história de lisboa- tempos fortes

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Lisboa

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  • HIST RIA"DE"LISBOATEMPOS"FORTES

    GEO GABINETE DE ESTUDOS OLISIPONENSES

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  • DIREC"#O MUNICIPAL DE CULTURA / DGEDGEO Gabinete de Estudos OlisiponensesPal$cio do Beau S%jour Estrada de Ben&ca, 368. 1500-100 Lisboa Tel: 217701100 / Fax: 217782598 [email protected] www.geo.cm-lisboa.pt

    Colabora(oArquivo Municipal de Lisboa / CML Arquivo Hist)rico Municipal Arquivo Fotogr$&coHemeroteca Municipal / CMLMuseu da Cidade / CML

    ApoioBiblioteca da Ajuda Biblioteca Nacional de PortugalFunda(o Humberto DelgadoMuseu Nacional dos Coches

    Agradecimentos*lvaro Costa de MatosAna Cristina LeiteAndreas GehlertC+mara Municipal de OeirasDirec(o do Servio de EngenhariaFunda(o Ricardo Esp4rito Santo e SilvaIn;s ViegasLeonilde ViegasLu4sa Costa DiasManuel SalgadoMargarida Costa LimaMaria de Lurdes BaptistaMiseric)rdia de LisboaPedro SerranitoRodrigo Banha da SilvaRui Manuel MatosRui OchDelminda Rijo =DR>Elisabete Gama =EG>Eunice Relvas =ER>Ilda Crujeira =IC>In;s Matoso =IM>Jos% Manuel Garcia =JMG>Manuel Fialho Silva =MFS>Manuela Canedo =MC>

    Produ(o / Divulga(o Ana Maria Patr4cioAna Paula Garc;sPaula Candeias Vanda Souto Fotogra&aCarlos Didelet

    Digitaliza(oCelina Trindade

    Tratamento de ImagemJo(o RodriguesJorge Rodrigues

    SiteAlexandre Fonseca

    Execu(o e montagem da exposi(oF. Costa, O&cina de Museus

    AbreviaturasAF Arquivo Fotogr$&coAHM Arquivo Hist)rico MunicipalAML Arquivo Municipal de LisboaBA Biblioteca da AjudaBL British LibraryBNF Biblioth?que Nationale de France BNP Biblioteca Nacional de PortugalBUL Biblioteca Universit$ria de LeidenCMC C+mara Municipal de CascaisCMO C+mara Municipal de OeirasDMSE Direc(o do Servio de EngenhariaFHD Funda(o Humberto DelgadoFRESS Funda(o Ricardo Esp4rito Santo e Silva HM Hemeroteca MunicipalIAN/TT Instituto Nacional dos Arquivos / Torre do TomboMC Museu da CidadeMCM Museu Carlos MachadoMCT Museu C4vico de Turim MNAA Museu Nacional de Arte AntigaMNC Museu Nacional dos Coches

    Triste tableau des effects caus"s par le Tremblement de Terre et

    incendies arriv"s a Lisbonne le 1 er Novembre 1755, gravura, 2.

    metade s%culo XVIII, MC. GRA. 28

    Terreiro do Pa#o, Dirck Stoop, )leo sobre tela, c. 1662=K>, MC.

    PIN 261.

    imagens da separata:

  • Hist)ria de Lisboa confunde-se com a His-t)ria de Portugal. Esta afirma(o, apesar de se revelar de uma evid;ncia consensu-al, deve por isso mesmo suscitar uma re-flex(o cr4tica e pr$tica sobre quais s(o os tempos fortes que marcam essa rela(o t(o 4ntima entre o passado da cidade e o do Pa4s a que pertence. O conjunto de quadros desta exposi(o, que nos revelam a hist)ria de Lisboa na de Portugal na sua muito longa dura(o, sur-ge na sequ;ncia da evoca(o da Lisboa do s%culo XVII que o Gabinete de Estudos Oli-siponenses levou a cabo em 2008, no con-texto da comemora(o dos quatrocentos anos do nascimento do padre Ant)nio Vieira naquela que denominava de mais deliciosa terra do Mundo.Nesta introdu(o Q abordagem dos tem-pos fortes que marcaram de forma inde-l%vel a Hist)ria de Lisboa e as transfor-maWes por que passou, somos levados a lembrar com CamWes, que todo o mundo % feito de mudana, tomando sempre no-vas qualidades, pois assim acontece com o mundo que % este espao privilegiado pelos homens Q beira do Tejo.Ao abrir esta abordagem de uma hist)ria t(o com-plexa como % a de Lisboa h$ que encontrar um marco simb)lico para a ini-ciar e julgamos que pode ser encontrado no tempo em que a povoa(o entra para a Hist)ria ao ser pela primeira vez regis-tada num texto que refere a interven(o do c

  • 1

    138 a. C. Forti&ca(o de Olisipo, D%cimo JYnio Bruto. 27 a.C-1Z d. C. Constru(o do Teatro Romano, Augusto. 1Z-37 d. C. Criptop)rtico da Rua da Prata. 50 d.C. Constru(o das Termas dos C$ssios. Reconstru4das em 336. 57 d.C. Obras no Teatro Romano, Nero. Z10 Alanos tomam Lisboa. Z69 Lus4dio entrega a cidade aos Suevos.

    Localiza(o dos principais achados da %poca romana em Lisboa a partir de Rodrigo Banha da Silva, em Marcas de oleiro em terra sigillata da Pra#a da Figueira, 2005.

    LISBOA ROMANA \ FELICITAS IULIA OLISIPO138 a. C. ] 711

    As inscriWes 1 e 2 s(o dedicadas Q M(e dos Deuses, C4bele, deusa cujo culto tem origem na *sia Menor. A inscri(o 3 consiste num ex-voto dedicado a MercYrio, deus protector dos comerciantes e viajantes. A inscri(o Z % dedicada ao [uestor da Prov4ncia da B%tica, pela cidade de Felicitas Iulia Olisipo =detalhe em cima>. As quatro inscriWes foram encontradas em 1753, quando se procedia Q constru(o do edif4cio que faz esquina entre o Largo da Madalena e a Travessa do Almada, e est(o actualmente incrustadas na fachada oriental desse edif4cio.

    A cidade entra para a Hist)ria quando D%cimo JYnio Bruto forti&ca Olisipo em 138 a.C., acto que decorre durante a sua campanha para paci&car a Lusit+nia. A urbe

    veio depois a ser um importante munic4pio do imp%rio romano, integrando-se no processo da romaniza(o por que passou o actual territ)rio portugu;s. Na %poca romana de Olisipo, o desenvolvimento econ)mico que ent(o se manifestou &cou a dever-se em grande parte Qs importantes actividades derivadas da indYstria de conserva e preparados de peixe. Com o &m do imp%rio, no s%culo V, e durante o per4odo da Alta Idade M%dia at% ao s%culo VIII, Lisboa foi marcada pelo dom4nio dos chamados povos b$rbaros.

    Fragmento de pilastra visig)tica=K>, calc$rio, s%cs. VI-VII=K>, Rua dos Bacalhoeiros, MC. MC.AR[.RB.ZZ.EP.00Z6

    Gravura baseada no desenho de Francisco Xavier Fabri publicada por Lu4s Ant)nio de Azevedo, Disserta#$o critico-filol%gico-historica sobre o verdadeiro anno, manifestas causas, e attendiveis circumstancias da erec#$o do tablado e orquestra do antigo Theatro Romano..., 1815, p. Z6, GEO.

    CRYPTOPORTICUS

    ESTEIRO DO TEJO

    CIRCUS

    TEMPLUM FORUM

    RIBEIRA DE ARROIOS

    RIBEIRA DE VALVERDE

    DECUMANUS MAXIMUS &?

    THERMAE CASSIORUM

    THEATRUM

    COEMETERIUM

    1 2 3 Z

    ConstruWes de cronologia romana imperial detectadas

    Traado hipot%tico da muralha alto-imperial romana

    Porta hipot%tica da muralha alto-imperial romana

    IntervenWes onde se localizaram construWes decronologia romana imperial, insu&cientemente localizadas

  • 2

    71Z Aidulfo entrega a cidade aos Mouros. 798 Afonso II, O Casto, conquista Lisboa. 808 Afonso II, perde Lisboa para os Mouros. 953 Investida na cidade por Ordonho III, rei de Le(o. 966 Batalha contra os Normandos nos campos de Lisboa. 1009 Tremor de terra 1095 Lisboa tomada pelos Almor$vidas, reintegrada no Al Andalus 1109 Cidade governada pelo reino de Le(o, conde D. Henrique 1109 Tremor de terra 1110 Lisboa atacada e saqueada por frota normanda 1111 Tomada de Lisboa pelos Almor$vidas 1117 Forte tremor de terra na cidade11Z0 Tentativa falhada de conquistar Lisboa, por D. Afonso Henriques 11Z3 Revolta dos Muridinos de Ibn [uasi 1050 ca Funda(o do castelo.

