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GUIA DE ESTUDOS Assembleia Geral das Nações Unidas de 2025 Reforma da Organização das Nações Unidas Rafael Filipe Nunes Albuquerque Diretor Augusto José de Sousa Carneiro Leão Diretor Assistente Brenda Reis Neyder Leite Diretora Assistente Mariana Ferreira Silva Diretora Assistente

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GUIA DE ESTUDOS

Assembleia Geral das Nações Unidas de

2025

Reforma da Organização das Nações Unidas

Rafael Filipe Nunes Albuquerque

Diretor

Augusto José de Sousa Carneiro Leão

Diretor Assistente

Brenda Reis Neyder Leite

Diretora Assistente

Mariana Ferreira Silva

Diretora Assistente

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA EQUIPE .................................................................................. 2

1 INTRODUÇÃO AO TEMA ........................................................................................ 3

2 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ .............................................................................. 7

3 A REFORMA DO CONSELHO DE SEGURANÇA .................................................. 8

4 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES ................................................................. 15

5 QUESTÕES RELEVANTES .................................................................................. 20

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21

TABELA DE DEMANDA DAS REPRESENTAÇÕES .............................................. 23

ANEXOS ................................................................................................................... 29

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2

APRESENTAÇÃO DA EQUIPE

Senhoras e senhores representantes de Estado da 80ª reunião da Assembleia

Geral das Nações Unidas (AGNU). Sejam muito bem-vindas/os ao Comitê! É com

enorme prazer que nos dirigimos a vocês, delegados, como Diretores da Assembleia

Geral das Nações Unidas (2025) para a discussão da reforma da Organização das

Nações Unidas, no 14º Modelo Intercolegial das Nações Unidas (MINIONU).

Eu sou Rafael Albuquerque, graduando em Relações Internacionais na PUC

Minas. Minha trajetória no MINIONU começou logo depois de ingressar no curso. Na

primeira participação, em 2011, ocupei o cargo de voluntário e ano passado fui

Diretor-Assistente do CSNU 2050. Agora tenho a honra de ser Diretor deste Comitê.

Discutir a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) é, sem dúvidas, um

enorme desafio, principalmente pela grande polêmica que o tema possui nas mais

diversas esferas sociais. Estar à frente dessa simulação é desafio maior ainda.

Embora o debate seja recorrente, desde 1945 a ONU sofreu poucas reformas. Ao

longo dos estudos, vocês terão a oportunidade de descobrir os motivos disso, bem

como propor soluções para que a Organização das Nações Unidas possa agir com

mais eficácia diante dos problemas que atingem o mundo. Temos, então, um

caminho complicado até outubro. Espero que vocês leiam atenciosamente o guia de

estudos, mas não se limitem a ele. Façam pesquisas adicionais e, claro, se tiverem

dúvidas, não hesitem em nos procurar. Que nosso comitê seja um sucesso!

Aguardo-os ansioso!

Meu nome é Augusto José de Sousa Carneiro Leão, sou acadêmico de

Relações Internacionais e na época do MINIONU estarei cursando o quarto período

do curso. Minha história no MINIONU começou ainda no ensino médio quando

participei do comitê Concelho do Desarmamento como delegado. Após entrar na

Universidade fui voluntário de logística onde pude perceber a grande estrutura do

evento. Neste ano, terei o prazer de ser um dos Diretores da Assembleia Geral das

Nações Unidas, que ocorrerá em 2025 e onde realizaremos discussões sobre

possíveis reformas na ONU. Estou ansioso para ver os resultados e as descobertas

que serão realizadas neste período. Abraços, espero por vocês.

Olá senhores delegados! Meu nome é Brenda Reis Neyder Leite e estou

cursando o 3º período de Relações Internacionais na PUC Minas, no turno da

manhã. Fui voluntária do comitê G20 em 2012 quando ainda estava no 1º período do

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curso e participo agora desta edição como Diretora-Assistente. É muito gratificante

participar desta edição como Diretora Assistente, e é importante que vocês saibam o

quanto trabalhamos nesse projeto durante todo o ano. Espero que vocês venham

preparados para as discussões, pesquisem bastante e que entrem em contato

conosco sempre que preciso para esclarecerem as suas dúvidas. Leiam o guia e o

dossiê com bastante atenção e sempre que possível procurem outra referências

bibliográficas. Será um prazer ajudá-los! Acredito que faremos um excelente

trabalho. Afinal, são vocês que fazem o nosso MINIONU! Sejam muito bem-vindos à

AGNU (2025)!

Olá, sou Mariana Ferreira Silva, estou cursando o 3º período de Relações

Internacionais e é com um imenso prazer que venho participar desse brilhante

comitê como Diretora Assistente. Já participei de várias simulações, mas desde o

12º MINIONU, que foi quando participei como delegada me encantei com o modelo.

O MINIONU tem muita importância pra mim, por ser um dos maiores motivos para

escolher o curso que eu faço hoje. Espero que vocês possam ter muitas

experiências boas assim como eu tive.

1 INTRODUÇÃO AO TEMA

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada em 1945, logo após o

fim da Segunda Guerra Mundial, com a missão de preservar as gerações próximas;

reafirmar a fé nos direitos humanos; estimular o respeito e a igualdade entre gêneros

– e também entre as nações; promover progresso social e manter a justiça e o

respeito às obrigações decorrentes de tratados e outras fontes do Direito

Internacional (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). A expressão

“Nações Unidas” foi usada pela primeira vez em 1942, pelo então Presidente dos

Estados Unidos, Franklin Roosevelt, na Declaração das Nações Unidas, na qual os

representantes de 26 países concordavam em lutar contra as potências do Eixo –

Alemanha, Itália e Japão (A HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO, 2009). Com o fim da

Segunda Guerra, em 1945, foi realizada em São Francisco, nos Estados Unidos, a

Conferência sobre Organização Internacional, na qual representantes de 50 países

elaboraram e assinaram a Carta das Nações Unidas, documento que fundou a

Organização das Nações Unidas (A HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO, 2009).

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A ONU não constitui um “governo mundial”, pois cada um dos seus Estados-

Membros mantém sua plena soberania, uma vez que a Carta não autoriza as

Nações Unidas a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da

jurisdição de qualquer Estado e tampouco obriga os Membros a submeterem tais

assuntos a uma solução. Destarte, a Organização funciona como um sistema de

segurança coletiva, fundamentado na cooperação voluntária de seus membros (O

QUE É A ONU?, 2009).

Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os Membros a submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capitulo VII. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945).

