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Curso de Radialismo - 1 - HISTÓRIA DA RADIODIFUSÃO NO BRASIL E NO MUNDO. A História do Rádio se confunde com a história de vários personagens que contribuíram para que hoje possamos ligar a nossa TV em casa e assistir um programa que está sendo transmitido ao vivo, por exemplo, do Japão. Desde Willian Gilbert quando no ano de 1600 inventa o eletroscópio realizando estudos sobre magnetismo até Lee De Forest o qual é atribuída a primeira transmissão de ópera pelo rádio, dezenas de pessoas ao longo de centenas de anos, participaram desta descoberta que revolucionou o século vinte, aproximando, divertindo, informando e salvando milhões de pessoas ao redor do mundo. Não podemos deixar de mencionar Michael Faraday, grande sábio inglês que descobriu em 1831 a indução magnética assim como a grande contribuição dada por James C. Maxwell que descobriu matematicamente a existência das ondas eletromagnéticas, diferentes somente em tamanho, das ondas de luz, mas com a mesma velocidade (300.000) trezentos mil kilômetros por segundo. Outro personagem que marcou a história das comunicações foi Thomas A. Edison quando em 1880 descobriu que se colocando em uma ampulheta de cristal um filamento e placas de metal separadas entre si e ligando-se o filamento ao negativo de uma bateria e a placa ao positivo, costatava-se a passagem de uma corrente elétrica da placa para o filamento e nunca em sentido contrário. Outra grande contribuição foi dada pelo professor alemão Henrich Rudolph Hertz que comprovou na prática em 1890 a existência das ondas eletromagnéticas, chamadas hoje de "ONDAS DE RÁDIO". Suas experiências basearam-se na teoria de Maxwell. Hertz descobriu que ao fazer saltar uma chispa em seu aparelho oscilador, saltavam também chispas entre as pontas de um arco de metal colocado a certa distância denominado resonador. Hertz demonstrou com essa experiência que as ondas eletromagnéticas tem a mesma velocidade que as ondas de luz. Em sua homenagem, as ondas de rádio passam a ser chamadas de "Ondas Hertzianas”, usando-se também o "HERTZ" como unidade de freqüência. Muitos personagens da história do rádio contribuíram para o aperfeiçoamento da transmissão e recepção dos sinais eletromagnéticos. Assim temos o Professor Pupim que em 1887 descobriu a "Sintonia Elétrica" usada em quase todos os aparelhos de rádio, Branly que em 1892 descobriu seu famoso “COHESOR”, Popoff que idealizou uma forma de agregar um vibrador elétrico ao cohesor de Branly melhorando seu funcionamento. Eis que surge em 1896 Guglielmo Marconi, utilizando um oscilador tipo “Hertz” e um cohesor de "Branly-Popoff", realizando a transmissão e recepção de sinais a pequena distância. Marconi colocou em prática as teorias, idéias e descobertas de Faraday, Maxwell, Edison, Hertz, Branly e Popoff. Comete-se uma injustiça a um cientista brasileiro, predecessor de Marconi e de outros. Padre Roberto Landell de Moura, gaúcho, nascido em 21 de janeiro de 1861. O padre-cientista, construiu diversos aparelhos que expôs ao público na capital paulista em 1893, tais como: - o Teleauxiofono (telefonia com fio) - o Caleofono (telefonia com fio) - o Anematófono (telefonia sem fio - o Teletiton (telegrafia fonética, sem fio, com o qual duas pessoas podem comunicar- se sem serem ouvidas por outras) - o Edífono (destinado a ducificar e depurar as vibrações parasitas da voz fonografada, reproduzindo-a ao natural) Nesta ocasião, estabeleceu os princípios básicos em que se fundamentaria todo o progresso e a evolução das comunicações, tal como conhecemos hoje.

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HISTÓRIA DA RADIODIFUSÃO NO BRASIL E NO MUNDO. A História do Rádio se confunde com a história de vários personagens que contribuíram para que hoje possamos ligar a nossa TV em casa e assistir um programa que está sendo transmitido ao vivo, por exemplo, do Japão. Desde Willian Gilbert quando no ano de 1600 inventa o eletroscópio realizando estudos sobre magnetismo até Lee De Forest o qual é atribuída a primeira transmissão de ópera pelo rádio, dezenas de pessoas ao longo de centenas de anos, participaram desta descoberta que revolucionou o século vinte, aproximando, divertindo, informando e salvando milhões de pessoas ao redor do mundo. Não podemos deixar de mencionar Michael Faraday, grande sábio inglês que descobriu em 1831 a indução magnética assim como a grande contribuição dada por James C. Maxwell que descobriu matematicamente a existência das ondas eletromagnéticas, diferentes somente em tamanho, das ondas de luz, mas com a mesma velocidade (300.000) trezentos mil kilômetros por segundo. Outro personagem que marcou a história das comunicações foi Thomas A. Edison quando em 1880 descobriu que se colocando em uma ampulheta de cristal um filamento e placas de metal separadas entre si e ligando-se o filamento ao negativo de uma bateria e a placa ao positivo, costatava-se a passagem de uma corrente elétrica da placa para o filamento e nunca em sentido contrário. Outra grande contribuição foi dada pelo professor alemão Henrich Rudolph Hertz que comprovou na prática em 1890 a existência das ondas eletromagnéticas, chamadas hoje de "ONDAS DE RÁDIO". Suas experiências basearam-se na teoria de Maxwell. Hertz descobriu que ao fazer saltar uma chispa em seu aparelho oscilador, saltavam também chispas entre as pontas de um arco de metal colocado a certa distância denominado resonador. Hertz demonstrou com essa experiência que as ondas eletromagnéticas tem a mesma velocidade que as ondas de luz. Em sua homenagem, as ondas de rádio passam a ser chamadas de "Ondas Hertzianas”, usando-se também o "HERTZ" como unidade de freqüência. Muitos personagens da história do rádio contribuíram para o aperfeiçoamento da transmissão e recepção dos sinais eletromagnéticos. Assim temos o Professor Pupim que em 1887 descobriu a "Sintonia Elétrica" usada em quase todos os aparelhos de rádio, Branly que em 1892 descobriu seu famoso “COHESOR”, Popoff que idealizou uma forma de agregar um vibrador elétrico ao cohesor de Branly melhorando seu funcionamento. Eis que surge em 1896 Guglielmo Marconi, utilizando um oscilador tipo “Hertz” e um cohesor de "Branly-Popoff", realizando a transmissão e recepção de sinais a pequena distância. Marconi colocou em prática as teorias, idéias e descobertas de Faraday, Maxwell, Edison, Hertz, Branly e Popoff. Comete-se uma injustiça a um cientista brasileiro, predecessor de Marconi e de outros. Padre Roberto Landell de Moura, gaúcho, nascido em 21 de janeiro de 1861. O padre-cientista, construiu diversos aparelhos que expôs ao público na capital paulista em 1893, tais como:

- o Teleauxiofono (telefonia com fio)

- o Caleofono (telefonia com fio)

- o Anematófono (telefonia sem fio

- o Teletiton (telegrafia fonética, sem fio, com o qual duas pessoas podem comunicar-se sem serem ouvidas por outras)

- o Edífono (destinado a ducificar e depurar as vibrações parasitas da voz fonografada, reproduzindo-a ao natural)

Nesta ocasião, estabeleceu os princípios básicos em que se fundamentaria todo o progresso e a evolução das comunicações, tal como conhecemos hoje.

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Suas teses, firmadas antes de 1890, previram a "telegrafia sem fio", a "radiotelefonia", a "radiodifusão", os "satélites de comunicações" e os "raios laser". No ano de 1900, enquanto o grande feito de Marconi não ultrapassava a distância de 24 quilômetros, o Padre Landell de Moura obtinha do governo brasileiro a carta patente nº 3279, reconhecendo-lhe os méritos de pioneirismo científico, universal, na área das telecomunicações. Em 1901, o Padre Landell de Moura, embarcou para os Estados Unidos e em fins de 1904, o The Patent Office at Washington concedeu-lhe três cartas patentes: para o telégrafo sem fio, para o telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras. Poderia se considerar o Padre Landell de Moura o precursor nas transmissões de vozes de ruídos e outros. Suas patentes afirmam isso. No século vinte, acontece o grande salto nas descobertas e modernização, quando em 1904 John Ambrose Fleming, grande cientista britânico inventa a válvula elementar, conhecida como "Válvula de Fleming" que era constituída de Placa e Filamento. Baseado nas descobertas de Fleming, o Dr. Lee De Forest constrói em 1905 a válvula Audion que transformou por completo a indústria do rádio. Essa válvula se compunha de Filamento, Placa e Grade, substituindo os transmissores de chispas de Marconi por essa nova tecnologia. Assim, transmitia-se não só os sinais como também a voz e a música pelas ondas Hertzianas. Coube a De Forets a honra de ter sido o primeiro a transmitir música de ópera pelo rádio diretamente de sua estação na Califórnia. Ele foi o primeiro a transmitir programas humorísticos pelo rádio. Com o fim da 1a Guerra Mundial, a indústria americana Westinghouse ficou com um grande estoque de aparelhos de rádio fabricados para as tropas na guerra. A radiodifusão nasceu meio por acaso, quando se instalou uma grande antena no pátio da fábrica para transmitir música, e por meio desse "Marketing", comercializou os aparelhos "encalhados" para os habitantes do bairro. Coube desta forma a Westinghouse Eletric Co. A honra de ter promovido a primeira difusora comercial do mundo que foi a bem conhecida "K. D. K. A." de Pitisburgh. Ela começou a funcionar regularmente em 1920 e daí dia após dia vem aumentando cada vez mais o número de estações de rádio pelo mundo.

24 de maio de 1844 - Samuel F. B. Morse envia a primeira mensagem à distância através do telégrafo. O primeiro sistema de comunicação de longa distância que o mundo conheceu.

1850 - O alemão Daniel Ruhmkoff inventa um aparelho capaz de transformar baixa tensão de uma pilha em alta tensão: surge o primeiro emissor de ondas eletromagnéticas.

1853 - O físico australiano Julius Willheim Gintl prova ser possível enviar várias mensagens simultaneamente por uma única linha telegráfica.

1867 - O alemão Siemens cria o dínamo.

1875 - Surge o primeiro serviço permanente de notícias por cabo. No mesmo ano, Alexandre Graham Bell inventa o transdutor magnético, ou microfone.

1877 - Emile Bertiner torna o microfone um equipamento personificado e Thomas A. Edison registra som em cilindros.

1893 - O padre e cientista brasileiro Roberto Landell de Moura realizou a primeira transmissão falada, sem fios, por ondas eletromagnéticas. Sua experiência mais importante - praticamente desconhecida do mundo - foi em São Paulo, quando transmitiu por telegrafia sem fio do alto da avenida Paulista para o alto de Sant'Ana. Todos os equipamentos usados forma inventandos pelo próprio Landell de Moura, com patentes registradas no Brasil em 9 de março de 1901. (controvérsia de que teria sido o inventor do radialismo).

1895 - O russo Aleksandr S. Popov inventou uma antena capaz de receber frequências baixas, na faixa de 30kHz. No mesmo ano, próximo à região da Bolonha, na Itália, Guglielmo Marconi conseguiu realizar o que ficou conhecido como a primeira transmissão de sinais sem

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fio por uma distância de primeiro 400 e em seguida 2 mil metros.

2 de junho de 1896 - O italiano Marconi registra, na Inglaterra, uma patente para um sistema de comunicações sem fio, que mais tarde usa para receber e transmitir sinais em código Morse em um raio de até 3km de distância.

1899 - Realizada uma transmissão de 42km entre dois crusadores franceses equipados com o dispositivo Ducretet/Popov. Mais tarde, em 28 de março do mesmo ano, Marconi vai mais longe e faz uma transmissão através do Canal da Mancha enviando sinais de Dover para Wimereux.

1900 - Marconi consegue a patente por um processo que permite ao operador do equipamento selecionar um comprimento específico de onda. Em fevereiro deste ano surge a primeira estação comercial, localizada na ilha alemã de Borkum.

1901 - Marconi realiza a primeira transmissão transatlântica. Usando o código Morse, o cientista consegue transmitir entre Poldhu na Comualha britânica e St. John, Newfoundland.

1902 – Lee de Foresti – Transmissão da Torre Eiffel em Paris.

1903 - Criada a Telefunken, com a união da Siemens e da Allgemeine Elektizitats Gesellschaft. Também neste ano, Gustave Ferrie instala uma estação de telégrafo de longa distância na Torre Eiffel, o que permite que o London Times e o New York Times recebam informações sobre o andamento da guerra entre a Rússia e o Japão. Ainda Não era possível transmitir sons, apenas sinais.

1904 - O inglês John Fleming inventa o diodo, uma válvula iônica de dois eletrodos que possibilita finalmente a transmissão do som. Imediatamente, uma estação de radiotelégrafo é construída na costa Adriática, no principado de Montenegro.

1904 - Landell registra a patente do Transmissor de Ondas, do telefone sem fio e do telégrafo sem fio nos EUA.

1905 - A Marinha de Guerra do Brasil realizou várias experiências com a telegrafia por centelhamento no encouraçado Aquidabã.

1905 - Criado o Ato do Telégrafo Sem fio (Wireless Telegraph Act), no Canadá, que estabelece regras para a obtenção de licença para a telegrafia. No mesmo ano, ocorre a primeira comunicação sem fio da Espanha, realizada entre El Ferol del Caudillo e La Coruña. Neste ano, são descobertas as propriedades da galena (lead sulphide) como detector de sinais radioelétricos.

1906 - O norte-americano Reginald Fessenden constrói o primeiro alternador de altafrequência e realiza a transmissão da voz humana pelo rádio. Em 25 de outubro, Lee de Forest patenteia, nos Estados Unidos, o triodo - uma válvula de três eletrodos que permite a detecção, transmissão e amplificação dos sinais de rádio.

1908 - O rádio descobre sua vocação de prestação de serviços, com a adoção do sinal SOS, de socorro, internacionalmente.

1909 – Enrico Caruso – 1º Recital transmitido do Metropolitan Opera Hose de Nova York.

13 de janeiro de 1910 - A tripulação de um navio em alto mar - a 20km da terra firme - consegue ouvir a voz famosa do tenor italiano Enrico Caruso graça a uma transmissão do Metropolitan Opera House, em Nova Iorque.

1913 - Surge a Wireless Society de Londres, na Inglaterra, que se tornaria mas tarde a Radio Society da Grã-Bretanha.

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1915 - Surgem na Alemanha as primeiras transmissões internacionais de programas diários de notícias.

1916 – Lee de Foresti - Instala em Nova York.

1920 - Surgem, na França, os primeiros rádios a pilha, vendidos com outra inovação: fones de ouvido. Neste período, o jornalismo ocupa parte importante da programação, ganhando um caráter de seriedade econômica depois que a Holanda lança moda ao começar a transmitir o movimento da bolsa de Amsterdam mesclado com noticiário econômico. Os primeiros aparelhos receptores em série começam a surgir quando foram surgindo as emissoras.

1922 - Já existem estações de rádio com programações regulares em quase todo o mundo, incluindo aí a Argentina, Canadá, União Soviética, Espanha e Dinamarca. Em 7 de setembro do mesmo ano, o discurso do presidente da República, Epitácio Pessoa é transmitido via rádio, trata-se da primeira transmissão oficial pelo novo veículo de comunicação. Foram importados 80 receptores de rádio especialmente para o evento. Em outubro, nasce a britânica BBC (Britsh Broadcasting Company), em paralelo com as primeiras estações de rádio em Shangai, na China, e em Cuba. Primeira transmissão de rádio no Brasil faz 80 anos da Folha de S. Paulo - 2002 No dia 7 de setembro de 1922 aconteceu a primeira transmissão oficial de rádio no Brasil. Ou seja, neste ano, comemoraram-se os 80 anos do surgimento da radiodifusão no país. A primeira transmissão foi parte das comemorações oficiais do centenário da proclamação da Independência. O conteúdo da transmissão foi o discurso comemorativo do presidente Epitácio Pessoa, que foi transmitido para os visitantes da Exposição Internacional do Rio. Para que fosse possível realizar a operação, foi usada uma estação de 500 watts, instalada no morro do Corcovado pela empresa Westinghouse Electric International. Menos de um ano depois, surgiu a primeira estação de rádio brasileira, fundada por Edgard Roquete Pinto e Henry Morize em 20 de abril de 1923. Era a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Os ouvintes eram associados e contribuíam com mensalidades para a manutenção da emissora. Atualmente um brasileiro pode acompanhar a programação de milhares de rádios espalhadas pelo mundo, que transmitem sua programação pela internet.

1923 - A Itália nacionaliza o rádio por decreto real Ainda em 1923 a França segue o exemplo e transforma o rádio em monopólio estatal. Edgard Roquete Pinto - considerado pai do rádio brasileiro - e Henry Morize fundam em 20 de abril, a primeira rádio brasileira: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, criada para atuar sem fins comerciais, caráter cultural e educacional idealizada por Roquete Pinto. Surgem também outras rádios: Rádio Clube do Brasil - Clube Paranaense e Clube Pernambucano, entre outras comerciais. Enquanto o Japão termina e regulamentar as leis de funcionamento do rádio optando por banir a publicidade neste meio de comunicação.

1924 - Suécia cria o modelo de estação de rádio sem anúncios e com um propósito claramente educativo. - É regulamentada a atual faixa de ondas médias de 550 kHz. a 1550 kHz.

1925 - Os problemas criados pelo crescimento das estações emissoras, obriga a criação da "União Internacional de Radiodifusão"

1926 - No Japão, a criação da NHK (Nippon Hoso Kyokai) institui o monopólio no país a companhia acaba incorporando as rádios privadas existentes. Nesta mesma época, no Brasil começa a operar a Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro.

1927 - Uma empresa da Philadelphia produz o primeiro rádio para carro.

1929 - O Vaticano cria sua primeira rádio, que foi oficialmente inaugurada em 1931.

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Anos 30 e 40 – Período de maior desenvolvimento formando-se um meio de comunicação extremamente popular com emissoras da época: Rádio Record, Rádio Tupi, Rádio Mairink Veiga, Rádio Nacional Com programações variadas.

1930 - A 1ª rádio mineira a Rádio Sociedade de Juiz de Fora.

1931 - Rádio mineira anteriormente utilizada pelas tropas mineiras que iriam derrubar Washington Luiz na Revolução Liberal.

1934 - Criada a SARBU (South American Radio Broadcasting Union), entidade que reúne o países latinoamericanos.

1935 - Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai assinam tratado de cooperação técnica em radiodifusão.

1932 - O Decreto nº 21.111, de 1º de março, que regulamentou o Decreto nº 20.047, de maio de 1931, primeiro diploma legal sobre a radiodifusão define o rádio como "serviço de interesse nacional e de finalidade educativa". No mesmo ano, o Decreto nº 21.111, autoriza a veiculação de propaganda pelo rádio, tendo limitado sua manifestação, inicialmente, a 10% da programação.

1935 - A Rádio Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, cria vários programas de notícias.

1936 - É fundada a brasileira Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que foi a primeira em audiência por mais de vinte anos.

30 de outubro de 1938 - Orson Welles vai ao ar deixando milhares de pessoas em pânico com a certeza de que a Terra estaria sendo invadida por extraterrestres com a transmissão de Invasão dos Mundos, peça do escrito H.G. Wells.

1939 - A Alemanha da Hitler proíbe a audiência de rádios estrangeiras. O segundo passo ocorre em 1940, quando as rádios alemãs passam a transmitir a mesma programação de caráter ultranacionalista, já totalmente sob o domínio nazista. O presidente francês General Charles de Gaulle também usa o rádio como instrumento de mobilização ao pelar para que os franceses resistam aos ataques alemães pela BBC em Londres.

1940 - O Decreto-Lei no. 2.073, do presidente da República Getúlio Vargas, criou as Empresas Incorporadas ao Patrimônio da União, que entre outras encampou a Rádio Nacional, de propriedade do grupo A Noite. Em 1938, inaugurou-se o programa "A Hora do Brasil".

1941 - Surge o Repórter Esso, criado pela Rádio Nacional, durante a II Guerra Mundial. O programa ficou no ar até 1968.

1942 - Criado o Grande Jornal Falado Tupi, da Rádio Tupi, de São Paulo. A Rádio Nacional do Rio de Janeiro leva o ar a primeira radionovela: "Em busca da felicidade".

1944 - A resistência é avisada, por intermédio da mensagens codificadas, de um iminente desembarque dos aliados na Normandia, no famoso Dia D.

1945 - O FCC muda a banda de FM de 50 mHz para os atuais 88 - 108 mHz

15 de agosto de 1945 - O imperador do Japão anuncia a rendição do país, por rádio, depois das bombas nucleares de Nagasaki e Hiroshima. No mesmo ano, o controle governamental sobre o rádio no Japão é abolido.

1946 - Surgem os gravadores de fita magnética. O início da substituição das válvulas retificadoras por retificadores de selênio, material semicondutor em estado sólido muito menos propício a queimar do que as velhas válvulas a vácuo.

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Década de 50 – A televisão acolheu o estilo da programação e profissionais denominados da “Era do Rádio” especialização do rádio em música, esporte e notícia – com o fim dos programas de auditório e radio novela.

1954 – Novo Incentivo ao Rádio – Invento dos transistores. Chega o Regency TR1, primeiro rádio transistorizado do mundo, lançado nos EUA.

Década de 60 – Censura – período militar

1961 - As emissoras de FM são autorizadas a transmitir em estéreo.

1967 - É criado o Ministério das Comunicações, dia 25 de fevereiro.

Década de 70 proliferação das freqüências moduladas com menor alcance, maior qualidade e nova proposta de linguagem.

1985 - A japonesa Sony desenvolve um rádio do tamanho de um cartão de crédito.

1990 - Criada a Rede Bandeirantes de Rádio, a primeira do Brasil a operar via satélite com 70 emissoras FM e 60 AM em mais de 80 regiões do País.

1998 – Criada Lei específica que institui o serviço de Radio Comunitária no Brasil.

2002 - Aprovada emenda constitucional que permite que empresas de comunicação sejam de propriedade pessoas jurídicas e permite a entrada de capital estrangeiro no setor.

O Radio chega aos dias de hoje como o veiculo mais popular do mundo com mais de 3 bilhões de aparelhos receptores superando em 60%.o número de televisores.

Inovações: - Rádio satélite (redes/canais de áudio) - Rádio Virtual (via internet)

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ONDAS DE RÁDIO

Introdução

Não é objetivo deste capítulo formar técnicos ou sequer aprofundar temas ligados a área eletrônica. Trata-se de esclarecer algumas questões técnicas para aqueles que pretendem entender e fazer uso de transmissores de rádio na faixa de FM (88 a 108 Mhz).

Acreditamos que certas dúvidas, inclusive as nomenclaturas técnicas, serão resolvidas, aproximando os interessados do equipamento e sobretudo mostrando de maneira simples o que acontece na teoria e na prática durante a transmissão de rádio, desde a fonte sonora até o receptor a Quilômetros dali.

Emissão, Meio e Recepção.

Para entendermos como funciona a transmissão de rádio é necessário que saibamos que para qualquer tipo de comunicação, a presença de três elementos será sempre comum: "Emissão Meio e recepção".

Emissão - É a fonte de sinal que se utiliza para comunicar algo (voz, instrumento musical, transmissores de rádio e TV...).

Meio - É o elemento intermediário entre o emissor e o receptor, ou seja, por onde se propaga a "informação" até o seu destino que pode ser o ar, a água, as fibras óticas, os fios elétricos, os cabos telefônicos e até mesmo o vácuo.

Receptor - É o elemento terminal na comunicação. É quem capta a informação no meio em forma de som, imagem, ondas de rádio e traduz aos nossos órgãos sensoriais (olhos e ouvidos).

Para melhor compreensão notemos como exemplo quando falamos com alguém. Nossas cordas vocais e nossa boca são os emissores de voz. Seu efeito sonoro propaga-se no meio que é o ar até ser captado e percebido através do ouvido do nosso interlocutor, no caso o receptor.

Freqüência

Novamente, tomaremos como exemplo o som da voz. Quando falamos, estamos gerando uma quantidade de vibrações de modo que alguém possa ouvir, ou seja, estamos transmitindo ondas sonoras através do ar numa determinada faixa de freqüência audível (de 20 a 20.000 ciclos por segundo). Quem nos ouve consegue perceber na mesma quantidade de ciclos por segundo (freqüência) em que emitimos nossa voz.

Foi através desse princípio que Henrich Hertz, um cientista do século passado (vide capítulo "Como nasceu o Rádio"), descobriu a existência de vibrações muito acima da capacidade da audição humana.

Hertz também descobriu que estas vibrações ou freqüências quando geradas por um processo eletromagnético acima de uma certa quantidade (100.000 ciclos por segundo), conseguia se desprender de seu meio gerador e propagar-se a velocidade da luz (300.000 Km por segundo), tanto no ar, na água, como até mesmo no vácuo, dependendo de sua quantidade de vibrações por segundo.

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Posteriormente em sua homenagem foi denominado de "Hertz" a unidade de ciclos por segundo, mas quem classificou essas freqüências em faixas, segundo suas possibilidades de propagação e também descobriu o uso prático para elas (o rádio) foi o engenheiro norte americano Lee Forest em 1903.

Um ciclo ou um Hertz é composto por: Amplitude que é a intensidade ou diferença de potencial, também conhecido como volume ou potência da onda, e a altura ou Freqüência que é a velocidade cíclica que essa onda é gerada.

Não podemos esquecer que qualquer que seja o meio em que essa onda é gerada e propagada, devemos considerar uma velocidade constante de propagação dessas ondas: Som no ar = 400 metros por segundo, Radiofreqüência = 300.000 Km por segundo (assim como a luz). Faixas de Rádio Frequência

Essas freqüências foram classificadas em faixas da seguinte forma:

Ondas Longas (LF): de 100.000 Hz a 500.000 Hz, propaga-se muito bem na água e razoavelmente no ar. Muito usadas em comunicações marítimas. Requer altíssima potência para se propagar através do ar.

Ondas Médias (OM): de 500.000 Hz a 1.700.000 Hz, propaga-se com facilidade no ar, usado na radiodifusão a média distância (até 1000 Km) e reflete-se nas camadas mais baixas da atmosfera, podendo conduzir os sinais de áudio com adequada resolução (música, locução, etc.).

Ondas Curtas (HF): de 1.700.000 Hz a 30.000.000 Hz, propaga-se muito bem com menor necessidade de potência (Amplitude), reflete sua propagação nas camadas mais altas da atmosfera, usados nas comunicações de longas distâncias, mas sua resolução de áudio é muito pequena, por isso é mais recomendado para veicular sinais de telégrafos ou locuções radiofônicas.

Ondas Muito Curtas (VHF): de 30.000.000 Hz até 300.000.000 Hz, propaga-se muito bem no ar e também no vácuo, mas raramente se reflete nas camadas atmosféricas, além de ter alta capacidade de definição de áudio e imagem, conveniente para transmissão de sons em alta-fidelidade e imagens de TV, mas sua capacidade de recepção se perde na curvatura da terra após 60 Km.

Ondas Ultra Curtas (UHF): de 300.000.000 Hz a l.000.000.000 Hz (1 Gigahertz), usadas nas comunicações de linkagens por possuírem um alto poder de definição e não precisarem de muita potência de propagação além de terem maior possibilidade de direcionamento. Modulação

Podemos definir modulação como a superposição de uma informação sonora (voz, música...) na onda (portadora) de radiofreqüência. Em outras palavras, podemos dizer que o sinal de radiofreqüência (RF) é quem leva a informação sonora e é por isso que também a chamamos de PORTADORA, e o que iremos transmitir nessa portadora é a modulação sonora (ondas audíveis de 20 a 20.000 ciclos por segundo).

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A modulação poderá ser feita na portadora de várias maneiras, dependendo do uso e da faixa. Desta vez vamos estudar o tipo que usamos em transmissão de Rádio Livre e Comunitária que é a modulação por freqüência, ou ainda FREQUENCIA MODULADA (FM).

Esse tipo de modulação caracteriza-se pela mudança de freqüência dentro de uma certa gama que pode variar quanto maior for o volume de som que injetamos na portadora. A portadora por sua vez mantém o mesmo nível de intensidade de sinal durante a transmissão.

Essa variação de freqüência provoca o que chamamos de "sanfonamento" da freqüência portadora e pode alterar a freqüência fundamental (aquela com a qual sintonizamos a emissora) em até 75 Khz para mais e para menos, ou seja se transmitimos uma emissora em 100.1 Mhz, na verdade ela transmite numa faixa de 150 Khz que vai de 100.025 Khz a 100.175 Khz e quanto maior for o volume, maior será essa variação.

