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Ano VIII - Edição Nº 133 Agosto de 2010 ÍNDICE CADERNO A CADERNO ZOOM Radicalismo compromete ciência Cultura Esporte Futuridade 09 11 12 Opinião Política Saúde Geral Universidade Nosso Foco 02 03 04 05 07 08 Hidrelétricas na bacia pantaneira comprometem a biodiversidade Em quarenta anos a po- pulação brasileira dobrou, o que gerou a necessidade de se produzir mais ener- gia para comportar esse crescimento. A dificulda- de está em gerar energia sem agredir o meio ambi- ente. A polêmica envolve a aprovação da construção de 116 pequenas hidrelé- tricas (PCHs) na região pantaneira, sendo 70% delas na bacia do Alto Pa- raguai. Pág.08 Carro de corrida leva nome da UCDB para as pistas do Brasil Acadêmicos dos cur- sos Engenharia Mecatrô- nica e Engenharia Mecâ- nica da Universidade Ca- tólica Dom Bosco (UCDB) desenvolveram uma carro de corrida para participar do Campeonato Brasilei- ro de Fórmula Universi- tária (CBFU). O carro foi aprovado nos primeiros testes, resultado da dedi- cação dos alunos. Se- gundo o coordenador dos cursos de Engenha- ria Mecânica e Mecatrô- nica da UCDB, Mauro Conti Pereira os resulta- dos positivos do proje- to demonstram o empe- nho dos acadêmicos em se preparar para a com- petição. Pág. 07 Corrupção política monitorada por ONG Para que a população es- teja ciente das ações dos po- líticos, a Organização Não Governamental (ONG) Transparência Brasil dis- ponibiliza uma espécie de monitoramento da cor- rupção. Funcionando co- mo um tipo de agrupador de notícias, o site www.transparencia- brasil.org.br reúne grande parte das matérias rela- cionadas a ações suspei- tas por parte dos políti- cos brasileiros. O site re- presenta ainda uma par- cela da população que se preocupa com os refle- xos de atos de corrupção e expõe à sociedade no- mes que devem sair da impunidade. Pág.03 Eleição - Período eleitoral é o mais vigiado para evitar corrupção Polêmica - Ministério Público Federal e entidades que defendem o meio ambiente lutam para que as hidrelétricas não sejam implantadas Tecnologia combate a pirataria Lutando contra a pirata- ria, o cinema faz uso da evo- lução da tecnologia para di- minuir as cadeiras vagas em suas salas. Até mesmo an- tes de um filme ser exibido no cinema, o último lança- mento já pode ser encontra- do nas esquinas, nas mãos dos vendedores ambulan- tes. A pirataria, mesmo sen- do ilegal, é bastante aceita por uma boa parte da popu- lação, devido ao baixo cus- to e a comodidade de poder assistir a trama no sofá de casa. Mas o cinema encon- tra uma oportunidade de surpreender o público com a chegada dos filmes em três dimensões (3D), em que o expectador tem a sensação de estar dentro da própria história. Pág.10 Inovação - Cinema aposta em longas para atrair público Muros, bancos e cor- rimões despertam a cri- atividade de um grupo de amigos. Eles prati- cam um esporte dife- rente, chamado de Le Parkour, que tem ele- mentos urbanos como obstáculos para saltos e acrobacias. Preparo físico e raciocínio es- pacial são necessários. Os praticantes contam sobre a ideologia por trás do esporte, que re- flete em autoconheci- mento e mais respeito pelo ambiente em que vivem. Pág.11 Le Parkour faz uso da arquitetura Nebulosa - Cietistas dedicam a vida à observação do espaço Com apenas 24 anos, Lady Gaga é o novo fenô- meno da música pop mun- dial. Inspirando a moda estilos de vida, Gaga é co- nhecida por ter uma perso- nalidade marcante, e agora lança o mais recente clipe Telephone, que assim como os outros, exprime clara- mente a excentricidade da Música cria novos estilos Fenômeno - Lady Gaga tem feito sucesso pelo mundo inteiro cantora. No já polêmico cli- pe, Gaga aparece nua, reba- tendo críticas sobre a sua se- xualidade. O vídeo também conta com a participação mais do que especial de ou- tro ícone do cenário musi- cal, Beyoncé, que nas ima- gens, surge como a defenso- ra da protagonista. Pág. 10 Foto: acertodecontas.blog Foto: Robson Moreira Foto: www.thadoghouse.com Foto: 4.bp.blogspot.com Astrônomos e Astró- logos explicam que a di- visão entre as duas ciên- cias não precisa ser tão radical. A Astrologia es- tuda a relação entre a po- sição dos corpos celestes já a Astronomia tem um campo mais amplo, bus- cando respostas no cos- mo, o que para alguns pode esclarecer a forma- ção do universo e tam- bém uma infinidade de outros questionamentos humanos sempre ligados ao material. Pág. 09

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Page 1: Hidrelétricas na bacia pantaneira comprometem a ... · Música cria novos estilos ... cantora. No já polêmico cli-pe, Gaga aparece nua, reba-tendo ... Projeto Gráfico e tratamento

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Ano VIII - Edição Nº 133Agosto de 2010

Í N D I C E

CADERNO A

CADERNO

ZOOM

Radicalismo compromete ciência

Cultura

Esporte

Futuridade

09

11

12

Opinião

Política

Saúde

Geral

Universidade

Nosso Foco

02

03

04

05

07

08

Hidrelétricas na bacia pantaneira

comprometem a biodiversidadeEm quarenta anos a po-

pulação brasileira dobrou,o que gerou a necessidadede se produzir mais ener-gia para comportar essecrescimento. A dificulda-de está em gerar energiasem agredir o meio ambi-

ente. A polêmica envolvea aprovação da construçãode 116 pequenas hidrelé-tricas (PCHs) na regiãopantaneira, sendo 70%delas na bacia do Alto Pa-raguai.

Pág.08

Carro de corrida leva

nome da UCDB para

as pistas do BrasilAcadêmicos dos cur-

sos Engenharia Mecatrô-nica e Engenharia Mecâ-nica da Universidade Ca-tólica Dom Bosco (UCDB)desenvolveram uma carrode corrida para participardo Campeonato Brasilei-ro de Fórmula Universi-tária (CBFU). O carro foiaprovado nos primeirostestes, resultado da dedi-

cação dos alunos. Se-gundo o coordenadordos cursos de Engenha-ria Mecânica e Mecatrô-nica da UCDB, MauroConti Pereira os resulta-dos positivos do proje-to demonstram o empe-nho dos acadêmicos emse preparar para a com-petição.

Pág. 07

Corrupção política

monitorada por ONGPara que a população es-

teja ciente das ações dos po-líticos, a Organização NãoGovernamental (ONG)Transparência Brasil dis-ponibiliza uma espécie demonitoramento da cor-rupção. Funcionando co-mo um tipo de agrupadorde notícias, o sitew w w. t r a n s p a r e n c i a -brasil.org.br reúne grande

parte das matérias rela-cionadas a ações suspei-tas por parte dos políti-cos brasileiros. O site re-presenta ainda uma par-cela da população que sepreocupa com os refle-xos de atos de corrupçãoe expõe à sociedade no-mes que devem sair daimpunidade.

Pág.03

E l e i ç ã o - Período eleitoral é o mais vigiado para evitar corrupção

P o l ê m i c a -Ministério Público Federal e entidades que defendem o meio ambiente lutam para que as hidrelétricas não sejam implantadas

Tecnologia combate a piratariaLutando contra a pirata-

ria, o cinema faz uso da evo-lução da tecnologia para di-minuir as cadeiras vagas emsuas salas. Até mesmo an-tes de um filme ser exibidono cinema, o último lança-mento já pode ser encontra-do nas esquinas, nas mãosdos vendedores ambulan-tes.

A pirataria, mesmo sen-do ilegal, é bastante aceitapor uma boa parte da popu-lação, devido ao baixo cus-to e a comodidade de poderassistir a trama no sofá decasa. Mas o cinema encon-tra uma oportunidade desurpreender o público coma chegada dos filmes em trêsdimensões (3D), em que oexpectador tem a sensaçãode estar dentro da própriahistória.