Para garantir maior eficácia do trabalho da ONU, esta foi subdividida em seis

órgãos principais, com funções preestabelecidas. São eles: a Assembleia Geral, o

Conselho de Segurança, o Conselho de Tutela, o Conselho Econômico e Social, a

Corte Internacional de Justiça e o Secretariado. Cada órgão pode, ainda, se

subdividir em outros departamentos, escritórios ou agências especializadas para

tratar tanto assuntos regionais, como temas específicos.

1.1 A Reforma da ONU

O debate sobre uma reforma na Organização das Nações Unidas não é

recente. O Ex-Secretário Geral das Nações Unidas, o senhor Boutros Boutros-Ghali,

em seu relatório anual de 1995, já apontava para a necessidade de criar um Grupo

de Trabalho para o Fortalecimento do Sistema das Nações Unidas; e durante o

mandato de seu sucessor, senhor Kofi Annan, surgiram vários projetos para

reformar diversos órgãos da instituição, incluindo o Conselho de Segurança e a

Assembleia Geral (REFORMA DA ONU, 2013). Mais tarde, o senhor Ban Ki-moon,

sucessor de Annan, ressaltou, por diversas vezes, a necessidade de não só

fortalecer e aumentar a legitimidade1 da ONU, mas também melhorar suas

1 O termo “legitimidade”, na linguagem política, se refere a um atributo próprio de uma instituição, que

consiste na presença, em uma parcela significativa de seus membros, de um grau de consenso

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capacidades de responder, de modo rápido e eficaz, às “questões globais

contemporâneas”:

Todos os dias somos lembrados da necessidade de uma ONU mais fortalecida, ao encararmos um crescente espectro de novos desafios, incluindo crises humanitárias, violações dos direitos humanos, conflitos armados e importantes preocupações ambientais e de saúde. Raramente as Nações Unidas foram chamadas a fazer tanto para tantos. Estou determinado a respirar nova vida e injetar confiança renovada em uma ONU fortalecida firmemente ancorada no século XXI, e que seja efetiva, eficiente e coerente. (REFORMA DA ONU, 2013).

Aqueles que defendem a necessidade de uma reforma na Organização das

Nações Unidas o fazem sob o argumento de que esta se mostra cada vez menos

capaz de superar os graves desafios do mundo atual, principalmente devido ao

progressivo déficit de representatividade2 (ITAMARATY, 2013). Desde 1945, a

composição do Conselho de Segurança foi alterada apenas uma vez, ao adotar

quatro novas cadeiras não-permanentes, em 1963 (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES

UNIDAS, 1945). Ao mesmo tempo, a organização se ampliava com numerosos

Estados da Ásia, África e Oceania, que, ao longo da segunda metade do século XX,

se tornaram independentes. A título de comparação, o número de membros da ONU

quase quadruplicou: fundada por 51 Estados, oitenta anos depois, a ONU é

composta por 194 membros, enquanto o Conselho de Segurança é constituído por

apenas quinze.

Sem dúvidas, alguns acontecimentos, como o genocídio em Ruanda, em

1994; a invasão do Iraque, em 2003; as revoltas na Síria, em 2012, e os recentes

conflitos na África3; entre outros, na medida em que foram interpretados como

“falhas das instituições”, colaboraram para que o debate sobre a reforma da

Organização entrasse em pauta nas discussões no âmbito das Relações

Internacionais e ganhasse destaques nas discussões dentro dos mais diferentes

segmentos da sociedade. A atuação da ONU nestes casos trouxe à tona questões

sobre a eficácia da Organização, bem como questões relativas à estrutura e método

capaz de assegurar a obediência sem a necessidade de recorrer ao uso da força, a não ser em casos esporádicos. 2 Representatividade é a competência atribuída a determinada entidade de representar politicamente

os interesses de determinado grupo, classe ou de um povo dela constituinte, em nome da totalidade. O “déficit de representatividade” é, literalmente, a falta de representatividade, isto é, a ausência da capacidade de representar os interesses do todo, ou da maioria. 3 Veja detalhes de todos esses conflitos no site oficial da AGNU (2025):

http://14minionuagnu2025.wordpress.com/.

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de trabalho do Conselho de Segurança. No entanto, por muito tempo tem-se

postergado decisões sobre uma reforma institucional na Organização. De acordo

com Cogo (2011), para a ONU superar sua crise de legitimidade, é necessário

garantir maior representatividade dos atores envolvidos na diplomacia internacional.

Neste sentido, é crucial uma “reestruturação da distribuição de forças no Conselho

de Segurança” (COGO, 2011).

Existe um consenso universal de que a ONU e o seu Conselho de Segurança precisam ser reformados. Praticamente todos concordam que essa é uma instituição do século 20 (sic), mal preparada para enfrentar os desafios do século 21 (sic). Afinal, o conselho é um produto da vitória aliada na 2ª Guerra (sic). Hoje ele parece não apenas anacrônico, mas também injusto. [...] Diante de crises globais como guerras violentas, colapso financeiro e a mudança do clima, uma ONU eficiente é mais urgente do que nunca. Paradoxalmente, em um momento em que precisamos muito dela, o Conselho de Segurança está paralisado. O resultado disso é sua rápida perda de credibilidade e o risco, segundo diplomatas de alto escalão do Itamaraty, de se tornar o arquiteto de sua própria irrelevância (MUGGAH; CARVALHO, 2013).

Os artigos 108 e 109 do capítulo XVIII da Carta das Nações Unidas

estabelecem as condições para emendas. Estas só entram em vigor após serem

aprovadas por votos de dois terços dos membros da Assembleia Geral e ratificadas

por dois terços dos membros das Nações Unidas, incluindo os permanentes do

Conselho de Segurança (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). Para tal,

faz-se necessária a convocação de uma Conferência Geral dos Membros das

Nações Unidas, podendo ser realizada “em data e lugar a serem fixados pelo voto

de dois terços dos membros da Assembleia Geral e de nove membros quaisquer do

Conselho de Segurança” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). O Artigo

109 determina, ainda, que se essa Conferência não fosse celebrada antes da

décima sessão anual da Assembleia que seguisse à entrada em vigor da Carta, a

proposta de sua convocação deveria figurar na agenda da referida sessão; e a

Conferência seria realizada se assim fosse decidido pela Assembleia Geral pelo

Conselho de Segurança (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 1945). De fato,

esta Conferência jamais foi convocada, então, em 1955, ano de sua décima reunião

ordinária, a Assembleia Geral “decidiu que a Conferência se realizaria quando o

momento fosse oportuno”. (FUNDAÇÃO..., 2010, p. 8-9).

