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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB São precisos mais acordos judiciários com o con- tinente, para que as extradições sejam mais fáceis, lamenta Sam Hou Fai, presidente do TUI. Na semana em que o Governo promete mais relatórios, os moradores estão à beira de um ataque de nervos. DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 8 DE ABRIL DE 2014 ANO XIII Nº 3066 Acordos na forja ENTREVISTA PÁGINAS 2 E 3 A POPULAÇÃO AINDA SE LEMBRA DOS MÉDICOS PORTUGUESES PÁGINA 5 POLÍTICA PÁGINA 5 PRESIDENTE DO TUI QUER MAIS EXTRADIÇÕES PARA O CONTINENTE hojemacau SIN FONG Promessas quebradas JOÃO AMBRÓSIO, DA CRUZ VERMELHA DE MACAU LUDACRIS “Macau é Las Vegas em esteróides” ENTREVISTA CENTRAIS

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Hoje Macau N.º3066 de 8 de Abril de 2014

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Page 1: Hoje Macau 8 ABR 2014 #3066

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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PUB

São precisos mais acordos judiciários com o con-tinente, para que as extradições sejam mais fáceis, lamenta Sam Hou Fai, presidente do TUI.

Na semana em que o Governo prometemais relatórios, os moradores estãoà beira de um ataque de nervos.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 T E R Ç A - F E I R A 8 D E A B R I L D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 6 6

Acordos na forja ENTREVISTA PÁGINAS 2 E 3

A POPULAÇÃO AINDASE LEMBRA DOS MÉDICOS PORTUGUESES

PÁGINA 5

POLÍTICA PÁGINA 5

PRESIDENTE DO TUI QUER MAIS EXTRADIÇÕES PARA O CONTINENTE

hojem

acau

SIN FONG

Promessas quebradas

JOÃO AMBRÓSIO, DA CRUZ VERMELHA DE MACAULUDACRIS“Macaué Las Vegasem esteróides”

ENTREVISTA CENTRAIS

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2 hoje macau terça-feira 8.4.2014ENTREVISTAHO

JE M

ACAU

ANDREIA SOFIA [email protected]

Quais os novos projectos que a Cruz Vermelha de Macau (CVM) está a desenvolver? Estamos a dedicar o nosso tempo à procura de instalações para o centro de transporte de doentes para o hospital, porque temos de sair rapidamente das instalações actuais [o espaço na avenida da República, arrendado à Santa Casa da Misericórdia, será usado para a nova creche da instituição]. Mas em Macau é difícil encontrar um lugar que tenha essas condições.

JOÃO MANUEL AMBRÓSIO, DA CRUZ VERMELHA LOCAL, SOBRE RECRUTAMENTO PARA HOSPITAL DAS ILHAS

“É necessário pensar já nesse problema”

Há a necessidade de ficarmos um pouco isolados do centro da cidade, porque alguns doentes têm doenças contagiosas. Há poucos lugares que possamos ocupar. Até aqui temos estado um pouco afastados da cidade e tínhamos essa facilidade de transportar os doentes e evitar o contágio.

Quais as alternativas mais viáveis que estão, para já, em cima da mesa?Não podemos mudar para aqui (centro na zona do NAPE), porque este é um edifício multi-pisos e certamente que os outros inquilinos

vão protestar. Temos de localizar um espaço e adaptá-lo às nossas necessidades. Temos cerca de 40 pessoas a trabalhar nesse centro e também temos de estacionar as ambulâncias.

Já foi feito algum contacto com o Governo?

O Governo tem conhecimento deste assunto. Estamos a lutar contra o tempo, todos nós estamos a tentar localizar em Macau, ou nas ilhas, um espaço propício para esse fim. Mas isto (transporte de doentes) é apenas uma parte do nosso tra-balho. Também temos escolas de socorrismo.

A Cruz Vermelha também tem um projecto de construção de escolas em Timor-Leste. Isso já começou a ser feito?Somos membros do Fórum das Sociedades da Cruz Vermelha de Língua Portuguesa. Temos contacto com os nossos colegas todos os anos, ou através da reunião da Fe-deração Internacional. Mantemos as melhores relações com eles. No tempo da Administração por-tuguesa foi criado um fundo para prestar apoio a essas sociedades. Já construímos quase uma centena de escolas na China e estamos in-teressados em expandir os nossos

O secretário-geral da Cruz Vermelha de Macau considera que o Executivo deveria preparar com rapidez o plano de recrutamento de profissionais antes que o novo hospital seja inaugurado. Já a CVM está à procura de novas instalações para que possa continuar com o serviço de transporte de doentes para consultas e tratamentos

No tempo da Administração portuguesa recorreu-se aos médicos portugueses, que são muito bons. Ainda hoje a população reconhece as vidas que muitos salvaram

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• 154,386 mil pessoas transportadas pela CVM entre Julho de 2003

e Dezembro 2012

• 13,806 pessoas transportadas entre Janeiro e Junho de 2013

• 845 doentes transportados habitualmente

• 1006 pessoas apoiadas pelo serviço de primeiros socorros

• 5500 pessoas formadas por ano nos cursos de socorrismo

OS NÚMEROS DA CVM

3 entrevistahoje macau terça-feira 8.4.2014

Há projectos para reacti-var o centro de apoio aos trabalhadores filipinos?Sim, não só para a comuni-dade filipina. Hoje em dia temos muitos cidadãos da Indonésia, Nepal e China. Em Macau faz muita falta este tipo de apoio para os não residentes que vêm para cá trabalhar. O centro que tínhamos, na avenida Coronel Mesquita, era muito pequeno, só dava para 20 ou 30 pessoas, mas temos uma comuni-dade muito maior. Mas foi

OUTRAS COMUNIDADES

“Vivem numa cultura diferente e afastados dos seus familiares”

serviços para os países de língua portuguesa. Na altura o presidente da cruz vermelha de Timor-leste disse que estavam a construir una nova sede e que a inauguração seria em Março ou Abril deste ano. Ficou decidido que iríamos deslocar-nos lá para discutir in loco, mas ainda não recebemos novidades. As obras devem estar atrasadas, mas em breve iremos receber notícias deles.

Para além dos cursos de socor-rismo e do transporte de doentes que mais actividades é que a Cruz Vermelha desenvolve junto da comunidade local?Todos os anos formamos cerca de uma centena de pessoas na área dos primeiros socorros. Depois fazem visitas a pessoas mais vulneráveis, pessoas idosas e crianças, forne-cendo alguns alimentos.

Há cada vez mais esses casos de famílias que precisam desse apoio ao nível da alimentação, no pagamento da renda, em cuidados de saúde?Em Macau há muitas organizações que prestam esse tipo de serviço. Em algumas festividades procura-mos oferecer esse tipo de apoio e conforto às pessoas, e não neces-sariamente essa assistência social completa como fazem algumas organizações, como os Kai Fong, por exemplo. Limitamo-nos a educar os jovens, os voluntários, para este tipo de apoio às pessoas de classes mais vulneráveis.

Mas considera que cada vez mais as famílias de classe média, classe média baixa, precisam do apoio destas associações?Penso que sim, porque a esperança média de vida aumentou, e muitas vezes estamos a falar de pessoas doentes que ficam retidas em casa, porque o hospital não permite que fiquem muito tempo internadas. Os asilos também estão cheios. E então as pessoas precisam desse apoio, de acompanhamento e de atenção.

O Governo poderia providenciar mais apoio a esse nível, de cuida-dos em serviço de ambulatório?A assistência médica é uma das melhores do mundo, uma vez que as pessoas com mais de 65 anos têm assistência médica praticamente gratuita e também ao nível dos me-dicamentos, sem qualquer distinção. Mas o que falta são equipamentos e infra-estruturas. Por isso é que, na medida do possível, ajudamos o Governo. Os doentes ficam em casa mas somos nós que os levamos às consultas ou tratamentos de hemo-diálise. Em dez anos transportámos 154 mil pessoas, e só em 2013 trans-portámos mais de 13 mil pessoas.

Esses números podem aumentar?Este número tende a aumentar e todos os anos compramos duas ambulâncias novas e procuramos mais pessoal para fazer este tra-

balho. Muitas pessoas moram em prédios antigos e é muito complicado transportá-las. Estamos a utilizar, e o Governo também autorizou, o recrutamento de soldados do conti-nente. Jovens que fizeram o serviço de recruta militar e que podem fazer este tipo de serviço. Mesmo os asilos pedem o nosso serviço para transportar doentes para o hospital.

Na área social há muita falta de recursos humanos...Não há pessoas suficientes, e mes-mo o Governo quando quer recrutar em Macau tem dificuldades.

Disse que o serviço de saúde é bom porque é gratuito, mas que faltam infra-estruturas. Como olha para o atraso na construção do novo hospital das ilhas?Pelo que sei o projecto não está pa-rado, mas hoje em dia não é como antigamente, quando o Governo queria e construía. Há uma série de estudos que estão a ser feitos, estudos ambientais, para que se conheçam as condições. Cada estudo leva o seu tempo. Há que olhar para os transportes e para ver o impacto ambiental. Sendo um hospital há mais preocupações, e também so-bre os equipamentos que vão ser encomendados, para se saber se há pessoal suficiente para trabalhar com eles. Lembro-me que no hospital central encomendaram equipamento médico que nunca foi utilizado porque não havia pessoal com co-nhecimentos para o utilizar, ou então concluíram que esse equipamento já era obsoleto. Mas o Governo está muito activo. Todos gostariam de ter essas facilidades prontas de um dia para o outro, e penso que ninguém irá hesitar. Mas há muitas restrições que fazem com que não se avance rapidamente.

Falámos da questão dos recursos humanos. Considera que para abrir o novo hospital o Governo deveria solucionar esse problema rapidamente, criar um plano com antecedência?Sim. É necessário pensar já nesse problema, quando e onde vão re-

crutar médicos e se em Macau há médicos suficientes. No tempo da Administração portuguesa recor-reu-se aos médicos portugueses, que são muito bons. Ainda hoje a população reconhece as vidas que muitos salvaram. Depois foram contratados médicos de Xangai

e depois resolveram contratar médicos formados em Cantão. Diferentes dirigentes têm o seu modo de pensar. Mas acho que é necessário pensar nisso, ver o modelo de uma forma macro para se providenciar assistência médi-ca que satisfaça as necessidades locais. Porque muitas vezes as pessoas recorrem aos hospitais de Hong Kong para fazerem alguns tratamentos. Muitas vezes pode ser mais económico recorrer aos hospitais de fora em vez de apostar na formação de um departamento de uma especialidade médica para, durante um ano, só receber 10 ou 20 casos. É uma questão de economia de escala.

Então considera que enviar doentes para Hong Kong acaba por sair mais barato ao Governo.Depende do tipo de doenças. Se os espaços não forem rentabiliza-dos, se receberem poucos casos, até poderiam ser dedicados a outras áreas com maior neces-sidade. É necessário avaliar a situação. Mas não sou médico, também não sei.

A falta de infra-estruturas no serviço público de saúde está a sobrecarregar o trabalho das ins-tituições e associações privadas?Estamos a acompanhar o progresso desses assuntos. Sendo organiza-ções não governamentais somos mais flexíveis e conseguimos prestar um serviço consoante as necessidades das pessoas. O Governo tem um sistema que tem de cumprir rigorosamente, com disciplina em vários sectores. Mas estas organizações dependem do Governo, que concede grandes apoios. E o Governo sabe que estas associações são importantes.

pensado, em colaboração com o consulado-geral das Filipinas, e outros consulados, em prestar esse serviço. Por exemplo, a organização de activi-dades para estas pessoas.

Mas é um projecto a con-cretizar a curto prazo?Temos de falar com o Instituto de Acção Social (IAS) porque são eles que estão a coordenar. Talvez tenhamos de fa-zer a sensibilização de que há uma comunida-

de aqui em Macau de mais de 100 mil pessoas que precisam de apoio. Vivem numa cultura diferente e afastados dos seus familiares. É uma situação que queremos atenuar, criar um centro onde possam comunicar via computador, aprender línguas. Podemos utilizar uma escola aos fins-de--semana para que os membros dessas comu-nidades possam reunir lá, porque as escolas estão desertas nessa altura e

podem ser aproveitadas para esse fim.

Esse apoio também pode ser ao nível da alimen-tação e na prestação de cuidados de saúde?Nos fins-de-semana tal-vez, porque durante a semana têm a alimentação em casa do patrão. Penso que a Caritas já faz esse trabalho, mas numa escala ainda não muito grande.

Passados meses da tragé-dia em Tacoblan, Filipi-

nas, como está a situação na região?Recebemos um milhão e meio de patacas em donativos. Entretanto, a sociedade nacional da Cruz Vermelha na China deslocou pessoal para as Filipinas para prestar auxilio. Chegaram agora à conclusão que é necessário construir 30 ou 40 escolas. Estão prestes a assinar um memorando de coopera-ção com as Filipinas para a reconstrução das esco-las. Hong Kong e Macau tem o seu papel e vamos fornecer computadores e impressoras, consoante as necessidades. Hong Kong vai oferecer livros. Temos um contrato já preparado para assinar com eles, estamos apenas à espera da lista das escolas e dos alunos.

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4 hoje macau terça-feira 8.4.2014POLÍTICA

JOANA [email protected]

A agravação de penas na Lei de Im-prensa por crimes de liberdade de imprensa vai deixar de existir, passan-do os crimes cometidos neste âmbito

a ser punidos pelo Código Penal. O anúncio foi feito na sexta-feira por Victor Chan, director do Gabinete de Comunicação Social (GCS), num encontro com os jornalistas.

A decisão surge na sequência da revisão à Lei

LEONOR SÁ [email protected]

O Conselho de Administração da Tele-difusão de Macau (TDM) reuniu-se, no passado dia 4 de Abril, com a As-

sociação Novo Macau (ANM), para discutir questões como a liberdade de imprensa em Macau e o futuro da TDM.

Em declarações ao Hoje Macau, o presidente da ANM, Jason Chao, afirmou que embora existam diferentes valores culturais de país para país, alguns devem ser “universais”, como “a democracia, a abertura e a liberdade”. Jason Chao adiantou, ainda, que esses valores devem ser transversais, independentemente da cultura ou comunidade em causa.

Chao insistiu na “liberdade” e “objectivida-de” jornalística e a TDM mostrou-se disponível para ouvir novas sugestões e opiniões, de forma

Ng quer acabar com vazio legal na lei laboralNg Kuok Cheong, deputado da Associação Novo Macau (ANM), entregou uma interpelação escrita ao Governo onde fala do caso de despedimento dos trabalhadores dos barcos de dragagem, ao serviço da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM). Ng Kuok Cheong considera que é “difícil” resolver o conflito por causa da lei existente. “Na lei das relações do trabalho as relações contratuais na área dos trabalhos marítimos e o trabalho a tempo parcial são regulados por legislação especial, mas ainda não houve uma lei particular. Esse vazio legal já deveria ter sido resolvido há muito tempo.” - C.L.

