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guia de visitas 12 de setembro a 15 de novembro de 2011

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guia de visitas da 8ªBienal do Mercosul

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guia de visitas12 de setembro a 15 de novembro de 2011

A 8ª Bienal do Mercosul está inspirada nas tensões entre territórios locais e transnacionais, entre construções políticas e circunstânciasgeográficas, nas rotas de circulação e intercâmbio de capital simbólico. O título se refere às diversas formas que os artistas propõem para definiro território, a partir das perspectivas geográfica, política e cultural. As bienais são eventos primordialmente expositivos, que ativam a cena artísticade uma cidade durante períodos relativamente curtos. Contudo, além de serem recorrentes, são descontínuas – e esse é seu lado fraco: nosperíodos entre uma bienal e outra usualmente não acontece nada, ou bem pouco, em termos de ativação da cena artística local. A 8ª Bienal doMercosul tenta responder à seguinte pergunta: é possívelfazer uma bienal cuja ênfase não seja exclusivamente expositiva?

Nossa proposta inclui estender a ação da Bienal no espaço e no tempo. E propõe entender o tema escolhido não apenas como um marcoconceitual para ler a produção artística contemporânea, mas como uma estratégia de ação curatorial, sugerindo a Bienal como uma instância decriação e consolidação de infraestrutura local. A 8ª Bienal enfatiza o componente educativo – diferencial da Bienal do Mercosul em relação aoutras bienais – ao envolver o curador pedagógico na própria concepção do projeto curatorial fazendo com que os componentes da curadoriasejam oportunidades para articular o projeto pedagógico e, desse modo, transcender a tríade convencional interpretação-mediação-serviço, quecaracteriza as ações educativas em bienais e museus.

A 8ª Bienal do Mercosul estende-se no espaço, olhando o território do Rio Grande do Sul como um âmbito a explorar: vários artistas realizaramviagens no estado como parte dos componentes Cadernos de Viagem e Além Fronteiras. Porto Alegre também é vista como um território a serredescoberto: nove locais da cidade estão sendo ativados por meio de obras não necessariamente visuais no componente Cidade Não Vista.Seis espaços independentes da América Latina terão sedes temporárias no Brasil durante a Bienal, sendo recebidos por espaços similares emPorto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria, em um componente que denominamos Continentes. Finalmente, apresentamos uma extensa mostraPorto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria, em um componente que denominamos Continentes. Finalmente, apresentamos uma extensa mostrado artista chileno Eugenio Dittborn, que enviou suas Pinturas Aeropostais pelo correio, desde Santiago; partes dessa mostra estão sendoapresentadas em três espaços culturais do Rio Grande do Sul: Pelotas, Caxias do Sul e Bagé.

Os componentes anteriores estendem a ação da Bienal no território. Com o fim de estender a ação da Bienal no tempo, foi criada a Casa M, umespaço de encontro para artistas e público geral, com um intenso programa de atividades de música, teatro, arte e literatura, residênciascuratoriais e ciclos de cinema e vídeo. A Casa M conta com um espaço de convivência e uma sala de leitura, na qual podem ser consultadoslivros e revistas, além dos documentos reunidos pelo Núcleo de Documentação e Pesquisa da Bienal. A intenção é ativar a cena local e, porconseguinte, a ênfase não é expositiva. As participações de artistas foram concentradas no programa mensal Vitrine; e três artistas realizaramintervenções permanentes no acesso à casa, na biblioteca e no jardim.

Curador geral - José Roca

Curador pedagógico - Pablo Helguera

Curadores adjuntos - Alexia Tala, Cauê Alves, Paola Santoscoy

Curadora assistente - Fernanda Albuquerque

Curadora convidada para a mostra Além Fronteiras - Aracy Amaral

Período de FuncionamentoInicio de agendamento: 24 de agostoInicio das visitas agendadas: 12 de setembroTermino Agendamento e visitas agendadas: 15 de novembro

Horário de FuncionamentoDe segunda a sexta-feira, das 8:30h às 19h, pelo tel. 34337700

Informações: [email protected]

Grupos e Horários de VisitaCada agendamento é feito para grupos de 25 pessoas para uma das mostras da bienal, de acordo com horários pré-estabelecidos pela Fundação.