Porém devemos lembrar que o padrão universal instituído pelos fabricantes de receptores é essa de + ou - 75 Khz. Se por ventura extrapolarmos o nível de volume de áudio, faremos com que o receptor do ouvinte interprete nossa modulação sonora com distorções.

Fonte: Chico Lobo

Interferências Sobre interferências, notamos que pode haver reclamações de telespectadores de TV com respeito a transmissões de radioamadores e rádios-livres. Porém nem as autoridades responsáveis nem os interessados atentam para o terror de interferências produzidas por utilidades domésticas, motores, máquinas, etc. Por exemplo os reatores de luzes fluorescentes são terríveis produtores de QRM (quociente de poluição eletrostática e eletromagnética). Idem aos relês de elevadores, velas de ignição, comutadores de sinal de tráfico, linhas de alta tensão, acendedores elétricos, etc.

Estes aparelhos produzem um altíssimo índice de interferências que as vezes injustamente são atribuídos as emissoras, e nem os interessados, nem as autoridades competentes tomam alguma medida adequada que dê solução ao assunto.

Ao interessado pode, com um pequeno receptor à pilha, sintonizado na faixa de ondas curtas, passear pela vizinhança e verificar a onde recrudesce o QRM. Depois é só comunicar ao Dentel para ver o que acontece (absolutamente nada). De qualquer modo estará se prevenindo, para quando quiserem acusa-lo de produtor de interferências, você já poderá apontar as zonas onde elas acontecem de fato antes de começar a irradiar.

Fonte: Chico Lobo.

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ESTRUTURA TÉCNICA

APARELHAGEM DE TRANSMISSÃO

Transmissor - A peça mais importante, o “coração da rádio”, é o TRANSMISSOR, o aparelho que irá gerar o sinal eletromagnético que viaja até o receptor (o rádio do ouvinte). A função do transmissor é transformar o sinal elétrico, proveniente da saída de áudio de um aparelho (como a saída para fone de ouvido de um walkman, por exemplo), em um sinal eletromagnético, que contém, de forma codificada, a informação do áudio original. Antena PT (Plano Terra) - Responsável pelo envio e propagação do sinal. Tenha certeza que você está adquirindo uma antena projetada para radiodifusão e não para recepção, pois provavelmente não será adequada a seu transmissor e poderia danificar seu transmissor.

Torre (Mastro) - Muitas vezes confundidas com as antenas, as torres tem como função elevar a antena a um ponto mais alto (quando necessário) para uma melhor propagação do sinal.

Cabos – O sinal eletromagnético é distribuído no espaço através da antena, que deve ser alimentada através de um cabo

Gerador de estéreo - (caso o transmissor não vier com o mesmo embutido) para que o som adquira a característica de estéreo.

APARELHAGEM DE TRANSMISSÃO Mesa de som – Conecta microfones e equipamentos que reproduzem áudio (MD, CD e etc).

Receiver - ou mesmo um rádio comum para retorno.

Fones De Ouvido – Utilizado para monitoramento da emissora.

Aparelhos de CD – Para execução musical

MD - Para reprodução de material gravado, ex: apoios culturais

Microfones - De alta impedância para captação da voz e ou instrumentos musicais.

Estabilizador – Para estabilização automática de tensão

RESULTADO FINAL 1) O som é gerado no CD-player, tape-deck, microfones, toca-discos, outros equipamentos. 2) Daí ele vai para a mesa de som (ou mixer). A mesa serve para separar ou misturar os sons gerados, permitindo, por exemplo, que você mantenha uma música de fundo enquanto fala. 3) O equalizador é opcional - ele serve para ajustar a qualidade do som. 4) No gerador de estéreo o som adquire a característica de estéreo. 5) E segue para o transmissor, onde se transforma em ondas de rádio FM, transmitindo numa frequência determinada. 6) As ondas são transmitidas pela antena e captadas por rádios FM. Um outro equipamento opcional é a Híbrida (que permite fazer reportagens por telefone e colocar o ouvinte no ar).

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Hoje a maioria das emissoras já estão informatizadas, utilizando um computador, podendo assim eliminar o uso de CD, MD. Sendo todo o áudio: programas gravados, apoio culturais, musicas, vinhetas armazenados no computador, bem como gravação e edição. Há necessidade de hardware compatível e softwares específicos.

TRANSMISSORA FM

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ESTRUTURAS RADIOFÔNICAS - Comerciais – Caráter Comercial, pode-se veicular comerciais na forma de classificados, teaser, spot, jingle, patrocínio, apoio, testemunhal, promocional e merchandise. Podendo para tanto citar contato, produtos e preços. - Educativas – Caráter Educativo, pode-se veicular na forma de apoio cultural, ficando assim impedida de comercial e promocional, não podendo citar contato, produtos e preços. Somente institucional. - Comunitárias – Caráter Comunitário, regida por Lei e regulamentação própria. Impedida de comercial e promocional, não podendo citar contato, produtos e preços. Somente institucional e anunciantes da comunidade atendida pelo sinal da emissora. - Sat – A geração do sinal é distribuída a outras emissoras através de satélite. Constituem emissoras em rede. - Virtual (internet) – Não está sujeita a nenhuma autorização ou concessão governamental ou regulamentação específica.

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AM e FM AM – Amplitude Modulada - Possui uma linguagem mais quente e mais próxima do ouvinte. Os programas produzidos para o AM buscam maior intimidade com o ouvinte. Falam mais perto do ouvido, para chegar mais rápido ao coração. Embora as emissoras no AM também busquem a segmentação junto ao público ouvinte, é notória a preocupação com a cumplicidade e participação de quem ouve a rádio. Seja na notícia, na utilidade pública ou no entretenimento a linguagem do AM tem sua linguagem própria - mais extensiva e explicativa. O produtor de um programa no AM vai preocupar-se mais com o preenchimento do tempo da programação com diálogos, conversas e a palavra do comunicador. Sua tarefa é preencher um programa com 70% de comunicação e 30% com músicas, quando não eliminar as musicas, no caso de uma rádio news (rádio de notícias). Encontramos comumente programas de caráter mais popular preenchendo as seguintes características: a) Programas de entretenimento: Ex.: Programa Eli Corrêa - Rádio Capital

b) Programas de prestação de serviços: Ex.: Rádio Bandeirantes AM

c) Programas de informação de notícia: Ex.: Rádio Jovem Pan AM

FM – Freqüência Modulada - Sua linguagem é mais direta e objetiva, visando buscar o ouvinte pela instanteneidade. O perfil do ouvinte do FM não é ligado a uma só emissora como no AM. O ouvinte do FM busca a música ao invés do diálogo. É comum o ouvinte mudar de estação quando a emissora veicula seus comerciais ou quando o locutor começa a falar muito. Embora muitas emissoras no FM procurem popularizar mais sua segmentação como no AM, dificilmente conseguem estabelecer a mesma fidelidade do ouvinte com a rádio. No FM também está presente a segmentação do ouvinte com a programação, ou seja, uma emissora que toque somente samba terá a maioria de seus ouvintes adeptos ao gênero. O FM apresenta ainda uma característica bem peculiar do AM, seus comunicadores segmentam também a forma de apresentar os programas. Uma emissora que toque rock terá seus comunicadores inflexionando uma locução dentro da linguagem do público ouvinte. Bem como outra emissora que já seja adepta do gênero sertanejo, terá seus comunicadores assumindo uma postura mais popular e regional. Pelo menos é esta a técnica que se tem observado nos departamentos artísticos desde o meio dos anos 80, onde a segmentação começou a ser mais presente no FM. A produção no FM, apresenta uma característica mais musical devido ao conteúdo da sua programação. Entre elas geralmente destacam-se:

a) Programas de variedades. b) Programas informativos. c) Programas de entrevistas d) Programas de música.

Fonte: Cyro César Como Criar, Produzir e Apresentar no Rádio Editora Ibrasa - 2000

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SEGMENTOS DO RÁDIO - Administrativo e marketing - Programação, promocional, criação e produção no Rádio (notícia, entretenimento, eventos, prestação de serviço e utilidade pública). - Comercial: Atendimento e mídia. Produção de Rádio – Áudio A) Vinhetas B) Spots (Comerciais) C) Jingle, trilhas e etc. Produção de Rádio – Radiojornalismo – Função Regulamentada A) Notícia e Editoriais B) Entrevistas C) Externas Programas e Programação no Rádio A) Estilos - AM/FM B) Segmentação C) Planejamento da Programação D) Montagem do Play List

Elementos de Programação no Rádio AM A) Entretenimento B) Prestação de Serviço

Elementos de Programação no Rádio FM A) Música B) Informação C) Humor D) Promoções e Eventos

Lay Out da Programação Apresentação de Programas no Rádio A) Estilos de Linguagem Radiofônica B) Inflexão e Verbalização no AM C) Inflexão e Verbalização no FM D) Locutor na Notícia E) Locutor na Entrevista F) Locutor no contato com a plástica G) Locutor no contato com o Estúdio.

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PROGRAMAÇÃO Como parte dos objetivos e do desenvolvimento conceptual, prático, técnico e social de uma emissora. Toda programação deve utilizar o máximo de equipamentos técnicos que estejam a disposição da emissora e capacitação técnica de diversas pessoas.

Seja ágil. Invente. Crie. Ao fazer um programa mescle música com informação, entrevistas, reportagens, e mais efeitos sonoros. Ninguém suporta uma programa monótono. Saiba para quem está se dirigindo. Qual é o seu público? É gente rica ou pobre? Homens ou mulheres? Em que trabalham? Promova debates. Bote as pessoas para exporem suas idéias com o ouvinte ao vivo.

Em uma programação deve-se evitar preenche-la somente com "musicais" (a não ser que for esta a intenção), porem toda programação tem que ter música entre uma fala e outra, entre um quadro e outro, a não ser as programações jornalísticas. As notícias ou fala dos programas jornalísticos devem ocupar o tempo necessário para que uma informação não se transforme em um discurso e uma orientação encontre dificuldades de ser assimilada pelo ouvinte pelo tempo de exposição e a variação da temática sem interrupções. Intercalando-se uma fala da outra com música ou com pessoas de vozes diferentes, ainda que aborde a mesma notícia.

É de suma importância que os programadores conheçam bem o seu público (recomenda-se pesquisa para verificar as particularidades deste publico ouvinte, ex: classe social, faixa etária, sexo predominante e outros hábitos, tais como consumo e horários). Para que a emissora atenda a expectativa da população (ouvinte geral) pode-se fracionar a programação não só musical, mas no todo, por exemplo, criar um programa para ser dirigido aos jovens de até 16 anos. Não só a programação musical deve ser pertinente a este segmento (gosto) mas também o vocabulário, o locutor, as vinhetas e etc. Estas análises não podem ser restritivas as primeiras avaliações, devem sim, serem permanentemente avaliadas no decorrer dos trabalhos).

Hoje um programa de rádio local pode ser idealizado a partir de propostas regionalizadas (diferentemente de programação não local). Um exemplo é o interesse que grande parte da população tem por temas ligados a comportamento e relacionamentos. Com certeza essas discussões atende o interesse da grande maioria das pessoas ainda que subjetivamente e em grande parte de todas as faixas etárias, mudando somente a linguagem). Um programa musicado com discussões, brincadeiras, informações e opiniões sobre namoro e traição vão trazer uma faixa de ouvintes interessados por este tipo de programa, que normalmente não seriam ouvintes da emissora. ( programas dessa natureza geralmente são apresentados a partir das 22 horas nos dias de semana)

Programas esportivos locais tem boa resposta da população. O programa não deve ser feito a partir dos acontecimentos nacionais ou dos grandes clubes e atletas, mas sim dos atletas da cidade em que está situada a emissora e dos esportes ali praticados (diferentemente de programação não local). Alguns esportes podem ser relacionados: skate, patins, bicicleta, marcha, bolinha de gude, motocross, vôlei de rua, enfim tudo o que exercita a competição na cidade ou na rua ou em uma esquina qualquer de um bairro qualquer (guardando as proporções de alcance da emissora). Isso chama a atenção do ouvinte e o identifica com a cidade, com a rádio. No campo os esportes podem estar relacionados à várzea, corrida de cavalo, dominó e qualquer atividade que influencia a competição sadia. ( sábados a partir das 9 horas da manhã até as 18 horas)

Outro programa deve estar relacionado com a produção cultural local. Se for no interior pode-se fazer um programa com música sertaneja aos domingos de manhã para os compositores

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locais. Deve-se fazer também um programa com compositores locais que não estejam ligados a musica sertaneja nos domingos à tarde ou nos sábados à tarde. Esses programas devem ser dirigidos para os compositores e interpretes de músicas inéditas. O que for mostrado nos programas deve ser gravado para posterior utilização pela própria emissora. Assim a emissora ganha identidade e se aproxima da população local. ( domingos pela manhã entre 9 e 11 horas). Com uma somatória de fitas gravadas a emissora evita o uso indevido de material da industria fonográfica da grandes emissoras e evita ações judiciais por direitos autorais ou pressão de órgãos de arrecadação como o ECAD.

Programas profissionais liberais como médicos, dentistas, advogados, enfermeiros, assistentes sociais, técnicos em agropecuária etc. Sempre abordando temas relativos a realidade do ouvinte, do momento e da área de abrangência. O programa deve ser dirigido por um profissional do assunto preferencialmente que não seja político profissional ou candidato declarado. O programa não deve ser realizado para a crítica de serviços, mas para apontar problemas e orientações e até mesmo soluções. A crítica a indivíduos, políticos ou autoridades desvia o conteúdo e divide também os ouvintes. ( Esse programa pode ser feito no horário do almoço ou janta.)

Programas relacionados as questões do campo. Falar sobre o dia a dia e apresentação de musicas especificas do segmento. Discutindo e mostrando maneiras de cultivo, plantio e instrumentação, apresentando novas técnicas de produção e criação. Esse programa é fundamental para integrar a realidade rural e urbana no contexto da emissora. Assim é possível passar endereços para que os interessados obtenham recursos e orientação técnica detalhada para a lavora e gado nos órgãos específicos do município, da região e do Estado (sempre entremeado com músicas, esse programa pode ser realizado em horários entre 5 e 7 horas da manhã).

As mulheres podem ter um programa especifico feito por elas para elas. A voz feminina é fundamental no rádio. Esse programa pode abordar problemas com a higiene e a saúde na maternidade e pós-parto além de outras noções de comportamento para as mulheres do campo e da cidade. Supõem-se que esse programa deve estar voltado para uma classe social despojada dessas informações, e desses recursos. Portanto é preciso que o programa tenha identidade com essas necessidade de forma que o fundamental é a preciosidade da informação e a simplicidade que ela é passada.. As mulheres podem tratar sobre a educação infantil, a saúde infantil etc. O horário desse programa deve combinar com o momento de preparação do almoço, janta etc..

Noticiários devem evitar somente a leitura dos grandes jornais ainda que locais pela defasagem da informação e pela redundância em informar o que já foi informado. Para tanto é necessário buscar a noticia através dos ouvintes utilizando as suas reclamações ou verificando em loco como condições de estrada de acesso, buracos de rua, bueiros, lixo, mosquitos, praças, materiais públicos danificados, transito, serviços locais, questões éticas e estéticas que envolvem o coletivo evitando sempre citar nomes de pessoas, para que o ser humano, ainda que praticante de um delito não caia em desgraça pública. A abordagem dos problemas deve se identificar com o material e não com o indivíduo. Fala-se do buraco na rua tal e não da prefeitura que não conserta o buraco na rua tal. Esse cuidado evita que a rádio se torne um objeto meramente político imediato dos responsáveis ou de interesse de um ou outro participante, coisa que o ouvinte percebe e acaba desacreditando. Aponte o problema e deixe que o ouvinte, por conta própria, identifique os responsáveis, ainda que subjetivamente. Essas informações devem estar misturadas com as regionais, estadual, nacional e internacionais.

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Programação Básica

Organizar uma grade de programação com horários rígidos e regulares distribuídos entre os programadores.

Procure manter uma variedade na programação distribuindo uma grade de acordo com os horários de disponibilidade e o interesse do ouvinte

Aqui vão alguma sugestões que poderão ser acrescidas de idéias, aptidões e questionamentos.

a - Noticiários locais e regionais com comentários próprios. Lembre-se: de manhã as pessoas ouvem rádio para saber das notícias e a hora certa.

b - Informativos de utilidade pública - devem acontecer durante toda a programação. A comunidade é sempre notícia. Em cada rua está acontecendo alguma coisa, as pessoas são notícias. Mostre o que está acontecendo, alerte para os problemas e apresente propostas de solução do povo. Promova debates, discuta as questões locais e nacionais, sempre colocando gente da comunidade para discutir. Questione as autoridades sobre os problemas locais; chame todos os partidos políticos para que dêem sua opinião sobre os problemas locais ou nacionais; coloque-os em confronto com a comunidade. c - Musicais independentes e alternativos, com músicos e artistas da região - é uma boa sugestão para os finais de semana a noite. A cultura local e nacional deve ser privilegiada por uma questão de princípio, embora não se deva fechar as portas ao mundo. Mostre o a cultura regional, os artistas do povo e da região. Não esqueça: uma emissora comunitária tem compromisso com a cultura da comunidade e não com gravadoras; é livre para tocar o que quiser.

d - Musicais diversos e discografias - é um bom programa para as tardes de sábado.

e - Roteiros culturais: programação cultural da cidade - este programa é recomendado para as sextas e sábados as 18 horas, no momento em que o ouvinte se prepara para o fim de semana.

f - Variedades com Poesia, trova, repente, teatro - poderá ser um programa noturno nos dias de semana, ou nas tardes - Vamos lembrar das radionovelas que acompanhavam a vida de muitas pessoas no passado.

g - Rádio Popular: A participação da população no rádio com reivindicações, críticas, opiniões, propostas através de cartas, telefonemas, gravações, ou vivo da rua, etc.

h - Rádio Revista - Programa diário com quadros variados - programa bom para se apresentar das 9 horas até meio-dia.

Um programa de rádio pode conter os seguintes gêneros: Informativo - Educativo - Entretenimento - Participativo - Cultural - Religioso - Mobilização social - Publicitário... Ainda pode ser: Infantil - Juvenil - Feminino - Da terceira idade - Rural - Urbano - Sindical ...

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Vale ressaltar que as sugestões acima são meramente explicativas, cabendo uma análise aprofundada de cada mercado. Levando em consideração os quesitos: faixa etária, classe social, nível de escolaridade e cultural, sexo predominante, hábitos de consumo (freqüências), rotinas, cultura local e temporal . Pontualidade

Quanto mais regularidade tiver a programação, mais estará se alcançando os objetivos de audiência. Mesmo que não se vá ao ar efetivamente, devemos cumprir as programações prometidas aos ouvintes com pontualidade.

Vamos lembrar também que se prometermos por exemplo uma entrevista aos nossos ouvintes, devemos prever qualquer contratempo tendo em mão uma gravação de uma prévia com o entrevistado para ser exibido nessas ocasiões. É preciso alertar os participantes dessa responsabilidade.

Fonte: Chico Lobo

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REDAÇÃO E CRIAÇÃO

Primordial é descobrir quais, como e quando utilizar as palavras para acompanhar e transmitir uma idéia. O objetivo é dar a esta idéia uma seqüência objetiva, concisa, lógica e que seja de fácil compreensão. O editor de texto quando for montar um material a ser veiculado deve procurar encontrar a melhor compatibilidade entre o texto e o(s) BGs, trilhas e efeitos. Sugestões do que evitar: Redundância – é quando o texto descreve exatamente o que já é usual e previsível (a não ser que um determinado fato seja pitoresco, inusitado, pouco usual – realmente para se dar destaque). Ex1: o traficante saiu do carro da policia, um Fiat Palio e entrou no Fórum acompanhado por 4 soldados da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. [a polícia escoltou o traficante até o Fórum]. (fique atento ao tempo que se dispõe). Para associar o texto com a mensagem que se quer passar sem “cair” na redundância, é necessário identificar os elementos fundamentais da notícia ou material a ser elaborado. Como fazer isso? A saída é responder de forma clara e objetiva às perguntas essenciais (Quem? O quê? Quando? Onde? Como? Por quê?). Cores e Formas – Cuidado ao informar e tentar passar uma informação que se exige mencionar cores e formas, pois por mais que se tente explicar, existe a possibilidade do ouvinte compreender de forma equivocada e errônea (pelo fato do radialismo não dispor do recurso visual como é o casa daTV e as mídias impressas. Ex: A rainha desembarcou trajando um vestido vermelho escuro, com detalhes pontiagudos abaixo da cintura e sobre os ombros. (por mais que se tente explicar a tonalidade exata do vermelho ainda assim o ouvinte pode não ter idéia da real tonalidade e as “formas pontiagudas”. Lembre-se o rádio trabalha em muito com a imaginação do ouvinte). Aplicações de redação e criação no radialismo e áudio -

---- Jornalística (função regulamentada) – Pauta ---- Esportiva ---- Cultural ---- Comercial ---- Radiodramaturgia

Dica: - Nunca deixe de ter um briefing bem detalhado do trabalho a ser realizado. - Nunca deixe de fazer um roteiro do trabalho a ser realizado, procure não deixar somente na cabeça, por conta da memória escreva o planejamento e a ação. - Nunca perca o foco da idéia central, planejada e objetivada.

Aliado a tudo isso deve constar ainda dois ingredientes muito importantes: emoção e intenção.

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LOCUTOR DE RÁDIO É o profissional que você já está acostumado a ouvir quando liga o rádio. O locutor apresenta programas de música, notícias e esporte. É um profissional que precisa ter uma boa voz, não essencialmente grave, mas com uma boa dicção, articulação e pronúncia. Isto porque o microfone amplifica e define eventuais defeitos ou falhas na voz. Um locutor pode desempenhar seu trabalho em emissoras de FM (Frequência Modulada) ou AM (Amplitude Modulada). Conforme a emissora, o profissional pode falar de forma diferente, ou seja, no FM fala-se menos de uma maneira mais rápida e objetiva. Já no AM, como o locutor tem mais espaço para falar devido a menor quantidade de músicas executadas, é mais comunicativo e tem mais liberdade para improvisar o que falar. Locução em FM É o profissional que desempenha sua função em emissoras de Frequência Modulada. Os estilos de comunicação no FM variam conforme o estilo da emissora. A locução no FM é direcionada a um público que tem suas preferências na programação musical e não no locutor em si. O grande destaque vai para a emissora e não para o apresentador. Locução em AM Este locutor desempenha seu trabalho em emissoras de amplitude modulada. Igual no FM os estilos de locução também mudam conforme a emissora. A locução no AM exige do profissional de locução um maior preparo, pois ele fala bem mais do que no FM. Sua postura é mais próxima ao ouvinte. Seja numa emissora popular onde suas características seja o entretenimento ou numa rádio onde o jornalismo seja seu segmento, o locutor é mais próximo ao ouvinte. Por isso que você, ao ouvir o AM, vai observar profissionais mais maduros e experientes, pois é mais complexo o trabalho junto ao microfone.

Locução Esportiva É o locutor que narra partidas esportivas, faz comentários dos lances do jogo e entrevista jogadores e atletas. Locução Comercial É o locutor que grava os comerciais que você ouve no rádio. É importante dizer que um locutor quando grava um comercial para uma rádio, utiliza-se de técnicas bem diferentes das que usa para apresentar seu programa no rádio. A locução vai exigir um apresentação diferente da que usa para apresentar programas e notícias. Locução em Notícias Chamamos este profissional de Locutor Noticiarista, pois é ele quem lê e interpreta as notícias escritas por um redator. Sua voz deve passar credibilidade e segurança para os ouvintes. Locução Repórter Este profissional se apresenta dentro de programas de notícias, reportagens gravadas ou ao vivo, geralmente com autoridades públicas, músicos, artistas, esportistas ou pessoas que sejam notícia. É importante salientar que um repórter na televisão precisa ser jornalista, no rádio apenas radialista.

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Locução Apresentador Apresenta programas de auditório, documentários ou telejornais. Locução Entrevistador Apresenta programas de entrevistas, em forma de bate-papo. DEVERES DO LOCUTOR 1 - Se você for iniciante, precisa aprender antes de tudo a ouvir. Se adotar esse comportamento desde o início, aprimorará o seu padrão profissional a cada desempenho. Ser um bom ouvinte significa prestar atenção no rádio e na TV, observando, analisando o conteúdo da programação, na forma como é colocada a mensagem no veículo. Na maioria das vezes, nos ouvimos o rádio e a TV de maneira passiva e sem análise do que estamos ouvindo e vendo de fato. O bom locutor, radialista ou comunicador, observa os meios de comunicação com olhos e ouvidos críticos a todo momento. Por um lado ele se protege das armadilhas subliminares da comunicação, por outro lado ele aprende a comunicar-se avaliando o trabalho dos "colegas".

2 - É preciso estar informado de tudo o que for possível. O apresentador, produtor ou radialista está com a responsabilidade da informação correta cada vez que pegar no microfone. Não podemos correr o risco de passar informações incorretas, duvidosas ou inconsistentes.

O ouvinte normalmente acredita no seu discurso, mas poderá decepcionar-se com seu programa ou rádio, caso perceba "insegurança" na sua informação.

3 - Durante o trabalho, concentre-se. Evite distrair-se com a música que está tocando. Preste atenção no que está acontecendo no programa. Lembre-se que quem deve curtir é o ouvinte. O apresentador está trabalhando e deve encarar os acontecimentos do programa como tal. Devemos animar o programa, sem perder o controle e a atenção do que estamos fazendo.

4 - Procure aproveitar o tempo de exibição das músicas, para preparar-se para os próximos blocos de locução ou operação.

5 - O bom apresentador deve identificar as reais importâncias em relação às atividades desenvolvidas por ele em relação ao programa ou à emissora da qual faz parte.

6 - Identifique-se com o ouvinte e não o inverso. Procure dar ao ouvinte um clima de confiança e amizade. Fale a língua de seu ouvinte. Conquiste-o para sua audiência. Só assim, você poderá obter o prestígio necessário para que você passe sua mensagem.Para isto saiba para quem está se dirigindo. Qual é o seu público? É gente rica ou pobre? Homens ou mulheres? Em que trabalham? 7 - Identifique-se com a programação, não se esqueça do clima. As pessoas têm sentimentos e eles favorecem ou atrapalham a recepção de mensagens. Depois de brigar com a namorada fica difícil escutar uma ladainha em um programa de noturno. 8 - Seja vibrante. Comunicação é vida. Valorize cada palavra. Elas devem passar a emoção que carregam. Não "leia" um texto - dramatize, invente, crie.

Fonte: Chico Lobo

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DICAS

- Devemos manter sempre o padrão normal da voz, afinal o nosso trabalho depende dela. - Observe sempre a divisão de uma frase quanto á sua pontuação. - É desagradável ouvir o locutor "comendo" letras das palavras ou pronunciando mal ás frases. - Faça a leitura das palavras antes de ir ao ar. - Saber manter a velocidade da fala e adaptá-la a diferentes situações (ritmo e música). - Dê uma colorido á locução no ritmo e na dinâmica das variações da programação. - Ao ler, respeitar aos sinais gráficos. - Para não ocorrerem erros de linguagem, escreva antes de falar. O que for falado ao microfone deve ser de forma rica e inteligente, e usando palavras adequadas e lógicas, sempre respeitando o conhecimento do ouvinte. Evite expressões muito complicadas, seja claro e acessível. Você deve ser companheiro do ouvinte, deve transmitir alegria, credibilidade e colorido nos momentos certos da programação. Mantenha-se sempre informado sobre os acontecimentos do dia-a-dia. Assunto de política, esportes, economia e atualidades. Demonstre conhecimento quando der uma notícia e faça um breve comentário. Ao falar sem preparação prévia, você deve conhecer muito bem o assunto. Tenha criatividade, seja você mesmo. É importante você ser identificado por seus ouvintes pelo seu estilo próprio, e não como imitação dos outros profissionais. Procure abastecer o ar no momento certo da frase, para que você não perca o fôlego durante a locução. A inspiração por períodos curtos faz com que a locução fique entrecortada quando lida. Procure definir os pontos exatos onde também ocorrer a inspiração. O locutor precisa saber o que está lendo ou falando ao ouvinte, deve preparar a leitura do texto de forma a assimilá-lo completamente, para que possa interpretá-lo corretamente. Observe atentamente o início de suas frases, ela deve ser inflexionado para chamar a atenção do ouvinte.