Ella Lei pede incentivos para terapeutas locaisA deputada Ella Lei questiona o Governo sobre os planos sobre o número de terapeutas profissionais para os próximos cinco anos, questionando a existência de um mecanismo para garantir que as carreiras dos locais não serão afectadas pela importação de profissionais. Ella Lei quer ainda saber, na sua interpelação escrita, se o Governo tem um plano para incentivar jovens locais a tornarem-se terapeutas. O Governo já anunciou a contratação de terapeutas de três especialidades para Macau, mas segundo vozes do sector cerca de 30 graduados vão regressar este ano, e que até 2017 o número de licenciados que regressam à RAEM será de 100. A deputada menciona ainda na sua interpelação escrita que várias instalações sociais vão entrar em funcionamento e que a procura por este tipo de profissionais vai aumentar. - C.L.

Turismo admite estudar aumento de multaspara hotéis ilegais A directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, admitiu que a possibilidade de aumentar as multas para o alojamento ilegal está a ser estudada. A garantia foi dada numa resposta à interpelação escrita da deputada Song Pek Kei, tendo afirmado ainda que o combate ao alojamento ilegal é sempre difícil dependendo apenas da lei em vigor, pelo que a DST coopera sempre com as autoridades policiais. “A punição, segundo a lei, é muito grave, porque apesar da multa aplicada há ainda uma suspensão da unidade de alojamento e o corte de água e electricidade. Se a lei for alterada os aumentos das multas vão ser alvo de uma grande consideração. Mas precisamos de fazer um estudo em profundidade e uma análise global com o departamento jurídico”, disse a directora da DST na sua resposta. - C.L.

Erro médico À procura da definição perdida

A terceira comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL) reu-

niu na sexta-feira, tendo os deputados discutido o título da proposta de lei do erro médico e, sobretudo, a própria definição de erro médico. “Será que o título deve apontar para o tratamento de litígios decorrentes do erro médico? Litígios de erro médico abrange litígios culposos e não culposos”, disse o depu-tado Cheang Chi Keong, em declarações reproduzidas pela Rádio Macau. Das sugestões apresentadas durante o período de consulta destaca-se o “regime de res-ponsabilidade de erro médico” ou ainda “lei de tratamento de litígios decorrente do erro médico culposo”. Apesar de ainda não haver uma decisão, os deputados consideram que é necessário “exprimir melhor a intenção legislativa através do título do objecto”. Outro dos pontos debatidos está ligado com a inclusão ou não da medicina estética na proposta de lei. “No futuro, no aperfeiçoamento do articulado vamos reflectir melhor sobre isto, consultando as práticas das regiões vizinhas. Qual deve ser o aspecto estético que deve ser incluído nesta proposta de lei. Temos que redigir com algum rigor e precisão. É que nas regiões vizinhas já houve casos de pessoas lesadas, e até com casos mortais, devido aos tratamentos nos estabelecimentos de beleza”, disse Cheang Chi Keong.

O Governo decidiu não estipular o agravamento de penas na Lei de Imprensa, no caso de divulgação através da internet. Prefere passar a bola para o código Penal

LEI DE IMPRENSA RETIRADO AGRAVAMENTO DE PENAS POR CRIMES DE LIBERDADE DE IMPRENSA

Chutar para Código

“Tendo como referência a ‘Lei de Combate à Criminalidade Informática’, o artigo relativo à agravação até um terço será revogado. Por outras palavras, a aplicação de penas remeterá para o estipulado na lei penal.”VICTOR CHAN Director do GCS

NOVO MACAU DISCUTE LIBERDADE DE IMPRENSA COM A TDM

Uma televisão, dois sistemasa redefinir aquele que Chao considera ser o papel da TDM: uma meio de informação pública de qualidade, ao serviço da comunidade de Macau.

Na reunião, Jason Chao propôs a discussão de leis referentes a recursos financeiros públicos e que devem ser postas em prática para assegurar a qua-lidade do serviço público televisivo. A Teledifusão de Macau disse que tal não é necessário, uma vez que o seu contrato com o Governo já incorpora as directrizes básicas de transmissão televisiva, mas Chao considera-as “insuficientes”.

Contudo, existe concordância no que toca às diferenças entre as versões portuguesa, chinesa e inglesa da TDM. O novo director da empresa televi-siva, Manuel Pires, assistiu ao noticiário dos diferen-tes canais (português, inglês e chinês) e concordou com Chao quanto às diferenças na divulgação da informação nos três canais, facto que pode ou não estar relacionado com as divergências culturais entre as comunidades portuguesa e chinesa.

de Imprensa, a ser levada a cabo há mais de dois anos, e deve-se principalmente à popularidade da internet. “Tendo em consideração a aplicação e o uso generalizado da internet, hoje em dia os meios de disseminação de informação são incomparavelmente mais numerosos e variados do que há vinte anos, quando da publicação da Lei de Imprensa”, começou por explicar Chan.

“A internet é muito mais célere e abran-gente que os media tradicionais e, por isso, entendemos remeter para o Código Penal o que diz respeito aos crimes contra a honra de difamação e injúria e contra a reserva da vida privada, em matéria de agravação do quadro penal”, disse o director do GCS.

Ou seja, actualmente, a Lei de Imprensa prevê que os crimes de abuso de liberdade de imprensa sejam punidos de acordo com a legislação penal comum, mas agravadas “de um terço no seu limite máximo”, salvo se nessa legislação estiverem fixadas penas especialmente específicas.

Agora, o Governo pretende retirar esse agravamento para estes crimes praticados por jornalistas, que passam a ser punidos com a lei penal. “Tendo como referência a ‘Lei de Combate à Criminalidade Informática’, o artigo relativo à agravação até um terço será revogado. Por outras palavras, a aplicação de penas remeterá para o estipulado na lei penal.”

Ainda de acordo com o GCS, o trabalho de compilação das opiniões recolhidas durante a

consulta pública sobre a revisão desta lei estão já a terminar, pelo que o relatório final vai ser “publicado brevemente”. O documento – que já está na posse do Chefe do Executivo – vai servir de base para elaborar o diploma legal, que vai ser enviado à apreciação do Chefe do Executivo para que se possa dar início à produção legislativa.

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5 políticahoje macau terça-feira 8.4.2014

CECIL IA L [email protected]

JOANA [email protected]

V ÃO estar prontos esta semana os relatórios do Sin Fong Garden, o

edifício evacuado em 2012 por estar em risco de ruína. Os documentos são a chave para que seja possível uma resolução do problema, numa altura em que ainda não é possível saber quem é o responsável pela ruptura de um dos pilares principais do edifício.

De acordo com o que foi anunciado pelo Executivo na passada sexta-feira, os trabalhos de estudo e in-vestigação complementares do incidente ocorrido no prédio da Rua do Patane estão quase findos, pelo que será possível apresentar tanto o relatório feito por encomenda à Universidade de Macau (UM), como o da própria Administração. “O Governo vai divulgar os resultados das duas investigações na próxima semana”, refere o Executivo num comunicado datado da semana passada.

Com o relatório na mão, os proprietários dos aparta-mentos poderão tomar uma decisão sobre o que querem fazer ao prédio: reconstruir ou demolir. Dependendo a quem for atribuída a res-ponsabilidade, os moradores vão poder ainda decidir se levam o caso a tribunal e a quem podem pedir in-demnizações por estarem há quase dois anos fora das suas moradias.

Um primeiro relatório de investigação já tinha sido divulgado em Abril de 2013, sendo que os especialistas de Hong Kong a quem foi encomendada a inspecção concluiu que o cimento utilizado nos pilares que ruíram foi mal misturado. Os especialistas diziam que a qualidade do edifício não era má em todo o prédio e admitiram inclusive que o problema pode ter partido da falta de qualidade na execu-ção da obra e não do material em si. O Governo ainda deu início a um processo contra o empreiteiro da obra – a Companhia de Construção e Investimento Ho Chun Kei -, contra o empreiteiro das obras de fundação do estaleiro vizinho e tam-bém contra os responsáveis técnicos das obras do Sin Fong Garden. Contudo, os moradores quiseram mais

A cooperação judiciá-ria sobre crimes no âmbito penal entre

Macau e o interior da China deverá ser iniciada o mais breve possível. Quem o diz é o presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), Sam Hou Fai, que admite que a RAEM não conseguiu entregar infractores em fuga às autoridades do continente por não haver acordos nesta matéria.

O alerta foi deixado

aquando da visita da Dele-gação do Departamento de Assuntos Legais do Minis-tério da Segurança Pública chinês a Macau, na semana passada. De acordo com um comunicado disponibilizado aos jornalistas, até agora foram assinados três acordos de cooperação judiciária em matéria civil, mas ainda não foi assinado qualquer acordo em matéria penal.

“Na prática judicial, registaram-se no TUI ac-

ções judiciais de ‘habeas corpus’ intentadas contra a entrega de infractores em fuga. Mas, por não ter sido assinado qualquer acordo de cooperação judiciária de entrega de infractores em fuga entre a RAEM e o interior da China, estas entregas tornaram-se invi-áveis”, disse Sam Hou Fai.

O presidente do TUI assegura que os tribunais de Macau estão dispostos a negociar sobre a cooperação

judiciária em matéria penal entre a RAEM e o interior da China e diz mesmo que o Governo deve “iniciar o mais cedo possível o processo legislativo interno em maté-ria de cooperação judiciária inter-regional, para efeitos de fundamento de direito para a cooperação judiciária nas diversas áreas entre a RAEM e o interior da China”.

Segundo a nota de im-prensa, as representações dos dois governos enten-

deram que o acordo sobre a entrega de infractores em fuga e a transferência de condenados para continuar o cumprimento da pena no seu território de origem não só pode vir a constituir o alicerce sólido para o com-bate à criminalidade trans-fronteiriça, como também seria um benefício para a sociedade e as famílias dos respectivos condenados, além de contribuir para a sua reinserção social. - J.F.

EXTRADIÇÃO RAEM NÃO ENTREGOU INFRACTORES POR FALTA DE ACORDOS COM O CONTINENTE

As mil e uma vantagens da cooperação

Os moradores desesperam e saíram à rua de balão. O Executivo promete a entrega dos relatórios que podem trazer a solução esta semana, mas há quem tema palavras vazias...

SIN FONG GARDEN RELATÓRIOS FINAIS APRESENTADOS ESTA SEMANA. MORADORES MANIFESTAM-SE

Ó patego, olhó balão

5000balões foram distribuídos

pelos moradores do Sin

Fong à população

investigações, o que levou o Governo a encomendar o estudo à UM.

BALÕES NA RUA O anúncio do Executivo não pareceu agradar aos mora-dores do Sin Fong que, no domingo, – e depois de dois dias acampados à porta do prédio – saíram à rua para

oferecer balões. A Horta e Costa e a zona das Portas do Cerco foram os locais esco-lhidos para a manifestação que, segundo o porta-voz dos moradores, serve para angariar apoiantes.

Chau Ka Cheong ex-plicou que a nova técnica – oferecer balões em vez de folhetos – serve para que

as pessoas prestem mais atenção ao problema do Sin Fong, de forma não só a que os residentes se juntem à causa dos moradores, como também para que o caso seja mais discutido publi-camente. “Se os cidadãos nos ajudarem hoje, estão a ajudar-se a si próprios, à justiça. É preciso deixar

os cidadãos saberem o que pedem os moradores do Sin Fong, em vez de deixar que sejamos difamados.”

Os balões distribuídos tinha escrito os pedidos feitos pelos pequenos proprietá-rios do prédio ao longo dos tempos, como “queremos o relatório mais complet”, “a responsabilidade tem que

prosseguir”, “devolvam a justiça ao Sin Fong” e “quere-mos justiça social”. No total, foram cinco mil os balões distribuídos.

De acordo com a im-prensa chinesa, Chau disse considerar que ter o auxílio dos residentes de Macau leva a que o Governo apoie mais os moradores do Sin Fong Garden. Sobre o relatório, o porta-voz dos moradores disse não estar muito confiante que venha a ajudar na resolução do problema. “Espero que o Governo possa realmente auxiliar os moradores a encontrar o responsável do caso, em vez levar o assunto para fora do cerne da questão.”

Depois das manifes-tações do último mês, os moradores continuaram a comprar mais 30 tendas, revelou ainda Chau, que deixa um alerta: “se houver necessidade, as manifesta-ções vão ser a uma escala mais elevada do que da última vez”.

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hoje macau terça-feira 8.4.20146 SOCIEDADEJOANA [email protected]

A Companhia de Teleco-municações de Macau (CTM) vai fornecer a rede que permitirá a

transmissão dos canais televisivos através da nova empresa do Gover-no, a Canais de Televisão Básicos de Macau, S.A..

A sociedade sem fins lucrativos vai arrancar com a TDM como um dos accionistas principais, a par da Direcção dos Serviços de Correios e além do Governo. Dados avançados por Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, mostram que a CTM vai receber mais de sete milhões de patacas pelos serviços de fornecimento de rede, montante que se insere no total de dez milhões em despesas orçadas para o primeiro ano de funcionamento da Canais de Te-levisão Básicos.

A população terá acesso a 49 canais básicos. A sociedade sem fins lucrativos foi a solução arran-jada pelo Governo para contornar o problema do término do contrato de exclusividade entre a RAEM e a TV Cabo, a 21 de Abril, de for-ma a conseguir fornecer serviços básicos de televisão à população.

Segundo Leong Heng Teng, a sociedade vai ter 10 milhões de patacas como capital social, sen-do que funciona totalmente com dinheiros públicos.

TODOS NO MESMO BARCODepois da batalha histórica entre TV Cabo e anteneiros – que, em Junho do ano passado viram o tribunal decretar que as suas actividades eram ilegais -, o Governo vai, agora, precisar da ajuda das companhias de antenas comuns para a distribuição de canais e a manutenção técnica no interior dos edifícios, de forma a que o sinal chegue em boas condições aos residentes.

