guia_de_sobrevivencia_ da pequena e média empresa - sebrae

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  • 7/28/2019 guia_de_sobrevivencia_ da pequena e mdia empresa - SEBRAE

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    MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDSTRIA E COMRCIO EXTERIOR

    Secretaria de Comrcio e Servios

    Endereo: Esplanada dos Ministrios, Bloco "J "Cep 70053-900, Braslia, DF, Brasil.

    Fone: +55 (61) 2027-7000

    Internet:: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/index.php?area=4

    MINISTRIO DA J USTIA

    Secretaria de Reforma do J udicirio

    Endereco: Esplanada dos Ministrios, Bloco T, 3o Andar, Sala 324

    Cep 70.064-900, Brasilia DF, Brasil.

    Fone: +55 61 2025-9119

    Correio eletrnico: [email protected]

    Internet:: http://www.mj.gov.br/reforma

    Distribuio gratuitaPrimeira Edio Tiragem: 1.000 exemplares

    Capa e Diagramao: Fernando Antonio Camargo Ribeiro

    Reviso: Ariadne Bastos

    Impresso: Adex Grfica

    Redao e organizao: Adm. Alexandre Uriel Ortega Duarte

    e Luis Claudio Montoro Mendes

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    MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO ,

    INDSTRIA E COMRCIO EXTERIOR - MDIC

    SECRETARIA DE COMRCIO E SERVIOS

    MINISTRIO DA J USTIA

    SECRETARIA DE REFORMA DO J UDICIRIO

    INSTITUTO RECUPERA BRASIL - IRB

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    3

    Qual a finalidade deste guia? ................................................................................................ 4

    Qual a importncia das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte no contexto

    Nacional? ................................................................................................................................ 5

    Qual a importncia do planejamento e do controle para as ME e EPP? ............................... 6

    Como Cuidar da Sade Financeira da Empresa? .................................................................. 7

    Qual o papel da Contabilidade nesse contexto? .................................................................... 8

    O que fazer em caso de crise financeira ................................................................................ 9

    O que Recuperao J udicial? .............................................................................................. 10

    Como funciona a Recuperao J udicial? ............................................................................... 11

    Fases da Recuperao J udicial .............................................................................................. 12

    Quais as vantagens da Recuperao J udicial? ...................................................................... 16

    O que o Plano Especial para Recuperao de ME e EPP? ................................................ 17

    Como requerer a recuperao judicial? .................................................................................. 19

    Escriturao das MEs e EPPs na Lei de Recuperao J udicial ........................................... 20

    A soluo de conflitos atravs da Cmara de Mediao Especializada em processos de

    Recuperao de Empresas ....................................................................................................

    Informaesteis.................................................................................................................................. 23

    Sumrio

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    QUAL A FINALIDADE DESTE GUIA?

    O Brasil hoje, tem a base da sua economia girando em torno de microempresas e empre-

    sas de pequeno porte, o que traz a necessidade de uma profunda reflexo sobre a importnciadas mesmas no contexto nacional.

    Este guia o resultado de uma preocupao comum do Ministrio do Desenvolvimento,

    Indstria e Comrcio Exterior MDIC, do Ministrio da J ustia MJ , por intermdio da Secreta-

    ria da Reforma do J udicirio, e do Instituto Recupera Brasil IRB, com a nova lei de recupera-

    o de empresas, especificamente as Microempresas ME e Empresas de Pequeno Porte

    EPP.

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    QUAL A IMPORTNCIA DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE

    PEQUENO PORTE NO CONTEXTO NACIONAL?

    Segundo um estudo recente publicado no SEBRAE

    (Servio Brasileiro de Apoio s Microempresas ME e Empre-

    sas de Pequeno Porte EPP), o Brasil j tem aproximadamente

    seis milhes de microempresas e empresas de pequeno porte

    e, por este motivo, est no topo da lista de pases mais empre-

    endedores do mundo.

    Este total de empresas corresponde a 97% de todas as empresas existentes no pas,

    sendo apenas 3% do total formado por empresas mdias e grandes.