Dicas e entradas relativas ao ouvinte Prazer enorme estar em sua companhia É bom estar com você Pra você sempre o melhor Rádio tal sempre nos melhores momentos Na sua casa, no seu trabalho, no seu carro, sempre em boa companhia Dicas e entradas nos comerciais A temperatura vai subir por aqui.. daqui a pouco.. música tal Daqui a pouco, uma dica de show Daqui a pouco uma dica para o fim de semana

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Dicas e entradas relativas á Emissora Sintonia Tal, muito calor, muita força no ar Sintonia Tal, a sintonia do verão Sintonia Tal a sintonia do seu fim de tarde Sintonia Tal a sintonia que faz a sua cabeça Sintonia Tal sabor de saudades Sintonia Tal sabor de lembranças Sintonia Tal a sintonia que você ouve e não esquece Sintonia Tal toca a música que faz parte da sua vida Sintonia Tal a sintonia certa para o seu coração Sintonia Tal que combina com você Sintonia Tal a sintonia dos momentos Dicas e entradas relativas ás músicas Você ouviu todo o romantismo de ... Você ouviu toda a brasilidade, genialidade de... Ouvimos juntos a beleza e a saudade de... Você ouviu toda a interpretação e sensilibidade de... Você ouviu com saudades, o som de... Sempre vale a pena ouvir de novo a sensibilidade de... Essa é para você ouvir do ladinho daquela pessoa especial, rola o som... Chegando pra você cantando e encantando o som de ... Dicas relativas á Drops ou programas Faça a sua agenda na Rádio tal Programe-se na Rádio Tal Confira esta... Olha essa.. A pedida de hoje é... Atenção para os que se amarram em bons shows, já uma super dica.

Troca de horários entre Locutores Evitar os comentários sem nexo ou sentido. Este é um momento que deve ser preparado cuidadosamente, se você não quiser enfrentar as observações negativas, pois esta é a hora em que mencionam os nomes dos profissionais. Aproveite este momento para comentar sobre shows e bons programas na cidade.

Dicas e entradas relativas a noticiários A notícia pelo rádio chega mais depressa. Saindo da Rádio tal e caindo no seu rádio. Daqui a pouco você vai ficar informado, já as notícias. Agora o fato e a noticia pela Rádio tal.

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Improvisação Há casos em que o locutor pode se deparar com situações em que tenha que fazer uso de improvisações que se não for realizada com segurança, pode causar alguns embaraços.

A improvisação pode seguir dois caminhos distintos: aquela que é produzida, prevista com efeitos especiais e ai nem é considerado tanto uma improvisação na acepção do termo porque tem um roteiro que se aproxima da descontração e pode até incluir comentários musicais.

A verdadeira improvisação é espontânea, surge a partir de lapsos técnicos, jornalísticos ou na própria programação. É quando você se vê na contingência de falar para que a transmissão retorne o seu curso e siga normalmente. É a oportunidade de se exercitar o raciocínio e falar a coisa certa em momentos críticos.

Lembretes ao entrar no ar

1 - Relaxe. Procure descontrair-se. Acredite no seu trabalho e capacidade de realizá-lo.

2 - Leia o texto antes, quantas vezes achar necessário até se sentir seguro.

3 - Não confunda pressa com ritmo ou entusiasmo.

4 - Ler com calma dá a impressão de que você está falando de improviso e ajuda a alcançar uma identificação com os ouvintes. Procure explorar esta faceta.

5 - Lembre-se que as pontuações gramaticais correspondem as pontuações de expressão vocal. Por outro lado, a voz humana é cheia de matizes e expressam uma extensa gama de emoções impossíveis de serem registradas graficamente. A pontuação gramatical por exemplo, é recente na história da língua.

6 - Procure adotar o ponto de interrogação também no princípio da frase ao elaborar o texto (como na língua espanhola) isto facilitará a interpretação na hora da locução.

7 - Procure otimizar o ar respirado. Procure terminar as frases com a reserva deste ar.

8 - A expressão mais agradável se obterá com apuro auditivo e sensibilidade, isto permitirá acertar a modulação da voz em consonância com o significado do texto.

9 - Preste bastante atenção com as pausas de Ponto (.), Ponto Final (..), Virgula (,), Dois Pontos (:) e Reticências (...). A observação dessas premissas vai também ajudar no controle da respiração, bem como nas tomadas de ar e expirações durante a leitura.

10 - A respiração deve ser suave e silenciosa. A respiração, assim como a postura, deve conduzi-lo a uma posição de harmonia adequada às exigências inerentes ao trabalho que se está realizando. Assim como afirma Marília Q. Telles em seu trabalho sobre a matéria: "...A comunicação no rádio se faz pela menor fração da linguagem que é o som, que é algo complexo. Costuma-se dizer que não se deve respirar pela boca, o que tem sua razão de ser, pelo fato do nariz ter elementos que filtram e regulam a temperatura do ar que respiramos, mas quando o locutor estiver em ação, provavelmente fará algumas tomadas de ar pela boca, para não truncar uma frase qualquer e assim prejudicar o sentido emocional do pensamento."

11 - Articule bem as palavras para se tornarem bem audíveis, principalmente no início e no fim das frases.

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12 - Mantenha a mesma entonação do princípio ao fim.

13 - Capte a mensagem e transmita isso.

14 - Ao realizar a locução, não leia de forma automática. Ponha a sua locução em tom de conversa.

15 - No decorrer de sua locução, evite tossir, espirrar, pigarrear. Se tiver que fazê-lo, faça antes ou depois da transmissão. Nos estúdios instalados de maneira adequada, possuem um interruptor de linha de microfone instalado na mesa de locução, onde o locutor nesses casos interrompe temporariamente sua linha.

16 - Não batuque na mesa. Não vire as folhas de lauda atabalhoadamente. Os microfones de hoje são muito sensíveis e poderão registrar todos esses ruídos indesejáveis (vide capítulo do "Microfone"), se por acaso isso ocorrer, procure agir naturalmente.

17 - Procure tratar as demais emissoras (inclusive as grandes) com dignidade diante dos seus ouvintes, mesmo sabendo que elas oferecem concorrência e resistência a nossa atuação.

18 - Fique sempre atento aos sinais do operador. Em muitas situações o técnico de som precisará comunicar-se e o fará através de sinais que deverá ser padronizado entre os colegas de conhecimento de todos.

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LOCUTOR E SUA VOZ Locutor: um profissional da voz que usa esta como instrumento de trabalho A falta de conhecimento do uso correto da voz podem trazer prejuízos para a saúde vocal. Uma produção vocal alterada pode reduzir a inteligibilidade da fala, além de criar um impacto negativo e um certo incomodo ao ouvinte.

O que é a voz? A voz é uma das extensões mais fortes de nossa personalidade. A voz é produzida na laringe, que é um tubo de passagem de ar, composto de músculos, ligamentos, cartilagens e pelas pregas vocais. A laringe tem três funções básicas: - Proteção das vias aéreas - Fonação - Respiração Como se encontram as pregas vocais na respiração e na fonação?

Respiração

Quando apenas respiramos silenciosamente as pregas vocais encontram-se afastadas de tal forma que permita a livre passagem do ar durante a expiração e inspiração.

Fonação

A produção da voz, ocorre por uma aproximação e vibração das pregas vocais causada pela força provocada pela passagem do ar vindo dos pulmões durante a expiração. O som produzido na laringe é de fraca intensidade, e precisa percorrer certos espaços chamados cavidades de ressonância para ser amplificado. Essas cavidades são: - laringe - tórax - faringe - boca - nariz - seios paranasais

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A fala é a articulação dos sons por meio dos movimentos de estruturas como: lábio, língua e mandíbula. Para uma mensagem seja clara é preciso além de uma voz saudável, uma articulação com movimentos precisos, velocidade adequada, intensidade e entonação satisfatória. No entanto existem algumas patologias que comumente acometem as pregas vocais dos profissionais da voz levando a uma disfonia. O que é disfonia Disfonia é qualquer dificuldade de emissão na voz com suas características naturais. Patologias As patologias mais comuns são: Nódulos- crescimentos benignos , normalmente bilaterais. Tratamento: fonoterápico Sintomas: rouquidão e soprosidade Pólipos- São crescimentos benignos originados de abuso vocal decorrente de um único evento. Tratamento: cirúrgico seguido de fonoterapia. Edema de Reinke- pregas vocais inchadas em toda extensão. Causada principalmente pelo fumo, juntamente com abusos vocais. Tratamento: inicialmente fonoterápico podendo ser cirúrgico seguido de fonoterapia Sintoma: rouquidão; juntamente com voz mais grave. Cisto- lesão benigna que parecem com pequenas esferas nas margens das pregas vocais. Geralmente são congênitos. Tratamento: cirúrgico, seguido de fonoterapia Sintoma: rouquidão Conhecendo-se tantas patologias causadas pelo mau uso da voz, percebe-se que para ter uma voz boa é necessário cuidar da voz., utilizando o programa de higiene vocal que consiste de algumas normas básicas que auxiliam a preservação da saúde vocal e previne o aparecimento de patologias. Lembre-se sua voz é seu instrumento de trabalho.

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Programa de Higiene Vocal 1-Condições do local de trabalho - evitar locais empoeirados - Lugar barulhento 2- Ar condicionado - limite de aceitação é individual - resseca a mucosa - se for imprescindível o uso, deve sempre estar hidratando. 3-Postura - manter o corpo reto ao falar - não inclinar a cabeça para nenhum lado - quando sentado: manter as costas retas e encostadas; pernas relaxadas, com os pés encostados no chão e joelhos num angulo de 90º 4- Vestimentas - use roupas leves e folgadas - evite roupas apertadas principalmente na região do pescoço e da cintura. - evite sapatos apertados e altos 5- Alimentação * Deve ser: - Leve - Rica em proteínas * Como sempre maça por sua propriedade adstringentes; * Coma sempre frutas cítricas e sues sucos; * Mastigue bem os alimentos; * Evite achocolatados , leite e derivados; 6- Fumo O fumo é nocivo e contem propriedades irritativas e cancerígenas. Podendo causar: - irritação; - pigarro; - tosse; - edema; - aumento de secreção e risco de infecção.

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7- Álcool Provoca relaxamento da musculatura por anestesia relativa e vasodilatação, além de uma irritação semelhante a do fumo. Consequentemente com a perda da sensibilidade, comete-se abusos vocais. Bebidas fermentadas são menos irritativas que bebidas destiladas. 8- Maus hábitos vocais São hábitos inadequados que contribuem para o aparecimento de alteração nas pregas vocais são eles: . pigarros . tosses . raspar a garganta 8- Gritos Provocam forte adução da pregas vocais. 9- Uso inadequado de pastilhas e sprays (gengibre, gargarejo com própolis) Estes aliviam o incomodo momentaneamente, mas não resolvem o problema. 10- Presença de refluxo gastroesofágico É o retorno do suco gástrico pela laringe e faringe causando irritação da mucosa. Sintomas apresentados: azia, queimação e rouquidão. 11- Alergias Indivíduos com alergias nas vias aéreas são mais propícios a desenvolverem problemas vocais 12- Mudanças bruscas de temperatura São perigosas devido ao choque térmico que faz com que haja descarga imediata de muco e edema nas pregas vocais.

Sugestões * Beba água durante o horário de trabalho, em pequenos goles e a temperatura ambiente. (mínimo de 8 copos por dia) * Só use pastilhas, medicamentos ou sprays quando indicados por médicos.

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* Quando estiver gripado ou em crise alérgica, evite abusar da voz * Faça uma alimentação adequada * Quando for falar por muito tempo prefira roupas mais confortáveis. Uma boa emissão vocal depende de muitos fatores, desde aspetos físicos ate os psicológicos. Aprenda a avaliar sua voz e o que esta prejudicando- a . Entenda os sinais do seu corpo. Para que um profissional da voz tenha uma boa qualidade vocal é necessário que esteja relaxado, que se tenha um padrão respiratório adequado e que use técnicas para que o uso abusivo não desenvolva patologias .

Relaxamento Este visa desativar as tensões especificas, melhorando o ajuste fonatório, evitando que sobrecarregue o corpo com tensões e desgastes desnecessários.

Respiração Uma boa coordenação entre respiração e a fala, evita tensões musculares da laringe. A respiração bucal e o ronco são prejudiciais a saúde vocal. Não se deve utilizar o ar de reserva. Existem quatro tipos de respiração: - clavicular superior * Ocorre uma expansão só da parte superior da caixa torácica * Elevação visual dos ombros * Produção vocal alterada com insuficiência de ar - Torácica * E a mais comum entre a população * Suficiente em conversas coloquiais, mas inadequada para uso profissional da voz. - Inferior ou abdominal * Geralmente apresenta rotação anterior do ombro e colamento do tórax são evidentes. - Costo diafragmática abdominal * E o tipo ideal para profissionais da voz * Há um aproveitamento de toda aérea pulmonar e um aumento do aporte de ar para fonação.

Aquecimento vocal - Produz um aumento da flexibilidade da musculatura para alongar e encurtar as pregas vocais durante a variação das freqüências

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- Possibilita adequada coaptação da mucosa, resultando em uma qualidade vocal com componente harmonioso. - deixa a mucosa mais solta, proporcionado, maior habilidade ondulatória; maior intensidade e projeção de voz

Desaquecimento vocal Tem como objetivo fazer com que o indivíduo retorne ao ajuste fono respiratório, colocando as pregas vocais na linha média, pois após o esforço, estas estão separadas.

Exercícios Relaxamento e respiração - respiração profunda - movimentos da musculatura cervical * sim * não * talvez * rotação de ombros e de cabeça - Alongamento do masseter – abrir e fechar a boca amplamente - exercícios de relaxamento da musculatura extrínseca da laringe * vibração de lábios; * rotação da língua no vestíbulo * varrer o palato com a língua Aquecimento vocal - sons nasais - humming - vibração de língua em escala - vocalização com seqüência das vogais ) i, ê, é,a, ó, ô, u) Deve ser feito diariamente com duração de 10 a 15 minutos Desaquecimento vocal - Ficar em silencio 5 minutos, pois o repouso quebra o padrão; - Sons nasais - Humming - Bocejo - voz salmodiada com seqüências automáticas Duração 10 minutos Exercícios de entonação - Falar TAN- TAN- interrogando - afirmando - exclamando

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- Falar BOM-BOM - oferecendo - aceitando - elogiando Exercícios de projeção vocal - Dizer versos como se jogasse palavras ao vento. O locutor deve estar ciente das conseqüências que as alterações vocais podem trazer para sua vida. Por isso deve saber como cuidar da sua voz e procurar ajuda de profissionais especialista em voz como otorrinolaringologista e o fonoaudiologo, sempre que perceber que algo não vai bem com ela ou com aparelho fonador de uma forma geral, e ate mesmo para prevenção de certas patologias. Talvez a grande vilã da saúde vocal seja a falta de informação e consciência sobre certos aspectos considerados positivos ou negativos para ela.

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PRODUÇÃO

Vinhetas - Mensagem sonora musical (acompanhada ou não por uma pequena locução) bem rápida (aproximadamente 5 segundos) para lembrar uma emissora, tema, programa, empresa ou marca

SPOTs

Mensagem publicitária de rádio, feita por uma locução simples ou mista (duas ou mais vozes), com ou sem efeitos sonoros e uma música (BG) de fundo.

Spot (comercial) - peça radiofônica com mensagem publicitária que contém de forma explícita as intenções comerciais, geralmente entre 15 segundos a 1 minuto.

Spot (institucional) - peça radiofônica de maneira a divulgar uma manifestação empresarial ou institucional em apoio a uma realização sem finalidade ou compromissos comerciais, além da divulgação do nome do apoiador, geralmente entre 15 segundos a 1 minuto.

Trilha sonora - música de fundo acompanhando o "clima" da interpretação.

Jingles - música instrumental ou cantada que marca a mensagem publicitária.

BG Música que fica ao fundo de uma locução falada em um comercial de rádio. 2. Locução feita por baixo da cena que se vê no comercial, ou seja, sem que a pessoa que fala apareça.

Edição / Montagem Efeitos e Recursos – também chamado de sonoplastia sonoplastia técnica de reconstituição artificial dos ruídos e efeitos acústicos e musicais de espetáculos teatrais, filmes, programas de rádio e televisão. sonoplasta técnico de sonoplastia. Editar

É o processo de transformação de um material bruto (áudio), captado pelo repórter ou uma equipe responsável por esse trabalho (quando entrevistas), mixagem dos elementos de um determinado material (efeitos, locuções, BGs e ou trilhas), em um produto final que irá ser veiculado: vinheta, spot ou jingle. É retirar o excesso, cortar, corrigir os erros e deixar o trabalho áudio limpo e correto.

Todos os cortes têm um tempo natural e o editor/produtor deve aprender a identificá-las observando e perguntando “que parte funcionaria melhor dentro do que me proponho montar?”. Roteiro

A edição, como um jogo de quebra cabeças, exige paciência e muita organização. Para isso, podemos explicar essa montagem através de vários processos, mas que devem ser seguidos através da orientação de um roteiro. É necessário saber que roteiro de produção, que indica cada fase do processo de produção de material a ser editado, não necessariamente é igual ao roteiro de programa ou edição, que indica cada momento da montagem a que se propõem.

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Para o exercício da edição, que seria uma das etapas finais da produção de um programa ou material a ser veiculado, é necessário que todo esse processo organizacional tenha sido preparado minuciosamente, identificando e valorizando cada ponto do que se pretende produzir. Diante disso, esse trabalho passa pela elaboração do projeto de produção, onde estão estabelecidas etapas de pesquisa, com a busca de informações que auxiliem na elaboração do que se pretende transformar em informação.

De posse de todos os dados levantados através do trabalho de pesquisa, elabora-se o roteiro de edição, que vai orientar, com segurança, o roteiro de produção. Para isso, o roteiro deve conter detalhes de todos os pontos a serem captados na produção. Devem ser observadas as possibilidades de opções de novas imagens e ou áudio, mesmo que se tenha um texto previamente preparado e fixo. Por isso mesmo, o conhecimento a informação do tempo de utilização de cada corte na hora da edição é fundamental. Para todo esse trabalho, deve-se considerar praticamente nula a possibilidade de qualquer tipo de improvisação.

A precisão de um roteiro deve ser capaz de produzir, em um editor, o mesmo efeito de uma partitura musical em um músico, que é capaz de ouvir as notas simplesmente pela sua referência impressa. Sincronismo Não só o sincronismo da dos efeitos e BGs com o texto devem ser observados, mas a sonoridade total com o que se pretende passar (idéia ou mensagem) pois o produto final (a intenção) é que deve ser objeto de atenção do editor. Por isso mesmo, a sensibilidade do editor, produtor, deve estar afinada com a idéia central do programa ou material (peça). Textos, locuções, BGs ou trilha, efeitos e Cortes devem estar de acordo a obedecer a uma pertinência comum a todos. A sonoridade pode, não só dar vida ao que se pretende, mas ser o próprio instrumento de transmissão das informações pretendidas, desde que bem planejada e estudada para a edição. Por isso mesmo, dentro do roteiro de produção e, depois, no roteiro de programa ou edição, toda a sonoplastia já deve estar descrita em detalhes, até para se ter uma visualização mais aprofundada do que se pretende e qual deverá ser a sua leitura. Decupagem

Para que sejam evitados problemas na hora da edição, não só pela possibilidade de se encontrar erros ou problemas de áudio e, portanto, fora dos padrões que deveriam ser utilizados, uma boa decupagem (listagem em detalhes do que se produziu), já na hora da produção, é bem vinda e demonstra uma organização que, sem dúvida, pode ajudar muito na hora da montagem, pois teremos a discrição do que foi gravado e poderá ser aproveitado na mesa de áudio e ou hardware (edição). O roteiro de decupagem deve conter dados essenciais ao que se produz, a iniciar pelo número de materiais a serem editados; data da produção; para qual programa e a possível data de veiculação, atendimento, locutor e responsáveis pelas produções, quando entrevistas, a indicação deverá dar o nome, por completo, do entrevistado, e a sua função ou profissão. Junto a isso, é importante que seja descrito o assunto abordado (referência). Seqüência Tenha sempre em mãos o roteiro do trabalho e observe sempre o tempo do programa ou material. Por isso é importante manter-se em acordo com o plano de trabalho.

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PUBLICIDADE NO RÁDIO

A Origem Da Propaganda No Rádio

Um executivo de uma companhia inglesa de telegrafia enviou, no início do século, um memorando para seus chefes. Seu plano: transformar o rádio, então usado para comunicação a distância, numa utilidade doméstica como o piano e o fonógrafo. Recomendava que a empresa erguesse um transmissor potente e vendesse à população aparelhos receptores. O memorando foi arquivado. Em 1921, o pugilista americano Jack Dempsey nocauteava o francês Georges Carpentier. Foi provavelmente o primeiro evento esportivo transmitido e acompanhado por cerca de 400.000 fãs. Fez tamanho sucesso que as estações de rádio passaram a proliferar nos Estados Unidos, sustentadas por publicidade. Entre o memorando recusado e a transmissão do boxe decorreram apenas seis anos. Por trás estava a mesma pessoa: David Sarnoff, o visionário do rádio comercial. Sua genialidade consistiu em antever que ainda mais lucrativo do que produzir aparelhos de rádio era vender tempo e audiência. Por 40 anos Sarnoff foi o chefão da RCA ( Radio Corporation of America), como fora rebatizada a "MARCONI WIRELESS TELEGRAPH", quando a GE a adquiriu dos empregadores ingleses de Sarnoff.

Publicidade Radiofônica

Mesmo depois de convivermos bastante com os meios de comunicação, o rádio, a TV, jornais, revistas, etc. e de sermos constantemente bombardeados com todos os tipos de anúncios, ainda podemos ser confundidos nas suas mais variadas formas e até mesmo sermos iludidos por conta das surpresas que a mídia publicitária nos reserva.

Por isso trazemos algumas definições básicas dessas formas publicitárias que ouvimos no rádio.

Modelos básicos

Existem seis maneiras principais de levarmos ao conhecimento da massa ouvinte as mensagens comerciais ou publicitárias dos nossos anunciantes, são elas:

A - Anúncio Publicitário

B - Apoio Cultural

C - Classificado

D - Testemunhal

E - Teaser

F - Merchandising

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Quais seriam cada uma dessas formas? O que as diferenciam?

A - Anuncio Publicitário

É usado para levar ao conhecimento público um produto ou serviço de uma empresa ou instituição. É um pequeno espaço (período de tempo na programação entre 15 segundos a 1 minuto) pago pelo anunciante, apresentado em forma de peça radiofônica (interpretação de texto, poesia, música, dramatização) que contém de forma explícita as intenções do anunciante e contém:

1 - Locução com interpretação (dramatização cênica vocal) e o texto se faz na primeira pessoa.

2 - Trilha sonora (música de fundo acompanhando o "clima" da interpretação)

3 - Slogan (Frase definida que caracteriza as qualidades do anunciante ou seu produto). Frase tema de uma campanha ou marca, que procura resumir e definir seu posicionamento.

4 - Jingle (música instrumental ou cantada que marca a mensagem publicitária)

5 - Pré-produção gravada (veicula-se uma gravação pré definida por uma produção)

6 - Pode constar o nome do produto, preço, endereço, forma de pagamento, promoções, etc, e tudo quanto o anunciante achar que deve veicular naquela peça publicitária.

B - Apoio Cultural

É a maneira de divulgar uma manifestação empresarial ou institucional em apoio a uma realização, produção ou atividade realizada na emissora ou com sua participação sem finalidade ou compromissos publicitários, além da divulgação do nome do apoiador.

Ex:. "...Estamos apresentando o Programa Musical da Tarde, com apoio cultural do restaurante do Zezinho, onde você é atendido com carinho..."

Não contém:

1 - Preço, endereço, produto ou serviço

2 - jingle ou outra informação de cunho comercial

3 - Geralmente se faz na 3 ª pessoa

Deve constar apenas o nome da empresa ou instituição benemérita (...Restaurante do Zezinho...), porém pode constar de seu slogan. (...onde você é atendido com carinho...).

Normalmente se confunde muito Apoio Cultural com Anúncio Publicitário. É bom que se entenda com clareza essa diferença. Veja que o Apoio não divulga nada além do nome da Empresa, ao contrário do Anuncio Publicitário que divulga tudo quanto interessa ao anunciante.

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C - Classificado

É um anúncio publicitário sem produção ou acabamento e pode ser narrado até pelo próprio anunciante interessado de maneira informal e ao vivo.

Esta é uma das formas mais baratas de realizar publicidade radiofônica e, por ser informal, não possui slogan, jingle, trilha sonora ou outro acabamento de produção. Seu recado é curto e grosso como um classificado de jornal, porém muito eficiente em programas populares. É veiculado pelo locutor durante o programa, independentemente de estarmos ou não no intervalo comercial

No caso do locutor executar o classificado, ele o faz na 3 ª pessoa.

Ex:. "...Beba refrigerante gelado e coma um bom churrasquinho todo sábado no restaurante do Zezinho que fica na Rua do Centro no. 10, onde você é atendido com muito carinho..."

Também nesse caso o Classificado acaba sendo confundido com anúncio publicitário. d - Testemunhal

É uma peça publicitária camuflada de comentários realizada pelo apresentador do programa. Não tem definição de duração. Pode ir ao ar ao vivo e de maneira informal. Nesse tipo de publicidade, o apresentador joga com sua credibilidade e carisma diante dos ouvintes.

Este tipo de anúncio costuma ser mais caro para o anunciante devido ao comprometimento moral que a produção do programa e até mesmo a rádio acaba tendo com a qualidade do produto ou serviço do anunciante.

e - Teaser

São frases ou acordes musicais colocadas no meio de um programa ou até mesmo nos intervalos comerciais, sem vínculos com o roteiro e sem conotação com o texto ou situação. São rápidas chamadas que citam o nome do produto ou da empresa. Geralmente são utilizados nos momentos de maior atenção por parte do ouvinte. Ex. assim que acontece a narração de um gol durante um jogo ou anunciar a hora certa ou qualquer outra informação que cause bastante interesse do ouvinte.

Contem apenas:

1 - Nome do produto

2 - Slogan (quando muito)

f - Merchandising

Diferente do Teaser, sua citação tem conotação com textos ou com situações. Ferramenta de comunicação e de marketing em espaços editoriais (Radio, TV, mídia impressa, etc.) sendo sua maior característica ser subliminar

Ex. (ao terminar um programa, eu (locutor) convido meu técnico (no ar) para tomar um refrigerante no restaurante do Zezinho.

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O simples fato de comentar no microfone que estou convidando o meu colega de rádio para tomar um refrigerante no restaurante do Zezinho., já é uma propaganda do mesmo.

Veja que a citação no restaurante do Zezinho tem a ver com o texto, no caso o meu convite.

PARA OS DEPARTAMENTOS COMERCIAL, CRIAÇÃO E ARTE DA EMISSORA, CABE SABER OFERECER AOS ANUNCIANTES AS FORMAS CORRETAS E EFICAZES DE CADA TIPO DE VEICULAÇÃO PUBLICITÁRIA.

Fonte: Chico Lobo

ATENDIMENTO COMERCIAL E MÍDIA

FORMULA:

(verba)x {BRIEFING x (SEGMENTO x SEGMENTAÇÃO) x (MARKETING x MARKETING MIX) x (MERCADO x MERCADO-ALVO x MERCADO-TESTE) x [PESQUISA x PESQUISA DE MERCADO x (PESQUISA QUALITATIVA x PESQUISA QUANTITATIVA) x (PESQUISA DE MÍDIA x PESQUISA DE COMUNICAÇÃO)] x PLANEJAMENTO x (MÍDIA BÁSICA x MÍDIA MIX x MÍDIA x MÍDIA DE APOIO) X INSERÇÕES}

ATENDIMENTO

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Legislação Radiofônica CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

(excertos)

TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...) IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da

indenização por dano material, moral ou à imagem; (...) IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de

comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das

pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

(...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de

dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

TÍTULO VIII

Da Ordem Social (...)

CAPÍTULO V DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

(...)

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CÓDIGO PENAL

DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. § 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou

divulga. § 2º É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade § 3º Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi

condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por

sentença irrecorrível.

Difamação Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Exceção da verdade Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é

funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. § 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou

pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, além da pena

correspondente à violência. § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,

etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

Pena - reclusão de um a três anos e multa.

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Disposições comuns Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se

qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da

calúnia, da difamação ou da injúria. IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência,

exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de

recompensa, aplica-se a pena em dobro.