Nas últimas décadas, porém, as esferas política e social foram marcadas por

ondas de protestos contra governos não democráticos e/ou violadores dos Direitos

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Humanos, que se iniciaram no final de 2010, no mundo árabe. A Primavera Árabe,

como ficou conhecida inicialmente, incentivou, anos mais tarde, outros movimentos

populares contra governos não democráticos.

Os bons índices sociais apresentados no Egito e na Tunísia, principalmente

depois de 2019, chamaram a atenção de outros países. Em 2021, uma greve de

mineradores no Sudão, que reivindicavam melhores salários, chamou a atenção da

mídia internacional e de todos os seguimentos da sociedade. No mesmo ano,

surgiram grupos rebeldes protestando contra as condições de vida no país. Até o

final do ano seguinte, as revoltas no Sudão motivaram outros protestos na África

Subsaariana e no sudoeste da Ásia. Outros países afetados foram Eritreia,

Mauritânia e Síria, dando início à chamada Primavera Africana.

Com o reconhecimento da Palestina como Estado-Membro da ONU4, em

2015, vários grupos revoltosos de Israel organizaram ataques na Faixa de Gaza.

Jamais houve alguma ofensiva militar das Forças Armadas de Israel. No entanto, no

ano passado, foram registradas cerca de 3 mil mortes causadas por ataques

armados de rebeldes. O Conselho de Segurança jamais autorizou uma intervenção

no local, pois os Estados Unidos vetaram todos os documentos relativos ao assunto.

Diante de desacordos recentes que foram causas de polêmicas, revoltas e

conflitos internacionais, foi convocada5 uma Conferência Geral dos Membros das

Nações Unidas para a revisão da Carta, a reunir-se nos dias 23, 24 e 25 de

setembro de 2025, em Nova Iorque.

2 APRESENTAÇÃO DO COMITÊ

De acordo com a Carta das Nações Unidas, a Assembleia Geral é um dos

órgãos principais da ONU, constituída por todos os Membros das Nações Unidas

(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). Uma das principais funções e

atribuições da Assembleia Geral é discutir quaisquer questões ou assuntos que

estiverem dentro das finalidades da Carta, ou que se relacionarem com as

4 Veja detalhes no site oficial do Comitê: http://14minionuagnu2025.wordpress.com/.

5 A referida Conferência foi convocada na 79ª reunião da Assembleia Geral, realizada em setembro

de 2024. No Conselho de Segurança, os Membros-Permanentes França e Reino Unido e outros oito membros rotativos (a saber, África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Índia, Japão, Luxemburgo e Ruanda) votaram a favor da convocação da Conferência, ultrapassando os nove votos favoráveis necessários. EUA e Rússia se abstiveram. China, Coreia do Sul e Argentina votaram contra. Em questões procedimentais, como esta, não existe o veto.

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atribuições e funções dos outros órgãos da ONU (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES

UNIDAS, 1945). A Assembleia poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança

para situações que possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais

(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). As resoluções aprovadas pela

Assembleia Geral têm caráter recomendatório, tanto para os membros da ONU,

quanto para os outros órgãos.

Atualmente a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) é constituída por

194 membros6, sendo eles os países membros da Organização das Nações Unidas.

No que se refere às votações, cada representante tem direito a um voto igualitário.

Para decisão de questões substantivas7 é exigida maioria qualificada, isto é, de dois

terços das delegações presentes, enquanto as decisões sobre questões

procedimentais8 são decididas por maioria simples (mais da metade). É importante

ressaltar que os observadores não têm direito a voto nas questões substantivas.

3 A REFORMA DO CONSELHO DE SEGURANÇA

De acordo com a Carta de São Francisco, o Conselho de Segurança das

Nações Unidas (CSNU) é o principal órgão da ONU responsável por manter a paz e

a segurança internacionais. No cumprimento de seus deveres, o Conselho age de

acordo com os princípios e propósitos das Nações Unidas e em nome de todos os

membros da Organização (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945) e suas

decisões são de caráter obrigatório (ao contrário dos demais órgãos da ONU, que

proferem apenas recomendações). O Conselho é composto por 15 membros, dos

quais cinco são permanentes e dez não-permanentes. Os membros permanentes

são: República Popular da China, França, Federação Russa, Reino Unido da Grã-

Bretanha e Irlanda do Norte e Estados unidos da América; e os membros não-

permanentes são eleitos pela Assembleia Geral para mandatos de dois anos

(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945).

As decisões do CSNU são tomadas pelo voto afirmativo de, no mínimo, nove

membros, desde que não haja o voto contrário de nenhum membro permanente

6 Os mais recentes foram Timor-Leste e Suíça, em 2002; Montenegro, em 2006; Sudão do Sul, em

2011 e Palestina, em 2015. 7 Questões substantivas são questões relativas às decisões, como por exemplo, a Proposta de

Resolução. 8 Questões procedimentais são questões relativas aos procedimentos, isto é, mecanismos usados

para o andamento dos processos.

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(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945). Esta regra da unanimidade dos

membros permanentes (ou “unanimidade das grandes potências”), mais conhecida

como “poder de veto”, é caracterizada pelo direito de proibir, de forma unilateral,

determinada decisão do Conselho de Segurança. Naturalmente, os membros

permanentes utilizam essa ferramenta com certa frequência para derrubar medidas

que contrariam seus interesses. Além disso, existem denúncias de uma “união

nuclear”, orientada por “interesses estratégicos”, uma vez que seus cinco membros

permanentes são países nuclearmente armados9. Este fato sempre é evidenciado

em qualquer decisão do Conselho que envolva interesses de países ricos ou pobres

em recursos. Outras críticas acerca da formação do Conselho apontam que o Órgão

tende a ignorar a importante atuação em questões econômicas e políticas por parte

dos chamados países em desenvolvimento.

3.1 As propostas de reforma

Vários países concordam que o Conselho de Segurança deve ser reformado,

seja no método de tarbalho ou na ampliação do número de membros. No entanto,

não há consenso em relação às propostas.

3.1.1 Razali

Em 1997, o senhor Ismail Razali, da Malásia, que exercia a Presidência da

Assembleia Geral, propôs a ampliação do Conselho de Segurança para 24

assentos. Cinco dos nove novos membros seriam eleitos pela Assembleia Geral e

se tornariam permanentes (HOFMEISTER, 2005, p. 133) (FUNDAÇÃO..., 2010, p.

87).

