuir para a qualidadedo cuidado e segurança do paciente, assim como, promover mudanças nas ações de enfermagem.

Palavras-chave: Enfermagem, coleta de Células-Tronco Hematopoéticas, transplante de células-tronco Hematopoéticas.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 82

ANÁLISE DA ESTRATÉGIA MULTIMODAL EM PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕESPOR GERMES MULTIRRESISTENTES EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS

TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Brasil SC1, Schirmer M1, Borges CFS1, Santos AMGD1, Lermontov SP1, Rangel AC1

1Instituto Nacional de Câncer José de Alencar

Introdução: A toxicidade do regime terapêutico impõe risco aumentado para adquirir infecçõesoportunistas relacionadas a vários fatores, como: a quebra da barreira cutânea mucosa, alteração dacondição imunológica dos pacientes e as propriedades de virulência intrínseca de váriosmicrorganismos, modificada pela antibioticoprofilaxia utilizada. Desta forma, múltiplos são os fatorespara ocorrência de infecções por GMR, incluindo a severidade do estado de saúde do paciente, o uso deprocedimentos invasivos, internação hospitalar prolongada, uso de antibióticos de amplo espectro epouca adesão a medidas de higiene das mãos pelos profissionais, pacientes e familiares. Neste sentido,destaca-se a necessidade de medidas de prevenção e controle dessas infecções, por meio de abordagemampla e sustentada, denominada estratégia multimodal. Objetivo: Descrever as ações de prevenção econtrole das infecções por GMR, aplicando a estratégia multimodal no contexto do TCTH. Método:Trata-se de um relato de experiência da aplicação da estratégia multimodal pela Comissão de controlede infecção hospitalar de um centro de transplante de células hematopoiéticas, relacionada às infecçõespor germes multirresistente. Utilizando-se como referência os cinco componentes críticos, aplicadospela OMS para melhorias na adesão da higiene das mãos. Resultado: (1) Mudança de sistema:infraestrutura adequada para as práticas de prevenção e controle de germes multirressistentes; (2)Treinamento e educação: os profissionais recebem treinamento sistemático, envolvendo a Higiene dasmãos, Precauções e Isolamentos, Controle de ambiente, Boas Práticas nos Procedimentos Assistenciaise Uso racional de antimicrobianos; (3) Avaliação e retorno: realizada por meio do monitoramento evigilância da incidência de infecções por GMR e verificação do cumprimento de porcedimentosoperacionais recomendados; (4) Lembretes no local de trabalho: rotinas e procedimentos sãodocumentados, atualizados e de fácil acesso para consulta. Desenvolvimento de métodos lúdicos, nostreinamento de Higiene das Mãos; (5) Clima de segurança institucional: ambiente e percepção decultura de segurança relacionada à higiene das mãos como prioridade na prevenção e controle deinfecções. Conclusão: A prevenção e o controle de infecções por germes multirresistente requer umplano de ação contínuo com monitoramento das ações, visando efetividade das mesmas. A vigilânciaepidemiológica é um alerta para necessidade de medidas específicas, porém a abordagem sistêmica érecomendada e envolve a educação permanente de profissionais, infraestrutura adequada, que entreoutros, deve propiciar melhores resultados relacionada à adesão a higiene das mãos.

Palavras-chave: Enfermagem, germes multirresistentes; Transplante de Células-TroncoHematopoiéticas.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 83

TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCO-HEMATOPOIÉTICAS: ESTUDO DECASO DE UM PACIENTE COM MUCOSITE SEVERA

Rangel ACS1, Schraeder JR1, Antunes AA1, Freitas AGS1, Ribeiro CVR1, Borges CFS1, LermontovSP1

1Instituto Nacional de Câncer José de Alencar

A mucosite é uma complicação comumente encontrada em pacientes submetidos ao do transplantede células tronco-hematopoiéticas (TCTH). Objetivo: relatar um caso clínico de um pacientesubmetido ao TCTH autólogo, que evoluiu para uma mucosite severa e descrever as implicações paraenfermagem. Metodologia: trata-se de um estudo de caso de um paciente do sexo masculino, com 39anos de idade, diagnosticado com Linfoma de Hodgkin que foi submetido ao TCTH autólogo. Os dadosforam coletados do prontuário médico (período Out/Dez 2015). Aprovado pelo CEP (CAAE:69587617.7.0000.5274). Resultados : Paciente iniciou o condicionamento no D-7, protocoloGemcitabina, Bussulfano e Melfalano. D-5 apresentou sialorréia intensa e dificuldade na deglutição demedicamentos e dieta. D-4 evoluiu com queixas de cansaço aos pequenos esforços, manteve-se restritoao leito e apresentou sialorréia, disfagia, soluços, náusea, vômitos com baixa ingestão alimentar. D-1,manteve náusea e vômitos, com quadro de diarreia, sendo, avaliado e diagnosticado com mucosite grauI. No dia da infusão das células tronco hematopoéticas, foi evidenciada lesão de herpes simples nacomissura labial à direita. D+1, piora da diarreia, e a odinofagia tornou-se mais intensa, iniciando-seanalgesia com opióides. RX de Tórax, evidenciou velamento completo de hemitórax à esquerda. Nesteínterim, permaneceu os singultos mesmo em momentos de sono. D+3, reavaliado e evidenciou-se oagravamento da mucosite para grau III, evoluindo para dieta zero, pois não conseguia deglutir.Aumentou o esforço respiratório, dispneia com tiragem intescostal e batimentos de asas de nariz,necessário a intubação endotraqueal. D+5, a endoscopia digestiva alta constatou esofagite grave erealizado cateterismo orogástrico. D+7 apresentou sangramento ativo em cavidade oral. D+13 foisubmetido à traqueostomia e persiste com sedação e aminas desde a entubação orotraqueal. D+20evoluiu com desmame progressivo da sedação e das aminas iniciando desmane ventilatório no D+22.D+24 foi desacoplado do ventilador mecânico com boa tolerância e mantido até o D+26 por motivos deprodução de voz através da traqueostomia pela fonoaudiologia. Retirada da cânula de traqueostomia noD+39, evolução da dieta líquida de prova. Alta hospitalar no D+41 com acompanhamento daenfermagem ambulatorial. Considerações finais : É importante compreender que o enfermeiro precisadesenvolver um olhar clínico mais apurado na sua prática diária, a fim de detectar na sutileza dos sinais,sintomas e nas próprias falas dos pacientes a gravidade que possa vir a ocorrer com eles. Essasintervenções de enfermagem devem ser rapidamente instituídas a fim de minimizar a evolução do quefoi detectado. Logo a experiência do enfermeiro que atua no transplante se faz necessária para criar esteelo de interação da vivência clínica com as teorias necessárias para a vinculação com a práticaprofissional em prol de uma assistência qualificada.

Palavras-chave: Mucosite, enfermagem, Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 84

A ASSISTÊNCIA INTEGRAL DO PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE AUTÓLOGO DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Lima PLS1, Boaventura ID1, Martins LNGF1, Ciocari JMC1, Nascimento NB1, Goncalves CG1

1Hospital Universitário de Londrina/UEL

Introdução: O Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) é uma modalidade detratamento bastante agressiva que consiste na infusão intravenosa de células-tronco hematopoéticasdestinadas a restabelecer a função medular e imune dos pacientes. O processo de TCTH envolve váriasetapas desde o pré ao pós-transplante, incluindo internação prolongada em unidade fechada e de acessorestrito, uso de medicações quimioterápicas de altas doses, sessões de radioterapia, hemotransfusões eoutros tratamentos, sendo um desafio físico e psicológico, inclusive com risco de vida dos pacientes.Desta forma, é imprescindível que cada profissional da equipe exerça suas atividades, conforme seusprocessos de trabalho, coletivizando com ética e humanização as situações encontradas em cada fase dotransplante, promovendo segurança, tranqüilidade e satisfação dos pacientes e familiares. Objetivos:Descrever o processo de trabalho multiprofissional de uma unidade de transplante de células-troncohematopoéticas, visando o atendimento integral e humanizado do paciente submetido a Transplante deMedula Óssea (TMO) autólogo. Material e Métodos: Estudo descritivo com abordagem qualitativadas atividades exercidas por todos os profissionais (médico, equipe de enfermagem, nutricionista,assistente social, farmacêutico, psicólogo, fisioterapeuta, bioquímico e equipe operacional) diretamenteligados à assistência do paciente elegível para o TMO autólogo, da Unidade de Transplante de MedulaÓsseo do Hospital Universitário de Londrina/ Universidade Estadual de Londrina das etapaspré-transplante, transplante propriamente dito e pós-transplante. Resultados e Discussão: A Unidadede TMO do Hospital Universitário de Londrina/Universidade Estadual de Londrina, realiza transplantesautólogo desde 2010 e oferece aos seus pacientes/familiares um ambiente harmônico e acolhedor, comequipe multiprofissional altamente capacitada para atender as várias etapas do tratamento e asnecessidades específicas do paciente em casa fase. Isto reflete baixa taxa de mortalidade relacionada aotransplante (TRM=2,5%), re-internações pós-transplante infrequentes, assim como excelentesavaliações nas pesquisas de satisfação do cliente e nenhuma reclamação na ouvidoria realizadas pelainstituição. Conclusão: Por isso, a assistência do paciente submetido ao transplante não pode serapenas técnica-científica e sim pautada na associação de conhecimento, capacitação e humanização daequipe multiprofissional.

Palavras-chave: integralidade em saúde, equipes de saúde, humanização da assistência, transplantede medula óssea.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 85

COMPETÊNCIAS DE ENFERMEIROS NOS CUIDADOS CRÍTICOS DE CRIANÇASSUBMETIDAS A TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Ferreira M1,2, Silva-Rodrigues FM2, Nascimento LC2

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP2Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP

Introdução: O Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) pode representar a únicapossibilidade de cura para crianças com doenças oncológicas, hematológicas e imunológicas. Talmodalidade terapêutica está relacionada a graves complicações no público pediátrico, como: infeçõesgraves e doença do enxerto-contra-hospedeiro. Objetivos: Identificar e analisar as experiências dosenfermeiros acerca das competências necessárias para o atendimento a crianças submetidas ao TCTHque demandam cuidados críticos. Material e Método: Estudo descritivo, qualitativo, realizado emhospital universitário no interior de São Paulo. Participaram nove enfermeiros de duas unidades deTCTH. Os dados foram analisados segundo os procedimentos da análise de conteúdo. Pesquisaapreciada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde foi desenvolvida, conformeresolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (Protocolo n 166/2016). Resultados e Discussão:A análise dos dados permitiu identificar dois temas: Cuidados críticos à criança transplantada: umduplo desafio para o enfermeiro; e Competências do enfermeiro para a assistência à criança gravesubmetida à TCTH. No primeiro tema, o duplo desafio do enfermeiro consistiu em lidar tanto com asespecificidades pediátricas, quanto com as demandas do paciente transplantado em cuidados críticos.No segundo tema, dentre as competências identificadas pelos enfermeiros, destacaram-se: oconhecimento relacionado ao TCTH e cuidados que lhe são peculiares; aplicação da SAE; competênciagerencial; trabalho em equipe; conhecimento sobre crescimento e desenvolvimento infantil; apoioconstante à família; controle psicológico/emocional e reconhecimento de sinais de agravamento clínico.Conclusões: A criança transplantada grave demanda dos enfermeiros competências e um saberespecializado, tanto em relação ao TCTH, quanto em enfermagem pediátrica. Além de habilidadesgerenciais, trabalho em equipe, controle emocional e inclusão da família nos cuidados. Os achadoscontribuem para sistematizar competências profissionais para a excelência dos cuidados pediátricos nocontexto do TCTH e incitar futuras pesquisas sobre um tema insuficientemente explorado na literatura ena enfermagem pediátrica, apesar de sua significativa complexidade.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 86

OFICINAS PARA A IMPLANTAÇÃO DO PRIMARY NURSING COMO MODELO PARA OCUIDADO DE ENFERMAGEM NO SERVIÇO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Nunes MBM1,2, Wall ML1, Proenca SFFS2, Jabbur IS2, Batistela AP1,2, Santos TD1,2, MachadoCAM1,2, Figueiredo TWB1,2, Sandri LCS2, Silva SR1,2

1Universidade Federal do Paraná2Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

Introdução: O modelo Primary Nursing visa a realização de cuidados de Enfermagem contínuos,individualizados e humanizados, realizados por uma equipe fixa, coordenada por um enfermeiro dereferência. Recomenda-se que a implantação do modelo não seja imposta e sim discutida e construídacoletivamente. Para tanto, optou-se por realizar oficinas, pois este é um método de discussão paragrupos da área da saúde que favorece a reflexão e o envolvimento dos sujeitos. Objetivo: Relatar aexperiência da realização de oficinas para a implantação do modelo Primary Nursing no Serviço deTransplante de Medula Óssea (STMO) em um Hospital público, de ensino e de grande porte do Estadodo Paraná, Brasil. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre oficinas realizadas comprofissionais de Enfermagem na fase de instrumentação de uma Pesquisa Convergente Assistencial. Asoficinas foram organizadas de acordo com os itens: tema e análise da demanda, foco, temas geradores,enquadre, planejamento flexível, sequência e organização dos encontros e recurso às técnicas dedinamização em grupo, intituladas: oficina A: sensibilização e apresentação do modelo PrimaryNursing , oficina B: passo a passo do modelo Primary Nursing e oficina C: acompanhamento domodelo Primary Nursing. Resultados e discussão: Foram realizadas 38 oficinas de junho a dezembrode 2016, com a participação de 40 profissionais de Enfermagem. Na etapa pré implantação do PrimaryNursing (oficina A e B) os participantes refletiram sobre a escolha da profissão e sobre o cuidado deEnfermagem no STMO, em seguida, o modelo foi apresentado como proposta para melhorias noprocesso de cuidado de Enfermagem. Na etapa de implantação ocorreram encontros quinzenais com osprofissionais que estavam aplicando o modelo (oficina C), com o intuito de discutir sobre os pontospositivos, pontos negativos, dúvidas e sugestões. A melhora no relacionamento e vínculo com pacientese familiares, conhecimento e acompanhamento do quadro clínico, individualização do cuidado e doProcesso de Enfermagem foram citados como pontos positivos do modelo. Dentre as dificuldades foramcitadas a sobrecarga de trabalho em cuidar de pacientes na mesma fase de tratamento e o sofrimentocom o vínculo criado com pacientes que foram a óbito. Diante disso, foi sugerido pelos participantes,alternar a fase de internação de pacientes nas equipes do Primary Nursing e solicitar o apoiopsicológico para a equipe de Enfermagem. Considerações finais: A realização de oficinas favoreceu aimplantação do Primary Nursing , pois dessa forma os profissionais participaram coletivamente daimplantação do modelo, com oportunidade para expor pontos positivos, dificuldades e sugestões.Destaca-se que as sugestões apresentadas foram acatadas a fim de adaptar o Primary Nursing àsespecificidades do cuidado de Enfermagem a pacientes internados no STMO.

Palavras chave: Enfermagem Primária, Modelo de Enfermagem, Transplante de células troncohematopoéticas.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 87

CAPACITAR PARA CURAR

Vergueiro CSV1, Silva AC1, Fernandes WM1, Turibio I1, Marques JF1, Halaban SS1, Iszlaji C1, KehlA1, Vilagra A1, Seber A1

1Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo

Introdução: A Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo (AMEO) é uma OSCIP –Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, formada por profissionais da área da saúde,voluntários e pacientes. Fundada em 2002, a AMEO nasceu da necessidade dos pacientes encontraremdoadores de medula óssea. Estudos avaliando os sites existentes na internet sobre o tema comprovam adificuldade para o leigo encontrar informação de qualidade. Ante a necessidade da informaçãoadequada, na linguagem acessível ao leigo, sejam pacientes, cuidadores ou funcionários das Casas deApoio, a AMEO desenvolveu o projeto “Capacitar para Curar”, trabalho viabilizado pelo PRONON(Programa Nacional de Apoio a Atenção Oncológica), aprovado pelo Ministério da Saúde. Objetivo:Produzir material educativo para capacitar cuidadores e informar aos pacientes transplantados.Material e Método: Questionários e visitas dirigidas às Casas de Apoio dedicadas ao suporte depacientes e cinco Centros de Transplantes, identificaram os temas relevantes para a elaboração domaterial necessário; foi selecionada equipe multidisciplinar para desenvolver o projeto que embasado narevisão bibliográfica sistemática dos conhecimentos relacionados aos cuidados com o pacientesubmetido ao transplante, desenvolveu a redação e adaptação das informações para linguagem adequada(simples e acessível aos pacientes e cuidadores) expondo aquelas informações em site, aplicativo eimpressão. O material foi desenvolvido em “gibis” (folhetos impressos), vídeos explicativos e eventospara capacitação de cuidadores e funcionários das Casas de Apoio e Centros de Transplante.Resultados e Discussão: As estratégias criadas para informar, com linguagem acessível aos pacientes,cuidadores e profissionais de Casas de Apoio foram: Kit de “Orientações para o Transplante”, compostopor três manuais na forma de “gibis” que abordam cuidados no período pré-internação epós-transplante; 10 animações abordando temas críticos para o transplantado: a sexualidade,alimentação, alteração da imagem corporal, a febre, uso de mascara protetora, exame laboratorial dosangue, hemograma, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e as plaquetas; todos disponibilizados paraacesso pelo site: http://ameo.org.br/capacitar-para-curar/ ou download nos smartphones - Android ouiPhone - do aplicativo: Guia do TMO AMEO . Conclusão: O treinamento dos cuidadores efuncionários das Casas de Apoio aos transplantados, assim como a qualidade das informaçõesdisponíveis a aqueles, permanecem negligenciados. O produto do projeto “Capacitar para Curar”mostra que ações planejadas permitem a capacitação e multiplicação de procedimentos relevantes para aobtenção de resultados melhores, notadamente junto aos que necessitam de suporte social noenfrentamento da doença grave.

Palavras-chave: Transplante de medula óssea, multidisciplinar, capacitação, educacional.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 88

EVENTOS ADVERSOS NO DIA DO TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCOHEMATOPOÉTICAS: RELATO DE CASO

Melo AG1, Silva JB1, Secoli SR2

1Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas2Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

Introdução: o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é um procedimento complexoe o paciente pode apresentar eventos adversos (EA) potencialmente graves, sendo necessáriamonitorização intensiva do paciente, reconhecimento precoce dos EA e rápida intervenção pela equipemultiprofissional. Neste contexto, o papel do enfermeiro é relevante, pois, em diversos centros deTCTH, a realização da infusão de células-tronco hematopoéticas (CTH) é de responsabilidade desteprofissional. Objetivos: identificar e classificar quanto à gravidade, os EA apresentados por umpaciente submetido ao TCTH autólogo. Materiais e Métodos: Relato de caso, realizado a partir dedados retrospectivos coletados no ano de 2014, em um hospital público de ensino, no interior do estadode São Paulo. Para a análise da gravidade dos EA, utilizou-se o Common Terminology Criteria forAdverse Events (CTCAE). O presente estudo teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP),sob os pareceres 256.642 e 143.695. Resultados : paciente do sexo masculino, idoso (70 anos),diabético, hipertenso, com sobrepeso (28,16 Kg/m2) e o diagnóstico que indicou o TCTH foi mielomamúltiplo. No momento do TCTH, o paciente apresentava resposta parcial muito boa (VGPR) e ocondicionamento utilizado foi não mieloablativo (melfalan 140mg/m²). Foram infundidas quatro bolsasde CTH (320 ml), com 2,2x106/ Kg de células CD34, criopreservadas com Dimethyl Sulfoxide(DMSO) a 10%. No dia da infusão de CTH, o paciente apresentava anemia grau 1 e plaquetopenia grau2, diversas alterações relacionadas ao metabolismo e nutrição, como hiperglicemia, hipocalcemia,hipomagnesemia todas classificadas em grau 1 e hipofosfatemia em grau 2. Além disso, apresentoualterações gastrointestinais (náusea e vômito, ambos grau 1), reação relacionada à infusão (grau 1),hemoglobinúria (grau 1), hipertensão (grau 2) e dispneia (grau 3). Discussão: A ocorrência de EAdurante a infusão de CTH é frequente e pode estar relacionada a fatores da condição de saúde dopaciente, ao regime de condicionamento, bem como, ao próprio enxerto utilizado. Para o pacienteavaliado, a presença de alterações gastrointestinais, reação relacionada à infusão, hemoglobinúria edispneia podem ser explicadas pelo uso do crioprotetor (DMSO), utilizado nos enxertos autólogos. Emrelação à hipertensão arterial, diagnóstico prévio ao TCTH, esta alteração poderia ter sido agravada nomomento da infusão de CTH, em decorrência do crioprotetor e pelo aumento da hidratação sistêmica noperíodo do TCTH. Conclusão: A identificação e classificação dos EA podem contribuir naimplementação de medidas preventivas a fim de evitar a piora da gravidade destes eventos, o querepresenta um grande desafio para a equipe multiprofissional, que busca proporcionar um cuidadoseguro. Palavras-chave: transplante de células-tronco hematopoéticas, toxicidade, enfermagem.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 89

EVOLUÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS COM IMUNODEFICIÊNCIASPRIMÁRIAS DURANTE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Viani K1, Oliveira V1, Rafael MN1, Bouchabki G1, Manzoli BS1, Sunakozawa OKM1, VenâncioAM1,2, Mantovani LF1,2, Fernandes JF1,2

1ITACI - Serviço de Onco-Hematologia do Instituto da Criança HCFMUSP2Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) representa grande risconutricional, especialmente em Pediatria. Crianças diagnosticadas com imunodeficiências primáriastambém apresentam risco nutricional aumentado e frequentemente são desnutridas crônicas comoconsequência da gravidade da doença e frequentes episódios infecciosos. Uma vez que o estadonutricional é fator prognóstico no TCTH infanto-juvenil, o acompanhamento nutricional durante oprocedimento é fundamental. Objetivos: Descrever a evolução do estado nutricional de crianças eadolescentes com imunodeficiências primárias durante transplante alogênico de células-troncohematopoiéticas. Material e métodos: Este é um estudo longitudinal retrospectivo que incluiu todos ospacientes de 0 a 18 anos com diagnóstico de imunodeficiência primária que transplantaram em centrode TCTH pediátrico de referência em São Paulo. Foram coletados peso, estatura ou comprimento ecircunferência de braço (CB) nos momentos pré (antes do início do condicionamento), 30 e 100 diaspós TCTH. O z score de índice de massa corporal para idade (zIMC) foi calculado e classificado deacordo com as diretrizes da OMS (2006). A CB foi classificada por percentis (Frisancho, 1990), sendoconsiderado desnutrição percentil <5. Para as análises estatísticas foi usado o software Stata15.0. Resultados: Foram incluídos 28 pacientes que no total fizeram 29 transplantes. A mediana deidade foi 5,6 anos, 59% são do sexo masculino e 66% dos transplantes foram não aparentados. Osdiagnósticos mais frequentes foram doença granulomatosa crônica (38%) e síndrome deChediak-Higashi (21%). Déficit de altura foi encontrado em 28% dos pacientes na avaliação pré TCTH,representando 41% dos meninos e 8% das meninas. A média de zIMC variou de 0,20 a 0,24 e -0,13(p=0,814) no pré, D+30 e D+100 TCTH, respectivamente. A frequência de desnutrição encontrada foi14% por zIMC e 25% por CB no pré TCTH, 4% por zIMC e 41% por CB no D+30, e 10% por zIMC e53% por CB no D+100. Discussão: A frequência de déficit de altura antes do TCTH na populaçãoestudada foi 4 vezes a da população pediátrica brasileira. Quando estratificado por sexo, percebe-se queé no masculino que o índice destoa do esperado, chegando a quase 6 vezes o valor reportado no Brasil.O zIMC não demonstrou-se sensível durante o TCTH uma vez que, comparado ao CB, diagnosticamenos desnutrição. Tal situação provavelmente reflete a hiperidratação e/ou edema decorrente decomplicações do transplante ou uso de corticoides que mascaram o peso corporal. Por CB, há clarocomprometimento do estado nutricional durante o transplante e até 100 dias posteriores, evidenciadopor aumento da frequência de desnutrição na população. Conclusão: Crianças com imunodeficiênciasprimárias frequentemente apresentam déficit de altura e tendem a desnutrir no transplante. Omonitoramento do estado nutricional através de CB parece melhor do que o uso de indicadoresdependentes do peso corporal.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 90

CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) EM LEUCEMIAS AGUDASE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Valentim MR1, Paiva E1, Rangel LCO1, Silva IP1, Garnica M1,2

1Complexo Hospitalar de Niteroi2Universidade Federal do Rio de Janeiro

Introdução: Assegurar acesso venoso adequado é uma das bases do suporte necessário para otratamento de pacientes onco-hematológicos, em especial leucêmicos agudos e transplantados demedula óssea (TMO). Além de possibilitar a infusão de quimioterápicos vesicantes, o acesso éprimordial para adequado suporte hemoterapico e na condução do tratamento de eventos infecciososgraves e sepsis. Para pacientes em terapia quimioterapica sequencial, como nas leucemias agudas ou emsituações de internação prolongada (como no TMO), o uso de cateteres de longa permanência trazconforto e segurança. Cateter venoso central de inserção periférica (PICC) é um tipo de CVC de fácilinstalação, barato e seguro, especialmente em situações de trombocitopenia relacionadas a doença debase ou a quimioterapia. Nesse estudo descrevemos a experiência de um centro com o uso de catetervenoso central de inserção periférica (PICC) como alternativa para pacientes em indução de remissaoem leucemia aguda ou submetidos a TMO.

Métodos: Coorte de pacientes onco-hematologico e transplantados submetidos a inserção de PICCentre 2015 ate a presente data. O procedimento foi realizado por uma equipe de 03 enfermeiras treinadas,usando técnica de visualização por ultrassonografia, priorizando a veia basílica.

Resultados: Um total de 57 pacientes com doenças onco-hematologicas (sendo 35 leucemias agudasem indução) e 47 pacientes submetidos a TMO tiveram pelo menos uma PICC instalada durante o estudo.No grupo de pacientes com leucemia aguda, a mediana de tempo de uso da PICC foi de 23 dias (1 –376), sendo que em 17 (49%) pacientes o PICC ficou implantado por mais de 50 dias. Apenas 14 (40%)pacientes necessitaram instalação de novo PICC no decorrer do tratamento. Nos 36 pacientes submetidosa TMO autólogo, a mediana de tempo de uso foi de 14 dias (1 – 32 dias), e apenas 4 (11%) necessitaramuma segunda punção. A retirada da PICC ocorreu no momento da alta na maioria. Apenas um paciente(3,3%) desenvolveu bacteremia relacionada ao CVC. Onze pacientes submetidos a AloTMO tiveram umPICC instalado, principalmente após a perda de CVC Hickman previamente instalado. Nesse grupo amediana de permanência foi de 42 dias (1 – 442 dias).

Conclusão: PICC se mostrou uma alternativa segura, de fácil instalação e de baixa frequência detroca em pacientes leucêmicos ou submetidos a TMO. Permanência superior a 40-50 dias foi atingidaem pelo menos metade dos pacientes leucêmicos. Nos pacientes submetidos a AutoTMO, a manutençãodo CVC foi suficiente para a recuperação hematopoiética e alta hospitalar. Entre pacientes submetidos aTMO alogenico, PICC foi uma alternativa viável e de longa permanencia após a perda de CVC prévio.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 91

O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM QUE ATUA NO BANCO DE SANGUESOBRE O PROCESSO DOAÇÃO-TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Mattos MR1, Coronato BO1

1Centro Universitário Lusíada

A medula óssea (MO) é um órgão essencial para a homeostasia do organismo. É nela que sãoproduzidos os elementos figurados do sangue, tais como os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.Quando ocorre uma deficiência de produção nesse órgão, o indivíduo necessita de um transplante demedula óssea. Para a efetivação deste transplante é necessário encontrar um doador compatível, e estacompatibilidade é extremamente rara (1 para cada 100 mil). Para se tornar um doador voluntário, ointeressado deve procurar um banco de sangue e caso tenha boa saúde, será cadastrado no REDOME(Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) após registro dos dados pessoais e coleta da amostrade sangue. Devido à dificuldade da compatibilidade, é necessário um banco com muitos doadorescadastrados sendo de grande importância o papel da equipe de enfermagem na captação e orientaçãodestes voluntários. A enfermagem é quem deve explicar todo o processo, desde o cadastro até a doaçãoem si, caso seja compatível com um receptor. Existem poucos estudos científicos sobre o papel daenfermagem no cadastro para doação de MO publicadas em bases de dados nacionais e pouca legislaçãoespecífica, diante deste quadro foi realizada uma pesquisa de campo, qualitativa, descritiva eexploratória, sobre o conhecimento da equipe de enfermagem no processo doação-transplante em umhospital referência do município de Santos/SP, com o objetivo de avaliar o entendimento da equipe deenfermagem e se os mesmos conseguem explicar sobre o processo doação-transplante de MO. Foipossível perceber com a pesquisa que a grande maioria da equipe de enfermagem não tem amploconhecimento sobre o assunto, o que pode prejudicar o entendimento do doador, gerando uma possíveldesistência de doação no futuro. A equipe desconhece a quantidade em mililitros que deve ser coletadade amostra sanguínea do doador para seu cadastro, segundo REDOME é necessário 10 mililitros.Houve também um desconhecimento da equipe a quem pode se candidatar para ser doador de MO, osextremos de idade e doenças que restringem a doação. Segundo o REDOME, o voluntário que deseja secadastrar deverá ter entre 18 e 55 anos de idade e livre de doenças que contraindicam a doação, como:HIV, hepatite C, neoplasias malignas, doenças autoimunes, epilepsia, diabetes tipo I. Após análise dosdados foi possível verificar que a maioria da equipe de enfermagem tem conhecimento superficial sobreo processo completo e seus diversos aspectos; o que aliado ao fato de não haver uma rotinapré-estabelecida de orientações a serem fornecidas, possibilita futuras desistências das doações pelofato dos doadores não terem todas as suas dúvidas esclarecidas. O que nos leva a concluir que a equipeprecisa ser melhor capacitada tecnicamente sobre o assunto e que é de grande importância a existênciade normas e rotinas estabelecidas pelo enfermeiro para a equipe de enfermagem.

Palavras-chaves: doação medula óssea, cadastro medula óssea, medula óssea enfermagem.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 92

ATENDIMENTO AMBULATORIAL À PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH) ALOGÊNICO EM UM HOSPITAL

PARTICULAR EM SÃO PAULO ATÉ O D+ 100

Pedrosa MFV1, Soto GS1

1Hospital Sírio-Libanês

Introdução: O Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é indicado para otratamento de doenças hematológicas, oncológicas e hereditárias. A evolução do TCTH depende devários fatores como estágio da doença ao diagnóstico, condições clínicas, regime de condicionamento,fonte de células tronco e grau de compatibilidade do antígeno leucocitário humano. Após oprocedimento os principais riscos estão relacionados as infecções oportunistas e a doença do enxertoversus hospedeiro (DECH) que varia de intensidade e local mas que pode ser manejada e controladacom imunossupressores. Objetivo: Relatar a assistência de enfermagem em pacientes adultos apósTCTH alogênico em um hospital particular de São Paulo até o D+100. Material e Método: Estudodescritivo das orientações e procedimentos realizados durante a permanência do paciente noambulatório de oncologia. Resultados: O paciente comparece no ambulatório aproximadamente duasvezes na semana para avaliação clínica, coleta de exames laboratoriais, suporte transfusional, correçãode distúrbios hidroeletrolíticos ou recebimento de medicações a depender do estado geral. Aferimos opeso a cada comparecimento para monitorar a aceitação alimentar, necessidade de suplemento ou ajustenas refeições, assim como observar precocemente edemas significativos. Avalia–se a funcionalidade docateter venoso central, presença de sinais flogísticos na inserção, troca de curativo e reforço doscuidados com esse dispositivo no domicílio. São realizadas coletas de hemograma, enzimas hepáticas,função renal, eletrólitos, PCR quantitativo para CMV e EBV, nível sérico do imunossupressor eproteína C reativa. Após avaliação médica o paciente é orientado quanto ao retorno no ambulatório pararealização de novos exames, consulta e administração de medicamentos, assim como sinais dealerta. Discussão: Durante o condicionamento, os pacientes são submetidos a altas doses dequimioterapia, a enfermeira avalia toxicidades presentes e após realização do exame físico e anamnesepode-se identificar precocemente sinais e sintomas de DECH, principalmente de pele e tratogastrointestinal, assim como instabilidade hemodinâmica. O enfermeiro exerce papel educacionalesclarecendo dificuldades relacionadas a alta, a dinâmica extra-hospitalar com o acréscimo de inúmerasmedicações e estimula o autocuidado. O enfermeiro, por ser o primeiro membro da equipemultiprofissional que avalia esse paciente através de sua percepção clínica, deve ser capacitado eorientado para identificação desses agravos levando a equipe médica a priorizar o atendimento econdutas em casos necessários. Conclusão: Pacientes submetidos a Transplante de Células-TroncoHematopoiéticas constituem grupo com perfil assistencial instável e com altas taxas demorbimortalidade, por isso requerem assistência especializada e qualificada durante o período deseguimento no ambulatório de oncologia.

Palavras–chave: enfermagem, avaliação, orientação.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 93

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL PÚBLICO DO

ESTADO DA BAHIA: IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM GERENCIAL

Dominguez RGS1, Reis C1, Bomfim G1, Salvino MA1

1Universidade Federal da Bahia

Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos a TCTH em um serviço dereferência no Estado da Bahia a fim de melhor gerenciar o processo do cuidado da equipe deenfermagem. Material-Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, a partir da revisão e análise deprontuários de 57 pacientes transplantados em um serviço publico de referência em Oncohematologia,entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016. As variáveis coletadas foram: idade, sexo, diagnóstico, tipode transplante (coleta, mobilização e protocolos de condicionamento), tempo de internação,complicações agudas e desfecho. Para análise dos dados foi utilizado o programa Excel. Resultados:No período de estudo ocorreram 57 TCTH, sendo 51 (89,5%) Autólogo e 06 (10,5%) Alogênicosaparentados. A média de idade dos pacientes foi 40 anos, variando entre 16 – 69 anos. Houvepredomínio do sexo masculino (56,1%) e doenças tratadas foram: 1,7% leucemia mielóide aguda (01),1,7% leucemia linfoide aguda (01), 3,5% leucemia de células plasmocitárias (02), 5,3% tumoresgerminativos de testículo (03), 7% anemia aplásica (04), 14,1% linfoma não-Hodgkin (08), 26,3%doença de Hodgkin (15) e 40,4% Mieloma múltiplo (23). No TCTH autólogo, em 84,3% foi realizada amobilização apenas com GCSF. Em geral, as fontes de células foram sangue periférico em 94,7% doscasos (54) e medula óssea em 50% dos transplantes alogênicos aparentados. Quanto aos protocolos decondicionamento utilizados: no transplante autólogo, 50,1% Melfalan e 29,4% BuEAM; já no TCTHalogênico aparentado, 66,7% Ciclofosfamida/Fludarabina/Timoglobulina. O tempo médio de internaçãofoi de 28,4 dias com variação entre 14 e 95 dias; já o tempo médio entre a infusão de CTH e a enxertiamedular foi de 12,5 dias, com intervalo de no mínimo 10 e no máximo de 20 dias, excluindo-se os casosem que o óbito ocorreu antes da enxertia. Em apenas 15,8% dos pacientes não foram registradascomplicações durante a internação e 40,3% apresentaram duas ou mais complicações, sendo o registromais comum de mucosite (73,7%). Quanto ao desfecho (alta hospitalar ou óbito), 04 pacientes foram àóbito durante o internamento (7%) e destes, 03 foram submetidos a TCTH alogênico aparentado,corroborando a alta taxa de mortalidade relacionada a esse tipo de transplante descrita na literatura. Eainda, dentre os pacientes que receberam alta hospitalar foi registrado apenas um óbito considerando-seo período de estudo, oito meses após a data de infusão de CTH por recidiva da doença. Baseando-senos dados o enfermeiro gestor pode desenvolver ferramentas ligadas a Sistematização da Assistência deEnfermagem (SAE) que promovam o cuidado integral ao paciente transplantado. Ações quepossibilitem a transformação do processo de trabalho baseadas na avaliação e implementação deindicadores assistenciais, adequação de normas e rotinas hospitalares, gerenciamento dos recursosmateriais e planejamento da educação permanente da equipe de enfermagem. Conclusão: A análise dosdados permitiu traçar um perfil epidemiológico dos indivíduos submetidos a TCTH, além de produzirconhecimentos que podem servir de base para a adoção de estrategias direcionadas ao cuidado deenfermagem especializado e individualizado ao público atendido no serviço, visando a otimização dosresultados

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 94

CUIDADOS PALIATIVOS PRECOCE E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOTRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA EM CRIANÇAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Carvalho PJ1, Oliveira A1, Delponte V1

1SBS Hospital Sírio Libanês

Introdução: O transplante de Medula Óssea (TMO) é uma terapia que consiste na infusão de célulastronco hematopoiéticas por via intravenosa, com a finalidade de restabelecer a normalidade funcional damedula óssea. O paciente submetido a este transplante passa por uma internação prolongada, e muitasvezes, o TMO é visto como a última opção de tratamento, trazendo uma complexidade emocional aqual o profissional deve lidar quando prestar cuidados a esse paciente, no qual nem sempre o desfechoserá a cura. O TMO traz um impacto difícil de ser enfrentado tanto pela criança como pela família,uma vez que estes passam pelas várias fases do tratamento, procurando sobreviver às complicações dadoença e tratamento. Segundo a Organização Mundial da Saúde, os cuidados paliativos (CP) consistemem uma abordagem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares que enfrentamdoenças que oferecem risco de morte, devendo se iniciar o mais precoce possível, concomitante aotratamento curativo, incluindo a identificação e o tratamento de sintomas de ordem física, psicossociale espiritual. Uma vez que o paciente submetido ao TMO traz demanda biopsicossocial, por que nãoser acompanhado pela equipe de CP desde o início do transplante? Proposta: Com base nisso foiintroduzido a proposta de acionamento precoce da equipe de CP paliativos à todas as crianças que serãosubmetidas ao TMO, para acompanhamento tanto do paciente quanto da família. Método: Trata-se deum relato de caso da Unidade de Transplante de Medula Óssea de um hospital filantrópico e de grandeporte, localizado na cidade de São Paulo. Nesse serviço, a partir de 2016, os pacientes com idade inferiora 18 anos são acompanhados pela equipe de cuidados paliativos durante a internação. Em fevereiro de2017 foi distribuído um questionário aos profissionais da unidade para avaliar a qualidade da assistênciaprestada pela equipe de cuidados paliativos aos pacientes. Os profissionais responderam o questionáriode forma voluntária e anônima. Resultados: Após internação do menor, o grupo de CP é prontamenteacionado e realiza avaliações diárias por seus membros, onde o conhecimento de cada membro da equipeé usado para planejar estratégias de prevenção e tratamento de sintomas nas diferentes dimensões. Asrespostas obtidas apontam que, na opinião dos profissionais da unidade de TMO, a atuação da equipede CP ajudou no manejo de sintomas dos pacientes, no suporte emocional a pacientes e familiares,nos conflitos entre pacientes, famílias e equipes, nos cuidados de fim de vida e diminuiu o stress daequipe da unidade. Conclusão: O acompanhamento pela equipe de cuidados paliativos desde o início dotransplante de medula óssea traz benefícios para equipe multiprofissional e para os pacientes e familiares,e são necessários mais estudos, com um maior número de profissionais para se aprimorar os benefíciosdessa estratégia.

Palavras-chave: pediatria, transplante de medula óssea, cuidados paliativos

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 95

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PRÉ TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA: RELATO DEEXPERIÊNCIA

Santos MFFD1, Castilho CFC1, Motta CL1

1Beneficência Portuguesa de São Paulo

INTRODUÇÃOO suporte nutricional é fundamental no tratamento de pacientes em transplante de células tronco

hematopoiéticas (TCTH), que frequentemente estão expostos a fatores que podem afetar negativamentesua ingestão alimentar e alterar o seu metabolismo, prejudicando seu estado nutricional. A desnutriçãoestá associada a maior morbimortalidade, mucosite e complicações infecciosas em pacientes em TCTH.Estudos mostram que pacientes submetidos a TCTH alogênico apresentam maior prejuízo do estadonutricional, o que reforça a necessidade de avaliação e conduta nutricional precoce.

OBJETIVOSRelatar a experiência da implantação da avaliação nutricional pré TCTH para pacientes em TCTH

autólogo e alogênico de um novo serviço.

MATERIAL E MÉTODOSTrata-se de um estudo retrospectivo com análise dos prontuários de pacientes em TCHT entre agosto

de 2016 a maio de 2017. Foram analisados: o número de pacientes avaliados no pré TCTH, intervalo detempo antes do transplante para realização da consulta, distribuição das avaliações ao longo do tempo eperda de peso durante a internação para TCTH.

RESULTADOSForam avaliados os TCTH na unidade BP Mirante entre setembro de 2016 a maio de 2017, sendo 25

pacientes, 8 do sexo feminino e 17 do sexo masculino, idade média de 54 anos de idade (13 e 74 anos),13 realizaram TCTH alogênicos e 12 autólogos. A avaliação nutricional pré transplante foi realizada em44% dos pacientes, sendo que nos meses de abril e maio 100% dos pacientes que realizaram transplanteforam avaliados. A média de intervalo em dias entre a avaliação pré TCTH e a realização do TCTH foide 16,4 dias (8 a 44 dias). A perda de peso esteve presente em 75% dos pacientes avaliados.

DISCUSSÃOA avaliação nutricional prévia do paciente auxilia na determinação de conduta nutricional precoce.

Outros aspectos trabalhados na avaliação nutricional pré TMO como orientação prévia do paciente ecuidador principal, podem auxiliar no cuidado durante a internação e pós alta. Informações coletadasdurante a consulta pré TCTH, como restrições e intolerâncias alimentares, bem como preferências,podem antecipar o cuidado com ao preparo da alimentação servida durante a internação, aquisição demateriais específicos e confecção de preparações personalizadas. Este cuidado facilita aindividualização do atendimento nutricional durante e após o TCTH.

CONCLUSÃONeste serviço, foi elaborada uma avaliação nutricional pré TCTH, com objetivo de avaliar o

consumo alimentar, sintomas gastrintestinais, estado nutricional do paciente, bem como sua experiênciacom a alimentação hospitalar e estrutura para preparo dos alimentos pós alta, para que uma estratégia deterapia nutricional possa ser traçada precocemente tanto no ambiente hospitalar, como na orientaçãopara alta. Com a organização adequada e apoio da equipe multiprofissional, foi possível estruturar umaavaliação nutricional pré TMO adequada.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 96

CUIDADOS AMBULATORIAIS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES SUBMETIDOS ATRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Oliveira AA1, Meira AOS1

1Hospital Beneficiência Portuguesa de São Paulo

O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é uma das modalidades de tratamentoutilizadas, principalmente em doenças onco-hematológicas, sendo necessária uma assistênciamultiprofissional especializada. O acompanhamento destes pacientes, nas diferentes fases dotransplante, pode ser realizado ambulatoriamente, desde que se tenha uma equipe multiprofissional comconhecimento específico e especializado, para a elaboração de um plano terapêutico eficaz, sendo oenfermeiro um elemento ativo e fundamental, capaz de atuar de modo decisivo nos cuidados diários, naprevenção de complicações e intervindo precocemente para a resolução dos eventos adversos, tendo-seem vista o grau de complexidade destes pacientes. As intervenções de enfermagem são inúmeras,principalmente nos cuidados relacionados à higiene e a prevenção de infecção, com ações que vãodesde a orientação do paciente e familiar até o trabalho direto com os demais membros da equipemultidisciplinar. Deste modo, o presente estudo buscou descrever as ações de enfermagem durante otratamento ambulatorial dos pacientes submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas emum hospital privado do estado de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa descritiva, no qual por meio decoleta de dados de prontuário, foi possível identificar os pacientes submetidos ao transplante de medulaóssea e que foram acompanhados em nosso serviço, sendo classificados de acordo com o tipo de TCTHe divididos por sexo, idade, diagnóstico, motivos pelos quais foram atendidos no ambulatório. Os dadosse referem aos pacientes atendidos no período de junho de 2016 a junho de 2017. Foram atendidos 18pacientes, sendo que destes 50 % eram mulheres, a média de idade foi de 54,2, o diagnóstico maisprevalente tratado com TCTH foi de Mieloma Múltiplo com 38,9%, seguido por 22,2% de Linfoma nãoHodgkin e 16,7% de Linfoma de Hodgkin. O tipo de transplante mais prevalente foi o autólogo em72,2% dos pacientes, o alogênico com 16,7% não aparentado e 11,1% alogênico aparentado. No póstransplante alogênico todos os pacientes necessitaram de acompanhamento pelo menos duas vezes porsemana, com coleta de exames de sangue e controle do nível sérico dos imunossupressores no caso dosde transplante alogênico não aparentado para o controle de reação denominada como doença do enxertocontra o hospedeiro (DECH), consultas médicas, medicações de suporte, transfusões, cuidados comcateter e avaliação de sinais e sintomas que necessitam de intervenção precoce. O atendimento eacompanhamento dos pacientes submetidos a TCTH, principalmente no pré e pós transplante é umarealidade, que deu certo, mas que necessita de uma equipe de enfermagem especializada e bempreparada para o cuidado com estes pacientes.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 97

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOÉTICAS EM PACIENTES ACIMA DE 65 ANOS E PORTADORES DE MIELOMA

MÚLTIPLO.

Massa B1, Silva BA1, Silva CC1, Vogel C1, Costa LSS1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Mieloma Múltiplo (MM) é uma desordem proliferativa de células clonais plasmáticas(1). Suaincidência aumenta com a idade, com idade mediana de 69 anos ao diagnóstico(2). Espera-se que onúmero de pacientes geriátricos diagnosticados cresça consideravelmente ao longo do tempo devido aoaumento da expectativa de vida da população. O surgimento de novas terapias junto ao TransplanteAutólogo de Células Tronco Hematopoéticas (TCTHa) tem contribuído com bons resultados dedesfecho e qualidade de vida em pacientes idosos, portadores de MM e submetidos a TCTHa. Contudo,um dos maiores problemas que afetam a sobrevida do paciente idoso é o diagnóstico tardio(3). Osobjetivos principais deste trabalho visam comparar a sobrevida global de pacientes menores que 65 anosversus maiores de 65 anos, além de destacar o papel da enfermagem frente ao cuidado do paciente idosoelegível ao TCTHa. Foi realizado estudo retrospectivo de 96 prontuários de pacientes portadores deMM, submetidos ao primeiro TCTHa em um hospital privado de grande porte em São Paulo, entre osanos de 2005 a 2016. Essa amostra foi separada em dois grupos, sendo o Grupo 1 de pacientes abaixode 65 anos e Grupo 2, acima de 65 anos. Os resultados apresentados demonstram que não houvediferença estatística significativa na probabilidade de Sobrevida Global (SG) em 1, 5 e 10 anos após oTCTHa para ambos os grupos. A atuação da equipe de enfermagem em pacientes idosos submetidos aoTCTHa possui foco diferenciado, com objetivos centrados aos riscos associados à idade, como porexemplo, prevenção de queda no ambiente hospitalar, levando em consideração a probabilidade defragilidade óssea em MM e suas consequências graves nesta população, além da atenção àscomorbidades presentes identificadas na avaliação pré-transplante. Todos os pacientes submetidos aoTCTH são avaliados periodicamente através de escala para pontuação do risco de queda, e são tambémclassificados quanto ao risco associado às comorbidades presentes, que requerem assistência deenfermagem focada em prevenção de complicações. O idoso requer da equipe assistencial atençãocontinua de suas singularidades, que vai além do conhecimento técnico, sendo essencial sensibilidadepara lidar com as limitações físicas e, principalmente, emocionais, onde a necessidade de atenção,controle e manutenção dos hábitos estão também presentes. Concluímos que o TCTHa é factível napopulação idosa e que o papel de cuidados e orientações está vinculado à atuação da equipemultiprofissional, sobretudo à enfermagem, durante a internação do paciente, de modo que podemosconcluir a importância desses profissionais estarem cada vez mais preparados e capacitados a receber oidoso e propiciar cuidados adequados, imprescindíveis aos procedimentos e particularidades aos quaisesses pacientes estão submetidos.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 98

CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE MEDICAÇÃO QUANTO À CONSEQUÊNCIA PARA OPACIENTE EM UM SERVIÇO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Silva LAA1, Figueiredo TWB1, Oliveira ES1, Brusamarello T1, Pontes L1, Rocha DJM1

1Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

Introdução: O uso de medicamentos em estabelecimentos de saúde é considerado um processocomplexo, sendo a ocorrência de erro em qualquer momento da cadeia medicamentosa um incidenteindesejável que pode resultar em dano desnecessário ao paciente. Em um Serviço de Transplante deMedula Óssea (STMO), o paciente é submetido à administração de diversos fármacos e fluidosterapêuticos. Neste sentido, é imperativo conhecer a classificação dos erros de medicação quanto àconsequência para o paciente a fim de construir e implementar estratégias de promoção de práticasseguras. Objetivo: Classificar os erros de medicação notificados em um STMO quanto à consequênciapara o paciente. Material e Métodos: Estudo quantitativo, retrospectivo e documental realizado em2017 em um hospital público do Paraná. A coleta de dados ocorreu por meio das fichas de notificaçãode 2011 a 2016. Posteriormente os dados foram armazenados em banco eletrônico do programaMicrosoft Excel®e submetidos à análise descritiva. A classificação foi realizada de acordo com aClassificação Internacional sobre Segurança do Doente, na qual a consequência para o paciente é oimpacto total ou parcialmente atribuível a um incidente. Resultados: Do total de 1.261 notificações,foram incluídas no estudo somente as pertencentes aos medicamentos e/ou fluidos terapêuticos, as 591notificações geraram 633 incidentes que foram ordenados de acordo com o ano de ocorrência eclassificados quanto à consequência para o paciente. Assim, 335 (52,92%) dos incidentes foramclassificados como sem dano; 186 (29,38%) incidente com dano ligeiro; 104 (16,42%) near miss; nove(1,42%) incidente com dano moderado; um (0,15%) incidente com dano grave; e nenhum (0%)incidente com morte. D iscussão: A maioria dos incidentes foram classificados como sem dano,quando a consequência é assintomática ou sem sintomas detectados e não requer tratamento. Destaca-seque dos 633 incidentes apenas um causou dano grave ao paciente, quando a consequência é sintomática,requerendo intervenção para salvar a vida ou grande intervenção médico-cirúrgica; quando encurta aesperança de vida ou causa grande dano permanente ou a longo prazo, ou perda de função. No entanto,nenhum dos erros resultou em morte. Conclusão: Observa-se número expressivo de notificaçõesrelacionadas a incidentes com dano ligeiro. E, apesar de apenas dez incidentes terem sido classificadoscomo dano moderado e grave, destaca-se que as notificações relacionadas a erros de medicaçãocorresponderam à quase metade do total do período. Ressalta-se que a enfermagem é uma das últimasbarreiras para evitar o erro relacionado a cadeia medicamentosa, cabendo a estes profissionais anecessidade de estar atentos, bem como conhecer todo o processo medicamentoso e as consequênciaspara o paciente advindas de erros neste processo.

Palavras-chave: Erros de Medicação, Segurança do Paciente, Enfermagem, Classificação.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 99

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PEDIÁTRICO COM LEUCEMIA LINFÓIDEAGUDA EM USO DE BLINATUMOMAB: UM RELATO DE CASO.

Neves VM1, Castro AP1, Costa LSS1, Nogueira RMG1, Waisbeck TMB1, Vogel C1

1Hospital Israelita Albert Einstein

INTRODUÇÃO: O Blinatumomab é um anticorpo monoclonal utilizado em pacientes comdiagnóstico de Leucemia Linfóide Aguda. O anticorpo tem dupla especificidade, permite que as célulasT CD3 reconheçam e eliminem as CD19 positivas criando uma ponte entre elas. O medicamentoencontra-se em fase inicial de estudos no país e, por tratar-se de um anticorpo monoclonal, uma série decuidados deve ser tomada durante sua administração. Diversas reações são esperadas como síndrome daliberação de citocinas, neurotoxicidade, elevação de enzimas hepáticas e síndrome da lise tumoral. Aeficácia no tratamento e a escassez de publicações brasileiras sobre o mesmo nos impulsionam a relatarnossas experiências como equipe de enfermagem. MÉTODO: Trata-se de um estudo qualitativo,descritivo, do tipo estudo de caso realizado na unidade de TMO e UTI pediátrica de um hospital degrande porte em SP. OBJETIVOS: Relatar a experiência da equipe de enfermagem no cuidado de umacriança com LLA em uso do Blinatumomab. RESULTADOS: A criança de 5 anos foi admitida naunidade de UTI pediátrica para realização de exames e passagem de um cateter de PICC para infusão dadroga. Encontrava-se internada no TMO para tratamento clínico, porém a equipe medica optou pelatransferência para que o paciente fosse monitorizado durante todo o ciclo, totalizando 28 dias de infusãocontínua de Blinatumomab. A criança iniciou o tratamento após um mielograma e imunofenotipagemcom 3,6 e 4% de blastos. Respondeu bem a infusão da droga, sem grandes alterações hemodinâmicas.A pressão arterial sistólica se manteve menor que 95mmHg durante todo o tratamento. O pacienterecebeu transfusões de sangue no decorrer dos 28 dias e não apresentou febre ou qualquer tipo deinfecção durante a neutropenia. Repetiu o mielograma e imunofenotipagem 15 dias após o inicio doanticorpo e ao término do tratamento, ambos sem doença residual mínima. DISCUSSÃO: Entre algunscuidados durante a terapia, destacamos a necessidade de coleta de exames laboratoriais comcoagulograma e fibrinogênio a cada 24h. Por esse motivo, foi optado pela equipe médica e deenfermagem não heparinizar o cateter, evitando punções periféricas. O anticorpo deve ser administradosempre na mesma vazão sendo proibida a realização de flush diretamente no cateter. Para prevenção dereações adversas, foram prescritos anti-histamínico, antitérmico e antiemético de horário. Uma daspreocupações da equipe era deixar o balanço hídrico negativo, a criança era pesada 2 vezes ao dia e ospais foram orientados quanto ao controle de ingesta hídrica CONCLUSÃO: A enfermagem deve estarpreparada para o manejo e cuidado do paciente em uso de Blinatumomab, auxiliando a tomada dedecisões da equipe médica. Pontos como a não heparinização do cateter, balanço hídrico rigoroso emonitorização de sinais vitais são papel fundamental da equipe, bem como a interação com a família, jáque a internação é longa e trata-se de uma droga nova, o que pode ser muito desgastante.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 100

AÇÕES DE ENFERMAGEM PARA MINIMIZAR REAÇÕES CUTÂNEAS CAUSADAS PELO USODE TIOTEPA EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Castro AP1, Neves VM1, Costa LSS1, Nogueira RMG1, Waisbeck TMB1, Vogel C1

1Hospital Israelita Albert Eisntein

INTRODUÇÃO: Tiotepa é um agente alquilante multifuncional muito utilizado em regimes decondicionamento. Seu tempo de meia-vida é proporcional às doses utilizadas sendo prescritas em altasdoses durante o TMO. Sua excreção é renal, porém altas concentrações também são encontradas na pele.As importantes reações cutâneas causadas por essas concentrações e as diversas ações de enfermagemque podem ser realizadas a fim de reduzir os danos ao paciente levam-nos a realizar um estudo sobreo tema OBJETIVO: Realizar uma revisão de literatura sobre o uso de tiotepa, suas reações cutânease intervenções que possam ser realizadas. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa.Para os levantamentos dos artigos, foram utilizadas as bases de dados PUBMED e BVS de 2000 a 2017com os termos “thiotepa”e “skin”em título, resumo ou corpo. Após este levantamento e leitura dosresumos, procedeu-se a seleção dos artigos. RESULTADOS: Foram encontrados 12 artigos na base dedados BVS. Entre eles 5 artigos foram selecionados. Na base de dados PUBMED foram encontrados 25artigos. 6 artigos se relacionavam ao tema proposto, porém 5 deles estavam repetidos restando somente1 artigo selecionado. Nos artigos encontrados todos os pacientes em uso de tiotepa apresentaram algumgrau de lesão de pele. As alterações cutâneas podiam ser caracterizadas por eritema leve generalizado,escoriações, prurido, descamação e hiperpigmentação com aparecimento de 5 a 6 dias após o términoda terapia. Um estudo mostra que foram encontrados altos níveis de tiotepa em gaze e suor, locais defricção ou ocluídos. Outro estudo mostra que os pacientes submetidos à terapia têm maior chance decontrair infecção fungica por fusarium, pois a porta de entrada deste fungo seria uma pele já danificada.DISCUSSÃO: Para diminuir as concentrações de tiotepa na pele deve-se intensificar o banho no pacientede 3 a 4 vezes ao dia com duração de 15 a 30 minutos do término da infusão da droga até 36 horasapós. Deve-se lavar o couro cabeludo, pois a concentração de tiotepa pode levar à alopecia permanente.Durante a terapia deve-se evitar qualquer tipo de barreira para pele como creme hidratante ou pomadaspara assaduras, além do uso de fitas ou oclusão da pele. Realizar o menor curativo de cateter possível eevitar curativos desnecessários, bem como o uso de fraldas mesmo em pacientes pediátricos e orientaruso de roupas leves. CONCLUSÃO: Identifica-se escassez de artigos relacionados às reações cutâneasassociadas ao uso de tiotepa e uma inespecificidade em descobrir a real origem das reações cutâneas, umavez que durante o TMO outras medicações e GVHD de pele têm sintomatologias semelhantes. Porém,os estudos mostram diversas ações de enfermagem que podem ser realizadas ajudando a diminuir asreações cutâneas causadas pelo uso da tiotepa, portanto criamos uma rotina institucional para padronizaros cuidados de enfermagem a estes pacientes visando garantir uma assistência adequada e de qualidade.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 101

RESULTADOS E INDICADORES DA NURSING OUTCOMES CLASSIFICATION PARAPACIENTES PRÉ- TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS COM

CONHECIMENTO DEFICIENTE

Silva PO1, Orlandini GM1, Soares RM1, Reichert A1, Lucena AF1, Almeida MA1, Heldt E1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: O Processo de Enfermagem é um instrumento metodológico que norteia o cuidadoprofissional e a sua documentação, tornando visíveis as ações do enfermeiro e de sua equipe. Tem-sebuscado aprimorar esse processo e adequá-lo às necessidades de cada indivíduo/família, de acordo coma especialidade. Nesse sentido, a padronização de sistemas de linguagem profissional permiteuniversalizar os termos utilizados pela enfermagem em sua prática clínica, ao nomeá-los, organizá-los eclassificá-los. Atualmente, dispomos de vários sistemas de classificação, dentre eles a classificaçãodiagnóstica NANDA International (NANDA-I), a classificação de intervenções Nursing InterventionsClassification (NIC), e a classificação de resultados de enfermagem Nursing Outcomes Classification(NOC). Na consulta de enfermagem pré-transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), um dosDiagnósticos de Enfermagem (DEs) possíveis de ser estabelecido é Conhecimento Deficiente, definidopela ausência ou deficiência de informação cognitiva relacionada a um tópico específico. Selecionar osresultados a serem alcançados pelos pacientes, a partir das intervenções fornecidas pode favorecer osucesso do processo de transplante, ao auxiliar no direcionamento das ações educativas. Objetivo:Definir os resultados e indicadores de enfermagem NOC mais apropriados para avaliação de pacientesdiagnosticados com Conhecimento Deficiente em consulta de enfermagem ambulatorial pré-TCTH.Materiais eMétodos: Trata-se de uma pesquisa metodológica realizada através de um estudo devalidação por consenso com três enfermeiras especialistas em TCTH, três professoras de enfermagem euma enfermeira pesquisadoras em sistemas de classificação NANDA-NIC-NOC. Para a seleção dosresultados e seus indicadores foi considerado o consenso de 100% entre os especialistas.Os aspectoséticos foram respeitados e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição. Resultados eDiscussão: Foram selecionados três resultados e seus indicadores NOC, quais sejam: 1) Conhecimento:Regime de tratamento – com três indicadores: Justificativa para o tratamento; Responsabilidade deautocuidado relacionadas com o tratamento contínuo; Efeitos esperados do tratamento; 2)Conhecimento: Procedimentos de tratamento – com dois indicadores: Procedimento de tratamento;Precauções relacionados com procedimento e efeitos secundários ao tratamento; 3) Conhecimento:Controle de infecção – com dois indicadores: Importância da higiene das mãos; Importância da adesãoao tratamento. Esses resultados e indicadores estabelecidos possibilitarão que as intervenções deenfermagem realizadas na consulta estejam de acordo com as necessidades identificadas. Conclusão:Em reunião de especialistas, três resultados e sete indicadores NOC atingiram 100% de consenso. Emetapa posterior da pesquisa, eles serão utilizados para acompanhar a evolução do paciente pré-TCTHcom Conhecimento deficiente, ao longo das consultas de enfermagem.

Palavras-chave: Processos de Enfermagem; Assistência de Enfermagem; Avaliação de Resultados:Classificação; Transplante.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 102

IDENTIFICAÇÃO DAS CLASSES FARMACOLÓGICAS ENVOLVIDAS EM INCIDENTESNOTIFICADOS EM UM SERVIÇO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Figueiredo TWB1, Silva LAA1, Brusamarello T1, Oliveira ES1, Pontes L1, Rocha DJM1

1Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

Introdução: Incidente é o evento ou circunstância que pode resultar ou resultou em danodesnecessário ao paciente. Neste sentido, a Classificação Internacional sobre Segurança do Doentedescreve diferentes classes para compreensão global da segurança do paciente, sendo a primeira Tipo deIncidente onde são classificados os incidentes em 13 tipos, dentre os quais encontra-seMedicação/fluidos intravenosos que considera dentre seus tópicos de relevância a Lista demedicamentos envolvidos. O paciente em processo de transplante de células-tronco hematopoéticas(TCTH) é submetido à administração de medicações de diversas classes durante o tratamento, de caráterprofilático ou terapêutico. Neste sentido, torna-se essencial conhecer quais as classes de medicaçãomais envolvidas em incidentes visando construir e implementar estratégias de promoção de práticasseguras. Objetivo: Identificar as classes farmacológicas envolvidas em incidentes notificados em umServiço de Transplante de Medula Óssea. Material e Métodos: Estudo quantitativo, retrospectivo edocumental realizado em 2017 em um hospital público do Paraná. A coleta de dados ocorreu por meiodas fichas de notificação de 2011 a 2016. Posteriormente os dados foram armazenados em bancoeletrônico do programa Microsoft Excel®e submetidos à análise descritiva. Resultados: Do total de1.261 notificações foram incluídas no estudo somente as referentes a medicações, essas geraram 633incidentes. As notificações foram ordenadas de acordo com o ano de ocorrência e classificadas quanto àclasse farmacológica. Foram identificadas 44 classes farmacológicas, tendo destaque osImunossupressor n=75 (14,64%), Antibiótico n=56 (10,93%), Antiviral n=44 (8,59%), Antifúngicon=31 (6,05%), Vitamina/Polivitamínico n=27 (5,27%), além daqueles não especificados n=54(10,54%). D iscussão: Os imunossupressores são medicamentos largamente utilizados no TCTHAlogênico e o uso correto destes fármacos impede, minimiza ou trata complicações graves do TCTHtais como a Doença do enxerto contra o hospedeiro. Antibióticos, antivirais e antifúngicos também sãomedicações muito utilizadas no TCTH Alogênico e Autólogo, sendo sua correta utilização essencial naprevenção e/ou tratamento de infecções nas fases pré e pós-transplante. Conclusão: O estudopossibilitou conhecer as principais classes farmacológicas envolvidas em incidentes no TCTH, servindocomo um alerta aos profissionais de saúde envolvidos no cuidado, uma vez que são medicaçõesimprescindíveis na prevenção e tratamento de complicações e infecções às quais o paciente estásusceptível. Não foi objetivo deste estudo determinar em que momento da cadeia medicamentosaocorreu o erro, mas ressalta-se que a enfermagem é uma das últimas barreiras do processo para evitá-lo,sendo imperativo à esta categoria desenvolver estratégias para evitar ao máximo que os incidentesculminem em dano ao paciente.

Palavras-chave: Erros de Medicação, Segurança do Paciente, Enfermagem, Classificação.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 103

REAÇÕES ADVERSAS E CUIDADOS DO ENFERMEIRO NO DIA ZERO DO TRANSPLANTEDE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS: INFUSÃO DE CÉLULAS

CRIOPRESERVADAS-DESCONGELADAS

Figueiredo TWB1,2, Mercês NNAD1, Silva LAA2, Santos TD1,2, Batistela AP1,2, Jabbur IS2, SandriLCS1,2, Mendes MBN1,2, Sampaio AC1,2, Kojo TK2

1Universidade Federal do Paraná2Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

Introdução: O Dia Zero do Transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) corresponde aodia da infusão das células-tronco hematopoéticas (CTH) frescas ou criopreservadas-descongeladas. Oenfermeiro é o profissional responsável pela infusão das CTH e os cuidados prestados ao paciente nestedia perpassam os instantes antes, durante e após a infusão. O paciente pode apresentar reações adversasdurante e/ou após a infusão das CTH criopreservadas-descongeladas. Elas estão ligadas a fatores comovolume do produto infundido e velocidade de infusão; número de células nucleadas totais egranulócitos; toxicidade do conservante celular Dimetilsulfóxido (DMSO); contaminação do produto efatores ligados ao paciente. Objetivo: Descrever as reações adversas no Dia Zero do TCTH com ainfusão de células criopreservadas-descongeladas e relacioná-las com os cuidados prestados peloenfermeiro. Material e Métodos: Estudo qualitativo, observacional, realizado em 2016 em umhospital de ensino público de Curitiba, Paraná. A coleta de dados foi feita por meio de observaçãopassiva dos cuidados prestados pelo enfermeiro a um paciente submetido à infusão de medula óssea(MO) criopreservada-descongelada; e, os dados registrados em instrumento elaborado especificamentepara este fim. Posteriormente os dados foram armazenados em banco eletrônico do programa MicrosoftWord®e submetidos à análise descritiva. Resultados: As reações adversas apresentadas pelo pacientedurante e após a infusão foram: náusea, êmese, dor abdominal e hipertensão arterial sistêmica (HAS).Com relação a essas reações os cuidados do enfermeiro foram: administração de medicaçãoanti-emética prescrita; aferição constante dos sinais vitais antes, durante e após a infusão;monitorização do paciente; administração de medidas analgésicas farmacológicas e não farmacológicas;redução da velocidade de gotejamento. D iscussão: Náusea e êmese são as reações adversas maisfrequentes nessa modalidade de infusão e estão ligadas à presença do DMSO. A ocorrência de HAStambém é frequente e pode ocorrer tanto pelo volume e velocidade de infusão, quanto pelo volumeresidual de hemácias presentes no produto que são hemolisadas pelos processos de criopreservação edescongelamento. Este último pode também, ser causa de dor abdominal. Conclusão: As reaçõesadversas observadas são frequentemente descritas na literatura. É possível apreender que o cuidado doenfermeiro, que permeia todo o Dia Zero do TCTH, é voltado para a prevenção, detecção e intervençãoprecoce em casos de ocorrência de reações adversas. Sendo assim, é imperativo que este profissionalconheça as reações e suas prováveis causas para que possa realizar o planejamento da assistência deenfermagem neste dia para um cuidado seguro, individualizado e humanizado.

Palavras-chave: Cuidados de enfermagem, Transplante de células-tronco hematopoéticas, Reaçõesadversas, Toxicidade.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 104

REAÇÕES ADVERSAS E CUIDADOS DO ENFERMEIRO NO DIA ZERO DO TRANSPLANTEDE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS: INFUSÃO DE CÉLULAS FRESCAS

Figueiredo TWB1,2, Mercês NNAD1, Machado CAM1,2, Godzikowski FBC2, Silva SR1,2, ProenaSFFS1,2, Kalinowski LC1,2, Lima AP1,2, Szczepanik AP1,2, Brusamarello T1,2

1Universidade Federal do Paraná2Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

Introdução: O Dia Zero do Transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é o dia em queocorre a infusão das células-tronco hematopoéticas (CTH). Conforme legislação nacional, o profissionalresponsável pela infusão é o enfermeiro; a ele cabe assistir ao paciente antes, durante e após esteprocedimento. Existem duas modalidades de infusão de CTH: fresca e criopreservada-descongelada. Opaciente pode apresentar reações adversas durante e/ou após a infusão das CTH frescas. Elas estãorelacionadas ao volume do produto infundido e velocidade de infusão; número de células nucleadastotais e granulócitos; volume de plasma e/ou hemácias restante após o processamento nos casos deincompatibilidade ABO; e fatores relacionados ao paciente. Objetivo: Descrever as reações adversasno Dia Zero do TCTH com a infusão de células frescas e relacioná-las com os cuidados prestados peloenfermeiro. Material e Métodos: Estudo qualitativo, observacional, realizado em 2016 em umhospital de ensino público de Curitiba, Paraná. A coleta de dados foi feita por meio de observaçãopassiva dos cuidados prestados pelo enfermeiro a um paciente submetido à infusão de medula óssea(MO) fresca, com incompatibilidade ABO maior; e os dados registrados em instrumento elaboradoespecificamente para este fim. Posteriormente os dados foram armazenados em banco eletrônico doprograma Microsoft Word®e submetidos à análise descritiva. Resultados: A reação adversaapresentada pelo paciente durante e após a infusão foi hipertensão arterial sistêmica (HAS). Comrelação aos cuidados do enfermeiro foram: aferição constante dos sinais vitais antes, durante e após ainfusão; monitorização do paciente; administração de medição diurética conforme prescrição médica;redução da velocidade de gotejamento. D iscussão: A HAS pode ocorrer tanto pelo volume evelocidade de infusão, quanto pela presença da incompatibilidade ABO. Para os casos destaincompatibilidade são descritos, na literatura também, a ocorrência de calafrio, cefaleia, dispneia, dornas costas ou dor no peito, febre, hemoglobinúria, rubor e taquicardia, não observadas neste estudo.Observou-se que o tempo de infusão deste transplante (09h44) excedeu o usualmente descrito naliteratura como em média quatro horas. Este fato pode ser explicado pela presença da complicação HASque levou o enfermeiro a reduzir a velocidade de infusão. Conclusão: A ocorrência de HAS durante eapós a infusão de CTH frescas é frequentemente descrita na literatura como reação adversa. Sãoimportantes o conhecimento e raciocínio clínico do enfermeiro nos cuidados prestados para prevenir,detectar e/ou intervir precocemente em casos de ocorrência de HAS e outras reações adversas. Vê-se,portanto, a necessidade que este profissional conheça as reações e suas prováveis causas para que possaprestar uma assistência segura, humanizada e de qualidade ao paciente.

Palavras-chave: Cuidados de enfermagem, Transplante de células-tronco hematopoéticas, Reaçõesadversas.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 105

INSTRUMENTALIZAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL PARA O CUIDADO ASSERTIVODE UMA PACIENTE COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA SUBMETIDA AO TRANSPLANTE DE

CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Waisbeck TMB1, Aquino MI1, Brandalezi E1, Costa LSS1, Nogueira RMG1, Vogel C1, HamerschlakN1, Mantovani LFAL1, Venancio AM1, Pereira A1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: A Epidermólise Bolhosa (EB) é uma doença hereditária, rara, não contagiosa,caracterizada pela formação de bolhas de forma espontânea, resultantes da extrema fragilidade da pele emucosas. O tratamento está relacionado ao controle de sintomas e cuidados com as áreas lesionadas,buscando reduzir o risco de infecção, controlar a dor e o prurido, prevenir o aparecimento de novasbolhas e auxiliar na cicatrização de feridas. O Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH)é um tratamento inovador que almeja a melhoria da qualidade de vida reduzindo o tempo de formaçãode bolhas e garantindo melhor controle dos sintomas. Objetivos: Descrever as ações de preparo técnicoda equipe multiprofissional de um centro de TCTH que tratou de forma pioneira, em âmbito nacional,de uma criança com EB distrófica recessiva. Material e Método: Inicialmente foram necessáriaspesquisa bibliográfica, visita a centros referenciados e reuniões com especialistas para entendimento dadoença, tratamento e cuidados. Conhecimentos adquiridos foram multiplicados a outros membros daequipe com delineamento de barreiras que necessitavam ser transpostas. Foi realizada uma reunião paraa apresentação do projeto onde estiveram presentes membros da equipe, especialistas multidisciplinaresde centros de referência, além de um representante familiar de um paciente com EB. Em seguida, foinecessário o treinamento da equipe assistencial, concomitantemente à provisão de materiais específicos.A partir disso, teve inicio a avaliação pré-TCTH da criança/família. No primeiro encontro foi possívelcompreender a dinâmica familiar e as necessidades da criança de forma global. No segundo encontroforam reforçadas as orientações com os pais e feita a abordagem individual com a criança através douso do brinquedo terapêutico, onde a mesma demonstrou o entendimento do tratamento. Antes dainternação foi feita uma reunião com especialistas institucionais envolvidos nos cuidados e áreas deapoio, de forma a planejar e garantir os cuidados necessários em todas as fases do TCTH. Resultados:A realização dos cuidados da paciente em questão pode ocorrer de forma alinhada e assertiva, com osprofissionais da equipe constituindo uma rede de apoio coesa. Assim, foi favorecida a construção devínculos de confiança entre paciente-equipe-família visando a qualidade da assistência e a adesão àsorientações da equipe. Discussão: A disponibilidade da equipe em aprimorar seus conhecimentosacerca de um tratamento já praticado, porém aplicado de forma inovadora, é essencial para construçãode práticas voltadas à satisfação e melhora do quadro clínico do paciente. Conclusão: A complexidadedo diagnóstico e do processo do TCTH assinalou a necessidade da integração de saberes entre equipe,paciente e família, sendo essencial para a realização de uma assistência focada no paciente, comqualidade e segurança.

Palavras-chave: Transplante de Medula Óssea, Epidermólise Bolhosa, Equipe de Assistência aoPaciente

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 106

IDENTIFICAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM SEGUNDO O NURSINGINTERVENTIONS CLASSIFICATION (NIC) EM CENTRO DE TRANSPLANTE DE

CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO EM PEDIATRIA

Guimarães CP1, Sunakozawa OKM1, Oguita SM1, Tusani GS1, Mendonca KFM1, Almeida SCA1,Silva JLDV1, Liano LPM1, Berber SM1

1Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de SãoPaulo

Introdução: Diante da escassez de parâmetros que possibilitem conhecer a carga de trabalhoexistente no Centro de Transplantes de Células-Tronco Hematopoiéticas (CTCTH), no desenvolvimentodas atividades de enfermagem e do tempo produtivo dessa equipe, faz-se primordial a identificação dasintervenções/atividades de enfermagem, que constituem o primeiro passo na direção de umplanejamento mais eficiente de recursos humanos. Objetivo: Identificar as atividades de enfermagemrealizadas pela equipe de enfermagem do CTCTH do Serviço de Onco-Hematologia do Instituto daCriança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, eclassificá-las em intervenções, segundo a Nursing Interventions Classification (NIC). Método: Olevantamento das atividades foi realizado por meio da consulta aos registros arquivados nos prontuáriosdos pacientes internados no período de junho de 2014 a junho de 2016, submetidos ao transplante decélulas-tronco hematopoiéticas alogênico. As atividades identificadas foram comparadas com aquelasmapeadas em instrumento, já validado, de Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) deGuimarães, as atividades que não constaram nesse instrumento foram mapeadas em intervenções jáindicadas no instrumento ou inseridas em novas intervenções, de acordo com a similaridade entre adefinição da intervenção e as atividades sugeridas na NIC. Resultados: Foram levantadas 88 atividadesde enfermagem em 43 prontuários. Identificaram-se 61 intervenções distribuídas em 21 Classes e seisDomínios. Discussão: No Brasil, na área de TCTH, apesar do grande número e da complexidade dasatividades de enfermagem na fase do condicionamento, no dia da infusão e no pós-TCTH, as quaispodem contribuir de modo substancial com o aumento da carga de trabalho e afetar tanto a qualidade docuidado quanto a segurança do paciente, ainda não existe nos serviços um sistema formal de medida decarga de trabalho de enfermagem. Conclusão: O instrumento construído com asintervenções/atividades possibilitará, em futuros estudos, correlacionar o tempo despendido naexecução dessas intervenções e, assim, propor parâmetros no dimensionamento de profissionais deenfermagem no CTCTH.

Descritores: Transplante de medula óssea, Enfermagem pediátrica, Registros de Enfermagem eCarga de trabalho.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 107

EXPERIÊNCIA DE VISITA DOMICILIAR NO PLANEJAMENTO DA ALTA HOSPITALAR DOTCTH AUTÓLOGO: TEORIA DO AUTOCUIDADO DE DOROTHEA OREM.

Silveira SLM1, Orlandini GM1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: A visita domiciliar (VD), enquanto ferramenta dentro da abordagem integral em saúdeao paciente submetido ao transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH), em um hospitaluniversitário do sul do país, é realidade apenas para o programa do TCTH alogênico. Por sua vez, asdiscussões nos rounds do TCTH autólogo tendem a abordar muitas prerrogativas da Teoria doAutocuidado de Dorothea Orem, a qual prevê: (1) o autocuidado, como ações que o indivíduo realizaem seu benefício; (2) a atividade do autocuidado, que versa sobre a capacidade de se engajar nesseprocesso; e (3) a exigência terapêutica de autocuidado. Objetivo: Relatar a experiência de uma VD noplanejamento da alta hospitalar de um paciente do TCTH autólogo sob a perspectiva da Teoria doAutocuidado de Dorothea Orem. Material e métodos: Relato de experiência. Resultados: a VD e arealização de ações conjuntas entre Enfermagem e Serviço Social após discussões multiprofissionais emrounds , voltadas para o planejamento da alta. Discussão e conclusão: Sendo as orientações de alta dopaciente de TCTH autólogo uma das atribuições do enfermeiro na instituição, a VD surgiu comoinstrumento de obtenção de informações e aproximação da equipe com a família do paciente que,durante a internação, não demonstrou condições para o autocuidado e verbalizou condições sociaisinadequadas para o período pós-alta. A VD, dessa maneira, propiciou analisar a aptidão do pacientepara cumprir os requisitos do autocuidado (a) universais: manutenção de rotinas saudáveis numarealidade social de baixa renda; (b) de desenvolvimento: uma residência com condições adequadas parareceber o paciente; e (c) desvios de saúde: condições insalubres da residência, pouco apoio social eoutros riscos para o paciente no pós-TCTH, bem como sensibilizar e instrumentalizar os familiaressobre a realidade pós-transplante. Para a equipe de Enfermagem, o período pós-VD caracterizou-se nãoapenas pela rediscussão do caso clínico, como principalmente pela análise, junto à equipemultiprofissional, sobre a inclusão da VD como elemento previsto no planejamento do TCTH-autólogo,algo que já acontece no TCTH-alogênico.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 108

ELABORAÇÃO E VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO PARA USO SEGURO DE MEDICAMENTOSDE UM SERVIÇO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Santos T1, Pontes ACRS2, Cruz EDA2, Pontes L2, Figueiredo TWB1, Lima AP1, Kalinowski LC1,Sandri LCS1, Silva SR1, Kojo TK1

1Complexo Hospital de Clínicas2Universidade Federal do Paraná

Introdução: O uso seguro de medicamentos em instituições de saúde é considerado um processocomplexo, podendo gerar erros e consequentemente ocasionar danos aos pacientes, desde necessidadede procedimentos diagnósticos e terapêuticos, aumento do tempo de internação e implicações graves,tal como óbito. Objetivos: Elaborar um protocolo para uso seguro de medicamentos direcionado paraequipe de enfermagem que atua em um Serviço de Transplante de Medula Óssea de um hospital dosul do país e validar o protocolo por um grupo de especialistas. Materiais e Métodos: Trata-se deuma pesquisa metodológica, que se constituiu nas seguintes fases: a) elaboração da versão inicial doprotocolo e b) validação por grupo de especialistas. Inicialmente foi efetuando o levantamento de dados,revisão de literatura e realização de grupos de discussão para ocorrer a definição de questões referentesao protocolo. Na segunda fase, essa versão foi submetida para apreciação de cinco especialistas (4enfermeiras com experiência em Transplante de Células Tronco Hematopoéticas e 1 farmacêutica queatua na área hospitalar). Para a validação utilizou-se a Técnica Delphi, acordando o consenso mínimo de70%, apurado pelo Índice de Validação de Conteúdo. Resultados: O protocolo foi avaliado quanto suaclareza e aplicabilidade em 6 aspectos, avaliação de conteúdo, em 7 aspectos e avaliação geral. A versãopreliminar do protocolo foi aprimorada de acordo com as sugestões dos avaliadores, resultando em umanova versão. Após o término da fase de correções e ajuste, obteve-se um conteúdo válido destinado eequipe de enfermagem do Serviço de Transplante de Células Tronco Hematopoéticas. Discussão: Arotina de preparo das medicações nas instituições de Saúde deveria, por via de regra, seguir um padrão,respeitando as recomendações fornecidas pela indústria farmacêutica e também priorizando os passosdescritos na literatura para o preparo e administração segura de medicamentos. Porém, isso não garanteque os erros relacionados a medicação não ocorrerão, mas segui-los pode prevenir significativamenteparte desses eventos, melhorando a segurança e a qualidade da assistência prestada ao paciente duranteo processo de preparo e administração de medicamentos. Conclusão: Acredita-se que o protocolo parao uso seguro de medicamentos norteará os profissionais atuantes no serviço, no que se refere a açõespara o preparo e a administração de medicamentos, assim, reduzindo o risco de incidentes, garantindomaior segurança ao paciente submetido ao Transplante de Células Tronco Hematopoéticas, apesar dacomplexidade e duração do tratamento. Porém, considera-se importante a participação dos profissionaisatuantes no serviço.

Palavras chave: Protocolo, Enfermagem, Medicamentos, Segurança do Paciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 109

NOTIFICAÇÕES DOS INCIDENTES RELACIONADOS AOS ERROS DE MEDICAÇÃO EM UMSERVIÇO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

Santos T1, Pontes ACRS2, Cruz EDA2, Pontes L2, Figueiredo TWB1, Lima AP1, Kojo TK1

1Complexo Hospital de Clínicas2Universidade Federal do Paraná

Introdução: O uso de medicamento em estabelecimentos de saúde é considerado um processocomplexo e de alto risco. A ocorrência de incidentes relacionados à prática de medicação não édesejável, tendo em vista que pode ocasionar eventos adversos com dano desnecessário ao paciente.Deste modo, conhecer os principais incidentes relacionados a medicação, pode auxiliar os enfermeiros aelaborar estratégias para minimizar esses incidentes e, assegurar a qualidade da assistência deenfermagem aos pacientes sob seus cuidados. Objetivo: Identificar erros relacionados à medicação, emum Serviço de Transplante de Medula Óssea. Materiais e Métodos: Trata-se de estudo quantitativo,retrospectivo e documental, realizado em um hospital de ensino de Curitiba-Paraná. A coleta de dadosdeu-se através dos documentos de notificação confidencial de incidente/eventos/queixa técnica doGrupo Interno de Qualidade. Os dados foram obtidos por meio das notificações dos incidentesocorridos no período de janeiro de 2012 a setembro de 2016, que foram armazenados em bancoeletrônico do programa Microsoft Excel® e submetidos à análise descritiva. Resultados: Dos 996incidentes notificados, 423 foram relacionados a medicação. Os incidentes mais frequentes foramrelacionados a erro na técnica de administração (27,69%); erro de prescrição (14,64%); erro de preparo(13,72%) e erro de omissão (12,19%). Discussão: Foram encontrados vários pontos vulneráveis doprocesso de preparo e administração de medicamentos. Sugere-se, assim, uma reflexão sobre osaspectos abordados para que medidas sejam implementadas. Em relação à gravidade dos erros amaioria dos erros não ocasionam danos diretos ao paciente. Não foram notificados erros de medicaçãoque levaram a óbito. Reforça-se a importância da equipe de enfermagem para evitar os erros visto quecabem a estes as últimas fases (preparação e administração) do sistema de medicação promovendoassim a segurança do paciente. Conclusão: O estudo possibilitou conhecer a ocorrência de incidentesna terapêutica medicamentosa. Destaca-se que a enfermagem é uma das últimas barreiras para evitar oerro de medicação, sendo imperativo conhecer todo o processo medicamentoso a fim de contribuir parao uso seguro da medicação. Acredita-se que ações educativas sobre incidentes com medicamentos,podem auxiliar o enfermeiro na elaboração de estratégias para redução de incidentes relacionados com aterapia medicamentosa e garantir a segurança do paciente. Assim, recomenda-se a elaboração de umprotocolo para preparo e administração segura de medicamentos.