Exclusão do crime Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu

procurador; II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando

inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou

informação que preste no cumprimento de dever do ofício. Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela

difamação quem lhe dá publicidade.

Retratação Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia

ou da difamação, fica isento de pena. Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou

injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do n.º I do art. 141, e mediante representação do ofendido, no caso do n.º II do mesmo artigo.

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LEI Nº 4.117, DE 27 DE AGOSTO DE 1962

Institui o Código Brasileiro de Telecomunicações

CAPÍTULO VII

Das Infrações e Penalidades

Art. 52. A liberdade de radiodifusão não exclui a punição dos que praticarem abusos no seu exercício.

Art. 53. Constitui abuso, no exercício de liberdade da radiodifusão, o emprego desse meio de comunicação para a prática de crime ou contravenção previstos na legislação em vigor no País, inclusive: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967)

a) incitar a desobediência às leis ou decisões judiciárias; b) divulgar segredos de Estado ou assuntos que prejudiquem a defesa nacional; c) ultrajar a honra nacional; d) fazer propaganda de guerra ou de processos de subversão da ordem política e

social; e) promover campanha discriminatória de classe, cor, raça ou religião; f) insuflar a rebeldia ou a indisciplina nas forças armadas ou nas organizações de

segurança pública; g) comprometer as relações internacionais do País; h) ofender a moral familiar, pública, ou os bons costumes; i) caluniar, injuriar ou difamar os Poderes Legislativos, Executivo ou Judiciário ou

os respectivos membros; j) veicular notícias falsas, com perigo para a ordem pública, econômica e social; l) colaborar na prática de rebeldia desordens ou manifestações proibidas. (Inciso

acrescentado pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967) Parágrafo único. Se a divulgação das notícias falsas houver resultado de erro de

informação e for objeto de desmentido imediato, a nenhuma penalidade ficará sujeita a concessionária ou permissionária.

Art. 54. São livres as críticas e os conceitos desfavoráveis, ainda que veementes, bem como a narrativa de fatos verdadeiros, guardadas as restrições estabelecidas em lei, inclusive de atos de qualquer dos poderes do Estado.

Art. 55. É inviolável a telecomunicação nos termos desta lei. Art. 56. Pratica crime de violação de telecomunicação quem, transgredindo lei ou

regulamento, exiba autógrafo ou qualquer documento do arquivo, divulgue ou comunique, informe ou capte, transmita a outrem ou utilize o conteúdo, resumo, significado, interpretação, indicação ou efeito de qualquer comunicação dirigida a terceiro.

§ 1º Pratica, também, crime de violação de telecomunicações quem ilegalmente receber, divulgar ou utilizar, telecomunicação interceptada.

§ 2º Somente os serviços fiscais das estações e postos oficiais poderão interceptar telecomunicação.

I - A recepção de telecomunicação dirigida por quem diretamente ou como cooperação esteja legalmente autorizado;

II - O conhecimento dado: a) ao destinatário da telecomunicação ou a seu representante legal; b) aos intervenientes necessários ao curso da telecomunicação; c) ao comandante ou chefe, sob cujas ordens imediatas estiver servindo; d) aos fiscais do Governo junto aos concessionários ou permissionários; e) ao juiz competente, mediante requisição ou intimação deste.

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Parágrafo único. Não estão compreendidas nas proibições contidas nesta lei as radiocomunicações destinadas a ser livremente recebidas, as de amadores, as relativas a navios e aeronaves em perigo, ou as transmitidas nos casos de calamidade pública.

Art 57. Não constitui violação de telecomunicação: I - A recepção de telecomunicação dirigida por quem diretamente ou como

cooperação esteja legalmente autorizado; II - O conhecimento dado: a) ao destinatário da telecomunicação ou a seu representante legal; b) aos intervenientes necessários ao curso da telecomunicação; c) ao comandante ou chefe, sob cujas ordens imediatas estiver servindo; d) aos fiscais do Governo junto aos concessionários ou permissionários; e) ao juiz competente, mediante requisição ou intimação deste. Parágrafo único. Não estão compreendidas nas proibições contidas nesta lei as

radiocomunicações destinadas a ser livremente recebidas, as de amadores, as relativas a navios e aeronaves em perigo, ou as transmitidas nos casos de calamidade pública.

Art. 58. Nos crimes de violação da telecomunicação, a que se referem esta Lei e o artigo 151 do Código Penal, caberão, ainda as seguintes penas:

I - Para as concessionárias ou permissionárias as previstas nos artigos 62 e 63, se culpados por ação ou omissão e independentemente da ação criminal.

II - Para as pessoas físicas: a) 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção ou perda de cargo ou emprego, apurada a

responsabilidade em processo regular, iniciado com o afastamento imediato do acusado até decisão final;

b) para autoridade responsável por violação da telecomunicação, as penas previstas na legislação em vigor serão aplicadas em dobro;

c) serão suspensos ou cassados, na proporção da gravidade da infração, os certificados dos operadores profissionais e dos amadores responsáveis pelo crime de violação da telecomunicação.

Art. 59. As penas por infração desta lei são: a) multa, até o valor .......NCR$ 10.000,00; b) suspensão, até trinta (30) dias; c) cassação; d) detenção; § 1º Nas infrações em que, o juízo do CONTEL, não se justificar a aplicação de

pena, o infrator será advertido, considerando-se a advertência como agravante na aplicação de penas por inobservância do mesmo ou de outro preceito desta Lei.

§ 2º A pena de multa poderá ser aplicada isolada ou conjuntamente, com outras sanções especiais estatuídas nesta Lei.

§ 3º O valor das multas será atualizado de 3 em 3 anos, de acordo com os níveis de correção monetária.

Art. 60. A aplicação das penas desta Lei compete: a) ao CONTEL: multa e suspensão, em qualquer caso; cassação, quando se

tratar de permissão; b) ao Presidente da República: cassação, mediante representação do CONTEL em

parecer fundamentado. Art. 61. A pena será imposta de acordo com a infração cometida, considerados

os seguintes fatores: a) gravidade da falta; b) antecedentes da entidade faltosa; c) reincidência específica. Art. 62. A pena de multa poderá ser aplicada por infração de qualquer dispositivo

legal ou quando a concessionária ou permissionária não houver cumprido, dentro do prazo estipulado, exigência que tenha sido feita pelo CONTEL.

Art. 63. A pena de suspensão poderá ser aplicada nos seguintes casos:

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a) infração dos artigos 38, alíneas a, b, c, e, g e h; 53, 57, 71 e seus parágrafos; b) infração à liberdade de manifestação do pensamento e de informação (Lei nº

5.250 de 9 de fevereiro de 1967); c) quando a concessionária ou permissionária não houver cumprido, dentro do

prazo estipulação, exigência que lhe tenha sido feita pelo ......CONTEL; d) quando seja criada situação de perigo de vida; e) utilização de equipamentos diversos dos aprovados ou instalações fora das

especificações técnicas constantes da portaria que as tenha aprovado; f) execução de serviço para o qual não está autorizado. Parágrafo único. No caso das letras d, e e f deste artigo poderá ser determinada

a interrupção do serviço pelo agente fiscalizador, "ad-referedum" do CONTEL. Art. 64. A pena de cassação poderá ser imposta nos seguintes casos: a) infringência do artigo 53; b) reincidência em infração anteriormente punida com suspensão; c) interrupção do funcionamento por mais de trinta (30) dias consecutivos,

exceto quando tenha, para isso, obtido autorização prévia do CONTEL; d) superveniência da incapacidade legal, técnica, financeira ou econômica para

execução dos serviços da concessão ou permissão; e) não haver a concessionária ou permissionária, no prazo estipulado, corrigido

as irregularidades motivadoras da suspensão anteriormente importa; f) não haver a concessionária ou permissionária cumprido as exigências e prazos

estipulados, até o licenciamento definitivo de sua estação. g) não-observância, pela concessionária ou permissionária, das disposições

contidas no art. 222, caput e seus §§ 1o e 2o, da Constituição. (Alínea incluída pela Lei nº 10.610, de 20.12.2002)

Art. 65. O CONTEL promoverá as medidas cabíveis, punindo ou propondo a punição, por iniciativa própria ou sempre que receber representação de qualquer autoridade.

Art. 66. Antes de decidir da aplicação de qualquer das penalidades previstas, o CONTEL notificará a interessada para exercer o direito de defesa, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento da notificação.

§ 1º A repetição da falta no período decorrido entre o recebimento da notificação e a tomada de decisão, será considerada como reincidência e, no caso das transgressões citadas no artigo 53, o Presidente do CONTEL suspenderá a emissora provisoriamente.

§ 2º Quando a representação for feita por uma das autoridades a seguir relacionadas, o Presidente do CONTEL verificará "in limine" sua procedência, podendo deixar de ser feita a notificação a que se refere este artigo:

I - Em todo o Território nacional: a) Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; b) Presidente do Supremo Tribunal Federal; c) Ministros de Estado; d) Secretário Geral do Conselho de Segurança Nacional; e) Procurador Geral da República; f) Chefe do Estado Maior das Forças Armadas. II - Nos Estados: a) Mesa da Assembléia Legislativa; b) Presidente do Tribunal de Justiça; c) Secretário de Assuntos Relativos à Justiça; d) Chefe do Ministério Público Estadual. III - Nos Municípios: a) Mesa da Câmara Municipal; b) Prefeito Municipal.

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Art. 67. A perempção da concessão ou autorização será declarada pelo Presidente da República, precedendo parecer do Conselho Nacional de Telecomunicações, se a concessionária ou permissionária decair do direito à renovação.

Parágrafo único. O direito a renovação decorre do cumprimento pela empresa, de seu contrato de concessão ou permissão, das exigências legais e regulamentares, bem como das finalidades educacionais, culturais e morais a que se obrigou, e de persistirem a possibilidade técnica e o interesse público em sua existência.

Art. 68. A caducidade de concessão ou da autorização será declarada pelo Presidente da República, precedendo parecer do Conselho Nacional de Telecomunicações, nos seguintes casos:

a) quando a concessão ou a autorização decorra de convênio com outro país, cuja denúncia a torne inexeqüível;

b) quando expirarem os prazos de concessão ou autorização decorrente de convênio com outro país, sendo inviável a prorrogação.

Parágrafo único. A declaração de caducidade só se dará se for impossível evitá-la por convênio com qualquer país ou por inexistência comprovada de freqüência no Brasil que possa ser atribuída à concessionária ou permissionária, a fim de que não cesse seu funcionamento.

Art. 69. A declaração da perempção ou da caducidade, quando viciada por ilegalidade, abuso do poder ou pela desconformidade com os ou motivos alegados, titulará o prejudicado a postular reparação do seu direito perante o Judiciário.

Art. 70. Constitui crime punível com a pena de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, a instalação ou utilização de telecomunicações, sem observância do disposto nesta Lei e nos regulamentos.

Parágrafo único. Precedendo ao processo penal, para os efeitos referidos neste artigo, será liminarmente procedida a busca e apreensão da estação ou aparelho ilegal.

Art. 71. Toda irradiação será gravada e mantida em arquivo durante as 24 horas subseqüentes ao encerramento dos trabalhos diários de emissora.

§ 1º As Emissoras de televisão poderão gravar apenas o som dos programas transmitidos.

§ 2º As emissoras deverão conservar em seus arquivos os textos dos programas, inclusive noticiosos devidamente autenticados pelos responsáveis, durante 60 (sessenta) dias.

§ 3º As gravações dos programas políticos, de debates, entrevistas pronunciamentos da mesma natureza e qualquer irradiação não registrada em texto, deverão ser conservadas em arquivo pelo prazo de 20 (vinte) dias depois de transmitidas, para as concessionárias ou permissionárias até 1 kw e 30 (trinta) dias para as demais.

§ 4º As transmissões compulsoriamente estatuídas por lei serão gravadas em material fornecido pelos interessados.

Art. 72. A autoridade que impedir ou embaraçar a liberdade da radiodifusão ou da televisão fora dos casos autorizados em lei, incidirá no que couber, na sanção do artigo 322 do Código Penal.

Art. 129. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 27 de agosto de 1962; 141º da Independência e 74º da República.

JOÃO GOULART

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LEI N° 5.250, DE 9 DE FEVEREIRO DE 1967

Regula a liberdade de manifestação do pensamento e de informações.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO E DA INFORMAÇÃO

Art . 1º É livre a manifestação do pensamento e a procura, o recebimento e a difusão de informações ou idéias, por qualquer meio, e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos termos da lei, pelos abusos que cometer.

§ 1º Não será tolerada a propaganda de guerra, de processos de subversão da ordem política e social ou de preconceitos de raça ou classe.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a espetáculos e diversões públicas, que ficarão sujeitos à censura, na forma da lei, nem na vigência do estado de sítio, quando o Governo poderá exercer a censura sobre os jornais ou periódicos e empresas de radiodifusão e agências noticiosas nas matérias atinentes aos motivos que o determinaram, como também em relação aos executores daquela medida.

Art . 2º É livre a publicação e circulação, no território nacional, de livros e de jornais e outros periódicos, salvo se clandestinos (art. 11) ou quando atentem contra a moral e os bons costumes.

§ 1º A exploração dos serviços de radiodifusão depende de permissão ou concessão federal, na forma da lei.

§ 2º É livre a exploração de empresas que tenham por objeto o agenciamento de notícias, desde que registradas nos termos do art. 8º.

Art . 3º É vedada a propriedade de empresas jornalísticas, sejam políticas ou simplesmente noticiosas, a estrangeiros e a sociedade por ações ao portador.

§ 1º Nem estrangeiros nem pessoas jurídicas, excetuados os partidos políticos nacionais, poderão ser sócios ou particular de sociedades proprietárias de empresas jornalísticas, nem exercer sobre elas qualquer tipo de controle direto ou indireto.

§ 2º A responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa das empresas jornalísticas caberão, exclusivamente, a brasileiros natos, sendo rigorosamente vedada qualquer modalidade de contrato de assistência técnica com empresas ou organizações estrangeiras, que lhes faculte, sob qualquer pretexto ou maneira, ter participação direta, indireta ou sub-reptícia, por intermédio de prepostos ou empregados, na administração e na orientação da empresa jornalística.

§ 3º A sociedade que explorar empresas jornalísticas poderá ter forma civil ou comercial, respeitadas as restrições constitucionais e legais relativas à sua propriedade e direção.

§ 4º São empresas jornalísticas, para os fins da presente Lei, aquelas que editarem jornais, revistas ou outros periódicos. Equiparam-se às empresas jornalísticas, para fins de responsabilidade civil e penal, aquelas que explorarem serviços de radiodifusão e televisão, agenciamento de notícias, e as empresas cinematográficas. (Redação dada pela Lei nº 7.300, de 27.3.1985)

§ 5º Qualquer pessoa que emprestar seu nome ou servir de instrumento para violação do disposto nos parágrafos anteriores ou que emprestar seu nome para se ocultar o verdadeiro proprietário, sócio, responsável ou orientador intelectual ou administrativo das empresas jornalísticas, será punida com a pena de 1 a três anos de detenção e multa de 10 a 100 salários-mínimos vigorantes na Capital do País.

§ 6º As mesmas penas serão aplicadas àquele em proveito de quem reverter a simulação ou que a houver determinado ou promovido.

§ 7º Estão excluídas do disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo as publicações científicas, técnicas, culturais e artísticas.

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Art . 4º Caberá exclusivamente a brasileiros natos a responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa dos serviços de notícias, reportagens, comentários, debates e entrevistas, transmitidos pelas empresas de radiodifusão.

§ 1º É vedado às empresas de radiodifusão manter contratos de assistência técnica com empresas ou organizações estrangeiras, quer a respeito de administração, quer de orientação, sendo rigorosamente proibido que estas, por qualquer forma ou modalidade, pretexto ou expediente, mantenham ou nomeiem servidores ou técnicos que, de forma direta ou indireta, tenham intervenção ou conhecimento da vida administrativa ou da orientação da empresa de radiodifusão.

§ 2º A vedação do parágrafo anterior não alcança a parte estritamente técnica ou artística da programação e do aparelhamento da empresa.

Art . 5º As proibições a que se referem o § 2º do art. 3º e o § 1º do artigo 4º não se aplicam aos casos de contrato de assistência técnica, com empresa ou organização estrangeira, não superior a seis meses e exclusivamente referente à fase de instalação e início de funcionamento de equipamento, máquinas e aparelhamento técnicos.

Art . 6º Depende de prévia aprovação do CONTEL qualquer contrato que uma empresa de radiodifusão pretenda fazer com empresa ou organização estrangeira, que possa, de qualquer forma, ferir o espírito das disposições dos artigos 3º e 4º, sendo também proibidas quaisquer modalidades contratuais que de maneira direta ou indireta assegurem a empresas ou organizações estrangeiras participação nos lucros brutos ou líquidos das empresas jornalísticas ou de radiodifusão.

Art . 7º No exercício da liberdade de manifestação do pensamento e de informação não é permitido o anonimato. Será, no entanto, assegurado e respeitado o sigilo quanto às fontes ou origem de informações recebidas ou recolhidas por jornalistas, radiorrepórteres ou comentaristas.

§ 1º Todo jornal ou periódico é obrigado a estampar, no seu cabeçalho, o nome do diretor ou redator-chefe, que deve estar no gozo dos seus direitos civis e políticos, bem como indicar a sede da administração e do estabelecimento gráfico onde é impresso, sob pena de multa diária de, no máximo, um salário-mínimo da região, nos termos do art. 10.

§ 2º Ficará sujeito à apreensão pela autoridade policial todo impresso que, por qualquer meio, circular ou for exibido em público sem estampar o nome do autor e editor, bem como a indicação da oficina onde foi impresso, sede da mesma e data da impressão.

§ 3º Os programas de noticiário, reportagens, comentários, debates e entrevistas, nas emissoras de radiodifusão, deverão enunciar, no princípio e ao final de cada um, o nome do respectivo diretor ou produtor.

§ 4º O diretor ou principal responsável do jornal, revista, rádio e televisão manterá em livro próprio, que abrirá e rubricará em todas as folhas, para exibir em juízo, quando para isso for intimado, o registro dos pseudônimos, seguidos da assinatura dos seus utilizantes, cujos trabalhos sejam ali divulgados.

CAPÍTULO II DO REGISTRO

Art . 8º Estão sujeitos a registro no cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas:

I - os jornais e demais publicações periódicas; II - as oficinas, impressoras de quaisquer naturezas, pertencentes a pessoas naturais ou

jurídicas; III - as empresas de radiodifusão que mantenham serviços de notícias, reportagens,

comentários, debates e entrevistas; IV - as empresas que tenham por objeto o agenciamento de notícias. Art . 9º O pedido de registro conterá as informações e será instruído com os documentos

seguintes: I - no caso de jornais ou outras publicações periódicas: a) título do jornal ou periódico, sede da redação, administração e oficinas impressoras,

esclarecendo, quanto a estas, se são próprias ou de terceiros, e indicando, neste caso, os respectivos proprietários;

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b) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do diretor ou redator-chefe; c) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do proprietário; d) se propriedade de pessoa jurídica, exemplar do respectivo estatuto ou contrato social

e nome, idade, residência e prova da nacionalidade dos diretores, gerentes e sócios da pessoa jurídica proprietária;

II - no caso de oficinas impressoras: a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário, se pessoa

natural; b) sede da administração, lugar, rua e número onde funcionam as oficinas e

denominação destas; c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pertencentes a pessoa jurídica. III - no caso de empresas de radiodifusão: a) designação da emissora, sede da sua administração e local das instalações do estúdio; b) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do diretor ou redator-chefe

responsável pelos serviços de notícias, reportagens, comentários, debates e entrevistas. IV - no caso de empresas noticiosas: a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário, se pessoa

natural; b) sede da administração; c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pessoa jurídica. Parágrafo único. As alterações em qualquer dessas declarações ou documentos deverão

ser averbadas no registro no prazo de 8 (oito) dias. Art . 10. A falta de registro das declarações exigidas no artigo anterior, ou de averbação

da alteração, será punida com multa que terá o valor de meio a dois salários-mínimos da região.

§ 1º A sentença que impuser a multa fixará prazo, não inferior a 20 dias, para registro ou alteração das declarações.

§ 2º A multa será liminarmente aplicada pela autoridade judiciária cobrada por processo executivo, mediante ação do Ministério Público, depois que, marcado pelo juiz, não for cumprido o despacho.

§ 3º Se o registro ou alteração não for efetivado no prazo referido no § 1º deste artigo, o juiz poderá impor nova multa, agravando-a de 50% (cinqüenta por cento) toda vez que seja ultrapassada de dez dias o prazo assinalado na sentença.

Art . 11. Considera-se clandestino o jornal ou outra publicação periódica não registrado nos termos do art. 9º, ou de cujo registro não constem o nome e qualificação do diretor ou redator e do proprietário.

CAPÍTULO III DOS ABUSOS NO EXERCÍCIO DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO E

INFORMAÇÃO Art . 12. Alquiles que, através dos meios de informação e divulgação, praticarem abusos

no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informação ficarão sujeitos às penas desta Lei e responderão pelos prejuízos que causarem.

Parágrafo único. São meios de informação e divulgação, para os efeitos deste artigo, os jornais e outras publicações periódicas, os serviços de radiodifusão e os serviços noticiosos.

Art . 13. Constituem crimes na exploração ou utilização dos meios de informação e divulgação os previstos nos artigos seguintes.

Art . 14. Fazer propaganda de guerra, de processos para subversão da ordem política e social ou de preconceitos de raça ou classe:

Pena: de 1 a 4 anos de detenção. Art . 15. Publicar ou divulgar: a) segredo de Estado, notícia ou informação relativa à preparação da defesa interna ou

externa do País, desde que o sigilo seja justificado como necessário, mediante norma ou recomendação prévia determinando segredo confidência ou reserva;

b) notícia ou informação sigilosa, de interesse da segurança nacional, desde que exista, igualmente, norma ou recomendação prévia determinando segredo, confidência ou reserva.

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Pena: De 1 (um) a 4 (quatro) anos de detenção. Art . 16. Publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou

deturpados, que provoquem: I - perturbação da ordem pública ou alarma social; II - desconfiança no sistema bancário ou abalo de crédito de instituição financeira ou de

qualquer empresa, pessoa física ou jurídica; III - prejuízo ao crédito da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município; IV - sensível perturbação na cotação das mercadorias e dos títulos imobiliários no

mercado financeiro. Pena: De 1 (um) a 6 (seis) meses de detenção, quando se tratar do autor do escrito ou

transmissão incriminada, e multa de 5 (cinco) a 10 (dez) salários-mínimos da região. Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, se o crime é culposo: Pena: Detenção, de 1 (um) a (três) meses, ou multa de 1 (um) a 10 (dez) salários-

mínimos da região. Art . 17. Ofender a moral pública e os bons costumes: Pena: Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1 (um) a 20 (vinte)

salários-mínimos da região. Parágrafo único. Divulgar, por qualquer meio e de forma a atingir seus objetivos,

anúncio, aviso ou resultado de loteria não autorizada, bem como de jogo proibido, salvo quando a divulgação tiver por objetivo inequívoco comprovar ou criticar a falta de repressão por parte das autoridades responsáveis:

Pena: Detenção de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa de 1 (um) a 5 (cinco) salários-mínimos da região.

Art . 18. Obter ou procurar obter, para si ou para outrem, favor, dinheiro ou outra vantagem para não fazer ou impedir que se faça publicação, transmissão ou distribuição de notícias:

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 2 (dois) a 30 (trinta) salários-mínimos da região.

§ 1º Se a notícia cuja publicação, transmissão ou distribuição se prometeu não fazer ou impedir que se faça, mesmo que expressada por desenho, figura, programa ou outras formas capazes de produzir resultados, for desabonadora da honra e da conduta de alguém:

Pena: Reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, ou multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) salários-mínimos da região.

§ 2º Fazer ou obter que se faça, mediante paga ou recompensa, publicação ou transmissão que importe em crime previsto na lei:

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 2 (dois) a 30 (trinta) salários-mínimos da região.

Art . 19. Incitar à prática de qualquer infração às leis penais: Pena: Um terço da prevista na lei para a infração provocada, até o máximo de 1 (um)

ano de detenção, ou multa de 1 (um) a 20 (vinte) salários-mínimos da região. § 1º Se a incitação for seguida da prática do crime, as penas serão as mesmas

cominadas a este. § 2º Fazer apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena: Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa de 1 (um) a 20 (vinte)

salários-mínimos da região. Art . 20. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena: Detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa de 1 (um) a 20 (vinte)

salários-mínimos da região. § 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, reproduz a publicação ou

transmissão caluniosa. § 2º Admite-se a prova da verdade, salvo se do crime imputado, embora de ação

pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. § 3º Não se admite a prova da verdade contra o Presidente da República, o Presidente do

Senado Federal, o Presidente da Câmara dos Deputados, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, Chefes de Estado ou de governo estrangeiro, ou seus representantes diplomáticos.

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Art . 21. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena: Detenção, de 3 (três) a 18 (dezoito) meses, e multa de 2 (dois) a 10 (dez)

salários-mínimos da região. § 1º A exceção da verdade somente se admite: a) se o crime é cometido contra funcionário público, em razão das funções, ou contra

órgão ou entidade que exerça funções de autoridade pública; b) se o ofendido permite a prova. § 2º Constitui crime de difamação a publicação ou transmissão, salvo se motivada por

interesse público, de fato delituoso, se o ofendido já tiver cumprido pena a que tenha sido condenado em virtude dele.

Art . 22. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decôro: Pena: Detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa de 1 (um) a 10 (dez)

salários-mínimos da região. Parágrafo único. O juiz pode deixar de aplicar a pena: a) quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; b) no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. Art . 23. As penas cominadas dos arts. 20 a 22 aumentam-se de um terço, se

qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, Presidente do Senado, Presidente da Câmara

dos Deputados, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Chefe de Estado ou governo estrangeiro, ou seus representantes diplomáticos;

II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - contra órgão ou autoridade que exerça função de autoridade pública. Art . 24. São puníveis, nos termos dos arts. 20 a 22, a calúnia, difamação e injúria

contra a memória dos mortos. Art . 25. Se de referências, alusões ou frases se infere calúnia, difamação ou

injúria, quem se julgar ofendido poderá notificar judicialmente o responsável, para que, no prazo de 48 horas, as explique.

§ 1º Se neste prazo o notificado não dá explicação, ou, a critério do juiz, essas não são satisfatórias, responde pela ofensa.

§ 2º A pedido do notificante, o juiz pode determinar que as explicações dadas sejam publicadas ou transmitidas, nos termos dos arts. 29 e seguintes.

Art . 26. A retratação ou retificação espontânea, expressa e cabal, feita antes de iniciado o procedimento judicial, excluirá a ação penal contra o responsável pelos crimes previstos nos arts. 20 e 22.

§ 1º A retratação do ofensor, em juízo, reconhecendo, por termo lavrado nos autos, a falsidade da imputação, o eximirá da pena, desde que pague as custas do processo e promova, se assim o desejar o ofendido, dentro de 5 dias e por sua conta, a divulgação da notícia da retratação.

§ 2º Nos casos deste artigo e do § 1º, a retratação deve ser feita ou divulgada: a) no mesmo jornal ou periódico, no mesmo local, com os mesmos caracteres e sob

a mesma epígrafe; ou b) na mesma estação emissora e no mesmo programa ou horário. Art . 27. Não constituem abusos no exercício da liberdade de manifestação do

pensamento e de informação: I - a opinião desfavorável da crítica, literária, artística, científica ou desportiva,

salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; Il - a reprodução, integral ou resumida, desde que não constitua matéria reservada

ou sigilosa, de relatórios, pareceres, decisões ou atos proferidos pelos órgãos competentes das Casas legislativas;

III - noticiar ou comentar, resumida ou amplamente, projetos e atos do Poder Legislativo, bem como debates e críticas a seu respeito;

IV - a reprodução integral, parcial ou abreviada, a notícia, crônica ou resenha dos debates escritos ou orais, perante juízes e tribunais, bem como a divulgação de despachos e sentenças e de tudo quanto for ordenado ou comunicado por autoridades judiciais;

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V - a divulgação de articulados, quotas ou alegações produzidas em juízo pelas partes ou seus procuradores;

VI - a divulgação, a discussão e a crítica de atos e decisões do Poder Executivo e seus agentes, desde que não se trate de matéria de natureza reservada ou sigilosa;

VII - a crítica às leis e a demonstração de sua inconveniência ou inoportunidade; VIII - a crítica inspirada pelo interesse público; IX - a exposição de doutrina ou idéia. Parágrafo único. Nos casos dos incisos II a VI deste artigo, a reprodução ou

noticiário que contenha injúria, calúnia ou difamação deixará de constituir abuso no exercício da liberdade de informação, se forem fiéis e feitas de modo que não demonstrem má-fé.