    AL USBUNA: LISBOA ISL^MICA711]11Z7

    Com a invas(o da Pen4nsula Ib%rica pelos mouros, em 711, assinala-se o in4cio de uma fase em que Lisboa, tr;s anos depois, se integrou no mundo muulmano, no qual prosperou e viveu com grande autonomia. Nesses tempos, a cidade dividia-se em tr;s grandes partes: uma, erguida no s%culo XI, durante o per4odo das taifas, correspondia Q zona do castelo_ outra, Q alc$ova, que se ergueu ao seu redor, onde viveriam as elites muulmanas_ &nalmente, a maior, onde habitava o grosso da popula(o, localizava-se no espao protegido pela chamada cerca velha, ou moura, e nos dois arrabaldes situados a ocidente e a oriente da muralha.

    Planta da chamada cerca moura segundo A. Vieira da Silva em A cerca moura de Lisboa, Lisboa, 1939.

    Torre Pentagonal do Lano Oriental da muralha chamada cerca moura perten-cente ao Pal$cio Belmonte.

    L$pide funer$ria de al-Abbas Ahmad com in-scri(o $rabe, calc$rio, 1398, Praa da Figueira, MC. AR[.PDF/62/1 E A.

    Pia de abluWes com inscri(o cYfica, calc$rio, s%cs. XIII-XV, Rua de Jo(o Outeiro Q Mouraria, MC. AR[. RJO.90 EP.0067.

  • 3

    11Z7 06 28 In4cio do Cerco de Lisboa. 11Z7 10 25 D. Afonso Henriques conquista a Cidade aos mouros. 11Z7 11 21 Lanamento da 1 pedra da Igreja de S(o Vicente de Fora. 1168 ca. Edi&ca(o da Igreja de Santa Cruz do Castelo. 1173 09 15 Chegada das rel4quias do corpo de S(o Vicente Q barra do Tejo. 1179 Realiza(o das primeiras reuniWes da C+mara de Lisboa Q porta da S%. 1179 05 Foral de Lisboa, D. Afonso Henriques. 1185 In4cio da Feira da Ladra, no Ch(o da Feira, ao Castelo de S. Jorge. 1195 08 15 Nasce na Freguesia da S% Fernando de BulhWes, Santo Ant)nio de Lisboa. 120Z 08 Con&rma(o do Foral de Lisboa, D. Sancho I. 12Z1 10 Primeira pedra do Convento de S. Domingos. 12Z6 Concess(o e con&rma(o dos privil%gios Q cidade de Lisboa, D. Afonso III. 1256 Passagem da cidade de Lisboa a Capital do reino de Portugal. 1290 Violento tremor de terra na Cidade. 1293 Cria(o da Bolsa de Mercadores. 129Z Edi&ca(o de uma linha de muralhas de defesa, ao longo da margem do Tejo, D. Dinis. 129Z Constru(o da Rua Nova dos Mercadores. 1317 Edi&ca(o da Igreja de S(o Jo(o da Praa, Alfama. 1322 Recontro de Alvalade, que op, MNAA.

    Foral dado por D. Afonso Henriques a Lisboa em Coimbra, em Maio de 1179, no treslado que dele foi feito em Novembro de 1217, em que D. Afonso II confirma esse foral e a confirma(o que dele foi feita por D. Sancho I em 1186 ou 1187, AHM.

    Representa(o da disposi(o das foras que cercavam Lisboa numa gravura publicada em El Alphonso del cavallero Don Francisco Botelho de Moraes y Vasconcelos, Lisboa, 1716, GEO.

    S% de Lisboa, 2. metade do s%culo XII que teve reconstruWes

    sucessivas at% aos in4cios do s%culo XX. Em frente, v;-se a igreja de Santo Ant)nio, onde a tradi(o

    localizou o nascimento do Santo.

    L$pide alusiva Q conquista de Lisboa em 11Z7 no $trio da S% de Lisboa, final do s%culo XIII.

    Tomada de Lisboa aos mouros em 11Z7 num )leo sobre tela an)nimo de meados do s%culo XVIIque esteve na ermida de S. Crispim, MC. PIN. 22Z.

  • 4

    13Z8 Peste Negra. 1369 12 31 Grande inc;ndio destr)i parte da Rua Nova e da Rua da Ferraria at% ao Cais de Ver-o-Peso. 1372 05 Levantamentos populares na cidade contra o casamento de D. Leonor Teles com D. Fernando. 1373 Inc;ndio no Cerco de Lisboa por Henrique II de Castela. 1373-1375 Constru(o da Cerca Fernandina. 1375 Publica(o da Lei das Sesmarias. 1381 07 Chegada ao rio Tejo da esquadra inglesa de Ricardo II, para ajudar na guerra com Castela.

    DA PESTE NEGRA CERCA FERNANDINA13Z8]1375

    Um s%culo depois da conquista de Lisboa, quando se concluiu a forma(o de Portugal, D. Afon-so III elevou a cidade a um estatuto de capital do reino que se consolidaria nos dois s%culos seguintes. Em 13Z8, a terr4vel Peste Negra afectou profundamente a cidade, que recuperaria vitalidade, bem patente no facto de D. Fernando ter mandado construir uma nova e extensa

    muralha, em 1373-1375, para assegurar a sua defesa nos tempos conturbados das guerras com Castela. A $rea protegida ultrapassou seis vezes a abrangida pela cerca velha, tendo sido capaz de resistir com sucesso Qs ameaas que surgiriam em breve.

    Representa(o da morte, pormenor de uma iluminura do chamado Livro de Horas de D. Manuel, c. 152Z=K>, MNAA.

    Traado da cerca fernandina segundo A. Viera da Silva em A cerca fernandina de Lisboa, volume II, Lisboa, 19Z9. A muralha tinha 5,35 km de extens(o contando com 77 torres e 38 portas e postigos, abrangendo uma $rea de 103,6 km2, a qual era 6,6 vezes maior que a da cerca velha, que abrangia 15,68 km2.

    Troo da muralha fernandina no Liceu Gil Vicente.

    Baixo relevo com as armas reais e o bras(o de Lisboa que esteve no chafariz de Arroios, 1360, calc$rio, MC. ESC. Z15.

  • 5

    1383 12 06 D. Jo(o, Mestre de Avis, apunhala o conde de Andeiro, no Real Pao do Limoeiro. Dias depois % eleito regedor e defensor do Reino. 138Z Peste na Cidade. 138Z 0Z 01 Carta que institui a Casa dos Vinte e [uatro. 138Z 05 30 Cerco de Lisboa, D. Jo(o I, rei de Castela, &xando as tropas no Monte Olivete. 1389 07 16 Lanamento da primeira pedra do Convento do Carmo, pelo Condest$vel D. Nuno Alvares Pereira. 1393 11 10 Institui(o do Arcebispado de Lisboa pela Bula Ineminentissimae Dignitatis, de Bonif$cio IX. 1395 D. Jo(o I faz arruar os mesteres de Lisboa. 1399 08 Cortes de Lisboa, D. Jo(o I. Solicita-se dinheiro para continuar a guerra com Castela. 1Z1Z-1Z15 Peste em Lisboa =e Porto>, presena de barcos estrangeiros nos portos.

    Um dos tempo mais dram$ticos da hist)ria de Lisboa situa-se na conjuntura marcada pela crise revolu-cion$ria de 1383-1385, quando a posi(o da cidade foi decisiva na a&rma(o da so berania portuguesa, que ent(o esteve em perigo. Em 6 de Dezembro de 1383, o Mestre de Avis foi escolhido pelo povo de Lisboa para regedor e defensor do reino, sendo esse Messias

    de Lisboa quem, a partir de 28 de Maio de 138Z, dirigiu a resist;ncia ao duro cerco que ent(o os castelhanos pWem Q cidade. Ap)s quase quatro meses de resist;ncia, em que os lisboetas tiveram de passar por uma desesperante situa(o de fome, os invasores foram obrigados a abandonar o cerco face aos efeitos da peste.

    LISBOA ENTRE A ACLAMA"#O DO MESTRE DE AVIS E O CERCO DOS CASTELHANOS1383]138Z Cerco de Lisboa em 138Z e batalha de Aljubarrota, detalhes de iluminuras das cr)nicas de Jean Froissart, BNF.

    D. Jo(o, Mestre de Avis, isenta do pagamento de portagem, usagem, costumagem, mealharia, alcavala e aougagem, todos quantos trouxerem mantimentos para a cidade de Lisboa, de modo a atenuar a escassez de g%neros verificada em consequ;ncia do cerco de 138Z, 6 de Outubro de 138Z, AHM, Livro 1 de D. Jo$o I, doc. 3.