David Chow assina hoje empréstimo de 4,2 mil milhões

O empresário David Chow assina hoje um acordo de empréstimo bancário no valor de

4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong para o desenvolvimento do empreendimento Doca dos Pescadores, o qual está na fase de remodelação. O memorando de empréstimo será assinado hoje no hotel Landmark, também propriedade de David Chow, e conta com a participação de dez institui-ções bancárias de Macau, Hong Kong e Taiwan. O empréstimo será concedido à empresa Macau Legend Development, através da sua subsidiária Macau Fisherman’s Wharf International Investment Ltd. Recorde-se que David Chow anunciou há dois anos que iria renovar a Doca dos Pescadores, ten-do contado com uma injecção de capital de cinco mil milhões de dólares de Hong Kong da parte da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), destinada a uma primeira fase do projecto. Prevê-se que a Doca dos Pescadores esteja totalmente renovada no próximo ano. - A.S.S.

Caso Tam Juiz negou frente a frente entre Ng Peng In e a secretária EM mais uma sessão do julgamento que coloca Raymond Tam, ex-presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e mais três arguidos no banco dos réus, os advogados de defesa decidiram avançar com um pedido de acareação, ou seja, apuramento da verdade dos testemunhos de Ng Peng In, antigo chefe de departamento do IACM, e a sua secretária, Yun In Leng. O pedido iria levar a um maior apuramento da verdade sobre os documentos das dez campas perpétuas no cemitério São Miguel Arcanjo, pois as duas testemunhas poderiam ser colocadas frente a frente. Contudo, e segundo a Rádio Macau, o juiz do Tribunal Judicial de Base (TJB) negou o pedido, tendo frisado que há “pequenas discrepâncias” nas declarações das duas testemunhas, mas diz que não é relevante avançar com a acareação. Já Álvaro Rodrigues, um dos advogados de defesa, considerou que seria importante colocar as duas testemunhas frente a frente para garantir “a descoberta da verdade” tendo em conta a existência de uma “nítida contradição. Outro advogado de defesa, João Nogueira Marques, referiu que a defesa tenta mostrar que “os arguidos se empenharam na procura de documentos, mas que se não os entregaram foi porque alguém os tinha”. Yun In Leng, uma das testemunhas mais importantes no caso das campas, vai continuar a ser ouvida esta sexta-feira no TJB.

TELEVISÃO CTM FORNECE REDE PARA SOCIEDADE DE CANAIS BÁSICOS

Todos na mira

O director dos Serviços de Regulação de Telecomunica-ções (DSRT), Hoi Chi Leong, disse que «todos os problemas relacionados com os direitos de autor já foram resolvidos por vários meios», mas não indicou detalhes sobre essas resoluções.

Ainda de acordo com o res-

ponsável, dentro de dois a três anos, “poderão estar criadas as bases legais e técnicas para a in-tegração dos serviços de televisão, telefone e internet”.

O Conselho de Administração da sociedade é composto por três membros, que ainda vão ser nomeados.

Os anteneiros, recorde-se, de-têm quase a maioria da quota de mercado, mas viram-se forçados a assinar um acordo com a TV Cabo, para poderem continuar a sua transmissão. Um acordo que chega ao fim, assim que o contrato de exclusividade com a empresa também chegar.

A Canais de Televisão Básicos de Macau vai ser a responsável pela negociação das matérias relacionadas com os direitos de autor, um dos principais motivos para que as retransmissões feitas pelos anteneiros não sejam legais, bem como pela aquisição de equi-pamentos e serviços de televisão.

CTM ganha sete milhões pela rede. A empresa pública de distribuição de canais conta com os anteneiros

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hoje macau terça-feira 8.4.2014TI

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A

7 sociedade

Caritas recupera computadores para famílias desfavorecidas A Caritas conseguiu recuperar 200 computadores já usados que foram transferidos para as famílias de Macau com maiores necessidades, sendo que 40 foram também enviados para Timor-Leste. A informação foi avançada à imprensa chinesa por Paul Pun, secretário-geral da instituição, que disse ainda que o plano tem vindo a ter bons resultados desde que começou a ser implementado, o ano passado. Paul Pun disse que quando os residentes ou as empresas querem actualizar o seu material informático sentem vontade de doar os computadores antigos, tendo previsto que serão necessários mais 300 computadores, mesas e luzes para os mais desfavorecidos. Contudo, existem dificuldades de ordem logística, uma vez que a Caritas precisa de um armazém e funcionários para manter os computadores. Ainda segundo Paul Pun, as famílias ficaram contentes com o donativo e os cidadãos de Timor-Leste contemplados com a oferta choraram de alegria quando receberam os computadores. - C.L.

Jogadores preferem Macau na época baixa

UM estudo promovido pelo Instituto de Formação Turística (IFT), citado pela

edição online da revista Macau Business, revela que os jogadores dos casinos optaram por visitar Macau nas épocas turísticas mais baixas em vez de viajarem para o território em alturas do Ano Novo Chinês ou da celebração do dia da RPC. Os resultados revelam que 15% dos visitantes de Março, considerada época baixa, vieram a Macau apenas para jogar. Mas somente 12% dos visitantes veio para a RAEM em Fevereiro, quando foram os festejos do Ano Novo Lunar, também com o único objectivo de apostar nas mesas de jogo. A conclusão do estudo aponta para o facto de “aqueles que visitam Macau para jogar ou para outras actividades de lazer gostam mais de o fazer na época baixa”.

CECÍLIA L [email protected]

A Direcção dos Serviços de Educação e Juven-tude (DSEJ) emitiu ontem um comunica-

do onde se defende das declara-ções feitas a semana passada pela Associação de Apoio Pedagógico Complementar Particular de Macau (APCPM), que alberga 80 centros de explicações do ter-ritório, alguns deles a funcionar de forma ilegal.

Segundo a DSEJ, não há um mecanismo legal que garanta a aprovação das licenças para o serviço de transporte de alunos. “Não está no âmbito do trabalho da DSEJ. Mas esse tipo de serviços é muito necessário na sociedade, uma vez que cada vez mais pais trabalham fora de casa. Recomen-damos que quando sejam alterados os regulamentos, que seja feita uma lei que inclua a obrigação da DSEJ em supervisionar os centros que disponibilizam serviços de transporte.”

Desde o ano passado que a DSEJ começou a rever o regime de licenciamento e fiscalização destes centros de explicações, o que inclui o aumento das multas a quem não cumpre a lei. Está ainda a ser estudada a possibilidade de incluir os serviços de transporte no âmbito do licenciamento para melhor garantir o direito de su-pervisão, por forma a “proteger os interesses dos alunos”.

O Governo vai lançar, pelas mãos do Gabinete de Comuni-

cação Social (GCS) e do Conselho de Consumidores (CC), duas novas aplicações para telemóveis smar-tphones (sistemas iOS e Android). O lançamento das plataformas serve para facilitar a consulta de notícias oficiais do Governo e dos preços dos produtos dos supermer-cados de Macau.

A aplicação do GCS, lançada na passada sexta-feira, visa facilitar o acesso a notícias e fotografias oficiais do Governo de Macau. Os conteúdos, que estão disponíveis em português, em chinês e em inglês, estão divididos por temas como “Fotogaleria”, “Reportagens”

ou “Notícias em destaque”. A apli-cação tem a opção de lançar alertas, para que os utilizadores possam consultar as notícias em tempo real.

Também o Conselho de Consu-midores anunciou o lançamento da nova edição da aplicação “Posto das Informações de Preços dos Produtos à Venda nos Supermercados”, que serve para informar e actualizar os utilizadores sobre os preços dos produtos que se encontram à venda nos supermercados da RAEM.

Esta versão incorpora novos ele-mentos, como o “cesto de compras” e as “lojas certificadas”, onde os consumidores vão poder consultar quais os supermercados licenciados e quais os mais baratos.

E nas pontes faz-se luz

A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes anunciou, no passado dia 4, que a ilumi-

nação decorativa das pontes Nobre de Carvalho, Amizade e Flor de Lótus vai custar entre 1,5 milhões e 1,8 milhões de patacas. Já se sabe, também, quais são três as empresas que vão concorrer para a decoração das pontes, que vai ter início em Julho deste ano e deverá prolongar-se por dois anos, até Junho de 2016. Os serviços prestados pela empresa vencedora vão compreender tarefas como a montagem do mecanismo de iluminação e do sistema de abastecimento de electricidade necessário, inspecções periódicas e de manutenção da estrutura decorativa e serviços de emer-gência, em caso de acidentes ou catástrofes naturais.

CENTRO DE EXPLICAÇÕES DSEJ DIZ QUE CUMPRE A LEI COM RIGOR

Em primeiro lugar, os interesses dos alunos

Com cerca de 2502 centros de explicações com licenças emitidas pela DSEJ, está também disponível uma lista com nomes dos centros legais no website da DSEJ, para que os pais possam

consultar. Em relação aos cen-tros ilegais, a DSEJ garante que nos últimos três anos já aplicou multas a 30 centros sem licença, sendo que a suspeita de casos existentes é de 70. “Actualmente

as autoridades estão a levar a cabo o processo de investigação a seis lugares suspeitos. O caso divulgado nas últimas semanas faz parte deste grupo de seis”, pode ler-se.

Novas aplicações de informação oficial para telemóveis smartphones

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8 hoje macau terça-feira 8.4.2014CHINA

M AIS de 80 funcionários, nove dos quais com categoria igual ou su-perior a vice-ministro,

foram investigados nos últimos dez meses pela direcção do Partido Co-munista Chinês (PCC) por suspeita de corrupção, anunciou na imprensa oficial.

“Muitos daqueles funcionários foram investigados com base em in-dícios encontradas pelos inspectores”, adiantou a Comissão Central de Disci-plina do partido (CCDI), sem precisar o número nem divulgar nomes.

A inspecção, lançada em Maio passado, incidiu em governos pro-vinciais, ministérios, instituições públicas e empresas estatais tutela-das pelo Governo central, indicou a mesma fonte.

Uma das empresas foi a China Three Gorges (CTG), o maior accio-nista da EDP (Energias de Portugal).

No dia 24 de Fevereiro, a agência noticiosa oficial Xinhua anunciou que os inspectores da CCDI de-tectaram várias “irregularidades”, nomeadamente “abuso de poder em licitações e contratos de projectos”, “falta de transparência no processo de decisão da companhia” e “inefi-ciências na comunicação entre fun-cionários com cargos importantes”.

Um mês depois, o presidente da CTG, Cao Guangjing, e o director--geral, Chen Fei, foram substituídos, mas a empresa não relacionou a mudança com a inspecção nem

O primeiro-ministro de Timor--Leste, Xanana Gusmão, chegou este domingo a Pequim, primeira

etapa de uma visita de uma semana à China que inclui a participação no Fórum Boao para a Ásia, com mais sete chefes de go-verno da região.

Alem do homólogo chinês, Li Keqiang, Xanana Gusmão vai encontrar-se com o presidente da Republica, secretário-geral do Partido Comunista, Xi Jinping, e com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Zhang Dejiang, as três primeiras figuras da hierarquia chinesa.

O governante timorense viajará de seguida para a ilha de Hainan, no sul da

China, onde decorre a conferência anual do Fórum Boao, de 8 a 10 de Abril, e visitará depois as cidades de Fuzhou e Changsha, disse fonte diplomática à agência Lusa em Pequim.

No Fórum Boao para a Ásia estarão também presentes os primeiros-ministros da Austrália, China, Coreia do Sul, Caza-quistão, Laos, Namíbia e Paquistão.

Proposto no final da década de 1990 por vários estadistas asiáticos, o Fórum Boao define-se como “uma organização não--governamental empenhada em promover e aprofundar o intercâmbio económico, coordenação e cooperação dentro de Ásia e entre a Ásia e outras partes do mundo”.

Yunnan Resgate após sismoAs operações de salvamento na província de Yunnan, no sudoeste da China, prosseguiam domingo depois de um sismo de magnitude 5,3 ter abalado a zona provocando 26 feridos. Mais de 1.600 membros das equipas de salvamento e resgate procuravam eventuais vítimas presas sob os escombros e ajudavam à reparação das estradas. Fonte oficial da localidade de Yongshan, epicentro do terramoto ocorrido no sábado, disse à agência Xinhua, ser estável a condição de saúde das cinco pessoas que ficaram feridas com gravidade. O sismo, localizado a 13 quilómetros de profundidade, afectou 68.600 residentes, dos quais 21 mil tiveram de ser realojados. O terramoto destruiu casas, suspendeu o serviço de transportes e de energia eléctrica e danificou as comunicações. Dado que os estudantes gozavam três dias de descanso, uma vez que sábado se assinalou o feriado de Ching Ming (Culto dos antepassados) não foram registados feridos nas escolas na sequência do abalo, indicaram as autoridades locais.

MH 370 Navios verificam sinaisde caixa negra Os navios da China e da Austrália em busca do avião perdido da Malaysia Airlines captaram sinais acústicos em diferentes partes do Oceano Índico e estão a tentar verificar se algum pode ser da caixa preta do avião. As autoridades da Austrália disseram este domingo que um navio chinês de patrulha, o Haixun 01, captou um breve “apito” por duas vezes nos últimos dias em águas a oeste de Perth, perto de onde os investigadores acreditam que o voo MH 370 da Malaysia Airlines caiu a 8 de Março. Mais aviões e navios estão a ser enviados para aquela área. Entretanto, o HMAS Ocean Shield, da Austrália, relatou um outro “evento acústico”, a cerca de 300 milhas náuticas de distância.

Inundação deixa 22 mineiros encurraladosVinte e dois trabalhadores ficaram encurralados ontem na sequência de uma inundação numa mina da localidade de Qujing, na província meridional chinesa de Yunnan, informou o governo local através da agência Xinhua. O incidente ocorreu às 04:50 locais num altura em que se encontravam no interior da mina 26 mineiros.Até ao momento, foram resgatados com vida quatro mineiros.

FÓRUM BOAO XANANA GUSMÃO EM PEQUIM

Primeira etapa

A “luta de vida ou de morte” assumida há muito pelo Partido Comunista Chinês ganha cada vez mais consistência, à medida que são anunciadas sucessivas investigaçõesa “moscas e tigres”. Ninguém parece estar a salvo. Esta semana os inspectores visitamuma prestigiada universidade de Xangai

CORRUPÇÃO CERCA DE 80 QUADROS SUPERIORES INVESTIGADOS DESDE MAIO

Credibilidade e bom senso

responsabilizou pessoalmente os dois antigos lideres pelas “irregu-laridades”.

Ouvido na altura pela agência Lusa, Cao Guangjing declarou que “a mudança de quadros entre as grandes empresas estatais e instituições governamentais é um fenómeno muito comum na China”, considerando a sua saída da CTG “um passo normal”.

Cao Guanjing, 50 anos, é mem-bro suplente do Comité Central do PCC e segundo uma comunicação interna da CGT, foi nomeado vice-

-governador da província de Hubei, no centro da China.