Pág.10

I n o v a ç ã o - Cinema aposta em longas para atrair público

Muros, bancos e cor-rimões despertam a cri-atividade de um grupode amigos. Eles prati-cam um esporte dife-rente, chamado de LeParkour, que tem ele-mentos urbanos comoobstáculos para saltose acrobacias. Preparofísico e raciocínio es-pacial são necessários.Os praticantes contamsobre a ideologia portrás do esporte, que re-flete em autoconheci-mento e mais respeitopelo ambiente em quevivem.

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Le Parkour

faz uso da

arquitetura

N e b u l o s a - Cietistas dedicam a vida à observação do espaço

Com apenas 24 anos,Lady Gaga é o novo fenô-meno da música pop mun-dial. Inspirando a modaestilos de vida, Gaga é co-nhecida por ter uma perso-nalidade marcante, e agoralança o mais recente clipeTelephone, que assim comoos outros, exprime clara-mente a excentricidade da

Música cria novos estilos

Fe n ô m e n o - Lady Gaga tem feito sucesso pelo mundo inteiro

cantora. No já polêmico cli-pe, Gaga aparece nua, reba-tendo críticas sobre a sua se-xualidade. O vídeo tambémconta com a participaçãomais do que especial de ou-tro ícone do cenário musi-cal, Beyoncé, que nas ima-gens, surge como a defenso-ra da protagonista.

Pág. 10

Foto: acertodecontas.blog

Foto: Robson Moreira

Foto: www.thadoghouse.com

Foto: 4.bp.blogspot.com

Astrônomos e Astró-logos explicam que a di-visão entre as duas ciên-cias não precisa ser tãoradical. A Astrologia es-tuda a relação entre a po-sição dos corpos celestesjá a Astronomia tem umcampo mais amplo, bus-cando respostas no cos-mo, o que para algunspode esclarecer a forma-ção do universo e tam-bém uma infinidade deoutros questionamentoshumanos sempre ligadosao material.

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02OPINIÃO

EditorialCéu e Terra

Em Foco – Jornal laboratório do curso de Jornalismo da Univer-sidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Ano VIII - nº 133 – agosto de 2010 - Tiragem 3.000

Obs.: As matérias publicadas neste veículo de comunicaçãonão representam o pensamento da Instituição e são de respon-sabilidade de seus autores.

Chanceler: Pe. Lauro Takaki ShinoharaReitor: Pe. José MarinoniPró-reitoria de Ensino e Desenvolvimento: ConceiçãoAparecida ButeraPró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação: Hemerson PistoriPró-reitoria Extensão e Assuntos Comunitários: Luciane Pinhode AlmeidaPró-reitoria de Pastoral: Pe. Pedro Pereira BorgesPró-reitoria de Administração: Ir. Raffaele Lochi.

Coordenador do curso de Jornalismo: Oswaldo Ribeiro

Jornalistas responsáveis: Jacir Alfonso Zanatta DRT-MS 108 e

Robson Moreira DRT-MS 64

Revisão: Jacir Alfonso Zanatta, Robson Moreira e acadêmicosdo 6° semestre.

Edição: Jacir Alfonso Zanatta e Robson Moreira.

Repórteres: Aline Araújo, Daniel Teixeira, Elverson Cardozo,Jéssica Keli, Laís Camargo, Natalie Malulei, Nyelder Rodri-gues e Renan Gonzaga.

Títulos e legendas: Acadêmicos do 6° semestre de Jornalismo.

Projeto Gráfico e tratamento de imagens: Designer - Maria

Helena Benites

Diagramação: Jacir Zanatta e Maria Helena Benites

Impressão: Jornal A Crítica

Em Foco - Av. Tamandaré, 6000 B. Jardim Seminário, Campo Grande– MS. Cep: 79117900 – Caixa Postal: 100 - Tel:(067) 3312-3735

Em Foco On-line:www.jornalemfoco.com.br

Home Page universidade:www.ucdb.br

E-mail:[email protected]@yahoo.com.br

Transcender, iralém do mundano, doordinário. Seria nocéu, fronteira final,onde estariam as res-postas para os misté-rios do mundo e daalma humana? E, comos pés no chão, quaisobstáculos são insu-peráveis?

Nesta edição doEm Foco, astronomiae astrologia se encon-tram e convergem. Sena origem a ciência ea para-ciência emquestão eram uma só,nos últimos séculosforam divididas e seopuseram. Mas, astrô-

nomos e astrólogos,afinal de contas,buscam responderas mesmas velhasperguntas: quemsomos e de ondeviemos? Para ondevamos?

Porém, mesmocom a cabeça (e ospés já fincados)para além das nu-vens, certas barrei-ras parecem insupe-ráveis para a huma-nidade. Aqui naTerra, estorvos quepoderiam ser corri-gidos com soluçõessimples têm se tor-nado problemas de

Uma tragédia pintada

como arte literária

R e l i g i ã o

Polêmica em torno do Santo Daime leva à reflexão sobre princípio moral

Laís Camargo

Leitores insaciáveis bus-cam na literatura um confor-to, apoio consistente, aci-mentado por letras, para oque se considera inevitável.Morte.

Umberto Eco consideracomo principal função da li-teratura a educação para essalei inexorável da vida. Assimcomo é impossível queRomeu e Julieta morram, esta“dolorosa maravilha” é quetorna a obra trágica marcante.

Nesse momento entramem campo as convicções pes-soais, alguns leitores se re-cusam a aceitar o trágico fi-nal do casal, outros se revol-tam contra o autor, reescre-vem e até publicam um novodesfecho. Outros apenasaceitam, lembram que a mor-te é parte da vida, justificampor karma, dharma, recor-rência, reencarnação, planosextra físicos e vêem o pano-rama de beleza geral do en-redo.

Porque há crenças, há di-

ferença nas conclusões.Amo Shakespeare pela tênuelinha entre tragédia e comé-dia. Outros odiarão justa-mente por preferirem que osextremos fiquem bem defini-dos. Contudo, no campo daspreferências moram as idéi-as amorfas, o pensamentoem constante metamorfose.

Com tanta impermanên-cia, a religião nasce comooutro apoio, desta vez me-nos consistente que osfonemas das letras. Bicho-homem é mesmo estranho –busca certezas e apoio emcoisas completamente incer-tas e impalpáveis.

Mais estranho ainda équando estes dois caminhosse cruzam: a inevitável mor-te do cartunista (poeta dasformas) Glauco, justificadapela crença de um jovem queafirmava ser Jesus. Perdeu-seo foco do assassinato, damente doentia, que teve co-ragem de tirar uma vida, paracriticar-se uma antiga religiãoindígena, o Santo Daime, quemescla xamanismo, espiritis-

mo e cristianismo.Com a argumentação vol-

tada para os efeitos alucinó-genos do chá usado em ritualespiritual, esquece-se de no-ções básicas de humanismo eregras de boa conduta em so-ciedade. “Não machuque ocoleguinha” e “respeite seusemelhante” são frases perti-nentes e existentes em todasas culturas. O momento nãoé propício para discussão daritualística de uma religião,que está sendo discriminadacomo Galileu no século XVI,por defender uma idéia pou-co popular e contrária aosmoldes do governo dominan-te. O que o momento pede éa discussão quanto à tolerân-cia, à parcimônia, à eterna ne-cessidade de conviver em har-monia com as diferenças.

Se o instrumento que osseguidores do Santo Daimeutilizam é ou não uma droga,já existe respaldo legal con-quistado e analisado peranteo governo federal que autori-za o uso do chá durante os ri-tuais. A problemática não re-

side, tampouco, no tráfico,que praticamente não existe– tanto pelo desinteresse co-mercial dos efeitos causadospelo chá, quanto pela lucra-tividade. A deturpação dacrença pela imprensa é quepreocupa, fazendo aumentara intolerância religiosa.