    So as ME e as EPP que movimentam a economia nacional. Elas empregam aproxima-

    damente 52% de todos os trabalhadores urbanos do pas (aproximadamente 13 milhes de em-

    pregos com carteira assinada) e geram 20% do PIB1 Brasileiro, sendo tambm hoje em dia o

    principal mercado que absorve a mo-de-obra formada nos cursos de administrao de empre-

    sas.

    Mas vontade de fazer e entusiasmo no bastam.

    Ainda segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE, 27% de todas as novas empresas fun-

    dadas no Brasil acabam fechando as portas no primeiro ano de vida, e um dos grandes motivos

    disso a falta de planejamento e gesto das aes a serem executadas.

    1PIBProdutoInternoBrutorepresentaasoma(emvaloresmonetrios)detodososbenseserviosfinaisproduzidosnuma

    determinadaregio(querseja,pases,estados,cidades),duranteumperododeterminado(ms,trimestre,ano,etc).OPIB

    umdosindicadoresmaisulizadosnamacroeconomiacomoobjevodemensuraraavidadeeconmicadeumaregio.

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    QUAL A IMPORTNCIA DO PLANEJAMENTO E DO CONTROLE

    PARA AS MP E EPP?

    O sucesso de uma organizao, de qualquer porte ou segmento, est condicionado capacidade que ela tem de atender s necessidades dos clientes / usurios de seus produtos /

    servios e, dessa forma, gerar resultados.

    Planejar um processo que pessoas e organizaes devem executar, de forma sistem-

    tica e contnua, e que possibilita definir: o que vai ser feito; com que finalidade vai ser feito; de

    que maneira vai ser feito; quem vai fazer; qual o prazo para ser feito; onde vai ser feito; quanto

    vai custar.

    Aps planejar, deve-se partir para o desenvolvimento das aes, iniciando-se por capa-

    citar as pessoas a executarem os processos (o que precisa ser feito), com base em um sistema

    de informaes que possibilite o controle dos resultados obtidos e, se necessrio, a correo de

    rumos, em um giro constante do ciclo PDCA (planejamento, desenvolvimento, controle e atua-

    o).

    Isso muitas vezes no ocorre. Por este motivo, as ME e EPP acabam por enfrentar pro-

    blemas para sobreviverem, se manterem ou se desenvolverem no mercado.

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    COMO CUIDAR DA SADE FINANCEIRA DA EMPRESA?

    Como colocado anteriormente, para realizar a gesto de um negcio, necessria uma

    atuao baseada no planejamento e no controle, executada com profissionalismo.

    Por isso, algumas aes simples podem auxiliar na conduo da empresa:

    J amais misture os valores da empresa com seus valores pessoais;

    Negocie as margens de desconto com seus clientes e fornecedores;

    Mantenha um fluxo de caixa, mesmo que simples.

    Administre bem os valores recebidos pela empresa, investindo em melhorias sempre

    que possvel;

    Pague as dvidas em dia, evitando os juros.

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    QUAL O PAPEL DA CONTABILIDADE NESSE CONTEXTO?

    A contabilidade um instrumento de apoio gesto dos negcios, funcionando como su-

    porte ao planejamento, ao disponibilizar os dados necessrios ao controle.

    Dessa forma, contribui de forma decisiva para o sucesso da empresa, ao fornecer infor-

    maes econmico-financeiras-sociais para que seus usurios, com base nas mesmas,, possam

    tomar suas decises.

    Entende-se o lado econmico como o processo produtivo e operacional em si. Ou seja,

    quando estamos falando do lado econmico estamos falando dos custos e das receitas atrela-

    dos a operao com o(s) produto(s) que a empresa produz e/ou comercializa.

    J o lado financeiro est trelado liquidez. Liquidez no sentido de caixa. Em outras pala-

    vras, os aspectos relacionados boa gerncia e administrao do caixa da empresa. Assim, as-

    suntos como o gerenciamento do capital de giro, o gerenciamento do pagamento a fornecedores

    e do tempo que se espera para receber as vendas a prazo so assuntos relacionado rea fi-

    nanceira.