Art . 28. O escrito publicado em jornais ou periódicos sem indicação de seu autor considera-se redigido:

I - pelo redator da seção em que é publicado, se o jornal ou periódico mantém seções distintas sob a responsabilidade de certos e determinados redatores, cujos nomes nelas figuram permanentemente;

II - pelo diretor ou redator-chefe, se publicado na parte editorial; III - pelo gerente ou pelo proprietário das oficinas impressoras, se publicado na

parte ineditorial. § 1º Nas emissões de radiodifusão, se não há indicação do autor das expressões

faladas ou das imagens transmitidas, é tido como seu autor: a) o editor ou produtor do programa, se declarado na transmissão; b) o diretor ou redator registrado de acordo com o art. 9º, inciso III, letra b , no

caso de programas de notícias, reportagens, comentários, debates ou entrevistas; c) o diretor ou proprietário da estação emissora, em relação aos demais programas. § 2º A notícia transmitida por agência noticiosa presume-se enviada pelo gerente

da agência de onde se origine, ou pelo diretor da empresa. CAPÍTULO IV

DO DIREITO DE RESPOSTA Art . 29. toda pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade pública, que for

acusado ou ofendido em publicação feita em jornal ou periódico, ou em transmissão de radiodifusão, ou a cujo respeito os meios de informação e divulgação veicularem fato inverídico ou, errôneo, tem direito a resposta ou retificação.

§ 1º A resposta ou retificação pode ser formulada: a) pela própria pessoa ou seu representante legal; b) pelo cônjuge, ascendente, descendente e irmão, se o atingido está ausente do

País, se a divulgação é contra pessoa morta, ou se a pessoa visada faleceu depois da ofensa recebida, mas antes de decorrido o prazo de decadência do direito de resposta.

§ 2º A resposta, ou retificação, deve ser formulada por escrito, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias da data da publicação ou transmissão, sob pena de decadência do direito.

§ 3º Extingue-se ainda o direito de resposta com o exercício de ação penal ou civil contra o jornal, periódico, emissora ou agência de notícias, com fundamento na publicação ou transmissão incriminada.

Art . 30. O direito de resposta consiste: I - na publicação da resposta ou retificação do ofendido, no mesmo jornal ou

periódico, no mesmo lugar, em caracteres tipográficos idênticos ao escrito que lhe deu causa, e em edição e dia normais;

II - na transmissão da resposta ou retificação escrita do ofendido, na mesma emissora e no mesmo programa e horário em que foi divulgada a transmissão que lhe deu causa; ou

III - a transmissão da resposta ou da retificação do ofendido, pela agência de notícias, a todos os meios de informação e divulgação a que foi transmitida a notícia que lhe deu causa.

§ 1º A resposta ou pedido de retificação deve: a) no caso de jornal ou periódico, ter dimensão igual à do escrito incriminado,

garantido o mínimo de 100 (cem) linhas;

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b) no caso de transmissão por radiodifusão, ocupar tempo igual ao da transmissão incriminada, podendo durar no mínimo um minuto, ainda que aquela tenha sido menor;

c) no caso de agência de notícias, ter dimensão igual à da notícia incriminada. § 2º Os limites referidos no parágrafo anterior prevalecerão para cada resposta ou

retificação em separado, não podendo ser acumulados. § 3º No caso de jornal, periódico ou agência de notícias, a resposta ou retificação

será publicada ou transmitida gratuitamente, cabendo o custo da resposta ao ofensor ou ao ofendido, conforme decisão do Poder Judiciário, se o responsável não é o diretor ou redator-chefe do jornal, nem com ele tenha contrato de trabalho ou se não é gerente ou proprietário da agência de notícias nem com ela, igualmente, mantenha relação de emprego.

§ 4º Nas transmissões por radiodifusão, se o responsável pela transmissão incriminada não é o diretor ou proprietário da empresa permissionária, nem com esta tem contrato de trabalho, de publicidade ou de produção de programa, o custo da resposta cabe ao ofensor ou ao ofendido, conforme decisão do Poder Judiciário.

§ 5º Nos casos previstos nos §§ 3º e 4º, as empresas têm ação executiva para haver o custo de publicação ou transmissão da resposta daquele que é julgado responsável.

§ 6º Ainda que a responsabilidade de ofensa seja de terceiros, a empresa perde o direito de reembolso, referido no § 5º, se não transmite a resposta nos prazos fixados no art. 31.

§ 7º Os limites máximos da resposta ou retificação, referidos no § 1º, podem ser ultrapassados, até o dobro, desde que o ofendido pague o preço da parte excedente às tarifas normais cobradas pela empresa que explora o meio de informação ou divulgação.

§ 8º A publicação ou transmissão da resposta ou retificação, juntamente com comentários em caráter de réplica, assegura ao ofendido direito a nova resposta.

Art . 31. O pedido de resposta ou retificação deve ser atendido: I - dentro de 24 horas, pelo jornal, emissora de radiodifusão ou agência de notícias; Il - no primeiro número impresso, no caso de periódico que não seja diário. § 1º No caso de emissora de radiodifusão, se o programa em que foi feita a

transmissão incriminada não é diário, a emissora respeitará a exigência de publicação no mesmo programa, se constar do pedido resposta de retificação, e fará a transmissão no primeiro programa após o recebimento do pedido.

§ 2º Se, de acordo com o art. 30, §§ 3º e 4º, a empresa é a responsável pelo custo da resposta, pode condicionar a publicação ou transmissão à prova de que o ofendido a requereu em juízo, contando-se desta prova os prazos referidos no inciso I e no § 1º.

Art . 32. Se o pedido de resposta ou retificação não for atendido nos prazos referidos no art. 31, o ofendido poderá reclamar judicialmente a sua publicação ou transmissão.

§ 1º Para esse fim, apresentará um exemplar do escrito incriminado, se for o caso, ou descreverá a transmissão incriminada, bem como o texto da resposta ou retificação, em duas vias datilografadas, requerendo ao Juiz criminal que ordene ao responsável pelo meio de informação e divulgação a publicação ou transmissão, nos prazos do art. 31.

§ 2º Tratando-se de emissora de radiodifusão, o ofendido poderá, outrossim, reclamar judicialmente o direito de fazer a retificação ou dar a resposta pessoalmente, dentro de 24 horas, contadas da intimação judicial.

§ 3º Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, dentro de 24 horas, mandará citar o responsável pela empresa que explora meio de informação e divulgação para que, em igual prazo, diga das razões por que não o publicou ou transmitiu.

§ 4º Nas 24 horas seguintes, o juiz proferirá a sua decisão, tenha o responsável atendido ou não à intimação.

§ 5º A ordem judicial de publicação ou transmissão será feita sob pena de multa, que poderá ser aumentada pelo juiz até o dobro:

a) de Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) por dia de atraso na publicação, nos casos de jornal e agências de notícias, e no de emissora de radiodifusão, se o programa for diário;

b) equivalente a Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) por dia de intervalo entre as edições ou programas, no caso de impresso ou programa não diário.

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§ 6º Tratando-se de emissora de radiodifusão, a sentença do juiz decidirá do responsável pelo custo da transmissão e fixará o preço desta.

§ 7º Da decisão proferida pelo juiz caberá apelação sem efeito suspensivo. § 8º A recusa ou demora de publicação ou divulgação de resposta, quando couber,

constitui crime autônomo e sujeita o responsável ao dobro da pena cominada à infração. § 9º A resposta cuja divulgação não houver obedecido ao disposto nesta Lei é

considerada inexistente. Art . 33. Reformada a decisão do juiz em instância superior, a empresa que tiver

cumprido a ordem judicial de publicação ou transmissão da resposta ou retificação terá ação executiva para haver do autor da resposta o custo de sua publicação, de acordo com a tabela de preços para os seus serviços de divulgação.

Art . 34. Será negada a publicação ou transmissão da resposta ou retificação: I - quando não tiver relação com os fatos referidos na publicação ou transmissão a

que pretende responder; II - quando contiver expressões caluniosas, difamatórias ou injuriosas sobre o

jornal, periódico, emissora ou agência de notícias em que houve a publicação ou transmissão que lhe deu motivos, assim como sobre os seus responsáveis, ou terceiros;

III - quando versar sobre atos ou publicações oficiais, exceto se a retificação partir de autoridade pública;

IV - quando se referir a terceiros, em condições que criem para estes igual direito de resposta;

V - quando tiver por objeto crítica literária, teatral, artística, científica ou desportiva, salvo se esta contiver calúnia, difamação ou injúria.

Art . 35. A publicação ou transmissão da resposta ou pedido de retificação não prejudicará as ações do ofendido para promover a responsabilidade penal e civil.

Art . 36. A resposta do acusado ou ofendido será também transcrita ou divulgada em pelo menos um dos jornais, periódicos ou veículos de radiodifusão que houverem divulgado a publicação motivadora, preferentemente o de maior circulação ou expressão. Nesta hipótese, a despesa correrá por conta do órgão responsável pela publicação original, cobrável por via executiva.

CAPÍTULO V DA RESPONSABILIDADE PENAL

Seção I Dos Responsáveis

Art . 37. São responsáveis pelos crimes cometidos através da imprensa e das emissoras de radiodifusão, sucessivamente:

I - o autor do escrito ou transmissão incriminada (art. 28 e § 1º), sendo pessoa idônea e residente no País, salvo tratando-se de reprodução feita sem o seu consentimento, caso em que responderá como seu autor quem a tiver reproduzido;

II - quando o autor estiver ausente do País, ou não tiver idoneidade para responder pelo crime:

a) o diretor ou redator-chefe do jornal ou periódico; ou b) o diretor ou redator registrado de acordo com o art. 9º, inciso III, letra b , no

caso de programa de notícias, reportagens, comentários, debates ou entrevistas, transmitidos por emissoras de radiodifusão;

III - se o responsável, nos termos do inciso anterior, estiver ausente do País ou não tiver idoneidade para responder pelo crime:

a) o gerente ou proprietário das oficinas impressoras no caso de jornais ou periódicos; ou

b) o diretor ou o proprietário da estação emissora de serviços de radiodifusão. IV - os distribuidores ou vendedores da publicação ilícita ou clandestina, ou da qual

não constar a indicação do autor, editor, ou oficina onde tiver sido feita a impressão. § 1º Se o escrito, a transmissão ou a notícia forem divulgados sem a indicação do

seu autor, aquele que, nos termos do art. 28, §§ 1º e 2º, for considerado como tal, poderá

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nomeá-lo, juntando o respectivo original e a declaração do autor assumindo a responsabilidade.

§ 2º O disposto neste artigo se aplica: a) nas empresas de radiodifusão; b) nas agências noticiosas. § 3º A indicação do autor, nos termos do § 1º, não prejudica a responsabilidade do

redator de seção, diretor ou redator-chefe, ou do editor, produtor ou diretor. § 4º Sempre que o responsável gozar de imunidade, a parte ofendida poderá

promover a ação contra o responsável sucessivo, na ordem dos incisos deste artigo. § 5º Nos casos de responsabilidade por culpa previstos no art. 37, se a pena

máxima privativa da liberdade for de 1 (um) ano, o juiz poderá aplicar somente a pena pecuniária.

Art . 38. São responsáveis pelos crimes cometidos no exercício da liberdade de manifestação de pensamento e de informação através da agência noticiosa, sucessivamente:

I - o autor da notícia transmitida (art. 28, § 2º), sendo pessoa idônea e residente no País;

II - o gerente ou proprietário de agência noticiosa, quando o autor estiver ausente do País ou não tiver idoneidade para responder pelo crime.

§ 1º O gerente ou proprietário da agência noticiosa poderá nomear o autor da transmissão incriminada, juntando a declaração deste assumindo a responsabilidade pela mesma. Neste caso, a ação prosseguirá contra o autor nomeado, salvo se estiver ausente do País ou for declarado inidôneo para responder pelo crime.

§ 2º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do art. 37. Art . 39. Caberá ao ofendido, caso o deseje, mediante apresentação de documentos

ou testemunhas merecedoras de fé, fazer prova da falta de idoneidade, quer moral, quer financeira, dos responsáveis pelos crimes previstos nesta lei, na ordem e nos casos a que se referem os incisos e parágrafos dos artigos anteriores.

§ 1º Esta prova, que pode ser conduzida perante qualquer juiz criminal, será feita em processo sumaríssimo, com a intimação dos responsáveis, cuja idoneidade se pretender negar, para em uma audiência, ou, no máximo, em três, serem os fatos argüidos, aprovados e contestados.

§ 2º O juiz decidirá na audiência em que a prova houver sido concluída e de sua decisão cabe somente recurso sem efeito suspensivo.

§ 3º Declarado inidôneo o primeiro responsável, pode o ofendido exercer a ação penal contra o que lhe suceder nessa responsabilidade, na ordem dos incisos dos artigos anteriores, caso a respeito deste novo responsável não se haja alegado ou provido falta de idoneidade.

§ 4º aquele que, nos termos do parágrafo anterior, suceder ao responsável, ficará sujeito a um terço das penas cominadas para o crime. Ficará, entretanto, isento de pena se provar que não concorreu para o crime com negligência, imperícia ou imprudência.

Seção II Da Ação Penal

Art . 40. Ação penal será promovida: I - nos crimes de que tratam os arts. 20 a 22: a) pelo Ministério Público, mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do nº

I, do art. 20, bem como nos casos em que o ofendido for Ministro de Estado; b) pelo Ministério Público, mediante representação do ofendido, nos casos dos ns. II

e III, do art. 23; c) por queixa do ofendido, ou de quem tenha qualidade para representá-lo; d) pelo cônjuge, ascendente ou irmão, indistintamente, quando se tratar de crime

contra a memória de alguém ou contra pessoa que tenha falecido antes da queixa. d) pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, indistintamente, quando se

tratar de crime contra a memória de alguém ou contra pessoa que tenha falecido antes da queixa. (Redação dada pela Lei nº 6.640, de 8.5.1979)

II - nos demais crimes por denúncia do Ministério Público.

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§ 1º Nos casos do inciso I, alínea c , se o Ministério Público não apresentar denúncia dentro de 10 dias, o ofendido poderá apresentar queixas.

§ 2º Sob pena de nulidade, é obrigatória a intervenção do Ministério Público, em todos os processos por abuso de liberdade de imprensa, ainda que privados.

§ 3º A queixa pode ser aditada pelo Ministério Público, no prazo de 10 dias. Art . 41. A prescrição da ação penal, nos crimes definidos nesta Lei, ocorrerá 2 anos

após a data da publicação ou transmissão incriminada, e a condenação, no dobro do prazo em que for fixada.

§ 1º O direito de queixa ou de representação prescreverá, se não for exercido dentro de 3 meses da data da publicação ou transmissão.

§ 2º O prazo referido no parágrafo anterior será interrompido: a) pelo requerimento judicial de publicação de resposta ou pedido de retificação, e

até que este seja indeferido ou efetivamente atendido; b) pelo pedido judicial de declaração de inidoneidade do responsável, até o seu

julgamento. § 3º No caso de periódicos que não indiquem data, o prazo referido neste artigo

começará a correr do último dia do mês ou outro período a que corresponder a publicação. SEçãO III

Do Processo Penal Art . 42. Lugar do delito, para a determinação da competência territorial, será

aquele em que for impresso o jornal ou periódico, e o do local do estúdio do permissionário ou concessionário do serviço de radiodifusão, bem como o da administração principal da agência noticiosa.

Parágrafo único. Aplica-se aos crimes de imprensa o disposto no art. 85, do Código de Processo Penal.

Art . 43. A denúncia ou queixa será instruída com exemplar do jornal ou periódico e obedecerá ao disposto no art. 41 do Código de Processo Penal, contendo a indicação das provas que o autor pretendia produzir. Se a infração penal tiver sido praticada através de radiodifusão, a denúncia ou queixa será instruída com a notificação de que trata o art. 57.

§ 1º Ao despachar a denúncia ou queixa, o juiz determinará a citação do réu para que apresente defesa prévia no prazo de cinco dias.

§ 2º Não sendo o réu encontrado, será citado por edital com o prazo de quinze dias. Decorrido esse prazo e o qüinqüídio para a defesa prévia, sem que o réu haja contestado a denúncia ou queixa, o juiz o declarará revel e lhe nomeará defensor dativo, a quem se dará vista dos autos para oferecer defesa prévia.

§ 3º Na defesa prévia, devem ser argüidas as preliminares cabíveis, bem como a exceção da verdade, apresentando-se, igualmente, a indicação das provas a serem produzidas.

§ 4º Nos processos por ação penal privada será ouvido a seguir o Ministério Público. Art . 44. O juiz pode receber ou rejeitar a denúncia ou queixa, após a defesa

prévia, e, nos crimes de ação penal privada, em seguida à promoção do Ministério Público. § 1º A denúncia ou queixa será rejeitada quando não houver justa causa para a

ação penal, bem como nos casos previstos no art. 43 do Código de Processo Penal. § 2º Contra a decisão que rejeitar a denúncia ou queixa cabe recurso de apelação

e, contra a que recebê-la, recurso em sentido estrito sem suspensão do curso do processo. Art . 45. Recebida a denúncia, o juiz designará data para a apresentação do réu em

juízo e marcará, desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, observados os seguintes preceitos:

I - se o réu não comparecer para a qualificação, o juiz considerá-lo-á revel e lhe nomeará defensor dativo. Se o réu comparecer e não tiver advogado constituído nos autos, o juiz poderá nomear-lhe defensor. Em um e outro caso, bastará a presença do advogado ou defensor do réu, nos autos da instrução;

II - na audiência serão ouvidas as testemunhas de acusação e, em seguida, as de defesa, marcando-se novas audiências, se necessário, em prazo nunca inferior a oito dias;

III - poderá o réu requerer ao juiz que seja interrogado, devendo, nesse caso, ser ele ouvido antes de inquiridas as testemunhas;

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IV - encerrada a instrução, autor e réu terão, sucessivamente, o prazo de três dias para oferecerem alegações escritas.

Parágrafo único. Se o réu não tiver apresentado defesa prévia, apesar de citado, o juiz o considerará revel e lhe dará defensor dativo, a quem se abrirá o prazo de cinco dias para contestar a denúncia ou queixa.

Art . 46. Demonstrada a necessidade de certidões de repartições públicas ou autárquicas, e a de quaisquer exames, o juiz requisitará aquelas e determinará estes, mediante fixação de prazos para o cumprimento das respectivas diligências.

§ 1º Se dentro do prazo não for atendida, sem motivo justo, a requisição do juiz, imporá este a multa de Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) a Cr$100.000 (cem mil cruzeiros) ao funcionário responsável e suspenderá a marcha do processo até que em novo prazo seja fornecida a certidão ou se efetue a diligência. Aos responsáveis pela não-realização desta última, será aplicada a multa de Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) a Cr$100.000 (cem mil cruzeiros). A aplicação das multas acima referidas não exclui a responsabilidade por crime funcional.

§ 2º Vetado. § 3º A requisição de certidões e determinação de exames ou diligências, serão

feitas no despacho de recebimento da denúncia ou queixa. Art . 47. Caberá apelação, com efeito suspensivo, contra a sentença que condenar

ou absolver o réu. Art . 48. Em tudo o que não é regulado por norma especial desta Lei, o Código

Penal e o Código de Processo Penal se aplicam à responsabilidade penal, à ação penal e ao processo e julgamento dos crimes de que trata esta Lei.

CAPÍTULO VI DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Art . 49. aquele que no exercício da liberdade de manifestação de pensamento e de informação, com dolo ou culpa, viola direito, ou causa prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar:

I - os danos morais e materiais, nos casos previstos no art. 16, números II e IV, no art. 18 e de calúnia, difamação ou injúrias;

II - os danos materiais, nos demais casos. § 1º Nos casos de calúnia e difamação, a prova da verdade, desde que admissível

na forma dos arts. 20 e 21, excepcionada no prazo da contestação, excluirá a responsabilidade civil, salvo se o fato imputado, embora verdadeiro, diz respeito à vida privada do ofendido e a divulgação não foi motivada em razão de interesse público.

§ 2º Se a violação de direito ou o prejuízo ocorre mediante publicação ou transmissão em jornal, periódico, ou serviço de radiodifusão, ou de agência noticiosa, responde pela reparação do dano a pessoa natural ou jurídica que explora o meio de informação ou divulgação (art. 50).

§ 3º Se a violação ocorre mediante publicação de impresso não periódico, responde pela reparação do dano:

a) o autor do escrito, se nele indicado; ou b) a pessoa natural ou jurídica que explora a oficina impressora, se do impresso

não consta o nome do autor. Art . 50. A empresa que explora o meio de informação ou divulgação terá ação

regressiva para haver do autor do escrito, transmissão ou notícia, ou do responsável por sua divulgação, a indenização que pagar em virtude da responsabilidade prevista nesta Lei.

Art . 51. A responsabilidade civil do jornalista profissional que concorre para o dano por negligência, imperícia ou imprudência, é limitada, em cada escrito, transmissão ou notícia:

I - a 2 salários-mínimos da região, no caso de publicação ou transmissão de notícia falsa, ou divulgação de fato verdadeiro truncado ou deturpado (art. 16, ns. II e IV).

II - a cinco salários-mínimos da região, nos casos de publicação ou transmissão que ofenda a dignidade ou decôro de alguém;

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III - a 10 salários-mínimos da região, nos casos de imputação de fato ofensivo à reputação de alguém;

IV - a 20 salários-mínimos da região, nos casos de falsa imputação de crime a alguém, ou de imputação de crime verdadeiro, nos casos em que a lei não admite a exceção da verdade (art. 49, § 1º).

Parágrafo único. Consideram-se jornalistas profissionais, para os efeitos deste artigo:

a) os jornalistas que mantêm relações de emprego com a empresa que explora o meio de informação ou divulgação ou que produz programas de radiodifusão;

b) os que, embora sem relação de emprego, produzem regularmente artigos ou programas publicados ou transmitidos;

c) o redator, o diretor ou redator-chefe do jornal ou periódico, a editor ou produtor de programa e o diretor referido na letra b , nº III, do artigo 9º, do permissionário ou concessionário de serviço de radiodifusão; e o gerente e o diretor da agência noticiosa.

Art . 52. A responsabilidade civil da empresa que explora o meio de informação ou divulgação é limitada a dez vezes as importâncias referidas no artigo anterior, se resulta de ato culposo de algumas das pessoas referidas no art. 50.

Art . 53. No arbitramento da indenização em reparação do dano moral, o juiz terá em conta, notadamente:

I - a intensidade do sofrimento do ofendido, a gravidade, a natureza e repercussão da ofensa e a posição social e política do ofendido;

II - A intensidade do dolo ou o grau da culpa do responsável, sua situação econômica e sua condenação anterior em ação criminal ou cível fundada em abuso no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informação;

III - a retratação espontânea e cabal, antes da propositura da ação penal ou cível, a publicação ou transmissão da resposta ou pedido de retificação, nos prazos previstos na lei e independentemente de intervenção judicial, e a extensão da reparação por esse meio obtida pelo ofendido.

Art . 54. A indenização do dano material tem por finalidade restituir o prejudicado ao estado anterior.

Art . 55. A parte vencida responde pelos honorários do advogado da parte vencedora, desde logo fixados na própria sentença, bem como pelas custas judiciais.

Art . 56. A ação para haver indenização por dano moral poderá ser exercida separadamente da ação para haver reparação do dano material, e sob pena de decadência deverá ser proposta dentro de 3 meses da data da publicação ou transmissão que lhe der causa.

Parágrafo único. O exercício da ação cível independe da ação penal. Intentada esta, se a defesa se baseia na exceção da verdade e se trata de hipótese em que ela é admitida como excludente da responsabilidade civil ou em outro fundamento cuja decisão no juízo criminal faz causa julgada no cível, o juiz determinará a instrução do processo cível até onde possa prosseguir, independentemente da decisão na ação penal.

Art . 57. A petição inicial da ação para haver reparação de dano moral deverá ser instruída com o exemplar do jornal ou periódico que tiver publicado o escrito ou notícia, ou com a notificação feita, nos termos do art. 53, § 3º, à empresa de radiodifusão, e deverá desde logo indicar as provas e as diligências que o autor julgar necessárias, arrolar testemunhas e ser acompanhada da prova documental em que se fundar o pedido.

§ 1º A petição inicial será apresentada em duas vias. Com a primeira e os documentos que a acompanharem será formado processo, e a citação inicial será feita mediante a entrega da segunda via.

§ 2º O juiz despachará a petição inicial no prazo de 24 horas, e o oficial terá igual prazo para certificar o cumprimento do mandato de citação.

§ 3º Na contestação, apresentada no prazo de 5 (cinco) dias, o réu exercerá a exceção da verdade, se for o caso, indicará as provas e diligências que julgar necessárias e arrolará as testemunhas. A contestação será acompanhada da prova documental que pretende produzir.

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§ 4º Contestada a ação, o processo terá o rito previsto no art. 685 do Código de Processo Civil.

§ 4 º Não havendo contestação, o Juiz proferirá desde logo a sentença, em caso contrário, observar-se-á o procedimento ordinário. (Redação dada pela Lei nº 6.071, de 03.7.1974)

§ 5º Na ação para haver reparação de dano moral somente será admitida reconvenção de igual ação.

§ 6º Da sentença do juiz caberá agravo de petição, que somente será admitido mediante comprovação do depósito, pelo agravante, de quantia igual à importância total da condenação. Com a petição de agravo, o agravante pedirá a expedição da guia para o depósito, sendo o recurso julgado deserto se no prazo do agravo não for comprovado o depósito.

§ 6 º Da sentença do Juiz caberá apelação, a qual somente será admitida mediante comprovação do depósito, pela apelante, de quantia igual à importância total da condenação. Com a petição de interposição do recurso o apelante pedirá expedição de guia para o depósito, sendo a apelação julgada deserta se, no prazo de sua interposição, não for comprovado o depósito. (Redação dada pela Lei nº 6.071, de 03.7.1974)

CAPÍTULO VII DISPOSIÇÕES GERAIS

Art . 58. As empresas permissionárias ou concessionárias de serviços de radiodifusão deverão conservar em seus arquivos, pelo prazo de 60 dias, e devidamente autenticados, os textos dos seus programas, inclusive noticiosos.

§ 1º Os programas de debates, entrevistas ou outros que não correspondam a textos previamente escritos, deverão ser gravados e conservados pelo prazo, a contar da data da transmissão, de 20 dias, no caso de permissionária ou concessionária de emissora de até 1 kw, e de 30 dias, nos demais casos.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se às transmissões compulsoriamente estatuídas em lei.

§ 3º Dentro dos prazos referidos neste artigo, o Ministério Público ou qualquer interessado poderá notificar a permissionária ou concessionária, judicial ou extrajudicialmente, para não destruir os textos ou gravações do programa que especificar. Neste caso, sua destruição dependerá de prévia autorização do juiz da ação que vier a ser proposta, ou, caso esta não seja proposta nos prazos de decadência estabelecidos na lei, pelo juiz criminal a que a permissionária ou concessionária pedir autorização.

Art . 59. As permissionárias e concessionárias de serviço de radiodifusão continuam sujeitas às penalidades previstas na legislação especial sobre a matéria.

Art . 60. Têm livre entrada no Brasil os jornais, periódicos, livros e outros quaisquer impressos que se publicarem no estrangeiro.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica aos impressos que contiverem algumas das infrações previstas nos arts. 15 e 16, os quais poderão ter a sua entrada proibida no País, por período de até dois anos, mediante portaria do Juiz de Direito ou do Ministro da Justiça e Negócios Interiores, aplicando-se neste caso os parágrafos do art. 63.

§ 2º aquele que vender, expuser à venda ou distribuir jornais periódicos, livros ou impressos cuja entrada no País tenha sido proibida na forma do parágrafo anterior, além da perda dos mesmos, incorrerá em multa de até Cr$10.000 por exemplar apreendido, a qual será imposta pelo juiz competente, à vista do auto de apreensão. Antes da decisão, ouvirá o juiz o acusado, no prazo de 48 horas.

§ 3º Estão excluídas do disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo as publicações científicas, técnicas, culturais e artísticas. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 207, de 27.02.1967)

Art . 61. Estão sujeitos à apreensão os impressos que: I - contiverem propaganda de guerra ou de preconceitos de raça ou de classe, bem

como os que promoverem incitamento à subversão da ordem política e social. II -ofenderem a moral pública e os bons costumes.