Palavras chave: Erros de medicação, Enfermagem, Segurança do Paciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 110

MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS EM PACIENTES COM ANEMIA DE FANCONISUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS EM UM

HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA

Sandri LCS1,2, Pontes L3, Bonfim CMS3, Lima AP2,4, Silva SR2,4, Kusma SZ3, Pereira IB5, PontesACRS5

1Mestranda do Programa de Pós-Graduação Saúde da Criança e do Adolescente /UFPR2Enfermeira assistencial do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Complexo Hospital deClínicas/UFPR3ProfªDra. da Universidade Federal do Paraná4Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/UFPR5Acadêmica de Enfermagem /UFPR

Introdução: A Anemia de Fanconi (AF), doença genética caracterizada por falência medularprogressiva, susceptibilidade aumentada a neoplasias e múltiplas malformações congênitas (SOLA,2012; SOCIEDAD ARGENTINA DE HEMATOLOGIA, 2015), dentre as mais comuns, segundo Greene Kupfer (2009), estão: a face triangular, orelhas em abano, manchas “café com leite”, pregasepicânticas, estrabismo, hipertelorismo, estenose de conduto auditivo, microtia e anormalidades radiais.Embora haja teste específico para o diagnóstico da AF, as alterações físicas podem servir como alerta,possibilitando um diagnóstico preciso e a indicação precoce da melhor conduta terapêutica. O únicotratamento com perspectiva de cura hematológica para AF é o Transplante de Células-TroncoHematopoéticas (TCTH) (MEDEIROS e PASQUINI, 2010) e o Brasil tem sido referência internacionalneste tipo de tratamento (SEBER et al ., 2009). Objetivo: Descrever as malformações congênitasencontradas em pacientes com AF submetidos à TCTH no Serviço de Transplante de Medula Óssea doComplexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (STMO-CHC-UFPR). Material eMétodo: estudo retrospectivo descritivo. Analisaram-se os dados referentes aos pacientes com AFsubmetidos a TCTH no STMO-CHC-UFPR entre janeiro de 2009 a dezembro de 2015. A fonte dedados foi 95 prontuários. As malformações congênitas foram divididas em grupos conforme aclassificação de Fanconi Anemia Research Fund.(2008) e, a análise ocorreu por meio de estatísticadescritiva utilizando o programa SPSS versão 22.0. Resultados: Todos os pacientes apresentaram aomenos uma malformação congênita. Quanto à localização anatômica, encontrou-se a seguintedistribuição: 84% na pele; 61,7% em cabeça e face; 57% esqueléticas em mãos; 47,8% em olhos;22,3% microssomia; 13,9% em rins; 12,8% em ouvidos; 4,3% em gônadas; 3,2% em pescoço, coluna emembros inferiores e 2,2% em membros superiores. Dentre as alterações de pele, a mais frequente foi a“mancha café com leite”, presente em 75,5% dos pacientes. Em relação as malformações de cabeça eface, a mais encontrada foi a face delicada em 51,1%. Quanto às alterações esqueléticas de mãos a maisprevalente foi a hipoplasia tenar em 24,7%. Discussão: Os achados dessa pesquisa evidenciaram que100% dos pacientes submetidos ao TCTH por AF apresentaram malformações congênitas, o quediverge dos resultados dos estudos do manual da Sociedade Argentina de Hematologia (2015), em que33% não apresentaram anomalia física. No estudo de Zen et al (2011) a maioria dos pacientes (86%)apresentou malformações como: alterações radiais (71%), manchas café com leite (43%) e facetriangular (29%). Conclusão: O conhecimento das malformações mais comuns encontradas nospacientes com AF, viabiliza o planejamento da assistência de enfermagem, oportunizando aoenfermeiro indicar ações de cuidado para atender as necessidades específicas desses pacientes.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 111

PERFIL DOS PACIENTES TRANSPLANTADOS EM UM CENTRO DE TERAPIAHEMATOLÓGICA DO SUL DO BRASIL

Flôr JS1, Pinhatti AV1, Oliveira MBI1, Saraiva TKG1, Birnfeld CMF1, Ayala RCS1, Torres CR1,Kunrath R1, Focchesatto C1, Astigarraga CC1

1Hospital Moinhos de Vento

Introdução: O transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) é um procedimento de altacomplexidade, utilizado no tratamento de diversas doenças, entre elas,patologias oncohematológicas. OTCTH hoje cura doenças consideradas fatais há alguns anos, mas este tratamento é caro e ainda podetrazer expressiva morbidade aos pacientes, necessitando acompanhamento ambulatorial, até anos após oprocedimento. Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes submetidos ao transplante de células troncohematopoéticas em um centro de terapia hematológica (CTH) localizado na região Sul do Brasil, quantoao sexo, tipo de transplante, patologia de base e mortalidade após os 100 primeiros dias detransplante. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, com abordagem quantitativa, desenvolvidoem um Centro de Terapia Hematológica no Sul do Brasil, no período de julho de 2015 a março de 2017.O presente trabalho foi submetido ao comitê de ética em pesquisa do Hospital Moinhos de Vento econta com o parecer número 1.910.843 CAAE: 63004716.6.1001.5330. Resultados: Foramsubmetidos ao TCTH 31 pacientes, 71% do sexo masculino e 29% do sexo feminino. Dentre ostransplantes de medula óssea (TMO) realizados neste centro, 68% foram autólogos e 32% foramalogênicos aparentados. A doença com maior prevalência foi o Mieloma Múltiplo com 36% dostransplantes, seguida do Linfoma de Hodgkin com 16%, após tivemos a Leucemia Linfocítica Aguda eo Linfoma Não Hodgkin com 13% cada uma, pacientes com Linfoma de Células T totalizaram 10%,Linfoma do Manto esteve presente em 6% dos pacientes, seguido de Leucemia Mielóide Aguda eSíndrome Mielodisplásica ambas com 3%. Dos pacientes transplantados neste centro, a taxa desobrevida global foi de 71% até os 100 primeiros dias pós transplante. Discussão: O centro de terapiahematológica realizou no período do estudo 31 transplantes, sendo que até a data atual já foramcontabilizados mais 11, em um total de 42 transplantes desde a sua inauguração em junho de 2015. Noperíodo do estudo, 3 pacientes do grupo do TMO autólogo faleceram por recaída de doença após 100dias de transplante, um paciente com Mieloma Multiplo e dois com Linfoma Não Hodgkin de células Tperiféricas. No grupo do TMO alogênico aparentado, tivemos duas mortes até 100 dias pós transplante,uma por doença do enxerto versus hospedeiro grau IV e outra por fusariose sistêmica. Quatro pacientesfaleceram mais de 100 dias pós transplante por recidiva de doença, um com LLA Ph+ , um com LLA Bcomum, um com Linfoma Não Hodgkin e um com LMA FLT3 positiva. Conclusão : Em 2015 oCentro de Terapia Hematológica passou a oferecer como modalidade terapêutica o transplante autólogoe alogênico de células tronco periféricas, desde lá com a educação e treinamento continuados da equipemultiprofissional, alcançamos resultados em termos de sobrevida comparáveis a centrostransplantadores com muitos anos de atividade.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 112

PRÁTICA DE YOGA PARA PACIENTES INTERNADOS DURANTE AS FASES DOTRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: EXPERIÊNCIA DE UM

HOSPITAL PARTICULAR TERCIÁRIO

Noguchi DT1, Pires FBC1, Massola MEA1, Romano FRS1, Gasparini AC1, Guelmann R1, Prieto MF1,Vogel C1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Os pacientes submetidos ao Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH)passam por fases bem definidas durante a internação: condicionamento, dia da infusão, período entreinfusão e pega da medula, dia da pega, período entre pega e alta, além de intercorrências. Muitospacientes referem ansiedade, medo, problema com sono, fadiga, dor entre outras dificuldades. Aspráticas integrativas podem auxiliar no manejo de estresse e sintomas. A prática de yoga está entre asdez abordagens complementares mais utilizadas pela população geral nos EUA e esse número temcrescido, principalmente na faixa etária dos 18-44 anos. Há evidências de benefícios da prática de yogapara pacientes com câncer e submetidos ao TCTH em relação à ansiedade, depressão e fadiga. Nenhumestudo descreve a prática de yoga para pacientes adultos internados durante as fases doTCTH. Objetivos: Descrever a experiência da prática de yoga para pacientes internados, submetidosao TCTH, discutindo as particularidades em relação às fases do TCTH. Material e Métodos: Relatode experiência das equipes de enfermagem e Medicina Integrativa na unidade de TCTH de um hospitalparticular terciário de 2013 a 2017. Resultados: Neste período foram realizados 220 TCTH empacientes acima de 18 anos, sendo 53% do sexo masculino, média de idade 50,4 anos e de internação41,2 dias. Foram realizados em média 50 atendimentos de yoga por mês, de 2 a 3 atendimentos/semanapara cada paciente. Terapeutas corporais especializados em yoga oferecem a prática de acordo com adisposição dos pacientes nas diversas fases do TCTH, com objetivo de promover relaxamento e bemestar. A prática de yoga consiste em movimentos gentis, exercícios de respiração diafragmática,relaxamentos conduzidos e meditação. Associou-se também terapia de toque, técnica não invasiva queconsiste em toques suaves ao longo do corpo, com o intuito de promover relaxamento profundo. Noinício do condicionamento, os pacientes estão mais ativos e preferem realizar movimentos gentis em péou sentados, exercícios respiratórios e meditativos. Após a infusão e durante intercorrências, a maiorparte opta pelos relaxamentos conduzidos associado ao toque. No período pós pega, quando estão maisdispostos, preferem se movimentar novamente e também praticar meditação. Discussão: O terapeutacorporal com formação adequada, atuando na equipe multiprofissional pode oferecer aos pacientessubmetidos ao TCTH a possibilidade de lidar com diversos sintomas, além de estabelecer um vínculocentrado na pessoa e não na doença. Muitos pacientes relatam que a prática de yoga é o único momentoem que sentem que estão fazendo algo para si mesmos e não pela doença. Conclusão: A prática deyoga pode ser bem adaptada e realizada com segurança para pacientes internados e submetidos aoTCTH, respeitando sua autonomia e disposição de acordo com a fase do transplante, podendo trazerbenefícios como relaxamento, diminuição de ansiedade, dor e redução da fadiga.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 113

DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO PRÁTICO DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONALPARA O PACIENTE EM TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Oliveira CA1, Teixeira GM1, Martinho GH1, Cruz LF1, Rocha VM1, Beling MTC1, Moreira CC1, LeiteAJS1

1Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A assistência nutricional do paciente submetido ao transplante de células-troncohematopoéticas (TCTH) é uma das áreas mais desafiadoras da nutrição. Há uma carência de orientaçõespráticas que subsidiem a assistência destes pacientes devido à falta de ensaios clínicos randomizados dequalidade e à grande variabilidade de protocolos institucionais. Objetivos: Padronização da assistêncianutricional aos pacientes transplantados em um hospital universitário. Materiais e Métodos:Realizou-se uma extensa revisão na literatura a respeito das melhores práticas nutricionais aliada adiscussões com a equipe multiprofissional de um hospital universitário, o qual realiza TCTH autólogo ealogênico em pacientes pediátricos e adultos. Resultados e discussão : construiu-se um protocolo deassistência nutricional para o paciente de TCTH com deliberações sobre todos os fatores intervenientes.A avaliação nutricional deverá ser realizada de 4 a 12 dias antes do transplante, com periodicidademínima de 15 dias, se risco nutricional, e 30 dias, se sem risco nutricional. As recomendaçõesnutricionais consideraram uma faixa mais abrangente para possibilitar a individualização das condutas:25-35 Kcal/Kg e 1,5 a 2,5 g/Kg de proteína. O suporte nutricional oral será preconizado caso o pacienteseja desnutrido prévio ou pré e pós TMO ingerindo abaixo de 80% das necessidades. Já o suporteartificial enteral será utilizado para todos os pacientes de TCTH alogênico, no primeiro dia após otransplante, enquanto que para o autólogo apenas se o paciente estiver ingerindo abaixo de 60% dasnecessidades por no mínimo 5 dias, ou 80%, para desnutridos prévios. Já a nutrição parenteral será asegunda opção, apenas nos casos de intolerância à nutrição enteral ou oral, vômitos persistentes,diarreia grave (>500 mL ou mais de 5 evacuações/dia), mucosite em grau ≥ 3, obstrução ou falênciaintestinal. Crioterapia com chá de camomila (2,5%) durante a meia vida do fármaco quimioterápico seráa principal estratégia para prevenção da mucosite. Polivitamínicos e minerais sem ferro serão utilizadospara todos os pacientes desde o início do condicionamento para o TCTH, com 1-2 vezes o valor daRDA de referência. Carência de vitamina D deverá ser corrigida devido a sua possível correlação comuma maior incidência de citomegalovirose. A dieta para neutropenia não terá restrições alimentares,mas, sim, enfoque em boas práticas de manipulação. Suco de uva roxa deverá ser evitado 2 horas antese após a utilização de ciclosporina oral, por interferir diretamente com a biodisponibilidade do fármaco.Prebióticos poderão ser utilizados desde a admissão, numa dosagem de 5-7 g/dia, porém os probióticosserão evitados nos primeiros 100 dias após TCTH, para o alogênico, e 50 dias, para o autólogo, pois osestudos são inconclusivos. Conclusão: Um protocolo estruturado é uma ferramenta essencial para aunificação das condutas e otimização do atendimento nutricional voltado ao paciente de TCTH.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 114

DESENVOLVIMENTO DE ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS DE ALTA HOSPITALAR PARAPACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS:

UMA ATUALIZAÇÃO.

Oliveira CA1, Teixeira GM1, Martinho GH1, Santos JS1, Silva EF1, Vieira PCR1, Chagas GM1,Queiroz KC1, Carvalho RPE1

1Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A dieta para pacientes neutropênicos historicamente sempre foi uma dieta restrita emalimentos que possivelmente teriam uma maior carga microbiana, se caracterizando como cozida e commuitas restrições alimentares altamente variáveis para cada serviço (ausência de padronização).Objetivo: atualização das orientações nutricionais de alta hospitalar a pacientes submetidos aotransplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), autólogo e alogênico, em um hospitaluniversitário de Minas Gerais. Materiais e Métodos: Realizou-se uma revisão na literatura comseleção de artigos em inglês e em português, publicados no período entre 1982 a 2016, a respeito dasmelhores práticas nutricionais para pacientes adultos e pediátricos submetidos ao TCTH. Resultados ediscussão: Eliminou-se as extensas listas de restrições alimentares impostas aos pacientestransplantados no serviço e construiu-se um modelo de orientação nutricional pós transplante baseadaem estratégias comportamentais e higiênico-sanitárias, sem restrições de tipos de alimentos, ou técnicasde preparação exclusivas; com enfoque na higiene do ambiente e do manipulador, na qualidade eprocedência dos alimentos, no armazenamento, pré-preparo, desinfecção e respeito aos binômiostempo/temperatura. O que trouxe maior facilidade de compreensão e praticidade para os pacientes.Dietas não restritivas proporcionam melhor qualidade de vida aos pacientes, maior aporte de nutrientese aumento da diversidade da microbiota intestinal. Até o momento não há nenhuma evidência emestudos randomizados e controlados de que uma dieta para neutropenia seja efetiva (VAN DALEN etal. , 2012). Inclusive o estudo de Trifilio e colaboradores (2012) demonstrou que a manutenção de umadieta para neutropenia pode estar associada, na verdade, ao risco aumentado de infecções,principalmente após a resolução da imunossupressão, o que estaria relacionado a modificações namicrobiota intestinal e diminuição do “volume”bacteriano. De acordo com Sonbol e colaboradores(2015), devido à falta de evidências, parece ser o momento de relaxar as restrições alimentares parapacientes imunossuprimidos. Parece haver uma tendência internacional neste sentido, uma vez que oNorthwestern Memorial Hospital em Chicago interrompeu a prática de utilização destas dietas em2006. Além disso, o maior risco de desnutrição imposto por dietas proibitivas aumenta a necessidade desuplementação oral, de suporte nutricional artificial e os custos do tratamento (GARÓFOLO, 2013).Probióticos foram restringidos nos 100 primeiros dias do transplante alogênico e 50 dias do autólogo,devido ao fato de a literatura atual não ser conclusiva. Conclusão: Devido à ausência de benefício e,na verdade, possíveis malefícios ocasionados por uma dieta restritiva para neutropenia, oestabelecimento de orientações com ênfase no controle higiênico-sanitário dos alimentos e intervençõescomportamentais parece ser o mais apropriado.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 115

AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DO SUPORTE ENTERAL NA RECUPERAÇÃO DO ESTADONUTRICIONAL DURANTE O TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS:

RELATO DE CASO

Oliveira CA1, Teixeira GM1, Martinho GH1, Macedo AV1, Santoro ALR1, Lodi FM1, Morávia LB1,Hugo CPC1, Torga JP1, Carvalho RPE1

1Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: Em revisão sistemática recente, os benefícios das intervenções nutricionais para ospacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) foram elucidados. Osuporte nutricional enteral esteve associado à melhor sobrevida (inclusive quando comparada ao suportenutricional oral), menor índice de doença do enxerto contra o hospedeiro aguda (DECHa), recuperaçãomais rápida de neutrófilos, menor duração da febre, menor necessidade de terapia antifúngica empírica,menor taxa de reposição do cateter venoso central e menor taxa de transferência para unidade de terapiaintensiva. Objetivo: descrever o relato de caso de uma paciente pediátrica submetida ao TCTH emque foi realizado uso de dieta enteral na prevenção da depleção do estado nutricional. Relato do Caso:Sexo feminino, idade de 1 ano e 11 meses, portadora de anemia de Blackfan-Diamond, submetida aotransplante alogênico aparentado com doador HLA-idêntico. Foi realizado acompanhamento da equipede nutrição durante o pré e pós-TCTH (±1 mês), sendo feitas avaliações nutricionais que englobaramanálise antropométrica, peso, exame físico, análises diárias da ingesta alimentar e cálculo dasadequações calóricas e proteicas, e análise bioquímica. Devido ao alto risco de depleção nutricional, foioptado por se associar dieta enteral pediátrica padrão de forma intermitente (6 vezes ao dia) à dieta oralno dia do transplante, fornecendo cerca de 80% das necessidades nutricionais. A paciente apresentouboa tolerância à dieta enteral. Considerando-se os dados à admissão e à alta hospitalar, verificou-se umaumento de aproximadamente 1 Kg e de 0,4 mg/dL nos valores de albumina, manutenção dacircunferência braquial e da capacidade funcional. A pega medular ocorreu no 24ºdia após o TCTH. Adieta oral forneceu, antes do TCTH, em média 80% das necessidades nutricionais e, após o TCTH, 40%(baixa ingestão), caracterizada por baixa variedade e pobreza nutricional devido ao desenvolvimento deum comportamento alimentar mais restritivo (muito comum em pacientes em quimioterapia), aliado avárias fatores intervenientes no apetite: disgeusia, mucosite, febre, náuseas e vômitos. Conclusão:Observou-se melhoria no estado nutricional dessa paciente com a associação precoce de dieta enteral àdieta oral, com melhoria importante do peso e dos níveis séricos de albumina.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 116

CARACTERIZAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO ESTADO NUTRICIONAL E NA INGESTA ORAL EMPACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Oliveira CA1, Teixeira GM1, Lobato L1, Martinho GH1, Miranda RJ1, Macedo AV1, Silva VR1, VieiraAK1, Leite AJS1

1Universidade Federal de Minas Gerais

Introdução: Todo paciente candidato ao transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH)pode ser considerado de risco nutricional, pois o tratamento ocasiona frequentemente sérios efeitoscolaterais principalmente sobre o trato gastrointestinal. Sendo assim, a terapia nutricional deve seriniciada precocemente. Objetivos: Avaliar as alterações do estado nutricional e da ingesta oral empacientes submetidos ao TCTH. Materiais e métodos: Estudo prospectivo, que incluiu no período de01/03/2015 a 31/05/2017 pacientes pediátricos e adultos submetidos ao TCTH autólogo (autoTCTH) ealogênico (aloTCTH) em um hospital universitário. Foram considerados valores de peso e nível séricode albumina no início da internação e na alta hospitalar, bem como a adequação da ingesta alimentar emrelação às necessidades nutricionais estimadas de acordo com o Consenso Nacional de NutriçãoOncológica (2009). A dieta oral foi ajustada conforme preferências e tolerâncias, antes da introdução decomplementos nutricionais orais, objetivando atingir uma ingesta oral >70%. Nos casos em que aingesta se manteve inadequada, analisou-se a introdução do suporte nutricional artificial (SNA).Resultados: Foram incluídos 49 pacientes, destes, 32 (65%) eram do sexo masculino, com mediana deidade de 43 anos (2-62 anos). As neoplasias corresponderam a 43 casos, sendo as leucemias agudas asindicações mais frequentes nos aloTCTH (39%), enquanto que nos autoTCTH prevaleceu o mielomamúltiplo (38%). AutoTCTH, aloTCTH aparentado e aloTCTH não aparentado compreenderam,respectivamente, 21, 23 e 5 casos. Verificou-se que 74% dos TCTH apresentaram perda de peso durantea internação do transplante, 19% ganharam peso e apenas 7% não tiveram seu peso alterado. A médiade perda de peso foi de 3,0 kg (±3,5 kg), sendo maior no aloTCTH comparado ao autoTCTH (3,3kg vs.2,8kg; valor-p = 0,6). Cerca de 68% evoluíram com depleção do nível sérico de albumina, 21% tiveramaumento e 9,4% mantiveram os níveis iniciais. A média de depleção da albumina sérica foi 0,6 mg/dL(±0,7mg/dL), sendo maior nos aloTCTH comparado ao autoTCTH (0,73 mg/dL vs. 0,48 mg/dL;valor-p = 0,2). Com relação à média de adequação da ingestão em relação às necessidades nutricionaisestimadas, o valor observado foi de 58% (±18%), sendo maior no aloTCTH comparado ao autoTCTH(60,7% vs. 54,8%; valor-p = 0,2). Em 15 TCTH foi necessário o uso de SNA, sendo que 8 TCTHfizeram uso de nutrição parenteral. AloTCTH usaram mais frequentemente SNA em comparação aoautoTCTH (29% vs. 19%; valor-p = 0,2). Conclusão: Os pacientes submetidos ao TCTH nestehospital apresentaram, em sua maioria, depleção importante do estado nutricional e da ingesta via oral,mesmo após a realização de ajustes dietéticos e da utilização de complementos orais. Desse modo, éimprescindível que se discuta a implementação de um protocolo de suporte nutricional artificial precoceneste serviço, já que o estado nutricional interfere diretamente nos desfechos clínicos.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 117

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA DECH AGUDA: IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM

Santos ACFD1, Cunha JM1, Desidério DC1, Silva PM1, Henrique EN1, Souza MP1, Machado CM1,Simioni AJ1, Colturato VAR1

1Hospital Amaral Carvalho

Introdução: A doença enxerto contra hospedeiro (DECH) é uma síndrome sistêmica que ocorre emreceptores de transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) alogênico, envolvendo uma reaçãoimunológica entre linfócitos T transplantados e tecidos do hospedeiro. Acomete 30 a 60% dos receptoresalogênicos e os graus mais graves poderão representar de 15 a 20%, conferindo alta morbi/mortalidade.Objetivos: Identificar a incidência da DECH aguda de pele e trato gastrointestinal entre os receptores deTCTH alogênicos aparentados, não aparentados e haploidênticos. Elencar os cuidados de enfermagemempregados aos portadores da DECH de acordo com a graduação proposta pelo CIBMTR. Materiais emétodos : Estudo descritivo realizado nas unidades de TMO I e II do Hospital Amaral Carvalho de Jaú,tendo sido incluídos os receptores de TCTH alogênico aparentados, não aparentados e haploidênticoscom DECH aguda em 2016. Os cuidados de enfermagem foram realizados de acordo com o grau dedependência, conforme as bases fisiológicas para a prática de enfermagem e os dados foram recrutadosdos prontuários. Resultados e discussão: A população estudada foi de 121 transplantados com umamédia de dias de internação de 27 dias para os receptores que não apresentaram DECH, 34 dias paraos que tiveram DECH grau I/II e 71 dias para os que tiveram III/IV (p =<0,001). As unidades seguemas recomendações vigentes sobre rotinas para controle de infecção para pacientes imunossuprimidos,contam com equipe de enfermagem exclusiva e especializada. Os receptores de TCTH que apresentaramDECH aguda de pele e TGI grau II/IV foram 3 (20%) TCTH haploidênticos, 12 (30,7%) alogênicosnão aparentados e 19 (28%) aparentados. O tratamento sistêmico com corticoterapia foi realizado emtodos os casos. A curva de incidência global da DECH aguda de graus II a IV foi de 29% nos gruposestudados, e de 15% se considerarmos apenas os graus III e IV. Com relação aos doadores, o grupoalogênico não aparentado apresentou uma incidência maior de DECH aguda, chegando a 31%. Osgraus mais elevados necessitaram de intervenções específicas referente a higiene corporal, hidrataçãoda pele, fixação do cateter venoso central, analgesia, controle rigoroso do balanço hídrico, entre outras.Padrões de monitorização rigorosa do balanço hídrico, nutrição parenteral, reposição hidroeletrolíticae hemoterápica deverão ser estabelecidos e realizados diariamente. Internação prolongada e a intensaimunossupressão, requerem um cuidador aderente às rotinas da enfermagem e estes poderão apresentarsinais de desgaste emocional. Conclusão: A equipe de enfermagem deve estar preparada para prestarcuidados que serão necessários de acordo com a graduação da DECH aguda, sendo estes desafiadores eindividualizados. A definição de padrões, evitando medidas extremistas, são fundamentais para avaliaçãoe obtenção de melhores resultados.

Palavras-chave: Doença do enxerto contra hospedeiro aguda, enfermagem, cuidados.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 118

EVENTOS ADVERSOS DURANTE E APÓS A INFUSÃO DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOÉTICAS COM INCOMPATIBILIDADE ABO

Santos ACFD1, Cunha JM1, Silva PM1, Machado CM1, Souza MP1, Simioni AJ1, Colturato VAR1

1Hospital Amaral Carvalho

Introdução: A infusão de células tronco hematopéticas (CTH) poderá acarretar reaçõessemelhantes à transfusão sanguínea que são esperadas durante ou após a infusão, podendo serclassificadas em imediatas ou tardias, de acordo com o tempo decorrido entre a transfusão e aocorrência da reação. Os sinais e sintomas mais frequentes são: mal-estar, tremores, calafrios, febre,sudorese, palidez cutânea, mialgia, taquicardia, taquipnéia, cianose, náuseas, vômitos, dentre outros.Objetivos: Identificar a incidência dos eventos adversos relacionados à infusão de CTH nos receptoresde TCTH com incompatibilidade ABO e RH. Verificar os sintomas mais prevalentes e as intervençõesrealizadas para controle da ocorrência desses eventos adversos. Material e métodos : Estudo descritivoque observou os eventos adversos ocorridos durante ou após a infusão das CTH dos receptores deTCTH com incompatibilidade ABO e RH internados nas Unidades de Internação do Hospital AmaralCarvalho de Jaú, no período de janeiro a maio de 2017. Resultados e discussão: A populaçãoestudada totalizou 59 receptores, sendo 23 receptores de TCTH com incompatibilidade ABO e RH,destes 12 alogênicos aparentados e 11 alogênicos não aparentados. Quanto a fonte de células, 8 (67%)dos TCTH alogênicos aparentados receberam medula óssea e 4 (33%) receberam CTH periféricas; nosTCTH alogênicos não aparentados, 6 (55%) receberam medula óssea e 4 (55%) receberam CTHperiféricas. Observou-se que entre os receptores alogênicos aparentados, 4 (33%) receberam célulascom incompatibilidade ABO e 8 (67%) receberam com incompatibilidade menor. Entre os receptoresnão aparentados 4 (36%) com incompatibilidade maior, 4 (36%) com incompatibilidade menor e 1(10%) bidirecional e 2 (18%) sem incompatibilidade. Foram observadas 5 (42%) reações adversasimediatas relacionadas à infusão das células no grupo não aparentado e 7 (67%) no grupo nãoaparentado. Os sintomas encontrados nas reações imediatas nos TCTH não aparentados foram: 7 (64%)episódios de hipertensão arterial, 2 (18%) de cefaleia, 1 (9%) apresentou urticária. Nos TCTHalogênicos aparentados observou-se 4 episódios de hipertensão arterial, 1 (8%) cefaleia, 1 (8%)urticária, 2 (17%) hemoglobinúria, 2 (17%) febre, 1 (8%) calafrios e 1 (8%) cianose. As reações foramatendidas imediatamente pela equipes médica e de enfermagem, ocasionando interrupção da infusão,por curtos períodos de tempo, até resolução da mesma e assim, retomada da infusão. Conclusão: Oenfermeiro atuante em TCTH deverá reconhecer, minimizar e intervir adequadamente durante oprocedimento de infusão de CTH, contribuindo assim, para melhores resultados. A partir desta análiseinicial, destacou-se a importância do registro adequado de todos os eventos adversos, e para análisesposteriores. Estudos colaborativos multicêntricos contribuirão para melhoria de atuação preventiva deevento adversos relacionados à infusão das CTH.

Palavras-chave: evento adverso, enfermagem.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 119

SEGURANÇA EM QUIMIOTERAPIA

Moragas SDS1, Luiz ES1, Rangel AC1

1Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

Introdução: Atuando como enfermeiras há 21 anos em um centro de transplante de medulaóssea deum hospital federal e há 5 anos na logística do processo de condicionamentoquimioterápico,observamos algumas fragilidades relacionadas à confirmação de dosagem eliberação do preparo dequimioterapia junto à farmácia.O sistema de medicação exigemaior acurácia por parte da equipemultidisciplinar, e sob a perspectiva do enfermeiro que éresponsável pela finalização de todo oprocesso, a legislação incide com todo o rigor.Aadministração de fármacos é complexa e oferece riscosprincipalmente em se tratando dequimioterapia. Objetivos: Prevenir erros no processo de preparo dosquimioterápicos doscondicionamentos de transplante de medula óssea.Promover a segurança dopacientedurante o período do transplante de medula óssea. Método : Realizada revisão dofluxogramado sistema de medicação relacionado à quimioterapia. Este processo se iniciano centro de transplantede medula óssea, perpassa pela farmácia e finaliza na unidade depacientes internados do centro detransplante. Resultados : Observou-se uma maior precisãona programação do condicionamento e naprescrição diária de quimioterápicos, melhorcumprimento dos horários de quimioterapia, e divisãoigualitária de responsabilidades entreos membros da equipe multiprofissional. Conclusão: .Aadministração de fármacos é umdos alvos dos estudos em segurança do paciente, e o enfermeiro é umprofissional quemuito pode contribuir com a eficiência desse trabalho.

Palavras-chaves: Quimioterapia,Prescrição, Segurança do paciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 120

RECONCILIAÇÃO MEDICAMENTOSA: UM PASSO À FRENTE NA CULTURA DESEGURANÇA DO PACIENTE

Barbosa SDSM1, Costa RMF1, Rangel AC1

1Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

Introdução: Erros de medicação são definidos como qualquer evento que pode levar ao usoinapropriado de um medicamento podendo causar dano ao paciente.As transições do cuidado oferecembrechas onde as chances de falhas aumentam, devendo a equipe multidisciplinar zelar pela diminuiçãodas mesmas.Objetivos: Fazer levantamento de erros na prescrição medicamentosa do paciente, quelevam à descontinuidade do tratamento domiciliar; Realizar a intervenção junto à equipemultidisciplinar, durante o período de internação do paciente. Método : Trata-se de um relato deexperiência, descrevendo o processo de reconciliação medicamentosa sob a perspectiva doenfermeiro.Utilizando-se de informações resgatadas do sistema operacional hospitalar, da prescriçãoeletrônica do paciente. Resultados: Observou-se os seguintes comportamentos: mudança de condutapor necessidade terapêutica, desconhecimento do tratamento domiciliar do paciente, levando àdescontinuidade do tratamento, com possíveis agravos para o paciente. Foi observado uma granderedução nos erros não intencionais, por desconhecimento, e impedidos várias descontinuidades, apósintervenção educativa junto à equipe multidisciplinar. Houve uma significativa conscientização dosprofissionais como um todo, que pôde ser visualizado com a redução de erros. Conclusão : Açõescorretivas são indispensáveis em uma cultura de segurança do paciente, pois os incidentes são tambémligados ao sistema em que os indivíduos estão inseridos(Glavin RJ 2010; Reason J. 1990) .

Palavras-Chaves : reconciliação, segurança do paciente, erros de medicação.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 121

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE SOFTWARE PARA FAMILIA DE CRIANÇA/ADOLESCENTECOM CÂNCER SUBMETIDO AO TRANSPLANTE DE CELÚLAS-TRONCO

HEMATOPOIÉTICAS

Duarte AM1, Mandetta MA2

1Universidade de Brasilia - UNB2Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Introdução: a família tem o direito de receber informações sobre os cuidados de saúde de seusfilhos, por meio de linguagem clara, acessível e que a atenda em suas demandas. Nesse sentido,propôs-se uma inovação tecnológica informativa, a fim de facilitar o acesso e a continuidade dasinformações à família ao longo de todo o processo de transplante. Objetivo: construir e validar umsoftware informativo para a família da criança/adolescente com câncer submetida ao transplante decélulas-tronco hematopoiéticas. Material e Métodos: estudo metodológico em que se aplicaram osreferenciais do Modelo do Cuidado Centrado no Paciente e Família e da Abordagem Centrada noUsuário, seguindo-se dois princípios para construção do software : 1) foco nos usuários e suas tarefas:revisão integrativa da literatura e um estudo de campo de abordagem qualitativa para identificação dasnecessidades de informação da família; e um estudo bibliográfico para fundamentar as informações nosoftware ; 2) mensuração da usabilidade do produto : desenvolvimento do protótipo; estudos devalidação de conteúdo com especialistas na área de oncologia pediátrica e com a população-alvo; eavaliação da usabilidade por especialistas em informática. Estabeleceu-se percentual de concordânciaacima de 80%. Resultados: as necessidades de informação da família, agrupadas em três categoriastemáticas: acessar informações em fontes seguras; ter conhecimento sobre o transplante; e seracolhida pela equipe, serviram de base para a construção do protótipo. Obteve-se percentual deconcordância acima de 80% nas validações de conteúdo; e as famílias perceberam que as informaçõesoferecidas apresentam potencial para amenizar seu sofrimento. Atingiu-se grau de severidade simplesna avaliação da usabilidade. Discussões: a construção de materiais informativos fundamentados emreferenciais teórico e metodológicos que compartilham a ideia de inclusão do usuário, valorizando suaspercepções, sentimentos e ações é essencial, pois o produto final representa suas necessidades, sendofacilitada sua compreensão e adesão. A validação de conteúdo contribui para a fidedignidade domaterial, assim como ouvir a família, considerando-a especialista em sua experiência de transplante,aprofundando o conhecimento e adequando-o para atender suas expectativas. Dessa maneira, esteestudo corrobora com a afirmativa de que a oferta de informações, responsivas às duvidas da família,cria um espaço de confiança e segurança, minimizando o sofrimento vivenciado. Conclusões: osoftware construído e validado torna-se uma ferramenta a ser utilizada para ajudar a família noenfrentamento da experiência de transplante de células-tronco hematopoiéticas. Este estudo poderácontribuir com futuros pesquisadores cujo foco seja o desenvolvimento de softwares aplicativos.

Palavras-chave: Família, Tecnologia de Informação, Enfermagem, Transplante de células- troncohematopoiéticas, Oncologia Pediátrica.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 122

USO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) EM PACIENTESSUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS:

EXPERIÊNCIA DE UM ÚNICO CENTRO

Vieira GM1, Kuo CN1, Moreno L1, Junior JNC1, Trindade SMM1, Rocha SCC1, Carvalho H1, SalvinoMA1

1Hospital Sao Rafael-Salvador

Introdução: O cateter central de inserção periférica (PICC) é um cateter longo e flexível, inseridopor punção em uma veia periférica, progredindo através desta até o sistema venoso central, sendo quesua ponta deverá ficar posicionada em terço distal da veia cava superior ou junção cavoatrial (Tavares,2009). Cateter indicado para infusão de medicamentos vesicantes, irritantes, com extremos deosmolaridade, em terapias de média e longa duração, infusão de hemocomponentes e coletas de sangue.O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) é um procedimento terapêutico que consistena infusão de células-tronco hematopoiéticas (CTH) por via intravenosa, com a finalidade derestabelecer a normalidade funcional da medula óssea (INCA). Nos pacientes que serão submetidos aoTCTH, percebe-se uma grande preocupação quanto a escolha do acesso venoso que trará maiorsegurança, levando-se em consideração a imunidade comprometida, suas baixas taxas de plaquetas e otempo prolongado do cateter. Objetivos: Descrever o relato de experiência da utilização do catetercentral de inserção periférica em pacientes submetidos a TCTH em um único Centro TMO de Hospitalde grande porte em Salvador/Ba. Descrever as principais complicações relacionadas ao uso do PICCnos pacientes submetidos ao TCTH. Descrever as vantagens da utilização do PICC nos pacientessubmetidos ao TCTH. Material e métodos: Análise retrospectiva dos prontuários de pacientessubmetidos ao TCTH autólogo e alogênico aparentado em um único Centro TMO de Hospital degrande porte de Salvador Ba no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2016. Foram analisados osnúmeros de cateteres insertados; as principais complicações apresentadas pelos pacientes associadas aocateter. Resultados: Após levantamento e análise dos dados em prontuários foram identificados 78cateteres insertados em pacientes durante a realização de TCTH autólogo (38) e alogênico aparentado(40). Os cateteres foram utilizados desde a fase de condicionamento até a alta do paciente, para infusãode quimioterápicos, transfusões de hemocomponentes, infusão de CTH, administração demedicamentos, hidratação endovenosa, contraste e nutrição parenteral, além de coletas de sangue. Asprincipais complicações descritas foram as infecções de corrente sanguínea (ICS) relacionadas aocateter com 8 (10%) casos e trombose com 1 (1,2%) caso. O tempo de uso do cateter até o momento dainfecção oscilou entre 12 e 103 dias (mediana 30), sendo a retirada por término da terapia sua maiorindicação. O germe com maior número de positivação nas culturas foi Stafilococus Haemolyticus eEpidermides encontrado em metade dos casos (04 casos). Não foram descritas complicaçõesrelacionadas ao procedimento durante a inserção do cateter. Conclusão: Conclui-se que o PICCatende as necessidades dos pacientes submetidos ao TCTH, desde o condicionamento até a sua alta.Proporcionou mais conforto e reduziu o sofrimento do paciente causado pelas múltiplas punçõesvenosas. Demonstrou-se um dispositivo seguro com baixos índices de complicações relacionadas aoprocedimento de inserção e a sua utilização. Evidenciado um crescimento na indicação do cateter pararealização do TCTH; tornando-se hoje, notadamente, o cateter mais utilizado durante todos os tipos deTCTH em nosso Centro.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 123

IMPLEMENTAÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE CATETER VENOSOCENTRAL EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO

HEMATOPOÉTICAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Teodoro JL1, Ribeiro R1, Ardanaz PTM1, Motta CL1

1Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: O transplante de células tronco hematopoéticas é uma modalidade de tratamento queconsiste na infusão intravenosa de células progenitoras hematopoéticas com o objetivo de restabelecer afunção medular. Devido ao tempo de tratamento, características das drogas quimioterápicas citotóxica,infusão e coleta das CTH, suporte nutricional, transfusional e eletrolítico, estes pacientes são elegíveispara o implante de um cateter venoso central de longa permanência. A adequada manutenção destesdispositivos é fundamental durante o tratamento, onde profissionais capacitados se tornamimprescindíveis. Ademais, é importante que a instituição de saúde responsável, adote medidasassistenciais com foco nas melhores práticas baseada em evidências, medidas de prevenção eintervenção precoce, minimizando assim as complicações que impactam diretamente no tratamento,tempo de internação, custos hospitalares e na qualidade de vida do paciente. Objetivo: Descrever aexperiência dos enfermeiros que utilizaram um instrumento de avaliação diária de cateter venosocentral. Método: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, que tem como objeto de estudo oinstrumento de avaliação de cateteres, implementado no Serviço de Transplante de Medula óssea, noperíodo de fevereiro até maio de 2017. Relato: No mês de fevereiro de 2017 foi realizado aimplementação do instrumento de avaliação de cateter venoso central. O instrumento contempla aavaliação diária do cateter venoso central nos seguintes aspectos: caracterização do dispositivo e doseu implante com dados como data, local (vaso) e lado do implante, calibre do cateter e se este pacientefoi admitido na unidade já com o dispositivo implantado configurando manipulação em outras unidadesou setores; avaliação da manutenção do dispositivo , condições de inserção, integridade do curativo,tipos de curativo; avaliação de fluxo e refluxo; avaliação de fatores de risco para complicações , comopresença de transfusão, antibióticos administrados, resultado de hemograma e de hemoculturas e porfim; se caso presença de complicações, avaliação das medidas para resolução das mesmas eclassificação do problema de acordo com as escalas da Infusion Nursing Society. Resultados: Apósimplementação do questionário foi possível observar melhorias no cuidado de enfermagem voltados aocateter venoso central, onde o enfermeiro realizava uma avaliação diária criteriosa, levandoconsideração diversos aspectos que podem impactar no uso de cateteres venosos centrais. Oinstrumento também possibilitou observar onde haviam mais problemas relacionados ao uso do catetere consequente necessidades de aprendizado e treinamento dos profissionais envolvidos nocuidado. Conclusão: A enfermagem tem um importante papel no manejo do paciente com catetervenoso central, pois além do seu papel técnico, o enfermeiro atua como multiplicador de informações.Além do embasamento técnico é fundamental a presença de registros que direcione o profissional paraas melhores práticas durante sua avaliação clínica e que contemple as informações essenciais paraavaliação das complicações tardias do dispositivo e estabelecimento de medidas preventivas. Com oinstrumento foi possível contemplar ambas as necessidades, facilitando o trabalho de avaliação econtrole das complicações.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 124

IMPLEMENTAÇÃO DE PROTOCOLO DE CRIOTERAPIA APLICADO A PACIENTES EMTRANPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS-TCTH EM CONDICIONAMENTO

COM MELFALANO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Teodoro JL1, Ribeiro R1, Ardanaz PTM1, Motta CL1, Santos MFFD1, Felix DMM1, Venâncio IS1,Chagras PLRD1, Silva JE1

1Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

A mucosite é um processo inflamatório secundário ao uso de quimioterápicos que pode acometer acavidade oral e se estender ao trato gastrointestinal sendo variável quanto à sua gravidade. A crioterapiaé um dos métodos indicados em sua profilaxia, sendo a ação esperada do procedimento umavasoconstrição local, diminuindo a exposição das membranas da mucosa oral a agentes com potencialde toxicidade. Sua aplicação é de baixo custo hospitalar e consiste no uso de lascas de gelo com início30 minutos antes do emprego da terapia antineoplásica, durante a infusão e 30 minutos após. Omelfalano é uma das drogas utilizadas no transplante de células tronco hematopoiéticas e dentre seusefeitos colaterais está o aparecimento da mucosite, sendo assim, este grupo específico de pacientes quepoderiam se beneficiar da aplicação da crioterapia como medida preventiva. Objetivo: Descrever aexperiência de implementar um protocolo de prevenção de mucosite oral induzida por quimioterapia empacientes em condicionamento com melfalano. Método: Estudo descritivo, do tipo relato deexperiência, que tem por objeto de estudo o protocolo de prevenção de mucosite implementado noServiço de Transplate de Medula óssea do Hospital BP Mirante, no período de agosto de 2016 a marçode 2017. Relato: Devido à complexidade da doença e as demandas assistenciais, o cuidado integral deforma interdisciplinar é fundamental para o paciente em programação de TCTH e tem por objetivopromover e integrar as ações em saúde, bem como proporcionar melhor qualidade de vida à pessoaassistida. O objetivo da implementação do protocolo de crioterapia foi orientar as melhores práticasassistenciais visando a prevenção da mucosite induzida por quimioterapia Melfalano e/ou TCTH eavaliação criteriosa do grau de mucosite oral em pacientes submetidos ao TCTH segundo escoresestabelecidos pela NCI (CTCAE 4.0). Além da implementação do protocolo e dos cuidadosprovenientes deste, todos os pacientes são acompanhados pela equipe de medicina bucal, integrandoações que visem identificar e tratar de forma precoce as lesões orais. Resultados: Após implementaçãodo protocolo foram realizados oito condicionamentos com o quimioterápico Melfalano, destes, todos ospacientes aderiram ao protocolo, resultando em dois casos de mucosite Grau I, três casos Grau II e trêscasos Grau III, estes últimos, com decréscimo na ingesta nutricional, porém dentro das metas calóricasestabelecidas. Conclusão: O grau de mucosite refletiu as ações de educação e assistência realizadas,demonstrando que uma prática com base em protocolos, baseada em evidência e trabalhointerdisciplinar são importantes ferramentas para o processo de qualidade da assistência em saúde.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 125

INCIDÊNCIA DA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIRO AGUDA NOTRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS HAPLOIDÊNTICO EM UM

CENTRO DE TRANSPLANTE NO SUL DO PAÍS

Silva PO1, Orlandini GM1, Silva AF1, Pereira AR1, Burin M1, Paz A1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Considerando que aproximadamente 40-50% dos pacientes que necessitam detransplante não têm um doador HLA compatível, o transplante haploidêntico com ciclofosfamida pósestá se tornando uma alternativa viável para estes pacientes, principalmente porque todas as pessoas têmum doador haploidêntico disponível e de fácil acesso. As desvantagens deste tratamento são o maiorrisco potencial de desenvolver a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH) e a alta incidência derecaída da doença. A DECH aguda é uma complicação clínica, que ocorre nos cem primeiros dias dotransplante alogênico, resultante do ataque imunológico por parte das células imunocompetentes dodoador contra os tecidos do receptor até então reconhecidos como estranhos. Objetivo: Identificar aincidência da DECH aguda em pacientes submetidos a TCTH Haploidêntico em um hospitaluniversitário do sul do país. Material e Métodos: Trata-se de uma pesquisa exploratória descritivaretrospectiva nos prontuários dos pacientes submetidos ao TCTH haploidêntico, de fevereiro de 2013 amarço de 2017 . As variáveis analisadas foram sexo, idade, doença de base, fonte de células, sexo dodoador, idade do doador, presença DECH aguda e mortalidade. Resultados e Discussão: Foramrealizados 28 TCTH haploidênticos em 27 pacientes no período analisado. Destes, 70% tinhamdoenças malignas. Quanto ao sexo, foram transplantados 16 homens e 11 mulheres. A média de idadefoi de 21 anos. A maioria dos transplantes utilizou como fonte de células a medula óssea (86 %).Quanto aos doadores, o sexo predominante foi o masculino (61%) e a média de idade foi de 33 anos.Três pacientes apresentaram falha de pega . O paciente com falha de pega primária re-transplantou comoutro doador, tendo tido pega após. Em relação à incidência de DECH aguda, dos 25 TCTH que tiverampega do enxerto, foi observado algum grau de DECH aguda em pelo menos 64% (n=16). A mortalidadefoi de 41% (n=11), sendo que 36% destes óbitos ocorreram nos 100 primeiros dias pós-TCTH. Do totalde óbitos, 18% tiveram como causa DECH aguda tardia. O TCTH haploidêntico tem sido realizadotanto para doenças benignas quanto para malignas, sendo uma possibilidade de tratamento para ospacientes com doenças graves e sem possibilidades de doadores HLA compatíveis. A taxa demortalidade relacionado ao TCTH foi baixa, contudo a falha de pega e a recaída foram intercorrênciaspresentes, tornando-se uma preocupação para a equipe. Embora os dados serem de uma amostrapequena, uma vez que este tipo de TCTH começou a ser realizado há pouco mais de cinco anos nohospital em que foi realizado o estudo, ela é representativa.. Conclusão: Este estudo possibilitouconhecer a incidência de DECH aguda nos pacientes que realizaram TCTH haploidêntico, a qual semostrou presente em mais da metade dos pacientes. A identificação precoce dos sinais e sintomas deDECH aguda, assim como o manejo rápido, é fundamental para o sucesso do TCTH.

Palavras-Chave: Doença Enxerto-Hospedeiro, transplante de medula óssea

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 126

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA INFUSÃO DE CÉLULAS TRONCO MESENQUIMAIS EMUMA UNIDADE DE AMBIENTE PROTEGIDO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO SUL

DO BRASIL

Zambonato BP1, Orlandini GM1, Machado FD1, Lima KK1, Carvalho L1, Silva PO1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: As células tronco mesenquimais (CTM) são células multipotentes não hematopoéticasque inibem a proliferação e atividade citotóxica das células do sistema imune. Por essas característicasas CTM têm sido usadas em terapia celular para o tratamento de inúmeras doenças, dentre elas,complicações no pós-transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) como a Doença do EnxertoContra o Hospedeiro (DECH).Objetivos: Descrever a utilização e os cuidados associados à infusão deCTM em uma unidade de ambiente protegido (UAP) de um hospital universitário do sul doBrasil.Material e Métodos: Estudo exploratório e descritivo.Resultados: A instituição realiza infusão deCTM desde 2010. Foram infundidas 63 bolsas (1 a 12 bolsas/paciente) de CTM em 15 pacientessubmetidos ao TCTH que apresentaram DECH aguda (pele, trato gastrointestinal e hepática) medianteconcordância registrada no termo de consentimento.A administração das CTM foi realizada pelasenfermeiras da UAP, acompanhadas pelo médico e técnico de enfermagem. Foram infundidas atravésde acesso venoso central, por gravidade, utilizando equipo com filtro para retenção de macroagregadose com duração entre 10 e 20 minutos. As bolsas de CTM continham volume padrão de 100ml, sendorealizado ao término lavagem da bolsa e equipo com 20ml de soro fisiológico. Os principais cuidadosde enfermagem foram aadministração de medicamentos antihistamínicos e antitérmicos 30 minutosantes da infusão, verificação dos sinais vitais (antes, durante e após), e monitorizaçãode possíveisreações transfusionais e/ou instabilidade hemodinâmica. Discussão e Conclusão: Os pacientes quereceberam CTM na UAP não apresentaram intercorrências durante a infusão e não foram evidenciadoseventos adversos. Os cuidados e orientações de enfermagem prestados foram baseados no ProtocoloInstitucional para Infusão de Hemocomponentes. Por tratar-se de uma terapia ainda em fase de estudo,sugere-se que a enfermagem siga observando e aprofundando os estudos sobre os cuidados específicosdurante a infusão a fim de aprimorar a prática desse cuidado.

Palavras-chave: Células tronco mesenquimais, doença do enxerto contra o hospedeiro, cuidados deenfermagem, infusão de hemocomponentes

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 127

ESTRUTURAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO MULTIPROFISSIONAL NO PÓS TRANSPLANTEDE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO ATÉ O D+100

Machado FD1, Lima KK1, Zuckermann J1, Carvalho L1, Pedebos GL1, Jochims AMK1, Grings CO1,Sasada INV1, Morais DS1, Astigarraga CC1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Nos primeiros cem dias do pós-Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas(TCTH) alogênico, durante a recuperação imuno-hematológica, os pacientes estão vulneráveis adiversas complicações que podem ocasionar reinternações. Faz-se necessária uma avaliação minuciosada equipe multiprofissional, de forma dinâmica e esquematizada, para otimizar o planejamento,programação e execução de ações que resultem em melhorias na saúde e na qualidade de vida dopaciente. Objetivos: Relatar o processo de estruturação do acompanhamento no pós TCTH até o D+100num hospital universitário do sul do Brasil. Material e Métodos: Relato de experiência. Discussão: Aequipe que atua na assistência ao paciente TCTH alogênico conta com várias categorias profissionais,que integram o Programa Assistencial do Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (PATCTH),atuando no pré, trans e pós TCTH. O cuidado pós, inicia-se na internação, diante da previsão de altahospitalar, a equipe realiza as orientações para cuidado domiciliar e fornece folders educativos.Buscando sistematizar o trabalho e integrar a equipe, foram adotadas algumas estratégias. Os pacientessão acompanhados pelo menos até o D+100 no Hospital Dia (HD),conforme necessidade do planoterapêutico designado pela equipe. A cada retorno o indivíduo é avaliado clinicamente, são reforçadosos cuidados domiciliares e é monitorada a adesão terapêutica pela equipe médica, enfermagem efarmacêutica. Desenvolveu-se o “roteiro de avaliação multiprofissional”, realizado nas primeirassemanas após alta hospitalar, no qual o paciente passa pela avaliação da fisioterapeuta, da assistentesocial, da psicóloga e de cirurgiã-dentista, onde são identificadas demandas e necessidades deacompanhamento. O acompanhamento nutricional é realizado via ambulatorial, através de consultasperiódicas, conforme a necessidade diagnosticada pela nutricionista. Semanalmente acontece o “RoundMultiprofissional” para organização e compartilhamento do plano terapêutico. Detectando-se algumanecessidade específica é solicitado, por meio de consultoria, avaliação de outros profissionais. NoD+100 são realizados os exames e aplicadas escalas conforme a recomendação do consenso do“National Institutes of Health”para diagnóstico e estadiamento de DECH, norteando os cuidados anível ambulatorial na fase imediata e tardia. Conclusão: O acompanhamento sistemático oferecido pelaequipe multiprofissional e o plano terapêutico compartilhado possibilitam antecipar potenciaisproblemas, contribuindo assim para o sucesso do transplante, visto que o paciente é atendido de formaindividualizada levando em consideração suas potencialidades e vulnerabilidades.

Palavras-chave: equipe multiprofissional, acompanhamento pós- TCTH,

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 128

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS VIRAIS EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Costa LSS1, Castro AP1, Waisbeck TMB1, Nogueira RMG1, Neves VM1, Gonalves P1, Menezes FG1,Vogel C1

1Hospital Israelita Albert Einstein

PALAVRAS-CHAVE: controle de infecções, assistência ao paciente, transplante de medula ósseaINTRODUÇÃO: Infecção respiratória (IR) em pacientes pós Transplante de Células-Tronco

Hematopoiéticas (TCTH) é uma complicação cada vez mais importante e reconhecida. Estudos têmdemonstrado taxas variáveis de morbidade e mortalidade de acordo com o tipo de vírus, principalmentenos 100 primeiros dias. Nos últimos anos houve um aumento no uso de doadores alternativos, queconseqüentemente conferem maior imunossupressão e contribuem para elevação da incidência de IR.OBJETIVO: Descrever a distribuição dos vírus respiratórios e topográfica das infecções respiratóriaspor vírus de aquisição hospitalar e descrever as medidas de prevenção adotadas por uma unidade deTCTH de um hospital terciário do estado de SP. METODOLOGIA: trata-se de um estudo descritivo,retrospectivo, de 2012 a 2016. A detecção dos vírus respiratórios foi realizada por painel de patógenosrespiratórios por PCR e triagem viral por imunofluorescência. Para definição das infecções foramutilizados os critérios dos Centers for Disease Control and Prevention . RESULTADOS: No períodoestudado tivemos 27 infecções causadas por vírus respiratório, sendo 52% infecção de via área superior,33% pneumonia, 7,5% traqueobronquite e 7,5% sinusite. O rinovírus foi o agente com maiorincidência, representando 37% do total. DISCUSSÃO: A unidade possui 14 leitos e conta comambiente protetor com filtros de alta eficiência nos quartos e no corredor, além de pressão positiva.Para adequada prevenção e controle, foram instituídas precauções específicas de acordo com a forma detransmissão dos vírus (contato, gotículas e aerossóis) mediante a suspeita ou confirmação da IR. Alémdisso, foi indicado afastamento de atividades assistenciais de profissionais sintomáticos e os pacientes eacompanhantes foram orientados com medidas de prevenção como higiene das mãos e evitar contatocom mucosas. Essas orientações são realizadas no momento da avaliação pré-transplante e reforçadasdurante o período de internação. É permitida a presença de acompanhante único, podendo haverrevezamento conforme a demanda da família. A vacinação da gripe é obrigatória aos acompanhantes,além a aplicação de termo de consentimento para autorização de acompanhamento que consta deinformações sobre sintomatologia e excluem a permanência como acompanhante se sintomas positivos.CONCLUSÃO: Apesar de todos os esforços para prevenção ainda há IR adquiridas no ambientehospitalar. A literatura discute sobre a importância do screening para pacientes, visitantes eprofissionais de saúde como medida preventiva, porém sem nível de evidência. Acreditamos que omaior desafio em nossa instituição é o afastamento de todos os profissionais ou acompanhantes comalgum sintoma gripal e a valorização das precauções específicas por toda a equipe assistencial. Dentrode projetos futuros incluímos a instalação de porta com abertura após identificação para minimizar acirculação de pessoas que não estão diretamente envolvidas com a unidade de TCTH.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 129

AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DO PROTOCOLO DE NEUTROPENIA FEBRIL QUANTOAOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DE MEDULA

ÓSSEA

Freire NCB1, Gomes LMGP1, Gomes JM1, Gomes MSB1, Sampaio MWC1, Junior CBM1, SilvaCHC1, Leal NP1, Barroso KSN1, Kaufman J1

1Hospital Universitário Walter Cantídio

Introdução: As infecções são a principal causa de mortalidade precoce no transplante de célulastronco hematopoéticas (TCTH). Os guidelines mostram que um tempo inferior a sessenta minutos entrea febre e o início da terapia antimicrobiana modifica a morbimortalidade. Objetivos: Quantificar otempo entre a febre, a coleta de hemocultura e o início de antibiótico (ATB) em pacientes comneutropenia febril (NF) e avaliar qualidade dos mecanismos desenvolvidos para otimizar essesprocessos. Material e Método: O estudo foi realizado através do levantamento de um instrumentopróprio, desenvolvido pelos pesquisadores, a ficha de hemocultura. Este documento era preenchido emtodo episódio de febre que necessitasse de coleta de hemocultura. Nele continha: identificação dopaciente, sinais vitais e horário de ocorrência da febre, coleta de cultura e início de ATB. Foramincluídos os pacientes que realizaram TCTH autólogo ou alogênico de julho de 2016 a junho de 2017no Hospital Universitário Walter Cantídio. A análise baseia-se no protocolo institucional de NF querecomenda coleta de hemocultura (uma amostra de cada lúmen do cateter venoso central e uma amostrade sangue periférico) e início imediato do ATB logo após a febre. A hemocultura é repetida a cada 72horas em caso de febre persistente ou piora do estado geral. Resultados: No período de análise foramrealizadas oitenta e cinco coletas de hemocultura. Em relação ao tempo da febre e a coleta dehemocultura: 47 (55,3%) foram coletadas em até 15 minutos, 27 (31,8%) entre 16 a 30 minutos, 11(12,9%) entre 31 a 60 minutos. Na análise do tempo entre o aparecimento da febre e o início do ATB,tem-se que 8 (9,4%) em até 15 minutos, 28 (32,9%) entre 16 a 30 minutos, 23 (27,1%) entre 31 a 60minutos e 26 (30,6%) mantiveram o ATB. Discussão: Foi evidenciado um tempo de coleta de sangueinferior a 15 minutos na maioria dos casos e nenhuma coleta foi realizada com mais de uma hora doinício da febre. A coleta é realizada pelo enfermeiro assistencial e o material necessário édisponibilizado na própria unidade de transplante. Quanto ao ATB observou-se que todos os pacientesderam início ao medicamento em um tempo inferior a 60 minutos. Avaliando apenas os pacientes quederam início a novo esquema de ATB, para a maioria deles (61%) a medicação foi instalada em até 30minutos. O médico plantonista é acionado no momento da febre para avaliação clínica e prescrição doATB. A agilidade e rapidez na administração da terapia deve-se ao fato de existir na unidade uma dosede ATB para início do tratamento. Conclusão: Na busca da melhoria de protocolos e da assistência aopaciente, havíamos desenvolvido as medidas para otimizar a coleta e administração de ATB nospacientes com NF. O levantamento dos dados evidencia que as medidas tomadas foram eficazes emreduzir o tempo entre febre, coleta de hemocultura e início do ATB. Palavras-chave: transplante demedula óssea; neutropenia febril; qualidade.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 130

FLUXOGRAMA COMO CONSTRUÇÃO DE PRÁTICA NA DOAÇÃO DE SANGUE DE CORDÃOUMBILICAL E PLACENTÁRIO (SCUP): ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO

Cruz AF1, Santos MSSD2, Rosas AMMTF2, Braga FHP1, Pinheiro ESC1, Bouzas LFS1

1Instituto Nacional de Câncer2Universidade Federal do Rio de janeiro

O primeiro Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) público brasileiro foiestabelecido em Fevereiro de 2001 no Instituto Nacional de Câncer (INCA) no Centro de Transplantede Medula Óssea (CEMO), com a finalidade de proporcionar transplante de células-troncohematopoiéticas (TCTH), para pacientes que não dispõem de um doador aparentado. As atividadesrelacionadas a doação, a citar: captação, seleção, coleta de sangue de cordão umbilical e placentário(SCUP) e follow-up das doadoras, são desenvolvidas exclusivamente por enfermeiras, tornando-se umprocesso longo caracterizado por etapas que exigem desde o diálogo à conscientização da gestante compotencial para doação, realização de consulta de enfermagem com preenchimento de histórico clínicodesenhado especificamente para este fim, assinatura do termo de consentimento, coleta da unidade deSCUP logo após o nascimento do concepto e coleta de amostra de sangue da doadora. O objetivo desteestudo é apresentar um fluxograma como construção de prática na doação de SCUP. Trata-se de umapesquisa qualitativa do tipo exploratória, descritiva, desenvolvida no período de 13 de Janeiro de 2015 a01 de julho de 2015, os participantes da pesquisa foram 15 gestantes assistidas no setor de pré- parto dopolo de coleta do Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), através da parceria Técnico- científica com oINCA. As gestantes foram abordadas através de um roteiro de entrevista semi- estruturada, construídocom temas referentes a doação. Foi observado que não são desenvolvidas ações educativas, junto asgestantes sobre a doação de SCUP, ausência deestratégias que envolva a gestante desde o pré- natal paraa participação no programa, número de enfermeiros insuficientes para atuação no processo de doação ecoleta e expressiva rotatividade desses profissionais no setor de pré- parto. A partir dos resultados dapesquisa foi construído um fluxogramacom proposições pautadas na pedagogia de Paulo Freire, tendocomo alicerce as ideias- força por ele utilizadas no processo de alfabetização, com a aplicação de etapasque contém desde do universo vocabular do grupo até exemplos comum a realidade desses indivíduos.O citado documento contém propostas para construção da conscientização das gestantes para adesão àdoação eatualização da equipe do HNMD. a cerca do processo. A utilização dessas ações podemotimizar e auxiliar no desenvolvimento das atividades relacionadas a doação de SCUP e maximizar onúmero de doações oriundas do HNMD.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 131

CINCO ANOS DE ACREDITAÇÃO PELO FACT E OS GANHOS DA IMPLANTAÇÃO DE UMSISTEMA DE QUALIDADE NA UNIDADE DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO

HEMATOPOIÉTICAS

Waisbeck TMB1, Ribeiro AAF1, Hamerschlak N1, Vogel C1, Costa LSS1, Kondo AT1, Kerbauy F1,Fernandes JF1, Silva CC1, Taba L1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é um procedimentoaltamente complexo, associado a substanciais riscos de morbimortalidade, necessitando de processossistêmicos para gerenciar o risco e melhorar a qualidade e a segurança do paciente. A Foundation forthe Accreditation of Cellular Therapy (FACT), estabelece padrões de prática que abrangem as áreas:clínica, coleta e processamento. Alguns estudos demonstram melhoria do desfecho clínico dospacientes transplantados em centros de TCTH acreditados. Objetivos: Avaliar os benefícios que aimplantação de um sistema de gerenciamento de qualidade em um centro de TCTH do Estado de SãoPaulo, trouxe para o paciente, equipe e instituição. Material e Método: Trata-se de um relato deexperiência de 5 anos de acreditação em Terapia Celular pelo FACT. O processo teve início em 2009,sendo a primeira certificação em 2012 a segunda em 2015. Resultados: Um programa de gestão daqualidade em Terapia Celular foi estabelecido para gerenciamento de melhorias da área. Inicialmentefoi realizado o mapeamento dos processos assistenciais, identificações das necessidades de alterações afim de garantir a continuidade e uniformidade do cuidado ao paciente transplantado. Foram definidos osrequisitos de treinamento mínimo de toda a equipe médica envolvida, juntamente com a capacitaçãomultiprofissional e áreas de apoio. A definição dos indicadores pertinentes ao processo do TCTH,como: tempo de início de antibioticoterapia em neutropenia febril, transferência dos pacientes paraunidade de terapia intensiva, infecção de corrente sanguínea associado a cateter e a análise contínua eobrigatória dos desfechos clínicos, trouxeram informações indispensáveis para instituir melhorias,assim como, as reuniões para análise de eventos adversos, gerenciamento de dados e reporte a centrosinternacionais, que possibilitam o conhecimento do desempenho clínico e Benchmarking com outroscentros transplantadores. Discussão: Ao avaliar os resultados dos pacientes submetidos a TCTH naúltima década observamos um aumento da sobrevida em vários países para diversas patologias. Isto sedeu devido a melhorias técnicas, como: tipagem HLA mais acurada, medidas de suporte, melhorcaracterização das doenças, etc. Publicações relatam uma nítida relação entre o gerenciamento dequalidade e a melhoria do desfecho do paciente, provavelmente devido ao seguimento de padrõesinternacionais. Na nossa instituição, a probabilidade de sobrevida global em 5 anos, em pacientestransplantados por Leucemia Mielóide Aguda, aumentou cerca de 20% na última década. Acreditamosque nosso sistema de qualidade baseado no FACT também está contribuindo para melhora dosresultados clínicos. Conclusão: Um sistema de gestão da qualidade específico para Terapia Celularpossibilita uma análise crítica da terapia prestada e intervenções direcionadas para mitigação de danosresultando numa assistência centrada no paciente, com qualidade e segurança.

Palavras-chave: Acreditação, Gestão da Qualidade, Transplante de Medula Óssea

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 132

CLASSIFICAÇÃO DO RISCO DE QUEDA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTEDE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Franzotti V1, Lucchesi LN1, Costa LSS1, Nogueira RMG1, Waisbeck TMB1, Vogel C1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Taxa de queda é um importante indicador de qualidade, faz parte do painel deindicadores Magnet, programa destinado ao reconhecimento de instituições de saúde que oferecemexcelência na assistência de Enfermagem. Aproximadamente 2-9% dos pacientes que sofrem quedasdentro do hospital têm danos graves, podendo se tornar eventos catastróficos. Pacientes comdiagnóstico de câncer e em Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) acumulam riscosassociados ao diagnóstico e tratamento. Objetivo: Apresentar o perfil de classificação de risco de quedados pacientes submetidos ao TCTH. Material e Método: O estudo é descritivo, retrospectivo, comanálise de 98 prontuários de pacientes adultos submetidos ao TCTH nos anos de 2015 e 2016.Verificado a classificação do risco de queda destes pacientes no D+1 e D+7, calculados através da escalaadaptada Johns Hopkins Fall Risk Assessment Tool , excluiu-se da amostra 10 prontuários porimpossibilidade de análise retrospectiva. Resultados: Foram estudados 88 prontuários, 48 (55%)Autólogos, 25 (28%) Alogênicos relacionados e não relacionados e 15(17%) Haploidênticos. Dentre osTCTH Autólogos e Alogênicos relacionados e não relacionados, no momento da admissão 1 (1%)paciente foi avaliado como sem risco para queda, 33(46%) baixo, 38(52%) moderado e 1 (1%) altorisco, no D+1 0 pacientes sem risco, 14 (19%) baixo, 53(73%) moderado e 6 (8%) alto risco, no D+7 0pacientes sem risco, 10 (14%) baixo, 55 (75%) moderado e 8 (11%) alto risco. Já em relação aos TCTHHaploidênticos, no momento da admissão 0 pacientes foram avaliados como sem risco, 7 (47%) baixo,8 (53%) moderado e 0 alto risco, no D+1 0 pacientes sem risco, 2 (13%) baixo, 13(87%) moderado e 0alto risco, no D+7 a avaliação de risco permaneceu igual. Discussão: De acordo com os dadoslevantados, observa-se que a criticidade do risco aumenta no D+1 e é ainda maior no D+7, resultadosdemonstrados vão de encontro com o descrito em literatura para o paciente com câncer, isso porque noD+1 se inicia o período de pancitopenia, no D+7 a pancitopenia está instalada, o paciente podenecessitar de opióides para manejo da dor, anti-histamínicos para prevenção de reação relacionada àinfusão de hemoderivados, neutropenia febril, entre outros. Dados do TCTH haploidêntico foramestratificados devido especificidade da tempestade de citocinas entre o D0 e o D+5 e se observou maiorcomplexidade em relação à avaliação de risco já a partir do D+1. O conhecimento das peculiaridades dopaciente submetido ao TCTH e a criticidade do risco de queda fornece ferramentas para a equipeassistencial para prevenção de eventos e/ou minimização de danos quando estes ocorrem. Conclusão:Taxa de queda é um indicador sensível da assistência de Enfermagem, conhecer a especialidade, bemcomo riscos inerentes à patologia e tratamento é fundamental para uma assistência segura, de qualidadee focada no paciente.

Palavras-chave: Gestão da Qualidade, Transplante de Medula Óssea, Cuidados de Enfermagem

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 133

VISITA MULTIPROFISSIONAL COMO FERRAMENTA DE QUALIDADE E SEGURANÇA EMUNIDADE DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Venâncio IS1, Ardanaz PTM1, Noriler S1, Zalaf LR1, Castilho CFC1, Felix DMM1, Silva JE1, RibeiroR1, Teodoro JL1

1Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: A visita multidisciplinar é uma importante ferramenta de segurança e qualidade,garantindo resultados confiáveis em menor tempo para o paciente. Através dela, é possível garantirmaior integração entre a equipe bem como o reconhecimento das demandas assistenciais nas esferasbiopsicossocial, com enfoque na complexidade de cada paciente e seus acompanhantes. Durante avisita, após narrativa detalhada do caso clínico pelo médico titular e ou assistente, cada membro daequipe multidisciplinar que atua na assistência direta direciona os problemas ativos detectados nasúltimas 48 horas. Cabe ao profissional fisioterapeuta, ressaltar a aceitação, colaboração efuncionalidade do paciente traçando os principais cuidados e objetivos do mesmo. A nutricionista atuade forma precoce, traçando um plano nutricional para evitar a progressão para um quadro dedesnutrição, relata a aceitação do paciente e direciona a porcentagem a ser atingida durante cada etapado tratamento. Cabe ao farmacêutico orientar o paciente/responsável sobre a terapia medicamentosa,monitorar as dosagens séricas e acompanhar casos de reações medicamentosas e interações. OEnfermeiro destaca todo o processo de cuidado, possuindo um papel fundamental na visita, uma vezque é o responsável por reunir todas as informações e transcrever em um instrumento próprio onde sãodiscutidos e implementadas metas para resolvê-los a curto e a médio prazo. É importante salientar, queindependente dos planos traçados para a fase de hospitalização, é no momento da visita que osprofissionais envolvidos no cuidado também determinam metas a longo prazo, programando asestratégias para o cuidado pós alta. Objetivo: Descrever a experiência multiprofissional no serviço deTransplante de Medula Óssea do Hospital BP Mirante, que tem como diferencial um instrumento deavaliação individualizada com a implementação de metas para a resolução de problemas ativosvivenciados pelo paciente. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência que tem comoobjeto de estudo o instrumento de visita multidisciplinar implementado no Serviço de Transplante deMedula Óssea do Hospital BP Mirante no período de agosto de 2016 a maio de 2017. Resultado: OInstrumento de visita multidisciplinar foi implementado na abertura do Serviço de transplante demedula óssea em agosto de 2016. Consiste na descrição do problema ativo e consequenteestabelecimento de metas terapêuticas com definição de prazos mensuráveis. É abordado tambémprotocolos institucionais como queda, prevenção de lesão por pressão, entre outros. Após aimplementação do instrumento e da visita multidisciplinar foi possível observar que ocompartilhamento do conhecimento que cada área especifica auxiliou na tomada de decisão e agilidadena resolução das metas estabelecidas, impactando diretamente na assistência prestada. Conclusão: Aatuação interdisciplinar e a visita multiprofissional como ferramenta de segurança e de qualidadeassistencial contribuem para o tratamento individualizado do paciente, bem como, sua integralidade eassertividade frente a resolução das metas terapêuticas estabelecidas. Na perspectiva acadêmicacontribui também para a formação interdisciplinar e para o avanço do conhecimento científico.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 134

PDCA: IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS PARA PREVENÇÃO DE OBSTRUÇÃO ASSOCIADAA MANUTENÇÃO DOS CATETERES VENOSO CENTRAIS EM UMA UNIDADE DE

TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Teodoro JL1, Ribeiro R1, Ardanaz PTM1, Motta CL1

1Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: A obstrução de um cateter venoso central é caracterizada por uma dificuldade ouimpossibilidade de infusão ou ausência de refluxo sanguíneo, que pode ser parcial ou total e estãorelacionadas com a localização do cateter, compressões decorrentes da síndrome da veia cava superior,ou ainda por precipitação de medicações ou nutrição parenteral no interior do cateter. A tromboseacontece devido a formação de tampões de fibrina e de coágulos. Pode ser evitada com a técnica corretade permeabilização do cateter antes e após as medicações, com uma pressão positiva em conectores quenão tenham pressão neutra e com técnica de infusão em turbilhonamento, visando minimizar o fluxoretrógrado e a remoção de resíduos no interior do cateter. Objetivo: Identificar a incidência deobstrução de cateter e as possíveis causas de acordo com a opinião dos colaboradores da unidade deTCTH do Hospital BP Mirante. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, que tem porobjeto de estudo o ciclo PDCA realizado no período de fevereiro a maio de 2017. Relato:Inicialmente foi realizado a identificação e mapeamento dos casos de obstrução de cateter na unidade deTCTH, e em um segundo momento um Brainstorming com a equipe de colaboradores de enfermagem eaplicado um questionário com cinco questões com uma abordagem voltada para os possíveis fatores derisco durante a assistência. Em seguida, para a identificação e caracterização das causas fundamentaisfoi utilizado o diagrama de causa efeito, que trouxe como fatores de risco a falta de permeabilização doscateteres ou a permeabilização de forma incorreta, a diluição incorreta e falta de permeabilização ouheparinização de vias sem uso. Para identificar e priorizar as causas mais relevantes o Diagrama dePareto, que demonstrou que 89% dos fatores de risco envolvem estratégias de manutenção dodispositivo. Por fim, foi estabelecido um plano de ação com a ferramenta 5W2H, contemplando asseguintes medidas: aulas com a equipe da vascular, validação in loco de toda a equipe de enfermagempara a técnica de turbilhonamento, implementação do formulário para acompanhamento da manutençãodos cateteres pelos enfermeiros e troca dos conectores (inicio do uso dos conectores nêutron®) eavaliação dos fatores de risco para precipitação química junto com os farmacêuticos daInstituição. Resultados: O indicador avaliado pela Instituição foi o de incidência de perda de CVC,onde o limite aceitável é < 1%. Durante o ciclo foi observado no mês de fevereiro uma taxa 0,74%, 0%nos meses de março e abril e 0.8% no mês de maio, porém nenhum deles por obstrução, e sim por saídaacidental devido agitação psicomotora. Na prática foi identificado que os cateteres em algum momentoapresentaram diminuição do retorno ou resistência durante a infusão, sendo solucionado após medidasde recuperação conforme protocolo Institucional. Após medidas de melhorias nenhum CVC apresentoudiminuição no fluxo e refluxo sanguíneo. Conclusão: O ciclo PDCA é uma importante ferramenta daqualidade e foi de fundamental importância para demonstrar os principais problemas que impactavam amanutenção adequada dos cateteres venosos centrais, ademais, direcionou para as medidas deintervenção e estabelecimento de metas com foco nos principais problemas da unidade.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 135

AÇÕES DE MELHORIA DA ADESÃO DE HIGIENE DE MÃOS EM UM CENTRO DETRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Birnfeld CF1, Kunrath R1, Rocha CP1, Saraiva T1, Torres CR1, Oliveira MBI1, Ayala RCS1, Silva TS1,Loff L1, Maestri R1

1Hospital Moinhos de Vento

Introdução: A realização do tratamento hematológico e do transplante de células-troncohematopoiéticas prevê a necessidade de administração de altas doses de quimioterapia, o que leva a umaimunossupressão grave, e muitas vezes prolongada, que acarreta em uma maior suscetibilidade adiferentes tipos de infecções. No intuito de diminuir os riscos, as medidas não medicamentosas vêmsendo reforçadas, em especial a higienização das mãos pelos profissionais de saúde, paciente eacompanhantes/visitantes. Áreas críticas e semicríticas, como a unidade de transplante, além derequerer profissionais capacitados, necessitam de um plano de trabalho para higienização de mãos econtrole de infecção mais rigoroso. Objetivos: Relatar as ações de melhorias implementadas em umcentro de terapia hematológica da região sul do país. Método: Trata-se de relato de experiencia ondeforam implementadas ações de melhorias para adesão de higiene de mãos em um centro de terapiahematológica em um hospital da região sul do país. Resultados: Mesmo com taxas de adesão dehigiene de mãos sempre superior há 90%, optou-se por ajustar o planejamento dos pontos de higiene demãos na unidade, visando uma ampliação da utilização do álcool como forma de higienização. Foramintroduzidos nos corredores da unidade novos dispensers de álcool espuma e nos quartos e carrinhos demedicação da equipe de enfermagem foram adaptados pumps de álcool gel. Juntamente com essa ação,implementou-se rotineiramente a orientações de dos passos de higienizar as mãos com água e sabão ecom álcool, no grupo de familiares da unidade e na orientação de admissão do paciente. Discussão:Nota-se que com os dispensers e pumps acessíveis os profissionais, visitantes e pacientes, melhoram aprática de higienizar as mãos, qualificando o cuidado e gerando uma maior confiança dos pacientes aoterem alcance rápido os pumps para higienizarem suas mãos. A educação do paciente quanto anecessidade e importância da higiene de mãos proporciona, não somente uma cobrança desta ação noambiente hospitalar, como uma mudança na cultura de higienização no ambiente familiar. Conclusão:As implementações das ações para melhoria da adesão de higiene de mãos proporcionaram uma maiorfacilidade para a higiene de mãos, mantendo os índices de adesão conforme o idealizado. Foramtrabalhados também a eficácia do método de higiene pelos pacientes, familiares e equipes deprofissionais da saúde, fazendo todos a sua parte, no controle da disseminação de infecções.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 136

GERENCIAMENTO DE BANCO DE DADOS EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DECÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH) COM O USO DA FERRAMENTA

RESEARCH ELETRONIC DATA CAPTURE (REDCAP).

Oliveira LCF1, Esteves MFV1, Cruz KRP1, Pena LC1, Paton EJA1

1Hospital de Câncer de Barretos - Fundação Pio XII

Palavras Chaves: redcap, banco de dados, indicadores e tcth.

O TCTH é uma modalidade de tratamento que aumenta seus números a cada ano e por isso hánecessidade de organizar e reunir dados gerados para estudos posteriores, análises de indicadores, bemcomo para reporte à organizações como por exemplo, para o Center for International Blood andMarrow Transplant Research (CIBMTR). O REDCap é uma plataforma em web de captura egerenciamento de dados eletrônicos, que tem sido amplamente utilizada em várias instituições nomundo. Com o uso dessa, é possível a construção de bases de dados com finalidade, tanto de pesquisa,quanto para gerenciamento de indicadores institucionais. Frente a essa necessidade detectada,buscou-se a plataforma, que é considerada segura e capaz de armazenar e compilar os dados. Oobjetivo desse trabalho foi através de um relato de experiência, demonstrar a implantação do uso daferramenta REDCap para gerenciamento de indicadores em uma unidade de TCTH. A criação doinstrumento de coleta através do REDCap iniciou com o domínio da ferramenta através de treinamentoda equipe, com a construção da ficha de coleta de dados, dividindo-a em três partes que são: pré TCTH,Intra TCTH e pós TCTH. Anteriormente, o preenchimento ocorria manualmente, através de fichasimpressas e posterior, preenchimento de planilhas de Excel®. Foi realizado um teste com a ficha paraavaliar aplicabilidade e iniciado o preenchimento das fichas pré TCTH de todo ano de 2016, que geroualguns ajustes. A próxima etapa a ser realizada, será alimentar os dados retrospectivos de mais de 13anos de transplante em paralelo com os dados prospectivos e em tempo real, uma vez que a plataformaREDCap pode ser utilizada off-line através de um tablet ou telefone móvel. Os profissionais designadospara o levantamento de dados e reporte ao REDCap são os enfermeiros da unidade de TCTH. Autilização do REDCap para finalidade pretendida tem-se demonstrado efetiva mediante os reportestestes feitos até o momento. Devido a sua ampla funcionalidade e rápida tabulação, foi possível fazerlevantamentos de dados em tempo real para análises de indicadores e gerenciamento dos mesmos.Espera-se que com a conclusão do levantamento dos dados retrospectivos e reportes prospectivosatravés do REDCap, consiga-se um melhor gerenciamento de indicadores de produção e indicadoresassistenciais, bem como o envio destes dados para organizações internacionais de referência mundialpara análise comparativa dos resultados obtidos na instituição.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 137

PERFIL DAS INFECÇÕES DETECTADAS EM UNIDADE DE TRANSPLANTE DE MEDULAÓSSEA: QUAL A REALIDADE?

Oliveira MFC1,2, Menegueti MG1,2, Furine ACA2, Gonalves ER1,2, Zucoloto TG2, Silveira RCCP1,Leopoldo VC1,2, Dias JBE2, Oliveira MC3, Zombrilli AF1,2

1Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo2Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - FMRP/USP3Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo

Introdução: as infecções hospitalares são muito comuns em pacientes imunossuprimidos, sendoque estas impactam no tempo de internação do paciente e nos custos hospitalares. Poucos dados sãoreportados sobre a incidência destes eventos em unidades de transplante de medula óssea (UTMO),especialmente no Brasil. Objetivo: identificar a ocorrência de infecções hospitalares (IH) em pacientessubmetidos a transplantes de medula óssea autólogos em um hospital universitário. Material emétodos: estudo descritivo, prospectivo, realizado em uma UTMO de um hospital terciário do interiorpaulista. Todos os pacientes admitidos na unidade foram considerados elegíveis. Um profissional dacomissão de controle de infecção hospitalar avaliou todas as prescrições de antimicrobianos e utilizouos critérios de infecção hospitalar do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) para odiagnóstico de IH. Foram consideradas IH aquelas adquiridas após a admissão hospitalar e/ou altahospitalar e que puderam ser relacionadas com a internação ou com procedimentos realizados. Osdados foram coletados no período de janeiro de 2012 a junho de 2017. Utilizou-se estatística descritivapara análise dos dados. Resultados: foram incluídos 82 pacientes, sendo que 58 (71%) eram portadoresde esclerose sistêmica, 16 (20%) esclerose múltipla, 04 (5%) diabetes mellitus tipo I, 2 (2%) lúpuseritematoso sistêmico, e 2 (2%) outras doenças. Destes pacientes, 20 (24%) desenvolveram algum tipode IH durante o período de internação, sendo 10 (12%) infecções primárias da corrente sanguínea; 5(6%) infecções do trato urinário; 4 (5%) infecções da corrente sanguínea relacionadas a cateter venosocentral; 1 (1%) infecção no sítio de inserção do cateter. Discussão: A Organização Mundial de Saúdedesenvolveu um estudo da prevalência de IH em 14 países, no período de 1983 a 1985, estimando umataxa de IH de 8,7%, variando de 3 a 21%. Entretanto, foram abordadas instituições de assistência geralà saúde, diferentemente do cenário do presente estudo, realizado em unidade de transplante. Nossoestudo incluiu pacientes prolongadamente imunodeprimidos, previamente tratados com drogasimunossupressoras e com disfunções de órgãos nobres pela doença de base. Estudos com a populaçãode TMO demonstram que o índice de IH oscila de 30-50% devido a essas características. Conclusão:Conhecer a incidência das infecções e o início precoce e adequado da terapêutica antimicrobianacontribui para a diminuição de complicações do tratamento.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 138

IMPACTO DA APLICAÇÃO DE UM CHECK-LIST PARA VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DOCATETER CENTRAL SOBRE A INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA

Furine ACA1, Zucoloto TG1, Menegueti MG1,2, Zombrilli AF1,2, Goncalves ER1,2, Oliveira MFC1,2,Dias JBE1, Leopoldo VC1,2, Silveira RCCP2, Oliveira MC3

1Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - FMRP/USP2Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo3Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo

Introdução : cateteres venosos centrais (CVC) são amplamente utilizados em ambienteshospitalares. Na Europa, as principais infecções hospitalares são aquelas de corrente sanguínearelacionadas a cateter (ICSRC). Nos Estados Unidos a incidência varia entre 2,9 a 11,3 episódios por1000 cateteres-dia. Estabelecer medidas preventivas é essencial.

Objetivo : avaliar o impacto da aplicação de um instrumento para controle do tempo depermanência e condições do curativo do CVC sobre as taxas de infecção primária da corrente sanguínearelacionadas ao cateter venoso central, em pacientes de unidade de transplante de medula óssea.Material e métodos: estudo quasi -experimental, de natureza quantitativa. Foram consideradoselegíveis todos os pacientes admitidos na unidade que tinham um CVC inserido. Um profissional dacomissão de controle de infecção hospitalar avaliou todas as prescrições de antimicrobianos destespacientes e utilizava os critérios de infecção hospitalar do Centers for Disease Control and Prevention(CDC) para o diagnóstico de ICSRC. Como intervenção, criou-se um check-list constituído por itensrelacionados com tempo de permanência e condições do CVC, aplicado pelas enfermeiras da unidade.Os dados foram coletados no período de janeiro de 2012 a outubro de 2015 (pré-intervenção), e denovembro de 2015 a junho de 2017 (intervenção). Utilizou-se estatística descritiva para análise dosdados. Resultados: foram incluídos 82 pacientes, sendo 56 (67%) no período pré-intervenção e 26(33%) no período intervenção. No período pré-intervenção, 38 (67,8%) pacientes eram portadores deesclerose sistêmica (ES), 43 (76,8%) do sexo feminino e a idade mediana era de 30 anos (3-58). Noperíodo intervenção, 20 (76,9%) pacientes eram portadores de esclerose sistêmica (ES), 20 (76,9%) dosexo feminino e a idade mediana era de 31 anos (15-59). No período pré-intervenção, ocorreram 3(5,3%) episódios de ICSRC em 56 pacientes e 1 (1,7%) episódio de infecção no sítio de inserção docateter. No período intervenção, observou-se apenas 1 (3,84%) episódio de ICSRC em 26 pacientes enão houve infecção do sítio de inserção. Conclusões: dados da literatura internacional evidenciam queintervenções com check-list são efetivas na prevenção de ICSRC. Neste estudo, o número de pacientesavaliados na fase intervenção foi pequeno e insuficiente para análise estatística. Acreditamos que maiortempo de estudo, com inclusão de maior número de pacientes, possa evidenciar futuros benefícios daestratégia.

Palavras chaves : Unidade de transplante de medula óssea, Infecção de corrente sanguínearelacionada ao cateter, Cateter venoso central

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 139

ESCLEROSE SISTÊMICA E CARDIOTOXICIDADE NO TRANSPLANTE DE CÉLULASTRONCO HEMATOPOÉTICAS: UM RELATO DE CASO

Leopoldo VC1,2, Zombrilli AF1,2, Oliveira MFC1,2, Furine ACA2, Zucoloto TG2, Goncalves ER1,2,Nilsen L2, Dias JBE2, Oliveira MC3, Silveira RCCP1

1Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo2Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - FMRP/USP3Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo

O transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas tem sido aplicado a doenças auto-imunes.Este tratamento não é mieloablativo e inclui altas doses de ciclofosfamida (Cy), um fármacoimunossupressor que suprime e modula linfócitos através da alquilação de componentes celulares. Estemedicamento tem metabolismo hepático e atravessa a barreira hematoencefálica. Também écardiotóxica e pode levar a insuficiência cardíaca e hemorragia miocárdica potencialmente fatal.Relatamos uma paciente do sexo feminino de 28 anos que iniciou o fenômeno de Raynaud e artralgiabilateral de joelhos e cotovelos dois anos antes da admissão para transplante. Ela evoluiu comespessamento da pele nos membros superiores e teve um diagnóstico de esclerose sistêmicaestabelecida após 3 meses. Foi tratada com metotrexato e azatioprina, mas teve piora do envolvimentoda pele, com ulcerações digitais. Antes do transplante, um ecocardiograma indicava fração de ejeção de64%, sem anormalidades. O eletrocardiograma e a ergospirometria também não evidenciaramanormalidades. O regime de condicionamento pré-transplante incluiu 200mg / kg de Cy e globulina deantitimicíticos (ATG). No primeiro dia da infusão de Cy, ela apresentou aumento de peso e aumento dapressão venosa central. De acordo com o protocolo da instituição, o balanço hídrico e exame físico foiavaliado a cada quatro horas pela equipe de enfermagem e identificou o excesso de retenção de líquidos.Apesar da administração de diuréticos, o paciente ainda apresentou sobrecarga de volume nos primeiroscinco dias após o condicionamento e queda de saturação que necessitou de suporte de oxigênio. No D-2do TACTH houve crepitação nos 2/3 inferiores dos pulmões. Neste período, um novo ecocardiogramaevidenciou uma fração de ejeção de aproximadamente 30%, associada à hipocenese global domiocardio. Houve piora dos níveis de saturação, independentemente do suporte de oxigênio enitroglicerina intravenosa. A infusão de células-tronco hematopoéticas ocorreu no D0. Houve maisdeclínio na saturação de oxigênio e taquicardia, e a paciente foi internada na Unidade Coronariana paracuidados cardíacos intensivos por dois dias. O tratamento cardíaco específico permitiu recuperaçãoparcial e estabilização clínica. A alta hospitalar ocorreu no D + 15. A função cardíaca foi normal apóstrês meses de transplante. Observamos, neste caso, que o monitoramento rigoroso do equilíbrio defluidos associado ao exame físico sistemático permitiu a identificação precoce da cardiotoxicidadeassociada à ciclofosfamida. Assim, os enfermeiros têm um papel fundamental na assistência a pacientessubmetidos a transplante autólogo, especialmente em pacientes com esclerose sistêmica.

