holodomor – o holocausto ucraniano “esquecido” - instituto liberal

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    Em 14 de dezembro de 2013 Views: 21 visualizações Print Email

    Holodomor 

    Holodomor – O Holocausto Ucraniano “esquecido” Por Webmaster 

    ROBERTO BARRICELLI*

    Quando um idiota útil pregar “as maravilhas do comunismo” o questione sobre o

    Holodomor. Ou ele se calará pelo medo de falar sobre um assunto que destrói todas as

    convicções que possui, ou negará o ocorrido, tentando desesperadamente e de todas as

    formas desacreditar a verdade. De qualquer maneira, acabou o debate e ele terá se exposto

    ao ridículo.

    O Holodomor também é conhecido como holocausto ucraniano. Em 1929, sob o comando

    de Joseph Stalin, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) iniciou uma

    campanha de coletivização forçada sobre as propriedades rurais, principalmente na

    Ucrânia, cujo sentimento nacional era considerado um perigo real aos interesses

    comunistas.

    Primeiro todos os Kulaks (fazendeiros donos de quantidade expressiva de terras) foram

    declarados sabotadores e inimigos da União Soviética. Após isso, o Governo iniciou sua

    campanha para colocar os camponeses contra esses.

    Imagina a “surpresa” de Stalin ao descobrir que os camponeses eram ainda mais contra a

     política soviética do que os próprios Kulaks? Não pensou duas vezes e prendeu, deportou,

    assassinou, enfim, exterminou os Kulaks existentes, para depois utilizar o termo para

    qualquer camponês que cometesse o terrível crime de possuir duas vacas, plantar e colher 

     para si, colher batatas, etc.

    A coletivização forçada pretendia suprir o que o governo soviético considerava necessário em cereais para abastecer as cidades, sendo iniciada em 1929.

    Porém, tomou dimensões nefastas e foi utilizada como tática de extermínio. Essa ordem gerou o desestímulo à produção, pois “porque produzirei que nem

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    um maluco, se no final tudo ficará ao Estado e passarei fome?”. Então, Stalin classificou a todos como “ Kulaks sabotadores” e utilizou este discurso para

    legitimar de vez a coletivização forçada.

    Em 1932, com a coletivização forçada já praticamente concluída e todos aqueles a quem se poderia chamar de  Kulaks (pela definição criada por Stalin)

    mortos, presos ou em fazendas coletivas para trabalhos forçados, Stalin ordenou uma caça aos intelectuais e personalidades culturais da Ucrânia, pois via

    nestes a possibilidade de tornarem-se líderes naturais de uma possível resistência ao regime comunista. Após alcançar tal meta, voltou-se aos camponeses,

    que devido ao seu nacionalismo e tradições, deveriam ter a mente, o corpo e o espírito dilacerados.

    Stalin começou propositalmente estipulando a produção de uma quantidade mínima X para abastecer as cidades, porém, a quantidade estipulada era muito

    acima da real capacidade de produção. Nessa época as propriedades privadas já tinham sido transformadas em enormes fazendas estatais coletivas.

    Com 20 milhões de propriedades rurais privadas agora transformadas em 240 mil fazendas estatais, com os “falsos  Kulaks” obrigados a trabalhar nestas e a

    determinação de uma produção mínima, porém maior que a capacidade de produzir, Stalin levou os ucranianos ao limite da fome e miséria humanas.

    Ora, se não produziam sequer o que estava definido como necessário para o abastecimento das cidades, logo, não lhes sobrava nada para comer. A fome foiinstituída pela União Soviética ao povo da Ucrânia, resultando no terrível Holodomor, em 1932-1933. Nesse curto período de tempo, devido a fome,

    morreram aproximadamente 6 milhões de ucranianos. Mas a situação piora e é de embrulhar o estômago.

    Como obviamente a produção ficara abaixo da meta estipulada, Stalin deu ordens para seus ativistas confiscarem dos camponeses todo o cereal que estes

    tivessem, com a desculpa de que precisavam ficar dentro de tal meta pelo bem da URSS e de seu “povo”. Estes ativistas invadiam as casas dos ucranianos à

     procura de comida que estes escondiam para a própria sobrevivência. Colher o fruto do seu próprio trabalho virara crime hediondo, com penas de 10 anos,

    ou até de morte.

    Em 1933, com a Ucrânia à beira do extermínio em massa de seu povo pela fome, Stalin aumentou a meta de produção e coleta de cereais. Foi o golpe final

    de Stalin sobre os ucranianos. A partir desse momento, corpos eram encontrados por todos os lugares e a loucura estava espalhada. Há documentados casos

    de canibalismo; imagine que crianças, idosos e outras pessoas desapareciam “misteriosamente”, mas na verdade foram assassinados e devorados por 

     parentes (até Mães e Pais) e vizinhos, ou estranhos. Há relatos de pessoas devoradas vivas.

    Claro que, ao longo dos anos, tentaram desacreditar os fatos, porém, documentos foram encontrados e sobreviventes contaram pelo que passaram. Até

    ativistas da URSS confessaram os crimes hediondos contra a humanidade. Recomendo a leitura do livro The Harvest of Sorrow (A colheita do sofrimento),

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    de Robert Conquest, onde visualizarão os horrores do Holodomor através dos relatos e documentos mencionados.

    Voltando, os ativistas diziam a si próprios que o que faziam era necessário pelo bem do comunismo e da União Soviética, sendo legitimável o assassinato

    de milhões de pessoas. Se, além da fome, considerarmos outros incidentes com camponeses, provocados pela política nefasta de Joseph Stalin, no período

    de 1930 até 1937, o número de mortos/assassinados sobe para 14,5 milhões.

    Stalin acreditava firmemente que se tudo não fosse do Estado, a URSS entraria em colapso e a produção de cereais seria insuficiente para suprir asnecessidades do povo. Bem, ele estava tão errado, que em 1985, com Mikhail Gorbachev no poder, nos 2% de terra privada que restara eram produzidos

    30% do total de cereais. Iniciativa privada provando novamente ser melhor e mais eficaz que a socialização.

    Atualmente a Ucrânia passa por fortes protestos pelo congelamento da assinatura de um acordo com a União Europeia e possibilidade de assinatura de um

    acordo com a Rússia, aproximação essa que nem há anos luz de distância querem os ucranianos, tamanho o trauma sofrido nas mãos do Kremlin.