grupo gontijo compra 215 scania/marcopolo rev59.pdf · renan chieppe, presidente da abrati. revista...
TRANSCRIPT
DEZEMBRO/2009 ANO 14 Nº 59
Grupo Gontijo compra 215 Scania/Marcopolo
Renovação de frota
Real Expresso muda a pintura e adquire Marcopolo G7
Indústria prepara o ônibus brasileiro de 2012
A P R O X I M A N D O P E S S O A S
marcopo lo .com.br
Em um dos mais modernos centros de desenvolvimento de engenharia e produção de veículos para transporte coletivo de passageiros foi concebida a Geração 7 da Marcopolo. Muito mais que uma nova geração, a Marcopolo lança um novo conceito que inova caminhos para passageiros, motoristas e frotistas. Os detalhes evolucionários são impressionantes em todos os aspectos. É um projeto inteiramente novo que priorizou o prazer de viajar e, para o frotista, proporciona menor custo operacional. Do ponto de vista técnico, representa um grande avanço no universo do design, aerodinâmica, identidade, originalidade, segurança, robustez e acessibilidade. Com a Geração 7, a Marcopolo amplia a paixão pela superação e evolução nos caminhos do futuro.
B E M - V I N D O A O F U T U R O , H O J E .
Paradiso 1050
Viaggio 1050
Viaggio 900
umárioS
16O Grupo Gontijo, das empresas Gontijo
e São Geraldo, adquire 215 ônibus novos,
todos com chassi Scania e carroçaria
Marcopolo. Serão utilizados nas
linhas interestaduais das
duas empresas em todo o País.
A preocupação com o aspecto ambiental e a
segurança dos veículos foi a tônica
dos lançamentos de ônibus na edição número 20
da BusWorld, em Kortrijk, Bélgica.
32
40
30
Conhecida como cartão postal do Paraná, a Viação
Graciosa está completando 30 anos de atividades.
E comemora oferecendo, como sempre, serviços de
elevado padrão de qualidade e segurança.
De 10 a 13 de novembro realizou-se em Murcia,
Espanha, a XX Semana Del Autocar y Del Autobus.
Simultaneamente, houve a reunião anual da AITBUS.
Representantes da ABRATI participaram do encontro.
LEIA MAIS:
Cartas.................................... 6
Carta do Presidente .............. 7
Bagageiro ............................. 8
Opinião ............................... 54
22
10
48
53
Os ônibus rodoviários
que vão rodar no
Brasil a partir de
2012, na fase P7 do
Proconve, já estão
sendo preparados
pelas montadoras
instaladas no País.
A Scania entregou
à Prefeitura de São
Paulo, para testes, uma
segunda unidade do seu
ônibus movido a etanol.
A Real Expresso adota nova pintura
e incorpora 50 ônibus novos à frota.
Todos têm chassi Mercedes-Benz
e encarroçamento Marcopolo das
Gerações 6 e 7.
Ao completar 75 anos
de atividades, a Viação
Garcia cria um espaço
especial que lembra
toda a sua trajetória.
A jardineira da foto, por
exemplo, denominada
Catita, foi a primeira
a ser utilizada
pela empresa.
A rodoviária Novo Rio passou
por um processo de total
revitalização, que ampliou seus
espaços, tornou-a mais segura,
confortável e moderna.
44
6 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
A Revista ABRATI é uma publicação da
Associação Brasileira das Empresas de
Transporte Terrestre de Passageiros
Editor Responsável
Ciro Marcos Rosa
Produção, edição e editoração eletrônica
Plá Comunicação – Brasília
Editor Executivo
Nélio Lima – MTb 7903
Impressão
Gráfica e Editora Athalaia – Brasília
Foto da capa
Divulgação A. Villela/Gontijo
Esta revista pode ser acessada via
internet: http://www.abrati.org.br
Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre
de Passageiros
artasC
Presidente Renan Chieppe
Vice-PresidentePaulo Alencar Porto Lima Diretor Administrativo-FinanceiroCláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu
DiretoresAbrão Abdo Izacc, Carlos Alberto de O. Medeiros, Francisco Tude de Melo Neto, Jocimar Moreira, José Paulo Garcia Pedriali, Letícia Sampaio Pineschi, Paulo Humberto Naves Gonçalves, Ronaldo César Fassarella, Sandoval Caramori,Telmo Joaquim Nunes e Washington Peixoto Coura.
Superintendente José Luiz SantolinSecretário-GeralCarlos Augusto Faria FéresAssessoria da PresidênciaCiro Marcos Rosa
SAUS Quadra 1 - Bloco J - Edifício CNT Torre A – 8º andar - Entrada 10/20 CEP: 70.070–944Brasília - Distrito Federal
Telefone: (061) 3322-2004Fax: (061) 3322-2058/3322-2022E-mail: [email protected]: http://www.abrati.org.br
Empresa MottaCom muita satisfação agradeço à
equipe da Revista ABRATI as edições
recebidas. Aproveito para parabenizá-
los pela belíssima reportagem com
a empresa Motta, que ao longo dos
anos cresceu e expandiu sua marca
entre as grandes empresas brasileiras.
Sempre respeitando seus clientes, a
empresa busca ofertar mais conforto,
segurança e agilidade no transporte,
com equipe bem treinada, ônibus
sempre novos etc.
Alício Ferreira Dias
Higiene do sono Grato por receber a Revista ABRA-
TI de setembro deste ano. Pude ver
a matéria sobre o museu da Viação
Cometa, e também me interessou
muito a matéria relacionada com a hi-
giene do sono e a fotoestimulação dos
motoristas. Gostaria de saber mais a
respeito. Convido vocês e todos os
amigos busólogos do Brasil para que
vejam meus blogs.
Enrique Bonilla
MONTEVIDÉU — Uruguai
http://memoriasdelaonda.blogspot.com/
http://gmcelomnibusdeonda.blogspot.com/
http://ondavideos.blogspot.com/
http://otrosomnibusdeonda.blogspot.com/
Viação CometaÉ com muito orgulho que escrevo a
essa maravilhosa Revista ABRATI. Gos-
taria de parabenizá-los pela excelente
matéria sobre a Geração 7 da Marco-
polo. Gostei muito. Gostaria de ver ma-
térias referentes às empresas Unesul
de Transportes e sua controlada TTL
— Transporte Turismo Ltda, pois são
empresas de que gosto muito.
João Ernesto Tonini Oltramari
CAPANEMA — PR
QualidadeParabéns às empresas interestadu-
ais que, mesmo diante do ambiente de
incerteza causado à sua atividade pela
indefinição dos órgãos oficiais sobre o
problema das concessões, não deixam
a peteca cair. Delas não se poderia
esperar outra atitude que não a de se
esforçarem ao máximo para manter o
alto e tradicional padrão de qualidade
dos seus serviços. Espero que elas
venham a ter o reconhecimento que
merecem.
Aristeu Resende Passos
TERESÓPOLIS — RJ
Copa do MundoMuito interessante a reportagem
sobre a expectativa da indústria de
ônibus em relação à Copa do Mundo.
Como usuária de transporte, minha
torcida é para que os governantes fi-
nalmente adotem soluções definitivas,
ao invés de gastar os poucos recursos
disponíveis em soluções provisórias
que depois serão abandonadas pelos
seus sucessores, como sempre cos-
tuma acontecer.
Fernanda Apolinário de Souza
FORTALEZA — CE
Mulheres leitorasVenho parabenizá-los pela brilhan-
te revista, está ótima a cada edição.
Gostaria, se possível, que vocês publi-
cassem um recadinho. Aí vai:
Gostaria de me corresponder
somente com mulheres leitoras da
Revista ABRATI, para amizade sincera.
Interessadas favor enviar cartas com
conteúdo para:
Sônia Regina B. Santos – Rua
Erminio Bologna, 70 – Jardim Itai-
pu – CEP 19063-250 — Presidente
Prudente-SP.
Sônia Regina B. Santos
PRESIDENTE PRUDENTE — SP
arta do PresidenteC
2009: mais uma vez o setor posto à provaEstamos encerrando mais um ano de trabalho. Um ano em que o setor
viveu mais uma fase de instabilidade, causada pela insegurança jurídica
decorrente da precariedade das permissões das linhas operadas pelas em-
presas prestadoras do serviço de transporte interestadual e internacional
de passageiros.
Novo cronograma para a realização de licitações foi divulgado e, neste
momento, o setor analisa, com cuidado e responsabilidade, as implicações
envolvidas nas novas regras, considerando a necessidade de se preservar a
alta qualidade dos serviços prestados anualmente a mais de 140 milhões
de pessoas.
Com muita alegria, constatamos que, apesar da insegurança jurídica, as
empresas de transporte de passageiros continuam investindo fortemente
no aperfeiçoamento das operações, treinando cada vez mais seu pessoal
e renovando frotas, com o propósito de continuar prestando um serviço de
alta qualidade, reconhecido em pesquisas pelos passageiros que utilizam
o serviço.
Como vem mostrando a Revista ABRATI, as empresas têm apostado
na utilização de veículos modernos, confortáveis, seguros e com baixos
padrões de emissões. Sabemos que os ônibus brasileiros nada ficam a
dever aos seus similares que rodam em países de Primeiro Mundo. São
veículos dotados de todo o conforto possível, com motorizações de última
geração e equipamentos de segurança também de primeira linha.
A ABRATI tem exatamente como um de seus objetivos buscar que as
empresas associadas se aprimorem cada vez — o que elas vêm fazendo, in-
clusive buscando certificações de qualidade em institutos credenciados.
É com satisfação que constatamos o forte empenho de grande número
de empresas trabalhando para a manutenção de um sistema saudável, com
grandes investimentos em treinamento de pessoal em todas as suas áreas,
buscando desta forma elevar o padrão dos procedimentos operacionais,
com o objetivo único e exclusivo de oferecer o mais eficiente transporte
aos usuários.
Novas técnicas vêm sendo incorporadas. As inovações constantemente
introduzidas pelas companhias de transporte de passageiros visam sempre
ao aperfeiçoamento dos serviços, com ênfase na segurança das viagens e
no bem-estar dos passageiros. Daí porque as empresas contam hoje com
modernos setores de treinamento, compostos por funcionários especiali-
zados e que se dedicam o tempo todo a esse mister.
Todo esse esforço se justifica plenamente, pois é graças ao empenho
das empresas que o nosso transporte rodoviário de passageiros há décadas
se mantém entre os melhores do mundo.
Júlio
Fer
nand
es
É com satisfação que constatamos o forte
empenho de grande número de empresas trabalhando para a manutenção de um
sistema saudável, com grandes investimentos
em treinamento de pessoal em todas as suas
áreas, buscando desta forma elevar o padrão
dos procedimentos operacionais, com o
objetivo único e exclusivo de oferecer o mais eficiente
transporte aos usuários.
Renan Chieppe, Presidente da ABRATI.
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 7
8 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
B A G A G E I R O
MÉRITO
ENTIDADE
CORREDORES UM
CORREDORES DOIS
ESCOLHA
EDITORA OTM HOMENAGEIA BERNARDO FIGUEIREDO (ANTT) E EMPRESAS DO SETOR
SIMEFRE COMEMORA COM ENCONTRO EM SÃO PAULO 75 ANOS DE ATUAÇÃO
PRODUTOS MERCEDES-BENZ PARA BRT
SCANIA E VOLVO TAMBÉM MOSTRAM SEUS PRODUTOS
CAMINHÃO DO ANO NA EUROPA É DA MARCA SCANIA
Numa parceria
inédita, a Scania e a
Volvo participaram juntas
da convenção sobre
mobilidade sustentável
e fizeram uma
demonstração de
seus veículos.