Palavras-chaves: assistência de enfermagem; transplante autólogo de células tronco-hematopoéticas;esclerose sistêmica, cardiotoxicidade

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 140

ADEQUAÇÃO CALÓRICA E PROTÉICA E ALTERAÇÃO DE PESO CORPÓREO EM PACIENTESSUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH)

Moraes BDGC1, Pintor DCQ1, Zambone MA1, Trecco SMLSS1, Scabim VM1, Evazian D1, Filho JS1,Rocha V1,2,3,4

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Churchill Hospital - Oxford University Hospitals3Hospital Saint Louis4Hospital Sírio Libanês

Introdução: O condicionamento, as profilaxias de infecções, o ambiente hospitalar e ospreconceitos com a alimentação ofertada influenciam na inadequação da aceitação alimentar econsequentemente na inabilidade da manutenção do peso corpóreo durante o TCTH. Dessa forma, aassistência nutricional é fundamental para adequar o consumo às necessidades nutricionais, manter oestado nutricional, indicar terapia nutricional quando necessário, contribuir na terapêutica do TCTH eestabelecer condutas em longo prazo para prevenir doenças futuras. Objetivo: Avaliar a adequaçãocalórica (AC) e protéica (AP) e alteração de peso, antes, durante e após a internação para o TCTH.Material e Métodos: Estudo observacional descritivo com pacientes submetidos ao TCTH em 2016 e2017 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Avaliou-se opeso da primeira consulta pré TCTH, o da alta hospitalar e o da primeira consulta pós alta. O consumocalórico e protéico foi calculado através de recordatório alimentar e a AC e a AP através daporcentagem do consumo estimado em relação à necessidade diária do paciente. A avaliação do peso,ingestão calórica e protéica foi realizada através das variáveis contínuas e analisada pelo teste T Studentcom significância p<0,005. Resultados: A população foi constituída de 19 pacientes, 63% submetidosao TCTH autólogo, 26% idosos. As médias de AC e AP foram no pré TCTH autólogo de 101% e 93%,na alta hospitalar de 67% e 66%, e na primeira consulta após a alta hospitalar, em média 43 dias após oTCTH, de 84% e 82%, respectivamente. Enquanto que no alogênico foram: 77% e 70% pré TCTH,77% e 76% na alta e 77% e 87% após, respectivamente. Foi observada uma tendência a manutenção deAC e de melhora na AP em pacientes de TCTH alogênico, porém no TCTH autólogo, uma tendência deredução de ambos. A média da porcentagem de perda de peso (PPP) foi de 5,5% (média de 146 dias),sendo que durante o período de internação foi mais expressiva (média de 3,7%). As médias de alteraçãode peso, ingestão calórica e protéica foram significativas (p<0,001). Os pacientes de TCTH alogênicotenderam a uma PPP maior. Discussão: Observou-se uma melhor AC que AP no período analisadosugerindo certa intolerância a alimentos protéicos. Estratégias de terapia nutricional especializadadevem ser instituídas de maneira a minimizar prejuízos nutricionais durante a internação para o TCTH econtribuir na terapêutica global do paciente. A AC e a AP no período de alta hospitalar na maioria dasvezes estão reduzidas justificando a necessidade de terapia nutricional oral após a internação. Alémdisso, pacientes submetidos ao TCTH possuem alteração da ingestão alimentar por um período quepode interferir no estado nutricional. Conclusão: Pacientes submetidos ao TCTH possuem inadequadaingestão alimentar e perda de peso que justificam a necessidade de acompanhamento nutricional eindicação de terapia nutricional especializada.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 141

A IMPLANTAÇÃO DA EQUIPE DE REFERÊNCIA EM UM SERVIÇO DE TRANSPLANTE DEMEDULA ÓSSEA NO NORDESTE DO BRASIL

Freire NCB1, Barroso KSN1, Gomes LMGP1, Gomes JM1, Sampaio MWC1, Assis PH1, MendonaPS1, Maia MDSFS1, Fernandes CNNC1, Guedes MM1

1Hospital Universitário Walter Cantídio

Introdução: A equipe de referência é constituída por uma equipe multiprofissional que visaintegrar a avaliação individual do paciente realizada por cada profissional em uma esfera holística.Objetivos: O objetivo deste trabalho é demonstrar a implementação e a importância de uma equipe dereferência em uma unidade de transplante de medula óssea. Material e Método: A equipe dereferência foi implementada no serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital UniversitárioWalter Cantídio (HUWC) em julho de 2016, como expansão do trabalho já praticado na instituição. OHUWC é um hospital de ensino vinculado a Universidade Federal do Ceará, que faz atendimentoexclusivo do Sistema Único de Saúde. A unidade de transplante de medula óssea contém 6 leitos erealiza transplantes autólogo e alogênico. A equipe multiprofissional começou a ser formada em 2014com a contratação de novos funcionários. A equipe é composta por profissionais de saúde de diversos:médicos, enfermeiros, fisioterapeuta, psicólogo, farmacêuticos, nutricionista e assistente social, além deresidentes de diversas destas áreas. Há uma soma de saberes para tratar do ser humano na suamultidimensionalidade. Os encontros são semanais, no qual todas as opiniões são importantes paraajudar a entender a singularidade de cada paciente com alguma demanda de cuidado em saúde. Asdiscussões englobam todo o processo do transplante onde designa-se a responsabilidade de intervençãode cada profissional, definindo assim as ações a serem realizadas. Resultados: Este projeto gera ofortalecimento do vínculo paciente/família com a rede assistencial, provoca a inserção do sujeito comoparte primordial do seu processo de saúde e doença e ratifica o compromisso da equipe com ainterdisciplinaridade. Os planos de ação propostos são reavaliados, os resultados analisados e próximospassos programados. Quanto a participação dos residentes, a vivência prática em uma equipeinterprofissional desenvolve habilidades e competências fundamentais como liderança, comunicação etrabalho em equipe. Discussão: Após um ano vivenciando esta nova prática assistencial, a equipe dereferência é uma realidade e, hoje, essencial para o bom andamento do serviço de transplante. O ganhonão foi apenas dos pacientes e suas famílias, que passaram a ter uma abordagem mais global, mastambém dos profissionais que se tornaram mais motivados a compreender e buscar melhores estratégiasde intervenção e encontraram também um espaço para desenvolvimento pessoal e acolhimento. Acomunicação entre os profissionais foi facilitada e todos estão inseridos com equidade no contexto dotransplante de medula óssea. Conclusão: A busca de um formato de atenção à saúde cada vez maisarticulado, individualizado e humanizado deve ser uma abordagem a ser considerada, principalmente,em pacientes tão complexos e que demandam atenção continua de diversas áreas dasaúde. Palavras-chave: transplante de medula óssea; humanização; multidisciplinar.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 142

DEMANDAS DO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA FASE DE APLASIA MEDULAR NOTRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS (TCTH) HAPLOIDÊNTICO

PARA IMUNODEFICIÊNCIA GRAVE COMBINADA (SCID)

Godzikowski FBC1, Kalinowski LC1, Silva LAA1, Silva SR1, Figueiredo TWB1, Marques AB1

1Complexo Hospital de Clínicas/UFPR

Introdução: A SCID caracteriza-se por um grupo heterogêneo de doenças em que sua etiologiatraduz-se em um defeito na produção de anticorpos T e B, ou baixo número, ou inatividade, ou mesmoausência. As crianças manifestam graves infecções bacterianas, virais ou fúngicas podendo culminar noóbito precoce. Tem-se como modalidade curativa o TCTH. Objetivo: Estabelecer os principaisdiagnósticos de enfermagem (DE) no TCTH Haploidêntico. Material e Métodos: Partiu-se da práticadiária do enfermeiro utilizando a RESOLUÇÃO COFEN-358/2009 e o método da North AmericanNursing Diagnosis Association (NANDA International) 2015-2017. Resultados: Seguem os DE: 1)Proteção ineficaz relacionada a agente farmacológico, distúrbios imunológicos e perfil sanguíneoanormal, evidenciado por deficiência na imunidade; 2) Nutrição desequilibrada: menor do que asnecessidades corporais relacionada a incapacidade de absorver, digerir e ingerir nutrientes, evidenciadopor cavidade bucal ferida e interesse insuficiente pelos alimentos; 3) Diarreia relacionada a inflamação eirritação gastrintestinal e regime de tratamento, evidenciado por dor abdominal e urgência intestinal; 4)Fadiga relacionada a condição fisiológica e barreira ambiental, evidenciado por apatia e energiainsuficiente; 5) Risco de volume de líquidos desequilibrado relacionado a regime de tratamento; 6)Medo relacionado a ausência de familiaridade com o local e separação do sistema de apoio, evidenciadopor apreensão e inquietação; 7) Risco de infecção relacionado a procedimento invasivo, alteração naintegridade da pele, diminuição de hemoglobina, imunossupressão, leucopenia e resposta inflamatóriasuprimida; 8) Risco de choque relacionado a hipotensão, hipovolemia, hipoxemia, hipóxia, infecção,sepse e síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS); 9) Integridade da pele prejudicadarelacionada a agente farmacológico, fator mecânico, alteração no metabolismo, alteração no volume delíquidos, imunodeficiência e nutrição inadequada, evidenciado por alteração na integridade da pele ematéria estranha perfurando a pele; 10) Mucosa oral prejudicada relacionada a regime de tratamento,evidenciado por dificuldade para comer, desconforto oral e capacidade prejudicada para deglutir; 11)Náusea relacionada a regime de tratamento, evidenciado por sensação de vontade de vomitar, náusea eaversão à comida e 12) Conforto prejudicado relacionado a regime de tratamento, evidenciado pordesconforto com a situação, inquietação e irritabilidade. Discussão: Os DE norteiam o pensamentocrítico-reflexivo com o objetivo de prescrever as ações de enfermagem para um cuidado holístico.Conclusão: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) visa prestar assistência humanizadae eficiente por meio do cuidado individualizado e interdisciplinar almejando resultados seguros naprática diária da enfermagem. Promove a organização do serviço de enfermagem, garante a autonomiaprofissional e qualidade na assistência prestada. Palavras-chave: Transplante de Medula Óssea,Processo de Enfermagem, Avaliação em Enfermagem.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 143

ANÁLISE DO USO DE CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA NA UNIDADE DEHEMATOLOGIA E TRANSPLANTE.

Jdn R1, Sar M1, Mar V1

1IBCC Instituto Brasileiro de Controle do Câncer

A utilização do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) vem sendo difundida no Brasil desde1990, em unidades neonatais, pediátricas, oncológicas e mais recentemente nos cuidadosdomiciliares(1,2). A sua expansão está relacionada: à redução do índice de infecção em comparaçãocom outros cateteres centrais, à realização do procedimento no leito e a diminuição de intercorrênciasdurante a punção em região central(1,3). A experiência com o PICC na unidade de hematologia etransplante de células tronco hematopoeticas de um hospital privado na zona leste de São Paulo seiniciou em 2016. Este estudo trata-se de um relato de experiência cujo objetivo foi analisar o perfil, osbenefícios e as intercorrências da implantação do uso do PICC. Participaram do estudo pacientesadultos, com doença hematológica que tiveram PICC implantado de Abril de 2016 a Julho de 2017,totalizando 58 cateteres. Para o implante dos cateteres dispomos de cinco enfermeiros habilitados, 84%foram implantados com o auxilio do USG e 16% sem o uso do equipamento, sendo seu empregoexpressivo. No decurso observamos que em relação ao temido sangramento, não obtivemos nenhumcaso, inclusive nos pacientes com plaquetas menores a 20 mil/mm³, a amostra destes pacientes eram:22% dos cateteres implantados com plaquetas menor que 20 mil/mm³, 20% entre 21-50 mil/mm³, 33%entre 51-100 mil/mm³e 25% acima de 100 mil/mm³. O índice de assertividade dos cateteresimplantados (98%) cateteres implantados com sucesso e (2%) cateteres implantados sem sucesso. Osmotivos de retirada de maior relevância foram: alta 9%, óbito 26%, trombose 2%, infecção 17%,perseveram com o cateter 21% dos pacientes, destes 67% em seguimento ambulatorial até o final dorelato. A média de permanência foi de 44 dias. Essa experiência nos fez perceber que o PICC assumiuum papel fundamental na terapia infusional da unidade. Características como: implante em beira leito,sem necessidade de intervenção em sala cirúrgica, realização do implante pelos enfermeiros da unidadeestabelecendo assim maior vínculo, diminuições de fatores e riscos inerentes ao processo de implante epreservação de sítios centrais, destacam sua opção. As dificuldades apresentadas pela equipe estiveramrelacionadas aos cuidados e manejo com o uso do novo dispositivo, para tanto foram concretizadostreinamentos com 100% da equipe e educação para os pacientes e familiares.

Referencias:1. Baiocco GG. O cateter central de inserção periférica – CCIP na prática de enfermagem. 1ªed.

Porto Alegre:Moriá; 2013.2. Johann DA, Mingorance P, DeLazzari LSM, PedroloE, Oliveira GLR, Danski MTR. Perfil

epidemiológico deNeonatos que utilizam cateter central de inserção periférica.Rev Cienc Cuid Saude [ online]. 2014;

13(2):255-61.3. Westergaard B, Classen, Walther-Larsen S. Peripherally inserted central catheters in infants and

children –indications, techniques, complications and clinical recommendations. Acta Anaesthesiol.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 144

ANÁLISE DO USO DO CÓDIGO AMARELO NA UNIDADE DE HEMATOLOGIA ETRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICA

Santos MAFD1, Mosquim SAR1, Reis EL1, Sampaio EL1

1IBCC Instituto Brasileiro de Controle do Câncer

O código amarelo incide no reconhecimento precoce de alterações agudas nos parâmetros vitais dospacientes, com o intuito de mitigar o número de parada cardiorespiratorias (PCR), diminuir amortalidade hospitalar e favorecer a segurança do paciente. O código amarelo institucional consta com10 sinais de alertas e a má impressão subjetiva, para a abertura da ficha é necessário no mínimo doissinais de alertas ou apenas a má impressão subjetiva pelo enfermeiro. A unidade conta com 22 leitos eum médico hematologista de plantão 24 horas para este tipo de atendimento. Este é um relato deexperiência cujo objetivo foi analisar as fichas de abertura do código amarelo de uma unidade deoncohematologia e Transplante de Células Tronco Hematopoeticas (TCTH) de um hospital privado dazona leste de São Paulo de atendimento exclusivo de adultos no período de um ano. No período demarço de 2016 a março de 2017 o código amarelo foi acionado na unidade 56 vezes, uma média de 5atendimentos por mês e o tempo médio do primeiro atendimento medico foi 4 minutos. Em relação aossinais de alertas apresentados pelos pacientes tivemos 17 casos com alteração de temperatura, 19 pordor, 12 casos com alteração de frequência respiratória, 16 casos com saturação menor que 90%, 06pacientes com rebaixamento de nível de consciência, 26 com alterações de batimentos cardíacos, 15com alteração de pressão, 04 chamados por sangramento, 02 por diurese ausente nas ultimas 6 horas, 01caso de preenchimento capilar menor de 2 segundos e 49 pacientes apresentavam má impressãosubjetiva. 32 pacientes permaneceram na unidade após as duas horas de acompanhamento medico emultidisciplinar, 11 pacientes foram para a UTI na primeira hora após a avaliação da equipe médica e03 pacientes foram para a UTI após a segunda reavaliação do código amarelo, 10 fichas nãoapresentavam o destino dos pacientes. Concluímos que a equipe deve estar preparada esse tipo deatendimento, visto que 87% dos chamados incluíam a má impressão subjetiva do enfermeiro a equipedeve estar alerta as alterações dos sinais para garantir a segurança dos pacientes, percebemos assim aimportância do olhar critico do enfermeiro. O preenchimento das fichas e dos prontuários sãoimportantes para o seguimento e acompanhamento desses pacientes. Como maior ponto forte dessaanálise pudemos verificar que não tivemos parada cardiorrespiratória na unidade durante esse período.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 145

PARTICIPAÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NO DESCONGELAMENTO DAS CÉLULASTRONCO HEMATOPOÉTICAS NO TRANSPLANTE

Silva TS1, Birnfeld CMF1, Kunrath R1, Torres CR1, Loff L1, Oliveira MBI1, Oliveira MBI1, AyalaRCS1, Saraiva TKG1, Astigarraga CC1

1Hospital Moinhos de Vento

Introdução: Utilizado como tratamento nas doenças onco-hematológicas, o transplante de célulastronco hematopoéticas vem crescendo de maneira expressiva no país, ampliando a possibilidade de curae expectativa de vida. Atualmente o TCTH é indicado para doenças oncohematológicas, como mielomamúltiplo, linfomas, leucemias, assim como para outras doenças como imunodeficiências e algumasdoenças genéticas. O técnico de enfermagem tem papel essencial no cuidado do paciente submetido aTCTH autólogo na nossa instituição. Objetivos: Relatar a experiência da capacitação de técnico deenfermagem no descongelamento das células tronco hematopoéticas no transplante autólogo em umcentro de terapia hematológica da região sul do país. Método: Relato de experiência da capacitação daequipe na prática do descongelamento das células tronco hematopoéticas realizado pelo técnico deenfermagem em centro de terapia hematológica da região sul do país. Resultados: Juntamente com oinício da realização de transplantes de células tronco hematopoéticas na instituição ocorreu aorganização da capacitação dos técnicos de enfermagem no descongelamento das células. Essa práticarequer muitos cuidados e treinamento como: manuseio correto do aparelho banho maria, preenchimentocorreto do banho maria com solução adequada, temperatura adequada 37º- 38ºC, técnica dodescongelamento das células sem hemolisar, cuidado com a integridade da bolsa, tempo máximo deinfusão, observação do aspecto adequado das células e a entrega da bolsa após o descongelamento paraa infusão. Foram realizados até o momento 40 transplantes, sendo 62,5 % autólogos e todos com aparticipação do técnico de enfermagem no descongelamento. A área possui 22 técnicos de enfermagem,sendo 68,18% já capacitados para realizaram essa prática. Discussão: A capacitação do profissionalpara essa técnica garante maior qualidade e segurança no atendimento ao paciente, visto que o sucessodo transplante também está baseado nas práticas realizadas pela equipe de enfermagem. Odescongelamento e a infusão é um momento puntual comparada com o transplante, mas a realização doprocedimento de forma adequada é fundamental para o ssucesso do TCTH. Conclusões : O treinamentoda equipe de enfermagem nas diferentes etapas do transplante é essencial para manter a qualidade e asegurança do processo, e a capacitação além de propiciar domínio da técnica, amplia os conhecimentosgerais sobre todo o TCTH .

Palavras Chave: Oncohematologia, Transplante de células tronco hematopoéticas, Capacitação emserviço

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: EnfermagemTrabalho: 146

CONTROLE DE EXAMES LABORATORIAIS DE PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTEDE CÉLULAS TROCO HEMATOPOÉTICAS PELA ENFERMAGEM DE UM CENTRO DE

TERAPIA HEMATOLÓGICA

Birnfeld CF1, Kunrath R1, Rocha CP1, Moraes J1, Flor J1, Melo EF1, Focchesatto C1, Saraiva T1,Astigarraga CC1, Silva TS1

1Hospital Moinhos de Vento

Introdução: O controle de exames laboratoriais faz parte da rotina do enfermeiro, visando oplanejamento do cuidado diário do paciente crítico. Conforme as alterações laboratoriais identificadas,podemos realizar ações antecipatórias em prol da segurança do paciente. Atualmente o controle dosexames laboratoriais ocorre manualmente, demandando tempo, que dependendo do número depacientes e dos exames solicitados, leva em média 30 minutos, para cada profissional. Podemosobservar ainda que além de não otimizar a rotina de trabalho dos profissionais, a informação retida podegerar alguma dificuldade na segurança e qualidade do atendimento do paciente. Objetivo : Temos comometa a informatização desse documento, visando a otimização do tempo, e tornando possível autilização desses dados para realizações de pesquisa e controle interno. Material e método : Paramelhoria do controle dos exames laboratoriais, procuramos padronizar a planilha de controle dosexames, estudando cada item relevante que deve ser abordado. Foram incluídos resultados, nome dopaciente, quarto, data dos exames, resultados do hemograma, incluindo um campo somente parapresença de blastos e ainda um campo para anotações das alterações dos eletrólitos, muito comum empacientes com diagnóstico recente e submetido a quimioterapia. Resultados : Pelo perfil de gravidadedos pacientes, situações de emergência podem interferir na rotina de coleta de dados, dificultando oplano de cuidados individuais e nas ações antecipatórias. Identificado alterações em algum examemedidas direcionadas são realizadas, como: repouso no leito, vigiar sangramento, atentar padrãoventilatório e em determinadas situações é comunicado o médico assistente para orientação de condutasmédicas (transfusão, push de eletrólitos, entre outros). Após a análise total dos exames dos pacienteshematológicos ocorre a comunicação com o banco de sangue para adquirir informações dedisponibilidade de hemocomponentes. Discussão: Nossa proposta para realização dessa meta eraincluir dentro do sistema integrado um modelo de relatório de exames laboratoriais, ficando disponívelpara toda equipe multidisciplinar. Com isso buscaríamos uma maior adesão das informações por todaequipe, evitando situações de risco para o paciente. Conclusão : A criação da planilha de controle deexames diários proporcionou para equipe um olhar para os cuidados diferenciados no atendimento dopaciente hematológico, como por exemplo, a conferencia da contagem de plaquetas para administraçãode medicações, mobilização do paciente no leito, realização de procedimento invasivos, a identificaçãoda necessidade de isolamento para imunodeprimido, controle dos sinais vitais mais rigorosos,implementação de cuidados específicos como balanço hídrico, observação de sangramentos eorientações gerais aos pacientes.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 147

PREDITORES DE QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORMEANTES E DOIS ANOS APÓS TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Cardoso EAO1, Lotério LDS1, Garcia JT2, Guimarães ALC2, Pereira KC2, Stracieri ABPL2, PieroniF2, Oliveira MC2, Santos MA1, Simões BP2

1Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é indicado para pacientes com anemiafalciforme quando o benefício do transplante é maior do que o risco do procedimento, no que dizrespeito à manutenção da qualidade de vida, sendo essa uma variável fundamental de ser avaliada nessecontexto. Estudos anteriores realizados na mesma unidade do presente trabalho indicaram que, aos seismeses após o TCTH, alguns componentes da qualidade de vida (QV) apresentaram declínio, enquantoque aos 12 meses, a maioria dos componentes apresentava significativa recuperação. Considerando-seque as alterações na QV constituem um marcador importante para confirmação da efetividade doTCTH, objetivou-se comparar os escores da QV de pacientes com anemia falciforme submetidos aoTCTH antes e dois anos após o procedimento, e verificar associações dos índices de QV com asvariáveis sociodemográficas e clínicas. Foram consideradas as seguintes variáveis preditoras: idade,sexo, ocupação, escolaridade, estado marital e tempo de internação. A amostra foi composta por 21pacientes (12 homens e nove mulheres), com idade variando de 18 a 51 anos (média= 25,6; DP=9,2).Foi utilizado o Questionário Genérico de Avaliação de Qualidade de Vida - Medical Outcomes Study 36Item Short-Form Health Survey (SF-36), aplicado individualmente, em situação face a face. Essequestionário avalia os componentes físicos: capacidade funcional (CF), aspectos físicos (AF), dor (D),estado geral de saúde (EGS), e os componentes mentais: aspectos sociais (AS), vitalidade (VIT),aspectos emocionais (AE) e saúde mental (SM). Os resultados foram transformados em uma escala de0-100, em que o zero corresponde a um pior estado de saúde e 100 a um melhor, e submetidos à análiseestatística. Dois anos após o TCTH, houve melhora em todos os componentes da QV dos pacientes,considerada estatisticamente significante em sete dos oito componentes: CF (p=0,0004), AF (p=0,009),D (p=0,005), AS (p=0,031), EGS (p=0,005), VIT (p=0,003) e AE (p=0,025). Somente o domínio SM(p=0,061) não apresentou diferença estatisticamente significante. Quanto às variáveis preditoras: nafase que antecedeu o TCTH foi possível detectar que pacientes casados apresentaram melhor VIT(p=0,02) e SM (p=0,04) e os com maior escolaridade mostraram menos dores (p=0,046). Dois anosapós o transplante, constatou-se que homens (p=0,034) e solteiros (p=0,04) apresentaram menos dores,pacientes com idades inferiores a 25 anos tinham o AF mais preservados (p=0,037) e pacientes casadosmelhor SM (p=0,016). Os achados relacionados à dor são condizentes com a literatura, que estima umíndice maior em mulheres de baixa escolaridade e casadas. Em relação à Saúde Mental, estudosapontam que o casamento pode ser entendido como um fator protetor para esse componente em funçãodo apoio social recebido da parte do cônjuge. Como implicações para a prática clínica, os resultadossugerem que a melhora da QV dos pacientes é gradual e contínua; no pré-TCTH, atenção especial deveser devotada aos pacientes menos instruídos e solteiros e, no Pós-TCTH, às mulheres com idade acimade 25 anos.

Palavras-chave: Qualidade de vida, anemia falciforme, transplante de células-tronco hematopoéticas,fatores preditores.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 148

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME SUBMETIDOS AOTRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS: REVISÃO INTEGRATIVA DA

LITERATURA

Santos LLD1, Cardoso EAO1, Garcia JT2, Guimarães ALC2, Oliveira MC2, Simões BP2, Santos MA1

1Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é, atualmente, o único método curativopara pessoas que sofrem com a doença falciforme (DF), e a melhora Qualidade de Vida (QV) é um fatorimportante para essa indicação. O objetivo desse estudo é apresentar uma revisão integrativa daliteratura científica a respeito do tema Qualidade de vida de pacientes com Anemia Falciforme que sesubmeteram ao Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas. Foi eleita a revisão integrativa comométodo de pesquisa, utilizando os seguintes descritores: Anemia Falciforme, Qualidade de Vida,Transplante de Medula Óssea. Após o levantamento das publicações, os resumos foram lidos eanalisados segundo os critérios de inclusão/exclusão preestabelecidos. Os trabalhos selecionadostiveram seus resumos analisados em profundidade. Em um segundo momento, os trabalhos recuperadosserão analisados na íntegra, a fim de constituir uma revisão crítica da literatura científica. Inicialmenteforam encontrados 36 artigos, a maioria referente à avaliação da Qualidade de Vida em pacientes comanemia Falciforme não submetidos ao TCTH. Utilizando os critérios estabelecidos restaram trezeartigos, sete repetidos, sobrando cinco disponíveis gratuitamente e na íntegra. Os artigos forampublicados nos últimos nove anos, todos desenvolvidos em centros de saúde nos Estados Unidos daAmérica. Três dos artigos são comparativos (dois com grupos controles sem a doença e um comparandodiferentes tratamentos), os outros dois avaliam, além dos pacientes, os seus cuidadores. Observa-se umaescolha por uma amostra basicamente pediátrica, ficando ainda a lacuna da avaliação dos pacientes naidade adulta. Em relação ao delineamento o método predominante foi com abordagem quantitativa euso de escalas e questionários padronizados. Faltam estudos mais aprofundados, com um métodoqualitativo, que visem compreender como esses pacientes vivenciam a vida com a doença e ostratamentos. Os artigos se preocuparam basicamente em avaliar o quanto o Transplante é umaalternativa viável, financeiramente, comparado os resultados da Qualidade de Vida dos pacientestransplantados com grupos controles e com outros tratamentos. Por se tratar de uma nova intervençãofica evidente a preocupação em avaliar a adequação e validade da proposta. Todos os artigosselecionados fazem referência a importância da Qualidade de Vida na proposta de realização doTransplante de Células-Tronco Hematopoéticas. Pode-se concluir que o tema Transplante deCélulas-Tronco Hematopoiéticas em Anemia Falciforme é muito recente e necessita de maiorinvestigação, em especial no tocante a avaliação da Qualidade de Vida, que se mostra um importanteparâmetro tanto para quem indica o procedimento, quanto para quem o realiza. Os autores sugerem anecessidade de estudos longitudinais, com instrumentos padronizados, que possam avaliar comsegurança esse constructo.

Palavras-Chaves: Transplante de células-tronco hematopoéticas, Qualidade de vida, Doençafalciforme.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 149

O CUIDADO AMPLIADO AO PACIENTE PEDIÁTRICO NO TRANSPLANTE DE CÉLULASTRONCO HEMATOPOIÉTICAS: A INTEGRAÇÃO DOS SABERES PSICOLÓGICOS E

PSICOPEDAGÓGICOS

Brandalezi E1, Aquino MI1, Kernkraut AM1, Vogel C1

1Hospital Israelita Albert Einstein

INTRODUÇÃO: A criança submetida ao transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH)vivencia inúmeras privações inerentes a este tratamento. Além de enfrentar uma situação inédita quepode ser sentida como ameaçadora, fica privada temporariamente do convívio social, da rotina escolar edas atividades cotidianas. Tais fatores podem repercutir em dificuldades de adaptação e elaboração dasvivências relacionadas à hospitalização. OBJETIVOS: Contribuir para o enfrentamento do pacientepediátrico na situação do TCTH através das assistências psicológica e psicopedagógica. Favorecer, coma integração dos saberes destas duas áreas, a mobilização de recursos criativos e singulares a cadapaciente, fortalecendo os aspectos cognitivos e emocionais de acordo com cada fase dodesenvolvimento infantil. MATERIAL E MÉTODOS: Em um Centro de Transplante privado doEstado de São Paulo o paciente pediátrico é avaliado e acompanhado pelos serviços de psicologia epsicopedagogia, com o objetivo de proporcionar suporte psicoemocional e seguimento no processo dedesenvolvimento e aprendizagem. Nos atendimentos psicológicos são acolhidas e trabalhadas asdemandas emocionais mobilizadas frente ao transplante e às restrições impostas por esta terapêutica.Por meio da ludicidade a criança pode expressar e ter seus sentimentos validados em um espaço seguro.Nestes atendimentos é possibilitada a ampliação da compreensão da criança acerca do tratamento e aelaboração das situações de vulnerabilidade física e emocional. O atendimento psicopedagógico vemgarantir os direitos à Educação e ao Brincar, restaurando os laços com o cotidiano escolar e lúdico.Após a avaliação é traçado um plano de intervenção individualizado que favoreça a construção doconhecimento, assegurando a manutenção do vínculo escolar e contribuindo para o ingresso oureintegração na escola ao fim do tratamento. Durante a permanência da criança na Unidade de TCTH,sua evolução no tratamento é discutida frequentemente pela equipe. Nesse contexto, a psicóloga epsicopedagoga fazem trocas constantes de suas percepções quanto à condição psicoemocional,motivação para a aprendizagem, envolvimento no tratamento e expectativas para a alta.RESULTADOS: A inter-relação dos conhecimentos dessas duas assistências possibilita maiorassertividade do cuidado, promovendo o contato da criança com suas potencialidades, ainda que emuma situação de intensa fragilidade. Assim, é promovido o resgate da autoestima, da qualidade de vidaadaptada ao contexto hospitalar e fomentadas expectativas positivas para a etapa posterior aotratamento. DISCUSSÃO: Considerando as inúmeras necessidades relacionadas ao desenvolvimentoinfantil dentro de um contexto potencialmente desorganizador, reitera-se a importância do olhar quetranscende a patologia. CONCLUSÃO: O cuidado para além das disfuncionalidades, assinala arelevância da manutenção e promoção dos aspectos saudáveis da criança como estruturantes em umasituação disruptiva.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 150

LUTO PREPARATÓRIO EM PACIENTES COM CÂNCER: REVISÃO INTEGRATIVA DALITERATURA

Garcia JT1, Cardoso EAO2, Lotério LDS2, Guimarães ALC1, Costa TCM1, Pieroni F1, Simões BP1,Pereira KRC1, Santos MAD2

1Hospital das Clínicas FMRP-USP Ribeirão Preto2Faculdade de Psicologia FFCLRP USP Ribeirão Preto

O Transplante de Células Tronco-Hematopoiéticas (TCTH) pode representar uma possibilidade detratamento curativo para alguns indivíduos com indicação, mas também pode implicar em risco de vida,podendo desencadear nos pacientes e seus familiares um processo de luto antecipatório. Esse processovivenciado só recentemente é alvo de investigação clínica, sendo ainda escassos os estudos quecontribuam para compreender o impacto psicológico. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foirealizar uma revisão integrativa da literatura científica a respeito do luto antecipatório em pacientes comcâncer. O estudo de revisão integrativa da literatura foi orientado pela seguinte questão norteadora:“Qual o estado da arte do conhecimento disponível sobre o processo do luto antecipatório no pacientecom câncer? Quais os principais resultados encontrados?”A coleta dos dados foi realizada em basesindexadoras de periódicos nacionais e internacionais de dados bibliográficos, a saber: LILACS, SciELOe PubMED. A pesquisa foi delimitada para os últimos 10 anos e foram utilizados os seguintesdescritores: “luto preparatório”, “luto antecipatório”, “câncer”e “TCTH”. Depois de aplicados oscritérios de inclusão e exclusão restaram nove artigos indexados na PubMED e um duplicado nas outrasduas bases investigadas. Após a leitura, seguiu-se uma etapa de extração dos dados, com o auxílio deum formulário apropriado para esse fim. As informações retiradas dos artigos foram organizadas esubmetidas à análise de conteúdo. Os artigos se restringiram a pesquisadores de três nacionalidades:grega, norte-americana e brasileira. A maior parte dos estudos apresentava metodologia quantitativa,transversal e correlacional. No que concerne ao conteúdo, foram elaboradas as seguintes categorias deanálise: a) Luto antecipatório: um novo conceito? b) Luto antecipatório: processo negativo ounecessário?; c) Luto e contexto social. Os resultados indicaram que o luto preparatório é um conceitosemelhante ao luto antecipatório, sendo que o primeiro se refere ao processo dos pacientes e o segundoao dos familiares. Em relação à necessidade de vivenciar esse enlutamento a resposta parececoncentrar-se na intensidade do sofrimento desencadeado pela vivência do luto antecipatório e osrecursos que o paciente possui para lidar com essa situação. E quanto aos aspectos culturais éreconhecida a influência do contexto cultural na vivência e expressão de sentimentos relacionados aoprocesso de luto. Pode-se concluir que, apesar do luto preparatório afetar quase a totalidade dospacientes com diagnóstico de câncer e se mostrar presente em cenários culturais diferentes, é aindapouco explorado e compreendido pela literatura. Essa lacuna do conhecimento necessita ser repensada,uma vez que é crescente a necessidade de sistematizar e implementar os cuidados paliativos.Considerando a variedade das questões de pesquisa que requerem investigação nesse campo, chama aatenção nos estudos revisados o uso quase que exclusivo de um mesmo delineamento metodológico,sugerindo a necessidade de outros tipos de investigação – por exemplo, de abordagem qualitativa – quepossam complementar os achados publicados até o presente momento.

Palavras-chave: câncer, luto, luto preparatório, luto antecipatório, paciente, família.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 151

O PAPEL DO PSICÓLOGO NA AVALIAÇÃO PRÉ-TMO

Baptista CHV1, Motta CL1, Scheinberg P1

1BP Mirante

Introdução. O paciente Pré- TMO (Transplante de Medula Óssea) traz consigo fantasias,angústias, medo intenso de morrer, pode apresentar incertezas frente ao procedimento e,frequentemente, traz a ideia de que o TMO seria a última alternativa frente à doença. Esta faseconstitui-se como momento decisivo para o andamento adequado do tratamento e para a tomada dedecisão em realizar ou não o procedimento em si, pois é neste instante que o paciente tem, na maiorparte das vezes, a possibilidade de sanar dúvidas com a equipe multidisciplinar e obter o acolhimentopsicológico necessário. Objetivos. Diante do exposto, pretendeu-se descrever o papel do psicólogodiante das possíveis demandas que o paciente que se submeterá ao TMO poderá apresentar. Método.Para a realização deste, foi necessário uma revisão bibliográfica não sistemática nas bases de dados:Lilacs, Scielo, Pepsic e Pub Med, utilizando como descritores as palavras-chave deste trabalho emportuguês e inglês. A vivência profissional em entrevistas pré-TMO realizadas em um hospitalparticular de grande porte, situado na cidade de São Paulo SP, também se mostrou como fatorimportante para o desenvolvimento deste trabalho. Resultados. O psicólogo diante destas demandastem a possibilidade de intervir junto aos familiares e equipe de saúde, alertando-os para as questões quesurgirão caso a decisão pelo TMO seja positiva. Junto ao paciente, o psicólogo – além de verificar ospotenciais fatores geradores de sofrimento psíquico – tem a possibilidade de realizar intervençõesdiante da realidade e possibilidades do paciente a fim de amenizar o sofrimento psíquico e sanar asfantasias quanto ao TMO e fases posteriores. Discussão. O psicólogo se colocaria na posição decontinente das angústias acarretadas pelo impacto causado pelo adoecimento e diante do próprioimpacto causado pela tomada de decisão pelo TMO. Nesta etapa, as intervenções psicológicas podemampliar a ação da equipe diante do paciente e família, bem como fortalecer os recursos deenfrentamento de pacientes e familiares para que estes consigam lidar com as fases posteriores demaneira mais adequada, adaptada e implicada. As intervenções visariam a desmistificação de fantasiase esclarecimentos frente ao procedimento, amenizariam os sintomas de ansiedade e depressãoapresentados e propiciariam o vínculo entre paciente, seus familiares, equipe de saúde e instituição.Conclusão. É possível afirmar que a intervenção do psicólogo no Pré-TMO é essencial aodesencadeamento adequado de todo o tratamento que se seguirá, pois, nesta etapa, pacientes efamiliares começariam a vislumbrar o desenvolvimento de recursos de enfrentamento mais adequadospara encararem o tratamento e as fases que seguirão. Também é importante destacar a necessidade denovas pesquisas na área da psicologia em TMO.

Palavras-Chave: Psicologia Hospitalar; Pré TMO; Psico-oncologia; Psicologia e Transplante deMedula Óssea

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 152

REINSERÇÃO SOCIAL DO PACIENTE COM ANEMIA DE FANCONI: QUALIDADE DE VIDA ESEXUALIDADE PÓS-TRANSPLANTE

Zampirom K1, Okumura IM1, Leviski BL1, Lolatto G1, Dóro MP1, Antonechen AC2, Ribeiro LL1,Bonfim C1

1Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Introdução: Anemia de Fanconi (AF) é uma doença autossômica recessiva com anormalidadesfísicas congênitas e falência medular. O Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) visaaumentar a sobrevida dos pacientes, melhorar a condição clínica e intensificar a qualidade de vida (QV).Apesar da cura hematológica, os pacientes têm que conviver por toda vida com os estigmas da doença,dificuldades de reinserção social e predisposição para o desenvolvimento de outras doenças. Objetivo:Averiguar a reinserção social e satisfação com a QV de pacientes com AF, sobretudo após TCTH.Material e Método: Pesquisa clínica, primária, transversal, prospectiva, aleatorizada. Coleta de dados:março/2015 a fevereiro/2017. Critérios de inclusão: diagnóstico de AF; ser paciente ambulatorial de umhospital universitário; ≥18 anos; condições cognitivas favoráveis para compreender e responder aosquestionários; aceitar e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Instrumentosutilizados: Questionário Demográfico e Clínico; Questionário de Opinião Pessoal e de Sexualidade.Para análise de dados foi realizada estatística descritiva por meio de planilha eletrônica Microsoft OfficeExcel. Resultados: n=63; de idade=24 anos; 57% do sexo feminino; 71,43% solteiros; 87% sem filhos;84% com escolaridade ≥8 anos; 27% desempregados, 6% estudantes e 4,2% nunca trabalharam. Emrelação ao tratamento, 66,58% realizaram o TCTH. No Questionário de Opinião Pessoal, 38,18% sesentem diferentes, devido às características fenotípicas, restrições de algumas atividades sociais efragilidade emocional. 50,05% acreditam que as pessoas os consideram diferentes por observarem ocomportamento e reação delas. Em relação ao Questionário de Sexualidade, 25,38% são virgens; asatisfação com a vida sexual é igual a 56,05% e 39% conversam com profissional da saúde sobresexualidade. Ao analisar somente os submetidos ao TCTH, verificou-se que 55,74% não são casados;63% com escolaridade ≥8 anos; 45,90% estão satisfeitos com a vida sexual e 67,21% estão satisfeitoscom a QV. Discussão: Os fenótipos ressaltam diferenças sobre a estética valorizada pela sociedade.Perceber-se diferente e notar que também é percebido de forma diferente representou mais da metade dapopulação analisada. Após o TCTH, mais limitações são impostas para maior êxito do tratamento.Parcela significativa se considera satisfeita com a QV mesmo após o transplante. Porém, há percentualconsiderável de pacientes sem ocupação. Dificuldades na sexualidade podem ser devido à doença(infertilidade e outras disfunções) e ao tratamento (perda da libido ou interrupção das relações sexuais).Conclusão: Atenta-se às pessoas desvinculadas de trabalho e estudo, pois, apesar de perceberem boaQV, não conseguiram reinserção nesses meios. Incita-se o acompanhamento interdisciplinar paraaprimorar a QV em termos de autoimagem, relações afetivas e sociais visando maior desenvolvimentopessoal e profissional.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 153

ESCALA DE FATORES PREDITIVOS DA CONDIÇÃO PSICODINÂMICA DOS PACIENTES QUESE SUBMETERÃO AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS (TCTH)

Doro MP1, Zampirom K1, Okumura IM1, Leviski BL1, Lolatto G1, Antonechen AC2

1Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná2Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Introdução: A Escala de Fatores Preditivos da Condição Psicodinâmica compila comportamentosconscientes e inconscientes (objetivos/subjetivos) relacionados à composição biopsicossocial, espirituale singularidade perceptiva dos pacientes. Elaborada pela primeira autora, a escala compõe o protocolode avaliação psicológica pré-TCTH. É preenchida pelo psicólogo e propicia abordagemtransdimensional baseada em evidências pela narrativa do paciente, observações e interpretaçõesclínicas. Obtém-se uma síntese da avaliação e orientação sobre o prognóstico psicológico, considerandoa psicodinâmica do paciente, estratégias de enfrentamento, expectativas frente ao TCTH, fatores deproteção e de risco. Os resultados são discutidos em reunião interdisciplinar e relatados em prontuário.Material e Método: Teste T de Student para amostra pareada entre as duas médias (pré e pós-TCTHimediato) das três condições, a saber: 1) Clínica Geral e sua Representação Simbólica; 2) Psicossocial edo Meio de Inserção; 3) Psicológica, distribuída em 3 fatores: 3.1 Resiliência (CR); 3.2. TransiçãoPsicossocial (CTP); 3.3. Personalidade (CP). Período analisado: abril/2015 a abril/2017, n=53avaliações pré e pós-TCTH. Objetivo: Avaliar o perfil psicodinâmico basal dos pacientes que sesubmeterão ao TCTH e correlacionar com os resultados no pós-TCTH imediato para analisar o valorpreditivo desta escala. Resultados: Não houve diferença significativa (ao nível de 5%; p=0,5259) aocomparar a condição Clínica Geral entre a avaliação pré e pós-TCTH, nem entre a condiçãoPsicossocial e Meio da Inserção (p=0,2210), e tão pouco entre os dois momentos (=0,05). A CondiçãoPsicológica (p=0,1079) ficou próxima do limite admitido para identificação de diferenças. Não houvediferença significativa (=0,05) entre pré e pós-TCTH na CR, mas não foi rejeitada a possibilidade de terdiferença significativa (para =0,05) na CTP. Não houve diferença significativa (=0,05) entre as duasetapas na CP (p=0,6691). Discussão: É possível que os participantes mais resilientes apresentemmudanças positivas na CTP. Apesar de envolver sofrimento e perdas intensas, o processo de TCTHpode ampliar a valoração da vida e desenvolver comportamentos mais resolutos para melhoradaptabilidade. É premente que os profissionais da área de saúde desenvolvam protocolos para avaliar acondição basal dos pacientes que se encontram no pré-TCTH. Ao compreender a condiçãopsicodinâmica, o psicólogo tem indícios das tendências comportamentais do paciente e evidênciasfactuais da experiência prévia deste que ora encontra-se a mercê de um tratamento com alto risco demorbimortalidade. Conclusão: Desenvolver protocolos psicodiagnósticos com informações quecontemplem ações de risco e de proteção podem ter um valor preditivo quanto às atitudes reativas dopaciente. A Escala pode contribuir como ponto de partida para as tomadas de decisões e definições dasestratégias e intervenções tomadas junto ao paciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 154

A ATUAÇÃO TRANSDISCIPLINAR POSSIBILITANDO A INTEGRALIDADE NO CUIDADO DOPACIENTE SUBMETIDO AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Aquino MI1, Areal LF1, Brandalezi E1, Waisbeck TMB1, Hamerschlak N1, Vogel C1, Costa LSS1,Pereira A1, Nogueira RMG1, Sá BL1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução : O Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é um tratamento de altacomplexidade que exige trato díspar ao paciente do ponto de vista de condutas da equipemultidisciplinar. Algumas peculiaridades desta terapêutica referem-se ao prolongado tempo em que opaciente deve estar sob cuidados, às demandas específicas de cada etapa do processo, bem como aosinúmeros desdobramentos clínicos ao longo de todo percurso com importantes repercussõesbiopsicossociais ao indivíduo em tratamento. Dessa maneira, evidencia-se a necessidade da integraçãode múltiplos saberes técnico-científicos como forma de abarcar uma assistência globalizada ao paciente.Objetivos : Descrever o modelo de assistência adotado pela equipe do TCTH de um hospital privadoterciário de extra-porte da cidade de São Paulo com foco no paciente e em sua integralidade de cuidado.Considerar os efeitos desta abordagem para o manejo de situações difíceis com possível minimizaçãode danos ao paciente. Material e Métodos: A equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros,farmacêuticos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogas, profissionais da medicina integrativa,assistente social, dentistas, psicopedagoga e professora) discute semanalmente os casos de pacientescom indicação de TCTH em um espaço oficial de reunião, antes mesmo do agendamento das avaliaçõesprotocolares. Já nesta etapa são identificadas e direcionadas demandas assistenciais considerando asnecessidades de cada paciente. A avaliação que se segue é estruturada com foco na singularidade,levando em conta as dinâmicas familiares, as peculiaridades clínicas e os aspectos psicoemocionais.Além disso, pondera-se ainda como fundamental garantir a educação do paciente e acompanhanteacerca das etapas do tratamento. Para isso, utiliza-se a técnica de “teach back”, um método de avaliaçãoda compreensão do paciente, familiar e/ou cuidador sobre as orientações realizadas pela equipe.Durante a internação há a continuidade das discussões. Neste contexto, as necessidades identificadaspor cada profissional são compartilhadas no grupo, as condutas tomadas de maneira integrada ecolocadas em prática de forma transdisciplinar. Resultados: Os espaços de discussões e alinhamentosde condutas favorecem a coesão e o empoderamento da equipe, contribuindo para a mitigação de riscose ampliação da segurança na execução das assistências. Este modelo assistencial oportuniza melhorcompreensão por parte do paciente acerca do tratamento e da assertividade do cuidado, promovendo,assim, sua confiança, melhor vinculação e adesão às orientações. Discussão: A equipe considera anecessidade do estabelecimento de indicadores que possibilitem medir a efetividade destes modelo detrabalho, bem como pontos de melhoria que possam ser implementados. Conclusão: Diante dosresultados evidenciados, reitera-se a relevância do olhar global das necessidades do paciente e oexercício de seus cuidados por meio da transdisciplinaridade.

Palavras-chave: Equipe Interdisciplinar de Saúde; Transplante de Medula Óssea; Integralidade emSaúde.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 155

A ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA NO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOIÉTICAS: OS DIFERENTES CONTEXTOS DE CUIDADO

Aquino MI1, Zukauskas MMS1, Kernkraut AM1, Vogel C1, Centrone AFY1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução : O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é um procedimentoagressivo e que acarreta severos efeitos colaterais ao paciente submetido a essa terapêutica. Aabordagem psicológica ao longo de todo tratamento se faz importante na medida em que proporcionaum espaço terapêutico para a manifestação das angústias e demandas relacionadas à especificidade decada estágio do transplante (pré, intra e pós). Após a alta hospitalar do paciente, faz-se necessário oacompanhamento ambulatorial pela equipe multiprofissional durante um longo período, no qual omesmo é exposto a uma rotina permeada de peculiaridades e cuidados relacionados ao tratamento.Soma-se a isso a adaptação à nova condição, em que tais pacientes reabilitam-se de mudanças corporaisinerentes ao procedimento (alopécia, caquexia, inapetência, etc.) sem poderem retomar de imediato asatividades cotidianas antes desempenhadas (trabalho e convívio social). Sentimentos de medo einsegurança são manifestações emocionais comuns aos pacientes que se encontram nesta etapa.Objetivos : Promover uma adaptação satisfatória do paciente frente à retomada da rotina pós TCTH,levando em consideração os aspectos biopsicossociais fundamentais para a readequação dos fatoresrelevantes à sua qualidade de vida. Material e Métodos : A atuação da psicologia no TCTH inicia-se apartir da avaliação psicológica realizada com o paciente, anteriormente à submissão do mesmo aotransplante. Uma vez identificada a demanda para seguimento psicológico, o paciente é atendidodurante a hospitalização com a possibilidade de acompanhamento após a alta hospitalar. A realizaçãodessa assistência poderá ser feita por mais de um profissional, uma vez que a instituição conta compsicólogas de referência em cada uma das áreas (internação e ambulatório). Na transição do paciente dainternação para o ambulatório ocorre o compartilhamento de informações entre as profissionais visandoa compreensão da dinâmica psíquica do mesmo, favorecendo, assim, a continuidade da qualidade docuidado prestado na internação e o respeito à singularidade de cada um deles. Resultados : A partirdeste modelo de assistência observa-se a possibilidade de uma melhor adequação das expectativas doindivíduo em tratamento diante das limitações existentes após a alta hospitalar. Favorece ainda umposicionamento mais seguro do paciente frente às demandas que se apresentam e possibilita aconstrução de um novo sentido a partir dessas diversas mudanças. Discussão : O suporte às questõespsicológicas mobilizadas pelo tratamento deve considerar as diferentes demandas de cada etapa e tercomo foco a relevância da implicação do paciente no próprio processo de restabelecimento da saúde.Conclusão: A continuidade do cuidado psicológico durante todo processo de tratamento possibilita oresgate da singularidade do paciente e a ressignificação do processo de viver a partir de todas asmudanças por ele sentidas.

Palavras-chave: Psicoterapia, Transplante de Medula Óssea, Alta do Paciente, Reabilitação.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 156

PERFIL DE COMUNICAÇÃO DO PACIENTE EM TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCOHEMATOPOÉTICAS :PROJETO TRANSDISCIPLINAR “REDA”

Couto CS1, Salvino MA1

1Hospital Sao Rafael

Introdução :O Transplante de Células Tronco Hematopoéticas (TCTH), por ser um tratamento dealta complexidade, exige a atuação integrada da equipe multiprofissional composta por Médico,Enfermeiro, Assistente Social, Fisioterapeuta, Nutricionista, Psicólogo e Odontólogo, conformeestabelecida na Portaria GM 3.761 . Em julho de 2011, o Hospital São Rafael, já referencia no País emvarias especialidades, assumiu o desafio de realizar o primeiro TCTH em sua Unidade. A equipeformada por poucos membros e mantendo informações restritas a esse núcleo, foi se transformando aolongo de 6 anos e 250 procedimentos de TCTH. Atualmente considerada Transdisciplinar,centrada nopaciente,a equipe sentiu necessidade de desempenhar suas atividades assistenciais de forma ainda maishomogênia, tendo em foco o formato de informações e ação adequados a um perfil especifico para cadapaciente avaliado previamente.

Objetivos :Facilitar o processo de comunicação da equipe multidisciplinar envolvida noatendimento do paciente em processo TCTH; Desenvolver estratégias de comunicação mais efetivas eafetivas; aumentar a adesão do paciente ao tratamento e sua participação proativa no processo dadoença-tratamento.

Material Métodos :Estudo de dois métodos que serviram de base para a adaptação: Estilo deComunicação Smart Doctor, desenvolvido por Dr. Josep Echarri, que por sua vez foi inspirado doMétodo DISC, baseado em conceitos da psicologia do comportamento e desenvolvido por WillianMarston. Partindo de tais estudos, foram feitas adaptações a realidade da unidade, criando maiorassimilação a cultura nacional e regional, permitindo uma nomenclatura e avaliação mais adequada. Deacordo com o fluxo do TCTH, os pacientes são acolhidos ambulatoriamente, onde as questões técnicas,sociais, bioética, psicológicas e odontológicas são levantadas, discutidas e avaliadas posteriormente e apartir de um consenso atribuído o Perfil de Comunicação ajustado para cada o paciente. Aproveitamosas reuniões semanais da equipe multidisciplinar para apresentar, discutir, divulgar e treinar cadamembro envolvido.

Resultados :O projeto gerou a compressão das ideias de aplicação prática para melhoria dacomunicação das áreas da Equipe atraves de um plano de ações relacionadas ao atendimento aospacientes durante o internamento para o TCTH. O produto destas discussões e avaliações foi a criaçãode uma matriz de características que agrupadas, determinam quarto perfis básicos, identificando osaspectos peculiares que irão facilitar a comunicação da quipe com os pacientes. Assim, no ano de 2016,foi sistematizado a classificação básica de comunicação dos pacientes através do modelo denominadoREDA, que não mede resiliência, autoestima, maturidade, experiência, conhecimento, inteligência nempersonalidade. O modelo REDA e’usado exclusivamente para orientação do modo de comunicaçãopredominante do paciente: R acional, E stável, D ominante, A fetivo.

Conclusão :A classificação proposta REDA, definindo o perfil de comuicação norteador das açõesdos profissionais envolvidos na assistencia, permitiu ‘a equipe multiprofissional equalizar a forma emodelo de discutir e transmitir as informações ao paciente TCTH, colaborando a evitar e resolverconflitos de má comunicação, respeitando as especificidades das profissões, na busca do melhoratendimento das necessidades do paciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 157

ANONIMATO X REVELAÇÃO DE DOADORES E RECEPTORES DE TRANSPLANTE DE CTHNO REGISTRO NACIONAL DE DOADORES VOLUNTÁRIOS NÃO APARENTADOS DE

MEDULA ÓSSEA (REDOME)- ATUALIZAÇÃO.

Baron M1, Albuquerque H1, Aguiar CC1, Marques T1, Adão CAEA1, Almada AJ1, Bouzas LFS1,Coelh IFM1

1REDOME

INTRODUÇÃO: O momento do encontro entre doador e receptor nos transplantes nacionais apósrevelação no REDOME é impar, de grande emoção e gratidão. O processo de Transplante de CélulasTronco Hematopoéticas (CTH) é sigiloso e anônimo. O REDOME tem procedimentos para manter aconfidencialidade de qualquer informação pessoal de cada candidato a doador do Brasil. Muitas vezes opar deseja se conhecer. Suas identidades poderão ser reveladas após dezoito meses do procedimento,segundo protocolo seguido e gerenciado por equipe responsável. OBJETIVO: Conhecer a real situaçãodo processo de revelação de doadores e receptores brasileiros no REDOME após transplante, atendendoao desejo da população que solicita a quebra do anonimato. MATERIAL E MÉTODOS:Acompanhamento de 100 solicitações para revelação no período de 01/06/2016 a 01/06/2017 quechegam por meio de e.mails, telefonemas e Centros de Transplante e Coleta. Através de coleta de dadosencontrados em planilha elaborada, foram consideradas as variáveis como número de pedidos dedoadores, de receptores, de centros de transplante, de óbitos de pacientes, de revelações, de nãorecebimento de relatórios médicos para início do processo. RESULTADOS: Encontramos 52% desolicitação dos doadores e 48% dos receptores. Foram 51 revelações em 19 Centros de Transplantesendo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, HCUFPR 16, Hospital Amaral Carvalho13, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, HCFMUSP 9 ,Natal Hospital Center 8, Hospital Sírio Libanês e Hospital Nossa Senhora das Graças 6 e Centro deTransplante de Medula Óssea, CEMO (INCA) e Hospital de Câncer de Barretos 5, os de maior númerode revelações. Dentre as 49 não revelações temos a ausência de 5 relatórios médicos e 20 óbitos depacientes, totalizando 24 ainda restantes. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A demora em encontrardoadores e receptores para checar receptividade e adesão ao processo (atualização de endereços,telefones, celulares e e.mails), em receber relatórios médicos atualizados para inicio do protocolo derevelação, muitas vezes conseguir contato com profissionais dos Centros de Transplante que possamatender a esta demanda e no retorno de um dos dois interessados, alonga o caminho a trilhar parachegar ao objetivo. Concluimos que teremos de intensificar a comunicação e promover aconscientização dos envolvidos apesar de tratar-se de um procedimento opcional porém de grandesatisfação para todos que desejam conhecer seus salvadores e seus pares, irmãos de medula!

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 158

A PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA E EDUCACIONAL DO PACIENTE PEDIÁTRICO SUBMETIDOAO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS E DE SEUS FAMILIARES

Aquino MI1, Areal LF1, Nogueira RMG1, Costa LSS1, Waisbeck TMB1, Kernkraut AM1, Vogel C1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução : O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é um tratamento com altopotencial curativo para diversas patologias pediátricas, porém com peculiaridades (procedimentosinvasivos, internação prolongada, efeitos colaterais do condicionamento e restrição do convívio social)que podem ser sentidas como ameaçadoras por pacientes e seus familiares. Objetivos : Descrever aetapa de preparação psicológica e educacional de pacientes pediátricos para o TCTH. Material eMétodos : Em um centro de transplante da cidade de São Paulo, as atuações profissionais levam emconsideração as particularidades de cada fase do tratamento, dos pacientes e de suas famílias. Na etapapré-transplante, enfermagem e psicologia trabalham juntas realizando contato inicial com os pais, comos seguintes objetivos: dimensionar o entendimento dos mesmos acerca do transplante; fornecerinformações sobre etapas e riscos do TCTH; acolher angústias; clarificar questões que mobilizem maiorinsegurança; esclarecer quanto às funções do acompanhante; entender o nível de compreensão dacriança sobre o diagnóstico, tratamentos anteriores e indicação do transplante. Após esta abordagempsicoeducativa, é feita a avaliação psicológica do paciente para identificar seus recursos psiquicos deenfrentamento, bem como promover a estimulação da expressão afetiva e cognitiva frente às situaçõesadversas que já enfrentou e/ou imagina vivenciar em um futuro breve. Observa-se que este contatopropicia o início de um vínculo de confiança da criança com equipe de cuidados Em seguida, apsicóloga e a enfermeira que realizará a abordagem educacional discutem acerca da dinâmica psíquicado paciente e as orientações a serem trabalhadas com o mesmo, sendo estas compartilhadas com ospais. No subsequente contato com a criança leva-se em consideração a adequação da linguagem deacordo com o seu nível de desenvolvimento. Finaliza-se este processo com uma visita à unidade deinternação para familiarizar a criança e os pais ao novo ambiente. Em reunião posterior sãocompartilhadas com os demais representantes da equipe multiprofissional as percepções acerca dopaciente e família para melhor planejamento dos cuidados nas etapas seguintes. Resultados: Aabordagem prévia realizada de maneira cuidadosa e contemplando as particularidades da criança efamiliares, favorece a confiabilidade destes na equipe, viabilizando uma assistência colaborativa entreequipe-paciente-família. Discussão: Diante dos dados colhidos através da avaliação e abordagempsicoeducativa, é possível planejar o tipo de intervenção que será necessária à criança e aos pais paraque o TCTH transcorra da melhor forma possível, pois uma vez identificados os pontos que merecematenção é possível oferecer um cuidado centrado no paciente. Conclusão: A equipe integrada propiciaa troca de informações e a abordagem plena do paciente e família, levando em conta suas necessidadese contribuindo para a sua maior adesão ao tratamento.

Palavras-chave: Pediatria, Transplante de Medula Óssea, Educação de Paciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: PsicologiaTrabalho: 159

TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: O CUIDADO AO PACIENTEINDÍGENA A PARTIR DA PERSPECTIVA MULTIDISCIPLINAR

Canete AL1, Santos ECD2, Santos ECD2

1Hospital Pequeno Príncipe2Hospital Pequeno Príncipe

Palavras Chaves: Psicologia; Serviço Social; equipe multidisciplinar. O transplante de célulastronco-hematopéticas (TCTH) é um procedimento de alta complexidade, sendo uma das descobertasmais importantes na área de tratamento em saúde das últimas décadas. O paciente que se submete a estaterapêutica é levado a um estado de imunossupressão grave e a um regime de isolamento durante umperíodo em torno de 30 dias, desta forma este procedimento gera consequências físicas e psíquicas, queestão inter-relacionadas. No presente estudo serão elucidadas questões a partir da experiência do TCTHem crianças de diferentes etnias indígenas, com o objetivo de apresentar propostas de trabalho visando oacolhimento dos pacientes e zelando pela efetividade do TCTH. A metodologia utilizada consistiu emanálise de documentos institucionais de pacientes internados na Unidade de Transplante da instituição,sustentado por revisão bibliográfica. A partir do estudo foi evidenciada a necessidade de preparar aequipe transplantadora para receber, conduzir e acolher o paciente respeitando suas particularidades eindividualidades. Nas fases de pré, peri e pós do tratamento torna-se essencial o uso de dispositivoscomo o diálogo e a busca de informações sobre a etnia ao qual o paciente provém, sendo determinantespara a compreensão de diferenças culturais e criação de estratégias de cuidado. O Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE), no ultimo Censo realizado em 2010, registrou que o Brasil possui190.755.799 milhões de habitantes, sendo que destes 817.963 mil se declaram indígenas, o querepresenta 0,4% da população brasileira. A Politica Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenasafirma que é necessário “garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordocom os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural,geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa populaçãomais vulnerável (...)”. Inserida nesta política, o município de Curitiba, no qual esta localizada oHospital em questão, possui a Casa de Saúde Indígena (CASAI), que se caracteriza como um local demoradia e cuidado que permite a permanência das crianças pelo tempo necessário em Curitiba,garantindo assim, o acompanhamento pela equipe até a alta para o local de origem. O trabalhomultidisciplinar está diretamente relacionado ao processo de THCT, na medida em que se faz necessárioum olhar holístico e que, para isso há envolvimento de todos os níveis de atenção, a fim de garantir osdireitos do paciente. Conclui-se que para o cuidado integral destes pacientes é necessário um trabalhoem conjunto da equipe assistencial e do próprio sujeito, entendendo o processo de co-responsabilizaçãoe empoderamento, trazidos na Política Nacional de Humanização.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FisioterapiaTrabalho: 160

AVALIAÇÃO DA TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E PROPRIEDADES DEMEDIDA DO QUESTIONÁRIO FACT-BMT: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA.

Maniaes T1, Carraro AP1, Oliveira IS1

1Hospital AC Camargo Cancer Center

Introdução: No meio clínico já é utilizado com frequência o instrumento Functional Assessmentof Cancer Therapy – Bone Marrow Transplantation (FACT-BMT) com o objetivo de avaliar a qualidadede vida em pacientes submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH), o mesmo éde origem da língua inglesa e já possui algumas traduções em outras línguas, porém ainda não se sabeem quais línguas esse instrumento vem sendo adaptado e consequentemente não se sabe a qualidademetodológica dessas novas versões. Objetivo: Avaliar a tradução, adaptação transcultural e os testesde clinimetria do FACT-BMT. Método: Uma revisão sistemática (RS), a busca foi realizada nas basesde dados: MEDLINE, EMBASE, CINAHL e SCIELO, usando os termos: “questionnaire”, “quality oflife”, “oncology”e “valid”. Os dados foram coletados por dois avaliadores independentes e analisadosde acordo com a qualidade metodológica para a tradução e adaptação transcultural e avaliação daspropriedades de medidas seguindo os critérios internacionais. Resultados: Foram encontrados 6.700artigos, onde após a exclusão por leitura dos títulos, resumos e texto completo, foram incluídos apenastrês artigos que realizaram a tradução, adaptação transcultural e avaliação das propriedades de medidasdo questionário FACT-BMT nas versões Chinesa, Coreana e Portuguesa. Nenhum dos três artigosseguiram todos os critérios necessários para validação de questionários e o processo de tradução foi oresultado que apresentou melhor qualidade metodológica nos três artigos. Discussão: O FACT-BMTencontra-se disponível na página da internet em 23 línguas, porém nesta RS foram encontrados apenastrês estudos que realizaram as etapas necessárias para assegurar a qualidade metodológica doinstrumento. Em relação à tradução, os artigos publicados nas versões Chinesa e Portuguesadescreveram todo o processo metodológico de forma adequada. Quanto aos testes de propriedade demedidas os resultados mostraram-se duvidosos e inconsistentes na literatura. Conclusão: Asevidências disponíveis do FACT-BMT a respeito do processo de tradução, adaptação transcultural evalidação são escassas e poucos instrumentos estão qualificados metodologicamente para seremaplicados na população de pacientes pós TCTH. Palavras-chave: FACT-BMT, questionário,transplante de medula óssea, qualidade de vida, validação psicométrica.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FisioterapiaTrabalho: 161

MELHORA FUNCIONAL DE PACIENTES COM ESCLEROSE SISTÊMICA PÓS TRANSPLANTEDE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Pereira KRC1,2, Guimarães ALC1,3, Moraes DA1, Dias JBE1, Garcia JT1,3, Zombrilli AF1,4, LeopoldoV1,4, Costa TCM1,5, Simões BP2,5, Oliveira MC2,5

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto;2Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de SãoPaulo, Brasil3Departamento de Psicologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto,Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil4Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil5Centro de Terapia Celular, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil

Introdução: Esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune caracterizada por fibrose cutâneaassociada a envolvimento visceral, levando a diminuição da capacidade física, limitação no desempenhodas atividades de vida diária e prejuízo na qualidade de vida. O transplante autólogo de células-troncohematopoéticas (TACTH) vem sendo estudado como uma alternativa terapêutica para pacientes comES, proporcionando melhora do acometimento cutâneo e ao menos estabilização do quadro pulmonar.O objetivo deste estudo é avaliar o impacto do TACTH no acometimento da pele, capacidade funcionale qualidade de vida em pacientes com ES. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo elongitudinal. Foram avaliados 14 pacientes com ES submetidos ao TACTH. As avaliações foramrealizadas pré, 6 e 12 meses após o transplante. A avaliação consistiu dos seguintes ítens: acometimentoda pele pelo escore modificado de Rodnan (mRSS), função pulmonar (CVF % predito e DLCOcorrigida %predito), força muscular respiratória (pressão inspiratória máxima – PImáx, e pressãoexpiratória máxima - PEmáx), amplitude de movimento tóraco-abdominal (cirtometria), avaliaçãofuncional dos membros superiores (força de preensão das mãos, goniometria, distância finger-to-palm -FTP, questionários CHFS e DASH), abertura oral, teste de caminhada de seis minutos (TC6) equestionário de qualidade de vida (SF-36). Resultados: Aos 6 e 12 meses após o transplante foiobservado melhora significativa do mRSS, da força muscular respiratória, da cirtometria, da avaliaçãofuncional dos membros superiores, da abertura oral, da capacidade física e do componente físico doSF-36. A função pulmonar não se alterou após o tratamento. Foi observado correlação significativaentre envolvimento da pele e medidas de amplitude de movimento articular, e entre a capacidade física ea qualidade de vida. Conclusão: O TACTH melhora significativamente a condição funcional depacientes com ES no primeiro ano de seguimento após o transplante. Embora a função pulmonar tenhaestabilizado, houve significante melhora da capacidade física após o transplante.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FisioterapiaTrabalho: 162

UTILIZAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL (FES) NO CONTROLE DEESPASMO VESICAL CAUSADO POR CISTITE HEMORRÁGICA PÓS TRANSPLANTE DE

MEDULA ÓSSEA: RELATO DE DOIS CASOS

Rodrigues DG1, Zaratin IML1, Kiche LT1, Silva JM1, Santos DGD1, Souza FAA1, Cocco MDN1,Wroclawski ML1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: A cistite hemorrágica (CH) é uma complicação do transplante de células- troncohematopoiéticas (TCTH), com potencial de causar co-morbidades em cerca de 70% dos pacientes que adesenvolvem, aumentando o tempo de internação. A CH é um processo inflamatório associado ahemorragia da mucosa vesical, provocando disúria e hematúria, polaciúria, dor e espasmo vesical. Otratamento da CH comumente utilizado é a hiperhidratação, sonda vesical, transfusão de plaquetas,medicação anti-espasmódica, analgésica e antibiótico. Sabe-se que a estimulação elétrica funcional(FES) utilizada no tratamento da bexiga neurogênica tem o objetivo de inibir o reflexo de contração domúsculo detrusor através da estimulação do nervo tibial posterior, mas ainda é desconhecido se esseefeito ocorre nos casos de CH. Objetivo: Relatar dois casos de TCTH haploidêntico que evoluíram comCH e utilizaram FES no controle dos sintomas. Metodologia: Em ambos os casos foi utilizado FES comeletrodos localizados em arco plantar, acima do maléolo medial, no ponto motor do nervo tibialposterior e região lombo-sacra, com duas aplicações diárias. Caso 1: paciente com diagnóstico deMielofibrose Aguda, após TCTH iniciou no D+6 com sintomas de disúria, hematúria e polaciúria,caracterizando CH relacionado a ciclofosfamida. Recebeu tratamento com sonda vesical emedicamentoso obtendo controle dos sintomas. No D+30 apresentou BK vírus positivo em urina e no D+ 33 piora da hematúria, polaciúria, dificuldade de esvaziamento vesical e piora da função renal.Recebeu tratamento com cidofovir intravesical sem melhora, iniciando a câmara hiperbárica no D+70.Devido aos sintomas persistentes, foi solicitado pelo urologista no D +84 a utilização do FES. Nosegundo dia de aplicação, referiu melhora do espasmo vesical e redução da dor. No D+89 foi submetidoa uma citoscopia e uretroscopia para evacuação de coágulos e cauterização vesical com melhora doquadro de espasmos vesicais e depois de 38 aplicações do FES, controle total dos sintomas álgicosrecebendo alta hospitalar. Caso 2: paciente com diagnóstico de Síndrome Mielodisplásica e SíndromeEmberger, após o TCTH, no D+20 foi detectado BK vírus na urina permanecendo assintomático até oD+28, quando iniciou com disúria ao final da micção e hematúria. No D+32 apresentou espasmosvesicais e no dia seguinte iniciou o FES. Após 7 aplicações, paciente referiu melhora do espasmo e dorvesical e com 28 aplicações melhora completa dos sintomas, aumento do valor miccional e maiorintervalo de tempo entre as micções, obtendo alta hospitalar no D+49. Conclusão: Verificou-se eficáciado uso do FES nos casos observados de CH promovendo a inibição das contrações involuntárias domúsculo da bexiga, resultando na redução completa da dor e espasmo vesical, o que corrobora comestudos prévios que mostram o efeito do FES nos casos de bexiga neurogênica.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FisioterapiaTrabalho: 163

ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTE PORTADOR DE LLA QUE EVOLUIUCOM POLINEUROPATIA GRAVE APÓS INFECÇÃO POR GVHD, CMV E IRA NO PERÍODO

PÓS TCTH – RELATO DE 1 CASO

Silva JM1, Kiche LT1, Rodrigues DG1, Cocco MDN1, Talerman C1

1Hospital Albert Einstein

Serviço de Fisioterapia do Hospital Israelita Albert EinsteinINTRODUÇÃO :A Polineuropatia grave é caracterizada por um quadro predominantemente motor,

de natureza axonal, simétrica e aguda, em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI).Esses pacientes apresentam dificuldade na retirada da ventilação mecânica além de tetraparesia ereflexos profundos abolidos. O principal fator associado para ocorrência desta doença é a síndrome deresposta inflamatória sistêmica, na maioria das vezes desencadeada por sepse. OBJETIVO: Relatar aintervenção fisioterapêutica de um paciente no período pós transplante de células troncohematopoéticas(TCTH) que evoluiu com Polineuropatia Grave.RELATO DE CASO: Paciente sexomasculino, 14 anos, com Leucemia Linfocítica Aguda, após 3 meses do TCTH alogênico nãoaparentado internou para investigação da Doença do Enxerto Contra Hospedeiro(GVHD), tratamento deCitomegalovírus (CMV) e Insuficiência Renal Aguda(IRA). Após 23 dias de internação foi transferidopara UTI devido crise convulsiva e hipertensiva, diagnosticado Hemorragia IntraparenquimatosaCerebral, evoluiu com Polineuropatia da Criança Grave. À avaliação fisioterapêutica, constatou-se umquadro neurológico lentificado, déficit de controle de tronco, redução de força muscular mais acentuadaem membros inferiores(MMII). Com piora do quadro respiratório evoluiu para ventilação invasiva e foisubmetido à hemodiálise contínua (PRISMA). Seis dias depois paciente foi extubado e passou a utilizarventilação não invasiva, porém devido desmame difícil optou-se por iniciar eletroestimulaçãodiafragmática. Paciente acamado e dependente para todas as atividades de vida diária (AVD’s). Com aestabilização do quadro respiratório, iniciou prancha ortostática com tolerância até 90°, exercícios comcicloergômetro de MMSS, sedestação beira leito com treino de equilíbrio e controle de tronco commáximo auxílio. Foi transferido para enfermaria oncológica após 2 meses.Com a evolução nas terapias,realizadas 2 vezes ao dia com tempo médio de 1 hora, paciente adquiriu controle de tronco emsedestação sob supervisão e ortostatismo com apoio bilateral e máximo auxílio. Após 2 meses deinternação na enfermaria, paciente recebeu alta hospitalar, dando continuidade ao tratamento no centrode reabilitação. Internou novamente após 6 meses para tratamento clínico por CMV apresentandofraqueza muscular generalizada, força muscular grau 3 de MMII, ortostatismo com moderado auxílio.Durante as terapias realizou exercícios de fortalecimento global, treino de sentar/levantar, ortostatismo etroca de passos com andador. Iniciado deambulação com equipamento de marcha sustentada (Golvo)com sucesso. Após 10 dias da re-internação, paciente teve alta hospitalar, deambulando com andadorsob supervisão.CONCLUSÃO : A fisioterapia foi essencial para a reabilitação do paciente que obteveganho de força muscular global e melhora da independência funcional.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FisioterapiaTrabalho: 164

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR E CAPACIDADE DE EXERCÍCIO PRÉ E PÓSTRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS - RESULTADOS

PRELIMINARES

Silva TC1, Morais DS2, Oppermann CZ2, Silva PO2, Bittencourt RI2, Ziegler B2

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul2Hospital de Clinicas de Porto Alegre

Introdução : previamente ao TCTH, os pacientes são submetidos a um condicionamento,constituído por quimioterápicos e/ou irradiação corpórea total, além de outros diversos medicamentosprofiláticos e sintomáticos. O tratamento agressivo, associado à doença de base, ocasiona aumento dafadiga, redução da atividade física e piora da qualidade de vida principalmente após a realização dotransplante. Complicações respiratórias não infecciosas são detectadas através dos testes de funçãopulmonar, bem como alterações pulmonares restritivas, obstrutivas, pneumonite intersticial e abronquiolite obliterante. Estas complicações são uma barreira importante no sucesso do TCTH.Alterações nos testes de função pulmonar pré TCTH têm sido associados com o risco de insuficiênciarespiratória e mortalidade precoce. Objetivo : tendo em vista todas estas alterações descritas naliteratura, nosso objetivo foi verificar as alterações funcionais, capacidade de exercício bem como aforça muscular respiratória, volumes e capacidades pulmonares nos pacientes internados no setor deTMO do HCPA. Material e Métodos : trata-se de um estudo quasi-experimental, realizado compacientes adultos com doenças oncohematológicas acompanhados no Hospital de Clínicas de PortoAlegre pré e pós TCTH. Foram realizadas ao início a ao final do período de internação os exames de:espirometria, manovacuometria, teste de sentar e levantar, teste de caminhada de seis minutos e teste depreensão palmar. Os dados quantitativos serão apresentados como média ±DP e as comparações pré epós serão realizadas através do teste t para amostras pareadas. Resultados: Foram avaliados 12pacientes adultos, média de idade 43,5 ±12,3 anos, submetidos a TCTH alogênico e autólogo. Nãoforam identificadas diferenças significativas para as variáveis de função pulmonar, força muscularrespiratória, teste de sentar e levantar, teste de caminhada de seis minutos e teste de preensão palmar(p>0,05). Houve diferença estatisticamente significativa para a variável peso (p = 0,006). Discussão:aproximadamente 30 – 60% dos casos pós TCTH apresentam alterações na função pulmonar, nossogrupo estudado não apresentou alterações significativas nos valores de espirometria e manovacuometria.Estes pacientes também apresentam complicações osteomusculares, alterações cinético-funcionais eredução no condicionamento físico. Nossa população estudada independente de apresentarem ou nãoDECH, não foi obervado alterações na capacidade funcional, não apresentando variação significativanos teste de preensão palmar, TSL 30’e no TC6M. Houve variação significativa no peso corporal,porém o estado nutricional não influenciou nos aspectos funcionais destes pacientes. Nossos dadosdivergem da literatura, possivelmente pelo tamanho amostral e por estar fase em andamento.Conclusão: Não houve alteração da função pulmonar, capacidade funcional e capacidade de exercícioem pacientes antes e após ao TCTH durante o período de internação hospitalar.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FisioterapiaTrabalho: 165

CARTILHA DE EXERCÍCIOS E ORIENTAÇÕES DE ALTA PARA PACIENTE DO TMO

Miura AA1, Zalaf LR1, Furtunato F1, Antônio ACT1, Andrade MM1, Motta CL1

1Beneficência Portuguesa de São Paulo

INTRODUÇÃOO Transplante de Medula Óssea (TMO) é um método de tratamento que envolve a infusão de

suspensões de célula tronco e visa reverter a aplasia medular decorrente de doenças oncológicas,hematológicas e onco-hematológicas. Durante o tratamento, o paciente permanece hospitalizado porum período prolongado a depender do tipo de transplante (autólogo, alogênico aparentado e nãoaparentado) e consequentemente das fases de tratamento (mobilização, condicionamento, infusão e pegamedular). Sabe-se que o uso medicamentoso de quimiotérapicos pode causar perda de força muscular,fadiga, redução da capacidade cardiorrespiratória, dor óssea e articular, bem como o imobilismo. A nãoorientação das atividades liberadas após cada fase do TMO faz com que pós procedimento, estesindivíduos mantenham-se inativos. Dessa forma, vê-se a importância em realizar orientações e aformulação de uma cartilha de exercícios para ser entregue no momento da alta hospitalar.

OBJETIVOSEste trabalho tem como objetivo justificar a importância da elaboração de uma cartilha de exercícios

e orientações para alta hospitalar do paciente pós-TMO.

MATERIAIS E MÉTODOSFoi realizado estudo quantitativo dos efeitos colaterais dos diferentes protocolos quimioterápicos

utilizados durante o TMO no Hospital BP Mirante – Unidade TMO. Em um segundo momento, foirealizado levantamento das orientações realizadas pela equipe multidisciplinar no momento da alta. Paraanálise dos dados, foi realizada soma simples e porcentagem

RESULTADOSNo momento, o paciente recebe orientação verbal e um folheto sobre cada medicação que fez uso

durante a internação e cuidados necessários quanto a ingesta de alimentos tanto pela equipe médica,de enfermagem e farmácia, quanto de nutrição. O total de orientações de quimioterápicos é de 95,sendo destes 84 medicamentos podem causar distintos efeitos colaterais que influenciam tanto o sistemacardiorrespiratório quanto o sistema músculo esquelético. Sendo assim, 88,4% dos quimioterápicosadministrados podem gerar efeitos colaterais onde a atuação da fisioterapia pode ser direta.

CONCLUSÃOA confecção da cartilha trará benefícios ao paciente, diante do alto índice de infusão quimioterápica

e seus efeitos deletérios, somado ao tempo prolongado de hospitalização. Dessa forma, essa intervençãoatua na prevenção do ciclo vicioso da inatividade e do sedentarismo, visto que o serviço não possuiatendimento fisioterapêutico ambulatorial para acompanhamento deste paciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FisioterapiaTrabalho: 166

A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DE MEDULAÓSSEA DE UM HOSPITAL ONCOLÓGICO PRIVADO E SUA IMPORTÂNCIA NO CENÁRIO

TERAPÊUTICO

Miura AA1, Zalaf LR1, Furtunato F1, Antônio ACT1, Andrade MM1, Motta CL1

1Beneficência Portuguesa de São Paulo

INTRODUÇAOAs doenças onco-hematológicas vem ganhando cada vez mais destaque. O transplante de medula

óssea é um dos principais tratamentos para essas patologias, porém é um tratamento bastante complexoe que pode apresentar efeitos colaterais e complicações importantes, necessitando de um tratamento eacompanhamento multiprofissional.

OBJETIVOSDiscorrer sobre a atuação e importância da assistência fisioterapêutica na unidade de transplante de

medula óssea (TMO) em um hospital oncológico privado, frente aos efeitos colaterais mais freqüentes.

MATERIAIS E MÉTODOSDescrição quantitativa dos efeitos colaterais coletados a partir dos prontuários eletrônicos (sistema

TASY) contendo os dados dos pacientes. Foram analisados os números de transplantes realizados naunidade, seus tipos e patologias, os principais efeitos colaterais e os resultados observados pela atuaçãoda fisioterapia sobre eles.

RESULTADOSDe agosto de 2016 a abril de 2017 foram realizados 27 transplantes na unidade, com tempo de

internação de 25 dias (mediana), sendo 5 alogênicos não aparentados, 10 alogênicos aparentados e 12autológos. 8 pacientes apresentavam mieloma múltiplo (MM), 6 leucemia mieloide aguda (LMA), 4síndrome mielodisplásica (SMD), 3 leucemia linfóide aguda (LLA), 2 linfoma não hodgkin de célulasdo manto (LNH de células do manto), 1 mielofibrose, 1 linfoma de células T, 1 linfoma não Hodgkin(LNH), 1 leucemia mielóide crônica (LMC). Os efeitos colaterais mais freqüentes foram inapetência emucosite com 77,7%; seguido de fadiga com 66,6%; odinofagia com 59,2%; náusea com 51,8%; dorcom 44,4%; instabilidade hemodinâmica com 33,3%; diarréia com 29,6%; desconforto respiratório e usode ventilação não invasiva (VNI) com 18,5%, disfagia 3,7%. 22,2% dos pacientes apresentaram outrosefeitos ou intercorrências, como sepse, neuropatia periférica , IAM e confusão mental. No período doestudo ocorreram 3 óbitos.

CONCLUSÃOPodemos concluir que o tratamento fisioterapêutico é de extrema importância no contexto terapêutico

do transplante de medula óssea, reduzindo efeitos colaterais responsáveis pelas principais queixas edesconfortos dos pacientes e apresentando benefícios que influenciam na qualidade de vida do mesmodurante e após sua hospitalização. Apesar de apresentarmos aqui uma unidade de transplante de medulaóssea nova no cenário hospitalar, a fisioterapia já faz parte da rotina da unidade e contribui com seusbenefícios junto à equipe multiprofissional, incluindo a realização de visitas três vezes por semana nasquais são discutidas e determinadas as principais condutas para que os pacientes tenham acesso à umtratamento cada vez mais completo e de qualidade.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Terapia OcupacionalTrabalho: 167

CARACTERIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM RELAÇÃO AO USODE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DE MEDULA

ÓSSEA INFANTIL

Silva MOL1, Garcia LSE1, Lourenco MLPC1

1Hospital de Câncer de Barretos

Um dos procedimentos para o tratamento do câncer infantil é o transplante de medula óssea (TMO),em que os pacientes estão sujeitos aos efeitos precoces e tardios, com potencial de complicações dediversas ordens, podendo afetar a qualidade de vida do paciente e família. Nesse contexto, ocorre aruptura dos projetos de vida do paciente, com a doença e o tratamento ocupando lugar central nocotidiano, prejudicando a autonomia e independência nas ocupações. O objetivo do estudo é descrever ediscutir os atendimentos de Terapia Ocupacional (TO) realizados em uma unidade de TMO infantil,identificando a relação atendimentos de TO/paciente/dias de internação, quantidade de atendimentos emque foram realizadas atividades e quais tipos e porcentagem de atendimentos em que as mesmas foramrealizadas, em relação à quantidade total de atendimentos/paciente. Estudo descritivo e retrospectivo;incluídos atendimentos realizados na unidade de TMO infantil de um hospital oncológico do interior doestado de São Paulo, de junho de 2016 a junho de 2017. Dados coletados por levantamento dosatendimentos no registro específico do setor e de informações nos prontuários – idade, diagnóstico, tipode transplante e quantidade de dias de internação – e descrição dos atendimentos e atividadesdesenvolvidas. Foram incluídos 17 pacientes, 10 do sexo masculino e 7 do sexo feminino, idadesvariando de 1 a 13 anos. O diagnóstico predominante foi de leucemia e de tipo de transplante foi oalogênico não aparentado. A média de dias de internação foi de 39, variando de 20 a 60. O total deatendimentos, incluindo avaliação inicial, realização de atividades e orientações e visita ao leitocorrespondeu a 209, com média de 12 atendimentos/paciente, variando de 5 a 19. Deste total, 146(70%) corresponderam à realização de atividades, classificadas e descritas: atividades estruturadas –com passo a passo minimamente determinado (12%); expressivas – mais livres e não-direcionadas(21%); e lúdicas/de lazer – relacionadas ao brincar, relaxamento e diversão (67%). A porcentagem deatendimentos em que foram realizadas atividades, em relação à quantidade total deatendimentos/paciente foi em média 66%, variando de 14% a 100%. A relação atendimentos deTO/paciente/dias de internação variou de 0,16 a 0,66, considerando 1 um valor representativo aoatendimento diário. Publicações acerca da atuação da TO em TMO são escassas no Brasil, mas aliteratura mostra benefícios promovidos às crianças pela vivência das atividades, como promoção departicipação, autonomia, resgate da autoestima, aproximação familiar e do contexto natural de vida,desenvolvimento da criança e facilitação de sua relação com a equipe. Os resultados mostram que,embora a frequência de atendimentos de TO durante o período de internação não corresponda ao ideal,foi possível desenvolver uma atividade na maioria dos atendimentos realizados com os pacientes,demonstrando a importância da TO como parte da equipe multidisciplinar.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Terapia OcupacionalTrabalho: 168

ELABORAÇÃO DE MANUAL INTERATIVO DIRECIONADO A CRIANÇAS INTERNADAS EMUM CENTRO DE TRANPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS:

EMPOMDERANDO O PACIENTE PEDIÁTRICO

Bittencourt RS1, Franco MP1, Barros PBM1, Kudo AM1

1Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de SãoPaulo

Introdução: Diante da complexidade do transplante de células-tronco hematopiéticas torna-seessencial garantir a aceitação e aderência ao tratamento como um todo. Acredita-se que auxiliar opaciente a compreender o processo do transplante pode ser um ponto de partida para suaconscientização e consequente aceitação, adaptação e colaboração com seu próprio tratamento. Nessesentido, o terapeuta ocupacional pode, por meio de recursos didáticos e atividades dirigidas coerentes àfaixa etária, facilitar esse processo de empoderamento do paciente que irá realziar o transplante decélulas-tronco hematopiéticas. Objetivo: Descrever o processo de construção de um manual educativo,lúdico e interativo, destinado a crianças que irão realizar o transplante de células-troncohematopoiéticas em um centro de transplante de um hospital de alta complexidade da cidade de SãoPaulo - Brasil, ligado a uma instituição de ensino. Metodologia: Para tal foi realizada revisãobibliográfica sobre a atuação terapêutica ocupacional com a população envolvida, levantamento dosprincipais cuidados e restrições do processo de transplante e adaptadas à realidade deste serviço.Posterior ao processo de elaboração houve revisão do material por parte da equipe multiprofissional.Este projeto foi desenvolvido pelo Serviço de Terapia Ocupacional em parceria com uma Associaçãoligada ao referido hospital. Resultados: A elaboração do manual voltado aos pacientes que sesubmeterão ao transplante de células-tronco hematopiéticas, envolve o preparo para o transplante erotinas, cuidados necessários intra/extra-hospitalares. O manual é interativo e didático contendoatividades gráficas e lúdicas relacionadas ao processo do transplante, sendo ilustrado com o mascote dohospital, no intuito de aproximar este recurso à vivência do paciente neste contexto. Discussão: Osmanuais educativos são considerados instrumentos eficazes para facilitar o entendimento do processo desaúde-doença e favorecer maior responsabilização do cuidado pelo próprio paciente e por todos ossujeitos envolvidos. Conclusão: Este manual poderá auxiliar o paciente que irá realizar o transplante decélulas-tronco hematopoiéticas na aprendizagem e compreensão do seu processo de tratamento,facilitando o enfrentamento, aceitação e adaptação às restrições em seu cotidiano e consequentementena aderência.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional, Pediatria, Transplante de células-tronco hematopoiéticas,Educação em Saúde

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Terapia OcupacionalTrabalho: 169

CARACTERIZAÇÃO DA ASSITÊNCIA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM UM CENTROPEDIÁTRICO DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Bittencourt RS1, Franco MP1, Barros PBM1, Kudo AM1

1Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de SãoPaulo

Introdução: O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) gera no sujeito inúmerasmudanças e rupturas em suas relações e em seu cotidiano, com afastamento de suas atividadessignificativas e alterações em papeis ocupacionais. A assistência do terapeuta ocupacional (TO) buscacriar espaços saudáveis no decorrer do dia-a-dia, permitindo que o indivíduo desenvolva uma novarelação individualizada com seu fazer e com aquilo que precisa ou deseja realizar em seu cotidiano.Objetivo: Realizar a caracterização assistencial de TO em um centro pediátrico de TCTH relacionandocom as fases específicas do tratamento. Casuística e Método: Os dados coletados se referem aosatendimentos de TO realizados no período de maio 2014 a maio de 2017, na unidade de TCTH em umhospital público pediátrico, de alta complexidade, da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição deensino. Os dados foram tabulados e analisados através de porcentagem e média. Resultado: Duranteo período referido foram realizados 62 TCTH, 122 internações em um tempo médio de 33 dias cada.Neste período foram realizadas 149 avaliações/reavalições de terapia ocupacional, sendo encontradocomo critérios de elegibilidade para o atendimento em 39% das avaliações o isolamento e a longainternação, em 31% alteração significativa no curso da doença, em 11% a necessidade de estimulo ouvigilância ao desenvolvimento neuropsicomotor, 8% a dificuldade de adaptação ao cotidiano hospitalar,5% hipótese de pouco conhecimento em relação tratamento, 3% necessidade de encaminhamentos e 3%dos pacientes não apresentaram critérios de elegibilidade para atendimentos de TO Foram realizadas1708 intervenções de TO sendo utilizado como recurso o uso da atividade significativa em 60%, em 21% orientações, 14% o acolhimento, 3% estímulos multissensoriais, 1% confecção de tecnologiaassistiva e em 1% foram utilizados manuais informativos. Observa-se o maior número de atendimentosnas fases de pré-transplante e pós-transplante depois de ocorrer a recuperação neutrofílica em 100% dostransplantes analisados, porém em todas as fases foi possível realizar intervenções voltadas para opaciente e/ou acompanhante. Discussão: Considerando as fases do transplante, observa-se diferençasnas intervenções de TO em cada uma delas, em geral no pré-transplante o paciente encontra-se emperíodo de adaptação, sendo esta uma fase voltada ao estabelecimento de vínculos e empoderamento dopaciente em relação ao tratamento. No pós-transplante, quando o paciente se encontra aindapancitopênico há necessidade de atividades com menor gasto energético para mantê-lo o mais ativo opossível durante todo o tratamento. Após a recuperação neutrofílica o paciente encontra-senaturalmente mais ativo e internado em geral há mais de 20 dias, esta é uma fase onde o paciente buscaa ampliação do repertório lúdico e em que são realizadas as orientações para alta. Conclusões: Por setratar de um procedimento complexo do ponto de vista orgânico e psicossocial a atuação do TO,inserido na equipe multiprofissional, se faz importante em todas as fases do tratamento buscando aressignificação do cotidiano neste contexto, a manutenção dos papeis ocupacionais e a qualidade devida.

