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GUIA COMPLETO SOBRE REPRODUÇÃO ASSISTIDA

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GUIA COMPLETO SOBRE REPRODUÇÃO ASSISTIDA

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03 Introdução

06 O que é reprodução assistida

08 Quais os tipos de técnicas existentes?1

20 Principais dúvidas sobre o assunto

26 Conclusão

28 Sobre o Dr. Matheus Roque

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INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

A gravidez se inicia quando o espermatozoide do homem encontra o óvulo da mulher e se funde a ele — um processo chamado de fecundação. A partir daí, temos a formação do zigoto, que começa a se proliferar e se implanta na cavidade uterina, dando início à formação da placenta e ao desenvolvimento do embrião, que vai crescendo até formar o bebê.

Parece simples, não é? Mas a verdade é que quando um casal saudável tem relações sexuais desprotegidas de forma regular por um mês, a chance de gravidez ao final desse período é de apenas 20%. Ou seja, se 5 casais saudáveis estão tentando engravidar, apenas 1 consegue fazer isso com um mês de tentativa.

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INTRODUÇÃO

A complexidade do processo de reprodução humana faz com que a gravidez após uma relação sexual seja a exceção e não a regra. E é justamente isso que eu vejo na rotina dos atendimentos no consultório.

Muitos casais chegam com medo da infertilidade e frustrados após alguns meses de tentativa de gravidez sem sucesso. Muitas vezes, eles não sabem que existem muitas alternativas pela frente. Na grande maioria dos casos, a gravidez será alcançada com uma ajudinha menor ou maior da medicina com as técnicas de reprodução assistida.

Criei este e-book justamente para esclarecer o que é a reprodução assistida e quais técnicas são essas que podem te ajudar a engravidar. Quer conferir? É só continuar lendo!

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O QUE É REPRODUÇÃO ASSISTIDA

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O QUE É REPRODUÇÃO ASSISTIDA

A princípio, o termo reprodução assistida foi usado para definir formas de reprodução que não dependem das relações sexuais entre o casal, ocorrendo sempre com o auxílio médico e a transferência dos gametas de forma artificial.

Atualmente, no entanto, já usamos um conceito mais abrangente e menos técnico, no qual reprodução assistida passou a ser qualquer técnica que vise ajudar um casal que não conseguiu engravidar de forma 100% natural a alcançar o sonho de ter um filho. Isso inclui desde a investigação e tratamento de doenças reprodutivas simples até a realização de técnicas complexas de fertilização in vitro ou a utilização de útero ou gametas doados.

Esse conjunto de técnicas é oferecido por médicos especialistas na área de reprodução humana. Estes devem não apenas viabilizar a gravidez, como apoiar o casal durante esse período da vida, de forma a garantir a estabilidade emocional e conjugal apesar das inseguranças e ansiedades trazidas pelo tratamento.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

Existem diversas técnicas de reprodução assistida. O objetivo é sempre gerar a gravidez da forma mais natural possível, considerando-se as limitações de cada casal. Casais jovens e saudáveis podem engravidar apenas com a realização de relações sexuais programadas, por exemplo, enquanto casais homoafetivos precisarão necessariamente da doação de sêmen ou da doação de óvulos e de um útero de substituição.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

RELAÇÃO SEXUAL PROGRAMADA

A relação sexual programada (ou coito programado) nada mais é do que o casal “agendar” a relação para os dias em que a mulher está em seu período fértil, aumentando a chance de a fecundação ocorrer.

Isso pode ser feito apenas com a análise do ciclo menstrual da mulher e cálculo da provável data da ovulação ou com a indução hormonal da ovulação. Nesse último caso, a mulher recebe hormônios por alguns dias e acompanha-se o desenvolvimento dos folículos ovarianos com exames de ultrassom. Quando o folículo atinge um certo tamanho, é dada uma dose hormonal extra que promove a ovulação e a mulher deve ter relações sexuais com o parceiro nas próximas 36 horas.

Chance de sucesso estimada em 13 a 17% de acordo com a idade do casal.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Na inseminação artificial, o sêmen é coletado, processado e através de um fino catéter é depositado dentro do útero para aumentar a chance de encontro de um espermatozoide com um óvulo. Geralmente, realiza-se ultrassons seriados para acompanhar o desenvolvimento dos folículos ovarianos, com ou sem indução hormonal, e a inseminação é feita na época da ovulação.