A convenção foi organizada
pelo CTS–Brasil (Centro de
Transporte Sustentável)
e pela Michelin.
A Scania conquistou o prê-
mio Caminhão Internacional
do ano 2010 (IToY – Interna-
tional Truck of the Year). Os
novos caminhões da marca
foram apontados como os
que mais contribuem com o
transporte rodoviá rio.
Durante a recente
convenção Mobilidade
Sustentável na Reno-
vação Urbana, no Rio
de Janeiro, a Mercedes-
Benz apresentou todos
os modelos de veículos
de sua produção, pró-
prios para operar em
corredores especiais,
linhas alimentadoras
e linhas distribuidoras
dos sistemas BRT (Bus
Rapid Transit).
A OTM Editora (revistas
Transporte Moderno,
Technibus e Global), lançou
em São Paulo o Anuário
Melhores e Maiores do
Transporte & Logística
e premiou as empresas
que mais se destacaram
O Sindicato Interestadual
da Indústria de Materiais e
Equipamentos Ferroviários
e Rodoviários – Simefre
– realizou em São Paulo,
no dia 3 de dezembro, um
encontro para comemorar
os 75 anos de fundação
da entidade e o término do
exercício de 2009. Além
dos diretores das diversas
áreas do Sindicato,
participaram empresários
do setor de transporte e
autoridades do governo.
José Antônio Fernandes
Martins, presidente do
Simefre, abriu os trabalhos.
no setor, de acordo com
seus balanços financeiros
de 2008. O Diretor-Geral
da Agência Nacional de
Transportes Terrestres,
Bernardo Figueiredo, foi
escolhido Personalidade do
Transporte 2009. Foram
homenageadas a Empresa
Gontijo, a Viação Cometa e
a Marcopolo.
Além de palestras, foram
abordados o desempenho
dos setores industriais
filiados e as perspectivas
para 2010. O Diretor-
Geral da ANTT, Bernardo
Figueiredo, foi um dos
palestrantes. Seguiu-se um
almoço de confraternização.
Estação do Expresso
Tiradentes em São Paulo.
Bernardo Figueiredo e
José Antônio Martins.
Antônio José Lubanco (Cometa)
e Flávio Benatti (NTC).
Paulo Bellini recebe o Prêmio
AutoData 2009.
PRÊMIO
O presidente da Marcopolo,
Paulo Bellini, recebeu
ainda, em São Paulo, o
Prêmio AutoData 2009,
categoria Fabricante de
Carroçarias de Ônibus, pelo
desempenho da empresa
este ano no exterior e no
mercado brasileiro.
MARCOPOLO ELEITA A MELHOR ENCARROÇADORA
REVISTA ABRATI, JUNHO 2006REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 9
PESADOS
TOP OF MIND
MERCADO
ANIVERSÁRIO
A SCANIA BATE RECORDE MUNDIAL DE FATURAMENTO DE CAMINHÕES DA MARCACONQUISTAS
DA NACIONAL EXPRESSO
MERCEDES-BENZ LIDERA AS VENDAS DE CAMINHÕES
FÁBRICA DA CONTINENTAL FAZ 50 ANOS
A Scania bateu em
novembro o recorde
mundial de faturamento
mensal de caminhões
pesados da marca em
um único mês. Foram
comercializadas 1.145
unidades. Em termos de
Brasil, o resultado foi 26%
maior do que o alcançado
pela fábrica brasileira
em novembro de 2008.
No ano, a Scania Brasil
foi campeã de vendas
de caminhões Scania
em todo o mundo. Seus
resultados de outubro e
novembro deste ano foram
14,3% maiores do que
os do mesmo período em
2008. Quanto às vendas
de ônibus rodoviários da
Com a venda de 3.620
caminhões no segmento
acima de 3,5 toneladas
de Peso Bruto Total em
novembro, a Mercedes-
Benz liderou as vendas
do setor no mercado
brasileiro, elevando o
acumulado do ano para
30.387 unidades.
A montadora também
liderou as vendas de ônibus
em novembro, com 1.041
unidades comercializadas
no mercado interno.
A Continental Brasil
Indústria Automotiva
comemorou os 50 anos da
instalação de sua fábrica
em Guarulhos, na
Grande São Paulo.
A empresa é especialista
no desenvolvimento de
soluções tecnológicas para
o mercado automobilístico
Pela décima-segunda vez
consecutiva, a Nacional
Expresso conquistou
o Top of Mind Correio
de Uberlândia nas ca-
tegorias Transportes e
Encomendas. Pesquisa
feita pelo Instituto OS
Marketing apontou a
Nacional como uma das
marcas mais lembradas
pelos consumidores em
98 segmentos. Para o di-
retor-presidente Ataídes
de Deus Vieira Pozzi (na
foto abaixo após receber
o troféu) o prêmio é o
reconhecimento de um
trabalho que vem sen-
do desenvolvido há 35
anos, iniciado pelo seu
avô, continuado por seu
pai e, agora, por ele.
marca, em novembro elas
foram 412% maiores do
que as do mesmo mês
em 2008. Com isso, até
novembro, as vendas
de rodoviários da marca
tiveram forte recuperação,
ficando apenas 3,8%
abaixo das vendas
fechadas nos primeiros 11
meses de 2008.
Mais de 30.000 caminhões da
marca vendidos em 2009.Christopher Podgorski, diretor
geral da Scania Brasil.
e atende às principais
montadoras do Brasil.
Seus produtos também
estão presentes no
mercado de reposição com
as marcas VDO e ATE.
A Volare desenvolveu um
modelo apropriado para
operar em estradas não
pavimentadas e de acesso
difícil, o Volare V6. Uma
unidade foi entregue à
empresa Cattani S/A
Transporte e Turismo, do
Estado do Paraná. O veículo
tem distância entre-eixos
mais curta, é equipado com
pneus lameiros e conta
com protetor de cárter,
saias laterais e para-
choques dianteiro e traseiro
VOLARE V6, UM VEÍCULO PROJETADO PARA OPERAR EM CONDIÇÕES DIFÍCEIS
ESPECIAL
Para o V6 não tem estrada ruim.
mais altos. Será usado
no transporte de
funcionários de uma
mineradora de bauxita.
erminalT
A Rodoviária Novo Rio totalmente revitalizadaEm novembro, os 50.000 usuários que circulam diariamente pela Rodoviária Novo Rio, na cidade do
Rio de Janeiro, passaram a dispor de instalações mais modernas, confortáveis e funcionais para iniciar
ou concluir suas viagens.
10 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
Depois de vários meses em obras,
e de investimentos da ordem de
US$ 10 milhões, o consórcio responsá-
vel pela exploração da Rodoviária Novo
Rio concluiu, em outubro último, a mais
profunda reforma ali realizada desde a
inauguração do terminal, em 1965.
O projeto de reforma já estava em
plena execução quando a cidade do
Rio de Janeiro foi confirmada como
sede de alguns dos principais jogos da
Copa do Mundo de futebol, em 2014,
e também como sede da Olimpía da
de 2016.
As duas escolhas não chegaram
a interferir no desenvolvimento das
obras e nem elas tiveram de ser re-
direcionadas. O Consórcio Novo Rio
garante que desde já o terminal está
pronto para atender ao aumento da
demanda de transporte de passageiros
previsto para os períodos em que vão
se realizar as duas competições. A
Rodoviária Novo Rio é a segunda maior
em movimento da América Latina,
cabendo o primeiro lugar ao Terminal
Rodoviário Tietê, de São Paulo.
Div
ulga
ção
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 11
A reforma agora concluída terá gran-
de influência, também, sobre o projeto
de revitalização da zona portuária do
Rio de Janeiro. Até agora, apesar dos
benefícios que poderá trazer para
a recuperação de uma grande área
degradada da paisagem urbana da
cidade, o projeto Porto Maravilha tem
caminhado muito lentamente.
Roberto Faria, diretor nacional de
operações da Socicam — a maior
empresa de administração e opera-
ção de terminais rodoviários do País,
responsável pela administração da
Rodoviária Novo Rio —, acredita que
as melhorias introduzidas promovem
um incremento ao receptivo turístico
do Rio e ainda vão exercer importante
papel no projeto da zona portuária,
tendo em vista, inclusive, as interven-
ções previstas para a área em que o
terminal está localizado.
erminalT
Revitalização pode acelerar projeto do porto“Com apoio do Ministério Público
— informa —, estamos desenvolvendo
um projeto em benefício do entorno
do terminal, principalmente na área
que compreende a Avenida Francisco
Bicalho e a Praça Gentileza, na entrada
principal da Rodoviária Novo Rio.”
INTERVENÇÕES
As obras da reforma abrangeram
principalmente o setor de embarque, a
passarela central e o setor de desem-
barque superior. Anteriormente, em
2004, já haviam sido realizadas obras
no setor principal de desembarque. O
terminal também recebeu novos con-
juntos de sanitários, pintura, assentos
na área de espera, piso de granito,
novo forro para o teto, acréscimos
na iluminação e aperfeiçoamentos na
identidade visual. Foi implantado um
novo CCO (Sistema de Segurança —
Centro de Controle Operacional). No
piso superior, foi instalado um sistema
de ar-condicionado.
Dois elevadores panorâmicos pas-
saram a servir as áreas de embarque e
desembarque. Também foi construída
uma praça de alimentação, onde, a
partir de agora, estão presentes, fun-
cionando 24 horas, marcas conhecidas
como Bobs e Spoletto, além de novas
coffe-shops e uma bombonière. Ainda
serão inaugurados outros estabele-
cimentos comerciais e de serviços,
como agências bancárias, cabeleirei-
ros, papelaria, loja de souvenirs, moda
feminina e calçados.
O que mais chama atenção agora
no terminal é o visual futurista da
passarela central, cuja área foi tripli-
cada. Ali está instalada a maioria dos
guichês das empresas operadoras.
Eles também passaram a ostentar um
A reforma criou novos espaços e aproveitou
melhor os que já existiam. O acesso aos
guichês ficou mais fácil e o atendimento
torna-se mais humanizado.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
12 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
visual mais moderno, parecido ao dos
balcões de check-in dos aeroportos.
Henrique Alves, gestor da Divisão
Rio da Socicam, acredita que com a
reforma e as mudanças que ela pos-
sibilitou estão sendo alcançados os
principais objetivos da administradora,
que eram oferecer à população e ao
turista um terminal com muito mais
conforto, acessibilidade e segurança,
ao mesmo tempo valorizando o comér-
cio ali instalado com a oferta de mais
opções de produtos e serviços.
ACESSIBILIDADE
Em relação à acessibilidade, foram
atendidas todas as exigências da
Norma Brasileira 9050. Além da ins-
talação de elevadores, a área interna
ganhou assentos reservados, pisos
táteis direcionais (nos principais aces-
sos dos salões e próximos ao balcão
de informações) e de alerta (orelhões,
escadas, rampas e elevadores). Foram
construídas novas rampas e escadas
com faixas de sinalização de degraus
e corrimãos, e criadas mais vagas
especiais no estacionamento. Na área
externa (entradas e saídas do terminal
e plataformas de embarque e desem-
barque) o piso recebeu rebaixamentos
e passagens em nível.
O Centro de Controle Operacional
(CCO), que funciona 24 horas no mo-
nitoramento de todos os pontos da
Rodoviária Novo Rio, inclusive na parte
externa, ganhou mais 30 câmeras e
novo sistema de gravação e backup de
imagens. Agora são 53 câmeras que
captam imagens em alta resolução por
meio de sistema digital.