Palavras-chave: Terapia Ocupacional; Pediatria; Transplante de Células-Tronco Hematopóeticas.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Terapia OcupacionalTrabalho: 170

AÇÕES MULTIPROFISSIONAIS DE HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO DO TRANSPLANTE DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉITICAS ALOGÊNICO DO PACIENTE PEDIÁTRICO

Bittencourt RS1, Castro PF1, Viani KHC1, Guimarães CP1, Sunakozawa OKM1, Alves CDSM1, DineMFS1, Landy GA1, Fernandes JF1

1ITACI - Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade deSão Paulo

Introdução: O Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é um procedimento de altacomplexidade, que pode tanto recuperar a vida do paciente quanto levá-lo a óbito. Dada a complexidadedeste tratamento, destaca-se a importância da atuação da equipe multiprofissional e necessidade de sepensar nas relações de cuidado ao paciente e familiar, buscando uma atenção integral ao sujeito.Objetivo: Descrever ações multiprofissionais que visam a humanização do cuidado a pacientes e seusfamiliares. Metodologia: Relato de experiência de ações multiprofissionais realizadas em um Centropediátrico de TCTH alogênico de um hospital terciário ligado a uma instituição de ensino na cidade deSão Paulo – Brasil, no período de fevereiro de 2015 a julho de 2017. Resultados : Durante o períododescrito foram realizados 53 transplantes alogênicos no referido centro de transplante, com uma médiade permanência de 64 dias de internação. As ações multiprofissionais de humanização acontecem emtodas as fases do transplante, iniciando antes mesmo da internação. Nesta fase, é realizada umareunião com equipe multiprofissional, paciente e familiares, na qual o processo do transplante éexplicado e o termo de consentimento assinado pelos responsáveis. A atuação de cada profissional daequipe é detalhadamente explicada. Em seguida, o paciente e cuidador são apresentados à Unidadeonde será realizada a internação. No dia da internação o paciente tem seu quarto personalizado combexigas e mensagem de boas vindas. A confirmação da enxertia neutrofílica é comemorada combexigas, cartão assinado pela equipe, bolo e presente. Mensalmente um grupo com os familiares eequipe multiprofissional promove espaço para discussão de rotinas hospitalares, dúvidas e queixas. Sepossível, planeja-se para que a alta da criança seja informada pela equipe de palhaços voluntários dohospital, em conjunto com a equipe multiprofissional. Até o dado momento foram realizadas 43reuniões pré transplantes multiprofissionais com visita à Unidade, 48 comemorações de pega e 26grupos com os familiares. Discussão: A humanização da assistência requer preparo e compromisso deuma equipe multiprofissional, para que de acordo com suas especificidades venham a implementar umaatenção integral ao paciente. O ambiente de unidades de transplante envolve uma rotina diáriacomplexa, no entanto, o cuidar não deve estar restrito à execução de atividades técnicas, mas tambémenvolver o paciente como um todo, com histórias, sentimentos e expectativas. Conclusão : A partir dadescrição das ações multiprofissionais percebeu-se que adotar a humanização como política transversalda internação do paciente de TCTH facilitou a vivência deste processo, bem como possibilitou maioraderência ao tratamento e restrições necessárias.

Palavras-chave : transplante de medula óssea; humanização da assistência; equipe de assistência aopaciente

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 171

ADMINISTRATION OF RABBIT ANTI-THYMOCYTE GLOBULIN: IMPLEMENTATION OF APROTOCOL BY THE CLINICAL PHARMACY

Castro PF1, Mantovani LFAL1, Nakada KK1, Venancio AM1, Sunakozawa OKM1, Murakami HNF1,Filho VO1, Fernandes JF1

1ITACI - Instituto da Criança - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade deSão Paulo

Anti-thymocyte globulin (ATG) during conditioning for allogeneic hematopoietic stem celltransplantation (HSCT) is often followed by infusion-associated reactions (IAR), such as rash, fever andtachycardia. Safety in pediatric patients has not been established, but it is thought to be the same as inadults, where the cited symptoms may reach more than 25% of patients.

Product information recommends infusion over a minimum of 6 hours for the first day and at least4 hours on subsequent days. However, it does not consider the patient’s weight or age to decide on theinfusion rate.

We have implemented a protocol for ATG use in our HSCT pediatric service, in order to help nursesand prescriptors to better administer the drug and to avoid IAR.

First, the clinical pharmacist helps distributing the drug’s total dose through conditioning days.Usually, a smaller dose is given on the first day, when the patient is more prone to IAR, followed bysubsequently larger doses, always avoiding drug waste. The pharmacist suggests pre-medication, whichincludes dipyrone 25mg/kg/dose EV q 6h, methylprednisolone 1mg/kg/day q 6h, diphenhydramine1mg/kg (maximum 50mg/dose) q 6h, and ondansetron 0,15mg/kg/dose (maximum 8mg/dose) 1h beforeATG and repeated every 8h, if necessary. The pharmacist then prepares an infusion rate table, based onchildren’s weight and ATG dose.

For the first day of infusion, the initial infusion rate varies from 0.02 to 0.07mg/kg/h. It increasesevery half an hour, until a maximum infusion rate (0.06 to 0.30mg/kg/h) is achieved and maintained. Onsubsequent days, infusion starts on a faster rate (0.05 to 0.25mg/kg/h) and may go up to 0.35mg/kg/h.Total time of infusion varies from 8 to 11h.

Since the implementation of the protocol, 23 children received ATG as part of the conditioningprotocol. Median age was 11 years old (range 6 months to 17 years old) and median weight was 43kg(range 6,6 to 100kg). Total ATG dose administered was: 5mg/kg (n=17), 7.5mg/Kg (n=2) and 10mg/Kg(n=4).

Nine of the children presented IAR (39%). Two of them had chills and fever, which were controlledincreasing methylprednisolone dosage. One had tachycardia, but infusion was completed with noalteration. One had increased body temperature (37,7ºC) and one had headache, both treated withdipyrone. One had urticaria controlled with diphenhydramine and one had a rash that didn’t requiremedical intervention. Two of the patients that received the 10mg/kg total dose had symptoms (onepresented with fever treated with dipyrone and the other had chills and tachypnea, controlled withhydrocortisone).

Comparing to a historical cohort of 40 patients treated with ATG in the same center, it is commonsense among nurses that IAR have been reduced. Since the implementation, the protocol has helpeddoctors to prescribe pre-medication and to distribute ATG dose through conditioning days. It has alsohelped nurses to select drug administration rate and to predict total infusion time.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 172

DESENHO DE UMA FORMULARIO DE SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO PARAPACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCOS HEMATOPOIÉTICAS

Brandão ACR1, Couto DHN1, Tofani AA1

1Instituto Nacional de Cancer

Introdução: Pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCHT) estãosujeitos a um tratamento agressivo e imunossupressor, onde a ocorrência de reações adversas e outrascomplicações além das infecciosas podem influenciar no sucesso dessa terapia. O farmacêutico clínicocomo um profissional de saúde ativo e membro da equipe multiprofissional de cuidado ao paciente écapaz de participar das decisões terapêuticas realizando intervenções no uso do medicamento, aspectoimportante para a garantia da eficácia e segurança do tratamento. O seguimento farmacoterapêuticobusca acompanhar e intervir em todo o processo do cuidado, com qualidade, eficiência e segurança.Para isso um instrumento bem estruturado pode facilitar o planejamento de ações e intervenções quandonecessárias, subsidiando o farmacêutico numa importante atuação e impacto nas decisões clínicasObjetivo: Elaborar um formulário para seguimento farmacoterapêutico de pacientes internadossubmetidos ao transplante de células tronco-hematopoiéticas através do consenso de farmacêuticosespecialistas em Farmácia Clínica na área de Oncologia. Material e Metodo: O estudo foi realizadono período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Para o desenho do formulario foi utilizado o métodoDelphi, que utiliza o consenso de opiniões de um grupo de especialistas em Farmácia Clínica na área deOncologia para definir os topicos e itens que devem constar em um formulario de acompanhamentofarmacoterapeutico de pacientes TCTH. Os especialistas foram selecionados através do website dasSociedades relacionadas ao tema e avaliação do currículo lattes. O consenso entre as respostas dosespecialistas foi obtido através de recursos da estatística descritiva: media de opiniões sobre ostópicos/ítens do formulário ≥ 4 e/ou coeficiente de variação <30. O estudo foi submetido ao Comitê deÉtica e Pesquisa do INCA, e aprovado sob o numero de parecer 1.673.111 emitido no dia 11 de agostodo ano 2016. Resultado: O estudo contou com 9 farmacêuticos especialistas procedentes de váriosestados do Brasil, com média de 6,8 anos de experiência em Farmácia Clínica na área de Oncologia,cujos 44,4% tinham experiência em TCHT. Foram necessárias três rodadas de questionamentos aosfarmacêuticos especialistas. Os tópicos sugeridos e consensuados foram os seguintes: Dados Gerais doPaciente, História Clínica e Medicamentosa, Parâmetros de Monitorização, Perfil Farmacoterapêutico,Interação Medicamentosa e Plano de Cuidado. Para cada tópico foram atribuídos e consensuados osítens específicos. Discussão e Conclusão: Através do método Delphi foi possível elaborar de formainédita, uma ferramenta que após validação poderá contribuir para a sistematização do seguimentofarmacoterapêutico de pacientes internados submetidos ao TCTH.

PALAVRAS-CHAVES: Serviços clínicos farmacêuticos, transplante de células-troncohematopoiéticas, Método Delphi

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 173

ACOMPANHAMENTO FARMACÊUTICO DE PACIENTE COM MIELOMA MÚLTIPLOIGG/KAPPA SUBMETIDO A TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA (TMO) AUTÓLOGO NOHOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (HU/UEL)

Requena RG1, Paludetto FS1, Scacco G1, Andrade ES1, Benatto MS1, Morais TP1, Salles FRP1, NevesAF1, Moraes DSC1, Ciocari JMC1

1Universidade Estadual de Londrina

O serviço de farmácia clínica no setor de TMO foi implantado recentemente por meio da Residênciaem Farmácia Hospitalar e Clinica (FHC), sendo seu papel acompanhar a evolução clínico-laboratorialdo paciente e fazer a avaliação farmacêutica da prescrição médica. Foi desenvolvida ficha deacompanhamento fármaco-terapêutico onde informações relevantes são registradas. O primeiropaciente acompanhado pela FHC era do sexo masculino, 64 anos, com diagnóstico de MielomaMúltiplo IgG/Kappa com indicação de TMO Autólogo para consolidação do tratamento. A prescriçãomédica pré-transplante do paciente continha Ranitidina (prevenção de úlcera de estresse), Ivermectina eAlbendazol (profilaxia antiparasitária), Aciclovir (profilaxia antiviral), Fluconazol (profilaxiaantifúngica), Melfalan (condicionamento), Ondansetrona, Granisetrona e Dexametasona(anti-eméticos), Lorazepan (ansiolítico para melhora do sono e náusea antecipatória), Espironolactona(redução dos efeitos mineralocorticóides da Dexametasona), além de uso prévio de Valsartana eAnlodipino (controle pressão arterial). As pré-medicações utilizadas para minimizar reações adversasdo crioprotetor (dimetilsulfóxido) da bolsa de células tronco foram Granisetrona, Hidrocortisona,Paracetamol e Dexclorfeniramina. Em D+5, iniciado Filgrastima para estímulo da pega medular eintroduzido Cefepime, devido a neutropenia febril e diarréia aguda (mucosite). Por apresentarinstabilidade hemodinâmica com convulsão, introduzido drogas vasoativas e inotrópicas (Noradrenalinae Dobutamina), Diazepam e Fenitoína (anticonvulsivantes). Como evoluiu com a piora clínica e choqueséptico, foi suspenso o Cefepime e introduzido Teicoplanina, Meropenem e Amicacina. Pacienteapresentou fibrilação atrial, com necessidade de Amiodarona e Furosemida. Além disso, iniciadoBromoprida e Metronidazol por suspeita de colite pseudomembranosa. Por fim, após melhora clínica,recebeu alta hospitalar em D+21, porém ainda bastante inapetente, deprimido com perda de peso. Porisso, prescrito Mirtazapina. Neste caso clínico, as principais interações medicamentosas apresentarampotenciais aumentos do risco cardíaco (Amiodarona x Fluconazol), nefrotoxicidade (Amicacina xFurosemida) e aumento dos efeitos sedativos (Bromoprida x Lorazepam). Tais interações, em suamaioria, foram classificadas como grave e bem documentadas. A equipe multiprofissional foi alertadapara monitorização das mesmas. As incompatibilidades em Y verificadas foram possíveis interaçõesfísico-químicas, como precipitação (Amiodarona x Meropenem) e mudança de cor (Aciclovir xDobutamina). Para evitá-las, os medicamentos foram administrados em horários diferentes e em viasdistintas do cateter venoso central de duplo lúmen. A implantação da Residência de FarmáciaHospitalar e Clínica no Hospital Universitário de Londrina permite otimizar o tratamento e aumentar asegurança também no atendimento do paciente submetido a TMO autólogo.

Palavras chave: Mieloma múltiplo, medicação, avaliação farmacêutica, interações medicamentosas,incompatibilidade

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 174

ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DE PACIENTE COM LINFOMA HODGKINRECAÍDO, SUBTIPO ESCLEROSE NODULAR, SUBMETIDO A TMO NO HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA.

Requena RG1, Benatto MS1, Paludetto FS1, Andrade ES1, Scacco G1, Salles FRP1, Neves AF1, MoraesTP1, Donega SLZ1, Gordan LN1

1Universidade Estadual de Londrina

O recém implantado Serviço de Farmácia Clínica no setor de TMO do Hospital Universitário deLondrina tem como objetivo auxiliar a equipe multiprofissional já existente a otimizar o tratamento e afarmacoterapia. Foi desenvolvida uma ficha de acompanhamento farmacoterapêutico cujas informaçõesrelevantes são registradas. O caso descrito é de uma paciente, sexo feminino, 43 anos internada comLinfoma Hodgkin recaído, subtipo esclerose nodular, com indicação de TMO Autólogo paraconsolidação do tratamento. A prescrição pré-transplante da paciente continha Ranitidina (prevenção deúlcera de estresse), Ivermectina e Albendazol (profilaxia antiparasitária), Aciclovir (profilaxia antiviral),Fluconazol (profilaxia antifúngica), BEAM (Carmustina, Etoposide, Citarabina e Melfalan) e colírio deDexametasona (profilaxia de conjuntivite química) - regime de condicionamento, Ondansetrona,Granisetrona e Dexametasona (medicações anti-emetogênicas), Lorazepan (ansiolítico para melhora dosono e náusea antecipatória), além de uso prévio de Medroxiprogesterona (indução de amenorréia). Nodia da infusão de células-tronco, conforme protocolo, as pré-medicações utilizadas para minimizarreações adversas do crioprotetor (dimetilsulfóxido) foram Granisetrona, Hidrocortisona, Paracetamol eDexclorfeniramina. No pós-transplante (D+5), iniciado Filgrastima para estímulo da pega medular. NoD+6 apresentava-se neutropênica febril, com diarréia e dor abdominal, sendo introduzidos Cefepime eTramadol com Metoclopramida (como anti-emético). No D+7, houve crescimento de Cocos Grampositivo em hemoculturas pareadas, portanto associado Teicoplanina. Evoluiu com balanço hídricopositivo sendo prescrito Furosemida. No D+13, a paciente voltou a apresentar febre, coriza, auscultapulmonar normal, porém o Rx de tórax mostrava velamento maxilar bilateral e infiltrado pulmonarintersticial. Por isso, introduzidos Oseltamivir e Levofloxacino para cobertura de microorganismosatípicos, bactérias e vírus. Paciente evoluiu com melhora clínica gradativa, com alta hospitalar noD+20. As principais interações medicamentosas encontradas apresentaram potencial aumento do riscocardíaco (Levofloxacino x Ondansetrona), que são interações graves e pouco documentadas;potencialização dos efeitos da Medroxiprogesterona associada ao Fluconazol e perda dos efeitos doLorazepan em concomitância com a Medroxiprogesterona, que são reações leves e bem documentadas.Foram encontradas também algumas incompatibilidades físico-químicas em administração em Y,podendo levar a precipitação (Aciclovir x Ondansetrona) e floculação (Furosemida x Levofloxacino).Tanto as interações quanto as incompatibilidades foram avisadas à equipe multiprofissional de saúde,que monitorou as possíveis interações e administrou as medicações incompatíveis em horáriosdiferentes e/ou em vias distintas do cateter de duplo lúmen. Tais medidas visam potencializar afarmacoterapia empregada e aumentar a segurança do paciente.

Palavras chave: Linfoma Hodgkin, medicação, avaliação farmacêutica, interações medicamentosas,incompatibilidade

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 175

USO DE CAMOMILA PARA MUCOSITE ORAL EM PACIENTES SUBMETIDOS ÀQUIMIOTERAPIA PARA TRATAMENTO DO CÂNCER E TRANSPLANTE DE MEDULA –

REVISÃO SISTEMÁTICA

Morais TP1, Neves AF1, Salles FRP1, Requena RG1, Moraes DSC1, Donega SLZ1, Gordan LN1,Ciocari JMC1, Faune CC1, Rumiato AC1

1Universidade Estadual de Londrina

Introdução: Em pacientes submetidos à quimioterapia para tratamento do câncer, comoconsequência do tratamento, está presente a mucosite oral dificultando a ingestão de alimentos eprovocando dor. A infusão de camomila tem sido utilizada como tratamento preventivo para essacomplicação. Objetivos: O objetivo desse estudo foi: 1) verificar se a infusão de camomila poderiaprevenir ou tratar a mucosite oral em pacientes recebendo quimioterapia ou submetidos a transplante demedula óssea (TMO), comparado ao tratamento padrão; 2) verificar qual a concentração de camomilarelatada nos estudos como eficaz para a profilaxia da mucosite. Método: Foram usadas duas estratégiaspara responder à pergunta de pesquisa, uma envolvendo camomila x mucosite oral e outra envolvendocamomila x TMO. Foi necessário usar essa abordagem uma vez que houve apenas um retorno naestratégia envolvendo o TMO. Os termos foram pesquisados e validados no Mesh e no Decs. Forampesquisadas as seguintes bases de dados: Medline, Cinahl, Scopus, Web of Science e Lilacs. Foramincluídos: Medline: 22 estudos no total, 1 incluídos na estratégia 1, e 3 incluído na estratégia 2; Cinahl:6 estudos selecionados e 6 excluídos (4 repetidos; 2 em animais; Scopus: na estratégia 1 foramencontrados 3 estudos que foram excluídos porque não respondiam a pergunta do estudo, e na estratégia2 nenhum; Lilacs: foram encontrados 2 estudos com a estratégia 1, que foram excluídos (1 revisãosimples de literatura e 1 sobre candidíase), e na estratégia 2 não houve retorno; Web of Science: foramencontrados 18 estudos dentro da estratégia 1, todos excluídos (6 repetidos, 4 em ratos, 1 Lichen plano,1 de câncer de cabeça e pescoço, 1 hipoglicemiante, 3 descritivos de propriedades terapêuticas, 1experimental e 1 opinião de especialista), na estratégia 2, houveram 2 revisões Cochrane, que foramexcluídos, pois não respondiam a pergunta do estudo. Resultado: Entre os 4 estudos analisados, opadrão de comparação foi o uso de camomila (gelo ou enxaguante) versus placebo. Entre eles 3 estudosapresentaram a concentração de camomila de 0,5 – 2,5%, e 1 não foi descrito. Os resultados foramsatisfatórios a partir de 1%. Nenhum estudo relatou toxicidade e todas as doses foram bem aceitas pelospacientes. Os grupos que receberam intervenção em concentrações acima de 1% demonstraramdiminuição da dor, intensidade, duração, uso de analgésicos e nutrição parenteral em comparação com ogrupo controle. Conclusão: Nesta revisão sistemática a ocorrência de mucosite oral foi menor com autilização de camomila tanto em enxaguantes bucais como em crioterapia. Apenas uma interaçãomedicamentosa foi descrita entre camomila e anticoagulantes, porém sem relevância para o estudo,devido a não utilização deste em pacientes da TMO. Com os resultados satisfatórios encontrados, autilização da camomila na prevenção de mucosite oral é aconselhável, porém mais estudos devem serrealizados para mensurar sua eficácia.

Palavras chaves: camomila, transplante de medula óssea, mucosite oral, quimioterapia

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 176

CONTRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO CLÍNICO EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Zanetti MOB1, Stracieri ABPL2, Simões BP2, Pereira LRL1

1Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Palavras-chave: Serviço de Farmácia Clínica, Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas,Transplante de Medula Óssea.

Introdução. Os pacientes submetidos ao Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH)utilizam regimes farmacoterapêuticos complexos e representam uma população de alto risco paradesenvolver Problemas Relacionados à Farmacoterapia (PRFs). Neste cenário, destaca-se apossibilidade de atuação do farmacêutico clínico no gerenciamento da terapia farmacológica.Objetivos. Este estudo objetivou descrever as intervenções realizadas por um farmacêutico clínico emuma Unidade de TCTH Alogênico. Métodos. Trata-se de uma análise descritiva dos PRFs encontradospelo farmacêutico e das intervenções realizadas para solucioná-los nos primeiros 60 dias após aimplantação do serviço de farmácia clínica em uma Unidade de TCTH Alogênico. Os PRFs e asintervenções estavam registradas nas fichas de acompanhamento farmacoterapêutico de cada paciente,elaboradas e preenchidas pelo farmacêutico. Resultados. Durante este período, foram encontrados 46PRFs e realizadas 49 intervenções, envolvendo cinco pacientes. Os PRFs decorreram principalmente deinterações medicamentosas (39,1%), reações adversas à medicamentos reais ou potenciais (10,9%),subdosagem (10,9%), sobredosagem (6,5%), condição clínica não tratada (6,5%), medicamentopotencialmente inefetivo (6,5%) e incompatibilidade físico-química (6,5%). Os medicamentos maisenvolvidos em PRFs foram: ciclosporina (14,3%), voriconazol (8,6%), fenitoína (5,7%), omeprazol(5,7%) e sirolimus (5,7%). As intervenções do farmacêutico abrangeram principalmente reduções dedose (37%), ajustes de horário de administração (17,4%), aumentos de dose (15,2%), retirada demedicamentos (6,5%) e introdução de medicamentos (6,5%). Ademais, três intervenções consistiram naelaboração de materiais educativos para a equipe de saúde, sendo eles: guia de recomendações sobre oajuste de dose para pacientes obesos; guia prático para o uso de ciclosporina; guia para prevenção etratamento de náusea e vômitos induzidos por quimioterápicos. Entre as 46 intervenções querequereram aceitação da equipe médica, 34 (73,9%) foram aceitas, cinco (10,9%) foram aceitas comalterações, cinco (10,9%) não foram aceitas sem justificativa e duas (4,3%) não foram aceitas comjustificativa. Discussão. Em virtude da complexidade dos medicamentos envolvidos no TCTH,prevenir PRFs é imprescindível para garantir a segurança do paciente. A presença de um farmacêuticoclínico na equipe multiprofissional de TCTH Alogênico favorece a prevenção e resolução de PRFs,contribuindo para que os pacientes possam atingir melhores desfechos clínicos. Conclusão. Ofarmacêutico clínico é um profissional apto a realizar intervenções relevantes em uma unidade TCTH,melhorando o atendimento oferecido ao paciente e a segurança no uso de medicamentos.

Financiadores: CNPq

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 177

IMPACTO DO SEGUIMENTO MULTIPROFISSIONAL DURANTE INTERNAÇÃO DEPACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO CONDICIONADOS COM MELFALANA PRÉ

TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS AUTÓLOGO

Reis AND1, Cardoso JAP1, Gato MIR1, Enciso CR1, Lopes CR1

1BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: Mieloma Múltiplo (MM) é um tipo de câncer causado por mutações dos plasmócitos.Nos EUA, para 2017 são estimados 30.280 novos casos de MM; no Brasil tal dado não faz parte dasestimativas anuais do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença não possui cura, entretanto osresultados de sobrevida melhoraram com o advento do Transplante de células tronco hematopoiéticas(TCTH) autólogo. Objetivo: Comparar o impacto clínico e financeiro em duas unidades de negócio deuma mesma instituição que diferem pela presença ou não do seguimento multiprofissional em pacientesportadores de MM submetidos a TCTH autólogo. Material e métodos: No período de 08/16 a 06/1736 pacientes com MM foram condicionados com Melfalana e submetidos ao TCTH autólogo, para osquais foram avaliados: idade, dias de internação, custo, número de células infundidas e intercorrênciasrelacionadas. 26 pacientes ficaram internados na unidade A, ainda sem seguimento através de visitasmultiprofissionais, e 10 na unidade B com seguimento multiprofissional. Na unidade B são realizadas 3visitas semanais com avaliação multiprofissional individualizada. Resultados: Na unidade A (semvisita multi) tivemos 11 homens e 15 mulheres, com medianas de 64 anos; 22 dias de internação; 4,02células CD34x106/kg de peso infundidas; enxertia em D+11 e 16 tipos de intercorrências identificadas,dentre as quais se destacam: diarreia (28%), mucosite oral (11%), infecção associada à cateter (11%) eneutropenia febril sem foco infeccioso (11%). Na unidade B (com visita multi) tivemos 6 homens e 4mulheres, medianas de 59 anos,18 dias de internação, 3,87 células CD34x106/kg de peso infundidas,enxertia em D+11 e 9 tipos de intercorrências, sendo as principais: mucosite oral (21%), neutropeniafebril sem foco infeccioso (21%), náuseas e vômitos (13%), inapetência (13%). O impacto financeiroreferente ao maior tempo de internação foi de 27% a mais no modelo sem visita multi. Discussão: Ascaracterísticas do transplante autólogo no MM, idade, protocolos empregados no TCTH, célulasinfundidas e dia da pega não diferiram de modo significativo entre os 2 modelos. Contudo, no modeloonde há visita multidisciplinar, houve uma redução em média de 4 dias de internação comparado aomodelo sem a visita, resultando em impacto financeiro (elevação do custo em 27% para o grupo A),além de maior número de intercorrências para este grupo. Conclusão: O seguimento por uma equipemultiprofissional consolidada e referenciada é capaz de prevenir, identificar e/ou minimizarintercorrências e pode proporcionar melhor benefício clínico, reduzindo tempo de permanênciahospitalar e impacto financeiro além de melhores resultados ao paciente transplantado. Palavras chave:TCTH, mieloma múltiplo, equipe multiprofissional.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 178

QUALIDADE DA AGUA MINERAL DESTINADA AO CONSUMO PARA PACIENTESSUBMETIDOS À TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA.

Scacco G1, Paludetto FS1, Andrade ES1, Benatto MS1, Moraes DSC1, Donega SLZ1, Gordan LN1,Boll KM1, Trigo FC1, Rumiato AC1

1Universidade Estadual de Londrina

O transplante de células-tronco hematopoiéticas é um tratamento indicado para diversas doençashematológicas. É realizado após ablação da medula por quimioterapia e, nesse período o paciente ficamais susceptível às infecções. Elas podem ocorrer durante o processo de atendimento do paciente nosserviços de saúde, e estão associadas ao prolongamento do tempo médio de internação, altas taxas demorbimortalidade e consequentemente aumento do consumo de antimicrobianos, exames laboratoriais etodos os custos relacionados à internação. Como profilaxia, são adotadas técnicas assépticas decontrole de infecção, entre elas, lavagem de mãos, cuidado com cateter e também com a alimentação.Neste contexto, o controle de água ingerida pelo paciente se faz necessário para evitar infecçõesoportunistas.A água utilizada para o consumo de pacientes que realizaram transplante é purificada pelosprocessos de fervura e/ou destilação, porém estes processos tornam a água desagradáveis ao paladar,causando resistência ao consumo.O objetivo foi verificar se a água mineral consumida pelos pacientestransplantados era segura do ponto de vista microbiológico. Foi realizado um estudo piloto, no qualforam realizadas análises microbiológicas, de acordo com a RDC 275, de 22/09/05 por marca/lote deágua mineral recebida para consumo de pacientes transplantados durante o ano de 2014, entre os mesesde maio a setembro. Foram escolhidas amostras aleatórias, as quais foram encaminhadas para oLaboratório de Análise de Alimentos da UEL, uma vez por semana, para avaliar se a água consumidapelos pacientes estava dentro do padrão microbiológico aceitável. As análises microbiológicasrealizadas foram: Clostrídios Sulfito Redutores a 46°C (UFC/100mL), Coliformes Termotolerantes(NMP/100mL), Coliformes Totais a 35°C (NMP/100mL), Contagem de Enterococcus spp.(UFC/100mL), Contagem de Pseudomonas aeruginosa (UFC/100mL), e Contagem Total de BactériasMesófilas (UFC/100mL). Ao final do período foram avaliadas sete amostras, e todas ficaram dentro dolimite tolerado para consumo humano, em todos os testes realizados. Para liberação do consumo deágua mineral aguardou-se os resultados do laboratório que levaram torno de 15 dias. Conclui-se que asmarcas que tiveram seus lotes analisados foram aprovadas, podendo ser consumidas por pacientes quesão submetidos a transplante de medula óssea, tornando-se uma opção segura e de fácil aceitação, noentanto, são necessários estudos mais amplos para a utilização. Uma alternativa a ser estudada é aaquisição mediante laudo microbiológico do fabricante e que diminuiria o custo do serviço e aumentariaa segurança para o paciente.

Palavras Chave: Transplante de medula óssea, infecções, qualidade da água

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 179

REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS EM UMA UNIDADE DE TRANSPLANTE DECÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Amaral RCD1, Ponciano DB1, Andrade KR1, Deus MC1, Camargo JD1

1Hospital Sirio Libanês

Introdução: O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) dividi-se nas fasespré-transplante, transplante (condicionamento e infusão) e pós-transplante. Eventos diversos podemocorrer em todas as fases, pois a terapia é complexa e composta por inúmeros medicamentos, o queaumenta a probabilidade de ocorrência de reações adversas (RAMs). A notificação de RAMs contribuicom a avaliação da causalidade, possibilita a análise de relevância da reação e viabiliza aspossibilidades de intervenções da equipe multidisciplinar no manejo das principais reações, garantindoo uso seguro e racional de medicamentos. Objetivo: Identificar o perfil de reações adversasrelacionadas a medicamentos em uma unidade de transplante de células troncohematopoiética. Método: Estudo retrospectivo, analítico e quantitativo realizado pela análise denotificações de RAMs de um hospital privado de São Paulo do período de janeiro a dezembro de 2016.Foram consideradas as RAMs das unidades de TCTH. Os dados foram tabulados em uma planilha deExcel e analisados posteriormente quanto a gravidade e classificação do tipo dereação. Resultados: Houve um total de 128 notificações de RAM em unidades de internação depacientes oncológicos e no ambulatório de oncologia em 2016. Foram identificadas 24 (19%)notificações relacionadas a medicamentos em unidades de TCTH. Estas foram classificadas quanto agravidade como: leves (14), moderadas (9) e grave (1). Dentre as classes terapêuticas destacam-se osantineoplásicos (33,4%), imunossupressores (16,7%), imunoglobulina (16,7%), antimicrobiano (8,3%),anticolinérgicos (8,3%), analgésico opióide (8,3%), e outros (8,3%). Quanto ao tipo de reação, 2 foramclassificadas como infusional, 7 sistêmicas, 9 dermatológicas, 1 renal, 1 gastrointestinal, 1musculoesquelética, 1 psiquiátrica, 1 neurológica e 1 cardiovascular. Apenas 5 notificações foramrealizadas de forma espontânea pela equipe de enfermagem, as demais pelo farmacêutico considerandoa busca ativa através de monitoramento de novas moléculas e medicamentos gatilhos. Discussão: Anotificação de RAMs no TCTH é frequente em especial as relacionadas aos antineoplásicos,imunossupressores e imunoterapia, portanto o paciente em uso dessas terapias devem ser consideradosde alto risco para desenvolvimento de RAM e monitorado diariamente. Sabe-se que ainda deve-seconsiderar a subnotificação de reações nas instituições de forma geral. A maioria das reações foramclassificadas como leve, porém a avaliação sistemática das reações adversas tem como intuito identificarprecocemente as reações graves e as não descritas na literatura, assim como identificar a frequência dereações conhecidas e os fatores de risco. Espera-se que a equipe multidisciplinar esteja conscientequanto a importância da notificação de RAMs, visando promover a segurança e o uso racional demedicamentos.Palavras-chaves: reações adversas, equipe multidisciplinar, notificação.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 180

DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE TABELA DE CONSULTA RÁPIDA PARACONFERÊNCIA DE COMPATIBILIDADE MEDICAMENTOSA EM UMA UNIDADE DE

TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Pinhatti AV1, Eizerik DP1, Oliveira MBI1, Torres CR1, Ayala RCS1, Loff LM1, Borges BG1, BirnfeldCMF1, Saraiva TKG1, Astigarraga CC1

1Hospital Moinhos de Vento

Introdução: Um dos principais tratamentos para pacientes diagnosticados com doençasoncológicas, hematológicas e congênitas é o transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH),tratamento complexo que exige estrutura física adequada e equipe especializada para realização detodas as etapas do tratamento. A polifarmácia é uma realidade nos pacientes pós-transplantes, devido anecessidade de administração de diversas medicações como antimicrobianos, imunossupressores erepositores hidro-eletrolíticos. A impossibilidade de administração da via oral, seja por questõesclínicas do paciente, como a mucosite e complicações gastrointestinais em decorrência da doença doenxerto contra o hospedeiro (DECH) ou pela necessidade de ação mais rápida, leva a utilizaçãopreferencial da via endovenosa. A administração concomitante de múltiplos medicamentos podeocasionar interações importantes, como incompatibilidades físico-químicas sendo essencial na rotina deuma unidade de TCTH a equipe assistencial estar atenta para que estas possam ser evitadas, visando aracionalização e potencialização da terapêutica. Objetivos: Desenvolvimento e implementação de umatabela de consulta rápida de compatibilidades medicamentosas, em uma unidade de hematologia de umhospital privado de médio porte da região Sul do Brasil. Material e Método: Trata-se de um relato deexperiência a partir de um projeto de melhoria das rotinas, no qual foi elaborada uma tabela de consultarápida de compatibilidades. A partir da necessidade da verificação de interações, foram elencados 37medicamentos intravenosos mais utilizados no paciente TCTH e construído uma tabela em um formatoque permite cruzar todos os medicamentos, sendo atribuído aos itens avaliados uma legenda de letra ecor, sendo compatível (C) em verde; variável (V) em amarelo; não compatível (N) em vermelho e nãotestado em azul. A busca das compatibilidades medicamentosas ocorreu por meio da base de dadosMicromedex Healthcare. Resultados: A tabela construída foi exposta no posto de enfermagem emtamanho grande, para estimular a equipe a consultar as compatibilidades e conferindo mais agilidadeao processo. Discussão: Na fase de neutropenia, na qual o paciente se apresenta mais crítico, aprescrição médica pode conter mais de trinta itens, aumentando o risco de gerar interaçõesfarmacológicas graves. A tabela de compatibilidades medicamentosa na unidade de internação trouxemais praticidade e segurança à equipe de enfermagem na administração de medicamentos endovenosos,uma vez que facilitou o modo de consulta, pois a tabela foi didaticamente desenhada e contemplou osprincipais medicamentos utilizados.Conclusão: A equipe de enfermagem e os farmacêuticos possuemresponsabilidades compartilhadas na vigilância das interações medicamentosas e a construção da tabelade compatibilidades, ação conjunta dessas equipes, proporcionou maior facilidade e segurança noprocesso de medicação.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 181

DESENVOLVIMENTO DE ORIENTAÇÕES SOBRE CUIDADOS NO USO DA TIMOGLOBULINA

Pinhatti AV1, Flôr JS1, Fabris CS1, Birnfeld CMF1, Rocha CP1, Kunrath R1, Eizerik DP1, Borges BG1,Saraiva TKG1, Astigarraga CC1

1Hospital Moinhos de Vento

Introdução: O paciente submetido ao transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) éconsiderado um paciente de alta complexidade, sendo necessário a presença de uma equipeespecializada e que se atualize regularmente para atender as demandas específicas deste setor. Éimportante o treinamento e a divulgação de orientações à equipe em casos do uso de medicamentos quenecessitem cuidados especiais seja no seu preparo, administração ou no monitoramento de possíveisefeitos adversos, sendo necessário,muitas vezes, a utilização de medicamentos adjuvantes para evitar ouminimizar esses efeitos indesejáveis. A Timoglobulina é uma imunoglobulina antimócitos, utilizadapara auxiliar na imunossupressão de pacientes a serem submetidos ao TCTH alogênico e sua utilizaçãorequer cuidados especiais. Objetivos: Desenvolvimento de orientações sobre a administração domedicamento Timoglobulina à equipe de enfermagem de uma unidade de hematologia de um hospitalprivado de médio porte da região Sul do Brasil. Material e Método: Trata-se de um relato deexperiência sobre a criação de uma ficha de orientações e tabela de acompanhamento para utilização domedicamento Timoglobulina quando este passou a ser utilizado de maneira rotineira na unidade detransplante de medula óssea. O material foi construído a partir da revisão da literatura sobre estemedicamento, incluindo livros, a bula e bases de dados como Micromedex Healthcare e Uptodate.Resultados: Foi construído em conjunto, farmácia e enfermagem, a partir da revisão da literatura, ummaterial com informações sobre a utilização, modo de preparo, administração, necessidade demonitoramento de efeitos adversos, realização de pré medicação e terapia de suporte ainda após dias dainfusão da Timoglobulina, devido a possibilidade de reações tardias. Foi elaborado uma tabela deacompanhamento do tratamento, com informações dos dias e doses dos medicamentos a seremutilizados. Também foi realizado um momento de discussão e apresentação destas orientações à equipeque permitiu a padronização ao acesso das informações sobre este medicamento. Discussão: Com oaumento do número de transplantes alogênicos, algumas medicações passaram a ser usadas com maiorfrequência, sendo diagnosticada necessidade de intervenção educacional junto a equipe. Conclusão: Aeducação da equipe na padronização do uso de medicamentos, como a timoglobulina, que requeremcuidados especiais, como monitorização de possíveis efeitos adversos e a utilização adequada dosmedicamentos de suporte, é essencial para a otimização do tratamento e segurança do paciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 182

ACOMPANHAMENTO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO PÓS TCTH ALOGÊNICO ATÉ OD+100

Lima KK1, Machado FD1, Carvalho L1, Zuckermann J1, Pedebos GL1, Jochims AMK1, Morais DS1,Grings CO1, Sasada INV1, Astigarraga CC1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: O TCTH alogênico é um procedimento complexo que apresenta complicações graves.Para identificar e implementar cuidados para resolução de possíveis complicações a equipemultiprofissional realizou consultas ambulatoriais periódicas.Objetivos: Descrever o acompanhamentoda equipe multiprofissional no pós TCTH alogênico até o D+100 em um hospital universitário do suldo Brasil.Material e Métodos: Descritivo exploratória.

Resultados: Entre maio de 2016 a maio de 2017, foram atendidos 37 pacientes no pós TCTHimediato (até o D+100) após alta hospitalar. Quanto ao perfil destes pacientes, 65% eram do sexomasculino, 62% tinham até 18 anos e 38% adultos. Quanto a procedência, 43% eram do interior do RS,32% de Porto Alegre e grande Porto Alegre e 24% de outros estados. Quanto ao tipo de transplante,46% alogênico não aparentado, 32% haploidêntico, 22% TCTH alogênico aparentado. As doenças debase eram 29% LLA, 17% doenças genéticas,16% SMD, 13% LMA, 9% outras doenças hematológicas,6% Linfomas, 5% aplasia, 5% LMC. No ambulatório da nutrição, 46% dos pacientes compareceram na1ªconsulta pós-TCTH, 30% agendaram a 1ªconsulta e não compareceram, 14% receberam oencaminhamento e não realizaram o agendamento, e 10% tiveram óbito antes da 1ªconsulta. Naodontologia 57% realizaram a avaliação pós- TCTH, e destes 15% apresentaram necessidade deintervenção. Os demais, passaram pela consulta de reforço de orientação aos sinais de DECH oral ecuidados de prevenção 39% realizaram apenas avalição pré-TCTH e, 4% não passaram por nenhum tipode avaliação odontológica. No serviço social 94% dos pacientes passaram no 1ªatendimento pós-TCTH, com uma média de 3 atendimentos posteriores para cada paciente, tendo como principaisdemandas a reorganização familiar para o cuidado, acesso a transporte e medicamentos, intervençãojunto às Casas de Apoio e documentação referente ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Noatendimento psicológico 89% dos pacientes passaram no 1ªconsulta pós- TCTH, sendo que algunsdesses receberam vários atendimentos. Com relação a avaliação fisioterapêutica, foram revisados, 70%dos pacientes encaminhados ao HD. A equipe médica, farmacêutica e de enfermagem atendeu 100%dos pacientes encaminhados ao pós- TCTH, sendo realizados vários atendimentos a cada um dospacientes.Conclusão: a equipe multiprofissional deve estar sempre atenta a implementar estratégias queaprimorem a adesão do paciente ao acompanhamento dos vários profissionais que integram a equipe,visando com isso diminuir as possíveis complicações pós-TCTH e atuar de forma mais dinâmica noprevenção da DECH , e que os planos terapêuticos implementados com a máxima brevidade.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 183

ATUAÇÃO CLÍNICA FRENTE AOS PRINCIPAIS ESQUEMAS DE MOBILIZAÇÃO ECONDICIONAMENTO EM TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

(TCTH) DE SANGUE PERIFÉRICO – MONITORAMENTO DE INTERAÇÕESMEDICAMENTOSAS E FUNÇÕES METABÓLICAS

Silva GS1, Negrete CL1, Martins JS1, Macedo RS1

1Universidade Federal de São Paulo

Introdução: O TCTH resulta em uma maior exposição a drogas em número e duração, podendo serum agravante para possíveis eventos adversos relacionados a medicamentos. A elaboração deferramentas clínicas que compilem e otimizem as análises farmacêuticas,levando-se em consideração aspráticas e realidades de cada centro, são subsídios para intervenções que previnam interações severasdecorrentes do incremento da farmacoterapia e que reduza a toxicidade em pacientes comcomprometimento renal e /ou hepático prévio ou decorrente do seu tratamento. Objetivo: Relacionaros principais regimes de mobilização (RM) e condicionamento (RC) no TCTH de sangue periférico,identificando os agentes antineoplásicos que necessitam de ajustes de dose frente a diminuição defunção renal e/ou hepática e as interações severas destes em relação a outras drogas usualmenteprescritas na terapia de suporte e reconciliadas no seguimento ambulatorial prévio. Material eMétodos: Foram levantados os RM’s e RC’s comumente empregados em um serviço deonco-hematologia público-privado, em consonância com os mais utilizados e referenciados emliteratura. De posse das drogas contidas nos principais regimes, foram identificados ajustes de dosesideais para os agentes antineoplásicos, quando houver prejuízo de função renal e hepática, de acordocom as faixas laboratoriais bem como, intervenções relativas as interações potencialmente severas comoutras drogas antineoplásicas, de suporte ou frequentemente reconciliadas durante a admissão.Interações de risco leve ou baseadas em estudos de caso não foram incluídas por possuírem menoresníveis de evidência. Resultados e Discussão: Os RM’s mais empregados incluem G-CSF (±CTX) ePlerixafor. Para os RC’s, os principais esquemas incluem: BEAM, BuCy, BuFlu, CBDCA + VP-16,FluMel, CTX (±VP-16 incluindo TBI) e Melfalano. Os RC’s necessitam de maior atenção quanto aoajuste de dose para pacientes com função renal alterada, principalmente: CBDCA + VP-16, FluMel,Buflu e Melfalano. Neles, onde a proporção dos agentes antineoplásicos que requerem ajustes é maior,há necessidade de intervenções para evitar superdosagem e toxicidade relacionada a diminuição daexcreção de agentes como o CBDCA (CrCl 10-50 mL/min: reduzir 50% dose e<10 mL/min: reduzir25%). Quanto ao ajuste para função hepática, destacamos os protocolos que utilizam CTX (Bili T > 3,1mg/dL ou AST >180 UI/L: reduzir 75% e >5 mg/dL: omitir dose) ±VP-16. Potenciais interações daterapia de suporte, podem interferir nos aspectos farmacocinéticos nos RC’s. Fluconazol deve serconsiderado em RC’s com bussulfano, já que voriconazol e posaconazol, resultam em diminuição doseu nível sérico. Metronidazol sistêmico pode aumentar seus níveis, potencializando a mielossupressão,devendo ser evitado quando possível. Pacientes dialíticos que necessitam de aminoglicosídeos emregimes contendo CBDCA, podem se beneficiar da infusão do antibiótico 1 hora antes de Hemodiálise,já que seu PK/PD é Cmáx>MIC. Conclusão: Estabelecido o plano farmacoterapêutico pré-TCTH, éimportante garantir a análise da prescrição, atentando-se a fatores clínico-laboratoriais. Ferramentascom esta auxiliam a análise e garantem a diminuição de eventos, fortalecendo os elos segurança dopaciente.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 184

AVALIAÇÃO DO CONFORTO AMBIENTAL E DA CONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA NOSAMBIENTES DE ENFERMARIAS DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA EM UM

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NA CIDADE DE FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL

Freire NCB1, Pinheiro AN1, Alcântara FA1, Cavalcante FSA2, Lima JR3, Santos DOD3, Paulo IMN3,Chaves PHA3, Araújo RDS2, Gomes LMGP1

1Hospital Universitário Walter Cantídio2Universidade Estadual do Ceará3Instituto Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: No Brasil há uma crescente preocupação acerca do controle da qualidade do ar emambientes interiores. Usuários de hospitais por conviverem em um ambiente fechado são comumenteexpostos a um elevado número de poluentes, sendo mais suscetíveis a patologias decorrentes destaexposição. OBJETIVO: Neste contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade do ar nasenfermarias de transplante de medula óssea de um hospital de ensino na cidade de Fortaleza, Ceará,Brasil. MATERIAL E MÉTODOS: Experimentalmente, foram avaliados os parâmetros de confortoambiental (temperatura, umidade, velocidade do ar e concentração de CO2), material particulado ebioaerossois fúngicos e bacterianos no ar interior. As amostragens foram realizadas com uso de umamostrador mássico de particulados (MP2.5, MP10 e PTS), um impactador de Andersen para coleta dosmicrorganismos (fungos e bactérias). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados quanto aoconforto ambiental nas enfermarias sem sistema filtrante (ETMO) e com filtro HEPA (ETMOFil)mostraram temperaturas médias de 24,8 a 25,8 °C; umidades relativas de 43,6 a 63,4 %, velocidades doar de 0,02 a 0,05 m/s e concentrações de CO2 de 1137 a 1241 ppm, sendo este o único parâmetro emdesacordo com a legislação brasileira. Os materiais particulados (MP) na ETMO (sem filtração do ar)apresentaram concentrações médias nos turnos manhã e tarde de: MP2.5 de 5,6±0,6 e 3,9±0,9 µg/m3 eMP10 de 24,2±7,2 µg/m3 e 16,1±6,7 µg/m3 na ETMO. Na ETMOFIL (com filtração do ar) foramregistradas concentrações médias nos turnos manhã e tarde de: MP2.5 de 4,7±3,3 µg/m3 e3,6±1,7 µg/m3 e MP10 21,3±13,0 µg/m3 e 19,1±7,1 µg/m3. O PTS manhã e tarde na ETMO foi de43,7±10,2 µg/m3 e 29,5±10,1 µg/m3ena ETMOFIL de 37,8±24,1 µg/m3e 32,3±13,1 µg/m3,os quaisapresentaram-se inferiores ao estabelecido em normas nacionais e internacionais. A concentraçãomédia de fungos na ETMO foi de 111 UFC/m3 (manhã) e 87 UFC/m3 (tarde) e na ETMOFIL os níveisforam de 35 UFC/m3 (manhã) e 26 UFC/m3 (tarde), ambos inferiores ao especificado pela ANVISA(750 UFC/m3) para ambientes climatizados, sendo observado que o uso do filtro HEPA associado amedidas de proteção e limpeza determinaram menores concentrações de microrganismos no ambiente.Os valores para as bactérias apresentaram-se entre 527 e 472 UFC/m3 na ETMO e 180 e 267 UFC/m3

na ETMOFIL. As relações indoor /outdoor (I/O) para os fungos sugerem a existência de fontesinteriores para os fungos em ambas as enfermarias. Para as bactérias a relação I/O sugere fontesinteriores na ETMOFIL e exteriores na ETMO. CONCLUSÃO: A concentração de CO2foi o parâmetroanalisado que se apresentou acima do estabelecido pela ANVISA em ambas as enfermarias e asmenores concentrações de fungos e bactérias foram observadas na enfermaria com filtro HEPA onde osistema de filtração utilizado mostrou-se eficiente. Palavras-chave: Qualidade do ar interior. Confortoambiental. Microrganismos. Material particulado.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: FarmáciaTrabalho: 185

EFEITOS DO CONDICIONAMENTO SOBRE O ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTESSUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

ALOGÊNICO

Domingues LCB1, Gonalves MCP1, Jochims AMK1, Zuckermann J1, Paz AA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: As altas doses de quimioterapia utilizadas no condicionamento pré transplante decélulas-tronco hematopoiéticas (TCTH) tem efeitos gastrointestinais (GI) que podem influenciar oestado nutricional (EN) dos pacientes. Não existe um parâmetro ideal para a avaliação nutricional depacientes em TCTH, porém a Avaliação Subjetiva Global (ASG) é um dos métodos mais utilizados.Trata-se de um questionário com perguntas relacionadas a história clínica prévia e permite a realizaçãode um exame físico. A associação de outros indicadores nutricionais é recomendada. Objetivo: Avaliaros efeitos do condicionamento no EN de pacientes submetidos ao TCTH alogênico. Material emétodos: Estudo longitudinal retrospectivo com pacientes adultos internados para o TCTH alogênicoem 2016. Para avaliação do EN, foram utilizados: índice de massa corporal (IMC) e a ASG.Informações demográficas, diagnóstico, condicionamento, efeitos GI, perda de peso e ocorrência deóbito foram coletados do prontuário. Os dados foram analisados em frequência relativa, média e desviopadrão (SPSS versão 21.0). Resultados: Incluídos 20 pacientes (37,6±13,2 anos). O diagnóstico maisprevalente foi síndrome mielodisplásica (25%) e 65% dos pacientes realizaram condicionamentomieloablativo. Na primeira avaliação antropométrica o excesso de peso foi prevalente (50%). De acordocom a ASG, 65% estavam bem nutridos. A maioria dos pacientes apresentou náusea (80%), vômitos(55%), diarréia (65%) e mucosite (95%), sendo o grau 3 o mais prevalente (45%). O tempo depermanência hospitalar foi, em média, de 57,4±22,7 dias. A perda ponderal foi em média de 2,9±8,7%.Na última avaliação antropométrica dos pacientes adultos a eutrofia foi mais prevalente (55%). Quantoà ASG, notou-se piora no EN; entretanto, não foi realizada em 20% dos pacientes que estavam naUnidade de Terapia Intensiva e 40% evoluíram a óbito. A presença de sintomas GI e alterações no ENocorreu nos pacientes que realizaram tanto o condicionamento mieloablativo quanto onão-mieloablativo. Discussão: Os condicionamentos mieloablativos produzem imunossupressãoacentuada e irreversível, e somente a infusão de células do doador permite sua recuperação. Oscondicionamentos não-mieloablativos, por sua vez, são regimes de intensidade reduzida, produzemmielossupressão reversível sem o uso de células-tronco, geram quimerismo misto e apresentam menortoxicidade. Apesar de condicionamentos com intensidades diferentes, ambos interferem no EN. O ENde pacientes pré e pós TCTH alogênico foi avaliado por uma coorte e identificou-se piora dosparâmetros antropométricos e subjetivos, corroborando com os achados do presente estudo. Conclusão:O condicionamento mieloablativo e não-mieloablativo influenciam o EN de pacientes adultossubmetidos ao TCTH alogênico. A ASG parece ser um método sensível para detectar a piora no EN depacientes; portanto, a avaliação nutricional é fundamental para identificar aqueles em risco nutricional.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 186

AVALIAÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA POR MEIO DE RADIOGRAFIASPANORÂMICAS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS SUBMETIDOS AO TCTH.

Frascino AV1, Fava M2, Filho VO1

1Universidade de São Paulo2UNESP

Introdução O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) para tratamento das doençasonco-hematológicas congênitas ou adquiridas em pacientes pediátricos apresenta altas taxas de sucessoe sobrevida. Entretanto, alterações tardias decorrentes do TCTH podem comprometer odesenvolvimento e crescimento destes pacientes. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar adensidade mineral óssea de sobreviventes ao TCTH para tratamento de doenças onco-hematológicasdurante a infância. Material e Métodos: Foi realizado estudo comparativo da cortical óssea mandibularem radiografias panorâmicas empregando o utilizando software digital ImageJ. Resultados: Acomparação da espessura cortical óssea da mandíbula entre o grupo caso e o grupo controle, separadospor idades apresentou diferenças estatisticamente relevantes apenas no grupo de maior faixa etária(acima de 16 anos) (p=0,006). Discussão: A amostra foi composta por 63% homens e 37% mulheres(H:M=1,66); similar a outros estudos que avaliaram pacientes submetidos ao TCTH pediátrico. Asdiferenças estatisticamente significantes observadas neste estudo sugerem que os pacientes submetidosao TCTH apresentam menor densidade mineral óssea em comparação aos seus pares hígidos.Alterações tardias da densidade mineral óssea em pacientes submetidos ao TCTH são descritas naliteratura, acompanhadas de alterações tardias que envolvem os sistemas envolvem os sistemasesquelético, endócrino, cardiorrespiratório, renal e neural; apresentando-se como osteopenia, déficit decrescimento, alterações das proporções anatômicas, hipogonadismo, menopausa e andropausa precoce,e distúrbios no desenvolvimento sexual, além de alterações da composição corporal, com aumento dopercentual adiposo. O emprego de imagem radiográfica panorâmica para avaliação da densidade ósseatem sido empregado como potencial ferramenta para identificação precoce de osteopenia e osteoporose.Conclusão: Os resultados do presente estudo sugerem que coortes de acompanhamento destes pacientessejam realizadas para avaliar os efeitos tardios do TCTH pediátrico sobre a densidade mineral óssea.

Palavras-chave: Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas. Densidade Mineral Óssea.Crescimento e Desenvolvimento. Osteopenia.Transplante de medula óssea.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 187

MANIFESTAÇÕES DE MUCOSITE ORAL EM TRANSPLANTES AUTÓLOGOS E ALOGÊNICOS

Pereira NF1, Aragão AS1, Silva PR1, Crosato EM1, Alves FA1, Simões A1, Biazevic MG1

1Universidade de São Paulo

Introdução: A mucosite oral é um dos efeitos colaterais de maior incidência em pacientes durante otransplante de medula óssea (TMO), caracterizada por sua grande sintomatologia dolorosa einterferência na qualidade de vida devido à imunossupressão e/ou efeitos diretos da quimioterapia. Osestudos e tratamentos tendem a dizer que essa condição é agravada no transplante alogênico. Objetivos:estabelecer se há diferenças entre os graus e o impacto da mucosite oral na qualidade de vida emregimes de transplante autólogo e alogênico. Materiais e Métodos: realização de oroscopia,classificando lesões de mucosite de 1 a 4 conforme os critérios da OMS e aplicação dosquestionários OHIP-14 (Oral Health Impact Profile), OMQoL (Oral Mucotis Quality of Life) e aPROMS scale (Patient-Reported Oral Mucositis Symptoms), para analisar a qualidade de vidarelacionada com os sintomas de mucosite em pacientes submetidos a TMO no A. C. Camargo CancerCenter em quatro momentos diferentes: 1) Antes do condicionamento; 2) D0; 3) D+5 para transplanteautólogo e D+8 no alogênico; 4) 30 dias após a alta. Resultados: 82 pacientes de amostra censitária,foram distribuídos em dois grupos, autólogo e alogênico, de acordo com o tratamento realizado. Ogrupo autólogo não apresentou diferença entre gêneros e no alogênico, a diferença foi estatisticamentesignificante (p=0,045) contendo amostra majoritariamente masculina e a idade média do TMO autólogofoi 49,82 anos e alogênico 45,28 anos. A análise estatística usando o teste do qui-quadrado com acorreção do exato de Fischer não mostrou diferença entre o grau de mucosite, que teve a mesma curvade comportamento dentro das etapas propostas. A sintomatologia e o impacto na qualidade de vidamedidos pelos questionários, com o teste t, verificou que os dois grupos apresentavam as mesmasqueixas que foram intensificadas no terceiro momento, com maior impacto na qualidade de vida.Discussão: Embora a maioria dos artigos publicados relacione mucosite e queda na qualidade de vidaapenas em TMO alogênico, percebeu-se que o autólogo tem a mesma correlação entre os graus demucosite e impacto na qualidade de vida. Conclusão: Não há diferença clínica ou psicossocial, nosgrupos autólogo e alogênico, quando se trata de mucosite oral, apontando a necessidade de atençãoigualitária nos dois regimes.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 188

QUANTIFICAÇÃO DO BUSULFANO NA SALIVA EM PACIENTES SUBMETIDOS AOTRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIETICAS – ESTUDO PILOTO

Eduardo FP1, Bezinelli LM1, Rosin FCP1, Sanches LR1, Almeida EV1, Ferreira CEDS1, Esteves I1,Campregher PV1, Hamerschlak N1, Correa L2

1HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN2FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA USP

Para monitorização individual do busulfano, são realizadas várias coletas de sangue o que pode serdesconfortavel para os pacientes. A quantificacão do busulfano na saliva pode ser uma alternativa aquantifificação plasmática. O objetivo deste trabalho foi validar o método de quantificação do busulfanona saliva e verificar a viabilidade clínica de aplicação deste método. Foram realizados ensaios deseletividade, precisão e acuracia da mensuração da concentração do busulfano na saliva, utilizandodoses padronizadas deste medicamento. Para testar a viabilidade do método foi coletada saliva de 10pacientes submetidos ao TCTH com condicionamento de busulfano endovenoso. Nos testeslaboratoriais a matriz salivar mostrou-se adequada para mensuração do busulfano. No ensaio clínicohouve correlação positiva entre a quantificação do busulfano na saliva e no plasma, tanto na dose testequanto na dose individualizada. Regressão de Passing & Bablok demonstou boa concordancia entre osresultados do plasma e da saliva. O uso da saliva como matriz biológica para quantificação laboratorialdo busulfano é viavel. Estudos clinicos mais abrangentes são necessárioss para se verificar a eficáciadessa matriz biológica na monitorizacao individual do busulfano durante o TCTH.

Projeto financiado pela FAPESP NºProcesso 2016/03650-4 e Amigos da Oncologia e HematologiaEinstein (AMIGOH)

Palavras-chave: Busulfano, Monitorização de dose individual, saliva, transplante de células troncohematopoiéticas

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 189

O PAPEL DA MUCOSITE DO SISTEMA DIGESTIVO NAS DESORDENS METABÓLICASDURANTE O TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Carvalho DLC1,2, Bezinelli L1, Eduardo FP1, Vogel C1, Silva CC1, Pereira A1, Lopes RMG1,Hamerschlak N1, Corrêa L2

1Hospital Israelita Albert Einstein2Faculdade de Odontologia Universidade de São Paulo

As alterações metabólicas durante o período inicial do transplante de células tronco hematopoiéticas(TCTH) podem ser derivadas do desequilíbrio de eletrólitos, distúrbios glicêmicos, disfunção hepatica eredução da reabsorção renal. O objetivo deste estudo foi descrever as alterações matabólicas detectadaspelos testes bioquímicos séricos realizados durante TCTH autólogo e alogênico, bem como investigarse as variáveis relacionadas à mucosite no trato digestivo podem ser fatores preditivos para essasalterações. Os dados sobre as variáveis relacionadas à mucosite oral (MO), mucosite na faringe, esôfagoe intestino, regime de condicionamento, profilaxia para doença do enxerto versus hospedeiro e doençaprimária foram recuperados de registros médicos de pacientes adultos com necessidade de TCTH(n=105), além disso foram coletadas informações sobre os resultados dos testes biquímicos séricos efunções do fígado e rins. A maioria dos pacientes apresentou hiponatremia (60%), hipocalemia(54,3%), hiperglicemia (61%) e hipocreatininemia (48,6%), principalmente durante o períodoneutropênico. As alterações bioquímicas séricas indicativas de disfunções renal e hepática foram menosfrequentes e apresentaram severidade leve. A análise de regressão multivariada ajustada revelou que adiárreia com duração superior a cinco dias foi fator preditivo significativo para hiponatremia (OR=3,4,P=0,007) e hipocreatininemia (OR=7,24, P=0,001), enquanto a dor na faringe/esôfago foi um fatorindependente (OR=7,24, p=0,010). Nenhum dos distúrbios metabólicos impactou significantemente asobrevida geral, mas os pacientes que precisam de substituição de cálcio, potássio e magnésioapresentaram fraca sobrevida. Concluímos que a maioria dos pacientes TCTH apresentou váriasdisfunções iônicas, renais e hepáticas, mas essas alterações foram leves. Além disso, a MO não foi umfator de risco para as alterações séricas nos testes bioquímicos, mas a diarréia prolongada edor/desconforto na faringe/esôfago podem ser fatores preditivos para algum desequilibrio eletrolítico elesão renal durante o período precoce do TCTH.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 190

LASERTERAPIA NA PREVENÇÃO DE MUCOSITE ORAL EM PACIENTES IDOSOSSUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICA

Bezinelli LM1, Eduardo FP1, Ferreira MH2, Gobbi MF1, Waisbeck TMB1, Silva CC1, HamerschlakN1, Correa L2

1Hospital Israelita Albert Einstein2Faculdade de Odontologia da USP

A mucosite oral (MO) é uma condição oral dolorosa com impacto importante no status nutricional ena qualidade de vida do paciente submetido ao Transplante de células tronco hematopoieticas (TCTH).Pacientes idosos submetidos ao TCTH apresentam um risco aumentado na severidade da MO e nãoexistem relatos na literature sobre o impacto da laserterapia na prevenção e tratamento de MO destespacientes. O objetivo deste estudo foi descrever o protocolo de TLBI na prevenção e tratamento de MOnos pacientes idosos submetidos ao TCTH e comparar os resultados clínicos da MO com os descritos naliteratura. Pacientes e Métodos: Pacientes submetidos ao TCTH (n=60) com idade ≥60 anos foramretrospectivamente analisados levando em consideração o tipo do TCTH, regime de condicionamento,grau de MO, protocolo de laserterapia e número de sessões de laserterapia. Resultados: Todos ospacientes avaliados foram submetidos ao protocolo de TLBI utizando 660nm, 100mW, 1J, 10J/cm2. ALaserterapia foi realizada diariamente com início no segundo dia de condicionamento até a pega damedula (media de 15±2 dias). Todos os pacientes foram submetidos a regimes de condicionamentomieloablativo com risco alto de desenvolver MO (busulfano, melfalano, ciclofosfamida e irradiaçãocorporal total). Ambos os pacientes submetidos ao TCTH autólogo e alogênico apresentaram altafrequência de MO discreta (grau 0 - 5.0%; grau 1 - 51.7%; e grau 2 - 33.3%) e baixa frequência de MOsevera (grau 3 - 8.3%; e grau 4 - 0.0%). Comparando com a literatura, a frequência da severidade daMO foi reduzida no presente estudo. Conclusão: O uso do TLBI em pacientes idosos submetidos aoTCTH foi seguro e minimizou o risco esperado de MO severa. Estudos clinicos prospectivos devem serconduzidos para comprovar a eficacia da TLBI na prevençaõ e tratamento de MO em pacietes idosos.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 191

CARACTERIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DO PALADAR EM PACIENTES SUBMETIDOS ATRANSPLANTE DE CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS

Ferreira MH1, Bezinelli L2, Eduardo FP2, Carvalho DLC1, Lopes RMG2, Nogueira RMG2,Hamerschlak N2, Corrêa L1

1Faculdade de Odontologia da USP2Hospital Israelita Albert Einstein

Alterações do paladar são frequentemente reportadas por pacientes durante o transplante de célulashematopoiéticas (TCH), porém são escassos os estudos que caracterizam essas alterações. O objetivodeste trabalho foi avaliar a frequência de ageusia e de alterações de intensidade na sensação dos saboresdoce, amargo, azedo e salgado em três períodos distintos do TCH, bem como avaliar o impacto dadisgeusia na qualidade de vida do paciente. Trinta pacientes adultos de TCH testaram soluções aquosascontendo concentrações fracas e fortes de açúcar (doce), café (amarga), ácido cítrico (azeda) e sal(salgada) nos períodos de pré-condicionamento (T0), neutropenia (T1) e pega da medula (T2). Nessespacientes e períodos, foi observada ausência ou presença de despapilação no dorso da língua. Foitambém avaliado o impacto da disgeusia na qualidade de vida. A principal alteração encontrada foidiminuição da sensação dos sabores, principalmente do amargo forte (42.9% dos pacientes) e do doceforte (27.3%). Falha na detecção do tipo de sabor foi também frequente, com destaque para os saboresdoce (24.7%) e salgado (22.1%). Em geral essas alterações foram mais frequentes nos períodos T1 eT2, com diferenças significativas em relação ao T0 para falha da sensação do sabor doce fraco(p=0.041), do amargo forte (p=0.007) e do salgado forte (p<0.001), bem como falha na identificação dosabor salgado (p=0.012). A frequência de despapilação foi significativamente maior nos períodos T1 eT2 em relação ao T0 (p<0.001), sendo mais evidente na região do ápice e das bordas anterioreslinguais. Na análise da qualidade de vida, 31.2% dos pacientes apontaram dificuldade moderada ouintensa de sentir o sabor dos alimentos e 40.3% de saboreá-los. Concluiu-se que a disgeusia durante oTCH é derivada principalmente de alterações na sensação da intensidade dos sabores e que essaalteração pode estar ligada à despapilação lingual. Tanto a disgeusia quanto a despapilação foram maisfrequentes durante a neutropenia e persistiram após a pega da medula. Essas alterações impactaramsignificativamente na qualidade de vida dos pacientes durante o TCH.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 192

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, PERDA DE PESO E MUCOSITEEM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO

HEMATOPOIÉTICAS (TCTH) DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA-PR

Santos AFSD1, Oliveira PDP1, Chiconato GC1, Souza A2, Campos DJ1, Schenoveber M1, KieutekaEEM1

1Hospital de Clínicas UFPR2Universidade Federal do Paraná

Introdução: O condicionamento realizado pré TCTH pode causar sintomas gastrointestinais aoindivíduo, como a mucosite, que dificulta a ingestão de nutrientes nesta fase em que há aumento dasnecessidades metabólicas, podendo levar à desnutrição. Acredita-se que o estado nutricional preservadoreduz a suscetibilidade à toxicidade gastrointestinal, visto que a massa muscular tem maior capacidadede metabolizar os fármacos utilizados no condicionamento. Objetivo: O objetivo do trabalho foicorrelacionar o grau de mucosite com a área muscular do braço (AMB) e percentual de perda de peso(%PP) durante o internamento de pacientes submetidos ao TCTH. Material e métodos: Estudoretrospectivo realizado em Hospital Universitário incluindo pacientes adultos submetidos ao TCTHentre outubro de 2015 a abril de 2017. Em até 72h do internamento realizou-se a primeira avaliação,obtendo peso, CB e PCT e a partir destes estimou-se a AMB. Tais medidas foram novamenteaferidas antes da alta hospitalar onde também se calculou o %PP. O grau máximo de mucosite foiconsiderado conforme exame clínico médico. Resultados: O estudo foi realizado com 45 pacientes entre19 e 66 anos, com tempo médio de internação de 31 dias. Em relação à mucosite, 60% dos pacientesapresentaram grau III ou IV. 67% apresentaram %PP >5%, considerada grave e 20% perdaponderal <5%. De acordo com a AMB da primeira avaliação, 57,8% foram classificadoscomo eutróficos e na última avaliação apenas 46,7% mantiveram esta classificação, demonstrando umdeclínio do estado nutricional destes pacientes. Graus de mucosite entre III e IV foram observados em57,69% dos pacientes eutróficos e 69,23% nos pacientes desnutridos, 63,2% em pacientes com%PP >5% e 55,5% para os <5%. Não houve correlação entre o grau de mucosite e as variáveisapresentadas (p>0,05). Discussão: Este trabalho apresentou resultado semelhante aos estudosde Sommacal, et al, 2010, Farias, et al., 2013 e Thomaz, et al., 2015, em que a maioria dos pacientessubmetidos ao TCTH teve perda grave de peso durante o internamento. A redução da AMB encontradaneste estudo também foi verificada no trabalho de Thomaz, et al., 2015, em que os autores concluíramque o declínio da medida da AMB foi capaz de predizer a ocorrência da doença do enxerto contra ohospedeiro (DECH) e a mortalidade nos 180 dias pós transplante. Conclusão: Percebeu-se declínio noestado nutricional da maioria dos pacientes estudados, evidenciado por AMB e %PP, bem comopredomínio dos graus III ou IV para a mucosite. Destaca-se a prevalência de pacientes atingidos pelosgraus mais graves de mucosite nos grupos com perda de peso grave e desnutrição, porém não houvecorrelação entre as variáveis. Fica evidenciado a importância do suporte nutricional nesta fase críticapara o estado nutricional do indivíduo e a necessidade de novos estudos que esclareçam os fatoresrelacionados a toxicidade gastrointestinal no TCTH.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 193

INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NA RESOLUÇÃO DE SINTOMAS GASTROINTESTINAIS(SGI) EM PACIENTES IDOSOS ONCOLÓGICOS AMBULATORIAIS DE UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA-PR

Schenoveber M1, Oliveira PDP1, Santos AFSD1, Chiconato GC1, Kieuteka EEM1, Campos DJ1

1Hospital de Clínicas - UFPR

Introdução: SGI são comuns em pacientes oncológicos, bem como a necessidade de terapianutricional enteral (TNE) como alternativa alimentar, uma vez que a ingestão e absorção de nutrientesestá prejudicada. Estes fatores são potencializados em idosos, devido às alterações orgânicas naturais doenvelhecimento e interferem negativamente na qualidade de vida, resposta ao tratamento e capacidadefuncional. Sendo assim, o acompanhamento e a terapia nutricional são aliados para reduzir os SGI quepodem levar à desnutrição. Objetivo: O objetivo deste estudo foi identificar a resolução de SGI empacientes idosos oncológicos por meio da intervenção nutricional. Material e Métodos: Estudoretrospectivo realizado em hospital universitário, com pacientes oncológicos em acompanhamentoambulatorial que realizaram no mínimo 3 consultas nutricionais entre janeiro de 2016 e junho de 2017,sendo a queixa principal a presença de SGI ou necessidade de TNE via oral ou via sonda. Em cadaconsulta, aferiu-se o peso corporal e avaliou-se a resolução da queixa principal inicial. Resultados: Aamostra contou com 14 pacientes com idade média de 70,07 anos (desvio padrão ±8,25), sendo 10pacientes do sexo masculino (71,4%) e 4 do sexo feminino (28,6%). Em momento anterior àsintervenções nutricionais, os pacientes acompanhados tiveram perda ponderal média de 18%,considerada grave. Destes, 43,8% (n=7) buscaram atendimento nutricional por indicação de TNE viaoral ou via sonda associado à algum sintoma gastrointestinal. 18,8% dos pacientes procuraramatendimento (n=3) devido diarreia, 12,5% (n=2) por náuseas, 12,5% (n=2) por disfagia, 6,3% (n=1) porconstipação e 6,3% (n=1) por êmese. Após 3 consultas de nutrição, 50% dos pacientes tiveram a queixaprincipal solucionada mediante as intervenções nutricionais propostas. Discussão: No InquéritoBrasileiro de Nutrição Oncológica - IBNO (2013), a inapetência foi o principal sintoma gastrointestinalrelatado, seguido de náusea, constipação e xerostomia. Os pacientes analisados no presente estudoapresentaram sintomas semelhantes, porém, a diarreia foi a principal queixa gastrointestinal de nossaamostra, o que não esteve em destaque no IBNO. A elevada procura de atendimento nutricional devidoa indicação de TNE via oral ou via sonda demonstra que esta população pode não atingir suasnecessidades nutricionais apenas via oral, devido a sintomatologia gastrointestinal previamenteapresentada, evidenciado pela perda ponderal grave anterior às intervenções nutricionais. Além disso, apopulação idosa apresenta alterações que se somam a estes SGI, como dentição prejudicada, redução namassa muscular e na síntese proteica, entre outros. Conclusão: O acompanhamento nutricionalmostrou-se como uma importante estratégia na minimização de sintomas gastrointestinais e manutençãoou recuperação do estado nutricional de pacientes oncológicos idosos.

Palavras-chave: idosos, sintomas gastrointestinais; intervenção nutricional, oncologia

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Medicina OralTrabalho: 194

INSERÇÃO DE ESTOMATOLOGISTA DEDICADO AO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTESPÓS TCTH TARDIO: IMPACTO NO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA

HOSPEDEIRO CRÔNICA ORAL E MELHORA DE DESFECHOS CLÍNICOS

Dillenburg CS1, Sasada INV1, Munerato MC2, Silva PO1, Zuckermann J1, Pschaefer PGS1, Daudt LE1,Paz AA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre2Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doença do enxerto contra hospedeiro crônica (DECHc) é a principal complicação do transplante decélulas tronco hematopoiéticas (TCTH). Estima-se que mais de 70% dos pacientes desenvolvam DECHc6 a 12 meses após o transplante. Apesar de poder acometer qualquer sítio do corpo, pele e boca costumamser os locais de predileção e, em muitos casos, a cavidade oral pode ser o primeiro ou até mesmo oúnico sítio afetado. Este estudo teve como objetivo acompanhar as consultas de rotina dos pacientes pósTCTH tardio, avaliando a cavidade oral para o diagnóstico de DECHc e comparando com o diagnósticoprévio existente. Foram avaliados 103 pacientes durante o período de 1 ano que compareceram paraas consultas de rotina. O exame foi realizado por uma Estomatologista, durante a consulta médica,como parte do exame clínico, utilizando-se lanterna, gaze e espátula de madeira. Os critérios utilizadospara o diagnóstico clínico basearam-se no NIH diagnostic criteria for chronic GVHD de 2005, revisadoem 2014, no qual deveria haver a presença de no mínimo uma manifestação clínica para DECHc oupresença de no mínimo uma manifestação clínica confirmada por biópsia e a exclusão de outros possíveisdiagnósticos. Resultados: Dos 103 pacientes examinados, 59 homens e 44 mulheres, com uma médiade 8,25 anos pós transplantes (mínimo de 0,8 ano e máximo de 22 anos). 73,8% (n=76) desenvolveramDECHc em algum sítio, sendo 72,4% (n=55) na cavidade oral. Dentre os 55 pacientes diagnosticadoscom DECHc oral, 52,7% não possuíam descrição de diagnóstico, lesão ou sintomatologia no prontuáriomédico. Foram realizadas 13 biópsias para aqueles casos nos quais havia necessidade de excluir outrasdoenças e/ou descartar malignidade.

A DECHc oral apresenta uma prevalência entre 72 a 83% e comportamento bastante variável,similar ao observado em outras partes do corpo, no que concerne sintomatologia e aspecto clínico. Odiagnóstico de DECHc oral deve ser realizado baseando-se na história e no exame clínico minuciosopor um profissional qualificado e, quando necessário, exames auxiliares devem ser utilizados, a fim deconfirmar a doença e excluir outras possíveis diagnósticos como candidíase, herpes, lesões malignas ereações a drogas. Apesar de fazer parte das diretrizes de acompanhamento destes pacientes, apenasalguns centros de referência possuem cirurgião-dentista especializado como parte da equipemultidisciplinar no acompanhamento de rotina, o que favorece o subdiagnóstico da DECHc oral emmuitos casos, como podemos observar nos resultados apresentados. Pacientes submetidos ao TCTH sãoacompanhados por uma equipe multidisciplinar, fundamental para o tratamento e melhora dascomorbidades envolvidas e o Estomatologista deve estar intimamente inserido para realizar oreconhecimento da DECHc oral, bem como atuar no manejo local dessa condição, cujo diagnósticoprecoce e correto é essencial para a sobrevida com qualidade de vida satisfatória pós transplante dessespacientes.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Serviço SocialTrabalho: 195

COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS NO “CUIDAR DE QUEM CUIDA”: UM DESAFIO DESDEA RESIDÊNCIA À PRÁTICA EM EQUIPE INTERDISCIPLINAR

Souza MV1, Cavalcante FG2, Ferrarez MS1, Maia PBSS1, Pereira SL1, Lerner D1

1Instituto Nacional do Cancer2Universidade Veiga de Almeida

O estudo na linha de pesquisa Psicanálise e Saúde aborda a comunicação de más notícias nouniverso oncohematológico, numa perspectiva interdisciplinar, com o foco no profissional, quetransmite e recebe má notícia, uma intervenção difícil que coloca o sujeito frente aos limites da vida àfinitude. Nesse sentido, as inquietudes aqui estudadas no âmbito hospitalar estão voltadas para o“Cuidar de quem Cuida”, nas “Oficinas de más Notícias”, na Residência Multiprofissional. Com visívelnecessidade de treinamento, de fortalecimento da psique do profissional para compreender essa “teia”,que se constrói, de cada realidade desses sujeitos. Como lidar com a Dor e o Sofrimento sem adoecer?Entretanto, na literatura, se destaca a insuficiência na formação curricular do profissional, poucapreparação em nível de técnico para transmitir más notícias sobre efeitos de doenças graves.OBJETIVOS: Repensar a prática de transmissão de más notícias, treinando residentes efortalecendo-os para melhor intervenção. Específicos : Analisar a participação dos residentes durante asOficinas, as singularidades de cada grupo e o “papel”dos cenários realísticos; Descrever e encenarrelatos de casos, trazidos pelos RM; utilizar o protocolo SPIKES, os conceitos e dispositivos da PNH;Acompanhar e comparar as experiências dos residentes, em sua rotina hospitalar, antes, durante edepois da participação nas Oficinas, como “sentem na pele”e enfrentam o desafio. METODOLOGIA :Pesquisa qualitativa – participante entrevista semiestruturada, grupo focal e cenário realístico, espaçoque os residentes vivenciam experiências, que relatam o que sentem e como reagem diante dosofrimento no campo hospitalar, em que medida e de que modo esse treinamento os instrumentalizampara intervenção. No Ensino, o método “role-playing”, se colocar no lugar do outro, os 16 residentesde Serviço Social do primeiro e do segundo ano (2017 e 2016), os que já concluíram a Residência.RESULTADOS :A análise permitiu-nos refletir sobre as estratégias a serem utilizadas no treinamentopara esse tipo de notícias. Os resultados foram alcançados nas análises de categorias/ classificação,descritas na pesquisa, a hipótese que trabalhadores de saúde tecnicamente preparados, estarão maisaptos a transmitirem e receber más notícias, diminuindo a insegurança e a sensação de impotência,levando em conta o efeito de uma notícia ruim no sujeito, além de amparar o profissional, fornecendoaprendizado vivencial, reflexivo para intervir e compreender o impacto que causará sobre o cuidado.CONCLUSÃO : Enfim, fortalecer o profissional, no âmbito das relações e interações humanas,buscou-se diminuir o hiato entre a formação subjetiva e a prática clínica, entre a informação científica ea experiência humana, única e singular. O desafio é aliar competência técnica com o ato de cuidar comternura pela vida, pela sensibilidade ética, neste árduo universo sem adoecer.

Palavras-chave: Transplante, serviço social, psicanálise doenças oncohematológicas, protocoloSPIKES.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Serviço SocialTrabalho: 196

AS MUDANÇAS NO MODO DE VIDA DOS USUÁRIOS TRANSPLANTADOS DE MEDULAÓSSEA: DESAFIO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ATENDIMENTO DAS NECESSIDADES

DOS USUÁRIOS DO INCA

Maia PBSDS1, Ferrarez MS2, Souza MV2, Pereira SL2, Lerner D2

1Universidade do Estado do Rio de Janeiro2Instituto Nacional do Câncer

O trabalho tem por objeto as mudanças no modo de vida dos usuários transplantados de medulaóssea e o desafio das políticas públicas para o atendimento das necessidades dos usuários doCEMO/INCA. Objetivos: Promover estudo acerca dos limites e possibilidades das políticas públicasdisponíveis para o atendimento das necessidades geradas aos Transplantados de Medula Óssea. Paraisso identificar e caracterizar os maiores impactos das mudanças no modo de vida sofridos pelosusuários após o transplante de medula óssea; analisar as principais necessidades sociais geradas após otratamento de transplante, através do olhar especializado do Assistente Social, e apontar limites epossibilidades das políticas públicas para o atendimento às necessidades dos pós-transplantadosatendidos. Métodos: Estudo bibliográfico e documental, e entrevistas com cinco usuários selecionadosque foram atendidos pela equipe do CEMO e já realizaram o Transplante de medula Óssea.Resultados: Não somente as políticas que compõem a Seguridade Social, como as diversas políticaspúblicas intersetoriais, não dão respostas a estas necessidades de forma integral e com equidade. Atendência para resolução apresentada tem sido os recursos de instituições filantrópicas (Terceiro Setor),procuradas pelos usuários e encaminhadas pelo próprio Assistente Social. O caminho muitas vezesadotado para enfrentamento destes limites, é o da judicialização, que evidencia a negação de direitossociais, com a afirmação da ineficácia na gestão do investimento nesta área. Discussão: A realidade deoferta e efetividade das políticas públicas por parte do Estado tem se apresentado na atualidade,revelando muitos limites, que impactam diretamente no trabalho do Serviço Social como profissionalque debruça a sua atuação no projeto ético-político. O enfrentamento deve ser não somente comestratégias que visem à garantia do acesso dos usuários aos direitos sociais através das políticaspúblicas, mas na direção de numa prática pensada, reflexiva, em conformidade com a realidade dosusuários no acesso e continuidade dos serviços. Conclusão: É relevante a reflexão acerca da direção denossa atuação dentro da Instituição, na direção da defesa dos interesses da classe trabalhadora, natentativa de realizar a mediação entre o atendimento das demandas com os recursos disponíveis,trazendo estas demandas da realidade, para a dimensão macro, no esgotamento das possibilidades daPolítica Pública, e no comprometimento com a ampliação e formulação de novas políticas parasuperação do ideário neoliberal vigente. Um dos principais instrumentos a ser utilizado pelo AssistenteSocial neste sentido é a mobilização dos usuários através de ações de controle social. Neste sentido, seapresenta como um desafio ao profissional, garantir o princípio da integralidade da assistência suatotalidade, tendo em vista a complexidade da demanda a ser enfrentada no âmbito dasaúde.Palavras-chave : transplante de medula óssea, políticas públicas, politicas sociais, serviço social,e, modos de vida.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Serviço SocialTrabalho: 197

DEMANDAS PSICOSSOCIAIS RELACIONADAS À IMINÊNCIA DE ÓBITO EM PACIENTESSUBMETIDOS AO TCTH ALOGÊNICO

Pedebos GL1, Grings CO1, Santos PPMD1, Pacheco CL1, Paz AA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

O Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é um procedimento complexo indicadocomo alternativa terapêutica quando os tratamentos convencionais foram insuficientes ou ineficazes.Apesar de se tratar de procedimento eficaz e com potencial de cura para doenças hematológicasmalignas e benignas, traz muitos riscos, inclusive a possibilidade de óbito. Quando o desfecho doTCTH não é o esperado e o paciente não possui tratamento curativo, podem ser estabelecidas medidasde cuidado paliativo, exigindo mudança na perspectiva de cuidado da equipe e na organização familiar.O trabalho consiste em descrever as demandas psicossociais frente à iminência de óbito dos pacientessubmetidos ao TCTH alogênico e as propostas de intervenção do Serviço Social e Psicologia através derelato de experiência. A identificação das demandas ocorre através de entrevistas individuais efamiliares e discussão dos casos em equipe multidisciplinar. O plano de intervenção inclui abordagensconjuntas com a equipe médica. Identifica-se que a morte iminente pode desencadear vivênciasemocionais intensas e/ou desinvestimento nas relações externas. As informações em relação aoprognóstico são compartilhadas preferencialmente com a família, a qual pode tender a omitirinformações na intenção de proteger o doente, o qual pode vir a se sentir isolado, inseguro e ansioso, aoinvés de protegido. Este momento impõe ainda uma série de decisões e procedimentos práticosrelacionados à documentação, organização dos ritos de funeral e enterro. Contextos de vulnerabilidadesocioeconômica limitam as possibilidades de escolha autônoma sobre a condução deste momentointensificando o estresse e a sensação de insegurança diante da impossibilidade de efetivar a despedidaidealizada. O auxílio funeral é um benefício eventual previsto na LOAS/1993 dependendo deregulamentação municipal. Os óbitos que demandam translado do corpo para outros Estados dependemda operacionalização da Portaria MS 55/99 (Tratamento Fora de Domicílio), com normatizaçõesespecíficas em cada Estado, explicitando um contexto de desproteção social, recursos limitados einsuficientes. Conclui-se que é preciso empreender esforços para romper com a conspiração do silêncioentre os envolvidos, com vistas a dar voz aos desejos do paciente e da família, promover despedida,permitir vivências do luto antecipatório e ressignificação da vida. Reações de choque, incredulidade,raiva e desespero são esperadas e podem ser direcionadas para a equipe assistencial, a qual deve estarapropriada da sua função cuidadora de garantir a melhor qualidade de vida na morte, exigindo açõescoesas e continentes. O psicólogo pode observar, escutar o silêncio e oferecer-se para auxiliar naconstrução da significação do processo de morrer. O assistente social tem o compromisso de articular oacesso às políticas públicas, promovendo o diálogo e as informações pertinentes aos familiares e equipena perspectiva da garantia de direitos.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Serviço SocialTrabalho: 198

COMO AS AÇÕES DE COMUNICAÇÃO, A MÍDIA E AS REDES SOCIAIS AUMENTARAM ONÚMERO DE ATUALIZAÇÕES DE CADASTRO DO DOADOR

Marques TF1, Tavares NS1, Vidmontiene DDA1, Almada AJ1, Bouzas LFS1

1REDOME

Introdução: Para realizar a busca de doadores, o Registro Nacional de Doadores Voluntários deMedula Óssea (REDOME) precisa manter seus cadastros atualizados. Atualmente, além dos 300 milnovos cadastros por ano, são elaboradas ações para explicar a importância do doador manter seucadastro atualizado. Estas ações podem ser conscientizações em congressos, publicações em redessociais ou atendimento à imprensa direcionado para a necessidade da atualização. O REDOME precisater um doador consciente de que permanecerá no registro até completar 60 anos de idade e precisaráinformar em casos de alteração de qualquer dado fornecido para cadastro, como telefone, endereço etc.O doador precisa estar com seus contatos corretos para ser localizado em caso de compatibilidadeinicial com algum paciente. Objetivos: O estudo tem o objetivo de demonstrar como as ações decomunicação realizadas, nos anos de 2016 e 2017, assim como as matérias veiculadas na mídia e aspublicações nas redes sociais que tiveram uma boa orientação e a indicação do site para atualização decadastro, contribuíram para o aumento do número de atualizações. Material e métodos: A pesquisafoi feita por meio do SISMATCH, de onde foram extraídos os números de atualizações mensais eanuais. O período analisado, 2016 e 2017, foi comparado ao ano de 2015, quando as ações não eramdirecionadas para este fim. Resultados: A partir da análise, foi possível observar que nos meses emque ações de comunicação aconteceram e quando o registro aparecia na mídia, o número deatualizações aumentava. Com uma comunicação direcionada, a média mensal de atualização decadastro aumentou 182% em 1 ano e meio, levando em consideração as médias mensais de 2015 –3.951 mil e 2017 (até junho) – 11.135 mil. Comparando os dois anos (2016 e 2017) em que as ações sevoltaram para a causa, obeservou-se um aumento de 89% na média mesal de atualização (2016 – 5.897mil e 2017 – 11.135 mil). Ao realizar uma análise mensal dos dois anos estudados, podemos perceberum aumento no número de atualizações em meses específicos. Em agosto de 2016, o REDOMEparticipou de dois congressos e realizou ações nas redes sociais pela campanha do Dia Mundial doDoador de Medula Óssea, o que resultou em 11.087 mil atualizações. No mês de abril de 2017, duasmatérias de televisão foram veiculadas, resultando em 17.266 mil atualizações. Em maio de 2017, umapresentador famoso fez uma publicação em sua rede social falando sobre o transplante de medulaóssea e indicando o site do REDOME, o que contribuiu com 21.862 mil atualizações. Discussão eConclusão: Comprova-se a necessidade do trabalho da comunicação social para sensibilizar osdoadores e garantir o crescimento das atualizações. O cadastro atualizado contribui para que alocalização do doador seja feita no menor tempo possível, em caso de compatibilidade inicial,garantindo maior agilidade na identificação de um doador para o paciente que necessita do transplantede medula óssea.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Serviço SocialTrabalho: 199

AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO SOCIAL DOS PACIENTES SUBMETIDOS ATRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS (TCTH) ALOGÊNICO NO

PROJETO MAIS TMO DO PROADI-SUS

Frota EE1, Pedebos GL2, Silva TS1, Santos PPMD2, Marques MF2, Paz AA2, Rigoni LDC1,Astigarraga CC1

1Hospital Moinhos de Vento2Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: O programa de desenvolvimento institucional do Sistema Único de Saúde(PROADI-SUS) é uma ação do Ministério da Saúde em parceria com hospitais de reconhecidaexcelência em saúde, como o Hospital Moinhos de Vento (HMV). O projeto Mais TMO prevê aqualificação de programa de Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) no SUS, emparceria com Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), e dentro das atividades realizadasdestaca-se a realização do TCTH aparentado em pacientes que estão aguardando em lista do SUS. Paraque a realização dessa atividade fosse viável foi desenvolvido um método de avaliação ecompartilhamento de dados, sendo a avaliação social pré transplante constituída de entrevista com opaciente e familiares, a fim de mapear o contexto familiar, econômico, habitacional educacional/culturale socioassistencial. Objetivo: Relato de experiência da atuação em parceria de duas equipes de serviçosocial de instituição pública e privada na avaliação e acompanhamento de tratamento de pacientes doSUS submetidos a TCTH. Material e Método : Trata-se de um relato de experiência sobre a parceriaestabelecida entre os hospitais, em especial entre o Serviço Social das instituições. Resultados: Noperíodo de dezembro a julho de 2017 foram realizadas 7 avaliações sociais, onde foram identificadospacientes em faixa etária de 17 a 57 anos, provenientes da região metropolitana e interior do estado,renda per capita de 3 a 7 salários mínimos, escolaridade de ensino médio a superior, com vínculofamiliar presente e constante. A avaliação social acontece no HCPA, identificando-se aspectos docontexto familiar, econômico, habitacional educacional e socioassistencial. Após a avaliação, asinformações são compartilhadas com a equipe do Serviço Social do HMV onde o paciente e sua famíliaserão acompanhados durante o transplante, orientados e auxiliados em relação a mobilização dedoadores de sangue e hemoderivados, interlocução com secretarias de saúde dos municípios e estadosde origem para aquisição de medicamentos, benefícios sociais, transporte e ajuda de custo. Nomomento da indicação da alta o caso do paciente é discutido entre as equipes das instituições para que opós-transplante seja conduzido no HCPA. Discussão: A metodologia de trabalho foi pensada para quea transição entre as instituições transmita segurança ao paciente proporcionando todas as informaçõesnecessárias para dar seguimento ao cuidado do paciente. A avaliação do serviço social e as articulaçõesa serem realizadas, visam a organização familiar para permitir a realização do TCTH, da melhor formapossível, e possibilitando também a reinserção social pós transplante Conclusão: A avaliação social dopaciente e o compartilhamento de informações entre as equipes de Serviço Social do HMV e HCPAassegura melhor adesão ao tratamento e segurança do paciente e seus familiares na transição entre asduas instituições parceiras em todas as fases do TCTH.