É um procedimento rápido, onde a injeção dos espermatozoides na cavidade uterina é realizada após o sêmen ser processado e preparado para que os melhores espermatozoides sejam utilizados no tratamento.

A partir daí, a fecundação e a implantação do zigoto ocorrem de forma natural e a gravidez segue seu curso natural.

A técnica costuma ser indicada quando os espermatozoides possuem uma mobilidade reduzida, a mulher não ovula regularmente ou em casos de infertilidade sem causa aparente.

Chance de sucesso estimada entre 17% e 20%, sendo menores com o avançar da idade da mulher.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

FERTILIZAÇÃO IN VITRO CONVENCIONAL (FIV CLÁSSICA)

Na técnica de fertilização in vitro, o processo de fertilização, ou seja, o encontro do espermatozoide com o óvulo ocorre em uma placa de petri no laboratório. Os óvulos são coletados previamente por meio de um pequeno procedimento cirúrgico denominado aspiração folicular e, uma vez selecionados, são depositados na placa de petri juntamente aos espermatozoides.

Isso permite que os gametas se encontrem de forma aleatória e diversos embriões sejam formados. Após alguns dias de desenvolvimento, uma parte desses embriões é selecionada e transferida para o útero da mulher, onde então devem se implantar para que a gravidez possa ocorrer.

Chance de sucesso estimada em 15 a 60%, dependendo da idade da mulher.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

FERTILIZAÇÃO IN VITRO COM INJEÇÃO INTRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATOZOIDE (ICSI)

Na fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de esperma (ICSI na sigla em inglês), o encontro dos gametas não ocorre de forma aleatória na placa de petri, mas de forma controlada por meio da injeção do espermatozoide no interior do óvulo. A técnica é necessária quando há uma contagem muito baixa de espermatozoides ou quando eles apresentam mobilidade ou formatos muito alterados.

Essa técnica pode, inclusive, ser realizada em casos de azoospermia, quando o homem não tem espermatozoides no sêmen ejaculado mas esses podem ser coletados diretamente no epidídimo ou no testículo através de um pequeno procedimento cirúrgico.

Após a coleta dos espermatozoides, os embriologistas selecionam os que aparentam ser mais saudáveis, com uma melhor motilidade e forma, para serem injetados nos óvulos aspirados das pacientes. Após a fecundação, os embriões se desenvolvem por mais alguns dias no laboratório e aí são transferidos para o interior do útero.

Chance de sucesso estimada em 15 a 60%, dependendo da idade da mulher.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

MINI FERTILIZAÇÃO IN VITRO (MINI-FIV)

Na mini-FIV, são usadas baixas doses de hormônios, na forma de comprimidos ou injeções, para a indução da ovulação. Obtém-se, dessa maneira, uma quantidade menor de óvulos ao final do processo, quando comparada à FIV clássica. Devido ao menor gasto com os hormônios, essa técnica é mais barata que a FIV clássica, embora isso limite o número de embriões que serão formados e, assim, reduza a chance de sucesso do tratamento.

Chance de sucesso geralmente inferior a 25%.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

DOAÇÃO DE ÓVULO

O uso de óvulos doados é necessário quando a mulher não produz mais óvulos viáveis, seja pela chegada da menopausa ou pela destruição do tecido ovariano em tratamentos médicos prévios (p. ex.: quimioterapia ou cirurgias ovarianas complexas), quando já foram realizadas diversas técnicas de reprodução assistida sem sucesso, ou quando se trata de um casal homoafetivo masculino.

Todo o processo é feito de forma anônima, sendo que a clínica de reprodução seleciona uma possível doadora entre as pacientes que farão tratamento de FIV e tenham no máximo 35 anos (doação compartilhada). A doadora deve preencher alguns pré-requisitos médicos e legais e ser compatível com a aparência física desejada pelo casal.

Uma vez que os óvulos são obtidos, segue-se o procedimento padrão da fertilização in vitro com utilização do sêmen do parceiro ou de um banco de sêmen para a fecundação e transferência dos embriões para o útero da mulher que vai gerar a criança. A transferência dos embriões para o útero materno é realizada após alguns dias de preparo do endométrio da mãe, o que normalmente é realizado através de hormônios por via oral, transdérmica e vaginal.