Por ser uma religião quepreza o autoconhecimento, oentendimento é individual ecada seguidor responde porsi mesmo suas escolhas eações. Shakespeare puxoupara si a responsabilidadeeterna da morte de Romeu eJulieta. Esse é o preço da es-colha, da crença, de assumir“ser você mesmo”. Não sedeve atribuir a culpa a umacrença ou outra, o conjuntocultural - que engloba desdea educação primária até in-fluências familiares, ambien-tais, locais e artísticas - é queformam a personalidade emove as solúveis linhas dopensamento humano, tão ins-tável e inacessível aos outrospersonagens do enredo em-blemático que é este mundo.

Elverson Cardozo

As gargalhadaszombeteiras vinhamde dois jovens nobanco de trás. A prin-cipio fiquei irritado,achei que estivessemrindo de mim. Estavacansado, estressado,acabara de sair de umcurso e tudo o quequeria naquele mo-mento era um poucode silêncio. Masquando vi que eleabandonara o local ehavia sentado do ladoesquerdo do ônibus,percebi que as risadasnão eram por minhacausa.

A pele enrugada,manchada e sem bri-lho, indicava que elechegara à terceira ida-de há tempos. Osmovimentos repe-titivos com a boca,jogando de um ladopara o outro a denta-dura, era um sinal deque já não lhe resta-va mais nenhumdente. O traje cafonae ultrapassado nãonegava que ele haviaestacionado no tem-po, à época dos pale-tós xadrezes, aberto

ao final das costas. De paletóxadrez cinza, calça socialbranca, tênis branco de futsale uma postura altiva, ele ob-servava o anoitecer da partealta da cidade. Fazia isso li-xando lentamente as unhasda mão direita, compenetra-do.

O que chamou a minhaatenção e possivelmente docasal atrás de mim que nãoparou de rir um só minuto,foi a peruca. Isso mesmo, pe-ruca! Ele estava de peruca. Enão era discreta. Era um cor-te moderníssimo, liso escor-rido que deixava qualquerprogressiva no chinelo. Asmadeixas eram de um tompreto-azulado. Um cabelo se-doso e brilhante, cujos fiosdesfiados esvoaçavam pelatesta do vovô. Vira e mexe elebalançava a cabeça e desliza-

va os dedos trêmulos pelacabeleira artificial, como umjovem galanteador de déca-das passadas em plena es-tratégia de conquista.

De minuto em minutoolhava desconfiado para oslados, colocava a mão notopo da cabeça para certifi-car-se de que peruca aindaestava lá. Apalpava a nucaprocurando por qualquerchumaço de cabelo originalque estivesse por fora da“redinha” que prende osfios da falsa cabeleira, e no-vamente chacoalhava os ca-belos. Todo, todo. Comodisse Pedro Bial em FiltroSolar: “Não mexa demaisnos cabelos senão quandovocê chegar aos quarentavai aparentar oitenta e cin-co”, portanto, cuide-se. Por-que você vale muito

Cuide-se por que

você vale muito

crônica

Trezentos e sessenta e cinco

dicas para arrasar o ano todo

crônica

Elverson Cardozo

O sol já estava ardido,mas faltava pelo menosuma hora para chegar ao seuhorário mais cruel. O céuestava num azul maravilho-so e dividia sua imensidãocom poucas e pequenasnuvens. Um dia claro, mascom o trânsito estressantee perigoso. Contudo, a ga-rotada que saía da escola,ignorava seus riscos e atra-vessava a larga avenidarumo ao ponto de ônibus,displicentemente. Do outrolado da rua, já abarrotadade carros, eu observava ogrande fluxo de veículos, asincronização semafórica, asaída dos estudantes, o es-tilo e o comportamento decada pessoa que estava emmeu raio de visão. Obser-vava a vida pulsando emcada olhar, em cada gesto,em cada frase corriqueira.Quando ele chegou, a ins-piração de um cronistaaprendiz gritou dentro demim; pedia para soltá-la.Não hesitei, resolvi “croni-car”.

Àquela hora, o douradoesmaltado tirava o glamourde qualquer vermelho escar-late, e para realçar sua opu-lência, fora aplicado emgrossas camadas nas unhasdos pés e mãos. A havaianaverde que ele calçava, emdesarmonia com o tom em

questão, tornava-o exclusivo.Ventava levemente, mas o sufi-ciente para que sua saia de ci-gana dançasse ao sabor da bri-sa, fazendo-o segurar suas bor-das sensualmente; assim, evi-tava que a fúria imprevisível dovento terminasse de mostrarsuas pernas cabeludas.

A barriga estava escondida,não é uma regra deixá-la à mos-tra, mas o decote era escanda-loso (quase no umbigo), dignode seios firmes e avantajados,o que é sucesso entre o públi-co masculino. Mas, ao invés de“peitões” enormes ou silico-nados, o que saltava de dentroda blusinha segunda pele, rosabebê, eram enormes pêlos, quecombinados com a barba porfazer lhe davam uma aparên-cia simiesca. Os olhares de sos-laio e os comentários de cantode boca não intimidavam sua

altivez. Ao contrário, fazia-oempinar o peito ainda mais.

Sorridente, queixo ergui-do, seguro de si. Já havia setornado o centro das atençõesnaquela manhã ensolarada.Seus 15 minutos de fama es-tavam garantidos e o que res-tou foi aproveitar as atençõesroubadas. O “show” entãocomeça. Em um movimentoque parecia ensaiado, ele re-tirou dentro da sacola plásti-ca que carregava penduradano braço esquerdo, uma re-vista recém comprada. Posi-ciona-se de costas para a mini-platéia que se formara noponto de ônibus e inicia umaperformance voluptuosa. Mãona cintura; olhar aterrador;mordendo o lábio inferior,maliciosamente.

Com um sorriso orgu-lhoso (que deixava à vistauma enorme janela frontal,resultado da perda de umdente), ele olhava para arevista e voltava o olharpara cada pessoa que esta-va em sua volta, parecia di-zer, “Aqui está o segredo domeu sucesso”. Começa afolheá-la. A cada página, re-petia a performance quaseerótica. Fecha-a, mas nãoguarda; a intenção era mos-trar a capa que ele exibiacomo um troféu. Nela esta-va escrito em letras enor-mes: “Trezentos e sessentae cinco dicas para arrasar oano todo”.

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proporções “cósmicas”.Por que insistimos nas

matrizes energéticas que oca-sionam desastrosos impactosambientais e sociais? A ener-gia solar – e mais uma vez,de olho nos astros – seriauma fonte eficaz para o abas-tecimento energético destepaís tropical?

A editoria Nosso Foco de-bate as conseqüências aomeio-ambiente e à socieda-de ocasionadas por empre-endimentos hidrelétricosque, em tese, deveriam ge-rar uma energia “limpa”. Aalteração do fluxo das águas,a diminuição da variedadede espécies de peixe, o de-saparecimento de igarapés eo prejuízo à economia e sub-sistência dos ribeirinhos sãotranstornos que não foramprevistos ao concederam li-cenças ambientais para a ins-talação de empreendimentoshidrelétricos na Bacia do rioParaguai.

Resolver uma equaçãosimples – somar os impac-tos de cada uma das centraishidrelétricas no Pantanal –anteciparia o problema. Aocontrário, o entendimentode que uma bacia hidrográ-fica é um complexo e entre-laçado sistema de rios,córregos e nascentes não foilevado em conta na avalia-ção. as centrais hidrelétricasda região.

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POLÍTICA

O site Transparência Brasil faz monitoramento da corrupção e fiscaliza a aplicação das verbas públicas

C omb a t e

Foto: Renan Gonzaga

ONG vigia os políticos do BrasilRenan Gonzaga

Transparência Brasil é umaOrganização Não Governamen-tal (ONG) que surgiu com o ob-jetivo de combater a corrupçãono país. Criada em abril de2000 e sediada em São Paulo,ela surgiu com um grupo depessoas e outras organizações.A ONG disponibiliza diversosserviços como publicações ebanco de dados a fim demonitorar a corrupção políticano Brasil, tudo isso gratuita-mente pela internet.

