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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC – CAMPUS XANXERÊ CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA HANDEBOL Prof. Deonilde Balduíno Munaretti

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

UNOESC – CAMPUS XANXERÊ

CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA

HANDEBOL

Prof. Deonilde Balduíno Munaretti

Xanxerê

2005

INTRODUÇÃO

Temos no esporte um aliado muito forte no que tange ás contribuições sociais e pessoais que podem ser efetivadas.

Por meio do handebol fomenta-se inúmera possibilidade de ganho sócio-educativo, quando da sua prática orientada e estimulada por pessoas comprometidas.

A elaboração deste material, objetiva ser um dos recursos empregados com os acadêmicos para que futuramente possa ser aplicado o ensino do Handebol de maneira sistematizado e com uma didática adequada a clientela a que se destinar.

A interelação teoria/prática será uma constante em todo processo.

Levando-se em consideração o exíguo tempo que teremos para desenvolver os conteúdos, daremos ênfase nas áreas teóricas, práticas, metodológicas, técnicas e táticas do handebol escolar, já que é o ponto de destaque na ementa do curso.

As regras do handebol deverão ser assimiladas de maneira que qualquer acadêmico esteja em condições de realizar uma arbitragem regular, já que são elas que limitam os movimentos e possibilidades das ações dos jogadores. O handebol de competição será contemplado ainda que de superficialmente.

O preenchimento da súmula de jogo também deverá ser dominado pelos acadêmicos.

HISTÓRICO

A história do surgimento do handebol não é precisa; fundamenta-se em interesses de nações que objetivam ter reconhecido o seu direito de criação. Embora a Alemanha receba a preferência dos historiadores como a criadora deste esporte, na realidade, outras nações se dizem precursoras da modalidade. Uruguaios e dinamarqueses, entre outros, colocam-se também como paises que fundamentam os seus primeiros rumos.

Uma das versões diz que o profº de Educação Física, o alemão Karl Schelenz em visita ao Uruguai viu um jogo chamado “BALON” e na volta ao seu país comentou com seu colega Max Heiser, que por sua vez observara na Dinamarca uma atividade semelhante chamada HANDBALL DANÉS, que era utilizada como complemento para as aulas de ginástica.

Ambos estudaram e publicaram suas regras em 1917. Na época, o que mais se desenvolveu foi o handebol de campo com 11 jogadores, porém, na Suécia, em função do rigor do inverno, em 1924 surgiu o Handebol de Salão.

O HANDEBOL NO BRASIL No Brasil, a historia também não é muito clara. Entre especulações e fatos, surgem algumas datas, que, a priori, não poderiam descartar sua veracidade, nem tampouco admiti-las como verdade absoluta.

Algumas fontes apontam que o handebol de campo surgiu no Brasil por volta de 1930 e 1932, introduzido pela colonização alemã em São Paulo.

Existem indícios de que a pratica do handebol de salão tenha começado por volta de 1950, mas curioso é o fato de que a primeira federação registrada surgiu cerca de dez anos antes: o registro da Federação Paulista aconteceu em 26 de fevereiro de 1940.

O Handebol passou a ser conhecido e praticado no Brasil todo, quando passou a ser inserido nos Jogos Universitários Brasileiro em 1971 e nos Jogos Escolares Brasileiro em 1972.

POSIÇÃO DOS JOGADORES NA QUADRA DE JOGO TOMANDO COMO REFERÊNCIA O SISTEMA DE DEFESA POR ZONA 6:0

ATAQUE POSICIONAL 5:1

FUNDAMENTOS

Fundamentos técnicos são os elementos que compõem as ações necessárias para o desenvolvimento de uma modalidade ou, ainda, das habilidades motoras específicas desta modalidade. Eles se dividem em ações de ataque e de defesa, embora algumas

movimentações sejam comuns aos princípios defensivos e ofensivos, como é o caso das corridas e dos saltos.

Cada modalidade tem sua especificidade quanto à dinâmica, levando em consideração as ações motoras e valências físicas intervenientes na sua prática. Dependendo do nível de atuação da categoria da equipe (iniciante, aperfeiçoamento ou alto rendimento), as capacidades motoras e físicas poderão ser solicitadas diferentemente. Cabem aos técnicos e/ou professores selecionar estímulos compatíveis com os seus atletas.

Como fundamentos de ataque, incluímos ações que são resultados da combinação de outros princípios que tem uma grande importância na dinâmica do jogo. Por exemplo, como falar de ataque sem o engajamento? Como falar em movimentações ofensivas sem os cruzamentos e os bloqueios?

ATAQUE As ações do ataque se desenvolvem em função da posse da bola. Uma vez recuperando-a, a equipe deve ter mecanismos de ação para chegar à meta adversária. Tais mecanismos estão condicionados aos fundamentos técnicos que efetivam as ações ofensivas.

Passaremos a abordar alguns dos fundamentos com algumas variáveis de execução.

POSIÇÃO BASE Posição inicial que permite ao jogador, de uma forma equilibrada e estruturada realizar os movimentos básicos do jogo, como os passes, as fintas, as progressões e os arremessos.

Posição adequada – afastamento das pernas à largura dos ombros; uma das pernas deverá estar um pouco á frente (perna contrária à mão que irá realizar o passe, por exemplo), todas as articulações, começando pelos tornozelos deverão estar semi-flexionadas.

APREENSÃO DA BOLA É a maneira correta de segurar a bola quando vamos realizar um passe ou um arremesso.

Execução – devemos segurar a bola bem firme, utilizando os dedos mínimos e polegar para dar uma segurança lateral e os dedos indicadores, médios e anelares para exercerem o trabalho de direção e força na bola, no momento de passar ou arremessar. O contato da mão na bola deverá ser feito do inicio ao final dos dedos, evitando que a palma da mão toque na bola.

PASSE Passagem da bola entre os jogadores durante o jogo visando atingir seus objetivos. Durante sua execução devemos dar atenção privilegiada na TÉCNICA, na PRECISÃO e na VELOCIDADE, fatores estes que determinarão o êxito do mesmo.

ALGUMAS FORMAS DE PASSAR A BOLA

QUANTO A DISTÂNCIA: curto, médio e longo.

QUANTO A TRAJETÓRIA (percurso): reto, picado e parabólico.

QUANTO A NATUREZA: parado, saltando e em movimento.