O Centro de Controle Operacional
ganhará também um novo sistema de
sonorização, por meio do qual poderão
ser feitos comunicados diversos aos
usuários e prestadas informações de
utilidade pública.A instalação de maior quantidade de assentos na área de espera, agora muito bem-
iluminada, aumentou o conforto e o bem-estar dos usuários.
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 13
SERVIÇOS
A rodoviária também estará to-
talmente equipada com serviços de
internet em banda larga wireless, sen-
do o serviço fornecido gratuitamente
aos usuário com notebook. Também
serão criadas novas lan-houses para
democratização do acesso à internet.
TVs de plasma vão exibir programa-
ção informativa e de entretenimento,
como partidas de futebol, shows e
noticiário.
Do ponto de vista da adequada
gestão dos resíduos e da utilização
consciente de recursos como água e
energia, estão sendo desenvolvidas
diversas ações como coleta seletiva
de lixo e instalação de caixas de
gordura nos estabelecimentos cujos
efluentes passam a ser processados
por biodigestor e não mais despeja-
dos em galerias de esgoto. Resíduos
recicláveis como garrafas pet e em-
balagens metálicas, são destinados
a cooperativas, estimulando atitudes
ecológicas e contribuindo para geração
de renda. A meta é obter o Selo Verde
e desenvolver um modelo de práticas
ambientalmente sustentáveis que pos-
sam ser adotadas em outros terminais
rodoviários.
O Consórcio Novo Rio é formado
pela Socicam, pela Ascotran (Associa-
ção dos Concessionários dos Termi-
nais Rodoviários do RJ) e pela Roderj
(Associação Estadual das Empresas
de Transportes Rodoviários).
Acima, o novo visual da Viação Cometa.
Foto do meio: a instalação de
elevadores assegurou a total acessibilidade
aos passageiros. Na foto inferior, a
espaçosa Praça de Alimentação.
erminalT
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
14 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
mpresaE
Grupo Gontijo: frota e qualidade renovadasPara manter suas frotas sempre novas e assegurar maior conforto e qualidade aos passageiros, o
Grupo Gontijo adquire mais 215 ônibus destinados às empresas Gontijo e São Geraldo.
16 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
As novas 215 unidades, com chassis
Scania e carroçarias Marcopolo, se-
rão utilizadas nas linhas interestaduais
das duas empresas em todo o País.
O Grupo Gontijo é o maior frotista da
marca Scania em todo o mundo. Foram
compradas 205 unidades do modelo
K 420 6x2, para longas distâncias, e
10 do F 270 4x2, para aplicações in-
termunicipais em percursos menores.
Os ônibus K 420 6x2 contam com a
caixa de câmbio GR 875 R, que dispõe
A. V
illel
a/D
ivul
gaçã
o
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 17
mpresaE
O chassi K 420 6x2: sistema elétrico CAN Bus, ainda mais confiável, e sistema de frenagem mais eficiente.
desafio para nós, pois conhecemos
profundamente a filosofia de sempre
prestar o melhor serviço, com a mais
alta qualidade e segurança, que é a
característica desse Grupo há mais
de 60 anos. E a Marcopolo não está
medindo esforços. Todos os carros
são dotados da mais alta tecnologia
de conforto e segurança disponíveis
no mercado, comparáveis ao que há de
mais moderno nos países do Primeiro
Mundo”, afirma Paulo Corso.
Ele acrescenta que, como faz com
todos os seus clientes, a Marcopolo
buscou junto à Gontijo as informações
necessárias para que a produção dos
veículos se ajustasse rigorosamente
às necessidades dos múltiplos servi-
de freio auxiliar com retarder integra-
do. O equipamento proporciona mais
segurança nas frenagens. Um aspecto
destacado pela Scania diz respeito às
condições de trabalho do motorista.
Na cabine, as funções disponíveis são
acessadas com facilidade, graças à
boa posição dos controles. A coluna de
direção é ajustável por ação pneumáti-
ca e os pedais são do tipo suspenso,
favorecendo a posição das pernas e
as operações de limpeza.
O Diretor Comercial Mercado Brasil
da Marcopolo, Paulo Corso, informa
que serão fornecidos três modelos de
carroçarias: 192 unidades do modelo
Paradiso Geração 6; 13 do novo Para-
diso G7 e 10 do novo Viaggio 900 G7.
As entregas começaram em novembro
e serão concluídas até janeiro do
próximo ano.
Todos os ônibus são equipados
com ar-condicionado.
“A produção das 215 carroçarias
para o Grupo Gontijo é um enorme
Paulo Corso, Diretor de Vendas da Marcopolo, fornecedora das novas carroçarias.
Div
ulga
ção
Mur
iel B
andi
era
18 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
ços que ela executa nos vários estados
onde atua. Cada ônibus foi pensado
como unidade individual, de modo a
atender às peculiaridades inerentes a
cada operação. O trabalho envolveu os
executivos das duas organizações, que
se reuniram seguidamente.
DESAFIO DA QUALIDADE
A aquisição dos ônibus e a con-
sequente renovação das frotas das
duas empresas é parte importante da
rigorosa e metódica política de quali-
dade do Grupo Gontijo. Os ingressos
anuais de veículos mais modernos
representam também um desafio e um
estímulo para os seus diversos setores
relacionados à preservação e aperfei-
çoamento do alto padrão dos serviços
prestados. Em outras palavras, a che-
gada de cada lote de ônibus, embora
não seja propriamente novidade — já
que se repete rotineiramente a cada
ano —, mexe com a vida de pratica-
mente todos os colaboradores, desde
aqueles que tratam diretamente com o
público usuário até os encarregados da
lavagem e higienização dos veículos,
passando pelo marketing, o controle
informatizado da frota, a escala de ser-
viços, os pontos de apoio nas diversas
regiões do País, a área de treinamento
e o controle operacional.
CUSTO-BENEFÍCIO
Além disso, a aquisição de novo
material rodante tem sempre o senti-
do prático do melhor custo-benefício,
pois o contínuo desenvolvimento tec-
nológico vem resultando em veículos
que consomem menos combustível
e diminuem despesas operacionais,
inclusive na parte de manutenção.
Uma outra vantagem, também
muito importante, é a progressiva
redução do nível das emissões de
poluentes proporcionada pelo aperfei-
çoamento dos motores. No caso, as
novas tecnologias introduzidas pelos
fabricantes vêm ao encontro da políti-
ca ambiental praticada pelo Grupo. A
Gontijo e a São Geraldo empenham-se
para que suas operações não causem
prejuízos ao meio ambiente. A maior
parte dos ônibus utilizados pelo Grupo
é equipada com motores gerenciados
eletronicamente.
A preocupação ambiental orienta a busca da Gontijo por uma operação cada vez mais limpa e não agressiva.
A. V
illel
a/D
ivul
gaçã
o
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 19
A preferência do Grupo Gontijo por
uma marca de chassi em particular —
Scania, da qual é o maior comprador
em todo o mundo — também se jus-
tifica pelos benefícios decorrentes da
padronização do equipamento. Com a
padronização, o conforto e a segurança
oferecidos aos usuários são os mes-
mos em qualquer parte do Brasil. Além
disso, as tarefas de manutenção ficam
facilitadas, assim como o treinamento
dos profissionais da área. O volume
de estoque de peças de reposição é
significativamente menor.
Além disso, a Gontijo e a São
Geraldo conseguem manter um fluxo
contínuo de troca de informações com
o fabricante. Esse processo de perma-
nente atualização tem reflexos positi-
vos sobre a economia das operações
e o aumento da competitividade.
Wilson Pereira, Diretor de Vendas
de Ônibus da Scania no Brasil, lembra
que a parceria entre a montadora e a
Abílio Gontijo Júnior, Diretor
Superintendente do Grupo Gontijo.
A Companhia São Geraldo também está recebendo os novos ônibus Scania com carroçaria Marcopolo.
Gontijo começou há mais de 30 anos.
Desde então vem sendo fortalecida,
seja com o fornecimento de produtos
que superam as expectativas do com-
prador e de seus passageiros, seja
pela qualidade da relação entre a mon-
tadora e duas das maiores operadoras
brasileiras de transporte rodoviário de
passageiros.
“Temos orgulho em contribuir
com o crescimento e fortalecimento
do maior frotista Scania do mundo”,
afirma o executivo.
A Gontijo e a São Geraldo estão
entre as mais modernas e eficientes
empresas do País no seu setor de atua-
ção. Tradicionalmente, apresentam a
cada ano os melhores desempenhos
em termos de crescimento da receita
operacional, rentabilidade sobre o pa-
trimônio, liquidez e baixo endividamen-
to. Caracterizam-se sistematicamente
pela eficiência administrativa e pela
produtividade.
“Nosso foco está sempre voltado
para um contexto de melhor custo-
benefício que nos permita manter e
aperfeiçoar a qualidade que há dé-
cadas vimos oferecendo aos nossos
passageiros, explica Abílio Gontijo
Júnior, Diretor Superintendente do
Grupo Gontijo.
Júlio
Fer
nand
es
Mur
iel B
andi
era
20 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
A história do Grupo Gontijo é a
história de seu próprio fundador,
Abílio Pinto Gontijo. A organização
teve origem em uma jardineira marca
Chevrolet 1940 com a qual Abílio ini-
ciou o transporte de passageiros entre
as cidades de Paranaíba e Patos de
Minas, no distante ano de 1943. Em
1949, o jovem comprou a linha Patos
de Minas-Belo Horizonte e passou a
utilizar um ônibus metálico, também da
marca Chevrolet. A partir daí, aprovei-
tou várias oportunidades para comprar
mais linhas e empresas.
Sua fase de maior crescimento
começou quando Juscelino Kubits-
chek tornou-se governador de Minas
Gerais e mandou asfaltar algumas
importantes rodovias do Estado. Entre
No começo era só uma jardineira
as aquisições mais expressivas feitas
por Abílio Gontijo na época figuraram
a Planeta (25% de participação) e a
Santa Marta. O nome Empresa Gontijo
de Transportes Ltda. foi adotado em
1970. Em 1974, o empresário com-
prou sua primeira linha interestadual,
entre Ituiutaba e São Simão. Conti-
nuou recorrendo a novas compras e
participou de licitações para expandir-
se. Assumiu as linhas Bom Jesus da
Lapa-São Paulo, Belo Horizonte-Campo
Grande e Belo Horizonte-Salvador.
A Bonfinense, outra empresa de
grande porte, foi comprada em 1980.
Tinha 150 ônibus e linhas interesta-
duais para toda a Região Nordeste.
O negócio possibilitou que, durante a
década de 1980, a Gontijo expan-
disse seus serviços para 16
estados, principalmen-
te os nordestinos.
Na verdade, a Empresa Gontijo
jamais interrompeu seu processo de
expansão. Sua linha mais longa liga
Salvador, Bahia, a Assunção, Paraguai.
Um dos grandes orgulhos do Grupo
Gontijo é o seu Parque Rodoviário,
localizado no bairro Engenho Nogueira,
em Belo Horizonte. Tem capacidade
para receber até 2.000 veículos e
abriga um moderno centro administra-
tivo, além de um completo centro de
manutenção.
De acordo com o Anuário Esta-
tístico 2008 do Transporte Rodoviá-
rio Interestatual e Internacional de
passageiros, em 2007 a Empresa
Gontijo e a Companhia São Geraldo de
Viação transportaram, juntas, mais de
3.200.000 passageiros.