Confirmação das VisitasA confirmação da visita deverá ser feita, via site ou e-mail, até 72h após efetuado o

Funcionamento Agendamento de Visitas

Locais e endereços:

Santander CulturalMostra Eugenio DittbornRua Sete de Setembro, 1028 – Centro

MARGS – Museu de Artes do Rio Grande do SulMostra Além FronteirasPraça da Alfândega, s/nº - Centro

Armazéns do Cais do PortoMostras Geopoéticas e Cadernos de ViagemAv. Mauá, 1050 (entrada A3 e A4) – Centro

Armazém A4, A5 e A6: Mostra Geopoéticas

8ª Bienal do Mercosul

A confirmação da visita deverá ser feita, via site ou e-mail, até 72h após efetuado o agendamento. Caso a confirmação não seja efetuada neste período o agendamento da visita será automaticamente cancelado.

ÔnibusA Bienal disponibilizará ônibus com 40 lugares cada, para a rede pública de ensino. Os ônibus atenderão cidades distantes até 100km de Porto Alegre. A referência de distância é baseada em tabela oficial do DAER é pode ser visualizada no site da Fundação.

Preferências a horários de AgendamentoVisando disponibilizar o acesso às mostras ao maior número de pessoas e grupos diversos, após o agendamento de 3 visitas será dada a preferência a escolas/grupos que ainda não realizaram visitas.

Armazém A4, A5 e A6: Mostra Geopoéticas Armazém A7: Mostra Cadernos de Viagem

Centro Histórico de Porto AlegreMostra Cidade Não VistaSaída para os percursos na Cada MRua Cel. Fernando Machado, 513 - Centro

Uma das mostras centrais da 8ª Bienal do Mercosul é a exposição do chileno Eugenio Dittborn (Santiago do Chile, 1943), artista de referência naAmérica Latina. A obra de Dittborn baseou-se na transterritorialidade, no nomadismo e nas estratégias para subverter as fronteiras e penetrar oscentros sem se deixar neutralizar por eles. Dittborn trabalha desde 1983 em suas Pinturas Aeropostais, obras que são dobradas para serem enviadasem um envelope postal. Cada envelope possui inscrito o itinerário da viagem, as cidades para onde a obra foi enviada e os lugares em que foiexposta e é exibido ao lado da pintura aeropostal desdobrada, já que isso é a sua condição de possibilidade.

Pode-se abordar o trabalho de Dittborn a partir de pelo menos três pontos de vista: estratégico, material e iconográfico. A estratégia das PinturasAeropostais reside no fato destas viajarem como cartas e se desdobrarem como pinturas em seu destino. Mas não permanecem ali: uma pinturaaeropostal sempre está de passagem. É por isso que Dittborn fala que a aeropostalidade de suas pinturas reside nas dobras. Elas são suapossibilidade e também a testemunha da operação artística que teve lugar. As outras testemunhas da viagem são os envelopes, realizados em cartãoe especialmente acondicionados para conter as pinturas dobradas, levam, em cada caso, além dos dados do destino, uma série de textos alusivos àpintura que contém. A exibição dos envelopes provê informações das viagens, tal qual um diário de bordo, assim como algumas chaves textuais paraa interpretação da pintura.

O segundo ponto de abordagem é a matéria. As primeiras Pinturas Aeropostais tinham como suporte o papel kraft, ou papel de embalagem, mas, apartir de 1986, Dittborn começou a usar entretela sintética não tecida, um material entre o papel e o tecido. Em meados dos anos 1990, Dittbornpassou a empregar lona, conhecida comercialmente como duck fabric, material que utiliza até hoje. As técnicas utilizadas variam segundo cada obra,

Roteiro 1 – Mostra Eugenio Dittborn Santander Cultural

passou a empregar lona, conhecida comercialmente como duck fabric, material que utiliza até hoje. As técnicas utilizadas variam segundo cada obra,mas, no geral, pode-se dizer que se resumem aos seguintes procedimentos: tingir, alinhavar, costurar, bordar, imprimir, desenhar, enxertar e dobrar.

As pinturas nas obras de Dittborn são tingimentos, derramados com o suporte disposto de maneira horizontal, deixando que o líquido pigmentado seestenda e embeba, impregne e penetre nos suportes, estabelecendo manchas de cor que se espalham nas fibras do têxtil por absorção. Nessecampo pictórico se distribuem os diferentes elementos iconográficos, impressos diretamente sobre a tela ou outro material (usualmente telas muitofinas de algodão ou cetim), que logo são recortados e alinhavados à obra.

