hilda hilst

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on-line - visitor map Click Ciência da Informação Livros Poetas de A - Z Poesia Brasil Sempre Poesia dos Brasis Poetas de Brasília Poesía Ibero-americana Poesia Visual Ordem alfabética Obras Publicadas Sobre o Autor Currículo Lattes Da Nirham Eros Ensaios, etc Terra Brasilis Poemas do Barão Coordination de ARICY CURVELLO HILDA HILST (1930 - 2004) PRELÚDIOS INTENSOS PARA OS DESMEMORIADOS DO AMOR i – Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca Austera. Toma-me AGORA. ANTES Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes Da morte, amor, da minha morte, toma-me Crava tua mão, respira meu sopro, deglute Em cadência minha escura agonia. Tempo do corpo este tempo, da fome Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento, Um sol de diamante alimentando o ventre, O leite da tua carne, a minha Fugidia. E sobre nós este tempo futuro urdindo Urdindo a grande tela. Sobre nós a vida A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo. Te descobres vivo sob um jugo novo. Te ordenas. E eu delinqüescida: amor, amor, Antes do muro, antes da terra, devo Devo gritar a minha palavra, uma encantada Ilharga Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza. (Júbilo Memória Noviciado da Paixão)

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Poesia brasileira em francês

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Page 1: Hilda Hilst

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Ciência da Informação Livros Poetas de A - Z Poesia Brasil Sempre Poesia dos Brasis Poetas de Brasília Poesía Ibero-americana Poesia Visual Ordem alfabética Obras Publicadas Sobre o Autor Currículo Lattes Da Nirham Eros Ensaios, etc Terra Brasilis Poemas do Barão

Coordination de ARICY CURVELLO

HILDA HILST (1930 - 2004)

PRELÚDIOS INTENSOS PARA OS DESMEMORIADOS DOAMOR

i –

Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha bocaAustera. Toma-me AGORA. ANTESAntes que a carnadura se desfaça em sangue, antesDa morte, amor, da minha morte, toma-meCrava tua mão, respira meu sopro, degluteEm cadência minha escura agonia. Tempo do corpo este tempo, da fomeDo de dentro. Corpo se conhecendo, lento,Um sol de diamante alimentando o ventre,O leite da tua carne, a minhaFugidia.E sobre nós este tempo futuro urdindoUrdindo a grande tela. Sobre nós a vidaA vida se derramando. Cíclica. Escorrendo. Te descobres vivo sob um jugo novo.Te ordenas. E eu delinqüescida: amor, amor,Antes do muro, antes da terra, devoDevo gritar a minha palavra, uma encantadaIlhargaNa cálida textura de um rochedo. Devo gritar

Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendoImensa. De púrpura. De prata. De delicadeza. (Júbilo Memória Noviciado da Paixão)

Page 2: Hilda Hilst

PRELUDES INTENSES POUR CEUX QUI ONT PERDU LA MEMOIRE D’ AMOUR Prends-moi. Ta bouche du lin sur ma boucheAustère. Prends-moi MAINTENANT, AVANTAvant que la carnation se défasse en sang, avantLa mort, mort amour, ma mort, prends-moiEnfonce ta main, respire mon souffle, avaleEn cadence ma sombre agonie. Temps du corps, ce temps-là, de la faimDu dedans. Corps se connaissant, lentement.Um soleil de diamant mourrissant le ventre,Le fait de la chair, la mienne.Fuyante.Et sur nous ce temps futur tissantTissant la grande toile. Au-dessus de nous la vieLa vie se répandant. Cyclique. S’ écoulant. Tu te reconnais vivant sous un joug nouveauTu te mets en ordre. Et moi, déliquescente: amour, amour,Avant le mur, avant la terre, je doisJe dois crier ma parole, un charmantFlancDans l’ ardente tessiture d’ un rocher. Je dois crierJe le dis à moi même. Mais à côté de toi, je me coucheImmense. En pourpure. En argent. En douceur. (Réjouissance Mémoire Noviciat de la Passion)

Ø Đ Φ

DA MORTE

I Te batizar de novoTe nomear num trançado de teiasE ao invés de MorteTe chamar Insana Fulva Feixe de flautas Calha CandeiaPalma, por que não ?Te recriar nus arco-írisDa alma, nuns possíveisConstruir teu nomeE cantar teus nomes perecíveis Palha Corça Nula PraiaPor que não ? (Odes Mínimas)

Page 3: Hilda Hilst

(Odes Mínimas)

DE LA MORT I Te baptiser de nouveauTe nommer dans une tresse de tilsEt au lieu de t’ appeler La MortTe dire Insensée Fauve Faisceau de flûtes Caniveau ChandellePalme, pourquoi pas ?Te recréer nus arcs-en-cielDe l’ âme, dans les possiblesConstruire ton nomEt chanter tes noms périssables Paille Biche Nulle PlagePourquoi pas ? (Odes Minimes)

Ø Đ Φ

( Da antologia bilingüe “Poésie du Brésil”, seleção de Lourdes Sarmento, edição Vericuetos,como nº 13 da revista literária francesa “Chemins Scabreux”, Paris, setembro de 1997. Traduções de Lucilo Varejão,Maria Nilda Miranda

Pessoa e outros. Os poemas acima foram compilados por Henrique Alves.)

Page 4: Hilda Hilst

DeHILST, Hilda. Da morte. Odes mínimas. De la mort. Odes minimes. Trad. Álvaro

Faleiros. São Paulo: Nankin Editorial; Montréal: Le Noroit, 1998. 135 p. ilus. col ISBN85-86373-06-4 Inclui cinco ilustrações a cores de autoria de Hilda Hilst.

à tua frente. em vaidade devant toi. en vanité

IE se eu ficasse eterna?DemonstrávelAxioma de pedra.

Et si je restais éternelle?DémonstrableAxiome de pierre.

IISe me alongasseComo as palmeiras

E em leque te fechasse?

Si je m´allongeaisComme les palmiers

Et en éventail te fermais?

IIIE crivada de hera?Mas só pensadaEm matemática pura.

Et criblée de lierre?

Mais n´être que penséeEm mathématique puré.

IV

E lívidaEm organdiEntre os escombros?Indefinível como criatura.

Eternamente viva.

Et livideEn organdiParmi les décombres?Indéfinissable comme créature.Éternellement vive.

V

E te abrindo ao meioComo as carrancasNa proa dos barcos?

Pesada como a antaTe espremendo.

Page 5: Hilda Hilst

Te espremendo.Guano sobre a tua cara.

Et à te fendre en deuxComme les trognesSur le prone des barques?

Lourde comme le tapirÀ te presser.Guano juste sur ta face.

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