    Retrato de D. Jo(o I, s%culo XV, MNAA. Convento do Carmo, gravuras publicadas na Chronica dos Carmelitas, de Frei Jos% Pereira de Santana,17Z6, GEO.Este monumento foi iniciado em 1389 por ordem do Condest$vel Nuno *lvares Pereira, que assim quis afirmar o seu poder na sequ;ncia da constru(o do Mosteiro da Batalha, mandado fazer por D. Jo(o I para consagrar a virt)ria sobre os castelhanos.

  • 6

    1Z15 07 25 Partida da Armada que conduzir$ D. Jo(o I Q conquista de Ceuta. 1Z39 Infante D. Pedro % nomeado regente do Reino, em Lisboa. 1Z39 Cortes decidem a constru(o do Pal$cio dos Estaus, Rossio. 1ZZ9 12 Assalto Q Judiaria Velha por um grupo de crist(os, saqueando bens e matando alguns judeus. 1Z52 Edi&ca(o da Ermida de Santa Maria de Bel%m, D. Henrique. 1Z56 Peste na sequ;ncia da fome e da crise cereal4fera que se arrastava desde 1Z52. 1Z70 Funda(o do Convento de Santos-o-Novo. 1Z76 Crist)v(o Colombo chega pela primeira vez a Lisboa. 1Z86 Cria(o da Casa dos Escravos. 1Z88 12 Chegada a Lisboa de Bartolomeu Dias, ap)s descoberta do Cabo da Boa Esperana. 1Z88-1Z89 Surto de peste na Cidade. 1Z92 05 15 Primeira pedra do Hospital Real de Todos os Santos. 1Z97 07 08 Partida da armada de Vasco da Gama para a viagem de descoberta do caminho mar4timo para a {ndia. 1Z97 Convers(o e expuls(o forada de judeus e muulmanos. 1Z98 08 15 Funda(o da Santa Casa da Miseric)rdia de Lisboa por D. Leonor.

    D. Jo(o I, depois de ter rea&rmado a independ;ncia de Portugal durante tempos de crise profunda, iniciou o processo da Expans(o ao ordenar, em 25 de Julho de 1Z15, a partida do Tejo da armada que conquistou Ceuta. Mais tarde, navegadores deixaram as mesmas $guas Q descoberta de novos mundos do Mundo, de entre os quais sobressai o mais famoso: Vasco da Gama. Este &dalgo, ao abrir o caminho mar4timo para a {ndia, entre 1Z97 e 1Z99, iniciou uma nova %poca nas relaWes entre o Ocidente e o Oriente.

    A abertura que os portugueses promoveram, devido Qs iniciativas do infante D. Henrique e dos reis D. Jo(o II e D. Manuel, &cou simbolizada em dois dos mais emblem$ticos monumentos de Lisboa: o Mosteiro dos Jer)nimos e a Torre de Bel%m.

    LISBOA NO PROCESSO DA EXPANS#O E DOS DESCOBRIMENTOS: ENTRE AS PARTIDAS PARA CEUTA E PARA A {NDIA1Z15]1Z97

    Pormenor de um dos pain%is centrais do pol4ptico de Nuno Gonalves dedicado a S(o Vicente, c. 1Z71=K>, MNAA.

    Nossa Senhora do Restelo, meados do s%culo XV, Igreja da Concei(o Velha. Foi perante esta imagem que oraram os navegadores antes da constru(o do Mosteiro dos Jer)nimos.

    Est$tua do infante D. Henrique_ p)rtico Sul e est$tua de D. Manuel, pormenores do Mosteiro dos Jer)nimos.

    Mosteiro dos Jer)nimos numa pintura a )leo sobre tela de Filipe Lobo, 1657=K>, MNAA.

    Caravela, detalhe dos pain%is de Santa Auta, c. 1520, MNAA.

    Torre de Bel%m, gravura aberta a $gua-forte por Dirck Stoop, 1662, MC. GRA 1ZZ1.

    Bras(o de Lisboa com a representa(o de uma nau,

    iluminura do regimento dos vereadores da C+mara de Lisboa,

    vulgarmente denominado Livro carmesim, 1502, AHM. Dentro da nau encontra-se o

    corpo de S(o Vicente, o patrono da cidade, acompanhado Q

    proa e Q popa pelos dois corvos tradicionais. A nau est$ assente

    sobre ondas pintadas a azul. A representa(o desta nau de quatro mastros % a mais

    antiga que se conhece na pintura portuguesa. A reforar a import+ncia desta iluminura

    % de considerar a circunst+ncia de constituir a imagem que

    nos permite visualizar a forma das naus que fizeram viagens t(o significativas como as que

    tiveram por protagonistas Vasco da Gama =1Z97-1Z99> e Pedro

    *lvares Cabral =1500-1501>.

  • 7

    1500 Partida de Gaspar Corte Real para a Terra Nova. 1500 08 07 D. Manuel concede novo foral Q cidade de Lisboa. 1500-1510 Constru(o do Pao Real da Ribeira. 1501 07 Chegada a Lisboa da armada de Pedro *lvares Cabral, ap)s o descobrimento do Brasil. 1502 In4cio das obras do Convento dos Jer)nimos. 1502 In4cio do funcionamento do Hospital de Todos-os-Santos. 1502 06 06 Representa(o no Pao da *lcaova do Auto da Visita(o ou Mon)logo do Vaqueiro, de Gil Vicente, para saudar o nascimento do futuro rei D. Jo(o III. 1508-1511 Torre(o do Pao Real da Ribeira. 1513 In4cio do loteamento dos terrenos do Bairro Alto. 151Z-1520 Constru(o da Torre de Bel%m. 1523 Constru(o da Casa dos Bicos. 1531 01 Tremores de terra. 1539 08 27 Restabelecimento e reformula(o da Casa dos 2Z, D. Jo(o III. 1539 Institui(o do Tribunal do Santo Of4cio. 15Z0 0Z 17 Chegada dos primeiros jesu4tas a Lisboa. 15Z0 09 20 Realiza(o do primeiro Auto-de-F%, Ribeira de Lisboa. 1551 01 28 Violento tremor de terra.

    Nos in4cios do s%culo XVI, graas aos lucros ultramarinos e a uma pol4tica centralizadora, Lisboa assumiu um lugar de destaque na economia-mundo que ent(o surgia. D. Manuel deixou a sua marca na cidade de forma indel%vel, quer atrav%s da forma(o de um centro de poder em torno do Pao da Ribeira e do Terreiro do Pao, quer na conclus(o de grandes

    edif4cios, como o Hospital de Todos os Santos, ou ainda atrav%s de medidas como a concess(o do foral novo em 1500. A Lisboa do per4odo manuelino viveu ent(o uma das fases mais not$veis da sua hist)ria quando se abriu aos oceanos e foi marcada pelo exotismo dos testemu nhos das muitas culturas ent(o descobertas.

    A LISBOA MANUELINA ENTRE O FORAL NOVO E O SONHO DE UMA NOVA ROMA1500]1521

    Hospital Real de Todos-os-Santos, painel de azulejos, in4cio do s%culo XVIII, MC. A|U. PF. 0060.

    Lisboa numa iluminura do frontisp4cio da Cr%nica de D. Afonso Henriques de Duarte Galv(o, atribu4vel a Ant)nio de Holanda, c. 1520, CMC.

    Igreja da Madre de Deus, detalhe dos pain%is de Santa Auta, c. 1520, MNAA.

    Torre(o e galeria do Pao da Ribeira, pormenor de um dos pain%is dos Santos M$rtires de Lisboa, an)nimo, meados do s%culo XVI, Ponta Delgada, MCM.

    Funeral de D. Manuel, passando pela Rua Nova dos Mercadores, iluminura do chamado Livro de horas de D. Manuel, atribu4vel a Ant)nio de Holanda, c. 152Z=K>, Lisboa, MNAA.

    Foral novo de Lisboa, 6 de Agosto de 1500, AHM.

    P)rtico manuelino da antiga Miseric)rdia, iniciada em 1508, actualmente igreja da Concei(o Velha.

    Caixa de pesos, bronze, 1Z99, MC. dep)sito da Fam4lia }eil do Amaral.

  • 8

    1506 0Z 19 No Rossio e na Ribeira foram queimados centenas de crist(os-novos. 1506 05 22 Carta r%gia retira Q capital grande parte dos seus antigos privil%gios na sequ;ncia do massacre do Rossio.

