histórico

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Seminário de Biofísica : Ressonância Magnética Histórico Por volta de 1937, o físico russo naturalizado americano Isidor I. Rabi (1898-1988), trabalhando nos EUA, tinha descoberto um fenômeno importante, a que ele denominou de ressonância magnética nuclear. Os avanços na física de partículas tinham determinado que os prótons contidos nos núcleos de átomos tinham um movimento em torno do seu eixo, denominado de spin (giro). Como os prótons e os elétrons em suas órbitas ao redor do núcleo de determinados átomos formam um dipolo elétrico (cargas elétricas opostas separadas por um espaço), e estes dipolos estão em constante movimento, gera-se também um dipolo magnético (norte-sul). Rabi descobriu, então, que submetendo uma substância deste tipo (como o hidrogênio, por exemplo) a um fortíssimo campo magnético externo, os dipolos magnéticos nucleares se alinhavam todos na mesma direção, seguindo as linhas deste campo (precessão), e podiam absorver energia radiomagnética externa, proporcional à intensidade do campo magnético (é o chamado fenômeno da ressonância, que significa "vibrar em conjunto"). Ao ser suspenso o campo magnético (o que é denominado de relaxamento), os dipolos voltavam ao seu movimento aleatório, e devolviam a energia absorvida na forma de ondas eletromagnéticas, cuja freqüência era típica de cada tipo de átomo (denominada freqüência de Larmor, em honra ao seu descobridor, o físico irlandês Sir Joseph Larmor (1857-1942). Analisando o espectro (a soma) de todas as freqüências emitidas, Rabi era capaz de medir a quantidade de cada átomo na amostra, criando um novo método de análise molecular extremamente poderoso, que foi chamado de espectroscopia de ressonância magnética nuclear. Dois outros fisicos americanos, Felix Bloch (1905-1983) e Edward Purcell (1912-1997), estudaram com detalhe o fenômeno da RNM descoberto por Rabi, em 1946, e esta técnica passou a ser usada rotineiramente para estudar a composição molecular de pequenas amostras. Rabi recebeu o prêmio Nobel de Física de 1944 , e Bloch

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Seminário de Biofísica: Ressonância Magnética

Histórico

Por volta de 1937, o físico russo naturalizado americano Isidor I. Rabi (1898-1988), trabalhando nos EUA, tinha descoberto um fenômeno importante, a que ele denominou de ressonância magnética nuclear. Os avanços na física de partículas tinham determinado que os prótons contidos nos núcleos de átomos tinham um movimento em torno do seu eixo, denominado de spin (giro). Como os prótons e os elétrons em suas órbitas ao redor do núcleo de determinados átomos formam um dipolo elétrico (cargas elétricas opostas separadas por um espaço), e estes dipolos estão em constante movimento, gera-se também um dipolo magnético (norte-sul).

Rabi descobriu, então, que submetendo uma substância deste tipo (como o hidrogênio, por exemplo) a um fortíssimo campo magnético externo, os dipolos magnéticos nucleares se alinhavam todos na mesma direção, seguindo as linhas deste campo (precessão), e podiam absorver energia radiomagnética externa, proporcional à intensidade do campo magnético (é o chamado fenômeno da ressonância, que significa "vibrar em conjunto"). Ao ser suspenso o campo magnético (o que é denominado de relaxamento), os dipolos voltavam ao seu movimento aleatório, e devolviam a energia absorvida na forma de ondas eletromagnéticas, cuja freqüência era típica de cada tipo de átomo (denominada freqüência de Larmor, em honra ao seu descobridor, o físico irlandês Sir Joseph Larmor (1857-1942). Analisando o espectro (a soma) de todas as freqüências emitidas, Rabi era capaz de medir a quantidade de cada átomo na amostra, criando um novo método de análise molecular extremamente poderoso, que foi chamado de espectroscopia de ressonância magnética nuclear. Dois outros fisicos americanos, Felix Bloch (1905-1983) e Edward Purcell (1912-1997), estudaram com detalhe o fenômeno da RNM descoberto por Rabi, em 1946, e esta técnica passou a ser usada rotineiramente para estudar a composição molecular de pequenas amostras. Rabi recebeu o prêmio Nobel de Física de 1944, e Bloch e Purcell receberam o prêmio Nobel de Física de 1952 por suas descobertas.