Palavras chave: Transplante de células-tronco hematopoéticas; Meio Social; Política Pública;Condições Sociais.

Financiamento: Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde(PROADI-SUS), acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação Hospitalar Moinhos deVento, por meio do termo de ajuste de número 04/2014.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 200

ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS NA ALTA HOSPITALAR DE PACIENTES PEDIÁTRICOSSUBMETIDOS AO TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Michalowski MB1, Battistel AP1, Santos MTD1, Marques RF1, Gatiboni T1, Meneses CF1, SelistreSGA1, Loss JF1, Gregianin LJ1, Junior MCE1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo é uma daspossibilidades de tratamento para pacientes pediátricos oncológicos. A farmacoterapia pós alta dessespacientes por vezes é complexa devido ao elevado número de medicamentos prescritos. Ainda, muitasvezes os pacientes e seus cuidadores desconhecem os cuidados que devem ser adotados em sua terapiamedicamentosa domiciliar. Assim, a adequada orientação farmacêutica a esses pacientes tem papelimportante para evitar o uso incorreto dos medicamentos e promover adesão ao tratamento. Objetivo:Avaliar as orientações farmacêuticas no momento da alta hospitalar de pacientes pediátricos submetidosao TCTH autólogo em uma unidade de oncologia pediátrica de um hospital universitário do sul doBrasil. Material e Métodos: Estudo descritivo, realizado no período de fevereiro de 2016 a junho de2017, das orientações de alta realizadas pelos farmacêuticos clínicos a pacientes pós TCTH autólogo.Avaliou-se a idade dos pacientes, o diagnóstico, o tempo de internação, o número de horários deadministração, o percentual de medicamentos fixos e sintomáticos, o percentual de medicamentosprescritos em forma farmacêutica líquida, bem como a necessidade de orientação para preparo dederivações farmacêuticas. Todos os dados foram obtidos a partir de tabelas confeccionadas, onde asinformações relacionadas aos pacientes e aos medicamentos foram registradas. Projeto 07-222aprovado pelo CEP da instituição. Resultados: Todos os pacientes (n=14) submetidos ao TCTHautólogo no período do estudo receberam orientação farmacêutica na alta hospitalar. A mediana deidade dos pacientes foi 46 meses (min=13; máx=218 meses). O diagnóstico mais frequente foineuroblastoma (n=10) e a mediana do tempo de internação foi 42,5 dias (min=24; máx.=84). Amediana do número de horários de administração foi 4 (min=2; máx=5). Em 100% das orientaçõeshavia medicamentos fixos (mediana=4; min=3; máx=7) e em 50% medicamentos sintomáticos(mediana=0,5; min=0; max=4). Em 100% das orientações havia medicamentos com formafarmacêutica líquida, o que facilita a administração para pacientes pediátricos, e em 71,43% dasorientações houve a necessidade de orientar o preparo de derivação farmacêutica, sendo que, o cuidadorfoi orientado sobre a diluição e administração do volume correspondente à dose prescrita. Discussão: Acomplexidade e o número de medicamentos prescritos para alta hospitalar de pacientes submetidos aoTCTH demonstra a necessidade de orientação oral e escrita pelo farmacêutico e demais membros daequipe multiprofissional aos pacientes e cuidadores. Conclusão: A atuação do farmacêutico clínicojunto à equipe multiprofissional contribui para a segurança no uso dos medicamentos e,consequentemente, para o sucesso na continuidade do tratamento no domicílio. Como perspectiva doestudo, pretende-se avaliar a adesão dos pacientes às orientações fornecidas.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: AdministrativoTrabalho: 201

ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS DE UM TUTORIAL SOBRE A INSERÇÃO DEDADOS NO CENTER INTERNATIONAL FOR BLOOD & MARROW TRANSPLANT RESEARCH

(CIBMTR) PARA CENTROS TRANSPLANTADORES BRASILEIROS

Silva CC1, Neves HRAD2, Simoni AJ3, Vogel C1, Pasquini M4, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2Hospital de Clínicas - UFPR3Hospital Amaral Carvalho4Center for International Blood & Marrow Transplant Research - CIBMTR

Introdução:O transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é uma alternativa paratratamentos de doenças malignas e não-malignas. Segundo a Associação de Transplante de Órgãos(ABTO), foram realizados 2.187 transplantes no Brasil em 2016. A compilação e a análise de dadospara esse tipo de procedimento são fundamentais para entender os desfechos do paciente. O CIBMTR éuma base norte-americana de referência mundial que viabiliza esse processo. Assim, três centrosbrasileiros desenvolveram um tutorial por meio de Ensino à Distância (EAD) sobre o preenchimentodas fichas Transplant Essencial Data (TED), como forma de incentivar outros centros nacionais areportarem seus dados ao CIBMTR. Objetivo: Analisar de forma descritiva os resultados e a aplicaçãodo tutorial sobre a inserção de dados no CIBMTR para centros transplantadores brasileiros, referente aoperíodo de fevereiro a junho de 2017. Metodologia: Os resultados foram compilados por meio derelatórios gerados da base de dados da Adobe Connect e informações do CIBMTR. Resultados: O curso“Guia de Preenchimento de dados Pré e Pós transplante” foi lançado por meio de um Hangout em8/02/2017, com a participação de 55 centros brasileiros, de um total de 79. Houve 81.356 inscritos parao módulo 1 (pré-TED) e 311.184 para o módulo 2 (pós-TED). 110 pessoas concluíram o primeiromódulo e 27 o segundo, com uma aceitação do curso maior que 65%; O perfil profissional predominantefoi o da enfermagem (24%). O Sudeste teve um número maior de participantes, sendo 46 do estado deSão Paulo (41%).A pesquisa de satisfação foi realizada através da atribuição de notas na escala de 0 a10. Observou-se que as pontuações predominantes variaram de 8 a 10, para cada item avaliado.Um doscritérios avaliado foi a indicação do curso para outra pessoa, 35 participantes indicariam o pré-TEDpara um outro colega de trabalho (72,4%) e 14 o pós-TED (93,4%); 36 acharam o conteúdo do curso dopré-TED atualizado (85,6%) e 15 o pós-TED (100%). De acordo com CIBMTR, houve um acréscimode 7 para 10 centros ativos, entre o ano de 2016 e o primeiro semestre de 2017, com um aumento de 8%do número de transplantes reportados. O curso foi apresentado no congresso norte-americano - BMTTandem 2017 e considerado o melhor trabalho da sessão do CIBMTR. Conclusão: Conclui-se que aferramenta desenvolvida, por meio de EAD, influenciou, positivamente, o reporte dos dados aoCIBMTR, demonstrado pelo número de centros participantes no treinamento, pelos resultados dapesquisa de satisfação e o aumento de 3 centros ativos na database norte-americana. O reconhecimentodo curso, a nível nacional e internacional, promove forças para continuar os investimentos neste tipo deeducação, tanto para centros principiantes quanto para aqueles que já desenvolvem essa atividade.

Palavras-chave: Dados, Tutorial, CIBMTR, Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas, Brasil.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: AdministrativoTrabalho: 202

O DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO DO REGISTRO DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEANO CENÁRIO INTERNACIONAL ENTRE O ANO DE 2010 E 2016

Arrais PSN1, Tavares NS1, Vidmontiene DDA1, Almada AJ1, Bouzas LFS1

1REDOME

Introdução: O Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME) entende que crescernão é apenas uma questão de números, mas também adotar novos processos para alcançar os padrõesglobais, com o foco em salvar vidas de pacientes no menor tempo possível. Objetivos: Este estudo temcomo objetivo identificar como o REDOME se desenvolve estrategicamente no cenário internacional,no qual visa aprimorar o atendimento de pacientes internacionais que necessitem de um transplante demedula óssea. Material e método: Foi realizado o levantamento dos pedidos para pacientesinternacionais no sistema de gestão entre os anos de 2010 e 2016 e listadas as ações estratégicasadotadas no REDOME dentro deste período. Com a Portaria nº87/GM, de 21 de janeiro de 2009, foiiniciada a atividade do REDOME na área internacional, na qual autoriza o envio de células-troncohematopoiéticas de doadores cadastrados para pacientes que necessitem de transplante de medula ósseano exterior. Foram implementadas estratégias como: contratar funcionários direcionados para a áreainternacional; Preparação de relatórios de desempenho; Padronização de processos; Estabelecimento donúcleo de qualidade; Recrutamento de consultoria externa na área de qualidade; Identificação e análisede indicadores operacionais e de qualidade; Atividades contínuas de ciclos de treinamento; Novasconexões via European Marrow Donor Information System (EMDIS); Processo de qualificaçãointernacional como principal requisito para a acreditação internacional. Resultado : No período de2010 a 2016, o REDOME apresentou um crescimento vertiginoso em todas as solicitações de pedidospara o paciente internacional. Para pedidos de pesquisas preliminares, a demanda de 71 pedidos em2010 aumentou para 14245 em 2016, este aumento foi seguido por outras fases do processo. A tipagemcomplementar de antígeno leucocitário humano (HLA) em 2010 foi de 397 pedidos, enquanto em 2016foi de 8511 pedidos. Nos pedidos de confirmação de tipagem (CT), em 2010 foram enviadas 560amostras e no ano de 2016 foram encaminhadas 2232 amostras para a realização de CT. Quando a fasefinal das unidades de células-tronco hematopoiéticas (CTH) dos produtos de medula óssea, sangueperiférico e linfócitos de doadores exportados foi analisada, em 2011 foram exportadas 9 unidades deCTH e em 2016 o número de unidades exportadas foi de 106 unidades de CTH. Discussão eConclusão: Concluímos que o REDOME se torna mais presente na área internacional, sendonecessário um planejamento estratégico contínuo para estar preparado para o crescimento da demandainternacional, utilizando boas práticas e desempenho de qualidade em todas as áreas do processo dedoação de medula óssea. Entender este estudo permite a oportunidade de melhorar a credibilidade doREDOME em todo o mundo, transformando-o em um modelo de benchmarking para qualidade, gestãode processos e atuação no modelo econômico vigente no país.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: AdministrativoTrabalho: 203

AUMENTO DA ATUALIZAÇÃO DE CADASTRO NO SITE DO REDOME NO PERÍODO DACAMPANHA DO DIA MUNDIAL DO DOADOR DE MEDULA ÓSSEA -WORLD MARROW

DONOR DAY, DE JUNHO/2016 À SETEMBRO/2016.

Aguiar CC1, Marques TF1, Tavares NS1, Vidmontiene DDA1, Almada AJ1, Bouzas LFS1

1REDOME

Introdução: Em 2015, a World Marrow Donor Association (WMDA) lançou o World MarrowDonor Day (WMDD) - Dia Mundial do Doador de Medula Óssea - em agradecimento aos 25 milhõesde doadores no mundo e utilizou o terceiro sábado de setembro para esta comemoração, através dasRedes Sociais por uso das hashtags #WMDD, #thankyoudonor e #25millionthanks. Os Registros dedoadores de medula óssea em mais de 50 países participaram da campanha. A WMDA indica trêsregistros para premiação nas categorias Grand Prize, Originalidade e Incentivo. Em 2015, osvencedores foram Estados Unidos, o Registro Gift of life, com a categoria Grand Prize, o Registro daFrança com a categoria de originalidade e O Registro da Tailândia com a categoria de incentivo. Paracelebrar o Registro brasileiro lançou e divulgou na imprensa o site do Redome que teve destaque emseu lançamento para uma área exclusiva com informações voltadas para o doador voluntário de medulaóssea, onde ele também pode atualizar seu cadastro no registro. Em 2016, com 28 milhões de doadorescadastrados no mundo, a WMDA manteve a campanha de agradecimento aos doadores de medula ósseautilizando as hashtags #WMDD e #thankyoudonor. A campanha no Brasil destacou suasatividades durante os jogos olímpicos no Rio de Janeiro e lançou o mote “Atualize o seu cadastro, vocêpode salvar uma vida em qualquer lugar do mundo”. As principais atividades realizadas foram deconscientização em escolas e Universidades, concurso WMDD nos hemocentros, cadastro de todos oseventos realizados no Brasil, no site World Marrow Donor Day e estandes nos principais eventos. Asatividades no Brasil tiveram destaque internacional, sendo o REDOME vencedor do Grand PrizeWMDD 2016, o Gift of life (EUA) conquistou a categoria originalidade e o Registro da India – Datri -com a categoria de incentivo. Objetivos: Analisar o número de atualizações realizadas no período dacampanha “World Marrow Donor Day 2016”. Material e método: Acompanhamento mensal doscadastros atualizados via SISMATCH. Resultados: Por meio do estudo, observou-se que os meses deagosto e setembro de 2016, quando foram realizadas as ações da campanha do Dia Mundial do Doadorde Medula Óssea, tiveram altos números de atualizações realizadas em relação aos outros meses.Agosto e setembro resultaram em 11.087 e 7.211 mil atualizações, respectivamente, apresentando umresultado superior à média mensal de 5.897 mil atualizações. O ano de 2016 totalizou 70.769 milatualizações, sendo que 18.298 mil foram feitos nos meses em que a campanha foi realizada. Discussãoe conclusão: De acordo com os dados de atualização de cadastro no período de campanhas do DiaMundial do Doador de Medula Óssea é possível demonstrar a importância da atuação do REDOME etoda rede na conscientização de atualização de cadastro e divulgação na imprensa, fazendo com quemais doadores sejam encontrados e mais vidas que necessitam de um transplante de medulaóssea sejam salvas em menor tempo.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: AdministrativoTrabalho: 204

DE ONDE VEM OS DOADORES QUE REALIZARAM A DOAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCOHEMATOPOIÉTICAS? UM RETRATO DO REGISTRO BRASILEIRO DE DOADORES

VOLUNTÁRIOS DE MEDULA ÓSSEA (REDOME).

Torres L1, Almada AJ1, Abdelhay ESFW2, Bouzas LFS2

1Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea2Instituto Nacional de Câncer

INTRODUÇÃO: O número de transplantes não-aparentados de células-tronco hematopoiéticas(TCTHs) vem crescendo nos últimos anos, de 111 transplantes em 2006 para 381 transplantes somenteem 2016. Com o apoio e incentivo do Ministério da Saúde e de diversos colaboradores da rede (Centrosde Transplantes, Hemocentros, Hemonúcleos, Laboratórios) na qual o REDOME está inserido onúmero de doadores nacionais utilizados no processo vem aumentando e atualmente, 73% dostransplantes não-aparentados realizados são com doadores nacionais (Medula Óssea-MO/SanguePeriférico-SP/Sangue de Cordão-SC). Até Maio/2017 já foram realizados 2.740 transplantesnão-aparentados de células-tronco hematopoiéticas no Brasil e destes, 1.560 foram realizados comdoadores nacionais (MO/SP apenas, 56%). OBJETIVO: Identificar, por unidade da federação deresidência, a origem dos doadores cadastrados no REDOME que efetivamente realizaram a doação decélulas-tronco hematopoiéticas (CTHs). MATERIAL E MÉTODOS: Foram extraídos dados de todosos transplantes de células-tronco hematopoiéticas realizados e registrados no REDOME até Maio/2017.O doador que realizou mais de uma doação foi contado apenas uma única vez. O número final foi de1.532 doadores. RESULTADOS: Os resultados mostram que a maioria dos doadores residem noestado de São Paulo com um total de 429 doadores. Os estados do Paraná, Minas Gerais, Santa Catarinae Rio de Janeiro apresentam 248, 224, 75 e 72 doadores, respectivamente, que já realizaram a doação deCTHs. Nesta análise está excluída a ocorrência de duplo-transplante de um mesmo doador, ou seja,cada doador é contado apenas uma vez pois a origem por UF é única. Para o estado de São Paulo, queapresenta o maior número de doadores cadastrados (1.125.309) é lógico de se pensar que é o maiorfornecedor de doadores e o mesmo acontece com o estado do Paraná que apresenta o 2ºmaior númerode doadores cadastrados (467.030) e é o 2ºmaior fornecedor de doadores para transplante. Entretanto oestado de Minas Gerais é o 3ºmaior fornecedor de doadores, porém se encontra na 18ªcolocação emnúmero de doadores cadastrados (46.772). O estado do Santa Catarina é o 5ºmaior em número decadastrados (175.750) e o Rio de Janeiro é o 4ºmaior estado em número de cadastros (208.401). Oúnico estado que ainda não forneceu um doador para transplante é o Acre com apenas 5.816 doadorescadastrados no REDOME até Maio/2017. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Todos os outros estados jáforneceram doadores mas não com números tão altos quanto São Paulo, Paraná e Minas Gerais e estes 3estados representam 58.8% dos doadores que já realizaram a doação de células-tronco hematopoiéticas.Sugere-se que análises genéticas mais aprofundadas dos antígenos leucocitários humanos (HLA) porcada estado podem revelar informações que possam contribuir para uma melhor captação de doadorespelos estados afim de atender futuros pacientes nacionais em busca de um transplante de células-troncohematopoiéticas no Brasil.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: AdministrativoTrabalho: 205

A MAIORIA DOS PACIENTES QUE TRANSPLANTARAM COM DOADORES NACIONAIS JÁTINHAM DOADOR NO REGISTRO BRASILEIRO DE DOADORES VOLUNTÁRIOS DE

MEDULA ÓSSEA (REDOME).

Torres L1, Almada AJ1, Abdelhay ESFW2, Bouzas LFS2

1Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea2Instituto Nacional de Câncer

INTRODUÇÃO : O número de transplantes não-aparentados de células-tronco hematopoiéticas(TCTHs), assim como o número de doadores cadastrados no REDOME e o número de pacientescadastrados no Registro de Receptores de Medula Óssea (REREME) vem crescendo a cada ano. Issosuscita a pergunta se nossos doadores estão atendendo a esses pacientes antes ou depois do cadastro domesmo para a busca? OBJETIVOS : identificar e quantificar se os pares dos receptores que realizaramo TCTH surgiram antes ou depois da disponibilidade do paciente para a busca. MATERIAL EMÉTODOS: Foram coletados dados de todos os transplantes de células-tronco hematopoiéticasrealizados com doadores nacionais de 2008 a Maio de 2017 e foram considerados como parâmetrospara a análise: a data de entrada do receptor na busca e a data de liberação da tipagem HLA do doadorno REDOME pelo laboratório. Os pacientes que realizaram um 2ºtransplante com o mesmo doador(n=15) foram excluídos da análise principal. RESULTADOS : Foram realizados 1.403 TCTHs para1.365 pacientes e 38 re-transplantes utilizando-se apenas de doadores nacionais nos últimos 10 anos.Somente 11% (n=152) destes pacientes tiveram que esperar que um doador entrasse para o REDOME.Desde 2012 o índice (entrada de doador vs entrada de paciente) tem ficado abaixo dos 13% (n=17) e em2014 o REDOME registrou o menor índice até o momento, apenas 6% (n=12). Estes dados tambémmostram que não só o número de transplantes vem aumentando a cada ano mas também o uso dedoadores nacionais nesses transplantes e assim, o REDOME vem se consolidando como um registrocada vez mais qualificado para atender as demandas nacionais e internacionais. DISCUSSÃO ECONCLUSÃO : Os resultados também sugerem que mesmo após a redução na captação de doadoresno Brasil a partir de 2012, o índice (entrada de doador vs entrada de paciente) tem se mantido baixo eestável (2012, com 134 transplantes e 13% sem doador na entrada do paciente; 2013, com 179transplantes e 11% sem doador na entrada do paciente; 2014, com 191 transplantes e 6% sem doador naentrada do paciente; 2015, com 170 transplantes e 10% sem doador na entrada do paciente; 2016, com274 transplantes e 8% sem doador na entrada do paciente; 2017, com 108 transplantes e 9% sem doadorna entrada do paciente) e isso denota que o REDOME vem se qualificando cada vez mais e continuaeficaz na busca e localização de doadores para àqueles pacientes que necessitam de um transplante nãoaparentado de células-tronco hematopoiéticas.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: AdministrativoTrabalho: 206

DINAMOMETRIA COMO FERRAMENTA AVALIADORA DA EVOLUÇÃO DO ESTADONUTRICIONAL DE PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE CÉLULAS

PROGENITORAS HEMATOPOÉTICAS EM HOSPITAL PARTICULAR DO MUNICÍPIO DE SÃOPAULO

Silva ACL1, Oliveira APRP1, Hirose EY1, Rodrigues ALCC1, Severine AN1

1Associação Beneficiente de Senhoras Hospital Sírio Libanês

INTRODUÇÃO: O Transplante de células Progenitoras Hematopoéticas (TCPH) está associado acomplicações (náuseas, diarreia, anorexia, mucosite, edema) capazes de interferir na alimentação eestado nutricional do paciente, aumentando o risco de desnutrição, dificultando a avaliação nutricionaldesses, visto que muitos apresentam retenção de líquidos e edema, que mascaram o resultado deferramentas de avaliação nutricional como peso e Índice de Massa Corporal (IMC). A Força dePreensão Palmar (FPP) é medida com o dinamômetro. Ela é reconhecida como um estimador da forçaglobal, por ser sensível a alterações em curto prazo no estado nutricional podendo ser um bom indicadorpara desnutrição. OBJETIVO: Comparar através de duas ferramentas de avaliação nutricional, IMC eFPP, a evolução do estado nutricional de pacientes submetidos a TCPH. MATERIAL E MÉTODOS:Estudo retrospectivo e transversal com pacientes submetidos ao TCPH em um hospital particular nomunicípio de São Paulo entre julho e agosto de 2016. A classificação do estado nutricional pelo IMCfoi conforme o estabelecido pela Organização Mundial da Saúde e a FPP foi aferida com o auxílio deum dinamômetro manual hidráulico da marca Jamar®, mensurada em quilogramas (kg).RESULTADOS: Foram avaliados 7 pacientes no período com idade média de 34,1 anos (±12,4), desses4 eram do sexo masculino. Todos possuíam diagnóstico de doença maligna, e desses 6 foramsubmetidos ao TCPH alogênico e 1 ao TCPH autólogo. Duas avaliações foram realizadas, a primeiraavaliação ocorreu em média no 4º(±6) dia após a infusão das células progenitoras hematopoiéticas(CPH) e a segunda em média no 12º(±6). Na primeira, pelo IMC 1 paciente apresentou desnutrição(14,3%), 4 foram classificados como eutróficos (57,1%) e 2 não puderam ser avaliados devido edema(28,6%); e a FPP média do grupo foi de 21,33 kg (±12,2). Na segunda, 1 paciente apresentoudesnutrição (14,3%), 4 foram classificados como eutróficos (57,1%), 1 como obeso (14,3%) e 1 nãopode ser avaliado devido edema (14,3%); e a FPP média foi de 20,6 kg (±13,6). Ao comparar os doismétodos na evolução do estado nutricional desses pacientes, pelo IMC: 4 mantiveram a classificação doIMC inicial e em 3 pacientes não foi possível avaliar essa evolução devido edema em algum dos doismomentos. Já pela dinamometria foi possível observar que 4 pacientes pioraram a FPP, 1 manteve e 2melhoraram. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Durante o TCTH os pacientes podem apresentar edema ereter líquidos alterando seu peso e consequentemente impossibilitando o uso do IMC como ferramentade avaliação do estado nutricional. A FPP por não sofrer essa influência e por ser sensível a alteraçõesem curto prazo conseguiu acompanhar evolução do estado nutricional de todos os pacientes no período.

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Área: MultidisciplinarSub-tópico: AdministrativoTrabalho: 207

DE ONDE VEM E PARA ONDE VÃO NOSSAS “MEDULAS”? UM RETRATO DO CENÁRIOATUAL DO REGISTRO BRASILEIRO DE DOADORES VOLUNTÁRIOS DE MEDULA ÓSSEA

(REDOME).

Torres L1, Gelabert LN1, Albuquerque H1, Almada AJ1, Bouzas LFS2

1Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea2Instituto Nacional de Câncer

INTRODUÇÃO : Desde a autorização do Ministério da Saúde para a exportação de células-troncohematopoiéticas (Sangue Periférico-SP e Medula Óssea-MO), em 2009, visando o transplantenão-relacionado para o paciente internacional, os registros internacionais tem voltado suas atençõespara o REDOME e seus doadores. Devido à grande miscigenação da população brasileira ocorridaatravés da colonização e imigração nos últimos 500 anos por diversos países, o REDOME vemrecebendo demandas crescentes desde pesquisas preliminares para compatibilidade HLA atéexportações de células-tronco hematopoiéticas (CTHs). OBJETIVO: Identificar, por unidade dafederação (UF) de residência, a origem dos doadores cadastrados no REDOME que efetivamenterealizaram a coleta de CTHs e o destino dessas demandas. MATERIAL E MÉTODOS: Foramextraídos dados de todas as coletas de células-tronco hematopoiéticas (SP/MO) realizadas e registradasno REDOME no período de 2009 até Maio/2017. Nesta análise está excluída a ocorrência deduplo-transplante de um mesmo doador, ou seja, cada doador é contado apenas uma vez pois a origempor UF é única. RESULTADOS: Os resultados mostram que o estado de São Paulo foi que maisforneceu “medulas”(n=92 ou 30.6% do total). Os estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e RioGrande do Sul forneceram 42, 40, 17 e 15 “medulas”, respectivamente, para os registros internacionais.Estes 5 estados representam 68.4% do total de “medulas”fornecidas para o exterior. Os únicos estadosque ainda não forneceram “medulas”são: Alagoas, Paraíba, Sergipe, Tocantins e Acre. O National BoneMarrow Donor/Be The Match é o principal registro dos Estados Unidos e principal destino das nossas“medulas”, representando 28.2% (n=85 “medulas”) do total. Em seguida está a Alemanha (ZentralesKnochenmarkspender-Register Deutschland ) com 9.6% (n=29 “medulas”), a França (Registre FranceGreffe de Moelle ) com 9.3% (n=28 “medulas”), a Argentina (Argentine CPH Donors Registry ) com9.0% (n=27 “medulas”) e a Itália (Italian Bone Marrow Donor Registry ) com 7.3% (n=22“medulas”). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: O REDOME já enviou “medulas”para 28 registrosinternacionais (37% dos registros existentes) em 24 países (46% dos países que possuem um Registrode doadores) diferentes e sugere-se que análises genéticas mais aprofundadas dos antígenosleucocitários humanos (HLA) por cada estado podem revelar informações que possam contribuir parauma melhor captação de doadores pelos estados afim de atender futuros pacientes internacionais embusca de um transplante não-aparentado de células-tronco hematopoiéticas no Brasil.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 208

BRAZILIAN EXPERIENCE WITH PHOTOTHERAPY AS FIRST CHOICE OF SECOND LINETREATMENT FOR CUTANEOUS CHRONIC GRAFT VERSUS HOST DISEASE

Silva MM1, Moreira MCR1, Tavares RCB1, Arcuri LJ1, Lermontov SP1, Maradei SP1, Lerner D1,Castro R1, Bouzas LFS1

1Instituto Nacional de Câncer

The purpose of the present study was to demonstrate our results with the use of PUVAtherapy andNBUVB as the first choices for second-line treatment of cutaneous chronic graft versus host disease.Method: This was a retrospective, observational study conducted at National Cancer Institute in Brazil.Results: An analysis of the adults patients showed that of 42 patients treated with PUVA, 27 achievedcomplete response, nine achieved partial response. Immunosuppression was withdrawn in 29 andreduced in eight patients. Of 13 adults treated with NBUVB, six achieved complete response, fiveshowed partial response. Immunosuppression was withdrawn in six and reduced in five patients. Ananalysis of the pediatric patients showed that of eight patients treated with PUVA, six achievedcomplete response, one partial response, and one no response Immunosuppression was withdrawn infive and reduced in two patients. Of seven children treated with NBUVB, five achieved completeresponse, and two demonstrated a partial response. Immunosuppression was withdrawn in four andreduced in three patients. Conclusion: PUVA and NBUVB are direct topical therapies and should beconsidered for patients in whom the increase of systemic immunosuppression may lead to a high risk ofinfection or interfere with the graft-versus-tumor effect.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 209

EVOLUÇÃO DOS TRANSPLANTES DE MEDULA ÓSSEA NÃO APARENTADO E ADESÃO DEDOADORES NO BRASIL

Madeira GG1, Cardoso LSG1, Heinzen E1

1Centro Universitário do Instituto de Educação Superior de Brasília - IESB

Transplante de Medula Óssea (TMO) é um tratamento indicado para algumas doenças que afetamas células do sangue. O primeiro TMO no Brasil aconteceu em 1979, na Universidade Federal doParaná. Atualmente existem mais de 4 milhões de doadores cadastrados no Registro Nacional deDoadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Apesar do aumento do número de voluntáriosainda há em média 850 pessoas que aguardam um doador compatível. A presente pesquisa teve comoobjetivo levantar a evolução dos TMO não aparentado e a adesão de novos doadores no Brasil. Trata-sede uma pesquisa documental, descritiva, retrospectiva e exploratória. Para a coleta dos dados foiutilizado o sistema TabWin, disponibilizado pelo site do Ministério da Saúde, os dados foram coletadosem abril de 2017. Foi usado como critério de inclusão pacientes que foram submetidos ao transplante demedula óssea alogênico não aparentado, financiado pelo SUS no Brasil, nos anos de 2010 a 2016. Combase nas pesquisas podemos observar que o TMO tem aumentado de forma geral no Brasil, sendo oalogênico não aparentado o menos realizado. Constatou-se também que a maioria dos pacientes querealizaram o tratamento (61,78%) tem menos de 20 anos, e que os maiores investimentos noprocedimento estão em São Paulo e Paraná. Para muitas patologias o TMO é a única chance de cura,aumentando a sobrevida e a qualidade de vida do paciente. Devido à grande miscigenação do Brasil hádificuldade em localizar doador compatível. É de suma importância a orientação aos doadores e aconscientização através de campanhas e meios de comunicação, para que a captação de doadores sejacada vez maior, acarretando na diminuição dos longos períodos de espera.

Palavras-chave: Transplante de medula óssea, células tronco, doadores, transplante alogênico.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 210

A EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA DE JAÚ NA BUSCAATIVA DE PACIENTES EM SEGUIMENTO PÓS TCTH VISANDO EVITAR A PERDA DE

FOLLOW-UP NO REPORTE DE DADOS AO CIBMTR

Simione AJ1, Sona BF1, Saggioro A1, Souza MP1, Silva PM1, Francheschi FLS1, Colturato I1, SabainiCS1, Possani VC1, Colturato VAR1

1Hospital Amaral Carvalho

INTRODUÇÃO: As atividades relacionadas ao transplante de células tronco hematopoiéticas(TCTH) do Serviço de Transplante de Medula Óssea de Jaú do Hospital Amaral Carvalho (HAC)tiveram início em agosto de 1996, realizando até maio de 2017 2.811 transplantes. Em janeiro de 2009iniciaram-se as atividades de reporte de dados ao Center for International Blood and MarrowTransplant Research (CIBMTR), o qual colabora com o avanço nas pesquisas, junto à comunidadecientífica global, relacionadas ao TCTH e à pesquisa em terapia celular. Entre 01 de janeiro de2009 a31 de maio de 2017 1.597 pacientes foram incluídos no Registro Internacional. Sendo o HAC um centrode referência em TCTH, pacientes são encaminhados dos diversos estados brasileiros (24 dos 27estados). Dos pacientes cadastrados no CIBMTR, 53,7% veem encaminhados de outros estados,justificando o motivo de nem todos manterem acompanhamento pós TCTH conosco, dificultando opreenchimento dos formulários de follow-up. Com o compromisso de encaminhar o follow-up aoCIBMTR, que solicita o preenchimento de 100 dias, 6 meses, e anualmente a partir do 1ºano póstransplante e, buscando ultrapassar o obstáculo da distância dos pacientes, a equipe de coleta de dadoscriou uma rotina visando prevenir a perda de seguimento.

OBJETIVO – Demonstrar a eficácia da rotina de busca ativa dos pacientes pós TCTH da equipe decoleta de dados do HAC.

MATERIAIS E MÉTODOS – Utilizamos um protocolo de ações na busca de informações dospacientes do nosso serviço: (1) envio de email e contato telefônico com o médico assistente queencaminhou o paciente; (2) envio de email e contato telefônico com a assistente social do serviço deorigem; (3) contato com o paciente ou familiares; (4) busca nas redes sociais; (5) contatotelefônico/email com hospitais, secretarias de saúde, postos de saúde e/ou prefeitura da cidade deorigem do paciente; (6) envio de carta ao endereço do paciente; (7) perda de follow-up.

RESULTADOS E DISCUSSÃO- O formulário de Perda de Follow-up torna-se disponível parapreenchimento a partir do seguimento de 6 meses pós transplante. Seguindo essa rotina deacompanhamento, dos 1.597 pacientes incluídos no CIBMTR até maio de 2017, 1.148 foram avaliáveispara o preenchimento de follow-up de 6 meses. Desses 1.148 pacientes, 11 (0,96%) apresentaram Perdade Follow-up, no entanto, foi possível retomar contato com 8 (72,73%) desses na atualização seguinte.Atualmente temos 898 pacientes vivos com seguimento acima de 6 meses pós TCTH, desses apenas 3pacientes estão com o status de Perda de Follow-up (0,33%) no sistema do CIBMTR.

CONCLUSÃO - Diante do grande número de transplantes realizados em nosso serviço, da variadaprocedência dos pacientes e adotando uma rotina de busca ativa de contato com aqueles que realizamacompanhamento na cidade de origem, conseguimos resultados satisfatórios no envio de informações aoCIBMTR e mantemos uma atualização fidedigna no nosso banco de dados.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 211

O IMPACTO DAS AÇÕES NAS MELHORIAS DO PROCESSO DE INSERÇÃO DE DADOS AOCIBMTR PARA CENTROS TRANSPLANTADORES BRASILEIROS.

Simione AJ1, Neves HRAD2, Silva CC3, Pasquini MC4, Esteves I3, Colturato VAR1, Hamerschlak N3

1Hospital Amaral Carvalho2Hospital das Clínicas - UFPR3Hospital Israelita Albert Einstein4Medical College of Wisconsin

IntroduçãoA dificuldade de avaliar o número e os resultados dos transplantes de células-tronco hematopoiéticas

(TCTH), no Brasil, deve-se à deficiência de um sistema de registro adequado de dados pelos centrostransplantadores. Medidas foram elaboradas para estimular os centros brasileiros a registrarem dadosno Center International for Blood and Marrow Transplant Research (CIBMTR), uma das referênciasmundiais nessa área.

Objetivo:Avaliar os impactos das ações para melhorias no processo dos registros dos dados no CIBMTR, dos

centros transplantadores brasileiros, no período de Janeiro de 2010 a Janeiro 2017.Métodos:Três centros brasileiros, Hospital das Clínicas – UFPR, Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital

Amaral Carvalho, experientes neste tipo de inserção de informações desenvolveram e participaram deações de melhorias. Entre elas, destacam-se, as visitas ao CIBMTR; a realização do 1ºencontro degerenciadores de dados do Brasil no congresso da SBTMO; o desenvolvimento de um tutorial nopreenchimento de formulários do CIBMTR “Guia de preenchimento de dados pré e pós-transplante”; aoficialização da inserção de dados do Brasil na plataforma norte-americana, através da criação de umprotocolo brasileiro e do estímulo aos demais serviços de transplantes do Brasil a se envolverem noprocesso.

Resultados:No período de 2010 a 2016, observou-se uma queda centros ativos no CIBMTR, de 18 para 7. Após

as ações desenvolvidas para aumentar o número de centros ativos, foi possível comparar os dados de2016 com o 1ºtrimestre de 2017, verificando-se um aumento no número de centros ativos no reportede dados, 7 para 10, em 2017, refletindo um acréscimo de 8% dos transplantes registrados ao centrointernacional. De 2016 para o ano de 2017, o aumento foi de 38% para 46% no total de TCTH e, para oscentros que fazem transplante alogênico, foi de 24% para 32%.

Conclusão:As ações de melhorias tiveram efeitos positivos na inserção de dados pelos centros brasileiros ao

CIBMTR. Foi possível constatar o aumento dos centros ativos referente aos anos de 2016 a 2017, e queimpactou diretamente no acréscimo do número total de TCTH reportado na base americana, no mesmoperíodo. Estratégias foram realizadas pelo próprio CIBMTR, tais como a organização do 1ºencontro degerenciadores de dados no Brasil, no congresso da SBTMO 2016 e que continuará em 2017. Sabe-seque as ações e as conscientizações destinadas aos centros precisam ser contínuas para manter a melhoriada inserção e da análise de dados do transplante brasileiro, possibilitando, assim, um benchmarkinginternacional, com análises de desfecho e um olhar mais humanizado para o paciente.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 212

VARIAÇÃO DO ÂNGULO DE FASE, ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA, CIRCUNFERÊNCIA DOBRAÇO E PANTURRILHA DE PACIENTES SUBMETIDAS A TRANSPLANTE DE

CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Sá BL1, Nabarrete JM1, Lucio F1, Barrere APN1, Tanaka M1, Piovacari SMF1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é um recurso terapêuticode alta complexidade com inúmeras consequências nutricionais. A terapia nutricional deve serconduzida e monitorada com base em indicadores adequados, para promover melhor aceitaçãoalimentar e manutenção de estado nutricional adequado. Estudos revelam que o ângulo de fase (AF),obtido através de bioimpedância, poderá ser indicador de prognóstico nutricional. Ainda não se sabe,porém, como este índice se comporta durante o TCTH e se há associação com medidasantropométricas. O objetivo deste trabalho é avaliar a variação do ângulo de fase, índice de massacorpórea (IMC) e circunferência do braço (CB) em adultos submetidos ao TCTH, pré e pós (D+30).Material e métodos: Foram coletados peso (kg), estatura (m), IMC (Kg/m2), CB (cm) e AF (graus) de8 pacientes submetidos a TCTH no período de janeiro e julho de 2017 nos momentos pré transplante(entre os D-5 a D-3) e pós (D+30), sendo que D+n significa dias decorridos do TCTH. Foramcalculadas as médias de IMC e CB (classificados conforme referências atuais Organização Mundial daSaúde 2016 e Frisancho 2008, respectivamente), assim como perda de peso e AF nos dois momentos.Resultados: A média de idade foi de 48,5 anos com maior prevalência de sexo masculino (75%).Doenças hematológicas foram as mais frequentes nos diagnósticos de base (n=6/ 75%), seguidos deSíndrome Emberger (n=1/ 12,5%) e Doença de Crohn (n=1/ 12,5%). O TCTH alogênico foi o tipo detransplante realizado em 62,5% dos pacientes avaliados. No pré TCTH, a média de perda de peso foi75,9kg, equivalendo ao IMC médio de 25,5kg/m²sugerindo diagnóstico nutricional de sobrepeso, a CBteve média de 30,8cm, classificado no percentil 25-50, sendo 93% do adequado, classificando a reservade gordura e massa muscular como eutrofia. No pós TCTH houve perda de 6% em relação ao pesoinicial e IMC de 23,75kg/m², sugerindo eutrofia. Quanto à CB apresentou 29,1cm, percentil 15 e 88%de adequado, classificando como déficit leve de gordura e massa muscular. A média de AF no pré foi5,6 e no pós 4,9 graus. Discussão: Comparando a classificação do IMC e de CB nos dois momentosdistintos observamos que houve queda do estado nutricional nestes dois parâmetros, associados com aqueda de AF. Conclusões: Foi observada redução de todos os indicadores avaliados, o que sugeredepleção e piora estado nutricional, podendo aumentar o risco de complicações associadas ao TCTH.

Palavras chave: estado nutricional, composição corporal, prognóstico.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 213

THE ROLE OF GERIATRIC ASSESSMENT IN ELDERLY PATIENTS SUBMITTED TOALLOGENEIC BONE MARROW TRANSPLANT: A RETROSPECTIVE ANALYSIS

Rodrigues M1, Souza PMR1, Koch LOM1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introduction: The feasibility of allogeneic hematopoietic cell transplantation (HCT) among olderadults has been increasing over the past decades.The risks and benefits remain poorly defined, as toolsused to evaluated this population is only based in comorbidity scores. The Geriatric assessment (GA)coudl be an important tool to evaluated these patients, but unfortunately just a few studies has beenshown benefit. Objectives: Evaluate retrospectively the prognostic utility of GA domains priorallogeneic transplantation in recipients aged 60 years and over in predicting overall survival (OS),progression-free survival(PFS) and non-relapse mortality(NRM). Methods: 28 patients completed theGA and underwent HCT between September 2011 and August 2016 at Israelita Albert EinsteinHospital. GA was performed prior to transplant, and included validated measures across domains offunction and disability, comorbidity, frailty, cognition, nutritional status. Clinical characteristics, theHematopoietic Cell Transplantation-Specific Comorbidity Index and the Disease Risk Index (DRI),needed for ICU admission were also added in the analyzes. Results: The mean follow-up of survivingpatients was 219 days (18-2,042 days). There were 17 deaths, 9 (32.14%) without relapse and 8(28.5%) due to relapse of the disease. The median OS was 7.3 months, with a probability of OS at 2years of 41.9% and probability of PFS survival at 2 years of 36.4%. The probability of NRM at 2 yearswas 33,2%. The following variables were associated with inferior OS: DRI score (p<0.007); fallsbefore HCT (p=0.002) and need for ICU admission (p=0.001). The worse PFS was associated with DRIscore (HR: 5.15; 95% CI, 1.6-16.56; p=0.003); fall before HCT (HR 4.12; CI 0.89-19.2 p=00.5) andICU admission (HR: 19.52; CI 5.03-75.67 p>0.001); NRM was associated to falls (HR: 10.4; CI1.8-55.48; p=0.001) and ICU admission (HR: 34.29; CI 3.66-320.57; p<0.001). Cox regressionanalysis showed association with OS only in patients who were in the age group between 65 and 70years (when compared with age > 70 years (HR: 0.18; CI 0.04-0,73 p=0.016) and patients with ahigh/very high DRI score (HR: 5.5; CI 1.66-18.24 and p=0.005). The worse PFS was associated withfall in the six months before hematopoietic cell transplantation (HR: 10.97; CI 1.69-72.82 p=0.012);admission in the ICU (HR: 26.54; CI 6,17-144,10 and p<0.001) and, when we removed the ICUvariable from the adjusted model, we found a DRI association (high/very HR: 5.89; CI 1.78- 19.48;p=0.004) and peripheral blood source (HR: 2.89; CI 1.09-7.69 and p=0.033) versus bone marrowsource. Conclusion: The GA was not able to predict outcomes when evaluated directly by using itsmain domains. More studies, with a larger number of patients, are needed to evaluate the role of GA inthe context of allogeneic HCT.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 214

TRATAMENTO COM BORTEZOMIB DE APLASIA PURA DA SÉRIE VERMELHA EMPACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

(TCTH) ALOGÊNICO APARENTADO

Rodrigues MA1, Macedo MCMA2,3, Fernandes PA2,3, Simões AA2,3, Russo FT2,3, Okada LY2,3,Simões CM2,3, Geraldo BLSS3, Sampaio MS2,3, Silva RL2,3

1Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo2Instituto Brasileiro de Controle do Câncer3Bio Sana’s Serviços de Saúde

Paciente masculino, 42 anos, submetido a TCTH alogênico aparentado 10x10 em 13/05/2016,devido à LMA com del 9q+ (NPM1 e FLT3-), em primeira remissão completa. Doador feminino, comincompatibilidade AB0 maior (paciente 0+ e doadora A+), sendo a fonte células periféricas(4,6x10E6). Paciente com título inicial de anti-A de1/32, submetido à adsorção in vivo com plasmafresco congelado A+, com redução do título para 1/16. Realizado regime de condicionamento combussulfan e melfalano, profilaxia contra GVHD com ciclosporina e MTX curto e a pega medular foi noD+16. Evoluiu com GVHD agudo, tratado com corticoide com resposta. Apesar da boa evoluçãoclínica, não houve recuperação do setor eritrocitário, com dependência transfusional. Foram excluídosrecaídada doença; falha de enxerto; hemólise; infecção por Parvovírus B19. Assumido diagnóstico deaplasia pura da série vermelha (APSV), pois paciente mantinha anemia com reticulocitopenia e títulode anti-A de 1/8. Retirada imunossupressão, sem resposta. Optado por início de Alfaepoetina (EPO) +Rituximab por 4 semanas, também sem resposta. Iniciado então inibidor de proteassoma, Bortezomib,na dose de 1,3mg/m²/sem, por 4 semanas. Três semanas após o término da última dose houve aumentoda Hb> 4g/dL (11,2), reticulocitose e negativação do título de anti-A, além de assumir tipo sanguíneo(TS) A+. APSV é uma complicação imuno-hematológica rara que pode ocorrer após TCTH naincompatibilidade ABO maior. Caracterizada por anemia, reticulocitopenia e ausência de precursoreseritróides na biópsia de medula óssea (Sawada et al.,2009 ). O objetivo é demonstrar a eficácia dotratamento com Bortezomib subcutâneo para APSV no paciente submetido a TCTH no IBCC.Realizada revisão de prontuário de 05/2016 a 07/2017. Variáveis analisadas: hemoglobina,reticulócitos, título de isoaglutinina, DHL, quimerismo, pesquisa de Parvovírus B19 e tratamentos. Opaciente em estudo não havia apresentado resposta à corticoterapia, retirada da imunossupressão e EPO+ Rituximab. Observou-se melhora dos níveis de hemoglobina após Bortezomib, desaparecimento dotítulo de anti-A e conversão do TS do receptor para o do doador. A APSV é atribuída à persistência decélulas B plasmáticas secretoras de isoaglutininas, e causam a inibição dos progenitores eritróides dodoador, na medula óssea. Estudos mostram que títulos deisoaglutininas são diretamente proporcionais àincidência de APSV. Diversas formas de tratamento foram empregadas, como EPO, corticoterapia,plasmaférese, anti-CD20, infusão de leucócitos do doador e em dois trabalhos foi realizado tratamentocom Bortezomib (Poonand Koh, 2012 e Khan F. et al; TransfusMed 2014 June ). Este caso descreve umúnico paciente com APSV que obteve tratamento bem-sucedido com Bortezomib. Ainda faltam dadosconsistentes na literatura para basear a escolha terapêutica com Bortezomib para a doença em questão,assim como os efeitos a longo prazo do medicamento e manutenção de resposta do paciente.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 215

TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS: RESULTADOSDO REGISTRO LATINO-AMERICANO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NA

SÍNDROME MIELODISPLÁSICA(SMD)

Duarte FB1, Santos TEJD2, Funke VA3, Colturato VAR4, Hamerschlak N5, Vilela NC6, Paz A7,Stevenazzi M8, Gusmao BM9, Lemes RPG2, Calixto RF10, Macedo MCMA11, Vigorito AC12, SoaresRDA13, Lopes LF6, Salvino MA14, Neto AEH15, Diaz L8, Bettarello G16, Moreira MCR17

1Hospital Universitário Walter Cantídio-TMO- Universidade Federal do Ceará2Laboratório de Pesquisa de Hematologia- Universidade Federal do Ceara3Universidade Federal do Paraná-Transplante de Medula Óssea4Fundação Amaral Carvalho - Transplante de Medula Óssea5Hospital Israelita Albert Einstein, Transplante de Medula Óssea6Hospital de Câncer Infanto-Juvenil de Barretos-Grupo Cooperativo Brasileiro de SMD em Pediatria7Hospital das Clinicas de Porto Alegre- Transplante de Medula Óssea8Serviço Médico Integral-SMI- Montevideo9Hospital São José- Transplante de Medula óssea10Real Hospital Português de Benficência em Pernambuco- Transplante de Medula Óssea,11Intituto Brasileiro de Controle do Câncer, Transplante de Medula Óssea12Universidade Estadual de Campinas-HemocentroTMO13Natal Hospital Center-Transplante de Medula Óssea14Universidade Federal Bahia-Centro de Transplante de Medula Óssea15Hospital Universitário de Juiz de Fora-Transplante de Medula Óssea16Unidade de TMO Pietro Albuquerque ICDF, Unidade de TMO Pietro Albuquerque ICDF17CEMO-Instituto Nacional do Câncer

Introdução: o transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é o único procedimentocurativo na SMD, porém não está disponível para todos os pacientes. Os seguintes fatores contribuempara esta dificuldade: idade avançada na maioria dos pacientes, comorbidades, disponibilidade dedoadores, medidas públicas que estimulem TCTH e agilidade na indicação e realização do transplante.Objetivo: compreender melhor como se comportam os dados do TCTH na América Latina, o registrolatino-americano de transplante na SMD, foi iniciado em agosto de 2016 e incluiu, até o momento, 150pacientes do Brasil e Uruguai desde 1988 a 2017. Material e Métodos: foram analisados os dadosdisponíveis no Portal de Cadastro Médico. A curva de Klapan-Meier foi realizada para verificar asobrevida global. O nível de significância estabelecido foi de p <0,05. Resultados e Discussão: aanálise dos 150 pacientes inseridos no portal demonstrou a predominância de pacientes do sexomasculino (53%, n = 79) e caucasianos (80%, n = 120). A faixa etária da maioria dos pacientes foi de51 a 60 anos (26%, n = 39), seguida de 61 a 70 anos (20%, n=30). Quanto aos escores prognósticos, naclassificação do IPSS-R, 28% eram de alto risco e 3% eram de risco muito alto. Vale ressaltar que 11%destes eram de baixo risco e 33% não puderam ser estratificados, principalmente devido à ausência dedados citogenéticos. Aproximadamente 67% dos pacientes não foram submetidos a nenhum tratamentoantes do TCTH; 12% fizeram usos de quimioterapia e 23% utilizaram agentes hipometilantes. Aazacitidina foi o medicamento mais utilizado (24%). Um fato preocupante está relacionado àstransfusões sanguíneas, pois 65% receberam mais de 20 unidades de glóbulos vermelhos e 69%receberam mais de 15 unidades de plaquetas antes do TCTH. O condicionamento mieloablativo foirealizado em 80% e o de intensidade reduzida, em 15%. A fonte celular mais utilizada foi a medulaóssea (57%) e o sangue periférico em 41%, sendo o TCTH realizado com doador relacionado em 71%de todos os casos. Em termos de complicações, a infecção (65%), mucosite (49%), doença do enxerto

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versus hospedeiro aguda (43%) e crônica (32%) foram as mais frequentes. Quanto à sobrevida globaldos pacientes, no período de 10 anos, foi de cerca de 51,7%. Os resultados obtidos correspondem aotrabalho cooperativo de vários centros, os quais apresentam diferentes abordagens em relação aospacientes, e refletem a realidade e os desafios dos mesmos. Conclusão: a correlação desses dados comos descritos na literatura, incluindo as pontuações propostas pelo CIBMTR, é bastante relevante para ofortalecimento desta discussão, pois necessitamos de um aprimoramento na estratificação de risco emaior conhecimento que, certamente, contribuirão para melhor condução dos pacientes com SMD nopré e pós transplante.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 216

TRANSFORMING-GROWTH FACTOR β, SMAD 4 AND SMAD 5 GENES AREDOWN-REGULATED IN PATIENTS WITH CHRONIC GRAFT VERSUS HOST DISEASE

Colella MP1, Morini BC1, Lopes MR1, Aranha FJP1, Vigorito AC1, Souza CA1, Olalla-Saad ST1,Favaro P1,2

1Universidade Estadual de Campinas2Universidade Federal de São Paulo

Introduction: The main cause of non-relapse mortality in post allogeneic hematopoietic stem celltransplant (HSCT) patients (pts) is chronic Graft versus Host Disease (cGvHD), an immune-mediatedsyndrome with severe impact on mortality and quality of life. The pathology of cGvHD is not completelyunderstood and transforming-growth factor β (TGF-β) might play an important role. TGF-β is a cytokinewith pleiotropic effects on cell proliferation, differentiation and migration, affecting fibrotic processesand immunological reactions. Objective: To evaluate TGF-β pathway components in CD4+ lymphocytesof pts who have undergone allogeneic HSCT. Pts and methods: A total of 5 samples from healthy donorsand 17 pts who underwent an allogeneic HSCT at our institution were included. Chronic GvHD wasclassified according to NIH criteria. All donors and pts provided their informed written consent. TGF-β, SMAD4 and SMAD5 expression levels from CD4+ cells (obtained from peripheral blood mononuclearcells, separated by Ficoll-Hypaque followed by magnetic selection) were determined by quantitativePCR. Pts were divided into two groups: pts with cGvHD (receiving or not imunossupressor treatment;n=10) and the tolerant group (pts who never developed cGvHD or with no sign of cGvHD activity for6 months; n=7). Statistical analyses were carried out using Graph Prism 5 software. Fisher´s exact test,Mann-Whitney, Spearman’s rank test and Kruskal-Wallis test followed by Dunn´s Multiple comparisonstest were used for statistical analysis. A p<0.05 was considered as statistically significant. Results:Medium age in the pts group was 52 years (range 32-61) and in the control group, 39 years (range33-60) (p =0.08). Eleven individuals (65%) were male in the pts group and 4 (80%) were male in thecontrol group (p= 1.0). Eight (47%) male pts received transplant from a female donor. Twelve (70%)pts received a myeloablative conditioning regimen, 2 (12%) a reduced intensity regimen and 3 (18%)a non-myeloablative conditioning regimen. Peripheral blood stem cells were used as graft source in 12(70%) pts and bone marrow was used in 5 pts (30%). Diagnosis of cGvHD was made in 14 pts (82%);4 (29%) classic cGvHD and 10 (71%) overlap syndrome. The cGvHD group presented a significantdecrease in expression levels of TGF-β, SMAD4 and SMAD5 when compared with the healthy group(p= 0.03, p= 0.002 and p= 0.01, respectively) . There were no significant differences in any genes testedbetween cGvHD and tolerant groups. Discussion: Our results showed that TGF-β , SMAD4 and SMAD5genes, important components of the TGF-β pathway, had a lower expression in pts with cGvHD whencompared to healthy controls. This down-regulation might lead to a pro-inflammatory state, contributingto cGvHD manifestations. Conclusion: Despite the low number of pts, our data might help understandthe pathophysiology of cGvHD. These results are preliminary and further studies are currently underway.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 217

LMA RECIDIVADA E DECHC PÓS-TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOIÉTICAS CONTROLADAS COM HIPOMETILANTE: RELATO DE CASO

Sabaini CS1, Colturato VAR1, Souza MP1, Silva PM1, Simioni AJ1, Amaru MKG1, Silva FR1,Colturato I1, Franceschi FLS1

1Hospital Amaral Carvalho (HAC)

INTRODUÇÃO: Recidiva precoce de leucemia mieloide aguda (LMA) após transplante alogênicode medula óssea apresenta-se como grande desafio terapêutico. Além de toxicidade associada aquimioterapia de resgate, o manejo das complicações pós-transplante, como toxicidade deimunossupressores e manifestações de doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), aumentam amorbidade e mortalidade de pacientes neste cenário. A azacitidina, hipometilante atualmente utilizadoem síndromes mielodisplásicas e LMA, tem demonstrado, em estudos recentes, seu efeito no controleda neoplasia recidivada, bem como efeitos imunomoduladores, que controlam manifestações de doençado enxerto conta o hospedeiro (DECH) através de mecanismos antiproliferativos em linfócitos Tefetores alorreativos do enxerto, sem prejudicar o efeito do enxerto contra leucemia. RELATO DOCASO: Paciente masculino, 51 anos, com diagnóstico de LMA (risco intermediário), em primeiraremissão morfológica, com doença residual mínima (DRM) por citometria de fluxo (0,32%), forasubmetido a TMO alogênico aparentado idêntico, condicionado com busulfano (16mg/kg) e fludarabina(120mg/m²), recebendo profilaxia para DECH com ciclosporina e metotrexato (baixa dose) e utilizadamedula óssea como fonte do enxerto. Apresentou evolução favorável no período pós-transplanteprecoce, sem complicações importantes, apenas com atraso na enxertia eritroide (dependênciatransfusional prolongada, por incompatibilidade ABO maior), além de reativação de citomegalovírus noD+44, tratada com ganciclovir. A avaliação no D+37 demonstrou quimerismo completo (97% dogenótipo do doador). Em reavaliação do D+100 apresentou DRM positiva à citometria de fluxo, de0,01%, com início precoce do desmame de ciclosporina. Apresentou, porém, manifestação de DECHcrônica de boca e fígado, extensa e suave, necessitando uso de imunossupressão com prednisona oral.Havendo disponibilidade de tratamento em serviço privado no Estado de origem, o paciente foiencaminhado para considerar uso de azacitidina, por seus efeitos antineoplásicos e de controladores deDECH, mantendo seguimento ambulatorial pós-TMO. Com o uso da medicação, até o momento (apósmais de um ano do TMO), paciente vem mantendo DRM negativa em reavaliações de medula óssea,além de DECH crônica controlada, com independência transfusional e tolerância a sangriasterapêuticas, devido sobrecarga hepática de ferro comprovada por ressonância nuclear magnética.CONCLUSÃO: A evidência da dupla atividade de hipometilantes, no cenário de DRM positivapós-TMO e DECH em atividade, inclui essa classe de drogas no arsenal terapêutico, beneficiandopacientes que sofreriam de maior toxicidade a quimioterápicos e perderiam efeito do enxerto contraleucemia por necessitarem de imunossupressão. Estudos que elucidam efeitos imunomodulatóriospoderão trazer indicações ainda mais precisas para essas drogas no cenário do transplante.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 218

EXPERIÊNCIA EM TRANSPLANTE ALOGÊNICO PARA LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA DEADULTOS USANDO REGIMES DE CONDICIONAMENTO SEM RADIOTERAPIA EM UM

CENTRO BRASILEIRO DE TRANSPLANTE

Teixeira GM1, Vercosa MR1, Santoro ALR1, Macedo AV1, Lodi FM1, Vieira AK1, Morávia LB1,Nobre V2, Martinho GH1

1Setor de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de MinasGerais2Programa de Pós Graduação em Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina daUniversidade Federal de Minas Gerais

Introdução: A associação de irradiação corporal total (ICT) com ciclofosfamida (Cy) e bussulfano(Bu) com Cy ou fludarabina (Flu) constitui a combinação padrão dos regimes de condicionamento paratransplante alogênico de células tronco hematopoéticas (TCTH) em leucemia linfoide aguda (LLA) deadultos. A maioria dos estudos em LLA demonstra melhores resultados com regime baseados em ICTquando comparados aos regimes sem ICT. Contudo, a ICT não está disponível em todos os centrosbrasileiros de TCTH. Objetivo: Analisar os resultados dos TCTH com regimes de condicionamentosem ICT em um centro brasileiro de transplante. Materiais e métodos: Coorte prospectiva que incluiu,no período de 2008 a 2016, pacientes adultos portadores de LLA submetidos ao primeiro TCTH, comdoador relacionado ou não, com regime de condicionamento mieloablativo (MAC) ou de intensidadereduzida. Excluiu-se os pacientes que receberam sangue de cordão umbilical como fonte de célulastronco hematopoéticas (CTH). Considerou-se MAC os regimes com Bu oral na dose > 9mg/kg emelfalano na dose >150 mg/m2. No momento do TCTH, o estadio da doença compreendeu: primeiraremissão completa (1RC), segunda remissão completa (2RC) e doença avançada. Para finalidade deanálise agrupou-se o estadio da doença em: 1RC e outros estádios (2RC e doença avançada). Avaliou-seas seguintes variáveis: estadio de remissão, tipo de doador, tipo de regime de condicionamento e fontede células tronco hematopoéticas (CTH). Os desfechos compreenderam: sobrevidas geral (SG) e livrede eventos (SLE), mortalidade relacionada ao transplante (MRT) e recidiva (R) em dois anos.Resultados: Foram incluídos 22 pacientes, sendo 16 do sexo masculino, com mediana de idade de 31anos (18-56 anos). No momento do TCTH, 10 estavam em 1RC, 10 em 2RC, e dois eram doençaavançada. Dentre os transplantados em 1RC, 70% apresentavam cariótipo com t(9,22). Todos osdoadores eram HLA idênticos. Em 14 TCTH utilizou-se doador relacionado, CTH sangue periférico em16 e MAC em 19. Na análise univariada, estar em 1RC associou-se à SG (67,5% vs. 25,0%; p=0,01),SLE (67,5% vs. 18,2%; p=0,004) e MRT (10,0% vs. 58,3%; p=0,01). Nenhuma variável foiestatisticamente significante para recidiva. No modelo multivariado, incluindo o tipo de doador, fontede CTH, estadio de remissão e tipo de regime de condicionamento, a 1RC mostrou-seindependentemente associada à SG (Hazard ratio [HR] 0,25 [IC95% 0,07-0,83]; p=0,02), SLE (HR 0,2;IC95% 0,05-0,7; p=0,01), enquanto que doador não relacionado associou-se com maior MRT (HR 5,4,IC95% 1,2-25,5 p=0,03). Conclusão: No grupo 1RC, apesar de ser composto de doenças de alto riscode recidiva, ao contrário do observado em pacientes em estádios avançados (> 2RC), o uso de regimesde condicionamento para TCTH sem irradiação em pacientes com LLA em 1RC resultou em baixaincidência de MRT, e SG / SLE similares às descritas na literatura com regimes com irradiação.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 219

APLICAÇÃO DO ÍNDICE AL-EBMT EM PACIENTES COM LEUCEMIA AGUDA SUBMETIDOSAO TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS EM UM

CENTRO DE TRANSPLANTE BRASILEIRO

Martinho GH1, Vercosa MR1, Macedo AV1, Santoro ALR1, Lodi FM1, Vieira AK1, Morávia LB1,Nobre V2, Teixeira GM1

1Setor de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de MinasGerais2Programa de Pós Graduação de Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina daUniversidade Federal de Minas Gerais

Introdução: Transplante alogênico (TCTH) é uma terapia potencialmente curativa para doençasneoplásicas hematológicas. Fatores relacionados ao paciente (como idade e comorbidades), à doençaneoplásica (status de remissão), ao doador (grau de compatibilidade HLA) e ao transplante (regime decondicionamento) podem interferir nos resultados do TCTH. Índices prognósticos podem auxiliar nadecisão pelo transplante. Objetivo: Avaliar o índice da European Society for Blood and MarrowTransplantation para leucemia aguda (AL-EBMT) como preditor de mortalidade relacionada aotransplante (MRT), sobrevidas geral (SG) e livre de eventos (SLE) em um centro brasileiro detransplante. Materiais e métodos: Coorte prospectiva que incluiu, no período entre 2008 e 2016,pacientes adultos portadores de leucemias aguda (LA) submetidos ao primeiro TCTH com doadoresHLA idênticos (aparentados e não aparentados), regimes de condicionamento mieloablativo (MAC) oude intensidade reduzida (RIC), sendo excluídos os que receberam sangue de cordão umbilical com fontede células. O AL-EBMT inclui como parâmetros: idade do paciente, Status performance de Karnofsky(< 80 ou ≥80), tipo de LA, estadio de remissão no momento do transplante (primeira remissãocompleta, segunda remissão completa e outros estádios), intervalo entre o diagnóstico e o transplante(< 142 dias ou ≥ 142 dias), sorologias para citomegalovírus (doador e receptor), tipo de doador, regimede condicionamento (MAC ou RIC) e número de transplante alogênico por ano realizado pelo centro detransplante. Os pacientes são classificados em três níveis de risco: baixo (<8,5 pontos), intermediário(8,6-10) e alto (>10). Foi utilizado a fórmula de Shouval (http://bioinfo.lnx.biu.ac.il/b̃ondi/web1.html)para a pontuação e classificação de risco. Considerou-se doses bussulfano oral >9mg/kg e melfalano>150mg/m2 como regimes mieloablativo (MAC). Foram avaliados a SG, SLE e MRT em dois anos.Resultados : Foram incluídos 69 pacientes, destes 40 eram do sexo masculino, mediana de idade de 38anos (18-57 anos). Leucemia mieloide aguda correspondeu a 47 casos. Ao TCTH, 26% das LA eramdoenças avançadas. Em 54 TCTH usou-se doador aparentado, 58 utilizou como fonte de enxerto ascélulas tronco de sangue periférico e 63 usou MAC. AL-EBMT baixo, intermediário e altocompreendeu, respectivamente, 26, 10 e 33 casos. SG, SLE e MRT correspondeu a 30%, 35% e 21%,respectivamente. SG para AL-EBMT baixo, intermediário e alto correspondeu a 42%, 30% e 21%(p=0,04), respectivamente. SLE para AL-EBMT baixo, intermediário e alto foi, respectivamente, 50%,43% e 22% (p=0,04). Enquanto que a MRT para AL-EBMT baixo, intermediário e alto correspondeu a9%, 14% e 33% (p=0,08) respectivamente. Conclusões: Demonstramos que intervalos de pontuaçõesde risco (baixo, intermediário e alto) crescentes associou-se com probabilidades decrescentes de SG eSLE, e uma tendência ao aumento da MRT, o que sugere que o AL-EBMT seja útil em nosso meio.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 220

EXPERIÊNCIA EM TRANSPLANTE ALOGÊNICO APARENTADO DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOÉTICAS PARA ANEMIA APLÁSTICA GRAVE EM UM CENTRO BRASILEIRO

Lodi FM1, Martinho GH1, Vercosa MR1, Santoro ALR1, Macedo AV1, Vieira AK1, Morávia LB1,Nobre V2, Teixeira GM1

1Setor de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de MinasGerais2Programa de Pós Graduação em Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina daUniversidade Federal de Minas Gerais

Introdução: O transplante alogênico de células tronco hematopoéticas aparentado (TCTH) é otratamento de escolha para pacientes com anemia aplástica grave e idade <40 anos. Objetivo: Avaliaros diferentes regimes de condicionamento utilizados ao longo de 21 anos de atividades em um centrobrasileiro de TCTH. Materiais e métodos: Coorte ambispectiva que incluiu pacientes adultos epediátricos com anemia aplástica grave submetidos ao primeiro TCTH com doadores aparentados HLAidênticos, no período de 1995 a 2016. Os pacientes foram classificados de acordo com número detransfusões sanguíneas prévias ao TCTH, sendo considerados como politransfundidos os que receberamaté 10 transfusões. A escolha do regime de condicionamento se baseou no número de transfusões,sendo ciclofosfamida (Cy) utilizada nos que receberam até 10 transfusões. Para os que receberam > 10transfusões: entre 1995 a 2005 usou-se bussulfano+Cy (BuCy), de 2005 a 2007 usou-sefludarabina+Cy (FluCy), e a partir de 2007 utilizou-se alemtuzumabe (Alz) ou globulina antimocítica(Atg) associado a Cy (AlzCy/AtgCy). Avaliou-se a sobrevida geral em cinco anos (SG), falência doenxerto em 2 anos, doença do enxerto contra o hospedeiro aguda grau II-IV (DECHa) em 100 dias, edoença do enxerto contra o hospedeiro crônica (DECHcr) em 2 anos. Resultados: Foram incluídos114 pacientes, sendo 73 (64%) do sexo masculino, mediana de idade de 23 anos (Percentil25%=17anos; Percentil 75%=33 anos). Em 102 (89%) casos recebeu medula óssea como fonte de células troncohematopoéticas. Oitenta e nove (78%) eram politransfundidos, sendo que desses, 32 receberamAlzCy/AtgCy, 44 BuCy e 13 Flucy. SG foi de 70%, sendo menor nos politransfundidos (65% vs. 92%,p=0,02). Dentre os politransfundidos, a SG para os regimes AlzCy/AtgCy, BuCy e FluCy foi,respectivamente, 75%, 63% e 46% (p=0,19). A falência do enxerto ocorreu em 19%, sendo maior nospolitransfundidos (22% vs. 8%, p=0,11). Falência do enxerto nos regimes AlzCy/AtgCy, BuCy e FluCyfoi 22%, 20% e 30% (p=0,72), respectivamente. DECHa ocorreu em 22%, sendo maior nospolitransfundidos (27% vs. 4%, p=0,01). DECHa ocorreu em 16%, 27% e 54% (p=0,03) emAlzCy/AtgCy, BuCy e FluCy, respectivamente. DECHcr foi 12%, sendo maior nos politranfundidos(15% vs. 4%, p=0,15). DECHcr no AlzCy/AtgCy, BuCy e FluCy compreendeu, respectivamente, a 4%,20% e 37% (p=0,03). Conclusões: Esse estudo demonstrou que os politransfundidos apresentarammaior incidência de doença do enxerto contra hospedeiro aguda e sobrevida geral. Dentre os regimes decondicionamento para politransfundidos, FluCY associou-se à maior incidência de doença do enxertocontra hospedeiro aguda e crônica. Pacientes condicionados com Bucy e AlzCy/AtgCy apresentaramsobrevida geral e falha de enxertia similares, porém AlzCy/AtgCy associou-se à menor incidência dedoença do enxerto contra hospedeiro aguda e crônica em comparação a BuCy.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 221

EFEITO SINÉRGICO ENTRE A FALTA DE LIGANTES DE KIR E REATIVAÇÃO DECITOMEGALOVÍRUS NA MELHORA DO RESULTADO DO TRANSPLANTE DE CÉLULAS

PROGENITORAS HEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO, HLA COMPATÍVEL E APARENTADO,PARA O TRATAMENTO DE DOENÇAS MIELÓIDES.

Cardozo DM1, Marangon AV1, Silva RF1, Aranha FJP1, Visentainer JEL2, Visentainer JEL2, BononSHA2, Miranda ECM1, Souza CA1, Guimarães F1, Guimarães F1

1Universidade Estadual de Campinas2Universidade Estadual de Maringá

Embora seja aceito que a interação KIR-HLA pode influenciar o resultado do Transplante deCélulas Progenitoras Hematopoiéticas (TCPH), HLA não completamente compatíveis, ainda não existeum consenso a respeito dos efeitos gerados por essa interação nos transplantes HLA compatíveis.Existem estudos que reportam que os receptores KIR inibitórios podem provocar efeitos benéficos noresultado do TCPH, enquanto outros estudos mostram que não há efeitos gerados por esses receptores.Além disso, a interação do HLA com receptores KIR ativadores e/ou reativação de infecção porCitomegalovírus (CMV), podem ter efeitos no resultado do TCPH, HLA compatível. O objetivo doestudo foi avaliar a influência dos genótipos KIR-HLA no resultado do TCPH alogênico, HLAcompatível, aparentado e sem depleção de linfócitos T, em pacientes com doenças onco-hematológicas.O estudo foi prospectivo, conduzido pelo Centro de Hematologia da Universidade de Campinas e 50pacientes com seus doadores foram incluídos e acompanhados de 2008 a 2014. Os genes KIR e HLA declasse I foram genotipados pela reação em cadeia da polimerase, com o protocolo de sequenciaespecífica de oligonucleotídeos (PCR-SSO) utilizando o kit de genotipagem comercial KIR e HLA(One Lambda Inc R, Canoga Park, CA, USA). Os pacientes foram agrupados baseado na presença dosligantes HLA Bw4 e/ou Cw, combinados com o genótipo KIR dos respectivos doadores. Para detecçãode reativação de CMV foram realizados os testes de antigenemia e Nested-PCR com primers específicosdescrito por Demmler et al. A análise realizada antes do transplante em relação à imunização contraCMV mostrou que 47 pares doador/paciente apresentaram IgG positivo/positivo, 2 pares apresentaramIgG negativo/positivo e 1 par apresentou IgG negativo/negativo. Os pacientes com todos os ligantes deKIR presentes (n = 13) apresentaram alta incidência de Doença do Enxerto contra o Hospedeiro(DECH), (p = 0.04) quando comparados com os pacientes com um ou mais ligantes de KIR ausentes (n= 37). A sobrevida global dos pacientes com doenças mielóides (n = 27) foi significativamente maior (p= 0.035) no grupo dos pacientes com um ou mais ligantes de KIR ausentes (n = 18) quando comparadoscom o grupo de pacientes com todos os ligantes de KIR presentes (n = 9). A presença de KIR2DS2 foiassociada com a piora do resultado do transplante, enquanto que a reativação de CMV está associadocom melhores resultados no pós-transplante, especificamente em pacientes com um ou mais ligantes deKIR ausentes. Nossos resultados indicam que a interação KIR-HLA tem efeito no resultado dostransplantes HLA-compatíveis, particularmente em pacientes com doenças mielóides.

Palavras-chave: Células NK, Leucemias Mielóides, DECH

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 222

CHARACTERIZATION OF CHRONIC OCULAR GRAFT-VERSUS-HOST-DISEASE – ABRAZILIAN OCULAR GVHD UNIT EXPERIENCE.

Rodrigues MV1, Ferrer MM1, Miranda ECM1, Aranha FJP1, Vigorito AC1, Alves M1

1UNICAMP

Chronic ocular GVHD (oGVHD) is a challenge complication of HSCT and, until now, there are novalidated diagnostic criteria other than NIH, that is based on symptoms and ophthalmologist experience.Therefore, this cross-sectional study aim to describe the incidence, clinical features, outcome of DryEye Disease (DED) and Meibomian gland dysfunction (MGD) associated with oGVHD and share ourexperience of having an ocular GVHD Unit since 2015, where both ophthalmologist and hematologistwork together to make the diagnostic earlier and start treatment precociously. The patients referred to theoGVHD Unit at University of Campinas, due to ocular surface discomfort any time after allo-HSCT or forroutine ocular exam prior to the procedure were included. The ancillary ophthalmological examination,including Schirmer’s test, Ocular Surface Disease Index (OSDI), Corneal fluorescein staining (CFS),Conjunctival hyperemia (CH), Tear Breakup time (TBUT) and Meibomian Gland Dysfunction (MGD)were compared to NIH ocular score. All the data was analysed using descriptive tools and Pearson’s testusing SPSS 21 version software. Forty-one out of fifty (82%) patients had chronic GVHD (cGVHD).The median month of cGVHD onset was 7 (2-74). Mouth, skin and liver were the main organs involved(93%, 63% and 63% respectively). The ocular involvement was present in 22/41 (54%) cGVHD patients.Considering just the patients with cGVHD patients, with or without ocular involvement, Schirmer <10mm (-67% p<0.0001), CH > 1 (67% p<0.0001), CSF > 1 (43% p=0.005) and OSDI > 20 (65%p<0.0001) had a significant association with oGVHD. Therefore, Schirmer’s test, CH, CFS and OSDIare important tools to refine the ocular involvement. This study suggests that DED and MGD in GVHDpatients is likely to be a multifactorial and the hematologist experience brings a global vision of thepatient’s status and help the ophthalmologist make the diagnostic, do the follow-up and think aboutdifferential diagnoses.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 223

REDUÇÃO NO TEMPO DE BUSCA DE DOADORES NÃO APARENTADOS DE MEDULAÓSSEA

Cardoso JF1, Carneiro VA1, Tavares NS1, Lopes RB1, Claudino RE1, Bertozzi AP1, Almada AJ1,Bouzas LFS1

1Instituto Nacional do Câncer

Introdução: O tempo de busca de um paciente por um doador de medula óssea varia e diversosaspectos podem o influenciar, tais como, alelo HLA que apresenta baixa frequência na população,associações raras com outros alelos, dentre outros. Objetivos: Avaliar as buscas finalizadas nos anos de2015, 2016 e 2017 e o tempo médio de busca em cada ano. Material e método: Levantamento dedados no sistema Sismatch referente aos anos 2015, 2016 e 2017 considerando o número de pacientesque tiveram busca finalizada nesses anos. Resultados: Em 2015, a mediana de dias para finalização dabusca foi de 101 dias (15-741), em 2016, 70 dias (18-2694) e em 2017 (até o mês de abril), 69 dias(14-2647). Dessa forma, observamos uma evolução no tempo de busca, resultando em uma redução decerca de 30% no tempo médio de finalização da busca, se compararmos os anos de 2015 e 2016. O anode 2017 mostra, até o momento, uma tendência na redução do tempo de finalização de busca em relaçãoao ano de 2016. Posteriormente, avaliamos o tempo médio de finalização de busca, por ano eestratificamos os pacientes por faixas de tempo (em dias): 0-30, 31-45, 46-90, 91-120,121-360,361-1000 e acima de 1000. Houve um crescimento de 4% no número de pacientes que tiveram suabusca finalizada em até 30 dias em 2016 comparado à 2015 (23x6). Na faixa de 31-45 dias, 2016mostrou um aumento de 10% em relação à 2015 (56x16). Na faixa de 46-90 dias, 2016 apresentou umaredução de 4% em relação à 2015 (83x55). Na faixa de 91-120, 2016 apresentou uma redução de 5%em relação à 2015 (20x19). Na faixa de 121-360 dias, 2016 apresentou uma redução de 6% em relaçãoà 2015 (78x56). Na faixa de 361-1000 dias, 2016 apresentou uma redução de 2% em relação à 2015(13x12). Na faixa de acima de 1000 dias, 2016 apresentou um aumento de 1% em relação à 2015(3x0). Ao avaliarmos o tempo de busca médio, observamos que em 2015, 47% dos pacientes tiveramsua busca finalizada em até 90 dias, 59% em 2016 e 60% em 2017. Discussão e Conclusão: Este foium estudo inédito que permitiu ao REDOME observar a evolução do tempo de busca por um doadornão aparentado. Além dos aspectos biológicos, a busca também pode ser afetada por modernizações emprocessos internos (REDOME, Laboratórios e Hemocentros). O REDOME vem implementando umasérie de melhorias nos seus processos e sistemas, tais como abertura de pedido de CT mais precoce parapacientes e avaliação de divergências que possibilitam uma busca mais qualificada. Por outro lado, oslaboratórios que realizam CT para o REDOME também aumentaram em número bem como liberamexames em um período de tempo menor. Os dados obtidos neste trabalho podem ser utilizados paratraçar estratégias para o cadastro de doadores que apresentem, por exemplo, alelos/haplótipos maisraros ou inexistentes no REDOME (evidenciados naquelas faixas de tempo de busca superiores a 360dias) e que, consequentemente afetem a busca por um doador compatível.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 224

INCIDÊNCIA DA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIRO AGUDA E CRÔNICA(DECHA E DECHC) EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS

TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH) HAPLOIDÊNTICO.

Macedo MCMA1,2, Pedro B2, Geraldo BLSS2, Souza MN2, Fernandes PA1,2, Simões AA1,2, SimõesCM1,2, Almeida MSS1,2, Silva LM2, Silva RL1,2

1Instituto Brasileiro de Controle do Câncer2Bio Sana´s Serviços de Saúde

A DECH é uma das principais complicações do TCTH alogênico e responsável por acometer cercade 50% dos receptores, com variados graus de severidade e alto índice de mortalidade. Ocorre devido aum fenômeno celular complexo, desencadeado pelo sistema imunológico do doador. A DECH édividida em forma aguda e crônica, de acordo com o tempo pós TCTH e as manifestações clínicas.Sabe-se que a disparidade na compatibilidade HLA entre doador e paciente é um dos fatores de riscopara aumentar a incidência de DECH. Devido às chances de encontrar um doador totalmentecompatível, aparentado ou não, serem de aproximadamente 30%, o TCTH haploidêntico (doadorfamiliar 50% compatível) amplia para a quase totalidade dos pacientes a possibilidade de realizar oTCTH. Esta modalidade de transplante vem sendo utilizada com mais frequência em virtude da suaviabilização a partir do uso da ciclofosfamida (CFM) pós, como parte da profilaxia da DECH. Oobjetivo deste trabalho é avaliar a incidência de DECHa e DECHc nos pacientes submetidos ao TCTHhaploidêntico no serviço de TCTH do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) em São Paulo.A metodologia foi através da análise retrospectiva dos dados de 45 pacientes submetidos ao TCTHhaploidêntico, no período de 05-2012 a 12-2016. A amostra foi composta por pacientes compredomínio do sexo feminino 60%, a média da idade foi 39,8 anos (17 a 69 anos), regimes decondicionamentos utilizados foram mieloablativo (fludarabina 30mg/m2 D-6 a -3, bussulfano 3,2mg/Kg D-6 a -3 e CFM 14,5 mg/Kg D-2 e -1) em 37,8% dos pacientes e não-mieloablativo (fludarabina30 mg/m2 D-6 a -2, CFM 14,5 mg/Kg D-6 e -5 e irradiação corporal total 200 rads D-1) em 62,2% dospacientes. Em relação à fonte de células houve o predomínio de células-tronco hematopoiéticaperiférica 86,6%. A profilaxia de DECH foi realizada com CFM +3 e +4, Micofenolato de Mofetila do+5 a +35 e inibidor de calcineurina +5 a 84 e redução total até +180 dias do TCTH; A incidência daDECHa foi de 44,4% e de DECHc foi de 31,1%. Dentre os 20 pacientes que desenvolveram DECHa,11,1% tiveram grau I, 13,3% grau II e 20% grau III, sendo a pele o órgão presente em 20% dospacientes, o trato gastrointestinal 2,2% e ambos em 22,2%. Relacionado à DECHc, 11,1% pacientestiveram grau leve, 4,4%, moderado e 15,6%, grave, segundo a classificação do NIH, sendo 11,1% comenvolvimento somente da pele, 15,4%, da pele associada a outro órgão e 4,4%, somente o fígado.Dentre os 20 pacientes que desenvolveram DECHa, 60% evoluíram com DECHc (p=0,003), sendo quedos 7 que apresentaram DECHa grau III, 57,1% desenvolveram DECHc grave. Não houve diferençasignificativa de ocorrência de DECHa ou DECHc entre os tipos de condicionamento e fonte de célula.Conclui-se que com a prática do TCTH haploidêntico com ciclofosfamida pós nesta população levou àocorrência aceitável de DECH aguda e crônica, com incidência semelhante à observada nos TCTHsalogênicos convencionais aparentados ou não.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 225

AVALIAÇÃO METABOLÔMICA DA DOENÇA DO ENXERTO CONTRA O HOSPEDEIROAGUDA

Ferreira DC1, Silva IDCG1, Oliveira JSR1

1Universidade Federal de São Paulo

Introdução: A principal barreira para o sucesso do transplante de células tronco hematopoiéticas(TCTH) é a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro aguda - DECHa. As ferramentas de diagnóstico eestadiamento atuais não conseguem identificar pacientes com maior risco de morbimortalidade porDECHa. Sabe-se que os níveis de vários metabólitos dosados são importantes no processo deimunoregulação. Objetivo: Avaliar se metabólitos identificados antes do TCTH podem refletir um riscode desenvolvimento da DECHa. Métodos: Estudo observacional, prospectivo, randomizado, no qualfoi realizado a análise metabolômica do plasma de 26 (Grupo I) pacientes submetidos ao TCTH noshospitais São Paulo e Santa Marcelina. O estudo da metabolômica foi realizado através deEspectometria de Massas Dirigida (dosagem em µMol de aminoácidos, aminas biogênicas,acetilcarnetinas, fosfatidilcolinas, esfingomielinas e hexoses) em Innsbruck - Áustria. O grupo I foisubdividido em subgrupo IA: 16 pacientes com DECHa e subgrupo IB: 10 pacientes sem DECHa(controle). Para ambos os grupos foram coletadas as amostras denominadas de T1: antes do regime decondicionamento, T2: no dia da infusão das células tronco, T3: no momento da enxertia, sendo aindacoletada a amostra T4: no momento da manifestação clínica da DECHa somente para o subgrupo IA.Resultados: Os metabólitos que apresentaram diferenças estatisticamente significativas foram aPCae40:1 (p=0,02) e a LysoPCaC18:2 (P=0,02) que tiveram concentrações aumentadas nas amostras T1no subgrupo com DECHa (1A) quando comparado com o subgrupo sem DECHa (1B). Os demaismetabólitos: Nitrotirosina (p=0,01), PCae32:1(p=0,02), PCae30:1(p=0,02), Quinurenina (p=0,04) e aenzima indol 2,3-dioxigenase (IDO) (p=0,04) apresentaram-se em concentrações diminuídas nasamostras T1 no subgrupo com DECHa (1A) quando comparado com o subgrupo sem DECHa (1B).Discussão: A quinurenina e a enzima IDO são metabólitos que apresentam comprovação clínica naliteratura no que diz respeito ao processo de imunotolerância. A quinurenina é um ligante endógeno queatua sobre o receptor de hidrocarboneto aromático (ARH), o qual possui papel na geração de célulasTreg e diferenciação de células TH17. O papel da enzima IDO na manutenção do feto alogênico emgrávidas foi comprovado em modelo animal em 1998 através do experimento em camundongos porMellor e Munn, os quais demonstraram a necessidade da produção desta enzima para que o feto seproteja de eventual rejeição pela mãe. Conclusão: A análise da metabolômica por Espectometria deMassas Dirigida pode ser utilizada como instrumento de identificação de biomarcadores no prétransplante e estes podem refletir o risco de desenvolver ou não a DECHa. Esta pesquisa sugere queconcentrações menores de quinurenina e IDO no pré transplante demonstraram ser um fator de riscopara o desenvolvimento da DECHa.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 226

LINFOMA T PERIFÉRICO APÓS TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA (TMO): RELATO DECASO

Scharff IC1, Moura MAE1, Oliveira VF2, Fernandes PR1, Almeida PV1, Vivas YAV1, Neto AEH1,2

1Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora(HU-UFJF)2Universidade Federal de Juiz de Fora

Introdução: O desenvolvimento de doenças linfoproliferativas pós transplante de órgãos sólidos ede medula óssea (MO) é uma complicação da imunossupressão crônica. São entidades que podem serbenignas ou malignas, e podem desenvolver-se a qualquer momento após o transplante. Cerca de 85%das doenças linfoproliferativa pós transplante (DLPT) são de origem B, uma pequena porcentagemrepresentam os linfomas T ou T/NK. A incidência global é estimada em 2 a 2,5%; a qual varia com aidade, órgão transplantado e imunossupressão, sendo inferior a 1% no TMO. Objetivo: Relatar o casode paciente que apresentou doença linfoproliferativa pós TMO. Relato de caso: Paciente, feminina,branca, 49 anos, diagnosticada em outubro de 2015 com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) e cariótiponormal. Realizou esquema de indução com D3 + A7 (daunorrubicina + citarabina) e 2 ciclos deconsolidação com citarabina em altas doses. A doença residual mínima (DRM) após duasconsolidações era negativa. Diante da presença de um cariótipo normal e risco intermediário, foiindicado TMO alogênico aparentado, realizado em março de 2016. O condicionamento para otransplante foi de intensidade reduzida com melfalan 140 mg/m², fludarabina 125 mg/m²e a profilaxiapara doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) com ciclosporina 3mg/kg/dia e metotrexate 10mg/m²no D+1 e 5 mg/m²no D+3 e D+6. A paciente evoluiu com remissão completa da doença, comDRM pós transplante negativo, sem ocorrência de DECH. Após 5 meses do TMO, a pacienteapresentou crescimento de tumoração em face e linfonodomegalia retroauricular à direita, com aumentoprogressivo. Realizado biópsia de MO que não evidenciou infiltração por leucemia, e aimuno-histoquimica da MO apresentou painel compatível com linfoma de células T periférica (LCTP)(MUM 1 negativo, CD20 neg, CD10 neg, CD3 positivo difuso, KI67 pós 90%, CD30 positivo, CD56negativo, TDT negativo). Foi suspenso a terapia imunossupressora e iniciada quimioterapia comprotocolo CHOEP, com evolução para óbito ainda no primeiro ciclo. Discussão/Conclusão: Odesenvolvimento de DLPT é multifatorial, elementos inquestionáveis para a linfogênese pós transplanteestão a infecção para EBV e a terapia imunossupressora, outros fatores são a idade, genética, tipo etempo de transplante. Os principais fatores relacionados ao TMO incluem compatibilidade HLA,doador não relacionado e gravidade da DECH. Embora a grande maioria das DLPT sejam de origem B,5% dos casos são de células T ou T/NK. A ausência dos principais fatores de risco para odesenvolvimento de DLPT e um diagnóstico compatível com LCTP, demonstra que, embora atualmenteexista uma maior compreensão na patogênese da DLPT, ainda há muito que se conhecer sobre essagrave complicação pós transplante. Mas certamente, o reconhecimento precoce das DLPT reduzirá asaltas taxas de mortalidade relacionada a essa complicação.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 227

QUALIFICAÇÃO DO PROGRAMA DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCOHEMATOPOIÉTICAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. PROJETO MAIS TMO: UMA

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA

Bandeira IC1,2, Silva TS1, Kern LB1, Notti RK1, Rigoni LDC1,2, Silva PO2, Frota EE1, Cardoso LGA1,Astigarraga CC1,2

1Hospital Moinhos de Vento2Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução : As doenças onco-hematológicas são um grupo heterogêneo de neoplasias. Estima-seque entre 2016 e 2017 haverá 22.780 novos casos de leucemias e linfomas no Brasil, sendo mais de4.000 no Rio Grande do Sul. Essas doenças requerem tratamentos dispendiosos e, muitas vezes,potencialmente letais, e entre esses recursos encontra-se o transplante de células-tronco hematopoiéticas(TCTH). O TCTH apresenta diversos efeitos colaterais e complicações que acarretam sofrimento físicoe psicológico, tanto para pacientes como familiares e acompanhantes. O manejo realizado durante oTCTH requer uma equipe multidisciplinar treinada, especializada e dinâmica frente a todas ascomplicações que podem ocorrer. Objetivo : Descrever as ações de promoção para qualificação doprograma de TCTH no SUS através de parceria entre instituição privada e pública, inédita no cenáriobrasileiro. Material e métodos : Serão promovidas atividades em conjunto entre instituição privada epública, visando gestão e educação, orquestradas junto à Coordenação Geral do Sistema Nacional deTransplantes, capacitando profissionais do SUS para a atenção do paciente no TCTH, realizandoregistro clínico de pacientes submetidos ao TCTH, avaliando custos relacionados ao acompanhamentodesses pacientes e desenvolvendo de protocolos clínicos pré e pós-TCTH. Resultados: Para acapacitação de profissionais foram realizados quatro cursos presenciais, com etapas teórica e prática, edesenvolvimento de materiais de apoio, envolvendo profissionais das duas instituições. Está sendocompilado registro clínico de pacientes submetidos a TCTH alogênico aparentado, coletando dados depacientes inseridos no triênio 2015-2017. Do mesmo modo, estão sendo desenvolvidos protocolosclínico-assistenciais para o acompanhamento ambulatorial de pacientes pré e pós TCTH. Discussão : Oregistro clínico tem a finalidade de monitorar dados demográficos e clínicos a médio e longo prazo,como: complicações imediatas, mortalidade, funcionalidade e qualidade de vida pós-transplante. Essesdados, coletados em caráter prospectivo, possibilitarão a realização de avaliações econômicas referentesa realização de TCTH. Os protocolos clínico-assistenciais em desenvolvimento visam melhorar aqualidade do cuidado do paciente. Conclusão : Transplante de células tronco hematopoiéticas exige aformação de profissionais altamente qualificados para que possamos modificar o desfecho de doençashematológicas graves, e a parceria público-privada é uma alternativa racional de qualificar profissionaispara a atenção do paciente transplantado no SUS, em um cenário onde a escassez de recursos públicos éfrequente. Este tipo de parceria tem o potencial de facilitar a apuração de resultados clínicos, a análiseda utilização de recursos financeiros no transplante e no acompanhamento do paciente pós-TCTH, bemcomo a padronização do cuidado ao paciente transplantado, tendo a possibilidade de modificar ocenário do TCTH no Brasil.