    A inovadora Lisboa [uinhentista teve, contudo, a sua faceta obscurantista, expressa na intoler+ncia e no fanatismo, como &cou patente no epis)dio do massacre de cerca de 2000 de crist(os novos =judeus rec%m-convertidos>, em 1506 e na actua(o posterior da Inquisi(o, institui(o politico-religiosa cujo funcionamento repressivo se arrastou dramaticamente at% Q sua extin(o em 1821.

    Lisboa entre o massacre dos judeus e a Inquisi(o1506-1821

    Gravura alem( publicada em 1506 num opYsculo alusivo ao massacre dos crist(o novos em Lisboa.

    Gravura alem( publicada em 1506 num opYsculo alusivo ao massacre dos crist(o novos em Lisboa.

    Cerim)nia de julgamento na Inquisi(o, gravura de Pierre Landry impressa em Description de l'univers contenant les diferents syst(mes du monde, les cartes generales et particulieres de la geographie..., Allain Manesson Mallet =1630-1706>, tomo IV, Paris, Chez Denys Thierry, 1683, p. 315. GEO.

    RepresentaWes de condenados da Inquisi(o_ prociss(o de um Auto-de f% no Rossio_ Auto de f% no Terreiro do Pao em gravuras de Jacobus Baptist publicadas a partir de 1707 em obras editadas por Pierre Vander Aa, retiradas do exemplar de Les royaumes d'Espagne et de Portugal represent"s en tailles-douces tr"s exactes, dessin"es sur les lieux m(mes qui comprennent les principales villes...., Leide, Chez Pierre Vander Aa, ~s.d., GEO.

  • 9

    155Z Publica(o de Urbis Olisiponis Descriptio, Dami(o de G)is. 1556 Reconstru(o da Igreja de S. Domingos, ap)s o Terramoto de 1531. 1561 Funda(o do Convento de Santana, Praa do Chile. 1566 In4cio da constru(o da Igreja de S(o Roque. 1569 Grande surto de peste na capital e no pa4s. 1570 Funda(o do Convento de Santo Ant)nio dos Capuchos, Hospital dos Capuchos. 1570 0Z Regresso de Lu4s de CamWes a Lisboa, vindo do Oriente. 1570 Instala(o de&nitiva do Tribunal da Inquisi(o, no Pal$cio dos Estaus. 1571 0Z 0Z Dami(o de G)is % processado pela Inquisi(o. 1572 09 2Z Licena r%gia concedida a Lu4s de CamWes para imprimir Os Lus)adas. 1572 12 12 Carta de D. Sebasti(o a estabelecer a nova forma de elei(o do Senado. Os vereadores eram designados por nomea(o r%gia e, pela primeira vez, surgia a &gura de presidente, que foi Afonso Br$s de Albuquerque. 1573 12 2Z Celebra(o da primeira missa no Convento de S. Bento, Q Estrela. 1575 06 13 In4cio da constru(o da Igreja de Nossa Senhora da Luz. 1575 Registo de dois tremores de terra em Lisboa, nos dias 7 de Junho e 17 de Julho.

    A Lisboa do Renascimento alcanou uma grande projec(o europeia devido aos ;xitos das navega-Wes que da4 partiam e das informaWes que a4 se alcanavam. Dami(o de G)is promoveu-a atrav%s da edi(o, em 155Z, de um livro intitulado Urbis Olisiponis descriptio *+. Nesta obra evoca-se, pela pri meira vez, a hist)ria e as sete maravilhas de uma cidade, cujas origens recuariam aos tempos m4ticos de Ulisses. Em meados do s%culo XVI a capital

    tinha cerca de 100 000 habitantes e era um dos principais centros do com%rcio mundial. Francisco de Holanda chegou a a apresentar, em 1571, grandes projectos para a sua renova(o.

    O ELOGIO DE LISBOA NO RENASCIMENTO155Z

    Lisboa e regi(o entre Bel%m e Cascais numa gravura publicada por Georg Braunius em Civitates orbis terrarum, volume I, Col)nia, 1572, MC. GRA. 1397. Esta representa(o talvez se baseie num desenho cujo original poder$ datar de cerca 1513=K>. No verso desta gravura publica-se uma descri(o de Lisboa de acordo com a obra de Dami(o de G)is Urbis olisiponis *+.

    VRBIS OLISIPONIS DE/SCRIPTIO PER DAMIA/NUM GOEM EQUI-/TEM LUSITANUM, / In qua obiter tractantur n0 nul/la de Indica nauigatione, per / Graecos, et Poenos et Lusita/nos diuersis tempori/bus inculcata, vora, Andr% de Burgos, em Outubro de 155Z, =2Z> f. GEO 239-P.

    Iluminura com a representa(o de Lisboa na Genealogia dos reis de Portugal por Ant)nio de Holanda e Sim(o Bening, 1530-153Z, Londres, BL.

    As sete maravilhas de Lisboa segundo Dami(o de G)is no desenho da BUL, c. 1570 =imagem 1 e 3> e na segunda gravura de G. Braunius, c. 1598, com base em desenho de c. 1565 =imagem 2. Z, 5 e 6>.

    1 e 2 Pal$cio dos Estaus e Hospital de Todos os Santos3 Alf+ndega Nova, Terreiro do Trigo e Miseric)rdiaZ Terreiro do Trigo e Alf+ndega Nova5 Miseric)rdia6 Casa da {ndia e Armaz%m.

    Lisboa num desenho Q pena e tinta s%pia de Francisco de Holanda em Da f2brica que falece 3 cidade de Lisboa, f. 8 v-9, Julho de 1571, Lisboa, BA, 52-XII-2Z.

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    Z 6

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    1579 05 11 Coloca(o da primeira pedra do Convento de Santo Ant(o-o-Novo =Hospital de S(o Jos%>. 1579-1580 Surto de peste na cidade. 1580 06 10 Morte de Lu4s Vaz de CamWes. 1580 06 28 Entrada em Lisboa de D. Ant)nio, Prior do Crato, como rei de Portugal. 1580 08 25 Derrota do ex%rcito de D. Ant)nio, junto Q ponte de Alc+ntara, pelas tropas de Filipe II de Espanha.

    Depois de Lisboa ter vivido tempos de prosperidade e exalta(o, seguiram-se momentos de dor como aqueles que marcaram a cidade na sequ;ncia de dois grandes desastres: a batalha de Alc$cer [uibir, em 1578, que levou Q morte de D. Sebasti(o_ e a batalha de Alc+ntara, em 1580, da qual resultou a derrota do ex%rcito de populares que aceitavam D. Ant)nio como rei. Lisboa mergulhou ent(o em tempos problem$ ticos sob a alada do poder &lipino.

    Lisboa, gravura publicada por Georg Braunius em Urbium praecipiarum mundi theatrum quintum, de Georg Braun, s.l, s. d. =c. 1598>, MC. GRA. 1733. Talvez baseada num desenho de cerca 1565=K>.

    LISBOA ENTRE DOIS DESASTRES: A BATALHA DE ALC*CER [UIBIR E A BATALHA DE ALC^NTARA1578]1580

    Batalha de Alc+ntara. Vista panor+mica a partir de Monsanto, centrada na ribeira de Alc+ntara, desde o antigo convento de S(o Vicente de Fora ==K>> at% Q Torre de Bel%m, com o posicionamento das tropas de D. Ant)nio, prior do Crato e das tropas de Filipe II de Espanha, comandadas pelo duque de Alba. Desenho, 1580. Desenho: pena a s%pia, aguadas a s%pia e bistre sobre papel_ ZZx58 cm. T4tulo original extenso manuscrito na margem superior em l4ngua francesa_ legendas manuscritas em correspond;ncia topogr$fica, em castelhano. T4tulo: Portraict du sitie et ordre de La bataille donnee entre Le sr. don Antonio nomm% roy de portugal et Le duc dalbe Lieutenant et capp.ne general du Roy cath. Don philippe 2. deuant Lisbonne par mer et par terre en un mesme jour Le 25. d'aoust 1580.. - Legendas =da esquerda para a direita e de cima para baixo>: Palmela 5 leguas de lisboa_ Almada_ Armada de don Antonio_ galeras de su mag.t_ Torre vieja q. tenia por don Ant)nio_ Rio Tejo_ naos de su mag.t_ Lisboa_ castillo_ Arrabal de

    S.ta catalina_ Portugueses_ molino_ ytalianos_ ytalianos_ Burgo_ S.to amaro_ quinta_ Belen_ Torre de Belen_ S. bento_ Portugueses q. ...uyen_ Portugueses q. ..uyen_ Puente de Alcantara_ talianos...y..._ Tudescos_ alojamiento del exercito de su mag.t_ Campo de don Antonio_ tiendas de don Antonio_ Portugueses_ Rio de alcantara_ Artilleria de su mag.t_ espanoles_ artilleria de su mag.t_ quintas_ Portugueses_ ...de don Antonio_ portugueses_ Duq. dalua_ Tudescos_ caualleria de su mag.t_ Sancho de Auila_ espanoles arcabuzeros q. van a cometer_ cauallos ligeros_ el prior don Hernando_ ..._ arcabuzeros de a cauallo y ginetes. - Data segundo o tema tratado e a an$lise da caligrafia: legendas de finais do s%c. XVI =el prior don Hernando e Burgo com caligrafia diferente e um pouco anterior>_ t4t. posterior, provavelmente princ4pios do s%c. XVII, - Desenho linear com tinta id;ntica Q utilizada nas legendas_ sobreposi(o de aguadas a s%pia e bistre, sendo a tinta s%pia id;ntica Q utilizada no t4tulo. Descri(o da BNP, D 319 A.