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Raymond Damadian Paul C. Lauterbur

Muitos anos mais tarde, na década dos 60s, outro físico americano, Paul C. Lauterbur (1929-), chegou à conclusão que se fosse possível recolher esta radiação eletromagnética a partir de vários pontos ao redor do mesmo plano de uma amostra estimulada radiomagneticamente, poderia se obter uma imagem dos átomos da mesma. Após vários experimentos com um protótipo, ele demonstrou que isso realmente era possível. Seu trabalho foi publicado em 1973 na revista Nature, sob o título "Image formation by induced local interaction; examples employing magnetic resonance". Para obter a localização espacial da radiação emitida pelos núcleos ressonantes, Lauterbur desenvolveu a técnica crucial de combinar o campo magnético mais forte com um mais fraco, formando um gradiente ao longo da amostra. A esta técnica ele deu o nome de zeugmatografia (da palavra em grego que significa conjugação). Lauterbur utilizou a mesma técnica matemática utilizada natomografia axial computadorizada para reconstrução de imagens planares, desenvolvida por Allan Cormack. Usando um eletromagneto com uma abertura anular modesta, Lauterbur conseguiu imagens apenas de seres vivos pequenos, como animais marinhos e frutas

Na mesma época. um médico de origem armênia, Raymond Damadian, estava experimentando com a espectroscopia de RNM para tentar diferenciar as características paramagnéticas de tumores, em uma faixa do espectro chamado T1. Ele tinha conseguido demonstrar que neoplasias tinham respostas de RNM diferentes de tecido normal, e isso tinham uma enorme importância como método diagnóstico. Ao conhecer o trabalho de Lauterbur e Hounsfield, Damadian fez a junção entre as tecnologias de imageamento por NMR e de tomografia axial, e construiu em 1975 o primeiro tomógrafo de NRM para aplicações clínicas (inicialmente também apenas para a cabeça). Para conseguir os enormes campos magnéticos necessários para um ser humano, Damadian e a equipe utilizaram um magneto supercondutor de baixissima temperatura, imerso em hélio líquido, técnica que é usada até hoje.

O primeiro protótipo que ele e sua equipe construíram, batizado de The Indomitable, conseguiu obter a primeira imagem tomográfica em 3 de julho de 1977, mostrando que essa técnica era ideal para imagear tecidos moles, portanto, o cérebro. A primeira imagem (de um dos assistentes cancerígeno de Damadian, que foi cobaia voluntário para o experimento) demorou nove horas para ser obtida, e tinha apenas 106 pontos.

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The Indomitable, o primeiro tomógrafo de ressonância magnética

Imagem sagital do cérebro obtida por MRI

Damadian fundou uma empresa, a Fonar, que em 1980 lançou a primeira máquina comercial, ainda mais cara do que os tomógrafos de raios X, e que foi líder do mercado por muitos anos. O protótipo de Damadian foi parar no Museu de História Americana da Smithsonian Institution, em Washington, nos EUA. Ele e Lauterbur não ganharam o prêmio Nobel, como muita gente acha que deviam, mas foram agraciados pelo presidente dos EUA com a Medalha Nacional de Tecnologia por sua contribuição.

Para evitar associações polêmicas com a palavra nuclear, a técnica passou a ser chamada de MRI, do inglês Magnetic Resonance Imaging.

O MRI funcional

Apesar das excitantes descobertas realizadas com as imagens da ressonância magnética, elas ainda eram de natureza puramente anatômica, ou seja, não podiam ser usadas diretamente para obter imagens funcionais do sistema nervoso.