Segundo a organização, osefeitos da corrupção são visí-veis na realidade do povo bra-sileiro, como a falta de verbana saúde e na educação quesão dois dos grandes malesque afetam o poder públicodo país. É ai que o site man-tido pela ONG entra em açãopor meio da fiscalização. Ape-sar dessa importante função,a organização ainda não rece-beu o merecido reconheci-mento do povo brasileiro. Éo que diz o auxiliar adminis-trativo Luiz Henrique Olivei-ra, de 24 anos. “O site não éconhecido pelo grande públi-co que acessa a internet, queestá interessado em outrascoisas, mas os criadores es-tão fazendo a parte deles”,conta o jovem.

Para tentar sanar a falta dedifusão entre os brasileiros, aorganização se esforça paramanter a população informa-da. Entre os serviços disponi-bilizados estão o “Às Claras”que é um banco de dados so-bre o financiamento eleitoral

dos candidatos; o “Deu No Jor-nal”, uma espécie de agru-pador que reúne notícias rela-cionadas a corrupção, publica-das em mais de 60 jornais bra-sileiros e o “Excelências” quetambém funciona como umbanco de dados, só que comoum histórico da vida públicados parlamentares brasileiros.

Um dos projetos mais pre-miados, o Excelências, reúneno total 2368 políticos obser-vados, entre federais e estadu-ais, com dados de suas açõesextraídos de fontes públicas.Em contrapartida, o site tam-bém disponibiliza um espaçopara que os parlamentaresapresentem justificativas refe-

rentes às informações divul-gadas na página. Basta entrarem contato com o Transparen-cia Brasil e registrar a defesa.“Os políticos ficaram mais es-pertos, sabendo que estão sen-do monitorados, não temcomo passar a mão no dinhei-ro público e sair cantando fe-liz”, diz a estudante de Direi-

to Lourene Viana, 22 anos,que reconhece a importânciado trabalho da ONG.

Embora o Brasil possuaeleições livres e todas as de-mais garantias constitucionaistípicas de democracias repre-sentativas, as práticas políti-cas nem sempre refletem a re-alidade nacional. Na opinião

de Lourene, o site ser-ve para mostrar à popu-lação que ainda existempessoas preocupadascom o bem da comuni-dade. “De certa forma,creio que há possibili-dades de em breve ter-mos um país mais trans-parente, com políticosdecentes e só assim aspessoas irão se candi-datar pelo povo e parao povo, não só em be-nefício próprio comoacontece hoje em dia”,defende a estudante.

“Em uma escalamuito pequena, sãopoucas as iniciativasque se propõe a fis-calizar a classe polí-tica no Brasil e essesite é um dos únicosque faz isso comisenção”, comple-menta o auxiliar ad-ministrativo LuizHenrique Oliveira.Por esse tipo de tra-balho a organizaçãovem sendo premiadadesde sua criação noinício da década e atéconvites para se as-sociar à outras orga-nizações ela já rece-beu. Entre os méritosmais importantesestá o “Prêmio Essode Jornalismo” nacategoria “MelhorContribuição à Im-prensa em 2006”.

Serviço público:w w w . t r a n s p arenciabrasil.org.br

I n t e r n e t - A organização se esforça para difundir o site, que apesar de ser uma iniciatiava premiada, poucos brasileiros a conhecem

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SAÚDE

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Med i c i n a

Auto-hemoterapia motiva confusão entre a comunidade médica e pacientes

Técnica centenária

gera impasse teórico

Foto: Divulgação

Laís Camargo

Quase como umasuperstição – que como passar do tempo nin-guém mais lembra co-

S a ú d e - Retirar e reaplicar o sangue em si mesmo parece não envolver riscos para o paciente que faz uso da auto-hemoterapia

mo começou nem o por-quê de acreditar nela – umatécnica centenária vem pas-sando de pai para filhopelo conhecimento popu-lar. A auto-hemoterapia

consiste em retirar sangue deuma veia e aplicar em um mús-culo do próprio corpo. Essatransferência faz com que au-mente a produção de macró-fagos, que atuam como agen-

tes de limpeza do corpo. Po-rém, o Conselho Federal deMedicina (CFM) classifica aauto-hemoterapia como tera-pêutica e ainda não aprova-da pela comunidade médica,

já que necessita de mais es-tudos para ter sua aplicaçãovalidada.

O conhecimento existen-te sobre a técnica é baseadonas experiências práticas eem conceitos lógicos da me-dicina. “Ocorre o aumentode produção do macrófagopela medula óssea porque osangue no músculo funcio-na como um corpo estranhoa ser rejeitado. A taxa nor-mal de macrófagos é de 5%,com a auto-hemoterapia ele-vamos a taxa a 22% por cin-co dias. É um método de cus-to baixíssimo, basta uma se-ringa, não depende de nada,só de alguém que saiba pegaruma veia e aplicar no mús-culo”, explica o médico cari-oca, Luiz Moura. Ele afirmaque a técnica resulta em umestímulo imunológico pode-rosíssimo e que deveria serdivulgada principalmente emregiões sem recursos.

Quando a medicina tradi-cional é considerada agres-siva demais, de preço alto,ou não se adéqua ao organis-mo, são as terapias alterna-tivas que entram em cena.“No começo de 2009 desco-bri em uma doação de san-gue que tenho hepatite crô-nica do tipo C. Como a do-ença não está em fase de tra-tamento convencional, ten-tei a auto-hemoterapia porindicação de um amigo. De-pois que comecei, meu exa-mes voltaram a mostrar ta-xas normais”, conta a con-sultora de vendas, CláudiaRosani Kumm, de 39 anos.Ela ressalta que sempre fazo acompanhamento pela me-dicina convencional e tem asaplicações feitas uma vezpor semana por um profis-sional de Farmácia. “É umassunto que as pessoas nãofalam muito. Minha mãe quedetesta tratamentos começoua fazer logo depois de mim,ela tinha tosses crônicas,melhorou muito. Eu indico,mas vejo como uma opção al-

ternativa - faz quem acredi-ta, quem não acredita nãosara. Um médico russo queesteve aqui na cidade disseque lá é liberado e no Méxi-co também, fazem nos pos-tos de saúde”, enfatiza Cláu-dia.

Como não há consensotécnico sobre a eficácia oufalta de riscos do procedi-mento, os profissionais dasaúde estão desautorizadosa realizarem a prática ofici-almente. Contudo, ao con-trário do que diz a notapublicada pela Anvisa em 13de abril de 2007, existem es-tudos científicos sobre aauto-hemoterapia no NIH(Instutito Nacional de Saú-de americano), consideradoa maior base de dados mé-dicos do mundo. São cercade 106 estudos, a maioriaclínicos. Um deles, inclusi-ve, foi realizado no Brasil.Nele, vacas com um tipo deinfecção na pele chamada deectima receberam auto-hemoterapia ou um antis-séptico a base de iodo (tra-tamento convencional) no fi-nal de uma semana 26% dasvacas que receberam auto-hemoterapia tinham melho-rado contra 8% das que re-ceberam tratamento conven-cional (uma diferença que ésignificativa do ponto de vis-ta estatístico). Nenhum efei-to colateral ou agravamentofoi descrito nesse estudo.

O surgimento veio com anecessidade de tratar a febretifóide na França em 1911,teve o uso diminuído com osurgimento de antimicro-bianos e hoje é usada em ca-sos de doenças infecciosas,alérgicas, auto-imunes, cistosovarianos, miomas, obstruçõesde vasos sangüíneos, etc. Nocaso particular das doençasauto-imunes a autoagressãodecorrente da perversão doSistema Imunológico é desvi-ada para o sangue aplicado nomúsculo, melhorando assim opaciente.