Roteiro 1 – Mostra Eugenio Dittborn Santander Cultural

Térreo

Legenda

Entrada

Praça da Alfândega

Trajeto A

Trajeto B

2º Piso

*ha diferentes possibilidade de

trajeto para as

obras, estas são apenas

sugestões.

Sendo a territorialidade o tema desta 8ª Bienal do Mercosul, três rotas dentro do espaço do Rio Grande do Sul, a nosso ver, propiciam visõesdiferenciadas. A ideia seria de que delimitações políticas entre nações, no caso do Brasil e de seus vizinhos, nem sempre correspondem a umaautonomia cultural encerrada dentro desses limites. O estado hospeda de maneira exemplar duas realidades político-culturais análogas: a região dospampas e a das Missões.

Percorrendo os pampas – rio-grandense, uruguaio ou argentino –, percebe-se com clareza que se trata da mesma realidade, independente do nomeque o país assume em cada rincão. Sobretudo a partir da paisagem, a planura a perder de vista, com suas ondulações suaves, coxilhas, céu amplo, ogado como cultura e base da economia, o comportamento do homem do campo nessa região. Exemplo similar é oferecido pelos territórios que retêmum clima peculiar por seu passado, que no período colonial foi o das Missões jesuíticas; ou pelo maravilhamento da região dos canyons do RioGrande do Sul, ímpar pela beleza que emudece o visitante. Ao pensar nesses territórios Além Fronteiras, nos indagamos: não seriam certos limitespolítico-geográficos senão artifícios criados pelo homem para reafirmar um idioma, plantar uma bandeira, desenhar um escudo, compor um hino,estabelecer uma forma de governo e exigir documentação para se cruzar uma fronteira por ele mesmo demarcada?

Percorrendo quilômetros de estradas e cidades do território do múltiplo e belo Rio Grande do Sul, percebemos a relatividade do termo “fronteira” ou“limite” no sentido de circunscrição que usualmente o termo abarca. Foram convidados nove artistas, quatro do Rio Grande do Sul (Lucia Koch,Carlos Vergara, Marina Camargo e Carlos Pasquetti), um de Minas Gerais (Cao Guimarães), um de São Paulo (Felipe Cohen), uma da Argentina(Irene Kopelman), um da Colômbia (José Alejandro Restrepo) e um de Israel (Gal Weinstein), deliberadamente de gerações bem distintas, para

Roteiro 2 – Além Fronteiras MARGS

(Irene Kopelman), um da Colômbia (José Alejandro Restrepo) e um de Israel (Gal Weinstein), deliberadamente de gerações bem distintas, paraconferir, através de seus trabalhos, as leituras sensíveis da realidade cultural e paisagística do Rio Grande do Sul. Assim, a exposição será umaconversação entre a produção contemporânea dos artistas convidados e, como contraponto, no mesmo espaço do MARGS, a presença de obras/documentos de outros momentos/tempos.

Artistas:Cao Guimarães – Brasil Carlos Pasquetti – Brasil Carlos Vergara - BrasilFelipe Cohen – Brasil Gal Weinstein – Israel Irene Kopelman - Argentina/HolandaJosé Alejandro Restrepo – Colômbia Lucia Koch – Brasil Marina Camargo - Brasil/Alemanha

Roteiro 2 – Além Fronteiras MARGS

Legenda

Entrada

Praça da Alfândega

Trajeto A

Trajeto B

*ha diferentes possibilidade de *ha diferentes possibilidade de

trajeto para as

obras, estas são apenas

sugestões.

A mostra central no Cais do Porto examina a criação de entidades transterritoriais e supraestatais que colocam em jogo a noção de nacionalidade.Essas construções político-econômicas contrastam com as noções de nação estabelecidas há séculos na conformação dos países americanos apósas lutas por independência. A exposição explora diferentes aspectos das ideias de Estado e Nação, suas retóricas visuais (mapas, bandeiras,escudos, hinos, passaportes, exércitos) e suas estratégias de autoafirmação e consolidação de identidade.

A ideia de cidadania está baseada etimologicamente nas noções romanas de civitas e urbanitas. Que tipo de cultura de pertencimento se dá emsituações não urbanas? Onde reside a nacionalidade quando se carece de território físico? Algumas obras consideram o território rural como umapossibilidade para a utopia e o isolamento como uma condição positiva; outras analisam diversas estratégias de sustentabilidade e de coesão naausência de território. Algumas dessas construções nacionais – que, em certos casos, possuem território mas carecem de autonomia política – estãorepresentadas no interior da exposição em “pavilhões” que denominamos ZAP [Zonas de Autonomia Poética].