Ao descobrir, entretanto, que determinadas substâncias contrastantes podiam ser usadas para alterar as imagens do MRI, por volta de 1990, os radiologistas que trabalhavam com esta técnica começaram a desenvolver a chamada ressonância magnética funcional (fMRI). Neste ano, dois pesquisadores americanos, Seiji Ogawa, dos Laboratórios Bell, em New Jersey, estudando ratos, e John W. Belliveau, do Massachussetts General Hospital, em Boston, conseguiram demonstrar que o nível de oxigenação do sange funcionava como um agente de contraste em imagens de MRI, e que o mesmo variava em função do fluxo sangüíneo cerebral. A razão para isso é que a hemoglobina carregada pelo sangue tem propriedades magnéticas diferentes dependendo se ela está oxigenada (deoxihemoglobina) ou não, e que essas diferenças afetam o sinal registrado na imagem. Portanto, o MRI podia ser usado para obter imagens indiretas do fluxo sangüíneo cerebral, pois o conteúdo de deoxihemoglobina é inversamente proporcional ao fluxo (em outras palavras, o fluxo sangüíneo aumenta sem que haja uma diminuição proporcional no conteúdo do oxigênio carregado pelo sangue). Ogawa e

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colaboradores obtiveram imagens da microvasculatura cerebral sofrendo alterações de fluxo cerebral induzidos por anestésicos, hipoglicemia induzida por insulina e por inalação de gases que alteravam a demanda metabólica por oxigênio ou o fluxo cerebral. O fenômeno foi denominado por eles de BOLD, da sigla em inglês Blood Oxygenation Level Dependent, ou dependente do nível de oxigenação do sangue.

Imagens frontais de MRI contrastada com deoxihemoglobina do cérebro de um rato respirando três misturas de gases: (a) oxigênio com 0,75% de halotano; (b) oxigênio com 3% de halotano; e (c) 100% de nitrogênio (Imagens: Ogawa et al., 1990).

Uma outra descoberta contribuiu significativamente para o desenvolvimento do fMRI. Em 1986, dois pesquisadores americanos, Marcus E. Raichle e Peter T. Fox, trabalhando com imagens PET, tinham demonstrado uma relação direta entre ativação neuronal localizada e o aumento do fluxo cerebral e do metabolismo de oxigênio em cérebros humanos. Assim, aplicando esse conhecimento ao fMRI, foi possivel desenvolver uma metodologia relativamente simples para obter imagens funcionais da seguinte maneira: inicialmente era feita uma tomografia de MRI do cérebro em repouso. Em seguida, o sujeito era submetido a algum tipo de estímulo (por exemplo, um estímulo visual), ou induzido a realizar alguma tarefa (por exemplo, mexer repetidamente um dedo da mão, ou ler uma frase em uma tela), e a imagem de MRI da mesma região era obtida. Ao subtrair digitalmente uma imagem da outra, usando a deoxihemoglobina como marcador, a imagem-diferença refletia a variação (para mais ou para menos) do fluxo sangüíneo cerebral. Pelo menos quatro grupos de pesquisa, em Wisconsin, EUA, Göttingen, Alemanha, e, novamente, os grupos de pesquisa de Ogawa e Belliveau, demonstraram quase que simultaneamente, em 1992, que esta técnica era capaz de mostrar o local preciso de ativação do córtex visual em seis sujeitos humanos submetidos à estimulação visual uni e bilateral, ou ao realizar tarefas motoras.

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O método da subtração digital de MRI, usado para mostrar a ativação do córtex visual primário (V1) e do corpo geniculado lateral (LGN) durante um estímulo visual (Ogawa et al., 1992). A escala de falsa cor indica a intensidade do fluxo sanguineo cerebral alterado pela ativação neuronal correspondente. Imagens: Bell Labs

Com esse verdadeiro "ovo de Colombo" nas mãos, que não exigia nenhum equipamento diferente do que os tomógrafos de MRI já em uso em todo o mundo, diversos grupos de pesquisa conseguiram rapidamente demonstrar que a fMRI, como foi chamada, podia ser usada para mapear o funcionamento do cérebro através de imagens com ótima resolução anatômica. O número de trabalhos aumentou enormemente, e o fMRI passou a ser a técnica de escolha na pesquisa de funções mentais, por ter várias vantagens em relação a outras técnicas, como o PET:

Não é necessário injetar substâncias marcadoras radioativas

O tempo total de obtenção da imagem é muito curto (da ordem de 1,5 a 2 seg.), o que permite detectar funções mentais praticamente em tempo real, com uma única aquisição de imagem

A resolução da imagem é muito boa, da ordem de 1 a 1,5 mm.