    Tanto o lado econmico como o lado financeiro influenciam os aspectos sociais do mundo

    humano, ou seja, a vida social dos indivduos.

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    O QUE FAZER EM CASO DE CRISE FINANCEIRA?

    Existem inmeros procedimentos a serem adotados em caso

    de uma crise financeira dentro da empresa. Entre eles, podemos

    citar a preparao de uma reestruturao interna visando a retoma-

    da dos rumos da empresa.

    Tal reestruturao baseia-se no planejamento, no desenvolvi-

    mento das aes planejadas, no controle, onde vemos se as aes

    esto sendo executadas corretamente, se esto atingindo os objeti-

    vos a que se prestam, e nas aes para corrigir ou padronizar. Pode-se, ainda, utilizar a ferra-

    menta da recuperao judicial. O objetivo evitar a situao da falncia ou insolvncia.

    Que falncia ou insolvncia?

    uma situao jurdica gerada por sentena proferida por um juiz de direito, onde a em-

    presa ou sociedade comercial se omite em cumprir com determinada obrigao patrimonial e

    ento tem seus bens alienados2 para satisfazer todos seus credores.

    A Lei de Recuperao de Empresas e Falncia vem auxiliar nestes casos, pois viabiliza a

    recuperao judicial, com procedimentos transparentes e maior controle do processo por parte

    dos stakeholders3 (fornecedores, acionistas, governo, etc.) a aqueles que pelo insucesso no

    exerccio de sua atividade econmica possam resgatar sua credibilidade, recuperando econmi-

    ca e financeiramente a empresa, assegurando equilbrio nas relaes jurdico-econmicas e

    contribuindo para o fortalecimento da economia.

    Porm, para obter sucesso em um processo de recuperao judicial necessria uma

    verdadeira mudana de paradigma4 da organizao.

    2 Transferncia do domnio de bens de um indivduo para terceiros, ou de uma empresa aos seus credores.3Stakeholders - O termo designa todos os segmentos que influenciam ou so influenciadas pelas aes de uma organizao

    So eles, fornecedores - podem ser agentes impactando, agentes focados em valor e agentes fortemente impactados; governo -podem ser agentes impactando, agentes focados em valor e agentes fortemente impactados; futuras geraes - que se situa,particularmente, dentre os agentes fortemente impactados; acionistas - pode ser agente impactando, agente focado em valor eagentes impactados, ou ainda, agentes fortemente impactados.4Mudana de Paradigma - uma mudana de pressupostos bsicos do campo de conhecimento, uma mudana nas 'regras do

    jogo', um novo conjunto de regras.

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    O QUE RECUPERAO JUDICIAL?

    A recuperao judicial uma medida prevista em lei destinada a evitar a falncia, proporci-

    onando ao empresrio devedor a possibilidade de apresentar, em juzo, aos seus credores, al-

    ternativas para quitao dos seus dbitos.

    A recuperao judicial praticamente uma roupa nova para a concordata, prevista na No-

    va Lei de Falncias (Lei n 11.101/2005) em substituio antiga (Decreto-lei n 7.661). Uma

    das principais alteraes est justamente na mudana da concordata que antes poderia ser

    preventiva ou suspensiva para a recuperao judicial.

    Um exemplo: antes, quando um credor entrava na J ustia contra a empresa, esta tinha 24

    horas para quitar a dvida. Do contrrio, j podia ser iniciado o processo de falncia. Agora, tem

    cinco dias para apresentar a defesa ou o pedido de recuperao.

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    COMO FUNCIONA A RECUPERAO JUDICIAL?

    A recuperao judicial pode ser utilizada por empresas de qualquer porte, desde microem-

    presas at multinacionais. Na prtica, uma empresa de grande porte precisa contratar advogado

    e consultoria para entrar com o processo na J ustia e fazer um plano de reestruturao a ser en-

    tregue em 60 dias.

