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Page 1: HF ed. 17 - CEPEA-Esalq/USPHORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 3Marina Matthiesen (esq.) e Carolina Dalla Costa (dir.) este mês, a Hortifruti Brasil completa seu segundo aniversá-rio
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2 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 3

Marina Matthiesen (esq.) e Carolina Dalla Costa (dir.)

este mês, a Hortifruti Brasilcompleta seu segundo aniversá-rio e, para comemorar, prepara-

mos uma edição inteiramente especialpara você, Leitor!

Para começar, uma matéria especialquestionando o que de fato vem ocorren-do no cenário internacional do suco delaranja. Nossa pesquisadora MargareteBoteon analisa quais são os fatores quepreocupam os agentes citrícolas duran-te a tão prometida "década de ouro dacitricultura".

Para a Matéria de Capa, fizemos en-trevistas inéditas, com agentes que sãoverdadeiros exemplos de profissionalis-mo no setor. Esses empreendedorescontam qual o segredo para se desta-car na produção, comercialização e aténa exportação dos hortifrutícolas. Sãopessoas que acreditam na força do se-tor e que de alguma forma contribuí-ram para o seu aperfeiçoamento. Nes-te especial, eles abrem o jogo e mos-tram que não é possível se tornar um

Marina e Carolinaforam as

organizadorasdeste especial de

aniversário.

vencedor só produzindo bem.Hoje, é preciso saber comercializar

seu produto, aproveitar os melhores cli-entes e diminuir os riscos de inadim-plência. Além disso, tambémdeve-se atentar para a satis-fação dos clientes, criar um elocom seus consumidores e atre-lar credibilidade à sua marca.

Também preparamos umFórum de Idéias totalmente re-modelado, onde quem expõesuas opiniões é você.

Depois de dois anos de circulação ehoje líder na referência de informaçõessobre o setor hortifrutícola, perguntamosa diversos leitores como a Hortifruti Bra-sil tem contribuído para as negociaçõesda sua empresa.

Quer saber as respostas? Corra, leiae depois diga o que achou. A HortifrutiBrasil não é feita só de análises de mer-cado, mas também de pessoas, daquelasque movimentam o agronegócio e fazemo setor andar para frente.

EDITORIAL

Dois anos de sucesso da Hortifruti BrasilO resultado após 24 edições é que o empreendimento Hortifruti Brasil é uma receita de sucesso.

O segredo: a parceria entre a Universidade e o Produtor.

N

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4 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE

SEÇÕESSEÇÕESSEÇÕESSEÇÕESSEÇÕESUva Clima favorece a uva em maio 19Mamão Chuvas pra que as quero! 20Melão Pico de safra em maio 21Banana Mais banana no mercado 22Citros Inicia-se a safra 2004/2005 23

Capa 11Capa 11Capa 11Capa 11Capa 11RECEITRECEITRECEITRECEITRECEITAS DE AS DE AS DE AS DE AS DE VENCEDORESVENCEDORESVENCEDORESVENCEDORESVENCEDORESNesta edição especial de dois anosda Hortifruti BrasilHortifruti BrasilHortifruti BrasilHortifruti BrasilHortifruti Brasil, convidamosprofissionais do setor paracompartilhar com os demais leitoresqual é o caminho para se tornar umempreendedor bem sucedido.

Especial Suco O que mudou? 6Tomate É a vez da safra do inverno 8Batata Preços saem do vermelho 9Cebola Termina a safra sulista 10Manga Baixa oferta alavanca preços 18

LEITLEITLEITLEITLEITORES ORES ORES ORES ORES AAAAAVVVVVALIAM ALIAM ALIAM ALIAM ALIAM AAAAAHORTIFRUTI BRASILHORTIFRUTI BRASILHORTIFRUTI BRASILHORTIFRUTI BRASILHORTIFRUTI BRASILConvidamos nosso mais importantepatrimônio – os leitores – paraavaliar a importância da HortifrutiHortifrutiHortifrutiHortifrutiHortifrutiBrasilBrasilBrasilBrasilBrasil sobre o seu negócio.

Fórum 24Fórum 24Fórum 24Fórum 24Fórum 24

Na seção Manga (pág 14), da edição nº 23, o título do gráfico é "Qualidade inferior dificultou a comercialização da tommy"No gráfico da seção Citros (pág 17), os preços da primeira coluna se referem à safra 2003/04 e os da segunda à safra 2002/03.

Cartas

Escreva pra gente! - [email protected] - Hortifruti Brasil - CP 132 - CEP:13400-970 - Piracicaba/SP

E X P E D I E N T E

A Hortifruti Brasil é uma publicação do CEPEA- Centro de Estudos Avançados em EconomiaAplicada - USP/ESALQ

Editor Científico:Geraldo Sant’ Ana de Camargo Barros

Editora Executiva:Margarete Boteon

Editora Econômica:Mírian Rumenos Piedade Bacchi

Editora Assistente:Carolina Dalla Costa

Diretor Financeiro:Sergio De Zen

Jornalista Responsável:Ana Paula da Silva - MTb: 27368

Revisão:Letícia Macchi

Equipe Técnica:Aline Vitti, Aline Barrozo Ferro, Carolina Dalla Costa,Cinthia A. Vicentini, Isis N. Sardella, João Paulo B.Deleo, Marina L. Matthiesen, Margarete Boteon,Mauro Osaki, Rafaela Cristina da Silva, Renata E.Gaiotto Sebastiani, Daiana Braga, Renata B.Lacombe e Thiago L. D. S. Barros.

Apoio:FEALQFundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz

Diagramação Eletrônica/Arte:Thiago Luiz Dias Siqueira Barros

Fotolitos:Nautilus Estúdio GráficoFone:(19)[email protected]

Impressão:MPC Artes GráficasFone:(19)[email protected]

Tiragem:8.500 exemplares

Contato:C.Postal 132 - 13400-970 Piracicaba, SPTel: 19 3429-8809Fax: 19 [email protected]://cepea.esalq.usp.br

A revista Hortifruti Brasil pertence ao Cepea - Centrode Estudos Avançados em Economia Aplicada - USP/Esalq. A reprodução de matérias publicadas pelarevista é permitida desde que citados os nomes dosautores, a fonte Hortifruti Brasil/Cepea e a devida datade publicação.

Erramos:

BOA IDÉIA!Lendo a matéria sobre rotulagem de produtos agrícolas

(edição nº 22 - mar/04) e observei que de nada adiantarotular o hortícola no campo ou na origem se osupermercado ou varejista não especificar o produto nagôndola. Principalmente no caso da batata, deveria haveruma indicação culinária do produto no supermercado paraque o consumidor saiba o que está comprando.Acredito que se o supermercado especificasse a finalidadedo produto exposto (fritura, purê, maionese, etc) a batatateria preços diferenciados e o consumidor saberia o queesta levando para casa.Cezar A. Maffini ([email protected])Produtor e comerciante de batatas do Rio Grande do Sul

DADOS SOBRE CHICÓRIAPor favor, gostaria de plantar chicória e peço que os

senhores me enviem algumas informações técnicas sobreo cultivo desta verdura.

Gostaria também de conhecer as diferentes variedadesde chicória, Obrigado.Guilherme Signorini ([email protected])A Hortifruti Brasil é uma publicação especializada em análisesde mercado para nove produtos sendo que a chicória nãointegra nossas pesquisas. Sugerimos que você entre emcontato com a Sociedade de Olericultura do Brasil para obtermais informações sobre esse produto. Anote o site:www.horticiencia.com.br

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 5

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6 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

Há dois anos, as projeções in-dicavam que nesta década a citri-cultura mundial entraria em umciclo de alta. Os principais incen-tivadores desse otimismo eram aexpectativa de redução da ofertados grandes produtores (princi-palmente o Brasil) e a previsão decrescimento ou, ao menos, esta-bilidade da demanda, em relação àdécada anterior. Entretanto, o fô-lego do setor acabou no meio docaminho e, em 2004, os contratosdo suco de laranja concentrado econgelado na Bolsa de Nova Yorkmarcaram recordes de baixa dosúltimos 30 anos. Afinal, quaisforam as mudanças que levaramas previsões a se inverteremtão drasticamente?

Talvez, os especialistas, ou atémesmo o setor, tenham dado pou-ca importância ao comportamentoda demanda e muita ênfase aosefeitos que as doenças nos poma-res teriam instantaneamente sobrea oferta. Acreditava-se que a Mor-te Súbita do Citros (MSC), em SãoPaulo, e o cancro cítrico e a triste-za, na Flórida, iriam desacelerar ocrescimento do parque citrícolamundial enquanto que o aumentoou, pelo menos, a estabilidade doconsumo do suco impulsionaria ascotações do produto.

Entretanto, a queda na deman-da norte-americana e a safra recor-de na Flórida acabaram com o oti-mismo do setor. Nos Estados Uni-dos, por exemplo, dados deACNielsen mostram que o consu-mo no país vem caindo desde a sa-fra 1997/98. Contratempos climá-ticos, ora na Flórida ora no Brasil,prejudicaram as safras locais e li-mitaram a oferta no mundo, "mas-carando" a redução da demanda noinício da década. Sem adversidadesclimáticas tão extremas, a reduçãodo consumo acabou evidenciandoos excedentes de oferta em 2004,pelo menos nos Estados Unidos.No Brasil, indefinição é a palavra-chave do momento porque ainda

não se sabe ao certo como qualifi-car a presença norte-americana nocomércio mundial.

De modo geral, os problemasque podem frear o crescimento doparque citrícola em São Paulo e naFlórida ainda são reais. Pesquisasrealizadas pelo Cepea mostram queem 2003 a área comercial citrícolado Estado de São Paulo era 10% in-ferior à de 1999. São Paulo contouem 2003 com 185 milhões de árvo-res plantadas nas regiões comer-ciais citrícolas, sendo 155 milhõesem produção. A incidência da CVC,cancro e morte súbita têm sido umdos principais limitantes da expan-são dessa área.

O aumento dos preços ao pro-dutor nas três últimas safras ali-ado à melhoria das práticas cul-turais elevaram o produtividadedo parque paulista para os atuais360 milhões de caixas. Contudo,para a safra 2004/05, as projeçõesindicam uma safra abaixo destepotencial, em torno de 340 mi-lhões de caixas devido aos efei-tos climáticos durante as primei-ras floradas.

Na Flórida, mesmo com a pre-visão de uma safra recorde paraeste ano - o USDA anunciou emabril uma safra de 245 milhões decaixas de 40,8 kg, a tendência éde que o parque citrícola continuea diminuir, assim como o consta-tado no último inventário de árvo-res realizado pelo USDA, em 2002.A redução no valor da fruta e a tris-teza são os principais fatores quecontribuem para a desaceleraçãodo crescimento do parque citrícolalocal. O inventário do Departamen-to de Agricultura norte-americanotambém apontou que 14% dos por-ta-enxertos utilizados nos poma-res locais são de laranja azeda,susceptíveis à tristeza.

A novidade deste ano, pelo me-nos nos Estados Unidos, é a pro-pagação das dietas com baixo con-sumo de carboidratos, que deses-timulam o consumo de frutas esucos com o apelo de que estespodem engordar. Sozinhas essasdietas não são responsáveis pelaredução da demanda por suco nosEstados Unidos, mas, acredita-seque sua influência acentuou essecomportamento, principalmente noúltimo mês de março.

Dados da ACNielsen mostramque, com exceção do NFC (suco nãoconcentrado), todos os demais tiposde suco apresentaram diminuiçãode vendas no varejo, nesta safra.Mesmo no caso do NFC, o aumentonas vendas acumulado entre setem-bro/03 e março/04 foi modesto, de1,3%, frente ao mesmo período doano anterior. A mesma fonte apon-ta que o recuo mais acentuado foipara a comercialização do congela-do que, no mesmo período, caiu 19%em relação a 2003.