Desde o mapa invertido de Torres García, a arte tem visitado a disciplina cartográfica para produzir mapas ativistas que não estão a serviço dadominação. A cartografia é um tema recorrente na prática curatorial recente, e inevitável quando se fala de território, pois nela confluem geografia,ideologia e política. A exposição reúne diversas formas de medir e representar o mundo, incluindo artistas que usam mapas para promover amudança social, psicogeografias, rotas de derivas, mapas afetivos e diversas representações do mundo que contradizem as cartografiasconvencionais.

Roteiro 3 - Geopoéticas Cais do Porto - Armazéns 4, 5 e 6

Roteiro 3A - Geopoéticas Cais do Porto – Armazém 4

Artistas

Alberto Lastreto – UruguaiAlicia Herrero – ArgentinaAnabella Geiger – BrasilBerthélémy Toguo - Camarões/FrançaCenter for Land Use Interpretation - EUA Coco Fusco - Cuba/EUACristina Lucas – EspanhaFabio Morais – BrasilFernando Bryce - Peru/AlemanhaFlavia Gandolfo – PeruFrancis Alys - Bélgica/México

Iván Candeo – VenezuelaKhaled Hafez – EgitoLeslie Shows - EUAMaría Teresa Ponce – EquadorMark Lombardi – EUAMeira & Toirac (Jose Toirac e Meira Marrero) - CubaPaola Parcerisa – ParaguaiSealand Slavs and Tatars – Leste EuropeuTOROLAB – México Yanagi Yukinori – JapãoYOUNG-HAE CHANG HEAVY INDUSTRIES - Coreia

Roteiro 3A - Geopoéticas Cais do Porto – Armazém 4

Legenda

Entrada

Margem Guaíba

Trajeto A

Trajeto B

Trajeto C

*ha diferentes possibilidade de trajeto

para as obras, estas são apenas

sugestões.

Artistas

André Komatsu – BrasilEdgardo Aragon – MéxicoKahsja Dahlberg - Suécia/AlemanhaKhaled Hafez – EgitoManuela Ribadeneira - Equador/UKMarcius Galan – BrasilMiguel Angel Rios - Argentina/EUA

Roteiro 3 B - Geopoéticas Cais do Porto – Armazém 5

Pablo Bronstein - Argentina/InglaterraPaulo Climachauska – BrasilSanna Kanisto – FinlândiaSlavs and Tatars – Leste EuropeuUriel Orlow – SuíçaVoluspa Jarpa – ChileYasmin Hage - Guatemala

Roteiro 3 B - Geopoéticas Cais do Porto – Armazém 5

Legenda

Entrada

Margem Guaíba

Trajeto A

Trajeto B

Trajeto C

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para as obras, estas são apenas

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Artistas

Angela Detanico & Rafael Lain - Brasil/FrançaEmmanuel Nassar – BrasilJavier López & Erika Meza - ParaguaiJean-François Boclé – FrançaJonathan Harker - Equador/PanamáJonathan Harker & Donna Conlon – PanamáIrwin – EslovêniaLaís Myrrha – BrasilLucía Madriz - Costa Rica/AlemanhaLuis Gárciga – CubaLuis Romero – Venezuela

Roteiro 3C - Geopoéticas Cais do Porto – Armazém 6

Manuela Ribadeneira - Equador/UKMarcelo Cidade – BrasilMayana Redin – BrasilMelanie Smith & Rafael Ortega – MéxicoMiguel Luciano - Porto Rico/EUAPaco Cao – EspanhaRaquel Garbelotti – BrasilRegina Silveira – BrasilSlavs and Tatars – Leste EuropeuYOUNG-HAE CHANG HEAVY INDUSTRIES - Coréia

Roteiro 3C - Geopoéticas Cais do Porto – Armazém 6

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Entrada

Margem Guaíba

Trajeto A

Trajeto B

Trajeto C

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Como parte do processo de concepção da 8a Bienal do Mercosul, nós, curadores, viajamos pela região de Rio Grande do Sul por mais de vintecidades do interior, realizando pesquisa de campo e visitas a ateliês. Essas experiências de viagem, vivenciadas por todos – vários provenientes de outros países – fez-nos refletir acerca da noção de território e sua vinculação in situ com a prática artística no contexto de produção de obra, e emcomo essas chegam a ser apresentadas em uma bienal sulamericana. Tal interesse levou-nos a concretizar essa atividade curatorial no território e hoje aparece refletida no componente que chamamos Cadernos de Viagem.