QUANTO A DIREÇÃO: cruzado, diagonal e em profundidade.

CLASSIFICAÇAO DOS PASSES Podemos distinguir vários tipos de passes no handebol, porém, os classificamos em simples e especiais.

Passe de ombro ou básico (simples)

É o mais utilizado durante a partida.Sua técnica estabelece os seguintes princípios: após receber a bola, o jogador irá segura-la com uma das mãos, elevando-a, formando dois ângulos de aproximadamente 90º entre o braço e o antebraço e entre o braço e o tronco. Realizar o movimento de braço de acordo com a distancia do passe. Normalmente realizamos uma flexão do punho para frente no passe curto; rotação interna do ombro e flexão do punho ara frente no passe longo. Após estes movimentos devemos trazer a mão rapidamente para trás.

Principais erros de execução:

• Ângulos menores que 90º • Cotovelos abaixo dos ombros • Pé correspondente ao braço que tem a bola á frente; • Falta de direcionamento da bola, pela ausência de finalização dos movimentos de

flexão de punho e extensão dos dedos.

Este mesmo passe também é freqüentemente feito em movimento, como passadas rítmicas e com salto. Quando realizado com um salto, porém, a alavanca final ocorre em fase aérea.

As outras etapas ocorrem idênticas às descritas anteriormente.

Passes especiais

São outras formas utilizadas para se passar a bola ao companheiro.São considerados especiais, pois suas ocorrências são condicionadas a algumas situações pouco convencionais. Trata-se de uma situação onde se busca acelerar o jogo e/ou surpreender os adversários.

Apesar de sua importância fundamental na dinâmica do jogo, não se deve utiliza-lo simplesmente pela plasticidade do gesto, mas sim se for o mais recomendado para a situação. Sempre que for possível efetuar um passe de ombro, ele deverá ser priorizado, pois devemos sempre optar pela eficiência.

Existe uma diversidade de passes especiais, porém, aqui faremos a descrição de alguns deles:

Passe pronado ou de pronação

Posição e execução: segurar a bola á frente do peito ou do quadril com os cotovelos flexionados, em seguida realizar uma rotação do antebraço, a abdução do ombro até a palma da mão ficar de frente para a lateral, finalizando com uma flexão do punho.

Erros mais comuns

• Falta de percepção no momento de soltar a bola; • Pé correspondente ao braço que tem a bola à frente; • Falta de direcionamento da bola, pela ausência de finalização dos movimentos de

flexão de punho e extensão dos dedos.

O passe pronado ou lateral como alguns o chamam auxilia na aceleração do jogo, pois a bola geralmente parte da posição onde foi recebida. Todavia, o excesso de utilização pode provocar vicio e ainda favorecer a defesa. Isto porque, estando com o braço nesta posição, não irá permitir um arremesso de surpresa, caso surja esta possibilidade, pois o atleta terá que refazer seu movimento, dando oportunidade ao defensor de se recompor.

Passe por baixo É um passe executado com a mão abaixo da cintura. É realizado em curta distância, quando o receptor está geralmente à frente e há um adversário entre ele e o passador.

Posição e execução: sua execução deve ser rápida, quando se abaixa a mão que está segurando a bola, afastando o braço atrás e imediatamente estendendo-o à frente – como

um pêndulo. A perna contrária deve ser colocada à frente no momento da execução. No instante da soltura da bola, os dedos se direcionam para o receptor.

Passe servido (ou de anca)

É realizado geralmente após um cruzamento.

Execução: a dinâmica de execução é similar ao do passe por baixo, mas é ainda mais curto e acontece após uma leve flexão na articulação do braço que tem a bola.

Passe em reversão É utilizado quando se quer direcionar a atenção do adversário para o lado oposto ao que se quer passar. O executante direciona sua ação para um lado e executa o movimento de passe para outra direção.

Posição e execução: na execução a perna contrária ao braço de execução deverá estar à frente em direção diagonal. A bola deverá estar segura pelas duas mãos, quando será direcionada para a mão contrária à perna que está á frente. Ocorre uma rotação do tronco para o lado contrário e o braço que tem a bola se estende e segue a rotação, até ocorrer a limitação anatômica proporcionada pelo tronco. A mão em posição invertida conduz a bola até a direção em que se deseja soltá-la. A perna correspondente ao braço que segura a bola é direcionada para o mesmo lado.

Principais erros de execução • Rotação excessiva • Dar pistas ao adversário que executará este movimento facilitando o roubo de bola • Perder o tempo de corrida do receptor.

Passe pelas costas Embora a estrutura de execução seja próxima à do passe em reversão, o movimento não exige a rotação. Simplesmente ocorre um movimento de alavanca circular do braço que segura a bola por trás do corpo, mas a perna não segue o movimento, permanecendo em apoio.

Passe de costas ou para trás É realizado quando se está de costas para o receptor. Trata-se de um passe arriscado, pois não se tem como controlar o deslocamento do receptor nem do adversário. Através dele pode-se realizar uma mudança de direção da trajetória da bola, surpreendendo os adversários.

Posição e execução: segurar a bola á frente do peito. Este passe pode ser realizado de duas formas: 1)levar a bola à altura do quadril e realizar um movimento de extensão do ombro e

do cotovelo no sentido Antero-posterior, soltando a bola ao companheiro que está atrás; 2) levar a bola ao lado e a altura da cabeça e realizar uma extensão ou flexão do punho para trás.

Principais erros de execução • Perder a direção do passe • Perder a referencia de altura • Dar pistas ao adversário que executará este movimento, facilitando o roubo da bola.

Passe empurrado É também de aceleração, utilizando o braço e o pulso, mas sua aplicação se dá quando se está sendo marcado de perto ou diante do contato físico com o adversário e não há espaço para armar o passe de ombro. Geralmente é utilizado depois de uma tentativa de finta.

Posição e execução: segurar a bola à frente ou ao lado do ombro com o cotovelo flexionado. Conforme o objetivo do passe realizar simplesmente uma extensão completa do cotovelo para frente ou para a lateral, finalizando com uma flexão do punho.

Passe por trás da cabeça ou sobre os ombros É utilizado em curta distância e também tem um efeito de surpresa sobre o adversário. Portanto é um passe que necessita de execução rápida, pois a bola passa próxima ou no campo de ação do adversário.