    Batalha de Alc$cer [uibir, gravura publicada por Miguel Leit(o de Andrade em Miscellanea do s)tio de N. S. da Luz do Pedrog$o Grande..., Mateus, Pinheiro, 1629, GEO MON 2ZZ-P.

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    1581 06 29 Chegada a Lisboa de Filipe I de Portugal, Filipe II de Espanha. 1585 ca Constru(o do Pal$cio Corte-Real, ao Pao da Ribeira. 1587 Inicio da prociss(o do Senhor dos Passos da Graa. 1588 05 27 Partida da Invenc4vel Armada. 1589 05 30 Cerco da barra de Lisboa pelos ingleses, sob o comando de Francis Drake e do general Norris. Pretende-se colocar D. Ant)nio no trono portugu;s. 159Z Aula de Risco do Pao da Ribeira. 1598-1603 Surto de peste. 1607 Chafariz de Neptuno, Rossio. 1609 03 10 Filipe II recomenda ao Senado que realize obras no Pao da Ribeira, para a4 se hospedar. 1613 Conclus(o da Ermida das Necessidades. 161Z Publica(o de Peregrina#am, de Fern(o Mendes Pinto. 1619 06 29 Entrada triunfal de Filipe II na Capital, com a chegada ao Terreiro do Pao. 1620 Publica(o da obra Livro das Grandezas de Lisboa de Frei Nicolau de Oliveira. 1623 05 Motim em Lisboa contra Castela. 1629 08 27 Inaugura(o da Igreja do Convento de S(o Vicente de Fora. 1630 Motins antijudaicos. 1630 01 15 Arrombamento do Sacr$rio e profana(o das h)stias sagradas na Igreja de Santa Engr$cia.

    Com a vinda de Filipe II de Espanha =I de Portugal> a Lisboa em 1581, a cidade viu renovadas algumas das suas estruturas urbanas. Esta circunst+ncia, aliada Q sua posi(o geogr$&ca e a realidade de ser o maior centro urbano ib%rico, fez com que algumas personalidades pensassem que Lisboa deveria transformar-se na capital de um imp%rio luso-espanhol Q escala planet$ria. Esse sonho foi frustrado por Filipe II de Portugal, quando visitou o reino, em 1619, bem como pelo seu sucessor, visto estarem preocupados em consolidar uma fora centr4peta em Madrid, o que acabou por afectar fortemente os interesses de Lisboa.

    AS VISITAS DOS FILIPES A LISBOA E A LISBOA FILIPINA1619

    Pao da Ribeira e pal$cio Corte Real, gravura a $gua-forte de Pieter van den Berge retirada do volume Theatrum Hispaniae, Amesterd(o, s.d =c. 1700>, MC GRA 870 .

    Igreja de S(o Vicente de Fora, mandada construir por Filipe I de Portugal.

    Vista de Lisboa durante o desembarque de Filipe II de Portugal no Terreiro do Pao em 29 de Junho de 1619, gravura de Hans Schorken =Ioan Schroquens> segundo desenho de Domingos Vieira Serr(o, publicada no livro de Jo(o Baptista Lavanha, Viage de la Catholica *+ D. Filipe III, Madrid, 1622, MC. GRA. 1Z0Z.

    Entrada de SV MG. Don Phelipe III en Lisboa en 1614 =sic. por 1619>, Tela, 1620=K> Pal$cio de eilburg =Alemanha>.

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    16Z0 12 01 Restaura(o da Independ;ncia de Portugal. Aclama(o do rei D. Jo(o IV. 16Z1 11 Publica(o da Gazeta em que Se Relatam as Novas todas que Houve Nesta Corte... 16Z2 01 01 Padre Ant)nio Vieira prega pela primeira vez em Lisboa, Capela Real. 16Z6 03 25 Consagra(o de Nossa Senhora da Concei(o, decretada como Padroeira do Reino. 1650 Primeiro levantamento e planta topogr$&ca de Lisboa pelo arquitecto Jo(o Nunes Tinoco. 1652 Publica(o da obra Funda#$o, antiguidade e grandesas da mui insigne cidade de Lisb8a da autoria de Luiz Mousinho de Azevedo. 1652 03 11 Decreto de D. Jo(o IV a ordenar a constru(o de uma linha de defesa forti&cada em torno de Lisboa. 1661 10 10 Tourada e danas no Terreiro do Pao, festividades do casamento de D. Catarina de Bragana com Carlos II de Inglaterra. 1665 05 13 Abertura da rua Nova do Almada. 1679 Publica(o do primeiro volume do Sermonario , do Padre Ant)nio Vieira. 1682 08 31 Primeira pedra da nova Igreja de Santa Engr$cia. 1688 05 0Z Cria(o da primeira lotaria o&cial. 1689 10 25 D. Pedro II decreta que as ruas da cidade sejam iluminadas durante a noite. 1698 06 15 In4cio da constru(o da Igreja da Concei(o Nova. 1699 05 13 Nascimento de Sebasti(o Jos% de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e depois Marqu;s de Pombal.

    Em resposta ao agravamento das di&culdades sentidas pelos portugueses sob o dom4nio dos Filipes, assistiu-se no dia 1 de Dezembro de 16Z0 ao rea&rmar Lisboa como capital de Portugal independente, sem as ambiguidades de uma monarquia dual. Para esse efeito um grupo de conjurados promoveu a Restaura(o. Um golpe de Estado levado

    a cabo no Terreiro do Pao colocou no trono D. Jo(o IV, que passou a dirigir o dif4cil processo politico-militar e assegurou, novamente, a plena soberania do Estado portugu;s.

    LISBOA E A RESTAURA"#O16Z0

    Representa(o da Restaura(o em detalhe de azulejos setecentistas do Pal$cio da Independ;ncia de Portugal, Lisboa.

    Planta de Lisboa, Jo(o Nunes Tinoco, desenho aguarelado, c)pia do original de 1650 entretanto perdido. MC. DES. 108Z.

    Defenestra(o de Miguel de Vasconcelos, gravura publicada por Ren% Aubert Vertot, Histoire des revolutions de Portugal, Amesterd(o, DEtienne Roger, 1712, GEO.

    Terreiro do Pao, Dirck Stoop, )leo sobre tela, c. 1662=K>, MC. PIN 261.

    RepresentaWes da Restaura(o em 16Z0 numa gravura alem( aberta a buril, dividida em quadros, 16Z1, MC. GRA. 107Z.

    Prepara(o da Restaura(o, detalhe de azulejos setecentistas do Pal$cio da Independ;ncia de Portugal, Lisboa.

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    1708 09 08 Inaugura(o da Igreja de Nossa Senhora da Encarna(o, Chiado. 1709 08 05 Primeira experi;ncia aerost$tica pelo Padre Bartolomeu de Gusm(o, Casa da {ndia =Terreiro do Pao>. 1715 Publica(o da Gazeta de Lisboa. 1718 Planta da cidade, Manuel da Maia. 1720 12 08 Cria(o da Academia Real da Hist)ria Portuguesa. 1721 08 1Z Primeira medida r%gia de salvaguarda do patrim)nio cultural. 1728 Introdu(o da maonaria em Lisboa 1732 08 16 In4cio da constru(o do Aqueduto das *guas Livres. 1732 Funda(o da Livraria Bertrand, Chiado. 1733 Teatro do Bairro Alto, Pal$cio dos Condes de Soure. 173Z Funda(o da F$brica das Sedas, Rato. 1735 Inscri(o da loja ma)nica no rol da Grande Loja de Londres. 17Z1 11 30 Inc;ndio no Convento de S(o Francisco da Cidade. 17Z2 In4cio da constru(o do Pal$cio de Nossa Senhora das Necessidades. 17Z5 In4cio da obra da M(e de *gua das Amoreiras, Carlos Mardel. 17Z7 07 Touradas, com touros de morte, no Terreiro do Pao. 17Z8 Edi&ca(o do Arco das Amoreiras para comemorar a entrada das $guas do Aqueduto em Lisboa.