Cadernos de Viagem consistiu em distribuir pelo estado do Rio Grande do Sul nove artistas cujas práticas habituais envolvem a viagem, a paisageme/ou o trabalho com comunidades. Cada um deles realizou uma rota específica durante três semanas, em média, deixando que a experiência daviagem, a paisagem e as interações sociais e/ou culturais ditassem o caminho pelo qual fosse desenvolvido seu projeto. Não foi o artista quem levoua obra planejada e foi para o território a fim de desenvolvê-la, mas, sim, o contrário: foi a especificidade do lugar e a experiência vivida pelo artistadurante sua viagem que condicionou os resultados. Finalizadas essas três semanas, cada um realizou uma mostra no local de seu destino, exibindoo resultado dos processos artísticos ocorridos durante a viagem e apresentando sua obra e experiência nesse lugar para a comunidade. Depois de játer realizado a viagem e retornado a seus ateliês, os artistas desenvolveram as obras que estão apresentadas no Cais do Porto.

Caderno, diário ou agenda de viagem são os “lugares” em que aparecem anotações, desenhos e experiências, recolhidas como reflexão e memória. Em Cadernos de Viagem entendemos a ideia de caderno num sentido amplo, pois o artista contemporâneo realiza esses distintos processos atravésda fotografia, do vídeo, além do desenho e das anotações textuais. Nosso interesse é evidenciar as diversas maneiras como os artistas documentam

Roteiro 4 – Cadernos de Viagem Cais do Porto – Armazém 7

da fotografia, do vídeo, além do desenho e das anotações textuais. Nosso interesse é evidenciar as diversas maneiras como os artistas documentamsua experiência de observação e a vivência no território, e como incorporam também outras soluções para suas obras de arte. É o caso dos artistasque trabalharam sob um olhar focado no científico, no sistemático e na coleta de dados, ou dos que deram ênfase à paisagem ou à representação e, por último, dos que se vincularam à etnografia e à antropologia para produzir obras orientadas para o social.

ArtistasBeatriz Santiago - Porto Rico Bernardo Oyarzún – Chile M. Elvira Escallón - ColômbiaMarcelo Moschetta – Brasil Marcos Sari – Brasil Mateo López - ColômbiaNick Rands – Brasil Sebastián Romo – México Telervo Kalleinen & Oliver Kochta - Finlândia

Roteiro 4 – Cadernos de Viagem Cais do Porto – Armazém 7

Legenda

Entrada

Margem Guaíba

Trajeto A

Trajeto BTrajeto B

Trajeto C

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para as obras, estas são apenas

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Num mundo imagético e midiático em que a topologia tende a ser anulada pela visão planificada dos mapas e satélites, onde a aparência visível é explorada até a exaustão, a ponto de quase anestesiar os olhos, experiências artísticas que ultrapassam o âmbito da pura visibilidade podem ser ainda mais significativas. Em Cidade Não Vista, o contato com a urbe a partir do tato, dos sons, das palavras e de mínimas intervenções, é uma estratégia de ativação de territórios de Porto Alegre. Explorar outros sentidos é um modo de interferir na relação cotidiana que o pedestre tem com o espaço público. Ao atingir o cidadão desprevenido, o trabalho de arte pode colaborar na abertura para uma relação não usual com o território da cidade.

A partir de um processo de arqueologia urbana, foram identificados nove lugares do centro da capital gaúcha que despertam interesse arquitetônico, histórico, sociológico, ou, simplesmente, curiosidade. São eles: o Aeromóvel, o Observatório Astronômico, o Viaduto Otávio Rocha, a chaminé da Usina do Gasômetro, o jardim do Palácio Piratini, a escadaria da Rua João Manoel, a cúpula da Casa de Cultura Mario Quintana (um espaço cultural público), a Garagem dos Livros (um espaço literário) e a fachada do prédio da Prefeitura Velha. A ênfase foi dada a locais que muitas vezes não são percebidos pela população, seja pelo automatismo que costuma caracterizar a experiência na cidade, pela dificuldade de acesso ou por estarem fora do imaginário coletivo.