A “Fórmula Razali”, ou Razali Reform Paper, propunha que, dos cinco novos

assentos permanentes, um seria para a Europa Ocidental, um para a África, um para

a América Latina e Caribe e dois para a Ásia; enquanto, dos quatro assentos não-

permanentes, um seria para a Ásia, um para a América Latina e Caribe, um para a

9 O Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) define ‘Estado nuclearmente

armado’ como “aquele que tiver fabricado ou explodido uma arma nuclear ou outro artefato explosivo nuclear antes de 1º de janeiro de 1967”. São eles: Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia. Estes mesmos países também integram o P5 – países Membros-Permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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África e um para a Europa Oriental. A Fórmula Razali não obteve êxito, pois não

contou com o apoio dos países do “Coffee Club”10, que avaliaram que seriam

prejudicados com a reforma que tal proposta propunha (FUNDAÇÃO..., 2010, p. 87).

3.1.2 High Level Panel

O High Level Panel (Painel de Discussoes de Alto Nivel) foi criado, em 2004,

pelo então Secretário Geral da ONU, senhor Kofi Annan, como uma proposta de

resolução à reforma da Organização. A reforma era assunto recorrente tratado pela

Assembleia Geral há mais de onze anos, porém sem resultados, pois não havia

votação. Annan levou em consideração também que as Nações Unidas tinham

passado por um processo de desgaste político, principalmente o Conselho de

Segurança.

O painel propôs dois modelos de reforma do Conselho de Segurança: o

modelo “A” que tratava da expansão na categoria de membros permanentes (seis

assentos) e não-permanentes (três assentos); e o modelo “B” que tratava da criação

de uma categoria intermediária, constando de oito assentos que teriam mandatos

renováveis de quatro em quatro anos (FUNDAÇÃO..., 2010, pag.87).

3.1.3 Proposta do G4

Pouco antes do fim da Guerra Fria, o debate sobre a reforma do Conselho de

Segurança ganhou destaque, principalmente devido à ausência da Alemanha e do

Japão, a despeito do papel, cada vez mais importante, desses países nas questões

políticas e econômicas (FUNDAÇÃO..., 2010, p. 86). Em 1989, o então presidente

do Brasil, senhor José Sarney, propôs, em seu discurso na Assembleia Geral, uma

reforma no Conselho de Segurança. A proposta de Sarney consistia na criação de

uma categoria adicional de membros permanentes, sem o direito ao veto

(FUNDAÇÃO..., 2010, p. 86).

Mais tarde, em 1992, Japão e Alemanha também anunciaram o interesse em

obter um assento permanente no Conselho de Segurança. Mas somente em 2004

que os chefes de Estado/Governo da Alemanha, Brasil, Índia e Japão uniram

10

Explanado em maiores detalhes na seção 3.1.5.

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esforços para coordenar a atuação do chamado Grupo dos Quatro (G4) para

promover a reforma. A proposta do grupo consiste na ampliação das duas

categorias de membros do Conselho de Segurança, com a inclusão de países em

desenvolvimento em ambas (FUNDAÇÃO..., 2010, p. 87).

Em 2005, o grupo, com o apoio de outros 28 países, apresentou na

Assembleia Geral uma proposta de criação de dez novos assentos: seis

permanentes e quatro não-permanentes. Dos permanentes, dois seriam para o

continente asiático, dois para a África, um para a Europa Ocidental e um para a

América Latina e Caribe; enquanto as novas cadeiras não-permanentes, uma seria

para a Ásia, uma para a África, uma para o Leste Europeu e uma para a América

Latina e o Caribe. Os novos membros permanentes teriam os mesmos privilégios

dos antigos, incluindo o direito ao veto, no entanto, este não seria exercido dentro de

quinze anos, prazo estipulado para ocorrer uma revisão desta reforma

(FUNDAÇÃO..., 2010, p.88).

3.1.4 Consenso de Ezulwini – União Africana

Em 2005 foi adotado o Consenso de Ezulwini pela União Africana, que propõe

pelo menos dois assentos permanentes para a África no Conselho de Segurança da

ONU. De acordo com o Consenso, compete à União Africana a escolha dos países

que representarão o continente e os critérios para essa seleção. Tal proposta não

menciona o sistema de rotação da Declaração de Harare e é contra o princípio do

veto. Se existir, porém o veto, então todos deveriam ter direito, inclusive os novos

membros.

Na reunião da Assembleia Geral de 2005, a União Africana apresentou seu

projeto de resolução fazendo menção à posição africana expressa no Consenso de

Ezulwini e propôs também aumento de membros não permanentes no CSNU para

que o número de membros passasse de quinze para vinte e seis. Essas novas 11

vagas deveriam seguir os seguintes critérios: África com duas vagas permanentes e

duas não-permanentes; Ásia com duas vagas permanentes e uma não-permanente;

América Latina e Caribe com uma vaga permanente e uma não-permanente; Europa

ocidental e outros Estados uma vaga permanente; Europa oriental com uma vaga

não-permanente. Neste Consenso a União Africana expressa maior

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representatividade do continente africano nas decisões em diversos órgãos da ONU,

em particular no Conselho de Segurança.

3.1.5 Clube do Café

A proposta do Clube do Café (também chamado de União pelo Consenso)

vem em contraposição à do G4. O grupo acredita que, como a decisão sobre a

reforma é delicada, deve haver, antes, um consenso entre os membros das Nações

Unidas. A proposta do Clube é mais flexível, e consiste na ampliação de 15 para 25

assentos, sendo esses 10 novos não-permanentes (COX, 2009).

Assim, os 20 assentos não-permanentes serão distribuídos da seguinte

forma: seis para países africanos, cinco para países asiáticos, quatro para América

Latina e Caribe, três para países do Oeste Europeu e outros, e dois para o Leste

Europeu. O Clube propõe, ainda, a reeleição imediata desses se aprovados por seus

grupos regionais (COX, 2009).

3.1.6 Small Five

Em 2006, Singapura, Costa Rica, Jordânia, Liechtenstein e Suíça

apresentaram uma resolução à Assembleia Geral, que propunha apenas reformas

no método de trabalho do Conselho de Segurança. O “Small Five” acredita que

assegurar que o Conselho funcione de modo mais transparente e participativo é tão

importante, ou mais, que ampliar o número de membros (FUNDAÇÃO... 2010, p.

89).

3.2 Revigorar o Conselho de Direitos Humanos

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH) é órgão

subsidiário da Assembleia Geral e presta contas diretamente a todos os membros da

ONU. O CDH tem a responsabilidade de promoção do respeito universal e da

proteção de todos os direitos humanos e das liberdades fundamentais, podendo,

assim, analisar as violações de direitos; a atuação dos Estados-membros; responder

a situações emergenciais, além de poder suspender os direitos e privilégios de

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qualquer membro do Conselho que tenha cometido, continuadamente, violações

flagrantes e sistemáticas dos direitos humanos durante o seu mandato.