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§ 1º A apreensão prevista neste artigo será feita por ordem judicial, a pedido do Ministério Público, que o fundamentará e o instruirá com a representação da autoridade, se houver, e o exemplar do impresso incriminado.

§ 2º O juiz ouvirá, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, o responsável pela publicação ou distribuição do impresso, remetendo-lhe cópia do pedido ou representação.

§ 3º Findo esse prazo, com a resposta ou sem ela, serão os autos conclusos e, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o juiz dará a sua decisão.

§ 3 º Findo esse prazo, com a resposta ou sem ela, serão os autos conclusos e, dentro de vinte e quatro horas, o Juiz proferirá sentença. (Redação dada pela Lei nº 6.071, de 03.7.1974)

§ 4º No caso de deferimento de pedido, será expedido um mandado e remetido à autoridade policial competente, para sua execução.

§ 5º Da decisão caberá recurso, sem efeito suspensivo, para o tribunal competente. § 6º Nos casos de impressos que ofendam a moral e os bons costumes, poderão os

Juízes de Menores, de ofício ou mediante provocação do Ministério Público, determinar a sua apreensão imediata para impedir sua circulação.

Art . 62. No caso de reincidência da infração prevista no art. 61, inciso II, praticada pelo mesmo jornal ou periódico, pela mesma empresa, ou por periódicos ou empresas diferentes, mas que tenham o mesmo diretor responsável, o juiz, além da apreensão regulada no art. 61, poderá determinar a suspensão da impressão, circulação ou distribuição do jornal ou periódico.

§ 1º A ordem de suspensão será submetida ao juiz competente, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, com a justificação da medida.

§ 2º Não sendo cumprida pelo responsável a suspensão determinada pelo juiz, este adotará as medidas necessárias à observância da ordem, inclusive mediante a apreensão sucessiva das suas edições posteriores, consideradas, para efeitos legais, como clandestinas.

§ 3º Se houver recurso e este for provido, será levantada a ordem de suspensão e sustada a aplicação das medidas adotadas para assegurá-la.

§ 4º Transitada em julgado a sentença, serão observadas as seguintes normas: a) reconhecendo a sentença final a ocorrência dos fatos que justificam a suspensão,

serão extintos os registros da marca comercial e de denominação da empresa editora e do jornal ou periódico em questão, bem como os registros a que se refere o art. 9º desta Lei, mediante mandado de cancelamento expedido pelo juiz da execução;

b) não reconhecendo a sentença final os fatos que justificam a suspensão, a medida será levantada, ficando a União ou o Estado obrigado à reparação das perdas e danos, apurados em ação própria.

Art . 63. Nos casos dos incisos I e II do art. 61, quando a situação reclamar urgência, a apreensão poderá ser determinada, independentemente de mandado judicial, pelo Ministro da Justiça e Negócios Interiores.

§ 1º No caso deste artigo, dentro do prazo de cinco dias, contados da apreensão, o Ministro da Justiça submeterá o seu ato à aprovação do Tribunal Federal de Recursos, justificando a necessidade da medida e a urgência em ser tomada, e instruindo a sua representação com um exemplar do impresso que lhe deu causa.

§ 2º O Ministro relator ouvirá a responsável pelo impresso no prazo de cinco dias, e a seguir submeterá o processo a julgamento na primeira sessão do Tribunal Federal de Recursos.

§ 3º Se o Tribunal Federal de Recursos julgar que a apreensão foi ilegal, ou que não ficaram provadas a sua necessidade e urgência, ordenará a devolução dos impressos e, sendo possível, fixará as perdas e danos que a União deverá pagar em conseqüência. § 4º Se no prazo previsto no § 1º o Ministro da Justiça não submeter o seu ato ao Tribunal Federal de Recursos, o interessado poderá pedir ao Tribunal Federal de Recursos a liberação do impresso e a indenização por perdas e danos. Ouvido o Ministro da Justiça em cinco dias, o processo será julgado na primeira sessão do Tribunal Federal de Recursos. (Revogados pelo Decreto-Lei nº 510, de 20.03/1969)

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Art . 64. Poderá a autoridade judicial competente, dependendo da natureza do exemplar apreendido, determinar a sua destruição.

Art . 65. As empresas estrangeiras autorizadas a funcionar no País não poderão distribuir notícias nacionais em qualquer parte do território brasileiro, sob pena de cancelamento da autorização por ato do Ministro da Justiça e Negócios Interiores.

Art . 66. O jornalista profissional não poderá ser detido nem recolhido preso antes de sentença transitada em julgado; em qualquer caso, somente em sala decente, arejada e onde encontre todas as comodidades.

Parágrafo único. A pena de prisão de jornalistas será cumprida em estabelecimento distinto dos que são destinados a réus de crime comum e sem sujeição a qualquer regime penitenciário ou carcerário.

Art . 67. A responsabilidade penal e civil não exclui a estabelecida em outras leis, assim como a de natureza administrativa, a que estão sujeitas as empresas de radiodifusão, segundo a legislação própria.

Art . 68. A sentença condenatória nos processos de injúria, calúnia ou difamação será gratuitamente publicada, se a parte o requerer, na mesma seção do jornal ou periódico em que apareceu o escrito de que se originou a ação penal, ou, em se tratando de crime praticado por meio do rádio ou televisão, transmitida, também gratuitamente, no mesmo programa e horário em que se deu a transmissão impugnada.

§ 1º Se o jornal ou periódico ou a estação transmissora não cumprir a determinação judicial, incorrerá na pena de multa de um a dois salários-mínimos da região, por edição ou programa em que se verificar a omissão.

§ 2º No caso de absolvição, o querelado terá o direito de fazer, à custa do querelante, a divulgação da sentença, em jornal ou estação difusora que escolher.

Art . 69. Na interpretação e aplicação desta Lei, o juiz, na fixação do dolo e da culpa, levará em conta as circunstâncias especiais em que foram obtidas as informações dadas como infringentes da norma penal.

Art . 70. Os jornais e outros periódicos são obrigados a enviar, no prazo de cinco dias, exemplares de suas edições à Biblioteca Nacional e à oficial dos Estados, Territórios e Distrito Federal. As bibliotecas ficam obrigadas a conservar os exemplares que receberem.

Art . 71. Nenhum jornalista ou radialista, ou, em geral, as pessoas referidas no art. 25, poderão ser compelidos ou coagidos a indicar o nome de seu informante ou a fonte de suas informações, não podendo seu silêncio, a respeito, sofrer qualquer sanção, direta ou indireta, nem qualquer espécie de penalidade.

Art . 72. A execução de pena não superior a três anos de detenção pode ser suspensa por dois a quatro anos, desde que:

I - o sentenciado não haja sofrido, no Brasil, condenação por outro crime de imprensa;

Il - os antecedentes e a personalidade do sentenciado, os motivos e circunstâncias do crime autorizem a presunção de que não tornará a delinqüir.

Art . 73. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime de abuso no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informação, depois de transitar em julgado a sentença que, no País, o tenha condenado por crime da mesma natureza.

Art . 74. Vetado. Art . 75. A publicação da sentença cível ou criminal, transitada em julgado, na

íntegra, será decretada pela autoridade competente, a pedido da parte prejudicada, em jornal, periódico ou através de órgão de radiodifusão de real circulação, ou expressão, às expensas da parte vencida ou condenada.

Parágrafo único. Aplica-se a disposição contida neste artigo em relação aos termos do ato judicial que tenha homologado a retratação do ofensor, sem prejuízo do disposto no § 2º, letras a e b , do art. 26.

Art . 76. Em qualquer hipótese de procedimento judicial instaurado por violação dos preceitos desta Lei, a responsabilidade do pagamento das custas processuais e honorários de advogado será da empresa.

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Art . 77. Esta Lei entrará em vigor a 14 de março de 1967, revogada as disposições em contrário.

Brasília, em 9 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º da República. H. CASTELLO BRANCO Carlos Medeiros Silva Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.2.1967 e Retificada no D.O.U. de

10.3.1967

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LEI Nº 5.250, DE 9 DE FEVEREIRO DE 1967

CRIMES DE IMPRENSA

• crimes contra a ordem pública (arts. 12-19)

• crimes contra a honra (arts. 20-24)

Requisito: o veículo de divulgação deve ser periódico e deve ter existência legal

HONRA

1. objetiva ⇒ calúnia e difamação

2. subjetiva ⇒ injúria

a) honra-dignidade ⇒ atributos morais

b) honra-decoro ⇒ atributos físicos e intelectuais

3. comum (homem comum)

4. especial ou profissional

PENA DE MULTA

“Art 2º São canceladas, na Parte Especial do Código Penal e nas leis especiais alcançadas pelo

art. 12 do Código Penal, quaisquer referências a valores de multas, substituindo-se a

expressão multa de por multa.” (Lei nº 7209, de 11 de julho de 1984)

CALÚNIA (art. 20)

Conceito: art. 138 C.P. (fato descrito como crime)

Falsidade da imputação

Sujeito ativo (caput e § 1º)

Exceção da verdade (§§2º e 3º)

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DIFAMAÇÃO (art. 21)

Conceito: art. 139 C.P. (fato ofensivo à reputação) e §2º

Sujeito ativo (caput e §2º)

Exceção da verdade (§1º a e b)

INJÚRIA (art. 22)

Conceito: art. 140 C.P. (qualidade negativa)

Sujeito Ativo (caput)

Exceção da verdade: não é permitida

Exclusão de punibilidade: Parágrafo único

CALÚNIA E DIFAMAÇÃO

Semelhanças Diferenças

honra objetiva

Fatos

comunicação a terceira pessoa

crime x fato ofensivo à reputação

DIFAMAÇÃO E INJÚRIA

Semelhanças Diferenças

não se condicionam à falsidade da

alegação

fato x qualidade negativa do ofendido

CALÚNIA E INJÚRIA

Semelhanças Diferenças

fato criminoso x qualidade negativa da

vítima

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Art. 23. (hipóteses de aumento de pena)

Pessoa Jurídica: art. 23, inciso III. Pode ser sujeito passivo.

Art. 24. Memória dos mortos (objeto jurídico). Sujeito passivo: parentes.

Art. 25. Pedido de explicações em juízo (ofensa equívoca).

Art. 26. Retratação exclui a ação penal e a pena.

Art. 27. Não constituem abusos no exercício da liberdade de manifestação do

pensamento e da informação.

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RESPONSABILIDADE CIVIL X RESPONSABILIDADE PENAL

RESPONSABILIDADE CIVIL: obrigação de reparar o dano imposta a todo aquele

que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou

causar prejuízo a outrem (C.C. art. 159)

Requisitos:

a) conduta antijurídica;

b) existência de um dano;

c) nexo de causalidade entre a e b.

DANO MORAL

Art. 5º, V e X da CR.

Art. 91, I do C.P. A sentença condenatória tem o efeito de “tornar certa a obrigação

de indenizar o dano resultante do crime”.

Art. 63 C.P.P. “Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-

lhe a execução, no juízo cível, para o efeito de reparação do dano, o ofendido, seu

representante legal ou seus herdeiros.”

Responsabilidade Civil (arts. 47 a 59).

A responsabilidade civil independe da responsabilidade criminal.

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RESPONSABILIDADE PENAL: é a sujeição de alguém à imposição de pena

decorrente de uma conduta humana que caracteriza uma infração penal. O ilícito

penal atenta contra os bens mais importantes da vida social.

Responsabilidade Penal Sucessiva: o autor da transmissão incriminada responde

pelo crime.

Não havendo identificação do autor, considera-se que a transmissão é de autoria dos

responsáveis pelo jornal ou emissora, de acordo com a lista de responsabilidades

sucessivas constante do art. 37.

AUTOR DA TRANSMISSÃO

DIRETOR OU REDATOR REGISTRADO

DIRETOR OU PROPRIETÁRIO DA ESTAÇÃO EMISSORA

• Art. 37, §§ 1º, 2º e 3º e art. 28, § 1º.

• Na falta do autor, responde pelo crime o diretor ou o redator ou, estando estes

ausentes do país, o gerente ou proprietário.

• A responsabilidade sucessiva exclui a co-autoria. Assim, se o autor for conhecido,

ou vier a ser conhecido, cessa a responsabilidade do diretor e de todos os outros

responsáveis sucessivos.

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• EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE: No caso de afastamento do

responsável, a ação penal dirige-se contra o responsável seguinte da lista

estabelecida pela lei. Exemplos: ausência do país, imunidade ou inidoneidade para

responder à ação penal.

• Responsável moralmente idôneo: no caso, é o verdadeiro responsável, aquele

que ocupa realmente a posição que diz ocupar, não sendo um “testa-de-ferro” ou

“laranja” (legitimidade passiva).

• Responsável financeiramente idôneo: capacidade do responsável de arcar com

as despesas de eventual indenização por dano moral.

ENTREVISTA: pelo rádio, a gravação constitui a prova do que foi dito e por quem

foi dito.

AÇÃO PENAL

Crimes contra a ordem pública (arts. 14 a 19): pública incondicionada.

Crimes contra a honra (arts. 20 a 22): em regra, é privada.

PRESCRIÇÃO

• AÇÃO (2 anos)

• DA EXECUÇÃO (dobro da pena detentiva aplicada)

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• DA PENA DE MULTA (dobro do mínimo abstrato da pena

privativa de liberdade)

• PENA DE MULTA + PENA DE DETENÇÃO (juntamente com

a pena privativa de liberdade). Art. 118 C.P. (penas mais leves

prescrevem com penas mais graves)

DIREITO DE RESPOSTA (arts. 29 a 36)

Art. 29. Quem foi objeto de notícia inverídica ou errônea tem direito à resposta ou à

retificação, podendo exigi-la diretamente junto ao órgão de divulgação.

• Transmissão gratuita e com o mesmo destaque da notícia incriminada.

• No caso do não atendimento espontâneo do pedido de direito à resposta, a medida

poderá ser obtida junto ao juízo criminal (art. 32).

• A transmissão da resposta não impede a propositura posterior de ação penal ou

civil (art. 35).

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ESQUEMA DO PROCEDIMENTO DOS CRIMES DE IMPRENSA

DENÚNCIA OU QUEIXA com exemplar da publicação ou notificação da rádio ou TV

CITAÇÃO

DEFESA PRÉVIA em 5 dias

Momento próprio para arguir a exceção da verdade

VISTA AO MP no caso de queixa

RECEBIMENTO OU REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA

AUDIÊNCIA DE QUALIFICAÇÃO DO RÉU

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO testemunhas de acusação testemunhas de defesa 5 no caso de detenção 8 no caso de reclusão

ALEGAÇÕES FINAIS ESCRITAS

SENTENÇA

Interrogatório Se o réu requerer. Em qualquer das duas audiências, sempre antes das

testemunhas Remessa para a instância superior, se o ofendido gozar de prerrogativa de foro, para decisão na exceção da verdade

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PARA NÃO ESQUECER Rádio é 10% equipamento e 90% atitude. Sucesso é 10% aptidão e 90% garra. O produto é mais importante que o nome da emissora. 75% da população ouve rádio todo dia; 37% lêem jornal; 14% lêem revistas. Onde estão os aparelhos de rádio: domicílio, 95%; automóveis, 63%; portáteis, 43%; rádio relógio, 41%. walkman, 22%. "Tenho mais retorno do programa de rádio que faço em Brasília do que do programa nacional de TV." - Alexandre Garcia.

Cliente e ouvinte satisfeitos: apóstolo. Cliente e ouvinte insatisfeitos: terrorista 86% das pessoas que visitam a Disney voltam a cada três anos porque eles agradam os clientes. Sua emissora mostra o que é de fato quando entra em contato direto com o ouvinte e o cliente. POR QUE SE PERDE UM CLIENTE? Por falecimento, 01% Por mudança de endereço, 05% Por amizades comerciais, 05% Por maiores vantagens em outras organizações comerciais, 10% Por reclamações não atendidas, 14% Por indiferença do pessoal que os atende, 65% "É uma insanidade pretender fazer a mesma coisa, da mesma maneira e esperar resultados diferentes”. 14 RAZÕES INCONTESTÁVEIS DA FORÇA DO RÁDIO 1. O rádio está junto ao consumidor na hora da compra, influenciando a decisão. Segundo a pesquisa Marplan, o rádio é o veículo que está junto a 93% dos consumidores na hora que antecede a compra. Ou seja, não importa o que ele viu na TV na noite anterior porque quem decide a compra é o rádio, o spot que ele ouviu a caminho do comércio. 2. Pessoas passam mais tempo com o rádio. Para convencer o consumidor o comercial tem que ser ouvido por ele várias vezes ao dia e o rádio é o veículo que ele mais ouve, em média 3 horas e 45 minutos, mas com diversos casos acima de 4 horas diárias. Some a isso que as pessoas absorvem o que ouvem (palavras) com mais facilidade do que o que vêem (imagens), principalmente se a sua mensagem estiver em forma de jingle. 3. O rádio é imbatível no horário comercial. O rádio tem o triplo de audiência da televisão durante a manhã e mais do dobro durante à tarde. E mais: no horário nobre da TV (19 às 22 horas) o rádio atinge mais pessoas do que a TV durante todo o dia. Note que o rádio é imbatível justamente no horário em que as empresas e o comércio estão abertos, fazendo dele mídia obrigatória para quem efetuar uma venda. A TV só tem boa audiência à noite, quando o comércio está fechado e o cliente está em casa (de pijama e sem intenção de sair). O rádio chegada onde a TV não consegue ir. 4. Seu cliente passa 17% mais tempo com o rádio do que assistindo TV. Pesquisa do IBOPE confirma: as pessoas que fazem compras passam 17% mais tempo ouvindo o rádio do que vendo televisão, o que dá ao seu comercial 17% mais de chance de ser absorvido que o comercial da TV. E no rádio o consumidor não precisa estar olhando para o aparelho para ser atingido pela propaganda - ele pode estar na cozinha fazendo uma "boquinha", como é

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costume dos televisivos, e mesmo assim a sua mensagem vai atingi-lo. Melhor ainda: este tempo que o rádio passa a mais com o consumidor é no horário comercial - o período que importa. 5. O rádio atinge consumidores dos grandes ramos de atividade com mais eficiência. Segundo pesquisa, o rádio atinge a quase totalidade dos consumidores dos principais ramos de atividade em 15 dias. Observe na tabela abaixo o alcance do rádio e o perfil de consumidor em cada ramo: 93% dos consumidores de refrigerantes cola foram atingidos pelo rádio nos últimos 15 dias (as classes A B C representam 71% do total de consumidores e a idade varia entre 25 e 39 anos). 91% dos consumidores de outros refrigerantes (A B C = 74% do total, entre 15 e 24 anos. 88% de vinho (53% são mulheres e 47% homens, entre 35 e 45 anos, A B C = 65%) 97% de móveis (58% mulheres e 42% homens, 20 a 40 anos, A b c = 72%) 90% viagens internacionais (56% mulheres e 44% homens, 20 a 40 anos, A B C = 81%) 94% lanchonete (54% homens e 46% mulheres, entre 15 e 39 anos, A B C = 78%) 94% restaurantes (55% homens e 45% mulheres, entre 25 e 45 anos, A B C = 78%) 93% autopeças (75% homens e 25% mulheres, entre 25 e 39 anos, A B C = 85%) 99% motoristas que passam mais de 10 horas no volante (78% homens e 22% mulheres, com idade entre 25 e 39 anos, A B C = 96%) 6. O rádio chega onde a TV não vai. O rádio é o único veículo que atinge o consumidor em qualquer lugar: começando o dia com o rádio-relógio, sendo companhia no café da manhã, no ônibus e no carro a caminho do trabalho, no restaurante, na hora do almoço, na lanchonete à tarde, nas lojas do comércio, no happy-hour do bar, à noite no encontro com amigos, na madrugada boêmia, na praia e na fazenda, no cooper e na bicicleta com o walkman (possuído por 51% da população). Enfim, o rádio é o único veículo que tem um público exclusivo, pronto para receber a mensagem, atingindo mesmo quando não quer. 7. O rádio está em 98% das casas, a TV em apenas 75% - uma vantagem de 23%. Nem todo mundo assiste TV, mas todo mundo ouve rádio. Além desta vantagem nas casas, o rádio está em 83% dos carros contra 1% da TV, e mais da metade da população acorda com o rádio-relógio. 8. O rádio atinge os donos de parabólica. Quem tem antena parabólica assiste seu canal preferido direto da rede sem ver os comerciais da emissora local. Só entre Itabuna e Ilhéus existem mais de 35 mil antenas parabólicas, o que significa um público potencial de 180 mil pessoas que não vêem os comerciais locais. Some a isso a ocorrência das vídeo-locadoras e o "efeito zapping" (detectado através de estudos, ele provou que a maioria das pessoas muda de canal durante os comerciais por causa da facilidade do controle remoto). Anunciar na TV local tem muito menos resultados porque mais de um terço dos consumidores não vê o comercial local. Em compensação você pode atingi-los através do rádio, ouvido pelos donos de parabólica. Você ainda tem o bônus de atingir o consumidor de vídeo no carro, na ida e na volta da locadora. 9. O horário nobre do rádio dura 13 horas, o da TV se limita somente a três. O rádio é imbatível das 6 horas da manhã até as 19 horas, mantendo um horário nobre de 13 horas contra o pequeno horário nobre da TV, situado entre 19 e 22 horas. É quatro vezes mais eficiência a favor do rádio, uma das razões do grande crescimento do veículo nos últimos anos. E com um custo 15 vezes menor. 10. Só o rádio acompanha o consumidor no verão, ganhando audiência sobre a TV. No verão as pessoas tendem a sair mais de casa durante a noite, o que esvazia o horário nobre da TV e aumenta bastante a audiência do rádio neste horário. Só ele pode ir com o consumidor para os bares, praças, a beira da praia e os calçadões. É um veículo especializado em acompanhar o consumidor onde for, marcando presença a todo o momento em sua vida. O rádio acorda e passa todo o dia com seu cliente.

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11. O rádio é o veículo de maior credibilidade. Todos os anos são realizadas pesquisas para aferir a credibilidade dos vários setores junto ao público, todo ano o rádio brilha. Ele é o segundo em credibilidade, logo atrás da igreja Católica, 6 posições acima dos jornais e 10 posições acima da televisão. Ou seja: as pessoas acreditam muito mais no que é veiculado no rádio e isto se reflete também em sua propaganda, que ganha veracidade. 12. Uma produção de rádio custa 95% menos. Você pode usar 10 helicópteros, 20 carros de Fórmula Um, uma fábrica inteira e milhares de pessoas em um spot de rádio gastando quase nada e em um prazo recorde. Isto porque o rádio usa a imaginação do consumidor ao invés de usar o seu bolso. Tente fazer a mesma cena na televisão e ela se transforma em uma superprodução de alguns milhares de dólares e meses de filmagem (se o tempo permitir). Além disso, quando você mostra uma "bela mulher" na TV, ela pode agradar ou não ao consumidor. Mas se você dez a ele, no rádio, que ali está uma "bela mulher", ele imagina a mulher de seus sonhos. 13. O spot de rádio pode mudar em uma hora. Um bom comercial de rádio pode ser produzido e estar no ar em menos de uma hora, enquanto o de TV requer mais de um dia e a boa vontade da emissora. Não é à toa que vemos tantos comerciais "de natal" sendo veiculados na TV após 15 de dezembro, coisa que na rádio não acontece porque nele o comercial já mudou na madrugada do dia 16. No rádio sua loja pode fazer uma promoção diferente por dia ou até por hora, adequada ao ritmo de seus consumidores. Na TV isso é simplesmente impossível. 14. Anunciar no rádio custa 15 vezes menos. Parece incrível um veículo tão superior ainda por cima ser mais barato, mas é verdade. O rádio não só é mais barato que a TV, ele custa 15 vezes menos do que ela. Com o dinheiro que você gasta anunciando uma semana na TV, seu comercial pode passar 15 semanas no rádio, atingindo muito mais pessoas, com mais eficiência, isso durante o horário em que seu negócio está aberto. E o rádio ainda chega a milhares de consumidores que a TV não alcança.

ATENÇÃO A ESTAS EXPRESSÕES, ATITUDES E SUAS APLICABILIDADES.

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SEGMENTO Grupo de consumidores com perfil e comportamento de compra idêntico. 2. Pedaço do mercado total. SEGMENTAÇÃO Técnica de dividir o mercado em unidades geográficas ou em grupos de consumidores com interesses e comportamentos semelhantes. MARKETING 1. Conjunto das atividades empresariais destinadas à descoberta, conquista, manutenção e expansão de mercados para as empresas e suas marcas. 2. Área da empresa encarregada de planejar e administrar as tarefas de marketing.

MARKETING MIX - O conjunto das atividades necessárias à realização do marketing. Essas atividades são reunidas em quatro áreas básicas: Produto (tudo o que se refere ao produto ou serviço em si, como formulação física, características, produção, qualidade, etc.); Distribuição (tarefas necessárias para apresentar o produto/serviço ao consumidor, para que ele possa comprá-lo e consumi-lo); Promoção (todas as tarefas de comunicação de marketing, que visam promover o consumo do produto/serviço); e Preço (política de preço).

MERCADO Segmento de pessoas, empresas ou área geográfica onde estão os consumidores e prospects de uma empresa ou marca. MERCADO-ALVO Mercado objetivado pela empresa ou marca.

MERCADO-TESTE - Mercado escolhido pela empresa ou marca para fazer testes - de todos ou qualquer dos elementos do marketing mix - antes do lançamento definitivo de um produto ou serviço.

MÍDIA 1. Forma adaptada de média, que significa meio de comunicação, em latim e inglês. 2. Termo utilizado para designar os veículos de comunicação, no seu conjunto ou em particular. 3. Técnica publicitária que estuda e indica os melhores meios, veículos, volumes, formatos e posições para veicular as mensagens publicitárias. 4. Área especializada em mídia nas agências de propaganda. 5. Profissional especializado nas técnicas de mídia. MÍDIA BÁSICA Em um plano de mídia, o meio de comunicação (ou veículo) utilizado como base da comunicação a ser feita. MÍDIA DE APOIO Em um plano de mídia, os meios de comunicação (ou veículos) utilizados como complemento e apoio à mídia básica. MÍDIA ELETRÔNICA Os meios de comunicação eletrônicos, como o rádio, a televisão e até certos tipos de luminosos e outdoors eletronizados. O cinema, apesar de não ser necessariamente eletrônico, entra nessa categoria, por hábito do mercado.

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MÍDIA IMPRESSA Os meios de comunicação impressos, especialmente a revista e o jornal, incluindo também o outdoor e todo tipo de material impresso.

MÍDIA MIX Conjunto dos meios, veículos, formatos e posições utilizados em um plano de mídia. BREAK Intervalo comercial, no rádio e na televisão. BRIEFING Resumo, em inglês. Documento contendo a descrição da situação da marca ou empresa, seus problemas, oportunidades, objetivos e recursos para atingi-los. Base do processo de planejamento. BRIFAR Ato de passar o briefing para outra parte envolvida. PESQUISA Técnica para se conhecer as motivações, atitudes e comportamentos dos consumidores e prospects. Pode ser regular (quando realizada de forma sistemática), ou realizada de forma específica para um cliente, quantitativa e qualitativa. PESQUISA DE COMUNICAÇÃO Tipo de pesquisa realizada para aferir aspectos ligados à comunicação de marketing, como percepção da marca, índice de recall, compreensão da mensagem, etc. PESQUISA DE MERCADO Tipo de pesquisa realizada para aferir aspectos ligados ao produto em si e ao mercado, como motivações de consumo, necessidades e desejos dos consumidores e prospects, conceito dos principais concorrentes, etc. PESQUISA DE MÍDIA Tipo de pesquisa realizada para aferir aspectos ligados à mídia, como índices e perfil de audiência, hábitos de consumo de veículos e programas, relacionamento com os veículos, etc. PESQUISA QUALITATIVA Tipo de pesquisa realizada para aferir aspectos qualitativos de alguma questão, como percepção de imagem, atitudes diante de marcas e veículos, motivações, etc. PESQUISA QUANTITATIVA Tipo de pesquisa realizada para mensurar segmentos do mercado e as informações qualitativas pré-existentes ou levantadas pela pesquisa qualitativa. PLANEJAMENTO 1. Tarefa de realizar planos 2. Sinônimo de plano. 3. Área ou departamento das agências e demais empresas.