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Marcus E.Raichle

Seiji Ogawa Peter T. Fox

Atualmente, tornaram-se cada vez mais comuns o uso de técnicas refinadas, como as imagens tridimensionais em movimento, mostrando a anatomia e a função do cérebro intacto, e resoluções cada vez mais microscópicos de imageamento MRI, tornaram-se comuns, indicando o fascinante caminho que a neuroimagem funcional irá seguir nas próximas décadas.

A MAIOR DESCOBERTA CIENTÍFICA DO ANO

Dezembro 23, 2009,

Há cerca de 35 anos, o Dr. Raymond Damadian inventou uma tecnologia que revolucionou a ciência médica: a ressonância magnética. Ao longo destes anos, esta tecnologia tem sido utilizada de diferentes maneiras, inclusivé para detectar cancros no seu estado inicial. É esta análise precoce que faz com que muita gente com cancro possa eliminá-lo de forma efectiva.

Recentemente, descobriu-se que a ressonância magnéticapode ser utilizada para salvar a vida de mulheres grávidas, já que reconhece uma condição conhecida como “placenta acreta”, que pode ter consequências mortais caso não seja identificada e tratada.

Esta tecnologia tem sido melhorada com a contribuição de outros especialistas. No entanto, nada disto seria possível sem o contributo inicial e inovador de Raymond Damadian. E para grande tristeza dos nossos amigos evolucionistas, Damadian é criacionista. Acredita que Deus criou a Terra em 6 dias, incluindo Adão e Eva. Acredita que a Terra foi destruída por um dilúvio global e que as línguas se originaram após a Torre de Babel.

Há poucos anos, ele terá sido preterido na atribuição do prémio Nobel da Medicina apenas por ser criacionista. Os colegas dele venceram o Nobel em 2003 pelo desenvolvimento da tecnologia de ressonância magnética, mas Damadian, o autor principal, foi deixado fora. É triste, mas estas coisas acontecem. Os feitos científicos são ignorados em virtude das crenças de cada um. Só a crença evolucionista não tem consequências na carreira.

A descoberta científica mais importante de 2009

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A investigação médica tem permitido combater muitas doenças e melhorar a nossa qualidade de vida. Se há coisa que todos devem concordar é que o trabalho e o esforço destes cientistas deve ser reconhecido. O resultado do seu trabalho salva, diariamente, a vida a muita gente.

Seria razoável pensarmos que a maior descoberta científica do ano de 2009 tem implicações directas para a vida das pessoas, mas não. A descoberta científica mais importante do ano de 2009 foi… a Ardi. É verdade. Um pedaço de ossos “quase aos pedacinhos” e “tão frágeis que se transformariam em pó ao primeiro toque” foi a descoberta científica mais relevante neste ano que está prestes a terminar.

É este o estado da “ciência”, actualmente. Uma descoberta que só ajuda aqueles que precisam de financiamento para conseguirem viver… quantos doentes terá ajudado esta grande descoberta “científica”?

Não vou alongar-me muito mais. Da próxima vez que tiveres um familiar com alguma doença grave, pensa apenas que dinheiro que poderia estar a ser investido na ciência médica, está a ser investido para se tirarem ossos da terra para se poder inventar ancestrais inexistentes. E, pior que isso, os resultados desse investimento passam à frente, em importância, das descobertas que realmente salvam vidas .

O Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina de 2003 foi concedido ao americano Paul C. Lauterbur e ao britânico Sir Peter Mansfield pelas descobertas que levaram ao desenvolvimento do método de Imagem por Ressonância Magnética (RM). Entretando, as pesquisas iniciais em imagem por RM foram feitas pelo Dr. Raymond Damadian. Lauterbur e Mansfield apenas aperfeiçoaram a técnica. Damadian sentiu-se extremamente injustiçado pela comissão coordenadora do Prêmio Nobel. A imagem por RM permite o exame não-invasivo do corpo humano, sem o uso de radiação ionizante. O fenômeno físico envolvido no processo – a emissão de fracos sinais de rádio quando átomos sofrem a ação de um campo magnético fortíssimo – foi descoberto na década de 1930. Pela descoberta, Felix Bloch e Edward M. Purcell ganharam o Prêmio Nobel de Física de 1952. Na década de 1940, descobriu-se que o tempo de resposta dos átomos excitados pelo campo magnético varia bastante dependendo da material que estiver sendo examinado. Em 1970, Damadian descobriu que a RM poderia ser usada como instrumento diagnóstico através de estudos com tecidos cancerosos, que exibem sinais mais longos do que os de tecidos sadios. Concluiu que as diversas patologias afetam a duração dos sinais de maneiras diferentes.

Em 1971, o químico Lauterbur aperfeiçou a descoberta de Damadian, criando a técnica dos gradientes que está em uso até hoje. Mais tarde, o outro laureado, o físico Mansfield mostrou como os sinais da RM poderiam ser processados matematicamente para a geração de uma imagem tridimensional. Em 1973, Lauterbur apresentou ao mundo a primeira imagem por RM de um organismo vivo – um molusco coletado por sua filha nas praias de Nova York. Damadian foi o primeiro a reconhecer a aplicabilidade da RM no diagnóstico médico, enquanto Lauterbur e Mansfield foram os responsáveis pela implementação funcional da mesma. Apesar de ignorado pelo Prêmio Nobel, Damadian é citado na bibliografia mundial como o inventor ou um dos inventores da imagem por RM. Recebeu junto com Lauterbur, a Medalha Nacional de Tecnologia, concedida pelo presidente dos Estados Unidos. Seu primeiro equipamento de

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imagem por RM, batizado de <Indomitable> (indomável), está na coleção do Museu de História Americana do Smithsonian Institute.<http://medbiography.blogspot.com>

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Ressonância Magnética é uma técnica que permite medir ospin (1) de partículas sub-atómicas, através da aplicação nestas de um campo magnético intenso perpendicular a um emissor-receptor de rádio, capaz de sintonizar várias frequências. Foi desenvolvida em 1946 por E.M. Purcell em Harvard e F.Bloch em Stanford.

(1) - Spin, em mecânica quântica, refere-se as possíveis orientações que partículas sub-atómicas, como protões, electrões,neutrões, alguns núcleos atómicos, etc., têm quando estão num campo magnético.

Ressonância Magnética Nuclear (RMN em português ou NMR em inglês), é uma técnica que permite identificar átomos dos elementos pelo spin do seu núcleo, assim como caracterizar as vizinhanças destes núcleos, servindo assim para determinadasanálises químicas.

É comum nos referirmos como ressonância magnética a um exame realizado para visualizar partes internas do corpo humanoem funcionamento. As imagens são formadas quando os dados são processados através de um computador que monta imagens semelhantes a "fatias" do corpo humano ou outro objecto analisado. Esta técnica de processamento de dados em imagens em "fatias" recebe o nome de tomografia, daí o nome completo do exame: tomografia por ressonância magnética nuclear. Neste caso, são os núcleos do átomos de hidrogénio presentes no corpo humano que estão sendo alinhados por um forte campo magnético e localizados por uma antena de rádio devidamente sintonizada na frequência de oscilação destes.

Em Física Nuclear, o fenómeno da ressonância magnética nuclear consiste na absorção ressonante da energia radiante, na faixa de rádio-frequências de comprimentos de onda da ordem dometro, ou seja, em frequências da ordem da centena de megahertz (MHz) do espectro electromagnético.

Este fenómeno ocorre porque os núcleos dos átomos podem absorver a energia incidente se submetidos a um campo magnético homogéneo. A energia absorvida provoca a inversão da população entre os estados de spin, com posterior dissipação da energia absorvida por meio de aumento de temperatura.