Elverson Cardozo

Arrancar fios de ca-belo sem fins estéticosé uma atitude bastanteestranha, e o mais es-tranho é que isso temum nome: Tricotilo-mania, um dos atosauto-agressivos defini-dos pela psicologiacomo tricose compulsi-va (relativo à tricologia– ciência que estuda oscabelos). Dentro destecampo existem outrosatos auto-agressivos,porém, a tricotilomaniaé mais conhecida. Umdistúrbio que podeocorrer na infância ouadolescência e continu-ar ao longo da vida.

Caracterizada porum descontrole dos im-pulsos, a tricotiloma-nia é um distúrbio re-lacionado ao transtor-no obsessivo compul-sivo. O paciente geral-

Arrancar os cabelos pode ser indício de um tipo de doença psicológicamente apresenta tendênciacrônica a puxar ou arran-car os próprios cabelos demaneira automática. Issofaz com que a pessoa nãoperceba que está arrancan-do fios ou tufos de cabelo,o que ocasiona extensas fa-lhas no couro cabeludo, so-brancelhas e até os cílios.Qualquer parte do corpoque tenha pêlo é um alvopara o tricotilomaníaco, queem geral escolhe mais deum foco, como por exem-plo, cabelos e sombran-celhas.

Quem sofre de tricotilo-mania, sente um desconfor-to emocional, angústia ouansiedade se não realizar oato compulsivo inerente aodistúrbio. Para a psicólogaMárcia Guimarães, outrostranstornos podem estar as-sociados. “Importante lem-brar que os indivíduos comtricotilomania também po-dem ter outros distúrbioscomo transtornos do hu-

mor, transtornos de ansiedadeou retardo mental”, diz. Estima-se que aproximadamente 4% dapopulação mundial sofrem detricotilomania. As mulheres sãoquatro vezes mais acometidasdo que os homens.

A acadêmica de engenhariade produção, Andressa Tog-non, de 22 anos, já foi umatricotilomaníaca compulsiva,mas hoje, devido a um tratamen-to, consegue controlar melhoros impulsos. “Eu não sei expli-car o porquê, mas arrancar o fioum por um me deixava satis-feita, mas tinha que sair aquelebulbo capilar e também eu ti-nha que sentir a dor ao arrancá-lo. Me trazia prazer e alegria”,diz. Devido a esse e a outroscomportamentos percebidospela mãe, a acadêmica buscoutratamento psicológico.

Tr a t a m e n t oAndressa, a princípio, procu-

rou ajuda realizando psicoterapia,mas não gostou do tratamento. “Apsicóloga com a qual fiz o trata-

mento falou que isso era comose fosse uma laranja. Que es-ses sintomas eram a casca; mos-trava que algo de errado estavaacontecendo comigo, e que erapreciso descobrir o que estavaacontecendo. A psicóloga fala-va que eu tinha que me contro-lar e não arrancar o cabelo comose fosse à coisa mais fácil domundo. Resolvi parar com essetipo de tratamento”. Hoje a aca-dêmica faz uso de medicamen-tos prescritos por um psiquia-tra, com o objetivo de controlara ansiedade.

O tratamento é prolongadoe difícil, pois envolve a neces-sidade de ganhar maior contro-le sobre os próprios impulsospor meio de medicamentos epsicoterapia, atualmente consi-derada uma das primeiras op-ções de controle. “Na maioriadas vezes, felizmente, essa com-binação entre psicoterapia efarmacoterapia consegue atenu-ar ou eliminar por completo ossintomas”, afirma ainda a psi-cóloga Márcia. M a n i a - Tricotilomania é utillizada como fuga da ansiedade

Foto: Elverson Cardozo

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Antiga rodoviária de Campo Grande ainda é motivo de preocupação e discussão para o comércio local

Comerciantes prejudicados

Mud a n ç a

GERAL

Nyelder Rodrigues

Mesmo com um novo rumotraçado, o clima de incerteza cer-ca o prédio da antiga rodoviáriade Campo Grnade. Após cogi-tar a instalação de uma unidadeda Universidade Estadual deMato Grosso do Sul (UEMS) e amudança do camelódromo parao condomínio, o prefeito da Ca-pital, Nelson Trad Filho, inau-gurou as obras de revitalizaçãodo prédio. Este foi o pontapé ini-cial de um projeto que inclui aimplantação de serviços públi-cos municipais, como a GuardaMunicipal (que conta com ex-pediente de 1,2 mil pessoas), eda Unidade de Ensino Superi-or Ingá (Uningá). A previsão éde abrigar 10 cursos, totalizando400 alunos.

Há 30 anos no local, o co-merciante Sandoval Miguel Sou-za diz ter esperança que a clien-tela aumente, mas ainda se mos-tra receoso quanto às modifica-ções. Para ele, a chegada da uni-versidade e dos órgãos públicostrará grande quantidade de pes-soas ao prédio, mas que nemsempre serão potenciais compra-doras, pois estão ali somentepara estudar ou trabalhar. “Eupreferiria que viesse o cameló-dromo pra cá. Seria melhor, poisatrairia quem realmente tem in-teresse em comprar algo”, opinaSandoval. Ele reclama que nãohaver muito diálogo na escolhade como revitalizar o prédio,pois só alguns foram ouvidos.

Já o comerciante JoséPaulino é mais otimista. Segun-do Paulino, “as vendas vão au-mentar sim. Toda essa mudan-ça, essa reforma, só pode serboa. O que não podia era ficardo jeito que estava. Agora, comos estudantes, essas ‘mulheres’(garotas de programa) e margi-nais que ainda restam aqui vãoembora de vez”. Além dos es-tudantes, Paulino crê que aGuarda Municipal também con-tribuirá para melhorar a ima-gem do local e não lamenta adesativação do terminal rodo-viário. “Agora que deram outraopção pra gente, foi boa adesativação. Aqueles ônibus li-

I m p a s s e - Desativação da antiga rodoviária de Campo Grande diminui marginalidade e prostituição, mas comércio sofre com a falta de público consumidor

gados o tempo todo soltavammuita fumaça. A gente inalavatoda aquela fumaça de óleo di-esel, prejudicando muito nos-sa saúde”, comenta o comerci-ante que há 31 anos atua nocentro comercial.

Quanto à mudança do came-lódromo para o prédio, Paulinofoi taxativo. “Eles fizeram pou-co caso conosco e não quiseramvir. Não demos muita importân-cia”. Ele também conta que em2009 alguns comerciantes dolocal viajaram para o Per-nambuco, junto a outros comer-ciantes do camelódromo, paraconhecerem um centro comer-cial do Estado. Mesmo assim, oprojeto não teve continuidade.“Tinha gente importante lá docamelódromo que não queria virpra cá porque iriam perder di-

nheiro”, declara José Paulino.

Tr o c aA troca de rodoviária ainda

é tema atual para os comercian-tes do antigo terminal por quesegundo eles, ainda afeta o coti-diano. José Paulino crê que alocalidade onde foi construídoo novo terminal rodoviário éinapropriada. Para ele, “seriamelhor se finalizassem a obra noBairro Cabreúva. Lá é mais cen-tral e beneficiaria a todos. Masconstruíram uma rodoviária lon-ge, beneficiando apenas 30% dacidade”.

De acordo com SandovalMiguel Souza, alguns ônibus de-veriam continuar desembarcan-do nos arredores da antiga ro-doviária. “Hoje os ônibus vin-dos que Aquidauana (MS) e R e v i t a l i z a ç ã o - Reformas devem abrigar cursos

Foto: pauloduarte.blog.br

Foto: Nyelder Rodrigues

Terenos (MS) param no merca-dão antes de seguirem para a ro-doviária. Eles deviam continu-ar parando aqui. Era mais gentecirculando”, propõe Sandoval.

André Ricardo dos Santos,de 35 anos, que trabalha nasproximidades da antiga rodovi-ária, aprova a troca, pois perce-beu a considerável queda de mar-ginalidade na região e aumentoda limpeza. Conforme André,as ruas que cercam a antiga ro-doviária voltaram a ser trajetopara diversas pessoas, o que fezcrescer o movimento. Ele atri-bui o fato à melhoria na segu-rança. “Quando a rodoviáriafuncionava, aqui era um antrode marginalidade e prostitui-ção”, disse André. Segundo ele,até o número de fiéis do temploaqui perto aumentou.