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MANUAL DO RADIALISTA ÍNDICE

I- Apresentação

II- Legislação do Radialista

A) Regulamentação Profissional

B) Regulamentação da Lei e descrição de funções

DESCRIÇÃO DE FUNÇÕES - QUADRO ANEXO AO DECRETO Nº 84.134 DE 30 DE OUTUBRO DE 1979.

LEI Nº 6.615, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1978.

Decreto nº 84.134 de 30/10/1979

DECRETO Nº 94.447, DE 16 DE JUNHO DE 1987.

DECRETO Nº 95.684, DE 28 DE JANEIRO DE 1988.

III- Interpretação da Legislação do Radialistas

1) Perguntas e Respostas 2) Jornada de Trabalho do Radialista 3) Registro Profissional 4) Orientações Gerais 5) Saúde/CIPA

IV- O que é FITERT

V- Conclusão

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I- APRESENTAÇÃO

O objetivo desde MANUAL DO RADIALISTA é o de oferecer aos trabalhadores em empresas de rádio e televisão, alguns esclarecimentos necessários à compreensão dos documentos legais que regulam a atividade profissional do Radialista. No Manual, estão incluídos na íntegra os três decretos oriundos do Poder Executivo que formam a Legislação Básica do Radialista. Tais documentos devem sempre ser analisados conjuntamente, pois os Decretos nº 94.447 de 16/06/87 (fim do Registro Provisório e criação das Comissões de Registro) e nº 95.684 de 28/01/88 (empregado iniciante), trouxeram modificações importantes no aspecto relacionado com o exercício da profissão. Entretanto, a legislação básica - onde encontramos a regulamentação profissional, está contida no decreto nº 84.134 de 30/10/79. Nela, estão incluídos direitos que significaram conquistas da categoria, como a carga horária de determinadas funções, acúmulos e descrições de atividades, entre outros. Pretendemos com este Manual oportunizar aos companheiros radialistas o conhecimento de seus direitos, através de esclarecimentos simples e objetivos da legislação que regulamenta a atividade. Nele, encontraremos observações sobre a Lei nº 6.615 de 16/12/78 que regulamentou a profissão e a análise dos decretos posteriores. Ao final, as formas de obtenção do Registro Profissional e a atuação das entidades sindicais dos radialistas neste processo. Desta maneira, esperamos estar contribuindo na organização de nossa categoria nos aspectos relacionados com a proteção legal ás atividades profissionais do radialista. Aos advogados, juízes, empresários e autoridades públicas administrativas, apresentamos este trabalho na forma de cooperação e esclarecimento. Ao colega radialista, em caso de dúvida, consulte sua entidade sindical, pois ela lhe proporcionará as orientações necessárias que possam surgir, na medida em que Acordos e/ou Convenções Coletivas ou Decisões Normativas, imponham novas cláusulas nas relações de trabalho. Federação Interestadual de Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão - FITERT

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II- A LEGISLAÇÃO DO RADIALISTA E A DESCRIÇÃO DE FUNÇÕES

A) Regulamentação Profissional - Lei nº 6.615 de 16/12/78

Após longos estudos, com o recolhimento de subsídios e reivindicações da classe dos Radialistas e a retomada dos Congressos Nacionais da categoria a partir de Florianópolis em 1975, foram elaborados documentos que procuravam sintetizar as aspirações de milhares de profissionais do rádio e da televisão. Aos poucos foi tomando corpo o documento que acabou originando a Lei dos Radialistas. Entregue às autoridades da época, as reivindicações da categoria chegaram ao conhecimento patronal. Ouvidas as partes interessadas, o Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional, onde não chegou a ser discutida a Lei nº 6.615, que regulamenta a profissão de Radialista. Esta lei entrou em vigor no dia 16/12/1978, quando foi publicada no Diário Oficial da União. Portanto, esta data passou a ser de grande importância para os Radialistas brasileiros, pois ela passou a assegurar o direito ao registro Profissional para quem comprovasse o exercício da profissão em período anterior. Era o chamado " direito adquirido" pois, como sabemos, as leis começam a vigorar á partir de suas publicações. Assim, como até hoje, quem comprovar o exercício de qualquer uma das funções prevista no Decreto posterior, que regulamentou a Lei nº 6.615, tem o direito adquirido ao Registro Profissional de Radialista na função ou funções comprovadamente exercidas através da CTPS. Apesar de algumas falhas e de poucos artigos que ainda não traduziam as aspirações da categoria, a Regulamentação Profissional foi considerada uma vitória dos Radialistas. Ficava-se, então, no aguardo da Regulamentação da Lei. Como sabemos, publicadas as leis, elas posteriormente são regulamentadas. Aí residia a preocupação da classe, pois a regulamentação que deveria ser procedida num período máximo de 90 dias, extrapolou o prazo. Acabou acontecendo em 30 de Outubro de 1979, ou seja, mais de 10 meses após a publicação da lei.

B) Regulamentação da Lei

Como se previa, o Decreto 84.134, foi padrasto para a categoria dos Radialistas. Não só regulamentava a lei, como modificava seu espírito. Chegou-se até a argüir a sua inconstitucionalidade em face da extrapolação que se evidenciava no texto, principalmente no Parágrafo Único do Art.9º, com a criação da figura do "Registro Provisório ". Na lei, não existia, no regulamento ele apareceu. E surgiu como um instrumento capaz de modificar todo o sentido da regulamentação profissional. Sabemos que as categorias profissionais quando lutam por sua regulamentação, procuram fechar o seu campo de atuação contra a invasão de mão-de-obra desqualificada. Com a publicação do Decreto Regulamentador, este campo de atuação continuou aberto. Nos Congressos Nacionais da categoria que se seguiram, tomou-se posição frontalmente contrária ao Registro Provisório. Deliberou-se, por formas de atuação junto as Delegacias Regionais do Trabalho - DRTs - para que fornecessem tal registro. Num primeiro momento, ainda quando pairavam incertezas sobre a publicação oficial, muitas Delegacias não emitiram o "provisório". Com o decorrer do tempo, entretanto, os registros provisórios começaram a ser liberados, até mesmo com uma simples "promessa de emprego" das emissoras aos interessados. Portaria Ministerial, naquela época - em face de situações judiciais que ocorriam - recomendava às DRTs formas de procedimento para a liberação do Registro Provisório. Foi uma luta difícil dos Radialistas. Em alguns estados os sindicatos da categoria procuraram seguir as orientações do texto legal e iniciaram imediatamente a instalação de Cursos de Qualificação Profissional para Radialistas, previstos no Art.8º do Decreto. Esta era a única forma de evitar legalmente a emissão do

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Registro Provisório. Acontece que muitos Sindicatos não tinham a quem recorrer para a realização de tais eventos. Seria necessária a criação de currículos didáticos e a sistematização dos cursos a nível de formação de mão-de-obra e sua instalação em todos os municípios onde existissem emissoras de rádio e televisão, algo praticamente impossível de se realizar. Nas principais cidades e em muitos estados, os cursos foram instalados e frutificaram em seus objetivos. Além da oportunidade que propiciavam aos Radialistas em se regulamentarem na profissão, os cursos ofereciam e ainda oferecem algo muito importante no conjunto da classe: o aperfeiçoamento profissional aliado a visão crítica da atividade.

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DESCRIÇÃO DE FUNÇÕES - QUADRO ANEXO AO DECRETO Nº 84.134 DE 30 DE OUTUBRO DE 1979.

TÍTULOS E DESCRIÇÕES DAS FUNÇÕES EM QUE SE DESDOBRAM AS ATIVIDADES DOS RADIALISTAS

Observação importante: Este quadro anexo está atualizado, contém três novas denominações de funções (assinaladas com um * asterisco) e três novas funções (assinaladas com dois ** asteriscos), introduzidas pelo decreto nº 94.447 de 16/07/87, reproduzido mais adiante em sua íntegra.

I-ADMINISTRAÇÃO (ATIVIDADE)

1) RÁDIO - TV FISCAL Fiscaliza as transmissões ouvindo-as e vendo-as, elaborando o relatório seqüencial de tudo o que vai ao ar, principalmente a publicidade.

II- PRODUÇÃO (ATIVIDADE)

A ) AUTORIA (SETOR)

1) AUTOR - ROTEIRISTA Escreve originais ou roteiros para a realização de programas. Adapta originais de terceiros transformando-os em programas.

B) DIREÇÃO - (SETOR)

1) DIRETOR ARTÍSTICO OU DE PRODUÇÃO Responsável pela execução dos programas, supervisiona o processo de recrutamento e seleção de pessoal necessário, principalmente quanto à escolha dos produtores e coordenadores de programas. Depois de prontos, coloca os programas à disposição do Diretor de Programação.

2) DIRETOR DE PROGRAMAÇÃO Responsável final pela emissão dos programas transmitidos pela emissora, tendo em vista sua qualidade e a adequação dos horários de transmissão.

3) DIRETOR ESPORTIVO Responsável pela produção e transmissão dos programas e eventos esportivos. Desempenha, eventualmente, funções de locução durante os referidos eventos.

4) DIRETOR MUSICAL Responsável pela produção musical da programação, trabalhando em harmonia com o produtor de programas na transmissão e/ou gravação de números e/ou espetáculos musicais.

5) DIRETOR DE PROGRAMAS Responsável pela execução de um ou mais programas individuais, conforme lhe for atribuído pela Direção Artística ou de Produção, sendo também responsável pela totalidade das providências que resultam na elaboração do programa deixando-o pronto a ser transmitido ou gravado.

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C) PRODUÇÃO (SETOR)

1) ASSISTENTE DE ESTÚDIO Responsável pela ordem e seqüência de encenação, programa ou gravação dentro de estúdio, coordena os trabalhos e providencia para que a orientação do diretor do programa ou do diretor de imagens seja cumprida; providencia cartões, ordens e sinais dentro do estúdio que permitam emissão ou gravação do programa.

2) ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Responsável pela obtenção dos meios materiais necessários à realização de programas, assessorando o coordenador de produção durante os ensaios, encenação ou gravação de programas. Convoca os elementos envolvidos no programa a ser produzido.

3) OPERADOR DE CÂMERA DE UNIDADE PORTÁTIL EXTERNA * Encarrega-se da gravação de matéria distribuída pelo Supervisor de Operações, planifica e orienta o entrevistador, repórter e iluminador no que se refere aos aspectos técnicos de seu trabalho. Suas atividades envolvem tanto gravação, como geração de som e imagem, através de equipamento eletrônico portátil de tv.

4) AUXILIAR DE DISCOTECÁRIO Auxilia o discotecário programador no desempenho de suas atividades. Responsável pelos fichários de controle, catálogos e roteiros dos programas musicais, sob orientação do discotecário e do discotecário programador. Remete e recebe dos setores competentes o material de discoteca, em consonância com o encarregado de tráfego. Distribui nos arquivos ou estantes próprias, os discos, fitas e cartuchos, zelando pelo material e equipamentos do acervo da discoteca.

5) AUXILIAR DE OPERADOR DE CÂMERA DE UNIDADE PORTÁTIL EXTERNA * Encarrega-se do bom estado do equipamento e da sua montagem, e auxilia o operador de câmera na iluminação e na tomada das cenas.

6) CONTINUISTA Dá continuidade às cenas de programas, acompanhando a sua gravação e providenciando para que cada cena seja retomada no mesmo ponto e da mesma maneira com que foi interrompida.

7) CONTRA -REGRA Realiza tarefas de apoio à produção, providenciando a obtenção e guarda de todos os objetos móveis necessários à produção.

8) COORDENADOR DE PRODUÇÃO Responsável pela obtenção dos recursos materiais necessários à realização dos programas, bem como pelos locais de encenação ou gravação, pela disponibilidade dos estúdios e das locações, inclusive instalação e renovação de cenários. Planeja e providencia os elementos necessários à produção juntamente com o produtor executivo, substituindo-o em suas ausências.

9) COORDENADOR DE PROGRAMAÇÃO Coordena as operações relativas à execução dos programas; prepara os mapas de programação estabelecendo horários e a seqüência da transmissão, inclusive a adequada inserção dos comerciais para cumprimento das determinações legais que regulam a matéria.

10) DIRETOR DE IMAGENS (TV) Seleciona as imagens e efeitos que devem ser transmitidos e/ou gravados, orientando os

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câmeras quanto ao seu posicionamento e ângulo de tomadas. Coordena os trabalhos de som, imagens, gravação, telecine, efeitos, etc. Supervisionando e dirigindo toda a equipe operacional durante os trabalhos.

11) DISCOTECÁRIO Organiza e dirige os trabalhos de guarda e localização de discos, fitas e cartuchos, mantendo todo o material devidamente fichado, para uso imediato pelos produtores.

12) DISCOTECÁRIO PROGRAMADOR Organiza e programa as audições constituídas por gravações. Observa o tempo e cronometragem das gravações, bem como dos programas onde serão inseridas, trabalhando em estreito relacionamento com o discotecário e produtores musicais.

13) ENCARREGADO DE TRÁFEGO Organiza e dirige o tráfego de programas entre praças, emissoras, departamentos, etc. Controlando o destino e a restituição dos programas que saírem, nos prazos previstos.

14) FOTÓGRAFO Executa todos os trabalhos de fotografias necessários à produção e a programação, seleciona material e equipamento adequados para cada tipo de trabalho, exerce sua atividade em estreito relacionamento com o pessoal de laboratório e com os montadores.

15) PRODUTOR EXECUTIVO Organiza e produz programas de rádio ou televisão de qualquer gênero, inclusive tele-noticioso ou esportivo, supervisionando a utilização de todos os recursos neles empregados.

16) ROTEIRISTA DE INTERVALOS COMERCIAIS Elabora a programação dos intervalos comerciais das emissoras, distribuindo as mensagens comerciais ou publicitárias de acordo com a direção comercial da emissora.

17) ENCARREGADO DE CINEMA Organiza a exibição de filmes, assim como a sua entrega pelo fornecedor, verificando sua qualidade técnica antes e depois da exibição.

18) FILMOTECÁRIO Organiza e dirige os trabalhos de guarda e localização de filmes e vídeos-tapes, mantendo em ordem o fichário para uso imediato dos produtores.

19) EDITOR DE VIDEOTEIPE (VT) Edita os programas gravados em vídeotapes.

D) INTERPRETAÇÃO (SETOR)

1) COORDENADOR DE ELENCO Responsável pela localização e convocação do elenco, distribuição do material aos atores e figurantes e por todas as providências e cuidados exigidos pelo elenco que não sejam de natureza artísticas.

E) DUBLAGEM (SETOR)

1) ENCARREGADO DE TRÁFEGO Recebe, cataloga e encaminha às respectivas seções o material do filme a ser dublado,

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mantendo os necessários controles. Organiza, controla e mantém sob guarda esse material em arquivos apropriados, coordenando os trabalhos de revisão e reparos das cópias.

2) MARCADOR DE ÓTICO Marca o filme, indicando as partes em que será dividido, numerando-as de acordo com a ordem do "script".

3) CORTADOR DE ÓTICO E MAGNÉTICO Corta o filme nas partes marcadas, cola as pontas de sincronismo e faz os anéis de magnético; recupera o magnético para novo uso.

4) OPERADOR DE SOM DE ESTÚDIO Opera o equipamento de som no estúdio: microfone, mesa equalizadora, máquina sincrônica gravadora de som e demais equipamentos relacionados com o som e sua transcrição para cópias magnéticas.

5) PROJETISTA DE ESTÚDIO Opera projetor cinematográfico de estúdio de som, tanto nos estúdios de gravação como nos de mixagem.

6) REMONTADOR DE ÓTICO E MAGNÉTICO Após a dublagem do filme, une os anéis de ótico e de magnético, reconstituindo o filme em sua forma original, fazendo a revisão da cópia de trabalho.

7) EDITOR DE SINCRONISMO Opera a moviola ou equipamento correspondente, colocando o diálogo gravado em sincronismo com a imagem, revisando as bandas de música e efeitos.

8) CONTRA - REGRA/SONOPLASTIA Faz a complementação dos ruídos e efeitos sonoros que faltam na banda do rolo de fita magnética com músicas e efeitos sonoros (M.E).

9) OPERADOR DE MIXAGEM Opera máquinas gravadoras e reprodutoras de som, mesa equalizadora e mixadora, passando para uma única banda os sons derivados das bandas de diálogo, M.E. e contra - regra, revisando a cópia final.

10) DIRETOR DE DUBLAGEM ** Assiste ao filme e sugere a escalação do elenco para a sua dublagem, esquematiza a produção, programa os horários de trabalho, orienta a interpretação e o sincronismo do ator ou de outrem sobre sua imagem.

F) LOCUÇÃO (SETOR)

1) LOCUTOR ANUNCIADOR Faz leituras de textos comerciais ou não nos intervalos da programação, informações diversas e necessárias à conversão da programação.

2) LOCUTOR APRESENTADOR ANIMADOR Apresenta e anuncia programas de rádio ou televisão, realizando entrevistas e promovendo jogos, brincadeiras, competições e perguntas peculiares ao estúdio ou auditórios de rádio e televisão.

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3) LOCUTOR COMENTARISTA ESPORTIVO Comenta os eventos esportivos em rádio ou televisão, transmitindo as informações comerciais que lhe forem atribuídas. Participa de debates e mesas-redondas.

4) LOCUTOR ESPORTIVO Narra e eventualmente comenta os eventos esportivos em rádio ou televisão, transmitindo as informações comerciais que lhe forem atribuídas. Participa de debates e mesas-redondas.

5) LOCUTOR NOTICIARISTA DE RÁDIO Lê programas noticiosos de rádio, cujo os textos são previamente preparados pelo setor de redação.

6) LOCUTOR NOTICIARISTA DE TELEVISÃO Lê programas noticiosos de televisão, cujo os textos são previamente preparados pelo setor de redação.

7) LOCUTOR ENTREVISTADOR Expõe e narra fatos, realiza entrevistas pertinentes aos fatos narrados.

G) CARACTERIZAÇÃO (SETOR)

1) CABELEIREIRO Propõe e executa penteados para intérpretes e participantes de programas de televisão, responsável pela guarda e conservação de seus instrumentos de trabalho.

2) CAMAREIRO Assiste os intérpretes e participantes no que se refere à utilização da roupagem exigida pelo programa, retirando-a do seu depósito e cuidando do seu aspecto e guarda até sua devolução.

3) COSTUREIRO Confecciona as roupas conforme solicitadas pelo figurinista, reforma e conserta peças, adaptando-as às necessidades da produção, faz os acabamentos próprios na confecções.

4) GUARDA -ROUPEIRO Guarda e conserva todas as roupas que lhe forem confiadas, providenciando sua manutenção e fornecimento quando requerido.

5) FIGURINISTA Cria e desenha todas as roupas necessárias à produção e supervisiona sua confecção.

6) MAQUILADOR Executa a maquilagem dos intérpretes, apresentadores e participantes dos programas de televisão, responsável pela guarda e manutenção dos seus instrumentos de trabalho.

H) CENOGRAFIA (SETOR)

1) ADERECISTA Providencia, inclusive confeccionando, todo e qualquer tipo de adereços materiais necessários aos cenários de acordo com a solicitações e especificações do setor competente, adequando as peças confeccionadas à linha do cenário.

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2) CENOTÉCNICO Responsável pela construção e montagem dos cenários, de acordo com as especificações determinadas pela produção.

3) DECORADOR Decora o cenário a partir da idéia preestabelecida pelo diretor artístico ou de produção. Seleciona o mobiliário necessário à decoração, procurando ambientá-lo ao espírito do programa produzido.

4) CORTINEIRO -ESTOFADOR Confecciona e conserta as cortinas, tapetes e estofados necessários à produção.

5) CARPINTEIRO Prepara material em madeira para cenografia e outras destinações.

6) PINTOR - PINTOR ARTÍSTICO * Executa trabalho de pintura dos cenários, de acordo com as exigências da produção ou a pintura artística dos cenários; prepara cartazes para utilização nos cenários; amplia quadros e telas; zela pela guarda e conservação dos materiais e instrumentos de trabalho, indispensável à execução de sua tarefa.

7) MAQUINISTA Monta, desmonta e transporta os cenários, conforme orientação do cenotécnico.

8) CENÓGRAFO ** Projeta o cenário, de acordo com o produtor e o diretor de programa; executa plantas baixa e alta do cenário; desenha os detalhes em escala para execução do cenário; indica as cores do cenários; orienta e dirige a montagem dos cenários e orienta o contra-regra quanto aos adereços necessários ao cenário.

9) MAQUETISTA ** Desenha e executa maquete para efeito de cena.

III - TÉCNICA (ATIVIDADE)

A) DIREÇÃO (SETOR)

1) SUPERVISOR TÉCNICO Responsável pelo bom funcionamento de todos os equipamentos em operação necessários às emissões, gravações, transporte e recepção de sinais e transmissões de uma emissora de rádio ou televisão.

2) SUPERVISOR DE OPERAÇÃO Responsável pelo fornecimento à produção dos meios técnicos, equipamentos e operadores, a fim de possibilitar a realização dos programas.

B) TRATAMENTO E REGISTROS SONOROS (SETOR)

1) OPERADOR DE ÁUDIO Opera mesa de áudio durante gravações e transmissões, respondendo por sua qualidade.

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2) OPERADOR DE MICROFONE Cuida da transmissão através de microfones dos estúdios ou externas de televisão, até as mesas controladoras, sob as instruções do diretor de imagens ou do operador de áudio.

3) OPERADOR DE RÁDIO Opera a mesa de emissora de rádio. Coordena e é responsável pela emissão dos programas e comerciais no ar, de acordo com o roteiro de programação. Recebe transmissão externa e equaliza os sons.

4) SONOPLASTIA Responsável pela realização e execução de efeitos especiais e fundos sonoros pedidos pela produção ou direção dos programas. Responsável pela sonorização dos programas.

5) OPERADOR DE GRAVAÇÕES Responsável pela gravação de textos, músicas, vinhetas, comerciais, etc., para ser utilizada na programação, encarregando-se da manutenção dos níveis de áudio, equalização e qualidade do som.

C) TRATAMENTO E REGISTROS VISUAIS (SETOR)

1) OPERADOR DE CONTROLE MESTRE (MASTER) Opera o controle mestre de uma emissora, seleciona e comuta diversos canais de alimentação, conforme roteiro de programação e comerciais preestabelecidos.

2) AUXILIAR DE ILUMINADOR Presta auxílio direto ao iluminador na operação dos sistemas de luz, transporte e montagem dos equipamentos. Cuida da limpeza e conservação dos equipamentos, materiais e instrumentos indispensáveis ao desempenho da função.

3) EDITOR DE VÍDEOTAPE (VT) Edita os programas gravados em videotape; maneja as máquinas operadoras durante a montagem final e edição; ajusta as máquinas; determina, conforme orientação do diretor de programa, o melhor ponto de edição.

4) ILUMINADOR Coordena e opera todo o sistema de iluminação de estúdios ou de externas, zelando pela segurança e bom funcionamento do equipamento. Elabora o plano de iluminação de cada programa ou série de programas.

5) OPERADOR DE CABO Auxilia o operador de câmera na movimentação e deslocamento das câmeras, inclusive pela movimentação dos cabos e outros equipamentos de câmera.

6) OPERADOR DE CÂMERA Opera as câmeras, inclusive as portáteis ou semi-portáteis, sob orientação técnica do diretor de imagens.

7) OPERADOR DE MÁQUINA DE CARACTERES Opera os caracteres nos programas gravados, filmes, vinhetas, chamadas, com forme roteiro da produção.

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8) OPERADOR DE TELECINE Opera projetores de telecine, municiando-os de acordo com as necessidades de utilização, efetua ajustes operacionais nos projetores (foco, filamento e enquadramento).

9) OPERADOR DE VÍDEO Responsável pela qualidade de imagens no vídeo, operando os controles, aumentando ou diminuindo o vídeo e pedestal, alinhando as câmeras, colocando os filtros adequados e corrigindo as aberturas de diafragma.

10) OPERADOR DE VÍDEOTAPE (VT) Opera as máquinas de gravação e reprodução dos programas em vídeotape, mantendo responsabilidade direta sobre os controles indispensáveis à gravação e reprodução.

D) MONTAGEM E ARQUIVAMENTO (SETOR)

1) ALMOXARIFE TÉCNICO Controla e mantém sob sua guarda todo o material em estoque, necessário à técnica, organizando fichários e arquivos referentes aos equipamentos e componentes eletrônicos. Controla entrada e saída do material.

2) ARQUIVISTA DE TAPES Arquiva os tapes, zela pela conservação das fitas, audiotapes e videotapes, organiza fichários e distribui o material para os setores solicitantes, controlando sua saída e devolução.

3) MONTADOR DE FILMES Responsável pela montagem de filmes. Faz projeções, corte e remontagem dos filmes depois de exibidos.

E) TRANSMISSÃO DE SONS E IMAGENS (SETOR)

1) OPERADOR DE TRANSMISSOR DE RÁDIO Opera transmissores de rádio para recepção geral em todas as freqüências em que operam os rádios comerciais. Ajusta equipamentos, mantém níveis de modulação, faz leituras de instrumentos, executa manobras de substituição de transmissores, faz permanente monitoragem do sinal de áudio irradiado.

2) OPERADOR DE TRANSMISSOR DE TELEVISÃO Opera os transmissores ou os equipamentos de estação repetidora de televisão, efetua testes de áudio e vídeo com os estúdios, mantém a modulação de áudio e vídeo dentro dos padrões estabelecidos, faz leituras dos instrumentos e executa manobra de substituição de transmissores, aciona gerador de corrente alternada, quando necessário, faz permanente monitoragem dos sinais de áudio e vídeos irradiados.

3) TÉCNICO DE EXTERNAS Responsável pela conexão entre o local da cena ou evento externo e o estúdio, a pontos intermediários ou a locais de gravação designados.

F) REVELAÇÃO E COPIAGEM DE FILMES (SETOR)

1) TÉCNICO LABORATORISTA Realiza os trabalhos necessários à revelação e copiagem de filmes.

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2) SUPERVISOR TÉCNICO DE LABORATÓRIO Supervisiona os serviços dos técnicos laboratoristas; relaciona os filmes e fotos que estão sob responsabilidade do seu setor, anotando sua origem e promovendo a sua devolução. Supervisiona a conservação e estoque do material do laboratório.

G) ARTES PLÁSTICAS E ANIMAÇÃO DE DESENHOS E OBJETOS (SETOR)

1) DESENHISTA Executa desenhos, contornos e letras necessários à confecção de "slides" , vinhetas e outros trabalhos gráficos para a produção de programas.

H) MANUTENÇÃO TÉCNICA (SETOR)

1) ELETRICISTA Instala e mantém circuitos elétricos necessários ao funcionamento dos equipamentos da emissora. Procede à manutenção preventiva e corretiva dos sistemas elétricos instalados.

2) TÉCNICO DE MANUTENÇÃO ELETROTÉCNICA Realiza a manutenção elétrica dos equipamentos, cabines de força e grupos geradores de energia em rádio e televisão.

3) MECÂNICO Faz manutenção do equipamento mecânicos inclusive motores substitui ou recupera peça de equipamentos. Responsável por instalação e manutenção mecânica de torres e antenas

4) TÉCNICO DE AR -CONDICIONADO Realiza a manutenção dos equipamentos de ar condicionado mantendo a refrigeração dos ambientes no níveis exigidos.

5) TÉCNICO DE ÁUDIO Procede a manutenção de toda a aparelhagem de áudio; efetua montagens e testes de equipamentos de áudio mantendo-os dentro dos padrões estabelecidos.

6) TÉCNICO DE MANUTENÇÃO DE RÁDIO Responsável pelo setor de manutenção de equipamentos de radiodifusão sonora assim como de todos os seus acessórios.

7) TÉCNICO DE MANUTENÇÃO DE TELEVISÃO Responsável pela manutenção dos equipamentos de radiodifusão sonora e de imagem, assim como de todos os seus acessórios.

8) TÉCNICO DE ESTAÇÃO RETRANSMISSORA E REPETIDORA DE TELEVISÃO Faz a manutenção e consertos dos equipamentos de estação repetidora de televisão ou retransmissora de rádio conforme orientação do operador de estação.

9) TÉCNICO DE VÍDEO Responde pelo funcionamento de todo o equipamento operacional de vídeo, bem como pela instalação e reparos da aparelhagem, executando sua manutenção preventiva. Monta equipamentos, testa sistema de apoio técnico à operação.