Essa alta performance é alcança-
da a partir de um sistema de gestão
essencialmente familiar, cujo grande
mérito, no decorrer dos anos, tem
sido a eficiência administrativa ele-
vada ao mais alto grau. O objetivo
do crescimento nunca é perdido de
vista e orienta boa parte das ações de
curto e médio prazo do grupo, seja na
área operacional, seja na financeira,
de planejamento e treinamento. Uma
preocupação constante é manter um
baixo nível de endividamen-
to. Outra é investir no
próprio negócio todos os
recursos proporcionados
pela atividade.
O pioneiro Abílio Pinto Gontijo (esquerda), homenageado em São Paulo em novembro de
2009, recebe troféu das mãos de José Antônio Martins, presidente do Simefre.
Jardineira
Chevrolet 1940,
ponto de partida
para a construção de um
dos maiores grupos de transporte
rodoviário de passageiros do País.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 21
Na vanguarda da qualidadeComo faz periodicamente há 55 anos, a Real Expresso acaba de incorporar a sua frota mais um lote
de ônibus novos. São 50 veículos rodoviários com a mais moderna mecânica Mercedes-Benz, nos
modelos O 500 RS, todos com carroçarias Marcopolo da Geração 7, modelos Paradiso 1200. Além
disso, a partir de agora. a frota da Real Expresso passa a ostentar nova pintura.
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 23
Além da nova pintura, os novos ônibus contam com novas tecnologias: maior produtividade.
Além do vermelho e do branco tradicionais, os ônibus da Real Expresso ganharam uma discreta faixa amarela. O preto foi remanejado.
mpresaE
Os novos veículos da Real Expresso
estão entrando em regime normal
de operação para atender ao aumento
da demanda previsto para o período
de festas. A sistemática substituição
anual de uma parte da frota, de modo
a manter sempre reduzida a média de
idade dos carros, é uma das práticas
fundamentais do programa de qualida-
de desenvolvido há muitos anos pela
Real Expresso.
Nem mesmo as eventuais incerte-
zas quanto ao futuro da atividade de
transporte interestadual de passagei-
ros impedem a companhia de colocar
sempre em primeiro lugar o conforto
e a segurança dos seus usuários, ao
lado da eficiência dos serviços.
Isso explica por que ela foi a
primeira empresa brasileira do setor
a conquistar uma certificação de qua-
lidade da série ISO. Também justifica
as várias premiações e frequentes
citações que a apontam como uma das
permissionárias que mais se destacam
no campo da qualidade e da segurança
operacional.
A Real Expresso tornou-se refe-
rência no setor. Para atingir o está-
gio invejável em que se mantém há
décadas, acumulou conhecimento e
experiência, utilizou sempre os mais
modernos equipamentos e as mais
avançadas tecnologias disponíveis em
sua área e, principalmente, empenhou-
se de modo constante no treinamento
e na cuidadosa preparação de seus
colaboradores. Tudo isso fez dela uma
empresa permanentemente atualizada
em relação a todo e qualquer avanço
capaz de proporcionar maior eficiência
e produtividade no seu desempenho,
com os consequentes benefícios para
os usuários e para os funcionários e
suas famílias.
BENEFÍCIOS
É o caso, por exemplo, do desen-
volvimento do processo de informa-
tização de todos os setores da Real
Expresso. Estão totalmente informati-
zadas as áreas de tráfego, venda de
passagens, controle de ocupação dos
assentos, reservas, manutenção pre-
ventiva, acompanhamento da situação
das estradas, controle de pessoal,
Foto
s: Jú
lio F
erna
ndes
24 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
A nova frota está sendo apresentada aos usuários
num dos períodos de maior movimento do ano.
programas de treinamento e adminis-
tração geral. A utilização dos softwares
mais atualizados possibilita a máxima
funcionalidade de todos os sistemas.
Com isso, cada colaborador está
sempre bem informado em relação a
suas atribuições, responsabilidades
e tempo livre. Os passageiros, por
sua vez, podem planejar melhor suas
viagens e seu tempo. Já os executivos
da companhia têm acesso a informa-
ções completas e sempre renovadas
sobre todas as áreas do negócio, o
que facilita a tomada de decisões e
a correção de eventuais problemas
no dia-a-dia.
Outro aspecto que diferencia a
empresa é a expressiva carga horária
destinada ao treinamento dos funcio-
nários. Em condições normais, são cer-
ca de 450 horas/aula por profissional/
ano — e a carga aumenta conforme
as necessidades específicas de cada
grupo de funcionários, com ênfase
para aqueles que atuam diretamente
nas áreas voltadas ao atendimento do
cliente. No caso dos motoristas, por
exemplo, só o Curso de treinamento
admissional tem duração de 90 horas,
com a abordagem de disciplinas como
relações humanas, relacionamento
com o público, política institucional
da empresa, programa de qualidade,
legislação de trânsito, psicologia e
segurança no trânsito, medicina do
trabalho, primeiros socorros, meio
ambiente e cidadania, direção defen-
siva, condução econômica, mecânica
teórica e mecânica prática.
PARTICIPAÇÃO
Além do treinamento propriamente
dito, todo o trabalho de qualificação do
pessoal leva em conta aspectos funda-
mentais como educação, experiência e
habilidade. Um calendário estabelece
os cursos e atividades que serão obri-
gatoriamente desenvolvidos durante
o ano. São cursos introdutórios ou
de reciclagem, palestras educativas e
motivacionais, debates, projeções de
filmes e discussão aberta de temas de
interesse dos funcionários. Todos, exe-
cutivos e funcionários, participam.
Os cuidados com a parte opera-
cional se desdobram nas práticas de
manutenção corretiva e preventiva
— esta última controlada por sistema
especializado —, e no controle eletrô-
nico do funcionamento dos ônibus em
operação, bem como da atuação dos
motoristas ao volante.
Todos esses cuidados, no entanto,
não diminuem a importância que a
Real Expresso atribui à satisfação dos
seus colaboradores com a empresa,
colocando esse aspecto em primeiro
lugar na lista dos fatores que, soma-
dos, resultam em melhores serviços
para os usuários. Assim, praticamente
não ocorrem atrasos nas partidas e
chegadas dos ônibus da empresa.
Eventuais problemas dos passageiros
são resolvidos com rapidez, pelo maior
grau de preparação e autonomia dos
motoristas. E se a satisfação dos
colaboradores pode ser medida pela
qualidade dos serviços, também é
verdade que ela transparece na atitude
de cada um ao demonstrar seu gosto
pelo que faz.
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 25
O espírito de pioneirismo acompanhou a história da Real Expresso desde 1953
mpresaE
O slogan da Real Expresso na
década de 1970 era “Segurança para
quem viaja, tranquilidade para quem
fica”, e representava o espírito de
pioneirismo que acompanha a história
da empresa e do transporte rodoviário
de passageiros do Brasil.
Desde 1953, a Real Expresso es-
teve na vanguarda do desenvolvimento
e na busca continua da melhoria dos
serviços prestados.
A excelência da empresa, ao longo
dos anos, sempre foi associada a uma
marca de identidade forte e presente,
que se moderniza ao longo dos anos
sem perder sua característica mar-
cante do R, e das cores “reais” — o
vermelho e preto.
Mostramos abaixo o desenvolvi-
mento da marca, dos ônibus e dos
serviços na história da empresa.
DÉCADA DE 1960
Já no ano de 1967, a Real
Expresso implanta um computador
(“main frame”) na organização de
processos.
DÉCADA DE 1970
A empresa adota um programa de forma-
ção própria de motoristas, incluindo limites à
jornada de trabalho e a criação de pontos de
parada, incorporados como normas do DNER
no inicio dos anos 1970. Também passa a uti-
lizar um sistema de suspensão a ar, motores
turbinados e manutenção preventiva.
DÉCADA DE 1980
A Real Expresso desenvolve um dispositivo
que avisa sobre a quebra da hélice do radiador,
posteriormente implantado pelas montadoras de
veiculos. Ainda nos anos 1980, instala o tacógrafo
em seus ônibus. Em parceria com a IBM, instala
também o sistema bluebird de informações do
veiculo — uma espécie de “caixa- preta”.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
26 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
O novo design de frota da Real
Expresso foi confiado à empresa PI
Comunicação e criado por Alessandra
Pinheiro e Ricardo Makoto. Ambos
atuam há mais de 15 anos no merca-
do de design corporativo, branding e
comunicação visual. São responsáveis
pela pintura das frotas da Real Expres-
so, Rapido Federal e Viação Planalto,
entre outras empresas.
Na avaliação de Alessandra Pinhei-
ro, o diferencial dos serviços prestados
pela PI Comunicação está justamente
na fusão entre sua formação acadê-
mica de designer e publicitária com
DÉCADA DE 1990
Em 1997, a Real Expresso conquista a certi-
ficação de qualidade ISO 9000. Adota a prática
de apresentação do motoristas aos passageiros,
norma que foi posteriormente incorporada pela
ANTT. Em 1998, um ano antes da lei obrigatória,
implementa a utilização do cinto de segurança pelos
passageiros. Em 1999, passa a utilizar o sistema
de rastreamento de frota.
A designer e empresária de ônibus
Alessandra Pinheiro criou a nova marca e a
nova pintura da Real Expresso.
O desafio de combinar tradição e modernidade
DÉCADA DE 2000
No início do ano 2000, adota o
camabuss e a sala Vip.
sua própria história de vida. Ela é filha
de José Augusto Pinheiro e também
empresaria de ônibus. Sua proximi-
dade com o universo das empresas
de transporte de passageiros do País
possibilita uma visão integrada dos
serviços prestados pela empresa de
comunicação.
No caso do novo design da frota da
Real Expresso, o desafio seria criar uma
pintura com impacto e modernidade
para os próximos dez anos, com o van-
guardismo que sempre esteve presente
na historia da empresa e ao mesmo
tempo mantendo viva a tradição da mar-
ca e do R, assim como as cores verme-
lho e preto. A novidade da inclusão da
cor amarelo ouro constitui um resgate
e uma homenagem da logomarca da
empresa nos anos 1970, compondo
o conceito “real” que supõe nobreza,
elegância, solidez e seriedade.
A nova marca: com “volume” (3D).
Júlio
Fer
nand
es
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 27
euniãoR
ABRATI presente no encontro de MurciaNo período de 10 a 13 de novembro foi realizada na cidade de Murcia, Espanha, a XX Semana Del
Autocar Y Del Autobus, promovida pela Fenebus, congênere da ABRATI naquele país.
Parte frontal do terminal rodoviário de Murcia.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
30 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
Simultaneamente à XX Semana, desenvolveram-
se os trabalhos da reunião anual da AITBUS
— Associação Iberoamericana de Transporte em
Autobus, à qual a ABRATI é afiliada.
Representaram a Associação os dirigentes Cláu-
dio Nelson Abreu e José Luiz Santolin, que partici-
param de eventos anteriores do gênero. Estiveram
presentes empresários espanhois e representantes
das delegações da Argentina, Brasil, Chile, Colôm-
bia, México, Portugal e Uruguai, além de convidados
da China e da Índia. Houve apresentações de temas
relacionados ao setor transportador na Comunidade
Europeia, que em dezembro de 2009 está estreando
uma nova regulamentação. Também se registraram
manifestações sobre oportunidades de investimen-
tos na China e Índia para operadores de transporte
de passageiros.
No âmbito da AITBUS, os temas tratados se
relacionaram às assimetrias e convergências entre
as entidades filiadas à entidade. Foram trocadas
experiências e realizados intercâmbios de informa-
ções e experiências sobre as distintas realidades
que afetam cada representação. O Superintendente da ABRATI, José Luiz Santolin, discursa durante a reunião.
Participantes da reunião anual da AITBUS. A ABRATI foi representada por José Luiz Santolin e Cláudio Nelson Abreu.