Em 2007, porém, o Brasil, juntamente com outras nações latino-americanas,

propôs a aplicação de um tratamento ao sistema de direitos humanos da ONU que

permitisse dar força à proteção dos direitos fundamentais. Mais tarde, em 2015, na

reunião da Assembleia Geral para a revisão dos Objetivos do Milênio, a proposta foi

aperfeiçoada. Levando em conta que vários países não conseguiram cumprir tais

objetivos, a França redigiu uma proposta de resolução que propunha a promoção de

esforços na ratificação de instrumentos jurídicos básicos de direitos humanos. A

proposta, ainda, encorajava a elaboração, em cada país, de um programa nacional

de direitos humanos e a criação de órgãos nacionais responsáveis por essas

garantias. Apesar de aprovada por 153 países, grande parte jamais ratificou.

3.2.1 Proteger civis e prevenir genocídios

A Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio,

assinada em Paris no ano de 1948, definiu genocídio como qualquer dos atos (tais

como assassínios de membros de grupos; dano grave à integridade física ou mental

do grupo; submissão do grupo a condições que lhe ocasionem destruição física total

ou parcial; medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo e

transferência forçada de menores do grupo para outro grupo) cometidos com a

intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou

religioso (RANGEL, 2002, p. 664).

Nos últimos dois anos, várias guerras civis foram desencadeadas em alguns

países do continente africano e do sudoeste asiático e, naturalmente, provocaram a

morte de um número considerável de pessoas. Dentre os países que mais sofreram

com essas crises humanitárias, pode-se destacar Sudão, Eritreia, Mauritânia e Síria.

A situação mais crítica, entretanto é na Faixa de Gaza: desde que a Palestina foi

reconhecida como Estado-Membro da ONU, em 2015, grupos revoltosos têm se

manifestado na região. O Conselho de Segurança, entretanto, jamais autorizou uma

intervenção militar, pois os Estados Unidos vetaram todas as resoluções relativas ao

assunto11.

11

Será feito um post explicativo sobre o assunto no site oficial da AGNU (2025).

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14

Em 2005, o senhor Edward Luck, ex-professor da Universidade de Columbia

e, na época, também uma das maiores autoridades sobre as Nações Unidas, avaliou

que a reforma deveria consistir não na expansão do número de membros do

Conselho de Segurança, mas na “adoção de novos procedimentos em seus

métodos de trabalho” (PIMENTA, 2005). Luck recomendou, entre outros, que o veto

deixasse de ser usado em casos como o de genocídio (PIMENTA, 2005).

3.3 Revitalizar a agenda de desarmamento e não proliferação nuclear

Devido aos riscos contínuos impostos por programas e testes nucleares, a

princípio, não autorizados, faz-se necessário revitalizar a agenda de desarmamento

e não-proliferação, que a despeito da grande quantidade de tratados existentes para

a promoção de objetivos do desarmamento nuclear, o problema ainda é bastante

premente e significativo ao contexto internacional atual. Não obstante, não há

consenso sobre a noção de que armamentos nucleares tornam o ambiente

internacional mais instável e inseguro. Figuras ilustres como Harry Truman e

Margaret Thatcher defendiam sua utilização e manutenção.

Uma alternativa encontrada para tentar solucionar esse problema foi a criação

de agências ou organismos de fiscalização dos programas nucleares dos Estados,

porém daí surgem uma série de outros problemas. O rigor excessivo na fiscalização

gera o argumento de que as agências são instrumentos dos Estados nuclearizados

para controlar o quadro geopolítico e estratégico internacional, interferindo

diretamente na soberania dos Estados não-nuclearizados. O próprio Tratado de Não

Proliferação das Armas Nucleares (TNP), quando assinado, em 1968, teve oposição

do governo brasileiro, que o considerou “discriminatório” ao considerar a existência

de duas “classes” de países: os “nuclearmente armados” e os “não-nuclearmente

armados” (RANGEL, 2002, p. 224).

Desta forma, é evidente a falta de transparência e confiança mútua entre os

Estados. É impossível garantir que um Estado cumprirá com suas afirmações e seus

compromissos, expressos oficialmente ou não. Uma medida comumente utilizada

para punir os Estados que não cumprem com suas obrigações diante de tratados e

negociações é a aplicação de sanções. Cabe ressaltar que a Assembleia pode

decidir por aplicar sanções a qualquer país que tenha recalcitrado decisões ou

tratados da ONU, mas estas decisões serão encaminhadas em caráter

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recomendatório para o Conselho de Segurança, cabendo a este órgão discuti-las e

legitimá-las, ou não, em caráter obrigatório.

4 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES

Nesta seção, serão apresentados os posicionamentos dos principais blocos,

alianças ou grupos de países em relação ao tema. Mais informações sobre as

representações poderão ser encontradas nos dossiês, que serão publicados no site

oficial da AGNU (2025): http://14minionuagnu2025.wordpress.com/dossies/. Caso os

senhores tenham qualquer dúvida, entrem em contato conosco através do e-mail

[email protected].

4.1 Grupo dos Quatro (G4)

O Grupo dos Quatro (G4) é uma aliança entre Alemanha, Brasil, Índia e Japão

com a proposta de apoiar as propostas uns dos outros para ingressar em lugares

permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A proposta do G4

consiste na criação de novos assentos permanentes e não-permanentes com

participação dos países em desenvolvimento em ambas categorias. Estes países

sugerem que sejam criados seis novos assentos permanentes, dos quais dois

seriam para países africanos a serem escolhidos, e os outros quatro para os

membros do grupo; além de quatro novas cadeiras rotativas. Destarte, o Conselho

de Segurança passaria a ter 25 membros, por oposição aos 15 atuais.

Inicialmente, a proposta do grupo envolvia o direito de veto para os novos

membros, mas, convencido pela França, o grupo aceitou abrir mão desse direito nos

primeiros quinze anos que seguissem a reforma. A proposta é apoiada por 23

países, incluindo a França, já membro permanente. Todavia, China e Estados

Unidos, outros dois membros permanentes, uniram esforços para evitar que a

proposta do G4 fosse aprovada (CONHEÇA AS PROPOSTAS..., 2005).

4.2 Membros-Permanentes do Conselho de Segurança (P5)

Em visita ao Brasil, em 2012, a ex-secretária de Estado americana, Hillary

Clinton, disse acreditar que com uma reforma na composição do Conselho de

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Segurança, este se ajustaria à realidade do mundo no século XXI e não do mundo

de 1945, quando foi criado. Alegou, ainda, que fatalmente o Brasil conseguirá o

assento permanente que pleiteia, resultado de um consenso entre os membros:

“acho muito difícil imaginar um futuro em que o Conselho de Segurança das Nações

Unidas não inclua um país como Brasil”. (HILLARY PEDE REFORMA..., 2012).