Posição e execução: o jogador direciona sua atenção para o lado do braço que está em posse da bola. O braço faz uma rápida extensão lateral à altura do ombro e, imediatamente, executa uma flexão do antebraço sobre o braço, trazendo a bola em direção à nuca. Ela é solta no momento em que o pé contrário ao braço de arremesso está chegando ao solo.

A palma da mão estará direcionada para cima e ocorre uma leve rotação do tronco em direção ao braço de lançamento.

Principais erros de execução • Perder a direção do passe; • Dar pistas ao adversário de que executará este movimento, facilitando o roubo de

bola.

Passe quicado É bastante simples e pode ser útil em diversos momentos. Geralmente, a atenção e a possibilidade de reação dos adversários estão voltadas para as bolas altas. Daí, os passes quicados tornam-se uma boa estratégia de ação perante a defesa.

A sua forma de execução estabelece praticamente os mesmos princípios dos passes de ombro. Todavia, na fase final do movimento, os braços são direcionados para baixo em extensão, buscando soltar a bola na possibilidade de projeção com o receptor.

Principais erros de execução Não controlar a distancia entre o contato da bola com o solo e o receptor;

Não ter domínio da força necessária;

Perder a direção do passe;

Perder a referencia de altura.

Passes com efeitos Podem partir de diversas combinações de movimentos, visando favorecer a chegada da bola ate o receptor. São passes como: de rosca, de rotação contraria, de toque sem recepção, entre outros. Alguns dele podem ocorrer sem uma programação prévia, aproveitando a oportunidade momentânea.

Passes com salto Praticamente todos os tipos de passes podem ser realizados através de um salto, que é fundamental na dinâmica do jogo, porque faz os adversários acreditarem ser uma tentativa de arremesso a gol. A partir desta expectativa, busca-se passar a bola a um companheiro que esteja numa posição privilegiada.

Os passes efetuados quando o passador está em fase aérea, geralmente, desestabilizam o comportamento defensivo dos adversários. Os passes especiais tornam o jogo mais plástico e atrativo, porem, é preferível optar pela eficiência a uma atitude de risco.

RECEPÇÃO É a forma como o jogador entra em posse de bola, podendo ser realizada desde um simples movimento de apanhar a bola do solo até uma interceptação de um passe do adversário. Normalmente fazemos a recepção da bola a partir de um passe do companheiro.

As recepções classificam-se em:

1. Recepção alta 2. Recepção média 3. Recepção baixa 4. Recepção lateral 5. Recepção com uma só mão

Algumas orientações para uma boa execução:

• Estar com o corpo bem equilibrado na posição base; • Antes de receber, já antever uma futura jogada; • Procurar receber a bola sempre em movimento; • Olhar sempre para a bola; • Usar preferencialmente as duas mãos para fazer a recepção; • Levar os antebraços estendidos ao encontro da bola; • Após o contato com a bola, flexionar os cotovelos trazendo a bola junto ao peito; • Deixar as mãos bem soltas e em forma de concha; • Se o passe for muito forte, dar um passo para trás. • Nas recepções acima do quadril a posição das mãos deverá ser a seguinte: deixar a

ponta dos dedos voltados para cima. Nas recepções abaixo do quadril a posição das mãos devera ser a seguinte: deixar a ponta do9s dedos voltados para baixo.

ARREMESSO OU TIRO A GOL Trata-se da finalização na meta do adversário, ou seja, a realização do gol que é o principal objetivo do jogo.

Pode ser classificado mediante dois aspectos: 1) a forma de ação preparatória; e 2) a forma de finalização da ação. Portanto um tiro a gol pode ser classificado sobre estes dois critérios, por exemplo: um tiro em suspensão pode ser finalizado com arremesso por cobertura, ou por arremesso em rosca.

Tiro a gol em apoio Trata-se de um arremesso que parte do movimento utilizado para o passe básico (de ombro). O que cara caracteriza este elemento, porem, é o fato do jogador estar em contato com o solo no momento final da execução. É um tiro a gol realizado de frente, quando se percebe um espaço proporcionado pela defesa ou por uma pista emitida pelo deslocamento antecipado do goleiro buscando pegá-lo em contrapé. Realiza-se o arremesso em passadas curtas e em uma ação rápida.

Tiro a gol em progressão Trata-se de um arremesso realizado mediante um deslocamento com passadas frontais, seguindo as determinações de contato estabelecidas pelas regras oficiais. Geralmente é utilizado quando não se tem adversário à frente em uma situação de contra-ataque. Após receber a bola, o atleta executa o deslocamento, iniciando as passadas com a perna contraria ao braço que irá executar o arremesso, para finalizar aproveitando a alavanca proporcionada pela força resultante da coordenação do movimento. Não necessariamente o arremesso tem que ser efetuado na terceira passada; pode acontecer no primeiro e até no

segundo passo, mesmo que desprezando a alavanca. Neste caso pode ser útil para surpreender o goleiro.

Tiro a gol em suspensão É caracterizado pelo fato de o arremesso acontecer na fase aérea do movimento; ou seja, quando o jogador atinge o ponto mais alto do salto. Na sua execução, há uma combinação de elementos técnicos: recepção, passadas rítmicas, finalizando com o arremesso. As passadas devem ser progressivas, aumentando a velocidade, pois favorecem a impulsão final.

O tiro a gol em suspensão oferece algumas vantagens, tais como: aumento da potencia, diminuição da distancia de arremesso, estar em altura superior à defesa adversária. Este pode ser realizado visando distancia ou visando altura.

Principais erros de execução • Executar o salto sobre os adversários causando falta de ataque • Saltar elevando os joelhos à frente; • Não coordenar as passadas com a subida da bola; • Manter a bola embaixo durante a subida; • Perder o ritmo.

Tiro a gol com queda É utilizado quando se busca um arremesso nas proximidades da linha de 6 metros e se quer ganhar espaço. Mas a queda também tem a função de proteção após um arremesso em que o atleta se joga, buscando um melhor ângulo.

A queda pose ser realizada de varias formas, mas as mais freqüentes são aquelas em deslizes frontais e laterais e em rolamentos.

Tiro a gol “com efeito” São diversas as possibilidades de efeitos que se pode utilizar na conclusão de um tiro a gol. Todos eles podem ser executados a partir de tiros já descritos anteriormente. Ou seja, de um tiro em suspensão pode se realizar outros tipos de definição, tais como: arremessos de rosca, por cobertura (vaselina) e em rotação contrária.