    O objetivo genrico do Plano de Recuperao J udicial

    (PRJ ), previsto na Nova Lei de Falncias, permitir s empre-

    sas em dificuldades financeiras que voltem a se tornar partici-

    pantes competitivas e produtivas da economia. Os beneficiados

    sero no somente os controladores, credores e empregados

    diretamente envolvidos, mas principalmente, a sociedade como

    um todo. No se deve confundir o Plano de Recuperao J udicial com um alongamento de dvi-

    da somente. O plano deve conter os instrumentos que identifiquem, ataquem e superem as cau-

    sas para o surgimento do endividamento, acreditando que ele no ser apenas meio de ganhar

    tempo antes da falncia da empresa.

    O microempresrio e o empresrio de pequeno porte necessitam apenas do advogado, por

    no precisar do plano citado acima. Para esse segmento, a lei permite o pagamento do dbito da

    empresa em 36 parcelas mensais consecutivas com carncia de 180 dias. Nesse perodo as

    aes judiciais so suspensas.

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    FASES DA RECUPERAO JUDICIAL

    O processo de recuperao judicial se divide em trs fases:

    1 Fase: Inicio do Processo Perante o Frum

    Empresrio ou sociedade empresria em crise apresenta seu pe-

    dido (requerimento da recuperao) perante o Frum da sede da empresa e

    passa a se chamar empresa recuperanda ou apenas recuperanda.

    Caso o processo contenha todos os documentos previstos em Lei, o

    J uiz aceita o processo e ele segue em diante.

    Os documentos previstos em Lei (11.101 art. 51) so os seguintes:

    A exposio das causas concretas da situao patrimonial do devedor e das razesda crise econmico-financeira;

    As demonstraes contbeis relativas aos 3 (trs) ltimos exerccios sociais e as le-

    vantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observn-

    cia da legislao societria aplicvel e compostas obrigatoriamente de:

    Balano patrimonial;

    Demonstrao de resultados acumulados;

    Demonstrao do resultado desde o ltimo exerccio social;

    Relatrio gerencial de fluxo de caixa e de sua projeo;

    A relao nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigao de fazer ou

    de dar, com a indicao do endereo de cada um, a natureza, a classificao e o valor

    atualizado do crdito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimen-

    tos e a indicao dos registros contbeis de cada transao pendente;

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    A relao integral dos empregados, em que constem as respectivas funes, salrios,

    indenizaes e outras parcelas a que tm direito, com o correspondente ms de com-

    petncia, e a discriminao dos valores pendentes de pagamento;

    Certido de regularidade do devedor no Registro Pblico de Empresas, o ato constitu-

    tivo atualizado e as atas de nomeao dos atuais administradores;

    A relao dos bens particulares dos scios controladores e dos administradores do

    devedor;

    Os extratos atualizados das contas bancrias do devedor e de suas eventuais aplica-

    es financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em

    bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituies financeiras; Certides dos cartrios de protestos situados na comarca do domiclio ou sede do de-

    vedor e naquelas onde possui filial;

    A relao, subscrita pelo devedor, de todas as aes judiciais em que este figure co-

    mo parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valo-

    res demandados.

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    Com a aceitao, pelo J uiz, do requerimento da recuperao apresentado, ocorrem os se-

    guintes passos:

    a) A empresa recuperanda ganha a proteo de 180 dias, ou seja, nenhum bem poder lheser tirado pelos credores durante esse prazo;

    b) nomeado o administrador judicial5. Esse ser um fiscal da empresa durante todo o pro-

    cesso de recuperao;

    c) O administrador judicial envia carta aos credores que foram relacionados pela empresa re-

    cuperanda quando do ingresso de seu pedido perante o Frum;

    d) A empresa recuperanda precisa apresentar no Frum seu plano de recuperao em at

    60 dias. Esse prazo importante e no aceita prorrogaes. Esse plano de recuperao6

    tem grande importncia no processo, pois nele que estaro todas as condies que a em-

    presa recuperanda estar propondo para pagamento de seus crditos.

    2 Fase: Verif icao dos Credores e seus Direitos

    Os credores recebero carta encaminhada pelo administrador judicial,informando quais so seus direitos. Caso o credor no concorde, poder

    contestar (impugnar), apresentando cpias autenticadas dos documentos

    que comprovem seus direitos.