Os representantes brasileiros visitaram o terminal rodoviário de Murcia. A foto
mostra os boxes de saída e chegada dos ônibus.
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 31
eiraF
Ônibus mais verdes e segurosDe 16 a 21 de outubro, mais de 28.000 visitantes estiveram na XX BusWorld, em Kortrijk,
Bélgica, para conhecer os mais recentes lançamentos mundiais em ônibus. Na maioria dos
veículos mostrados predominavam as sofisticadas tecnologias de segurança e de redução
dos níveis de emissão de poluentes.
Com ênfase ao verde e às questões ambientais, os orga-
nizadores da BusWorld 2009 assinalaram com orgulho
que se tratava da XX edição da BusWorld Europe e da qua-
dragésima BusWorld mundial (incluídas as 20 da Europa).
Como se sabe, além da edição europeia, são realizadas
BusWorld na Ásia, na Índia e na Turquia.
Foram superados os números da feira anterior, realizada
em 2007. A edição de 2009 ocupou 48.500 m2 de área e
Executivos da Scania em entrevista coletiva na XX BusWorld: informações, tempo e respostas para a imprensa.
Por Cláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu,
Diretor da Viação Santa Cruz e Diretor
Administrativo-Financeiro da ABRATI.
contou com 389 expositores de 34 países. Eram 70 fabrican-
tes de ônibus e 319 fornecedores. Do Brasil, participaram
apenas a Dini Têxtil e a Saraiva Espelhos Retrovisores.
Em termos de público, foi alcançado um novo recorde.
No total, estiveram lá 28.127 visitantes, procedentes de
118 países — cerca de 2.000 a mais do que na XIX edição.
Em resumo, como disseram os organizadores, a crise não
afetou a BusWorld Kortrijk.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
32 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
Novamente, a Scania apresentou
o estande mais bem estruturado da
BusWorld, com os produtos distribuí-
dos adequadamente e sem se sobre-
porem uns aos outros. Também foi
a única montadora que realizou uma
conferência de imprensa digna desse
nome, na qual mostrou seus resulta-
dos e investimentos em pesquisa e
desenvolvimento. Melhor ainda, houve
tempo e respostas para as perguntas
dos jornalistas.
A grande novidade foi o lançamen-
to, em cooperação com a chinesa
Higer, do que foi chamado de uma
nova família de ônibus: o Touring,
um “produto global” que buscou aliar
qualidade e design.
O jornalista Lefu Xi, editor-chefe
da revista China RTA, disse-me que a
Higer é um dos grandes fabricantes
de ônibus daquele país. De fato, em
2008, vendeu 16.450 ônibus, sendo
3.321 para o mercado externo.
O Touring é um veículo 4x2, com
12 m de comprimento, 3,80 m de al-
tura, 49 poltronas, motor de 13 litros,
400 hp, Euro 5 Scania EGR e caixa
de câmbio New Scania Opticruise,
automática, com 12 velocidades. Pelo
acordo de cooperação, o novo ônibus
somente poderá ser encarroçado pela
Higer sobre chassi Scania — coisa
que não acontece, por exemplo, com
a Irizar, tradicional parceira da Sca-
nia na Europa, cujas carroçarias são
montadas sobre chassis de todas as
montadoras.
Dentro do conceito de ônibus inte-
gral, o novo produto receberá assistên-
cia técnica de chassi e carroçaria em
toda a rede de concessionários Scania.
Será vendido na Europa por um preço
entre 190 mil e 200 mil euros.
Scania e a chinesa Higer fazem ônibus global
Produzida pela chinesa Higer e utilizando chassi Scania, o Touring foi lançado com pretensões a se tornar um produto global.
O Touring marca o início de uma nova parceria no mercado internacional de ônibus.
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 33
eiraF
O Mercedes-Benz Travego M foi
escolhido “Coach of the Year 2010”,
graças principalmente aos seus equi-
pamentos eletrônicos de segurança.
Trata-se de um veículo 6x2, com 13
m de comprimento, 3,71 m de altura e
48 poltronas. O motor Mercedes-Benz
de 12 litros é o OM 457 LA, SCR, de
456 hp. Atende à norma Euro 5 e tem
caixa de câmbio automática Power-
Shift, com 8 velocidades.
Também o título de “The Grand
Award Bus” foi atribuído à Mercedes-
Benz, pelo Citaro LE Ü. É um ônibus
urbano 4x2, com 12,040 m de com-
primento, 3,318 m de altura e capaci-
dade para 45 passageiros sentados.
O motor OM 457 hLA, de 299 hp,
atende à norma Euro 5. Além desses
veículos premiados, a Mercedes-Benz
Segurança, eficiência econômica, dirigibilidade e compatibilidade ambiental: qualidades que fizeram do Travego o “Coach of the Year 2010”.
Mercedes-Benzapresentou dois lançamentos, cada
um com duas versões.
Um foi o Tourismo RH para trans-
porte metropolitano, nas versões com
12 m e 12,98 m, para 51 e 55 pas-
sageiros sentados, respectivamente.
Utiliza o motor OM 457 hLA, SCR, de
408 hp, Euro 5. O outro foi o minibus
Sprinter, nas versões 55 e 65, para 12
a 19 passageiros, com novos motores
OM 651 DE 22 LA, SCR, de 163 hp
Euro 5 e EEV.
A montadora destacou ainda os
ônibus urbanos Citaro G BlueTec Hybrid
e Citaro FuelCELL Hybrid.
O primeiro tem motor diesel com-
pacto de 4 cilindros e 4,8 litros,
que aciona um gerador de energia
elétrica, a qual fica armazenada em
baterias lithium-ion montadas no teto
do ônibus. Elas alimentam quatro
motores elétricos, um em cada roda,
totalizando aproximadamente 320 kW.
As frenagens também possibilitam a
recuperação de energia.
Segundo a Mercedes- Benz, depen-
dendo das condições de operação, é
possível obter uma economia de com-
bustível de 20% a 30% em relação ao
motor diesel convencional
Quanto ao Citaro FuelCELL Hybrid,
é um ônibus urbano movido a hidrogê-
nio. A energia gerada pelo sistema é
armazenada em baterias de lithium-ion
que alimentam os motores elétricos.
A emissão de poluentes é zero e o
ônibus, bastante silencioso. Estima-se
que o sistema tenha vida útil de pelo
menos seis anos ou 12 mil horas de
operação.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
34 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
O novo Setra 416 GT-HDH, que
pode continuar sendo chamado de
o “Maybach” dos ônibus — seja em
conforto e requinte no acabamento,
seja na segurança passiva —, foi dis-
tinguido com o “Grand Award Coach”,
graças à sofisticação da eletrônica
embarcada.
O veículo (6x2), tem 13,19 m de
comprimento, 3,86 m de altura e
40 poltronas (na sofisticada versão
turismo que foi exposta). O motor de
12 litros Mercedes-Benz OM 457 LA,
SCR, de 456 hp, atende à norma Euro
5. Caixa de câmbio automática Power-
Shift, com 8 velocidades.
Setra
O requinte no acabamento continua sendo uma das mais fortes características do Setra GT-HDH.
O Jonkheere: “Innovation Award” para a holandesa VDL.
O Starliner mantém e aprimora suas características de design.
Ônibus rodoviário Starliner (abaixo), um 6x2 com 12,99 m
de comprimento, 3,97 m de altura e 59 poltronas. Motor de
12 litros MAN D 2676 LOH (EEV), de 371 kW, e caixa de câm-
bio semiautomática MAN TipMatic, com 12 velocidades.
O ônibus rodoviário Jonkheere (acima) recebeu a distinção
“Innovation Award”. A VDL mostrou ainda os urbanos Citea
CLE 137 (6x2), e Citea CLF 120. Após o encerramento da
BusWorld, a empresa holandesa distribuiu comunicado à
imprensa considerando “uma agradável surpresa” os bons
resultados obtidos na Feira.
Neoplan
VDL
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 35
A atração do estande da Volvo
foi o rodoviário 9900 Prestige, com
seu inconfundível salão onde as pol-
tronas são dispostas em forma de
anfiteatro.
É um veículo 6x2, com 13 m de
comprimento, 3,7 m de altura e 48
poltronas. Está equipado com motor
Volvo D13C, SCR, de 460 hp (Euro
5), que, no caso, é um motor novo,
pesando 80 kg a menos em relação
ao modelo anterior. A caixa de câmbio
é automática I-Shift.
Também foi mostrado o outro ro-
doviário da marca, o 9700 Premium,
um 4x2 de 12,3 m de comprimento e
3,6 m de altura, com capacidade para
49 passageiros. Seu motor é o Volvo
D13C, SCR, de 420 hp.
Mereceu destaque o urbano 7700
Hybrid, com 12,1 m de comprimento,
Volvo
Uma das atrações da Temsa foi o
urbano Avenue Hybrid, com 12 m de
comprimento, 3,49 m de altura e ca-
pacidade máxima de 86 passageiros.
O motor diesel é Cummins ISB 6.7 E5
OBD 2, de 184 kW. Há mais dois elé-
tricos Siemens de 85 kW cada.
A Temsa é controlada do Grupo
Sabanci, da Turquia, que teve vendas
consolidadas de 15,3 bilhões de dóla-
res em 2008. Exporta para 46 países e
na BusWorld Kortrijk ocupou sozinha o
novo pavilhão 7. Na coletiva de impren-
sa lançou uma nova logomarca. Além
dos ônibus integrais rodoviários Dia-
mond, Safari HD, Safari RD e o minibus
Opalin, tem os urbanos Avenue Hybrid,
Avenue CNG e Avenue Diesel.
3,2 m de altura e capacidade máxima
de 95 passageiros (sendo 29 senta-
dos). Conta com o motor diesel Volvo
D5E, de 210 hp (EEV), além de um
motor elétrico de 160 hp. Caixa de
câmbio I-Shift.
O motor do Volvo Prestige 9900 pesa 80 kg a menos, mas o que chama atenção é o design.
O Avenue Hybrid: alta lotação e as vantagens da tecnologia híbrida.
Temsa
eiraF
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
36 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
O ônibus rodoviário
Lion’s Coach L, 6x2, da
MAN, tem 13,80 m de com-
primento, 3,812 m de altura
e 53 poltronas. O motor de
12 litros é o D 2676 LOH
(EEV), de 353 kW. Caixa de
câmbio MAN TipMatic, com
6 velocidades.
MAN
No estande da MAN, um rodoviário com boa potência e capacidade para 53 passageiros.
Versatilidade: a Van Hool e
o seu rodoviário com direção
do lado direito.
O destaque continuou sendo o imponente PB
6x2 de 15 m de comprimento e 3,7 m de altura,
com 71 poltronas. O motor DAF MX 37552 tem
potência de 510 hp e atende à norma Euro 5. A
caixa de câmbio automática é ZF Astronic, de 12
velocidades.
Em 2009, o Grupo Irizar está comemorando
120 anos. Na conferência de imprensa, foi desta-
cado o fato de que a encarroçadora, pela primeira
vez na BusWorld, ocupava um estande sozinha.
Anteriormente ela participou sempre em conjunto
com a Scania. A razão não foi explicada, mas o
fato de a Scania ter escolhido a chinesa Higer
para lançar um ônibus global pode ter contribuído
para isso.
Desta vez a Irizar ocupou um estande sozinha e mostrou o sempre bonito PB.
Irizar
A fabricante belga mostrou vários
ônibus. Chamavam a atenção um
double decker rodoviário (foto ao lado)
destinado ao mercado inglês, com
direção do lado direito, e um urbano
híbrido, produzido para o mercado
norte-americano.