Entretanto, o Brasil não recebe o apoio explícito dos Estados Unidos, da mesma

forma que recebeu a Índia (CORRÊA, 2012). Por motivações financeiras, as antigas

potências do Eixo, Alemanha e Japão, têm apoio declarado de Washington

(TARRAGÔ; BAENA SOARES apud COGO, 2011).

Em contrapartida, a China se opõe à inclusão do Japão como membro

permanente, em função da guerra travada no passado (TARRAGÔ; BAENA

SOARES apud COGO, 2011). Os chineses dizem que uma expansão radical do

Conselho de Segurança seria “perigosa” para a estabilidade mundial (CONHEÇA AS

PROPOSTAS..., 2005). No âmbito dos BRICS (grupo de países com economias

emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os chineses,

juntamente com os russos, imputam prestígio em assuntos internacionais aos outros

três e apoiam seus desejos de desempenharem papel mais importante na ONU,

reafirmando a necessidade de uma reforma abrangente da Organização, incluindo o

CSNU (CONFIRA ÍNTEGRA DO COMUNICADO..., 2011). A China, apesar de apoiar

claramente os países em desenvolvimento, dá preferência aos países africanos

(TARRAGÔ; BAENA SOARES apud COGO, 2011).

França e Reino Unido por décadas vêm desempenhando um papel mais ativo

no que diz respeito aos trabalhos para a ampliação do Conselho. Estes países se

mostram a favor da introdução de uma categoria intermediária, contudo não aceitam

mudanças no sistema de veto. Em contrapartida, os Estados Unidos e a Rússia

mantém uma postura mais moderada, projetando a reforma dentro de limites

numéricos, sem restrições ao uso do veto e sem a alteração do método de trabalho

do órgão (TARRAGÔ; BAENA SOARES apud COGO, 2011).

A Rússia, por sua vez, por muito tempo esteve neutra no debate sobre a

reforma, acreditando que qualquer decisão deveria ser adotada por consenso

(LAVROV EXPLICA POSIÇÃO..., 2004). Alguns anos mais tarde, porém, a Rússia

se mostrou disposta a considerar as propostas de reforma, sobretudo aquelas que

se referem à adoção de novos membros: “Estamos dispostos a considerar a

hipótese de aumento do número de membros permanentes e não-permanentes,

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assim como a chamada opção intermediária, segundo a qual a ampliação do

Conselho só deve ocorrer no grupo de membros não-permanentes” (VZGLIAD,

2013). A Rússia não aceita, porém, nenhum tipo de mudança no sistema de veto.

4.3 União Africana

O início do século XXI foi marcado por uma onda de protestos e revoltas

contra governos não democráticos, iniciada na Tunísia e posteriormente estendida a

países do norte da África. Os governos autoritários criados no pós Primeira Guerra

Mundial perderam as suas forças com a “Primavera Africana”, que se alastrou

também para países do continente asiático. Diante deste cenário a África passou por

guerras civis quase incontroláveis, muitas pessoas foram mortas, a taxa de

mortalidade no continente até os dias de hoje é alta. Esse quadro conduziu a uma

nova África, disposta a mudanças e novos desafios.

Tamanha é a importância da União Africana, que o bloco detém pouco mais

de um quarto dos votos da Assembleia Geral, o que evidencia sua força diante de

uma resolução. Os países africanos ressaltam, sempre que possível, a necessidade

de uma ajuda maior da ONU para combater os danos das guerras no continente. A

maior parte da ajuda humanitária da Organização está localizada na África. Esse

também é um dos argumentos da União Africana para reivindicar maior

representação do continente na Organização. Tais países alegam que o Conselho

de Segurança precisa de maior representatividade do vasto continente africano e por

isso reivindicam mudanças nos assentos permanentes. É o caso da África do Sul,

que busca incansavelmente uma atribuição mais importante dentro da ONU,

justificada por sua clara inserção no cenário internacional principalmente a partir do

início deste século.

Na 67ª reunião da Assembleia Geral, que aconteceu em 2012, vários líderes

africanos ressaltaram a necessidade de maior ajuda por parte da ONU para

combater “os flagelos da guerra e da pobreza” e, ao mesmo tempo, reivindicaram

maior representação para o continente no Conselho de Segurança (LÍDERES

AFRICANOS PEDEM..., 2012). Ao avaliar que “as regras essenciais do

funcionamento do Conselho de Segurança estão literalmente congeladas, em uma

paralisia que está se tornando mais e mais repulsiva”, o ex-Ministro das Relações

Exteriores de Togo, senhor Elliot Ohin, atribuiu à África a necessidade de

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representação adequada: “a incapacidade do Conselho de Segurança de chegar a

um acordo sobre certas questões de grande importância é a perfeita ilustração disto

e torna a reforma deste órgão no coração da ONU ainda mais urgente”. Ainda hoje,

países africanos emergentes – que há muito tempo lutam por maior prestigio e

reconhecimento internacional – defendem a reforma visando principalmente

mudanças no CSNU e melhorias no Conselho de Direitos Humanos.

A União Africana adotou uma posição semelhante à do G4, concordando com

a criação de seis novas vagas permanentes no Conselho, entretanto defende o

direito de veto para os novos membros permanentes, apesar de ter aceitado

abandonar essa exigência durante uma reunião com o G4, em julho de 2005.

Todavia, existem algumas divergências entre os países-membros do bloco: Egito,

Nigéria e a África do Sul aparecem como os mais fortes candidatos a ocupar as

novas cadeiras permanentes, mas, caso elas fossem mesmo criadas, certamente

haveria dificuldade ao escolher dois entre os três. Além disso, outros países como

Argélia, Quênia e Angola não se mostraram otimistas com a possibilidade de ficarem

de lado (CONHEÇA AS PROPOSTAS..., 2005).

4.4 União pelo Consenso (Clube do Café)

Apelidado de “Clube do Café” por representar um importante lobby de países

com eminência ainda na década de 1990, a União pelo Consenso é um grupo

composto por países que se opõem à proposta do G4 para expansão do Conselho

de Segurança, liderado pela Itália, Paquistão, México, Argentina e Coreia do Sul

(ARIYORUK, 2005). O grupo se opõe ao G4 e à criação de novos assentos

permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas por achar que alguns

países se beneficiariam com vantagens particulares dentro do sistema. Por isso, o

grupo se posiciona a favor de um consenso antes que haja qualquer reforma

substancial. A proposta da União consiste na criação de dez novas vagas não

permanentes, com a possibilidade de maior tempo nas cadeiras rotativas, além da

capacidade de reeleição.

