harmonia na música popular - módulo 1 - 3 - rafael thomaz

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3. Intervalos Existem milhares de medidas e símbolos criados para representar quantidades, distâncias, volumes, etc. A necessidade dessas medidas se faz, primeiramente, para a padronização na comunicação. Em música isso não é diferente, é preciso comunicar-se e quantificar certas coisas. Já vimos como princípio básico a utilização das distâncias de tom e semitom é aplicado à construção de escalas, mas esses conceitos (tom e semitom) servem apenas para pequenas distâncias. Para calcular ou medir distâncias entre notas é que serve o conceito dos intervalos. (É muito comum usar a palavra intervalo quando se isolam duas notas quaisquer) Primeiro, é preciso entender como os intervalos aparecem, para então identifica-los. Há basicamente duas situações que caracterizam um intervalo: a) Intervalo simples ou composto: Intervalo simples é aquele compreendido entre duas notas dentro da mesma oitava. Já o intervalo composto se caracteriza quando a distância entre as notas extrapola uma oitava. & ˙ ˙ ˙ ˙ b) Intervalos harmônico ou melódico: A diferença é muito simples: quando o intervalo é harmônico as notas são tocadas simultaneamente e quando melódico é tocada uma nota de cada vez. Dentro dos intervalos melódicos há uma subdivisão para caracteriza-los entre ascendente (do grave para o agudo) e descendente (do agudo para o grave). & ˙ ˙ w w & ˙ ˙ ˙ ˙ É importante agora entender como se classificam as distâncias entre as notas, ou seja, os intervalos. Existem alguns métodos para isso, o que demonstrarei aqui considero adequado para entender as várias facetas do assunto. Vamos dividir a classificação dos intervalos em duas etapas: Harmonia na música popular – Módulo 1 - Rafael Thomaz Rafael Thomaz – www.myspace.com/rafaelthomaz

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Harmonia na música popular - módulo 1 - 3 - RAFAEL THOMAZ rafaelthomaz.wordpress.com

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Page 1: Harmonia na Música Popular - módulo 1 - 3 - RAFAEL THOMAZ

3. Intervalos

Existem milhares de medidas e símbolos criados para representar quantidades, distâncias, volumes, etc. A necessidade dessas medidas se faz, primeiramente, para a padronização na comunicação. Em música isso não é diferente, é preciso comunicar-se e quantificar certas coisas. Já vimos como princípio básico a utilização das distâncias de tom e semitom é aplicado à construção de escalas, mas esses conceitos (tom e semitom) servem apenas para pequenas distâncias. Para calcular ou medir distâncias entre notas é que serve o conceito dos intervalos. (É muito comum usar a palavra intervalo quando se isolam duas notas quaisquer)

Primeiro, é preciso entender como os intervalos aparecem, para então identifica-los. Há basicamente duas situações que caracterizam um intervalo:

a) Intervalo simples ou composto:Intervalo simples é aquele compreendido entre duas notas dentro da mesma oitava. Já o intervalo composto se caracteriza quando a distância entre as notas extrapola uma oitava.

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[Title][Composer]

Score

b) Intervalos harmônico ou melódico:A diferença é muito simples: quando o intervalo é harmônico as notas são tocadas simultaneamente e quando melódico é tocada uma nota de cada vez. Dentro dos intervalos melódicos há uma subdivisão para caracteriza-los entre ascendente (do grave para o agudo) e descendente (do agudo para o grave).

& ˙ ˙ ˙˙

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[Title][Composer]

Score

É importante agora entender como se classificam as distâncias entre as notas, ou seja, os intervalos. Existem alguns métodos para isso, o que demonstrarei aqui considero adequado para entender as várias facetas do assunto.

Vamos dividir a classificação dos intervalos em duas etapas:

Harmonia na música popular – Módulo 1 - Rafael Thomaz

Rafael Thomaz – www.myspace.com/rafaelthomaz

Page 2: Harmonia na Música Popular - módulo 1 - 3 - RAFAEL THOMAZ

Primeira etapa: Número

Nesta etapa o objetivo é encontrar o número de notas entre as duas notas a serem analisadas no intervalo. Para isso, consideraremos, por enquanto, um intervalo melódico ascendente e contaremos a partir da primeira nota (a primeira é contada como número 1) quantas notas naturais existem até a outra nota do intervalo. Independentemente se as notas tiverem alterações ( # ou b) conta-se apenas as notas naturais entre elas, como nos exemplos abaixo:

& ˙ ˙ ˙˙

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[Title][Composer]

Score

1 2 3

& ˙ ˙ ˙˙

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[Title][Composer]

Score

1 2 3 4 5

& ˙ ˙ ˙˙

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& ˙ ˙ ˙ ˙

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& ˙# ˙#˙b ˙ ˙b ˙ ˙ ˙ ˙ ˙b

[Title][Composer]

Score

1 2 3 4 5 6 7

Nesse estágio já classificamos a distância diferenciando primeiras, segundas, terças, quartas, quintas, sextas, sétimas e oitavas. Agora é necessário classificar com mais detalhes, dando a esses números algumas qualidades como veremos a seguir.

Segunda etapa: Qualidade

Existem basicamente dois tipos de classificação nessa etapa: intervalos maiores e justos. O que muda entre eles (além da nomenclatura) é a forma com que se comportam quando alterados, ou seja, quando subimos ou descemos um ou dois semitons como mostra o quadro abaixo:

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Page 3: Harmonia na Música Popular - módulo 1 - 3 - RAFAEL THOMAZ

Os intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª são maiores e os intervalos de 4ª, 5ª e 8ª são justos.Colocando-os em sequência cromática temos o seguinte:

Realizadas as duas etapas podemos analisar qualquer tipo de intervalo, ascendente ou descendente, usando o quadro acima.

Sugestões para praticar:

- Analisar os intervalos abaixo:

& ˙ ˙ ˙# ˙# ˙ ˙ ˙# ˙˙ ˙#

& ˙# ˙#˙b ˙ ˙b ˙ ˙ ˙ ˙ ˙b

- Cantar e tocar todos os intervalos acima e abaixo de todas as notas, como no exemplo abaixo:

& c ! ! !

& œ œb œ œ œ œn œ œb œ œb œ œ œ œn œ œb

& œ œ œ œ œ œ# œ œ# œ œ œ œ œ œ# œ œ

& œ œ œ œb œ œb œ œ œ œn œ œb

&12

! ! ! ! !

&17

! ! ! !

&21

! ! ! !

&25

! !

[Title][Composer]

Score

- Cantar sequências de intervalos como no exemplo abaixo:2M ascendente;3M descendente; 8J ascendente; 5J descendente; 2m descendente

& c ! ! !

& œ œb œ œ œ œn œ œb œ œb œ œ œ œn œ œb

& œ œ œ œ œ œ# œ œ# œ œ œ œ œ œ# œ œ

& œ œ œ œb œ œb œ œ œ œn œ œb

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&17

! ! !

&20

! ! ! !

&24

! !

[Title][Composer]

Score

- Procurar exemplos de intervalos em trechos de músicas conhecidas para facilitar a memorização.- Improvisar melodias usando diferentes intervalos.- No violão/guitarra: tocar todos os intervalos utilizando uma mesma corda, duas cordas e três

cordas em diferentes posições.

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Rafael Thomaz – www.myspace.com/rafaelthomaz