    Na primeira metade do s%culo XVIII, durante o reinado de D. Jo(o V, Lisboa alcanou novamente tempos de esplendor. A conjuntura econ)mica e &nanceira favor$vel, decorrente, em grande parte, da descoberta de minas de ouro e diamantes no Brasil, permitiu-lhe de&nir as linhas de fora do programa de governo. O reforo do poder real foi fortemente marcado por uma pol4tica de prest4gio, que se traduziu, entre outros,

    na exibi(o do fausto, no espect$culo das festas, no aparato dos cortejos das embaixadas e no mecenato cultural e art4stico. A capital, na qualidade de sede da Corte, foi embelezada_ idealizaram-se projectos arquitect)nicos e urban4sticos, mais ou menos concretiz$veis. E solucionou-se, &nalmente, uma dos grandes problemas da cidade o do abastecimento de $gua com a constru(o do emblem$tico Aqueduto das *guas Livres.

    DO ESPLENDOR EM D. JO#O V E A LISBOA JOANINA1707]1750

    Vista do Aqueduto =Vale de Alc+ntara>, desenho de J. ells gravado por Noel, s.d. =s%culo XIX>, MC. GRA. 187.

    Coche da embaixada de D. Jo(o V ao Papa Clemente XI, 1716, MNC.

    Esquio de F. Juvara para o Pal$cio Real, Pal$cio Patriarcal e Igreja Patriarcal, realizado em Roma, 1717, para servir de base a um quadro a )leo de Gaspard Van ittel enviado pelo embaixador de Portugal no Vaticano ao rei D. Jo(o V, MCT.

    O Pal$cio das Necessidades, litografia colorida de Salema, s%culo XIX, MC. GRA. 1Z8Z.

    Ru4nas da Praa da Patriarcal =depois do terramoto de 1755>, gravura de Jacques Phillipe Le Bas, 1755=K>, MC. GRA. ZZ1.

    Capela de S(o Jo(o Baptista constru4da em Roma entre 17Z2-17ZZ e montada a partir de 17Z7 na Igreja de S(o Roque, Lisboa.

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    1755 03 31 Inaugura(o do Teatro Real da pera do Tejo. 1755 11 01 Grande terramoto na manh( de S$bado. 1756 Cria(o da Casa do Risco das Obras PYblicas. 1758 Aprova(o do Plano de reconstru(o da cidade. 1758 09 03 Atentado contra o rei D. Jos%. 1759 09 03 Expuls(o da Companhia de Jesus por carta de D. Jos% I. 1760 09 03 Primeira pedra da Igreja da Mem)ria, no local do atentado a D. Jos%. 1761 03 07 Funda(o do Real Col%gio dos Nobres. 176Z In4cio da constru(o do Passeio PYblico. 1767 Reconstru(o da Igreja de Santo Ant)nio. 1769 09 26 Cria(o do Hospital Real de S(o Jos%, no Convento de Santo Ant(o. 1769 05 10 Inc;ndio na Igreja da Patriarcal. 1771 06 29 Cria(o da F$brica Nacional da Cordoaria. 177Z 05 05 Edital que atribui mesteres e com%rcios n(o arruados nas Ruas *urea, Bela da Rainha e Nova da Princesa. 1775 06 06 Inaugura(o da est$tua equestre de D. Jos% I, Terreiro do Pao. 1775 Constru(o da Real Barraca de madeira para resid;ncia da fam4lia real, no Alto da Ajuda. 1777 02 27 Levantamentos populares contra o Marqu;s de Pombal. 1777-1780 Praa de Touros do Salitre. 1779 10 2Z Coloca(o da primeira pedra da Bas4lica da Estrela. 1780 10 29 Inaugura(o da Casa Pia de Lisboa. 1780 12 17 Inaugura(o da ilumina(o pYblica. 1782 Funda(o do caf% Martinho da Arcada, Terreiro do Pao. 178Z 0Z 03 Primeira experi;ncia aerost$tica com um bal(o de ar quente, direc(o do Padre Jo(o Faustino, entre a Ajuda e Cacilhas. 1793 06 30 Inaugura(o do Teatro de S. Carlos, Chiado. 1795 11 09 Primeira pedra do Pal$cio da Ajuda. 1796 Cria(o da Real Biblioteca PYblica. 1798 Descoberta das ru4nas do Teatro Romano de Olisipo, Rua de S(o Mamede. 1802 Constitui(o da primeira Grande Loja ma)nica portuguesa, denominada Grande Oriente Lusitano.

    1 de Novembro de 1755 foi memor$vel para Lisboa, pois sofreu nesse dia uma das piores cat$strofes da sua hist)ria, marcada por violentos tremores de terra, seguidos de um tsunami e inc;ndios. O nYmero de v4timas rondou os 10 a 12 mil_ a capital tinha, Q %poca, cerca de 250 mil habitantes. Uma parte consider$vel dos edif4cios ruiu. A pronta interven(o dos seus

    actores principais - Sebasti(o Jos% de Carvalho e Melo, futuro Marqu;s de Pombal, Manuel da Maia, Eug%nio dos Santos e Carlos Mardel - possibilitou o nascimento de uma nova Lisboa, sob a %gide do Iluminismo. O plano foi aprovado em 1758, e a Baixa Pombalina ganhou forma e uma maior din+mica econ)mica e social, j$ em pleno reinado de D. Maria I, a Viradeira.

    O TERRAMOTO E A LISBOA POMBALINA1755]1789

    Carta topogr$fica da parte mais arruinada de Lisboa

    tal como se encontrava antes do terramoto de 1755

    e que se destinava a servir de base Qs remodelaWes

    urbanas subsequentes Qquela cat$strofe, Manuel

    da Maia, DSE, 23Z2 -2-1622D.

    Triste tableau des effects caus%s par le Tremblement de Terre et incendies arriv%s a Lisbonne le 1 er Novembre 1755, gravura, 2. metade s%culo XVIII, MC. GRA. 28

    Planta topogr$fica de parte de Lisboa numa litografia colorida em

    que se copia o projecto aprovado para a

    reconstru(o da cidade apresentado por

    Eug%nio dos Santos e Carlos Mardel, segundo

    vers(o publicada por Jo(o Pedro Ribeiro,

    edi(o de 19Z9, GEO.

    Sebasti(o Jos% de Carvalho e Melo, de Louis Michel Van Loo =1707-1771>, 1766. leo sobre tela. Col. Marqueses de Pombal, CMO.

    Vista do pat4bulo que se viu na praa de Bel%m a 13 de Janeiro de 1759, gravura, 1759=K>, MC. GRA. 725

    Bas4lica da Estrela, inaugurada em 1789. Lisbon from the Rua de San Miguel, gravura de Robert Batty, desenho de Thomas Jeavons, 1830, MC. GRA. 1517.

    Vista a%rea da Baixa Pombalina, cerca de 1905, GEO.

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    1807 Planta da Cidade, Duarte Fava. 1807 11 27 Embarque da Fam4lia Real e da Corte para o Brasil. 1807 11 30 1 Invas(o Francesa. 1807 12 13 Motins populares depois de Junot ter mandado hastear a bandeira francesa no Castelo de S. Jorge. 1808 Funda(o da Companhia de Seguros Bonana. 1809 05 13 R%cita de Marcos de Portugal no Real Teatro de S. Carlos. O &nal da cantata viria a ser Hino Nacional at% 183Z. 1810 09 Movimento pol4tico. Setembrizada, pris(o dos afrancesados. 1812 Pastelaria Baltresqui, Largo de Santa Justa, a mais antiga da cidade. 1815 Inaugura(o do Teatro do Bairro Alto ou de S(o Roque. 1820 Popula(o de Lisboa: 210 000 habitantes. 1820 Caf% Marrare do Polimento.

    Com o aproximar do &m do Antigo Regime, Lisboa sofreu uma fase de convulsWes marcada pela retirada de D. Jo(o VI para o Brasil, em 29 de Novembro de 1807, com o objectivo do rei n(o ser capturado pelo ex%rcito napole)nico comandado por Junot que, no dia seguinte, passou a dominar a cidade, at% que foi expulso em 1808. Esta foi a Yltima invas(o estrangeira da capital portuguesa, durante a qual sofreu as grandes provaWes que marcam os tempos conturbados da chamada Guerra Peninsular, que em Portugal se prolongou at% 1811.

    A PARTIDA DE JO#O VI PARA O BRASIL E AS INVASES FRANCESAS1807]1811

    Partida de D. Jo(o VI para o Brasil em 27 de Novembro de 1807, Henry LEv;que, gravura aberta a $gua forte por F. Bartollozzi impressa em Campaigns of the British army in Portugal *+, Londres, 1812. Legenda: Departure of His R. H. the Prince Regent of Portugal for the Brazils, MC, GRA. 1550.