O termo ressonância magnética nuclear toma dois sentidos de largo emprego no dia a dia. São eles:

O método de diagnóstico médico, da tomografia axial computorizada por ressonância magnética nuclear

A técnica da espectroscopia de ressonância magnética nuclear, empregada em Química e Física.

A Ressonância Magnética é um dos mais significativos avanços do século no que diz respeito a diagnósticos médicos por imagem. Permite imagens em duas ou três dimensões, de qualquer parte do corpo. Sob efeito de um potente campo magnético, protões do corpo humano são

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sensibilizados de maneira uniforme, principalmente os presentes nos átomos de Hidrogénio (a água perfaz 69% do volume corporal). Em seguida um campo magnético oscilatório (rádio frequência) é emitido, obedecendo o ritmo desses protões (em ressonância com esses) que, uma vez cessado, "devolve" a energia absorvida nesse processo, permitindo a formação da imagem através da decodofocação de sinais por computadores. As imagens produzidas são de alta resolução. 

Além de não irradiar o paciente, pois não utiliza o Raio X, método disponível e mais difundido até há pouco, a Ressonância Magnética, na medicina contemporânea, tornou-se um dos métodos mais estudados nos grandes centro médicos mundiais.Não causa qualquer desconforto ao paciente, sendo necessário apenas que se permaneça imóvel durante o exame. Não apresenta contra indicações, excepto a portadores de marca-passos cardíacos e materiais metálicos (clipes metálicos e outros) que possam sofrer indução electromagnética.

A Ressonância Magnética revolucionou a Neurologia e actualmente revoluciona a Cardiologia. Ressonância Magnética Nuclear

Ressonância magnética

Ressonância magnéticaA ressonância magnética (RM) é uma técnica radiológica que nos possibilita tomar imagens do interior do nosso corpo de maneira não invasiva.Diferentemente da radiologia convencional e da tomografia computadorizada, a RM não usa radiação, mas poderosos magnetos (imãs) e ondas de rádio para obter estas imagens. O campo magnético produzido pelo aparelho de RM é 10.000 vezes maior que o campo magnético da Terra.As forças do campo magnético criadas pelo equipamento de RM forçam os átomos do corpo a se alinharem de uma maneira semelhante à agulha de uma bussola quando ela é colocada próxima a um imã. Quando ondas de rádio são enviadas em direção aos átomos de hidrogênio realinhados, elas são rechaçadas e um computador registra este evento. Diferentes tipos de tecidos enviam diferentes tipos de sinais.Imagens isoladas de RM são chamadas de cortes (slices). As imagens podem ser armazenadas em um computador ou impressas em filme. Um único exame pode produzir centenas de imagens.Outos nomes dados à ressonância magnética: ressonância magnética nuclear, imagem de ressonância magnética.O uso da RM juntamente com outros métodos de imagem ajudam o clínico a chegar ao diagnóstico definitivo de uma doença que esteja investigando.As imagens de RM podem ser intensificadas ou melhoradas com o uso de contrastes especiais, como o gadolíneo, que servem, também para fornecer informações adicionais sobre os vasos sanguíneos. Uma angiografia por ressonância (ARM) cria imagens tri-dimensionais dos vasos sanguíneos. Ela é utilizada quando a angiografia tradicional não pose ser realizada.Para realizar o exame o paciente algumas vezes tem que usar uma bata hospitalar sem prendedores de metais. Algumas roupas de uso diário contêm metais, que podem interferir nas imagens da RM.O paciente deita na maca do equipamento que é empurrada para dentro do equipamento de RM. Se o paciente tiver claustrofobia, ele deve avisar ao médico. Nestes casos um sedativo pode auxiliar e acalmar o paciente. Nos casos mais

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graves de claustrofobia, recomenda-se que o exame seja realizado em um sistema aberto de RM.