Neste ano, o crescimento daoferta e a queda na demanda nomercado norte-americano geramexcedentes de suco e trazem doisefeitos prejudiciais para o Brasil.Primeiro: a imediata redução dascompras do produto brasileiro pe-los Estados Unidos. Segundo: a pos-sibilidade do país se tornar um con-corrente no comércio mundial, prin-cipalmente para atender à Europae, de certo modo, desleal. Já quesão os subsídios agrícolas inclusosno suco norte-americano que favo-recem tal competitividade.

Mais competidores vendendopara uma economia estagnada comoa União Européia preocupa os bra-sileiros. Os agentes nacionais já

O que mudou?O que mudou?Projeções indicavam uma década otimista. Mas, o que causa

tamanha apreensão no mercado mundial do suco?

Por Margarete Boteon*ESPECIAL SUCOESPECIAL SUCO

Sem perspectivas degrandes safrasnesta década

Diminuição do consumocompromete a

rentabilidade do setor

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 7

sentem pressão sobre os valores in-ternacionais e a menor liquidez doseu principal produto de exportação:o suco concentrado e congelado. NaEuropa, a estagnação econômica re-traiu as compras da população e,com as previsões de baixo cresci-mento para este ano, os consumi-dores europeus vêm gastando me-nos e poupando mais.

No mercado interno brasileiro,também não há muitas perspectivasde crescimento do consumo de suco.Apesar do aperfeiçoamento na co-mercialização desse produto, espe-cialmente na década passada, o sucode laranja vem perdendo espaço paraoutros sabores como manga e pês-sego. Além disso, as taxas de cres-cimento dos sucos prontos para be-ber estão menores do que as verifi-cadas na virada do milênio.

Mesmo sem previsões de super-safras mundiais nos próximosanos, o cenário de retração de con-sumo de suco pode gerar exceden-tes de oferta mundiais e pressio-nar as cotações. Considerando estapossibilidade, as ações do setordevem se concentrar em estratégi-as para vender mais suco. Talveznão só o concentrado, mas outrostipos e para mais países. Claro queações como pesquisa e controle dedoenças/pragas, como as que vêmsendo bem-sucedidas ultimamente,nunca devem ser deixadas de lado.Mas, estamos observando que so-

mente isto não é suficiente paramanter a sustentabilidade do setor.

Muitas ações de promoção devendas têm sido realizadas pelo go-verno, entidades e indústria. Mas,o que falta de fato é umaintegração maior de planejamen-to entre a indústria e o setor pro-dutivo sobre o quê, como e quan-to plantar de laranja ou outroscítricos com foco em produtospara os consumidores deste mi-lênio, e não os da década de 60.Claro que as ações não devem pa-rar no parque citrícola, mas lá é oprincípio de tudo já que é o ativomais caro e de longo prazo que a

citricultura paulista dispõe. Alémdisso, um planejamento sobrequal é o futuro do nosso parquecitrícola, indiretamente, significa-ria elencar os problemas de con-sumo, os relativos a políticas ex-ternas e as barreiras. Esse equa-cionamento tornaria mais fácil aosetor se articular, agir e exigir, al-cançando resultados mais efetivose sustentáveis.

BALANÇO DA OFERTA DE SUCO NOS ÚLTIMOS 10 ANOSBALANÇO DA OFERTA DE SUCO NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

COTAÇÃOBOLSA NY

SAFRA

US$/T3

2003/04 - - 988,77

2001/02 5,21 1,100 1.259,14

2000/01 5,08 1,325 1.081,50

1999/00 5,65 1,398 1.247,61

1998/99 5,68 1,244 1.432,79

1997/98 5,82 1,381 1.263,19

1996/97 5,16 1,262 1.338,84

1995/96 5,30 1,027 1.703,87

1994/95 4,56 1,080 1.450,00

280,00 245,00 525,00

280,00 230,00 510,00

355,00 223,30 578,30

395,00 233,00 628,00

342,00 186,00 528,00

420,00 244,00 664,00

366,00 226,20 592,20

357,00 203,30 560,30

311,00 205,50 516,50

2002/03 4.83 1,066 1.325,99360,00 203,00 563,00

OFERTA DE LARANJA

São Paulo1 Flórida1 Total

INDICADORES DE DEMANDAEXTERNA

BrasilEUAGalões per

capita (anual)Exportações

FCOJ 2

(milhões de caixas de 40,8 kg)

1 A safra brasileira compreende o período de julho a junho, enquanto a norte-americana inicia em outubro evai até setembro do ano seguinte.2 O cálculo de exportação refere-se ao ano-safra (julho-junho) e somente aos embarques de suco concentradoe congelado em milhões de toneladas.3 O cálculo na Bolsa de Nova York foi feito com base ao ano safra-brasileiro (julho-junho) e convertido emdólares por tonelada. Para a safra 2003/04, os dados referem-se ao período de julho a abril.

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Produtor e Indústriamais integrados

* Pesquisadora e coordenadora daspesquisas econômicas com citros noCepea, centro de economia daESALQ-USP.E-mail: [email protected]

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8 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

TTTTTOMAOMAOMAOMAOMATETETETETE

É a vez dasafra de invernoEm maio, Araguari, Mogi Guaçu e Sumaré intensificam a produção de tomate

Aumenta a ofertaNeste mês, as regiões

de Araguari (MG), MogiGuaçu (SP) e Sumaré (SP) vol-tam a se destacar como asprincipais regiões ofertantesde tomate do país. De modogeral, essas praças iniciam acolheita entre o final de abrile o início de maio e perma-necem no mercado até mea-dos de outubro. Em MinasGerais, as primeiras roças co-meçaram a ser colhidas nomês passado, mas é nesteque o ritmo das atividadesdeve se acelerar. O mesmoocorre nas roças paulistas,que devem aumentar o volu-me ofertado no final destemês, atingindo o pico de sa-fra em junho. Segundo agen-tes de mercado, a qualidadedo tomate ofertado nessasregiões está muito baixa e amaioria dos frutos está ama-relada ou trincada. O princi-pal motivo para a deprecia-

ção do produto foi a ocorrên-cia de constantes chuvas en-tre março e abril. Nas lavou-ras paulistas, além dos prejuí-zos decorrentes das chuvas, apresença da mosca brancatambém vem preocupando ostomaticultores da região. Emanos anteriores, a praga nãocostumava aparecer nas la-vouras neste período, uma vezque seu ataque sempre esteverelacionado aos meses maisquentes. As perdas ainda nãosão grandes, mas a moscabranca já está prejudicando aqualidade do tomate de algu-mas roças.

Cadê São José de Ubá?Contrariando as expectativasdo setor, a região produtorade São José de Ubá (RJ) devepermanecer fora do mercadoem maio. Muitos produtoresdesta praça decidiram ante-cipar o plantio das primeiraslavouras com o objetivo de

colher duranteos meses demarço e abril.Em 2003, ospreços do to-mate registra-ram elevadospicos de pre-ços neste pe-ríodo e a ex-pectativa dosprodutores erade que estaalta se repetis-se. Entretanto,as constanteschuvas regis-tradas nas la-vouras entrejaneiro e feve-

reiro deste ano dificultaramo transplatio das mudas, atra-sando as atividades locais.As roças de São José de Ubádevem começar a ser colhi-das apenas no começo dejunho, assim como em 2003.A expectativa do volume aser colhido é inferior ao dasafra passada, já que a áreade plantio na região é 25%menor que a do último ano,com 9 milhões de pés. Essaredução se deve aos baixospreços recebidos pelos pro-dutores na safra anterior e àdificuldade de obtenção decrédito junto aos bancos nes-te ano.

Qualidadederruba preçosApesar de algumas regiões,como Araguari (MG) e Goia-nápolis (GO), terem iniciadoa colheita do tomate emabril, o fator que ocasionoua queda dos preços nas prin-cipais ceasas do país duran-te o último mês não foi o au-mento da oferta, mas sim abaixa qualidade do produtoe a retração dos consumido-res. Adversidades climáticasnas lavouras prejudicaramsua aparência de modo quea maior parte do produtoofertado no período estavamanchada ou rachada. Des-ta forma, o tomate salada AAlonga vida, na Ceagesp, foicomercializado a aproxima-damente R$ 17,00/cx de 23 kg,em abril, cerca de 13% abai-xo dos valores praticados emmarço. Frente a abril de 2003,a desvalorização do produtofoi maior, atingindo 45%.

Por Renata B. Lacombe eRafaela Cristina da Silva

Preços médios de venda do tomate salada AA longa vida na Ceagesp - R$/cx 23KgBaixa qualidade dificulta reação nos preços do tomate

Fonte: Cepea

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

17,56

20042003

S

32,14

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 9

Preços saem dovermelho

Diminuição da oferta garante preços melhores aos bataticultores

Por João Paulo Deleo e Daiana Braga

BBBBBAAAAATTTTTAAAAATTTTTAAAAA

Menos batatano mercado

Em maio, o ritmo de colheitada safra das secas não deveser intenso, trazendo boasexpectativas para os batati-cultores nacionais. O Sudo-este Paulista, Sul de Minas eas regiões de Brasília e Cris-talina (GO) ainda estão ini-ciando a colheita. A estima-tiva é de que o volume ofer-tado por essas praças, nesteano, seja inferior ao de 2003,em virtude da redução naárea de plantio. Mesmo coma manutenção da colheitanas regiões do Triângulo Mi-neiro/Alto do Paranaíba(MG), o ritmo dessas ativida-des deve ser bem mais lento,dada a aproximação do en-cerramento da safra daságuas. No último mês, com achegada da entressafra doSul de Minas e com a redu-ção da oferta de Guarapuava(PR), restou somente o Triân-gulo Mineiro/Alto do Parana-íba para abastecer os princi-pais pólos consumidores dopaís, ocasionando uma fortequeda no volume de batatasdisponível ao mercado naci-onal. Com isso, os preços dotubérculo finalmente apre-sentaram uma recuperaçãosignificativa - há nove mesesos valores não ultrapassa-vam a casa dos R$20,00/sc noatacado de São Paulo.

Agata até quando?A agata vem ganhando cadavez mais espaço entre os cul-tivares plantados pelos pro-dutores de batata. Mesmocom suas limitações de mer-

cado, as perspectivas apon-tam o aumento do plantionas principais regiões pro-dutoras. Mesmo no Sul deMinas, onde a agata não foimuito presente em safras an-teriores, seu cultivo deve ser5% maior em 2004, em com-paração a 2003. Isso indicaque 35% da área total serácultivada com a agata na re-gião. Ainda no Sul de Minas,a monalisa continua sendopreferida pelos bataticulto-res, com 45% da área totalcultivada. Contudo, em com-paração a 2003, o plantio damonal isa foi 15% menor,neste ano. Em outras regiões,a área cultivada com agataultrapassa a de monalisa. NoTriângulo Mineiro/Alto doParanaíba (MG), cerca de60% da área total é cultivadacom a agata, contra 20% paraa monalisa. No SudoestePaulista, a presença da agataé ainda maior, com 70% daárea total cultivada, contra12% da monalisa. Mas, a lide-rança da agata é mesmo emGuarapuava-PR,onde 85% do to-tal cultivado édesse cultivar, se-gundo produto-res locais. Comtais números,pode-se calcularque mesmo coma redução da áreaplantada na safradas secas, a ofer-ta deve permane-cer elevada emfunção da maiorprodutividade daagata.