    =Sopa de Arroios, representa(o de populaWes refugiadas em Lisboa durante a terceira invas(o francesa em 1811, Domingos Ant)nio de Sequeira, gravura a buril e $gua-forte de Greg)rio Francisco [ueir)s, Lisboa, 1813, MC GRA. 15Z8

    [uatro desenhos aguarelados grisaille de Lu4s Ant)nio Xavier com representaWes de eventos relativos Qs invasWes francesas, s.d. =s%culo XIX>, MC. PIN. 283, 28Z, 282, 285.

    Embarque de D. Jo(o VI para o Brasil. Legenda: Le Cong" du Prince avant de s9embarquer le jour ;7 Novembre 1

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    1820 09 16 Governo interino ap)s vit)ria da Revolta Liberal. 1820 11 11 Martinhada, movimento pol4tico que entrega o poder ao marechal Gaspar Teixeira de Magalh(es e Lacerda. 1821 01 2Z Abertura das primeiras Cortes Constituintes. 1821 07 0Z Desembarque de D. Jo(o VI e da Fam4lia Real no Terreiro do Pao. 1822 10 01 Juramento da Constitui(o por D. Jo(o VI. 1833 05 27 Vilafrancada, movimento pol4tico liderado por D. Miguel. 182Z 0Z 30 Abrilada, movimento pol4tico que, depois de derrotado, levou D. Miguel ao ex4lio. 1826 07 31 Infanta D. Maria jura a Carta Constitucional. 1827 07 25 Archotadas, movimento pol4tico em defesa da Carta Constitucional. 1828 02 26 D. Miguel jura a Carta Constitucional e assume a Reg;ncia. 1831 07 03 Inaugura(o da Praa de Touros de Santana. 183Z 05 28 Extin(o das ordens religiosas. 1836 Inc;ndio no Pal$cio dos Estaus. 1836 09 09 Revolu(o Setembrista, movimento liberal radical. 1836 11 02 Belenzada, golpe de estado para repor a Carta Constitucional. 1837 Publica(o do 1 nYmero de O Panorama. 1837 Circula(o do primeiro transporte colectivo, os mnibus. 1837 01 0Z Extin(o do Col%gio dos Nobres. 18Z0-18Z1Inaugura(o dos cemit%rios dos Prazeres e do Alto de S(o Jo(o. 18Z2 Funda(o do Jardim da Estrela. 18Z6 0Z 13 Inaugura(o do Teatro D. Maria II. 18Z6 12 26 Cria(o do Banco de Portugal. 18Z7 02 08 Entrada em funcionamento do transporte pYblico do Americano, Santa Apol)nia - Bel%m. 18Z8 07 30 In4cio da ilumina(o a g$s.

    O per4odo liberal delimitado entre 1820-183Z, decorre da longa crise da Sociedade do Antigo Regime e %, historicamente, signi&cativo. Na verdade Potugal sofreu, como toda a Europa, inu;ncia dos ideais liberais, legado ideol)gico da Revolu(o Francesa. Em 2Z de Agosto de 1820, a

    subleva(o militar do Porto que deu inic4o Q revolta liberal, obrigou D. Jo(o VI a regressar ao Pa4s, ap)s v$rios anos no Brasil. A nova &loso&a pol4tica liberal que preconizava uma ideia de progresso baseado na liberdade do indiv4duo, deu origem a um per4odo conturbado de guerra civil. Liberais e Absolutistas digladiaram-se at% que a entrada dos liberais, em Lisboa, a 2Z de Julho de 1833, deu in4cio ao &m destas guerras fratricidas acabadas em 183Z.

    A VITRIA DO LIBERALISMO ENTRE A REVOLU"#O DE 1820 E O FIM DA GUERRA CIVIL1832]183Z

    Chegada da Junta Provisional do Governo a Lisboa em Z de Outubro de 1820, gravura a $gua-tinta de Ant)nio C+ndido Cordeiro Pinheiro Furtado, c. 1820, MC. GRA. 1357

    Victoria da Legitimidade, alegoria Q entrada dos liberais em

    Lisboa em 2Z de Julho de 1833 ap)s a retirada dos miguelistas, litografia de Maur4cio Jos% do Carmo Sendim, 26 de Julho de

    1833, BNP, E 308 A.

    Alegoria Q Constitui(o, Domingos Ant)nio de Sequeira, )leo sobre tela, MNAA.

    Entrada Triunfante de Sua Magestade o Senhor D. Jo(o VI e de seu Augusto Filho na capital =Vilafrancada>, Julho de 1823, litografia, MC. GRA. 13Z3.

    Desembarque d el rei Dom Jo(o VI, gravura a buril ponteado de Constantino de Fontes, c. 1821, MC. GRA. 1350.

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    1856 10 28 Inaugura(o da primeira linha de caminho de ferro em Portugal, de Lisboa ao Carregado. 1857 07 01 In4cio da publica(o da revista Archivo Pittoresco. 1858 05 16 In4cio da liga(o por mala-posta Lisboa-Gaia. 1863 11 19 Violento inc;ndio no edif4cio dos Paos do Concelho. 186Z 06 07 Conclus(o da linha de caminho-de-ferro do Norte, at% Gaia. 1865 05 01 Inaugura(o da Esta(o de Santa Apol)nia. 1867 10 09 Inaugura(o do Monumento a Lu4s de CamWes, Praa CamWes. 1867 11 30 Inaugura(o do Teatro da Trindade. 1870 01 31 O Transporte pYblico Larmanjat, circula pela primeira vez em Lisboa. 1879 08 2Z In4cio das obras da Avenida da Liberdade, inaugurada em 28 de Abril de 1886. 1881 01 0Z Publica(o do 1 nYmero do jornal O S"culo. 1882 05 08 Primeira pedra do monumento ao Marqu;s de Pombal. 1882 0Z 26 Inaugura(o da rede telef)nica. 188Z 0Z 19 Funcionamento do elevador do Lavra. 188Z 05 28 Inaugura(o do Jardim |ool)gico no Parque de S(o Sebasti(o da Pedreira, Palhav(. 1892 08 18 Inaugura(o da Praa de Touros do Campo Pequeno. 1896 07 18 Primeira projec(o cinematogr$&ca em Lisboa, no Real Coliseu da Rua da Palma. 1901 08 31 Inaugura(o dos transportes colectivos de trac(o el%ctrica. 190Z Inaugura(o do Bairro Oper$rio Grandella. 1906 0Z 03 Apresenta(o dos candidatos republicanos a deputados por Lisboa. 1906 08 19 Jo(o Franco vence as eleiWes e inicia um per4odo de ditadura. 1907 In4cio do servio de T$xis.

    Lisboa passa, neste per4odo, por um profundo processo de moderniza(o e requali&ca(o, baseado num ideal de embelezamento que reecte a rela(o entre a economia portuguesa e a economia internacional. Investimento externo, inova(o tecnol)gica e cient4&ca, desenvolvimento industrial e, principalmente, a inaugura(o do Caminho-de-Ferro, foram determinantes para o posterior desenvolvimento do pa4s. O

    pragmatismo pol4tico da Regenera(o, que abandonou as questWes partid$rias para se concentrar num verdadeiro projecto de remodela(o de Lisboa, tornou poss4vel comemorar com brilhantismo as festas comemorativas do Tricenten$rio da Morte de CamWes, em 1880. Festas que tiveram a participa(o de muitas individualidades republicanas e foram aproveitadas para a divulga(o dos seus ideais pol4ticos.

    O CRESCIMENTO DE LISBOA ENTRE A INAUGURA"#O DO CAMINHO]DE]FERRO E AS COMEMORA"ES DO TRICENTEN*RIO DE CAMES 1856]1880Medalha da inaugura(o do caminho de Ferro em Portugal em 1856, bronze, MC. MED. Z610.

    Caminho-de-ferro de Leste Ponte de Xabregas. Arquivo Pitoresco, vol 1, n 5, 1857, p. 33. GEO.

    Passeio PYblico Ilumina(o para as Festas de Caridade. Arquivo Pitoresco, vol 1, n 6, 1857, p. Z1, GEO.

    Teatro de D. Maria II, Arquivo Pitoresco, vol 6, n 5, 1863, p. 33, GEO.

    Escola Polit%cnica de Lisboa. Arquivo Pitoresco, vol 6, n 5Z, 1863, p. 269, GEO.

    F$brica de Fia(o de Tecidos de Algod(o, em Santo Amaro. Di2rio Ilustrado, n 506, 1Z de Janeiro de 187Z, p. Z2, GEO.

    EdificaWes da Companhia das *guas na Cerca dos Barbadinhos. O Ocidente, vol III, n 68, 1880, p. 169, GEO.