No início desta semana, a Co-missão Central de Disciplina do PCC lançou uma ronda idêntica de inspecções, e que inclui até uma das mais prestigiadas universidades do país, situada em Xangai.

O Partido Comunista Chinês assumiu há muito o combate à cor-rupção como “uma luta de vida ou de morte” para a sua permanência no poder, mas a actual campanha é considerada mais persistente e ampla do que era habitual.

Numa recente entrevista à agên-cia Bloomberg, o professor Andrew Wedeman, autor do ensaio ‘Double Paradox: Rapid Growth and Ri-sing Corruption in China’ (2012), considerou-a “a mais sustentada” do género “desde o advento das reformas económicas, no início da década 1980”.

O novo secretário-geral do PCC e Presidente da República, Xi Jinping, assegurou que a luta anti-corrupção visaria ao mesmo tempo as “moscas” e os “tigres, numa explícita alusão aos líderes do partido que “violarem a disciplina”.

“Se não conseguirmos controlar esta questão, isso poderá ser fatal e até causar o colapso do Partido e a queda do Estado”, alertou o antecessor de Xi Jinping, Hu Jintao, no XVIII Congresso do PCC, em Novembro de 2012.

“Se não conseguirmos controlar esta questão [corrupção], isso poderá ser fatal e até causar o colapso do Partido e a queda do Estado”HU JINTAO Ex-presidente da RPC

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9 chinahoje macau terça-feira 8.4.2014

C OM dois anos de existên-cia, a Comunidade dos Es-tados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) tem a

China como a sua interlocutora mais entusiasta, como demonstra o facto de que, na passada sexta-feira, os líderes chineses confirmaram, com uma delegação do organismo, a realização em 2014 de uma cimeira de chefes de Estado e um fórum de primeiros-ministros.

A cimeira entre o presidente da China, Xi Jinping, e o chamado Quarteto da Celac acontecerá em Julho em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, anunciaram em Pequim os representantes latino--americanos que estiveram na ca-pital chinesa para ultimar detalhes das reuniões multilaterais.

A cimeira realizar-se-á quando terminar a que os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) têm prevista em Julho na também brasileira cidade de For-taleza, informou a vice-ministra

A S autoridades judiciárias chine-sas enviaram a semana passada à Procuradoria-Geral da Re-

pública (PGR) o pedido de extradição de Xiaodong Wang, o cidadão chinês, que foi detido em Março pela Polícia Judiciária com base num mandado de captura internacional emitido pela Interpol.

Portador de um visto gold, que lhe permitia residir em Portugal, Xiaodong Wang foi julgado e condenado a 10 anos de prisão, por fraude e abuso de confiança. A formalização do pedido de extradição significa que as autoridades judiciárias querem que Xiaodong cum-pra pena na China onde foi condenado.

A decisão judicial e o mandado de detenção foi emitido a 16 de Dezembro de 2013 pelo Departamento de Segu-rança Pública da cidade de Dongyang, na China, um mês depois da ocorrência dos factos criminais imputados.

O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) vai agora desencadear o pedido de extradição daquele cidadão, de 42 anos, que se encontra em prisão pre-ventiva desde o dia 20 de Março, altura em que foi detido pela PJ, em Cascais, onde adquiriu um imóvel de luxo, um

Defesa Secretário norte-americano no primeiro porta-aviões chinês

A geopolítica está a mudar. E ninguém quer perder de vista um grande player. As Américas também querem dançar com a China

“A China vê-nos como uma região dinâmica no âmbito global, neste mundo que está a mudar e no qual se estão a construir novos balanços geopolíticos”GIOCONDA UBEDA MNE da Costa Rica

PEQUIM REQUER A EXTRADIÇÃO DO CIDADÃO CHINÊS COM VISTO GOLD

Nas mãos da ministra

PEQUIM CHEGA-SE À AMÉRICA LATINA. BRASÍLIA RECEBE CIMEIRA EM JULHO

O novo tango mundial

No caso de a PGR ser contra a extradição e a ministra da Justiça também, o processo termina e Xiaodong continuará a residir em Portugal

O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Ha-

gel, realizou ontem uma rara visita ao primeiro porta--aviões da China, tornando--se no primeiro estrangeiro a entrar na embarcação. Um funcionário do Departamen-to de Defesa dos EUA disse que Hagel requisitou a visita, a qual ocorreu um dia depois de este ter afirmado que a China precisa de respeitar melhor os vizinhos, numa alusão à disputa territorial de Pequim com o Japão no Mar do Leste da China. “Todas as nações merecem respeito, sejam grandes ou pequenas”, afirmou Chuck Hagel, em Tóquio, após

um encontro com o seu homólogo japonês, Itsunori Onodera.

“Penso que estamos a ver provas claras de falta de respeito, coerção e in-timidação com (…) aquilo que os russos fizeram na Ucrânia”, disse o secretá-rio da Defesa norte-ame-ricano, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo.

Neste sentido, acrescen-tou: “Não podemos ir por aí a redesenhar fronteiras, a violar a integridade territo-rial e a soberania dos países por via da força, da coerção e da intimidação - quer se trate de pequenas ilhas do Pacífico ou de grandes na-ções europeias”, insistiu o chefe do Pentágono.

“Quero falar com os nossos amigos chineses so-bre isto”, disse o secretário da Defesa norte-americano, na véspera de partir para Pequim. Hagel está numa viagem de dez dias à região da Ásia-Pacífico.

dos requisitos a que estão obrigados os cidadão estrangeiros que solicitem o visto gold.

Perante a decisão das autoridades chinesas, a Relação ouvirá, novamente, Xiaodong Wang, que já fez saber que não pretende ser extraditado para o seu país para cumprir pena. Na primeira vez que foi ouvido por este tribunal superior, opôs-se ao pedido de extradição, tendo a Relação mantido a medida de coacção de prisão preventiva e ordenado que, nos autos, constasse o prazo de 18 dias para que as autoridades chineses apresentas-sem um pedido formal de extradição.

Depois de ouvido pelo juiz, o pro-cesso será enviado para a PGR, que

emitirá um parecer que será enviado posteriormente ao gabinete da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que tem a última palavra em matéria de extradição.

No caso de a PGR ser contra a extra-dição e a ministra da Justiça também, o processo termina e Xiaodong continuará a residir em Portugal, porque a decisão em matéria de extradição é estritamente política. Se Paula Teixeira da Cruz se manifestar a favor da extradição para a República Popular da China então, nesse caso, o processo regressa à PGR.

Refira-se que a Procuradoria-Geral da República revelou estar em curso uma investigação do Departamento Central de Investigação e Acção Pe-nal relativamente àquele cidadão por branqueamento de capitais.

Segundo o pedido de detenção, o cidadão chinês terá, entre 4 e 13 de Novembro de 2013, “pedido empresta-do dinheiro a terceiros, pelo menos 12 milhões em moeda chinesa (yuan) sob o pretexto de ter de pagar empréstimos bancários, prometendo devolvê-los com juro alto”, tendo-se apropriado de “forma fraudulenta do dinheiro” e fugido para o estrangeiro.

dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica, Gioconda Ubeda, em Pequim.

Na cimeria sino-latino-ame-ricana será lançado oficialmente o Fórum de Primeiros-Ministros entre a China e os 33 países--membros da CELAC (todos os

da América, à excepção dos EUA e do Canadá), que será realizada no último trimestre de 2014 em Pequim, destacou Ubeda.

Em princípio, estão convidados para Brasília tanto o presidente de Cuba, Raúl Castro, como o do Equador, Rafael Correa, bem como

o chefe de Estado costa-riquenho que resulte vencedor na segunda volta das eleições.

O Quarteto da Celac é formado pelo país que ostenta a presidência temporária do organismo (Costa Rica, actualmente), mais o do ano anterior (Cuba), o do posterior (Equador) e o principal represen-tante da Comunidade do Caribe (São Vicente e Granadinas).

A cimeira de Brasília e o Fó-rum de Outono foram acertados nas reuniões que uma delegação da Celac, liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica, Enrique Castillo, manteve em Pequim com seu colega chinês, Wang Yi, e com o vice-presidente Li Yuanchao. Acompanharam Castillo o vice--chanceler cubano, Abelardo Moreno, e o equatoriano, Leo-nardo Arízaga (ex-embaixador de seu país na China), enquanto a representação caribenha.

Os três representantes latino--americanos destacaram, após as reuniões, a grande importância da cimeira de Brasília, mas ainda mais a do fórum que Pequim acolherá em Outubro ou Novembro com os chanceleres latino-americanos,

um marco nos laços entre China e América Latina e o Caribe.

“A China vê-nos como uma região dinâmica no âmbito global, neste mundo que está a mudar e no qual se estão a construir novos balanços geopolíticos”, ressaltou Ubeda.

“Há vontade comum da CELAC e China por avançar em direcção à criação de um fórum que contribua de maneira efectiva e eficiente ao desenvolvimento mútuo”, comen-tou o vice-chanceler cubano.

Para o equatoriano Arízaga, as reuniões multilaterais deste ano são as portas de “uma nova relação da região com a República Popular China” na qual sobressaiam o inte-resse mútuo e a cooperação em sec-tores como a ciência e tecnologia, o financiamento de grandes projectos, a agricultura ou o comércio.

Pretende-se que esses fóruns ministeriais sino-latino-america-nos aconteçam a cada três anos e para negociar políticas conjuntas em assuntos concretos como a transferência tecnológica em cam-pos como o agrícola ou a criação de um fundo de reserva alimentícia para ajudar povoados afectados por desastres naturais.

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10 hoje macau terça-feira 8.4.2014EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

MAR • Ricardo Henriques, André LetriaSe o nosso planeta tem mais mar que terra, então porque é que não se chama planeta Mar? Provavelmente já não vamos a tempo de mudar os dicionários e os livros de geografia, mas fica aqui a nossa homenagem a essa grande piscina tão importante para os portugueses, povo de marinheiros e comedores de bacalhau. Este atividário (atividades + abece-dário) aviou-se no mar e dá-te palavras para mastigar e não deitar fora. Brinca com elas e com os seus significados, uma e outra vez, porque no mar há muito sal para provar, muitas lendas para contra e muitas vidas para descobrir, sejam de peixes ou piratas. É certo que há no Mar há mais palavras que marinheiros, mas o barco não podia trazer tudo. Partimos ao sabor do vento e regressámos com 206 definições e 80 actividades na rede. Diverte-te com elas. André Letria (Ilustrações) nasceu em Lisboa, em 1973. As suas ilustrações percorrem as páginas de livros e jornais desde 1992. Ganhou prémios como o Prémio Gulbenkian, em 2004, o Prémio Nacional de Ilustração, em 2000, ou um Award of Excellence for Illustration, atribuido pela Society for News Design (EUA). Há livros seus publicados em diversos países, como os EUA, Brasil, Espanha ou Itália.

O CLUBE DOS VIAJANTES IMAGINÁRIOS• Pierdomenico Baccalario«Duas são as sentinelas que vigiam o mar, caprichosas, tremendas, de lanças a postos.Três os amigos que as podem enfrentar,mas a nenhum, cuidado, ofereçam os rostos.» De acordo com o primeiro manuscrito, Ulysses Moore é provavelmente não só um mestre de línguas, linguagens e códigos, mas também um físico mais genial que o próprio Albert Einstein. Ou se calhar é um mentiroso exímio!

JOANA [email protected]

Começou há mais de uma década na indústria mu-sical. Como vê a evolução do hip hop e da música em geral ao longo destes tempos?Comecei numa altura em que os Outkast e Master P e outras pessoas do sul [dos EUA] já tinham começado, mais cedo do que eu. Actualmente, vejo que o sul, na minha opinião, está a dominar hip hop. Pode-mos encontrar vários artistas, diferentes uns dos outros, que chegam do sul. Analisando a

O actor brasileiro José Wilker, de 66 anos, estrela de novelas como Roque Santeiro e Gabriela e de

filmes como Dona Flor e seus Dois Maridos, morreu sábado. As causas da morte, segundo a imprensa brasileira, terá sido um enfarte.

Ao jornal A Folha de São Paulo, o agente do actor, Cláudio Rangel, confirmou a no-tícia: “Percebemos hoje de manhã, graças a Deus não sofreu nada”. José Wilker terá morrido esta noite durante o sono.

Para além de se ter destacado na televisão e no cinema, Wilker teve também uma carreira no teatro, tendo no ano passado encenado a adaptação ao palco do filme Rain Man, En-contro de Irmãos. Foi, aliás, no teatro que o actor começou a representar, no Movimento Popular de Cultura do Partido Comunista. A estreia profissional aconteceu em 1962 no elenco da peça Julgamento em Novo Sol.

Nascido a 20 de Agosto de 1947 em Juazei-ro do Norte, no estado do Ceará, José Wilker mudou-se com a família, ainda em criança, para o Recife. Já adulto, e decidido a seguir a carreira de actor, foi viver para o Rio de Janeiro em 1963, onde estudou com o cineasta sueco Arne Sucksdorff. Dois anos depois, Wilker consegue um papel, apesar do seu nome não aparecer nos créditos, no filme A Falecida, de Leon Hirszman (1937-1987), um dos expoentes do cinema novo brasileiro. Este foi também o primeiro filme da actriz Fernanda Montenegro.

Nos anos seguintes, o actor consegue entrar em mais alguns filmes mas o primeiro grande reconhecimento que recebeu foi em 1970, quando lhe foi atribuído o Prémio Molière de Melhor Actor pelo seu trabalho na peça O Arquitecto e o Imperador da Assíria.

A sua carreira disparou então e depressa é convidado pelo escritor e argumentista Dias Gomes (1922-1999) para entrar na novela Bandeira 2, de 1971. José Wilker chegava assim à Globo e à televisão, onde se manteve uma figura sempre activa e presente, tendo entrado nas duas versões da novela Gabriela – um marco da televisão brasileira. O actor foi o visionário Mundinho Falcão na primei-ra versão, de 1975, e o coronel Jesuíno no remake exibido em 2012. A frase que tantas vezes dizia nesta última versão (“Vou-lhe usar”) é hoje uma das mais repetidas nas mensagens de homenagem nas redes sociais.

O seu primeiro grande papel na televisão aparecia logo depois, quando em 1976 dá vida ao protagonista de Anjo Mau, uma novela de Cassiano Gabus Mendes (1929-1993).

ADEUS JOSÉ WILKER

O melhor do Roque

Nesse mesmo ano, o actor brilha no cine-ma no papel de Valdomiro ‘Vadinho’ Santos Guimarães em Dona Flor e seus Dois Maridos, adaptação de Bruno Barreto da obra homó-nima de Jorge Amado. Até 2010, este ainda era o filme mais visto nos cinemas brasileiros, só ultrapassado depois por Tropa de Elite. Ao todo foram 49 filmes, destacando-se ainda Bye Bye Brasil (1979), de Cacá Diegues, onde protagoniza Lorde Cigano, ao lado de Betty Faria e Fábio Júnior, mostrando um Brasil em mudança através de um grupo que percorre o país a fazer espectáculos para a população brasileira pobre sem acesso à televisão.