20042003

54,56 60,00

65,00

55,00

50,00

45,00

40,00

35,00

30,00

25,00

20,00jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Preço médios de venda da batata monalisa no atacado de São Paulo - R$/ sc 50 kgAlta de 50% em abril ainda é pouco para a monalisa

Fonte: Cepea

42,32

Seca nas "águas"Em plena safra das águas, aregião de Guarapuava (PR) -ao contrário das demais -teve problemas com baixovolume de chuvas entre osmeses de janeiro e feverei-ro, prejudicando a qualida-de da colheita do tubérculoem março e abril. A estiagemprolongada dificultou a for-mação da batata, principal-mente em relação ao diâme-tro, que não atingiu o padrãoexigido pelo mercado. Alémdisso, houve redução do vo-lume produzido em até 50%em algumas propriedades eantecipação do final da sa-fra para abril. A produtivida-de média da região no perío-do foi estimada em aproxi-madamente 20 ton/ha, meta-de do obtido na safra passa-da. Normalmente, há umasafrinha na região no finalde abril e início de maio. Estaoferta, neste ano, deveráocorrer em um curto inter-valo de tempo, esgotando-seaté o final de maio.

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10 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

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Por Aline Barrozo Ferro

Termina safra sulistaA menor oferta nacional podemelhorar os preços internos e aumentar as importações

Cebola sulistase despede do mercadoJá em fase final de comerciali-zação, a safra catarinense ter-minou o mês de abril com maisde 90% da sua produção totalvendida. Porém, o aumento daumidade, em função das chu-vas registradas durante o últi-mo mês, fez com que o bulboestocado começasse a brotar ea perder resistência, deprecian-do sua qualidade. No Rio Gran-de do Sul, o volume disponíveltambém reduziu e, no final doúltimo mês, poucos agentescomercializavam a cebola pre-coce. A comercialização dobulbo local deve se estenderaté o início de maio. Nesta sa-fra, mesmo com a menor ofertade cebola argentina, os preçosdo produto interno se mantive-ram abaixo dos valores cotadosem 2003. Isso se deve à melhorprodutividade deste ano nas la-vouras sulistas, suficiente paragarantir a oferta do produto nomercado nacional. Entre de-zembro de 2003 e abril de 2004,os preços recebidos pelos ce-bolicultores locais foram cercade 20% menores que no mes-

mo período da última safra.

Divinolândiaantecipa colheitaAs intensas chuvas registradasem Divinolândia (SP), no iníciodo ano, prejudicaram a produ-ção de bulbinhos. Como a mai-or parte das roças foi prejudica-da pela incidência de bacterio-ses e fungos, a colheita foi ante-cipada para o final de abril. Comisso, quase metade das cebolascolhidas são miúdas (tipo 2) ede baixa qualidade. A região dePiedade (SP) também deve ini-ciar a colheita na segunda quin-zena deste mês, porém a área decultivo na região é muito menorque nos anos anteriores.

Menor ofertaimpulsionapreços no NE

A baixa oferta do bulbo nordes-tino, ocasionada pela queda daprodutividade local, impulsio-nou os preços daquela cebolaem abril. A maior parte do bul-bo veio de Irecê (BA), onde osprejuízos com as chuvas do anopassado foram menores. Assim,o valor médio da ipa ao produ-

tor foi de R$0,55/kg em abril.

Na segunda qui-nzena de maio,esta região deveiniciar uma no-va colheita, des-sa vez de bulbosmais sadios, se-meados após operíodo de chu-vas. Já no Vale doSão Francisco,com o transbor-damento do

CEBOLACEBOLACEBOLACEBOLACEBOLA

SPreços médios recebidos pelos produtores em Ituporanga (SC) pela cebola crioula - R$/kg

Maior oferta no Sul pressiona valoresda crioula em 2004

Fonte: Cepea

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

dez jan fev mar abr

0,58

0,45

2003/042002/03

lago do Sobradinho, o plantio navazante deve se iniciar apenasem junho, quando o nível daágua tiver retornado ao normal.Diante da dificuldade em plan-tar na vazante, alguns produto-res resolveram fazer o trans-plante nas terras mais altas, mes-mo obtendo uma produtivida-de menor. A colheita no Valedeve começar a partir de junho.

Chuvas na Argentinaatrapalham importaçõesContrariando as previsões dosagentes nacionais, o volume decebolas importadas da Argen-tina continuou baixo em abril.Intensas chuvas no país vizi-nho prejudicaram a colheita eo transporte do bulbo, limitan-do a entrada no Brasil e alavan-cando os preços do produto.No final de abril, o valor da ce-bola argentina era 17% superi-or ao verificado no início domês. Segundo dados da Secex,o volume importado da Argen-tina passou de 87 toneladas, emfevereiro, para 12.594, em mar-ço. Mesmo com esse significa-tivo aumento, o valor ainda écerca de 67% inferior ao regis-trado no ano anterior. Paramaio, ainda é difícil prever ocomportamento da entrada doproduto importado, visto que asimportações dependerão dascondições climáticas na Argen-tina. A redução das importa-ções também favoreceu o pro-duto nacional, que na segundaquinzena de abril registrou umaleve reação nos preços. Deacordo com os agentes, os pre-ços podem reagir mais emmaio com o encerramento dasafra sulista.

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 11

orticultura não é só produção. Éisso que se conclui após obser-var que boa parte das pessoas de

sucesso no setor além de produzir bem,agrega valor, comercializa e muitas ve-zes exporta o seu produto.Um bom manejo das lavouras, a escolhadas melhores variedades, o controle depragas e demais fatores que garantem acolheita de um produto nota dez são es-senciais. Mas as vendas, a escolha debons clientes e a garantia de satisfaçãodo consumidor é que fazem de nossosentrevistados reais vencedores.Assim como Édson, Lauro, Kawabata,Leon, Feltran, Magário, Luis Roberto,Mauro e Fábio, existem outras dezenasde produtores que podem ser apontadoscomo exemplos a serem seguidos. Sãopessoas que apostam no setor e que atra-vés do seu sucesso fazem a horticulturanacional brilhar ainda mais.Nesta edição de dois anos da HortifrutiBrasil, eles contam um pouco de suahistória e mostram que é com dedica-ção, força de vontade e muito trabalhoque se chega ao topo.

CAPA

Receita deVENCEDORESReceita deVENCEDORES

H

Entrevistador/Entrevistado (de cima paraEntrevistador/Entrevistado (de cima paraEntrevistador/Entrevistado (de cima paraEntrevistador/Entrevistado (de cima paraEntrevistador/Entrevistado (de cima parabaixo):baixo):baixo):baixo):baixo): Renata E. Gaiotto Sebastiani/ÉdsonTadashi Nakahara; Marina L. Matthiesen/EdisonMagário; João Paulo B. Deleo e Daiana Braga/Marcelo Balerini de Carvalho; Aline BarrozoFerro/Airton Benedito Feltran; MargareteBoteon e Carolina Dalla Costa/Leon Van ParysNaday; Cinthia A. Vicentini/Luiz RobertoMaldonado Barcelos; Rafaela Cristina da Silva eRenata B. Lacombe/ Lázaro Lauro de Andrade;Aline Vitti/Koichi Kawabata; Isis N. Sardella/Fábio Gomes e Gama.

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12 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

"Aprendi a ouvirpessoas experientes, oque mostra que não é

necessário apanhar paraaprender"

O senhor Koichi Kawabata é o dina-mismo em pessoa. Filho de imigrantes ja-poneses, esteve em contato direto com aagricultura desde sua juventude, quandoseu pai produzia verduras e legumes.Com 20 anos, Koichi assumiu a adminis-tração da proprieda-de. Durante os trêsprimeiros anos emque coordenou asatividades da famí-lia, Koichi apostouno cultivo de feijão para levantar os re-cursos necessários para a implantação dafruticultura. Desde então, a produção deprimeiríssima qualidade tem garantidodestaque no mercado nacional e interna-

cional. A idéia de ingressar na exportaçãosurgiu há três anos e, até o momento, ovolume enviado ao mercado externo vemduplicando anualmente. Hoje, além dauva, Koichi produz também outras frutase tem parceria com diversos produtores

das regiões Sul e Su-deste e exporta 12 ti-pos de mercadorias,seja por via marítimaou aérea (para as fru-tas). É Koichi quem

controla as vendas e decide sobre asmudanças do empreendimento. De olhoem novas possibilidades, Koichi tambémabriu uma loja agropecuária, onde reven-de insumos e dá assistência aos produto-

O senhor ÉdsonTadashi Nakahara é umexemplo de pessoa quegosta do que faz. Filhode pequenos comercian-tes e produtores de cafédo interior do Paraná,sempre demonstrouamor pela terra. Sempreatento à disposição das pessoas ao seuredor, soube aproveitar suas oportuni-dades e crescer na vida. Trabalhou emAtibaia (SP), em Juazeiro (BA) e na ex-tinta Cooperativa Agrícola de Cotia (SP).Começou como Técnico Agrícola da co-operativa e chegou a Gerente Regional.Então, voltou para a região nordestina etrabalhou por sete anos na HortifrutiVale Verde com a produção e comer-cialização do tomate e, posteriormen-te, com a manga. Em 2002, comprou aempresa que pertencia ao amigo e "mes-tre" Júlio Suda e criou a Vale Verde Co-mércio de Frutas. Além de administrara parte comercial da empresa, atua na

organização agrícola, sua verdadeirapaixão. Édson confessa que chega a fi-car triste nos dias em que não realizaas visitas diárias ao campo. Para ele,seu sucesso se deve primeiramente à

sua família, principal-mente à esposa e aosf i lhos, pois se nãoexis t i sse harmoniaentre eles, não seriapossível administrarbem uma empresa.

HF Brasil - Queconselho o senhordaria para aquelesque desejam iniciarum negócio e obtersucesso?

Édson - Não terpreguiça! Faço ques-

tão de frisar que empenho e transparên-cia são essenciais para o progresso doser humano. Além disso, considero ex-tremamente importante ter uma ajudainicial, um apoio, uma orientação, já queninguém cresce sozinho. Entretanto, épreciso ter força e vontade para apren-der e depois humildade para retribuir.

HF Brasil - Qual foi o melhor anopara sua atividade?

Édson - A Vale Verde sempre pro-curou atuar com seriedade e integrida-de. Isso atraiu produtores e compra-dores da região e conseguimos passarconfiança a eles, ou seja, temos credibi-

lidade no setor. Portanto, classifico quetodos os anos foram positivos, já quenão "fechamos no vermelho" em nenhu-ma situação.

HF Brasil - Qual é o segredo para semanter tanto tempo na atividade?

Édson- É fundamental continuar como mesmo espírito e dedicação do iníciodas atividades. Alguns produtores,quando começam a ganhar dinheiro, seiludem e acham que já estão ricos, pas-sando a se dedicar menos ao trabalho.

HF Brasil - O melhor caminho para osucesso é a diversificação ou a concen-tração de esforços em áreas onde já setem conhecimento mais aprofundado?

Édson- Acredito que o caminho é adiversificação, porém, dentro da mes-ma área de atividade.

HF Brasil - Que orientações o senhordaria para alguém que queira se tornarmais competitivo no setor ?

Édson - É necessário sempre estar embusca de novas tecnologias, mantendo-se informado sobre o mercado financei-ro e ter sempre muita dedicação.

Nome da Empresa:Sítio Kawabata.Ramo de atividade:

Produção e exportação de frutas.Produção:Atualmente, possui 40 alqueirescultivados com uva, caqui, ameixa eatemóia na cidade de Pilar do Sul (SP).Trabalha com a exportação de 12produtos. Estima-se que seu faturamentoanual esteja ao redor de R$ 3 milhões.