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Aline Araújo

Pedro tem sete anos,Vitória 13, Mucio 64 eElias 28. O que eles têmem comum? A paixãopor uma brincadeira quenão tem idade e ressur-ge de quatro em quatroanos. Completar o ál-bum de figurinhas daCopa do Mundo. Produ-zido pela editora Paninio álbum trás 640 cro-mos (Fiqurinhas) para ostorcedores colecionarem,com as fotos dos jogado-res de trinta e duasseleções além das ban-deiras dos países parti-cipantes e os estádios dacopa que este ano acon-tece na África do Sul. Anovidade esse ano é oálbum virtual disponibi-lizado pela FederaçãoInternacional de Futebol(Fifa) na internet.

Em Campo Grandepessoas se reúnem to-dos os finais de semanaem duas bancas da cida-de para realizar a trocade figurinhas, a brinca-deira é simples e cativapessoas, como o advoga-do Elias Razuk de 28anos que coleciona ál-buns desde criança. “Eucompletei muitos álbunsna infância, principal-mente de Formula 1, por-que eu adoro automobi-lismo, depois parei porum tempo e voltei a co-lecionar na copa de 98da França. É como umadiversão, a gente volta a

Na busca pela

figurinha rara a

idade não conta

D i v e r s ã o

ser criança. Na verdade essabrincadeira não tem idade”relata o advogado.

A prova de interação en-tre pessoas de várias idadesé encontrar o funcionário pú-blico, Mucio Martins Mon-teiro de 64 anos, realizando atroca de cromos com PedroOliveira de sete anos. Os mo-tivos são distintos mais osdois dividem a mesma alegria.“Eu faço a troca para o meuneto, mas é um passatempo euma diversão. O melhor é vero sorriso no rosto das crian-ças quando a gente tem umafigurinha que elas querem. Epensa se eu voltar pra casacom a figurinha que falta parao meu neto completar o álbumdele, ele vai ficar muito felize eu também” conta o funcio-nário público.

Fazer amizades, buscar di-versão e a paixão pelo fute-bol são alguns motivos que le-varam o acadêmico de DireitoRoberto Taveira de 21 anos aaderir a brincadeira. “Desdepequeno eu faço coleção deálbuns em geral, mas na copaé diferente porque as pessoasgostam muito de futebol eacontece um mobilização. Sócomprando figurinhas é difí-cil completar então a diversãoestá em vir aqui trocar”, afir-mou. Já a menina VitóriaDuarte de 13 anos entrou nabrincadeira para acompanharos amigos. “Eles distribuíramo álbum na escola e a gentecomeçou a completar, eu gos-tei da brincadeira e quero con-tinuar a minha coleção” rela-tou Vitória. Apesar do “sumi-ço” que acontece com as mo-

edas em casa, a mãe de Vitó-ria Silvani Duarte aprova aideia. “É legal, uma competi-ção saudável que eles fazementre os colegas e acabamaprendendo muitas coisassobre os países, um enrique-cimento intelectual mesmo”observa .

Além de proporcionarlazer a quem participa dabrincadeira as figurinhas mo-vimentam significativamenteo lucro das bancas. Cada pa-cote contém cinco figurinhas

e custa R$ 0,75. Os álbunstêm o custo de R$ 3.90, po-rém a Panini distribuiu gra-tuitamente cerca de 3,5 mi-lhões de unidades do livroilustrado.

Douglas Vinicius Gemilede Sousa de 21 anos, que édono de uma banca que ficana Avenida Mato Grosso comJoão Akamine, afirma que avenda dos pacotes de figu-

rinhas para o álbum gera umarenda extra no mês. “A cam-panha começa com a distri-buição dos álbuns promocio-nais nas escolas, então a gen-te marca o dia e a hora para atroca de figurinhas. Aquiacontece todos os sábado as15h e é legal para os dois la-dos, o pessoal que quer com-pletar o álbum tem um pontode troca e até mesmo de fazernovas amizades, e a gente ga-rante uma renda extra nomês”, comenta o comercian-te. O outro ponto de troca re-úne as pessoas na Rua RioGrande do Sul aos domingos.

V i r t u a lTão divertido quanto o

Real, o álbum virtual dispo-nibilizado na internet tem avantagem de ser gratuito ebusca reproduzir as mesmasações feitas nas trocas reais.Para montar o álbum na in-ternet a pessoa tem que seinscrever no site oficial daFifa, com a inscrição confir-mada, o colecionador virtualjá recebe cinco figurinhas,quantidade que irá recebertodos os dias, e já pode co-meçar a trocar com as pesso-as on line no sistema do ál-bum virtual. O álbum virtualpode ser encontrado pelo sitewww.fifa.com.I d a d e - Os adultos mantêm a tradição e acompanham os filhos e também têm seus próprios álbuns

D o m i n g o - Em época de Copa do Mundo tem dia certo para trocar os adesivos com outros torcedores

Foto: Aline Araújo

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Nyelder Rodrigues

Responsável por fi-xar grande público emfrente aos televisores, aCopa do Mundo de Fu-tebol também atraiuinúmeras pessoas àscompras. E em época deCopa, um dos princi-pais alvos dos consu-midores brasileiros fo-ram exatamente os apa-relhos de televisão, nãofugindo à regra em2010. Os meses que an-tecederam a Copa fo-ram marcados por gran-de procura, tanto queas principais redes va-rejistas chegaram a re-gistrar um aumentomédio de 100% naquantidade de vendascom relação ao mesmoperíodo de 2009.

Mas além do interes-se nacional em acompa-nhar um dos principaiseventos esportivos domundo, outros fatoresinfluenciam os altosnúmeros de comerciali-zação, entre eles a de-flação de preços dosaparelhos. Conformepesquisa feita pela em-presa de cotações depreços Shopping Brasil,houve queda de até 70%nos preços dos televiso-res desde a última Copaem 2006. Por exemplo,há quatro anos uma TVLCD de 42 polegadascustava em torno de R$8 mil, hoje uma TV LED

Aumento na procura por televisões gera variação no preço

(tecnologia mais avançadaque o LCD) de 42 polegadasé encontra por cerca de R$2,8 mil.

Ainda quanto à movi-mentação de preços, um le-

vantamento da FundaçãoGetúlio Vargas (FGV) cons-tata que o preço médio dostelevisores sofreu queda de7,34% no período de maiode 2009 a maio de 2010, a

maior queda de preços en-tre os bens duráveis no pe-ríodo. Porém, o estudo tam-bém constata que, de maiode 2008 a maio de 2009,houve deflação acumulada

de 10,23%, superando osvalores dos 12 meses ante-cedentes ao mundial.

De acordo com a Associ-ação Nacional de Fabrican-tes de Produtos Eletroeletrô-nicos (Eletros), em Copasanteriores o quadro de vari-ação de preços foi razoável.Em 98 a variação foi de0,14% em maio e 1,29% emjunho, atingindo picos demais de 600 mil unidadesindustriais (quantidade en-comendada pelo varejo àsindústrias) vendidas, en-quanto a média do ano foide 300 mil a 400 mil unida-des/mês.

Em 2002, a variação foi de0,46% em maio e 1,07% emjunho, enquanto em 2006 osaparelhos de TV ficaram2,95% e 1,18% mais baratosem maio e junho, respecti-vamente. Os números apon-tam para uma tendência emqueda dos preços, evitandoinflação no período.

Os motivos destacadospara tal diminuição de pre-ços são diversos, entre eleso lançamento e populari-zação de novas tecnologiasno mercado, o que acabapuxando os preços de ou-tras tecnologias para baixo,pois passam a ser conside-radas obsoletas. As novastecnologias, hoje vedetes,passaram a se popularizar nomercado à partir da metadedessa década. O mesmoacontece com outros apare-lhos, como os celulares.