    5 O Administrador J udicial tem como papel primordial a responsabilidade de organizar e orientar as vrias etapas que incidemsobre a recuperao. efetivamente o representante do juizado dentro de uma determinada empresa em recuperao.6 O Plano de Recuperao J udicial (PRJ ), permite que empresas em dificuldades financeiras voltem a se tornar participantescompetitivas e produtivas da economia.

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    3 Fase: Debates

    Os credores e a empresa recuperanda se encontraro em uma reuni-

    o formal chamada de Assembleia Geral de Credores, em dia e hora deter-minados atravs do processo de recuperao, devendo, nessa oportunidade,

    chegarem a um acordo se aceitam os termos do plano de recuperao apre-

    sentado ou debatem uma nova forma, prazo e valor para pagamento dos cr-

    ditos.

    Aprovado em Assembleia como se dar o pagamento, a empresa recuperanda segue

    com suas atividades normais, sendo fiscalizada por 02 anos pelo administrador judicial.

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    QUAIS AS VANTAGENS DA RECUPERAO JUDICIAL?

    A principal vantagem da recuperao proporcionar ao devedor a chance de envolver to-

    dos os credores e apresentar um plano de recuperao que, efetivamente, possa ser cumprido

    e evite sua falncia.

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    O QUE O PLANO ESPECIAL PARA RECUPERAO DE ME E EPP?

    As Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) tm tratamento diferen-

    ciado. A diferena entre elas ocorre em vista ao seu faturamento, qual seja:

    I microempresa, a pessoa jurdica e a firma mercantil individual que tiver receita bruta

    anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 (Trezentos e Sessenta mil reais) e II empresa de pe-

    queno porte, a pessoa jurdica e a firma mercantil individual que, no enquadrada como mi-

    croempresa, tiver receita bruta anual superior R$ 360.000,00 (Trezentos e Sessenta mil reais) e

    igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais).

    A recuperao judicial das microempresas e empresas de pequeno porte tem um pla-

    no especial, que tem regras especificas. Em funo da pouca complexidade da recuperao

    judicial da microempresa e empresa de pequeno porte, a Lei (artigo 71, da Lei 11.101/2005) de-

    fine que essa se operar:

    Em 36 (trinta e seis) parcelas mensais, com juros de 1%, ao ms;

    A primeira parcela vencer em 180 (cento e oitenta) dias e

    Somente atingir credores quirografrios7.

    Para as dvidas fiscais e trabalhistas no h um plano especial, pois as microempresas e

    empresas de pequeno porte j possuem benefcios fiscais e trabalhistas em face de seu regime

    tributrio.

    7quirografrioumcredordeumaempresaemrecuperaooufalidaquenopossuiqualquer podegaranaparareceberseuscrditos.

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    O plano especial de recuperao judicial para microempresas e empresas de pequeno por-

    te no engloba, tambm, os credores com garantia real, pois estes devem se acertar contratual-

    mente, fora do processo judicial, uma vez que a Lei no previu estes credores.

    O plano de recuperao judicial especial para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno

    Porte (EPP) no respeita a ordem cronolgica de recebimento de crdito estabelecida no artigo

    83, da Lei 11.101/2005.

    Isto acontece devido a tentativa de simplificao do processo de recuperao judicial pa-

    ra as sociedades empresrias em tais regimes.

    O mesmo vale para o recebimento dos crditos dos credores quirografrios, pois em teo-

    ria, empresas nesses regimes no possuem dvidas elevadssimas comparadas a sociedades

    empresrias enquadradas em regimes tributrios diversos e mais complexos.

    Outra caracterstica dos planos especiais e que no haver nem Assembleias, nem tam-

    pouco publicaes de editais. Os credores podem apresentar objees, porm no h intima-

    es para se manifestarem.

    A microempresa ou empresa de pequeno porte que deve comunicar aos seus credores

    que est em recuperao judicial. As objees apresentadas devem se enquadrar no que est

    estabelecido na Lei 11.101/2005, nos artigos 70 a 72.

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    COMO REQUERER A RECUPERAO JUDICIAL?