Fez 29 novelas e outro marco da televisão, também muito recordado em Portugal, é Ro-que Santeiro, novela escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva e onde José Wilker foi o próprio Roque Santeiro, ao lado de Regina Duarte e Lima Duarte.

Em 1990, o actor trabalhou com João Canijo em Filha da Mãe. “A lembrança que mais me ficou, para além da relação com ele e da dispo-nibilidade dele e da qualidade como actor que ele tinha, era o inferno que eram as filmagens cada vez que filmávamos em exteriores. Porque estava ainda a dar o Roque Santeiro e o som foi todo dobrado porque só se ouvia ‘Roque! Roque! Roque!’”, disse o realizador português à Lusa. O realizador lembrou ainda que sempre que se sentavam “num sítio qualquer, passados menos de cinco minutos” havia uma fila a pedir autógrafos. “Filmar no bairro do Zambujal não foi nada fácil. Disso lembro-me”, contou Canijo, acrescentando que os dois mantiveram o contacto durante algum tempo e que se vol-taram a encontrar em Cannes, constatando que “a relação era a mesma”.

LUDACRIS, ACTOR E RAPPER ACTUOU EM MACAU. ‘FAST AND FURIOUS 7’ CHEGA EM 2015, NOVO ÁLBUM ESTE ANO

“Macau é Las Vegas em esteróides”É conhecido por músicas como ‘Area Codes’ ou ‘Act a Fool’ e é Taj Parker nos filmes ‘Fast & Furious’. Em Macau, para celebrar o 3º aniversário do Club Cubic, Christopher Brian Bridges – Ludacris – abre as portas aos jornalistas e fala um pouco da sua carreira e do futuro

evolução, fico feliz pelo sul estar a ser bastante em voga, realçado.

É rapper, mas também ac-tor. Qual destas actividades lhe dá mais prazer fazer?(Risos) Nem posso comparar, não consigo. São duas coisas totalmente diferentes. Com a música, faço tudo sozinho, comigo próprio. É criar algo que vem absolutamente do nada. Quando estamos a repre-sentar, estamos a actuar tendo em conta um guião escrito por outra pessoa, temos horários para cumprir, temos que ir para o trabalho a uma determinada

hora. Com o rap, posso criar tudo, até o meu próprio calen-dário. Mas amo fazer os dois. É difícil dizer qual dos dois gosto mais, porque sinto que são coisas muito diferentes.

Como analisa a extinção da Is-land Def Jam Music Group? Não diria que é uma extinção, mas uma fusão – algo que todas as editoras discográfi-cas estão agora a fazer. Mas, estávamos a falar de evolução, e é isso mesmo. Não há nada que possam tirar da história da Def Jam, o que ela tem sido. Estamos expectantes para ver o que o futuro aguarda, mas, para já, tudo se mantém igual.

O que podemos esperar agora de projectos futuros, quer ao nível da música, quer do cinema?O ‘Fast and Furious 7’ vai mesmo ser concluído, vai estar completo. Não posso falar muito sobre isso, como vai ser concluído... Mas, defi-nitivamente, estará cá fora em Abril de 2015. Sobre os meus futuros projectos, vai ser um novo álbum – o Ludaverse – e estará cá fora ainda este ano.

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11 eventoshoje macau terça-feira 8.4.2014

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AVISOda Direcção dos Serviços de Identificação

A Direcção dos Serviços de Identificação solicita a atenção para o seguinte:

Ø A emissão de registo criminal leva tempo, pelo que se deve requerê-lo com antecedência adequada para que não se venha a faltar tempo para a obtenção do certificado.

Ø O prazo normal para a entrega do certificado de registo criminal é de 5 dias úteis, e de 2 dias úteis se for caso de pedido de emissão urgente, pela qual é devida uma taxa adicional (Os prazos de entrega são contados a partir do dia seguinte à apresentação do requerimento).

Ø O requerimento do certificado de registo criminal pode ser entregue nos Serviços de Identificação (Av. de Praia Grande, n.º 804, “China Plaza, 1.º andar”) ou no Centro de Serviços da RAEM (Rua Nova da Areia Preta n.º 52).

Ø Para informações sobre as formalidades do requerimento, queira telefonar para 28370888 e para marcação prévia pode-se recorrer ao website da DSI: www.dsi.gov.mo,

Mo Yan em destaque na Revista de CulturaO último número da Revista de Cultura, publicada pelo Instituto Cultural, tem nesta edição a literatura como tema principal, com especial destaque para Mo Yan, vencedor do prémio Nobel da Literatura 2012, que assina o conto “De Pernas para o Ar”. A publicação inclui também dois artigos dedicados ao escritor chinês: um sobre o seu percurso literário, da autoria do jornalista e poeta Qiu Huadong, e outro sobre a sua obra mais controversa, traduzida para português, “Peito Grande, Ancas Largas”, um conjunto de reflexões e notas de leitura pela autora Fernanda Dias. Ainda nesta edição, Maria Ondina Braga e Henrique de Senna Fernandes são revisitados por Filomena Iooss e Fernando Margarido João, a primeira com um estudo sobre Nocturno em Macau e o segundo com uma análise da problemática da multiculturalidade na obra Os Dores, informa a nota de imprensa da organização.

City of Dreams oferece carro aos residentesO casino City of Dreams anunciou, no passado dia 3, o lançamento e sorteio de uma edição exclusiva do automóvel Lotus Evora Sports Racer, em virtude do quinto aniversário do casino. A cerimónia foi anunciada pelo director de operações do grupo Melco Crown, Ted Chan, e pelo presidente da Lotus Macau and Hong Kong, Eric Wong. A comemoração vai, ainda, contar com a entrega de cheques e outros prémios e o automóvel vai ser integrado no Grande Prémio de Macau, no final deste ano. O sorteio está marcado para os dias 4 de Maio e 1 de Junho, às 19 horas, no City of Dreams.

Morreu o actor Mickey Rooney O actor norte-americano Mickey Rooney morreu, no domingo, aos 93 anos, revelou a imprensa norte-americana. A informação, avançada pelo portal TMZ, foi confirmada pelo seu filho Michael Joseph Rooney, de acordo com o “The New York Times”. As causas da morte do actor, que se transformou numa das estrelas infantis mais famosas da história de Hollywood, conquistando grande popularidade nas décadas de 1930/40, não foram, contudo, especificadas. O actor, nascido Joseph Yule, a 23 de Setembro de 1920, no bairro de Brooklyn, em Nova Iorque, estaria doente há já algum tempo, de acordo com vários ‘media’ norte-americanos, com o portal TMZ a indicar que terá morrido de causas naturais.

LUDACRIS, ACTOR E RAPPER ACTUOU EM MACAU. ‘FAST AND FURIOUS 7’ CHEGA EM 2015, NOVO ÁLBUM ESTE ANO

“Macau é Las Vegas em esteróides”Com a música, faço tudo sozinho, comigo próprio. É criar algo que vem absolutamente do nada

Muita gente tem compara-do Macau com Las Vegas. Como vê isso?(Risos) Sim! Macau é Las Vegas em esteróides (risos), é tudo o que tenho a dizer. Mas, adoro a China. Sinceramen-te, gosto mesmo. Estive em Pequim, depois em Xangai e Hong Kong. Esta é a minha primeira vez em Macau, mas – literalmente – estou a divertir-me mesmo muito... É óptimo estar de volta à China e agradeço muito por me receberem cá.

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12 hoje macau terça-feira 8.4.2014

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OS COMPANHEIROS DE BALCÃO

a revolta do emir Pedro Lystmann

H Á uma razão muito es-pecífica (que se destaca mas não é exclusiva) que contribui para que o Bar

Temptations, no décimo sexto andar do Hotel Star World, seja o melhor de Macau: o seu balcão.

Pela sua extensão, pelo lugar que toma no desenho da taberna em ge-ral, pelo modo como se conjuga com o resto da divisão do espaço, pela sua altura – que permite bebências satisfa-tórias para clientes de todas as alturas, em pé ou sentado - pela disposição que permite um comércio fácil com os fiéis serviçais que preparam as desejadas li-bações, pelo hábito que já se definiu da sua frequência, e até pela amplitude da janela que o cerca de um dos lados e que promove desejos cerúleos.

Dos 13 bares de hotel que conheço actualmente em Macau, 10 têm balcão mas nem todos são apetecíveis. A estes acrescento um bar de lobby, o do Hotel Okura, cujo balcão merece colocação modesta mas firme nestas considera-ções. É bom para ir sozinho ler o jor-nal, é baixo, o mobiliário é muito con-fortável e as madeiras são suaves.

Avise-se, no entanto, com tristeza, que não há na cidade um balcão que se destaque pela ousadia ou originalidade do seu desenho. Que não haja um úni-co é um indicador perfeito das escolhas que por Macau se praticam nesta área do conforto.

No bar do Hotel Star World, que é de localização centralíssima, a extensão do balcão permite o seu uso por vários grupos, o que não acontece em muitos outros balcões de Macau. É particular-mente convidativo para um encontro simples de fim de tarde. Lembre-se que as presentes considerações se tecem, como é costume, em torno da utilização de bares para aperitivos pré-prandiais.

O balcão é, por excelência, a zona que, na geografia do bar, mais promove a sociabilização. Tomamos a sua pro-moção como uma das funções mais produtivas de um bar e testemunhamos que é ao balcão que ela entre estranhos mais frequentemente se dá, assim como o estímulo ao amor, à amizade, aos ne-gócios ou às ideias, uma ágape necessá-ria e que se deseja inevitável.

Num artigo anterior, composto a propósito do excitante livro Triumph of the City, de Edward Glaeser, falara-se já do papel que estes lugares de encontro (os bares) podem ter na promoção e na invenção das ideias, na geração da ri-

OS MELHORES BARES1º 16ºAndar, Hotel Star World

2º MacCallan Bar, Galaxy

3º Windsor, Hotel New Emperor

4º Piano Bar, Galaxy

5º Bar Convívio Agradável, Hotel Sofitel

6º Cinnebar, Hotel Wynn

7º Taberna, Hotel Mandarin

8º Cristal, Hotel Wynn

9º Bar Azul, Hotel Four Seasons

10º Lyon’s / Russian Bar, MGM

queza e no debate intelectual. O ponto em que Glaeser mais insiste é na ideia de proximidade. Nas grandes cidades, a proximidade em que as pessoas ha-bitam, trabalham e folgam, permite o estímulo intelectual. Cito-me: “O que Gleaser publicita em subtítulo é uma verdade incontornável - que a nossa maior invenção (a cidade) nos fez mais ricos, mais espertos, mais verdes, mais saudáveis e mais felizes”.

Ao balcão se confirmam estratégias e ao balcão se iniciam projectos amoro-sos, amicais e profissionais, alcances im-possíveis em bares como o Lan (Crown Towers), o 38 (Altira) ou o Jaya (Shera-ton), que não têm mobiliário que assim se possa chamar ou a isso servir.

O segundo melhor balcão de Macau é o do Bar Macallan. Apresenta-se em forma de ferradura e entre os seus usos conta-se o de poder espiar outros clien-tes que a ele se sentam. A habilidade dos barmen dispõe à conversa e a qualidade dos produtos ao usufruto deste único dos balcões curvos da cidade. Recomen-dado: um dos menus de 5 uísques. Insó-lita desvantagem: fecha ao domingo.

O terceiro dos balcões encontra-se num bar pouco conhecido mas cuja lo-calização, no Hotel New Emperor, me-recia mais fama. Tem um balcão longo e as enóforas de serviço, formosinas, são muito simpáticas e competentes. Nenhum outro fica tão vizinho do cen-tro da cidade e assim permite uma be-bida rápida. Chama-se Windsor.

O quarto classificado, ao invés, fica muito longe: no Piano Bar, no com-plexo Galaxy. Pede-se aos leitores que ultrapassem com decoro a primeira impressão que este bar possa causar. Assim, repararão que deste lugar se desprende uma inocência quase rural. Atinge-nos através da simpatia dos em-pregados (que vem de par com a usual competência). O balcão é curto mas suficiente a 3 ou 4 bebentes.

A quinta entrada não é, igualmen-te, muito famosa. Situa-se no Sofitel Ponte 16, ao fundo da Avenida Almei-da Ribeiro. No seu primeiro andar fica o Bar Convívio Agradável. Não deve o cliente deixar impressionar-se de-masiado com a hediondeza do lugar. Entre os seus inconvenientes estéticos encontrará, escondida, a qualidade do serviço Sofitel. Quem se mostrar dis-posto a tratar esta estalagem com algu-ma condescendência recolherá em boa hora os frutos da sua generosidade. As funcionárias de serviço, de várias na-cionalidades, são competentíssimas e as preparações são originais e por vezes de tema sazonal.

O balcão de bar que coloco em sexta posição nesta lista merecia mui-to melhor sorte. Não só a qualidade do serviço é quase impecável como a sua decoração serve bem os propósitos que ali se perseguem. O bar oferece, até, uma zona exterior junto a uma piscina.

O sítio não é estúpido e tem uma ideia por trás. Este é o Cinnebar, no Hotel Wynn. Ao balcão sentam-se 5 a 6 pes-soas. No entanto, a extrema exposição aos corredores do hotel impede que o bar mantenha a intimidade que se exi-ge a um barzinho desta dimensão.

Em sétimo escolho o balcão da ta-berna do Hotel Mandarin. A razão da colocação ser tão modesta prende-se com a posição do mesmo no seu dese-nho geral, ao fundo de um longo bar estreito. Tem (caso único na cidade) uma plataforma ou prateleira baixa que permite colocar as bebidas e tornar mais íntimo o seu uso - ao mesmo tempo que impede que se beba em pé ou que rece-ba com eficiência e conforto grupos de mais de 3 pessoas. Serve perfeitamente a um projecto que inclua, de seguida, uma passagem ao restaurante contíguo.

No oitavo lugar desta listagem apare-ce o bar Cristal, situado no Hotel Wynn Encore. A última vez que o patrocinei (inevitavelmente em busca de uma de-liciosa Ginger Lemongrass Margarita), ao balcão, muito pequeno, já não havia cadeiras. As bebidas são boas. O serviço é atencioso mesmo que tenda a tornar--se demasiado familiar - uma vantagem ou um incómodo consoante o ponto de vista de cada um. Como acontece no Cinnebar, também da família Wynn, tudo aqui sofre de uma exposição exces-siva aos corredores do albergue de que faz parte, roubando-lhe exclusividade e intimidade. Isto apenas acontece com estes dois bares.