A consolidação da mon-tagem em grande escala de

televisores no Brasil tambémajuda a manter os preçosmenores, inclusive para astecnologias mais recentes.Só nos primeiros quatromeses desse ano, a produ-ção total brasileira atingiu4,1 milhões de aparelhos,segundo dados da Superin-tendência da Zona Francade Manaus (Suframa). AsTVs de LCD somaram cercade 2,3 milhões de unidades,mais da metade (56,8%) daprodução. Os outros 43,2%(por volta de 1,8 milhões deunidades), são compostospelas antigas TVs de tubo.

Graças ao atual patamar daprodução nacional, o merca-do tem capacidade suficien-te para suprir a demanda,evitando a falta do produtono varejo e, conseqüente-mente a inflação dos preços.A atual situação financeirado país também trás facilida-de. Os consumidores, prin-cipalmente da classe C, seaproveitam de seu maior po-der aquisitivo atual e dosmaiores prazos oferecidospelos varejistas, hoje o triplodo oferecido há quatro anos.

O recuo da cotação dodólar também influenciouna queda dos preços. Emmaio de 2006, o dólar esta-va cotado em R$ 2,30. Emmaio desse ano a cotação fi-cou na marca dos R$ 1,88.Entretanto, com o aumentoda produção interna de tele-visores, a cotação do dólarteve pequena influência,pois a importação já não émais tão necessária.

P o s s i b i l i d a d e s - Televisores de LCD ficam mais acessíveis conforme novas tecnologias surgem

Foto: divulgação

Gerações dividem o mesmo espaço ao trocar cromos

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UNIVERSIDADE

E n g e n h a r i a - Carro desenvolvido por alunos de engenharia ganhou aprovação durante teste no autódromo internacional Nelson Piquet

Foto: Silvia Tada

Carro montado por

alunos da Católica

participa de evento

C r i a ç ã o

Acadêmicos de Mecatrônica e Mecânica ganham destaque na Expo-MS

Assessoria de Imprensa

Vinte acadêmicos doscursos de Engenharia Mecâ-nica e Engenharia Mecatrô-nica participam do desen-volvimento de um carro decorrida que participa doCampeonato Brasileiro Fór-mula Universitária (CBFU) -categoria recém-criada noautomobilismo nacional -que tem como objetivo in-

centivar a formação de no-vos profissionais para traba-lhar na área.

O carro foi aprovado emseu primeiro teste, nos dias15 e 16 de maio, no autódro-mo internacional NelsonPiquet, em Brasília (DF). Oveículo da UCDB, que foimontado em menos de trêssemanas, fez o melhor tem-po do dia na categoria(2'29''003). Outro carro, da

Universidade de Brasília(UnB), que vem sendo pre-parado há cerca de quatromeses, foi sete segundosmais lento e alcançou a mar-ca de 2'36''7.

"Foi um resultado exce-lente e premia a dedicaçãodos acadêmicos da UCDBque se empenharam em ar-rumar o carro e deixá-lo pre-parado para a competição",avaliou o coordenador dos

cursos de Engenharia Mecâ-nica e Mecatrônica, MauroConti Pereira. Os universi-tários trabalharam sob a su-pervisão do professor Vini-cius de Souza Morais. Aideia agora é formar umaequipe multidisciplinar,com representantes tambémdos cursos de Educação Fí-sica, Nutrição, Psicologia,Administração, Design, Di-reito, entre outros, servindo

de laboratório aos vários cur-sos e abrindo novas oportu-nidades de trabalho para osacadêmicos depois de for-mados.

O piloto de testes foi Leo-nardo da Cruz Parzianello,de 15 anos. "Fui convidadopela UCDB para competir.Há cerca de quatro anos cor-ro de kart e essa foi uma ex-periência nova, com resulta-do muito bom", avaliou o jo-vem. "Procuramos sempreincentivá-lo e apoiá-lo, jáque é uma coisa de que elegosta muito", disse o pai, El-ton Parzianello.

Durante a Expo-MS In-dustrial, que aconteceu de 18a 22 de maio, no pavilhãoAlbano Franco, em CampoGrande, o veículo foi expos-to para a população. Naabertura do evento, o Reitorda UCDB, Pe. José Marino-ni, e o governador AndréPuccinelli conheceram o car-ro preparado pela Católica.O piloto Leonardo chegou aligar o motor para mostrarseu funcionamento. Uma dasetapas do circuito será naCapital, nos próximos dias17 e 18 de julho, junto coma temporada da Fórmula 3.

P r o j e t o sNão foi apenas o carro da

Fórmula Universitária que aUCDB mostrou durante aExpo-MS. Além de Mecâni-ca e Mecatrônica, o curso de

P r o t ó t i p o - Carro leva a marca da Universidade Católica

Engenharia de Com-putação tambémapresentou trabalhos.Entre os projetos deinovação estão a au-tomação inteligentede processos indus-triais, que faz partedo doutorado do pro-fessor Edson Antô-nio Batista, e infor-mações sobre o pro-jeto BioGN, que temcomo objetivo filtrarbiogás para adequá-loaos padrões de gásnatural da AgênciaNacional de Petróleo(ANP) e disponibili-zar técnicas que per-mitam seu uso tam-bém em motores a di-esel.

O objetivo da feirafoi divulgar os cursose as pesquisas e mos-trar que a Católica temcapacidade de fornecersoluções tecnológicaspara as indústrias doEstado. Para as Enge-nharias, participar daExpo-MS Industrial éuma forma de demons-trar aos visitantes a ca-pacidade tecnológica daUCDB e apresentar osengenheiros já formadosem Computação e Meca-trônica há vários anos.A primeira turma deMecânica graduou-se nofim do ano passado.

Foto: Silvia Tada

Assessoria de Imprensa

A comunidade acadêmicada Universidade CatólicaDom Bosco (UCDB) tem op-ção para almoçar, todos osdias, no campus Tamandaré.Desde março deste ano fun-ciona, na entrada da Institui-ção, o Risa Refeições, que ofe-rece o prato universitário. Olocal é administrado por Dul-ce Mary Oshiro Matida, nu-tricionista graduada pela Ca-tólica. A direção do estabele-cimento fica em Araucária(PR) e também é responsávelpor restaurantes em váriasinstituições do País.

Prato universitário é aprovado

pelos colaboradores da UCDBO prato universitário é

composto por arroz, feijão,quatro tipos de salada, duasguarnições e dois tipos decarne, mais um copo desuco de 300 ml. A composi-ção das refeições é aprovadapelos colaboradores daUCDB, que têm parte do va-lor do prato subsidiado pelaInstituição. “Almoço todosos dias no restaurante e gos-to bastante. Há variedadenos pratos oferecidos, alémde qualidade e bom atendi-mento”, afirmou o colabora-dor da Manutenção, Francis-co Moreira da Silva.

Em média, 350 pessoas,

entre acadêmicos, funcioná-rios e professores, além devisitantes, almoçam no Risadiariamente. “Na hora deelaborar o cardápio, sema-nalmente, procuro sempreter a opção de uma carne ver-melha e uma carne branca,em um total de 120 gramas.Somente as carnes são por-cionadas; os outros pratospodem ser servidos à von-tade”, explicou Dulce.

O trabalho dos funcioná-rios (nove, no total) começabem cedo, às 6h. O almoçoé servido até as 14h. “Nes-ses meses, já pudemos per-ceber os pratos de que as

pessoas gostam mais. Temosum quadro de sugestõespara que os clientes façam

R e s t a u r a n t e - O Risa Refeições atende acadêmicos, funcionais, professores e também visitantes

Foto: Karla Machado

críticas e elogios e vamos nosadaptando para atender bemà comunidade acadêmica”,

disse a egressa daUCDB, que se formouno fim de 2007.

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Laís Camargo

E n e r g i a h í d r i c aNas usinas hidrelétricas,

a energia elétrica tem comofonte principal a energia pro-veniente da queda de águarepresada a uma certa altu-ra. Utiliza-se a energiahídrica no Brasil em grandeescala, devido aos grandesmananciais de água existen-tes. A maior usina hidrelé-trica do Brasil é a de Itaipu,em Foz de Iguaçu/PR.