Em relação à oposição feita ao G4, alguns dos principais membros do grupo

se opõem diretamente à candidatura dessas quatro nações: Argentina, Colômbia e

México se opõem à candidatura brasileira; Coreia do Norte, Coreia do Sul e China

são contrárias à candidatura do Japão; o Paquistão, por sua vez, é contrário à

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candidatura Indiana e, por fim, Espanha, Itália e Países Baixos se opõem à entrada

da Alemanha. Além desses, outros países com economias maiores do que as

nações do G4 tambem se opõem à proposta do grupo.

A Itália se posiciona firmemente contra a inflexibilidade da proposta do G4 e

conjuntamente com Estados aliados vem realizando reuniões diplomáticas para

adesão de novos países. Atualmente o grupo é composto por Argentina, Canadá,

Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, Itália, Espanha, Malta, México, Paquistão, San

Marino e Turquia, com o apoio da Rússia e China, já membros permanentes.

Contudo, o grupo não conta com apoio significativo entre os países da ONU

(CONHEÇA AS PROPOSTAS..., 2005) (CENTER, 2009).

4.5 União Europeia

Um dos principais objetivos da política externa da União Europeia é o

desenvolvimento de um sistema multilateral eficaz, com uma ONU forte no centro,

por isso, o bloco defende que a reforma do Conselho de Segurança é uma questão

fundamental, por se tratar de um órgão que é parte de uma estrutura do sistema

internacional preconizado pela União. Porém é uma questão difícil de ser trabalhada,

pois não gera consenso. Dentro da própria União Europeia, as opiniões se dividem

em relação à reforma, as vertentes são representação única e integrada, ou modelo

de coordenação intergovernamental, ou então formas flexíveis de coordenação.

Ao longo das últimas décadas, França e Reino Unido, já membros

permanentes, têm desempenhado um papel mais ativo, no que diz respeito à

ampliação do Conselho. A França “apadrinha” a proposta do G4, e defende uma

expansão que atenda os anseios dos países emergentes. Itália e Espanha, porém,

vão contra. Um lugar de membro permanente para a Alemanha reforçaria a posição

da Europa no mundo, entretanto, se isto acontecer, é provável que a Europa perca

um lugar na lista de não-permanentes, e isso claramente desagrada aos países

europeus que apenas têm essa via para estar no Conselho. Estes preferem a

criação de novos assentos permanentes, mas atribuídos a regiões e não a Estados.

Em 2015, foi cogitada a possibilidade da criação de uma cadeira permanente

única para a União Europeia, mas França, Reino Unido e Estados Unidos se

opuseram à proposta.

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5 QUESTÕES RELEVANTES

O Conselho pode ser menos eficaz se aumentar a representatividade?

O Conselho de Segurança deverá adotar novas cadeiras? Permanentes, não-

permanentes, semipermanentes ou as três? Quantas? Quais países

ocupariam estas novas cadeiras?

Quais tipos de violações de direitos humanos podem ser abrangidas pela

responsabilidade de proteger e pela responsabilidade ao proteger?

Quais medidas podem ser tomadas para prevenir a ocorrência das violações

aos direitos humanos?

Em que medida a comunidade internacional pode reagir a transgressões de

direitos humanos?

Em quais casos pode se autorizar uma intervenção humanitária?

Que tipos de sanções podem ser tomadas na prevenção e reação a uma

violação dos direitos humanos?

Qual o papel da Assembleia Geral das Nações Unidas e do Conselho de

Direitos Humanos enquanto fóruns multilaterais de discussão da questão das

violações dos direitos humanos?

Como construir confiança e transparência entre os Estados em relação ao

cumprimento dos tratados de armas nucleares?

Como garantir que os tratados sobre o uso e posse de armas nucleares serão

cumpridos pelos países?

Como evitar que Estados se retirem de tratados já existentes?

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REFERÊNCIAS

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ITAMARATY. Reforma da ONU. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/temas/temas-multilaterais/governanca-global/reforma-da-onu>. Acesso em 01 jun. 2013. LAVROV EXPLICA POSIÇÃO russa sobre reformas na ONU. PRAVDA.Ru. 2004. Disponível em: <http://port.pravda.ru/news/russa/28-09-2004/6138-0/>. Acesso em 01 jun. 2013. MUGGAH, Robert; CARVALHO, Ilona Szabo. Brasil precisa liderar reforma do CS da ONU. ESTADÃO. 2013. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-precisa-liderar-reforma-do-cs-da-onu-,1028832,0.htm>. Acesso em 01 jun. 2013. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Reforma da ONU. Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/reforma-da-onu/>. Acesso em 01 jun. 2013. NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. LÍDERES AFRICANOS PEDEM reforma do Conselho de Segurança na Assembleia Geral da ONU, 2012. Disponível em: <http://www.onu.org.br/lideres-africanos-pedem-reforma-do-conselho-de-seguranca-na-assembleia-geral-da-onu/>. Acesso em 01 jun. 2013. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil. Carta da Organização das Nações Unidas. 1945. Disponível em <http://www.unicrio.org.br/BibliotecaTextos.php?Texto=CARTA_E_ESTATUTO.htm>. Acesso em 01 jun. 2013. PIMENTA, Angela. G4 faz última tentativa de acordo com África. BBC Brasil. 2005. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/07/050722_angelag4cg.shtml>. Acesso em 01 jun. 2013. RANGEL, Vicente Marotta. Direito e Relações Internacionais. 7 ed. rev., atual. e amp. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2002. 798p. ISBN 85-203-2123-2. UNITED NATIONS. A história da Organização. 2009. Disponível em <http://unic.un.org/imucms/rio-de-janeiro/64/259/a-historia-da-organizacao.aspx>. Acesso em 01 jun. 2013. UNITED NATIONS. O que é a ONU?. 2009. Disponível em <http://unic.un.org/imucms/rio-de-janeiro/64/229/o-que-e-a-onu.aspx>. Acesso em 01 jun. 2013. VZGLIAD. Rússia apoia reforma do Conselho de Segurança da ONU. Gazeta Russa. 2013. Disponível em: <http://gazetarussa.com.br/internacional/2013/02/07/russia_apoia_reforma_do_conselho_de_seguranca_da_onu_17519.html>. Acesso em 01 jun. 2013.