Em nono o Bar Azul. É um sítio de-saproveitado. Tudo nele é de qualidade. Fica longe, no fim do longo corredor do Hotel Four Seasons. O balcão é genero-so de dimensão e confortável. Está sem-pre vazio, e esta é a sua principal incon-veniência. Seria sempre pelos seus sofás, apenas, que me disporia a lá voltar.

Finalmente, uma mera referência. O Lyon’s bar do Hotel MGM permite também que se beba ao fim da tarde, em quase completa solidão. O seu bal-cão é o mais extenso da cidade.

Infelizmente o feérico Russian Bar, deliciosa furna, também no complexo MGM, que tem um balcão muito de-cente, convidativo e único na sua vio-lência fria, não está a uso. Presumo que, no entanto, se consiga convencer o pessoal de serviço a acender as luzes e a servir um U’Luvka ou outra qualquer vodka vaidosa como se fosse só para nós. Ao lado existe um bar circular com uma magnífica lista de vinhos.

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13 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 8.4.2014

J.C.

N O Iraque explodiu uma mes-quita, mas na Ilha da Reu-nião o terror é um mosquito. Na Europa a gripe das aves

avança em pontas de bailarina, em África continua a ser normal as crianças morre-rem à míngua. E que tenho eu a ver com isto? Terei mesmo de saber isto tudo, de ser informado em catadupa sobre o mun-do, o país, a cidade e a coscuvilhice do meu bairro virtual? A resposta é sim. E por quê? Porque me dá prazer.

Vejam lá como as coisas são. Dá-me prazer mergulhar neste fluxo contínuo de informação que me retém, entretém, e me percorre as células cinzentas como uma droga. Digam lá: quem não é viciado em informação? Pois é. Até dói, quando

não sabemos de nada, seja lá do que for. Há quem se divirta unicamente com os casos emocionais alheios e lhe baste. E daí retirar tanto ou mais prazer que os analistas da guerra iraquiana.

Portanto, neste mundo, não interessa tanto a qualidade da informação mas a quantidade. É mesmo algo quantificável desde o aparecimento dos computado-res. “Olha lá ó puto, quantos baites é que já papaste hoje? Com que então dez gi-gas?”, poder-se á normalmente perguntar e muitos entenderão perfeitamente o que se está dizer.

Ele há informação sobre tudo, de todas as cores, através dos mais diferentes me-dias. Logo não há informação sobre nada. Mas isso realmente não interessa. O que

interessa é que a informação circule entre nós porque isso nos dá prazer, nos faz tre-mer, chorar, gargalhar, uivar, enfim, viver.

Aqui entre nós, a informação é como a trampa. Come-se, digere-se e evacua--se. E é bom. Alguns, de estômago sen-sível, vomitam-na. Os que pensam que a controlam andam a limpar latrinas. O pior é que quanto mais comida, digeri-da e evacuada, mais distante se encontra da sua forma original. É a velha história de quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto, mas ao contrário. Isto é, acres-centar um ponto é deturpar, decaimento, decadência. Contudo, dá prazer. Porquê? Porque se trata de um aumento de quan-tidade e isso é que interessa aos nossos corpinhos fúteis.

A INFORMAÇÃO

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14 hoje macau terça-feira 8.4.2014h

Eduardo LourEnço

“Acontece no entanto que em virtude do seu livre arbítrio as inteligências repudiam a luz inteli-gível, que o seu desejo amoroso do malas leva a fechar os olhos da inteligência a quem foi dado naturalmente o poder de receber a iluminação.”

Pseudo-Dionísio Aeropagita 

E STA insólita evocação de “um desejo amoroso do mal” como fonte de tudo aquilo que no-meamos e sofremos como de-

negação da nossa essência de seres com capacidade de separar o Bem do Mal, deve-se ao pai da mística ocidental, o neo-platónico Pseudo-Dionísio, tido por engano como contemporâneo de S. Paulo. Esta sua visão é a quinta es-sência da leitura grega do mundo. Não contradiz a versão poético-mítica do relato bíblico da Queda, toda em ima-gens e cenas vividas entre a escolha de Eva e o crime de Caim. Sob o exem-plo de um Platão cristianizado, supõe um drama celeste entre “espíritos”, pu-ras “inteligências”, que disputam entre elas o domínio da Criação. É um ce-nário fantástico que, desde Anatole France e a sua “revolta dos anjos” até à sua versão pós-moderna cultivada por Hollywood, nunca perdeu nem actu-alidade nem interesse. Essa leitura da realidade do Mal como obra do “pen-samento” que misteriosamente se deixa seduzir por aquilo mesmo que nega a sua vocação luminosa e iluminante, pa-recerá delirante ou escandalosamente inadequada ou excessiva para abordar o escândalo nada teórico, nem metafí-sico, nem místico, que a prática huma-na “da tortura” que o antigo Presidente do Brasil Lula da Silva, prefaciador des-ta obra, evoca com pertinência como “velha chaga que acompanha a história da humanidade há séculos e séculos”. Com pertinência mas também com re-lutância, tão intolerável e até anacró-nico lhe parece, e a justo título, que essa “velha chaga” continue supurando ainda neste nosso mundo herdeiro das Luzes e suas libertadoras utopias.

A questão da tortura no mun-do actual é tratada pelo nosso antigo Primeiro-Ministro numa perspectiva assumidamente política, sociológica e cultural, não apenas como uma re-alidade e um escândalo ético de um passado imemorial em perpétua repe-tição, mas como escândalo e contradi-ção ética intolerável na perspectiva de uma ordem propriamente democrática tal como orgulhosamente algumas das nações mais ilustres — e ilustradas — do nosso mundo contemporâneo quase miticamente a apresentam. Isto confere

O DESEJO AMOROSO DO MALao ensaio do Engenheiro José Sócrates não só um alcance político óbvio mas para além dele uma função problemati-zadora da própria mitologia democrá-tica sob a qual, em princípio, assenta a ordem ideal da chamada Civilização Ocidental e não só.

Uma problematização tão radical do estatuto democrático se não da Humanidade, de uma parte dela, tão penosamente conquistado, parecerá — ou pareceria — excessivo se a sua exi-gência não fosse acompanhada, como é o caso, de apresentar, desejar e exigir como incompatível precisamente com ele aquela espécie de acto por exce-lência que nós condenamos — e é, sob que pretexto for, aquilo que designa-mos e, sobretudo, praticamos — como sendo a tortura. A tortura não é a única expressão do que, a todos os títulos, define o campo do Inumano. Mas é aquele acto por excelência que se as-sume como pura vontade do Mal, quer dizer, da negação do estatuto do Ou-tro como outro. Talvez até mais do que tudo — tanto o Mal puro nos é inaces-sível — só aquele que é acompanhado pelo prazer do mesmo acto que anula o outro e em que nós nos anulamos supri-mindo inocentemente a nossa essência humana.

Há quase dois séculos Antero de Quental descreveu a História como uma Penélope sangrenta. Foi quase na aurora do triunfo da Democracia parla-mentar e mesmo da ideia socialista. E ainda da época das Luzes de onde uma nova visão do destino colectivo emer-gia. A tortura, no sentido da prática “normal” para obter dos acusados, com razão ou sem ela, a confissão dos seus crimes efectivos ou opiniões contrárias à crença comum, tinha encontrado em Beccaria o discurso humanizante e hu-manizador que até então lhe faltara.

Na perspectiva da justiça o uso da tortura é ao mesmo tempo um instru-mento para punir “o mal” e publicitar a exemplaridade do castigo. É já então um espectáculo e uma festa incompará-vel. Não era só nos países da Inquisição que a tortura era uma festa. Lembremo--nos da justiça no tempo de Sansão e dos Távoras.

Tudo isto é sabido e em princípio esquecido pelos tempos mais próxi-mos de nós que “paradoxalmente” em termos de memória e prática eram, por assim dizer, tempos cruéis e de ime-morial crueldade. Só com o triunfo das Luzes, na ordem justa e das ideias (abolição da pena de morte na Europa, mas não nos Estados Unidos), a antiga época da tortura como meio normal de

indagar e punir a virtual ofensa ao có-digo civil, pareceu relegada, como diz o autor deste ensaio, para a História. Impressão apenas. Na verdade, o bura-co negro da era totalitária foi a autên-tica “época de ouro”, se assim se pode dizer, da denegação de toda a ordem jurídica e do reino visível e invisível de uma tortura universal. Entre o que se passou nos campos de concentração nazis e nos da Sibéria ou de Pol Pot, to-das as ficções torturadoras e torturantes da máquina sonhada por Kafka tiveram ocasião para se encarnar.

De novo, verdadeiramente, se nisto há novidade, são os fenómenos, me-lhor seria dizer a tragédia americana ou

francesa, de um recurso à tortura para fazer face, não a um inimigo tradicional, como nas duas guerras mundiais, mas a um novo inimigo, ainda em acção, que de fora do sistema pôs em causa o Oci-dente e ainda não desistiu de o fazer. Só o caso da Argélia é ainda clássico, na medida em que se integra no mais vasto fenómeno da descolonização ocidental. É então que o regressivo apelo à tortura, na Argélia, primeiro, e mais tarde no 11 de Setembro, marcará o ponto alto da nova era da tortura em “defesa”, ao me-nos na intenção, da Democracia.

É a esta epopeia negativa e lamen-tável, contrária às suas histórias, que a França, primeiro, e os Estados Unidos

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15 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 8.4.2014

depois — e ainda agora — (sempre em nome de nobres razões) acrescentaram a contraditória e imperdoável aventura de franquear o Rubicão da cultura oci-dental, que separava até hoje claramen-te a cultura democrática mítica de que se reclamam da mais clássica barbárie. Sem nenhuma justificação ética, nem metafísica, nem política, por mais so-fisticada que se queira ou se apresente, capaz de justificar o injustificável.

Com actualizada argumentação his-tórica, jurídica, em função do código democrático que quase miticamente se confunde com as suas imagens de marca ideológica, nem a França, antiga matriz da Revolução, em nome dos famosos e sacralizados Direitos Humanos, nem os Estados Unidos, em nome de um estatuto de rebelião fundadora da sua indepen-dência nacional, o nosso antigo Primeiro--ministro faz o processo dessa paradoxal

É A ESTA EPOPEIA NEGATIVA E LAMENTÁVEL, CONTRÁRIA ÀS SUAS HISTÓRIAS,

QUE A FRANÇA, PRIMEIRO, E OS ESTADOS UNIDOS DEPOIS — E AINDA AGORA —

(SEMPRE EM NOME DE NOBRES RAZÕES) ACRESCENTARAM A CONTRADITÓRIA E

IMPERDOÁVEL AVENTURA DE FRANQUEAR O RUBICÃO DA CULTURA OCIDENTAL,

QUE SEPARAVA ATÉ HOJE CLARAMENTE A CULTURA DEMOCRÁTICA MÍTICA DE QUE

SE RECLAMAM DA MAIS CLÁSSICA BARBÁRIE

regressão no seio mesmo das nações-san-tuários da Democracia ocidental, a par da Inglaterra. É certo que nem em França, no episódio dramático da guerra na Argélia, nem nos Estados Unidos, quer antes, quer sobretudo depois do 11 de Setembro, pe-caram ciente e colectivamente, como em tempos o fizera a Alemanha hitleriana ou a União Soviética. A “luz” nunca de todo

se apagou nesta insuportável noite da ra-zão (não apenas em perspectiva iluminis-ta, mas absoluta na ordem ética, para não falar da religiosa que durante milénios estruturou a nossa história de ocidentais).

Paradoxalmente é por isso mesmo que o escândalo, ético e quase meta-físico, do recurso à eterna tentação de pactuar com o uso da tortura, é da

ordem da abominação e da denegação prática e ideal da democracia, sem que precisemos do fazer dela uma utopia contrária à sua essência e aos seus fins.

Com razão o nosso autor inclui Montaigne entre os primeiros pen-sadores que numa ética meramente profana — sem se reivindicar ainda de uma perspectiva já iluminista como Kant — resumiu o traço humanístico (ou simplesmente humano) da nossa “condição” como o bem próprio não de qualquer estatuto privilegiado dessa mesma condição, mas pelo facto de ser a essência da nossa humanidade e da sua universalidade. “Cada homem é a condição humana na sua integridade.” Esta é a linha vermelha que separa todo o respeito que se deve a essa “identi-dade” universal e particular ao mesmo tempo, de todas as tentações de a con-verter em “objecto” sobre o qual qual-quer ser humano creia ter direitos.

Dessas tentações — em democracia ou fora dela — mas a democracia com um suplemento de incoerência mortal — a do uso da tortura é a mais inuma-na. Denunciar abstractamente o seu uso não é pequeno mérito. Não isentar dele os actores mesmos que ocasio-nalmente violaram ou violam ainda o pacto democrático que por excelência a exclui e a si mesmo se nega, é mais arriscado. E por isso mesmo mais me-ritório. Não é um combate contra um inimigo imaginário. A Humanidade nunca esteve nem está para além do Bem e do Mal. Essa divisão é o enjeu da pulsão definidora do que nós somos como seres livres responsáveis pelo que nos perde ou misteriosamente nos sal-va. A História — se este fantasma exis-te como auto-retrato da nossa alma, pessoal ou colectiva — é um eterno e nunca gasto combate para separar em nós e no mundo o que nos humaniza do que nos remete para a condição impensável mas nunca extinta do inu-mano. A barbárie — e entre ela a que a “tortura” exemplifica — é só a prova do que nos custa estar à altura da nossa vocação de superar a inumanidade de que somos parte e nos tornar os “meros seres humanos” que nos propomos ser.

Posfácio da segunda edição do livroA Confiança no Mundo, de José Sócrates

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MARCO [email protected]

16 DESPORTO hoje macau terça-feira 8.4.2014

P ROMETE, a edição de 2014 da Liga de Elite. O principal campeonato de fute-

bol do território continua ao rubro com os onzes da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau e o Sporting Clube do território separados por um único ponto na liderança da tabela classificativa. As duas formações defrontam-se no próximo domingo, num desafio que poderá vir a ter um peso fulcral no desenlace do Campeonato. Com quatro equipas ainda bem colocadas no que toca a um eventual assalto ao título, nem Benfica nem Sporting se podem dar ao luxo de perder pontos na última ronda da primeira volta da Liga de Elite.

