habermas e a modernidade

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Caroline Amaral ART-MA3 HABERMAS E A MODERNIDADE

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Sobre o discurso da modernidade de Habermas

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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULOPUC-SP

Caroline AmaralART-MA3

HABERMAS E A MODERNIDADE

SO PAULO2015PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULOPUC-SP

Caroline AmaralRA00147062ART-MA3

HABERMAS E A MODERNIDADE

Trabalho apresentado disciplina Esttica e Modernidade, ministrada pela Profa. Sonia Campaner como requisito parcial para a obteno da nota final.

SO PAULO2015HABERMAS E A MODERNIDADEIDentro do discurso de Max Weber na introduo de A tica protestante, houve um processo de profanao da cultura ocidental que levou ao desenvolvimento das sociedades modernas. A autonomia em relao igreja catlica e a conexo com o capital o que caracteriza a profanao. Weber entende esse processo como a institucionalizao de uma ao econmica e administrativa racional (HABERMAS, 2002, p. 4), o capitalismo se consolida enquanto sistema dominando todas as esferas da vida ocidental e, a servio deste, a burocracia como forma de organizao do estado. A burocracia a racionalidade que permite a previso da ao, sem essa previso no h ao econmica que permita rendimentos. Somente nos anos 50 a palavra modernizao foi introduzida como termo tcnico. Desde ento caracteriza uma abordagem terica que retoma a problemtica de Max Weber, reelaborando-a [...] A teoria da modernizao [...] separa a modernidade de suas origens a Europa dos tempos modernos para estiliza-la em um padro, neutralizado no tempo e no espao [...] Alm disso, rompe os vnculos internos entre a modernidade e o contexto histrico do racionalismo ocidental, de tal modo que os processos de modernizao j no podem mais ser compreendidos como racionalizao (HABERMAS, 2002, p. 5), ao descontextualizar o discurso da modernidade ele parece superficial.A justificativa dos que defendem a ideia de ps-modernidade o esgotamento do projeto moderno: o racionalismo no trouxe o progresso prometido, agora a cincia no mais garantia da verdade. O contexto de desiluso: a Europa tinha sido palco de duas Guerras Mundiais e as ideologias, que davam a esperana de uma sociedade menos desigual, se mostraram ineficazes na prtica. Arnold Gehlen diz que as premissas do esclarecimento esto mortas, apenas suas consequncias continuam em curso (HABERMAS, 2002, p. 6), se referindo possivelmente ao positivismo que, ao colocar o conhecimento cientifico acima de todas as outras formas de conhecimento, se torna dogmtico e superficial. Gehlen (2002) falar sobre uma suposta cristalizao cultural: a cultura moderna teria esgotado todas as suas possibilidades, mesmo a pintura moderna estaria saturada. Assim, com o fim da histria das ideias chegamos ps histria. Gottfried Benn (2002) diz que a despedida da Modernidade neoconservadora e se refere a uma compreenso superficial das dinmicas de modernizao social e cultural. A ideia da Ps Modernidade tambm aparece sob a tica dos anarquistas que entendem que a razo cria instrumentos de dominao das massas.Houve um processo de transformao social to profundo quanto foi o fim da Idade Mdia e o comeo da Idade Moderna a transio do pensamento teolgico e mstico para o pensamento racional que se utiliza da cincia para compreender o mundo para que a nossa poca seja tida como a Ps Modernidade? A ideia de que o tempo em que se vive seja a contemporaneidade muito presente e se justifica no fato de que a sociedade mudou muito desde o sculo XVII, mas tomando como verdade que o aspecto que mais caracteriza a Modernidade o Capitalismo, como a Modernidade pode acabar se o Capitalismo no acabou?Habermas (2002) afirma que ambas as verses da teoria da ps-modernidade se distanciam do horizonte conceitual em que se forma a modernidade europeia, Hegel o primeiro filsofo a desenvolver um conceito claro de modernidade e Habermas o usa como base para compreender a relao interna (e no contingente) entre modernidade e racionalidade. Sugere que estes autodeclarados ps-modernos esto, ao afirmar o ps-esclarecimento, na verdade seguindo a tradio do contra-esclarecimento, o que os insere novamente na discusso da modernidade.Quando Hegel fala em tempos modernos ele se refere ao seu prprio tempo no mesmo sentido que hoje falamos em contemporneo. O termo perdeu seu sentido puramente cronolgico e foi substantivado passando a denominar um perodo histrico. O conceito profano de tempos modernos expressa a convico de que o futuro j comeou: indica a poca orientada para o futuro, que est aberta ao novo que h de vir (HABERMAS, 2002, p. 9). O conceito implcito no uso do termo tempos modernos constituiu uma nova perspectiva para a filosofia da histria: a presentificao reflexiva do lugar que nos prprio a partir do horizonte da histria em sua totalidade [...] a compreenso da simultaneidade cronolgica de desenvolvimentos historicamente no simultneos (HABERMAS, 2002, p. 10), compreenso esta que Walter Benjamin ir combater em suas Teses sobre o Conceito de Histria.Para Baudelaire a atualidade se constitui como um momento de transio entre o passado ultrapassado e o futuro, entre o atual e o eterno. Para que a Modernidade seja digna de tornar-se Antiguidade, necessrio que dela se extraia a beleza misteriosa que a vida humana involuntariamente lhe confere (BAUDELAIRE, 1996, p. 26). Consciente do novo uso da palavra moderno, que no sculo XIX passa a ser sinnimo de Arte Moderna ou de Modernismo na Arte Baudelaire (2002) ressalta o aspecto fugaz e passageiro do moderno, algo como o que Benjamin chamar de aura: a obra autntica presa ao instante de seu surgimento, a ligao fugaz do eterno com o atual.Baudelaire fala algo similar a Czanne, que o artista aprender muito com a observao dos clssicos, mas nada substituir a observao da natureza. Para Baudelaire o artista deve olhar para sua prpria poca e ento retrata-la, deve extrair do modismo o que houver de potico, separar o eterno do transitrio.Nas Teses sobre o Conceito de Histria, Benjamin defende que o olhar orientado para o futuro dirige-se sempre do presente para um passado que est ligado, enquanto pr-histria, a nosso respectivo presente (HABERMAS, 2002, p. 21) e coloca nas mos do presente a tarefa de redimir o passado.

BIBLIOGRAFIAHABERMAS, J. O Discurso filosfico da Modernidade: doze lies. 2 edio. So Paulo: Martins Fontes, 2002. Coleo Tpicos.BAUDELAIRE, C. Sobre a Modernidade. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1996. Coleo Leitura.CHIPP, H. B. Teorias da Arte Moderna. So Paulo: Martins Fontes,1988.AVELINO, N. Anarquismo e crtica ps-moderna. Disponvel em: http://revistas.pucsp.br/index.php/verve/article/view/5340/3822. Acesso em 1 de maio de 2015.