Van Hool
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 37
A King Long apresentou seu rodoviário XMQ 6120C, 12,2 m de com-
primento, 3,3 m de altura e capacidade para 43 passageiros. O motor
diesel é Cummins ISL 8.9 E5 340B, de 250 kW. Além dele, mostrou o
midibus rodoviário XMQ 6900, de 8,995 m de comprimento e 3,435 m
de altura e capacidade para 31 passageiros. Equipado com motor diesel
Cummins ISB 6.7 E5 250, de 184 kW.
A King Long é um grande fabricante de ônibus na China. Em 2008,
produziu 13.195 veículos, dos quais 3.088 foram exportados. A empresa
está na BusWorld desde 2005. Chamou a atenção de todos o depoi-
mento do próprio Sr. Luc Glorieux, fundador da BusWorld, elogiando a
competência e a qualidade dos ônibus King Long, que ele conheceu em
2000, quando visitou a China pela primeira vez. Em 2009, o lema da
companhia é “Sempre no seu Caminho”.
King Long
eiraF
Rodoviário para 43 passageiros feito pela King Long.
O Solaris Urbino, urbano de grande capacidade: 61 passageiros sentados.
Em destaque o Solaris Urbino 15 LE, um ônibus
urbano 6x2, com 14,59 m de comprimento, 3,20 m
de altura e capacidade para 61 passageiros senta-
dos. O motor é o DAF PR265U1 (Euro 5), de 266 kW.
Equipado com caixa de câmbio ZF Ecolife.
A Solaris é polonesa. Seu faturamento vem cres-
cendo ano a ano: foi de 1,037 bilhão de euros em
2008; para 2009, a estimativa é de 1,140 bilhão
de euros. Seus produtos são voltados ao transporte
urbano e incluem ônibus elétricos e até um VLT, o
Tramino, passando pelos híbridos.
A Irisbus, controlada pela Ive-
co, foi a ausência mais notável da
BusWorld 2009. Ela teria demorado
demais para decidir sua participação;
quando se definiu, o espaço reserva-
do já havia sido ocupado. Uma pena,
até porque ela teria um produto novo
para mostrar: o Magelys HDH, um
6x2 de 13,80 m de comprimento e
Solaris
Irisbus e Hispano, duas ausências muito comentadas3,81 m de altura, com capacidade
entre 48 e 54 poltronas.
Também a Hispano esteve au-
sente da BusWorld 2009, enquanto
as demais encarroçadoras espanho-
las compareceram em peso: além
da Irizar, estavam a Ayats, Beulas,
Castrosua, Farebus, Noge, Sunsun-
degui e Unvi. Soube-se depois que
o Grupo indiano Tata, que já detinha
21% do capital da Hispano, adquiriu
os restantes 79%. A partir de agora,
o grupo apresenta-se como o segun-
do maior fabricante de ônibus do
mundo, sendo a Daimler o primeiro.
A Hispano tinha um lançamento para
mostrar: o Xerus, sobre um chassi
Irisbus Iveco Eurorider C45 SRi.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
38 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
Novo óleo Brutus EGR Ipiranga.
Para os apaixonados por performance.
• Lubrificante com tecnologia sintética
de altíssimo desempenho para motores a diesel.
• Apresenta baixa volatilidade em condições se
veras,
o que resulta em consumo reduzido do lubrificante.
• Reduz mais que os produtos convencionais o
desgaste
decorrente dos períodos críticos de partida do motor.
• SAE 15W40; API CI-4/SL; ACEA E7/B4/B3/A3-2004;
MB 228.3/229.1.
mpresaE
Graciosa, cartão postal paranaenseUma das melhores formas de se conhecer os diversos pontos turísticos do litoral
paranaense é viajando nos ônibus da Viação Graciosa, empresa que comemora
30 anos de atividade mantendo serviços de padrão elevado para seus usuários.
40 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
Conforto, segurança, regularidade
e pontualidade são alguns dos
atributos da Graciosa que podem ser
conferidos pelos passageiros em suas
mais de 30 linhas. Elas atendem prin-
cipalmente às ligações entre Curitiba
e as diversas praias do litoral, além da
cidade de Ponta Grossa, 100 quilôme-
tros a oeste da capital.
Com 550 colaboradores e 158 veí-
culos, a Graciosa faz questão de ofere-
cer serviços de alta qualidade aos seus
passageiros. Por exemplo, todos os
ônibus dispõem de ar-condicionado, e
a idade média da frota não ultrapassa
os 6,5 anos. “Acompanhamos sempre
a melhor tecnologia disponível, ofere-
cendo desde itens de conforto como
vídeo, calefação e ar- condicionado,
até itens de segurança e produtividade
como computador de bordo e demais
recursos que a indústria de ônibus
oferece”, afirma o fundador e diretor da
empresa, José Nolar Schaedler.
Ele destaca que tais investimentos
são feitos com dificuldade, pois “as
condições não têm sido favoráveis nos
últimos tempos”. De 1980 para cá,
segundo ele, houve uma década boa
para o setor e duas muito difíceis. Cita
números da empresa mostrando que
em pouco mais de dez anos o mercado
sofreu retração de 2,37 milhões de
passageiros, caindo de 9,82 milhões
de passageiros/ano em 1997 para
7,45 milhões em 2008.
Silv
io A
uric
hio
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 41
Apesar das incertezas geradas pelo
fato de ainda não haver uma definição
sobre o futuro das concessões de
linhas rodoviárias, a Graciosa vem
investindo em renovação de frota. Seis
novos veículos foram adquiridos recen-
temente: quatro rodoviários Volvo B7R
com carroçarias Marcopolo Viaggio
1050, e dois Volksbus 17.230 com
carroçaria Comil Svelto. O objetivo é
manter e melhorar sempre a qualidade
dos serviços.
Nas linhas intermunicipais como
as que ligam Curitiba ao litoral ou a
Ponta Grossa, a empresa utiliza chas-
sis de ônibus pesados Volvo, Scania e
Volkswagen. Nas metropolitanas, usa
frota de chassis médios, principalmen-
te Volkswagen e Mercedes-Benz.
Para manter elevada eficiência
no transporte intermunicipal de pas-
sageiros, bem como nos setores de
cargas, encomendas e fretamento, a
companhia dispõe de sistemas infor-
matizados nas áreas de abastecimen-
to, tráfego, manutenção, controle de
estoque, estatísticas e contabilidade.
A venda de passagens é igualmente
informatizada. Os processos seguem
os padrões de qualidade estabelecidos
pelas normas ISO 9001/2000 — já
em processo de recertificação para
ISO 9001/2008.
É mantida a meta mínima mensal
de 400 horas para treinamento dos
colaboradores; os motoristas recebem
treinamento especializado em Direção
Defensiva e Primeiros Socorros.
ESTRUTURA
A sede e a garagem principal, onde
também está a área de manutenção de
toda a frota, ficam em Curitiba. Existem
ainda 13 pontos de apoio próprios
e 16 pontos de venda terceirizados,
estrategicamente distribuídos ao longo
das linhas.
“Seguimos rigorosamente as re-
comendações dos fabricantes para
os procedimentos de manutenção
preventiva da frota”, informa José
Nolar Schaedler. Ele acrescenta que
o monitoramento da frota é feito por
meio de software de gerenciamento
desenvolvido pela própria empresa.
Os demais sistemas informatizados,
caso da venda de passagens, também
foram criados dentro da empresa.
mpresaE
Investimentos feitos com foco na qualidade
A Graciosa está sempre preparada para atender às variações da demanda de passageiros, conforme a época do ano.
Foto
s: S
ilvio
Aur
ichi
o
42 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
Manter a eficiência é fundamental
para a Graciosa, de modo a assegurar
sempre o mesmo padrão de qualidade,
independentemente das variações de
demanda características do seu tipo
de operação: enquanto na maior parte
do ano as necessidades de transporte
podem ser atendidas com 40 viagens
por dia, quando chega a temporada de
verão, que vai do Natal ao Carnaval, a
empresa precisa oferecer 200 viagens
diárias para o litoral do Estado.
Além de ter todas as suas agências
de venda de passagens interligadas
online 24 horas por dia, a empresa
está lançando nesta temporada de
verão a venda de passagens via inter-
net, o que deverá tornar mais ágil o
sistema e proporcionar maior como-
didade aos passageiros. A compra
pode ser feita no endereço eletrônico da
Graciosa (www.viacaograciosa.com.br),
Fundada em 12 de junho de 1979, a Graciosa teve seu nome inspi-
rado na histórica Estrada da Graciosa, primeira ligação rodoviária entre
Curitiba e o litoral do Paraná, e construída pelos jesuítas na época do
Brasil Colonial. José Nolar Schaedler, seu fundador, conta que quando
começou, antes mesmo da fundação da empresa, só havia aproximada-
mente 30 quilômetros de estrada pavimentada entre Curitiba e Paranaguá
e, dependendo das condições do clima, era impossível saber quanto
tempo duraria a viagem.
Inicialmente, sua atuação estava voltada à operação de linhas
intermunicipais. Mais tarde, adquiriu os direitos de operação da linha
interestadual Guaratuba (PR) - Joinville (SC), e depois estendeu a ligação
até Paranaguá (PR) e Joinville (SC), unindo assim dois importantes pólos
econômicos da região.
Hoje a Viação Graciosa opera em todo o litoral paranaense e em parte
de Santa Catarina. São interligadas as cidades de Paranaguá, Morretes,
Antonina, Guaraqueçaba, Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba, além
de Garuva e Joinville, em Santa Catarina. Também faz as ligações rodo-
viárias entre Curitiba e Ponta Grossa. Ela opera serviços metropolitanos
entre Curitiba e São José dos Pinhais, na Grande Curitiba.
Estrada dos jesuítas, a inspiração
também conhecido como Portal do
Litoral Paranaense. O slogan faz justiça
à imagem da empresa, cujos ônibus
já se consagraram como elementos
naturalmente associados à paisagem
turística do litoral do Estado.
Desde 2007, a Viação Graciosa
ostenta o Selo Social de Paranaguá,
que é um certificado oferecido pela
Prefeitura Municipal daquela cidade a
empresas que mantêm regularmente
práticas de responsabilidade social.
Também sob esse aspecto a Graciosa
é uma empresa modelar.
Por exemplo, todos os resíduos
provenientes da limpeza externa dos
veículos (poeira, óleos, detergentes)
são coletados e encaminhados a
agentes sanitários especializados em
tratamentos químicos.
Os melhores ônibus e as mais atualizadas tecnologias: o segredo da qualidade da Graciosa.
Da esquerda para a direita:
Eluiza Helena Schaedler,
Diretora de Informática;
José Nolar Schaedler, Diretor Comercial
e fundador da empresa; Deodato Alves
Pereira, Diretor Financeiro.
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 43
emóriaM
Um espaço revive a história da GarciaÔnibus utilizados em diversas épocas, além de equipamentos, peças, ferramentas, fotografias e
documentos, ajudam a mostrar a extraordinária trajetória e a filosofia de trabalho de uma das mais
tradicionais empresas brasileiras de transporte rodoviário de passageiros.
Os 75 anos de existência da Viação Garcia, fundada
em 1934 no contexto de um grande empreendimento
agrícola que se transformaria na cidade de Londrina, no
Norte paranaense, estão sendo comemorados de diversas
maneiras pela empresa. Uma delas foi a montagem do Espa-
ço Memória Viação Garcia, naquela cidade, com a recriação
de ambientes da época da colonização daquela região, nos
quais estão expostos alguns dos ônibus operados ao longo
dos anos, além de vasto material de valor histórico. Foram
catalogados aproximadamente 5.500 itens, abrangendo
todos os períodos de atuação da transportadora.