Chance de sucesso estimada em até 60%.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

DOAÇÃO DE ESPERMATOZOIDE

Quando o homem não produz espermatozoides ou trata-se de um casal homoafetivo feminino, é necessário utilizar espermatozoides doados anonimamente, que poderão ser utilizados tanto para a realização de uma inseminação artificial quanto de uma FIV.

Nesses casos, os pacientes deverão recorrer aos bancos de sêmen, ainda raros no Brasil devido às restrições legais. Porém, já é possível obter amostras de bancos de sêmen do exterior, de maneira legal e sem grandes dificuldades.

Chance de sucesso: depende do tratamento a ser realizado (inseminação artificial ou FIV) e da idade da mulher.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO/ DOAÇÃO TEMPORÁRIA DE ÚTERO

O útero de substituição é necessário quando o órgão da mulher apresenta alguma condição que prejudica a implantação do embrião ou impede a progressão da gestação, quando a mulher apresenta alguma condição clínica que a impeça de engravidar ou torne a gestação de alto risco, assim como quando se trata de um casal homoafetivo masculino.

As regras de doação de útero, no entanto, são bem específicas e não permitem a famosa “barriga de aluguel” dos filmes americanos. No Brasil, é necessário que a mulher doadora seja uma parente de até quarto grau (mãe, irmã/avó, tia ou prima), saudável, que esteja fazendo a doação por pura solidariedade ao casal, sem qualquer recompensa financeira.

Chance de sucesso de 15 a 60%, dependendo da idade da mulher que gerou os óvulos, de forma semelhante às chances de sucesso da FIV clássica. O resultado não depende da idade da mulher que doará o útero temporariamente.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

DIAGNÓSTICO GENÉTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL (PGD)

O diagnóstico genético pré-implantacional é feito quando o casal apresenta alguma doença genética e deseja selecionar os embriões livres da doença antes da implantação no útero, para que a gravidez gere uma criança saudável.

Esse processo é possível por meio da análise genética de uma ou algumas células do embrião após o processo tradicional de coleta e fertilização in vitro, podendo diagnosticar diversas doenças antes da transferência do embrião para o útero.

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QUAIS OS TIPOS DE TÉCNICAS EXISTENTES?

SCREENING GENÉTICO PRÉ-IMPLANTACIONAL (PGS)

O screening genético pré-implantacional pode ser realizado durante um tratamento de FIV com a realização de uma biópsia embrionária antes da transferência dos embriões para o útero materno.

No PGS, não estamos procurando uma doença específica como é feito nos casos de PGD, mas tentando fazer uma análise completa do embrião com relação ao número de cromossomos. O objetivo é que seja selecionado um embrião geneticamente normal para ser transferido ao útero da paciente.

A realização do PGS, no entanto, ainda é um tema controverso na medicina reprodutiva. Não há um consenso em relação a quais pacientes devem realizar a técnica ou mesmo se ela deveria ser utilizada de maneira rotineira para todas as pacientes submetidas à FIV.

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7 PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO

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PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO

1. QUEM É O RESPONSÁVEL PELA INFERTILIDADE DO CASAL?

Atualmente, é estimado que cerca de 35% dos casos de infertilidade estão relacionados à mulher, cerca de 35% estão relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% são provocados por causas desconhecidas.

2. AS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA SÃO SEMPRE NECESSÁRIAS?

Não. Se o casal apresenta alguma doença no aparelho reprodutivo que possa ser resolvida, como endometriose ou varicocele, o tratamento dessas patologias já pode ser suficiente para que a gravidez ocorra naturalmente.

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PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO

3. A FIV SÓ É RECOMENDADA PARA CASAIS QUE JÁ TENTARAM OUTRAS TÉCNICAS MAIS SIMPLES?

Não necessariamente. Alguns casais realmente começam o tratamento com técnicas como a relação sexual programada e à medida que a gravidez não ocorre, começam a tentar outros processos mais complexos. Mas isso não é a regra.