No fim-de-semana, águias e leões cumpriram com o que lhe era exigido e levaram a melhor sobre os adversários que tiveram pela frente. Sem algumas das suas principais figuras, o líder Sporting so-breviveu intacto ao sempre difícil confronto com o Grupo Desportivo da Polícia de Se-gurança Pública, derrotando o onze das forças de segurança do território pela margem mínima.

João Maria Pegado e Mandinho confiaram a titu-laridade a jogadores como Rodrigo Veloso, Miguel Soares ou Nuno Sampaio Nunes, mas a ausência de alguns dos habituais titula-res não roubou acutilância ao Sporting. Aos leões do território coube a primeira oportuidade do desafio, com

C HEGAR, ver e vencer. A estreia de Jo Rosa Merszei nas andanças da Asian V8

Championship Series dificilmen-te poderia ter corrido de melhor feição ao piloto do território. No dia em que festejou o qua-dragésimo aniversário, Merszei alcançou um dos melhores resultados da carreira, ao subir ao primeiro lugar do pódio no Circuito Internacional de Clark, depois de ter conquistado no domingo a primeira manga da primeira jornada da Asian V8 Series na categoria open.

Nos 2800 metros do traçado de Clark, o piloto do território levou a melhor sobre o italiano Stefano Marrini e sobre o japo-nês Kunihiro Iwatsuki, alçando--se ao patamar mais elevados do pódio no circuito filipino. O certame pautou a estreia dos eventos da NASCAR series no continente asiático.

André Couto em 3 campeonatos na temporada de 2014André Couto vai correr este ano em três campeonatos diferentes, um deles na Europa. De acordo com a Rádio Macau, depois da experiência com a Audi no Grande Prémio do ano passado, o piloto de Macau vai passar a correr na prova da Ásia com carros da marca alemã, na equipa de Edoardo Mortara. “Este ano tenho um programa um pouco intenso. Vou correr no campeonato asiático de Audi R8 LMS. É um troféu com todos os carros idênticos, semelhante à corrida que houve em Macau no ano passado, em que fiquei em segundo lugar”, explicou à Rádio Macau. “Na sequência do bom resultado vou correr na mesma equipa do ano passado, juntamente com o Mortara.” Couto vai também fazer com a Audi o Blancpain Endurence Series, um campeonato GT da Europa, “onde estão as marcas todas”. “Vou fazer já no domingo a primeira corrida no circuito de Monza”, dizo piloto que, nos últimos anos, tem estado a correr no Japão.

FUTEBOL RIVAIS EDITAM “DERBY” DE LISBOA NO PRÓXIMO DOMINGO

Pela supremacia na RAEMalturas sobre a defensiva do Chao Pak Kei, dilatando a vantagem de que o Benfica gozava no marcador.

A vencer por duas bolas a zero, a formação orientada por Bruno Álvares apostou no contra-ataque na etapa complementar e quase mar-cou o terceiro golo nos pri-meiros minutos do segundo tempo, numa jogada conclu-ída por Bruno Martinho. O dianteiro português serviu pouco depois Fabrício Lima para um remate de primeira que falhou por muito pouco o último reduto adversário. O terceiro e último tento do desafio acabou por surgir apenas aos 72 minutos. Mar-cou Nicholas Torrão, numa jogada em que o guarda--redes do C. P. K, Lok Ka On, não ficou bem na fotografia.

Nos encontros de do-mingo, não houve surpresas. O campeão Monte Carlo derrotou o frágil Lai Chi por duas bolas a zero, com golos apontados aos 23 minutos por Anderson Braz e aos 87 por Francisco do Carmo. O Ka I foi responsável pelo resultado mais dilatado da jornada, ao derrotar o Kei Lun por quatro bolas a uma, num partida em que Kim Young-bin voltou a estar em destaque. O atleta sul-coreano marcou dois dos golos com que a equipa orientada por Chan Man Kin derrotou o adversário.

AUTOMOBILISMO JO MERSZEI BRILHOU NA ETAPA INAUGURAL DA ASIAN V8 SERIES

Pódio em Clark

Alexandre Matos a rematar cruzado ao lado do poste da baliza de Leong Chon Kit. Dos pés do jovem dianteiro saiu também o segundo lance de perigo da partida, ainda que com resultados inconsequentes para o últi-mo reduto da PSP.

A Polícia respondeu bem

ao assédio do conjunto leonino e quase inaugurou o marcador na resposta, com Leong Lap San a colocar Juninho à prova na baliza do Sporting. Pouco depois, Cheong Loi levou a melhor sobre Wamba no lado direito do ataque da forma-ção das forças de segurança e serviu William Shek para

uma ocasião soberana, mas o remate do dianteiro acabou por ser travado pela defesa do conjunto verde e branco.

Paciente e dominador, o Sporting recuperou o ascen-dente inicial e quase marcou pouco além da marca da meia hora, num remate de longe desferido por Rodri-go Veloso. O único tento do desafio acabaria por ser marcado a três minutos do intervalo, com o médio bra-sileiro a saltar mais alto do que a defensiva adversária e a inaugurar o marcador, com um cabeceamento decidido.

A formação orientada por João Maria Pegado e Man-dinho voltou a entrar com maior fulgor na etapa com-plementar e o autor do golo quase bisou no desafio, ao colocar uma vez mais Leong Chon Kit à prova na baliza do Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública.

Na recta final do desafio, o moçambicano Pascoal Júnior isolou-se na frente de ataque do Sporting na sequência de uma jogada rápida de contra-ataque, mas acabou por permitir a defesa do guardião da formação das forças de segurança do ter-ritório. À Polícia pertenceu, de resto, a derradeira grande oportunidade da partida, num remate de curto alcance a que Juninho respondeu com uma defesa enérgica.

Mais folgado foi o triun-fo do Benfica no frente-a--frente com o Chao Pak Kei. A partida seria a primeira de Bruno Álvares frente a um eventual rival na corrida pelo título, mas a formação encarnada não se intimidou com as potencialidades do adversário, triunfando com uma vitória por três bolas a uma. Com Bruno Martinho, Nicholas Torrão e William Gomes na frente de ata-que, as águias do território inauguraram o marcador à passagem do primeiro quarto de hora do desafio, com Bruno Martinho a res-ponder na perfeição a um bom cruzamento do lado direito do ataque encarnado. O avançado português tirou um adversário do caminho e rematou de pronto com o pé direito, batendo Lok Ka On na baliza do C.P.K.

Sem o brasileiro Diego Patriota no meio-campo, o Chao Pak Kei nunca mostrou capacidade para responder na mesma moeda. Com o golo, o Benfica ganhou tran-quilidade e alento e o segun-do tento do desafio acabou por surgir com naturalidade a cinco minutos do final da primeira parte, na sequência de um pontapé de canto. Bem posicionado à entrada da grande área adversária, O brasileiro William Carlos Gomes levou a melhor nas

Disputado em três jornadas e integralmente em território filipino, o Asian V8 Cham-pionship oferece ao vencedor da competição a possibilidade de competir nos eventos da NASCAR Euro Series ou em algumas das provas que inte-gram o calendário das NAS-CAR Series norte-americanas.

Convidado para representar o automobilismo de Macau na competição, Jo Merszei partiu para as Filipinas convicto de que poderia garantir um bom resultado no asfalto do traça-do de Clark. Mais do que um brilharete na etapa de estreia

da competição, o piloto maca-ense, nascido em Hong Kong, integrou o pelotão da Asian V8 Championship Series com o objectivo de chamar a atenção para o potencial da prova.

Merszei quer que o territó-rio tenha uma palavra a dizer na dinamização de uma série asiá-tica de NASCAR: “As minhas expectativas passavam por garantir um resultado positivo, mas quero sobretudo trabalhar com os organizadores desta competição com o objectivo de trazer para Macau uma das etapas do campeonato.

Esta competição é uma com-

petição que tem muito a dar não apenas a Macau, mas também e sobretudo aos pilotos chineses. Os carros com motor V8 são carros muito apelativos para qualquer piloto que se preze. São carros com uma potência incrível, que requerem muita agilidade”, explica Jo Merszei.

Convidado pela organiza-ção da Asian V8 Championship Series, Jo Merszei deverá participar nas duas restantes jornadas do certame, também previstas para as Filipinas. De-pois de Clark, em Maio, é a vez do Circuito Automobilístico de Batangas, na cidade de Rosário, acolher o evento.

A prova regressa ao traçado do Circuito Internacional de Clark no primeiro fim-de--semana de Julho para as etapas que deverão decidir o nome do vencedor da edição inaugural do Campeonato. - M.C.

LIGA DE ELITE - 8ª JORNADA

RESULTADOS

Sporting 1 – 0 Polícia

C.P. K 0 – 3 Benfica

Monte Carlo 2 – 0 Lai Chi

Ka I 4 – 1 Kei Lun

CLASSIFICAÇÃO

Equipa J V E D GM-GS Pontos

Sporting 7 5 2 0 13-2 17

Monte Carlo 7 5 1 1 23-6 16

Benfica 7 5 1 1 28-2 16

Ka I 7 4 2 1 22-5 14

Chao Pak Kei 7 3 2 2 16-8 11

Polícia 7 2 2 3 6-7 8

Sub-23 7 2 0 5 5-32 6

Lai Chi 7 1 0 6 8-26 3

Kei Lun 8 0 0 7 8-41 0

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hoje macau terça-feira 8.4.2014 FUTILIDADES 17

Pu YiPOR MIM FALO

João Corvofonte da inveja

C I N E M ACineteatro

SALA 1CAPTAIN AMERICA:THE WINTER SOLDIER [3D] [B]Um filme de: Anthony e Joe RussoCom: Chris Evans, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson14.15, 16.45, 21.45

CAPTAIN AMERICA:THE WINTER SOLDIER [B]Um filme de: Anthony e Joe RussoCom: Chris Evans, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson19.15

SALA 2 NOAH [C]Um filme de: Darren AronofskyCom: Russell Crowe, Anthony Hopkins, Jennifer Connelly14.15, 21.45

NOAH [3D] [C]Um filme de: Darren AronofskyCom: Russell Crowe, Anthony Hopkins, Jennifer Connelly16.45, 19.15

SALA 3HORSEPLAY [B](FALADO EM CANTONÊS LEGENDADOEM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Lee Chi NgaiCom: Tony Leung, Ekin Cheng, Kelly Chen, Eric Tang14.15, 21.00

KANO [B](FALADO EM JAPONÊS, HOKKIEN E HAKKAE LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Chih-HsiangCom: Masatoshi Nagase, Oosawa Takao, Togo Igawa17.30, 19.15

CAPTAIN AMERICA: THE WINTER SOLDIER

FeriadosFicamos preguiçosos depois das férias e feriados. Chega segunda-feira e lá vem a lembrança dos momentos inesquecíveis que passámos durante o fim-de-semana. Será que temos de cancelar os feriados desnecessários para aumentar a eficácia do trabalho? Estes dias, como escapei à minha critica diária, reparei num fenómeno interessante. O Cheng Ming – ou Dia de Finados -, por exemplo, é suposto ser um dia para visitar as campas dos antepassados, fazer a limpeza dos túmulos, ir ao templos prestar-lhes homenagem. Contudo, para a maioria das pessoas do continente, o feriado é aproveitado para viajar. Lembrei-me de uma tradição antiga, em que as pessoas teriam – supostamente – de ter saudar os seus antepassados... recordá-los. Hoje em dia, o feriado é mais para descansar ou fazer viagens curtas. Mas, como digo, este fenómeno sente-se mais no continente. Aqui, por Macau, e em Hong Kong, a tradição manteve-se, talvez pelo facto de muitos residentes serem da província de Guangdong e de Fujian, onde a cultura é mais conservadora. Talvez esteja relacionado com a Revolução Cultural dos anos 1960, onde respeitar as religiões era proibido... talvez por isso, a tradição não seja muito respeitada. Hoje em dia, também apenas as famílias dos chineses mais tradicionais põem altares em casa. Entretanto, quando temos cada vez mais feriados no calendário, acabamos por nos perder: afinal, que feriado é hoje? Em Macau, os chineses querem saber os feriados dos portugueses, que, por sua vez, não percebem o que significa alguns dos feriados dos chineses. É interessante, é vida, é cultura. É algo que nos faz pensar. E é um feriado.

Tudo vale a pena se for feito com a pequena.

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 18 MAX 22 HUM 75-95% • EURO 10.9 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

Acções difíceis de avaliar, uma provocação aos sentimentos que nos são inatos, o adensar de mistérios que são muito difíceis de compreender. ‘The minds of Billy Milligan’ leva-nos aos recantos mais escuros da nossa mente, numa viagem que não é mais do que descoberta, hor-ror e compaixão. A história real de um homem que cometeu crimes violentos, merecedores de destaque nas notícias e que originaram mudanças na própria legislação dos EUA. A história de um homem cujas acções foram feitas enquanto “dormia”. A história de um homem que se divide em 24 pessoas diferentes – todas com capacidades e personalidades distintas. Mas quem foi, afinal, Milligan? Um caso extremo de múltipla personalidade? Um criminoso consciente que não passa de uma fraude? Um livro fascinante, que levanta um pouco mais do véu que cobre a mente humana e nos faz questionar, afinal, quem somos. - Joana Freitas

U M L I V R O H O J ETHE MINDS OF BILLY MILLIGAN – DANIEL KEYES

(ADAPTADO AO CINEMA)

Morreu Pablo Picasso, o grande mestre espanhol• Hoje é dia de recordar Pablo Picasso, artista espanhol que deixou marca na pintura, escultura, cerâmica e até na poesia. O genial Picasso morreu a 8 de Abril de 1973, em França. A sua arte percorreu o mundo e o tempo, eternizando-se. Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso. Um nome grande, na proporção do talento de um dos maiores mestres da arte do século XX. Picasso nasceu em Málaga, Espanha, a 25 de Outubro de 1881. Herdou do pai o prazer pela pintura, ainda que o talento do filho seja imensamente superior. Desde cedo sentiu atracção pela arte e era muitas vezes convidado pelo pai a terminar-lhe os quadros. Com 14 anos, o pequeno Picasso superava as exigências das mais conceituadas academias de arte. Mais tarde, muda-se para Madrid, para Barcelona e depois para Paris, onde exprime talento, expondo ao lado dos maiores pintores do seu tempo. Pablo Picasso é um dos artistas mais famosos e versáteis do mundo, com milhares de criações, desde pinturas em diversos tipos de materiais, a esculturas, passando pela cerâmica e até pela poesia.É considerado co-fundador do Cubismo, ao lado de Ge-orges Braque. Morreu a 8 de Abril de 1973, em Mougins, França, com 91 anos de idade. Também neste dia, em 2013, morreu Margaret Thatcher, a dama de ferro.Hoje, assinalam-se o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, Dia do Povo Rom e o Dia Mundial da Astronomia.