Tempo de atividade:33 anos.

Koichi Kawabata

Nome da Empresa:

Vale Verde Comércio de Frutas.

Ramo de atividade:

Produção e distribuição de frutas.

Produção:

Cultiva atualmente no Vale do SãoFrancisco manga - principal produtoda empresa -, uva, goiaba, limão emaracujá em uma área total de 80ha. Além disso, monitora a produçãoe a comercialização de 25produtores em uma área de 180 ha.Tempo de atividade : 17 anos.

Édson Tadashi Nakahara

Os europeus que o aguardem!Os europeus que o aguardem!

" Deixar de ser produtor éa última coisa que penso

em fazer "

ORGULHO DE SERPRODUTOR

ORGULHO DE SERPRODUTOR

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 13

res locais. E seus projetos não param poraí. Um deles é a abertura de uma repre-sentação sua na União Européia.

HF Brasil - Quais foram as lições queo senhor teve como empresário agrícola?

Kawabata - Aprendi que sem os pro-dutores e, portanto, sem a agricultura, aárea comercial praticamente não existi-ria. A agricultura é a base de todo o siste-ma. Deixar de ser produtor é a última coisaque pensaria em fazer, mesmo em perío-dos de crise.

HF Brasil - Quem ou o quê o favore-ceu a crescer no negócio?

Kawabata - Foi vontade própria. Meupai era produtor de verduras e legumese quando ele adoeceu, eu tomei contade tudo. Precisava manter as atividades

da propriedade e garantir o sustento dafamília.

HF Brasil - O senhor acredita que omelhor caminho para o sucesso é a diver-sificação ou a concentração de esforçosem áreas onde já se tem conhecimentomais aprofundado?

Kawabata - Diversificação. Hoje pos-suo 40 alqueires com produção de frutas- ameixa, uva, caqui e atemóia -, trabalhotanto no comércio interno como no ex-terno. Tenho uma loja agropecuária onderevendo insumos e implementosagropecuários, além da parceria com vá-rios produtores em diversas regiões.

HF Brasil - Que orientações o senhordaria para alguém que queira se tornar

mais competitivo no setor?Kawabata - Produza um artigo que seja

exportável, de primeira linha. Somenteassim o produtor ganhará o mercado ex-terno e também melhor preço no merca-do interno. Além disso, é necessário tiraros intermediários da cadeia de comercia-lização para garantir maiores rendimen-tos e investir no contato direto com ocomprador.

HF Brasil - Como empreendedor, oque o senhor ainda quer realizar?

Kawabata - A implantação de um es-critório central na Europa e, dentro de al-guns anos, de um sistema de transportede carga refrigerada no mercado interno,favorecendo o transporte das frutas paradistâncias superiores a 1200 quilômetros.

Versatilidade. É esta a palavra-chavena vida do tomaticultor Lázaro Lauro deAndrade. Juntamente com a seus irmãos,Lauro iniciou os trabalhos no campo atra-vés da pecuária, passou pelo cultivo doalgodão e hoje se dedica intensamente àtomaticultura. Em menos de 3 décadas, afamília Andrade triplicou o volume pro-duzido. O curioso é que, no início, seusfamiliares não tinham conhecimento so-bre as técnicas utilizadas na produção dohortícola. Foi observando as atividadesdos tomaticultores nas terras arrendadaspela família que surgiu o interesse por essa

cultura. O tomate se tornou o carro-che-fe das atividades de Lauro, mas seus ne-gócios continuam pautados pela diversi-ficação. Há 27 anos, ele também se dedi-ca ao plantio de milho e mantém algumascabeças de gado. Além disso, ele lembraque uma boa administração da proprie-dade também é fundamental para a sus-tentação e progresso dos negócios agrí-colas. E nesse ponto Lauro dá uma lição etanto! Atua desde o planejamento do plan-tio até a venda final do produto. Tem gran-de envolvimento com os trabalhos reali-zados na fazenda, controla toda a partede recursos humanos dos empregados efica "ligado" o dia todo no que acontecena produção e no mercado.

HF Brasil - Como surgiu a idéia de serprodutor de tomate?

Lauro - Minha família já atuava no ramoagrícola e uma parte das terras era arren-dada para produtores de tomate. Foramestes que nos incentivaram a iniciar a pro-dução.

HF Brasil - Quan-do foi que o investi-mento começou adar retorno?

Lauro - Não de-morou. Logo em1979, ou seja, umano após a implanta-ção do tomate, já erapossível contabilizarlucros.

HF Brasil - Qualfoi o melhor anopara sua atividade?

Lauro - No casodo tomate, o melhor ano foi 1996, quan-do alcançamos uma boa produtividadee melhor retorno financeiro. De modo ge-ral, esse foi um ano bom para grande par-te dos produtores da região de MonteMor.

HF Brasil - Quais as principais dificul-dades para se manter no ramo agrícola?

Lauro - As dificuldades são inúmeras.Alguns exemplos são a forte pressão tra-balhista, o alto custo da produção e asdificuldades geradas pela atual situaçãoeconômica do país, que refletem direta-mente no menor poder aquisitivo do con-

sumidor. Hoje em dia, as di-ficuldades para se inserir nomercado são maiores queno passado. Não se podenegar que hoje o setor émuito mais desenvolvido,mas, com a queda do po-der de compra do brasilei-ro, os gastos nas lavourasnão podem ser repassados

ao consumidor, fazendo com que o dimi-nua as margens do produtor.

HF Brasil - Existe um segredo para semanter por tanto tempo na atividade?

Lauro - Considero que são necessári-os alguns requisitos básicos. O principaldeles é a disponibilidade. É preciso estar"ligado" 24 horas por dia no que aconte-ce ao seu redor. Além disso, a seriedadepara encarar os problemas e as mudan-ças que podem surgir no meio do cami-nho também é fundamental, principal-mente em relação aos desenvolvimentostecnológicos.

A FORÇA EM FAMÍLIAA FORÇA EM FAMÍLIA

Nome da Empresa:Irmãos Andrade.Ramo de Atividade:Produção e comercialização detomate.

Produção:No início das atividades, eramplantados 30 mil pés de tomatese, hoje, Lauro cultiva aproxima-damente 1 milhão de pés e mais400 hectares com grãos (milho esoja) na cidade de Monte Mor(SP).Tempo de atividade agrícola:27 anos.

Lázaro Lauro de Andrade

"É preciso estar"ligado" 24 horas por dia

no que aconteceao redor"

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Hoje, Edison Magário, juntamente comseus dois irmãos, são responsáveis pelamanutenção da tradicional empresa quesurgiu há 50 anos. Seu pai iniciou o plan-tio de fruta em 1947,com uma área de 47alqueires no Vale doRibeira. Edison, em1992, assumiu a ad-ministração geral daempresa e de todo oprocesso produtivoda fruta, exigindo o padrão de "QualidadeMagário". Esse padrão é mantido até asgôndolas dos supermercados. Acreditan-do que "atender bem é sempre importan-

te", também é ele quem monitora as ven-das e verifica o atendimento aos clientes.Todo esse trabalho rendeu a Edison, em2002, o Prêmio Quality Brasil, que objeti-

va premiar a gestãode empresas que sedestacam no merca-do brasileiro. Apesarde todo esse reco-nhecimento, ele nãopára e aposta no cres-cimento da área plan-

tada em Janaúba (MG) - onde as lavouraspossuem tecnologia de ponta, como irri-gação e cabos aéreos - e no potencial bra-sileiro de exportação da banana.

O engenheiro agrônomoLeon Van Parys Naday admi-nistra um dos mais tradicionais grupos deprodução e comercialização de laranja doBrasil, o Grupo Citrobrasil. Fundada em1939 pelo avô de Leon, o belga - que, ape-sar da origem, se considerava brasileiro -Edmond Van Parys, a empresa é hoje res-ponsável por 40% das exportações brasi-leiras de citros, embarcando 35 mil tone-ladas anuais da fruta. A família é pioneirana exportação de frutas e no processamen-to de suco de laranja no país. O senso devanguarda do grupo vai além da área co-mercial. A Fazenda Sete Lagoas, no muni-cípio de CONCHAL (SP), é referência naárea agronômica e foi uma das primeiras autilizar irrigação em larga escala na fruti-cultura e avançadas técnicas agronômicas.

HF Brasil - Como sobreviver numa ati-vidade tão cíclica economicamente comoa citrícola? Quais as ações da empresa

em momentos de crise? E durante a valo-rização do produto?

Leon - A saída é diversificar as vendas.Nós distribuímos a produção para a in-dústria, mercado interno e exportação.Aumentamos ou diminuímos a oferta ano

a ano, conforme aoportunidade e ne-cessidade do merca-do. Desta forma,equilibramos, dentrodo possível, a receita.O que deve ficar cla-ro é que quem faz opreço é o mercado e,às vezes, para justa-mente se manter nele,

temos de trocar, ou mesmo perder dentrode limites aceitáveis, uma parcela dos lu-cros. É impossível vender para determina-do mercado apenas quando ele dá lucro.

HF Brasil - Quais suas perspectivaspara a citricultura frente ao comércio in-ternacional protecionista, ao gigantismoda China e à ameaça da morte súbita nospomares?

Leon - No que diz respeito à exporta-ção, é muito difícil uma grande mudançanas políticas de subsídios, mas não vamosficar parados nos lamentando e apontandopara os culpados de nossas dificuldades.Tenho certeza de que trabalhando correta-mente vamos nos manter no mercado.

HF Brasil - O setor tem hoje uma polí-tica exportadora? Na sua opinião, qualseria a postura governamental e do setor

privado para incrementar as exportaçõescitrícolas (suco e fruta fresca) e ao mes-mo tempo não perder em receita?

Leon - Quanto ao governo, vou usaruma frase que já escutei várias vezes: "nãoatrapalhando, já está ajudando". As aju-das que temos tido do governo têm sidopessoais, alguns funcionários federais.Quanto ao setor privado, temos que con-tinuar nos aperfeiçoando em todos os ní-veis para poder, ao menos, manter viávelos vários ramos do mercado.

HF Brasil - Qual é o segredo para per-manecer por tanto tempo no mercado?

Leon - No que diz respeito às expor-tações, o segredo é a confiança e a trans-parência que passamos aos nossos cli-entes internacionais desde o início. Noramo citricultor, o segredo é a base, aescolha do lugar certo e da muda certa,aliás, todas nossas árvores são produzi-das por nós. Além disso, é vital dar emanter boas condições de trabalho paraos funcionários, pois são eles que tocama empresa no dia-a-dia.

Nome da Empresa:Magário Comércio deFrutas Ltda.Ramo de Atividade:

Produção e comércio atacadista debanana.Produção:Cultiva atualmente 600 ha de banana.Estima que o número de pés plantadosneste ano esteja entre 800 mil e 1milhão. No início das atividades, possuíaapenas 180 mil pés.

Tempo de Atividade:32 anos.

Nome da Empresa:Grupo Citrobrasil - Fazenda SeteLagoas Agrícola S.A.Ramo de atividade:Produção e exportação de citros.Estima-se que em 2003 aempresa tenha faturadoaproximadamente US$ 25milhões.

Leon Van Parys Naday

Uma sucessão quedeu certo!

Uma sucessão quedeu certo!

"Quem faz o preço é omercado e, às vezes,para justamente se

manter nele, temos detrocar , ou mesmo

perder dentro de limitesaceitáveis, uma parcela

dos lucros"

"Nasci, me criei e devomorrer no bananal. Eu

gosto do que faço. Tudoque eu tenho e consegui

foi através da banana"

Edison Magário

Leon (direita) com o avó (esq.) queveio da Europa para fundar uma dasmaiores empresas citrícolas brasileiras

Trabalho e qualidade. É o segredo do sucesso!Trabalho e qualidade. É o segredo do sucesso!