Palavras-chave: Oncohematologia, Transplante de células-tronco hematopoéticas,Multidisciplinaridade

Financiamento: Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde(PROADI-SUS), acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação Hospitalar Moinhos deVento, por meio do termo de ajuste de número 04/2014.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 228

DOSE ÚNICA DE CICLOFOSFAMIDA NO PÓS TRANSPLANTE HAPLOIDÊNTICO DEMEDULA ÓSSEA: RELATO DE CASO

Lazari JC1, Scheinberg P1, Motta CL1

1Beneficência Portuguesa de São Paulo

IntroduçãoO transplante alogênico de medula óssea consiste de opção terapêutica potencialmente curativa para

grande variedade de doenças hematológicas. A ausência de doadores HLA-idênticos para a maioria dospacientes motivou a busca de fontes alternativas de células-tronco, como cordão umbilical eHLA-Haploidêntico. O advento de técnicas de manipulação do enxerto e regimes de condicionamentocom otimização da profilaxia farmacológica de Doença do Enxerto contra o Hospedeiro (GVHD)reduziram os riscos de falha de enxertia e desenvolvimento de GVHD pós TMO-Haploidêntico,tornando esta modalidade de transplante uma opção viável para paciente sem doadores HLA-idênticos.A administração de ciclofosfamida em altas doses pós infusão de células-tronco (D+3 e D+4) é uma dasprincipais estratégias de profilaxia de GVHD dos TMO-Haploidênticos, dado seu baixo custo e nãomanipulação do material biológico coletado. Descrevemos relato de caso sobre TMO Haploidênticorealizado em nossa instituição com apenas uma dose de ciclofosfamida pós infusão de células-tronco.

CasoJAS, 57 anos, com diagnóstico de LMA de alto risco (cariótipo complexo) em Julho/2016. Após

obtenção de resposta completa com I ciclo de Indução de Remissão (“3+7”) e III consolidações comCitarabina em altas doses, paciente encaminhado para TMO Haploidêntico. Realizado condicionamentoconforme protocolo BU/FLU/CY, com ciclofosfamida 50mg/Kg no D+3 e D+4. Após a administraçãode ciclofosfamida do D+3, paciente iniciou quadro de dispnéia e dor retroesternal súbitos, com supradesnivelamento do segmento ST nas derivações V4-V6, D1 e AVL ao eletrocardiograma. Cateterismocardíaco sem evidências de lesões coronarianas obstrutivas, porém com marcadores de necrosemiocárdica positivos. Paciente seguiu estável ao longo do D+4, porém, devido à gravidade do caso,optado por suspensão da ciclofosfamida deste dia (do D+4). Micofenolato mofetil (MMF) eciclosporina iniciados no D+5 para profilaxia de GVHD, com boa evolução clínica e sem recorrência deprecordialgia. RNM cardíaca com hipocinesia de parede lateral e hipocontratibilidade de VE. Enxertianeutrofílica no D+16, com alta hospitalar no D+20. Estudo medular do D+30 com resposta morfológicacompleta e quimerismo com 100% do doador. Mantido MMF até o D+60, sem quaisquer evidências deGVHD nos primeiros 2 meses. Não houve novos eventos cardíacos após introdução de bloqueadores decanais de cálcio.

DiscussãoCiclofosfamida em altas doses por dois dias consecutivos pós infusão de CPH nos TMO

Haploidênticos consiste na estratégia mais comum dos regimes de condicionamento desta modalidadede transplante, com relatos anedóticos na literatura médica de dose única de ciclofosfamida pós infusãode CPH. A boa evolução deste caso clínico, com quimera completa do doador e GVHD apenas de graumoderado (no terceiro mês) nos leva a interrogar o real impacto nos desfechos dosTMO-Haploidênticos com administração de única dose de ciclofosfamida no período pós infusão.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 229

TRANSPLANTE HAPLOIDÊNTICO EM LINFOMA T MONOMÓRFICO EPITELIOTRÓFICOINTESTINAL: RELATO DE CASO.

Stanzione RL1, Vieira GA1, Rocha JDA1, Matos AV1, Perini G1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Linfoma T monomórfico epiteliotrófico intestinal é um subtipo raro de linfoma T extra nodaloriginado nos linfócitos T intraepiteliais do intestino, sendo < 1% de todos os linfomas. Anteriormentedenominado de Linfoma T relacionado a enteropatia, os casos esporádicos não relacionado a doençacelíaca foram renomeados na nova classificação WHO de 2016. Em geral, essa condição tem umprognóstico muito ruim. Não existe tratamento padrão para esta doença e os resultados publicados comdiversas modalidades de tratamento são insatisfatórios. A maioria dos dados em literatura consta deséries de casos, onde o tratamento inclui quimioterapia, principalmente regimes baseados emantracíclicos, incluindo transplante autólogo de medula óssea . Devido a falha dos tratamentosconvencionais em manter os pacientes em resposta completa, o transplante alogênico é visto como umaterapia curativa. O efeito enxerto versus linfoma é bem documentado, porém a taxa de mortalidaderelacionada ao transplante é a maior limitação. Relatamos o caso de uma paciente, feminina, 52 anos,com diagnóstico em 2015 de LNH T associado a enteropatia estádio IV, tratada em primeira linha comprotocolo UK, com consolidação com ATMO após resposta completa. Cinco meses após ATMO recaiu,sendo tratada com protocolo ESHAP com resposta parcial. Em novembro de 2016 foi submetida aTCTH haploidêntico da filha, com condicionamento de intensidade reduzida com Fludarabina60mg/m², TBI 600cGy e ciclofosfamida pós; imunossupressão com micofenolato mofetila e tacrolimus.Evoluiu durante o transplante sem toxicidades importantes e no pós TMO apresentou reativação deCMV. Atualmente, a paciente encontra-se em remissão da doença de base, com quimerismo 100%, jásem imunossupressão desde o D+ 150, sem sinais de GVHD. Os maiores trabalhos publicados emtransplante alogênico em LNH T incluem poucos casos deste tipo de linfoma T, não sendo possívelanalisar os resultados separadamente nessa população. Para LNH T agressivo as taxas de sobrevidaglobal e sobrevida livre de doença são de 57% (95% CI, 45% a 68%) e 53% (95% CI, 41% a 64%),respectivamente. Sendo o status da doença (estável, refratária ou em progressão) no momento dotransplante e a ocorrência de GVHD agudo grave (Grau 3-4) os fatores prognósticos que maisinfluenciam para a sobrevida. Devido a agressividade da doença, e por ser geralmente diagnosticada emestágios já avançados e em pacientes já inelegíveis para tratamentos agressivos, o prognóstico éreservado. Esse tumor é pouco sensível à quimioterapia e com altas taxas de recidiva, tornando otransplante alogênico uma opção de tratamento, ainda que não exista forte evidência na literaturamédica.

Referências:1. Ferreri AJ, et al. Enteropathy-associated T-cell lymphoma. Critical Reviews inOncology/Hematology. Jul 22 2010. 2. Delabie J, et al. Enteropathy-associated T-cell lymphoma:clinical and histological findings from the international peripheral T-cell lymphoma project. Blood. Jul7 2011;118(1):148– 155. 3. Al-Toma A, et al. Stem cell transplantation for the treatment ofgastrointestinal diseases–current applications and future perspectives. Aliment Pharmacol Ther. Dec2007;26 Suppl 2:77–89. 4. Ikebe T, et al. Successful treatment of refractory enteropathy-associatedT-cell lymphoma using high-dose chemotherapy and autologous stem cell transplantation. Intern Med.2010;49(19):2157–2161.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 230

ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE ALOGÊNICODE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS EM INSTITUIÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Cruz ACB1, Takedo VME1, Almeida JS1, Chiattone RR1, Cancado RD1

1Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Introdução: O transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é uma modalidadeterapêutica utilizada em várias doenças hematológicas. Oferece chance de cura para diversas patologias,com boas taxas de Sobrevida Global (SG) e Sobrevida Livre de Progressão (SLP). Acredita-se que osucesso do TCTH depende de vários fatores como: idade, doença de base, tipo de doador, status dadoença ao TCTH e comorbidades associadas. Objetivos: Análise de Sobrevida Global (SG), SobrevidaLivre de Progressão (SLP), perfil epidemiológico e fatores prognósticos de pacientes submetidos aoTCTH. Casuística e métodos: Análise retrospectiva de pacientes submetidos sequencialmente aoTCTH, no período de janeiro de 2006 a junho de 2016, na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia deSão Paulo. Resultados: Foram analisados 103 pacientes, sendo 48 (46,6%) mulheres e 55 (53,4%)homens, com idade mediana de 36 anos, variando de 0,8 (10 meses) a 64 anos. O diagnóstico maisfrequente encontrado nesses pacientes foi o LMA (26,2%). Em nossa casuística, apenas o tipo decondicionamento influenciou de maneira estatisticamente significante a SG. Demais fatores analisados,como: diagnóstico, status da doença ao TCTH, fonte de células-tronco hematopoéticas, escore de riscoHCT-CI, escore de risco DRI, gênero do doador, escolaridade, não influenciaram a SG e SLP. A SG aos3 anos foi de 57,2%, com mediana de 5,2 anos. A SLP aos 3 anos foi de 86,4%, com mediana de 2,8anos. Conclusão: Em nosso estudo, observamos taxas de SG e SLP semelhantes aos encontrados naliteratura mundial. Nessa amostra, os resultados da aplicação dos escores HCT-CI e do DRI nãoinfluenciaram de maneira significativa a SG e SLP. O tipo de condicionamento foi o único fator queinfluenciou a SG e SLP. Sendo o uso de CY + BU associado a maiores taxas de sobrevida.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 231

DOADOR DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS PORTADOR DO VÍRUS HEPATITE B:RELATO DE CASO

Cruz ACB1, Negreiros E1, Takeda VME1, Almeida JS1, Chiattone RR1, Cancado RD1

1Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Objetivos: Relatar caso clínico de doador de células-tronco hematopoéticas portador do vírusHepatite B e comparar com dados da literatura. Material e métodos: Análise retrospectiva deprontuário médico. Relato de Caso: G.S.A., 42 anos, sexo masculino, natural de Tucano-BA eprocedente de São Paulo-SP, comerciante, solteiro, com quadro de Doença Mieloproliferativa Crônica(DMC) cromossomo Philadelfia negativo, tratado com hidroxiuréia e interferon, evoluiu comprogressão de doença. Feito quimioterapia de indução com protocolo “3+7”, seguido de TACTH em 24de maio de 2007. Teve como doador, HLA idêntico, seu irmão, J.S.A., 41 anos, portador de Vírus daHepatite B (HBV), cujo PCR para HBV era de 2 x 106 cópias/ml. Antes do TACTH, paciente recebeuvacina contra HBV. Regime de condicionamento foi mieloablativo, contendo bussulfano eciclofosfamida. Utilizou-se ciclosporina e metotrexate (4 doses) para profilaxia de Doença do Enxertocontra Hospedeiro (DECH). Lamivudina (150 mg/dia) foi iniciada após a enxertia leucocitária.Manteve-se ciclosporina até D + 475 do TACTH, pois o mesmo apresentou diarréia crônica sugestiva deDECH intestinal, que não foi confirmado por biópsia. Lamivudina foi suspensa dois anos após TACTH,devido manutenção de PCR para HBV indetectável. Atualmente, encontra-se sem evidência de DMC esorologias negativas. Discussão: Certas malignidades hematológicas têm como terapêutica curativa oTransplante Alogênico de Células-tronco Hematopoéticas (TACTH). A dosagem sorológica para o vírusda hepatite B é mandatória para prevenir exposição e doença. Doadores HBsAg-positivo devem serevitados se possível, porém, frequentemente esses são a única escolha. Não é contraindicado o uso dedoador HBsAg positivo, uma vez que o risco de transmissão é menor que 30%, entretanto medidaspreventivas para evitar infecção no receptor devem ser tomadas como uso da lamivudina,imunoglobulina e vacinação. Alta carga viral do HBV no doador e ausência de anti-HBs em receptoressão fatores de risco que predispõem desenvolvimento de hepatite pós transplante. Acredita-se que orisco de passagem de HBV pelas células do doador está relacionada principalmente à presença de vírusno produto das células-tronco coletadas e não somente à infecção por HBV no doador. Medicamentosantivirais orais são utilizados para diminuir a carga viral do HBV no doador. Terapia combinada noreceptor com Imunoglobulina contra HBV (IgHB) e lamivudina oferece proteção sinérgica e parece terboa eficácia. No caso em questão, utilizou-se lamivudina no doador antes da coleta de células-tronco, jáno receptor foi utilizado por aproximadamente dois anos após TACTH, quando foi interrompida 255dias após a suspensão da ciclosporina. Receptor realizou vacinação contra HBV pré-TACTH, nãorecebendo IgHB devido ao alto custo e indisponibilidade na rede pública de saúde. Conclusão: Não épossível determinar qual a parte da estratégia desempenhou o papel mais importante na prevenção deinfecção por HBV no paciente, entretanto, pode-se concluir que a abordagem foi eficaz visto que oreceptor não desenvolveu hepatite, sendo necessário estudos prospectivos para se estabelecerabordagem profilática padrão nesses pacientes que possuem como única opção doador com HBV.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 232

IRRADIAÇÃO FOCAL DA MEDULA ÓSSEA NO CONDICIONAMENTO DO TRANSPLANTEDE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

Rezende ACP1, Weltman E1, Lima M2, Sakuraba R1, Goncalves VD1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2University Hospitals Cleveland

Introdução: A Irradiação Corporal total (TBI) faz parte de muitos regimes de condicionamentomieloablativo no transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas (TCTH-alo). Os regimescontendo TBI têm taxas de recaída reduzidas nas Leucemias, mas as taxas de sobrevida global sãosemelhantes aos regimes sem TBI devido à maior mortalidade e toxicidade relacionadas à irradiação decorpo total. O uso alternativo de uma forma focal de irradiação da medula óssea, Targeted MarrowIrradiation (TMI), tem como finalidade reduzir as toxicidades associadas ao TBI, ao mesmo tempo emque permite escalonar a dose e, portanto, incrementar a intensidade e efetividade do tratamento.Objetivo: Implementação da técnica de TMI com segurança dosimétrica e avaliação de suaexequibilidade da prática clínica diária. Material e Métodos: Dois pacientes foram tratados com TMIpor técnica de VMAT (modulação volumétrica do feixe de irradiação em arco), um portador deLeucemia Mielóide Aguda e outro de Leucemia Prolinfocítica T. Ambos receberam a dose total de 6 Gy(4 frações em dois dias – BID), e antes de cada aplicação foram realizadas imagens de localização emtempo real (IGRT) como forma de garantir a precisão do tratamento. A Fludarabina foi administradacom dose de 30 mg/m2, nos dias D-6 a D-2 e o Bussulfano nos dias D-5 e D-4, com dose de 4800 AUC.Resultados: Obtivemos 85% de cobertura de dose no volume-alvo (medula de todo esqueleto ósseo eo baço) com 90% da dose prescrita de 6 Gy. A dose média nos órgão normais a serem poupados (comoos cristalinos, glândulas parótidas, cavidade oral, tireoide, esôfago, pulmões, coração, fígado, estômago,rins, intestino delgado, bexiga, genitália) manteve-se abaixo de 50% da dose prescrita. O tempo médiode tratamento por fração (tempo de máquina) foi de 120 minutos. Os procedimentos ocorreram semintercorrências clínicas ou técnicas. Os pacientes obtiveram enxertia neutrofílica no D+12 e D+17, comenxertia plaquetária D+21 e D+18 respectivamente. Ambos encontram-se em remissão completa dadoença, sem sinais de GVHD com 30 dias de seguimento. Discussão: Os resultados dos atuaisregimes de condicionamento para o TCTH representam o equilíbrio entre a atividade do regime contra adoença e suas toxicidades. Regimes mais intensos têm maior atividade contra as neoplasias, mas sãomais tóxicos, resultando em diminuição dos índices de recaída, com aumento da mortalidaderelacionada ao transplante. O oposto ocorre com regimes de condicionamento de intensidade reduzida,que apresentam menor mortalidade relacionada ao transplante, mas maiores taxas de recidiva. Oresultado final deste equilíbrio persistente é o desenvolvimento de desfechos semelhantes para pacientessubmetidos a qualquer estratégia. Com base nos resultados publicados da utilização da irradiação totalde medula óssea (TMI), a adição desta modalidade pode aumentar a atividade de regimes de intensidadereduzida contra a doença primária sem causar toxicidade adicional. Conclusão: A TMI foi implantadaem nosso departamento com segurança dosimétrica, sem intercorrências técnicas ou clínicas na dosetotal de 6 Gy, criando uma base para protocolos de escalonamento de intensidade da irradiação noTCTH-alo.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 233

ALLOGENEIC HEMATOPOIETIC CELL TRANSPLANTATION FOR MYELODYSPLASTICSYNDROMES: ANALYSIS OF SURVIVAL AND RISK FACTORS IN 78 PATIENTS

Funke VAM1, Coletto E1, Carvalho DS1, Setubal D1, Sola CB1, Oliveira MM1, Nabhan S1, Pasquini R1

1Universidade Federal do Paraná

Introduction: Myelodysplastic syndromes (MDS) comprise a heterogeneous group of clonaldisorders in which the hematopoietic stem cell has a reduced differentiation capacity. It is chacterizedby bone marrow dysplasia, peripheral cytopenias and risk of progression to acute myeloid leukemia(AML). Hematopoietic stem cell transplantation (HSCT) is currently the only therapeutic alternativethat has curative potential. The primary end point of this study was to evaluate the overall survival (OS)and disease-free survival (DFS) in patients with MDS who underwent HSCT in the Bone MarrowTransplantation Center (STMO) of the Hospital de Clínicas – Federal University of Parana during 1979to 2015. Secondary end points were: evaluating risk factors associated with OS and DFS, as well as thecause of death and complications related to the transplant. Method: It is a cross-sectional retrospectivestudy with data collection from medical records and information of STMO database. Statistical analysiswas performed using the Chi-square test for comparison of categorical variables and the Cox model formultivariate analysis. The OS and DFS curves were delineated by Kaplan Meier Method. Thesignificance p value was < 0,05. Results: A total of 78 patients were included in the study and 39 ofthem were men (50%). The median age was 31 years (range 1-59). MDS were classified within theWorld Health Organization classification (2008), and Refractory Cytopenia with Multilineage Dysplasiawas the most frequent subtype (45%). Considering IPSS-R risk score, patients with very low risk were10%, low risk 38%; intermediate risk 25%; high risk 6%; very high risk 21%. There were 78% ofHLA-match sibling donor transplants and 22% received transplants from unrelated donor. BoneMarrow was the main source of stem cells (83%). 86% received myeoablative conditioning. GradeII-IV acute graft-versus-host disease (aGVHD) occurred in 61,5% patients, and moderate/severechronic GVHD (cGVHD) in 78,2%. Thirty patients (38%) remained alive until the time of analysis.The estimate OS for 15 years post-HSCT was 35%, and DFS was 35% for the same period of time. Therisk factors for OS were partial or no engraftment ( by chimerism analysis) (HR 3,9; p=0,00) and donorhistory of pregnancy (HR 2,3; p=0,01). The risk factor for DFS was partial or no engraftment (HR 4,3;p=0,00). Main causes of death among the patients were infection (21%), disease relapse (16,7%),cGVHD (14,6%) and aGVHD (12,5%). Conclusion: The study corroborates some series published withOS and DFS of 35% in 15 years, showing that despite being the main curative approach, improvementof results of this procedure is needed.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 234

UNRELATED TRANSPLANT FOR SEVERE APLASTIC ANEMIA (SAA): LONG TERMRESULTS AND RISK FACTOR ANALYSIS FOR OVERALL SURVIVAL

Funke VAM1, Bernardi C2, Oliveira MM1, Bitencourt MA1, Bonfim C1, Nabhan SK1, Setubal D1, SolaCB1, Pasquini R1

1Universidade Federal do Paraná2Hospital Nossa Senhora das Gracas

Introduction : For patients with SAA, Transplantation from an unrelated donor (UD) is usuallyconsidered after failure of at least one course of immunessupression. This strategy is based on a relativelyhigh risk of complications for UD transplant recipients, such as graft rejection, graft-versus -host disease(GvHD) and infections. However, the outcome of unrelated donor transplants has significantly improvedin recent years, due to better donor selection, conditioning regimen otimization and better supportivecare. Patients and Methods : The authors describe results from 51 patients with SAA who receiveunrelated allogeneic transplants in a single reference institution from 1997 to 2014. Data was retrievedfrom the center databasis and Results : There were 30 females and 21 males. Median age was 15 yearsold (0-47). Median total number of cells infused was 3,4 x 108/kg.61% of the patients have received morethan 50 transfusions previously. Conditioning regimen were: CY 120 + TBI 1320 +/- ATG in 16 (31%)patients, Bu 12 mg/kg+ Cy 120+ ATG in 18 (35%), and Fludarabine + Cy+ATG in 8 (16%), Fludarabine,Cy+TBI 200 in 9 (18%) patients. Stem cell source was marrow in 84%, cord blood in 13% and peripheralblood in 3% of patients. Transplants were full matched in 32 (62%) patients, had one mismatch (out of12) in 12 (24%) and 2 mismatches in 7 (14%) patients. Engraftment was complete as evaluated by donorchimerism at day 30 and 100 post transplant in 36 patients (71%), partial in 4 (8%) and graft failurewas observed in 9 (18%) patients. Acute GVHD grade II-IV was seen in 9 patients ( 18%) and NIHmoderate to severe chronic GVHD was seen in 8 (16%) patients. Median overall survival was 328 days(4-4287) and estimated 5 years overall survival was 55%. Risk factors for survival identified were: HLAmismatch and stem cell sources other than marrow. Conclusions : Unrelated transplants are a feasiblesalvage therapy for patients with SAA refractory to immunessupression, being HLA compatibility andmarrow stem cell source factors with a positive impact on survival.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 235

IMPACT OF CHRONIC GVHD AND MYELOABLATIVE CONDITIONING IN ALLOGENEICHEMATOPOIETIC STEM CELL TRANSPLANTATION FOR CHRONIC MYELOGENOUS

LEUKEMIA PATIENTS WHO FAILED TYROSINE KINASE INHIBITORS

Funke VAM1, Brandao ACB1, Savian R1, Oliveira JT1, Setubal D1, Medeiros LA1, Sola CB1, SpinelliB1, Pasquini R1

1Universidade Federal do Paraná

The goal of the present study is analyzing outcomes of HSCT in 49 patients with ChronicMyelogenous Leukemia (CML) resistant to Tyrosine Kinase Inhibitors (TKI) and identifying riskfactors for overall survival (OS) and disease free survival (DFS). We analyzed the outcomes of patientsresistant to TKIs who underwent HSCT from January 2001 to August 2015. Chronic graft versus hostdisease (GVHD) (n=16) was associated to a higher OS (p = 0,04) whereas acute GVHD (n=13) wasassociated to a lower OS. Regarding to DFS, a myeloablative (MA) conditioning regimen (n=45) lead tohigher survival probability (p = 0.00182). BCR-ABL mutation analysis was performed before HSCT in55 % of the patients (n = 27) and found in 33% (n = 9). Median OS was 373 days (33-3677) and medianDFS was 1489 days (0-3677). Five years probability of survival was 41% for entire group. ChronicGVHD was associated with a 3,6 lower probability of death, while occurrence of acute GVHD had anegative impact, increasing probability of death in 3 times. Myeloablative conditioning wassignificantly associated with better DFS.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 236

MINIMAL RESIDUAL DISEASE ANALYSIS AND ITS IMPACT AFTER HEMATOPOIETICSTEM CELL TRANSPLANT FOR ACUTE LEUKEMIAS.

Funke VAM1, Legnani A1, Bernardi C2, Setubal D1, Oliveira MM1, Sola CB1, Nabhan SK1, AzambujaAP1, Pasquini R1, Malvezzi M1

1Universidade Federal do Paraná2Hospital Nossa Senhora das Gracas

Background: The presence of minimal residual disease (MRD) at the time of Hematopoietic stemcell transplantation (HSCT) is well recognized as an adverse risk factor for poor outcomes in ALL andAML patients in morphologyc remission.

Aims: This study aims to determine the impact of the presence of MRD in overall survival anddisease free survival after HSCT for acute leukemias.

Methods: We studied 35 patients with ALL and 35 patients with AML who received allogeneic stemcell transplant and had information about MRD status pre transplant. Bivariate and multivariate analysiswere performed for risk factors for overall survival using cox regression model. Risk factors analyzedwere: pre transplant disease status, MRD status pre transplant, AL type, age, sex, conditioning intensity,type of conditioning regimen, number of cells infused, stem cell source, engraftment, type of HSCTdonors, HLA compatibility, acute GVHD grade and chronic GVHD grade.

Results: Among ALL patients: as showed by cox regression model, the risk of death was significantlyincreased by positive MDR (HR 4.6 1.3-16.3) ; partial engraftment/graft failure 76.90 (11.1-529,2) anduse of cord blood and peripheral blood as steam cell source(HR 3.9 1.0-15.49).

Among AML patients: The risk of deathwas significantly increased in patients using nonmyeloablative conditioning regimen (HR 14.0 2.3-84.0), when compared with mieloablative regimenand partial engraftment (HR 23.9 4.7-120.3) . The presence of positive MRD pre- transplant was notsignificant in this subgroup of patients.

Conclusion: pre-HSCT MRD positive was associated with higher mortality among ALL patients.For AML patients positive MRD was not found to increase significantly the death risk.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 237

DESENVOLVIMENTO DE UM BANCO DE REGISTRO CLÍNICO, HOSPITALAR EAMBULATORIAL DE PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO

HEMATOPOIÉTICAS

Bandeira IC1,2, Silva TS1, Kern LB1, Notti RK1, Rigoni LDC1,2, Silva PO2, Frota EE1, Cardoso LGA1,Paz AA2, Astigarraga CC1,2

1Hospital Moinhos de Vento2Hospital de Clinicas de Porto Alegre

Introdução : As doenças onco-hematológicas representam um subconjunto de todos os tipos decâncer, que requer tratamentos dispendiosos e, muitas vezes, potencialmente letais. Nas últimasdécadas, o Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) consolidou-se como tratamentocurativo para doenças onco-hematológicas, hereditárias e imunológicas. O paciente submetido à TCTHé exposto a medicamentos e procedimentos que possuem diversos efeitos colaterais e podem acarretarcomplicações agudas e crônicas, gerando sofrimento físico e psicológico, tanto para eles como parafamiliares e acompanhantes. Mesmo o com acompanhamento desse paciente sendo realizado por anos,ainda não dispomos no Brasil de dados concretos sobre esse seguimento. Objetivo : O presentetrabalho tem por objetivo descrever o desenvolvimento de um banco com registro clínico de pacientessubmetidos a transplante alogênico de medula óssea. Material e métodos : A escolha das variáveis quefarão parte deste registro foi baseada em informações essenciais relacionadas nas diferentes etapas dotransplante, em especial as complicações pós-transplante, seguindo como base dados na literatura ebanco de registros internacionais. Resultados: Foi construído um banco de dados com diversasvariáveis de interesse, que posteriormente possam permitir realizar relações com dadossocioeconômicos, características da doença, desempenho físico com o sucesso do procedimento,ocorrência de complicações e eventos clínicos intra-hospitalares. Buscou-se incluir ainda dados defuncionalidade e qualidade de vida pós-transplante, assunto cada vez mais discutido devido ao aumentoda expectativa de vida desses pacientes. Discussão : O registro clínico tem a finalidade de monitorardados demográficos e clínicos, acompanhar a ocorrência das possíveis complicações, conhecendo assimmelhor a sua população, o que pode permitir um planejamento estratégico voltado para a realidadelocal. Esses dados, coletados em caráter prospectivo, possibilitarão a realização de pesquisas diversasreferentes à realização de TCTH, podendo vir a ser um modelo a ser utilizado. Conclusão : Ter umbanco de dados de pacientes submetidos a TCTH permite o monitoramento dos transplantes realizados,auxiliando ainda no reconhecimento de características específicas da população de cada área, e podendoainda facilitar o acompanhamento da demanda atendida.

Palavras-chave: Oncohematologia, transplante, medula óssea, registro clínicoFinanciamento: Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde

(PROADI-SUS), acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação Hospitalar Moinhos deVento, por meio do termo de ajuste de número 04/2014.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 238

RUXOLITINIBE EM DOENÇA DO ENXERTO CONTRA HOSPEDEIRO CRÔNICA REFRATÁRIAA CORTICOSTEROIDES: EXPERIÊNCIA DE 18 CASOS EM UM ÚNICO CENTRO

Ferreira AM1, Silva CAP1, Pereira AD1, Szor RS1, Serpa M1, Melo MKS1, Tucunduva L1, Novis Y1,Rocha V1, Rodrigues CA1

1Hospital Sírio Libanês

Introdução: A doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) crônica representa umacomplicação frequente no pós-transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas, com impactoem morbimortalidade e qualidade de vida. A terapia de 1ªlinha se baseia no uso de corticosteroides,com taxas de resposta variáveis, sendo terapias de 2ªe 3ªlinha necessárias em cerca de 40-60% dospacientes, com resultados insatisfatórios e toxicidade importante. Ruxolitinibe, um inibidor JAK1/2,tem se mostrado efetivo em reduzir DECH em modelos animais e em estudos clínicos, com resultadospromissores no contexto de DECH crônica refratária. Objetivos: Relatar a experiência de um serviçocom o uso de ruxolitinibe em casos de DECH crônica refratária a corticosteroides. Material eMétodos: Entre março de 2016 e junho de 2017, 18 pacientes com DECH crônica refratária foramtratados com ruxolitinibe em doses entre 5 a 20 mg duas vezes ao dia, na maioria dos casos comoterapia adicional a outros imunossupressores. DECH crônica corticorefratária foi definida como aquelasem resposta a doses de corticosteroides > 0,5 mg/kg/dia por mais de 4 semanas ou impossibilidade dedesmame, com ou sem imunossupressores adicionais. Resposta completa foi definida como ausência dequalquer sintoma relacionado à DECH e resposta parcial como melhora clínica significativa e/ouredução de corticoide e outros imunossupressores em >50%. Toxicidades foram definidas de acordocom o NCI-CTCAE. Resultados: Entre os 18 pacientes que receberam ruxolitinibe, onze apresentavamDECH crônica moderada e sete DECH grave, de acordo com a classificação NIH 2014. O númeromediano de órgãos afetados ao início da medicação foi 3 (variação: 1-5) e a mediana deimunossupressores prévios utilizados pelos pacientes foi 3 (1-6). A taxa de resposta global aoruxolitinibe foi de 78% (14/18), tendo um paciente atingido resposta completa e o restante, respostaparcial, mas com significativo ganho em melhora de sintomas e qualidade de vida. O tempo medianopara resposta foi de 4 (1-16) semanas, tendo sido observadas melhores respostas em pacientes comDECH de pele, boca e olhos e quando a droga foi iniciada precocemente no curso da doença. Asobrevida global em 41 semanas foi de 71%, sem casos de recaída de doença. Apenas dois casos decitopenia foram observados após a introdução da medicação, sem outras toxicidades reportadas.Discussão: Ruxolitinibe, através da inibição de JAK1/2, atua em múltiplos níveis da resposta imuneenvolvida na DECH, com inibição da proliferação de linfócitos T e da produção de citocinaspró-inflamatórias e promoção de linfócitos T regulatórios. Apesar de dados ainda incipientes na práticaclínica, experiência prévias mostram taxas de resposta satisfatórias em casos de DECH refratária, comboa tolerância e facilidade de uso. Nossa experiência confirma a viabilidade desta nova opçãoterapêutica. Conclusão: Ruxolitinibe parece ser uma boa opção para DECH crônica refratária,principalmente no contexto de pacientes ambulatoriais com acometimento preferencial de pele, boca eolhos, podendo nestes casos ser considerado como opção para terapia de segunda linha.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 239

TUBERCULOSE EM PACIENTE PORTADOR DE DOENÇA DE HODGKIN TRANSPLANTADOCOM CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS HAPLOIDÊNTICAS COMO DIAGNÓSTICO

DIFERENCIAL DE RECAÍDA

Daza L1, Fischer G1, Oglio ACD1, Daudt LE1, Rigoni LDC1, Astigarraga CC1, Silla LMR1, Paz AA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução : A recrudescência da tuberculose no Brasil tem sido documentada em diversostrabalhos. Esse problema é ainda mais evidente nas populações de pacientes imunossuprimidos já queesta condição se constitui num dos principais fatores de risco para a reativação da doença. Objetivo:Relato de caso de paciente portador de Doença de Hodgkin submetido ao TCTH Haploidêntico com odiagnóstico de tuberculose por biópsia de linfonodo. Descrição do caso : Feminina, 19 anos comdiagnóstico de linfoma de Hodgkin subtipo esclerose nodular em outubro de 2013, estadiamento IV Be refratária a quimioterapia. Após 8 ciclos de Brentuximabe paciente apresentava redução importantedas lesões no PET-CT. Foi submetida ao TCTH Haploidêntico com ciclofosfamida pós em julho de2015. O primeiro PET-CT de reavaliação pós TCTH, feito no 3 mês do procedimento, evidenciouhipercaptação difusa. Nesse momento foi retirada a imunossupressão gradualmente. Novo PET-CT dejaneiro de 2016, já sem imunossupressão sistêmica ainda com hipercaptação difusa. Optado por realizarinfusão de linfócitos do doador (DLI) em junho de 2016. Recebeu doses crescentes conforme esquemapreconizado por Bacigalupo e tal., total de 8 infusões. PET-CT realizado pós 4 meses do início da DLI,em outubro de 2016, revelou persistência das lesões assim como aumento expressivo em lesão deesterno. Em janeiro de 2017 apresentou Doença do enxerto contra Hospedeiro (DECH) comcaracterísticas de aguda em palmas, solas e cavidade oral necessitando imunossupressão sistêmica comtacrolimus e prednisona. PET de fevereiro de 2017 com persistência da atividade metabólica no esterno,porém com redução significativa nos outros locais descritos. Neste momento a paciente apresentoulesão esternal evidente ao exame clínico. Lesão biopsiada. Realizada fibrobroncoscopia com lavadobronco-alveolar (LBA). O exame de PCR no LBA positivo para Mycobacterium Tuberculosis sendoiniciado RHZE em 27/03/2017. Anatomo-patológico da lesão esternal revelou inflamação crônicagranulomatosa com extensa necrose e degeneração cística em tecido fibro-adiposo, pesquisa de BAARpositiva. Atualmente a paciente está em tratamento para tuberculose há 3 meses, sem imunossupressãosistêmica e sem reativação de DECH. Discussão: A DLI em pacientes recaídos pós TCTH provocaimunossupressão intensa assim como DECH e necessidade de uso adicional de imunossupressores.Diante desse quadro, é importante a vigilância de doenças infecto-contagiosas oportunistas. Énecessário atentar para o resultado do PET-CT de controle visto que há marcação pronunciada emdoenças inflamatórias além daquelas neoplásicas. A investigação por LBA e anatomo-patológico daslesões identificadas nesse caso foi essencial para o diagnóstico diferencial. Conclusão : É fundamentalque o diagnóstico diferencial entre recidiva neoplásica e doenças infecciosas oportunistas num contextode imunossupressão grave deva ser feito através de análise anatomopatológica ou exames invasivos.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 240

SEGUNDO TMO (COM MISMATCH) PARA LMC REFRATÁRIA A INIBIDOR DETIROSINA-QUINASE: RELATO DE CASO

Sabaini CS1, Colturato VAR1, Silva PM1, Simioni AJ1, Silva FR1, Amaru MKG1, Colturato I1,Franceschi FLS1, Souza MP1

1Hospital Amaral Carvalho - Jaú

INTRODUÇÃO: Desde o advento dos inibidores de tirosina-quinase (ITK) para o tratamento daleucemia mieloide crônica (LMC), TMO alogênico para esta doença tornou-se raro, indicado apenas apacientes refratários ou intolerantes às linhas terapêuticas disponíveis. Persiste ainda uma preocupaçãohistórica com a potencial falha de enxertia após TMO alogênico não-aparentado para LMC, sendo estacomplicação ainda mais frequente na presença de discordância nos antígenos leucocitários humanos(HLA com mismatch ).

RELATO DO CASO: Paciente de 34 anos, masculino, com diagnóstico de LMC há 2 anos, avaliadopré-TMO em novembro de 2013 por história de refratariedade aos 3 ITKs, além de difícil controlehematológico com quimioterapia citorredutora. Foi proposto TMO alogênico não-aparentado commelhor doador disponível apresentando mismatch no alelo A (HLA 9x10). Embora paciente nãoapresentasse anticorpo anti HLA, foi considerado o risco de falha de enxertia, somando o mismatch , adesproporção de peso, incompatibilidade ABO maior, fonte medula óssea (MO), pois doadorindisponível para células tronco periféricas (CTP). A equipe optou por coleta de CTP do própriopaciente para ser armazenada como backup. Primeiro transplante: condicionado com busulfano(16mg/kg), fludarabina (120mg/m²) e anti-timoglobulina (ATG), sendo a profilaxia para doença doenxerto contra o hospedeiro (DECH) realizada com ciclosporina (CSA) e micofenolato de mofetil(MMF), por baixa celularidade do enxerto, 1,3 x 108/kg receptor. Houve falha de pega, como previsto,com necessidade de infusão da CTP de backup no D+39, permitindo recuperação autóloga pelopaciente, que se manteve em fase crônica da doença. Dois anos mais tarde, proposto novo TMOnão-aparentado com novo doador (9x10), agora fonte CTP (3,4 x 106/kg receptor), sendo condicionadodesta vez com melfalano (140 mg/m²), fludarabina (160mg/m²) e irradiação corporal total de 200 cGyassociado a ATG, porém, por intolerância a ATG, modificada profilaxia para DECH com ciclofosfamidapós (50mg/kg), D+3 e D+4, CSA e MMF. Pega estabelecida no D+17, com quimerismo de 98,6% dogenótipo do doador no D+45, além de rearranjo BCR-ABL negativo. Nova positividade do BCR-ABLno D+185, sendo confirmada presença de mutação que predizia sensibilidade apenas ao dasatinibe, oqual foi introduzido com dose ajustada. Apresentou também DECH crônica de boca e pele, controladascom prednisona. Em últimas reavaliações, após mais de um ano do TMO, paciente mantém BCR-ABLindetectável desde D+283.

CONCLUSÃO: O risco de falha de enxertia no TMO não-aparentado para LMC deve sempre serconsiderado, principalmente se adicionados os riscos de falha de pega mencionados acima, sendopossível manejo com infusão de CTP autóloga, como no presente caso, uma medida salvadora. Assimfoi permitida realização posterior de novo TMO, sendo atingido quimerismo completo e respostamolecular maior, apesar da necessidade adjuvante de ITK.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 241

PERIMIOCARDITE AGUDA SECUNDÁRIA AO USO DE CICLOFOSFAMIDA PÓSTRANSPLANTE HAPLOIDÊNTICO: RELATO DE 3 CASOS

Kerbauy MN1, Blumenschein DI1, Santos FPS1, Filho ACBN1, Esteves I1, Stanzione RL1, RochaJDA1, Ribeiro AAF1, Perini GF1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O uso da ciclofosfamida pós transplante (PTCY) mostra-se promissor por baixas taxasde rejeição de enxerto e DECH, porém está associada a toxicidade em diversos órgãos e pouco se sabesobre essas complicações pós transplante haploidêntico.

Objetivo: descrever 3 casos de perimiocardite pós PTCY em transplante haploidêntico de medulaóssea.

Material e Métodos: análise retrospectiva de prontuários médicos e revisão da literatura.Resultados: Caso 1: Mulher, 51 anos, com Linfoma de Células T associado a enteropatia, tratada

previamente com CHOP/IVE/MTX, TMO autólogo com BEAM, GELOX e ESHAP. Submetida atransplante haploidêntico com TBI 600cGy e fludarabina e imunossupressão pós com CY 50mg/Kg +3e +4, MMF e tacrolimus. No dia +6 paciente evoluiu com dor retroesternal com piora ao decúbitoventral. ECG: taquicardia sinusal, elevação difusa do segmento ST e depressão de PR, ECO comdisfunção ventricular difusa com redução da FE de 60 para 30%. Troponina de 48,9pg/ml (normal ≤34pg/mL) e proBNP de 5550pl/ml. Iniciado prednisona em baixas doses, diurético, beta bloqueador eiECA, com importante melhora clínica, com FE de 45% no D+13 e normalização no D+100.

Caso 2: Homem, 35 anos, com LMA primariamente refratária, tratada previamente com 3+7, FLAG-IDA, CLAG-M, MEC e Decitabina foi submetido a TMO haploidêntico com Fludarabina e TBI 1200cGye imunossupressão pós com CY 50mg/Kg +3 e +4, MMF e ciclosporina. No dia +8 apresentou dor emregião dorsal e retroesternal, com ECG com elevação difusa de ST, troponina de 50pg/ml, ECO comhipocinesia de VE e redução de FE de 56 para 45%. Iniciado prednisona em baixas doses, diuréticos,beta-bloqueador e iECA com melhora clínica significativa.

Caso 3: Homem, 23 anos, com LMA secundária a terapêutica recaída após transplante de cordão,com nova RC após mitoxantrone e citarabina. Submetido a TMO haploidêntico com condicionamentocom fludarabina e bussulfano e imunossupressão pós com CY 50mg/Kg +3 e +4, MMF e tacrolimus. Nodia +7 apresentou dor retroesternal, com ECG e enzimas normais, ECO com hipocinesia e redução daFE de 53 para 45% e discreta efusão pericárdica. Iniciado diurético e corticoide em baixas doses, commelhora clínica e laboratorial. Paciente evoluiu a óbito pós recaída de sua doença de base.

Discussão: Cardiotoxicidade secundária a ciclofosfamida é caracterizada por envolvimento tantomiocárdico como pericárdico, com incidência estimada em 20% em TMO com CY no condicionamentoe está relacionada a dose da ciclofosfamida, sendo maior com doses > 1,55g/m2/dia. Fatores de riscoenvolvem redução prévia da FE, dose prévia de antracíclico, além de radioterapia prévia no mediastino.Nos casos descritos, os pacientes eram politratados e 2 deles tinham TBI no regime de condicionamento.

Conclusão: Como o uso do TMO haploidêntico com PTCY vem aumentando em todo mundo,precisamos estar atentos às suas complicações, sendo importante a detecção precoce de sinais decardiotoxicidade.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 242

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DO PACIENTE SOBRE QUALIDADE DE VIDA APÓSTRANSPLANTE AUTÓLOGO E ALOGÊNICO DE MEDULA ÓSSEA

Kerbauy MN1, Tucci JAL1, Aquino MI1, Noguchi DT1, Waisbeck TMB1, Vogel C1, Silva CC1,Sogayar AMCB1, Ribeiro AAF1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Qualidade de vida (QV) é um conceito dinâmico e multifacetado relacionado afuncionamento cognitivo, emocional, social e bem-estar. O transplante de medula óssea (TMO)autólogo e alogênico, apesar de potencialmente relacionado a cura de diversas doenças, relaciona-setambém à morbidades que levam à prejuízos na QV, principalmente no TMO alogênico. Nos últimosanos vem crescendo a importância dos desfechos em saúde baseados na percepção do paciente, porémos dados brasileiros a respeito desses desfechos no TMO são escassos na literatura.

Objetivo: avaliar QV em pacientes submetidos a transplante autólogo e alogênico de medula óssea,levando em consideração a percepção do paciente

Metodologia: Aplicação de questionário FACT-BMT (Functional Assessment of Cancer Therapy-Bone Marrow Transplantation ), questionário específico para avaliação de QV pós TMO, nos pacientes>18 anos submetidos a TMO autólogo e alogênico do Hospital Albert Einstein, nos dias pré-TMO, +100,+180 e +1 ano, no período de janeiro de 2013 a maio de 2017.

Resultados: 95 pacientes foram submetidos ao questionário na avaliação pré-transplante, sendo quedesses 54% responderam no dia +100, 51% no +180 e 30% 1 ano pós transplante. Com relação à idade,12,6% tinham <29 anos, 53,6% de 30 a 59 anos e 33,6% >60 anos. Com relação ao diagnóstico, 19%tinham Mieloma Múltiplo, 15% Linfoma não-Hodgkin, 14% LMA, 11% Linfoma de Hodgkin, 8% SMD,6% LLA e 23% outros diagnósticos.

Dos pacientes, 49 foram submetidos a TMO alogênico (39% aparentado, 30% não aparentado e 31%haploidêntico) e 46 ao TMO autólogo. Dos transplantes alogênicos, 61% apresentaram reinternação pósalta e 9% dos autólogos foram reinternados.

Com relação aos resultados de QV por subescalas, em que quanto maior o score, melhor a QV, em“bem-estar físico”, “bem-estar social/ familiar”, bem-estar emocional, bem-estar funcional, pacientespós TMO autólogo apresentaram aumento de score nos dias +100, +6 meses e + 1ano com relação aopré TMO. Já no alogênico, os pacientes apresentaram queda na pontuação no dia +100 com retornoaos níveis pré TMO 6 meses e 1 ano pós transplante, exceto em bem-estar emocional e funcional quepermaneceram abaixo dos valores pré transplante. Quando levado em consideração o score FACT-BMTtotal (soma das 4 subescalas, associada a “preocupações adicionais”), pacientes submetidos a TMOautólogo apresentaram aumento de score pós transplante e pacientes de TMO alogênico apresentaramqueda (prévio score 117, D+100 score103, D+180 score 111 e D+1ano score 111).

Conclusão: É necessária uma maior conscientização com relação ao impacto do TMO na QV dospacientes, sendo que os mesmos devem ser informados sobre isso antes da realização do transplante,podendo auxiliar até mesmona tomada de decisões informadas. Medidas sócio-psico-educacionaisdevem ser estimuladas pós TMO alogênico visando melhoria na QV do pacientes.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 243

ANÁLISE DE FATORES RELACIONADOS AO TEMPO DE INTERNAÇÃO NOS PRIMEIROS 100DIAS APÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE MEDULA ÓSSEA.

Kerbauy MN1, Rocha JDA1, Stanzione RL1, Matos AV1, Vieira GA1, Kerbauy LN1, Datoguia TS1,Silva CC1, Ribeiro AAF1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O transplante alogênico de medula óssea (TMO-alo) é considerado um procedimentode alto custo, que se concentra fundalmentalmente na fase inicial do procedimento, representadopricipalmente pelo tempo de internação, assim como as readmissões hospitalares.

Objetivo: avaliar o impacto da fonte de células, tipo de transplante e idade no tempo de internaçãonos diferentes tipos de TMO-alo

Metodologia: análise retrospectiva de pacientes consecutivos, submetidos a TMO-alo em nossainstituição no período de Jan/ 2010 a Jan/2017.

Resultados: 256 pacientes foram estudados, sendo 94 crianças (<18 anos) e 162 adultos. Comrelação ao tipo de transplante, 68 (26,5%) foram aparentados, 72 (28,1%) haploidênticos, 82 (32%) comdoador não-aparentado e 35 (13,6%) com sangue de cordão umbilical (SCUP) . Com relação à fonte decélulas, 73 pacientes (28,5%) receberam células de sangue periférico mobilizado (SPM), 147 (57,4%)medula óssea (MO) e um paciente recebeu MO e cordão. Com relação ao regime de condicionamento,52,7 % foram mieloablativos, 24,2% não-mieloablativos e 22,1% regime de intensidade reduzida (RIC).

O tempo de internação mediano de todo o grupo foi de 51,5 dias até D+100, sendo que 60% dospacientes que tiveram alta, reinternaram. No grupo pediátrico, foi de 51,5 dias e nos adultos de 47 dias(p= 0,024).

Com relação ao tipo de transplante, no grupo aparentado, 60% dos pacientes que tiveram alta foramreadmitidos até D+100, com mediana de 33 dias de internação no período, no grupo não-aparentado,daqueles que tiveram alta, 61,9% foram readmitidos com 50 dias de internação, no grupo haploidêntico,60% foram readmitidos com tempo de internação de 60,5 dias e no SCUP 60% foram readmitidos comtempo de internação de 65 dias (p= <0,001). Houve diferença estatística quando comparado grupoaparentado X não-aparentado (p<0,001), aparentado X haploidêntico (p<0,001), aparentado X SCUP(p<0,001) e não-aparentado X SCUP (p= 0,027), sem diferença estatística entre não-aparentado ehaploidêntico ou SCUP e haploidêntico.

Com relação ao regime de condicionamento, no grupo mieloablativo, 57,9% dos pacientes foramreadmitidos, com tempo de internação de 47,8 dias no período, no grupo não-mieloablativo, 59,6%foram readmitidos com mediana de 48 dias de internação e no regime de intensidade reduzida 65%foram readmitidos, com mediana de 51 dias de internação até D+100 (p= 0,347).

Com relação a fonte de células, 66,6% dos pacientes que utilizaram CHPP foram readmitidos, comtempo de internação de 49 dias e 57,6% que utilizaram MO, com 46,5 dias de internação, contra 60%daqueles que utilizaram SCUP, com tempo de internação de 65 dias (p=0,003). Houve diferençaestatística quando comparado MO X SCUP (p= 0,016), sem diferença entre SPM X MO (p= 0,523) ouSPM X SCUP (p= 0,081).

Conclusão: Em nossa população, TMO-alo em adultos, com doador aparentado e fonte medulaóssea foram relacionados a menor tempo de internação e consequentemente menores custos, já SCUPse relacionou com maior tempo de internação e não houve diferença com relação ao tipo de regime decondicionamento utilizado.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 244

RELAÇÃO DE REATIVAÇÃO DE CITOMEGALOVÍRUS APÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICODE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS COM REDUÇÃO DE RECAÍDA DE DOENÇAS

HEMATOLÓGICAS NEOPLÁSICAS

Oglio ACD1, Daudt LE1, Freitas JS1, Pereira MP1, Daza L1, Rigoni LDC1, Astigarraga CC1, FischerG1, Silla LMR1, Paz AA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Palavras chaves: vírus, leucemia, transplante alogênicoIntrodução: As complicações virais pós transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas

(TCTH) são comuns, sendo a reativação de citomegalovírus (CMV) a mais importante. Após o início dotratamento preemptivo, as taxas de mortalidade reduziram consideravelmente relacionado ao vírus. Ostatus sorológico do doador e do receptor na recuperação e o impacto após TCTH é incerto e atraiinteresse em todo o mundo, principalmente após alguns estudos sugerirem a redução de recaídas apóssua reativação. Objetivo: Avaliar a sobrevida livre de doença e a sobrevida global em relação àreativação de CMV nos pacientes com leucemia mielóide aguda (LMA), leucemia linfoide aguda(LLA), leucemia mielóide crônica (LMC) e síndrome mielodisplásica (SMD) submetidos a TCTHalogênico. Material e métodos: Estudo retrospectivo dos pacientes submetidos ao TCTH no Hospital deClínicas de Porto Alegre/RS com LMA, LLA, LMC e SMD entre janeiro de 2013 a janeiro de 2017,com doadores relacionados ou não, com seguimento de pelo menos 6 meses. Resultados: Foramavaliados 84 pacientes submetidos a TCTH entre janeiro de 2013 a janeiro de 2017. Pacientes comLMA (n=33), LLA (n=28), SMD (n=18) e LMC (n=5) com doadores relacionados ou não relacionados.47 (55,9%) homens e 37 (44%) mulheres, idade média de 27 anos e mediana de 22,8 anos. 75 (75,89%)foram submetidos ao condicionamento mieloablativo. Da amostra, 42 (50%) pacientes reativaram CMVe não houve diferença estatística em relação à recaída (P=1), porém houve diferença estatística nareativação de CMV e DECH crônico (P=0,04). A sobrevida global entre o grupo que reativou CMV eaquele que não reativou foram, respectivamente, 11 e 28 meses e a sobrevida livre de doença, foram 32e 49 meses (P=0,33). Discussão: Considerando o estudo pequeno, retrospectivo de único centro, osachados não demonstram que a reativação de CMV é um fator independente para a redução de recaídade doença como encontrando em alguns estudos da literatura. A sobrevida global e a sobrevida livre dedoença não apresentaram diferença estatística. Conclusão: Nesse estudo, não houve diferençaestatística entre recaídas e reativação de CMV, e não permite conclusões definitivas. Estudos maiores eprospectivos futuros são necessários para entender se a relação entre CMV e DECH crônico é real e seuimpacto na sobrevida global.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 245

AMENORREIA TERAPÊUTICA INDUZIDA POR ETINILESTRADIOL 30MCG E GESTODENO75 MCG DURANTE TRANSPLANTE DE CÉLULAS PRECURSORAS HEMATOPOIÉTICAS

(TCPH)

Mauad LMQ1, Santos ACFD1, Simioni AJ1, Silva PM1, Colturato VAR1

1Hospital Amaral Carvalho

Introdução – Os medicamentos utilizados na fase de condicionamento para o TCPH possuem efeitogonadotóxico levando ao bloqueio da função ovariana e causando sangramento uterino de deprivação.Sem indução de amenorreia terapêutica, até 40% destas mulheres podem apresentar sangramento severonecessitando transfusão sanguínea e terapêutica hormonal além de correrem risco de vida e atraso ouprejuízo do tratamento das doenças de base[i]. A indução de amenorreia terapêutica podem ser comvários esquemas entre eles contraceptivos orais combinados (COC)[ii] que apresentam como vantagenso baixo custo e a possibilidade de inicio em qualquer fase do ciclo menstrual. Entre as desvantagens,pode ocorrer aumento de enzimas hepáticas indicando toxicidade, sugerindo doença veno-oclusiva ouconfundindo o diagnostico da Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH) hepática.

Objetivos – Avaliar a eficácia e as complicações da amenorreia induzida pela associação deetinilestradiol 30 mcg com gestodeno 75 mcg (EE30+GEST75) durante o TCPH.

Metodos – Foram analisadas 100 mulheres em idade fértil submetidas à TCPH no Serviço deTransplante de Medula Óssea do Hospital Amaral Carvalho de Jau, que receberam EE30+GEST75 préTCPH até normalização de plaquetas (> 50.000 plaquetas/mm³). Foram consideradas falhas doesquema a ocorrência de sangramento na fase de trombocitopenia ou o aumento de enzimas hepáticas.

Resultados – A mediana de idade entre as mulheres analisadas foi de 26 (14-45) anos; 51transplantes foram alogênicos aparentados e 28 não aparentados, 16 autólogos e 5 haploidênticos. 6mulheres apresentaram sangramento e 12 aumento de transaminases; os níveis de TGO oscilaram entre18 e 562 mg/dl (mediana de 122mg/ml) e os níveis de TGP entre 37 e 440 mg/ml (mediana de187mg/ml). Observamos aumento de plaquetas >50.000/mm³em media em 22 dias (12 -125) após oTCPH.

Discussão – Apesar de efeitos sobre coagulação sanguínea, hepatotoxicidade e possibilidade desangramentos de escape, o uso da associação estroprogestativa na forma de COC vem sendo indicada naindução de amenorreia terapêutica e no tratamento das hemorragias em mulheres submetidas àTCPH[iii]. No nosso estudo o período de uso foi menor do que o geralmente citado em literatura umavez que o tempo médio para normalização de plaquetas foi de 22 dias. A supressão de sangramentouterino foi eficaz e não foi observada ocorrência de trombose. O aumento de transaminases em 16% doscasos não pode ser atribuído exclusivamente ao uso do hormônio.

Conclusão- O emprego de EE35+GEST75 mostrou ser um método seguro, de baixo custo e foieficaz na indução de amenorreia terapêutica em 94% das mulheres. O aumento das transaminases, anosso ver, não o contraindica como primeira opção para a indução de amenorreia terapêutica e prevençãode sangramento uterino durante o TCPH.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 246

ANÁLISE DESCRITIVA DOS TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICASALOGÊNICO REALIZADO NO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN NOS ÚLTIMOS 10

ANOS: HODGKIN X NÃO HODGKIN

Rocha JDA1, Matos AV1, Kerbauy MN1, Esteves I1, Leati RS1, Hamerschlak N1, Vieira GA1, RibeiroAAF1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Pacientes com doenças linfoproliferativas recaídas ou refratárias, sobretudo apósTransplante de células tronco hematopóeticas (TCTH) autólogo têm baixa probabilidade de cura, sendoa melhor opção o TCTH alogênico. A ideia que o regime de condicionamento mieloablativo, é superiorpara esse tipo de doença já foi abandonada, sobretudo para doença de Hodgkin o TCTH haploidênticovem se consolidando como uma alternativa com bons resultados. Objetivo: descrever a experiência docentro de Transplante de Medula óssea do Hospital Israelita Albert Einstein nos casos de TCTHalogênicos (independente do doador) em linfomas comparando os desfechos (sobrevida global erecaída) em linfoma de Hodgkin x não Hodgkin. Métodos : Estudo retrospectivo selecionados do bancode dados do Hospital Israelita Albert Einstein, em pacientes com mais de 10 anos, submetidos a TCTHalogênico independente do tipo de doador (aparentado, não aparentado 8x8, haploidêntico), fontecelular (SCUP, medula óssea ou sague periférico), com o tempo mínimo de seguimento de 100 dias, nosanos de 2006-2017. Resultados: Total de 35 pacientes, 54,3% é do sexo masculino, a média de idade éde 42 anos, o paciente mais idoso tinha 67 anos, 60% eram linfoma não Hodgkin B ou T (114% eramT), os demais eram Hodgkin. 71,5% dos pacientes tinham performance status (Karnofisky) antes doTCTH. Foram utilizados em igual porcentagem doadores não aparentados e haploidêntico (34,3%),com relação a fonte de células em 54,3% foi sangue periférico, com 8,6% de SCUP. A grande maioriados pacientes iniciou o condicionamento com doença em resposta completa (após 2ªlinha ou mais)-45,7%, 11,4% estavam com doença refratária/progressão. O condicionamento não mieoablativo foiusado em 68,6% da casuística. Com relção a Doença do enxerto contra hospedeiro (DECH), agudoocorreu em 48,6% e crônico em 17,1%. A maioria encontra-se vivo, sendo a principal causa demortalidade foi TRM em 20%, com 14% de recaída. A sobrevida global dos pacientes com linfoma deHodgkin é de 67%, contra 45% dos pacientes com não Hodgkin.Discussão: Conclusão: O TCTHalogênico é uma opção curativa para os pacientes com doença linfoproliferativa recaída pós TCTHautólogo.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 247

IDADE DO DOADOR E O IMPACTO NOS DESFECHOS ANALISADOS EM TRANSPLANTESALOGÊNICOS DE MEDULA ÓSSEA

Rocha JDA1, Matos AV1, Souza AM1, Kondo AT1, Kutner JM1, Kerbauy MN1, Hamerschlak N1,Esteves I1, Ribeiro AAF1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Com o aumento do número de transplante de medula óssea (TMO) haploidêndico têmse debatido a questão de qual seria o melhor doador: jovem (<40 anos) ou um idoso aparentado ou nãoaparentado compatível 10/10. Outros estudos levantam ainda se o tipo de condicionamentomieloablativo x intensidade reduzida impacta nos desfechos: enxertia neutrofílica, doença do enxertocontra o hospedeiro (DECH), sobrevida global, recaída, mortalidade não relacionada a transplante(TRM). Objetivo: Analisar se a idade do doador impacta nos desfechos independente do tipo deTransplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) alogênico. Métodos : Estudo retrospectivoselecionados do banco de dados do Hospital Israelita Albert Einstein, incluindo TCTH alogênicoaparentado, não aparentado 10/10 e haploidêntico, comparando os desfechos (enxertia neutrofílica,doença do enxerto contra o hospedeiro, sobrevida global, recaída, TRM) conforme a idade do doador.Resultados: Total de 89 pacientes, 44 tinham doadores acima de 40 anos (DA40), sendo o mais idosocom 76 anos. Do subgrupo dos pacientes com DA40, 52% dos pacientes foram submetidos a TCTHhaploidêntico, seguido de 36% TCTH não aparentado, já no subgrupo dos doadores jovens (DJ), amaioria foi submetido a TCTH haploidêntico ou aparentado (49% haploidêntico). Em ambos ossubgrupos a fonte de células foi medula óssea, assim como a intensidade do condicionamento foisemelhante, a maioria intensidade reduzida e não mieloablativo. O tempo de enxertia neutrofílica nosubgrupo DA40 foi maior ou igual a 15 dias, em 54% da casuística, com média de 15,9 dias, resultadosemelhante ao grupo DJ que teve média de enxertia neutrofílica de 16,3dias, com 64% dos pacientescom enxertia neutrofílica maior ou igual a 15 dias. Nenhum dos subgrupos tiveram falha de enxertia.Incidência de DECH agudo foi de 24/44 (54%) dos DA40, comparado a 51% dos DJ. Sobrevida globalde 47% no grupo DA40 x 53% nos DJ,sem relevância estastística. A maioria dos pacientes faleceram deTRM 31% (DA40), 40% no subgrupo DJ. Discussão : Alousi et al em um estudo multicêntricocomparou doadores não relacionados com menos de 50 anos (MUD) versus doadores aparentados(MSD) com mais de 50 anos, relatando maior incidência de DECH agudo e crônico no subgrupo MUD,porém nos pacientes com performance status pior o subgrupo MUD foi superior com p<0,001. Mehtaet al concluiu em seu trabalho que o subgrupo de doadores idosos (sobretudo com desidrogenase láticaelevada) teria resultados inferiores (maior taxa de recaída e incidência de TRM). Conclusão: Ainda nãotemos dados suficientes na literatura que suportem que o doador jovem (<40 anos), seja superior a umdoador mais velho.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 248

MORTALIDADE RELACIONADA A TRANSPLANTE: HAPLOIDÊNTICO X NÃO APARENTADO

Rocha JDA1, Matos AV1, Kerbauy MN1, Hamerschlak N1, Ribeiro AAF1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O Transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) haploidêntico vem semostrando muito atrativo no contexto das doenças oncohematológicas , visto a rápida disponibilidadedo doador, custo mais baixo, comparado a outros TCTH alogênicos com doadores alternativos.Atualmente, tem se questionado inclusive, sobre a sua não inferioridade a TCTH alogênico nãorelacionado 8/8 (MUD). Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes submetidos a TCTH haploidênticono Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de 2010- janeiro de 2017, e comparar a mortalidaderelacionada a transplante (TRM) com os pacientes submetidos a TCTH MUD na mesma instituição.Material e métodos: Análise retrospectiva, conforme o banco de dados do HIAE dos pacientes maioresde 12 anos, submetidos a primeiro TCTH haploidêntico de 2010 a janeiro de 2017, comparado aospacientes também submetido a primeiro TCTH MUD no mesmo período. Resultados: 50 pacientesforam submetidos a transplante haploidêntico, com média de idade de 28 anos, sendo o mais idoso com76 anos, 34% em primeira resposta completa (34% em 2 ou mais resposta completa), performancestatus determinada pelo Karnofsky ≥90% em 84% dos pacientes, a maioria com regime de intensidadereduzida ou não mieloablativo (70%), 80% com fonte de células medula óssea com infusão de total decélulas nucleadas (TCN) média de 6x10e6TCN/kg do receptor, com tempo médio de enxertia de 18,79dias, profilaxia para doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) com ciclofosfamida pós + inibidorde calcineurina + micofenolato de mofetil em 100% da casuística. Com relação a presença de DECHagudo 46% apresentaram, sendo que 86% grau I ou II, de pele ou trato gastrointestinal. Os pacientesque realizaram TCTH MUD 61% apresentou DECH agudo (55% grau I ou II de pele ou TGI). Somente2/50 (4%) pacientes do grupo haploidêntico tiveram DECH crônico, comparado a 10/55 (18% deDECH crônico no MUD. Com relação a reativação de citomegalovírus nos pacientes haploidênticoocorreu em 70% do total, chegando a 90% dos pacientes que tinham sorologia de alto risco (doador IgGpositivo com receptor IgG negativo, ou vice versa). 21/50 (42%) foram a óbito, a maioria dos pacientesfaleceram por TRM: 62% x 38% de recaída. Dado semelhante aos pacientes de submetidos aMUD 72% TRM x 23% recaída. No grupo haploidêntico, tiveram 4 óbitos antes dos 100 dias deTCTH: 2 por infecção fúngica, 2 por infecção por bactéria multirresistente, superior aos 12 óbitos com<100 dias, 8 por infecção ( 3 associada a DECH grau III ou IV). Conclusão: O TCTH haploidêntico éuma opção não inferior ao MUD, mas ainda necessita de estratégias mais efetivas visando a redução dascomplicações infecciosas que aumentam a TRM nessa modalidade terapêutica.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 249

TRANSPLANTE ALOGÊNICO NO CEARÁ: EXPERIÊNCIA DE CETRO ÚNICO

Freire NCB1, Gurgel LA1, Batista SA1, Oliveira DS1, Gomes LMGP1, Barroso KS1, Kaufman J1,Leitão JPV1, Araújo BSGSP1, Barroso F1

1Hospital Universitário Walter Cantídio

Introdução: Em 2014, o cenário para os pacientes do Ceará com indicação de transplantealogênico mudou drasticamente com a implantação do serviço no estado. Com experiência emautólogos, iniciou-se o transplante alogênico, a princípio, aparentado, e, em 2016; não aparentado ehaploidêntico, melhorando acesso e qualidade de vida desses pacientes. Objetivos: Expor dados dotransplante alogênico em hospital público do Ceará no período entre 2014 e maio de 2017.Metodologia: Realizado revisão de prontuário dos pacientes submetidos a transplante alogênico de2014 a maio de 2017 no Hospital Universitário Walter Cantídio. Foram registrados, porém excluídosdados relacionados a segundo transplante. Resultados e Discussão: Os pacientes foram submetidos aprotocolo mieloablativo ou intensidade reduzida dependendo do status e patologia. A fonte de célulasfoi sangue periférico ou medula óssea. Foram 58 transplantes alogênicos de fevereiro de 2014 a maiode 2017, sendo em 53 casos o primeiro transplante. Destes, 41 foram aparentados, 9; não aparentados, 1singênico e 2 haploidênticos. Em 9 transplantes, a fonte de células foi medula óssea. 28 pacientes eramdo sexo masculino. A mediana de idade foi de 41 anos, variando de 18 a 67. As doenças de base eram:leucemia mieloide aguda e crônica, mielofibrose, leucemia linfoide aguda, leucemia indiferenciada,anemia aplástica e síndrome mielodisplásica. 11 transplantes foram com incompatibilidade ABO maior.Em 10, havia incompatibilidade ABO menor. A mediana da enxertia neutrofílica foi de 16 dias. 5pacientes apresentaram GVHD agudo, sendo responsivo a corticoide em quatro e outro refratário aterapêutica de segunda linha com basiliximabe. 18 pacientes apresentaram GVHD crônico. Pele, boca,fígado e pulmão foram acometidos. 3 transplantados tiveram doença venooclusiva. Até o momento, 18dos pacientes reativaram CMV. 1 paciente reativou EBV. Houve duas falhas de enxertia em pacientescom aplasia e incompatibilidade ABO maior, cujas bolsas foram deseritrocitadas. 6 pacientes recaírame 4 fizeram segundo transplante, sendo 3 refratários. 2 pacientes fizeram DLI (infusão de linfócitos dodoador ), uma com boa resposta. Foram 16 óbitos, sendo 3 no transplante, 1 por GVHD crônico depulmão , outro por GVHD agudo, 6 por neutropenia febril e 5 por recaída de doença. Conclusão: Osresultados iniciais do transplante alogênico no Ceará demostraram uma taxa de mortalidade relacionadaao transplante baixa, com resultados promissores e evolução anual do serviço. Ainda é precoce aanálise de sobrevida global e livre de doença a longo prazo, haja vista aumento no número detransplantes no último ano.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 250

EXPERIÊNCIA DE DESSENSIBILIZAÇÃO EM UMA PACIENTE POLITRANSFUNDIDA PRÉTRANSPLANTE ALOGÊNICO APARENTADO COM DOADORA HLA IDÊNTICA

Silva TS1, Silva ICB1, Kern LB1, Saitovitch D1, Rigoni LDC1, Daudt LE2, Astigarraga CC1, NeumannJ3

1Hospital Moinhos de Vento2Hospital de Clínicas de Porto Alegre3Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Introdução: A presença de anticorpos anti-HLA doador-específico já foi correlacionada com afalha do enxerto em transplante de órgãos e tecidos. As situações mais frequentes que influenciam aprodução desses anticorpos são gestações prévias, transplantes e múltiplas transfusões sanguíneas.Pacientes com um painel HLA amplamente reativos apresentam dificuldade em respondersatisfatoriamente a transfusões e ainda tornam a busca por doadores mais complexa. Objetivos:Descrever o protocolo de dessensibilização utilizado em uma paciente politransfundida pré-transplantede células-tronco hematopoéticas (TCTH) tendo como doadora irmã HLA idêntica. Material eMétodos: Trata-se de um relato de caso de uma paciente de 18 anos candidata ao TCTH alogênicoaparentado, com diagnóstico de síndrome mielodisplásica hipoplásica em 2012 e politransfundida desdeentão. A discussão entre os serviços de transplante de medula óssea, transplante renal e laboratório deimunologia foram fundamentais no planejamento e sucesso do protocolo de dessenssibilização.Resultados: Foi realizado exame de reatividade contra painel classe I (PRA) antes da internação dapaciente que demostrou reatividade de 97%, com 20 anticorpos considerados altos (>5k MFI). Nessemomento também foi realizado prova cruzada com a irmã doadora de células-tronco hematopoéticas dapaciente, com resultado negativo. Pelo alto PRA foi optado por realizar o protocolo de plasmaferese 3xpor semana, associado com reposição de imunoglobulina e infusão de uma dose de rituximab. O PRAde classe I foi repetido após seis sessões de plasmaferese, mostrando 71% de reatividade sem nenhumanticorpo acima de 5k MFI. O protocolo foi finalizado após nove sessões de plasmaferese (PRA 76%, 1anticorpo > 5k MFI), sendo após esse período iniciado o condicionamento e o transplante propriamentedito. As células-tronco hematopoéticas foram coletadas por meio de aférese, devido ao hemogramalimítrofe da doadora, e a pega da medula ocorreu 17 dias após a infusão. Discussão: O perfil desensibilização do paciente pode interferir tanto no suporte transfusional como na pega do enxerto, tendoimpacto na sobrevida. O protocolo utilizado apresentou eficácia na dessensibilização da paciente,evidenciado pela resposta laboratorial e resposta transfusional. Em pacientes altamente sensibilizados, apesquisa de anticorpos é essencial para o melhor planejamento de dessenssibilização pré TCTHaumentando as possibilidades de pega bem-sucedida e melhorando resposta transfusional. Conclusão:A realização do painel de reatividade HLA foi essencial para delinear um tratamento dedessensibilização adequada, permitindo um TCTH mais seguro em relação a terapia transfusional.Situações semelhantes infelizmente são cada vez mais presentes devido à dificuldade de manejoadequado desse paciente e ao tempo de espera para a realização do TCTH.

Palavras Chaves: Dessensibilização, politransfusão, HLA (Human Leukocyte Antigen )

Financiamento: Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde(PROADI-SUS), acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação Hospitalar Moinhos deVento, por meio do termo de ajuste de número 04/2014.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 251

APLICAÇÃO DE MICROCUSTEIO EM TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA ATRAVÉS DOMÉTODO TIME DRIVEN ACTIVITY BASED COSTING (TDABC)

Silva TS1, Etges APBS1, Notti RK1, Silva ICB1, Cruz LN1, Polanczyk CA1, Cardoso LGA1, RigoniLDC1, Daudt LE2, Astigarraga CC1

1Hospital Moinhos de Vento2Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Utilizar métodos que permitam melhor gerir as finanças e compreender o real custocom um paciente, é essencial no cenário econômico orientado pela minimização dos custos e pelamelhoria de qualidade do serviço prestado. Com o intuito de superar as limitações da complexidade deimplementação do custo baseado em atividade, foi desenvolvido o método de custeio de atividadebaseado em tempo dispendido, TDABC, este se mostrou eficaz no cálculo do custo de tratamentos dedoenças específicas. Objetivo: Mensurar o custo da realização de transplante de medula ósseaalogênico aparentado, considerando a avaliação da variação de custos em função da complexidade dopaciente. Material e Método: Considerou-se as etapas de seleção de um procedimento; definição dacadeira de entrega de valor ao paciente do procedimento; mapeamento do processo do transplante demedula óssea e identificação da alocação de recursos às atividades identificadas através da análise deprontuários; obtenção das equações de tempo de cada recurso identificado através de estudos decronoanálise de análises de prontuários; levantamento do custos dos departamentos envolvidos nasatividades no sistema de informação do hospital; mensuração da capacidade de cada departamento e ataxa horária de custos; e alocação dos custos ao paciente através do consumo de recursos de cadapaciente identificada na segunda etapa. Ressalta-se que os valores foram todos multiplicados por umfator k a fim de proteger a informação institucional e mantendo-se as proporções entre processos epacientes. Resultados: Quatro pacientes foram identificados e mapeados. Destaca-se que um pacienteapresentava maior nível de risco. A partir da análise dos prontuários, definiu-se como macro atividadesde realização do transplante com variação: internação (R$ 3.422,21–R$ 12.829,34), condicionamento(R$ 29.910,55–R$ 159.710,14), realização do transplante (R$ 2.413,03–R$ 3.386,87), período deaplasia (R$ 38.861,10–R$ 122.671,74), pega da medula (R$ 2.875,07–R$ 8.002,30), observação (R$4.675,97–R$ 272.455,98), preparo para alta (R$ 4.101,36–R$ 10.148,52) e alta (R$ 1.680,33–R$2.290,99). O Custo total do TMO variou de R$ 97.254,02–R$ 571.440,00. Discussão: Percebe-se oimpacto da complexidade do quadro clínico do paciente, previamente conhecida, no custo dotransplante, sendo que o custo da complexidade clínica pode representar mais do que o dobro do custodo transplante. No caso de um paciente de maior custo, as atividades diretamente relacionadas aotransplante (transplante, aplasia, pega da medula) representam 25% do custo do paciente. Conclusão:O estudo comprova a viabilidade da aplicação do TDABC em microcusteio de TMO, além decorroborar com capacidade de análise de como e quando o paciente consome recursos do hospital. Oaumento da amostra de pacientes de diferentes níveis de riscos poderá ampliar a capacidade degeneralização da proporção de aumento de custos em função da complexidade.