DRIBLE O drible é muito útil na fase inicial de preparação do atleta, pois através da combinação deste elemento com outros fundamentos se pode realizar um repertório excelente de atividades nas sessões de treinamento. Não se deve deixar o atleta viciar no drible quando há outra opção mais vantajosa para aquela situação.

A aplicação do drible será útil quando:

• Se quiser realizar uma finta que ira favorecer um arremesso; • Se estiver pressionado; • Se quiser diminuir o ritmo do jogo; • Precisar manter a posse da bola; • Se já tiver executado as passadas permitidas e não houver como se desfazer da bola;

e, • For para o contra-ataque direto.

A execução do drible estabelece os seguintes princípios:

• A mão que entra em contato com a bola devera estar aberta: • A força que impulsiona a bola vem do movimento de pulso e braço; • A bola deve ser dominada sem que se realize a condução desviando a bola da

trajetória estabelecida pelo movimento; • A altura do quicar da bola não deve ultrapassar a altura do peito.

Erros mais freqüentes ao iniciante:

• Bater na bola; • Só conseguir driblar com uma das mãos; • Conduzir a bola forçando seu desvio de trajetória; • Ficar de cabeça baixa olhando para a bola. • Perder o ritmo da ação;

FINTA

São ações realizadas com o corpo em posse ou não da bola, visando ludibriar os adversários.

As fintas de deslocamento – ou sem bola – buscam sair de uma marcação ou se posicionar em um local que facilite as ações subseqüentes. São ações rápidas de cortes, de mudanças de direções, de giros e de paradas bruscas.

Já as fintas com bola são utilizadas para passar pelo adversário, facilitando uma ação de finalização.

Fatores importantes para realizar uma finta

• Distancia em relação ao adversário a ser fintado (80 cm. a 1m. aproximadamente). • Equilíbrio do corpo (preferencialmente com os dois pés) • Velocidade do movimento.

CRUZAMENTO O cruzamento é a passagem de um jogador por trás do outro em condição de recepção da bola. Trata-se de uma combinação de ação em frente aos adversários para desarticula-los de suas funções defensivas, confundindo-os na correlação de marcação e favorecendo as atitudes do ataque.

Esta ação pode ser simples – quando apenas dois atletas participam da jogada - ou duplo, com mais de dois.

Em geral, estas ações se estabelecem entre os atletas que estão próximos, mas podem ainda acontecer entre qualquer correlação de jogadores, como, por exemplo, entre um ponta e um armador central.

Fatores importantes para fazer um bom cruzamento • O jogador que inicia o cruzamento deve estar de posse de bola; • A entrega da bola deve coincidir com o cruzamento; • A ação dos jogadores no cruzamento deve ser simultânea; • Quem inicia não deve parar no momento de realizar o passe; • Ao defensor é conveniente que acompanhe o atacante que inicia como também o

finalizador; • Ao jogador que inicia o cruzamento, é reservada a opção de após passar a bola, cair

como segundo pivô, voltar para uma nova jogada de ataque ou fazer o equilíbrio defensivo.

BLOQUEIO É uma atitude destinada a favorecer a ação do companheiro, evitando que o adversário atrapalhe suas movimentações, ou seja, busca-se reduzir o raio de ação de um ou mais defensores.

Ao executar um bloqueio o jogador deve observar os seguintes princípios:

• Estar equilibrado; • Não utilizar os braços contra os adversários; • Posicionar-se no local antes dos adversários.

Este fundamento pode ser realizado de três formas: de costas, de frente ou de lado.

• De costas para o adversário

É quando o jogador que o executa fica de costas para o oponente. A vantagem deste bloqueio esta no fato de que, nesta posição, ele continua observando a circulação da bola, podendo, inclusive, ser opção de passe, caso não obtenha êxito na articulação pretendida.

• Frontal ao adversário

Este bloqueio ocorre quando o tempo de execução não for suficiente para alcançar outra posição. Sua desvantagem está no fato de que, estando de frente para o defensor, não se pode observar o que está acontecendo no jogo.

• De lado para o adversário

Também chamado de bloqueio para infiltração. O jogador se posiciona em um dos lados do adversário, criando espaço para a infiltração do seu companheiro. Geralmente, é uma atitude freqüente ao jogo do pivô, que busca abertura para a passagem dos armadores e dos jogadores das pontas.

• Falso bloqueio

O principio desta ação é praticamente o mesmo que se realiza para bloqueio. O jogador bloqueia o marcador do seu companheiro e, quando este se desvencilha, o executante se dirige para o espaço atrás do adversário, ficando livre para receber a bola.

CORTINA É a passagem de um ou mais jogadores à frente dos marcadores atrapalhando suas coes defensivas. Difere do bloqueio pelo fato de ser uma ação em deslocamento sem fixação do local, uma vez que o bloqueio tem uma apropriação de espaço relacionada ao tempo. A cortina é dinâmica, enquanto bloqueio é estático.

MOVIMENTAÇÕES OFENSIVAS

• Passadas rítmicas trifásicas

É um deslocamento frontal em direção ao gol, com a posse de bola, utilizando os contatos permitidos pela regra: os três passos. O jogador desloca-se para a realização de um arremesso em progressão com apoio ou em suspensão.

• Duplas passadas rítmicas trifásicas

É a mesma ação anterior repetida, porem, intercalada com um - ou mais – dribles, que pode ser realizado ainda, após um salto proveniente da impulsão da última passada da primeira fase, retornando ao solo e dando seqüência a mais três passos.

• O engajamento

É uma movimentação ofensiva frontal buscando desestruturar a defesa adversária, através de passes precisos e coordenados. O objetivo é acelerar o ritmo e criar situações que favoreçam a infiltração ou o tiro a gol, sem estar pressionado pelo oponente.

Tipos de engajamento O engajamento pode ser realizado de duas formas: 1) de fixação, realizado quando se quer fixar a posição do adversário, evitando que ele se desloque da localização por ele estabelecida, e 2) o engajamento de deslocamento, cujo objetivo é retirar do espaço que ocupa ou ainda fazer com que dois oponentes se preocupem com um único atacante, buscando uma superioridade numérica em alguma das posições.

O engajamento geralmente, é iniciado por um dos jogadores que ocupam a extremidade da equipe, porém, não necessariamente.