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 15

HF Brasil - Qual é o segredo para semanter tanto tempo na atividade?

Magário - Acho que é porque eu nas-ci, me criei e devo morrer no bananal.Eu gosto do que faço. Tudo que eu te-nho e consegui foi através da banana.

HF Brasil - No caso da bananicultura,sabemos que o início das atividades nãofoi fácil. Quais foram as maiores difi-culdades enfrentadas nos primeirosanos?

Magário - No início, o transporte daprodução era feito a cavalo até o rioRibeira, onde seguia de barco até Juquiá(SP). De lá, a banana era transportadade trem para Santos, seguindo de naviopara Buenos Aires ou de trem para São

Paulo. Outro grande desafio que enfren-tei foi administrar e fazer crescer nossodepósito de banana em São Paulo. Aju-dei a descarregar muita carga para con-vencer alguns compradores a conhecernosso produto e formar uma clientela.

HF Brasil - Qual foi o melhor anopara sua atividade?

Magário - Nosso melhor ano foi1975, quando ocorreu uma forte geadano Vale do Ribeira, mas nossa área nãofoi afetada. Com isso, conseguimos ven-der a fruta a preços excelentes.

HF Brasil - Que orientações o senhordaria para alguém que queira se tornarmais competitivo no setor?

Magário - O produtor deve procurarterras de qualidade, de fácil acesso eque facilite a distribuição da produção;executar o plant io de mudaslaboratoriais e produzir com o máximode qualidade possível.

HF Brasil - Em algum momento o se-nhor se dedicou a uma outra atividadeagrícola além da bananicultura?

Magário - Eu nunca saí da bana-nicultura, praticamente nasci no bana-nal. Entretanto, há oito anos cheguei aplantar alguns hectares de milho, masdesisti. Também venho produzindo gadohá 10 anos e estou muito contente comos resultados que tenho obtido com apecuária.

Criado no meio rural, Airton Benedi-to Feltran é um homem apaixonado pelocampo e se dedica intensamente à pro-dução e à sua empresa. A família Feltrancultiva cebolas, além de outros produ-tos hortícolas, há mais de 60 anos. Foicom o falecimento de seu pai que Air-ton assumiu as responsabilidades dalavoura. Ele lembra que o início não foifácil sem o apoio do pai e o capital limi-tado. Airton não se deixou abater pelasdificuldades iniciais e enfrentou as ad-versidades da cultura, dedicando-se in-tensamente à produção. Para Airton,

feriado é lenda e ele só pára no Natal,no Ano-Novo e na Sexta-feira Santa emesmo assim continua atento a qual-quer sinal de mudança na lavoura. Todaessa dedicação é para garantir a produ-tividade das roças, a qualidade do pro-duto ofertado ao mercado e a satisfa-ção da clientela conquistada com tantoesforço. Segundo Airton, a inadimplên-cia é um dos grandes vilões da ativida-de agrícola e para se esquivar dela épreciso conhecer bem o cliente e ter ho-nestidade no que faz. Durante anos, Air-ton viajou pelo Brasil fazendo contatose aprendendo sobre o mercado. Hojepossui uma clientela ampla e fiel. Para

ele, o segredo do sucesso é a propagan-da do seu produto e nada melhor queuma cebola bonita para vender bem.

HF Brasil - Que conselho o senhordaria para quem de-seja iniciar um negó-cio e obter sucesso?

Feltran - Aconse-lho muito cuidado,pois o setor enfrentasér ios problemascom inadimplência.É preciso conhecerbem o cliente e tra-balhar com honesti-dade, além de umbom capita l parainiciar a produção.

HF Brasil - Que ano o senhor consi-dera o melhor para a cebolicultura?

Feltran - O melhor ano foi 1985. Nes-sa época, uma saca de cebola valia omesmo que um salário mínimo. Foi umano em que o Nordeste não produziucebolas e a oferta nacional se baseavanas safras paulistas.

HF Brasil - Quando foi que seu in-vestimento começou a dar retorno?

Feltran - A empresa cresceu nos últi-mos quatro anos.

HF Brasil - Os métodos de produçãomudaram muito desde o início das suasatividades?

Feltran - Sim, está mais fácil em ter-

mos tecnológicos. Antiga-mente, a plantação eramais rústica, exigia mão-de-obra para carpinagem,irrigação... Hoje se traba-lha com herbicidas, pivôcentral etc.

HF Brasil - Como o senhor vê a agri-cultura hoje em dia?

Feltran - Acho que hoje a agriculturaestá perigosa. Os custos com insumossubiram muito e em todos os setores ospreços ao produtor estão baixos.

HF Brasil - O senhor acredita que omelhor caminho para o sucesso é a di-versificação ou a concentração de es-forços em uma única área?

Feltran - Hoje em dia deve haver di-versificação. É muito arriscado apostarem uma só cultura, ainda mais com aatual situação econômica do país emque a produção está dando prejuízopara muita gente.

"Procuro sempre trabalharcorretamente, de olho na

produtividade e na qualidadedo produto”

Nome da Empresa:Transcomércio Feltran - Exporta-ção e Importação Ltda.Ramo de Atividade:Produção e comercialização decebola, pimentão, repolho,beterraba, tomate.

Tempo de Atividade:35 anos.Área de produção:Começou com 5 hectares e hojepossui 250 hectares.

Airton Benedito Feltran

Feriado é lenda!Feriado é lenda!

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Seguindo os passos de seus familia-res, Fábio Gomes e Gama graduou-seem Engenharia Agronômica pela Univer-sidade Federal de Viçosa, em 1970, eaplicou seu vasto conhecimento no se-tor. Hoje, Fábio é sócio-conselheiro doempreendimento da sua família. Em seuponto de vista, para se tornar competiti-vo no setor agrícola, o produtor deveadotar essas novastecnologias, utilizarrecursos com jurosviáveis e permane-cer sempre atentoao mercado, fazen-do pesquisas cotidianas. Além de acom-panhar as atividades da fazenda apos-tando sempre na evolução, Fábio tam-bém atua há 10 anos como fiscal no Mi-nistério da Agricultura e acredita que ogrande problema enfrentado pelo pro-

dutor hortifrutícola é a falta de garantiade preço mínimo, o que, em muitos mo-mentos, acarreta um baixo retorno finan-ceiro para o produtor.

HFBrasil - Qual é o segredo para semanter tanto tempo na atividade?

Fábio - Acima de tudo é preciso per-severança. Acreditar no seu investimen-to. Fora isso, deve-se aproveitar as facili-

dades oferecidaspelas tecnologiasdesenvolvidas parao homem do campo.

HFBrasil - Queconselho o senhor daria para quem queriniciar um negócio e obter sucesso?

Fábio - Para obter sucesso no setoragrícola é necessário utilizar a tecnolo-gia moderna de forma viável e se man-ter atualizado em relação ao mercado.

De família portuguesa,antes da fruticultura, LuizRoberto Maldonado atuavacomo advogado em SãoPaulo. Formado em direitopela Universidade de SãoPaulo, ele exerceu a profis-são durante 8 anos, mas sua decepçãocom o judiciário brasileiro o levou a acei-tar o convite de uma trading de frutas em1991. Em 1996, migrou para a região Nor-deste, onde iniciouseu próprio cultivo demelão e melancia.Apesar de sua forma-ção acadêmica nãoter nenhuma ligaçãocom a atividade, LuizRoberto sempre tevecontato com o cam-po. Logo que chegouao Brasil, sua família se instalou na cida-de de Barretos (SP) e iniciou o cultivo decafé, laranja e cana-de-açúcar. Além dis-so, seu pai se dedicava à produção e àexportação de produtos agrícolas. Há 13anos investindo nesse mercado, LuizRoberto é hoje referência entre os expor-tadores da região e merece destaque pelaqualidade diferenciada de seus produtos.Segundo ele, um planejamento estratégi-co correto e um baixo endividamento ban-cário são essenciais para uma boa admi-nistração do negócio.

HFBrasil: Quais foram a lições que osenhor teve como empresário agrícola?

Luiz Roberto - Que não devemos es-perar ajuda governamental, nem tomarmuito financiamento bancário. Normal-mente, o empresário agrícola que possuiuma propriedade rural disponível para darcomo garantia bancária tem uma grandetendência a se endividar para exercer suaatividade. A partir daí ele passa a traba-lhar para o banco. Nossa atividade, dealto risco - fatores climáticos, inadimplên-

cia ou redução dos preços -, não nos per-mite pagar juros. Já passei por isso e apren-di a lição, o crescimento sustentado poraltos financiamentos bancários é um cres-cimento falso e perigoso. Hoje sou finan-ciado por meus clientes no exterior, quesempre adiantam 20% do total a ser ex-portado em cada safra.

HFBrasil: Queorientações o senhordaria para alguémque queira se tornarmais competitivo nosetor?

Luiz Roberto -Acho que o gargalodo agronegócio estána comercialização.A qualidade estábem nivelada entre

os produtores. Muitas vezes, um bom re-lacionamento comercial vale mais do queuma boa fruta, embora sem uma boa fru-ta também não se chega a um bom relaci-

onamento comerci-al. Nosso caso, quetrabalhamos exclusi-vamente com o mer-cado externo, parase ter um bom rela-cionamento é preci-so dominar muitobem a língua inglesa,para garantir a boa

comunicação. Por isso, eu aconselho aoiniciante que pretende fazer negócios ex-ternos aprender a falar bem inglês e fazer

diretamente suas vendas. Não aconselhoa utilização de intermediários.

HFBrasil: Qual foi o melhor ano parasua atividade?

Luiz Roberto - O melhor ano de nossaatividade foi 2002, quando a cotação dodólar saiu de R$ 2,40 e foi para R$ 3,70em julho e agosto, justamente quandoestávamos começando nossas exporta-ções daquela safra. Com isso, nossa re-ceita em reais aumentou em 50% e boaparte dos nossos insumos como adubos,sementes e defensivos, que são lastrea-dos em dólares, já haviam sido compra-dos na cotação mais baixa. Isso só foipossível porque nossa produção é total-mente voltada para a exportação.

HFBrasil: Qual é o segredo para semanter tanto tempo na atividade?

Luiz Roberto - O segredo de toda ati-vidade está no planejamento estratégicoque significa 70% de chance de se obtero resultado desejado; o restante está nocuidado em se administrar a atividadepara que o planejamento seja executado.É necessário também muita informaçãosobre todo o processo que envolve a ati-vidade desde a produção até a comercia-lização final, incluindo logística de trans-porte e seus clientes no exterior. Por isso,entendo que o papel do empresário agrí-cola é se dedicar ao máximo, antes decada safra, a esse planejamento. Depois éresponsabilidade de sua equipe implan-tar e executar o planejado, cabendo aoempresário apenas o papel de fiscalizar.

Diga não aos juros!Diga não aos juros!

"Muitos criticam que ogoverno pouco faz pelaagricultura, mas eu achoque nas dificuldades é

que os empresários brasi-leiros são mais criativos"

"Acima de tudo é precisoperseverança. Acreditarno seu investimento."

Empresa:

Agrícola Famosa Ltda.

Ramo de atividade:Produção e exportação demelões e melancia.Estima-se queseu faturamento anual esteja aoredor de US$ 8 milhões em2003.

Tempo de atividade:13 anos.

Luiz Roberto MaldonadoBarcelos

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 17

HF Brasil - Como o senhor vê a agri-cultura atual?