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III - INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO DO RADIALISTA

1 ) PERGUNTAS E RESPOSTAS

Para entendermos os dispositivos da legislação do Radialistas, tomamos por base o decreto nº 84.134 visto nas páginas anteriores, pois o recente decreto nº 94.447 alterou apenas dispositivos atinentes ao Registro Profissional, criando às Comissões de Radialistas e mais 3 novas funções. Pois bem, vamos sintetizar o disposto no Decreto Regulamentador da Lei. Vamos por partes:

1) - Quem pode ser Radialista regulamentado ? Todo aquele que exerça uma ou mais funções estabelecidas e descritas no Quadro anexo ao Regulamento.

2) - O que é empresa de radiodifusão ? Leia com atenção o parágrafo Único do art.3º e você saberá quem são os patrões dos empregados Radialistas.

3) - Quais são as ATIVIDADES do Radialista ? Vamos verificar o Art.4º. Encontraremos a profissão de Radialista dividida em 03 ramos de ATIVIDADES que são os seguintes: I- Administração; II- Produção e III- Técnica. Não vamos confundir ATIVIDADES com os SETORES de atuação do Radialista que serão analisados em seguida.

4) - Quais são as ATIVIDADES pertinentes aos ramos da Administração ? Na Administração , vamos encontrar apenas a figura do RÁDIO-TV FISCAL. A única em que é exigido o Registro Profissional para seu exercício (ver Quadro Anexo em seu início). As demais funções do ramo administração dispensam o prévio Registro Profissional, pois são funções de escritório, contabilidade, recepção, atendimento comercial e outras, próprias do quadro administrativo de uma empresa de rádio e televisão. Portanto, no item I- Administração, as coisas não são muito complicadas, apenas o RÁDIO-TV FISCAL necessita de registro para o exercício de sua função. Agora, se ele exercer, por exemplo, qualquer outra função administrativa ou não dentro da emissora, ele terá direito ao recebimento de um novo salário pela função exercida, não se caracterizando como "acúmulo de função", o que veremos mais adiante.

5) - Quais são as ATIVIDADES pertinentes ao ramo II- Produção ? Bem aí as coisas começam a se complicar um pouco mais, exigindo do radialista atenção redobrada para a interpretação do que se segue. Na atividade "PRODUÇÃO", vamos encontrar a palavra "SETOR", que deve ficar muito bem guardada na lembrança de todos. Portanto, as atividades do ramo II-PRODUÇÃO se subdividem nos seguintes setores:

a- AUTORIA b- DIREÇÃO c- PRODUÇÃO d- INTERPRETAÇÃO e- DUBLAGEM f- LOCUÇÃO g- CARACTERIZAÇÃO h- CENOGRAFIA

Atenção! Somente existirá ACÚMULO DE FUNÇÕES dentro de cada um dos setores acima mencionados, conforme o disposto no Art.16. Verifique no Quadro Anexo quais são as funções

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pertencentes a cada um dos setores acima mencionados. Vamos a um exemplo prático de acúmulo de funções. Ele ocorre apenas dentro do mesmo setor, quando o radialista exerce mais de duas funções ao mesmo tempo dentro de sua jornada de trabalho. O radialista foi contratado para exercer a função de LOCUTOR ANUNCIADOR. Mas ao mesmo tempo ele lê programas noticiosos e apresenta programas de rádio, em suma, ele lê comerciais, notícias e apresenta programas. Terá direito a dois acúmulos de funções. Os percentuais a incidirem sobre o seu salário principal, variarão de acordo com a potência da emissora (ver Art.16 e seus demais incisos). Aí se caracteriza um autêntico ACÚMULO DE FUNÇÕES, pois foram todas acumuladas dentro do mesmo setor de atividade do radialista. Se a função for "acumulada" de um setor para outro, deixa de ser acúmulo para se tornar outra relação contratual que exige um novo salário.

6) - Quais são as ATIVIDADES pertinentes ao ramo III- Técnica ? É o mesmo sistema apresentado acima no que concerne à situação de ACÚMULO DE FUNÇÕES, em nada diferindo. Entretanto, as funções da atividade III-Técnica, se subdividem nos seguintes setores:

a- DIREÇÃO b- TRATAMENTO E REGISTROS SONOROS c- TRATAMENTO E REGISTROS VISUAIS d- MONTAGEM E ARQUIVAMENTO e- TRANSMISSÃO DE SONS E IMAGENS f- REVELAÇÃO E COPIAGEM DE FILMES g- ARTES PLÁSTICAS E ANIMAÇÃO DE DESENHOS E OBJETOS h- MANUTENÇÃO TÉCNICA

Verifique no Quadro Anexo quais as funções pertencentes a cada um dos setores acima descritos. Vamos a um outro exemplo muito comum que todos pensam em se tratar de ACÚMULO DE FUNÇÃO. Com o advento das rádios Fms, tornou-se comum designar o LOCUTOR-OPERADOR, de Locutor Executivo ou Comunicador. Primeiro, queremos dizer que estas funções não existem no Setor Locução; em segundo lugar, que não existe ACÚMULO DE FUNÇÃO no exercício destas duas funções ao mesmo tempo, pois cada uma delas pertence a setores diferentes. A LOCUÇÃO, ao setor de Locução e o OPERADOR DE ÁUDIO, ao setor de Tratamento e Registros Sonoros. Assim, de imediato, o chamado "Locutor-Executivo" e/ou "Comunicador" tem direito a dois salários, um como Locutor e outro como Operador de Áudio. Agora, comumente, ele acumula funções dentro de cada um destes setores. Muitas vezes, na qualidade de Locutor, ele está lendo comerciais, hora-certa e dando nomes de músicas, numa função inerente ao LOCUTOR ANUNCIADOR; em outras vezes e, ao mesmo tempo, ele está lendo noticiários, portanto, ACUMULANDO a função de LOCUTOR NOTICIARISTA. A mesma coisa pode acontecer quando ele exerce a função de OPERADOR DE ÁUDIO podendo estar acumulando funções dentro do Setor de Tratamento e Registros Sonoros. Portanto, não esqueça: o ACÚMULO DE FUNÇÕES SÓ ACONTECE QUANDO EXERCIDO DENTRO DE UM MESMO SETOR; FORA DELE SIGNIFICA DIREITO AO RECEBIMENTO DE OUTRO SALÁRIO. Atente também para o Art.17, onde existe um tipo diferenciado de ACUMULO. É aquele com responsabilidade de chefia e que tem um percentual fixo de 40% sobre o salário, independente da potência da emissora.

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2) JORNADA DE TRABALHO DO RADIALISTA

DURAÇÃO MÁXIMA DE 5 HORAS DIÁRIAS

Destina-se aos setores de:

A- AUTORIA que corresponde a uma única função:

Autor Roteirista

B- LOCUÇÃO que corresponde a 7 funções:

Locutor Anunciador Locutor Apresentador Animador Locutor Comentarista Esportivo Locutor Esportivo Locutor Noticiarista de Rádio Locutor Noticiarista de TV Locutor Entrevistador

DURAÇÃO MÁXIMA DE 6 HORAS DIÁRIAS

Assim destinadas:

C- PRODUÇÃO (19 funções)

1- Assistente de Estúdio 2- Assistente de Produção 3- Auxiliar de Operador de Câmera de Unidade Portátil Externa (nova denominação do Auxiliar de Cinegrafista)* 4- Auxiliar de Discotecário 5- Operador de Câmera de Unidade Portátil Externa (nova denominação de Cinegrafista)* 6- Continuista 7- Contra- Regra 8- Coordenador de Produção 9- Coordenador de Programação 10- Diretor de Imagens (TV) 11- Discotecário 12- Discotecário- Programador 13- Encarregado de Tráfego 14- Fotógrafo 15- Produtor Executivo 16- Roteirista de Intervalos Comerciais 17- Encarregado de Cinema 18- Filmotecário 19- Editor de VT

OBS: As funções assinaladas com o asterisco tiveram suas designações modificadas através do novo decreto nº 94.447.

D- INTERPRETAÇÃO (01 função)

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1- Coordenador de Elenco

E- DUBLAGEM (10 funções)

1- Encarregado de Tráfego 2- Marcador de Ótico 3- Cortador de Ótico e Magnético 4- Operador de Som de Estúdio 5- Projecionista de Estúdio 6- Remontador de Ótico e Magnético 7- Editor de Sincronismo 8- Contra- Regra/Sonoplasta (M.E) 9- Operador de Mixagem 10- Operador de Mixagem 11- Diretor de Dublagem*

OBS: Esta última função assinalada com asterisco foi incluída através do decreto nº 94.447. B- TRATAMENTO E REGISTRO SONOROS (5 funções)

1- Operador de Áudio 2- Operador de Microfone 3- Operador de Rádio 4- Sonoplasta 5- Operador de Gravações

C- TRATAMENTO E REGISTROS VISUAIS (10 funções)

1- Operador de Controle Mestre 2- Auxiliar de Iluminador 3- Editor de Videoteipe (VT) 4- Iluminador 5- Operador de Cabo 6- Operador de Câmera 7- Operador de Máquina e Caracteres 8- Operador de Telecine 9- Operador de Vídeo 10- Operador de Videoteipe (VT)

D- MONTAGEM E ARQUIVAMENTO (3 funções)

1- Almoxarife Técnico 2- Arquivista de Tapes 3- Montador de Filmes

E- TRANSMISSÃO DE SONS E IMAGENS (3 funções)

1- Operador de Transmissor de Rádio 2- Operador de Transmissor de Televisão 3- Técnico de Externas

F- REVELAÇÃO E COPIAGEM DE FILMES (2funções)

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1- Técnico Laboratorista 2- Supervisor Técnico de Laboratório

G- ARTES PLÁSTICAS E ANIMAÇÃO DE DESENHO E OBJETOS (1 função)

1- Desenhista

H- MANUTENÇÃO TÉCNICA (9 funções)

1- Eletricista 2- Técnico de Manutenção Eletrotécnica 3- Mecânica 4- Técnico de Ar Condicionado 5- Técnico de Áudio 6- Técnico de Manutenção de Rádio 7- Técnico de Manutenção de Televisão 8- Técnico de Estação Retransmissora e Repetidora de Televisão 9- Técnico de Vídeo

OBS: Para os setores com jornadas diárias superior a 06 horas, não há na Lei dos Radialistas previsão de intervalo para descanso. Entretanto, a CLT em seu Art.71, parágrafo 1º e 2º, prevê períodos de descanso de 15 minutos após a quarta hora de trabalho, para jornadas que não exceda, 06 horas, sendo que este intervalo não será computado na duração do trabalho, mas sim usufruído como tal.

DURAÇÃO MÁXIMA DE 7 HORAS DIÁRIAS

OBS: Aqui, a legislação contempla o período de descanso. Deduz-se desse tempo um intervalo de 20 minutos para descanso, sempre que se verificar esforço contínuo de mais de 03 horas.

SETORES

G- CARACTERIZAÇÃO (6 funções)

1- Cabelereiro 2- Camareiro 3- Costureiro 4- Guarda- Roupeiro 5- Figurinista 6- Maquilador

H- CENOGRAFIA (9 funções)

1- Aderecista 2- Cenotécnico 3- Decorador 4- Cortineiro- Estofador 5- Carpinteiro 6- Pintor Artístico (nova denominação da função de Pintor)* 7- Maquinista 8- Cenógrafo* 9- Maquetista

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OBS: As funções assinaladas com asterisco referem-se as alterações introduzidas pelo decreto nº 94.447. A antiga função de PINTOR, passou a denominar-se PINTOR ARTÍSTICO. Foram acrescentadas mais duas novas funções: CENÓGRAFO e MAQUETISTA.

DURAÇÃO MÁXIMA DE 8 HORAS DIÁRIAS

Esta carga máxima horária abrange as funções ligadas às áreas de DIREÇÃO, tanto das atividades II-PRODUÇÃO e III- TÉCNICA, como também a função de Rádio TV Fiscal de atividade I- ADMINISTRAÇÃO.

ATIVIDADE I - ADMINISTRAÇÃO (1 função)

1- Rádio TV Fiscal

ATIVIDADE II - PRODUÇÃO

SETORES

B) DIREÇÃO (05 funções)

1- Diretor Artístico ou de Produção 2- Diretor de Programação 3- Diretor Esportivo 4- Diretor Musical 5- Diretor de Programas

ATIVIDADES III- TÉCNICA

SETORES

A) DIREÇÃO (02 funções)

1- Supervisor Técnico 2- Supervisor de Operação

OBS: As funções com carga máxima de 08 horas diárias, não podem ultrapassar a jornada máxima de 44 horas semanais. No total, somando-se as 03 funções novas apresentadas pelo último Decreto, o de nº 94.447 de 16/06/87, temos na Regulamentação do Radialista:

03 ATIVIDADES 16 SETORES 94 FUNÇÕES

3) REGISTRO PROFISSIONAL

São considerados radialistas regulamentados os profissionais que sejam empregados de empresas de radiodifusão (ver art.3º) que exerçam uma das funções em que se desdobram as

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atividades mencionadas no Art.4º do decreto nº 84.134. Portanto, está claro na legislação, a inexistência da figura do "prestador de serviço". Assim, a conceituação ficou com as normas do direito do trabalho comum previstas no art.3º da CLT, onde estão os requisitos que configuram quem é radialista:

1- pessoalidade; 2- serviço de natureza não eventual; 3- subordinação jurídica ao empregador; 4- remuneração.

Entretanto, para ser radialista, o pretendente à profissão, para poder exercê-la, deve providenciar seu registro prévio junto ao órgão administrativo competente que é a Delegacia Regional do Trabalho. O Registro Profissional tem validade em todo o território nacional.. Os sindicatos consideram que somente de três maneiras o radialista pode obter o seu registro profissional: 1- por direito adquirido (comprovar o exercício da profissão até o dia 19/12/78, data em que foi publicada a Regulamentação Profissional); 2- através da realização de Cursos de Qualificação Profissional (previsto no Art.8º ); 3- na falta de cursos, através das Comissões de radialistas previstas no novo decreto nº 94.447.

Por direito adquirido entende-se todo aquele radialista que tenha exercido uma ou mais das funções descritas no quadro anexo do regulamento da Lei até a data de 19/12/78 em que foi publicada a lei. Basta que o radialista se dirija ao seu Sindicato munido de sua Carteira Profissional onde conste o(s) contrato(s) de trabalho que tenha mantido com empresa de radiodifusão. Sem a Carteira de Trabalho, nenhum outro documento assegurará a comprovação do real exercício da função de radialista. O sindicato encaminhará a documentação ao órgão competente para o devido registro. Para os novos radialistas, estão previstos na legislação os Cursos de Treinamento ou Qualificação para função. Os referidos cursos serão de curta duração, devendo ser aplicados por entidades reconhecidas como formadoras de mão de obra. Aos Sindicatos, cabe ordenar a realização de tais cursos com a finalidade de regulamentar, numa primeira etapa, aqueles radialistas que estão em atividade de forma ilegal, regulando dessa forma o mercado de trabalho, assegurando-lhe o seu devido equilíbrio na oferta de mão de obra especializada. Na falta de condições para a implantação dos cursos ou na impossibilidade de ministrá-los para algumas funções, o novo Decreto nº 94.447 de 16/06/87 prevê a formação de Comissões de Radialistas que terão a incumbência de emitir parecer sobre os pedidos de registro. Estas Comissões estão em fase de formação, faltando ainda a normalização dos critérios que por elas serão adotadas, de forma uniformizada em todo o território nacional para que funcionem com toda a criteriosidade necessária. Em breve, as entidades sindicais dos radialistas emitirão normas de regularização das Comissões de Radialistas.

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4) ORIENTAÇÕES GERAIS

Com a leitura atenta do MANUAL DO RADIALISTA, os companheiros tem uma visão elucidativa de seus direitos. Entretanto, tornam-se importantes mais alguns esclarecimentos de ordem geral que estão interligados, tanto à nova Constituição Federal (que é a Lei Maior), quanto aos dissídios, convenções ou acordos coletivos e as leis trabalhistas.

a) Grupo Econômico Existe uma súmula, a de nº 129 do Tribunal Superior do Trabalho, que diz o seguinte: "A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário". Entretanto, a lei do radialista não permite a aplicação desta Súmula. Uma lei se sobrepões a uma Súmula. No Art.12 do decreto 84.134 e na própria Lei 6.615, há obrigação do empregador em anotar a Carteira Profissional do empregado, o nome da emissora para qual será prestado o serviço. Assim um Locutor ou Operador trabalha para a rádio "A" e seu serviço é utilizado por outras emissoras, mesmo pertencentes ao mesmo dono ou grupo econômico , deve receber por isto, como se um novo contrato de trabalho existisse. Assim, todos os radialistas que prestarem serviço à outra emissora (outro prefixo) tem direito a um novo Contrato de Trabalho.

b) Prestação de Serviço O Art.14 do decreto 84.134 proíbe a prestação de serviço sem vínculo empregatício. Ele não permite a intermediação de mão de obra por agência de locação ou algo parecido. É comum hoje em dia, as emissoras "solicitarem" aos funcionários para que se transformem em "pessoas jurídicas", visando com isto fugirem às obrigações sociais e ao disposto na legislação da categoria. A justiça do trabalho não tem aceito este tipo de fraude e manda pagar todos os direitos trabalhistas ao empregado nestas condições. Vai aqui, também, um alerta às emissoras que gostam de ceder seus espaços para "radialistas- pára-quedistas", que apresentam programas em troca, apenas, da promoção pessoal. Amanhã ou depois, eles entrarão na justiça reclamando salário e anotação de contrato de trabalho. O certo mesmo é contratar um radialista profissional.

c) Jornada Semanal A nova Constituição prevê o máximo de 44 horas semanais de trabalho. O que passar disso, será considerado extraordinário. Nos casos de função regulamentada, a jornada semanal é inferior, como foi visto anteriormente.

d) Hora-Extra A nova Constituição prevê um mínimo de 50% sobre a hora extra, que não pode exceder a 2 horas por dia. Alguns Sindicatos tem conquistado percentuais superiores em seus dissídios, convenções ou acordos coletivos.

e) Horário Noturno Das 22:00 às 05:00 horas da manhã o trabalhador tem que receber mais 20% sobre a hora trabalhada. Neste período, a hora fica reduzida de 60 minutos para 52 minutos e 30 segundos. Assim, 07 horas de trabalho entre 22:00 e 05:00 equivalem a 8 horas.

f) Férias Após 12 meses de trabalho na mesma empresa, o trabalhador tem direito a 30 dias de férias, que lhe serão pagos antecipadamente e com mais 1/3, garantidos pela Nova Constituição. O trabalhador poderá converter até 10 dias de suas férias em abono. Para este cálculo, deve-se primeiro atualizar as férias com os 1/3, para chegar ao valor do abono.

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g) Licença Maternidade Desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. Portanto, a Nova Constituição assegura a gestante estabilidade no emprego, com direito a salário pelo período de 14 meses.

h) Licença Paternidade Por ocasião do nascimento de seu filho, o trabalhador tem direito a 5 dias de dispensa, sem prejuízo de seu salário e de seu emprego.

i) Serviço Militar Convocado para prestar Serviço Militar, o trabalhador tem seu contrato de trabalho suspenso. Não recebe salário neste período. O tempo conta para fins de aposentadoria e o FGTS deve ser recolhido mensalmente pelo seu empregador.

j) Acidente de Trabalho A partir do 16º dia o trabalhador acidentado tem seu contrato de trabalho suspenso. Recebe pela Previdência Social. O empregador tem que recolher FGTS normalmente.

k) FGTS Quando o trabalhador é demitido sem justa causa, se aposenta ou pede rescisão de contrato por falta grave do empregador, tem direito em retirar seu FGTS integralmente. Quando pede demissão, poderá retirar o fundo em parcelas, se comprovar que ainda não conseguiu novo emprego, bastando para tanto, declaração do seu Sindicato de que se encontra desempregado. Poderá também, movimentar seu FGTS total ou parcialmente, para aplicação de capital em empreendimentos de natureza econômica (autônomo, firma individual ou sociedade limitada), nos casos de necessidade grave pessoal ou familiar e por doença.

l) Parcelas Rescisórias Quando o trabalhador é demitido sem justa causa, tem direito a receber as parcelas rescisórias que são: aviso prévio, férias, férias proporcionais com o respectivo abono constitucional, 13º salário, liberação do FGTS com multa de 40% sobre o saldo dos depósitos. Após um ano de serviço na mesma empresa, a rescisão tem que ser assistida pelo Sindicato.

m) Prescrição A Nova Constituição ampliou para 5 anos o prazo prescricional. O trabalhador pode reclamar na Justiça exigindo pagamentos de direitos trabalhistas até 5 anos passados. Mas só pode reclamar no prazo de 2 anos após ter saído do emprego ou após a lesão de seus direitos.

n) Insalubridade Trabalho em lugar insalubre dá direito ao trabalhador de receber percentuais que variam de 10% (grau mínimo), 20% (grau médio) e 40% (grau máximo), calculados sobre o piso Nacional de Salário.

o) Periculosidade Trabalho em lugar perigoso dá direito ao trabalhador de receber um percentual de 30% sobre o seu salário.

p) Mandato de Segurança Coletivo Os sindicatos podem, diretamente, ingressar na Justiça, visando proteger em nome dos interessados, direito coletivo líquido e certo.

q) Substituto Processual Os sindicatos tem poderes para ajuizar reclamatória trabalhista em nome de integrantes da categoria, com ou sem a concordância dos mesmos.

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r) Acordo Coletivo É quando o Sindicato dos Trabalhadores firma Acordo Coletivo de Trabalho com uma ou mais empresas da categoria econômica correspondente.

s) Convenção Coletiva É quando o Sindicato dos Trabalhadores firma acordo com o Sindicato dos Empregadores, valendo suas cláusulas para toda as empresas da categoria econômica correspondente.

t) Dissídio Coletivo É quando trabalhadores e empregadores não chegam a um acordo. Instaura-se o dissídio e leva-se à Justiça do Trabalho para decisão.

u) Direitos do Autor Este é um assunto que merece atenção redobrada por parte de profissionais radialistas que tem suas obras utilizadas por terceiros, sem autorização ou pagamento para tal. A Constituição Federal, no Art.5º, inciso XXVIII, assegura a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas. O decreto nº 84.134 que regulamentou a Lei do Radialista, também assegura direitos ao autor, não permitindo exibição de obra, sem a devida remuneração. Como se vê, as tradicionais "cadeias esportivas", quando centenas de emissoras se utilizam graciosamente do trabalho de profissionais de uma só emissora, são formas indevidas do uso de direitos autorais sem o devido pagamento. Este é apenas um, dos vários exemplos que acontecem por ocasião da reprodução indevida do trabalho profissional do radialista. Os departamentos jurídicos de nossos sindicatos estão estudando formas de coibir tais abusos e exigir o pagamento pela reprodução, transmissão e retransmissão da imagem, da voz e da participação autoral dos profissionais de radiodifusão.

v) Carteira Profissional Principal documento do trabalhador. Nela, as empresas deverão registrar o contrato de trabalho, que é vínculo entre o trabalhador e a empresa. Para se aposentar, ou na necessidade de atendimento médico, é necessária a apresentação da carteira. Por isso, a Carteira Profissional Não pode ficar retida por mais de 48 horas. Sempre que for atualizar a carteira, peça um recibo à empresa, pois ela deverá assumir a responsabilidade no caso da perda ou qualquer outro dano provocado ao trabalhador.

w) Integração dos Adicionais Se você faz horas extras, trabalha a noite com direito a adicional noturno, ganha regularmente adicionais, preste atenção. Nas suas férias, verbas rescisórias, bem como junto com o 13º salário, deverão ser integrados esses valores recebidos habitualmente. Isto quer dizer que nas férias você deve receber o salário, o abono constitucional (1/3) e além disso, as médias dos adicionais e das horas extras.

x) Estabilidade Provisória A estabilidade no emprego é uma bandeira histórica no movimento sindical brasileiro. Apesar de não termos conquistado a estabilidade permanente, alguns trabalhadores passam a Ter estabilidade provisória (por tempo determinado) em função de determinadas situações.

I- Empregada Gestante A empregada gestante tem estabilidade até o fim da licença desde a confirmação da gravidez até 05 meses após o parto. Em cada estado, conforme a Convenção Coletiva, esta estabilidade pode se estender.

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II- Empregado no Serviço Militar O empregado tem garantido o seu emprego, da incorporação até o seu desligamento da unidade em que prestou o serviço.

III- Acidentados Os trabalhadores que se acidentarem, ou que estão com doenças provocadas ou agravadas pelo ambiente de trabalho, terão 12 meses de estabilidade após a cessação do recebimento do auxílio doença acidentário (alta médica após o período de afastamento com recebimento de auxílio acidentário). É bom lembrar que as empresas geralmente se negam a enviar a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), justamente para não reconhecer o acidente e dar estabilidade. Contudo a lei permite que o próprio trabalhador, ou sua família, ou seu sindicato, ou o médico que o assistiu, enviem a CAT, justamente para garantir uma maior atenção aos acidentados. O trabalhador deve enviar a CAT o mais rápido possível. A empresa é obrigada a enviar no máximo em 2 dias. Se não o fizer, aí o trabalhador deverá fazê-lo (diretamente ou via sindicato).

IV- Cipeiros Os trabalhadores eleitos para participar da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem garantida a estabilidade, da inscrição até um ano após o término do mandato.

y) Intervalo entre jornadas Todo trabalhador tem direito a um intervalo de 11(onze) horas entre duas jornadas de trabalho.

z) Mensalidade Associativa do Sindicato A CLT determina que qualquer empresa com mais de 10 funcionários é obrigada a descontar em folha a mensalidade do Sindicato, desde que autorizada pelo trabalhador. Se você não é sindicalizado, junte seus companheiros de trabalho, peça propostas de sócio ao seu sindicato e sindicalize-se. As mensalidades serão cobradas direto no pagamento. Isto é uma facilidade, um direito, mas principalmente, o fortalecimento da categoria e da classe trabalhadora.

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5) SAÚDE A atividade profissional do radialista tem levado vários companheiros a adquirirem problemas de saúde. O contato com os monitores de vídeo, a rádio freqüência dos transmissores, o peso das câmeras e vt's nos ombros, bem como a tensão nas centrais técnicas, os problemas de cordas vocais, de doenças pulmonares, são apenas alguns problemas de saúde presentes na categoria. Garantir melhores condições de trabalho para se evitar essas doenças é nossa principal bandeira. Para que possamos atingir este objetivo, é importante que todos nós participemos dos programas de saúde do trabalhador desenvolvidos pelos sindicatos. A ação preventiva é fundamental, já que a ação na justiça para o pagamento de adicionais não irão repor a saúde do trabalhador.

* A CIPA Um dos principais instrumentos para a garantia de melhores condições de trabalho é a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Ela 'é uma comissão paritária, igual número de representantes de trabalhadores e da empresa, onde os representantes dos trabalhadores são eleitos democraticamente pelos próprios trabalhadores. Toda a empresa de radiodifusão com mais de 50 empregados deverá Ter uma CIPA. As eleições são convocadas através de edital, dando publicidade a todos os trabalhadores da empresa. O prazo de inscrição de candidatos não poderá ser inferior a 15 dias. É obrigatório um curso para todos os cipeiros, antes de se iniciar o mandado. As atividades da CIPA ocorrerão sempre no horário de trabalho, estando o cipeiro dispensado do trabalho para o exercício do mandato.

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IV - O QUE É FITERT ?

A FITERT é uma Federação de Sindicatos, ou seja, é a entidade onde os sindicatos se filiam. Sua função fundamental é promover a união dos Radialistas a nível nacional, junto aos demais trabalhadores, para conquistar uma sociedade justa. Ela foi fundada no Congresso Nacional da categoria em Fevereiro de 1990, como uma resposta à ação patronal que a FENART, uma outra federação que diz representar os radialistas, vem adotando. Desde sua fundação, a FITERT tem conseguido atrair os Sindicatos mais combativos da nossa categoria, dando um salto de qualidade na organização, até então inexistente.

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V- CONCLUSÃO

A valorização da nossa profissão passa também pelo conhecimento da Lei que a regulamentou e das modificações posteriores.

Não podemos mais permitir que burlem a nossa profissão, que nosso mercado de trabalho seja ocupado sem a devida habilitação e, pior ainda, que haja trabalho sem remuneração num sistema de troca de favores com o patronato.

Por isso, a FITERT reeditou o Manual dos Radialistas, revisto e atualizado, contendo a Lei e os Decretos que regulamentam a profissão, pois entendemos que somente através do conhecimento da legislação poderemos exigir e fiscalizar o seu cumprimento.

Qualquer dúvida ou esclarecimento, ligue para um dos nossos sindicatos filiados ou para a secretaria geral da FITERT : (011) 3284-9877.

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