Deve se desenvolver a habilidade de um bom engajamento dos dois lados do ataque.

Erros mais freqüentes na realização do engajamento • Executar a movimentação lateral, ao invés de desenvolve-la frontalmente; • Movimentar-se sem objetivo; • Ignorar os espaços favoráveis à realização de um arremesso.

DEFESA

A defesa deve movimentar-se constantemente e em velocidade, independente do sistema que seja empregado.

Para a defesa de sua meta, os jogadores devem apresentar uma participação coletiva, tendo a preocupação de jamais estar em inferioridade numérica em relação ao ataque.

A defesa deve “atacar” permanentemente o jogador atacante que estiver em posse de bola, por ser no momento o adversário mais perigoso. O que deve ser característica a qualquer defesa é a sua constante movimentação; o jogador que fica parado na defesa não pode ser um defensivo, embora a iniciativa pertença em regra geral ao atacante.

A defesa não pode ser limitada apenas à composição de uma barreira de atletas em uma determinada zona da quadra; envolve varias atitudes que, em conjunto, compõem o mecanismo de posturas defensivas que devem ser utilizadas. Durante todo tempo que for possível, o defensor tem que prejudicar o adversário, desarticulando suas intenções.

TECNICA DEFENSIVA Entendemos por técnica defensiva, todos os movimentos ou gestos que o jogador faz para defender sua meta. O jogador pode defender utilizando a técnica defensiva para DEFESA INDIVIDUAL ou a técnica defensiva para DEFESA POR ZONA.

Regras básicas de defesa o no seu deslocamento estar em uma linha imaginaria entre o atacante e o gol; o A movimentação para frente deverá ser com decisão e rapidez, a fim de

dificultar um arremesso ou um passe; o O defensor somente devera tentar interceptar um passe, quando estiver certo

do êxito; o o jogador de posse da bola devera ser sempre marcado; o O defensor deve bloquear o ângulo de arremesso, e orientar o ataque para as

laterais da quadra, dificultando a finta com seu corpo; o O centro da área de gol deve ser mais fortalecido; o A bola arremessada deve ser interceptada. O jogador de defesa é um

obstáculo natural de todas as bolas arremessadas ao gol; o Nenhum defensor deve abandonar o seu setor de marcação, enquanto o

adversário estiver em posse de bola.

FUNDAMENTOS DE DEFESA Posicionamento básico de defesa Diante de cada situação, o defensor deve adotar posturas que o auxiliem no cumprimento de sua função. Daí, a posição de expectativa ser fundamental para se realizar uma boa intervenção defensiva.

Postura básica ou fundamental:

O defensor deve se posicionar de forma natural, com um dos pés à frente – um pouco mais afastado do que a distancia dos ombros - com uma leve flexão frontal do tronco, de tal forma que facilite o seu deslocamento em qualquer direção. Ele deve estar sempre de frente para as ações com bola do adversário – exceto se lhe foi destinada uma outra tarefa.

Na proximidade da linha de 6 metros – área restritiva do goleiro -, ele tem que manter os braços elevados à altura dos ombros com uma flexão de aproximadamente 90º nas duas articulações (ombros e cotovelos), auxiliando na orientação do goleiro. Esta postura se relaciona, principalmente, aos jogadores do meio da defesa.

Movimentações de defesa São deslocamentos realizados mediante a necessidade momentânea, tais como corridas frontais, de costas, em diagonais, laterais, e saltos. A recuperação de um espaço é definida

pelas ações ofensivas, que se desenvolvem naquele instante, indicando qual a melhor atitude a ser tomada.

Combate ao jogador que tem a bola

Diante de um jogador em posse de bola, o defensor devera buscar uma atitude de neutralização das intenções do atacante.

A posição de combate relaciona-se ao equilíbrio e a possibilidade de acompanhar os movimentos ofensivos. Entretanto, se ele estiver no raio de ação, deve manter uma mão na sua cintura e outra na proximidade da articulação do ombro do braço que tem a bola, evitando que o atacante efetue um arremesso. O corpo deve se aproximar diminuindo o campo de ação do adversário.

Blocagem da bola É a interrupção do deslocamento da bola: o defensor entra em contato com ela, após a realização do tiro ao gol adversário, evitando que chegue até a meta ou ao goleiro.

Para cada tipo de tiro ao gol, há uma atitude defensiva, podendo ser uma ação lateral ou um salto vertical.

Formas de marcação Refere a atitude adotada pelo jogador diante de uma necessidade de combate aos atacantes, principalmente em uma defesa mista ou por zona. A forma de atuação dos defensores está condicionada a alguns fatores, tais como: a proximidade do atacante em relação à meta, o adversário estar em posse da bola; a capacidade de atuação do oponente, etc.

Há três formas de marcação:

a. Marcação por observação – acompanha as ações do adversário quando ele não está em local que ofereça perigo à meta. O marcador deve observar a bola para saber a atitude que pode tomar em relação ao adversário: de distanciamento ou de aproximação. À medida que a bola e/ou atacante aproxima da sua zona de marcação, o oponente deve ter uma marcação mais efetiva.

b. Marcação de interceptação – é a atitude de se colocar de forma surpreendente entre o adversário que tem a bola e o possível receptor; ou seja, posiciona-se na trajetória esperada do passe. A complicação desta marcação está no fato de que, caso não consiga interceptar o passe, o adversário que o receber terá mais espaço para a penetração.

c. Marcação ativa ou apertada – é a marcação utilizada quando o atacante encontra-se em posse da bola em local que pode obter êxito. Nesta situação, deve ser bastante efetiva, utilizando os princípios da marcação individual.

Contra-bloqueio É a atuação da defesa tentando anular o bloqueio do ataque, ou seja, um outro jogador da defesa se aproxima para auxiliar o seu companheiro que está sendo bloqueado.

Tipos de defesa São três os tipos de defesa, geralmente, confundidos com o sistema de marcação. Embora sejam situações inter-relacionadas, são conceitos distintos.

• Defesa individual

É o mesmo que defesa homem a homem, onde cada jogador torna-se responsável pela marcação de um adversário pré-estabelecido, tentando anular as ações pretendidas pelo oponente.

• Defesa por zona

Neste tipo de defesa o território é dividido em partes, e cada defensor fica responsável por uma delas. O tamanho do território não é, todavia, definido por espaços iguais; pode ser igual ou maior dependendo da situação momentânea do jogo. A marcação não é exercida sobre um adversário especifico, mas sim sobre uma determinada área de atuação. Caso seja necessário, sempre que uma zona estiver vulnerável, o marcador da zona vizinha deve atuar sobre ela.