Fábio - A agricultura hoje em dia estámuito melhor do que em anos anteriorese com tendência de melhorar ainda mais.O Brasil possui muitos pólos com altacapacidade produtiva como os estadosda Bahia e do Espírito Santo, que sãodois grandes centros de fruticultura.

HF Brasil - O senhor acredita que omelhor caminho para o sucesso é a di-versificação ou a concentração de es-forços em áreas onde já se tem conheci-mento aprofundado?

Fábio - Para se ter sucesso no ramoagrícola, o segredo é a concentração deesforços nas áreas de conhecimento, masnão se pode deixar de lado a diversifica-ção, claro que com muita cautela no mo-

mento de expandir áreas de investimento.

HF Brasil - Qual foi o melhor ano paraa sua atividade?

Fábio - O melhor ano deverá ser2004, pois tende a ser um ano bastantecompetitivo e conseqüentemente de pro-dutos de boa qualidade. Já 2003, semdúvida, foi o pior ano para o setor.

HF Brasil - O senhor chegou a tra-balhar em outras áreas além da agri-cultura?

Fábio - Não. A agricultura foi sem-pre meu ramo de trabalho. É uma coisade origem, já que minha família está noramo há mais de 60 anos. Enfrentamosos altos e baixos da agricultura brasilei-ra e nos mantemos no mercado com su-cesso até hoje.

O Eng. Agr. Marcelo Balerini de Car-valho é reconhecido como um dos maisimportantes e respeitados profissionais dabataticultura nacional. Neto de agricul-tores, ele lembra que em 1940 seu avô jácultivava a batata em Minas Gerais, inspi-rando a família a se manter no ramo. En-tretanto, a capacidade administrativa ecomercial de Marcelo também foi decisi-va para o crescimento da empresa, quepriorizou investimentos em tecnologia ea formação de uma boa equipe. Dianteda atual dimensão da empresa, o papelde Marcelo nas operações de campo foisensivelmente reduzido e, hoje, ele sededica mais à administração do empre-

endimento. A alternativa encontrada porMarcelo para enfrentar a atual crise dosetor bataticultor foi apostar na criaçãode uma agroindústria de batata pré-fritacongelada. Para este investimento, Mar-celo conta com dois sócios que preten-dem produzir batata pré-frita-congeladapara grandes redes de fast food e ataca-distas e até criar uma marca própria des-tinada a supermercados. Além disso, abatata que não atingir os padrões exigi-dos para fritura será processada sob a for-ma de flocos para a indústria de alimen-tos.

HFBrasil - Como surgiu a idéia de im-plantação da indústria de batata pré-fritacongelada?

Marcelo - A idéia surgiu com as difi-culdades do atual cenário bataticultor.Das cerca de 2,5 milhões de toneladasproduzidas anualmente, somente 200 milsão processadas eimportam-se aproxi-madamente 100 miltoneladas de batatapré-frita congelada.Assim, pode-se ob-servar que este é umimportante mercadoa ser explorado noBrasil. Há oito anos,houve tentativas iso-ladas para a implan-tação desse tipo deindústria, mas naquela época ainda nãovalia a pena. Hoje, vários fatores comotaxa de câmbio viabilizaram tal indústria.

HFBrasil - Em que região deve ser ins-talada a indústria? Quais os motivos queo levou a optar por esta região?

Marcelo - A indústria deve ser instala-da em Patrocínio/MG e sua escolha sedeve à questão logística, uma vez quefica num dos mais importantes etecnificados pólos produtores de batatado Brasil, o Alto do Paranaíba-MG. Alémdisso, houve um grande incentivo da pre-feitura da cidade para que a indústria fos-se instalada lá. Esperamos processar de

35 a 40 mil toneladas anu-ais de batata.

HFBrasil - Fale um pou-co sobre a sua estratégia em

tempos de crise e também em períodosde grande valorização do produto.

Marcelo - Para enfrentar crises, acre-dito que a melhor saída seja diversificara produção. No meu caso, a batata é ocarro chefe das atividades, mas tambéminvisto em outros produtos. Mesmo nocaso da batata, procuro a diversifica-ção, apostando inclusive na produçãodo mini-tubérculo. Já em períodos degrande valorização, é importante nãoser ambicioso, tendo em vista que o se-tor tem grande problema de liquideznas vendas. Mesmo quem tem uma mar-gem de lucro baixa, também ganha maisem períodos bons.

Nome da Empresa:Montesa Agropecuária.Ramo de Atividade:Produção e comercialização debatatas. No meio deste ano,está prevista o início das obrasdo seu novo empreendimento:a construção de umaagroindústria.

Tempo de Atividade:35 anos.

Marcelo Balerinide Carvalho

"Um produtor que não éempresário está fadado

ao insucesso.”

Conhecimento & Tecnologia

Nome da Empresa:Fazenda Colorado Agropecuária Ltda.Ramo de atividade:Além da produção de cacau, café,mamão, cocô e gado, Fábio tambématua como fiscal do Ministério daAgricultura. Acredita-se que orendimento anual bruto da empresaseja superior a R$ 1 milhão de reaispor ano.

Fábio Gomes eGama

Nasce um industrialNasce um industrial

Conhecimento & Tecnologia

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18 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

MANGAMANGAMANGAMANGAMANGA

Baixa ofertaalavanca preçosMesmo com uma qualidade inferior, a escassez garantiu a valorização da fruta

Por Renata E. Gaiotto Sebastiani

Estoque zero noVale do SãoFrancisco

As chuvas registradas no Valedo São Francisco no início doano comprometeram toda aentressafra nordestina e devemmanter a oferta em baixa até ofinal do semestre. Os agenteslocais já aguardavam pela re-dução da oferta neste período,mas não nestas proporções. Emabril, a quantidade colhida noVale do São Francisco foi nova-mente abaixo do esperado e aoferta começou a se esgotar emmuitas propriedades do eixoPetrolina (PE)/Juazeiro (BA). Deacordo com os agentes de mer-cado, a escassez de manga emmaio, junho e segunda quinze-na de julho será ainda maisacentuada, comprometendo acomercialização da fruta coma União Européia e no merca-do interno. Por outro lado, obaixo volume contribuiu paraa valorização da manga. O pre-ço médio recebido pelos pro-dutores da tommy, em abril, foide R$ 0,80/kg, em média, na

roça, cerca de 26% acima doregistrado no mesmo períodode 2004. Contudo muitos pro-dutores do Vale do São Fran-cisco não acreditam que estavalorização tenha sido positi-va à sua rentabilidade, alegan-do que um volume maior defruta, com qualidade superior,geraria melhores lucros. A ex-pectativa é de que a oferta au-mente apenas no próximo se-mestre, em virtude do bomflorescimento verificado emabril. Além da maior oferta, osprodutores aguardam uma me-lhor distribuição da safra, de-vendo colher boa parte entreoutubro e novembro.

Preços disparamApesar do volume de mangadisponível ter se mantido bai-xo em abril, os preços da frutaoscilaram em função da de-manda. A baixa procura no iní-cio do mês não favoreceu a ele-vação dos preços no período,mas a maior procura no finaldo último mês os impulsionou.O preço médio recebido pelos

atacadistas da ceasa de SãoPaulo (Ceagesp), pela tommy,em abril, foi de aproximada-mente R$ 2,05/kg, alta de 41%em relação ao mesmo períodode 2003. Já a haden foi comer-cializada a R$ 3,15/kg em abril,também no atacado de São Pau-lo, 10% acima dos valores pra-ticados há um ano. Os ataca-distas acreditam que, mesmocom a expectativa de um volu-me, ainda menor em maio, ospreços não devam subir muitomais, já que isso inviabilizariaa comercialização no varejo.

Exportações em baixaConforme o publicado na últi-ma edição da Hortifruti Brasil,o volume enviado à União Eu-ropéia permaneceu reduzidoem abril devido à queda na pro-dução do Vale do São Francis-co. Segundo a Secex, entre osmeses de janeiro e março des-te ano, o Brasil embarcou cer-ca de 6 mil toneladas de man-ga, um volume 58% inferior aodo mesmo período de 2003. Atendência é de que as exporta-ções caiam ainda mais nestesemestre em decorrência daescassez do produto. Na faltada fruta, os packing houses es-tão antecipando as férias dosfuncionários do final do anopara maio e junho. Diferente-mente do registrado no merca-do nacional, a menor oferta nãoimpulsionou os preços pagospela fruta destinada à exporta-ção, devido à baixa qualidadeno período. Em abril, o preçomédio recebido pelos exporta-dores, pela tommy destinada àEuropa, foi R$ 1,28/kg, apenas4% superior ao de abril de 2003.

0,1

0,2

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10,00,80

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Preços médios recebidos pelos produtores do Vale do São Francisco pela tommy, na roça - R$/kgEscassez da tommy garante estabilidade aos preços

Fonte: Cepea

20042003

0,63

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 19

Clima favorecea uva em maio

UVUVUVUVUVAAAAAPor Aline Vitti

Regiões produtoras do Paraná tiveram menos problemas com chuvas neste ano

Preços médios recebidos pelos produtores pela uva itália - R$/kg

Preços estáveis em abrilFonte: Cepea

0,00

0,50

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1,50

2,00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

1,21

1,14

20042003

Uva de boa qualidadeno ParanáA partir de maio, a qualidadedas uvas paranaenses deveapresentar uma significativamelhora. A fruta, que em abriljá estava doce, porém com asbagas miúdas, deve aumentarde tamanho, ganhando desta-que no mercado. As parreirasa serem colhidas neste mês -podadas em meados de de-zembro - sofreram menos coma falta de chuvas do início doano e, por isso, apresentambagas mais desenvolvidas. Ovolume de uva ofertado tam-bém tende a ser maior nestemês, mas como os preços já seencontram em patamares con-siderados baixos, os valorespraticados no mercado devemse manter semelhantes aos deabril. Segundo informaçõeslocais, a produção é cerca de15% superior à do mesmo pe-ríodo de 2003 (abril/junho).Aproximadamente 35% dessevolume deve ser colhido nomês de maio e mais 35% emjunho, em função das podasescalonadas.

Niagara paranaensevolta ao mercadoA cidade de Rosário do Ivaí(PR), com aproximadamente155 hectares cultivados comuva niagara, volta a ofertar apartir de maio, estendendo acolheita até final de junho. Ovolume ofertado nesta safrinhadeve ser maior que os de 2003.Isso porque no ano passadomuitos produtores deixaramde fazer a poda verde, desani-mados com a baixa rentabilida-de da cultura e com as adversi-

dades climáticas na região.Neste ano, o clima mais secoregistrado no Paraná no iníciodo ano favoreceu a cultura, re-duzindo a incidência de doen-ças e possibilitando a reduçãodos custos decorrentes da me-nor aplicação de fungicidas.

Exportaçãobrasileira

A qualidade da fruta, que vi-nha preocupando os produto-res nordestinos, começou amelhorar a partir de março,com o término das chuvas.Contudo, o padrão da frutacontinua longe do ideal paraa exportação. Com isso, as ne-gociações foram lentas duran-te todo o mês de abril e um vo-lume muito pequeno da frutafoi embarcado. Além disso,ainda havia uvas da África doSul e do Chile estocadas nomercado europeu, prorrogan-do a entrada e comercializa-ção da fruta brasileira naque-les países. Assim, ainda não épossível prever como será aaceitação da uva nacional pe-los consumidores europeus.Para maio, a tendência é de au-mento no volume exportado,

mas ainda assim os embar-ques devem se manter abaixodo esperado. Nesta safra, ospreços pagos pelas exporta-doras do Nordeste estão embons patamares, ficando aoredor de R$ 2,00 e R$ 2,40/kgpara a uva itália, semelhantesaos cotados no período ante-rior de exportação (out/dez).No final de maio, deve-se ini-ciar a colheita

Colheita em Porto Felizcomeça em meadosde maioAlém das uvas niagaras de Ro-sário do Ivaí, a região de PortoFeliz (SP) também começa aofertar essa variedade a partirda segunda quinzena do mês.Mas, ao contrário do Paraná,em Porto Feliz poucos produ-tores fizeram a poda verde -em função da menor produ-ção e do aumento dos gastos -e, assim, não obtiveram umresultado satisfatório. Poresse motivo, a produção deveser menor nesta safrinha, jáque muitos viticultores prefe-rem colher somente no finaldo ano, quando aprocura e os preçossão melhores.