Palavras Chaves: Transplante de células-tronco hematopoéticas; Gastos em Saúde; Custos e Análisede Custo

Financiamento: Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde(PROADI-SUS), acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação Hospitalar Moinhos deVento, por meio do termo de ajuste de número 04/2014.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 252

TRATAMENTO E SUPORTE CLINICO DA MICROANGIOPATIA TROMBÓTICA PÓSTRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NÃO APARENTADO: RELATO DE DOIS CASOS

Melo AL1, Carvalho PDR1, Araujo CES1, Cardoso DK1, Bettarello G1

1ICDF - Instituto de Cardiologia do Distrito Federal

Introdução: Microangiopatia Trombótica (MAT) pós Transplante de Células TroncoHematopoiéticas (TCTH) tem um prognóstico devastador. A taxa de resposta com terapia padrão complasmaférese é insatisfatória e a mortalidade relacionada a essa complicação chega a ser superior a 90%em vigência das terapias habitualmente disponíveis. A MAT pós TCTH compartilha características coma Síndrome Hemolítico Urêmica Atípica (SHUa), com injúria endotelial, desregulação docomplemento, dano renal e em outros órgãos. MAT leve pode ser tratada somente com suspensão deinibidores de calcineurina com reversão completa. Nosso objetivo é relatar 2 casos de MAT pós TCTHe realçar a necessidade do surgimento e disponibilidade de drogas alvo. Relato dos casos : Caso 1 -paciente masculino, 11 anos, D+55 TCTH Alogênico Não Aparentado 10/10 para LeucemiaLinfoblástica Aguda em CR2, desenvolveu anemia, plaquetopenia, DHL>2x LSN, piora de funçãorenal (todos com piora progressiva) e presença de esquizócitos em sangue periférico, quando recebeudiagnóstico de MAT. A ciclosporina foi substituída por micofenolato no D+59, com melhoraprogressiva de parâmetros hematimétricos, queda de DHL, melhora da função renal e desaparecimentode esquizócitos. Caso 2 : paciente feminina, 32 anos, D+40 TCTH Alogênico Não Aparentado 9/10para Leucemia Mielóide Aguda de Alto Risco, apresentou escape com desenvolvimento deherpes-zoster em vigência de profilaxia. Na ocasião, desenvolveu anemia, plaquetopenia, aumentoimportante de DHL, piora da função renal e presença maciça de esquizócitos em sangue periférico.Dosagem de ADAMTS13: 40%. Apresentou melhora da infecção e foi suspensa a ciclosporina, porémevoluiu com piora progressiva, sendo iniciada plasmaférese diariamente. Apesar do tratamento, evoluiucom anúria e necessidade de hemodiálise no terceiro dia de plasmaférese, além de hematêmese. Dianteda escassez de outras alternativas de tratamento, foi mantida a estratégia de terapêutica complasmaférese, com melhora parcial do DHL, mantendo alta necessidade transfusional, além do suportedialítico. No D+68, iniciou tratamento com Eculizumab (4 doses de ataque seguida da manutenção),com normalização dos parâmetros indicativos de hemólise, independência transfusional e, após 45 diasde tratamento, suspensão da terapia dialítica. Discussão: o diagnóstico precoce da MAT é de extremaimportância, uma vez que alguns casos podem se beneficiar da suspensão precoce dos inibidores decalcineurina. O eculizumab é uma droga promissora no tratamento dessa complicação, uma vez que tempotencial para bloquear a ativação desregulada da cascata do complemento e, com isso, reduzir e evitardano em órgão alvo. Conclusão: MAT é uma complicação com prognóstico sombrio, cujo diagnósticoprecoce é fundamental. O acesso do paciente a terapias com potencial para bloquear a cascata docomplemento pode evitar e/ou reduzir lesão em órgão alvo e, especialmente, evitar o óbito nessecenário.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AlogênicosTrabalho: 253

EFEITOS DO CONDICIONAMENTO SOBRE O ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTESSUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

ALOGÊNICO

Domingues LCB1, Gonalves MCP1, Zuckermann J1, Jochims AMK1, Paz AA1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: Altas doses de quimioterapia utilizadas no condicionamento pré transplante decélulas-tronco hematopoiéticas (TCTH) tem efeitos gastrointestinais (GI) que podem influenciar oestado nutricional (EN) dos pacientes. Não existe um parâmetro ideal para a avaliação nutricional depacientes em TCTH, porém a Avaliação Subjetiva Global (ASG) é um dos métodos mais utilizados.Trata-se de um questionário com perguntas relacionadas a história clínica prévia e permite a realizaçãode um exame físico.A associação de outros indicadores nutricionais é recomendada.Objetivo: Avaliar osefeitos do condicionamento no EN de pacientes submetidos ao TCTH alogênico. Material e métodos:Estudo longitudinal retrospectivo com pacientes adultos internados para o TCTH alogênico em 2016.Para avaliação do EN, foram utilizados: índice de massa corporal (IMC) e a ASG. Informaçõesdemográficas, diagnóstico, condicionamento, efeitos GI, perda de peso e ocorrência de óbito foramcoletados do prontuário. Os dados foram analisados em frequência relativa, média e desvio padrão(SPSS versão 21.0). Resultados: Incluídos 20 pacientes (37,6±13,2 anos). O diagnóstico maisprevalente foi síndrome mielodisplásica (25%) e 65% dos pacientes realizaram condicionamentomieloablativo. Na primeira avaliação antropométrica o excesso de peso foi prevalente (50%). De acordocom a ASG, 65% estavam bem nutridos. A maioria dos pacientes apresentou náusea (80%), vômitos(55%), diarréia (65%) e mucosite (95%), sendo o grau 3 o mais prevalente (45%). O tempo depermanência hospitalar foi, em média, de 57,4±22,7 dias. A perda ponderal foi em média de 2,9±8,7%.Na última avaliação antropométrica dos pacientes adultos a eutrofia foi mais prevalente (55%). Quantoà ASG, notou-se piora no EN; entretanto, não foi realizada em 20% dos pacientes que estavam naUnidade de Terapia Intensiva e 40% evoluíram a óbito. A presença de sintomas GI e alterações no ENocorreu nos pacientes que realizaram tanto o condicionamento mieloablativo quanto onão-mieloablativo. Discussão: Os condicionamentos mieloablativos produzem imunossupressãoacentuada e irreversível, e somente a infusão de células do doador permite sua recuperação. Oscondicionamentos não-mieloablativos, por sua vez, são regimes de intensidade reduzida, produzemmielossupressão reversível sem o uso de células-tronco, geram quimerismo misto e apresentam menortoxicidade. Apesar de condicionamentos com intensidades diferentes, ambos interferem no EN. O ENde pacientes pré e pós TCTH alogênico foi avaliado por uma coorte e identificou-se piora dosparâmetros antropométricos e subjetivos, corroborando com os achados do presente estudo. Conclusão:O condicionamento mieloablativo e não-mieloablativo influenciam o EN de pacientes adultossubmetidos ao TCTH alogênico. A ASG parece ser um método sensível para detectar a piora no EN depacientes; portanto, a avaliação nutricional é fundamental para identificar aqueles em risco nutricional.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 254

INDICAÇÃO DE TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS APACIENTES ACIMA DE 65 ANOS COMO TRATAMENTO DE ESCOLHA PARA MIELOMA

MÚLTIPLO

Silva BA1, Massa B1, Silva CC1, Kerbauy F1, Lopes DCOS1, Vogel C1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Resumo: O Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia resultante da proliferação clonal deplasmócitos. Novas terapias e o uso rotineiro de Transplante Autólogo de Células TroncoHematopoéticas (TCTHa) levaram a melhorias substanciais na taxa de resposta global e remissõesduráveis. Sua incidência aumenta com a idade e cerca de 63% dos pacientes têm acima de 65 anos aodiagnóstico, o que, na maioria das vezes, contra-indica a realização do TCTHa. Pacientes abaixo de 65anos, sem comorbidades importantes e com bom performance status , geralmente são elegíveis aoTCTHa como tratamento de primeira linha. Este trabalho tem como objetivo estudar retrospectivamente96 pacientes entre 25 e 74 anos, portadores de MM, que realizaram seu primeiro TCTHa de 2005 a2016, em um hospital privado de grande porte em São Paulo. A partir da revisão de prontuários, asseguintes informações referentes ao momento do transplante foram analisadas descritiva equantitativamente: dados demográficos, subtipo de MM, Karnofsky Performance Status (KPS),estadiamento pelo International Staging System (ISS) e Durie-Salmon (DS), status da doençapré-TCTH, incidência de recidiva e óbito para o estudo de desfecho, utilizando-se análise deKaplan-Meier e testes de Log-Rank . Houve predomínio do sexo masculino (61,45%), secretores de IgG(60,41%), com estadio DS III (44,79%), ISS I (36,45%), KPS 90-100 (67,7%), em resposta clínicaparcial ao tratamento anterior (65,62%). Os pacientes foram divididos em dois grupos para comparação:74 pacientes abaixo de 65 anos (Grupo 1) e 22 acima de 65 anos (Grupo 2). O Grupo 1 apresentousobrevida média de 9,0 ±0,6 anos (IC 95%= 7,7-10,2) e sua probabilidade de Sobrevida Global (SG) emum ano foi de 89,4%, 70,8% em cinco e 67,4% em dez anos. O Grupo 2 apresentou sobrevida média de6,7 ±0,9 anos (IC 95%= 5,0-8,5) e sua probabilidade de SG em um ano é de 94,7%, 73,2% em cinco e29,3% em dez anos. Não houve diferença estatística significativa para SG entre ambos os grupos. Aprobabilidade de Sobrevida Livre de Recidiva (SLR) do Grupo 1 em um ano foi de 80,2%, atingindo45,7% e 15,6% em cinco e dez anos, respectivamente. A probabilidade de SLR do Grupo 2 em um anofoi de 90,2%, 38,6% em cinco e 14,5% em dez anos, respectivamente. Houve diferença estatística paraSLR entre os dois grupos apenas em pacientes submetidos ao TCTHa em estadio ISS III e portadores dosubtipo IgA. Desta forma, pode-se concluir que a idade como fator isolado não deve ser utilizada comocritério de eligibilidade ao TCTHa para pacientes portadores de MM acima de 65 anos, devendo este serpautado em avaliações multiprofissionais detalhadas e aliadas à avaliação e condição clínica, visto que oTCTHa pode ser considerado um tratamento de primeira linha para estes pacientes. Palavras-chave:Análise de sobrevida, Idoso, Mieloma múltiplo, Transplante de medula óssea

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 255

ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO SUBMETIDOS ATRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS COM IDADE

SUPERIOR A 60 ANOS

Reid MM1, Higashi F1, Peres ALM1, Takeda VME1, Almeida JS1, Chiattone RR1, Cancado RD1

1Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Introdução: Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia caracterizada pela proliferação de clonal deplasmócitos que corresponde a 1% de todos os cânceres e a 10% das neoplasias hematológicas.Acomete, principalmente, pacientes idosos, com mediana de idade maior ou igual a 65 anos aodiagnóstico. A idade e condições clínicas são fatores limitantes na escolha do tratamento inicial.Pacientes com idade superior a 65 anos elegíveis recebem quimioterapia de indução seguida detransplante autólogo de células tronco hematopoéticas (TACTH) com dose reduzida de melfalano.Objetivos: Análise de Sobrevida Global (SG), Sobrevida Livre de Progressão (SLP), perfilepidemiológico, fatores prognósticos e resposta ao tratamento de pacientes portadores de MMsubmetidos ao TACTH com idade superior a 60 anos na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia deSão Paulo. Casuística e métodos: Análise retrospectiva de 64 pacientes com MM submetidos a TACTHcom idade maior que 60 anos, no período de março de 2002 a maio de 2016. Resultados: A taxa demortalidade relacionada ao tratamento foi de 1,5%. Após a indução 7.8% (5) apresentaram respostacompleta, 31.3% (20) reposta parcial muito boa, 29.7% (19) resposta parcial, 3,1% (2) doença estável e3,1% (2) com resposta mínima. Nenhum paciente foi encaminhado ao TACTH com doença emprogressão. Após TACTH, a taxa de resposta completa encontrada foi de 29,7% (19), 10,9% (7) deresposta parcial muito boa, 7,8% (5) de resposta parcial e 1,6% (1) de resposta mínima. Nenhumpaciente obteve doença estável ou progressão. A taxa de SG foi de 67,2% com mediana de 31 meses. Amediana de SLP foi de 25,3 meses. Resposta completa após indução e após TACTH influenciou demaneira estaticamente significante a SLP. Conclusão: TACTH em pacientes acima de 60 anos com MMapós terapia de indução traz resultados semelhantes aos encontrados na literatura mundial, o quepossibilita que tal procedimento possa ser oferecido a pacientes elegíveis, especialmente no serviçopúblico de saúde brasileiro, onde não há disponibilidade de drogas novas. Tipo de resposta apósquimioterapia de indução foi o único fator que influenciou de maneira estatisticamente significante aSLP.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 256

THE COMPREHENSIVE GERIATRIC ASSESSMENT IN ELDERLY PATIENTS SUBMITTED TOAUTOLOGOUS BONE MARROW TRANSPLANT: A RETROSPECTIVE ANALYSIS

Rodrigues M1, Souza PMR1, Koch LOM1, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introduction: Autologous hematopoietic stem cell transplantation (auto-HSCT) has improvedsurvival in patients with hematopoietic malignancies and is increasingly used in elderly patients, but alarge proportion of patients are considered ineligible for auto-HSCT because of increased treatmentrelated toxicity and mortality. Age alone is not the best predictor of toxicity; rather, the comorbiditiesand functional status of the older patient are likely better predictors of toxicity than chronologic age. Acomprehensive geriatric assessment (CGA) as being considered for transplanted patients and mayidentify additional problems or geriatric syndromes. Therefore, research is needed to establish theutility of CGA in older adults undergoing auto-HSCT.Objectives: Eevaluate retrospectively theprognostic utility of the CGA domains prior to Auto-HSCT in recipients aged 60 years and over inpredicting overall survival (OS), progression-free survival (PFS) and non-relapse mortality(NRM).Methods: 20 patients completed the CGA and underwent auto-HSCT between September 2011and August 2016 at Israelita Albert Einstein Hospital. CGA was performed prior to transplant, andincluded validated measures across domains of function and disability, comorbidity, frailty, cognition,nutritional status. Clinical characteristics, the Hematopoietic Cell Transplantation-Specific ComorbidityIndex (HCT-CI) were also added in the analyzes. We also evaluate the use chemo toxicity scoredeveloped by Hurria et al and the Disease comorbidity index in the context of auto-HSCT.Results: Themedian duration of follow up for surviving patients was 657 days (13-1,919). The median age was66,75 ( 60-74) years old, Multiple myeloma was the most common disease, 80%(16) followed byLymphoma, 20%(4). There were 3 deaths, due to disease progression. The median OS was 19 months,and the probabilities of OS at 2 years were 90%. The PFS at 2 years was 70.6%. The followingvariables were associated with inferior OS: DRI score (p<0.001); visiting emergency room in the last 6months prior to HSCT (p=0.007); hospital admission 6 months before HSCT (p=0.009) and ICUadmission (p=0.009); the chemo toxicity score showed trend (p=0.097). The association with inferiorPFS was found with: hospitalization in the last 6 months before HSCT (p=0.009); ICU admission(p=0.003) and HCT-CI augmented score (p=0.019). It was not possible to perform the multivariateanalysis due to the small number of patients and few outcomesConclusion: The CGA was not able topredict outcomes when evaluated directly by using its main domains. Only associations with indirectvariables of comorbidities, such as falls and the need for previous hospitalizations, were found. Morestudies, with a larger number of patients, are needed to evaluate the role of CGA in this context ofauto-HSCT.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 257

FEBRE APÓS RECUPERAÇÃO MEDULAR (FARM) NO TRANSPLANTE AUTÓLOGO DECÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTHA)

Carvalho ACM1, Berg LD1, Nucci M1

1Hospital Universitário Clementino Fraga Filho

Introdução: FARM é complicação relativamente frequente no TCTHa. Sua ocorrência pode resultarem prolongamento da hospitalização, maior utilização de recursos e uso excessivo de antimicrobianos.Objetivo: Avaliar a frequência, caracterizar a etiologia e o impacto da FARM na sobrevida. Métodos:Avaliação retrospectiva de 173 TCTHa em mieloma múltiplo ou linfoma realizados entre 2009 a 2017.FARM foi definida como temperatura axilar ≥38ºC no período peri-pega (+/- 2 dias) ou até 15 dias apósa data da pega do enxerto. Avaliamos resultados de hemoculturas, manifestações clínicas de infecção emanifestações da síndrome da pega do enxerto (febre não infecciosa, rash cutâneo, alterações pulmonaresou diarreia). Resultados: FARM ocorreu em 37 pacientes (21,4%), com uma duração mediana de 3 dias(variação 1 – 22). O tempo (mediana) entre o transplante e a ocorrência da febre foi de 11 dias (variação3 – 21) e o tempo (mediana) entre a febre e a pega do enxerto foi de 1 dia (variação 9 dias antes até10 dias depois da pega). A etiologia foi: bacteremia em 4 casos (11%, Klebsiella pneumoniae em 2,e Enterobacter clocae e Staphylocccus aureus, 1 cada), infecção relacionada a cateter venoso central(CVC) em 2 (5%) e síndrome da pega do enxerto em 10 pacientes (27%). Em 21 casos (57%) nenhumaetiologia foi identificada. A duração mediana da febre foi de 2,5 dias nos casos de bacteremia (variação1 – 11), 3 dias nos casos sem etiologia (variação 1 – 10), 3,5 dias na síndrome da pega (variação 1 –14) e 16,5 dias nos casos de infecção no CVC (variação 11 – 22). Cinco dos 173 pacientes morreramaté o D+40 (2,9%). A mortalidade não foi diferente entre pacientes com ou sem FARM (1 caso, 2,7%x 4 casos, 2,9%, p=0,94). Conclusões: A maioria dos pacientes com FARM não tem etiologia definida,mas em geral a febre tem duração curta. A etiologia mais frequente foi síndrome da pega do enxerto.Infecção foi pouco frequente, tornando desnecessário o uso de antimicrobianos se não há documentaçãode infecção.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 258

PNEUMOCISTOSE DURANTE CONSOLIDAÇÃO COM BRENTUXIMABE VEDOTINPÓS-TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: RELATO DE

CASO E REVISÃO DA LITERATURA

Rocha V1, Ferreira AM1, Melo MKS1, Pereira TDM1, Ramos JF1, Amarante GBD1, Molla VC1

1Hospital Sírio Libanês

Introdução: Brentuximabe vedotin (BV), um anticorpo-droga conjugado anti-CD30 indicado paraconsolidação após transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas (TCTH) em pacientes comlinfoma de Hodgkin de alto risco, pode estar associado a um maior risco de infecções oportunistas,porém seu efeito no sistema imune não é bem definido, bem como a necessidade de profilaxiasinfecciosas. Pneumocistose associada ao BV é uma condição pouco descrita, com apenas dois casosrelatados na literatura. Objetivos: Relatar o caso de uma pneumocistose em paciente recebendoconsolidação com BV após TCTH autólogo e revisar a literatura quanto à susceptibilidade à infecçãorelacionada à medicação, efeitos na reconstituição imune e necessidade de profilaxias. Material eMétodos: Relato de caso e revisão da literatura. Resultados: Paciente masculino, 45 anos, comdiagnóstico de linfoma de Hodgkin clássico, estadio IIIB em agosto de 2014. Recebeu tratamento comABVD seis ciclos, com PET-CT ínterim e PET-CT após término de tratamento negativos. Evoluiu cincomeses após com recidiva precoce da doença, sendo proposta QT de segunda linha baseada em ICE, semresposta. Como terceira linha, QT à base de gemcitabina foi iniciada, com resposta completa porPET-CT após dois ciclos, e o paciente foi submetido à coleta de CTH. Em maio de 2016 foi realizadoTCTH autólogo para consolidação, e visto paciente ter apresentado recaída precoce da doença, BVpós-transplante foi indicado, segundo os critérios do estudo AETHERA. O paciente recebeu BV1,8mg/kg a cada três semanas, totalizado 10 doses até abril de 2017, quando iniciou quadro de corizanasal e tosse seca, sem febre ou dispneia associados. Investigação inicial com exames laboratoriaisgerais, TC de tórax e pesquisa de vírus respiratórios foi negativa, sendo optado por tratamento empíricocom levofloxacino e oseltamivir visando cobertura de foco infeccioso respiratório alto. Após duassemanas o paciente retorna com piora do quadro, caracterizada por febre e calafrios, dispneia ehipoxemia. Nova TC de tórax mostrou focos de consolidação e opacidades em vidro fosco difusas porambos os pulmões, com distribuição predominantemente peribroncovascular nos campos superiores emédios, e o lavado broncoalveolar demostrou a presença de Pneumocystis jirovecii por PCR. O pacientehavia interrompido a profilaxia para pneumocistose há cerca de dois meses devido à intolerânciagastrointestinal e sua última quantificação de linfócitos T CD4+ mostrava nível superior a 200células/mm3. Após tratamento com bactrim por 21 dias, o paciente evoluiu com resolução completa dossintomas, sendo mantida a medicação para profilaxia secundária. Discussão: Os efeitos no sistemaimune e o risco de infecções oportunistas relacionados ao uso de BV não são bem conhecidos. Apesarde em bula ser sugerido vigilância quanto à infecções como pneumocistose, não há recomendaçõesespecíficas de profilaxia, nem a literatura aponta marcadores de reconstituição imune. Conclusão:Sugere-se que pacientes tratados com BV recebam profilaxia para pneumocistose, independente deterem sido submetidos ou não a transplante de medula óssea e do nível de linfócitos CD4. Da mesmaforma a realização estudos sobre a reconstituição imunitária após uso dessa droga antes e após TCTH éde fundamental importância.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 259

MIELODISPLASIA PÓS TRANSPLANTE ÁUTÓLOGO DE MEDULA ÓSSEA POR MIELOMAMÚLTIPLO – RELATO DE CASO

Leitao JPV1, Kaufman J1, Duarte FB1, Araújo BSGSP1, Barroso KSN1, Brunetta DM1, Santos TEJD2,Lemes RPG2

1Hospital Universitário Walter Cantídio-TMO-Universidade Federal do Ceará2Laboratório de Pesquisa em Hematologia-Universidade Federal do Ceará

Introdução: O surgimento de segunda neoplasia, principalmente leucemia mielóide aguda (LMA) esíndrome mielodisplásica (SMD), está descrito como compicações tardias pós transplante autólogo demedula óssea (auto-TMO). Relato de Caso: Paciente com diagnóstico de mieloma múltiplo submetido adois auto-TMO, pós duas recidivas, na avaliação do D+360 do segundo transplante, apresentava anemiasem recaída do mieloma. Mielograma apresentava intensa diseritropoese (>10%), sideroblastos em anele cariótipo normal (46,XY). Neste momento, foi considerado o diagnóstico de mielodisplasia pós auto-TMO (SMD-t) e iniciada reposição de vitamina B12, ácido fólico e eritropoietina, evoluindo com piorada anemia e dependência transfusional, sem variação significativa da paraproteinemia monoclonal (0,46mg/dL) ou sinais clínicos e laboratoriais de recidiva do mieloma múltiplo. Conclusão: Com os avançosnas terapias de indução e manutenção pós auto-TMO no mieloma múltiplo, apesar de rara, a SMD-t deveser pensada como causa de citopenias tardias sem a caracterização da recaída da doença de base.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 260

LINFOMA DE HODGKIN – ESTUDO DOS PACIENTES ADULTOS SUBMETIDOS ATRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS HEMATOPOÉTICAS NO SERVIÇO DE

HEMATOLOGIA DO HUWC

Duarte FB1, Lemes RPG1, Santos TEJD1, Leitão JPV2, Souza JH2, Kaufman J2, Araújo BSP2, BarrosoKSN2, Quixadá ATS1, Pitombeira MHS1

1Universidade Federal do Ceará2Hospital Universitário Walter Cantídio

O TCTH autólogo é uma alternativa terapêutica para os pacientes de Linfoma de Hodgkin (LH)refratários ou recidivados. Revisamos retrospectivamente uma coorte de 60 registros de pacientes adultoscom LH que realizaram TCTH entre janeiro / 2009-junho / 2017 na Unidade de Transplante do serviço deHematologia do HUWC/HEMOCE. O seguimento foi de 8 anos e 5 meses, 31 sendo do sexo masculino e29 do sexo feminino e idade média de 28,2 anos. Ao diagnóstico 81,7% apresentavam doença avançada eo tipo histológico de esclerose nodular (EN) em 91,7% dos pacientes. O comprometimento do mediastinofoi observado em 45%, sendo o primeiro tratamento com ABVD e associado com radioterapia em 28,3%.Após avaliação, 33.3% obtiveram remissão completa (RC), 28,3% remissão parcial (RP) e 38,4% nãoresponderam (NR). Dos 20 pacientes com RC todos recidivaram no período de 3 meses a 14 anos. Umtotal de 18,3% realizaram mais de um esquema, que após reavaliação 38,3% obtiveram RC, 55% RPe 6,7% NR. Todos receberam GCS-F na mobilização, em alguns casos associados a Vinorelbine ou aPlerixafor e coleta de CD34 com média de 4,8CD34/kg. O condicionamento foi realizado com BEAC,NEAM, BEAM ou FEAM e a enxertia com média de 10 dias. A avaliação no D+100 mostrou que 82,7%obtiveram RC, 13,5% RP e 3,8% óbitos ocorrido 2 dias após a infusão das células e 2 no internamento.Após o D+100, 05 pacientes em RC apresentaram recidiva do LH entre 6 e 36 meses e 9 estão emtratamento com brentuximabe. A análise da curva de sobrevida global foi de 86.7%. A sobrevida livrede doença foi de 42.8%. Os dados nos permitem concluir que o TCTH autólogo na população constituídaprincipalmente de pacientes com LH de alto risco foi considerada como uma excelente terapia de resgateem relação à tolerância.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 261

O ACOLHIMENTO DOS CANDIDATOS AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA AUTÓLOGOCOM FOCO NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Pinto CC1, Amorim JS1, Santiago BCSA1

1Hospital das Clinica de Minas Gerais

Introdução : O processo de acolhimento por meio da consulta de Enfermagem permite a prática daeducação em saúde, que consiste em um conjunto de saberes e práticas, orientados para a prevenção dedoenças e promoção à saúde. Ao atender um paciente candidato a transplante de medula ósseaautólogo, o acolhimento torna-se uma prática diferenciada e essencial, que visa estreitar a relaçãopaciente/família x profissional, de forma individualizada e humanizada, além de possibilitar aminimização de medos e anseios que permeiam o pré transplante de medula. Objetivo: Descrever aexperiência de uma estratégia de ensino-aprendizagem durante o acolhimento na consulta deEnfermagem aos pacientes candidatos ao Transplante de Medula Óssea Autólogo. Material e Método: Este estudo foi realizado pela equipe de Enfermeiras que atuam no Ambulatório de Transplantes deum Hospital Universitário em Belo Horizonte/MG, por meio da solicitação de Inter consulta Médicapara o acolhimento do candidato a transplante autólogo. Este acolhimento ocorreu em dois momentosdistintos, empregando a estratégia de ensino-aprendizagem com recursos visual, tátil e auditivo, sendoque o primeiro momento foi caracterizado pela coleta de dados do paciente, com a utilização doHistórico de Enfermagem do Processo de Enfermagem institucional, e pela exposição temática quepermite esclarecimentos sobre o Transplante de Medula Óssea autólogo, utilizando o recurso visual dopower point. E o segundo momento, mediado pelo diálogo, foi caracterizado pela orientações sobrerotinas acerca da internação hospitalar, contidas em um folder explicativo, e pela informação deprocedimentos previamente agendados tais como: visita ao hemocentro, coleta das células tronco, datada hospitalização e implantação do cateter central por meio do impresso informativo. Resultados : Osresultados evidenciaram que a utilização dos recursos visuais, auditivos e táteis como estratégia deensino-aprendizagem possibilitaram o acolhimento psicossocial do candidato, esclarecimento dotratamento proposto e a solidificação da relação de confiança entre usuário e equipe mediado pelodiálogo informal durante o atendimento do enfermeiro. Discussão : O acolhimento proposto utilizoucomo estratégia de ensino-aprendizagem recursos aditivos, visuais e táteis, que permitiram aoscandidatos e seus familiares uma maior reflexão sobre os problemas de saúde mediada pelo diálogo, eisso refletiu em mudanças de autoconhecimento e melhor organização familiar para o período dehospitalização. Conclusão : Concluímos que o acolhimento com foco na educação em saúde, permitiuuma melhor organização familiar no que diz respeito a preparação de práticas para o cuidado em todasas fases do tratamento. Palavras-chave : Consulta de Enfermagem, Educação em saúde, Transplante deMedula Óssea.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 262

EXPERIÊNCIA E AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E TOXICIDADE DO USO DE MELFALANOVIA ORAL NO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA EM PACIENTE COM MIELOMA

MÚLTIPLO, NUM CENÁRIO SEM ABASTECIMENTO DA MEDICAÇÃO VENOSA.

Silva HC1, Simoes SR1, Aragao L1, Passos OC1, Freitas TT1, Almeida AM1, Salvino BG1, Oliveira L1,Vieira GM1, Salvino MA1

1Hospital Sao Rafael-Salvador

Introdução : O Transplante de Medula Óssea (TMO) Autólogo é tratamento padrão para ospacientes com Mieloma Múltiplo (MM), pois esse, apesar de não curativo, aumenta significamente oprogressão livre de doença e sobrevida global. O Melfalano é droga de escolha para realização doregime de condicionamento, contudo, em nosso país, houve escassez desse medicamento, na suaapresentação venosa, no segundo semestre em 2016, impossibilitando a realização do tratamento. Embusca de alternativas para tal, foi utilizado a mesma droga, na sua apresentação oral para essa finalidade,em casos sem outras opções terapêuticas adequadas . Dada a escassez de literatura com uso da drogaoral, com esse propósito, faltam dados sobre a eficácia dessa alternativa. Objetivo: No presente estudo,foi realizado estudo descritivo dos paciente que fizeram uso do Melfalano Oral. Material e métodos :Estudo retrospectivo, baseado em prontuários, em que foram analisados 20 pacientes que fizeram usodo medicamento entre o período de Junho de 2016 a Janeiro de 2017. Resultado : Dos 20 pacientesselecionados, 12 (60%) eram do sexo masculino, tendo a mediana de idade 60 anos (31 - 68). Oprincipal esquema de indução foi VCD (Velcade, Ciclofosfamida e Dexametasona) em 85%, seguido deVTD (Velcade, Talidomida e Dexametasona) em 15%. 14 pacientes (70%), obtiveram pelo menosResposta Parcial para realização do TMO. 85% (17) pacientes foram mobilizados com GCSF e 15% (3)com quimioterapia. A mediana de numero de células infundidas foi de 7,135 x 10 (6) cel/mm3/kg (3,62- 11,9). Dose empregada apresentou mediana: 200mg/m2 (140 - 200 mg/m2). A medicação erarecebida 24 horas antes de infusão das PBSC. A enxertia neutrofílica ocorreu em mediana 12 dias (10 -16); mediana de necessidade transfusional total (1; 0 - 3); neutropenia febril ocorreram em 6 pacientes;mucosite em 3 episódios (2 pacientes grau I e 1 paciente com grau II) e tempo de internamento 15 dias(13 - 21) . Não houve óbitos durante o estudo. Discussão : O estudo atual,onde casos selecionadosreceberam a medicacao em situacao muito peculiar de desabastecimento, mostra a factualidade parauso Melfalano oral, apesar não há dados que comprovem sua equivalencia de eficácia em relação o usodo Melfalano venoso. Houve segurança em relação ao enxerto na infusão de células troncos 24horasapós a ingesta oral da medicação, em 100% dos casos. Dada a toxicidade reduzida,especulamos eficácia reduzida, motivo pelo qual, após o reabastecimento do Melfalano venoso,descontinuamos a investigação.Os pacientes estão sendo seguidos prospectivamente para avaliaçãofutura de eficácia. Conclusão : Apesar de seguro, o uso de Melfalano oral ainda carece de estudos deeficácia em relacao ‘a fomulacao venosa. Entretanto, no cenário atual de risco iminente dedescontinuidade de abastecimento da sua apresentação venosa, urge uma discussão aprofundada dasalternativas possíveis

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 263

USO DE PLERIXAFOR NA MOBILIZAÇÃO DE CÉLULAS TRONCO PARA TRANSPLANTEAUTÓLOGO EM PACIENTES QUE TIVERAM FALHA DE MOBILIZAÇÃO PRÉVIA.

Vieira PFC1, Baiense LN1, Lira CCP1, Pinto JDA1, Braga FHP1, Bouzas LFS1

1Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva(INCA)

INTRODUÇÃO: Umadas modalidades terapêuticas mais amplamente empregadas no tratamento dediversos tumores sólidos, hematológicos e de algumas doenças autoimunes é o transplante de medulaóssea autólogo. A coleta de células progenitoras hematopoiéticas de sangue periférico por aférese(CPH-SP) é o método preferencial de obtenção de células-tronco, pois não necessita de anestesia nemde múltiplas punções. Existem várias estratégias de mobilização, mas o mais comum são o uso deFilgrastim (fator de estimulação de colônias de granulócitos; G-CSF) isoladamente ou em combinaçãocom quimioterapia. Estas terapias podem mobilizar um número suficiente de células em 70 a 80% dospacientes em primeira tentativa, mas um número significativo dos pacientes necessita de um meioalternativo de mobilização. Outra solução atual para aperfeiçoar os procedimentos de mobilização é autilização do antagonista de CXCR-4, o Plerixafor. O uso deste é indicado de forma preemptiva, ouseja, apena para falhas de mobilização ao G-CSF. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi levantado dados depacientes que apresentaram falha de mobilização com o uso de Filgrastim isolado e que utilizaramPlerixafor no período de 01/01/2016 a 01/05/2017. As bolsas coletadas são processadas pelo Banco deSangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP), contido no Centro de Transplante de MedulaÓssea (CEMO) do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Aqueles queapresentaram contagem de células CD34 menor que 10/mm3 foram considerados como falha demobilização. RESULTADOS: Dos 78 pacientes avaliados nesse período, 18 (23%) apresentaram falhana mobilização e fizeram uso de Plerixafor. Os pacientes que mobilizaram com Plerixafor apresentavamdiagnósticos de Mieloma Múltiplo (9), Linfoma Não Hodgkin (5), Linfoma de Hodgkin (2) eNeuroblastoma (2). Mesmo apresentando falha prévia de mobilização, 100% dos pacientes atingirammais de 2,0 x 10 6 células CD34/kg após utilização de Plerixafor. 11% (2) pacientes alcançaram o alvo2,0 x 10 6 células CD34+/kg na primeira coleta e 94,4%(17) necessitaram de até duas coletas. A médiade coleta dos pacientes com Mieloma Múltiplo que mobilizaram com Filgrastim (19) foi 2, já a médiados pacientes com o mesmo diagnóstico e que fizeram uso de Plerixafor foi de 1,88. Quanto aoCD34/kg, as médias foram, respectivamente, 3,05 x 10 6 células CD34+/kg e 3,23 x 10 6 célulasCD34+/kg. CONCLUSÃO: Embora muitos fatores estejam envolvidos na capacidade mobilizadora decada paciente, após o início da mobilização, a determinação do momento ótimo de coleta influenciadiretamente na eficiência e no número de procedimentos realizados. Os resultados encontrados sugeremque o uso de Plerixafor melhora a mobilização das células hematopoiéticas para o transplante autólogoem pacientes com falha de mobilização prévia.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 264

ANÁLISE COMPARATIVA DO USO DE CÉLULAS PROGENITORAS PERIFÉRICASCRIOPRESERVADAS VERSUS NÃO-CRIOPRESERVADAS NO TRANSPLANTE AUTÓLOGO

DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO APÓS ALTAS DOSES DE MELFALANO

Bittencourt MCB1, Compte LCM1, Moreira F1, Schmidt-Filho J1, Mendrone-Junior A1,2, Rocha V1,2

1Disciplina de Hematologia e Hemoterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo2Fundação Pró-Sangue

Palavras-chave: células tronco-hematopoiéticas, criopreservação, infusão a fresco, recuperaçãoneutrofílica. Introdução: Transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TACTH) é otratamento padrão-ouro para pacientes elegíveis com mieloma múltiplo (MM). Na prática habitual ascélulas progenitoras periféricas (CPP) autólogas coletadas são criopreservadas antes de sereminfundidas. Apesar de não ser usual, a infusão de CPP não-criopreservadas (infusão a fresco) é umaalternativa para o TACTH. Objetivos: Comparar o uso de CPP criopreservadas com CPP armazenadasem seu estado natural líquido, por até 48 horas, em refrigerador de banco de sangue a 4ºC, quanto àprobabilidade de recuperação neutrofílica, mortalidade precoce relacionada ao transplante,complicações imediatas após a infusão, análise de custo e segurança dos produtos infundidos. Materiale Métodos: Foram incluídos para análise retrospectiva 108 TACTHs, sendo 63 infusões de CPPcriopreservadas e 45 infusões a fresco, em pacientes com MM, de 2014 a 2016, no Hospital das Clínicasda Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Para assegurar a ausência de contaminaçãobacteriana foi feita cultura microbiológica nas unidades criopreservadas e amplificação do rDNA 16Sbacteriano por reação em cadeia da polimerase (PCR) nas unidades não-criopreservadas. Resultados:A recuperação neutrofílica foi mais precoce após a infusão a fresco (10 x 13 dias, p < 0.001). Falha deenxertia ocorreu em 1 paciente, que recebeu CPP criopreservadas. Mortalidade precoce relacionada aotransplante foi de 4,9% com CPP criopreservadas e 2,2% com CPP não-criopreservadas; 2 dos 3pacientes que foram a óbito no primeiro grupo, nos dias 26 e 28 após TACTH, não atingiramrecuperação neutrofílica. Complicações imediatas após a infusão foram relatadas em 22% (N=14) dospacientes do grupo que recebeu CPP criopreservadas, sendo descritas alterações cardiovasculares,respiratórias e renais; e em 11% (N=5) dos pacientes do grupo com infusão a fresco, que apresentaramfebre. O custo de cada unidade refrigerada foi R$1.000,00 e da criopreservada R$4.000,00. Não houvedetecção bacteriana nas unidades não-criopreservadas; os resultados foram liberados em 3 horas.Discussão: Infusão a fresco permite rápida recuperação neutrofílica. A técnica de PCR para 16S rDNAbacteriano proporciona segurança ao uso de CPP não-criopreservadas. O custo 4 vezes menor porunidade refrigerada diminui as despesas com o TACTH, sendo relevante em países emdesenvolvimento. Picos febris após a infusão a fresco são possivelmente controlados com uso prévio deantitérmico. Conclusão: Infusão de CPP não-criopreservadas é uma alternativa viável, segura ecusto-efetiva para TATCH em pacientes com MM, sem prejuízo à recuperação neutrofílica e combenefício adicional de não expor os pacientes aos riscos da toxicidade do crioprotetor dimetilsulfóxido.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 265

ANÁLISE RETROSPECTIVA DOS ESQUEMAS DE MOBILIZAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCOHEMATOPOIÉTICAS (CTH) EM PACIENTES COM LINFOMAS EM UNIDADE DE

REFERÊNCIA EM TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH)

Villa PR1,2, Macedo MCMA1,2, Fernandes PA1,2, Simões AA1,2, Almeida MSS1,2, Russo FT1,2, OkadaLY1,2, Simões CM1,2, Costa BAD1,2, Silva RL1,2

1Instituto Brasileiro de Controle do Câncer - IBCC2BIO SANA’S Serviços Médicos

INTRODUÇÃO: o uso de fatores de crescimento de colônia de granulócitos (G-CSF) associadoou não à quimioterapia compõe a maioria dos esquemas de mobilização das CTH. Idade, diagnóstico,número e tipos de linha de tratamentos são alguns dos fatores que podem levar a falha de mobilização. Ouso de plerixafor, mostrou-se efetivo e seguro em casos de falha de mobilização em pacientes portadoresde Linfomas de Hodgkin (LH) e Não Hodgkin (LNH). OBJETIVO: analisar eficácia, variáveis de falha,custos envolvidos e impacto em dias de mobilização. MATERIAIS E MÉTODOS: Análise retrospectivaconsecutiva de pacientes portadores de linfomas em uma instituição filantrópica do Estado de São Paulo.O custo dos materiais e medicamentos foram calculados com base na tabela BRASINDICE de 2015 compreço fabrica 18% de produtos de referência. RESULTADOS: analisados 22 casos entre abril de 2013a dez de 2015. Idade mediana 43 anos (16-64), 54% masculino (12), 50% (11) tinham LH e entre osLNH, a maioria era grandes células B 73% (8). A mediana de tempo entre diagnóstico e mobilizaçãofoi de 17 meses (9-104), 27% (6) receberam mais de duas linhas de tratamento (1-4), o status da doençano momento da mobilização era de 45% (10) resposta completa, 23% (5) resposta parcial, e 32% (7)refratário. Os esquemas de mobilização foram: 45% (10) CTX 60mg/Kg/d por dois dias (CTX60), aprópria quimioterapia de resgate (QR) 45% (10) e 10% (2), GCSF e plerixafor. A taxa global de falha demobilização foi de 27% (6), pacientes que utilizaram CTX60 30% (3), QR 30% (3) e sem falhas no grupode plerixafor. As variáveis consideradas como fatores para “pobres mobilizadores“foram: sexo, idade,número de tratamentos, plaquetas menor que 50.000/mm3, uso de melfalano, lenalidomida, TCTH ouradioterapia prévios, status da doença e número total de fatores de risco (≤2 e >2). Houve relevânciaestatística para Idade superior a 60 anos (p 0,011) e utilização de regime intenso prévio (p 0,023). Ocusto mediano dos protocolos foi de: CTX60 sem falha R$ 29.774,03 (R$ 25.137,92– R$ 47.061,08),com falha R$ 77.590,91 (R$ 64.951,27– R$ 84.186,73), QR sem falha R$ 21.298,89 (R$ 17.474,79 –R$ 30.072,29), com falha R$ 121.696,10 (R$ 42.817,19 – R$ 128.681,13) e plerixafor R$ 30.346,44(R$ 24.047,92– R$ 36.644,96). A mediana de dias de mobilização foi: CTX60 sem falha 19 (14-25),com falha 19 (19-28), QR sem falha 16 (15-18), com falha 28 (16-29) e plerixafor 6 (6-6). Discussão:A utilização de QR para a mobilização dos pacientes com linfomas foi efetiva em 75% dos casos e foitempo e custo efetiva, considerando-se que os recursos foram otimizados. Os custos foram maiores entreos pacientes que apresentaram falha devido uso prolongado e dose aumentada do GCSF. Assim, na falhada mobilização, parece adequado suspender o protocolo e partir para novo esquema de mobilização. Oscustos da mobilização com CTX60 e plerixafor foram semelhantes, porém o tempo e a falha, maiorescom o CTX60. Conclusão: a partir dos nossos resultados, consideramos que a mobilização deve sersempre tentada no curso de QR e, caso ocorra falha, seja utilizado o plerixafor pois nos parece tempoe custo efetivo. Estes dados são retrospectivos e, portanto, sujeitos a muito viés e poderiam ser melhorconsolidados em um estudo prospectivo.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 266

ANÁLISE RETROSPECTIVA DOS ESQUEMAS DE MOBILIZAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCOHEMATOPOIÉTICAS (CTH) EM PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO EM UNIDADE DE

REFERÊNCIA EM TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH)

Villa PR1,2, Macedo MCMA1,2, Fernandes PA1,2, Simões AA1,2, Almeida MSS1,2, Russo FT1,2, OkadaLY1,2, Simões CM1,2, Pacicco CM1, Silva RL1,2

1Instituto Brasileiro de Controle do Câncer - IBCC2BIO SANA’S Serviços Médicos

INTRODUÇÃO: uso de fatores de crescimento de colônia de granulócitos (G-CSF) associado ounão a quimioterapia compõe os esquemas de mobilização das CTH. Idade, diagnóstico, número e tiposde linha de tratamentos são alguns fatores que podem levar a falha de mobilização. O uso do plerixafor,mostrou-se efetivo e seguro em casos de falha de mobilização. OBJETIVO: analisar eficácia, variáveisde falha, custos envolvidos e impacto em dias de mobilização. MATERIAIS E MÉTODOS: Análiseretrospectiva consecutiva de pacientes portadores de MM em uma instituição filantrópica do Estado deSão Paulo. O custo dos materiais e medicamentos foram calculados com base na tabela BRASINDICE de2015. RESULTADOS: analisados 36 casos entre abril de 2013 a dez de 2015. Idade mediana 56 anos (34-69), 42% masculino (15), mediana de tempo entre diagnóstico e mobilização de 11 meses (2-82), 14% (5)pacientes receberam mais de duas linhas de tratamento (1-9), o status era de 64% (23) VGPR, 33% (12)PR, e 2,8% (1) refratário. Os esquemas de mobilização utilizados foram: 11% (4) ciclofosfamida (CTX)30mg/kg/d por dois dias (CTX30); 28% (10) CTX 60mg/Kg/d por dois dias (CTX60), 56% (20) fator decrescimento de granulócitos (GCSF) 10mcg/Kg por cinco dias, e 11% (4) GCSF associado ao plerixafor.A taxa global de falha de mobilização foi de 19% (7), pacientes que utilizaram CTX30, 50% (2), GCSF25% (5), não houveram falhas nos grupos CTX60 e plerixafor. As variáveis analisadas como fatorespara “pobre”mobilizadores“foram: sexo, idade, número de tratamentos, plaquetas ≤50.000/mm3, usode melfalano, lenalidomida, TCTH e radioterapia prévios, status da doença e número total de fatores derisco (≤2 e >2). O custo mediano dos protocolos foi de: CTX30 sem falha R$ 25.121,92 (R$ 23.016,99– R$ 27.226,85), com falha R$ 41.695,64 (R$ 38.857,61 – R$ 44.533,67), CTX60 R$ 25.578,95 (R$8.282,78 – R$ 42.463,72), GCSF sem falha R$ 8.845,49 (R$ 6.803,62 – R$ 28.251,32), com falha R$47.958,42 (R$ 22.052,24 – R$ 73.066,79) e plerixafor R$ 52.759,66 (R$ 24.626,86 – R$ 66.298,04). Amediana de dias de mobilização foi de: CTX30 sem falha 13 (12-14), com falha 22 (19-26), CTX60 17(6-26), GCSF sem falha 5 (5-24), com falha 23 (6-56) e plerixafor 7 (5-8). DISCUSSÃO: em termos decusto a mobilização com GCSF foi a mais viável, porém a taxa de falha desse esquema foi de 25%. OCTX30 se mostrou inferior aos demais, pois além da taxa de falha de 50% os custos são semelhantes aoCTX60. A mediana de dias de mobilização foi maior nos protocolos que falharam visto que a práticaclínica anterior consistia na continuidade da tentativa de mobilização, com persistência do GCSF emdoses maiores. Não houve diferença estatística entre as variáveis analisadas para definição de “pobremobilizadores”. CONCLUSÃO: a primeira escolha para mobilização de CTH em pacientes com MMdeve ser GCSF exclusivo se o critério for previsibilidade e economia. Quando houver necessidade deassociação com quimioterapia o protocolo mais adequado é o CTX60. Em casos de falha em qualquerum dos esquemas iniciais recomendamos que seja feita a interrupção da mobilização pois a tentativa dereverter a falha de mobilização com a continuidade do GCSF aumenta muito o custo. A utilização doplerixafor nos casos de falha foi efetiva.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 267

SÉRIE DE CASOS: TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS (TCTH)AUTÓLOGO EM DOENÇA DE CROHN, USANDO SELEÇÃO POSTIVA DE CD34

Rocha JDA1, Matos AV1, Kerbauy MN1, Kondo AT1, Kutner JM1, Hamerschlak N1, Amaral GV1,Leati RS1, Ribeiro AAF1

1Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: A doença de Crohn (DC) é de etiologia auto-imune, porém a sua fisiopatologia aindanão está totalmente clara. A morbidade desta doença é grande, visto que causa fístulas, abcesso,intervenção cirúrgicas intra-abdminais, síndrome do intestino curto, e o tratamento baseado emcorticoterapia, produtos a base de acido 5,aminosalicilico, azatioprina, ciclosporina, e anti- TNF,também acarreta diversas complicações infecciosas. Baseado na experiência de outros centros, foiproposto o protocolo de pesquisa que incluiu 6 pacientes com DC refratária para realizar Transplante decélulas tronco hematopoéticas (TCTH) autólogo. Métodos: foram incluídos pacientes com 18 anos oumais, com diagnóstico de DC, colonoscopia com achados histológicos compatíveis, não ter respondidoao uso de anti-TNF. Foram excluídas mulheres grávidas, pacientes com outras disfunções orgânicas(renal, hematológica, cardíaca, pulmonar hepática, psiquiátrica), infecção ativa, tratamento comanti-TNF no mês anterior e pacientes infectados pelo HIV. A mobilização das células troncohematopoéticas (CTH) com ciclofosfamida 2g/m2, por 24hrs e iniciar filgrastim 10mcg/kg/dia no diaposterior a quimioterapia. A coleta de CTH, é realizda por áferese no momento que o paciente tivesseCD34 em sangue periférico >15mm3, com intuito de atingir 3x10e6 CD34/kg. É realizado oprocessamento e armazenamento das CTH, e depleção de células T in vitro com seleção positiva deCD34 através de colunas de afinidades, utilizando a CliniMacs (Miltenyi Biotec), visando obter<1x10e4 de células T/kg e o >2x10e6CD34/kg, sendo realizado o congelamento das CTH após. Ocondicionamento para o TCTH foi realizado no intervalo de 30 dias após a mobilização e coleta deCTH, e consiste de ciclosfosfamida 50mg/kg, associado a mesna na mesma dose do d-5 ao d-2,globulina anti-timocítica de celho 1,5mg/kg do d-5 ao d-2, metilprednisolona 1g/dia do d-5 ao d-2.Todas as profilaxias infecciosas são utilizadas, assim como terapia de suporte (transfusão dehemocomponentes) e vigilância infecciosa de vírus rigorosa com PCR quantitativo paraCitomegalovírus (CMV) e Epstein-bar vírus (EBV) Resultados: Total de 6 pacientes, 5/6 do sexomasculino, a média de idade de 19-54 anos, os pacientes eram refratários a corticoide, mesalazina,metrotexate, tacrolimus, talidomida, Sertuzilimab, Adalimumab, Azatioprina, Infliximab, Adalamumab,Vedolizumab, tempo médio de diagnóstico de DC variou de 6-13 anos, infusão 3x10e6CD34/kg a15x10e6CD34/kg, enxertia neutrofílica entre o D+10-12, enxertia plaquetária entre o D+9-15, tempo deseguimento variou de 108-594dias, todos pacientes entraram em remissão, e até o momento nenhumapresentou recaída. Após o 180 dias, o paciente retorna seguimento no centro de origem, sendoreportado os desfechos para manter seguimento. Discussão: A experiência no mundo com TCTHautólogo em doenças auto-imunes ainda é pequena, Burt et al publicou 2002 as longas taxas deremissão de DC com TCTH autólogo, sendo depois ratificado por outros autores, Conclusão : OTCTH autólogo mostrou-se uma terapia eficaz, com baixo índice de toxicidade, sendo capaz deproduzir respostas satisfatórias e prolongadas, reduzindo morbidade.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 268

TRANSPLANTE AUTÓLOGO EM MIELOMA MÚLTIPLO, AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DASÉRIE HISTÓRICA EM UM ÚNICO CENTRO

Souza MP1, Santos ACFD1, Simioni AJ1, Silva FR1, Mattos ER1, Ikoma MRV1, Colturato I1, MachadoCM1, Francheschi FLS1, Colturato VAR1

1Hospital Amaral Carvalho

Introdução: Estudo retrospectivo, centro único, avaliando os resultados globais dos procedimentosde transplante autólogo entre portadores de Mieloma Múltiplo, primeiro transplante.

Metodologia: Análise retrospectiva do banco de dados da instituição, observando as informações doprimeiro transplante para portadores de Mieloma Múltiplo, desde a implantação do serviço até fevereirode 2017. Dados de sobrevida foram calculados pelo método Kaplan-Meier e análise de incidênciacumulativa. Análise multivariada pela Regressão de Cox.

Resultados: Foram avaliados os dados de 510 pacientes em primeiro transplante, no período deagosto de 1996 a fevereiro de 2017. Os dados recuperados não contemplam a totalidade de informaçõesdesejadas, seja por não terem sido adquiridos, registrados ou não referidos nos documentos existentes.Os pacientes são procedentes de todas as regiões do Brasil, com idade mediana foi 54 anos (23-71),sendo 301(59%) do sexo masculino e 209(41%) mulheres. Na abordagem inicial, 182(36%) pacientesapresentavam alguma comorbidade e o índice de Karnofsky era 100% em 381(75%). A pesquisa dedoença residual mínima (DRM), por imunofenotipagem, foi obtida em 164 pacientes, e em 47(27%)resultou negativa.

O acesso aos dados de sobrevida, por busca ativa, foi possível em 95% dos pacientes. Aprobabilidade de Sobrevida Global foi de 58% e sobrevida livre de recaída 36%. Houve influência doíndice de Karnofsky na Sobrevida Global (SG) (p=0.012) na Sobrevida Livre de Doença (SLD)(p=0,013). Não observamos diferenças na SG e SLD, quando analisado o impacto das comorbidades.Entre os pacientes em que se pode avaliar a DRM, observamos que a ausência de DRM foi relacionadaa maior probabilidade de SLD(p=0,006), análise multivariada: RR 2,250 ; p= 0,015. A dose utilizada deMelfalano (acima ou abaixo de 180 mg/m2), não mostrou correlação com SG ou SLD.

Conclusões: A avaliação dos dados históricos do centro mostraram resultados globais dentro doconsiderado adequado para a patologia e devem nortear rotinas no sentido de aprimorar resultados. Osdados de transplantes realizados a partir de 2009 mostram que a busca por informações de follow-upatingiram 99% dos pacientes transplantados e maior número de dados consistentes a partir de busca ativapara fins de inserção em registros internacionais. Análises de outros fatores que possam influenciar emresultados estão sendo realizadas.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 269

TRANSPLANTE AUTOLOGO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS NO CENTRO DETRATAMENTO DE CANCER DE BRASILIA- CETTRO: EXPERIÊNCIA DE 17 ANOS.

Piazera FZ1, Miranda CF1, Vasconcelos RS1, Bastos FQ1, Carneiro MJ1, Ribeiro CML1, SilveiraCAP1, Nascimento K1, Nonino A1, Neto JVP1, Neto JVP1

1CENTRO DE TRATAMENTO DE CANCER DE BRASILIA- CETTRO

INTRODUÇÃO: o transplante de medula óssea autólogo (aTMO) está estabelecido comotratamento de doenças onco-hematológicas. Nos últimos anos, várias tecnologias foram incorporadasnesta modalidade terapêutica objetivando melhor rendimento de coleta de células Cd34 mobilizadas,atualizações na profilaxia antimicrobiana e nas técnicas de criopreservação.

OBJETIVOS: Descrever a série histórica dos pacientes submetidos a aTMO em um serviço privadoregional: características de coleta, criopreservação, condicionamento, complicações e desfechos dadoença de base.

MATERIAIS E MÉTODOS: estudo retrospectivo observacional envolvendo todos os pacientessubmetidos aTMO no serviço no período de maio/2000 à maio/2017.

RESULTADOS: Dos 61 pacientes submetidos a aTMO, 55,7% eram do sexo masculino, commediana de idade de 55 anos (17 a 68 anos). Mieloma múltiplo- MM (55,7%), linfoma de Hodgkin-LH(14,7%), linfomas não Hodgkin-LNH (16,39%) e amiloidose primária-AP (4,9%) foram diagnósticosmais frequentes. Para portadores de MM, os protocolos utilizados para controle da doença antes doaTMO foram VCD (bortezomibe, dexamentasona e ciclofosfamida) em 20 pacientes e Thal/Dex(talidomida e dexametasona) em 14 pacientes. Os regimes de mobilização utilizados foramciclofosfamida e G-CSF (70,4%), perixaflor (19,6%) e etoposide (9,8%). A mediana de células CD34coletadas foi de 4,05 x 10.6 cel/Kg (2,14 a 26,1 x 10.6 cel/Kg), a mediana de coletas por aférese foi de 2sessões (1 a 7 sessões), a mediana de viabilidade celular pré-congelamento foi de 98,78% (84 a 99%) epós-descongelamento 94,1% (81,7 a 99%). Em relação aos regimes de condicionamento, Melfalano200 foi empregado para MM e AP e o protocolo BEAM para LH e LNH. A paritr de 2011, todos ospacientes submetidos a aTMO (29 pacientes) utilizaram profilaxia com levofloxacina apóscondicionamento. A mediana de pega medular completa (plaquetária e neutrofílica) foi de 11 dias (8 a27 dias). Dentre as complicações imediatas mais prevalentes no pós-TMO observamos: mucosites grau1 (20%), mucosite grau 2 (68,6%), mucosite grau 3( 11,4%), colite neutropênica (4,91%), neutropeniafebril (95,08%). Em 4 dos 61 pacientes não foi observada nenhuma intercorrência infecciosa. Nenhumóbito foi registrado durante o período de internação e até o D+100 após aTMO. A partir do regime decondicionamento até o D+100 após aTMO, apenas 8,67 % dos pacientes necessitaram de reinternaçãopara manejo de intercorrências relacionadas ao procedimento. Durante o período analisado, 18(29,5%)pacientes evoluíram para óbito, sendo 15 pacientes por recidiva da doença de base e 3 pacientes poroutras causas não relacionadas.

CONCLUSÃO: O aTMO foi utilizado com sucesso como suporte para reconstituiçãohematopoética após altas doses de quimioterapia. As indicações de aTMO e os regimes decondicionamento utilizados estão de acordo com as recomendações da literatura. Os regimes demobilização foram modificados e agregaram melhor rendimento de coleta de células CD34, porém nãomodificaram a mediana de dias para recuperação medular. Observou-se uma reduzida taxa decomplicações graves e nenhum óbito até D+100. A qualidade das células tronco criopreservadas nãoapresentou sinais de perda da viabilidade acima de 10% após o descongelamento. As taxas de sobrevidaglobal são semelhantes aos dados publicados na literatura.

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Área: Transplante AdultoSub-tópico: AutólogosTrabalho: 270

AVALIAÇÃO DE FALHA DE MOBILIZAÇÃO EM TRANSPLANTE AUTÓLOGO DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

Santos PED1, Morais PAG1, Santos KBD1, Neto AEH1

1Universidade Federal de Juiz de Fora

A coleta de células progenitoras hematopoéticas (CPH) de sangue periférico é a fonte mais utilizadapara o transplante autólogo, em pacientes com doenças hematológicas. Vários fatores, como idadeavançada, tipo de mobilização, quimioterapia anterior, doença e infiltração de medula no momento damobilização, influenciam a eficácia da mobilização de células CD34 positivas. A falha de mobilização édefinida com o fracasso em alcançar um número de 10 células por microlitro de CD34 positivas nosangue periférico. O objetivo foi avaliar dados históricos institucionais de mobilização de CPH e osfatores que podem estar relacionados às falhas. Trata-se de um estudo retrospectivo, quantitativo,observacional. Foram coletados dados de todos os pacientes submetidos à mobilização de CPH comFator Estimulador de Colônias (GCS-F) ou associado à quimioterapia, para transplante autólogo, noperiodo de 2014 até 2017. Foram analisados os históricos de 61 pacientes do Programa de Transplantede Medula Óssea, dentre estes, seis não alcançaram o número mínimo de células CD34 positivas pormicrolitro. Um total de 10% foram considerados mau mobilizadores. Dentre os mau mobilizadores,dois apresentavam Mieloma Multiplo (MM), um Linfoma de Hodgkin (LH) e três Linfomas NãoHodgkin (LNH). Um paciente fez apenas uma mobilização com ciclofosfamida (quimioterápico)associado ao GCS-F. Dos cinco pacientes que fizeram dois ciclos de mobilização, o segundo associandoo quimioterápico ao GCS-F, dois paciente com LNH, responderam ao estímulo. Todos os pacientes queconseguiram sucesso na mobilização alcançaram o mínimo de 2 x 10

6 CD34/Kg. A maioria dos pacientes hoje destinados a transplantes autólogos de CPHresponderam satisfatoriamente ao primeiro esquema de mobilização adotado. As falhas de mobilizaçãosão independente da patologia do paciente. Os pacientes que apresentaram falha na mobilização inicialsão mais propensos a falhar em uma segunda mobilização.

PALAVRAS-CHAVE: transplante autólogo de Células-tronco hematopoéticas; Mobilização deCélulas-Tronco Hematopoéticas; CD34+.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 271

INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA COMO ÚNICA MANIFESTAÇÃO DE DOENÇA DO ENXERTOCONTRA HOSPEDEIRO (DECH) APÓS TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO

HEMATOPOIÉTICAS (TCH)

Tahan S1,2, Paganotti B1,2, Gouveia RV1, Ginani VC1, Paiva PM1, Santos KJD1, Sasaki M1, GraselCF1, Morais MB1, Seber A1

1Hospital Samaritano de São Paulo2Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica do Departamento de Pediatria da UNIFESP-EPM

Insuficiência pancreática é uma complicação que ocorre em menos de 5% dos TCH, acometendopacientes com doença do enxerto contra o hospedeiro aguda e/ou crônica (DECHc) grave. Síndrome demá absorção, diarreia, esteatorréia e perda de peso podem alertar o hematologista para estapossibilidade diagnóstica. Descrevemos criança com insuficiência pancreática 2 anos após TCTH semmanifestações clínicas de DECH. Descrição do caso: Menino de 5 anos submetido a TCH nãoaparentado HLA-idêntico há 3 anos para tratamento de leucemia mielomonocitica juvenil. Foiencaminhado à equipe de gastropediatria com história de 2 meses de 6-7 evacuações semilíquidas pordia em grande quantidade (Bristol 6), esbranquiçadas, de odor forte e eventualmente óleo visível nasfezes que boiavam no vaso sanitário. Apresentava-se eutrófico, com abdome bastante distendido e rarasmanchas eritematosas esparsas em membros inferiores e dorso dos pés. O paciente não apresentavaqualquer sinal ou sintoma de DECHc. A endoscopia digestiva alta e a colonoscopia com biópsias deduodeno e cólon foram normais, sem DECH ou infecção. A biópsia de duodeno mostrou vilosidadesintestinais com arquitetura preservada com relação vilo-cripta de 3-4:1. Nas fezes, tinha 24g de gorduraem 24h (métodos de sulfofosfovanilina; ref <6) e esteatócrito fecal 7% (ref <2%). Protoparasitologicoe pesquisa de sangue oculto negativos; alfa1-antitripsina nas fezes normal. A amilase (32, ref 28-100) elipase (4, ref <60) estavam normais, chamando a atenção da lipase bastante baixa. Elastase 1 fecalindicou insuficiência pancreática importante (<100 mcg/g de fezes). A tomografia computadorizadademonstrou atrofia importante do pâncreas, principalmente cabeça e cauda. A biopsia da mucosa oralaparentemente normal e da pele, com eritema leve e inespecífico, demonstraram infiltrado linfocitáriosugestivo de DECHc. Foram iniciados inibidor calcineurina, prednisona e reposição de enzimaspancreáticas, com completa resolução da diarreia, da distensão abdominal e redução do esteatócritofecal de 7% para 0,1% (ref <2%). Conclusão: Insuficiência pancreática deve ser considerada nodiagnóstico diferencial de diarreia após TCH mesmo na ausência de DECHc.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 272

TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS HAPLOIDÊNTICO COMOOPÇÃO DE TRATAMENTO PARA DOENÇAS HEMATOLÓGICAS EM PEDIATRIA.

Monteiro C1, Guimarães RFC1, Félix OMWO1, Jr VCAF1, Ibanez ASS1, Mendona AC1, SouzaFMLDNS1, Borges NMTF1, Serique COGP1, Zecchin VG1

1Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP/GRAACC)

Introdução: Aproximadamente 40% dos pacientes com indicação de transplante de células-troncohematopoiéticas (TCTH) alogênico não possuem doador identificado. Neste contexto, o TCTHhaploidêntico torna-se a principal alternativa para viabilizar o tratamento, podendo também ser utilizadocomo estratégia de resgate quando há falha de enxertia. Objetivo: Descrever a experiência e osresultados obtidos com a utilização de TCTH haploidêntico para pacientes portadores de doençashematológicas em um centro pediátrico. Material e método: Foi realizado estudo de coorteretrospectivo de pacientes submetidos ao TCTH haploidêntico, no período de dezembro de 2011 a maiode 2017. Resultados: Foram realizados 16 TCTH em 15 pacientes, sendo 53,3% do sexo feminino ecom mediana de idade de 10,4 anos. Quanto à doença de base, houve predomínio de leucemias (73,3%).Notou-se que 80% estavam em segunda remissão e 56,3% estavam em remissão completa no momentopré TCTH. Além disso, 25% dos casos o TCTH haploidêntico foi utilizado como terapia de resgateapós falha de enxertia primária (18,7%) ou secundária (6,3%). Em 75% dos casos foi utilizado regimede condicionamento de intensidade reduzida e, em todos foi realizado depleção de células T in vivo. Amãe foi doadora em 62,5% dos TCTHs, com mediana de idade de 41 anos. Em 68,7% usoucélulas-tronco de sangue periférico como fonte do enxerto, com celularidade média de 20,38x10(8)CNT/Kg e 10,55x10(6) CD34+/Kg. Em 56,2% dos enxertos não houve necessidade de manipulação exvivo . A pega de leucócitos ocorreu em média no D+14 (13-18) e de plaquetas no D+30 (11-59).Apenas um (6,3%) caso apresentou falha de enxertia. A DECH aguda ocorreu em 18,7% dos pacientese DECH crônica em 31,2% (60% destes classificados como moderado). Foi identificado infecção viralem 86,6% dos pacientes, totalizando 20 complicações virais, dentre elas: reativação porCitomegalovírus, Adenovírus, Poliomavírus BK, Herpes vírus tipo 6, Panherpes e infecções viraisrespiratórias. Infecção fúngica esteve presente em 33,3% dos pacientes, sendo 60% infecção fúngicapossível. Houve 20% de mortalidade associada ao transplante (MAT), 26,6% dos pacientesapresentaram recidiva e foram à óbito por progressão da doença. A mediana de acompanhamento foi de1181 dias (40 a 1893 dias). Oito (53,3%) pacientes continuam vivos, todos em remissão da doença debase. Discussão: Estudos demonstram eficácia, com índices aceitáveis de MAT e DECH para estamodalidade de TCTH. Contudo, há demora na reconstituição imune, causando complicaçõesinfecciosas pós transplante, assim como foi identificado nesta pesquisa. Conclusão: Apesar da pequenaamostra, 53,3% dos pacientes encontram-se vivos e em remissão. Resultados são encorajadores, apesardo maior risco de infecções e recidiva pós-transplante em crianças sem doador compatível.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 273

RELAÇÃO ENTRE A SOROLOGIA POSITIVA PARA CITOMEGALOVÍRUS PRÉTRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS HAPLOIDÊNTICO E A SUA

REATIVAÇÃO PÓS TCTH.

Ibanez ASS1, Monteiro C1, Carlesse FAMC1, Guimarães RFC1, Mendona AC1, Junior VCAF1,Avelino VSS1, Borges NMTF1, Serique COGP1, Zecchin VG1

1Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP/GRAACC)

Introdução: Transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) haploidêntico é umamodalidade terapêutica que tem sido amplamente empregada, sendo uma das principais alternativas detransplante quando não se tem doador com compatibilidade ideal. Uma das complicações mais comunsé a reativação viral do citomegalovírus (CMV) após o TCTH, esta ocorre principalmente nos primeiros100 dias pós TCTH. Dentre os fatores associados: estado sorológico para CMV do doador e do receptorpré transplante, uso de irradiação corporal total (TBI) e presença de doença do enxerto contra ohospedeiro (DECH). Objetivo: Identificar o status sorológicos para CMV pré TCTH dos pares noperíodo de janeiro de 2012 a março de 2017 e correlacionar com a reativação viral do CMV em umcentro pediátrico. Material e métodos: Estudo de coorte retrospectivo da análise dos status sorológicospara CMV pré TCTH e sua relação com a positividade na carga viral analisada através de antigenemiapara CMV através da detecção do antígeno viral pp65 no núcleo dos neutrófilos no sangue periféricoapós a enxertia e até o D+100 do TCTH. Analisados 16 transplantes para tratamento de doençasmalignas e benignas e, em quatro a indicação do procedimento foi resgate após falha de enxertia prévia.O regime de condicionamento mais utilizado (14 casos) incluiu Fludarabina, TBI e Ciclofosfamida pósinfusão das células-tronco, e em 4 casos a dose de TBI foi mieloablativa. Foi avaliado o perfilsorológico pré TCTH dos doadores e receptores, a reativação viral do CMV por técnica de antigenemiae a necessidade de tratamento com Ganciclovir. Resultados: Treze (81,2%) receptores de TCTHtinham sorologia para CMV com anticorpos de classe IgG positivos. Dentre os doadores, 13 (81,2%)tinham sorologia positiva para CMV com anticorpos de classe IgG, 1 (6,2%) apresentava sorologia comanticorpos IgG e IgM positivos e 2 (12,5%) eram soronegativos. Em 9 (56,2%) TCTH não houvereativação de CMV até o D+100 do TCTH, sendo que em apenas um dos casos a monitorização foirealizada por técnica de PCR em substituição à antigenemia. Sete pacientes apresentaram reativação deCMV, com positivação variando entre uma e 11 células, e requerendo tratamento preemptivo comGanciclovir em 5 casos. Dois pacientes com positivação de antigenemia de até duas células forammonitorizados e apresentaram negativação espontânea. Dos 5 pacientes que receberam tratamento, amaioria (4) tinha sorologia para CMV pré TMO positiva para anticorpos de classe IgG, tanto do doadorquanto do receptor, e em apenas um caso o receptor era previamente soronegativo para CMV e o doadorapresentava IgG e IgM positivos. Nenhum paciente apresentou colite ou pneumonite atribuída aoCMV. Discussão e conclusão : Embora a reativação do CMV seja bastante frequente pós TCTHhaploidêntico, a monitorização rigorosa e o uso preemptivo do Ganciclovir se mostrou uma estratégiaeficaz, uma vez que nenhum quadro de infecção grave por CMV foi observado.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 274

RESULTADOS DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS AUTÓLOGOEM LINFOMA DE HODGKIN: EXPERIÊNCIA DE UM ÚNICO CENTRO DE ONCOLOGIA

PEDIÁTRICA NO BRASIL

Milaré LSS1, Zecchin VG1, Ibanez ASS1, Luisi FAV1, Mendona AC1, Jr VCAF1, Monteiro C1,Guimarães RFC1

1Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP/GRAACC)

Introdução: O Linfoma de Hodgkin é o câncer mais comum entre crianças na faixa etária de 15 a18 anos, com os tratamentos atuais, a sobrevida em 5 anos ultrapassa 90%1. Porém a recidiva ainda éum desafio. O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo é a principal ferramentaterapêutica para tratamento de LH recidivado e refratário na população adulta.2,3Há poucos trabalhosdescrevendo o uso do TCTH autólogo em crianças com LH, este trabalho de registro. Objetivo:Descrever a experiência de um único centro com o uso do TCTH autólogo com crianças com LHrecidivado e/ou refratário. Material e Métodos: Realizada análise retrospectiva dos pacientes comLinfoma de Hodgkin (LH) que realizaram TCTH autólogo entre janeiro de 2001 a maio de 2016 noInstituto de Oncologia Pediátrica (IOP/GRAACC/UNIFESP). Resultados: Entre janeiro de 2001 amaio de 2016 foram transplantados 33 pacientes com LH. Dos pacientes avaliados 18 eram do sexomasculino. A idade variou de 6,1 a 25,4 anos, com média de 10,3 anos e mediana de 9,6 anos. Todos ospacientes realizaram transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo. Três pacienterealizaram um segundo TCTH, dois TCTH alogênico com sangue de cordão umbilical (SCU) e umtransplante alogênico não aparentado (NAP). Em relação ao TCTH autólogo 31 (93,9%) realizaram ocondicionamento com Carmustina, Etoposideo, Citarabina e Melfalano (BEAM) e 2 (6%) comBussulfano e Melfalano (BuMel). O enxerto foi medula óssea em 23(69%) pacientes, 9(27,2%)células-tronco periférica coletada por leucoaferése e 1(3%) ambos enxertos. Em relação ao status préTCTH, 26/33 estavam com remissão completa, 4/33 em remissão parcial e 3/33 com doença refratária.Foram contabilizados 12 óbitos. Dez crianças faleceram devido a recidiva da doença de base, 1 devido acardiotoxicidade tardia e 1 devido a sepse por pneumonia, 7 anos após o TCTH. Não houve nenhumamorte relacionada ao TCTH. Todos pacientes com doença refratária pré TCTH evoluíram à óbito, dospacientes em remissão parcial 2(50%) faleceram, já dos pacientes com remissão completa 19(73%)estão vivos. Dos 3 pacientes que realizaram o segundo TCTH todos estavam em remissão completaantes do TCTH autólogo e responderam ao tratamento após recaída do TCTH, 2 permanecem vivos(66,6%). A sobrevida global (SG) em 5 anos foi de 74% e a sobrevida livre de eventos (SLE) foi de66,6%. Discussão: Embora o LH seja uma doença de bom prognóstico, as recaídas e os casosrefratários permanecem um desafio. A literatura evidencia que o TCTH autólogo tem importante papelno tratamento de pacientes adultos, fato este também observado neste estudo com população pediátrica.Conclusões: A presente pesquisa evidenciou SG de 74% em cinco anos e SLE de 66,6%. Destaca-seque melhores resultados são obtidos em pacientes com status pré TCTH de resposta parcial oucompleta. A doença refratária permanece com mau prognóstico e novas estratégias devem serinvestigadas.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 275

COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS ASSOCIADAS AO USO DE INIBIDORES DECALCINEURINA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE

MEDULA ÓSSEA PARA DOENÇA FALCIFORME

Fortunato LR1, Grecco CES1, Junior LGD1, Costa TCM1, Hamerschlak N2, Helman R2, Faria JTB1,Stracieri ABPL1, Oliveira MC1, Simões BP1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto2Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: Atualmente o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) constitui-se naúnica modalidade terapêutica curativa para pacientes com doença falciforme (DF). No TCTH alogênicoaparentado HLA idêntico este tratamento baseia-se no uso de condicionamentos mieloablativosseguidos por profilaxia da doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) com metotrexato (MTX) einibidores de calcineurina (IC), tais como ciclosporina (CSA) e tacrolimus. Embora os IC sejamamplamente utilizados no contexto do TCTH, estes frequentemente estão associados a eventosneurológicos adversos como confusão, cefaléia, crise convulsiva e síndrome da encefalopatia posteriorreversível (PRES). Apesar de relativamente incomum, a PRES é importante causa de morbimortalidadeem pacientes submetidos ao TCTH, especialmente em pacientes com DF. Objetivo: Avaliarcomplicações neurológicas associadas ao uso de IC em pacientes pediátricos com DF submetidos aTCTH. Materiais e Métodos: Estudo, retrospectivo e descritivo, avaliou pacientes menores de 18 anoscom DF submetidos a TCTH alogênico aparentado HLA idêntico no Hospital das Clínicas de RibeirãoPreto e no Hospital Israelita Albert Einstein, entre Janeiro de 2003 a Abril de 2017. Resultados: Noperíodo do estudo foram avaliados 31 pacientes. Destes, 29 possuíam diagnóstico de anemia falciformee 2 de S beta talassemia. Foi realizado condicionamento mieloablativo com Fludarabina + Bussulfan +ATG e profilaxia da DECH com CSA + MTX. Do total de pacientes estudados, 7 (22,5%) apresentarameventos neurológicos associados ao uso de IC, que consistiram em crises convulsivas tônico-clônicageneralizadas, sendo descartadas outras causas, como infecções e distúrbios metabólicos. Os eventosocorreram entre 3 e 108 dias após o TCTH (mediana de 25 dias) e a dosagem sérica de CSA no dia doevento variou entre 108 ng/mL e 504 ng/mL (mediana de 151,3 ng/mL). Dos 7 pacientes acometidos,seis realizaram ressonância nuclear magnética, sendo observadas alterações compatíveis com PRES em3. Sinais de encefalopatia aguda ao eletroencefalograma foram observados em 6 pacientes. Após adescontinuação dos IC, todos os pacientes apresentaram reversão completa dos sintomas, não havendoóbito ou sequela neurológica no período. Discussão: Estudos realizados em portadores dehemoglobinopatias descrevem uma incidência aumentada de eventos neurológicos adversos associadosao uso de IC em comparação aos pacientes transplantados com doenças malignas hematológicas (22%na DF versus 11% em neoplasias). Isto ocorre porque os IC produzem efeito pró-inflamatório comvasoconstrição, que sobrepõem-se à disfunção endotelial encontrada habitualmente nestes pacientes.Conclusão: Nossos resultados corroboram a elevada incidência de complicações neurológicasassociadas ao uso de IC nos pacientes na faixa etária pediátrica com DF submetidos a TCTH, reiterandoa necessidade de investigar fatores de risco que permitam prevenir e tratar estes eventos precocemente.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 276

EXPERIÊNCIA DE 21 ANOS DE TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOÉTICAS PARA SÍNDROME MIELODISPLÁSICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS E

ADULTOS JOVENS DE UM CENTRO BRASILEIRO DE TRANSPLANTE

Borborema TS1, Martinho GH2, Vercosa MR2, Vieira AK2, Santoro ALR2, Macedo AV2, Lodi FM2,Morávia LB2, Nobre V3, Teixeira GM2

1Programa de Residência Medica Em Hematologia Pediátrica do Hospital das Clínicas daUniversidade Federal de Minas Gerais2Setor de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de MinasGerais3Programa de Pós Graduação em Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina daUniversidade Federal de Minas Gerais

Introdução: O transplante alogênico de células tronco hematopoéticas (TCTH) é o tratamento deescolha para síndromes mielodisplásicas (SMD) com alterações cromossômicas complexas emonossomia do 7 (-7) e para as formas mais avançadas da doença (anemia refratária com excesso deblastos - AREB e anemia refratária com excesso de blastos em transformação - AREB-T). Objetivo:Descrever a experiência em TCTH para SMD pediátrica e adultos jovens de um centro brasileiro.Materiais e métodos: Coorte ambispectiva, que incluiu pacientes com idade ≤ 25 anos submetidos aoprimeiro TCTH com doador aparentado ou não aparentado, entre 1999 e 2016. As variáveis analisadasforam: classificação morfológica (citopenia refratária, AREB, AREB-t, leucemia mieloide aguda -LMA), tipo de doador, fonte de células tronco hematopoéticas (CTH), e faixa etária (< 18 anos vs.18-25 anos). Analisou-se os seguintes desfechos clínicos: sobrevidas livre de eventos (SLE) e geral(SG) em dois anos, mortalidade relacionada ao transplante (MRT) em um ano, recidiva em um ano, eincidência de doença do enxerto contra hospedeiro aguda (DECHa) grau II-IV em 100 dias.Resultados: Foram incluídos 10 pacientes, com mediana de idade de 11 anos (3-24 anos), 70% comidade < 18 anos, distribuição equânime entre os sexos. Perfil citogenético: 40% citogenética normal,40% monossomia do 7, 10% alterações complexas, e 10% sem crescimento. Citopenias refratárias,AREB e LMA corresponderam, respectivamente, a 40%, 40%, e 20% dos casos. Todas as LMAsecundárias à SMD possuíam citogenética com -7. A mediana de tempo entre o diagnóstico e o TCTHfoi de 15 meses (6- 40 meses). Em 60% dos casos, utilizou-se doador relacionado. Fonte de CTH: 50%medula óssea, 30% células tronco de sangue periférico, e 20% sangue de cordão umbilical (SCU). Osdois casos que utilizaram SCU receberam unidade de cordão não relacionadas. Todos os casos usaramregime de condicionamento mieloablativo. SLE e a SG foi, respectivamente, 50% e 48%. MRTcorrespondeu a 40%, sendo que dois faleceram devido a complicações infecciosas, um devido àsíndrome obstrutiva sinusoidal e um devido doença do enxerto contra o hospedeiro aguda. A recidivafoi de 10%, e 20% apresentaram DECHa. Os que receberam SCU apresentaram falha de enxertia efaleceram devido a complicações infecciosas. Somente o uso de doador não aparentado comparado comdoador aparentado demonstrou ser estatisticamente significante para SG (25% vs. 67%, p=0,03) e paraa MRT (75% vs. 17%, p= 0,04). Enquanto que nenhuma das variáveis analisadas mostrou influenciar aSLE, a recidiva e DECHa. Conclusão: A SLE e SG encontradas estão de acordo com o descrito naliteratura. Houve alta incidência de MRT, principalmente nos TCTH não aparentados. A maior MRTobservada nos TCTH não aparentados provavelmente está relacionada aos casos que utilizaram SCUcomo fonte de enxerto e ao tamanho amostral.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 277

TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS EM PACIENTESCOM NEUROBLASTOMA NO SERVIÇO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DO HOSPITAL DE

CLINICAS DE PORTO ALEGRE

Michalowski MB1, Gregianin LJ2, Junior CGC3, Marques RF2, Gatiboni T2, Loss JF2, Meneses CF2,Selistre SGA2, Borges AS2, Jr MCE1

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul2Hospital de Clínicas de Porto Alegre3Irmandade santa casa de Misericordia de Porto Alegre

Introdução: Neuroblastoma é a neoplasia sólida extra Sistema Nervoso Central mais comum napopulação pediátrica. O tratamento dos pacientes portadores de Neuroblastoma é adaptado de acordocom a estratificação de risco, que inclui o estadio, a idade, a presença ou não da amplificação doMYCN, a ploidia e a classificação histológica de Shimada. Pacientes portadores de doença consideradade alto risco para recaída se beneficiam da adição de altas doses de quimioterapia ao esquemaconvencional. O tratamento é baseado em poliquimioterapia de indução, associada ou não àradioterapia, cirurgia, seguidas de uma fase de consolidação com quimioterapia mieloablativa eposterior resgate com transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas (TCTH).

Objetivo: Descrever os dados epidemiológicos dos portadores de Neuroblastoma de Alto Riscosubmetidos a TCTH autólogo no Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de PortoAlegre (SOP-HCPA) no período de 13 anos.

Metodologia: Estudo retrospectivo, através da busca de dados em prontuários médicos dospacientes atendidos durante o período de Jan/2004 a Jun/2017. Foram coletados os dados referentes aoperfil epidemiológico, estadiamento, grupo de risco, momento do TCTH, as drogas utilizadas naquimioterapia convencional e de condicionamento, possíveis complicações clínicas, média de tempopara enxertia (plaquetária e neutrofílica) e evolução clínica até o último contato.

Resultados: A amostra incluiu 72 pacientes, sendo 69,4% do sexo masculino. O sítio maiscomumente acometido foi adrenal (65%). Somente em 30 pacientes foi realizada a pesquisa deamplificação do oncogene MYCN, destes 70% eram não-amplificados. O esquema de condicionamentopré infusão de células foi MEC em 62,5% dos casos e Bu-Mel em 36,1%. 34,7% das crianças estavamem remissão completa da doença no momento do TCTH. 2 pacientes faleceram por toxicidade ligada aoprocedimento. 25 pacientes evoluíram para óbito por recidiva da doença, 36 (50%) estão vivos e 9tiverem perda de follow-up.

Conclusão: Este estudo descreve o perfil epidemiológico e a sobrevida dos pacientes portadores deNBL de Alto Risco em nosso meio. Os dados são semelhantes aos descritos na literatura, mostrando umadequado padrão de atendimento desta população.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 278

ANÁLISE DESCRITIVA DO ESTADO NUTRICIONAL PRÉ TCTH E TEMPO DE ENXERTIA EMPACIENTES PEDIÁTRICOS

Crepaldi MS1, Santos ARD1, Nakamura CH1, Garofolo A1, Zecchin VG1

1Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC

O estado nutricional de pacientes oncológicos pode estar associado a maior risco de infecções,tempo de hospitalização mais prolongado, resposta prejudicada à quimioterapia e à radioterapia, maiorgrau de toxicidade frente ao tratamento antineoplásico e aumento do custo hospitalar. Objetivou-sedescrever de forma retrospectiva o estado nutricional prévio de pacientes infanto-juvenis que foramsubmetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) e o tempo de enxertia. Trata-se deum estudo piloto retrospectivo. Excluiu-se os pacientes com dados incompletos ou com idade maior de19 anos. Considerou-se dados referentes ao período de julho de 2015 a junho de 2017. Classificou-se oestado nutricional conforme Z score de IMC por Idade, divididos em 2 grupos: eutróficos e nãoeutróficos (baixo peso e excesso de peso) e sarcopênicos e não sarcopênicos (de acordo com a áreamuscular do braço-AMB). Resultados: foram elegíveis para o estudo 66 pacientes, com idade entre 7meses a 18 anos completos; 65% sendo eutróficos; 52% do sexo masculino e 48% feminino. O tipo deTCTH foi dividido em alogênico aparentado (15%), alogênico não aparentado (27%), autólogo (53%) ehaploidêntico (5%). O tempo médio em dias de enxertia dos pacientes eutróficos foi: autólogo D+14,alogênico aparentado D+18, alogênico não aparentado D+20, haploidentico D+14; e de não eutróficosfoi: autólogo D+13, alogênico aparentado D+17, alogênico não aparentado D+23 e haploidenticoD+15. Os pacientes eutróficos apresentaram pega média em 16,5 dias, e os não eutróficos em 17 dias.Em relação à AMB, nos não sarcopênicos a pega ocorreu no D+ 17 e nos sarcopênicos no D + 20.Outras variáveis podem interferir no tempo de pega como a quantidade de células infundidas/ kg, otratamento prévio ao TCTH, dados do doador, entre outros. Observou-se que a pega ocorreu maisrapidamente em pacientes com o estado nutricional adequado; em pacientes com sarcopenia, a pegaocorreu com 3 dias de atraso. Nota-se que a massa muscular pode ter um valor clínico importante nessasituação, porém para afirmações sobre o valor prognóstico dessas variáveis deve-se realizar análisesmaiores, incluindo outras variáveis que podem interferir como fator de confusão.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 279

TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA AUTÓLOGO EM PACIENTES PORTADORES DERETINOBLASTOMA EM UM CENTRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA

Serique COGP1, Zecchin VG1, Borges NMTF1, Guimarães RFC1, Jr VCAF1, Mendona AC1, MonteiroC1, Ibanez ASS1, Félix OMWO1

1GRAACC

Introdução: O retinoblastoma é o tumor ocular mais comum na infância. Quando diagnosticadoprecocemente apresenta bom prognóstico, entretanto, doença em estádio avançado (IV ou trilateral)apresenta prognóstico reservado. Para estes casos o transplante de células-tronco hematopoiéticas(TCTH) aparece como estratégia terapêutica a fim de aumentar a sobrevida. Objetivo: Descrever aexperiência e os resultados obtidos com a utilização de TCTH autólogo para tratamento deretinoblastoma em um centro de oncologia pediátrico. Material e método: Foi realizado estudo decoorte retrospectivo de pacientes submetidos ao TCTH autólogo, no período de março de 2005 a abrilde 2015. Resultados: Foram realizados 8 TCTHs, sendo 75% pacientes do sexo feminino e commediana de idade de 3,3 anos. Oito pacientes (50%) tinham doença estádio IV A dois pacientesapresentavam retinoblastoma trilateral. Cinco pacientes (62,5%) estavam em remissão completa nomomento do TCTH. Células-tronco de sangue periférico foram utilizadas como fonte do enxerto emsete casos (87,5%), com celularidade média de 5,1x10(6) CD34+/Kg. Em 75% dos casos asmobilizações para coleta de células-tronco ocorreram após quimioterapia associada a filgrastima. Oregime de condicionamento utilizado incluiu Carboplatina, Etoposide e Tiotepa. A pega de leucócitosocorreu em média no D+16 (11-22). A mediana de acompanhamento foi de 33 meses. Cinco pacientes(62,5%) estão vivos, um com recidiva da doença. Recidiva foi a causa de óbito em dois casos (66,6%) ehouve uma morte associada ao transplante (MAT). Discussão: Apesar de uma amostra pequena, onúmero de pacientes relatados é superior ao encontrado na literatura para estudos em centro único. AMAT foi compatível com a encontrada na literatura, assim como a melhor sobrevida de pacientes semenvolvimento de sistema nervoso central (SNC). Cinco pacientes (62,5%) encontram-se vivos e emremissão. Conclusão: O TCTH demonstra-se uma alternativa terapêutica capaz de aumentar asobrevida global de pacientes portadores de retinoblastoma em estádio avançado, em especial naquelesque não apresentam envolvimento de SNC.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 280

LINFOMA DE HODGKIN – AVALIAÇÃO PÓS-TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULASTRONCO HEMATOPOÉTICAS (TCTH) EM CRIANÇAS, NO SERVIÇO DE HEMATOLOGIA DO

HUWC EM FORTALEZA, CEARÁ.

Duarte FB1, Lemes RPG1, Barbosa MC1, Araújo BSP1, Barroso KSN2, Kaufman J2, Leitão JPV2,Santos TEJD1, Gadelha AT1, Pitombeira MHS1, Pitombeira MHS1

1Universidade Federal do Ceará2Hemocentro do Ceará-Hemoce

O transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) autólogo é uma das alternativasterapêuticas para os pacientes de Linfoma de Hodgkin (LH) refratários ou recidivados. Revisamosretrospectivamente uma coorte de 8 registros de crianças com LH que realizaram TCTH entre junho /2014-abril/ 2017 na Unidade de Transplante do serviço de Hematologia do HUWC/HEMOCE. Oseguimento foi de 34 meses, sendo 6 do sexo masculino e 2 do sexo feminino e idade média de 15,5anos. Ao diagnóstico, todos apresentavam doença avançada, o tipo histológico foi esclerose nodular(EN) em 75% dos pacientes. Observou-se comprometimento do mediastino em todos os casos. Em50% dos casos, o primeiro tratamento foi com ABVD associado com radioterapia. Após avaliação, 50%obtiveram remissão completa (RC), 25% remissão parcial (RP) e 25% não responderam (NR). Dos 4pacientes com RC, todos recidivaram no período de 10 meses a 5 anos. Após novo tratamentoquimioterápico, 75% obtiveram RP e 25 NR. Todos receberam GCS-F na mobilização, em alguns casosassociados a Vinorelbine ou a Plerixafor e coleta de CD34 com média de 4,8CD34/kg. Ocondicionamento foi realizado com BEAC, NEAM ou BEAM, e a enxertia ocorreu com uma média de10 dias. A avaliação no D+100 mostrou que 75% obtiveram RC e 25% RP. Após o D+100, 01 pacienteem RC apresentou recidiva do LH em 20 meses, sendo submetido ao TCTH alogênico de irmãoisogrupo, estando atualmente em RP em tratamento com brentuximabe A análise da curva de sobrevidalivre de doença foi de 33,3%. Os dados nos permitem concluir que o TCTH autólogo na populaçãopediátrica com LH de alto risco foi considerada como uma eficácia da terapia de resgate em relação àtolerância.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 281

THE USE OF POST-TRANSPLANTATION CYCLOPHOSPHAMIDE AFTER ALTERNATIVEDONOR TRANSPLANTATION FOR THE TREATMENT OF PRIMARY IMMUNODEFICIENCIES:

THE BRAZILIAN EXPERIENCE.

Bonfim C1,2,3, Fernandes JF4,5, Seber A6, Daudt LE7, Jr LGD8, Nichele S1,2,3, Loth G1, Ribeiro L3,Hamerschlak N4, Pasquini R1

1Hospital de Clinicas da UFPR2Hospital Infantil Pequeno Principe- PR3Hospital Nossa Senhora das Graças - PR4Hospital Israelita Albert Eisntein - SP5Hospital Infantil ITACI - SP6Hospital Samaritano - SP7Hospital de Clinicas da UFRGS8Escola de Medicina - USP Ribeirão Preto

Allogeneic hematopoietic cell transplantation (HCT) is curative for many children with primaryimmunodeficiencies (PID) and results are better when transplantation is performed early and with anHLA-matched unaffected related donor (MRD). In the absence of an unaffected MRD, alternative donortransplantation is indicated. The aim of this study is to analyze the outcome of children with PIDsubmitted to alternative donor HCT using PT-CY as GVHD prophylaxis in Brazil. PATIENTS ANDMETHODS: This is a multicenter, retrospective study of 42 patients(pts) transplanted between 2012and 2017 in 8 Brazilian BMT centers. The median age was 1 yo (Range; 2 months-19yo) and 79% weremale. PID diagnosis included: SCID (n=21); Wiskott-Aldrich Syndrome (n=9), ChronicGranulomatous Disease (n=5); Kostmann Syndrome (n=1); CVID(n=1); LAD (n=1); HLH (n=2); IPEX(n=1) and Chediak Higashi(n=1). Alternative donors included matched unrelated donors (MUD, n=3),mismatched related donors (MMRD, n=1), or haploidentical related donors (HAPLO, n=38). All ptsreceived GVHD prophylaxis that included PT-CY in combination with a calcineurin inhibitor andMMF. Most pts (93%) received bone marrow grafts. 30 pts were transplanted upfront and 12 pts wererescued after a primary or secondary graft failure(GF) from previous transplants (Cord Blood, n=6;MRD, n=1; MMUD, n=3; HAPLO T cell depleted, n=2). Most pts had active infections, failure tothrive and severe auto-immune complications before transplant. Three pts were transplanted whilereceiving mechanical ventilation and 2 had EBV PTLD. RESULTS: 29 pts are alive at a median of 1year after HCT with an overall survival (OS) of 70 % at one year. We observed no difference regardingOS for SCID when compared to other PID (71% vs 67%; p=0.9). When pts were transplanted upfrontwith a RIC regimen(n=19), only 2 pts had full donor chimerism. In this group primary (n=3) orsecondary (n=3) graft failure was observed in non-SCID pts and 4 out of these 6 pts received a 2nd

HCT. When a busulfan based regimen was used in upfront transplants (n=11), full donor chimerism wasdetected in all pts and none rejected. 10 out of these 30 pts died and causes of death included rejection(n=4) and infections (n=6). All 12 pts who were transplanted after previous graft failures received aRIC regimen; one pt had an early death, 2 did not engraft and died after a 3rd HCT and 9 are alive, fullyengrafted. CONCLUSIONS: Allo-HCT using alternative donors and PT/Cy shows promise for curingPID and the use of PT-CY is feasible without the need of extensive T cell depletion. However, timing oftransplantation is critical for a successful outcome in PID and most pts are still referred to the unit verysick. Future studies will focus on the development of prospective clinical trials in order to define betterpreparatory regimens for these pts.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 282

ALLOGENEIC BONE MARROW TRANSPLANTATION FOR CHILDREN AND ADOLESCENTSWITH SEVERE APLASTIC ANEMIA IN BRAZIL: A MULTICENTER RETROSPECTIVE STUDY

ON BEHALF ON THE BRAZIL-SEATTLE CONSORTIUM STUDY GROUP

Bonfim C1, Arcuri LJ2, Colturato V3, Zecchin V4, Daudt L5, Jr LGD6, Fernandes JF7, Seber A8,Kuwahara C9, Flowers M10

1Hospital de Clinicas -Universidade Federal do Parana2CEMO - Instituto Nacional do Cancer3Hospital Amaral Carvalho - Jau4Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC - UNIFESP5Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul6BMT Unit - School of Medicine of Ribeirão Preto - UNIFESP7Instituto da Criança - Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da USP8Hospital Samaritano9Hospital Infantil Pequeno Príncipe10Clinical LTFU -Fred Hutchinson Cancer Research Center

Bone marrow transplantation (BMT) from a matched sibling donor is the treatment of choice forpediatric patients (pts) with idiopathic severe aplastic anemia (SAA). The aim of this study is todetermine major outcomes after BMT for pts with SAA transplanted in Brazil. Patients and Methods :In this retrospective study, we analyzed 98 consecutive pts under the age of 18ys who received a firstallo-BMT for SAA between 2010 and 2014 in 10 Brazilian BMT centers. The median age of the studycohort was 10 y and 63% were male. All pts received unmanipulated bone marrow from matchedrelated (MRD; sibling n=53 and other relative n=4) or unrelated (URD; n=32 HLA-matched, n=9mismatched) donors. Conditioning regimen varied among institutions. In the MRD transplant group,most pts (48%) received cyclophosphamide(CY) ±r-ATG, 28% Busulfan(BU)-based and 23%Fludarabine (FLU)-based conditioning regimens. In the URD transplant group, most (59%) receivedFLU-based and 39% received BU-based regimen. r-ATG (n=21) or Campath (n=1) was given to 39%BMT recipients of MRD while all, but one, BMT recipients from URD received r-ATG. GVHDprophylaxis consisted of a calcineurin inhibitor with methotrexate in 92% of pts. aGVHD and cGVHDwere graded using Glucksberg and NIH scales, respectively. RESULTS: With a median follow up of4.5 y, 74 pts are alive. The 4y-overall survival (OS) was 75% (95% CI,66–84) and not significantlydifferent between donor type (MRD: 79% vs URD: 71%). Six pts died before Day+21 and were notevaluable for engraftment. Primary graft failure (GF) occurred in 7 pts; cumulative incidence (CumInc)of rejection was higher after URD BMT than MRD transplant (15% vs 2%; p=0.02). Among 85 pts whoengrafted,10 developed late GF at a median of 214 days after BMT. The CumInc of late GF was 10% at2ys(95% CI:4–16%), and not significantly different between donor type. Five pts received a 2nd BMTfor primary GF and 8 for late GF and 7 are alive with normal hemapoiesis. CumInc of grades III-IVacute GVHD at 100 days was 8% (95% CI,3–13). The CumInc of chronic GVHD at 2ys was 16% (95%CI, 9–24). No significant difference was observed in acute grade II-IV or chronic GVHD betweendonor types. 24 pts died at a median of 2.9 months after BMT. Major causes of death includedinfections (n=12), rejection (n=6), bleeding (n=3) and GVHD (n=1). The 6-month transplant relatedmortality was not statistically different for URD compared to MRD (OR=2.3, 95% CI, 0.6–6.7;p=0.12). CONCLUSION : Outcomes of pediatric pts transplanted in Brazil for SAA from an URD isapproaching that seen after BMT from MRD. The OS after BMT from MRD however was lower thanthat reported by international registries. The wide range of BMT preparatory regimens used byBrazilian centers indicates the need for standardized protocols for these children and opportunities todevelop future studies focused on improving BMT outcomes in this setting in Brazil.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 283

SÍNDROME OPSOCLONUS-MYOCLONUS-ATAXIA EM CRIANÇA PÓS-TRANSPLANTEALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: RELATO DE CASO

Sabaini CS1, Silva PM1, Simioni AJ1, Silva FR1, Amaru MKG1, Colturato I1, Franceschi FLS1, SouzaMP1, Colturato VAR1, Machado CM1

1Hospital Amaral Carvalho

INTRODUÇÃO: Pacientes submetidos a transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas(TCTH) necessitam de imunossupressão para prevenção de doença do enxerto contra o hospedeiro(DECH), que os predispõe a acometimento por doenças infecciosas oportunistas, além de manifestaçõesneurológicas incomuns, seja por toxicidade medicamentosa ou disfunção imune secundária aosimunossupressores. RELATO DO CASO: Criança de 10 anos, masculino, portadora de LeucemiaLinfoblástica Aguda de células B em segunda remissão, fora submetida a transplante alogênico nãoaparentado (10x10) em nosso serviço, condicionado com etoposídeo e irradiação corporal total,recebendo profilaxia para DECH com ciclosporina, anti-timoglobulina e metotrexato, sendo utilizadascélulas tronco periféricas como fonte do enxerto. Apresentou evolução favorável no períodopós-transplante precoce, sem complicações importantes. A avaliação no D+46 demonstrou quimerismocompleto (99,9% do genótipo do doador). Em reavaliação do D+100 confirmou negatividade de doençaem medula óssea e líquido cefalorraquidiano (LCR). Após cinco meses do transplante, inicia quadro dealterações comportamentais, cursando com agitação psicomotora e agressividade, progredindo paraalterações motoras envolvendo a marcha (ataxia), espasmos (mioclonia), descoordenação (dismetria) emotricidade ocular vigil caótica (opsoclonia). Neste momento foi internada e confirmados tais achadosclínicos pela equipe de neurologia, complementando investigação com tomografia computadorizada eressonância nuclear magnética de encéfalo, que resultaram em normalidade anatômica. A pesquisaextensa de diversos vírus por técnica molecular foi realizada, com positividade apenas paraEpstein-Barr Virus (1970 c/mL) e Poliomavirus (2005 c/mL) séricos, sendo todas negativas em LCR.Com o diagnóstico de síndrome opsoclonus-myoclonus-ataxia , de etiologia incerta (autoimuneprovável), o manejo inicial foi de ajuste na terapia imunossupressora, com suspensão de ciclosporina,por possível neurotoxicidade, e início de metilprednisolona. Topiramato, anticonvulsivante com efeitoneuroprotetor, foi usado para as manifestações motoras em dose noturna, sendo também necessário usode neurolépticos. Com a gradual melhora do quadro, houve possível redução de dose da corticoterapia eintrodução de tacrolimus para controle da manifestação de DECH crônica de pele e boca no período.Tal terapêutica atingiu resultados satisfatórios, com melhora progressiva do quadro neurológico,permitindo a criança retomar autonomia nas atividades básicas diárias, até o presente momento,mantendo remissão completa da doença de base em última reavaliação (um ano do TMO).CONCLUSÃO: Manifestações neurológicas em pacientes imunossuprimidos pós-transplante podemapresentar-se de formas diversas e ter etiologia desafiadora, exigindo uma avaliação multidisciplinar einvestigação extensa para garantir um manejo adequado, evitando prejuízo no tratamento e profilaxiapara DECH.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 284

EXPERIÊNCIA BRASILEIRA EM TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO PARA O TRATAMENTO DE LEUCEMIA MIELÓIDE

AGUDA PEDIÁTRICA

Fabro ALMR1, Bonfim C1,2,3, Seber A4, Colturato VAR5, Zecchin VG6, Fernandes JF7,8, Daudt LE9,Vieira AK10, Arcuri LJ11, Ribeiro RC12

1Hospital Pequeno Príncipe2Hospital Nossa Senhora das Graças3Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná4Hospital Samaritano de São Paulo5Hospital Amaral Carvalho6GRAAC7Hospital Israelita Albert Einstein8ITACI - Instituto de Tratamento do Câncer Infantil9Hospital de Clínicas de Porto Alegre10Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais11Instituto Nacional de Câncer - INCA12St. Jude Children’s Research Hospital

Introdução: Embora o transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) seja o tratamento deescolha para crianças e adolescentes com leucemia mielóide aguda (LMA) de mau prognóstico,recidivada ou refratária, os resultados brasileiros são ainda pouco conhecidos. Objetivo : Analisar osprincipais desfechos pós-TCTH em pacientes (pts) pediátricos submetidos ao TCTH por LMA noBrasil. Pacientes e Métodos: Todas as instituições participantes do Grupo de Trabalho de TCTH emPediatria da SBTMO/SOBOPE foram convidadas a participar deste estudo retrospectivo (período de2008 a 2012). Resultados: 114 pts de 10 instituições, mediana de idade = 10 anos (0,8- 20), 60% sexomasculino. Ao TCTH, 38% em primeira remissão (CR1), 37% CR2, 25% >= CR3 ou doença ativa.Foram 49 doadores aparentados (AP) compatíveis, 6 haploidênticos e 59 não aparentados (NAP) - 22compatíveis 6/6 ou 8/8. A fonte de células mais frequente foi medula óssea (69%), seguida de cordãoumbilical (19%) e sangue periférico (12%). O condicionamento mieloablativo foi o mais utilizado(91%), 74% baseado em bussulfano e 26% em irradiação corporal total (TBI), BU-CY o regime maisfrequente (53%) seguido de TBI-fludarabina-CY (15%). A profilaxia para doença do enxerto contrahospedeiro (DECH) mais utilizada foi ciclosporina e metotrexate (50%). A incidência cumulativa deDECH aguda grau III-IV foi 18% (95% IC:10–24%), mais frequente nos TCTH com doadoresalternativos (23% vs 10%, p=0.04 respectivamente). A incidência cumulativa de DECH crônica foi de23% (95% IC:15–30%). Oito pts (7%) apresentaram rejeição primária (2 vivos em remissão) e 6morreram precocemente, não sendo avaliáveis para a pega. Cem pts enxertaram com mediana de 19dias para neutrófilos e 22 dias para plaquetas. Recaída ocorreu em 49 pts, mediana de 122 dias pósTCTH; destes apenas seis estão vivos (mediana de follow up = 6 anos), 5/12 com 2ºTCTH, 1/4 comDLI. Com seguimento mediano de 4,4 anos, 49/114 pts estão vivos. Mortalidade não relacionada arecidiva (NRM) no 1o ano = 19%, (10% para AP e 25% para doadores alternativos, p 0,097). Sobrevidaglobal (SG) em 4 anos = 47% (95% IC:30–57%) e a sobrevida livre de doença (SLD) 40% (95% IC:30 -49%). Não houve diferença com p<0,05 para a SG e SLD entre TCTH AP ou com doadoresalternativos. A principal causa de óbito foi progressão de doença (n=40), seguida por infecção (n=19) eDECH (n=6). Na análise multivariada, fase da doença (p < 0,001) e LMA secundária (p=0,01) tiverampior sobrevida. Conclusão: Mais da metade das crianças brasileiras são transplantadas além daprimeira remissão. É urgente a melhor caracterização de risco ao diagnóstico, permitindo TCTH em

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fases mais precoces. Um quarto dos pts submetidos a TCTH com doadores alternativos faleceu semrecidiva. Uniformização terapêutica através da adoção de protocolos multicêntricos e tratamento desuporte adequado terão grande impacto nos resultados dos TCTH para LMA em nosso país.