Portanto, apesar de cada defensor ficar responsável por uma parte da quadra, a defesa geral é responsabilidade da equipe.

• Defesa mista

Trata-se da união de princípios da defesa individual com os da defesa por zona: parte da equipe efetua a primeira marcação e outra exerce a segunda.

Geralmente, praticamente todas as equipes apresentam atletas que se destacam como mais efetivos em termos ofensivos. Para estas equipes que se apresentam heterogêneas ofensivamente, a defesa deve buscar a neutralização dos ataques adversários. Uma marcação por zona pode não ser eficaz, da mesma forma que uma defesa individual para todos os adversários. Neste caso, a defesa mista busca solucionar a situação, combinando os dois princípios.

Cada um destes tipos de defesa tem a sua aplicabilidade. Geralmente, durante uma partida, ocorrem os três tipos de intervenção defensiva, de acordo com o desenrolar das ações.

SISTEMA DE ATAQUE

Refere-se ao posicionamento de atuação dos jogadores quando estão estrategicamente colocados para realizar os ataques. São quatro os sistemas ofensivos conhecidos (3:3); (4:2); (2:4); e (5:1), porém, este ultimo não é freqüentemente utilizado.

Sistema ofensivo 3:3 Este sistema é caracterizado pela utilização de três jogadores na 1ª linha ofensiva (laterais e central) e três na segunda (extremas e pivô), apresentando três possibilidades de atuação:

1. Posicional

Trata-se de uma possibilidade de atuação do sistema 3:3, no qual os jogadores exercem suas ações nas posições preestabelecidas: não saem de seus espaços.

No handebol moderno, este sistema perdeu espaço para ações mais dinâmicas, pois o ataque posicional facilita a atuação defensiva, oferecendo pouca surpresa.

2. Com circulação dos jogadores nas extremas e pivô

Ocorrem circulações coordenadas dos jogadores frontais (pivô e extremas), trocando de posição durante as movimentações ofensivas da equipe. Nessa variação do sistema, as ações desenvolvidas pelos atletas da frente buscam facilitar as infiltrações e o tiro a gol dos atacantes armadores.

3. Com troca de posição generalizada

Durante as ações ofensivas, os atletas estabelecem trocas de posições em função de

Jogadas pré-determinadas. Todavia, para se utilizar esta dinâmica é fundamental que a equipe tenha jogadores polivalentes, que correspondam às necessidades técnicas solicitadas em cada posição que forem ocupar. Ou seja, não adianta uma troca de posicionamento, mesmo que temporal, se o extrema mudar de local com o armador e não for capaz de realizar uma satisfatória distribuição de bola e/ou arremessos de media distancia.

Composição da equipe: A -Lateral esquerdo (armador)

B -Central (armador)

C -Lateral direito (armador)

D -Extremo direito (ponta)

E -Pivô

F -Extremo esquerdo (ponta)

Figura 01- Esquema de posic. dos jog. no sist.ofensivo 3 : 3

Sistema ofensivo 4:2

É um sistema no qual não se tem a presença do armador central e as funções de armação cabem aos armadores laterais. O armador central passa a atuar como um outro pivô ou, caso não tenha condições de jogar nesta função, deixa a quadra para que outro ocupe esta posição. Trata-se de um sistema em que se quer manter a segurança dos lances, fazendo com que os dois jogadores das extremas passem a atuar como pontas armadores, aproximando-se dos armadores laterais, quando a bola estiver com este, a fim de facilitar e diminuir a distancia dos passes.

Fig.02- esq. de posic. dos jog. no sist.ofens. 4:2

Sistema ofensivo 2:4

Este sistema é formado por dois armadores laterais, dois jogadores pelas extremas e dois pivôs. A armação fica distribuída entre dois armadores laterais, uma vez que o central não se encontra em quadra.

É um sistema que aproxima os atletas do campo adversário, pois a defesa não pode ter uma atuação muita avançada, devido ao excesso de jogadores próximos a área. São necessários dois armadores laterais capazes de realização de tiro a gol à distância, pois a defesa, geralmente, encontra-se recuada, devido ao posicionamento dos atacantes que

ocupam a 2ª linha ofensiva. Os armadores devem apresentar ainda bons recursos técnicos de passe e de recepção para a manutenção da posse de bola, pois os demais jogadores estão muito próximos aos adversários, o que dificulta a chegada da bola.

Fig.03- esq. de posic. dos jog. no sist.ofens.2:4

SISTEMA DE DEFESA

Referem-se à disposição dos jogadores no espaço de defesa, mas somente isto não será determinante na efetividade defensiva. De modo geral, seja qual for o sistema adotado pela equipe, a forma de marcação deve ser definida em função das características dos defensores, e os objetivos que se pretende alcançar.

O sistema defensivo só terá êxito se, diante de sua aplicação, for observado o trabalho de equipe, bem como as funções individuais determinadas para cada componente.Um defensor que fugir ao pré-estabelecido pode comprometer toda a coletividade.

Os jogadores devem ser utilizados nas posições em que podem aproveitar todas as suas potencialidades ou direcionados para onde suas falhas fiquem menos perceptíveis aos atacantes e dirigentes adversários. Preferencialmente, o mais alto tem que ocupar as posições centrais para auxiliar o goleiro, inibindo arremessos frontais ou ainda bloqueando a passagem da bola.

Os sistemas se relacionam aos tipos de defesa, em que a composição se estabelece mediante a aplicação dos princípios que fundamentam cada um deles.

SISTEMAS DE DEFESA POR ZONA

Na defesa Por zona, não há um jogador especifico a se marcar, mas sim a atuação do defensor no espaço que lhe foi determinado. Nem sempre esta disposição se conserva durante as ações. Dependendo da característica do atacante, o defensor de uma determinada zona tem que ter uma atitude diferenciada, mas sem perder a noção do coletivo.

A) Sistema defensivo por zona 6:0

Pode apresentar três formas distintas de aplicação:

1) Sistema 6:0 na base – A defesa se posiciona na proximidade da linha de 6 metros. É aplicável quando a equipe contraria não tem arremessos de longa e media distancia eficientes, utilizando como atitudes freqüentes as infiltrações.