ACONTECEU HOJE

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hoje macau terça-feira 8.4.201418 publicidade

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hoje macau terça-feira 8.4.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Joana Freitas (Coordenadora); Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; José C. Mendes; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

19OPINIÃO

A tradição já não é o que era desde o “handover” de Hong Kong em 1997, momento em que os feriados britânicos deixaram naturalmente de vigorar e de influenciar a vida nas duas que viriam a tornar-se nas Regiões Administrativas Especiais chinesas, fazendo uma alu-

são clara ao aniversário da soberana do então Império Britânico, que tem lugar em Abril. Por este motivo, Abril será dedicado à obser-vação da presença britânica no Oriente, com principal incidência na China continental, Macau, Hong Kong e na Formosa.

Se a estratégia é a capacidade de ante-cipar do futuro, então podemos considerar que Londres teve e tem desde sempre uma política externa, militar, económica e cultural assente na Ásia e com um esforço perma-nente para entender as rápidas mutações e dinâmicas regionais. Ao passarmos em re-vista a presença de bases militares britânicas espalhadas no Oriente, do Mar Vermelho aos mares oceanos Índico e Pacífico, poderemos traçar as posições estratégicas que vão ser-vindo de pontos de apoio e de defesa dos inte-resses britânicos no mundo, nomeadamente no Bahrein, onde está instalado o Comando da Componente Naval do Reino Unido acompanhado da Royal Air Force (RAF) no aeroporto internacional, no Qatar, onde opera a RAF em Al Ubeid, nos Emirados Árabes Unidos, as forças britânicas marcam presença na base da RAF e em Al Minhad, seguido de Oman, onde está instalada outra base aérea da RAF em Mascate, já no Índico, no Quénia, está presente a unidade Batuk do exército britânico no âmbito da cooperação técnico-militar para a reforma do sector da segurança e desminagem, em Diego Garcia, onde funciona uma base aérea e naval em conjunto com os EUA, já na Malásia, onde opera o centro de formação de tropas espe-ciais “Special Air Service” (SAS) no Bornéo e o Quartel-General do Sistema de Defesa Aérea Integrada em Butterworth, no Estreito de Malaca, seguindo para Singapura onde está instalada em Sembawang uma força da Royal Navy, depois no Brunei, onde reside um contingente militar britânico e opera o centro de exercícios militares em ambiente de selva e estão em permanência um ba-talhão de infantaria de Gurkhas, retirados de Hong Kong, e ainda helicópteros Bell 212, terminando a aventura com a base nas Ilhas Picárnia, em pleno Pacífico. Toda esta presença militar deve-se acrescentar à coope-ração com as geografias da Commonwealth.

Pela lógica que não existe “softpower” sem “hardpower” é esta a relação de forças apresentada por Londres e que por outro lado

o monóculo, a pena e a espadaVITÓRIO ROSÁRIO CARDOSO*

O Reino Unido continua a ser um parceiro importante da República Popular da China, não obstante os percalços da história

Ao Serviço de Sua Majestade

a Velha Albion é obrigada essencialmente a zelar pelo seu comércio internacional e pela segurança das rotas marítimas.

Antes de chegar aos postos de promoção do comércio externo e investimento britâ-nicos, torna-se fundamental conhecer quais as regiões asiáticas com maior historial de presença das informações estratégicas de Vauxhall Bridge, que são naturalmente a Índia, antiga jóia da Coroa, a Tailândia

sendo um país central, Singapura, o Japão e a China. No Império do Meio as antenas espalhavam-se por Xangai, pelo nordeste, em Hong Kong, Macau e na Formosa. Estas presenças coincidem essencialmente com os principais entrepostos comerciais ingleses, além de serem postos de observação privile-giados, tais como Hong Kong e Singapura, onde ambas as cidades sediaram a “Far East Combined Bureau” para monitorização das actividades e intercepção de comunicações bolcheviques-soviéticas e chinesas, além das nipónicas na II Grande Guerra.

A Royal Navy instalou a “Far East Com-bined Bureau” (FECB) em Março de 1935 em Hong Kong, no ilhéu de Stonecutters, na sequência de divisões no seio dos serviços de informações britânicos na região, pela falta de profissionais competentes, meios, fiabilidade dos relatórios e por se acharem distantes da capital, tudo contribuiu para que a Royal Navy tomasse uma atitude de ruptura para deste modo melhor acompanhar os rápidos e decisivos acontecimentos do período entre guerras. Pouco antes da invasão nipónica de Hong Kong, a FECB fora transferida para Singapura, e depois para Colombo e Kilindi.

Na actualidade o Reino Unido continua a ser um parceiro importante da República Popular da China, não obstante os percalços da história, e por isso, Londres tem sabido manter uma relação inteligente, fazendo-se notar nas primeiras visitas oficiais do novo Governo, nas mensagens de Ano Novo chinês, na certa tradição de nomeação de diplomatas e outros quadros do Estado que dominassem a língua chinesa, porque cedo entenderam que é crítico, que fará toda a diferença, haver a capacidade de comuni-cação e de entendimento na língua do seu parceiro no terreno, espelhando-se depois nos resultados, e numa sociedade livre e democrática e pelo Estado estar ao serviço dos cidadãos, os organismos têm de prestar contas, nem que seja para justificar em que medida cada cêntimo dos impostos é bem gasto no salário dos burocratas destacados.

A “UK Trade & Investment” está assente

OPIU

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RADE em três pilares, o do apoio

às exportações, à atracção de investimento e no apoio à promoção da indústria de defesa e segurança do Reino Unido.

Na China continental a rede de escritórios abarca as cidades de Pe-quim, Xangai, Cantão, e Chongqing, locais de presença diplomática, e conta depois com a cooperação das câma-ras de comércio anglo--chinesas em Changsha, Chengdu, Hangzhou, Nanj ing, Qingdao, Shenyang, Shenzhen, Wuhan, Xi’an, entre ou-tros, depois o escritório na Região Administra-tiva Especial de Hong Kong que cobre apenas Macau, e por fim, o es-critório em Taipei.

Os sectores finan-ceiros, do imobiliário e

infraestruturas, transportes, saúde e serviços têm sido das principais apostas britânicas no mercado chinês, acrescentando à última inovação de promoção de vistos “VIP” para investidores que apostem em sectores de inte-resse britânicos, ou ainda na recente ratificação do Tratado de Armas entre Londres e Pequim.

A China continental e Hong Kong re-presentam respectivamente o primeiro e terceiro mercado asiático mais importante para o Reino Unido, onde só os resultados da ex-colónia britânica representam 5.1 mil milhões de libras em exportações no ano de 2011, acrescentando ao mercado da Ilha Formosa, somamos mais 1.388 mil milhões de libras, no mesmo ano.

Este cenário é apenas a ponta do véu das reais potencialidades e capacidades do mercado chinês para um país como o Reino Unido, que não olha nem com sino-euforia que tantas vezes se denota nas mentes oci-dentais, mas também sem chegar ao sino--ceptcicismo. Para se atingir o equilíbrio sino-realista torna-se necessário conhecer bem o terreno, tal como Londres demons-tra estar apostada e sobretudo a ter acesso e saber conquistar a confiança local, e por estes motivos, o Reino Unido nunca deixou de se apoiar nas mais diversas estruturas que foi criando ao longo do tempo pelo vasto Oriente. A Rainha está servida.

*Membro da Associação de Jovens Auditorespara a Defesa, Segurança e Cidadania de Portugal

(DECIDE Portugal)

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hoje macau terça-feira 8.4.2014

China restringe importação de suínos vivos dos EUAA China impôs restrições mais duras à importação de suínos vivos dos Estados Unidos em meio a temores relacionados a um vírus que mata porcos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e criadores. O país asiático, maior consumidor mundial de carne suína, pediu que o USDA realize testes e forneça garantias de que os animais exportados vieram de rebanhos livres do vírus epidémico de diarreia suína (PED, na sigla em inglês). A doença se espalhou por quase 30 estados norte-americanos e matou milhões de animais jovens desde que foi identificada pela primeira vez no país, em Abril do ano passado. O vírus, que causa diarreia e vómitos, é fatal apenas para suínos jovens e não representa ameaça à saúde humana ou à segurança dos alimentos, de acordo com cientistas. Normalmente, animais exportados para a China são reprodutores, disse Jay Truitt, representante da Associação Norte-Americana de Exportadores de Animais de Corte.

Ucrânia Proclamada «república soberana» em DonetskActivistas pró-Moscovo que ocupam desde domingo o principal edifício do governo local de Donetsk, na região leste da Ucrânia, proclamaram hoje uma «república soberana», indicou um dos respectivos representantes à imprensa. Os jornalistas não foram autorizados a entrar no edifício. Um vídeo publicado na internet mostra um homem que afirma: «Proclamo a criação do Estado soberano da República Popular de Donetsk».

Nova Zelândia Partido de Dotcom pede registoO Partido Internet, do fundador do portal Megaupload, o informático alemão Kim Dotcom, informou ontem ter solicitado o seu registo junto da Comissão Eleitoral da Nova Zelândia. A formação, presidida por Dotcom, indicou, em comunicado, contar com 2.000 membros, os quais se registaram através do seu portal ou de aplicações, apesar de ainda só ter entregado os dados relativos a 550 afiliados no âmbito do processo da sua inscrição. Para se registarem, os partidos políticos na Nova Zelândia precisam de apresentar documentos que demonstrem que têm mais de meio milhar de membros.

Bispo do Porto «Os pobres não podem esperar»O novo bispo do Porto, António Francisco dos Santos, disse ontem que “os pobres não podem esperar” e realçou que a cidade pode ser um exemplo a nível nacional para fazer face a uma crise “por demais arrastada“. António Francisco dos Santos mostrou-se aberto para dialogar com todos. “Sejamos ousados, criativos e decididos sempre, mas sobretudo quando e onde estiverem em causa os frágeis, os pobres e os que sofrem. Esses devem ser os primeiros porque os pobres não podem esperar! Temos na história da Igreja do Porto ‘modelos de caridade’ que nos podem guiar neste caminho“, afirmou numa Catedral cheia e que tinha no Terreiro da Sé centenas de pessoas a assistir através de um monitor.

Nova biografia de Zeca Afonso«Zeca Afonso – Livra-te do Medo», de José A. Salvador com prefácio de Adelino Gomes e editado pela Porto Editora, é a biografia mais completa sobre uma voz maior do 25 de Abril. O livro é editado no dia 17 de Abril. «Em 2014 ocorrem dois aniversários históricos, assinalados por esta edição. Em Maio de 1964, passam agora 50 anos, José Afonso foi cantar à Sociedade Fraternidade Operária Grandolense, acontecimento que o inspiraria a escrever, dias depois, um poema dedicado a Grândola, musicado e cantado para o álbum Cantigas do Maio de 1971. A 25 de Abril de 1974, esta canção seria utilizada pelo MFA para desencadear o golpe militar que derrubou o regime de Salazar-Caetano, devolvendo a liberdade ao povo português e abrindo caminho à independência das ex-colónias portuguesas»

“FUNERAIS MARÍTIMOS” TÊM UMA NOVA VIDA NA CHINA

Pouco espaço para vivos

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XINJIANG GOVERNADOR ACUSA ISLAMISTAS DE PROIBIR RISO E CHORO

Falar em nome do céu

U M número crescente de chineses está a lançar ao mar as cinzas dos familiares mortos, em

vez de as enterrar ou guardar em jazigos, numa cerimónia consi-derada amiga do ambiente e que serve também para poupar terra.

“Sendo um país populoso, a China terá cada vez menos espa-ço para os vivos se continuarmos a tradição de sepultar os mortos em terra”, disse um responsável da Associação Funerária da Chi-na, Wang Guohua, citado pelo China Daily hoje, vespera do dia chinês dos Finados (Qingming).

A população chinesa (1.350 milhões) representa quase 20% da Humanidade, mas o país dis-põe apenas de 7% da terra arável do planeta.

Em Xangai, a maior cidade chinesa, com cerca de 23 milhões de habitantes, situada na foz do

rio Yangtze, foi uma das pri-meiras a promover os chamados “funerais marítimos”, em 1991.

Desde então, as cinzas de mais de 28 mil residentes de Xangai foram lançadas ao mar, “o que ajudou a salvar 8,3 hectares”, disse o China Daily.

As pessoas que recorrem a esse serviço são transportadas de barco até ao largo e espalham depois as cinzas pelas águas, misturadas muitas vezes com pétalas de flores brancas (a cor do luto na China).

Em Pequim, o número de funerais marítimos deverá atingir este ano os 2.400, o dobro de 2013, indicou o mesmo jornal.

Num país onde morrem cerca de dez milhões de pessoas por ano (e nascem mais 17 milhões), a indústria funerária não está pro-priamente “pela hora da morte”. Pelo contrário: é considerada

uma das mais lucrativas, a seguir à banca, ao imobiliário e aos ocu-listas (cerca de trezentos milhões de chineses usam óculos!).

O preço do metro quadrado num cemitério de Pequim pode ultrapassar os 210 mil yuan (25 mil euros) - vinte vezes mais do que há uma década.

“Os funerais marítimos po-dem ser uma opção mais amiga do ambiente”, disse um perito do Ministério chinês dos Assuntos Civis, que tutela a indústria funerária.

E para quem acredita que as primeiras células e a própria vida começaram na água, os funerais marítimos representam o regres-so às origens.

Tradicionalmente, os chine-ses sepultavam os seus mortos, mas a partir da década de 1950, o Partido Comunista Chinês co-meçou a encorajar a cremação.

O governador de Xinjiang, na China, escreveu ontem que militantes islâmicos estavam a tentar proibir o riso em casamentos e o choro

em funerais. Num artigo no jornal oficial Xinjiang Daily, apelou às pessoas para ajudarem a acabar com o «tumor» do extremismo. No jornal oficial de Xinjiang o governador Nur Bakri disse que os actos de terror foram viabilizados por extremistas que se aproveitaram da fé das pessoas, especialmente «os jovens que viram pouco do mundo».

«A fim de incentivar o fanatismo e controlar

os fiéis, religiosos extremistas têm passado ensi-namentos religiosos flagrantemente distorcidos, como ́ os mártires vão para o céu» ou “matar um pagão vale mais de 10 anos de misericórdia”, e ainda “no céu obtém-se o que se quer”, escreveu.

«Eles usam isso para confundir os crentes para o que eles acreditam que é na forma de ataques terroristas suicidas ou outros tipos de violência», acrescentou Bakri . Já as pessoas que não seguem as restrições dos islâmicos são condenados como «traidores» e «escória», disse.

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