Se já existe um diagnóstico específico que justifique a dificuldade em engravidar, podemos indicar a melhor técnica para contornar essa condição. Se o sêmen apresenta uma contagem muito baixa de espermatozoides, por exemplo, a fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática será a mais indicada, já que a chance de sucesso com técnicas mais simples é muito pequena e não compensaria o investimento.

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PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO

4. PODE-SE ENGRAVIDAR DE GÊMEOS?

Sim. O índice de gestações gemelares é bem mais alto com técnicas de reprodução assistida (cerca de 25%) do que com a reprodução natural (menos de 1%). Isso ocorre porque é comum tanto a indução hormonal da ovulação fazer com que a mulher libere mais de um óvulo e todos eles serem fecundados quanto serem colocados mais de um embrião no útero durante um tratamento de FIV e mais de um deles se implantar e progredir adequadamente.

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PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO

5. QUAL A CHANCE DE ENGRAVIDAR NA PRIMEIRA TENTATIVA?

Depende da técnica usada e da idade da mulher. A relação sexual programada com indução hormonal da ovulação tem uma taxa de sucesso de aproximadamente 15% enquanto na FIV se alcança uma gravidez em até 60% das tentativas. Em geral, quanto mais jovem for a mulher maior é a chance de sucesso.

6. É POSSÍVEL USAR O ÓVULO OU O ESPERMATOZOIDE DE UM PARENTE/AMIGO?

Não. A regulamentação das técnicas de reprodução assistida pelo Conselho Federal de Medicina determina que a doação de gametas (óvulos ou espermatozoides) seja um processo completamente anônimo, não sendo possível utilizar gametas de um parente ou de um amigo.

Assim, os doadores não são informados se os seus gametas foram utilizados ou quem fez o uso. O casal que utiliza os gametas também não é informado do nome, do endereço ou de qualquer outra informação pessoal sobre o doador, o que ajuda a proteger ambas as partes. As únicas informações compartilhadas sobre o doador são aquelas relevantes para a escolha do material como cor da pele, cor dos olhos, altura, tipagem sanguínea, etc.

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PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO

7. DÁ PARA ESCOLHER O SEXO DO BEBÊ PELA REPRODUÇÃO ASSISTIDA?

Embora já exista tecnologia que seja capaz de determinar o sexo do embrião antes da implantação, como quando realiza-se a biópsia e análise genética embrionária, esse procedimento é considerado antiético e condenado pelo Conselho Federal de Medicina, não sendo realizado na prática médica.

A única exceção seria o diagnóstico pré-implantacional de doenças relacionadas ao sexo do feto, no qual a sexagem seria uma forma de evitar doenças relacionadas ao gênero bebê.

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CONCLUSÃO

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CONCLUSÃO

Casais que não engravidaram após um ano de tentativa — ou seis meses, para mulheres com mais de 35 anos — devem procurar um médico especialista em reprodução assistida e iniciarem a investigação da infertilidade.

Mas sempre lembro aos meus pacientes de que não é só porque a gravidez ainda não ocorreu que ela não vai ocorrer. A área de reprodução assistida avançou muito nas últimas décadas e as técnicas se tornaram cada vez mais padronizadas para obter a maior taxa de sucesso possível.

Como expliquei no início do texto, um casal saudável que mantém relações sexuais desprotegidas por um mês tem 20% de chance de engravidar. Já um casal que realiza um ciclo de FIV tem uma chance de gravidez de até 60%! Os números não mentem e trazem grande esperança aos casais que desejam iniciar uma família com o auxílio da reprodução assistida.

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Mestre em Reprodução Humana pela Universidade

Autônoma de Barcelona, Dr. Matheus Roque atende

casais que não conseguem engravidar naturalmente,

investigando os motivos que justificam essa condição e

realizando procedimentos complexos para solucioná-los.

Possui graduação em Medicina pela Faculdade de

Medicina de Marília (2003). Concluiu seu mestrado em

Reprodução Humana em 2012. Doutorando em Ginecologia

e Obstetrícia pela Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG). Fellowship em Reprodução Humana pela

Universidade Federal de São Paulo (2009/2010). Membro

Titular da SBU, SBRA, ASRM e ESHRE. Publicação de

trabalhos científicos em revistas internacionais indexadas.

Apresentações em congressos nacionais e internacionais.