Fig. nº 04 Sist. Defens.6:0 na base.

2) Sistema 6:0 avançado – os jogadores estabelecem uma distancia maior entre os atacantes e a linha de 6 metros, que pode variar entre 7e8 metros. Aplicável quando a equipe joga com ataque posicional sem um eficiente poder de infiltração, utilizando arremessos de média e longa distâncias.

Fig. Nº 05. sist. defens.6:0 avançado.

3) Sistema 6 : 0 com flutuação – Os jogadores vão à frente combater o adversário na sua respectiva zona defensiva e recuando à base, quando a bola está na proximidade de outra área. Aplicável quando a equipe contraria se apresenta com capacidade de infiltração e arremessos de médias e longas distâncias. A flutuação busca dificultar as ações ofensivas, neutralizando os chutes de média distância e auxiliar o defensor vizinho quando o adversário busca a infiltração.

Fig. Nº 06 – esquema dos jogadores no Sistema defens. 6 : 0 com flutuação

B) Sistema defensivo por zona 5 : 1

Este sistema utiliza cinco jogadores posicionados nas proximidades da linha de 6 metros (linha de base) e um defensor avançado, posicionado de frente aos demais, na região de armação da equipe contraria.

Há duas possibilidades de atuação, que são:

1) Sistema 5 : 1 tradicional – quando o jogador avançado se coloca à frente do defensor do meio da linha de base, buscando dificultar a atuação do armador central e armadores laterais adversários;e

2) Sistema 5 : 1 lateral – quando o jogador que se encontra avançado para uma das armações laterais, buscando neutralizar as ações de um jogador destaque da equipe

atacante. No entanto, não se exerce uma marcação individual, mas sim uma frente defensiva mais ampla.

Fig. Nº 07 – esquema dos jogadores no Sistema defensivo 5 : 1

A principal função deste sistema está em evitar os tiros a gols frontais e ainda bloquear as ações de armação próximas à linha de 9 metros.

C) Sistema defensivo 4 : 2

A distribuição dos atletas na zona defensiva ocorre da seguinte forma: quatro jogadores próximos à linha de 6 metros e outros dois à frente próximos aos 8 metros.

A função dos atletas da linha de 6 metros é neutralizar as infiltrações, auxiliando na cobertura dos jogadores avançados. Estes últimos buscam bloquear as ações ofensivas (tiros a gol e armações) dos armadores da equipe adversária.

Os benefícios deste sistema são os de aumentar a distância dos tiros a gol e ainda a possibilidade que dois defensores possam formar uma frente defensiva, na qual um efetua o combate ao jogador que esta em posse de bola, e o outro fica na iminência da interceptação dos passes.

A principal desvantagem refere-se a vulnerabilidade nas extremidades da quadra, sobrecarregando os marcadores destas posições.

Fig. Nº 08 – esquema dos jog.no sist. defens. 4 :

C) Sistema defensivo por zona 3 : 2 : 1

Neste sistema, os defensores são dispostos em três linhas, nas quais três jogadores formam a linha de base (próximos a linha dos 6 metros), dois a linha intermediaria (próximos aos 8 metros), e um jogador marca na posição frontal avançada (pouco à frente da linha de 9 metros).

Os defensores laterais da linha de base (da esquerda e da direita) devem utilizar a marcação sob pressão dos adversários correspondentes, buscando neutralizar a sua circulação. O defensor central da linha de base se movimenta em função da posição da bola e do jogador pivô.

Os defensores posicionados na linha intermediária (laterais direito e esquerdo) buscam impedir as progressões e tiro a gols dos armadores correspondentes. Todavia, quando a bola está sendo jogada do lado oposto à sua movimentação, deve retornar à base (próximo a

linha de 6 metros), auxiliando no processo de cobertura, dificultando a circulação oponente e ainda melhorando sua visão da defesa.

Já o defensor avançado tem como função dificultar os tiros a gols frontais e a movimentação dos armadores. Ele deve formar os blocos defensivos com os jogadores da linha intermediária, combatendo o atacante em posse de bola e atrapalhando seus passes.

As vantagens deste sistema são as de evitar os tiros a gol frontais de média distância e a possibilidade de combate de mais de um defensor sobre o adversário em posse de bola. A desvantagem mais perceptível é a vulnerabilidade nas extremidades.

Fig. Nº 09-Esquema dos jog. no sist. defensivo 3 : 2 : 1

D) Sistema defensivo por zona 3 : 3

Utiliza duas linhas formadas por três defensores cada. Estruturalmente, ficam dispostas uma atrás da outra, mas, na dinâmica de ação, a configuração fica alterada em função da movimentação adversária.

A linha de base fica nas proximidades dos 7 metros e a linha frontal, aos 9 metros, evitando os arremessos de frente. Entretanto, diante de uma circulação dos atacantes, a defesa deve de modificar estruturalmente até que eles retornem aos seus postos.

A movimentação dos jogadores da primeira linha defensiva deve ser lateral, enquanto os da segunda linha se movem em distintas direções, tais como diagonal e frontal.

Fig. Nº 10 – Sist.defens. 3 : 3

SISTEMA DE DEFESA MISTO (OU COMBINADO)

Busca unir as vantagens da defesa por zona com as da individual. Algumas equipes podem exigir uma defesa diferenciada, com princípios combinados de atuação. Neste caso, deve-se buscar um sistema que consiga neutralizar as possibilidades ofensivas do adversário.

a. Sistema defensivo misto 5 + 1

Neste sistema, cinco jogadores obedecem a princípios de uma defesa por zona e um

jogador exerce uma marcação individual.

É aplicado quando a equipe adversária apresenta um atleta com destacado poder de atuação, seja na conclusão das ações, seja na possibilidade de armação das jogadas para seus companheiros.

Fig. Nº 11 – sist.defens.misto 5 + 1

b. Sistema defensivo misto 4 + 2

Neste sistema quatro jogadores formam uma base defensiva nas proximidades da linha de 6 metros, e os outros dois atuam em marcação individual.

Trata-se de um sistema aplicável quando a equipe adversária desenvolve suas ações através dos recursos técnicos de dois jogadores principalmente. Neste caso, a defesa busca neutralizar as ações de tais atletas, deixando que os demais participem mais efetivamente do jogo.