    Festas do Centen$rio de CamWes Chegada do cortejo c4vico Q Praa Luis de CamWes. O Ocidente, vol III, n 61, 1880, p. 109, GEO.

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    1908 02 01 Regic4dio no Terreiro do Pao. Morte do rei D. Carlos I e do pr4ncipe D. Lu4s Filipe. 1908 06 28 Grande com4cio republicano em Lisboa. 1910 10 05 Proclama(o da RepYblica no edif4cio dos Paos do Concelho. 1910 11 Com4cios e greves na cidade. 1910 12 01 Bandeira Nacional da I RepYblica Portuguesa, segundo o modelo de Columbano Bordalo Pinheiro. 1913 10 20 Revolta mon$rquica na cidade. 1917 12 05 Revolta militar che&ada por Sid)nio Pais que dep

  • 19A LISBOA DO ESTADO NOVO E A EXPOSI"#O DO MUNDO PORTUGUS1933]197Z

    Panorama da Praa do Imp%rio com fonte luminosa na Exposi(o do Mundo Portugu;s, 19Z0, GEO DDP-FT 2233.

    Praa do Areeiro. Anos Z0-50, AML/AF B086720.

    =em baixo> Ponte Salazar ~actual 25 de Abril. Remonta ao final do s%c. XIX a primeira ideia de construir uma ponte que ligasse Lisboa a Almada, sendo aventadas, a partir de ent(o, v$rias hip)teses. Duarte Pacheco tamb%m apresentou uma proposta para constru(o de uma ponte rodo-ferrovi$ria =sem efeito>. Somente no ano de 1966 seria inaugurada a ponte sobre o rio Tejo.

    Primeira confer;ncia de imprensa do candidato Humberto Delgado. Caf% Chave dOuro, no Rossio. 1958, FHD.

    Morte de Salazar. 1970, Flama. N. Extra, 27-07-1970, capa, HML.

    O Estado Novo com o seu regime autorit$rio e repressivo alimentou desejos de grandeza que acabaram por se reectir na renova(o de uma Lisboa capital do Imp%rio. Esta vis(o macroc%fala da cidade foi protagonizada pela ac(o de Duarte Pacheco, e manifestou-se, particularmente, numa emblem$tica Exposi(o do Mundo Portugu;s, em 19Z0. Esta iniciativa decorreu nos tempos dif4ceis da Segunda Grande Guerra, cujo armist4cio trouxe a esperana do &m da ditadura em Portugal, o que n(o se concretizou. A expectativa na mudana para a democracia iria renascer com a candidatura de Humberto Delgado, malograda, e, mais tarde, com a chegada ao poder de Marcelo Caetano. Por%m, o marcelismo revelou-se uma continuidade do regime de Salazar.

    Plano Director de Urbaniza(o de Lisboa. 1935-1958, in Lisboa: Oito S"culos de Hist%ria, Lisboa, CML, 19Z7, GEO.

    1933 0Z 11 Constitui(o Pol4tica da RepYblica Portuguesa. 1933 08 20 Cria(o da PIDE, Pol4cia de Vigil+ncia e Defesa do Estado. 193Z 05 13 Inaugura(o do Monumento ao Marqu;s de Pombal. 1935 Primeiros edif4cios do Instituto Superior T%cnico. Arq. Pardal Monteiro. 1938 10 13 Inaugura(o da Igreja de Nossa Senhora de F$tima. Arq. Pardal Monteiro. 19Z0 Inaugura(o da estrada Marginal Lisboa-Cascais. 19Z0 06 23 Inaugura(o da Exposi(o do Mundo Portugu;s. 19Z1 05 28 Inaugura(o do Viaduto Duarte Pacheco. 19Z2 10 15 Inaugura(o do Aeroporto de Lisboa. 19ZZ 0Z 09 In4cio das primeiras carreiras de autocarros na cidade. 19Z6 01 31 Manifesta(o do MUD. Exige-se o &m da Ditadura e a instaura(o de um regime democr$tico. 195Z In4cio do funcionamento do Hospital de Santa Maria. Arq. alter Diestel. 1956 09 0Z Primeira emiss(o experimental da R$dio Televis(o Portuguesa, feira Popular de Lisboa, Palhav(. 1958 05 10 Confer;ncia de imprensa de Humberto Delgado no caf% Chave d`Ouro. Lanamento da sua candidatura a Presidente da RepYblica. .1959 12 29 Inaugura(o do Metropolitano de Lisboa. 1961 10 Manifesta(o e Carta aberta de Am4lcar Cabral ao Governo exigindo a solu(o pac4&ca do problema da Guin% e Cabo Verde. 1962 03 Crise acad%mica de Lisboa. 1966 08 06 Inaugura(o da Ponte sobre o Tejo. 1972 12 30 Ocupa(o da Capela do Rato, aprova(o de uma mo(o que condena a guerra colonial. A pol4cia faz detenWes. 1973 01 06 In4cio da publica(o do seman$rio O Expresso. 1973 10 28 Manifesta(o exigindo o &m da guerra colonial e o estabelecimento de um regime democr$tico.

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    197Z 0Z 25 Revolu(o do 25 de Abril de 197Z. Golpe militar em que o MFA leva Q rendi(o de Marcelo Caetano e Q constitui(o da Junta de Salva(o Nacional. 197Z 0Z 28 Chegada a Santa Apol)nia dos dirigentes pol4ticos vindos do ex4lio. 197Z 0Z 30 Chegada de *lvaro Cunhal ao aeroporto de Lisboa1975 03 11 Tentativa de golpe de Estado por militares afectos ao general Sp4nola. 1975 07 19 Manifesta(o na Fonte Luminosa. M$rio Soares denuncia e rejeita a radicaliza(o da situa(o pol4tica, e exige o afastamento de Vasco Gonalves. 1975 11 23 Chegada a Lisboa das Yltimas tropas da guerra colonial, regressadas de Angola. 1975 11 25 Golpe militar que pWe &m ao per4odo revolucion$rio da esquerda radical. 1976 07 23 Posse do I Governo Constitucional, che&ado por M$rio Soares. 1977 02 12 ltimo nYmero do jornal O S"culo. 1977 07 23 Estabelecimento de medidas de apoio por parte do governo a cidad(os nacionais vindos das ex-col)nias. 1981 Popula(o de Lisboa: 807 937 habitantes. 1983 05 07 Inaugura(o da XVII Exposi(o Europeia de Arte, Ci;ncia e Cultura. 1985 06 12 Assinatura do Tratado de Ades(o de Portugal Q CEE no Mosteiro dos Jer)nimos. 1988 08 25 Grande inc;ndio na zona do Chiado. 1993 03 21 Inaugura(o do Centro Cultural de Bel%m. Vitorio Gregotti e Manuel Salgado. 199Z 02 26 In4cio da Lisboa >@: Capital, Europeia da Cultura. 1998 05 22 Inaugura(o da Expo > adquiriram uma din+mica de progresso, sobretudo depois

    da ade s(o de Portugal Q Comunidade Econ)mica Europeia. Um dos eventos mais marcantes da hist)ria recente da capital, pela sua dimens(o universalista, foi a Expo98, integrada no plano de Lisboa Capital Atl+ntica, cosmopolita e multicultural, fronteira e limite da Europa com o Oceano Atl+ntico.

    DA LISBOA REVOLUCION*RIA LISBOA DA EUROPA COMUNIT*RIA197Z]1207

    25 de Abril de 197Z, Di2rio Popular =primeira p$gina, 25-0Z-197Z>_ Vida Mundial. N. 1821, =capa, 03-05-197Z>_ RepKblica =primeira p$gina , 25-0Z-197Z>, HML.

    Tropas revolucion$rias junto do edif4cio da C+mara Municipal. 25-0Z-197Z, AML/AF A83310.

    Primeiras eleiWes livres. 25-0Z-1975, Flama. Outubro 1975, p. 27, HML.

    Retornados no Aeroporto de Lisboa, 1975, O S"culo Ilustrado, n 1970, 11-10-1975, p. 12, HML.

    M$rio Soares assina o Tratado de Ades(o Q CEE. 12-06-1985, foto cedida pelo Expresso.

    Parque das NaWes: Pavilh(o dos Oceanos =Ocean$rio>, 1998.

  • DIREC"#O MUNICIPAL DE CULTURA

    A Hist)ria de Lisboa confunde-se com a Hist)ria de Portugal. Esta afirma(o, apesar de se revelar de uma

    evid;ncia consensual, deve por isso mesmo suscitar uma reflex(o cr4tica e pr$tica sobre quais s(o os tempos fortes

    que marcam essa rela(o t(o 4ntima entre o passado da cidade e o do Pa4s a que pertence.