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20 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

Preços médios recebidos pelos produtores capixabas pelo mamão havaí (12-18) - R$/kgEscassez da fruta proporciona valores recordes

Fonte: Cepea

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

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20042003

1,06

0,27

S

0,90

1,00

1,10

MAMÃOMAMÃOMAMÃOMAMÃOMAMÃOPor Isis Nogueira Sardella

Chuvas,pra que as quero!Fortes precipitações diminuem a produção e impulsionam os preços da fruta

Sem trégua!As fortes chuvas que atingiramas regiões produtoras de ma-mão, principalmente no Espíri-to Santo, em abril, devem limi-tar a oferta da fruta até meadosdo segundo semestre. Isso por-que as precipitações prejudica-ram a florada, que daria origemaos frutos dentro de quatro acinco meses. Além disso, mui-tos frutos e até plantas inteirasforam derrubadas pelas chuvas,diminuindo a produção localdurante o último mês. Algunsprodutores perderam até 40%dos pés e suas produções forampraticamente zeradas duranteesse período de chuvas. Outrosregistraram prejuízos tão eleva-dos que não viram outra saídasenão deixar de produzir o fru-to e investir em outra cultura.Fora isso, também foram verifi-cados transtornos fitossanitári-os nas lavouras. As chuvas au-

mentam a incidência de doen-ças nas lavouras e "lavaram" osprodutos químicos aplicadosnas plantas para o controle depragas e doenças. O "papainoel", doença causada pelo fun-go phythophthora, a antracno-se e a pinta preta continuam sen-do as principais doenças pre-sentes nas roças.

Preços inéditosDiante da baixa oferta

de mamão, o fruto vem regis-trando uma singificativa valo-rização nos últimos meses.Com a tendência de manuten-ção de um pequeno volumedisponível para o próximo pe-ríodo, os preços do fruto de-vem se manter elevados. NoEspírito Santo, por exemplo, osprodutores comercializaram ohavaí, tipo 12-18, a R$ 0,75/kg,em média durante a primeirasemana de abril. No final do

mês, o mesmo produtofoi comercializado a R$1,93/kg, acumulando altade mais de 150% no pe-ríodo. O atacado acom-panhou a elevação dospreços nas roças e, mes-mo assim, o fruto dispo-nível foi facilmente esco-ado. Entretanto, no iníciode maio, a trajetória as-cendente dos preços deusinais de enfraquecimen-to, mesmo com a ofertaainda reduzida. Tudo in-dica que diante da atualsituação da demanda, opreço máximo a ser pra-ticado nas roças capixa-bas fique entre R$ 1,90 eR$ 2,00/kg para o havaí,tipo 12-18. Os agentes

acreditam que até pelo menosaté meados de setembro - paraquando é previsto aumento nacolheita -, não existirá mamãohavaí, tipo 12-18, sendo vendi-do a R$ 0,10/kg como se viufreqüentemente em 2003.

Exportações ficamcomprometidasOs prejuízos ocorridos nas la-vouras nordestinas desde o iní-cio do ano têm prejudicado asexportações do mamão. Segun-do a Secex, no acumulado dejaneiro a março de 2004, os em-barques foram 8% inferiores aovolume destinado ao mercadoexterno no mesmo período de2003. Em relação a abril, expor-tadores declararam que o volu-me embarcado foi muito menore em alguns momentos chegoua sobrar espaço aéreo. A situa-ção atual compromete muitomais as exportações que a co-mercialização interna, porquealém do baixo volume disponí-vel, a qualidade não tem alcan-çado o padrão internacionaldevido a problemas fitossanitá-rios. Assim, muitos exportado-res vêm realocando a fruta nomercado interno que, além denão exigir a mesma qualidadedo internacional, vem remune-rando melhor o produtor emvirtude da baixa oferta. Alémdos prejuízos monetários, a re-dução das exportações abre es-paço para que outros paísesvendam a fruta para a Europa eEstados Unidos, ocupando oespaço nacional. De modo ge-ral, somente as exportadorasmais tradicionais mantiveram aregularidade dos envios parafidelizar seus compradores.

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 21

MELÃOMELÃOMELÃOMELÃOMELÃO

Pico de safraem maio

Por Cinthia Antoniali Vicentini

O aumento da oferta no Vale do São Francisco pode provocar queda nos preços

Mais melãoem maio

Produtores de melão do Vale doSão Francisco afirmam que opico de safra na região deveocorrer em maio. A safra local,que historicamente se iniciaem meados de março, registrouum significativo atraso nesteano em virtude das chuvasocorridas entre janeiro e feve-reiro. Produtores que cultiva-ram o melão em janeiro perde-ram praticamente toda a pro-dução, limitando a oferta noinício do ano. Após as chuvas,houve a intensificação do plan-tio na maioria das lavouras, oque deve refletir em uma co-lheita bastante concentrada emmaio. Depois disso, o volumecolhido na região volta a dimi-nuir gradativamente.

Melão paulista acirraa concorrênciaAo contrário dos meses ante-riores, os agricultores dos prin-cipais pólos produtores de me-lão do Nordeste (Mossoró-RNe Vale do São Francisco) en-contraram dificuldades paraescoar a produção em abril. Omotivo foi o início da safra daregião de Presidente Prudente(SP), que intensificou a ofertaem São Paulo com o conheci-do "melão do estado". Apesarda baixa qualidade e aparên-cia inferior dessa fruta, o me-nor custo de frete para os prin-cipais centros de consumo doSudeste torna o produto maisacessível, atraindo os atacadis-tas paulistas. Dessa forma, au-mentaram os excedentes nasroças do Nordeste, principal-mente do Rio Grande do Norte.

Estratégias paravender maisDevido à concorrência do "me-lão do estado", produtores deMossoró e do Vale utilizam es-tratégias para se manter presen-tes no mercado. No RN, o volu-me colhido nessa época tem sidode melão médio (tipos 9 e 10),fazendo com que algumas em-presas embalem o produto emcaixas de 10 kg ao invés de 13 kgpara aumentar a margem de lu-cro. Já para o miúdo (tipos 11 e12), a solução dos potiguares éceder em preço a cada semana,para escoar a produção. No Vale,a opção é apostar em menorespreços para aumentar a liquidezda fruta, evitando acúmulos demelão nas roças.

Consumoem baixa

De acordo com agentes do se-tor, as vendas do melão conti-nuam fracas. Por um lado, osaltos preços do produto difi-cultam o escoamento e, poroutro, as seguidas desvaloriza-

ções do melão fazem com queos atacadistas comprem ape-nas o produto necessário paraa venda diária, aguardandomenores preços no dia seguin-te. Assim, não há movimenta-ção de grandes volumes e o es-coamento também é prejudi-cado. Em abril, os preços domelão amarelo caíram cercade 13% por semana no ataca-do de São Paulo.

Panorama InternacionalA programação para as expor-tações da nova safra 2004/2005da região da Chapada doApodí (RN) e Baixo Jaguaribe(CE) vem sendo realizada des-de o mês passado. Algumasempresas já fecharam inclusi-ve contratos com importado-res europeus e a expectativa éde uma procura externa maiorpelo melão em 2004 em rela-ção à safra anterior. No anopassado, foram enviados 149mil toneladas de melão, geran-do uma receita de US$ 58 mi-lhões, segundo a Secex.

25,00

Enfim, começa a safra do Vale !

Fonte: Cepea

fev mar abr mai jun jul ago

Preços medios recebidos pelos produtores do Vale do São Francisco pelomelão amarelo tipo 6 - R$/cx de 13 kg

30,00

20,00

15,00

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5,00

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10,80

20042003

S

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22 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

BANANABANANABANANABANANABANANA

Mais bananano mercado

Por Marina Matthiesen eMarcel M. Pinto

Com início da safra em Santa Catarina e em Minas Gerais,a oferta de nanica e prata deve aumentar nesse mês

Santa Catarina aguarda oinício da safraNa segunda quinzena de maio,a safra de nanica deve começarem Santa Catarina, aumentandoa oferta dessa variedade no mer-cado. Os bananicultores catari-nenses não aguardam um volu-me de produção de nanica su-perior ao produzido no ano pas-sado, já que a região foi forte-mente afetada por longas estia-gens em 2003. Apesar da redu-ção do volume total a ser colhi-do, o início da safra na regiãopode pressionar os valores dafruta neste mês. Além disso, aoferta no Vale do Ribeira (SP) -principal concorrente da nani-ca catarinense - deve aumentardurante o mesmo período, acir-rando a competição no merca-do interno. Por outro lado, aqueda das temperaturas, tendea desacelerar o processo de "en-gorda" da fruta, segurando-apor mais tempo no pé. Isso podecontrolar a oferta, garantindoestabilidade aos preços. Outro

fator que pode contribuir com asustentação dos valores emmaio é a possível continuidadedo ritmo acelerado nas vendasde nanica catarinense, verifica-do nos últimos meses. Em abril,a nanica catarinense foi comer-cializada a R$ 6,21/cx 22 kg, 14%abaixo do praticado no mesmoperíodo de 2003.

Aumenta ofertade prata em Minas

Em maio, a safra de prata se in-tensifica no norte mineiro. A co-lheita na região já começou nofinal de abril e os produtores es-peram para este ano um volumede prata inferior ao de 2003. Amenor oferta deve garantir queos preços dessa variedade nãosofram uma forte queda nessemês. Além disso, o volume deprata no Vale do Ribeira (SP) devese manter baixo durante esse pe-ríodo, garantindo boas vendasno norte mineiro. Em abril, a pra-ta foi comercializada, em média,a R$ 16,00/ cx 20 kg, um valor 45%

maior ao praticado no mesmoperíodo de 2003.

Vale do Ribeira continuacom pouca frutaJá no Vale do Ribeira, a oferta deprata deve continuar baixa emmaio. Segundo agentes paulis-tas, a oferta dessa banana sódeve aumentar no segundo se-mestre. Assim, a prata local devese manter valorizada neste mês.Por outro lado, produção de na-nica no Vale deve aumentar prin-cipalmente na segunda quinze-na de maio. O maior volume denanica pode pressionar as cota-ções dessa variedade, mesmoporque a safra catarinense deveocorrer no mesmo período. Emabril, a prata e a nanica do Valedo Ribeira foram comercializa-das respectivamente a R$ 14,14/cx 20 kg e a R$ 8,79/cx de 22 kg,em média, na roça. Alta de 30%para a prata e baixa de 23% paraa nanica, em relação aos valo-res praticados no mesmo perío-do de 2003.

Bananicultores, sepreparem: a poncãestá chegando!Em maio, o bananicultor deveenfrentar a maior concorrênciano mercado com intensificaçãoda colheita da poncã. Tradicio-nalmente, os preços baixos datangerina dificultam a venda dabanana e a previsão dos citri-cultores paulistas é de que ascotações da poncã caiam signi-ficativamente já neste mês. Naúltima semana de abril, a tange-rina foi comercializada a R$8,93/cx de 27 kg. Apesar de atra-sada, a safra da poncã deste anodeve superar a de 2003.