Com base na foto original (acima) foi
reconstruída a fachada do galpão de madeira
onde funcionava a oficina do mecânico José
Ziober, na década de 1930. Ele fabricou a
jardineira Catita a partir de um
chassi de caminhão.
44 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
O passeio pelos 75 anos de histó-
ria da Garcia começa pela fachada que
reproduz a oficina do mecânico José
Ziober onde, em 1934, um caminhão
Ford TT foi transformado na primeira
jardineira da empresa, a Catita. Na
reprodução da fachada foi utilizada
peroba rosa, obtida de demolições.
Vários módulos recriam cenários
da época da fundação da empresa.
Para mostrar a jardineira Catita foi
produzida uma ambientação em que
manequins estão vestidos com trajes
em modelos típicos da época da colo-
nização do Norte do Paraná, inclusive
o uniforme de motorista da Viação
Garcia na década de 1930. Sobre a
jardineira estão engradados, sacos
com cereais, malas e materiais que
eram transportados juntamente com
os pioneiros. Ao lado da Catita é apre-
sentado um modelo do caminhão Ford
que era muito utilizado no transporte
de cargas para os primeiros moradores
da região.
Outro módulo reproduz a primeira
oficina da Viação Garcia com várias fer-
ramentas e peças de ônibus até hoje
preservadas pela empresa. Também
há uma reprodução de parte do mode-
lo de ônibus movido a gasogênio que
foi utilizado durante o racionamento
de combustíveis na Segunda Guerra
Mundial. Algumas vitrines expõem
os primeiros livros de registros da
empresa, equipamentos, ferramentas,
materiais, uniformes e troféus.
Mesa de trabalho de Celso Garcia Cid. Ao fundo, fotos dos fundadores.
A Catita, reconstituída e hoje integrando o acervo da Viação Garcia, aparece aqui em ambientação de época. Os manequins estão vestidos da
maneira como geralmente as pessoas se apresentavam para viajar. A bagagem seguia no teto do veículo.
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 45
DÉCADA A DÉCADA
A evolução do transporte de passa-
geiros no Brasil também é mostrada
década por década, desde 1930, pelos
modelos de ônibus preservados pela
Viação Garcia. O modelo de transporte
de passageiros mais antigo exposto no
Espaço Memória é a jardineira. A déca-
da de 1940 foi marcada pelos modelos
de ônibus mais fechados, com cortinas
nas janelas, como o Pavão, movido a
gasogênio.
A inovação que marcou a década
de 1950 foi o ônibus com frente reta,
que diferenciou o transporte de pas-
sageiros dos caminhões. Na década
de 1960, a Viação Garcia adotou os
modelos da marca nacional FNM, que
ficaram conhecidos como “Fenemê”
e tinham capacidade para 37 passa-
geiros.
A evolução dos ônibus a partir da
década de 1970 possibilitou que a
empresa passasse a utilizar modelos
para 45 passageiros. A década está
representada no Espaço Memória por
uma relíquia: o ônibus que transportou
o Papa João Paulo II em sua passagem
pelo Paraná em 1980.
A inovação tecnológica que iria
revolucionar o transporte de passa-
Na foto superior, caminhão que transportava todo tipo de produtos e mercadorias. Na
segunda foto, exposição de objetos e documentos dos primeiros tempos da Viação Garcia.
emóriaM
46 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
Uma das primeiras empresas de trans-
porte de passageiros fundadas no País, e
atualmente uma das cinco maiores do setor
em passageiros.quilômetros transportados,
a Viação Garcia conta com frota de 500
ônibus, que é constantemente renovada,
proporcionando cada vez mais conforto e
segurança aos passageiros de suas linhas
nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do
Sul. A qualidade dos serviços prestados
também se traduz nos prêmios locais e
nacionais conquistados a cada ano pela
Viação Garcia, fruto do investimento em
inovações tecnológicas e na capacitação de
seus colaboradores.
geiros na década de 1980 foi criada e desenvolvida
na própria oficina da Viação Garcia, em Londrina:
era o primeiro modelo de ônibus com três eixos,
que garantiu mais conforto para quem viajava, como
ocorre ainda hoje.
A década de 1990 é representada pelo design
arrojado aliado aos mais avançados motores dos
ônibus de modelo europeu. O Século XXI é repre-
sentado pelos modelos de ônibus executivos e com
dois pisos, do tipo leito-cama, cujas poltronas têm
reclinação de 180 graus.
Um dos módulos do Espaço Memória homenageia
os pioneiros Celso Garcia Cid e José Garcia Villar,
fundadores da Viação Garcia, homens de visão que
venceram os desafios da colonização do Norte do
Paraná e deixaram um legado histórico de trabalho,
integridade e empreendedorismo. Ali também estão
a mesa e as cadeiras que faziam parte do escritório
de Celso Garcia Cid.
Já o rico acervo fotográfico do Espaço Memória
mostra como as dificuldades do transporte de passa-
geiros foram vencidas nos primeiros anos de Londrina
e de várias cidades da região.
O Espaço Memória está aberto para visitas moni-
toradas de estudantes e outros grupos interessados.
A visitação deve ser previamente agendada.
Parte do acervo fotográfico da Viação Garcia, parte também de sua história.
Objetos e reproduções em escala de alguns dos ônibus utilizados.
Alguns dos equipamentos utilizados nos anos 1930 na oficina da Viação Garcia.
Entre as cinco maiores
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 47
ecnologiaT
Vêm aí os ônibus da fase 7 do ProconveA partir de 2012, os ônibus rodoviários terão completo controle eletrônico e motores ainda mais
modernos que os atuais. O diesel consumido terá menor teor de enxofre. Serão veículos mais
econômicos, mas provavelmente custarão mais caro.
A Mercedes-Benz mostrou na última Fenatran uma maquete do sistema de pós-tratamento
dos gases de escape que vai utilizar nos motores dos veículos P7 a partir de 2012.
48 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
A fase 7 do Proconve — Programa
Nacional de Controle de Emissões
Veiculares — exigirá maior redução
das emissões dos veículos a diesel.
Desde o ano passado, as indústrias
de chassis rodoviários instaladas no
Brasil, acompanhando o que vem
sendo feito há mais tempo na Europa e
nos Estados Unidos, empenham-se em
desenvolver e testar os motores que
deverão atender a essas exigências.
Os novos ônibus vão ser sustentados
pelo tripé: a) novas tecnologias; b) die-
sel com baixíssimo teor de enxofre; c)
treinamento especial para motoristas
e mecânicos.
O objetivo final é a redução das
emissões de poluentes. O material
particulado (MP) lançado no ar deverá
ser reduzido de 0,70 para 0,03 g/kWh,
poluindo até 96,3% menos do que os
ônibus fabricados em 1990 (a medida
g/kWh define, em gramas, o consumo
de diesel por hora, de acordo com a
potência do motor). Já os óxidos de
nitrogênio (NOx) serão diminuídos de
14,4 para 2 g/kWh, o que representa
87,3% menos emissões do que a dos
ônibus de 1990.
O salto tecnológico que o País dará
daqui a pouco mais de dois anos é o
máximo de que a tecnologia mundial
dispõe agora em 2009, segundo Luso
Martorano Ventura, diretor da Netz
Engenharia e Desenvolvimento de
Motores Diesel da Associação Brasi-
leira de Engenharia Automotiva (AEA).
Seja como for, além de aperfeiçoar os
motores atuais, que atendem à norma
brasileira P5 (ou Euro III), as indústrias
prometem apresentar novos modelos
de motores.
Uma das principais mudanças na
passagem para a fase P7 ocorrerá
no sistema de injeção eletrônica.
Um sistema de multi-injeção com o
uso de common-rail (trilha comum),
Estú
dio
Mal
agri
ne/M
erce
des-
Ben
z
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 49
ADITIVO
A tecnologia SCR exigirá a insta-
lação, no veículo, de um tanque de
até 90 litros de capacidade destinado
a armazenar a Arla 32, além de um
módulo eletrônico, um silencioso com
catalisador integrado e um controlador
de temperatura. Segundo Gilberto Leal,
diretor executivo de Emissões Diesel
da AEA, o consumo de Arla 32 equivale
a mais ou menos 10% do consumo de
diesel – daí o tanque ser pequeno.
A revista alemã Lastauto Omnibus
publicou os resultados de testes de
consumo de ureia por um veículo Euro
V e apurou o equivalente a 14,4% do
consumo de diesel. Um teste compa-
rativo entre um veículo Euro III e um
similar Euro V comprovou economia
de combustível de 4,12% a cada 100
quilômetros rodados.
A fiscalização das emissões por
órgãos de meio ambiente não mais
será feita como atualmente. O fiscal
não precisará mais usar nenhum
equipamento especial para medir as
emissões, já que o veículo contará,
obrigatoriamente, com um sistema
de autodiagnose, OBD (on board
diagnosis). Por meio de um módulo
eletrônico, o sistema vai medir a
quantidade de MP e o NOx que sai
pelo escapamento. Caso as emissões
estejam fora dos limites, uma luz
ecnologiaT
aliado a um novo módulo eletrônico,
possibilitará aumentar a pressão para
2.000 ou até 2.500 Bar, melhorando
sensivelmente a queima do combus-
tível, o que reduzirá as emissões de
material particulado e a economia de
combustível.
Para reduzir as emissões de óxido
de nitrogênio, uma das tecnologias
a ser adotadas nos ônibus de longa
distância será a chamada redução
catalítica seletiva, SCR (Selective Ca-
talytic Reduction), em que os gases do
escapamento passam por filtros catali-
sadores e por uma solução aquosa de
ureia. No Brasil, essa solução vai ser
chamada de Arla 32 (Agente Redutor
Líquido de NOx Automotivo), também
conhecida como AdBlue ou Aus-32.
Ela já é produzida no Brasil e, em
princípio, supõe-se que será distribuída
nos mesmos postos que fornecerão o
diesel S-10, a depender de um acordo
nos moldes do que já é feito em alguns
países da Europa. A Arla 32 será inje-
tada por controle eletrônico no interior
do tubo de escape.
Prática habitual nas empresas regulares de transporte rodoviário interestadual e internacional
de passageiros, o treinamento de mecânicos estará voltado ao domínio das novas
tecnologias de redução das emissões de poluentes.
Também os motoristas passarão por cursos especiais, teóricos e práticos, em que a principal
abordagem será como operar os novos equipamentos da maneira menos agressiva ao meio
ambiente.
Júlio
Fer
nand
es
Júlio
Fer
nand
es
50 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
amarela no painel alertará o motorista,
que terá 24 horas para reparar o pro-
blema. Se isso não for feito, o motor
começará a perder potência e torque
e provavelmente terá de ser levado a
um concessionário para reprogramar o
OBD. O sistema atuará durante toda a
vida útil do veículo.
Por causa do novo sistema de
injeção e do OBD, tanto os motoristas
como os mecânicos terão de receber
treinamento especial para operação
e manutenção dos veículos, de modo
a obterem ganhos em consumo, nos
intervalos de troca de óleo e nas faci-
lidades de diagnóstico.
A QUALIDADE DO DIESEL
Um das causas do aumento ou
desregulagem das emissões é o uso
de diesel inadequado, explica Luiz Pas-
quotto, diretor da Cummins motores.
Por isso, diz ele, a qualidade do diesel
é tão importante quanto o desenvolvi-
mento dos motores.
O combustível recomendado para
os veículos da fase P7 será o S-10 (10
partes de enxofre por milhão), embora
a Petrobras tenha obtido autorização
para fornecer no primeiro ano de vigên-
cia do P7 (2012) o diesel S-50.