A ideia é atrair o público para espaços que não são usualmente considerados interessantes (a Escadaria ou a Garagem dos Livros), ou para importantes ícones da cidade, mas que estão inacessíveis (o interior da chaminé do Gasômetro, o jardim do Palácio Piratini). Ruínas urbanas que surgem antes mesmo de os projetos inaugurarem (o Aeromóvel), estátuas com valor histórico, mas pouco notadas (Prefeitura Velha), assim como

Roteiro 5 – Cidade Não Vista

surgem antes mesmo de os projetos inaugurarem (o Aeromóvel), estátuas com valor histórico, mas pouco notadas (Prefeitura Velha), assim como construções com valor arquitetônico e cultural (Casa de Cultura Mario Quintana, Viaduto Otávio Rocha e Observatório Astronômico) serão valorizados a partir de uma aproximação não tradicional. Não se trata simplesmente da instalação de objetos esculturais, de justapor obras já prontas aos locais, mas sim de abordar territórios da cidade a partir de estratégias que valorizem elementos já existentes. Para isso, nove trabalhos realizados por artistas de diferentes nacionalidades foram elaborados especialmente para os referidos espaços. Todas as obras destacam o lugar e privilegiam a experiência sensorial.

ArtistasElida Tessler – BrasilMarlon de Azambuja – Brasil

Valeska Soares - BrasilOswaldo Macia - ColômbiaPaulo Vivacqua – BrasilPedro Palhares – Brasil

Sissel Tolaas – AlemanhaTatzu Nishi – JapãoVictor César - Brasil

Roteiro 5 – Cidade Não Vista

Legenda

Entrada

Margem Guaíba

Trajeto A

Trajeto B

Centro Histórico

Trajeto B

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Patrocinadores

Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul

Essa edição conta com a adesão das seguintes empresas e instituições:

Gerdau – Patrocínio Master Petrobras - Patrocínio Master Banco Itaú – Patrocínio Projeto PedagógicoBanco Santander – Patrocínio Mostra Eugenio Dittborn Grupo RBS - Apoio do Projeto PedagógicoPanvel – ApoioCrown Embalagens – ApoioLojas Renner – ApoioICBNA – ApoioSPH - Superintendência de Portos e Hidrovias – Apoio Institucional Prefeitura de Porto Alegre – Apoio Institucional MinC– Financiamento Secretaria do Estado da Cultura do Rio Grande do Sul - Financiamento

Fundação Bienal de Artes Visuais do MercosulCriada em 1996, a Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, que tem como missão desenvolver projetos culturais e educacionais na área de artes visuais, adotando as melhores práticas de gestão e favorecendo o diálogo entre as propostas artísticas contemporâneas e a comunidade. Nos anos ímpares, a Fundação promove o evento Bienal do Mercosul, reconhecido como o maior conjunto de eventos dedicados à arte contemporânea latino-americana no mundo, oportunizando o acesso à cultura e à arte a milhares de pessoas, de forma gratuita.

Ao longo de sua trajetória, a Fundação Bienal do Mercosul sempre teve como missão a ênfase nas ações educativas e os seguintes princípios norteadores: foco na contribuição social, buscando reais benefícios para os seus públicos, parceiros e apoiadores; contínua aproximação com a criação artística contemporânea e seu discurso crítico; transparência na gestão e em todas as suas ações; prioridade de investimento em educação e consolidação da Bienal como referência nos campos da arte, da educação e pesquisa nessas áreas.

Em catorze anos de existência, a Fundação Bienal do Mercosul realizou sete edições da mostra de artes visuais, somando 444 dias de exposições abertas ao público, 57 diferentes exposições, 3.882.672 visitas, acesso totalmente franqueado, 1.034.898 agendamentos escolares, 180.089 m² de espaços expositivos preparados, áreas urbanas e edifícios redescobertos e revitalizados, 3.664 obras expostas, intervenções urbanas de caráter efêmero e 16 obras monumentais deixadas para a cidade, 138 patrocinadores e apoiadores ao longo da história, participação de 1.261 artistas, mais de mil empregos diretos e indiretos gerados por edição, além de seminários, conversa com o públicos, oficinas, curso para professores, formação e trabalho como mediadores para 1.248 jovens. A Diretoria e os Conselhos de Administração e Fiscal da Fundação Bienal do Mercosul atuam de forma voluntária.