E n e r g i a t é r m i c aNas usinas termoelétri-

cas a energia elétrica é obti-da pela queima de combus-tíveis, como carvão, óleo,derivados do petróleo e,atualmente, também a canade açúcar (biomassa). A pro-dução de energia elétrica érealizada através da queimado combustível que aquecea água, transformando-a emvapor. Este vapor é condu-zido a alta pressão por umatubulação e faz girar as pásda turbina, cujo eixo estáacoplado ao gerador.

Vários cuidados preci-sam ser tomados tais como:os gases provenientes daqueima do combustível de-vem ser filtrados, evitandoa poluição da atmosfera lo-cal; a água aquecida preci-sa ser resfriada ao ser de-volvida para os rios porquevárias espécies aquáticasnão resistem a altas tempe-raturas.

No Brasil este é o segun-do tipo de fonte de energiaelétrica que está sendo uti-

A l t e r n a t i v a s

lizado, e agora, com a criseque estamos vivendo, é a quemais tende a se expandir.

E n e r g i a n u c l e a rEste tipo de energia é ob-

tido a partir da fissão do nú-cleo do átomo de urânio en-riquecido, liberando umagrande quantidade de ener-gia. É um processo muitocaro e complexo. Poucos pa-íses possuem esta tecnologiapara escala industrial.

No Brasil, está funciona-do a Usina Nuclear Angra 2sendo que a produção deenergia elétrica é em peque-na quantidade que não dápara abastecer toda a cidade

do Rio de Janeiro. No âmbi-to governamental está emdiscussão a construção daUsina Nuclear Angra 3 porcausa do déficit de energiano país.

Os Estados Unidos daAmérica lideram a produçãode energia nuclear e em paí-ses como a França, Suécia,Finlândia e Bélgica 50 % daenergia elétrica consumida,provém de usinas nucleares.

E n e r g i a g e o t é r m i c aEnergia geotérmica é a

energia produzida de rochasderretidas no subsolo (mag-ma) que aquecem a água nosubsolo. As usinas elétricas

Outras fontes geram menor prejuízo ambiental

A n g r a I I - Pioneira, usina nuclear carioca é de baixa produção

aproveitam esta energia paraproduzir água quente e va-por. Nos Estados Unidos daAmérica há usinas destetipo na Califórnia e em Ne-vada. Em El Salvador, 30%da energia elétrica consumi-da provém da energia geo-térmica.

E n e r g i a e ó l i c aOs moinhos de ventos

são velhos conhecidos nos-sos, e usam a energia dosventos, isto é, eólica, nãopara gerar eletricidade, maspara realizar trabalho, comobombear água e moer grãos.A energia eólica é produzi-da pela transformação daenergia cinética dos ventosem energia elétrica. A con-versão de energia é realiza-da através de um aerogera-dor que consiste num gera-dor elétrico acoplado a umeixo que gira através da in-cidência do vento nas pás daturbina.

O Brasil produz e expor-ta equipamentos para usi-nas eólicas, mas elas aindasão pouco usadas. Este tipode fonte é mais utilizada noJapão e Inglaterra.

E n e r g i a s o l a rA energia fotovoltaica é

fornecida de painéis con-tendo células fotovoltaicasou solares que sob a inci-dência do sol geram energiaelétrica. A energia geradapelos painéis é armazenadaem bancos de bateria, paraque seja usada em períodode baixa radiação e durantea noite.

Foto: 2.bp.blogspot.com

Instalação de Hidrelétricas noPantanal ignora a natureza

H i d r e l é t r i c a - Usina de Itaipú, a segunda maior hidrelétrica do mundo, localizada em Foz do Iguaçú, está instalada no Rio Paraná e marca a divisão entre o Brasil e a República do Paraguai

Implantação desenfreada de 116 PCHs na região do Pantanal levanta preocupação ambiental no local

Amb i e n t e

Laís Camargo

Se em 1970 eram“noventa milhões emação”, e em 2002 eram“cento e setenta mi-lhões de corações bra-sileiros gritando gol”, oInstituto Brasileiro deGeografia e Estatística(IBGE) divulgou que naCopa do Mundo são191 milhões de habi-tantes para constar nascantigas da torcida.

Em quarenta anos apopulação brasileiradobrou. Junto com osnovos cidadãos vieramtambém suas necessi-dades básicas como co-mida, moradia, vesti-menta e energia paraprover tudo isso. Sómesmo com muita bolano pé para driblar esseparadigma: como pro-duzir tanta energia semcausar impactos ambi-entais tamanhos quefaçam essa produçãonão valer a pena?

O que mais tem di-ficultado essa respostaé a falta de integraçãoentre os estudiosos domeio ambiente e o po-der público, que tam-bém refletiu na aprova-ção da instalação de116 pequenas centraishidrelétricas (PCHs) naregião pantaneira, sen-do 70% delas na Baciado Alto Paraguai.

Quanto à produçãoenergética, as vanta-gens são inegáveis. Po-rém, populações ribei-rinhas vivem da pescanesses rios, e a cons-trução de barragens in-terfere no fluxo naturalde água, refletindo nadesova e alimentaçãodos peixes. “A constru-ção de hidrelétricassempre é uma catástro-fe para o meio ambien-te. Estão fazendo estu-dos para implantar norio Jaurú, nós somoscontra, porque é um

rio rico em peixes, o prejuí-zo seria total. Infelizmentequem tem dinheiro podetudo”, conta Armindo Batis-ta, pescador pantanei-ro, presidente da Federaçãode Pesca de Mato Grosso doSul. Somente em Coxim sãocerca de cinco mil pessoasvivendo do turismo ligado àpesca.

Com as barragens, oecossistema de peixes nãofica impossibilitado, masmodificado. “A barreira físi-ca de uma barragem impedeo fluxo natural dos peixesmigradores, rio acima (du-rante a fase de reprodução,a piracema) e rio abaixo”, ex-plica a bióloga e pesquisa-dora da Embrapa Pantanal,Débora Calheiros. Portanto,as espécies que sobreviveri-am nesse sistema seriam asque não precisam de pira-cema, como uma espécieconsiderada exótica, a tilá-pia, por exemplo. Nessecaso, se as espécies não exis-tirem no local, elas devemser implantadas artificial-mente.

Atualmente, 29 das 116PCH’s já estão implantadas,ocasionando alterações nosleitos dos rios, que sobemmuito, fazendo com que al-gumas áreas da planíciepantaneira não sequem mais.O que reflete também na agri-cultura de espécies como ba-nana e laranja, além de pas-tagem para o gado. Quandoo ritmo de inundação e secaé comprometido, a vegetaçãotambém se desregula, dificul-tando a alimentação dos pei-xes. Segundo Débora, umaforma de minimizar os impac-tos é realizar estudos prévi-os em que se avaliem os im-pactos conjuntos de todosesses empreendimentos nofuncionamento ecológico doPantanal. “Por meio de Ava-lição Ambiental Integrada(AAI) do setor elétrico e daAvaliação Ambiental Estraté-gica (AAE) quanto aos efei-tos ambientais. Além disso oMinistério Público Federal(MPF) prevê que todos os

empreendimentos em cursodevam ter suas licenças pa-radas até que tais estudossejam realizados”, apontaDébora.

Como as canções de Copa

do Mundo, que marcam eeternizam a cultura futebolis-ta brasileira, o Pantanal deveser preservado. Necessidadeaclamada na ConstituiçãoNacional do Brasil (BRASIL,

1988) que considera o Panta-nal como Patrimônio Nacio-nal (Cap. VI, Art. 225): “To-dos têm direito ao meio am-biente ecologicamente equili-brado, bem de uso comum do

povo e essencial à sadia qua-lidade de vida, impondo-seao poder público e à coleti-vidade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-sentes e futuras gerações”.

Foto: portaldoprofessor.mec.gov.br