A Anfavea, representante das
montadoras, concordou com a con-
cessão porque a diferença não é tão
significativa, como aliás afirmou Henry
Joseph Jr., presidente da Comissão de
Assuntos de Energia e Meio Ambiente
da entidade, por ocasião da abertura
Gilberto Leal (Mercedes-Benz), diretor
executivo de Emissões Diesel da AEA.
Sempre que se fala em novas
tecnologias surge a preocupação
com o provável custo adicional. No
caso dos veículos P7 ainda prevalece
a indefinição. Em palestra no semi-
nário sobre emissões de veículos
diesel, o engenheiro Luso Ventura
citou estudo da International Road
Union (IRU), sobre preços praticados
na Europa, segundo o qual um veí-
culo Euro V custa de 6 a 8 mil euros
mais que um da mesma categoria
com tecnologia Euro III. Isso corres-
ponde a um acréscimo da ordem de
10% a 15%.
Gilberto Leal, da Mercedes-Benz,
garante que os departamentos de
engenharia das montadoras estão
trabalhando para que o impacto seja
o menor possível. Destaca que a
economia obtida com o novo sistema
de injeção tem variado de 4% a 8%
nos testes atualmente feitos pela
empresa. Avalia que se os motoris-
tas operarem na faixa de rotação
O custo ainda não está definido
Ainda há indefinições sobre a
distribuição do aditivo Arla 32.
econômica, o eventual aumento
logo será recuperado. Em pesquisa
com motoristas do Brasil, Alemanha,
Coreia e EUA, Leal apurou que os
únicos que respeitam a faixa verde
das rotações são os alemães.
Quanto ao preço do diesel com
baixo teor de enxofre — outra
preocupação dos participantes do
seminário —, Frederico Kremer,
diretor da Petrobras, informou que
a empresa está mantendo para o
S-50 (metropolitano) o mesmo preço
praticado até agora para o S-500.
E acrescenta que a Petrobras tem
interesse em equalizar os preços
em favor do programa de controle
de emissões.
Da mesma forma, o preço do adi-
tivo Arla 32 ainda não está definido.
A norueguesa Yara, uma das maiores
fornecedoras de ureia automotiva,
informa que é impossível falar em
preço com tanta antecedência. Na
Europa e na Austrália, o preço tem
sido inferior ao do diesel. E vem
diminuindo na medida em que o
consumo aumenta. Nos primeiros
anos, era fornecido em embalagem;
mais adiante passou a ser vendido
a granel. É o que deverá acontecer
também no Brasil.
Div
ulga
ção
Div
ulga
ção
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 51
do Seminário sobre Emissões de Veí-
culos Diesel, em outubro, em São
Paulo. O diesel interior que passa a
ser utilizado no transporte rodoviário
de passageiros tem 1.800 ppm de
enxofre.
A Petrobras garantiu ao Ministé-
rio Público, às autoridades de meio
ambiente e à Anfavea que, a partir de
1º de janeiro de 2013, distribuirá o
diesel S-10 na quantidade suficiente
para abastecer os novos veículos
P7, nos postos das principais rotas
rodoviárias do País, cujo mapa já foi
feito pela ANP.
No mesmo seminário, Frederico
Kremer, diretor da Petrobras, informou
que a Petrobras já iniciou o cronograma
de substituição do diesel interior de
2.000 ppm pelo de 1.800 ppm, e do
diesel metropolitano de 500 ppm pelo
de 50 ppm. “Até 2020, mais de 30 mi-
lhões de m3 do diesel automotivo terão
apenas 10 ppm de enxofre, suficientes
para abastecer os 52% da frota que
serão P7”, assegurou Kremer. Para
atender a essa demanda e produzir
o diesel S-10, o diretor da Petrobras
afirmou que até 2013 serão investidos
US$ 7,2 bilhões em hidrotratamento
das refinarias.
E OS VIZINHOS?
Cumpridas estas metas, o abas-
tecimento ainda não estará completa-
mente resolvido para os veículos que
fazem linhas internacionais. “Temos
dúvidas sobre se até 2012 ou 2013
nossos vizinhos terão o diesel S-10
para abastecer ônibus ou caminhões
P7 que ultrapassarem suas frontei-
ras”, alerta Gilberto Leal. No fim de
ecnologiaT
novembro, uma equipe de diretores
da AEA faria uma primeira reunião em
Buenos Aires, para discutir o assunto
com seus colegas da AITA, entidade
que reúne os engenheiros automotivos
argentinos.
Se até 2012 não houver o com-
bustível adequado em países vizinhos,
Luiz Pasquoto, diretor da Cummins e
também da AEA, tem duas sugestões
para minimizar o problema: ou o veí-
culo seria abastecido no Brasil, perto
da fronteira e em quantidade suficiente
para o retorno, ou as empresas utili-
zariam veículos de tecnologia anterior
para cruzar a fronteira.
O motor Iveco 145 faz parte da proposta para atender à norma P5.
Outra proposta da Iveco, o Cursor, apreentado na última Fenatran: esforço para atender às exigências do Proconve a partir de 2012.
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
52 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009
ombustívelC
Roda em São Paulo outro Scania a etanolA Scania, por meio do Centro Nacional de Referência em Biomassa — Cenbio —, da Universidade de
São Paulo e representante do projeto BEST no Brasil, entregou à prefeitura de São Paulo, no dia 12
de novembro, o segundo ônibus movido a etanol do País. Desta vez é um ônibus de 15 metros de
comprimento e sistema de eixo direcional traseiro sincronizado com o eixo direcional dianteiro.
Equipado com chassi Scania Série K
6x2, de 15 metros de comprimen-
to, motor de 9 litros e 270 cavalos de
potência, o veículo recebeu carroçaria
Caio Induscar do modelo urbano Mille-
nium. O protótipo tem capacidade para
transportar 34 passageiros sentados.
Apresenta novo painel de instrumentos
e novo layout interno. Vai rodar entre
os terminais Lapa e Vila Mariana,
sob responsabilidade da Viação Gato
Preto. O itinerário inclui importantes
trechos da capital, entre eles a Avenida
Paulista.
O novo ônibus será abastecido com
bioetanol, hidratado com 5% de aditivo
promovedor de ignição. Atende, ante-
cipadamente, às normas europeias de
emissão de poluentes Euro 5 e EEV
(Enhanced Environmentally Friendly
Vehicles), obrigatórias nos países da
União Europeia a partir deste ano, e
que devem entrar em vigor em 2012
no Brasil.
Em 2007, a Scania entregou
um primeiro veículo movido a etanol
aditivado, para circular no corredor
Jabaquara-São Mateus. O corredor
serve a quatro municípios da região
metropolitana paulista (São Paulo,
Diadema, São Bernardo do Campo e
Santo André). Os resultados dos testes
ainda não foram divulgados.
O Brasil é o primeiro país das
Américas a colocar em circulação,
pelo projeto BEST (Bio Ethanol for Sus-
tainable Transport), ainda sob o regime
de testes, ônibus movidos a etanol. O
projeto é uma iniciativa da prefeitura de
Estocolmo, na Suécia, e apoiado pela
União Europeia. Articulado pelo Cenbio,
tem como parceiros no Brasil, além da
Scania, a Marcopolo, a Caio, a Cosan,
a SPTrans, a EMTU, a BAFF/Sekab, a
ÚNICA (cooperativa de produtores de
etanol) e a Fundação Clinton.
A operação de ônibus a álcool em
Estocolmo, nos últimos 15 anos, pou-
pou a atmosfera de cerca de 140 mil
toneladas de dióxido de carbono (CO2).
Anualmente, a redução de emissão de
CO2 desses ônibus equivale ao que é
emitido por 5.000 carros de passeio.
“A tecnologia aplicada no veículo
contribui para redução da emissão
de gases poluentes, influenciando
diretamente na melhoria da saúde da
população e na preservação ambien-
tal. Na avaliação da Scania, entre as
tecnologias voltadas ao transporte
sustentável, a do etanol tem melhores
perspectivas para implantação e ob-
tenção de resultados em curto prazo”,
comenta Marcelo Montanha, gerente
de Ônibus da Scania Latin America.
O segundo ônibus dará sequência aos testes para avaliar as vantagens do bioetanol.
Div
ulga
ção
REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009 53
Diferenças de tratamento que preocupam
Júlio
Fer
nand
es
O sistema ferroviá rio, que usa estrutura
da União, tem concessão de 30
anos, enquanto para o transporte rodoviário de passageiros, totalmente de responsabilidade da iniciativa privada, sem
nenhum tipo de incentivo governamental, fala-se em prazo de 15 anos, sem possibilidade de
renovação.
Mauro Lopes
Deputado Federal
piniãoO
Participando, como sempre faço,
das sessões da Comissão de
Viação e Transportes da Câmara dos
Deputados, pude acompanhar atenta-
mente os recentes depoimentos do
Diretor-Geral da ANTT, do Presidente
da ABRATI e de representantes dos
usuários, Tribunal de Contas da União,
Ministério Público e Artesp, agência re-
guladora de transportes do Estado de
São Paulo, na audiência pública con-
vocada pelo Deputado Jaime Martins.
Chamaram-me a atenção, em
particular, além das explanações dos
convidados citados, todas muito bem
elaboradas e feitas por profissionais
altamente competentes, as opiniões
expostas pelos deputados federais
membros da Comissão, da qual tam-
bém faço parte, alguns com grande co-
nhecimento do setor de transportes.
O tema objeto do debate era a fu-
tura licitação de todos os serviços de
transporte regular de passageiros no
âmbito interestadual, previsto na legis-
lação vigente, a cargo da ANTT. Como
todos sabemos, houve uma primeira
rodada no processo, quando vários
pontos foram contestados pela ABRA-
TI, que, assessorada por escritórios
técnicos de reconhecida competência,
mostrou diversas falhas no modelo
apresentado inicialmente.
E, como o próprio Diretor-Geral da
ANTT reconheceu em seu pronuncia-
mento na Câmara dos Deputados, a
licitação prevista é um enorme desafio,
pois o sistema atual liga todo o País,
possuindo uma capilaridade que che-
ga a todos os municípios brasileiros,
transportando mais de 90% das pes-
soas que viajam.
Mas o que me chamou mais a
atenção foi mesmo a opinião gene-
ralizada dos deputados membros da
Comissão sobre as diferenças de
tratamento entre sistemas diferentes
de transportes. Por exemplo, o ferroviá-
rio, que usa estrutura da União, tem
concessão de 30 anos, enquanto para
o transporte rodoviário de passageiros,
totalmente de responsabilidade da
iniciativa privada, sem nenhum tipo de
incentivo governamental, fala-se em
prazo de 15 anos, sem possibilidade
de renovação.
Opiniões sensatas foram externa-
das, mostrando preocupação com o
prazo previsto para as novas conces-
sões, que poderia afastar os inves-
tidores, e também com o critério do
julgamento único pelo menor preço,
trazendo aflição ao setor, pois empre-
sas sem qualificação técnica e sem
experiência poderiam se habilitar e
ganhar linhas sem ter o know-how
necessário para transportar vidas
humanas.
Embora fora de pauta, a grave
questão do transporte pirata mereceu
atenção, face aos riscos do ponto de
vista da segurança e à enorme evasão
fiscal que essa atividade irregular traz
aos cofres públicos. Há anos o pro-
blema vem se perpetuando, sem que,
independentemente do melhor ou pior
tratamento atribuído ao setor regular,
tenham sido adotadas medidas para
remover definitivamente os piratas das
estradas brasileiras.
54 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2009