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TABELA DE DEMANDA DAS REPRESENTAÇÕES

Na tabela a seguir cada representação do comitê é classificada quanto ao nível de

demanda que será exigido do delegado, numa escala de 1 a 3. Notem que não se

trata de uma classificação de importância ou nível de dificuldade, mas do

quanto cada representação será demandada a participar dos debates neste

comitê. Esperamos que essa relação sirva para auxiliar as delegações na alocação

de seus membros, priorizando a participação de delegados mais experientes nos

comitês em que a representação do colégio for mais demandada.

Legenda

Representações frequentemente demandadas a tomar parte nas discussões

Representações medianamente

demandadas a tomar parte nas discussões

Representações pontualmente demandadas

a tomar parte nas discussões

REPRESENTAÇÃO DEMANDA

1. Afeganistão

2. África do Sul

3. Alemanha

4. Angola

5. Arábia Saudita

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6. Argentina

7. Austrália

8. Áustria

9. Azerbaijão

10. Bélgica

11. Bolívia

12. Brasil

13. Burkina Fasso

14. Camarões

15. Camboja

16. Canadá

17. Chile

18. China

19. Colômbia

20. Congo

21. Coreia do Norte

22. Coreia do Sul

23. Costa do Marfim

24. Costa Rica

25. Croácia

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25

26. Cuba

27. Dinamarca

28. Djibuti

29. Egito

30. Emirados Árabes Unidos

31. Equador

32. Eslováquia

33. Eslovênia

34. Espanha

35. Estados Unidos

36. Etiópia

37. Finlândia

38. França

39. Gana

40. Grécia

41. Hungria

42. Índia

43. Indonésia

44. Irã

45. Iraque

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46. Irlanda

47. Israel

48. Itália

49. Japão

50. Kuwait

51. Líbano

52. Libéria

53. Líbia

54. México

55. Moçambique

56. Níger

57. Nigéria

58. Noruega

59. Nova Zelândia

60. Omã

61. Países Baixos

62. Palestina

63. Paquistão

64. Paraguai

65. Peru

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66. Polônia

67. Portugal

68. Quênia

69. Reino Unido

70. República Centro Africana

71. República Tcheca

72. Ruanda

73. Rússia

74. Senegal

75. Serra Leoa

76. Sérvia

77. Singapura

78. Síria

79. Somália

80. Sudão

81. Sudão do Sul

82. Suécia

83. Suíça

84. Tunísia

85. Turquia

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86. Ucrânia

87. Uganda

88. Uruguai

89. Venezuela

90. Vietnã

91. Zimbábue

92. Imprensa

93. Imprensa

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ANEXOS

Anexo I – Propostas de reforma do Conselho de Segurança

PRESCHERN, Pamela. La Riforma del Consiglio di Sicurezza Dagli Anni ‘90 ad

Oggi: Problemi e Prospettive. Istituto Affari Internazionali.

TEMA GRUPO

GRUPO DOS QUATRO (G4)

UNIÃO AFRICANA

(UA)

SMALL FIVE (S5)

UNIÃO PELO

CONSENSO

MEMBROS PERMANENTES

(P5)

Categoria e número de membros

Aumento das cadeiras

permanentes e não

permanentes. Proposta de um

Conselho composto de 25

membros: 11 permanentes e

14 não permanentes.

Aumento das cadeiras

permanentes e não

permanentes. Proposta de um Conselho composto de 26 membros:

11 permanentes

e 15 não permanentes.

Aumento apenas de

membros não permanentes (criação de uma nova

categoria de cadeiras com

mandato renovável,

superior a dois anos).

Aumento apenas de

membros não permanentes. Proposta de

um CS composto por 25 Estados

(cinco permanentes

e 20 não permanentes).

Aumento dos membros

permanentes e não permanentes para tornar o Conselho

de Segurança mais representativo, mas tendo em

conta a capacidade dos

países candidatos em contribuir para a manutenção da paz e segurança internacionais.

Poder de veto Veto restrito aos atuais membros permanentes.

Contrapõe-se em princípio,

mas se os cinco

membros permanentes

atuais continuassem

a tê-lo, também deve ser atribuído aos novos membros

permanentes.

Os atuais membros

permanentes terão que

justificar o uso do veto; e os

novos membros

permanentes não terão

direito ao veto.

Proposta de uma limitação temporária do

direito de veto, seguida

de uma abolição definitiva.

Contrário à abolição do uso do

veto pelo P5; avaliando a

possibilidade de garantir aos novos

membros permanentes esse

direito.

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Representação regional

Não é considerado

elemento central da reforma (em muitas questões

não há um interesse

regional comum).

Partidários de uma

aproximação regionalista

que reconheça o continente

africano num papel de

liderança no seio do

Conselho de Segurança.

__

A favor de uma

aproximação regional,

chamando para a

atribuição de assentos não permanentes

através de mecanismos internos de

nossos grupos

regionais.

Maior representação regional dos países sub-

representados.

Dimensão do Conselho de Segurança e método de trabalho

A favor de uma expansão dos países sub-

representados, com a finalidade de um equilíbrio

político, demográfico e

econômico dentro do

Conselho de Segurança.

A favor de um alargamento dos países

representados no Conselho

de Segurança, principalmente os da África.

Ênfase nos métodos de trabalho, um

elemento essencial da reforma do

Conselho de Segurança.

Necessidade de consultas

regulares entre o Conselho e

os outros Estados-Membros.

A favor de uma maior

participação de não

membros do Conselho de

Segurança no trabalho do

Órgão.

Contrapõem-se a um alargamento

excessivo, que vai em detrimento da

eficácia e credibilidade do

Conselho de Segurança. No que

diz respeito aos métodos de

trabalho, consultas frequentes que dão

voz a todos os membros da ONU.

Relação entre CSNU e AGNU

Consultas regulares entre os dois órgãos.

Consultas regulares

entre os dois órgãos.

Necessário um relacionamento

e uma colaboração constante

entre Conselho de Segurança e Assembleia

Geral.

São necessárias consultas e trocas de

informações entre os dois

Órgãos.

São necessárias consultas e trocas

de informações entre os dois

Órgãos.

LEGENDA:

Grupo dos Quatro (G4) – Componentes: Alemanha, Brasil, Índia e Japão;

União Africana – Composto por 53 países africanos;

Small five (S5) – Costa Rica, Jordânia, Liechtenstein, Singapura e Suíça;

União pelo Consenso – (Clube do Café). Componentes: Itália, Paquistão, México,

Egito, Espanha, Argentina, Turquia, Canadá, Coreia do Sul e outros países da Ásia,

África e América Latina;

Membros Permanentes (P5) – Membros Permanentes do Conselho de Segurança.

São eles: Estados Unidos, Reino Unido, França, Federação Russa e China.