Fig. Nº 12- sist. defens.misto 4 + 2

c. Sistema defensivo misto 3 + 3

O sistema misto defensivo 3 + 3 estabelece que três jogadores atuem nos princípios de uma defesa por zona e que os outros três utilizem os princípios da marcação individual.

É de difícil aplicação por exigir uma interação intensa entre todos os defensores.para utilizar este sistema, todos os jogadores devem apresentar uma excelente consistência defensiva, pois os espaços ficam muito ampliados devido ao deslocamento dos atacantes.

Fig nº 13 – sist. defens.misto 3 + 3

TÁTICAS

São ações individuais, de grupo e de equipe, que podem ser utilizadas para neutralizar as movimentações ofensivas dos adversários, bem como estabelecer os princípios de atuação ofensivos da nossa equipe.

Tática individual – Trata-se da capacidade do jogador em responder pelas atitudes fundamentais para um bom desempenho durante o jogo, como deslocamentos, mudanças de direção, formas de marcação, posicionamento e movimento técnico apropriado, entre outros.

A tática individual relaciona-se ao preparo físico, técnico e mental. Se o jogador está bem preparado, as suas intervenções táticas serão facilitadas.

Tática de grupo – é uma ação que ocorre com a união de alguns jogadores visando buscar soluções para uma situação momentânea.

No handebol, as táticas de grupo são freqüentemente utilizadas, pois é através delas que põem em ação os mecanismos defensivos (ajuda ao companheiro, cobertura, apoio, etc.) e ofensivas (cruzamentos, bloqueios e disponibilidade para o passe, entre outros). As combinações entre dois, três e quatro jogadores são freqüentes e fundamentais para o êxito de uma equipe.

Tática de equipe – É a combinação de ações que envolvem praticamente toda a equipe.

A tática de equipe relacionada à defesa ocorre quando todos os jogadores se mobilizam para impedir um progresso ofensivo; ou seja, enquanto alguns executam o combate direto ao jogador em posse da bola, os outros se posicionam na expectativa de um bloqueio, de um roubo da bola, ou em obstruir a movimentação de alguns adversários.

AÇOES TÁTICAS

São diversas as possibilidades de aplicações táticas durante um jogo. Porém, algumas ações devem estar presentes na rotina de treinamento de uma equipe, pois são freqüentes em praticamente todas as partidas.

Algumas situações comuns durante um jogo, as quais devem ser treinadas diariamente com as equipes:

O balanço defensivo – Trata-se de uma atitude de preocupação diante de uma tática preestabelecida. A partir de uma ação ofensiva, alguns jogadores se colocam em posições que favoreçam um rápido retorno e a efetiva ação defensiva, caso o planejado não tenha obtido êxito.

Diante de uma ação desenvolvida pelo lado direito, por exemplo, os jogadores que estão posicionados á esquerda se preparam para o retorno à defesa, colocando-se um pouco atrás para diminuir o espaço de deslocamento e dificultando os lançamentos para o contra-ataque.

O tiro livre nas proximidades da linha de 9 metros – Diante de uma situação bastante viável de se obter o gol, é imperioso que se busque alternativas para obtenção de maior êxito na jogada; seja para um tiro a gol a partir do primeiro passe ou ainda de situações coletivas de penetrações.

Ações para liberação de um jogador que recebe uma marcação individual – muitas ações simples podem sanar este comprometimento que se da pela marcação individual como, por exemplo, através de ações de bloqueio, de quebra de engajamento e de passes especiais, poderão liberar os jogadores para atitudes rápidas , provocando uma desestabilidade defensiva pela necessidade de troca de marcação.

Ações ofensivas em superioridade numérica – Varias combinações podem ser colocadas em pratica visando sobrecarga em uma determinada zona defensiva, provocando duvidas entre os defensores.

Pode-se criar combinações de bloqueios e cruzamentos, facilitando os tiros a media distância, bem como ações de circulações coordenadas.

O contra-ataque – é uma movimentação ofensiva para chegar rápido à meta adversária e conseguir um gol, pois nesta situação a equipe adversária não se encontra estruturada para as suas ações defensivas.

São dois os tipos de contra-ataque: direto e indireto; subdivididos entre si:

*Contra-ataque direto

Pode ocorrer em função de três situações:

• Roubo de bola – realizado pelo defensor a partir de uma recuperação da bola, quando se utiliza o drible até chegar a meta adversária e efetuar a conclusão;

• Lançamento do goleiro – quando o goleiro recupera uma bola que foi arremessada à sua meta, seja através de uma defesa, após o contato com a blocagem, de arremessos na trave ou para fora, realizando o lançamento para um companheiro que irá recebe-la indo diretamente ao gol; e

• Cobrança rápida de um tiro livre ou de um arremesso lateral – após uma violação à regra cometida pelo adversário ou de um tiro lateral, quando o jogador que o executa o faz de forma direta para o jogador que irá receber e concluir a ação.

*Contra-ataque indireto

Este tipo de contra-ataque pode ocorrer de duas formas:

• Com câmbio – quando o goleiro recupera a posse de bola e faz um passe para um

outro companheiro que faz a distribuição dela para outro jogador á frente, ou seja, o goleiro passa para outro jogador a função de lançamento da bola. É um contra-ataque em dois tempos, no qual a distância dos passes é encurtada, e que deve ser utilizado quando o goleiro não tem um bom domínio do fundamento passe. No momento em que ele está com a bola, dois jogadores abrem lateralmente, para receberem-na e realizar o passe final, e

• Sustentado – dois ou mais jogadores, após recuperarem a posse de bola, saem

trocando passes laterais até chegar a meta adversária. A prioridade do arremesso deverá ser dada ao jogador que se encontra em melhor situação para o tiro a gol.

A aplicação do tipo de contra-ataque depende inicialmente da oportunidade momentânea. No entanto deve-se priorizar algumas situações:

• O jogador que estiver à frente deve ser preferido no memento do passe; • Os passes curtos são mais seguros; • Não se deve fintar ou driblar se existe a possibilidade de passe; • Outros jogadores devem acompanhar a tentativa de contra-ataque do companheiro; • O fato de se chegar rápido á frente não implica em uma necessidade de finalização

rápida, se não há uma possibilidade real de conclusão; • Como na maioria das vezes o tiro a gol é à curta distancia, deve-se esperar as pistas

oferecidas pelo goleiro e não precipitar a conclusão.

REFERÊNCIAS

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