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Preços médios recebidos pelos bananicultores paulistas pela prata litoral - R$/cx 20 kg

Menor oferta garantepreços melhores à prata do litoral

Fonte: Cepea

6,0

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HORTIFRUTI BRASIL - MAIO/2004 - 23

CITROSCITROSCITROSCITROSCITROS

Inicia-se aSafra 2004/05

A intensificação da colheita da poncã torna mais presente o fruto da nova safra

Por Carolina Dalla Costa eMargarete Boteon

É a vez da poncã!A partir deste mês, a colheita datangerina poncã começa a se in-tensificar. A maior disponibilida-de de poncã preocupa, pois suaaceitação no mercado domésti-co é tão grande que chega a difi-cultar a comercialização de ou-tros produtos da mesma origem.Apesar da safra da poncã estaratrasada neste ano, a estimativaé de que a produção paulista de2004 supere a de 2003. Mesmocom a fruta ainda miúda e verde,muitos citricultores paulistasvêm colhendo o produto a fimde aproveitar os melhores pre-ços do início da safra. Neste ano,a menor oferta da poncã duran-te os tradicionais primeiros me-ses de colheita garantiu preçoselevados no período. Contudo,um ligeiro aumento na oferta en-tre a última semana de abril e iní-cio de maio já provocou a que-da dos preços da poncã.

Começa a colheita dasafra 2004/05A maior parte dos citricultorespaulistas já encerrou a colheitadas pêras temporãs e vem sededicando à comercializaçãodas primeiras frutas da nova sa-fra. Apesar de ainda um poucoverdes, essas frutas apresentammenor descarte e melhores pre-ços em relação às temporãs, fa-vorecendo sua comercializa-ção. A principal opção de ven-da no momento é o mercadodoméstico, uma vez que os va-lores pagos pelas indústrias doestado não estimulam a entregano portão. Apesar de os produ-tores preferirem destinar suasfrutas para o mercado "in natu-ra", o primeiro quadrimestre

deste ano não foi um períodotão favorável para as vendasneste segmento.

Indústria chega a pagar40% menos naFlóridaSegundo a Associação

dos Processadores de Citros daFlórida, os valores pagos pelasindústrias norte-americanas, namédia acumulada do safra2003/04 até o final de abril, aUS$ 2,50 e US$ 4,11/cx de 40,8kg para as frutas sem e com con-trato, respectivamente. Mesmocom os valores pagos no finalde abril acima da média acu-mulada na safra, que em con-trato está sendo paga a US$5,24/cx., os preços médios recebidospelos produtores da Flórida es-tão abaixo do mínimo necessá-rio para cobrir os gastos com aprodução e transporte nestasafra. Segundo a Associação, amédia dos valores pagos pelasprocessadoras de suco norte-americanas, no mesmo perío-do na safra ante-rior, eram de US$4,00/cx de 40,8 kgpara a fruta semcontrato e deUS$ 5,50/cx de40,8 kg, para ascom contrato. Amesma Associa-ção divulgouque 178,37 mi-lhões de caixasde 40,8 kg foramprocessadas atéo dia 24 de abril.Dada a maioroferta nesta sa-fra, a indústriaregistra um volu-

Preços médios recebidos pelos produtores paulistas pela fruta na árvore - R$/cx 27 kgIntensifica a colheita da poncã

Fonte: Cepea

14,0

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0

mar abr mai jun jul ago set out

7,08

5,11

20042003

9,47

me processado 13% superiorao do último ano e, até o finalde junho, estima-se que mais50-60 milhões de caixas serãoprocessadas.

Tempo secopreocupa produtores!A partir de maio inicia-se o pe-ríodo seco na região Sudeste.Caso a estiagem seja severa, odesenvolvimento dos frutos emSão Paulo pode ser prejudicado,tendo em vista que a safra atualé mais tardia do que o normal.Com isso, seriam afetados nega-tivamente o ganho de peso e otamanho das frutas. Em abril, achuvas foram melhores do queem março no cinturão citrícola,mas abaixo do previsto pelosinstitutos. As precipitações fo-ram em torno de 100 a 150 mmnas principais regiões produto-ras paulistas, segundo o CPTEC/Inpe. Para os meses de maio ajulho, a previsão do Instituto éde temperaturas e chuvas den-tro da média histórica.

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24 - MAIO/2004 - HORTIFRUTI BRASIL

EXPORTAÇÕESA COBRANÇA DA ÁGUA NA AGRICULTURAPREÇOS DOS INSUMOS: POR QUE SUBIRAM TANTO?TRIBUTAÇÃO NA AGRICULTURANICHOS DE MERCADO: ORGÂNICOS, SEMI-PROCESSADOS E OUTROSMARKETING PARA OS HORTIFRUTÍCOLAS

O QUE VOCÊ QUER VER NA CAPA?

ISTO É HORTIFRUTI BRASIL:

"Nesses dois anos em que venhoacompanhado a Hortifruti Brasil, senti falta

do questionamento quanto à cobrança daágua na agricultura, visto que este é um

gasto alto e indispensável em alguns casos."Carlos Alberto Martins Ferreira, produtor de

hortícolas e milhoAssentamento dos Cocais - Casa Branca/SP

"As análises de mercado são muito consistentes e ricas eminformações, servindo de guia para tomada de decisões

no setor. Acredito que mais matérias sobreas exportações deveriam ser elaboradas, contendo

principalmente gráficos comparativos."Carlos Prado, tomaticultor

Fazenda Itaueira Agropecuária S/A - Fortaleza/CE

LeitLeitLeitLeitLeitororororores aes aes aes aes avvvvvaliam a aliam a aliam a aliam a aliam a HORTIFRUTI BRASILNeste segundo aniversário da Hortifruti Brasil, o

Fórum de Idéias não poderia deixar de ser especial.Desta vez, convidamos nosso mais importantepatrimônio – os leitores – para avaliar o impacto dapublicação sobre o seu negócio.

São produtores, comerciantes, pesquisadores dediversas partes do país que acompanham mensalmen-te a publicação e aprovam seu conteúdo. Dentre nos-sos convidados, destacamos o paranaense MarcosKoity Katto, o primeiro leitor cadastrado em nosso ban-co de dados.

Na opinião de Katto, a Hortifruti Brasil o auxiliano acompanhamento das safras de outras regiões dopaís e serve de base para a tomada de decisões. “Atra-vés de suas matérias, informativas e objetivas, a Hor-tifruti Brasil me ajuda a planejar e a decidir os ru-mos da produção”, declarou Katto.

Os leitores também citaram pontos que podem seraperfeiçoados e sugeriram assuntos para serem es-tudados mais à fundo a fim de deixar a revista cadavez mais com “a sua cara”. Abaixo você confere umpouquinho da avaliação desses entrevistados sobre aHortifruti Brasil e, se você também tem sugestões,escreva para a gente!

Queremos saber o que você pensa sobre a Horti-fruti Brasil, afinal ela é sua!

LEITORES NOS QUATRO CANTOS DO PAÍS

8.000 AGENTES DO SETOR HORTIFRUTÍCOLALIGADOS EM NOSSAS INFORMAÇÕES

MAIS DE 6.000 EXEMPLARES PUBLICADOS POR MÊS

80.000 REGISTROS DE PREÇOS POR ANO

CERCA DE 1.000 AGENTES DO SETOR CONTACTADOSSEMANALMENTE POR NOSSOS PESQUISADORES

CERCA DE 20 PESSOAS ENVOLVIDAS NA CRIAÇÃO EEDIÇÃO DA REVISTA

Fórum

"A publicação me ajuda a acompanhar as altase baixas do mercado da laranja. Sugiro apenas

que temas relacionados ao setor orgânicofossem mais abordados na publicação."

Olidimar Antônio Luzzi, produtor de citros e morangosFazenda Luzzi - Chapecó/SC

“A Hortifruti Brasil nos dá uma visão ampla dos setoresque trata. As análises de mercado permitem planejarmelhor meu futuro. Contudo, acho que deveria haver

maior destaque para o clima, uma vez queisso é muito importante para o produtor."

Renato Finizola Soares, horticultor e Eng. AgrônomoFazenda Pedra de Fogo - Jandaira/RN

Por Marina Matthiesen

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ANÁLISES INDIVIDUAIS PARA NOVE HORTIFRUTÍCOLASACOMPANHAMENTO DA SAFRA NAS PRINCIPAIS REGIÕES

ATUALIDADE DOS DADOS PUBLICADOSCONFIANÇA E CREDIBILIDADE DAS INFORMAÇÕES

A LINGUAGEM E O VISUAL DA REVISTA

“Antigamente, eu não tinha informações sobrea produção nas praças que influenciam

na formação do preço da banana.Hoje, sei como ‘andam’ essas regiões etambém o mercado das demais frutas.

Para mim, as informações mais valiosas daHortifruti Brasil são as análises

de mercado e as comparações depreços entre semanas, meses e anos.”

Roberto Simoni Filho, bananicultor

Fazenda Santa Carolina – Andirá/PR

"O interessante é que a Hortifruti Brasilconsegue reunir uma grande quantidade

de informações no correr das seções.Me mantenho informado sobre o calendário de

safra das regiões, sobre as estimativas deprodução, preços... Tudo na revista é bom!"

José Daniel Rodrigues Ribeiro,Associação dos Bataticultores do Sul do Estado de

Minas Gerais - Pouso Alegre/MG

"Quando comecei a produzir tomate,a revista foi fundamental

para que eu tivesse acesso ainformações do setor. Gosto muito das

matérias de capa, mas devo elogiara publicação em geral, que

possui uma linguagem objetivae fácil, sendo ótima para

o produtor rural."Luiz Carlos Campos, tomaticultor

Fazenda Vovô Seba - Visconde de Imbé/RJ

OS LEITORES APROVAM:

"A distribuição da Hortifruti Brasil deveria sermais ágil, para garantir preços ainda

mais atuais. Além disso, deveria havermais informação sobre outraspraças produtoras,bem comoo preço de outros atacados,

além de São Paulo."Emílio Antônio Caradori, bananicultor

Banana Caradori - Andradas/MG

OS LEITORES QUEREM MAIS:AMPLIAÇÃO DAS REGIÕES PRODUTORAS ANALISADASDIVERSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS ABORDADOSMAIOR AGILIDADE NA DISTRIBUIÇÃODESTAQUE PARA ANÁLISES CLIMÁTICAS

"As análises de mercado e informaçõessobre preços são ótimas. Só acho queesse trabalho deveria ser ampliado,

abordando uma variedade maior de hortícolas."Patrícia Nicolau, produtora de tomates e

hortícolas diferenciadosEstância Segredo - Campo Grande/MS

"Para mim, é importante estar informado sobre o que acontece nas principaisregiões produtoras, uma vez que sou produtor e comerciante de frutas.

Acredito que mais culturas poderiam ser abordadas na publicação,além de informações sobre as novidades de mercado, variedades, lançamentos..."

Marton Laux, sócio-gerenteCitros Laux Com. de Fruta Ltda. - Montenegro/RS

"Como a Hortifruti Brasil é feita a partir deuma coleta de dados direta com produtores e

atacadistas, as informações são reais, neutras eimparciais. É essa objetividade que torna

a publicação excelente."Vicente Yoshio Ukamoto, Eng. Agrônomo

Fazenda Irmãos Nedel - Eunápolis/BA

Telefone: (19) 3429-8809E-mail: [email protected]

Endereço: Caixa Postal 132 – Piracicaba (SP) - Cep: 13400-970Acesse todas as edições pelo site:www.cepea.esalq.usp.br Marina Matthiesen

Roberto FukugatiMogiGuaçu/SP

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