Palavras chave: LMA pediátrica, TCTH, Brasil

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 285

ANÁLISE DE SOBREVIDA E INCIDÊNCIA DE DOENÇA DOENXERTO-CONTRA-HOSPEDEIRO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA

LINFOBLÁSTICA AGUDA SUBMETIDOS A TRANSPLANTE ALOGÊNICONÃO-APARENTADO EM ONZE INSTITUIÇÕES NO BRASIL

Tavares RCB1, Flowers ME2, Bonfim C3, Seber A4, Lermontov S1, Coulturato VA5, Zecchin V6,Ribeiro L3, Fernandes JF7, Daudt LE8, Grecco C9, Villlela N10, Vigorito AC11, Silva PM5, Silva CC12,Silva PO8, Gouveia R4, Hamerschlak N12, Bouzas LF1, Arcuri LJ1

1Centro de Transplante de Medula óssea (CEMO)- Instituto Nacional de Câncer -INCA2Fred Hutchinson Cancer Research Center3Programa de TCTH pediátrico da Universidade Federal do Paraná4Unidade de TMO do Hospital Samaritano5Unidade de TMO do Hemonúcleo do Hospital Amaral Carvalho6Unidade de TMO do IOP- GRAACC7Unidade de TMO do ITACI8Unidade de TMO do HC de Porto Alegre9Unidade de TMO da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP10Unidade de TMO do HC de Barretos11Unidade de TMO da Universidade Estadual de Campinas12Unidade de TMO do Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução : O alo-TCTH é o tratamento de escolha para pacientes (pts) com leucemia linfoblásticaaguda (LLA) de muito alto risco. Apenas 30% destes têm doador irmão HLA compatível; para o restante,a seleção do melhor doador permanece uma questão aberta. Objetivo : Comparar sobrevida global (SG)e incidências de doença do enxerto-contra-hospedeiro (DECH) aguda e crônica em crianças com LLAsubmetidas a alo-TCTH de doadores não-aparentados compatíveis (NAPc), com mismatch (NAPmm) ede sangue do cordão umbilical (SCU). Pacientes e métodos : Foram incluídos todos os pts <18 anoscom LLA, submetidos ao 1ºalo-TCTH entre 2010 e 2014 em 11 centros brasileiros. SG foi estimada pelométodo de Kaplan-Meier e a análise multivariada (MV) feita por modelo de Cox. Incidência acumuladade DECH e mortalidade não-relacionada à recidiva (NRM) por riscos competitivos. Resultados : Dos130 pacientes, 54 receberam NAPc, 28 NAPmm e 48 SCU. A mediana de idade foi 8,7 anos. Fontes:medula óssea (55%), SCU (37%) e sangue periférico (8%). Fases da doença ao TCTH: precoce (24%),intermediária (65%) e avançada (11%). Condicionamentos: baseados em TBI (85%), em busulfan (10%)e outros esquemas (5%). Depleção-T in vivo (ATG) foi associada em 62%. Seguimento mediano: 3,1 a.A SG-3a foi 57%, 48% e 42% para os NAPc, NAPmm e SCU, respectivamente (p 0,16). A incidência deDECH aguda II-IV foi 36% e II-IV 14%, semelhante entre os grupos (p 0,20); enquanto que a de DECHcrônica moderada /grave foi 8%, e tendeu à ser maior nos NAPmm (18% vs 6% nos NAPc e 4% nosSCU, p<0,08). Apesar da incidência de recidiva ter sido menor nos SCU (15%) que nos NAPc (29%)e NAPmm (23%), esta diferença não foi significativa. A incidência de NRM-1a foi significativamentemaior nos SCU (46%) que nos NAPc (24%) e NAPmm (26%) (p<0,05), assim como a de rejeiçãoprimária (21% nos SCU, 14% nos NAPmm e 4% nos NAPc). Os únicos fatores que impactaram a SGforam: doença avançada [HR 2.7; p 0,03], idade [HR 0.9; p<0,01] e cordão com alta probabilidade deter > dois mismatches em oito loci [HR 5.3; p<0,001]. Discussão : Nossas SG e incidências de DECHaguda e crônica são comparáveis às reportadas na literatura. Este estudo sugere que o uso de SCU commais de dois mismatches em 8 loci resulta em menor SG, impacto não verificado naqueles com atéduas disparidades estimadas. Nossas taxas de NRM e rejeição no grupo do SCU foram superiores àsesperadas, o que pode ser explicado pela alta probabilidade (estimada nos cordões) de ter três ou mais

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incompatibilidades. Conclusão : A análise desta coorte sugere que, para pts pediátricos com LLA, nafalta de doador HLA compatível, é preferível doador com compatibilidade HLA 9x10 do que um cordãocom compatibilidade menor que 6x8. No entanto, pelo caráter retrospectivo do estudo, são necessáriosensaios clínicos que comparem transplantes com doadores alternativos, inclusive haploidênticos paraestabelecer a melhor opção para esta população. Palavras-chave : alo- TCTH, LLA

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 286

OUTCOMES AFTER HEMATOPOIETIC CELL TRANSPLANTATION (HCT) IN BRAZIL FORCHILDREN AND ADOLESCENTS WITH NON-MALIGNANT DISEASES: A MULTICENTER

STUDY ON BEHALF ON THE BRAZIL-SEATTLE CONSORTIUM STUDY GROUP

Bonfim C1,2,3, Franco S1,2,3, Colturato V4, Fernandes J5,6, Zecchin V7, Seber A8, Jr LGD9, Daudt L10,Arcuri L11, Flowers M12

1Hospital de Clinicas - Universidade Federal do Paraná2Hospital Pequeno Príncipe3Hospital Nossa Senhora das Graças4Hospital Amaral Carvalho5Instituto de Tratamento do Câncer Infantil - ITACI6Hospital Israelita Albert Einstein7Instituto de Oncologia Pediátrica8Hospital Samaritano9HCRP-USP- Ribeirão Preto10Hospital de Clínicas de Porto Alegre11Instituto Nacional de Câncer - INCA12Fred Hutchinson Cancer Research Center

HCT is the treatment of choice for many children with non-malignant diseases. The aim of thisstudy is to determine major transplant outcomes among pediatric patients (pts) transplanted in Brazil.PATIENTS AND METHODS : This retrospective study included 300 pts with Bone Marrow Failuressyndromes (65%, n=193), Primary Immunodeficiencies (24%, n=72), Inborn Errors of Metabolism(7%, n=22) and Hemoglobinopathies (4%, n=13) who received first allo-HCT between 2010 and 2014at 11 Brazilian BMT centers. All pts received unmanipulated bone marrow (BM, 86%) or cord blood(CB, 14%) grafts. HCT donors included matched related (MRD, n= 140, 47%), fully matched unrelated(MUD, n=108, 36%) and mismatched unrelated (MM-URD, n= 52, 17%). Reduced intensityconditioning was given to 167 pts (56%). Most (78%) received GVHD prophylaxis with calcineurininhibitor plus methotrexate. Grading of aGVHD and cGVHD were per Glucksberg and NIH criteria andwere uniform among all centers. RESULTS: Median age was 8 y/o (range, 0.6 to 17) and 62% (n=185)were male. With median follow up of 4.5 years, 4y-overall survival (OS) was better for MRD comparedto matched URD or mismatched URD transplants (84% vs 71% vs 69%, respectively; p=0.01). Whencompared MM-URD BM (n= 26), matched (n = 11) or mismatched unrelated CB (n= 26) transplant ptshad a lower OS (HR=2.73; p=0.04). Twenty-two pts died before D+21 and therefore were not evaluablefor engraftment. Primary graft failure (GF) was observed in 21 pts and was significantly higher aftermismatched CB transplants (OR=7.43; p=0.03) compared to MM-URD BM transplants. 257 ptsengrafted and 22 developed secondary GF at a median of 193 days (range, 39–431). Acute GVHDgrade II-IV occurred in 47 pts at a median of 28 days after HCT with a cumulative incidence (CumInc)at 3 months of 16% (95% CI, 11–20). Chronic GVHD was reported in 60 pts at a median of 189 daysafter HCT with a CumInc at 2 years of 20% (95% CI, 15–24). Acute and chronic GVHD CumInc werenot significantly different across donor types. Seventy-three pts died at a median of 69 days after HCT.Major causes of death included infection (51%) and GVHD (15%). One-year and 100-days TRM were20% (95% CI, 15–24) and 17% (95% CI, 13– 22), respectively. CONCLUSIONS: Children andadolescents with non-malignant diseases can achieve excellent outcomes after HCT from MRD inBrazil. We observed a high early mortality after HCT from unrelated CB donors in our study. Forchildren lacking MRD, an URD donor is a suitable option, particularly from a MUD. Confirming earlierreports, incidence of chronic GVHD was low in this setting. This is the first pediatric multicenter study

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in Brazil for nonmalignant diseases and future studies will focus on strategies to reduce early mortalityafter unrelated CB HCT and will explore the role of HCT from haploidentical donors for childrenlacking MRD or MUD.

Keyword: Nonmalignant diseases, children, DECH, unrelated transplants

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 287

ALTERAÇÕES NO ÂNGULO DE FASE DURANTE O TCTH.

Nakamura CH1, Garófolo A1, Zecchin VG1

1GRAACC - Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer

A bioimpedância elétrica (BIA) é um método utilizado para a avaliação da composição corporal.Este equipamento determina o ângulo de fase (FA) que tem sido utilizado como indicador deprognóstico e preditor de sobrevida. Sabe-se que o paciente desnutrido apresenta maior tempo deinternação e complicações. Neste contexto o objetivo deste estudo foi avaliar o AF de pacientessubmetidos ao Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) e o estado nutricional précondicionamento. Trata-se de um estudo piloto de coorte prospectivo, realizado de março a junho de2017 no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, da Universidade Federal de SãoPaulo, com pacientes pediátricos, adolescentes e adultos jovens que internaram para realizar oTCTH. Nesta análise inicial, foram acompanhados 25 pacientes, que foram submetidos a avaliação doestado nutricional por meio da antropometria e bioimpedância. Apresentaram idade média de 9,8 anos,sendo 60,0% do gênero masculino (15 pacientes). 16 pacientes realizaram o TCTH autólogo (64,0%), 3o alogênico aparentado (12,0%), 3 o alogênico não aparentado (12,0%), e 3 o haploidentico (12,0%).28,0% possuíam diagnóstico de leucemia (7 pacientes), 20,0% de linfoma (5 pacientes), 16,0% deneuroblastoma (4 pacientes), 12,0% meduloblastoma (3 pacientes), 24,0% outros (6 pacientes;Síndrome mielodisplásica, Retiniblastoma, Sarcoma de Ewing, Anemia aplástica, tumor de célulasgerminativas e tumor neuroepitelial). Sete pacientes apresentaram estado nutricional inadequado(magreza acentuada, magreza ou acima do peso) com média de AF de 5,18º no pré condicionamento,enquanto que os eutróficos (18 pacientes) apresentaram AF de 5,06º, sem diferença estatística. Nainfusão de células (D zero) as médias foram as mesmas (4,7º). Apesar de não haver diferenças deacordo com o estado nutricional, pacientes com peso inadequado apresentaram maior queda (8,10%) doAF no D zero, em comparação aos eutróficos (6,71%). Observou-se diferença (p = < 0,001) nos valoresmédios do AF entre o pré condicionamento (5,10º) e o D zero (4,73º), respectivamente. Houve diferençatambém em relação à faixa etária: no pré condicionamento <10 anos tiveram média de 4,53ºe > 10anos 5,57ºe no D zero os <10 anos 4,24ºe os >10 anos 5,18º(p =0,004 e p =0,013, respectivamente).Não houve diferença entre o AF e os tipos de TCTH. Esses dados sugerem que há uma redução do AFapós a fase de condicionamento, que pode estar associada ao maior estresse metabólico e oxidativo,relativo a essa fase do TCTH, podendo estar relacionado à idade do paciente como também ao estadonutricional, apesar deste não ter demonstrado diferença nesta análise. Por este motivo, verifica-se anecessidade de estudar estas análises em uma amostra maior, e avaliar o AF até a pega medular.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 288

MELHORA DE PARÂMETROS HEMATIMÉTRICOS EM PACIENTE PÓS TRANSPLANTE DEMEDULA ÓSSEA HAPLOIDÊNTICO APÓS REDUÇÃO DA CARGA DE FERRO POR

FLEBOTOMIA: RELATO DE CASO

Silva KHS1, Grecco CES1, Junior LGD1, Martins RS1, Faria JTB1, Klinger PH1, Stracieri ABPL1,Oliveira MC1, Santis GC1, Simões BP1

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo

Introdução: A sobrecarga de ferro está associada à toxicidade de órgãos e aumento dasuscetibilidade a infecção. A sobrecarga de ferro transfusional é uma complicação frequente da terapiade doenças hematológicas com curso clínico prolongado, eritropoiese ineficaz, aumento de absorção deferro e/ou necessidade de múltiplas transfusões de concentrados de hemácias (CH). Os riscos dasobrecarga de ferro podem aumentar ainda mais no contexto do transplante de células-troncohematopoiéticas (TCTH). Embora existam poucos artigos relacionando o impacto da sobrecarga deferro no contexto do TCTH, alguns trabalhos demostraram que a presença de níveis elevados deferritina associaram-se a uma menor sobrevida pós-transplante em pacientes com SMD e leucemiasagudas. Relato de caso: G.M.M, 14 anos, submetido ao TCTH haplo-idêntico para anemia aplásticasevera, doadora mãe, isogrupo sanguíneo, com ferritina sérica pré-transplante de 1200 ng/mL.Apresentou enxertia neutrofílica no D+15, porém manteve critérios de enxerto mau funcionante nosmeses subsequentes, com necessidade transfusional esporádica de CH e fator estimulador de colôniade granulócitos (GCSF). Após serem descartadas causas imunológicas ou infecciosas, optou-se porrealizar sangrias terapêuticas (flebotomia). Com as sucessivas seções de flebotomia observou-se quedada ferritina concomitantemente ao aumento do hematócrito assim como das outras séries. Discussão:Os receptores de TCTH correm o risco de sobrecarga de ferro pelas múltiplas transfusões de CHrecebidas durante a terapia inicial da doença de base, aumento da absorção de ferro relacionada aosníveis elevados de fator de diferenciação de crescimento 15 (GDF-15) e as transfusões peri-transplante,estando a sobrecarga de ferro no cenário do TCTH associada com complicações precoces e tardias. Asprimeiras incluem infecções, anormalidades dos testes de função hepática e síndrome da obstruçãosinusoidal, situações associadas ao aumento da mortalidade relacionada ao tratamento. Dentre as tardiashá relatos de anormalidades em testes de função hepática, infecções, fibrose, cirrose e disfunçãocardíaca. A flebotomia é uma abordagem simples e eficaz para remover o excesso de ferro do tecido. Arealização de sangrias deve ser limitada a pacientes com contagens plaquetárias adequadas e acessovenoso de qualidade. A adesão ao tratamento, geralmente é boa e trata-se de procedimentorelativamente barato e de fácil execução. Conclusão: Embora os dados no cenário do TCTH aindasejam limitados, o achado no caso descrito corrobora o que os estudos vêm demonstrando, que aflebotomia, isolada ou com suporte de eritropoietina (EPO) pode, efetivamente, reduzir os níveis séricosde ferritina, melhorando a função do enxerto pós TCTH. Assim, a quelação de ferro pré e pós-TCTH,através do uso de quelantes ou flebotomia pode ter impacto na sobrevida e diminuir possíveiscomplicações associadas à hemocromatose.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 289

RABDOMIÓLISE PÓS COLETA DE MEDULA ÓSSEA PARA TRANSPLANTE AUTÓLOGO DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: RELATO DE CASO

Borges NMTF1, Serique COGP1, Monteiro C1, Ibanez ASS1, Mendona AC1, Guimarães RFC1, JrVCAF1, Zecchin VG1

1Instituto de Oncologia Pediátrica / GRAACC/ UNIFESP

Introdução: A rabdomiólise é uma síndrome caracterizada por necrose muscular e liberação deconstituintes intracelulares do músculo para a circulação. A gravidade da doença varia de elevaçõesassintomáticas das enzimas musculares séricas a casos de extrema elevação das enzimas, desequilíbrioeletrolítico e IRA. Objetivo: descrever um caso de rabdomiólise pós coleta de medula óssea (MO) pararealização de transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TCTHAu) Relato de caso:paciente do sexo masculino, 2 anos de idade, portador de meduloblastoma clássico, em programação deTCTHAu, submetido a coleta de MO em centro cirúrgico após falha de mobilização. Pacientesubmetido a anestesia geral com intubação orotraqueal, posicionado em decúbito ventral, com uso decoxins, realizada coleta de 300mL de MO através de múltiplas punções em cristas ilíacas posteriorescom agulhas ballpoint . Recebeu transfusão de hemácias durante procedimento. Após coleta de MO, foisubmetido a passagem de cateter venoso central e coleta de liquor, sem intercorrências. Durante anoite seguinte à coleta, permaneceu anúrico e, pela manhã, apresentou diurese colúrica. Iniciadoimediatamente expansão com cristaloide, solicitado exames laboratoriais para avaliação de hemólise,função renal e dosagem de enzimas musculares, além de ultrassonografia de abdome, rins e viasurinárias. O exame de imagem evidenciou presença de debris em bexiga. Testes de Coombs direto eindireto foram negativos e creatinofosfoquinase (CPK) de 1954 (valor de referência: 39 a384). Afastado hipótese de hemólise e considerado hipótese de rabdomiólise. Como paciente comfunção renal mantida (Ureia 37, Creatinina 0,4) realizado tratamento conservador, apenas comhiperidratação e estímulo diurético com boa resposta. Dois dias após apresentava CPK de 1117, já emqueda com urina de coloração normal. Paciente prosseguiu condicionamento com Carboplatina,Etoposide e Tiotepa e realizou infusão de células-tronco com sucesso. Discussão: A maioria dos casosde rabdomiólise está relacionada ao consumo de álcool, atividade convulsiva e compressão muscular,por imobilização prolongada e depressão do estado de consciência. Neste caso a etiologia parecer tersido multifatorial. O mecanismo de coleta de MO envolve submeter o paciente a múltiplas punções emregião de cristas ilíacas posteriores o que pode, algumas vezes, traumatizar a musculatura adjacente doglúteo máximo. Tempo médio de coleta varia entre 1 a 2 horas, no entanto neste paciente o tempo totalfoi de 4 horas devido a necessidade de realização de outros procedimentos, tempo este que o mesmopermaneceu imobilizado e anestesiado. Ademais, deve-se levar em conta o tempo de jejum ao qual omesmo foi submetido o que pode ter contribuído para a rabdomiólise. Conclusão: O procedimento decoleta de MO é seguro, no entanto complicações pouco usuais podem surgir em decorrência dos temposprolongados de jejum e de imobilização durante o procedimento.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 290

SUSCEPTIBILIDADE A NEOPLASIAS SECUNDÁRIAS EM PACIENTES COM SÍNDROME DEDOWN PÓS TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: RELATO DE CASO

Martins RS1, Grecco CES1, Junior LGD1, Silva KHS1, Faria JTB1, Klinger PH1, Stracieri ABPL1, ReisMBFD1, Oliveira MC1, Simões BP1

1Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo

Introdução : Grandes avanços foram alcançados no tratamento das neoplasias malignas pediátricasnas últimas décadas. Todavia, o tratamento, tanto quimioterápico quanto radioterápico, pode resultar naocorrência de efeitos tardios indesejáveis, como o surgimento de neoplasias secundárias. Relato decaso: SMP, 8 anos, portador de síndrome de Down (SD). Apresentou mielopoiese transitória anormalao nascimento, com remissão espontânea. Aos 2 anos, apresentou leucemia mieloide aguda (LMA)megacariocítica, tratada com protocolo de quimioterapia NOPHO-2005, com remissão clínicacompleta. Aos 4 anos, apresentou LMA monocítica; recebeu indução com idarrubicina e citarabina eapós, consolidações com ciclos IDA-FLAG. Após remissão completa foi submetido a transplante decélulas tronco hematopoiéticas (TCTH) não aparentado com doador 10 x 10. Condicionamento foirealizado com bussulfan e ciclofosfamida + ATG. Aos 7 anos, evoluiu com carcinomamucoepidermoide de glândula parótida direita, sendo optado por parotidectomia e seguimento comimagem. Discussão: pacientes pediátricos pós tratamento para doenças oncológicas possuemincidência aumentada de tumores adicionais maior do que a esperada para a população geral. Duascausas são consideradas como mais prováveis para esse fenômeno: tratamentos com agentesmutagênicos e carcinogênicos e o aumento da sobrevida de um subgrupo de pacientes comsuscetibilidade aumentada ao câncer. Os principais agentes envolvidos são a radioterapia equimioterápicos como os alquilantes, antracíclicos e epipodofilotoxinas. O risco cumulativo daocorrência de neoplasias secundárias varia nos diferentes estudos, de acordo com as doenças avaliadas,idade dos pacientes ao diagnóstico da primeira neoplasia e tratamentos utilizados. Em um estudo debase populacional, realizado entre 1973 e 2011, a incidência de neoplasias secundárias foi de 6,9%dentre 1621 pacientes com diagnóstico primário de LMA, menores de 14 anos e com pelo menos 5 anosde intervalo entre as neoplasias. No presente relato de caso, o paciente recebeu tanto agentes alquilantescomo antracíclios e epipodofilotoxinas, todos associados com aumento do risco de ocorrência deneoplasias secundária. Fato que merece destaque é que o tempo de latência entre as neoplasias foi maiscurto do que o relatado na literatura. Neste sentido podemos questionar se pacientes com SDsubmetidos ao TCTH apresentam maior susceptibilidade ao desenvolvimento de neoplasias secundáriase se estas ocorrem precocemente. O carcinoma mucoepidermoide de parótidas é muito raro em criançasestando geralmente associado a bom prognóstico. Conclusão: pacientes curados com tratamentosoncológicos possuem risco aumentado de efeitos tardios. Estudos em pacientes com SD pós TCTH sãonecessários para um melhor entendimento da susceptibilidade de neoplasias secundárias nestes casos.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 291

INTEGRAÇÃO PRECOCE DE CUIDADOS DE SUPORTE EM UM PROGRAMA DE TCTHALOGÊNICO PEDIÁTRICO

Castro ACP1, Kioroglo PS1, Delponte V1, Gomes AA1, Mafra ABB1, Achette D1, Zanetti MV1, ForteDN1, Novis YA1, Rocha V1,2

1Hospital Sírio Libanês - São Paulo2Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: O TCTH oferece possibilidade de cura para neoplasias hematológicas, mas implicarisco considerável de complicações. Os pacientes recebem altas doses de quimioterapia e experimentamintenso sofrimento. Sintomas físicos, associados a internação prolongada, isolamento e altos níveis deansiedade e depressão parental/paciente, levam à piora da qualidade de vida durante o tratamento.Objetivos: Apresentar projeto de intervenção a partir da integração de equipe de Cuidados Paliativos(CP) à unidade de TMO em hospital privado de alta complexidade, acompanhando paciente, família eequipe assistencial. Material e Métodos: O projeto consiste em acompanhamento de pacientespediátricos (0 a 16 a.) internados para realização de TCTH alogênico. A Equipe de Suporte e CP contacom médicos, enfermeira, psicólogas e profissionais parceiros acionados se necessário. Ao internar, opaciente recebe visita da Equipe de Suporte, que realiza avaliação, contemplando histórico da doença,biografia, valores, e sofrimento multidimensionais. São feitos diagnósticos e planejadas intervenções. Oseguimento se dá com apoio lúdico e visitas multi, revendo e balizando condutas. A equipe assistencialé acompanhada, através de presença diária na unidade, presença nas visitas semanais, atendimentosindividuais, e reuniões didáticas. Resultados: Acompanhados, de Fevereiro/2016 a Junho/2017, 21pacientes entre 3m- 16a (média 8,3a), 15 masc e 6 fem Diagnósticos: LLA e LMA (17 pac). Não houverecusa de atendimento. Se transferidos à UTI (11 pac.), equipe UTI recebeu o mesmo cuidado.Parceiros mais frequentes: Grupo de Dor, Psiquiatria, Musico e Massoterapia, Voluntária e Capelão.Em 6 casos, o foco foi manejo de conflitos, devidos a deterioração clínica e transtornopsiquiátrico/comportamento disruptivo dos pais, através de reuniões com família e equipes envolvidas.Desfechos: 7 óbitos, 2 não transplantaram, 1 internado pré-TMO e 11 altas/acompanhamentoambulatorial. Nos óbitos, feitas intervenções de suporte a decisões de limitar tratamento, cuidados defim de vida e suporte ao luto (família e equipe). Discussão: A ASCO 2016 atualizou a diretriz decuidados paliativos integrados ao tratamento oncológico em pacientes com câncer avançado, por haverevidências que respaldam a inclusão de elementos essenciais dos CP: comunicação empática, manejo desintomas, definição do objetivo do cuidado, coordenação do cuidado multidisciplinar, suporte paratomada de decisões e suporte ao luto. Na Onco-hematologia, a integração ainda é incipiente. O projetomostra o escopo de atuação e o potencial de benefício que os CP podem trazer ao TCTH, destacandocuidado com equipe assistencial e papel na mediação de conflitos, prevenindo situações de crise eruptura. Saliente-se a importância de nomear a equipe como de Suporte, dada a resistência que o termoCP suscita. Conclusão: A integração dos CP ao TCTH alogênico pediátrico proporciona cuidadointerdisciplinar focado na melhora da qualidade de vida de paciente/família/equipe, através dotratamento de sintomas, do stress psicológico/familiar, e da prevenção de burnout , combinandointervenções com sofisticada coordenação multidisciplinar. Provê, assim, camada adicional de suporteem concordância com o tratamento da doença. Palavras Chave: Cuidados Paliativos; Cuidados deSuporte; TCTH Alogênico Pediátrico

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 292

TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS HAPLOIDÊNTICO COMCICLOFOSFAMIDA PÓS TRANSPLANTE PARA TRATAMENTO DE IMUNODEFICIÊNCIA

GRAVE COMBINADA.

Seber A1, Sasaki MLVS1, Marques JF1, Gouveia R1, Ginani VC1, Macedo C1, Jarandilha K1

1Hospital Samaritano de São Paulo

Introdução: A imunodeficiência combinada grave (SCID) é uma doença hereditária que pode levaras crianças à morte por infecção nos primeiros meses de vida. O transplante de células-troncohematopoiéticas (TCTH) é considerado emergência médica, mas um doador saudável HLA-compativelnem sempre é disponível. Assim como em outras doenças malignas e não malignas, o transplantehaploidêntico com ciclofosfamida pós-transplante é uma modalidade de tratamento rapidamentedisponível e de baixo custo inicial, mas cujos resultados ainda são desconhecidos para esta indicação.Objetivo: Descrever experiência de TCTH haploidêntico de intensidade reduzida em três bebês comSCID e as complicações encontradas. Casuística e Métodos: Três meninos com SCID T-B+NK- ligadoao X entre 7 e 9 meses sem doador aparentado nem doador não aparentado com tuberculosedisseminada por Mycobacterium bovis e infecção por vírus respiratórios (Parainfluenza 3, Rhinovirus,Bocavirus) foram encaminhados para TCTH. Condicionamento foi de intensidade reduzida(Fludarabina 150 mg/m2), TBI 200 cGy, ciclofosfamida 50 mg/kg. Enxerto medula óssea haploidêntica.Profilaxia DECH: ciclofosfamida 50 mg/kg nos D+3 e D+4, ciclosporina e micofenolato mofetil cominício D+5. G-CSF a partir do D+5. Resultados: Os três transplantes foram realizados entre outubro edezembro de 2016. Todos estavam em uso de Claritromicina, Etambutol, Rifampicina e Isoniazida paracontrole de Tuberculose. Dois mantiveram o uso de Ribavirina para Parainfluenza. Enxertia ocorreuentre D+15 e D+18 com quimerismo >65% do doador e todos tiveram eritrodermia entre D+18 e D+25tratada com tacrolimus tópico e corticoide. Somente um paciente teve DECH aguda e nenhum DECHcrônica. Os três pacientes tiveram complicações clinicas extremamente graves, com insuficiênciarespiratória, insuficiência renal dialítica, tuberculose disseminada, colestase, diarréia intermitente,recuperação imune parcial e queda progressiva do quimeirismo do doador para até 5%. Um dospacientes desenvolveu linfoma de grandes células plasmocitóide EBV+, em tratamento com rituximabee infusão de leucocitos. Outro tem enteropatia grave perdedora de proteína (albumina <1), pancreatite eenterorragia. O 3ºtem hemofagocitose importante, com necessidade de pulso de corticoide. Doispermanecem em ventilação mecânica e hemodiálise diária, todos ainda gravemente enfermos.Conclusão: O esforço nacional para realizar o diagnóstico precoce e não administrar BCG antes doresultado do exame poderá mudar o desfecho grave das crianças com SCID. O TCTH haploidêntico,quando necessário pela ausência de doadores HLA-compatíveis, a nosso ver deve ser realizado comcondicionamento de maior intensidade, mesmo em pacientes graves.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 293

REDUÇÃO DE ALTERAÇÕES RELACIONADAS À VASCULOPATIA CEREBRAL APÓSTRANSPLANTE DE CÉLULAS PROGENITORAS HEMATOPOÉTICAS EM PACIENTE

PEDIÁTRICO COM ANEMIA FALCIFORME: RELATO DE CASO

Costa TCM1, Junior LGD1, Grecco CES1, Pieroni SRTF1, Faria JTB1, Stracieri ABPL1, Oliveira MC1,Pieroni F1, Santos ACD1, Simões BP1

1Universidade de Ribeirão Preto

Introdução: A anemia falciforme é uma doença genética caracterizada por hemólise, episódiosrecorrentes de oclusão da microcirculação, inflamação crônica e tem como estratégia curativa otransplante de células progenitoras hematopoéticas (TCPH). Alterações específicas na microciculação emacrocirculação cerebral relacionadas à doença são frequentes, incluindo a síndrome de Moya Moya,definida como estenose progressiva ou oclusão da artéria carótida interna associada ao aumento dacirculação colateral. Atualmente a presença desta síndrome tem sido motivo de preocupação naindicação do TCPH, devido ao risco de complicações como sangramentos durante o procedimento.Diversos estudos utilizando angiorressonância de encéfalo demonstraram que o TCPH é capaz de evitara progressão da vasculopatia cerebral, porém está relacionado à melhora das alterações em exames deimagem seriados após o transplante. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo apresentar o caso de umacriança com anemia falciforme e vasculopatia cerebral grave, compatível com Síndrome de MoyaMoya, submetida a um TCPH, evoluindo com redução da estenose e da circulação colateral após umano do transplante. Relato de Caso: Paciente de 11 anos de idade com Anemia Falciforme submetido aum transplante alogênico aparentado (doadora irmã), HLA idêntico. A indicação do TCPH foi presençade acidente vascular encefálico isquêmico prévio, síndrome torácica aguda e síndrome vaso-oclusiva derepetição. O condicionamento utilizado foi mieloablativo com bussulfano, ciclofosfamida e globulinaanti-timocítica de coelho e a profilaxia para doença do enxerto contra o hospedeiro consistiu emmetotrexato e ciclosporina. Apresentou logo após a enxertia quimerismo misto estável. Na avaliaçãocom angiorressonância pré-TCPH o paciente apresentava alterações compatíveis com Síndrome deMoya Moya (estenose acentuada da artéria carótida interna com colaterais perfurantes talâmicas elenticuloestriadas à direita). Um ano pós-TCPH foi repetida a angiorressonância sendo evidenciadaredução da estenose e da circulação colateral à direita sem presença de novas alterações. Conclusão:Este trabalho relata um caso de melhora da vasculopatia cerebral compatível com Síndrome de MoyaMoya um ano após TCPH em uma criança com anemia falciforme. Trabalhos publicados até omomento demonstram estabilização dessas alterações após o TCPH, sem demonstrar, no entanto,redução de estenose ou de circulação colateral em angiorressonância, como demonstrado neste relato decaso. Este caso traz um novo dado para a literatura no contexto do transplante de células progenitorashemoatopoéticas para tratamento da anemia falciforme, trazendo também questionamento em relação apossíveis contra-indicações ao transplante para pacientes com doença vascular cerebral avançada,considerando riscos e benefícios relacionados ao procedimento. Estudos com maior número de casos emaior segmento pós-transplante devem ser realizados para melhor avaliação.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 294

ADEQUAÇÃO ENERGÉTICO E PROTEICA DURANTE TRANSPLANTE DECÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH) EM PEDIATRIA

Santos ARD1, Garófolo A1, Nakamura CH1, Crepaldi MS1, Zecchin VG1

1Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC

O estado nutricional é considerado um importante fator prognóstico em pacientes submetidosao TCTH, demonstrando a importância de estabelecer terapia nutricional (TN) neste público,devido aumento das necessidades metabólicas e redução da ingestão alimentar devido acomplicações gastrointestinais. A adequação da oferta protéica é essencial para preservação damassa magra corporal e substrato para o hipermetabolismo decorrente do processo. Objetivou-seavaliar o percentual de adequação em relação à ingestão energética e proteica de crianças eadolescentes durante o TCTH, especificamente no início do condicionamento (D-7), no dia dainfusão (D0) e 7 dias após a infusão (D+7). Desenvolveu-se um estudo retrospectivo descritivo,entre novembro de 2016 a maio de 2017 em um centro especializado em oncologia pediátrica. Opercentual de ingestão protéica foi calculado considerando a ingestão alimentar diária (faixainferior à recomendação): 0 a 2 anos: 2,5 a 3g/kg; 2 a 11 anos: 2g/kg; 12 a 18 anos: 1,5 a 2g/kg),de acordo com o consumo pela TN oral ou enteral. Foram excluídos dados incompletos e idadesuperior a 19 anos. Estimou-se a necessidade energética basal por meio de equações preditivas,conforme faixa etária e fase de tratamento. Foram elegíveis 18 pacientes (61% masculino), comidade entre 1,5 a 18,4 anos. Observaram-se 72% de TCTH autólogos e 28% alogênicosaparentados. A análise do percentual médio de adequação energética no D-7, D0 e D+7 foirespectivamente: 96, 31 e 89% e em relação ao percentual médio de adequação protéica nosmesmos períodos foi: 83, 22 e 61%. Na análise por tipos de transplantes, evidenciou-se maioradequação energética nos TCTH autólogos no D-7 e D0 (autólogos: 102% e 31%; alogênicos:72% e 30% respectivamente). Porém no D+7 a adequação foi maior entre os TCTH alogênicos(alogênicos: 89%; autólogos: 76%). Em relação ao percentual de adequação protéica, também seevidenciou maior adequação no grupo de TCTH autólogo no D-7 e D0 (autólogo: 93% e 25%;alogênico: 49% e 16%). No D+7 a adequação manteve-se maior entre os TCTH alogênicos (70% e58% respectivamente). Na análise por faixa etária, houve melhor adequação energética nospacientes com idade de 2 a 11 anos: D-7: 70%, D0: 40% e D+7: 106% e melhor adequaçãoprotéica neste público apenas no D-7 (103%), inferiores ao obtido no grupo entre 11 e 18 anos noD0 e D+7. A TN oral teve melhor adesão no período de condicionamento e a TN enteral foiestabelecida principalmente no período de aplasia medular. Concluiu-se que os pacientes atingemmelhor adequação de energia e proteína no início do condicionamento, que é reduzida no períododa infusão, com tendência de melhora no período de aplasia, embora não alcancem arecomendação para idade. Estes resultados são decorrentes da terapia de condicionamento a qualé agressiva para o trato gastrointestinal e dificulta a TN plena. Portanto, a TN tem um papel deprever e adequar à essas circunstâncias para reduzir os riscos da desnutrição.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 295

ALTERAÇÃO DE COMPOSIÇÃO CORPÓREA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTESSUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS (TCTH)

Santos ARD1, Garófolo A1, Nakamura CH1, Crepaldi MS1, Zecchin VG1

1Instituto de Oncologia Pediátrica - GRAACC

O TCTH envolve regimes de condicionamento que podem contemplar quimioterapia eradioterapia, apresentando grande impacto na ingestão alimentar e consequentemente no estadonutricional, demonstrando a importância de garantir o suporte nutricional para o estado deagravo, minimizando o risco de depleção muscular. Diante deste cenário, objetivou-se avaliar adepleção do estado nutricional durante o TCTH, por meio de um estudo de caráter retrospectivodescritivo, desenvolvido entre novembro de 2016 a maio de 2017 em um centro especializado emoncologia pediátrica. Realizou-se a avaliação nutricional antropométrica antes do regime decondicionamento e após enxertia, sendo aferido peso, estatura, prega cutânea do tríceps (PCT) eárea muscular do braço (AMB), classificando o estado nutricional por meio do score z de índicede massa corporal/idade. A depleção muscular foi avaliada com a alteração na classificação pelospercentis (<5, 5 a 25, 25 a 50, 50 a 75, 75 a 95 e maior que 95). Resultados: 18 pacientes foramelegíveis, sendo 61% do sexo masculino e 39% do sexo feminino, com idade média igual a 8,7 anos(1,5 a 18,4 anos). Foram realizados transplantes autólogos (72%), haploidênticos (11%) ealogênico aparentado (17%). Os diagnósticos de base mais prevalentes foram leucemias (28%),linfomas (22%) e neuroblastomas (17%). Durante o tratamento, 33% receberam terapianutricional oral (TNO), 56% TNO e terapia nutricional enteral (TNE) e 11% receberam apenasTNE. 84% dos pacientes permaneceram eutróficos conforme classificação de IMC/idade aotérmino do TCTH. Houve perda ponderal em 73% dos pacientes, sendo superior à 12% em 20%dos casos e redução de AMB em 72%, superior à 10% em 45% dos casos. 47% dos pacientesapresentaram depleção de AMB conforme classificação pelos percentis e 24% apresentaramaumento da classificação. 11% dos pacientes iniciaram o TCTH com AMB inferior ao percentil 5e mantiveram a mesma classificação na avaliação pós TCTH. Em relação à classificação de PCT,41% apresentaram redução da classificação, 53% manteve classificação e 11% apresentaramclassificação <5 ao término do TCTH. Sabe-se que a composição corporal pode ser influenciadapelo tipo de condicionamento, tipo de transplante, uso de corticosteroides, presença ou não deedema e ingestão alimentar, sendo caracterizada pela manutenção da massa gorda e diminuiçãoda massa magra corporal, sendo esta alteração evidenciada na amostra analisada, demonstrandoque estes pacientes necessitam de terapia nutricional para minimizar a depleção corpórea.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 296

EPIDERMÓLISE BOLHOSA E TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS:RELATO DE CASO

Venancio AM1,2, Mantovani LFAL1,2, Fernandes JF1,2, Netto GZ1,2, Pereira A1, Souza P1, WaisbeckTMB1, Ribeiro AAF1, Filho VO1,2, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2Instituto do Tratamento do Cancer Infantil - HCFMUSP

Introdução: Epidermólise bolhosa (EB) refere-se a um grupo de distúrbios cutâneos bolhosos,relacionado à fragilidade da pele causando lesões devastadoras. É resultante de mutações em genes quecodificam componentes proteicos do arcabouço da pele. Existem quatro subtipos: EB simples, EBdistrófico, EB juncional, EB de Kindler. A EB do subtipo distrófico recessivo (EBDR) é a forma maisgrave da doença, decorrente das mutações que afetam a função do gene do colágeno tipo VII(COL7A1). A maioria dos problemas desses pacientes está relacionado à pele, com a formação delesões bolhosas e ulceradas com sangramentos crônicos. Formas mais severas da doença sãocaracterizadas por cicatrizes mutilantes, lesões bolhosas cobrindo grandes proporções da superfície docorpo e, evoluindo com deformidades de extremidades, contraturas articulares, estenose esofágica,erosões da córnea, infecções cutâneas e carcinoma agressivo de células escamosas. Na literatura édemonstrado que a medula óssea contém células progenitoras capazes de se diferenciarem em outrostecidos não hematopoiéticos inclusive a pele. Em 2013 Tolar et. al. descreveram a utilização detransplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) em pacientes portadores de EB com resultadospromissores. Objetivos: Descrever o primeiro caso em que foi realizado o TCTH em uma criança comdiagnóstico de EB no Brasil. Material e métodos: Descrevemos o caso de uma paciente de 6 anos, dosexo feminino, com diagnóstico de (EBDR) ao nascimento, que foi submetida a um transplantehaploidêntico no Hospital Israelita Albert Einstein, em Maio de 2017. Resultados: Paciente com odiagnóstico de EBDR apresentava dor generalizada a pequenas atividades, lesões de pele disseminadas,estenose esofágica que necessitou de dilatações prévias. Foi submetida à TCTH haploidêntico com opai doador, apresentava incompatibilidade ABO maior (Doador B+ /Receptor O+) Recebeu ocondicionamento não mieloablativo com ciclofosfamida, fludarabina, TBI (400cGy) e ciclofosfamidapós infusão. Como profilaxia de doença do enxerto versus hospedeiro (DECH) recebeu tacrolimus emicofenolato mofetila. A enxertia neutrofílica ocorreu no D+14 e a plaquetária no D+18. A avaliaçãodo D+30 o quimerismo era de 100% de células do doador em sangue periférico e 30% do doador empele. Apresentou DECH aguda de pele (grau II) com excelente resposta a corticosteroide. Semintercorrências relevantes, além da reativação de CMV com resolução em 4 semanas. Até o momento, otransplante foi bem tolerado e a paciente evolui com melhora expressiva das lesões de pele e com maiorresistência cutânea a formação de bolhas. A família relata uma significativa melhora na qualidade devida com menor necessidade de curativos e menor sofrimento durante a manipulação de pele.Discussão: Os tratamentos disponíveis para EB, tradicionalmente, tem o objetivo de suporte, manejode curativos, analgesia e prevenção de possíveis complicações. Atualmente a única proposta orientadapara cura é o TCTH. Conclusão: Embora a paciente se encontre em uma fase precoce pós transplantepodemos concluir que tal terapia pode ser potencialmente utilizada para outros indivíduos portadores deEBDR. Necessitamos de uma casuística maior, assim como um período de observação que demonstre alongo prazo a eficiência do procedimento e que o TCTH se consolide como uma opção terapêutica paraesse grupo de pacientes.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 297

TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE MEDULA ÓSSEA SEGUIDO POR TRANSPLANTEALOGÊNICO HAPLOIDÊNTICO RIC COMO RESGATE DE LINFOMA HODGKIN

REFRATÁRIO: RELATO DE CASO

Netto GZ1,2, Mantovani LFAL1,2, Venancio AM1,2, Fernandes JF1,2, Brumatti M1,2, Neves NSH1,2,Vince CSC1,2, Pereira PL1,2, Filho VO1,2, Hamerschlak N1

1Hospital Israelita Albert Einstein2Instituto do Tratamento do Cancer Infantil - HCFMUSP

Introdução : O Linfoma Hodgkin (LH) pediátrico é uma neoplasia altamente curável através deprotocolos que combinam quimioterapia e/ou radioterapia conforme a estratificação de risco da doença.LH recaídos/refratários geralmente são desafiadores e envolvem terapia de resgate com quimioterapiaconvencional, radioterapia e o transplante autólogo de medula óssea (TAMO). A incorporação de novasdrogas como o brentuximab vedotin (BV), inibidores da via PD-1 e modalidades de transplante demedula óssea (TMO) alogênico com condicionamento de intensidade reduzida (RIC) são algumasestratégias interessantes no contexto de refratariedade, embora a experiência pediátrica ainda sejabastante limitada. Objetivos : Descrever um caso de LH refratário a quimioterapia convencional e aoBV, resgatado com TAMO seguido por radioterapia e TMO haploidêntico RIC. Material e métodos :Paciente masculino, 11 anos de idade, diagnosticado com LH clássico, bulky mediastinal, estadio IIA.Doença inicialmente refratária ao ABVD e ICE (Carboplatina, Ifosfamida e Etoposide), apresentouprogressão local, caracterizada por escore de Deauville 5 em PET CT após 6 ciclos de bendamustina eBV, atingindo resposta parcial apenas a vinorelbine/gencitabina. Realizado TAMO com Gencitabina,Bussulfano e Melfalano, seguido por radioterapia em mediastino (30,6 Gy - técnica IMRT), comresposta completa em PET CT. Após 5 meses do TAMO submetido à TMO alogênicohaploidêntico (condicionamento com Fludarabina, TBI 2Gy, Ciclofosfamida pós infusão;produto celular TCN: 6,97 x 108/Kg, CD34+: 3,20 x 106/Kg, CD3: 4,53x 107/Kg; imunossupressãocom tacrolimus e micofenolato de mofetila). Cursou com Doença do Enxerto contra Hospedeiro empele (Estágio 1/Grau I) tratada com esteróides, sem outras toxicidades relevantes. Atualmenteencontra-se 3 meses pós TMO haploidêntico, mantendo remissão da doença de base. Discussão: Ocaso descrito expõe não apenas a dificuldade do tratamento do LH primariamente refratário a esquemasquimioterápicos clássicos, mas a reflexão sobre a necessidade de terapias de consolidação oumanutenção pós TAMO, especialmente em pacientes identificados como de mau prognóstico e altorisco de recidiva após o TAMO. Embora essa categorização de risco ainda seja objeto de estudo, dadosretrospectivos do CIBMTR sugerem que dentre algumas características, a quimiorresistência nomomento do TAMO tem impacto negativo na sobrevida livre de progressão de doença. O contexto daquimiorresistência do nosso paciente, associado a doença ativa no momento do TAMO, fomentou adiscussão sobre o benefício potencial de abordagens terapêuticas subsequentes ao TAMO. Pesando aprogressão da doença em vigência do BV, tornando seu emprego como manutenção pouco atrativo, e oexcelente performance status do paciente, com disponibilidade imediata de doador, o transplantehaploidêntico RIC foi utilizado como consolidação pós TAMO, apostando principalmente no potencialefeito do enxerto contra o linfoma como forma de sustentar a remissão. Conclusão: O tratamento doLH refratário e/ou recidivado é bastante desafiador e tem no TAMO o principal elemento terapêutico. Opapel das novas drogas e do TMO alogênico no contexto de refratariedade da doença, e como estratégiade redução do risco de recidiva após TAMO, precisa ser melhor explorado.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 298

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM C NCER:COMPARAÇÃO ENTRE O MÉTODO OBJETIVO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA

GLOBAL - RESULTADOS PARCIAIS

Domingues LCB1, Nemetz KB1, Cruz LB1, Gregianin LJ1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Introdução: O estado nutricional de crianças e adolescentes com câncer pode ser afetado peladoença e terapia antineoplásica. Atualmente, as medidas antropométricas são consideradas padrão ouropara avaliação do estado nutricional em pediatria. Em 1987, Detsky e cols propuseram a AvaliaçãoSubjetiva Global (ASG), composta por questões subjetivas e exame físico. Em 2007, Secker &Jeejeebhoy validaram a ASG para crianças e adolescentes canadenses. O instrumento foi denominadoAvaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG), foi traduzido para a língua portuguesa e validado parauma população pediátrica brasileira internada em um hospital geral. Objetivo: Comparar os indicadoresobjetivos com a ANSG em crianças e adolescentes com câncer. Material e métodos: Estudo transversal,realizado em três hospitais de Porto Alegre, com crianças e adolescentes ao diagnóstico de câncer comidades entre 30 dias e 18 anos. Para a avaliação objetiva, foi realizada coleta de peso, estatura,perimetria e dobras cutâneas do braço e subescapular. Para classificação dos indicadorespeso-para-idade, estatura-para-idade, peso-para-estatura e índice de massa corporal-para-idade foramutilizados os pontos de corte do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (2011). Para a avaliaçãosubjetiva foi aplicado o instrumento ANSG. Os resultados da classificação do estado nutricional foramdescritos em frequência relativa e a correlação entre os métodos foi avaliada pelo coeficiente deKendall, considerando a significância estatística de p<0,05. Resultados: Foram avaliados 37 pacientes,24 do sexo masculino. O diagnóstico prevalente foi Leucemia Linfóide Aguda (24%). Na avaliaçãonutricional objetiva, encontramos: 59,5% eutróficos, 13,5% com sobrepeso, 10,8% obesos, 8,1% comrisco para sobrepeso e 8,1% desnutridos. Através da ANSG, 51,4% estavam bem nutridos, 35,1%moderadamente desnutridos e 13,5% gravemente desnutridos. Encontrou-se correlação significativaentre a classificação do estado nutricional da ANSG com os parâmetros objetivos P/I (tau-b=-0,47;p=0,010) e IMC/I (tau-b=-0,31; p=0,032). Conclusão: Através dos dados objetivos encontramos maiscrianças e adolescentes eutróficos enquanto que a ANSG mostrou mais pacientes em risco nutricional.O coeficiente de correlação mostrou associação entre a ANSG e os parâmetros de P/I e IMC/I. Apesardos resultados parciais, este instrumento pode ser considerado como uma alternativa para avaliação doestado nutricional de crianças e adolescentes com câncer.

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Área: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Sub-tópico: Transplante Pediátrico (autólogo e alogênico)Trabalho: 299

ESTUDO DESCRITIVO DO PERFIL DE PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIASAGUDAS SUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO E PROGENITORAS

HEMATOPOIÉTICAS DO INSTITUTO ESTADUAL DE HEMATOLOGIA ARTHUR DESIQUEIRA CAVALCANTI (HEMORIO) EM COLABORAÇÃO COM O CENTRO DE

TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA/INCA

Paraguassú-Braga FH1,2, Bonilha TA2, Bouzas LFS1, Leite DB2

1Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário/CEMO/INCA2Setor Internação Pediátrica/ HEMORIO

INTRODUÇÃO: As leucemias agudas constituem as neoplasias mais prevalentes na infância, sendoas leucemias linfoides (LLA) predominantes frente as leucemias mieloides (LMA). Os protocoloscorrentes de diagnóstico e tratamento focam na terapêutica baseada na estratificação de risco,possibilitando e permitindo uma abordagem mais agressiva frente a maior risco de recidiva da doençainicial. O transplante de células tronco e progenitoras hematopoiéticas (TCTPH) constitui modalidadeterapêutica reservada a uma parcela dos pacientes pediátricos de alto risco ou com doença reicidivada.OBJETIVOS: relatar o perfil dos pacientes pediátricos com leucemias agudas submetidos a TCTPH emacompanhamento no HEMORIO e encaminhados para o CEMO/INCA entre os anos de 2012 e 2015.MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisadas a partir da base de dados e registro hospitalar dosrespectivos centros, seja por software específico ou busca ativa em prontuário físico. RESULTADOS:no período de 2012 a 2015 foram realizados 11 TCTPH, sendo 6 pacientes com diagnóstico de LLA e 5com diagnóstico de LMA. As LLA distribuíam-se em 2 LLA-T, 2 LLA-B e 2 LLA pré-B,majoritariamente em indivíduos masculinos (83%). As LMA eram 2 M0, 1 M3, 1 M4 e 1 M4/M5, ondeprevalecia indivíduos femininos (60%). As fontes de células para transplante nas LLA forammajoritariamente medula óssea (MO) (4), sendo 2 de fonte aparentada e 2 de fonte não-aparentado. 2transplantes foram realizados com sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) aparentado A dosemédia de células CD34 nos enxertos de MO foi de 6,5x106/kg enquanto os enxertos de SCUP foram de0,3x106/kg. Em contrapartida, nas LMAs 100% das células foram obtidas de MO, sendo somente 1transplante não-aparentado, com uma dose média de 2,88x106 células CD34/kg. A mediana de diaspara pega do enxerto foi de 22.5 d nas LLAs e de 20 dias nas LMAs (1 paciente foi a óbito antes dapega do enxerto). A sobrevida global nas LA foi de 55%, sendo de 66% nas LLAs e 40% nas LMAs. Aprofilaxia de Doença Enxerto contra Hospedeiro (DECH) foi feita com Ciclosporina e Metotrexato emtodos os pacientes. Os pacientes com LLA apresentaram uma incidência de 50% de DECH aguda, leve,tratada com tacrolimuns e corticoide. A incidência de DECH aguda naqueles que utilizaram SCUPcomo fonte de células foi nula. Nas LMAs, observou-se incidência semelhante de DECH aguda leve.CONCLUSÃO: O TCTPH constitui modalidade terapêutica corrente em casos específicos de leucemiasagudas em crianças com risco elevado. Essa modalidade pode ser curativa para uma boa parcela depacientes, mas ainda está aquém significar solução para doença de base. Os melhores resultados detransplante dependem nos avanços correntes no conhecimento do transplante, imunologia detransplante, diagnóstico e classificação célere e disponibilidade de doador compatível prontamente.

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Índice de Autores

Abdelhay E, 26, 40, 68, 74, 75Abdelhay ESFW, 21, 50, 204, 205Abdo ANR, 9Abreu EL, 41, 42, 43Abreu LA, 15Abreu MWB, 64Achette D, 291Adão CAE, 76, 77Adão CAEA, 157Aguiar C, 75Aguiar CC, 21, 76, 77, 157, 203Akamine FM, 57Albuquerque H, 21, 75, 157, 207Albuquerque HAS, 77Albuquerque JC, 44, 46Alcântara FA, 184Alexandre AM, 13Almada A, 75Almada AJ, 21, 50, 76, 77, 157, 198, 202, 203, 204, 205, 207, 223Almeida AM, 262Almeida EV, 188Almeida JS, 29, 230, 231, 255Almeida MA, 101Almeida MSS, 224, 265, 266Almeida PV, 226Almeida SCA, 106Almeida-Neto C, 14Alonso EO, 38Alves CDSM, 170Alves FA, 187Alves HV, 65Alves M, 222Alves S, 15Alves VS, 19Amaral GV, 267Amaral RCD, 179Amarante GBD, 258Amaru MKG, 217, 240, 283Amorim JS, 261Andrade CG, 51Andrade ES, 173, 174, 178Andrade KR, 179Andrade MM, 165, 166Andrade RO, 70Angeli MH, 22, 23Angelo IZ, 53Anjos FRD, 51Anna MLOS, 11

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Antonechen AC, 152, 153Antunes AA, 3, 79, 83Antunes P, 56Antônio ACT, 165, 166Aquino MI, 105, 149, 154, 155, 158, 242Aragao L, 262Aragão AS, 187Aranha FJP, 216, 221, 222Araujo CES, 63, 69, 72, 73, 252Araújo AB, 22, 23Araújo BSGSP, 249, 259Araújo BSP, 260, 280Araújo CES, 30Araújo RDS, 184Arcuri I, 68Arcuri L, 286Arcuri LJ, 208, 282, 284, 285Ardanaz PTM, 123, 124, 133, 134Areal LF, 154, 158Arend A, 41Arrais PSN, 202Assis PH, 141Astigarraga CC, 19, 111, 127, 145, 146, 180, 181, 182, 199, 227, 237, 239, 244, 250, 251Atalla A, 70Atanazio MJ, 67Avelino VSS, 273Ayala RCS, 111, 135, 145, 180Azambuja AMP, 17Azambuja AP, 39, 236Azevedo PL, 26Bacal NS, 13Badega KSR, 29Baiense LN, 263Bandeira IC, 227, 237Baptista CHV, 151Barberino G, 71Barbosa IM, 59, 64Barbosa MC, 280Barbosa SDSM, 120Barcia C, 71Baron M, 76, 157Barrere APN, 212Barros PBM, 168, 169Barroso F, 249Barroso KS, 249Barroso KSN, 1, 129, 141, 259, 260, 280Barroso RS, 13Bastos FQ, 269Batista MV, 8, 67Batista SA, 249Batistela AP, 86, 103

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Battistel AP, 200Beling MTC, 113Benatto MS, 173, 174, 178Bento LC, 13Berber SM, 106Berg LD, 257Bernardi C, 234, 236Bertozzi AP, 223Bettarello G, 30, 63, 69, 72, 73, 215, 252Bezerra ES, 44Bezinelli L, 189, 191Bezinelli LM, 188, 190Biazevic MG, 187Bicalho MG, 47Binato R, 26Birnfeld CF, 19, 135, 146Birnfeld CMF, 111, 145, 180, 181Bitencourt MA, 39, 234Bittencourt MA, 35Bittencourt MCB, 14, 67, 264Bittencourt RI, 164Bittencourt RS, 168, 169, 170Blumenschein DI, 241Boaventura ID, 84Boll KM, 178Bombonatti JF, 29Bomfim G, 93Bonfim C, 34, 35, 37, 39, 66, 152, 234, 281, 282, 284, 285, 286Bonfim CMS, 110Bonilha TA, 299Bonon SHA, 221Borborema TS, 276Borges AS, 277Borges BG, 180, 181Borges CFS, 80, 81, 82, 83Borges NMTF, 272, 273, 279, 289Bouchabki G, 89Bouzas LF, 76, 77, 285Bouzas LFS, 21, 28, 50, 75, 130, 157, 198, 202, 203, 204, 205, 207, 208, 223, 263, 299Braga FHP, 130, 263Brandalezi E, 105, 149, 154Brandao ACB, 235Brandão ACR, 172Brasil SC, 80, 81, 82Brumatti M, 17, 297Brunaldi LAM, 9Brunetta DM, 259Brusamarello T, 98, 102, 104Burin M, 125Burin MM, 20Buéssio R, 11

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Calixto RF, 215Camargo JD, 179Campos DJ, 192, 193Campregher PV, 188Canado RD, 29Cancado RD, 230, 231, 255Canete AL, 159Cardone J, 41, 42, 43Cardoso DK, 30, 63, 69, 72, 73, 252Cardoso EAO, 147, 148, 150Cardoso JAP, 177Cardoso JF, 223Cardoso LGA, 227, 237, 251Cardoso LSG, 209Cardozo DM, 221Cariani CA, 38Carlesse FAMC, 273Carneiro LQC, 64Carneiro MJ, 269Carneiro VA, 223Carraro AP, 160Carvalho ACM, 257Carvalho DLC, 189, 191Carvalho DS, 233Carvalho EB, 32Carvalho H, 122Carvalho L, 126, 127, 182Carvalho NN, 56Carvalho PDR, 30, 63, 69, 72, 73, 252Carvalho PJ, 94Carvalho RPE, 114, 115Castilho CFC, 95, 133Castro ACP, 291Castro ADAE, 7Castro AP, 99, 100, 128Castro FFDS, 69Castro FFS, 72, 73Castro PF, 170, 171Castro R, 208Castro TGP, 11Cavalcante A, 46Cavalcante FG, 195Cavalcante FSA, 184Centrone AFY, 155Chagas GM, 114Chagras PLRD, 124Chaves PHA, 184Chiattone RR, 29, 230, 231, 255Chiconato GC, 192, 193Ciocari JMC, 53, 84, 173, 175Cita RF, 21

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Claudino RE, 223Cliquet MG, 25Cocco M, 6Cocco MDN, 162, 163Coelh IFM, 157Colella MP, 216Coletto E, 233Colli CM, 65Colturato I, 210, 217, 240, 268, 283Colturato V, 282, 286Colturato VAR, 117, 118, 210, 211, 215, 217, 240, 245, 268, 283, 284Colturato VR, 54Compte LCM, 14, 67, 264Corassini EFS, 25Coronato BO, 91Correa L, 188, 190Correia RP, 13Corrêa L, 189, 191Corrêa S, 26Costa AF, 51Costa BAD, 265Costa DC, 20Costa LSS, 97, 99, 100, 105, 128, 131, 132, 154, 158Costa RMF, 80, 81, 120Costa SF, 8, 67Costa TCM, 150, 161, 275, 293Coulturato VA, 285Couto CS, 156Couto DHN, 172Crepaldi MS, 278, 294, 295Crosato EM, 187Cruz ACB, 230, 231Cruz AF, 3, 130Cruz EDA, 108, 109Cruz IC, 51, 52Cruz KRP, 136Cruz LB, 298Cruz LF, 113Cruz LN, 251Cunha JM, 117, 118Cunha JMT, 27Cuzzi T, 27Damasceno M, 57Datoguia TS, 16, 18, 243Daudt L, 282, 286Daudt LE, 20, 31, 194, 239, 244, 250, 251, 281, 284, 285David MFM, 15Daza L, 239, 244De-Marco R, 32, 33Delponte V, 94, 291Desidério DC, 117

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Deus MC, 179Dias JBE, 137, 138, 139, 161Diaz L, 215Dillenburg CS, 194Dine MFS, 170Domingues LCB, 185, 253, 298Dominguez RGS, 93Donega SLZ, 174, 175, 178Dornelles L, 37, 39Dornelles LN, 34, 35Doro MP, 153Duarte AM, 121Duarte FB, 1, 215, 259, 260, 280Dóro MP, 152Echeverria VF, 44, 46Eduardo FP, 188, 189, 190, 191Eizerik DP, 180, 181Emmel V, 21, 68, 74, 75Enciso CR, 177Esteves I, 188, 211, 241, 246, 247Esteves MFV, 136Etges APBS, 251Evazian D, 140Ewald G, 43Fabris CS, 181Fabro ALMR, 66, 284Fagundes I, 41, 42, 43Faria JTB, 58, 275, 288, 290, 293Farias SNP, 78Faune CC, 175Fava M, 186Favaro P, 216Fecury AA, 59, 64Feitosa MK, 34Felix DMM, 124, 133Fernandes CNNC, 141Fernandes HS, 11Fernandes J, 286Fernandes JF, 17, 89, 131, 170, 171, 281, 282, 284, 285, 296, 297Fernandes PA, 214, 224, 265, 266Fernandes PR, 226Fernandes WM, 87Ferrarez MS, 195, 196Ferreira AA, 24Ferreira AM, 8, 238, 258Ferreira CEDS, 188Ferreira DC, 15, 225Ferreira DM, 47Ferreira GSA, 63Ferreira ICM, 76, 77Ferreira M, 85

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Ferreira MH, 190, 191Ferrer MM, 222Ferro TL, 66Figueiredo TWB, 86, 98, 102, 103, 104, 108, 109, 142Filho ACBN, 241Filho JS, 140Filho JUA, 11Filho RJG, 7Filho VO, 17, 171, 186, 296, 297Fischer G, 239, 244Flor J, 146Flowers M, 282, 286Flowers ME, 285Flôr JS, 111, 181Focchesatto C, 111, 146Fonseca-Hial AMR, 15Forte DN, 291Fortunato LR, 58, 275Fraga TR, 19Franceschi FLS, 217, 240, 283Francheschi FLS, 210, 268Francisco RDS, 45Franco MP, 168, 169Franco S, 286Franzotti V, 132Frascino AV, 186Freire NCB, 129, 141, 184, 249Freitas AGS, 83Freitas JS, 244Freitas PRG, 32Freitas TT, 71, 262Frota EE, 199, 227, 237Fróes GS, 51Funke VA, 215Funke VAM, 233, 234, 235, 236Furine ACA, 137, 138, 139Furlan JM, 22, 23Furtunato F, 165, 166Furuyama TN, 36Félix OMWO, 272, 279Gadelha AT, 280Gama B, 21, 68, 74, 75Gamio F, 42Garcia JT, 147, 148, 150, 161Garcia LSE, 167Garcia VD, 48Garnica M, 55, 56, 57, 90Garofolo A, 278Garófolo A, 287, 294, 295Gasparini AC, 112Gatiboni T, 200, 277

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Gato MIR, 177Gelabert LN, 207Georg CS, 46Geraldo BLSS, 214, 224Gerbase-Delima M, 32, 33, 36Getz J, 34, 35Giamberardino HI, 66Gil BC, 41, 42, 43Ginani VC, 271, 292Gobbi MF, 190Godinho CH, 46Godzikowski FBC, 104, 142Goldenstein MFL, 34, 35Gomes AA, 49, 291Gomes JM, 129, 141Gomes LMGP, 129, 141, 184, 249Gomes MDN, 76, 77Gomes MNF, 44Gomes MSB, 129Gomes RR, 57Gonalves AD, 31Gonalves ER, 137Gonalves MCP, 185, 253Gonalves P, 128Goncalves CG, 84Goncalves ER, 138, 139Goncalves V, 3Goncalves VD, 232Gonzalez S, 3Gordan LN, 174, 175, 178Gouveia R, 285, 292Gouveia RV, 271Grasel CF, 271Grecco C, 285Grecco CES, 58, 275, 288, 290, 293Gregianin LJ, 200, 277, 298Gregorio SS, 38Grings CO, 127, 182, 197Guaraná M, 60, 61Guedes EDS, 62Guedes MM, 141Guelmann R, 112Guelsin GAS, 45Guimaraes IR, 29Guimarães ALC, 147, 148, 150, 161Guimarães CP, 106, 170Guimarães F, 221, 221Guimarães RFC, 272, 273, 274, 279, 289Guimarães T, 8Gurgel LA, 249Gusmao BM, 215

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Gusmão BM, 9Halaban SS, 87Hamerschlak N, 5, 6, 7, 16, 17, 18, 97, 105, 112, 131, 154, 162, 188, 189, 190, 191, 201, 211, 213, 215,229, 232, 241, 242, 243, 246, 247, 248, 254, 256, 267, 275, 281, 285, 296, 297Hamid JSA, 19Hassan R, 68, 74, 75Heinzen E, 209Heldt E, 101Helman R, 9, 275Henrique EN, 117Higashi F, 255Hirose EY, 206Hugo CPC, 115Iacontini EGR, 44, 46Ibanez ASS, 272, 273, 274, 279, 289Ikoma MRV, 268Iszlaji C, 87Jabbur IS, 86, 103Jarandilha K, 292Jdn R, 143Jobim LF, 20, 41, 42, 43Jochims AMK, 127, 182, 185, 253Jr LGD, 281, 282, 286Jr MCE, 277Jr VCAF, 272, 274, 279, 289Junior CBM, 129Junior CGC, 277Junior JNC, 122Junior LGD, 58, 275, 288, 290, 293Junior MCE, 200Junior VCAF, 273Júnior JNC, 71Kalinowski LC, 104, 108, 142Kaufman J, 1, 129, 249, 259, 260, 280Kehl A, 87Keitel E, 48Kerbauy F, 18, 131, 254Kerbauy LN, 18, 243Kerbauy MN, 241, 242, 243, 246, 247, 248, 267Kern LB, 227, 237, 250Kernkraut AM, 149, 155, 158Kiche LT, 162, 163Kieuteka EEM, 192, 193Kioroglo PS, 291Kist R, 48Klinger PH, 288, 290Koch LM, 5Koch LO, 7Koch LOM, 213, 256Kojo TK, 103, 108, 109Kondo AT, 131, 247, 267

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Krsticevic FJ, 74Kruger M, 41Kudo AM, 168, 169Kulzer A, 41, 42, 43Kunrath R, 111, 135, 145, 146, 181Kuo CN, 122Kusma SZ, 110Kutner JM, 247, 267Kuwahara C, 282Kwuahara C, 37Landy GA, 170Lazari JC, 228Leal BB, 51Leal NP, 129Leati RS, 246, 267Lee MLM, 17Legnani A, 236Leitao JPV, 259Leite AJS, 113, 116Leite DB, 299Leitão JPV, 1, 249, 260, 280Lemes RPG, 1, 215, 259, 260, 280Leopoldo V, 161Leopoldo VC, 137, 138, 139Lermontov S, 285Lermontov SP, 80, 81, 82, 83, 208Lerner D, 68, 195, 196, 208Lessi RL, 19Leviski BL, 152, 153Liano LPM, 106Libório V, 15Lima ACM, 33, 34, 35Lima AP, 104, 108, 109, 110Lima JR, 184Lima KK, 126, 127, 182Lima M, 232Lima MCC, 9Lima PLS, 84Lira CCP, 263Lobato L, 116Lodi FM, 115, 218, 219, 220, 276Loff L, 135, 145Loff LM, 180Lolatto G, 152, 153Lopes CP, 25Lopes CR, 177Lopes DCOS, 254Lopes GT, 3Lopes IE, 9Lopes LF, 215Lopes MAVF, 46

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Lopes MR, 216Lopes RB, 223Lopes RMG, 189, 191Loss JF, 200, 277Loth G, 281Lotério LDS, 147, 150Lourenco MLPC, 167Lucchesi LN, 132Lucena AF, 101Lucio F, 212Luisi FAV, 274Luiz ES, 119Macedo AV, 115, 116, 218, 219, 220, 276Macedo C, 292Macedo D, 68Macedo MCMA, 214, 215, 224, 265, 266Macedo RS, 183Machado CAM, 86, 104Machado CM, 54, 58, 117, 118, 268, 283Machado FD, 126, 127, 182Madeira GG, 209Maeda BS, 11Maestri R, 135Mafra ABB, 49, 291Magalhães APS, 24Maia MDSFS, 141Maia PBSDS, 196Maia PBSS, 195Maiolino A, 55, 56, 57Malvezzi M, 236Mandetta MA, 121Maniaes T, 160Manrique MR, 30, 63Mantovani LF, 89Mantovani LFAL, 17, 105, 171, 296, 297Manzoli BS, 89Mar V, 143Maradei SP, 208Marangon AV, 221Marcal AJ, 57Marques AB, 142Marques IB, 72Marques JF, 87, 292Marques MF, 199Marques RF, 200, 277Marques T, 157Marques TF, 198, 203Marret ACF, 29Marrett AC, 46Martin YC, 62Martinho GH, 113, 114, 115, 116, 218, 219, 220, 276

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Martins IS, 68Martins JS, 183Martins LNGF, 53, 84Martins RS, 288, 290Massa B, 97, 254Massola MEA, 112Matos AV, 229, 243, 246, 247, 248, 267Matos M, 38Mattos ER, 268Mattos MR, 91Matucheski BD, 66Mauad LMQ, 245Mazzini AT, 38Medeiros LA, 235Meira AOS, 96Melo AG, 88Melo AL, 30, 63, 69, 72, 73, 252Melo EF, 146Melo MKS, 238, 258Mendes AV, 71Mendes CEA, 13Mendes MAF, 21Mendes MBN, 103Mendona AC, 272, 273, 274, 279, 289Mendona PS, 141Mendonca KFM, 106Mendrone-Junior A, 14, 49, 264Menegueti MG, 137, 138Meneses CF, 200, 277Menezes FG, 128Mercês NNAD, 103, 104Merfort LW, 39Merzoni J, 42Michalowski MB, 200, 277Milaré LSS, 274Miranda CF, 269Miranda ECM, 221, 222Miranda RJ, 116Miura AA, 165, 166Miz R, 43Molla VC, 258Monteiro C, 272, 273, 274, 279, 289Moraes BDGC, 140Moraes CCL, 28Moraes DA, 161Moraes DSC, 173, 175, 178Moraes J, 146Moraes P, 20, 41, 42, 43Moraes TP, 174Moragas SDS, 119Morais DS, 127, 164, 182

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Morais MB, 271Morais PAG, 70, 270Morais TP, 173, 175Moreira CC, 113Moreira F, 8, 264Moreira MCR, 208, 215Moreno JRDP, 54Moreno L, 71, 122Morini BC, 216Morávia LB, 115, 218, 219, 220, 276Mosquim SAR, 144Mota MA, 24Motta CL, 11, 95, 123, 124, 134, 151, 165, 166, 228Motta LC, 70Motta MM, 48Moura ATG, 1Moura ELB, 69, 73Moura JC, 76, 77Moura MAE, 24, 226Mourão TB, 36Munerato MC, 194Murakami HNF, 171Murillo J, 74Nabarrete JM, 212Nabhan S, 39, 233Nabhan SK, 234, 236Nakada KK, 171Nakamura CH, 278, 287, 294, 295Nascimento K, 269Nascimento LC, 85Nascimento NB, 53, 84Nascimento RM, 3Negreiros E, 231Negrete CL, 183Nemetz KB, 298Neto AEH, 24, 215, 226, 270Neto JVP, 269, 269Netto GZ, 17, 296, 297Neumann J, 48, 250Neves AF, 173, 174, 175Neves HRAD, 201, 211Neves NSH, 297Neves VM, 99, 100, 128Nichele S, 281Nilsen L, 139Nobre V, 218, 219, 220, 276Noguchi DT, 112, 242Nogueira FD, 53Nogueira RMG, 99, 100, 105, 128, 132, 154, 158, 191Nonino A, 269Noriler S, 133

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Notti RK, 227, 237, 251Novis Y, 238Novis YA, 291Nucci M, 60, 61, 257Nukui Y, 14Nunes MBM, 86Nunes RFM, 11, 14Oglio ACD, 20, 239, 244Oguita SM, 106Okada LY, 214, 265, 266Okumura IM, 152, 153Olalla-Saad ST, 216Oliveira A, 94Oliveira AA, 96Oliveira APRP, 206Oliveira CA, 113, 114, 115, 116Oliveira DS, 249Oliveira ES, 98, 102Oliveira GRE, 47Oliveira IS, 160Oliveira JMS, 76, 77Oliveira JSR, 15, 225Oliveira JT, 235Oliveira L, 262Oliveira LCF, 136Oliveira LCS, 54Oliveira M, 71Oliveira MA, 57Oliveira MB, 51, 52Oliveira MBI, 111, 135, 145, 145, 180Oliveira MC, 58, 137, 138, 139, 147, 148, 161, 275, 288, 290, 293Oliveira MFC, 137, 138, 139Oliveira MM, 233, 234, 236Oliveira NCA, 26Oliveira PDP, 192, 193Oliveira PE, 19Oliveira V, 89Oliveira VB, 2, 4, 12Oliveira VF, 226Oppermann CZ, 164Orlandini GM, 101, 107, 125, 126Ornellas BC, 70Ouvinã RFSC, 55Pacheco A, 38Pacheco CL, 197Pacicco CM, 266Paganotti B, 271Paiva E, 56, 90Paiva PM, 271Paludetto FS, 173, 174, 178Paraguassú-Braga FH, 28, 299

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Parisio K, 15Pasquini M, 201Pasquini MC, 211Pasquini R, 35, 37, 39, 233, 234, 235, 236, 281Passos EP, 23Passos OC, 262Passos RDS, 2, 4, 12Passos RMA, 14Paton EJA, 136Paulo IMN, 184Paz A, 125, 215Paz AA, 20, 31, 185, 194, 197, 199, 237, 239, 244, 253Paz AHR, 23Pedebos GL, 127, 182, 197, 199Pedro B, 224Pedro EC, 13Pedrosa MFV, 92Peixoto AJ, 55Pena LC, 136Pereira A, 105, 154, 189, 296Pereira AD, 238Pereira AR, 125Pereira AZ, 5, 6, 7Pereira BBS, 58Pereira IB, 110Pereira KC, 147Pereira KRC, 150, 161Pereira LRL, 176Pereira MP, 20, 31, 244Pereira NF, 33, 34, 35, 37, 39, 187Pereira PL, 17, 297Pereira SL, 195, 196Pereira TDM, 258Pereira TE, 44Peres ALM, 255Perini G, 229Perini GF, 9, 241Piazera FZ, 269Pieroni F, 147, 150, 293Pieroni SRTF, 293Pignatari ACC, 62Pimenta LS, 2, 4, 12Pinhatti AV, 111, 180, 181Pinheiro AN, 184Pinheiro ESC, 130Pinto CC, 261Pinto JDA, 28, 263Pintor DCQ, 140Piovacari SMF, 212Pires FBC, 112Pires RP, 62

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Pitombeira BSG, 1Pitombeira MHS, 260, 280, 280Pivari RB, 70Polanczyk CA, 251Ponciano DB, 179Pontes ACRS, 108, 109, 110Pontes GN, 45Pontes L, 98, 102, 108, 109, 110Portela LF, 78Porto EFM, 13Portugal R, 55Possani VC, 210Pozzer BS, 31Prieto MF, 112Proena SFFS, 104Proenca SFFS, 86Pschaefer PGS, 194Queiroz KC, 114Quiroga M, 37, 39Quiroga MRS, 34Quixadá ATS, 260Rafael MN, 89Ramos JF, 8, 67, 258Rampim GF, 36Rangel AC, 2, 4, 12, 80, 81, 82, 119, 120Rangel ACS, 3, 78, 79, 83Rangel LC, 56Rangel LCO, 90Reichert A, 101Reid MM, 18, 255Reis A, 15Reis AND, 177Reis C, 93Reis EL, 144Reis MBFD, 290Rena JA, 25Requena RG, 173, 174, 175Requião L, 38Rett PF, 66Rezende ACP, 232Rezende M, 74Ribeiro AAF, 5, 6, 16, 18, 131, 241, 242, 243, 246, 247, 248, 267, 296Ribeiro CML, 269Ribeiro CVR, 79, 83Ribeiro L, 37, 281, 285Ribeiro LA, 64Ribeiro LL, 152Ribeiro R, 123, 124, 133, 134Ribeiro RC, 70, 284Rigoni LDC, 20, 199, 227, 237, 239, 244, 250, 251Rocha CP, 135, 146, 181

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Rocha DJM, 98, 102Rocha JDA, 229, 241, 243, 246, 247, 248, 267Rocha SCC, 122Rocha V, 8, 14, 49, 67, 140, 238, 258, 264, 291Rocha VM, 113Rodrigues ALCC, 206Rodrigues CA, 238Rodrigues DG, 162, 163Rodrigues JMS, 25Rodrigues KF, 51Rodrigues M, 213, 256Rodrigues MA, 214Rodrigues MV, 222Rohsig LM, 22Romano FRS, 112Romero M, 40Rosas AMMTF, 130Rosin FCP, 188Rosset C, 43Rossi F, 8Rumiato AC, 175, 178Russo FT, 214, 265, 266Röhsig LM, 23Sabaini CS, 54, 210, 217, 240, 283Saggioro A, 210Saito MH, 44Saitovitch D, 250Sakuraba R, 232Salles FRP, 173, 174, 175Salton GD, 22, 23Salvino BG, 262Salvino MA, 71, 93, 122, 156, 215, 262Sampaio AC, 103Sampaio EL, 144Sampaio MS, 214Sampaio MWC, 129, 141Sanches LR, 188Sandri LCS, 86, 103, 108, 110Sanguedo L, 57Santana P, 71Santiago BCSA, 261Santis GC, 288Santoro ALR, 115, 218, 219, 220, 276Santos ACD, 293Santos ACFD, 117, 118, 245, 268Santos AFSD, 192, 193Santos AMGD, 82Santos ARD, 278, 294, 295Santos DGD, 162Santos DOD, 184Santos ECD, 159, 159

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Santos FFD, 63Santos FPS, 9, 16, 241Santos GRPD, 53Santos JS, 114Santos KBD, 270Santos KJD, 271Santos LLD, 148Santos MA, 147, 148Santos MAD, 150Santos MAFD, 144Santos MFFD, 95, 124Santos MSSD, 130Santos MTD, 200Santos PED, 70, 270Santos PPMD, 197, 199Santos RM, 56Santos RMD, 29Santos T, 108, 109Santos TD, 86, 103Santos TEJD, 215, 259, 260, 280Sar M, 143Saraiva T, 135, 146Saraiva TKG, 111, 145, 180, 181Sasada INV, 127, 182, 194Sasaki M, 271Sasaki MLVS, 292Savian R, 235Scabim VM, 140Scacco G, 173, 174, 178Scharff IC, 24, 226Scheinberg P, 11, 151, 228Schenoveber M, 192, 193Schimidell D, 13Schirmer M, 68, 82Schmalfuss T, 22, 23Schmidt-Filho J, 14, 67, 264Schneider N, 23Schotdfeldt J, 42Schraeder JR, 83Seber A, 87, 271, 281, 282, 284, 285, 286, 292Secoli SR, 88Sehn F, 31Selistre SGA, 200, 277Senna SG, 48Serique COGP, 272, 273, 279, 289Serpa M, 238Setubal D, 233, 234, 235, 236Severine AN, 206Silla LMR, 20, 23, 31, 239, 244Silva AC, 87Silva ACL, 206

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Silva AF, 125Silva BA, 97, 254Silva BSP, 32Silva C, 40Silva CAP, 238Silva CC, 7, 16, 97, 131, 189, 190, 201, 211, 242, 243, 254, 285Silva CHC, 129Silva EF, 114Silva FR, 217, 240, 268, 283Silva GS, 183Silva HC, 262Silva HF, 1Silva ICB, 250, 251Silva IDCG, 225Silva IP, 90Silva JB, 88Silva JE, 124, 133Silva JLDV, 106Silva JM, 162, 163Silva KHS, 288, 290Silva LAA, 98, 102, 103, 142Silva LM, 224Silva MAL, 31Silva MM, 208Silva MOL, 167Silva PM, 54, 117, 118, 210, 217, 240, 245, 283, 285Silva PO, 101, 125, 126, 164, 194, 227, 237, 285Silva PR, 187Silva RA, 30Silva RF, 221Silva RL, 214, 224, 265, 266Silva RR, 37Silva RZDR, 32Silva SA, 10Silva SR, 86, 104, 108, 110, 142Silva TC, 164Silva TS, 19, 135, 145, 146, 199, 227, 237, 250, 251Silva VR, 116Silva W, 62Silva-Rodrigues FM, 85Silveira CAP, 269Silveira DRA, 67Silveira RCCP, 137, 138, 139Silveira SLM, 107Siminone AJ, 54Simione AJ, 210, 211Simioni AJ, 117, 118, 217, 240, 245, 268, 283Simoes SR, 262Simoni AJ, 201Simões A, 187Simões AA, 214, 224, 265, 266

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Simões BP, 58, 147, 148, 150, 161, 176, 275, 288, 290, 293Simões CM, 214, 224, 265, 266Simões LF, 51Simões VCR, 72Soares NJA, 64Soares RDA, 215Soares RM, 101Sogayar AMCB, 242Sola AF, 62Sola CB, 233, 234, 235, 236Sona BF, 210Sonaglio EP, 19Soto GS, 92Sousa FA, 13Souza A, 192Souza AM, 247Souza CA, 216, 221Souza FAA, 162Souza FCB, 51, 52Souza FMLDNS, 272Souza JH, 1, 260Souza MCE, 65Souza MN, 224Souza MOE, 54Souza MP, 54, 117, 118, 210, 217, 240, 268, 283Souza MV, 195, 196Souza P, 296Souza PMR, 5, 213, 256Spadao FS, 8Spinelli B, 235Stanzione RL, 229, 241, 243Stelet VN, 40Stevenazzi M, 215Stracieri ABPL, 58, 147, 176, 275, 288, 290, 293Sunakozawa OKM, 89, 106, 170, 171Szczepanik AP, 104Szor RS, 238Sá BL, 5, 6, 154, 212Sá FV, 63Sá GMP, 3, 78, 79Taba L, 131Tahan S, 271Takao GM, 25Takeda VME, 29, 231, 255Takedo VME, 230Talerman C, 163Tanaka M, 212Tapia E, 74Tavares N, 76Tavares NS, 198, 202, 203, 223Tavares RCB, 208, 285

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Teixeira GM, 113, 114, 115, 116, 218, 219, 220, 276Temin J, 33Teodoro JL, 123, 124, 133, 134Terapin CF, 44Tiyo BT, 65Tofani AA, 172Toresan R, 41Torga JP, 115Torres CR, 111, 135, 145, 180Torres L, 21, 50, 75, 204, 205, 207Torres M, 38Torres MA, 45, 49Tranchesi RAM, 62Trecco SMLSS, 140Trigo FC, 178Trindade SMM, 122Trope BM, 27Tucci JAL, 242Tucunduva L, 238Turibio I, 87Tusani GS, 106Valentim MR, 55, 56, 57, 90Valim VS, 31Vasconcelos RS, 269Vasques FS, 62Vaz AC, 13Venancio AM, 17, 105, 171, 296, 297Venâncio AM, 89Venâncio IS, 124, 133Vera-Lozada G, 68Vercosa MR, 218, 219, 220, 276Vergueiro CSV, 44, 46, 87Veronese CBB, 19Viani K, 89Viani KHC, 170Victor ES, 7Vidmontiene DDA, 77, 198, 202, 203Vieira AK, 116, 218, 219, 220, 276, 284Vieira GA, 229, 243, 246Vieira GM, 57, 71, 122, 262Vieira PCR, 114Vieira PFC, 263Vigorito AC, 215, 216, 222, 285Vilagra A, 87Vilela NC, 215Villa PR, 265, 266Villela AP, 40Villlela N, 285Vince CSC, 297Visentainer JEL, 65, 221, 221Vivas YAV, 24, 226

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Vogel C, 97, 99, 100, 105, 112, 128, 131, 132, 149, 154, 155, 158, 189, 201, 242, 254Waisbeck TMB, 99, 100, 105, 128, 131, 132, 154, 158, 190, 242, 296Wakim RS, 29Wall ML, 86Weltman E, 232Winik A, 45Wroclawski ML, 162Zalaf LR, 133, 165, 166Zambonato BP, 31, 126Zambone MA, 140Zampirom K, 152, 153Zanette AA, 49Zanetti HK, 48Zanetti LP, 54Zanetti MOB, 176Zanetti MV, 291Zanão VA, 15Zaratin IML, 162Zecchin V, 282, 285, 286Zecchin VG, 272, 273, 274, 278, 279, 284, 287, 289, 294, 295Ziegler B, 164Zombrilli AF, 137, 138, 139, 161Zuckermann J, 127, 182, 185, 194, 253Zucoloto TG, 137, 138, 139Zukauskas MMS, 155

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