Ressonância magnética fechada

Ressonância Magnética fechada

Ressonância magnética aberta 

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Ressonância Magnética aberta

Muitas vezes, dispositivos chamados de bobinas são colocados em volta da cabeça, braços ou pernas do paciente. Estes dispositivos ajudam na recepção e transmissão das ondas de rádio, melhorando assim a qualidade da imagem.Alguns exames exigem a administração de contrastes, que via de regra são administrados antes do início do exame, por via intra-venosa em um vaso da mão ou ante-braço. O contraste ajuda o radiologista a ver as imagens com mais clareza.Durante todo o exame o técnico responsável pela operação do equipamento de RM fica observando o paciente em outra sala atavés de uma janela envidraçada. Vários grupos de imagem são tomados, cada um deles durando entre 5 e 15 minutos. Dependendo da área a ser estudada, um exame de RM pode demorar até uma hora.O paciente pode ser solicitado a fazer um jejum de 4-6 horas em alguns casos.O forte campo magnético criado pela RM pode interferir com certos implantes, especialmente marca-passos. Portanto, os pacientes com este dispositivo não podem fazer este exame ou até mesmo ficar próximo ao equipamento.O paciente não pode fazer exames de RM se tiver em seu corpo um dos seguintes dispositivos:- clipes de aneurisma cerebral

- algumas válvulas cardíacas artificiais

- marcapasso cardíaco

- implantes auditivos cocleares

- Implantes e aparelhos oculares (exceto lentes intraoculares para catarata)

- Fixadores ortopédicos externos

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Os dispositivos seguintes não constituem contraindicação para a Ressonância:- Clipes utilizados em cirurgias de vesícula biliar- Próteses valvares cardíacas (mesmo as metálicas)- Implantes ortopédicos, como próteses, pinos, parafusos e hastes (exceto os fixadores externos)- Derivação ventriculoperitoneal- Dispositivo intrauterino (DIU)- Stents intravasculares (como stent coronariano, por exemplo) são permitidos para a realização da ressonância somente após 6 semanas de sua colocação.

As grávidas com menos de 12 semanas de gestação não devem ser submetidas à Ressonância (contraindicação relativa).

Informe ao seu médico a existência de um destes dispositivos ao marcar o exame, de modo que o tipo de metal de que ele é feito possa ser determinado.Trabalhadores metalúrgicos e pessoas que sejam expostas a pequenos fragmentos de metal, deveriam ser submetidas a uma radoografia do crânio para verificar a presença de metal nos olhos.Objetos de metal não são permitidos na sala de exame, pois eles são atraídos pelo magneto do equipamento com tremenda força.Outros objetos metálicos que não são permitidos na área de exame:- jóias- relógios- cartões de crédito- aparelhos de escuta

Alfinetes, grampos de cabelo, zipper de metal podem distorcer as imagens de RM.Aparelhos ortopédicos móveis devem ser retirados antes do exame.

O exame de RM é totalmente indolor.Alguns pacientes ficam ansiosos quando estão dentro do equipamento e, nestes casos um leve sedativo ajuda a superar a ansiedade.O paciente deve ficar o mais imóvel possível durante o exame, pois movimento excessivo pode fazer com que as imagens fiquem borradas e indistintas.Durante o exame o equipamente pode emitir altos sons, que podem ser minimizados com um fone de ouvido.Dentro da sala de exame existe um interfone que possibilita a comunicação do paciente com o técnico. Algumas salas de exame possuem televisão e fones de ouvido especiais, para ajudar a passar o tempo.Depois do exame o paciente pode retomar suas atividades normais.O equipamento de ressonância não emite radiação ionizante. Não existe efeito colateral documentado sobre o uso do campo magnético e as ondas de rádio no corpo humano.O contraste utilizado na RM, o gadolíneo, é muito seguro e reações alérgicas ao seu uso são muito raras.O técnico na sala ao lado pode monitorar a respiração e batimentos cardíacos do paciente durante todo o exame, se necessário.Os exames de RM não são recomendados para pacientes com trauma agudo, porque o equipamento de tração e suporte à vida não podem entrar na sala de exame, além do que este procedimento é muito demorado para estes doentes emergenciais.