    O devedor dever ingressar com um pedido, perante o Frum onde fica a sede da empre-

    sa, demonstrando os motivos de sua crise econmico-financeira e, principalmente, comprovan-

    do com dados a sua capacidade em se recuperar.

    O juiz deve ser convencido do papel social da empresa, como geradora de empregos e

    tributos, bem como de sua viabilidade futura.

    O pedido deve obrigatoriamente ser instrudo com demonstraes contbeis, relao no-

    minal dos credores, entre outros documentos j citados neste guia. Aps receber a petio ini-

    cial e verificar que todos os requisitos legais foram cumpridos, o juiz nomear um administra-

    dor judicial encarregado de fiscalizar a gesto empresarial.

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    ESCRITURAO DAS ME E EPPS NA LEI DE RECUPERAO JUDICIAL

    As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional

    podero, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das

    operaes realizadas.

    As microempresas e empresas de pequeno porte, mesmo no optantes pelo simples na-

    cional, podero tambm adotar a escriturao contbil simplificada. A permisso legal de adotar

    uma escriturao contbil simplificada no tira a obrigao da microempresa e da empresa de

    pequeno porte de manter escriturao contbil uniforme dos seus atos e fatos administrativos

    que provocaram ou possam vir a provocar alterao do seu patrimnio.

    A microempresa e a empresa de pequeno porte devem elaborar, ao final de cada

    exerccio social, o Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado. facultada a

    elaborao dos demais demonstrativos.

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    A SOLUO DE CONFLITOS ATRAVS DA CMARA DE MEDIAO

    ESPECIALIZADA EM PROCESSOS DE RECUPERAO DE EMPRESAS

    Crescente em nosso pas, cada vez mais tem se ouvido falar na mediao e na concilia-

    o como meios alternativos na soluo de pendncias, visando sempre o acordo e, na maioria

    das vezes, dando andamento ao negcio de forma produtiva.

    Como exemplos desta atuao, podem ser citados: a recuperao de grandes crditos -

    inclusive por credores estrangeiros e junto a rgos pblicos e empresas falidas - arrendamen-

    tos de parques industriais nos autos do processo falimentar, financiamentos internacionais des-

    cumpridos, indenizaes envolvendo todos os tipos de danos, fuses e aquisies, dentre ou-

    tros.

    Com efeito, a negociao e a mediao constituem meios alternativos eficazes para solu-

    o de conflitos. No primeiro caso o profissional contratado para defender o interesse de uma

    das partes, j no segundo caso o profissional um terceiro que visa agilizar, buscar a soluo

    entre as partes envolvidas no litigio.

    Para se ter efetividade nas ferramentas acima elencadas os profissionais envolvidos de-

    vem ter conhecimento de todo o contexto do problema, o histrico das partes envolvidas, o seu

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    mercado e seus concorrentes, seus dilemas atuais e o qu os geraram para, por fim, assimilar e

    desenhar as possveis alternativas para a soluo.

    Para tanto, exige-se do profissional, por exemplo, conhecimentos de anlise contbil, ma-

    temtica financeira, etc. Tais conhecimentos devem ser aplicados de acordo com cada caso que

    esteja sendo mediado ou negociado.

    Ambas as medidas alternativas - negociao e mediao - devem buscar principalmente

    restabelecer as relaes abaladas pela situao. Caso contrrio provvel que a situao tor-

    ne-se um problema de difcil soluo.

    Por muitas vezes, cabe ainda ao profissional analisar e concluir que deve provisoriamente

    deixar a conduo do projeto, alterando o interlocutor.

    Esse mecanismo nos leva a se evitar o desgaste das relaes e, certamente, traz grande

    vantagem na negociao ou da mediao, ou seja, a satisfao pelo resultado o ponto central

    do projeto, desafogando o judicirio, alm dos demais problemas usuais da J ustia, tais como a

    morosidade, a burocracia e o formalismo.

  • 7/28/2019 guia_de_sobrevivencia_ da pequena e mdia empresa - SEBRAE

    23/23

    INFORMAES TEIS

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